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  • 7/26/2019 [RESUMO] 1 Verdade e Mentira No Sentido Extra-moral

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    Histria e Antropologia Jurdicas 2014.2

    Friedrich Nietzsche

    Verdade e mentira no sentido extra-moral

    Marcos Tlio Rodrigues Athayde Jnior

    Apresentao por Noli Correia de Melo Sorinho

    Noli, em sua apresentao, destaca !ue a o"ra #$erdade e %entira no

    &entido '(tra)moral* se trata de uma o"ra pstuma de Niet+sce em um dado

    momento em !ue se distancia-a, intelectualmente, de nomes como agner e

    &copenauer, e dei(ara /lorescer seu lado ctico, dito por Noli como erdado

    de !ant.

    artindo para o ponto central da o"ra, tem-se a idia da verdade

    como objeto de estudo, com Niet+sce se opondo idolatria do !ue se

    cama #"erdade* e in-estindo contra a /iloso/ia moderna, /a+endo contradies

    e !uestionamentos so"re o real signi/icado do !ue se tem por # conheci#ento*,

    nas teorias e(istentes. $indo a desco"rir !ue a -erdade, to "uscada pelos/ilso/os, na realidade se trata-a simplesmente de um engano, uma armadila,

    passou a se !uestionar so"re por !ue o mundo se mostraria tal como , ou por

    !ue se de-eria recepcionar a certe+a de uma consci3ncia !ue era apenas

    espelo e super/cie.

    Nietzsche, em sua obra e segundo Noli, nos prope uma tese da

    relatividade do conhecimento humano. %ais uma -e+ indo de encontro ao

    pensamento /ilos/ico, agora no sentido do # intelecto*, Niet+sce e(pe !ue setrata apenas de uma coisa transitria e com limitaes, di/erente da coisa

    sagrada da !ual trata-am os /ilso/os.O intelecto ilude, dissimula, orja

    imagens luminosas, nas pala-ras de Noli.

    No !ue concerne oposio !ue se tem entre -erdade e mentira,

    podemos concluir !ue a verdade e a mentira s"o rutos das rela#es

    sociais, ou, da camada #"ida e# reanho* e sua respecti-a linguagem.

    $egundo o pensamento de Nietzsche, a!uilo !ue mantm o homem

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    dentro de seu rebanho e !ue lhe d% conorto no mesmo, tido como

    verdade, ao passo !ue a mentira tida como algo !ue venha a promover

    exclus"o ou amea#a no &mbito do mesmo rebanho. Nas pala-ras de Noli

    #A "erdade e a #entira so ditas a partir do critrio da utilidade ligada $ paz no

    reanho%&&&'a "erdade a "erdade do reanho*.

    Ainda no campo da -erdade, dito !ue as palavras n"o correspondem

    a uma realidade, mesmo !ue ditas como orma de verdade. A pala-ra

    tratada por Niet+sce como reles #et()ora, e por sua -e+, os conceitos 5!ue

    para Niet+sce tam"m so met6/oras7, so tidos como meios !ue a /iloso/ia e

    a ci3ncia dispunam para dizer a "erdade8 meras a"straes.

    Noli conclui sua apresentao a/irmando !ue segundo o pensamento

    de Niet+sce, o homem o g'nio da ar!uitetura e o mestre da

    dissimula#"o, onde resume !ue o omem, por possuir o intelecto,

    respons6-el pela construo dos conceitos, pala-ras e sons 5meta/ori+ados7 a

    /im de !ue consigaprotelarsua perman3ncia na terra.

    *erdade e #entira no sentido e+tra,#oral

    9ogo em seu incio, Niet+sce nos tra+ uma /6"ula onde o /oco so os

    #ani#ais inteligentes* !ue por sua -e+, criam o conecimento. :onclui, di+endo

    !ue tal /ato /oi apenas #u# #inuto* dentro da imensido da istria uni-ersal, e

    !ue aps isso, o planeta congelou e os seres morreram. O !ue representa

    para Nietzsche tal %bula( &implesmente o !u"o inexpressivo e )nimo o

    conhecimento humano se comparado * grandeza do universo +no !ue ele

    se reere * histria universal, ou do nosso prprio planeta. Nsumanos temos a tend3ncia de acar !ue as coisas giram em nosso entorno,

    ou !ue e(istem para "ene/cio nosso, e no passa nem pela nossa ca"ea, !ue

    elas podem e(istir 5e de /ato, e(istem7 apenas por e(istir, sem nenuma

    relao direta conosco. No 6 nenuma relao de pertin3ncia entre o

    intelecto umano e o restante do uni-erso. &omos apenas possuidores de uma

    in"eno, !ue inventamos para acharmos !ue outras coisas nos

    pertencem, senoo nosso prprio ego. :ita, em seu terceiro par6gra/o, oe(emplo dos /ilso/os 5tidos por Niet+sce como #os ho#ens #ais arrogantes*7,

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    !ue acreditam ser o ponto central dos olares e o /oco de toda uma

    uni-ersalidade, apenas por conta de seus escritos e tra"alos, os !uais

    pensam as circunst;ncias da -ida de um modo idealistae "em con)ort("el.

    < intelecto, por Niet+sce tido como /erramenta /undamental dos /racose des/a-orecidos, reali+a a /uno de prote#"o para tais, como /orma de

    manter os seres umanos em e(ist3ncia, !uer se=a por #u# #inuto*. orm, o

    intelecto 5o conecimento7 a porta de entrada para um mundo no !ual n"o se

    dado o devido valor real das coisas, ou se=a, o valor da exist'ncia

    suprimido pela inven#"o do conhecimento, onde o mesmo, por ser-ir de

    proteo para a raa umana, ser-e como instrumento de ilus"o,

    escondendo por tr6s de panos a -erdadeira /ace e(istencial. Ainda so"re omesmo intelecto, Niet+sce pontua uma caracterstica "ase de suas /unes a

    dissimula#"o. *isto -ue o ho#e#. #unido apenas de #os e pernas. utiliza

    da dissi#ulao no s/ para se soressair aos outros ani#ais na usca pela

    sore"i"0ncia. #as ta## para criar toda u#a no"a concepo de

    e+ist0ncia. #ergulhando na iluso e nos sonhos. criados 1conceidos2 pelo

    intelecto.

    #Mas o que sabe o homem, na verdade, de si mesmo3 4 ainda. seriaele sequer capaz de se perceber a si prprio . total#ente de oa,). co#o se

    esti"esse e+posto nu#a "itrine ilu#inada*> ?ais indagaes so /eitas pelo

    autor, com "ase na pro/undidade !uase !ue a"issal em !ue se encontra a

    umanidade, a ponto de no se acreditar mais em um -erdadeiro instinto, sem

    !ue o mesmo passasse por uma lapidaopelo intelecto e pelo conecimento

    umano. O homem se prendeu * sua prpria inven#"o, e assumiu para si

    como .nica realidade, pondo-se em um lugar de desta!ue !ue nunca lhepertenceu.

    As relaes entre indi-duos so mediadas pela dissimula#"o. ara

    e-itar o ellu# o#niu# contra o#nes, ou #A guerra de todos contra todos*

    citado por /homas 0obbes, o omem sente a necessidade de dissi#ular a

    realidade e(istencial com /ins de proteo do meio, para !ue a armonia

    impere, e a pa+ em seus re"anos permanea de tal /orma a e"itar o estado de

    natureza, criando assim, contratos sociais entre si, a"dicando de li"erdades,

    pre/er3ncias e opinies unicamente em troca da con-i-3ncia pac/ica. ' isso

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    o em"rio do !ue podemos camar de #"erdade* do ser umano, !ue nada

    mais sen"o uma designa#"o aceita e entendida como tal por todos, a

    im de !ue se possa garantir sua exist'ncia. No tarda, pois, a aparecer a

    relao de oposioentre #"erdade* e ##entira*.

    < !ue se di+ ##entiroso* nada mais do !ue um #in"ersor da sua

    realidade5, logo se persistir em tais atos com intuito de tirar pro-eito da

    sociedade, a mesma agir% com repreens"o, e(cluindo o mentiroso de seu

    nico e passando a adotar uma imagem negati-a para ele.

    odemos tomar como e(emplo a atual pol)tica brasileira, onde os tidos

    como ##entirosos* so e(cludos do cerne de parte sociedade !ue -isa

    melorias, a outra parte !ue segue os passos de tais polticos, compactuam

    com um aspecto !ue o prprio Niet+sce e(pe em seu te(to, !uando di+ !ue

    #o ho#e# )oge #enos da #entira do -ue do pre6u7zo pro"ocado por u#a

    #entira*.

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    ara e(empli/icar !ue a -erdade no est6 nem perto de ser alcanada,

    so postas em !uesto as di-ersas l7nguase(istentes no mundo, onde cada

    uma, de acordo com sua particularidade, de/ine 5designa7 di/erentes

    signi/icados para propriedades de uma coisa, !ue se=a. /omamos por

    verdades, designa#es convencionadas ao nosso deleite e ao nosso bom

    grado. Ns no assumimos o real sentido, a #coisa e# si*, mas to somente

    suas rela#es. ' a -em a !uesto das #et()oras, a"ordadas por Niet+sce.

    uando se /ala em /ormao de #pala"ras*, ocorrem dois passos 5e duas

    met6/oras7 para o autor, a primeira !uando se trata da transorma#"o de

    uma excita#"o nervosa em uma imagem, e em se!u'ncia a transorma#"o

    dessa imagem em um som. :ura#ente #et()oras. Ns, atra-s do nosso

    intelecto, acreditamos !ue as designaes !ue /a+emos para as coisas do

    mundo so a"solutas, portanto, -erdades, mas, de /ato no tomamos o

    -erdadeiro sentido de tais coisas como -erdadeiros -isto !ue nossas

    designa#es em nada t'm a ver com *s origens reais das coisas . 4

    cria#"o daspalavras, e por conse!u'ncia, da linguagem, n"o obedece o

    tr&mite normal a !ue deveria seguir, de acordo com Nietzsche. ara ele, se

    a!uilo !ue omem conece por #"erdade* no pro-m de uma entidade maior,

    como S7rius 5!ue nos tempos antigos e em -6rias ci-ili+aes /oi tida como

    /onte de sa"edoria misteriosa7, n"o pode de orma alguma vir da ess'ncia

    das coisas em si.

    osteriormente, o autor nos d6 a idia de #conceito*, como uma palavra

    !ue designa um vasto n.mero de casos, ao mesmo tempo, !ue possuem

    certa semelhan#a. $e=a, n"o s"o idnticos, e sim com uma certa

    semelana, !ue os torna di/erentes. O conceito nos traz uma idia de

    generaliza#"o subjetiva de uma coisa, apenas por aspectos !ue se

    coniguram semelhantes a uma ideia de exist'ncia una e original de tal

    coisa.

    A #"erdade* tratada como um processo de relaes umanas,

    amadurecido na iluso pela poesia e pela retrica, e !ue com o passar dos

    tempos /oi se a/irmando como est6-el pela sociedade. ?ais ilus;es, #et()oras,

    #eton7#ias e antropo#or)is#os /oram mantidos como tais, de-ido nossa

    capacidade de es!uecimento, e com isso, postos como !uase !ue imut6-eis

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    para /ins de paci/icao do nosso re"ano. < !ue camamos de # "erdade*

    5mesmo !ue inconscientemente7 s e(iste com apenas um propsito manter o

    nosso contrato social.

    O homem , como airma Nietzsche, um gnio da arquiteturapor!ue conseguiu, sobre unda#es r%geis e movedi#as, erguer seu

    castelo de conceitos baseado apenas no seu intelecto, ou seja, na

    viv'ncia en!uanto homem, de !ue os seus conceitos +sejam verdadeiros,

    sejam mentirosos serviriam para ade!uar pac)ica e ordeiramente a

    conviv'ncia dentro do rebanho. As de/inies de *"erdades* so su"=eti-as,

    e no #"erdades se# si*, !ue se desprendem da e(ist3ncia do omem para

    e(istir. Bma pessoa !ue -ena a "uscar pelo sentido da -erdade, ir6meramente pes!uisar tomando o omem como centro do uni-erso e cair6 em

    erro sempre, por tomar as #et()orasenrai+adas pelo nosso conecimento

    como -erdade. Apenas o /ato de !ue o omem possui sua capacidade de

    es!uecimento, /oi pleno para !ue continuasse a e(istir, a/inal, suas #et()oras,

    #eton7#ias, antropo#or)is#ose ilus;esperduram at o=e.

    $eres humanos t'm diiculdade de perceber a si mesmo, logo no

    dispem de critrios para perce"er ou tentar perce"er e reconecer at !ue

    ponto outro ser, como p6ssaros, perce"em o mundo. N"o podemos airmar

    !ue a nossa vis"o de mundo, com as nossas verdades e mentiras criadas

    por ns mesmos para reg'-lo, s"o as mesmas impresses !ue tais seres

    t'm, tornando um absurdo pleno de contradies o conceito de

    percep#"o justa, segundo o texto.

    &e a repeti#"o das met%oras, por "(rias e "(rias "ezes, se tornam

    parte real da -ida em sociedade, perdurando at os dias de o=e como /orma

    de erana, elas aca"am por se tornar unas e indispens6-eis para a nossa

    realidade. Tal -ual u# sonho. repetidas "ezes sonhado. -ue tido co#o

    asoluta#ente real. $e ns possu)ssemos a capacidade de perceber certas

    coisas dierentemente de outros iguais, e essas coisas ossem a ess'ncia

    do !ue se percebe, cairiam por terra uma diversidade de conceitos pr-

    estabelecidos por ns mesmos e tidos como .nicas verdades at ent"o .

    Bma -e+ !ue ti-ssemos acesso s -erdades das #coisas e# si*, no a-eria

    mais necessidade de rotulaes e /ormulaes enganosas e ilusrias so"re a

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    concepo de tudo o !ue nos rodeia. ortanto, como o prprio te(to tra+,

    #todas as rela;es nada )aze# seno re#eter,se u#as $s outras e so.

    asoluta#ente inco#preens7"eis -uanto $ sua ess0ncia*.

    A ci'ncia se comporta como uma edi/icadora do colu#(rio deconceitos=6 e(istentes e inerentes e(ist3ncia umana, sempre se propondo a

    acrescentar mais e mais andares e elementos em tal construo. 'n!uanto o

    homem de a#"o le-ado a se su"meter a seus conceitos, o pes!uisador

    apenas se a"riga neles para seproteger. A necessidade hu#ana de se#pre

    estar #odi)icando suas #et()oras. danando con)or#e a #sica. se

    asse#elha aos sonhos. a)inal. co#o os gregos citados por Nietzsche. e#

    poss7"el -ue u#a ci"ilizao inteira e# estado de "ig7lia se asse#elhe co# u#sonho. Craas ao poder do mito.

    &omos /acilmente enganadose iludidospelos nossos prprios conceitos

    e mitos, temos uma aptido natural para isso. @esen-ol-emos isso. O nosso

    intelecto n"o tratado como mestre da dissimulao * toa, ele usado

    pelo o homem como erramenta essencial para suas ambi#es e

    interesses. < intelectose /orti/ica cada -e+ mais, usando os conceitos para

    isso, e se algum deles passar a no mais e(istir, l6 est6 o intelecto no-amente

    para recri6)lo de /ormas inclusi-e 5e ironicamente7 inesperadas.

    Dinali+ando, Niet+sce nos tra+ duas ormas de homem o homem

    racional, guiado pelos conceitos e co# #edo das intui;es, e o homem

    intuitivo, irracionale le"ado por seus pensa#entos. O homem racional, por

    !uerer uma vida regular e baseada em conceitos, oge da inelicidade

    assim como o homem intuitivo, !ue alm disso, oge de uma vez das

    met%oras e abstra#es, colocando em vus transparentes os seus

    pensamentos, caindo, sim, mas sempre procurando o caminho !ue leva,

    n"o aos conceitos e a uma vida de iluses, mas a um modo de pensar na

    ess'ncia. < omem intuiti-o "usca a #"erdade das coisas e# si* sem se ater

    s met6/oras das de/inies nas !uais a sociedade se ilude.

    EFE9F

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    1alavras do proessor

    ara lato 5Alegoria da :a-erna7

    52N6O $7N$8V79 52N6O :N/79:;8V79$emos apenas som"ras Fdeias imper/eitas

    Dalsas impresses $erdade

    ara Niet+sce, jamais sa)mos do mundo sens)vel, jamais

    conseguiremos a verdade absoluta. ara ele, no e(iste 4 V7

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    Acontece a #desnaturalizao da coisa* en!uanto tal para !ue possa ser

    compreendida ou conecida pelo umano. $amos tentar esta"elecer uma

    se!u'ncia lgica?

    ?udo com o !ue o ser umano se relaciona, cega primeiramente

    atra-s de uma imagem mental, por e(emplo, a coisa #(r"ore*. Btili+ando o

    termo #(r"ore*, todos conecem uma imagem do !ue ar-ore, e !ue,

    e/eti-amente, no igual para todos. uando o umano se deparou

    primeiramente com uma 6r-ore, e ele perce"eu sua e(ist3ncia, para poder se

    re/erir !uilo, o nosso cre"ro ela"orou uma imagem so"re o !ue esta-a no

    #undo natural, e tal imagem -ai ser-ir para podermos re#e#orartal coisa num

    dado momento da em diante. 7ssa imagem, no entanto, n"o a coisa emsi @ ainal, para Nietzsche, ns nuncase!uer chegaremos nas coisas

    em si @ ela algo !ue se equipara * coisa para !ue eu possa conhec'-

    la.

    'ssa imagem mental se reere coisa mas n"o propriamente a coisa.

    ara Niet+sce, uma #i#age# -ue constru7#os co# a e+peri0ncia*. 'ntre a

    imagem na nossa ca"ea e a #coisa e# si*, no e(iste nenuma relao

    natural. Na impossi"ilidade de in-ocarmos a coisa /sica, ns in-ocamos algo

    !ue se e-uipare, esta"elecendo, ento, uma relao esttica com algo cu=a

    nature+a di/erente do !ue representa, mas !ue possi"ilita a comunicao. 4

    coisa concreta en!uanto a imagem mental abstrataA 4 imagem ou

    tenta traduzir o !ue a coisa, ou re.ne experi'ncias emp)ricas sobre o

    !ue a coisaA %ais uma -e+, repito a imagem !ue ormamos n"o a

    coisa em si, mas meramente algo !ue oi ormado em nossa cabe#a

    para representar a coisa, havendo rela#"o esttica e n"o natural, entre acoisa, a imagem mental, o onema e a palavra escrita ou simblica.

    :ada sociedade a partir dos -alores e dos conte(tos /ormam i#agens,

    )one#as, pala"ras, conceitos e sentidos di/erentes para cada coisa. 'odo

    conceito uma signi%icao da palavra. &e partirmos para a pala-ra,

    diretamente, sem respeitar a construo istrica das pala-ras estrangeiras,

    1

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    por e(emplo, estaremos desrespeitando a"surdamente o processo de criao

    de tais pala-ras, /onemas e imagens. Niet+sce di+, !ue #arte a

    trans)or#ao das >coisas e# si? e# todo o processo -ue le"a a )or#ulao de

    conceitos*. O !ue estabelece, ent"o, !ue um enunciado seja verdade ou

    mentira(< !ue esta"elece, a legitima#"o por um grupo de poder, !ue di+

    o !ue "(lido ou o !ue in"alido, posto !ue det3m o poder para tal. 4

    verdade nada mais do !ue o enunciado legitimado por um grupo de

    poder.

    No 6 a ideia de !ue a -erdade a ##entira repetida*, pois pra

    Niet+sce, no 6 essa repetio, embora toda verdade seja mentira, a/inal

    de contas, toda -erdade uma mentira legitimada. H6, porm, um papel derepetio !ue atua na naturali+ao da -erdade. 7ntre a legitima#"o por um

    grupo de poder e a verdade naturalizada, existe o ator tempo . #@ apenas

    por es-uecer. -ue cre#os -ue a concluso 1"erdade natural2 re)lete a coisa e#

    si*. @epreende)se, pois, !ue o es!uecimento humano ator undamental

    para o enraizamento da verdade natural.

    5as !ual o objetivo geral do texto(< o"=eti-o, a co#preensode

    !ue a verdade relativa, e n"o absoluta, logo, n"o podemos tom%-la comocoisa em si.

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    podemos ser apenas intuitivos, posto !ue passaremos a nomear tudo sem

    atender a ligao com o !ue =6 est6 esta"elecido, os enunciados e conceitos

    no sero legiti#ados, gerando exclus"o. O melhor !ue possamos dosar

    as duas realidades, racionalidade e intuitividade. < melor !ue se tena

    e!uil"rio entre ho#e# racionale ho#e# intuiti"o.