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EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS 2 Resumo Introdução: A limitação das actividades de vida diárias (AVD) é uma das principais problemáticas do envelhecimento, levando a elevados custos sociais, familiares e económicos. O exercício físico tem sido identificado como uma forma eficaz e de baixo custo de prevenir/reduzir o declínio funcional associado ao envelhecimento. O objectivo deste trabalho foi, através da avaliação do desempenho de AVD, comparar a funcionalidade entre dois grupos de idosos institucionalizados, um praticante regular de exercício e outro controlo não praticante. Métodos: O estudo incluiu 100 idosos institucionalizados, 50 homens e 50 mulheres, constituindo dois grupos (cada com 50 idosos, 25 homens e 25 mulheres) um deles praticante regular de exercício e um controlo, aos quais foi aplicada a Escala de Barthel. Resultados: Não foram obtidas diferenças significativas entre os dois grupos nas AVD avaliadas pela Escala de Barthel, e no nível geral de dependência. Discussão e Conclusão: Apesar de neste estudo não se ter verificado efeito benéfico do exercício na funcionalidade, tais conclusões são bastante limitativas de generalização. Palavras-chave: Idosos; Exercício; ADL; Dependência.

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EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

2

Resumo

Introdução: A limitação das actividades de vida diárias (AVD) é uma das principais

problemáticas do envelhecimento, levando a elevados custos sociais, familiares e

económicos. O exercício físico tem sido identificado como uma forma eficaz e de baixo

custo de prevenir/reduzir o declínio funcional associado ao envelhecimento. O objectivo

deste trabalho foi, através da avaliação do desempenho de AVD, comparar a

funcionalidade entre dois grupos de idosos institucionalizados, um praticante regular de

exercício e outro controlo não praticante.

Métodos: O estudo incluiu 100 idosos institucionalizados, 50 homens e 50 mulheres,

constituindo dois grupos (cada com 50 idosos, 25 homens e 25 mulheres) um deles

praticante regular de exercício e um controlo, aos quais foi aplicada a Escala de Barthel.

Resultados: Não foram obtidas diferenças significativas entre os dois grupos nas AVD

avaliadas pela Escala de Barthel, e no nível geral de dependência.

Discussão e Conclusão: Apesar de neste estudo não se ter verificado efeito benéfico do

exercício na funcionalidade, tais conclusões são bastante limitativas de generalização.

Palavras-chave: Idosos; Exercício; ADL; Dependência.

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EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

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Abstract

Introduction: Activities of daily living (ADL) impairment is one of the most important

issues of ageing, leading to social, familiar and economic costs. Exercise has been

identified as an effective and inexpensive way to reduce/prevent the functional decline

associated with aging. The objective of this study was to compare the functional

capacity (ADL performance) in an exerciser group of elderly to a non-exerciser control

group.

Methods: This study included 100 institutionalized elderly, 50 men, 50 women. Two

groups were defined (each with 50 elderly people, 25 men and 25 women), one with

regular physical exercise and a non exerciser control one, to which the Barthel Scale

was applied.

Outcomes: There were no significant differences in ADL performance accessed by the

Barthel Scale and in general level of dependency between the groups.

Discussion and Conclusion: Although this study didn’t observe a beneficial effect of

exercise on functional capacity, the generalization of theses findings might be limited.

Key words: Elderly; Exercise; ADL; Dependency.

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Introdução

Portugal acompanha a tendência mundial de aumento da esperança média de

vida, registando actualmente, segundo os dados mais recentes do INE uma esperança

média de vida à nascença de 82,59 anos para as mulheres e de 76,67 anos para os

homens [1]. De acordo com dados da OMS [2], em 2002, ocupava a 7ª posição no

ranking dos países com mais de 10 milhões de habitantes com maior proporção com

mais de 60 anos, registando 22,16% da população nesta faixa etária [Tabela 1].

Neste contexto o envelhecimento e a saúde dos mais idosos surgem como

questões cruciais da sociedade contemporânea. Atingida uma maior longevidade, graças

à melhoria das condições de higiene, socioeconómicas e dos cuidados de saúde,

investindo cada vez mais na componente preventiva, o desafio actual é que este

acréscimo nos anos de vida, seja uma acréscimo de qualidade, proporcionando um

envelhecimento digno e o mais independente possível. Ganha assim maior ênfase o

envelhecimento activo, definido como o processo de optimização das oportunidades

para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas

que envelhecem [2].

A prática regular de exercício físico, com efeitos benéficos em numerosos

aspectos da saúde actualmente bem conhecidos e globalmente aceites, integra esta

promoção multidisciplinar. Constitui uma intervenção chave promissora na manutenção

de uma vida activa, atrasando o declínio funcional que naturalmente ocorre com a idade,

reduzindo o surgimento de doenças crónicas, bem como melhorando a saúde mental e

frequentemente fomentado o contacto social [2,3,4,5].

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A nível cerebral são descritos efeitos benéficos do exercício físico,

nomeadamente em patologias como a demência e a depressão [5,6,7].

A demência, uma das principais preocupações na nossa população envelhecida,

cursa com um amplo espectro de alterações da memória, orientação e declínio

funcional, permanecendo, apesar de crescente investigação, sem tratamento

farmacológico comprovadamente efectivo na sua prevenção. A prática regular de

exercício aeróbio foi associada a menor risco de deterioração cognitiva e demência, bem

como diminuição da sua progressão, essencialmente devido ao efeito atenuante no

envelhecimento cerebral, resiliência a mecanismos neurodegenerativos demenciais e

influência na diminuição de doença aterosclerótica cerebrovascular [8]. Neste sentido, o

exercício não deve ser subestimado como importante estratégia terapêutica.

Capacidade física limitada, capacidade vital e força muscular reduzidas, menor

flexibilidade, massa óssea reduzida e intolerância à glicose são algumas das principais

alterações fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento, estando directamente

relacionadas com dependência nas actividades de vida diárias, maior taxa e tempo de

hospitalização e consequentemente diminuição da longevidade [3,5]

O desempenho de AVD constitui um bom indicador da funcionalidade dos

idosos no ambiente físico e social, e está directamente relacionado com condições

médicas, sociais e económicas, bem como a força muscular dos membros inferiores

[5,9]. É facilmente compreensível que as alterações associadas ao envelhecimento, em

especial relacionadas com diminuição da força e equilíbrio, levando a défices de

mobilidade, resultem numa redução do desempenho dessas actividades, notando-se de

forma mais frequente que capacidade de sair do banho e subir escadas são afectadas

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numa fase de deterioração mais precoce [10], relacionadas essencialmente com o

declínio da força muscular dos membros inferiores.

Limitações nas AVD, necessárias a uma vida independente, constituem uma das

principais problemáticas do envelhecimento, sendo causa de exacerbação de condições

médicas/físicas e de grande impacto negativo na saúde mental dos mais idosos [11], pela

perda de auto-estima, alteração do seu papel nas famílias/sociedade e menor convívio com

familiares e amigos.

Para além das consequências individuais e familiares, há a considerar o impacto

a nível económico. Idosos dependentes nas AVD estão associados a considerável

aumento dos custos, quer pelo aumento das necessidades de cuidados de saúde

(consultas médicas, internamentos, serviços de enfermagem ao domicilio, etc.), quer

pela necessidade de cuidados assistenciais a longo prazo.

O meu estudo tem como objectivo comprovar a influência positiva de um

programa de exercício físico regular na dependência das AVD em idosos. Neste sentido

apliquei a Escala de Barthel a dois grupos, cada um de 50 idosos (idade superior a 65

anos) institucionalizados, um integrado num programa de exercício físico promovido

pelos lares onde residem, e outro sem prática regular e orientada de exercício.

Adaptado de World Health Organization,

Active Ageing: A Policy Framework.

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MÉTODOS

Participantes

Este estudo incluiu 100 idosos (idade superior a 65 anos) residentes nos lares da

Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, Santa Casa da Misericórdia

Lombo (Extensão do primeiro lar) e Centro Paroquial de Sambade, situados no distrito

de Bragança, Portugal.

Os critérios de inclusão deste estudo caso controlo consistiam em idade superior

a 65 anos, sendo excluídos idosos acamados. Para o grupo praticante de exercício físico

foram seleccionados indivíduos que integravam o programa de exercício há mais de um

ano, de forma assídua (sem faltar às actividades mais de 1 mês consecutivo). No grupo

não praticante incluíram-se idosos, residentes nas mesmas instituições, que por vontade

própria não aderiam ao programa, maioritariamente por não gostarem ou não se

sentirem capazes ou motivados para tal.

Cada um dos grupos, seleccionado de acordo com os critérios acima referidos,

era constituída por 50 idosos, 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino.

Os participantes integraram voluntariamente o estudo, após esclarecimento sobre

o mesmo, tendo respondido aos inquéritos nas devidas instituições, com auxílio de

pessoal auxiliar, assistentes sociais e animador sociocultural.

Plano de Treino

O plano de treino, cujo grupo praticante de exercício integrava, era um plano já

instituído nos referidos lares, sem qualquer intenção de participação neste ou noutro

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estudo, visando apenas a melhoria/manutenção do condicionamento físico, habilidades

motoras e condições psicológicas e de auto-estima dos residentes dessas instituições. Os

treinos decorriam 3 vezes por semana, sendo compostos por exercícios aeróbios e de

flexibilidade, com intensidade adaptada às capacidades individuais e duração de cerca

de 45 minutos por sessão.

Instrumentos

Para avaliar o desempenho nas AVD foi utilizada a Escala de Barthel [anexo 1].

Esta ferramenta, recomendada para a avaliação funcional dos idosos, é uma escala

ordinal constituída por 10 AVD básicas, relacionadas essencialmente com os auto-

cuidados [12]: alimentação, banho, higiene pessoal, vestir-se, continência fecal,

continência urinária, uso do toilet (urinar/defecar e limpar-se), transferência da cama

para cadeira e vice-versa, mobilidade e subir/descer escadas. Cada AVD é avaliada

separadamente, referindo-se ao que o idoso faz no momento do inquérito e atribuindo-se

um valor de 0, 5, 10 ou 15 (intervalo de valores variável para cada AVD).

Seguidamente, procede-se ao somatório dos valores obtidos, cujo resultado

corresponderá a um dado nível de funcionalidade/ independência do idoso nessas AVD.

Análise Estatística

A análise estatística foi realizada no SPSS 20.0 para o Windows 8.0. Foram

estabelecidas comparações entre os dois grupos relativamente à idade, a cada AVD

avaliada pela Escala de Barthel e ao nível final de dependência (obtido pelo somatório

dos scores das 10 AVD).

Para a idade, única variável quantitativa, é apresentada média + desvio padrão,

tendo sido estudada usando o teste T de Student. As restantes variáveis foram analisadas

sempre que possível usando o teste do Qui-quadrado, e em alternativa, o teste Exact

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Fisher ou Simulação de Monte-Carlo. Para o nível de dependência foi ainda aplicado o

teste de Mann-Whitney, dado tratar-se de uma variável quantitativa ordinal com 4

níveis. Valor p <0,05 é considerado estatisticamente significativo.

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RESULTADOS

A amostra apresentava uma idade média de 81,32 + 6,82 anos, a variar entre os

65 e os 95 anos. No grupo praticante de exercício a idade média era de 82,04 + 7,22

anos, variando de 65 a 96 anos, e no grupo não praticante era de 80,60 + 6,40 anos,

variando de 68 a 93 anos. A distribuição dos elementos relativamente à idade, na

amostra total e para cada grupo, está apresentada nas tabelas 2 e 3, respectivamente. Por

aplicação do teste T de Student conclui-se que os dois grupos são homogéneos

relativamente à idade ( p = 0,294; não existem diferenças significativas relativamente às

iaddes).

Os grupos apresentavam igual número de idosos do sexo masculino e feminino.

Possíveis diferenças entre os dois géneros foram apenas avaliadas em relação ao nível

de dependência final, pois a análise para cada AVD por género resultaria numa amostra

reduzida que influenciaria a significância dos resultados.

Na Tabela 4 são apresentados os resultados obtidos, em frequência e

percentagem, para cada ADV avaliada e o nível de dependência final, bem como os

respectivos valores p.

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Alimentação

A capacidade de se alimentar de forma independente verificou-se em 98% dos

elementos do grupo de exercício e 92% do grupo controlo. Contudo tais diferenças não

constituem achados estatisticamente significativos ( p = 0,362, usando o teste do Qui-

quadrado com simulação pelo método de Monte-Carlo).

Banho

Relativamente ao desempenho desta AVD, 56% dos idosos do grupo de

exercício e 50% do grupo controlo, faziam-no de forma autónoma. Contudo tais

diferenças não constituem evidência estatisticamente significativa ( p = 0,548, usando o

teste do Qui-quadrado independente).

Higiene Pessoal

Nos auto-cuidados de higiene, como por exemplo, fazer a barba ou escovar os

dentes, em ambos os grupos registaram 92% de indivíduos independentes nesta tarefa.

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Como tal não se constatam diferenças estatisticamente significativas ( p =1,000,

aplicando o teste de Exact Fisher).

Vestir-se

Relativamente à capacidade de se vestir, verificou-se que o faziam de forma

independente, relativamente dependente (ajuda para algumas partes, por exemplo as

meias) e dependente, respectivamente: 74%, 20% e 6% do grupo de exercício e 48%,

48% e 4% no grupo controlo. A análise desta AVD revelou diferença estatisticamente

significativa ( p = 0,008, usando o teste do Qui-quadrado com simulação pelo método

de Monte-Carlo), existindo evidência que o grupo de exercício apresenta quer maior

independência total (idosos que se vestem todas as peças de roupa sozinhos), quer maior

dependência total (idosos que necessitam de ajuda total para se vestirem).

Continência fecal

Nenhum dos idosos desta amostra apresentava incontinência fecal. No grupo de

exercício 6% tinham episódios ocasionais de incontinência fecal, não havendo casos

semelhantes no grupo controlo. Verificou-se que 94% do grupo de exercício e 100% do

grupo controlo eram continentes. Tais diferenças não são estatisticamente significativas

( p = 0,242 aplicando o teste do Qui-quadrado de independência).

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Sistema Urinário

Do grupo de exercício 4% sofriam de incontinência urinária, não havendo casos

no grupo controlo. 44% dos indivíduos do grupo exercício e 52% do grupo controlo

referiram episódios ocasionais de incontinência urinária. Eram continentes 52% do

grupo de exercício e 48% do grupo controlo. As diferenças entre grupos não são

estatisticamente significativas ( p = 0,346 aplicando o teste do Qui-quadrado com

simulação pelo método de Monte-Carlo).

Uso do Toilet

Apenas no grupo de exercício se verificou dependência total em usar a sanita

(2%). Dependência parcial verificou-se em 12% e 14% do grupo de exercício e

controlo, respectivamente. Independência no desempenho desta actividade constatou-se

em 86% para ambos os grupos. As diferenças encontradas não constituem achados

estatisticamente significativos ( p = 1 aplicando o teste do Qui-quadrado com simulação

pelo método de Monte-Carlo).

Transferência (da cama para a cadeira e vice-versa)

Nenhum dos idosos incluídos neste estudo se mostrou incapaz de realizar esta

tarefa, não tendo equilíbrio para permanecer sentado. Necessidade ajuda física, por parte

de uma ou 2 pessoas ou pouca ajuda (verbal ou física) verificou-se apenas no grupo de

exercício, respectivamente em 2% e 8%. Independentes para esta actividade

contabilizaram-se 90% do grupo de exercício e 100% do grupo controlo. Estes

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resultados não apresentam diferença estatisticamente significativa ( p = 0,052 aplicando

o teste do Qui-quadrado com simulação pelo método de Monte-Carlo).

Mobilidade

Nenhum dos idosos do presente estudo se mostrou sem mobilidade total ou

incapaz de caminhar menos de 50m. Necessitando cadeira de rodas, sendo contudo

capaz de se deslocar autonomamente numa distância superior a 50m verificou-se,

apenas no grupo de exercício, em 4% dos casos. Capacidade de caminhar com auxílio

(físico ou verbal) de uma pessoa uma distância superior a 50m contabilizou-se em 4%

do grupo de exercício e 6% do grupo de controlo. Considerados totalmente

independentes nesta actividade, isto é, capazes de caminhar uma distância superior a

50m (podendo necessitar ajuda de bengala ou outro auxiliar de marcha), contabilizaram-

se 92% dos elementos do grupo de exercício e 94% dos do grupo controlo. Estas

diferenças não são estatisticamente significativas significativa ( p = 0,529 aplicando o

teste do Qui-quadrado com simulação pelo método de Monte-Carlo).

Escadas

Incapacidade para subir ou descer escadas verificou-se em 6% do grupo de

exercício e 2% do grupo controlo. Necessidade de ajuda, física ou verbal, correspondeu

a 30% do grupo de exercício e 34% do grupo controlo, tendo-se verificado igual

percentagem de idosos independentes nesta actividade em ambos os grupos, 64%. Estas

diferenças não são estatisticamente significativas significativa ( p = 0,638 aplicando o

teste do Qui-quadrado com simulação pelo método de Monte-Carlo).

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Dependência nas AVD estudadas

No presente estudo não houve casos de dependência total (< 20 pontos) em

nenhum dos grupos. Dependência grave (20-40 pontos) foi atribuída apenas a um idoso

do grupo de exercício (2%). Dependência moderada verificou-se em 2 idosos do grupo

de exercício (4%) e um idoso do grupo controlo (2%). Dependência leve observou-se

em 70% e 66%, respectivamente, do grupo de exercício e controlo. Total independência

observou-se em 24% dos elementos do grupo de exercício e 32% do grupo controlo.

As diferenças encontradas para os diferentes graus de dependência não foram

estatisticamente significativas (p = 0,626, aplicando o teste do Qui-quadrado com

simulação de Monte-Carlo; p = 0,262, aplicando o teste de Mann-Whitney).

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DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste estudo não mostraram impacto significativo do

programa de exercício nas AVD estudadas. Estes achados são contudo bastante

limitativos de generalização. Em primeiro lugar pelo tipo de estudo, um estudo

transversal analítico, que não constitui a forma ideal de avaliar o efeito desta

intervenção. Em segundo pela amostra, quer pelo reduzido número de participantes, que

poderá não ser representativa da população, quer pelo seu método de selecção,

respeitando-se na formação dos dois grupos apenas o critério de serem homogéneos

quanto à idade e sexo, não se considerando possíveis factores de resultados adversos

como por exemplo presença de comorbilidades, incapacidades físicas ou maior tempo

de institucionalização. Em terceiro, deverão também ser mencionadas as limitações

associadas ao treino físico em causa. Devemos ter em conta a questão da adesão, uma

vez que apesar de se terem seleccionados os idosos mais assíduos, considerados os que

faltaram menos de 1 mês consecutivo, tal critério é pouco restrito, podendo este factor

constituir uma forte influência nos resultados. Situação semelhante poderá verificar-se

devida à própria natureza do plano de treino. Assim, ainda que represente um exemplo

real do que na prática se realiza, é pouco claro nos objectivos e nos métodos usados.

Para melhores resultados dever-se-á então proceder a estudos com maior

homogeneidade entre as amostras (nível educacional e económico, comorbilidades,

tempo de institucionalização, etc.) e em maior escala.

Analisando os resultados verificámos que das 10 AVD consideradas pela Escala

de Barthel, apenas a capacidade de se vestir apresentou diferença estatisticamente

significativa entre os dois grupos. Constatou-se que o grupo de exercício apresentava

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evidência de ter mais idosos totalmente independentes nesta tarefa, bem como idosos

incapazes se vestir parcialmente, necessitando ajuda total. Tais resultados não são

contudo consistentes com um possível efeito benéfico do exercício físico nesta AVD,

uma vez que o grupo exercício engloba quer os resultados mais favoráveis, quer os mais

desfavoráveis. Uma possível explicação para este resultado, poderá encontrar-se num

estudo sobre factores que influenciam a participação dos idosos em actividades físicas

[11], que descreve a auto-satisfação na realização das tarefas como factor positivo,

reconhecendo contudo também nos idosos mais debilitados que o desejo de prevenir

declínio adicional tem efeito semelhante.

Vários estudos [3,4,5,9,13,14] referem um efeito benéfico do exercício no

condicionamento físico e nas AVD. Outros contudo alegam que esta associação ainda

permanece pouco clara, necessitando-se mais estudos [10,15]. Factores não tidos em

conta na maioria dos estudos, como actividades sociais (ir jantar fora, assistir a eventos

desportivos, participar em actividades religiosas, fazer pequenas viagens, etc.) ou

actividades proveitosas (ter um trabalho, fazer voluntariado, jardinar ou cozinhar),

foram descritos como associados a melhoria considerável nas AVD e redução da

mortalidade semelhante à relacionada com o exercício físico [15].

Um artigo de revisão de 2011 [4] sobre exercício físico, desempenho nas AVD e

qualidade de vida em idosos fragilizados (perda de peso involuntária, exaustão, baixo

nível de actividade física, lentidão e fraqueza muscular) residentes em instituições

assistenciais, constatou pela análise de 27 estudos sobre o tema, a existência de forte

evidência de um efeito positivo. Benefícios semelhantes foram encontrados para treino

de força e flexibilidade restrito aos membros superiores em idosos com graves

problemas de mobilidade e défices cognitivos. Nestes verificou-se um aumento

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significativo nas AVD avaliadas pela Escala de Barthel, com melhoria em todas aquelas

que envolviam o uso dos braços.

Seynnes e al [13], num estudo sobre exercício e desempenho de AVD básicas

(marcha durante 6 minutos, levantar da cadeira e sentar, e subir e descer escadas) em

idosos institucionalizados, descreve forte relação dose-resposta da intensidade do

exercício e respectivos efeitos. Acrescenta ainda que exercício de intensidade baixa-

moderada poderá não ser suficiente, do ponto de vista fisiológico, para atingir a

melhoria funcional necessária para que daí decorra efeito benéfico na execução das

AVD. Estes dados poderão ajudar a explicar os dados obtidos neste estudo, uma vez que

o plano de treino em causa contemplava uma intensidade ajustada às capacidades

individuais (os elementos faziam apenas o número de repetições que consideravam ser

capazes), método que poderá conduzir a intensidades de exercício reduzidas e

consequentemente insuficientes para se verificar uma melhoria nas AVD.

Outro ponto relevante deste tema diz respeito às recomendações quanto ao tipo,

frequência, duração e intensidade do exercício, sobre as quais não parece haver

consenso até ao momento [3,16]. O American College of Sports Medicine (ACSM) [17]

recomenda nos idosos exercício aeróbio, para melhoria da função cardiovascular, com

intensidade entre 55/65-90% da frequência cardíaca máxima, 3 a 5 vezes por semana,

em sessões de 20-60 minutos (menores intervalos para indivíduos com fraco

condicionamento físico que iniciam o programa de exercício). Recomenda também

treino de força e resistência, com vista à prevenção da sarcopenia/ enfraquecimento

muscular que naturalmente ocorrem com o envelhecimento, referindo inclusive a

possibilidade de aumento modesto da massa muscular através de uma treino de

resistência mais prolongado. Contudo, estas recomendações focam-se sobretudo em

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idosos saudáveis, verificando-se na população que uma parte considerável dos idosos

apresenta problemas de multi-morbilidade e diversas incapacidades [16]

A segurança na prática de exercício físico neste grupo etário também constitui

uma questão pertinente. Apesar de anteriormente considerada relativamente perigosa,

uma vez que torna os idosos mais susceptíveis a lesões ortopédicas, síndromes

coronários agudos e risco de quedas, considera-se actualmente que os benefícios

superam largamente os riscos [3,18]. Para além disso, verifica-se que a ocorrência

desses efeitos adversos é rara, recomendando-se para a sua minimização treino

orientado e vigiado. No que diz respeito ao risco quedas, situação muito comum entre

idosos e causa major de dor crónica e declínio funcional, verifica-se inclusivamente

associação entre a prática de exercício e diminuição, quer da taxa de quedas, quer das

lesões resultantes [17,19,20]. Segundo uma revisão publicada em Outubro de 2013 no

British Medical Journal [20], esse efeito protector foi mais notório em lesões graves

resultantes de quedas, como fracturas (redução de 61%), podendo ser explicado pela

melhoria global do equilíbrio e coordenação, resultando em maior rapidez/eficácia de

reflexos protectores, pela maior capacidade de absorção de energia dos tecidos moles,

reduzindo impacto e pela melhoria da saúde óssea atingida [17,19,20].

Importa por fim reconhecer quais os factores que influenciam os idosos a

participar em actividades físicas, permitindo assim criar intervenções de exercício mais

motivantes. As principais barreiras identificadas incluem em primeiro lugar a

fragilidade física e o medo de cair. Baixos rendimentos e baixa escolaridade são

também condições que prejudicam a adopção de práticas regulares de exercício físico na

velhice, especialmente em mulheres e pessoas muito idosas [9]. As dificuldades de

transporte e a falta de apoio social, forma igualmente relevantes, verificando-se

relativamente a este último factor, uma maior tendência por parte do género feminino

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para a prática de exercício pela interacção social [11]. A insatisfação com o corpo e

insatisfação resultante de insucesso na realização das tarefas, também são factores que

desencorajam os idosos a participar em actividades físicas [11]. Por outro lado, a

prevenção de declínio da saúde e a satisfação nas actividades (bem estar e sensação de

realização), foram reconhecidos como os principais factores motivacionais.

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CONCLUSÃO

Este estudo não demonstrou efeito positivo na funcionalidade dos idosos,

avaliada pelo desempenho em AVD. Contudo, há que ter em conta as grandes

limitações apresentadas, não tornando estas conclusões passíveis de generalização.

Literatura prévia sobre o tema apresenta vasta evidência de que o exercício

constitui uma intervenção válida no envelhecimento de qualidade. Neste sentido, a

implementação de medidas de promoção da sua prática em idosos deverão ser

consideradas não um luxo, mas uma necessidade, especialmente em países

desenvolvidos.

Contudo, conclui-se também que ainda existe muito a esclarecer, nomeadamente

qual a forma de tirar o máximo partido desta intervenção, clarificando por exemplo as

recomendações mais benéficas para idosos não saudáveis (idosos fragilizados, com

problemas de mobilidade ou patologia demencial).

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EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

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ANEXO 1 – Escala de Barthel

Nível de Dependência: Independência: 100; Dependência leve: 95-60; Dependência

moderada: 55-40; Dependência grave: 35-20; Dependência total: 0-15