RESUMO Gaudium Et Spes

25
Gaudium Et Spes. (Resumo). Documento do Concilio Vaticano II (Esta leitura, não substitui o documento, mas, facilita seu entendimento). O proêmio trate-se sobre as angústias dos homens modernos, e que por este motivo o Concilio foi escrito levando em conta as condições atuais de nossos tempos. A Igreja tem como uma parte a missão de garantir a dignidade da pessoa humana. Este documento trabalha a questão pastoral dos filhos da Igreja, povo amado e escolhido por Deus para ser seu povo eterno. (1-11). Capitulo I Iniciado pelo ponto de vista que o homem é imagem de Deus, mas tendo-o se corrompido por causa do pecado, este homem deve voltar-se para seu Criador. Para isso, Ele nos constituiu com a liberdade de filhos, para queremos ou não voltarmos a seus braços abertos. Contudo, a não volta a Deus nos levará a morte, não porque Ele é mal, mas, porque, se nós desejarmos não voltar é por opção nossa, e, estarmos sem Deus e viver para morte eterna, sendo que Ele é a vida em sua plenitude. Um problema social, atual em nossos dias é uma pregação contra este retorno dos filhos de Deus, gerando assim um significativo numero de ateus e agnósticos que muitas vezes nem sabem o que isso que dizer ou o que significa. (12-18) Diante do ateísmo a Igreja pede para os fieis que haja dialogo, e uma busca de pontos em comum, isto é, sem diminuir o homem em sua liberdade, mas com o que liga e a aceitação no que se encontra nos evangelhos, a verdadeira fraternidade e a busca do bem de todos os homens. (19-20) Temos que levar em consideração, que Cristo é o novo Homem, que sendo Deus verdadeiro assumiu em si a condição de escravo, ou seja, de um homem como qualquer outro. Mas, ao assumir nossa condição mostrou-nos que é possível vencer o mundo e assim a morte. Pois, com sua morte Ele mata a morte de todos os mortais, e com sua vida Ele ensina o caminho para vivermos a sua vida a caminho do Pai. (21-22)

Transcript of RESUMO Gaudium Et Spes

Page 1: RESUMO Gaudium Et Spes

Gaudium Et Spes. (Resumo).

Documento do Concilio Vaticano II

(Esta leitura, não substitui o documento, mas, facilita seu entendimento).

O proêmio trate-se sobre as angústias dos homens modernos, e que por este motivo o Concilio foi escrito levando em conta as condições atuais de nossos tempos. A Igreja tem como uma parte a missão de garantir a dignidade da pessoa humana. Este documento trabalha a questão pastoral dos filhos da Igreja, povo amado e escolhido por Deus para ser seu povo eterno. (1-11).

Capitulo IIniciado pelo ponto de vista que o homem é imagem de Deus, mas tendo-o se corrompido por causa do pecado, este homem deve voltar-se para seu Criador. Para isso, Ele nos constituiu com a liberdade de filhos, para queremos ou não voltarmos a seus braços abertos. Contudo, a não volta a Deus nos levará a morte, não porque Ele é mal, mas, porque, se nós desejarmos não voltar é por opção nossa, e, estarmos sem Deus e viver para morte eterna, sendo que Ele é a vida em sua plenitude. Um problema social, atual em nossos dias é uma pregação contra este retorno dos filhos de Deus, gerando assim um significativo numero de ateus e agnósticos que muitas vezes nem sabem o que isso que dizer ou o que significa. (12-18)

Diante do ateísmo a Igreja pede para os fieis que haja dialogo, e uma busca de pontos em comum, isto é, sem diminuir o homem em sua liberdade, mas com o que liga e a aceitação no que se encontra nos evangelhos, a verdadeira fraternidade e a busca do bem de todos os homens. (19-20)

Temos que levar em consideração, que Cristo é o novo Homem, que sendo Deus verdadeiro assumiu em si a condição de escravo, ou seja, de um homem como qualquer outro. Mas, ao assumir nossa condição mostrou-nos que é possível vencer o mundo e assim a morte. Pois, com sua morte Ele mata a morte de todos os mortais, e com sua vida Ele ensina o caminho para vivermos a sua vida a caminho do Pai. (21-22)

Capitulo IIO mundo atual oferece múltiplas relações entre os homens, mas, o verdadeiro dialogo fraterno somente é possível na comunidade de pessoas que exige o máximo de respeito e dignidade espiritual. (23)

Deus que é Pai de todos, deseja que todos o ame sobre todas as coisas existentes, e assim amem uns aos outros, esta é a plenitude da lei, que o amemos e amemos os outros irmãos e irmãs. Este amor se transforma em caridade e esta caridade nos faz sermos unidos a verdade de Deus, assim o homem conhece o dom que tem em si mesmo, e o pode transmitir aos outros. (24)

Movido pela própria natureza, o homem deseja estar ligado aos outros. Contudo, as relações interdependentes podem gerar atritos, ao invés de

Page 2: RESUMO Gaudium Et Spes

proteger os direitos do homem, pode causar discórdia e males. Estes atritos são causados muitas vezes pelo egoísmo humano, isto é, pelo próprio pecado. Este somente pode ser superado com muito esforço e com a ajuda da Graça Divina. (25)

É necessário fazer que cada homem tenha seus direitos garantidos, dentro da liberdade de opção de cada um. Pois, todas as coisas foram feitas para os homens. O Espírito de Deus, por este motivo gera no coração dos homens, desde todos os tempos uma irrepreensível exigência de dignidade humana. (26)

O Santo Concílio recomenda o respeito para com todos os homens, e ver o outro como um “outro eu”, levando-o a ter dignidade. Deste modo, olhando para com todos os que tem maiores necessidades, de acordo com a posição social, e os mais podres, assim faremos o que Cristo nos ensinou “cada vez que fizestes isso a um destes pequeninos é a mim que fizeste” (cf Mt 25,40). Pois, tudo o que é contra a vida ou a dignidade da pessoa humana atinge e ofendi diretamente o Criador. (27)

O amor de Cristo em sua proporção pede que amemos também os que não nos ama. Isto é, devemos respeitar quem pensa diferente de nós, seja em qual área seja. Até mesmo se a divergência for de caráter religioso. Pois, somente Deus é juiz e o sendo é o único que pode penetrar os corações e a mente humana para assim julgar vivos e mortos. Contudo este amor de Cristo leva seu discípulo a anunciar a verdade da revelação. Sendo que respeitar não é aderir ao pensamento divergente, mas sim pela verdade revelada chegar a pontos comuns. (28)

Por tal motivo, a igualdade dos seres humanos deve ser cada vez mais respeitada e buscada por todos. Devemos superar a discriminação dos direitos principais, seja qual for, raça, sexo, condição social, língua, religião, etc. em toda parte estes direitos devem ser respeitados. As instituições que cuidam desta dignidade devem combater a sujeição a politica, e social, ou seja, estas instituições não podem em hipótese alguma se deixarem subordinar por interesses próprios. Se faz necessário que tais instituições adaptem progressivamente as realidades espirituais, para se chegar a este desejo de maior igualdade. (29)

O desejo de justiça e o amor mutuo, supera o individualismo, assim, o homem se vê obrigado a não buscar somente seus desejos e o que o satisfaz, mas, busca olhar o bem social, unindo-o de tal modo, quanto mais sagrado, este novo modo de viver. As obrigações dos homens transcendem os grupos particulares e se estendem progressivamente a todo o mundo, buscando-o melhorar para todos. (30)

Para isso de fato acontecer o homem deve se sentir responsável, por isso, deve ter consciência quer para consigo e para o grupo social que está inserido. Para isto, requer uma boa educação, esta por sua vez deve ser vista tanto para a formação culta dos jovens como para chegarem ao sentido responsável social e político. Deste modo desempenharam melhor o serviço aos outros

Page 3: RESUMO Gaudium Et Spes

homens e para com o Criador. Nota-se que há um maior desenvolvimento nas culturas onde todos participam das decisões políticas, claro que deve ser avaliado o nível e as condições culturais destes povos, mas com esforço é possível que as culturas ainda não desenvolvidas cheguem a esta plenitude. Contudo, é necessário que os grupos atraiam os jovens e todos os homens e mulheres a este interesse que deve brotar nos corações de cada um. Este interesse por sua vez brota no coração do homem a partir do momento que a eles é dado responsabilidades para com o cuidado do outro. (31)

Para que tal solidariedade fosse realmente possível o Verbo de Deus, Jesus o filho de Maria, se encarnou em nosso meio. Teve uma vida como a de qualquer outro homem, mesmo sendo verdadeiramente Deus quis ter uma vida terrena, como servo, semelhante a nós em tudo, menos no pecado. Ele serviu a todos para que deste modo também nó pudéssemos nos servir mutuamente. De tal modo, Ele serviu a todos, até o ponto de entregar livremente sua vida em favor de muitos, deste modo deu-nos a plenitude da vida. (cf. Jo 15,13). Portanto, deu-nos também a ordem, por meio dos apóstolos, para que façamos o mesmo, anunciando o evangelho a todos, a fim de que todos se convertam e vivam a verdadeira fraternidade. Assim sendo, verdadeiros filhos de Deus, formando a família do mesmo Pai e vivendo o verdadeiro amor, esta solidariedade deve crescer sem cessar e estender-se até os confins de toda Terra. (32)

Capitulo IIIO homem sempre buscou por meio de seu trabalho, desenvolver a própria sobrevivência. O mundo de hoje parece estar cada vez mais unido a sua tecnologia, a sua modernidade, mas, somente a Igreja guarda do deposito da fé e da Palavra divina pode buscar respostas de ordem moral-religiosa aos conflitos humanos. Embora existam perguntas sem respostas, ela é a única que pode confortar os corações dos homens, por meio da fé. (33)

Todos os crentes, tendo na consciência, que Deus deu aos homens o poder de reinar sobre toda a natureza, devem fazê-lo com justiça, para assim melhorar o mundo e o convívio com os demais seres, nisto o Criador é glorificado. Consequentemente, homens e mulheres, com as atividades cotidianas, devem ganhar o sustento próprio para si e para os seus familiares. Porem, devem ter em mente que é dever de todos ajudar o Criador para com os irmãos mais necessitados. Contudo, o engenho humano deve servir a todos e em hipótese alguma deve desafiar Deus, sendo que todo o conhecimento humano somente é possível pela Graça dEle. Este conhecimento que gera poder, deve ser canalizado, em prol do bem da comunidade, e assim construir pelos desígnios de Deus o bem comum, a fim de satisfazer a todos e glorificar o criador. (34)

Toda atividade do homem ao mesmo tempo em que sai dele, serve para ele. O homem, não só transforma seu espaço, mas, se auto realiza, assim sendo, mais vale o que o homem é do que o que ele tem ou pode ter. Segundo os planos de Deus, o homem deve se realizar em sua vocação, ou seja, enquanto pessoa, um ser humano repleto de dignidade. (35)

Page 4: RESUMO Gaudium Et Spes

Muitos de nossos contemporâneos ainda negam que haja uma intima ligação entre a religião e a ciência. Mas, se a autonomia da ciência e a criação estão intimamente ligadas, logo, tudo esta condicionada a vontade do Criador, seja as artes naturais, quanto as artificiais. Portanto, a investigação metódica das coisas num verdadeiro sentido moral-cientifico não pode se opor a fé e o sentido religioso. Se porem, afirmam que as “realidades temporais” não tem ligação com o Criador, para o crente, logo fica perceptível que há um equivoco, uma falsidade nesta afirmação, pois sem o Criador nada subsiste. (36)

O progresso do homem evidentemente é bom, mas, assim como está na Sagrada Escritura, os tais progressos podem trazer ao coração humano uma enorme tentação, a de querer tudo somente para si e esquecer-se dos outros (egoísmo). O cristão, estando inserido nesta realidade de luta contra a desigualdade, deve ser fiel ao bem e a partilha. Somente com a Graça de Deus é possível superar este pecado. Por isso, a Igreja que sempre confia no Senhor, prega juntamente com o Apostolo “não vos conformeis com este mundo” (Rm 12,2), pois, tudo foi criado para todos nós, e nós pertencemos a Deus por intermédio de Cristo (cf. 1Cor 3, 22-23). (37)

O Verbo de Deus, que se fez homem, nos ensinou que o maior mandamento é o Amor. Mostrou-nos que o caminho do Amor é para todos e que decidir-se por este Amor não é em vão. Portanto, o Amor não deve ser demonstrado somente nas grandes coisas, mas sim nas coisas simples da vida. Carregando sua Cruz, por causa de todos nós, ensinou-nos que é necessário que carreguemos as nossas. Ele, sabendo de nossas dificuldades, nos enviou seu Santo Espírito, para nos dar a força necessária, e assim alcançarmos a justiça e a paz. Não somente para nosso tempo, mas, para que se propague a toda humanidade até os tempos futuros, assim teremos uma vida mais digna e humana. Portanto, para que isso aconteça, Ele chama alguns para dar testemunho em meio à sociedade, pela família e, a outros, Ele chama para entregar-lhe inteiramente a vida e servir os demais irmãos e irmãs. Deste modo, toda humanidade torna-se uma oblação agradável a Deus. Portanto, para caminharmos com força e pura fé, a caminho da eternidade do Reino Celeste, Cristo deixou-nos o sacramento de seu Corpo e Sangue, que nos alimenta, realizando já aqui o que teremos na plenitude do Reino do Céu. (38)

Não sabemos qual será o tempo em que se cumprirá o Reino de Deus, somente sabemos que acontecerá. Pois, sabemos que Jesus foi nos preparar um lugar repleto de paz e justiça. Esta expectativa não enfraquece nossa vivencia neste mundo, mas, deve consolidar a família de Deus, isto é, seu corpo terreno, que é a Igreja. Por conseguinte, temos que tomar cuidado com os progressos deste mundo, para que eles não atrapalhem os progressos espirituais, embora, todo crescimento terreno deve necessariamente refletir no crescimento mutuo do Reino de Deus. (39)

Capitulo IVA Igreja, enquanto caminha com todo este povo pelos caminhos do mundo, constitui o fundamento das relações e da dignidade da pessoa humana. Ela tem sua origem no amor eterno do Pai, foi fundada por Cristo, e entregue aos homens por meio de Pedro, mas, somente terá a plenitude no outro mundo, a

Page 5: RESUMO Gaudium Et Spes

Igreja é, portanto, o “agrupamento visível e comunidade espiritual” que se transforma em família de Deus. Embora seja ainda perturbada pelo pecado, já inicia por graça divina e manifesta a Gloria de Deus. Assim a Igreja torna-se mais humana e verdadeira família dos homens que caminham para a própria gloria, isto é, ser glorificada no Pai. Por este motivo a Igreja Católica aprecia grandemente a contribuição de outras Igrejas cristãs que tendem para o mesmo fim. (40)

O homem busca constantemente desenvolver-se tanto em sua personalidade quanto em seus direitos. A Igreja, portanto, sabe pela revelação que é a única que pode dar respostas e acalmar os corações, ela manifesta o propósito da existência humana e por fim sabe explicar o sentido da morte, sabe que como Cristo morreu, mas está vivo, aqueles que nEle morrerem viverão. Apoiada nesta fé, ela, sem descanso recorda que todos os talentos humanos devem redundar em serviço a Deus e aos homens, e a todos recomenda a caridade. No entanto, o espirito do Evangelho deve ser penetrado nas almas humanas e defendido de toda falsa doutrina de autonomia, pois, estamos sujeitos a tentação de julgar que nossos direitos pessoais estão plenamente assegurados quando nos libertamos de toda norma de lei divina. Quando na verdade estar liberto desta lei nos leva não a verdadeira dignidade, mas, ao invés da salvação nos leva a nos perdermos. (41)

Cristo confiou aos homens à unidade da família de Deus, porem, não é propriamente sua missão, nem da Igreja as ordens políticas, econômica ou social, mas, é antes de tudo de ordem religiosa. Esta, por sua luz iluminará as outras necessidades humanas. Neste sentido não é errado afirmar que a Igreja assumindo sua missão de reunir os filhos de Deus e uni-los numa intima união com Ele, torna-se o sacramento e o sinal visível, embora utilize meios puramente humanos. Como a Igreja não tem nenhum vinculo partidário político, cultural, econômico, ou de nenhum sistema social de espécie particular, ela pode aliar-se a qualquer comunidade que a respeitando tenha por fim a mesma missão. Por este motivo a Igreja pede que todos os homens superem toda diferença de raça e nações e assim consolidem de forma legitima as associações humanas. O concílio com muito respeito considera verdadeiro e justo as varias instituições criadas pelos homens e por isso a Igreja declara querer ajudar e promover estas instituições na medida em que for compatível com a missão própria de ambas. Ela porem nada deseja em troca, somente aspira desenvolver livremente os direitos humanos, que são fundamentais para as pessoas e de tal modo que se torne em dignidade família humana de Deus. (42)

O Concílio exorta os cristãos a cumprirem fielmente os seus deveres terrenos, guiados pelo Evangelho. Pois, há a tentação aos que abraçando a fé acreditam que não mais precisam fazer valer seus deveres terrenos, mas, deixa-los de fazê-los é deixar de agir pelo próximo e para como o próprio Deus. Logo, não se oponha as atividades profissionais e sociais por causa da vida religiosa, por outro lado, não deixe a vida religiosa. Mas, conciliando as duas o homem busque trabalha-las promovendo o bem, seja lá qual for à área, domestica, profissional, científica ou técnica, etc. Aos leigos, cabe como cidadãos do Céu na Terra, respeitando as leis e alcançando nelas a real competência, cooperem

Page 6: RESUMO Gaudium Et Spes

de boa vontade com os homens de mesmo fim. Busquem realizar as novas iniciativas que surgirem, quando estas forem adequadas à norma da fé. Compete aos leigos difundirem as leis divinas na vida das cidades terrenas.

Aos sacerdotes cabe iluminar pela luz e força espiritual, contudo, os leigos devem ter consciência que nem sempre seus pastores estarão preparados e tenham uma resposta pronta para qualquer questão que surja repentinamente, contudo, sejam todos esclarecidos pela sabedoria cristã, e atendendo a doutrina do magistério assumam em si mesmo a própria responsabilidade. A ninguém é permitido invocar exclusivamente a autoridade da Igreja a seu próprio favor, mas, procure esclarecer por um mutuo dialogo sincero, salvaguardando a caridade reciproca e estejam todos atentos ao bem comum.

Quanto aos bispos, a quem está confiado o encargo de dirigir a Igreja de Deus, preguem juntamente com os seus sacerdotes a mensagem de Cristo. Estejam os religiosos e todos os fiéis ligados a esta palavra, e com assíduo estudo capacitem-se a terem um bom dialogo com qualquer pessoa de opiniões diversas, dado que o gênero humano caminha para unidade civil, os bispos juntamente com o Sumo Pontífice e os sacerdotes do mundo inteiro evitem qualquer tipo de divisão, a fim de que a humanidade seja conduzida a unidade de família de Deus. Ainda que a Igreja tenha se mantido fiel, como esposa do Senhor, e nunca deixou de ser sinal de salvação para o mundo, ela não nega que entre seus membros, clérigos ou leigos, no decorrer dos séculos, alguns foram infiéis ao Espírito de Deus, bem como há em nossos dias. A Igreja sabe, portanto que, pode aprender com as experiências dos séculos, no que se refere ao desenvolvimento e as relações para como o mundo. Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja enquanto Mãe exorta seus filhos para se purificarem e se renovarem a fim de se tornarem sinais de Cristo no mundo. (43)

Tanto o mundo quanto a Igreja tem interesses mútuos em se ajudarem. De tal modo, o mundo criou muitíssimas obras que são consideradas como tesouro da humanidade e a Igreja com a mensagem de Cristo em varias línguas e conceitos próprios procura ser ilustrada nestes saberes filosófico. Tendo por objetivo adaptar o Evangelho a capacidade de compreensão de todas as exigências dos sábios. Assim cada nação pode propagar a mensagem de Cristo com sua própria maneira, e deste modo a Igreja se une com as diversas culturas. É dever de todo povo de Deus, principalmente dos pastores e dos teólogos, ouvir, discernir, interpretar as varias linguagens do nosso tempo e julgar a luz da verdade do Evangelho, a fim de que a verdade revelada seja cada vez mais intimamente percebida, compreendida e apresentada de modo mais conveniente. Por isso, a Igreja muito aproveitou e pode ainda aproveitar-se daqueles que a hostilizaram e que ainda a perseguem. (44)

Ao ajudar o mundo e ser por ele ajudada, a Igreja, tem por único fim o advento do Reino de Deus e a salvação de todo gênero humano. Ela pode afirmar isto com toda autoridade, sendo que ela é “o sacramento universal da salvação”, assim, ela manifesta seu amor por Deus e por todos os homens. Por isso, Cristo quis que fosse nela, todo homem salvo (cf. Ef 1), e Ele próprio nos disse “Eis que venho em breve, trazendo comigo a minha recompensa, para dar a

Page 7: RESUMO Gaudium Et Spes

cada um segundo as suas obras. Eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o ultimo, o começo e o fim”(Ap 22, 12-13). (45)

Parte IIDepois de ter visto sobre a dignidade humana, o Concílio agora dirige sua atenção ao Evangelho, e falará sobre alguns temas como, matrimonio e a família, cultura, vida econômica, política e comunidade internacional de paz. (46)

Capitulo IA salvação da pessoa e da sociedade esta ligada totalmente ao matrimonio e a família. Por isso, alegrem-se por aqueles que estimam esta comunidade de amor e respeito pela vida, e auxiliem os pais e cônjuges nesta missão familiar. Pois, no nosso atual tempo a família encontra-se ameaçada pelo amor livre, poligamia, egoísmo de uma das partes, divórcios, etc. Mas, mesmo com tantos desafios contra esta instituição é o que a faz que ela seja verdadeiramente uma instituição de base. Por isso este Concílio deseja ilustrar uma forma de proteger esta nativa forma de estado matrimonial. (47)

A vida de amor conjugal é criada pelo criador, por isso ela é irrevogável. Assim, os cônjuges se dão mutuamente por livre vontade um ao outro, e então nasce uma instituição paralela à sociedade, estas são, portanto, abençoada diretamente por Deus. “O próprio Deus é o autor do matrimonio, o qual possui diversos fins”, (Santo Agostinho e São Tomás de Aquino). Toda sociedade somente pode existir por meio da família e todo bem existente provem dela. Pela própria natureza matrimonial e o amor dos cônjuges estão ordenadas a procriação e a educação dos filhos. O homem e a mulher pela aliança conjugal “não são dois, mas uma só carne” (Mt 19,6). Portanto, devem se prestar mutua ajuda, para o desenvolvimento da família e o bem, tomem consciência da unidade que os envolve e para isso requer fidelidade dos cônjuges e requer indissolubilidade da sua união. Por caridade, Cristo, o Senhor abençoando o matrimonio se intitulou esposo da Igreja, estabelecendo com seu povo uma aliança de amor e fidelidade. Ele, esposo da Igreja, vem de encontro aos cônjuges cristão, com o sacramento matrimonial, e por meio deste sacramento derrama todas as graças sobre seus filhos.

Cristo assim permanece com os cônjuges, que se amando na fidelidade dão-se integramente assim como Cristo se deu por sua Igreja. “o autentico Amor conjugal é assumido no amor divino, e dirigido e enriquecido pela força redentora de Cristo e pela ação salvadora da Igreja; para que, assim, os esposos caminhem eficazmente para Deus e sejam ajudados e fortalecidos na sua missão sublime de pai e mãe”. Cooperando deste modo para edificação mutua e a própria santificação os esposos demonstram e caminhão para gloria de Deus. Deste modo todos que vivem ao redor, e os filhos, que acompanham o testemunho dos pais pela oração e vida comunitária também sentirão desejosos desta mesma salvação e santidade. Cabe aos pais à educação dos filhos, principalmente e em primeiro lugar a educação religiosa. Porem os filhos deve colaborar também para santificação dos pais, e devem assisti-los na solidão e velhice bem como ser o apoio nas situações de viuvez. Todas as

Page 8: RESUMO Gaudium Et Spes

famílias devem comunicar as riquezas espirituais às outras, serem sinais vivos do salvador do mundo para todos. (48)

A Sagrada Escritura convida os noivos alimentarem seu noivado com amor casto, e aos casados manterem seu amor indiviso e fiel. Este amor foi dignado pelo Senhor que o aperfeiçoou e o elevou como dom especial de Graça e de pura caridade. O matrimónio une o divino e o humano, de tal modo que este amor leva os esposos ao livre e reciproco dom de doação de si mesmo. Portanto, é honesto e digno o ato de entrega dos esposos quando se unem em intimidade, dentro do devido respeito e pureza, de modo autêntico e na própria ação de natureza, assim poderão se enriquecer nas alegrias e gratidão mutua. Isto confirma o sacramento de Cristo para com este tal grade amor, é, portanto, indissoluvelmente fiel, de corpo e espirito, na prosperidade e adversidade, excluindo assim o adultério e o divorcio. Porem, para esta perfeição ser plena, os esposos devem ter notáveis virtudes, a graça para uma vida de santidade, espirito de sacrifício e ativa oração continua. Toda esta santidade deste matrimonio reluzirá em meio a sociedade, servindo de exemplo aos demais, tanto a educação dos filhos, como verdadeiro modelo para os que querem ter uma vida casta e depois um matrimonio abençoado e santo. (49)

Os filhos são sem duvida o maior dom do matrimonio, presentes de Deus. “Desde a origem fez o homem varão e a mulher” (Mt 19,4), e abençoou-os dizendo, “sede fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1,28). Como missão especifica aos esposos que tiverem filhos, devem dar boa educação a eles, forma-los tanto na dignidade humana e cristã com todo respeito e docilidade para com Deus, devem guia-los pela consciência fiel a lei divina, ao conhecimento do magistério da Igreja em comunhão aos ensinamentos do Evangelho. “No entanto, o matrimónio não foi instituído só em ordem à procriação da prole” fica o amor mutuo, o respeito e o desejo de crescimento de ambos, mesmo que faltem filhos, o matrimonio é indissolúvel, e se conserva o mesmo valor, esta comunhão é para todo o sempre, para toda vida. (50)

O Concílio, não ignora as dificuldades que os casais podem encontrar pelo caminho, e sabe que muitas vezes, devido o número de filhos, tais casais podem suspender a vida intima, isso na maioria das vezes coloca em risco a fidelidade do amor, ou quando não é feito, existem quem pensa na possibilidade do aborto. “Não falta quem se atreva dar soluções imorais” “mas a Igreja recorda que não pode haver verdadeira incompatibilidade entre as leis divinas que regem a transmissão da vida e o desenvolvimento do autentico amor conjugal”. Deus, portanto, sempre suscita homens dignos que defendem a vida, este deve ser defendida desde o momento da concepção, pois, o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis. Toda vida humana, e a missão de a transmiti-la não se limita a este mundo, nem pode ser medida ou mesmo compreendida por ele, mas, transcendente, esta relacionada diretamente ao eterno, ao destino do homem a Deus. (51)

A família é uma escola de humanidade. Por isso, para a educação dos filhos os esposos devem chegar ao mesmo senso, ao comum acordo, são os dois que educam. Os filhos devem ser educados até alcançarem maturidade, esta, juntamente com a responsabilidade de escolherem melhor sua própria

Page 9: RESUMO Gaudium Et Spes

vocação, bem como a religiosa, quanto a matrimonial e assim escolher seu cônjuge, porém tudo de acordo a dignidade própria dos homens. Sendo que toda família está engajada em meio à sociedade, aquele que tiver uma maior responsabilidade e influência social deve defender a família, enquanto instituição sagrada. Os cristãos devem pela fé recebida e pelo testemunho, promover com empenho o bem do matrimonio, juntamente com todos os homens de boa vontade. Os cientistas desenvolvam cada vez mais pelas ciências biológicas, médicas, sociais e psicológicas o bem do matrimonio, no que se refere à procriação e a vida humana. Os sacerdotes cabe, pelo bom conhecimento de seu tempo e dos fatos atuais, pregar o Evangelho e do culto litúrgico bem realizado, promover o conhecimento dos fiéis para desenvolverem o matrimonio da melhor forma possível, pela caridade, e serenidade. As diferentes obras, e diversas associações, procurem fortalecer os jovens e os recém-casados a formarem uma vida familiar tanto de exemplo social quanto apostólica. Os próprios esposos estejam ligados pela caridade, amor mutuo, fidelidade, responsabilidade, etc., pois, abençoados por Deus estabelecem dignidade de comunhão e de afeto, visem a santidade do matrimonio se santificando e ajudando outros a se santificarem, devido a missão própria de cada casal, lembre-se que o foco deve estar em Cristo, fiel esposo da Igreja, que deu a vida por ela, assim assumam este compromisso de serem fiéis e se necessário deem a vida pelo seu cônjuge. (52)

Capitulo IIÉ próprio dos humanos desenvolverem a cultura, seus valores sociais e a plena realização. A vida humana, a natureza e a cultura estão necessariamente ligadas. Cultura é tudo aquilo que o homem cria, isto é, esforça-se por dominar, pelo estudo, trabalho, o progresso em si, como as instituições civis, artes etc., tudo o que é feito pelo homem e para o homem, torna-se cultura. Como há vários povos, podemos dizer que há varias culturas. Diferentes modos de utilizar as coisas, de trabalhar, de religião, de beleza, etc., várias épocas e transformações próprias fazem diversas culturas. (53)

Também notamos novas condições de vida do homem moderno, estas mudanças promovem transformações no campo social e cultural, pode-se notar uma nova era da historia humana. Temos os avanços tecnológicos, os naturais e ecológicos, os humanos e sociais, também notamos o aperfeiçoamento do processo das comunicações, todas as ciências sofrem alterações constantes que visam melhorar a vida do homem, expressado assim uma maior unidade do gênero humano, porém, fica cada vez mais cabível o respeito pelas particularidades das diversas culturas e da pessoa. (54)

Cada vez mais, cresce o numero de homens e mulheres que tem plena consciência de que são autores da cultura. Sentem-se responsáveis pelo mundo. Isto reflete na “maturidade espiritual e moral do gênero humano”. Este “encargo nos incumbe de construirmos um mundo melhor, na verdade e na justiça” surge assim um “novo humanismo, no qual o homem se define antes de tudo pela sua responsabilidade com relação aos seus irmãos e a história”. (55)

Page 10: RESUMO Gaudium Et Spes

Também é natural que o homem, por causa desta maior responsabilidade, aumente em si as angustias e inquietudes para resolver os vários problemas que surgem. Deve-se, porém, tomar cuidado para que os diversos contatos com as outras culturas não atrapalhem, mas sim, fortaleça a própria, sem deixar de ter como referência a sabedoria dos antigos. Devemos aderir à nova cultura sem atrapalhar a herança da tradicional. Devemos conciliar o progresso das varias ciências disciplinares e ao mesmo tempo construir uma síntese própria conservando a capacidade de contemplação e admiração que nos conduz ao saber. Devemos fazer que todos os homens participem dos bens culturais, mesmo que a cultura das elites seja cada vez mais elevadas e complexas. Não podemos deixar que esta nova cultura caia somente num humanismo terreno e se oponha a religião. É necessário também que, em meio às contradições existentes, se desenvolva harmonicamente e integralmente a pessoa humana, e que ajude aos homens, sobretudo aos cristãos não perderem o foco fraternal e único de família de Deus. Portanto, se fica uma única questão referente a todos estes desafios, como se fazer isso sem perder o princípio revelador de Cristo? (56)

Os cristãos devem saborear as coisas do alto (cf. Cl 3,1-2), e por isso, devem também colaborarem para edificação de todos os outros homens. Tendo no mistério da fé cristã valiosos estímulos para desenvolverem esta missão, e pela “qual a cultura humana atinja seu lugar privilegiado na vocação integral do homem”. Quando o homem, utilizando da técnica, trabalha a terra para dar fruto e se tornar habitável dentro de toda uma dignidade, além de se colocar a serviço do irmão como mandamento de Cristo, a domina como o Pai estabeleceu (cf. Gn 1,28). O homem que se dedica ao estudo das varias disciplinas pode e deve ajudar os demais a se esclarecerem por meio daquela admirável sabedoria que estava desde o principio junto de Deus, e assim, encontrarem suas delicias junto dos filhos de Deus (cf. Pr 8, 30-31). Estando o homem mais liberto da escravidão das coisas, ele pode mais facilmente levantar-se ao culto e a contemplação do Criador, tendo sempre o olhar voltado para o Verbo de Deus que ilumina todo homem (cf. Jo 1,9). Em nossos dias atuais o progresso pode sem duvida dar azo a certo fenomenismo e ao agnosticismos, quando nesta busca da verdade o homem acredita que não seja necessário se apegar as coisas do alto. E isto é preocupante. Porém, estes fatos não são necessariamente próprios da cultura atual, e nem por isso nos impede de olharmos para seus pontos positivos. (o Documento cita alguns pontos positivos). Eles por sua própria natureza induz aos homens a se formarem pela caridade, aceitando a mensagem do Evangelho e configurando-os a aquele que veio para nos salvar. (57)

É evidente que a mensagem do Evangelho tem muita ligação com a cultura, podemos perceber que mesmo antes da encarnação do Filho de Deus, Ele, utilizava-se da cultura própria de cada povo para se comunicar. De tal forma, a Igreja que vive desde a encarnação de Cristo até nossos tempos se comunica pela cultura dos povos, contudo, se mantem fiel a seu Esposo, anunciando desde sempre o que dEle ouviu. Assim, ela não permanece presa a nenhuma cultura ou povos, mas, ao mesmo tempo em que se enriquece com estas culturas, ela também enriquece estas culturas com a sabedoria e os concelhos de Cristo. “A boa nova de Cristo renova continuamente a vida e a cultura do

Page 11: RESUMO Gaudium Et Spes

homem decaído e combate e elimina os erros e males nascidos da permanente sedução e ameaça do pecado”. A Igreja purifica as culturas e as eleva, fecunda-as por dentro com seus tesouros e com as qualidades do espirito e os dotes dos povos de todos os tempos. Ela educa as culturas e os povos a mudarem a forma de pensar dando ao homem a liberdade interior. (58)A Igreja sempre nos lembra de que a cultura serve para o bem de todos os homens e para toda sociedade. A cultura parte do principio racional, natural do homem bem como do direito social, por isso goza de liberdade para se desenvolver, visando sempre este bem comum. O sagrado Concilio do Vaticano II, assim como o anterior, declara existir “duas ordens de conhecimento distintas, a fé e a da razão” e a Igreja de modo algum as proíbe. Ela ao contrário, incentiva à criação das artes e desenvolvimento das ciências. Para isso acontecer de modo justo, requer que seja salvaguardada a ordem moral e o bem comum, e que o homem possa investigar livremente seja sempre informado dos acontecimentos públicos da vida. Não pertence de modo algum às autoridades públicas determinarem o caráter próprio da cultura. A cultura deve ser incentivada de modo próprio e desviada de servir forças políticas ou econômicas. (59)

Devido a grande possibilidade que hoje temos de libertar muitos da ignorância intelectual, se faz mais necessário que nos empenhemos nesta missão, principalmente os cristãos e os homens de bem. O direito a cultura requer a não discriminação de raça, sexo, nação, religião, ou situação social, etc., deve ser assegurado àqueles que têm aptidões para ensinarem e assumirem funções de acordo com a possibilidade, bom estudo para que isso aconteça, adquira boa educação superior e assim se desenvolvam. Deste modo cada grupo poderá chegar e se desenvolver na vida cultural e nas tradições próprias. Devemos, pois, ajudar aos homens para que tenham consciência a cultura, e eles também devem ajudar a outros a terem esta mesma consciência. Contudo, sabemos que muitas vezes as condições não são favoráveis devido à vida e até mesmo ao trabalho que muitas vezes impedem a muitos de chegarem próximo da vasta cultura dos povos. Também é necessário olhar para as varias mulheres que chegaram e assim participam da cultura, é coerente que as reconheçamos dignas da mesma. (60)

Hoje, temos tantos ramos de saber e de artes que fica difícil enumerarem. Ao mesmo em que esta vasta coleção, faz que, cada vez mais o homem fique fragmentado, sem saber compreender e organizar-se. Assim, o homem universal cada vez mais desaparece. Contudo, cabe à própria pessoa humana salvaguardar sua integridade, valores, inteligência, consciência, tudo isso se funda na vontade de Deus Criador e em Cristo. A família deve ser prioridade na cultura. A mãe deve ser educadora de seus filhos e cobri-los com amor, enquanto a cultura vai penetrando na adolescência deles. Em nossas sociedades modernas, graças à difusão dos livros e com a tecnologia de comunicação social, ficou mais fácil favorecer a universalidade da cultura, portanto, o tempo livre deve ser bem aproveitado para o enriquecimento cultural, deste modo é propicio atividades livres, como visita a museus, teatros, viagens turísticas, esportes e mais coisas que além de trazer cura psíquica, física e descanso ajudam a enculturação das pessoas. Mas, devemos avaliar se realmente o que buscamos é de fato uma cultura valida, e investigar as

Page 12: RESUMO Gaudium Et Spes

ciências se está para os homens, pois, como vimos no inicio deste paragrafo, hoje existe um monte de pseudas culturas. (61)

A Igreja mesmo incentivando a cultura, muitas vezes não foi fácil fazer a devida ligação cristã com ela. Estas dificuldades, porém, não foram e não são danosas para a fé, antes elas fazem a fé ser provadas e assumidas cada vez mais. As descobertas das ciências, filosofia e historia, faz que os teólogos tenham também mais descobertas e mais investigações. Os teólogos devem buscar constantemente o conhecimento próprio teológico. E o modo adequado de transmitir este conhecimento a todos os homens. Deve-se utilizar-se muitas vezes de outras ciências para transmitir uma fé mais madura, como por exemplo, a psicologia e sociologia. A literatura e as artes também são meios próprios de se transmitir o conhecimento. A Igreja deve trabalhar para que se reconheçam os artistas e estes se sintam acolhidos à comunidade cristã. A Igreja deve reconhecer as novas formas artísticas do tempo e estas serão aceitas quando após uma minuciosa investigação forem aprovadas nas exigências litúrgicas e assim elevarem o espírito humano a Deus.

Desta forma o conhecimento de Deus será mais perfeito, e a pregação do Evangelho mais compreensível ao entendimento humano. Devemos partilhar nossos saberes, e concilia-los as descobertas das novas ciências, dos novos costumes, na doutrina cristã, na prática religiosa com retidão moral, acompanhado sempre os novos conhecimentos culturais e técnicos que forem surgindo, apreciando-os sim, mas, sempre interpreta-los com autentico sentido cristão. “Os que se dedicam as ciências teológicas nos Seminários e Universidades, procurem colaborar com os especialistas de outros ramos do saber, pondo em comum trabalhos e conhecimentos”. Os estudos teológicos devem manifestar o conhecimento verdadeiro da revelação em ligação ao tempo presente, facilitando assim, o entendimento dos estudiosos de outras disciplinas a fé verdadeira e pura. É importante que cada vez mais os leigos se dediquem ao estudo das disciplinas sagradas, e tanto os leigos e clérigos tenham autonomia para aprofundarem seu pensamento em investigações claras e assim possam expressar a opinião com humildade, fortaleza, domínio e competência. (62)

Capitulo IIIA vida econômica e social também deve ser respeitada. Cada homem é protagonista de sua vida social e econômica, e ela deve leva-lo a dignidade humana. Sabemos que atualmente o campo econômico se desenvolve grandemente na exploração da natureza, a técnica se desenvolve na criação de maquinas e a política social se beneficia gradativamente por este crescimento. “Mas não falta motivo de inquietação”. Mesmo com todo este desenvolvimento, não são poucos os homens que se deixam dominar pela sua realidade econômica, muitas vezes se prendem ao egoísmo, notamos uma enorme desigualdade e, em alguns lugares uma regressão social é débil e, até mesmo o desprezo e o preconceito aos mais pobres, numerosas pessoas tem carência do básico para a sobrevivência, enquanto outras esbanjam e desperdiçam de modo impróprio, vemos o contraste de riqueza e de miséria em um mesmo lugar, numa mesma nação, condições indignas de muitos filhos de Deus. Tal desequilíbrio está também intrínseco entre a agricultura e a indústria, entre diferentes regiões e países, o que pode gerar guerras e pode colocar a

Page 13: RESUMO Gaudium Et Spes

paz mundial em crise. Os contemporâneos tem cada vez mais esta visão de realidade, mas para haver mudanças, é necessário mudar antes a mentalidade, com base nisto a Igreja iluminada pelo Evangelho prega a justiça e equidade, e o sagrado Concílio pretende confirmar estes princípios, considerando nosso tempo e por isso indica algumas orientações que ajudam neste desenvolvimento econômico. (63)

Devido o aumento populacional, hoje se faz cada vez mais urgente e de grande importância que haja o aumento de produção agrícola, industrial e de prestação de serviços. Por isso é importante que tenhamos um maior incentivo que favoreça “o progresso técnico, o espírito de iniciativa, criação e ampliação dos empreendimentos, a adaptação dos métodos e os esforços corajosos de todos os que participam na produção; numa palavra, todos os fatores que contribuem para tal desenvolvimento”. Mas, o objetivo não é o enriquecimento, nem o aumento dos produtos, nem o lucro, mas o serviço do homem, e que este o complete, dando-lhe conta da ordem e as necessidades para sobrevivência, também deve fornecer-lhe condições intelectuais, espiritual, condições morais, etc. As condições econômicas devem se regular, segundo as leis, e métodos próprios morais, e dentro das condições em que o homem tenha dignidade e assim cumpra os desígnios de Deus. (64)

O poder econômico deve ficar nas mãos dos homens e não de poucos, nem de pequenos grupos economicamente mais fortes, nem de uma só comunidade, uma só nação, etc. Pelo contrário, é necessário que em todos os níveis sociais seja dividido de igual modo aos indivíduos, e sejam coordenadas e organizadas harmonicamente com os poderes públicos. O desenvolvimento econômico não deve ficar somente sob o curso mecânico de atividades particulares nem somente das autoridades, porém, fica a responsabilidade de cada um denunciar as falsas doutrinas que, a pretexto de uma falsa liberdade se opõe as reformas necessárias, ao nega-las, colocam em xeque os direitos fundamentais do individuo. É direito e dever de todos os cidadãos garantirem por meio do poder civil, que deve garantir medidas próprias de possibilidades para o verdadeiro progresso de toda comunidade. “Sobretudo nas regiões economicamente menos desenvolvidas, onde é urgente o emprego de todos os recursos disponíveis”, portanto, é de grande risco para o bem comum todos aqueles que conservam improdutiva suas terras. (65)

Para acabarmos com as diferenças econômicas, é antes de tudo, necessário que, nos esforcemos para satisfazer as exigências da justiça e equidade, respeitando todos os direitos da pessoa e de seu povo. Também é necessário ajudarmos os agricultores a aumentarem e venderem seus produtos. Os trabalhadores que são de outros lugares, e de países distantes devem ser respeitados como pessoas humanas e não como se fossem maquinas de produção, a eles devem ser dado dignas condições e assim que possíveis à possibilidade de seus familiares virem para perto dos mesmos. Sendo possível, cabem às forças governamentais, criarem fontes para trabalho digno nas suas terras de origem, dando assim profissão aos que ainda se encontram nestes lugares. Nas empresas que hoje são tomadas cada vez mais pelo avanço das maquinas e da tecnologia, deve se dar formação técnica para seus trabalhadores, a fim de estes manterem-se em seus trabalhos e aos que por

Page 14: RESUMO Gaudium Et Spes

algum motivo como doenças ou por idade avançada, sejam assistidos em prol de que consigam se mantiver na dignidade humana. (66)

Falamos agora de três campos de trabalho que sobreleva; a produção; troca ou exportação dos bens; e a prestação de serviços. Contudo, estes somente têm valores de meios de trabalho. Mas, seja por conta, ou, a serviço dos outros, estes meios procedem diretamente da pessoa e das coisas da natureza que se sujeita a seu domínio. “É com o seu trabalho que o homem sustenta a própria vida e a dos seus; por meio dele se une e serve aos seus irmãos, pode exercitar uma caridade autentica e colaborar no acabamento de criação divina”. Dai nasce o dever e o direito ao trabalho, a sociedade cabe o dever de ajudar cada cidadão encontrar a oportunidade para um trabalho digno, que o ajude manter-se e a manter os seus com todos os direitos de pessoa humana.

Dado que o resultada da atividade econômica é a soma do trabalho dos homens que se unem para ocasiona-la é injusto privar alguém de não a receber, ou até mesmo prejudicar um trabalhador. Também acontece que em nossos tempos que alguns trabalhadores se tornaram escravos de suas atividades. E não há lei alguma que justifique isto. Por isso, sempre é necessário adaptar o trabalho as pessoas, primeiramente para as mães, para que elas deem conta das atividades domesticas. O trabalho sempre deve proporcionar o desenvolvimento do trabalhador tanto para a economia propriamente dita quanto para a própria personalidade. É necessário que, do mesmo modo que dispõem de tempo e de forças para desenvolverem as atividades, tenha tempo livre para recompor as forças, e este tempo deve também atender as necessidades da família, cultura, esporte lazer, atender a vida social, e religiosa. (67)

Em toda empresa os trabalhadores são associados e autônomos, imagem de Deus, são autônomos porque se estão associados e devem estar por livre vontade e decisão própria. Porém, cada um tem uma função própria, cabível a seu desenvolvimento. Portanto, cabe aos donos e aos lideres das empresas desenvolverem a participação de todos para o bom andamento da empresa, nas decisões e nas gestões empresariais. Estes devem participar destas decisões sejam por livre vontade ou por meio de um delegado representante que fala em nome de todos. Dentro do direito dos trabalhadores está também assegurado que os interessados criem associações que os represente, bem como por livre escolha se representem sem temer represálias. Consequentemente, sejam organizados e prezem sempre a justiça e a concórdia, bem como deste modo cada qual entenda verdadeiramente seu valor e sua responsabilidade em prol do bem comum. “Quando, porém, surgem conflitos económico-sociais, devem fazer-se esforços para que se chegue a uma solução pacifica dos mesmos”, deve-se haver um pacifico dialogo, e se na ultima hipótese ocorrer uma greve, que é de direito, contudo, achem soluções e retornem o mais rápido possível ao trabalho, e assim sirvam os irmãos que necessitam. (68)

Deus que criou a terra e tudo que ela contém, deseja que tudo chegue até todos os povos e a cada homem, porém, deve se regrar esta chegada a todos devido à caridade. Independente da origem da posse, dos bens, todos devem

Page 15: RESUMO Gaudium Et Spes

atender este bem. “Por esta razão, o homem que usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores como que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si mas também aos outros”. Assim a Igreja pensa, os Padres e Doutores ensinaram que todos os homens tem obrigação de ajudar os mais pobres, “não apenas com bens supérfluos”, isto é, materialmente. (69)

Os investimentos da Moeda devem atender as necessidades econômicas das pessoas de hoje, como também as gerações futuras, os que decidem por esta forma de investimento devem ter em mente este propósito, além de vigiar para assegurar a vida digna dos indivíduos. “tenha sempre em conta as necessidades urgentes das nações ou regiões economicamente menos desenvolvidas”. (70)

Dado que a propriedade privada muito contribui para a pessoa humana e para certos grupos, é de enorme importância que seja assegurado este acesso. “Esta propriedade privada deve ser considerada como extensão da liberdade humana, como estimulam o exercícios da responsabilidade, constituem uma das condições das liberdades civis”. “As formas desse domínio ou propriedade são atualmente variadas e cada dia se diversificam mais. O que se deve dizer não só dos bens materiais, mas também dos imateriais, como é a capacidade profissional”. No entanto, o direito particular é equivalente aos direitos públicos, isto é, deve ser de interesse comum, e por isso seja fornecido a todos. Pois, a propriedade particular tem um cunho anterior que é de caráter social, o que impede que esta realidade aconteça é o egoísmo humano. Entretanto, este entendimento produz uma maior necessidade no homem, para cuidar de todas as coisas e velar pelo beneficio de todos, assim, o proprietário bem como os que servem devem procurar harmonia tanto para o aumento de trabalho como de convivência. (71)

Aos cristãos que desenvolvem ativamente no desenvolvimento económico-social lutem pela justiça e pela caridade, contribuam assim, com a máxima humildade para a paz no mundo. Lembre-se que pela unidade, mantendo o respeito da hierarquia em suas atividades terrenas e fieis a Cristo e a seu Evangelho estão fazendo a vontade do Pai, pelas boas aventuranças lembre-se de buscar a pobreza de espírito. Este amor a Cristo deve fazer que todo cristão ajude seus irmãos a se desenvolverem na justiça e na caridade. (72)

Capitulo IVTodas as evoluções do pensamento e da cultura diretamente interferem no desenvolvimento político. Aumentando assim, nos indivíduos, o desejo de promover o bem comum, a liberdade cívica, e tudo o que se refere aos direitos e deveres dos homens. O desejo de instaurar a ordem político-jurídica em que os direitos sejam bem assegurados é cada vez mais constante, porém, deve ser sempre respeitado o direito de livre escolha e de vontade das pessoas se associarem e desassociarem de reuniões e associações de grupos sociais. Juntamente com o progresso da cultura, muitos se sentem chamados a exercer uma carreira política, esta deve ter como objetivo o respeito à pessoa, e não é justificável que por este motivo, se esqueça os deveres de cidadãos destes que

Page 16: RESUMO Gaudium Et Spes

se ingressam nesta vocação, deve também lutar para haver sempre o maior respeito a liberdade de religião e de ideias diferentes. Deve também, combater o privilegio de poucos favorecidos por este sistema, e assim distribuir igualmente os bens a todos. Deve condenar as ações politicas que produz vitimas inocentes em beneficio de uma associação política ou facções. Para se exercer melhor esta função, é necessário que todas recebam gratuitamente uma formação que visa à justiça e a benevolência, a fim de que, todos lutem em prol do bem comum, deste modo teremos uma política reta, e poderá a autoridade exercer seu poder dentro dos limites que o compete. (73)

Qual é, portanto, a natureza e os fins da comunidade política? E já sabemos que somos esta comunidade. Logo, veremos seu objetivo, e este precisa ficar cravado em nosso entendimento. “A comunidade política existe, portanto, em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deveria o seu direito natural e próprio. Quanto ao bem comum, ele compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição”. Contudo, os homens que se unem politicamente nem sempre terão os mesmos objetivos e às vezes não falarão a mesma linguagem, por isso, é necessário que se tenha uma autoridade capaz de convergir às divergências para o mesmo bem, mas não de modo despótico, ou ditatorial, mas, antes demonstrando a cada um a ética-moral e a liberdade consciente de desenvolverem politicamente o sentido responsável pela transformação de um novo meio social apto para todos. Que todos os políticos lembrem-se assiduamente de que antes de o serem, sempre pertenceu a classe humana, designada por Deus, embora a responsabilidade politica fosse por livre vontade que optaram.

Sobre a autoridade política, cabe dizer que, segundo a ordem moral e, em vista do bem comum, dentro dos limites estabelecidos em ordem jurídica ou de acordo com o que será estabelecido, cabe à autoridade a eles confiada. E aos cidadãos é justo obedecerem, daqui a responsabilidade, dignidade e importância dos que governam. E se por qualquer motivo estes, mesmo dentro dos limites “oprimirem os cidadão, estes não se recusem as exigências objetivas do bem comum; mas é-lhes lícito, dentro dos limites definidos pela lei natural e o Evangelho, defender os próprios direitos e os dos seus concidadãos, contra o abuso desta autoridade”. Por mais diferente que sejam os povos, as culturas e os sistemas políticos, deve “sempre organizar a formação de homens cultos, pacíficos e benévolos para com todos, em proveito de toda a família humana”. (74)

De acordo a natureza humana, se faz a possibilidade de cada individuo livremente se associar a determinados grupos políticos, portanto, todos os cidadãos devem livremente fazer uso de seu voto em vista da promoção comum, e a Igreja louva ao Pai por aqueles que assumem verdadeiramente o peso da humanidade sobre si próprio, e buscam desenvolver e se dedicam por este bem maior. Para que esta colaboração de todos seja realmente útil, é necessário que tenha uma ordem jurídica justa que faça as divisões cabíveis. Assim, todos prestaram serviços para a família de Deus e os grupos sociais.

Page 17: RESUMO Gaudium Et Spes

Aos políticos propriamente ditos, cabe prestar serviço a nação. Contudo, a todos cabe servir mutuamente em prol do desenvolvimento e do bem. Por fim, os cristãos que tem aptidão a vocação política se dedique a ela, estude-a e quando possível exerça-a de modo integro, ético, com prudência, honesto, e não visem o crescimento pessoal, e o beneficio próprio, mas sim, a compaixão, a caridade e o bem. (75)

Existem distinções próprias da comunidade política e a Igreja, é bom que fique distinto estas diferenças, sendo que quando o individuo age por si, ou num grupo poderá estar agindo evangelicamente ou mesmo sendo político. Contudo, a Igreja, juntamente com a opinião de seus pastores tem o pensamento voltado para o bem social. “A Igreja, que em razão de sua missão e competência, de modo algum se confunde com a sociedade política nem está ligada a qualquer sistema político determinado, é ao mesmo tempo o sinal e salvaguarda da transcendência da pessoa humana”. Estas duas comunidades são autônomas e distintas, mas podem se unir para promoverem o crescimento humano, pois, a missão delas são semelhantes e assim poderão caminhar juntas, portanto, a Igreja foi fundada sobre o Amor Redentor, e ela contribui, pregando a verdade do amor, a caridade e a justiça, e pede para seus fiéis serem deste modo e vivam na carne este amor. A Igreja estando em meio aos homens e aderindo verdadeiramente o Evangelho prega a paz e a unidade a todos, ajudando assim a manter a ordem moral. (76)