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RESPOSTAS AOS RECURSOS IMPRETADOS POR CANDIDATOS DO VESTIBULAR 2012
3º DIA
PROVA DE HISTÓRIA
Questão 01
Em nossos dias, as novas propostas teóricas e pedagógicas da História têm levado a outra compreensão da história dos indígenas. Nessa perspectiva, há necessidade de construir uma compreensão compartilhada do passado histórico que se permita compreender a presente condição como resultado de suas próprias maneiras de fazer história.
Como se pode constatar, no texto foi feito referência aos índios Ianomâmi, da Amazônia, e os Guaiaqui, da floresta paraguaia, considerando que a questão se aplica a inúmeras situações vivenciadas pelos mais diversos grupos de índios que se encontram em variados estágios na atualidade. O candidato atento situaria, com facilidade, a questão C como a única correta, uma vez que a abundância de recursos animais e vegetais que levou à sedentarização, é conhecimento básico para se iniciar a aprendizagem da História, ou seja, não se exigiu do candidato nenhum conhecimento complexo, mas um conhecimento mínimo necessário para a compreensão das culturas indígenas na atualidade.
Questão 02
A questão não faz referência à suposta origem social de Homero, mas sim ao texto da Odisseia; nele, o personagem Ulisses (ou Odisseu), era rei de Ítaca e, após lutar na guerra de Tróia, tenta retornar ao seu reino. Ulisses representa a elite e, quando tem o direito de ouvir o canto das sereias e sobreviver, negando aos seus marinheiros o mesmo destino, podemos ver, nessa passagem do texto, uma metáfora da afirmação das elites.
A letra B não pode ser considerada correta porque Aristóteles não escreveu poesia, mas sim um tratado filosófico sobre a arte poética, conhecido como A Poética. Além do mais, a obra Satiricon, de Petrônio, uma narrativa de caráter cômico, pautada em críticas sociais e políticas, não pode ser enquadrada na poesia.
Sendo assim, a banca resolve manter a questão e seu respectivo gabarito, negando a validade do recurso.
Questão 03
As grandes mudanças políticas e econômicas ocorridas no século XX causaram muita perplexidade especialmente entre professores e estudantes de História em geral. Indiscutivelmente, houve uma evolução significativa do conhecimento histórico. Cada vez mais, faz-‐se necessário tratar não só dos temas e das explicações historiográficas
tradicionais, bem como procurar diversificar os objetos, as abordagens e incorporar o estudo da Antiguidade na realidade atual.
O texto da referida questão chama atenção para essas mudanças que começam surgir no início do século XX. Quanto às modificações referidas no enunciado, a banca quis destacar o legado que esse período deixou para a sociedade ocidental: mentalidade cristã, manifestações artísticas e origem das línguas. O candidato que foi contemplado com um estudo coerente com Ensino de História de Qualidade não sentiu dificuldade de perceber a questão C como a única correta.
A justificativa do(s) candidato(s) de que não foi feita alusão ao período demonstra uma incompreensão da natureza do conhecimento histórico ao se colocar a temporalidade cronológica como categoria central para a compreensão do contexto analisado, considerando que o texto de apoio contextualiza muito bem quando diz: (...) ao período final do chamado Mundo Antigo, ainda deslumbrados com a grandeza alcançada pela civilização criada pelos gregos e romanos e entretecidos ante a trágica visão de uma Europa barbarizada. (...). Tudo isso revela a inconsistência do recurso.
Questão 09
O Romantismo, como movimento artístico, surge na Alemanha, com o movimento Sturm und Drang, tendo como figura eminente o poeta alemão Goethe.
Quando colocamos a Alemanha como o palco do surgimento do Romantismo, seguindo o mesmo registro de variados livros didáticos do Ensino Médio, optamos por uma convenção didática, visando facilitar o estudo. Fala-‐se da Alemanha como espaço geográfico, antes da formação do estado alemão no século XIX, também quando se faz referência ao advento da Reforma Protestante e da ação de Lutero. O mesmo fato se dá com a relação entre Renascimento e Itália, variados livros didáticos usam a conhecida expressão “a Itália é o berço do Renascimento”, mesmo a Itália, assim como a Alemanha, só tendo passado a existir como Estado autônomo no século XIX.
Sendo assim, a banca resolve manter a questão e seu respectivo gabarito, negando a validade do recurso.
Questão 13
O(s) (A)s candidato(s) que questiona(m) esta afirmativa: “depois de séculos de aliança com o poder e com as classes dominantes, a Igreja busca novo comprometimento, a opção pelos oprimidos, inspirada na Teologia da Libertação” desconhece(m) que a origem e o desdobramento desse Movimento acontecem no Concílio Ecumênico II (1962 – 1965), quando a Igreja Católica, e não grupos isolados, discute sua origem e sua prática, buscando uma nova dimensão epistemológica para Teologia. Na América Latina, havia um terreno muito propício para a adesão desse movimento pelas perturbações políticas e econômicas que refletiam no social. É nesse contexto que ações com os pobres e oprimidos consolidam-‐se e propõem um modelo de Igreja, na
América Latina, mais próximo dos necessitados, as quais serão discutidas e incorporadas na Conferência de Medelin, Colômbia, 1968, e Conferência de Puebla, México, 1979. Quanto à opção III que o(s) (a)s candidato(a)s defende(m) como correta demonstra seu desconhecimento no que se refere ao populismo e a sua relação com os movimentos de massa e diante de tais considerações, a banca julga inconsistente o recurso.
Questão 15
Não há como negar que o novo papel da opinião pública tem importância decisiva no redimensionamento da política de estado. O extraordinário domínio, hoje, exercido pela mídia externaliza facilmente os diversos eventos, especialmente ações políticas de modo a justificar as ações militares, alegando legitimidade de modo a conseguir o apoio da opinião pública. Não podemos nos esquecer de que os Estados Unidos são, em certa medida, uma potência ideológica que precisa impor ao mundo um imaginário perturbador do terrorismo como parte essencial de sua política externa. É imaginário ainda pensar na internalidade do capital quando a globalização leva à transnacionalização dos investimentos. O(s) candidato(s), infelizmente, continua(m) com uma ideia equivocada, talvez pela forma como aprendeu/aprenderam História, acreditando que a força militar dos Estados Unidos dá relevo à economia do país. Parece, também, não ter tido oportunidade de aprender na escola que o mundo tornou-‐se grande e complexo demais para uma potência como Estados Unidos limitar-‐se à economia do país, considerando que sua preocupação maior é manter a hegemonia internacional e, ainda, tentar neutralizar a nova ameaça externa, depois da Guerra Fria, que é o fundamentalismo e o orientalismo, contra as quais se faz necessário promover uma mobilização internacional. É lamentável, ainda, constatar a defesa de que os Estados Unidos recuperaram sua hegemonia política ao conseguirem matar o temido Osama Bin Laden. Essa ideia demonstra uma relevante necessidade de algumas escolas ensinarem História na perspectiva de levar o estudante saber, de forma crítica, fazer uma leitura do presente com a ideia de que o conhecimento histórico não tenha só forma, mas também função, iniciativa que, sabemos, muitas escolas vêm fazendo, acompanhando o redimensionamento dos PCNs.
Questão 16
A questão 16 faz uma abordagem ampla sobre o preconceito aos judeus, islâmicos e árabes, temática fulcral na perspectiva de uma cultura de paz. Para a elaboração de uma questão tão perspicaz em uma seleção de Vestibular, faz-‐se necessário ampliar o universo de fontes e de ideias na construção de uma síntese, atividade que deveria ser utilizada na aula de História. O candidato atento percebeu que não só Zygmunt Bauman, mas Marc Ferro, Eric Hobsbawm e vários outros autores disponíveis na internet, foram consultados e usados nessa construção. A banca entende que o que deve ser questionado é se a competência de resolver esse tipo de questão está ao alcance do vestibulando. Questionamento este que não está presente no recurso. Até porque a banca acredita que, pelo tempo que se vem discutindo a necessidade de
trabalhar um conhecimento histórico que valorize as características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais e até pela pluralidade étnica e cultural da nossa sociedade, o ensino de História das nossas escolas já esteja relevando essa aprendizagem.
Quanto à opção de substituir a questão V pela I, revela o desconhecimento do candidato quanto ao redimensionamento das questões ideológicas, situadas no referido contexto, aceitando que foram formulações ideológicas democráticas e humanistas, e não a transferência do preconceito alimentado pelos judeus para islâmicos e árabes.
O recurso solicitando que a questão II seja substituída pela III improcede, se considerarmos que o candidato desconhece o dualismo cósmico entre os Estados Unidos e os regimes islâmicos do Oriente Médio e, ainda, reforça uma afirmativa incorreta, dificuldade entre mensagens e ouvintes (...) num mundo onde a tecnologia permite que as mensagens circulem instantaneamente.
PROVA DE QUÍMICA
Questão 17
Recebemos recurso à Questão 17 da prova de Química do Vestibular da UPE. Há outro recurso no qual é indicado “01” como o número da questão, em que é solicitada a sua anulação. Considerando que a primeira questão da prova de Química é a de número 17 e que a argumentação do candidato à questão “01” traz elementos contidos na Questão 17, acreditamos se tratar dessa mesma questão e, por isso, analisaremos de forma conjunta esses dois recursos.
Em um dos recursos, alega-‐se que a alternativa “D” “torna-‐se incoerente, já que a afirmativa coloca que os íons alcalinos não são reativos, mas são reativos na sua forma de substâncias simples, metálica e não aquosa como aproxima a questão”. No outro, é dito que “os metais alcalinos são muitos reativos, a ponto de, logo ao entrar em contato com a água, haver reação. No texto da questão, é afirmado que a explosão é provocada por uma faísca (...) o metal alcalino, pois estes não necessitam de ‘faísca’.”
Pelo que se pode entender, os dois recursos utilizam argumentos similares, afirmando que os metais alcalinos são muito reativos e, por isso, não poderiam estar na forma iônica na mistura combustível.
Em resposta a essas solicitações, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados nessas contestações, conforme exposto a seguir:
A alternativa “D” da Questão 17 não coloca que os íons alcalinos não são reativos. Por outro lado, ela apresenta uma opção capaz de satisfazer as características do líquido em questão, ou seja, “Uma mistura contendo o combustível inodoro e íons de um metal alcalino”. Assim, os íons estariam presentes numa mistura. Como essa mistura líquida é inflamável, ao ter contato com a faísca, ela provocou as chamas e, por causa da presença do metal alcalino, na forma iônica, queimou com um tom rosado.
Adicionalmente, é importante ressaltar que os íons de metais alcalinos também possuem estabilidade, por exemplo, em solventes próticos, meio aquoso ou alcoólico.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “D” como única alternativa correta à Questão 17, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 17: Manter o gabarito.
Questão 19
Recebemos contestação à Questão 19 da prova de Química do Vestibular da UPE. Alega-‐se que ela poderia ter duas opções corretas, alternativas “B” e “C”.
Em resposta a essa solicitação, a banca de Química discorda da posição apresentada na contestação. Nesse sentido, o argumento é exposto a seguir.
A alternativa “B” da Questão 19 afirma que o grafite apresenta “moléculas mais organizadas”. Essa afirmação não pode ser considerada correta, pois o grafite não apresenta em sua estrutura moléculas discretas, e sim átomos de carbono, ligados de forma organizada segundo uma estrutura denominada hexagonal compacto (HC).
Diante do exposto, mantemos a alternativa “C” como única alternativa correta à Questão 19, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 19: Manter o gabarito.
Questão 20
Recebemos recurso à Questão 20 da prova de Química do Vestibular da UPE. Solicita-‐se a anulação dessa questão alegando-‐se que, “Ao utilizar, no item IV, a gíria “BARATO”, a questão ficou dúbia uma vez que, no texto, BARATO foi utilizado no sentido literal e na alternativa no sentido figurado, que até então não havia sido utilizado”.
Em resposta a essa solicitação, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados, conforme exposto a seguir:
O enunciado da Questão 20 explicita que “O óxi é uma droga parecida com o crack só que mais barata e letal”. No item IV, tem-‐se que “Sais inorgânicos são os responsáveis pelo “barato” proporcionado pelo óxi e pelo crack”. Como pode ser verificado, o termo “barato”, no item IV, aparece entre aspas. Nesse caso, o problema exige interpretação do texto. Inclusive por estar entre aspas, há diferença de sentido entre barata, custo mais baixo, e “barato”, prazer momentâneo, portanto, o texto não está dúbio. Os sais inorgânicos não são os responsáveis pelo “barato” proporcionado pelo óxi e pelo crack.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “C” como única alternativa correta à Questão 20, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 20: Manter o gabarito.
Questão 21
Recebemos recurso à Questão 21 da prova de Química do Vestibular da UPE. Indica-‐se que o item III está incorreto. Transcrevendo o argumento utilizado:
“O item III está incorreto ao afirmar que a pinga (aguardente) estimulou a produção de etanol no Brasil. O texto descreve a descoberta desse pelos escravos do Brasil e não seu estímulo. O aumento da produção deu-‐se em função da procura de meios alternativos de produção de energia. Em 1975 foi criado o Programa Nacional do Álcool (Próalcool) com esta finalidade a fim de substituir, pelo menos em parte, o petróleo, pois desde o ano de 1973 o mundo já comentava sobre a “crise do petróleo”. No governo Lula (2003-‐2010), novamente voltou a ser estimulada a produção de novas fontes de energia renováveis e menos poluentes, e entre elas o etanol”.
Em resposta a essa solicitação, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados, conforme exposto a seguir:
Inicialmente, é importante registrar que o texto do enunciado dessa Questão 21 não descreve a descoberta do etanol pelos escravos do Brasil. Se assim o fizesse, seria um equívoco, pois há registros da produção e de usos do etanol em outras regiões e por outras culturas bem antes do período conhecido como Brasil Colônia. Adicionalmente, não consta no texto do enunciado e não há, no do item III dessa questão, nenhuma associação de que a pinga foi o único fator ou o principal fator a estimular a produção de etanol no nosso País. No item III, afirma-‐se que “A pinga, um legado do sistema escravocrata, estimulou a produção de etanol no Brasil”.
Além do açúcar (sacarose), a cachaça também teve grande importância econômica nas diversas fases históricas do Brasil. Devido às características da sua composição química e de seu processo de produção -‐ presença de um alto teor etanólico e etapas de processamento simples e similares -‐ historicamente, a pinga estimulou, impulsionou o setor sucroalcoleeiro no País para a obtenção de etanol. Além disso, no Brasil, durante muito tempo, incluindo o período colonial, o etanol era obtido com base em sucessivas destilações da aguardente. Seja pelo desenvolvimento histórico dos seus métodos de produção, ou seja, pelos fatores históricos associados a sua importância socioeconômica, cultural e técnica, a pinga estimulou a produção de etanol no Brasil.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “E” como única alternativa correta à Questão 21, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 21: Manter o gabarito.
Questão 22
Recebemos recurso à Questão 22 da prova de Química do Vestibular da UPE.
O candidato solicitou a resposta a essa questão alegando que “fez uma avaliação e que nenhum dos candidatos conseguiu resolver a referida questão”. Nesse sentido, segue uma resolução para a referida questão, contendo o detalhamento dos cálculos realizados.
Concentração (mol/L) = m/MM x V(L)
6mol/L = m/36,5 x 100/1000.
m = 6 x 3,65 = 21,9gramas de HCl.
37g HCl → 100g de solução de HCl
21,9g HCl → X = ?
X = (21,9 x 100)/37 = 59,2 gramas de solução de HCl.
Densidade (d) = m/V
1,18g/mL = 59,2g/V.
V = 50,2 mL.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “B” como única alternativa correta à Questão 31, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 22: Manter o gabarito.
Questão 23
Recebemos contestação à Questão 23 da prova de Química do Vestibular da UPE. Na contestação, é solicitada a anulação da Questão, afirmando-‐se que o item III é verdadeiro, pois o acetato de cálcio é solúvel. Afirma-‐se que os itens I, II e III estariam corretos, não tendo nenhuma opção de marcação disponível.
Em resposta à solicitação, a banca de Química discorda da posição apresentada na contestação. Nesse sentido, o argumento é exposto a seguir:
É apresentada na Questão 23 uma atividade experimental onde se coloca o acetato de cálcio em meio aquoso, a uma baixa temperatura (Figura 1) e a 85 oC (Figura 2). Em seguida, solicita-‐se análise das afirmações com relação a essa atividade experimental.
No item III, afirma-‐se que “Em condições padrão, o acetato de cálcio é bastante solúvel em meio aquoso”. Não é possível fazer essa afirmação com base no experimento, pois não foram apresentados dados relativos às condições padrão, somente foi apresentado, na atividade experimental, o acetato de cálcio em meio aquoso a uma baixa temperatura e a 85 oC, tornando a afirmação falsa.
Diante do exposto, mantemos a alternativa correta à Questão 23 a alternativa “B” conforme se encontra no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 23: Manter o gabarito.
QUESTÃO 27
Recebemos recurso à Questão 27 da prova de Química do Vestibular da UPE. Solicita-‐se a anulação da questão, alegando-‐se que “a alternativa E também contempla o pedido da questão”.
Em resposta a essa solicitação, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados, conforme exposto a seguir:
Citando um trecho da Resolução da ANVISA, o enunciado da questão indica que o “azeite de oliva virgem é o produto obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.) somente por processos mecânicos ou outros meios físicos, em condições térmicas que não produzam alteração do azeite, e que não tenha sido submetido a outros tratamentos além da lavagem com água, decantação, centrifugação e filtração”.
Assim não está correto afirmar que, de acordo com essas características, uma empresa que processa e comercializa uma marca de “azeite de oliva virgem” em uma rede de supermercados dê como garantia a informação contida na alternativa “E”, ou seja, a “retirada de um grupo de substâncias polares indesejáveis para a estabilização do produto em prateleira, realizando a destilação do óleo por arraste, com vapor d’água”.
A destilação por arraste com vapor d’água é uma técnica que envolve uma alta temperatura, necessária para a ebulição da água, 100 oC, a 1 atm. Sob essa condição, há riscos de modificação na composição química do azeite. Além disso, esse método é sugerido para purificação do azeite (“retirada de um grupo de substâncias polares indesejáveis”) e não para a sua extração, fato que não o qualifica como um “azeite de oliva virgem”, pois como está escrito nessa Resolução: ele não pode ter “sido submetido a outros tratamentos além da lavagem com água, decantação, centrifugação e filtração”.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “D” como única alternativa correta à Questão 27, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 27: Manter o gabarito.
Questão 30
Recebemos recurso à Questão 30 da prova de Química do Vestibular da UPE, o qual solicita a sua anulação, alegando que essa questão pode ter duas alternativas corretas: “A” e “D”. Para justificar uma possível validade para a questão “A”, alega-‐se que a “questão se refere à propriedade organoléptica com ênfase ao sabor” e que “a função éster é reconhecida como flavorizante (aroma + sabor)”.
Em resposta a essa solicitação, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados, conforme exposto a seguir:
A propriedade organoléptica mais contemplada no texto da letra da música “Morena tropicana” é o sabor doce. Isso pode ser verificado por meio de expressões como: “saliva doce”, “doce mel”, “mel de uruçu”, “caldo de cana-‐caiana”. Entre as substâncias representadas, a sacarose, o dissacarídeo representado na alternativa “D” é a que se relaciona diretamente à propriedade organoléptica mais contemplada nesses versos.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “D” como única alternativa correta à Questão 30, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 30: Manter o gabarito.
Questão 31
Recebemos recurso à Questão 31 da prova de Química do Vestibular da UPE. Alega-‐se que “Pois muitos metais alcalinos não se decompõem ao serem fundidos. Por vezes, não formam íons, o que impossibilitaria a passagem de corrente, não acendendo, pois, a luz”. Embora não haja vinculação desse comentário a nenhum dos experimentos apontados nessa questão, provavelmente ele se refere ao experimento III.
Em resposta a essa solicitação, a Banca de Química discorda dos argumentos apresentados, conforme exposto a seguir.
Nesse experimento III, não há informações sobre a decomposição de metais e também não ocorre a fusão de metais alcalinos. Existe um composto iônico, cloreto de sódio, fundido. Com isso, há íons liberados pela fusão, Na+(fundido) + Cl-‐(fundido). Considerando essa situação e de acordo com as demais condições trazidas no experimento, haverá condução de corrente elétrica e a lâmpada irá acender.
Diante do exposto, mantemos a alternativa “E” como única alternativa correta à Questão 31, conforme apresentada no gabarito oficial.
Parecer do recurso à Questão 31: Manter o gabarito.
PROVA DE FÍSICA
Questão 35
Manter Gabarito: D
ASSUNTO: Item 4 – Energia Mecânica
Solução
ITEM I
Inicialmente, a esfera cai acelerada sob a ação de seu peso P até atingir a mola. Em contato com a mola, além do peso, passa agir no corpo a força elástica Felást cuja intensidade é proporcional à deformação da mola. Enquanto Felást < P, o movimento é acelerado (velocidade aumenta). Quando Felást = P, a esfera atinge sua velocidade máxima. A seguir, Felást > P e o movimento passam a ser retardados (velocidade diminui) até a velocidade se anular. Com isso, conclui-‐se que o item I é FALSO.
ITEM II
No ponto de máxima deformação da mola, a energia cinética da esfera é nula, e temos:
2kx
)xh(mg2máx
máx =+
2x100
)x6(1012máx
máx =+⋅⋅
06xx5 máx2máx =−−
m 0,1ou x m 2,1x máxmáx −==
Somente a solução positiva faz sentido. Logo, m 2,1x máx = e o item II é FALSO.
ITEM III
A velocidade máxima ocorre quando o movimento passa de acelerado para retardado, e isso acontece quando a intensidade da força elástica se torna igual ao peso do corpo.
PFelást =
mgkx =
101x100 ⋅=
cm 10m 10,0x ==
Com isso, o item III é VERDADEIRO.
ITEM IV
Pela Conservação da Energia Mecânica, temos:
( )2kx
2mv
xhmg22
máx +=+
( ) ( )21,0100
2v1
1,0610122
máx ⋅+
⋅=+⋅⋅
5,02v
612máx +=
121v2máx =
m/s 11vmáx =
Logo, o item IV é VERDADEIRO.
ITEM V
Por conservação de energia mecânica, a velocidade da esfera, ao deixar a mola, é igual, em módulo, à velocidade da esfera ao chegar à mola:
2²mvmgh =
gh2²v =
1206102v =⋅⋅=
m/s 302v =
Conclui-‐se que o item V é VERDADEIRO.
Questão 41
Manter gabarito: E
ASSUNTO: Item 8 – Termologia (8.7 Termodinâmica)
Solução:
91090;1090100 ====−=−=Δ=
WQ
JQQQW ffq η
OBS: A eficiência de uma máquina frigorífica (conversão de trabalho em calor) pode ser maior que 1. O que não pode ser maior que 1 é o rendimento de uma máquina térmica (conversão de calor em trabalho).
Questão 44
Manter gabarito: E
ASSUNTO: Item 10 – Fenômenos Elétricos e Magnéticos (10.9 a 10.12)
Solução:
.9
'''
993
3'
3''3''';
''';
IIIRRIV
RAl
AlR
AAlAlAAlVVAlR
AlR
=⇒==
⋅===
=⇒==⇒===
ρρ
ρρ
Questão 47
Manter gabarito: E
ASSUNTO: Item 10 – Fenômenos Elétricos e Magnéticos (10.21 Campo Magnético)
Item 1 – Conhecimentos Básicos e Fundamentais (1.3 Escalas e Gráficos)
Solução:
A variação do módulo do campo magnético induzirá uma fem induzida na espira composta pelo suporte de resistência R e pela barra condutora. Como a relação entre B e t é linear, a fem induzida é constante, assim como a corrente induzida. O sentido da corrente induzida é anti-‐horário segundo a lei de Faraday-‐Lenz. A corrente induzida que passa pela espira é:
( )( ) θθφε
tgRxytgxy
RtBxy
RtRRi Bindind =−−=⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛Δ
Δ−=⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛Δ
Δ−==
111
Como uma força magnética aparece num fio que atravessa corrente e queremos que a barra esteja na iminência de levitar, temos
θcotgxyR
ymgByiBmg ind =∴⋅⋅=
Como ( ) 0BttgB +⋅−= θ , temos que o instante no qual a barra está na iminência de levitar é:
( ) θθθ cotg²cotg)(cotg 200 xymgRBBBt −=−−=
OBS: O assunto tratado nessa questão é a indução eletromagnética. Livros clássicos de física para o ensino médio como Fundamentos da Física de Ramalho, Nicolau e Toledo e Tópicos de Física de Newton, Helou e Gualter apresentam a explicação desse assunto. O candidato deveria saber usar a Lei de Faraday-‐Lenz, calcular a força sobre um fio que passa corrente na presença de um campo magnético e analisar gráficos de funções do 1º grau.
Questão 48
Manter gabarito: D
ASSUNTO: Item 11 – Relatividade Restrita e Física Quântica (11.16 Princípio da Incerteza)
Solução:
ITEM III é o único falso.
As incertezas Δx e Δp propostas pelo Princípio da Incerteza de Heisenberg não provêm de imperfeições dos instrumentos de medidas utilizados, mas sim da estrutura quântica da matéria.
PROVA DE SOCIOLOGIA
Questão 50 A argumentação do (a)s requerente(s) não se justifica, pois os motivos apresentados não possuem fundamentação nem consistência no que se refere aos pontos apresentados. O(s) candidato(s) apresenta(m) dois motivos para a anulação. Depois de analisado cada um desses, a banca examinadora percebeu que, no que se refere, ao primeiro ponto – está correta a D (gabarito oficial), mas também a C – NÃO PODE SER ACEITA, já que na alternativa C temos como corretas: I, II e III. Na letra D temos: I, II, III e V. Lembramos ao candidato que a proposição V também está correta. Portanto, a letra C não responde à questão. Se verificarmos com atenção, a afirmativa V: Karl Marx estabelece que o objeto de estudo da sociologia são as relações sociais estabelecidas pelos homens a partir da transformação da natureza para produzir meios de produção que satisfaçam suas necessidades, é correta. Segundo Tomazi (1993, p. 22), o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Dialogando com esse debate, Lakatos e Marconi (2009) afirmam que Karl Marx contribuiu para a compreensão da sociedade por meio das relações sociais que decorrem dos modos de produção a partir das transformações da natureza. Isso vem ratificar o erro de argumentação do candidato.
No que diz respeito à sua segunda justificativa – a questão está fora do programa contido no manual – NÃO PODEMOS TOMAR como válido, pois, se lermos, atentamente, o referido manual, na página 43 (Programa de Sociologia), encontraremos, no item 1.2, o seguinte título: A sociedade como objeto de estudo. Quando foi apresentado esse conteúdo, não poderia haver dúvidas: a sociedade como objeto de estudo da Sociologia é um tema que recebe várias visões teóricas construídas a partir de um olhar singular daquele(s) que se debruça(m) na compreensão dos fenômenos sociais. Portanto, a sociedade recebe um aspecto diferente em cada teoria, de acordo com a formação acadêmica e tendências epistemológicas, ou seja, Durkheim compreende a sociedade a partir do estudo dos fatos sociais; Weber, a partir da ação social significativa, e Karl Marx entende a sociedade como um conjunto de relações estabelecidas entre homens a partir dos meios de produção e da transformação da natureza. Diante disso, não observamos qualquer motivo que leve à anulação da questão já que corresponde ao conteúdo exigido pelo programa.
Questão 53
A questão não pode receber outra letra que não seja a B como resposta. Quando se conceitua a comunidade como um conjunto de pessoas que podem satisfazer todos os seus objetivos no grupo, não estamos enfatizando a totalidade de realização, mas a busca de objetivos comuns ao grupo. Como afirma Buber (2008, p. 50), comunidade é a ligação que se desenvolveu mantida internamente por propriedade comum (sobretudo da terra), do trabalho comum, costumes comuns, fé comum. De acordo com Tönnies (apud LAKATOS e MARCONI, 2009), comunidade é composta por indivíduos que estão envolvidos como pessoas completas que podem satisfazer todos os seus objetivos no grupo, seja esse objetivo um ou dez. Todavia, o autor não se refere em sua obra às satisfações holísticas dos indivíduos em comunidade.
Outro aspecto importante que devemos ressaltar é que a letra C não pode responder à questão já que, na proposição, encontramos o termo comunidade conceituado como constituída de grupos baseados na vontade livre das pessoas. De acordo com os estudos sociológicos sobre estrutura e organização social, as desigualdades criadas pelos homens para estabelecerem as relações sociais (observadas na constituição das comunidades) não são escolhas livres das pessoas. Se assim procedesse, não teríamos grandes distâncias entre as classes sociais (Ver LAKATOS e MARCONI, 2009; TOMAZI, 1993).
Questão 54
Essa proposição não pode ser lida apenas no contexto da expressão “... impostos arrecadados),... possibilita o bem-‐estar da maioria da população”. A justificativa é clara. A totalidade da alternativa nos levará a perceber que as condições desfavoráveis das habitações REVELAM que o estado não está voltado nem preparado
para a aplicação dos recursos oriundos dos impostos, permitindo o favorecimento de condições sociais mais justas para boa parte da população. Além disso, a letra D sugerida como resposta pela candidata traz um erro sociológico crucial: a estrutura social que possui uma hierarquização rígida em sua organização são as castas. As classes sociais proporcionam a mobilidade dos indivíduos na sociedade. Sendo assim, o indivíduo que mora numa palafita poderá, diante do “sistema capitalista de oportunidade e igualdade para todos”, se mover na estrutura social rompendo a diferença imposta pela desigualdade social. Para que isso se concretize, é necessária uma organização social que permita o acesso dos indivíduos aos bens de produção e consumo (Ver LAKATOS e MARCONI, 2009). A problemática dessa questão foi a falta de contextualização e de interpretação por parte da candidata. Diante disso, a banca INDEFERE o pedido de mudança de gabarito.