Resumo Do Capitulo 5 Do Livro Design No Brasil de Lucy Niemeyer
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FACULDADE DE ESTUDOS AVANÇADOS DO PARÁ
CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN GRÁFICO
HIEDA DOS SANTOS
JAMES SOUZA DA SILVA
JÉSSICA MEDEIROS BRANCO
RESUMO DO ‘CAPÍTULO V’ DO LIVRO: “DESIGN NO BRASIL, ORIGENS E
INSTALAÇÃO” DE LUCY NIEMEYER
BELÉM-PA
2015
HIEDA DOS SANTOS
JAMES SOUZA DA SILVA
JÉSSICA MEDEIROS BRANCO
RESUMO DO ‘CAPÍTULO V’ DO LIVRO: “DESIGN NO BRASIL, ORIGENS E
INSTALAÇÃO” DE LUCY NIEMEYER
Trabalho apresentado como requisito parcial para
obtenção de aprovação na disciplina História do
Design, no curso Design Gráfico, na Faculdade de
Estudos Avançados do Pará.
Professor: Nelson Duarte
BELÉM-PA
2015
Nos anos 50 a indústria brasileira estava em crescente desenvolvimento econômico e
despertou em um segmento da elite ilustrada paulista o desejo de criar uma nova categoria
de profissionais qualificados a desenvolver projetos de produtos para essa indústria nacional
em ascensão, a partir dos conceitos de Alexandre Wollner o intuito seria o de desenvolver
uma linguagem original com elementos visuais próprios, que tivesse uma identidade ligada
aos preceitos da cultura nacional, podendo assim serem reconhecidos, através dos signos
nele inscritos, como brasileiros.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP), surgido em 1947 por influência direta do
Museu de Arte Moderna de Paris e pelo profundo desejo de Assis Chateubriand de fundar
uma galeria de arte de que tivesse porte e reconhecimento mundial. Para a montagem e
aquisição de acervo dessa galeria, Chateaubriand escolheu Pietro Maria Bardi, marchand e
jornalista italiano e sua esposa, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, para orientar o projeto das
instalações, a construção teve início em 1957 e concluída em 1968, situada na avenida
Paulista.
A alta burguesia de São Paulo, com o interesse de ter seus nomes ligados a
Instituições culturais, propiciou a criação de vários projetos, Chateaubriand se valeu desse
interesse para fazer “campanhas” para angariar fundos com a burguesia e formar o acervo
do Masp, obras de arte compradas na Europa, de famílias que perderam suas fortunas na
guerra.
O Instituto de Arte Contemporânea (IAC) surgiu em 1951, por interesse de Bardi e
com a coordenação de Lina Bo Bardi, essa, que é considerada a semente do ensino do design
no Brasil, vários profissionais que eram expoentes em suas áreas, ministraram aulas no IAC,
os alunos em sua maioria bolsistas participaram dos primeiros cursos de design do país. Por
insuficiência de recursos o IAC teve que encerrar sua atuação após 3 anos de trabalho, mas
deixou o legado de ser pioneira no ensino de design no país e correntes de pensamento
formadas na instituição permaneceram no ensino formal de design no Brasil.
Em 1962 o design foi incluído no curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo, João Batista Vilanova Artigas foi o responsável por esse
movimento de renovação do ensino da arquitetura dessa instituição. O desenvolvimento
com características nacionalistas que se formava nessa época criou esse ambiente propício
para que a FAU-USP pudesse criar uma nova estrutura curricular que atendesse a
necessidade dos diversos aspectos da produção mas essa proposta não conseguiu se
expandir nem mesmo dentro da instituição a caga/horária continuou reduzida e insuficiente
para uma habilitação profissional em design, mantendo-se apenas como disciplinas
informativas.
O Museu de Arte Moderna (MAM) surge no Rio de Janeiro, então capital do Brasil,
pela iniciativa de empresários e membros da alta burguesia alguns até mesmo ocupando
importantes cargos públicos liderados por Raymundo Ottoni de Castro Maya, a intenção era
formalizar a expressão dessa nova etapa na produção do país, a industrial. A proposta era
modernizar a arte, a arquitetura e a cultura material. O MAM teve sua sede provisória
inaugurada em 16 de janeiro de 1952 no térreo do então Ministério da Educação, no centro
da cidade, vindo a se mudar posteriormente para seu prédio definitivo construído em
terreno medindo 40 mil metros quadrados doado pela prefeitura.
Durante o processo de amadurecimento, o projeto sofreu influencia de Max Bill com
o intuito de se estabelecer uma escola de design no futuro prédio do MAM, essa escola seria
um centro de formação com o objetivo de formar os alunos por meio de atividades criativas,
artísticas e geradoras de formas de arte adaptadas aos aspectos sociais da época, essa escola
seguiria os moldes da Escola Superior da Forma ou Escola de Ulm que Max Bill estava em
vias de Implantar na Alemanha, o curso tinha a proposta de romper radicalmente com os
padrões conhecidos por Belas Artes, tal qual o movimento realizado nos países europeus e
seguindo os preceitos da Bauhaus, associando o design a um projeto de modernidade. A
Escola Técnica de Criação (ETC) viria a ser inaugurado e 27 de janeiro de 1958 no bloco-
escola do MAM, pelo então presidente da república Juscelino Kubitschek.
O curso tinha por objetivo, internalizar no aluno um modo de ensinar, de pensar e de
fazer design e torná-lo um polo de difusão desse modelo num âmbito continental, possuía
em sua grade curricular, um curso fundamental de dois anos, partindo para uma oferta de 3
possíveis habilitações: desenho industrial, comunicação visual e informação, cada uma com
duração prevista de dois anos.
O projeto do curso era amplo e mantinha contatos com profissionais do exterior, a
maioria da Escola de Ulm, deixando o curso revestido assim de toda uma característica
inovadora e grandiosa, em que a fusão da criação artística com a racionalidade da técnica.
Apesar do entusiasmo dos seus menlores, de haver, na parte já construída do MAM,
as salas a ela destinadas, da estrutura curricular do curso estar elaborada e a composição do
corpo docente ter sido esboçada, O início do funcionamento da escola não era possível. O
MAM carecia, então, dos recursos necessários para a aquisição de equipamentos e,
principalmente, para cobrir a folha de pagamento.
Saímos da década de 50 deixando sementes fortes plantadas para o crescimento do
design no Brasil. Alexandre Wollner, estudante do IAC e tendo estudado na Escola de Ulm
como bolsista, associado a Rubem Freitas e Walter Macedo fundaram o Formingform, que
pode ser considerado o primeiro escritório de design do Brasil. No Recife Aloísio Magalhães,
Gastão de Holanda, José Laurêncio de Melo e Orlando Costa Ferreira, fundaram a sociedade
O Gráfico Amador, grupo que fez ricas experiências em design entre os anos de 1954 e 1961,
publicando cerca de 30 livros e vários folhetos, os chamados “volantes”.
A história do que seria o curso de desenho industrial do Instituto de Belas Artes (IBA)
ainda não fora sistematizada. Mas é uma história de importância fundamental na instalação
do ensino de design no Brasil porque o seu planejamento resultou no curso que recebeu o
nome de Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi). Foram decisivas para a criação do
curso de design no Rio de Janeiro as intervenções do governador Carlos Lacerda, do
secretário de Educação e Cultura Carlos Flexa Ribeiro e o apoio da Câmara dos Deputados.
Isso fica claro ao examinarmos as articulações do Executivo com o Legislativo da Guanabara
e a interpenetração das esferas de influência desses dois poderes.
O curso a ser instalado no lBA estava estruturado em duas etapas. A primeira delas
era o curso fundamental, com duração reduzida a um ano, que abrangeria os mesmos
pontos principais: introdução visual, métodos e processos de representação, trabalhos nas
oficinas e integração cultural.
Após o curso fundamental, haveria duas habilitações, ambas com ênfase no
conhecimento técnico e científico, cada uma com duas especializações. Seriam elas produtos
industrializados, com especializações em desenho industrial e em equipamento da
habitação, comunicação visual e verbal, com especializações em comunicação visual e em
informação.
Faltava, porém, a formalização do convênio entre o estado e o museu para serem
iniciadas as ações. A direção do MAM, sob vários pretextos, postergava a assinatura do
convênio, mesmo tendo se mostrado muito entusiasmada com aquela cooperação.
Em maio de 1962, o GT foi comunicado informalmente da impossibilidade de o
museu firmar o convênio. A justificativa apresentada para tal decisão dava conta de que a
diretoria do MAM presidida por Gustavo Capanema, julgou o convênio incompatível com a
doutrina da instituição. Mesmo após muitos esforços em encontrar locações apropriadas e
tendo em determinados momentos chegado próximo a ser concretizada a implantação do
curso, no entanto, não chegou a ser assinado pelo governador o decreto que criaria o curso
de desenho industrial no IBA.