Resumo de Kurt Lewin
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Resumo - Kurt Lewin
KURT LEWIN, psicólogo alemão, nasceu em 9 de setembro de 1890 em Mogilno, Alemanha, na
época, morreu em Newtonville, Massachusetts, Estados Unidos, em 12 de fevereiro de 1947.
Na Alemanha, estudou em Freiburg, Munique e Berlim, onde se doutorou em 1914, quando foi para a
Primeira Guerra Mundial como oficial do Exército alemão trabalhando no Instituto Psicanalítico de
Berlim. Foi para os Estados Unidos em 1933, onde se refugiou antes da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), pois suas teorias eram incompatíveis com o Nazismo. Não voltou mais para a Alemanha.
� Obras literárias A Dynamic Theory of Personality (1935; Teoria dinâmica da personalidade)
Principles of Topological Psychology (1936; Princípios de psicologia topológica).
� Trabalho nos Estados Unidos
Trabalhou nas universidades de Cornell, Stanford e Iowa, fundou o Centro de Pesquisa de Dinâmica de
Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, (MIT), em 1945. No Instituto fez diversos
trabalhos e formou muitos profissionais no campo da psicologia e da Sociologia e fisiologia. Entre os
anos de 1946 e 1953, Kurt Lewin integrou o grupo reunido sob o nome de Macy Conferences,
contribuindo para a consolidação da teoria cibernética junto com outros cientistas renomados:
Arturo Rosenblueth, Gregory Bateson, Heinz von Foerster, John Von Neumann, Julian Bigelow,
Lawrence Kubie, Lawrence K. Frank, Leonard J. Savage, Margaret Mead, Molly Harrower, Norbert
Wiener, Paul Lazarsfeld, Ralph W. Gerard, Walter Pitts, Warren McCulloch e William Ross Ashby;
além de Claude Shannon, Erik Erikson e Max Delbrück.
� Teoria psicológica
A teoria do campo psicológico, formulada por Lewin, afirma que ‘as variações individuais do
comportamento humano com relação à norma são condicionadas pela tensão entre as percepções
que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico em que se insere, o espaço vital’, onde abriu novos caminhos para o estudo dos grupos humanos. Dedicou-se às áreas de processos
sociais, motivação e personalidade, aplicou os princípios da psicologia da Gestalt. Lewin desenvolveu a
pesquisa-ação (Action-Research), tentando com ela dar conta de dois problemas levantados pela
sociedade em sua época: os problemas sociais e a necessidade de pesquisa. Fez isso, pois nem sempre a
pesquisa social pode ser levada para os laboratórios. Infelizmente, na época de hoje também, existem
muitas fontes de pesquisa que não são confiáveis. Não podemos deixar de falar da teoria de três
etapas (descongelamento, movimento e recongelamento) de Lewin que revolucionou a ideia de
mudança em organizações.
� COMPORTAMENTO HUMANO – Influência de fatores
Para o entendimento dos fatores próprios e individuais, ou seja, os fatores internos inerentes ao comportamento humano, deve-se considerar que o ser humano é um animal social; entretanto, cada
sujeito possui aspectos que os tornam únicos. Existem diferenças sociais, culturais e particulares que
influenciam nos padrões de comportamento, na formação da personalidade, nas aspirações, valores,
aptidões, e motivações de cada um. Cada pessoa é considerada um fenômeno multidimensional.
(Chiavenato, 1998).
Esta “multidimensionalidade” torna o estudo do clima organizacional ainda mais complexo, daí a
necessidade de analisarmos cada um dos fatores, pois o clima é o conjunto e a inter-relação entre
pessoas, que por sua vez são um novo conjunto e inter-relação de comportamentos.
A seguir, três teorias importantes para a compreensão do comportamento humano: a Teoria do
Campo, de Kurt Lewin, a Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger e o conceito de
Motivação, proposto por Freud, Maslow e outros autores.
� Teoria de Campo de Kurt Lewin
A teoria de Kurt Lewin, um dos primeiros psicólogos a estudarem as organizações, explica que ‘os
padrões de comportamento são decorrentes das interações e das influências que o indivíduo
estabelece com o meio’. Essa teoria explica como cada indivíduo sintetiza de forma diferente as
vivências com o meio ao longo de sua vida; assim, cada pessoa, ‘cada ser humano, possui uma
dinâmica interna própria’, portanto, interpreta e percebe as coisas, as pessoas, as situações de
forma particular.
O comportamento é resultado de uma totalidade de fatos e eventos coexistentes em uma determinada situação. A inter-relação entre os ‘fatos e eventos’ cria um ‘campo dinâmico’. Este
campo dinâmico, ou ‘ambiente psicológico’, corresponde aos ‘padrões organizados de
comportamentos e percepções do indivíduo em relação a si e ao seu ambiente’. (Chiavenato, 1998).
� Algumas prerrogativas da teoria de campo de Lewin:
- O comportamento deriva da coexistência dos fatos; - Essa coexistência dos fatos criam um ‘campo
dinâmico’, o que significa que o ‘estado de qualquer parte do campo depende de todas as outras
partes’; - ‘O comportamento depende do campo atual ao invés do passado ou do futuro’.
‘O campo é a totalidade da coexistência dos fatos que são concebidos como mutuamente
interdependentes’.
‘Indivíduos se comportam diferentemente de acordo com o modo em que as tensões da percepção
do self e do ambiente são trabalhados’.
‘O campo psicológico’ ou ‘espaço vital’ (lifespace, em inglês), dentro dos quais as pessoas agem
precisa ser levado em conta ‘a fim de entender o comportamento’.
Os indivíduos participam de uma série de ‘espaços vitais’ (ex: família, escola, trabalho, igreja etc) e esses foram construídos sob a influência de inúmeros vetores de força.
O comportamento é função do campo que existe no momento em que o comportamento ocorre e é
representado pela seguinte fórmula:
C = f (P,A) em inglês estas siglas tornam-se: B = f (P,E)
A fórmula significa que o comportamento de alguém está relacionado às ‘características pessoais’
e à ‘situação social’ na qual se encontra.
� Teoria do Espaço Vital
Por toda carreira de 30 anos, Lewin dedicou-se a área amplamente definida da motivação humana,
descrevendo o comportamento humano dentro de total ‘contexto social e físico’ (Lewin, 1936,
1939). Seu conceito geral de psicologia era prático, concentrando nas ‘questões sociais’ que afetam
a nossa ‘vida pessoal e profissional’. Buscava humanizar as fábricas da época, de modo que o
trabalho se o tornasse mais uma fonte de satisfação pessoal do que apenas uma forma de ganhar a vida.
O conhecimento a respeito da teoria de campo da física fez com que ele imaginasse que as
atividades psicológicas de um individuo também ocorrem dentro de um campo psicológico,
chamado Teoria do Espaço Vital - que compreende todos os acontecimentos do passado, do
presente e do futuro que nos afetam. Do ponto de vista psicológico, cada um desses fatos determina algum tipo de comportamento em uma situação específica. Dessa forma, ‘o espaço vital’
consiste na necessidade de as pessoas interagirem com o ambiente psicológico. A ‘Teoria do Espaço Vital’ exibe diversos graus de desenvolvimento em função da quantidade e do tipo
de experiência acumulados. Como o bebê tem pouca experiência, possui poucas regiões diferenciadas
no seu espaço vital. Um adulto extremamente culto e sofisticado é dotado de um espaço vital
complexo e bem diferenciado, exigindo grande variedade de experiência profissional. Lewin tentou
criar um modelo matemático para representar esse conceito teórico de processos psicológicos. Devido
ao interesse em um único indivíduo (um único caso) e não em grupos nem no desempenho médio, a
análise estatística não tinha muito valor para esse fim.
Lewin escolheu a ‘topologia’, uma forma de geometria, para criar um diagrama do espaço vital,
mostrando os objetivos possíveis de uma pessoa e os caminhos que conduziam a essas metas em
qualquer momento determinado. Dentro do mapa topológico, usado para criar o diagrama de todas as formas de comportamento e de
fenômenos psicológicos, Lewin usava setas (vetores) para representar a direção do movimento do
indivíduo em busca da meta. Acrescentou a noção de peso a essas opções (valências) para referir-se
ao valor positivo ou negativo dos objetos, dentro do espaço vital. Os objetos atraentes ou que
satisfizessem às necessidades humanas recebiam valência positiva, enquanto os ameaçadores recebiam valência negativa. Esses diagramas chegaram a ser chamados de "psicologia do quadro-
negro".
Lewin postulou um estado de equilíbrio entre a pessoa e o seu ambiente. Quando esse equilíbrio é
perturbado, surge uma ‘tensão’ (o conceito de ‘motivação’ ou necessidade de Lewin) que leva a
algum movimento, numa tentativa de restaurar o equilíbrio. Ele acreditava que o comportamento
humano envolve o contínuo aparecimento de ‘tensão-locomoção-alívio’. Essa sequência é
semelhante à de ‘necessidade–atividade-alívio’. Sempre que uma ‘necessidade’ é sentida, existe um
‘estado de tensão’, e o organismo tenta descarregá-la agindo de modo a ‘restaurar o equilíbrio’.
A primeira tentativa experimental de testar essa proposição foi feita, sob a supervisão de Lewin, por
Bluma Zeigarnik, em 1927. Propôs-se aos sujeitos uma série de tarefas, permitindo-lhes completar
algumas, mas interrompendo-os antes de poderem terminar outras. Lewin previra que um sistema de
‘tensão’ se desenvolve quando se propõe a sujeitos uma ‘tarefa a realizar’; quando a ‘tarefa é
completada’, a ‘tensão se dissipa’; e quando a ‘tarefa não é completada’, a ‘persistência da tensão’
resulta numa ‘maior probabilidade de que a tarefa seja recordada’. Os resultados de Zeigarnik confirmaram as previsões. Os sujeitos se recordaram mais das tarefas interrompidas do que as
terminadas. Muitas pesquisas subsequentes foram feitas sobre o que hoje é conhecido como o ‘efeito
de Zeigarnik’.
A característica notável da psicologia social de Lewin é a dinâmica de grupo, a aplicação de
conceitos relativos ao ‘comportamento individual’ e ‘comportamento de grupos’. Assim como o
‘indivíduo e seu ambiente’ formam um ‘campo psicológico’, assim também o ‘grupo e o seu
ambiente’ compõem um ‘campo social’. Os comportamentos sociais ocorrem no interior de
entidades sociais simultaneamente existentes como subgrupos, membros do grupo, barreiras e
canais de comunicação, e delas resultam. Assim, o ‘comportamento do grupo’ é uma ‘função do
campo total existente’ em qualquer momento dado.
Além disso, Lewin acentuou a importância da ‘pesquisa de ação social’, o estudo de ‘problemas
sociais relevantes’ voltados para a ‘introdução de mudanças’. Ele se preocupava com os conflitos
raciais e fez estudos comunitários sobre os efeitos da habitação integrada sobre o preconceito, sobre a
equalização de oportunidades de emprego e sobre o desenvolvimento e a prevenção do preconceito em
crianças. Sua pesquisa de ação social transformou problemas como a ‘discriminação’ e o
‘preconceito’ em estudos controlados, aplicando o rigor da ‘abordagem experimental’ sem a
artificialidade e a esterilidade do laboratório acadêmico.
BIBLIOGRAFIA
SCHULTZ, Duane P., SCHULTZ, Sydney Ellen – História da Psicologia Moderna, Ed. Cultrix, 2000,
São Paulo – SP.
INTERNET
http://www.administracaoegestao.com.br/pesquisa-de-clima-organizacional/a-teoria-de-campo-de-kurt-
lewin/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kurt_Lewin
http://www.administracaoegestao.com.br/pesquisa-de-clima-organizacional/a-influencia-de-fatores-
inerentes-ao-comportamento-humano/