Resumo geologia (0)

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Resumo-síntese

Geologia

Ocupação antrópica e problemas de ordenamento As bacias hidrográficas , as zonas costeiras e as zonas de vertente constituem situações

de risco geológico. Porém, através de uma intervenção qualificada e através da adoção de medidas

eficazes de ordenamento do território podem contribuir para prevenir acidentes e reduzir perdas

matérias e humanas.

O ordenamento do território é entendido como a organização do espaço biofísico, tendo

em conta a sua ocupação e utilização de acordo com as capacidades e características que

apresenta.

Bacias hidrográficas A água corrente é um dos mais importantes agentes geológicos na erosão, no transporte

e na deposição de sedimentos e a sua influência é visível em quase todas as paisagens.

Os rios (águas correntes) são cursos de água superficiais e largos que desaguam noutro

rio, num lago ou no oceano. No perfil do rio, consideram-se os seguintes elementos:

o Leito do rio – terreno ocupado pelas águas;

o Leito de cheia – espaço ocupado pelas águas em época de cheias, quando a

pluviosidade é elevada e bastante abundante;

o Leito de seca ou Leito de estiagem – zona ocupada pelas águas, quando a

quantidade destas diminui.

As faixas de terreno circunvizinhas ao leito do rio chamam-se de margens .

Os rios incluem-se em redes hidrográficas que, por sua vez, incluem-se numa bacia

hidrográfica.

Rede hidrográfica – conjunto de todos os cursos de água de uma determinada região.

Bacia hidrográfica – área drenada por uma determinada rede hidrográfica.

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A atividade geológica de um rio compreende os seguintes processos:

o Erosão – remoção de materiais resultantes da alteração das rochas do leito do rio

e das margens;

o Transporte – deslocamento dos detritos rochosos removidos por erosão;

o Sedimentação – deposição dos materiais, quando diminui a capacidade de

transporte de um rio. A sedimentação é influenciada pelas dimensões e peso dos

detritos e pela velocidade da corrente.

Cheias – fenómenos naturais extremos e temporários, provocados por precipitação

intensa de curta duração, por precipitação muito prolongada ou por fusão de gelo.

O excesso de água faz aumentar o caudal dos cursos, ocorrendo o extravasamento do leito

normal e a inundação das margens.

Quando as cheias assumem grandes dimensões, podem provocar muitos prejuízos,

nomeadamente:

o Isolamento, evacuação e desalojamento de populações;

o Destruição de propriedades e explorações agrícolas;

o Submersão (e/ou danos) em vias de comunicação;

o Interrupção no fornecimento de eletricidade, água, gás e telefone;

o Alterações no meio ambiente.

A prevenção de danos materiais e humanos causados pelas cheias pode ser conseguida

através das seguintes medidas:

o Ordenar e controlar as ações humanas nos leitos de cheia;

o Implementar medidas que impeçam a construção e a urbanização em potenciais

zonas de cheias;

o Construir sistemas integrados de regularização dos cursos de água, tais como a

construção de barragens e de diques nas suas margens.

A construção de barragens permite regular o caudal dos rios, o qual varia de acordo

com as condições climáticas. A retenção de água na albufeira evita inundações a jusante.

Apesar de aparentar ser uma coisa boa, a construção de grandes barragens para fins

hidroelétricos, agrícolas e turísticos induz a diminuição do transporte de partículas sedimentares

para o litoral. As barragens servem de barreiras artificiais ao trânsito de sedimentos. Logo, estão

associados às barragens impactos negativos, tais como:

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o Retenção de sedimentos a montante da barragem, diminuição dos mesmos a

jusante;

o Destruição ou desequilíbrio dos ecossistemas da zona, pela inundação de áreas

anteriormente emersas;

o Interferência com as migrações de peixes.

Associada à acumulação de sedimentos nos rios, como consequência da construção de

barragens, floresce a atividade de extração de inertes. Esta atividade pode ter as seguintes

sequências:

o Desaparecimento de praias fluviais;

o Descalçamento de pilares de pontes, podendo originar a sua queda;

o Alteração das correntes;

o Redução na quantidade de sedimentos que chegam ao mar.

Zonas costeiras

Faixa litoral – zona de transição do continente para o oceano.

Nas faixas litorais, é possível distinguir:

o Arribas – costas altas e escarpadas, constituídas por material rochoso

consolidado e com escassa cobertura vegetal;

o Praias – zonas baixas onde ocorre a acumulação de sedimentos, de dimensões

variadas, a grande maioria dos quais de origem fluvial.

A faixa litoral, em especial as arribas, sofre fenómenos de abrasão marinha – desgaste

provocado pelo rebentamento das ondas nas rochas.

Na base das arribas existem, por vezes, plataformas de abrasão – superfícies

relativamente planas e próximas do nível do mar onde se encontram sedimentos de grandes

dimensões que resultam do desmoronamento das arribas.

O litoral é uma zona dinâmica que evoluiu naturalmente, modificando-se. Porém,

atualmente a evolução é condicionada por fatores antrópicos, tais como:

o Ocupação da faixa litoral com construções;

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o Diminuição da quantidade de sedimentos, devido à construção de barragens ou

exploração de inertes nos rios;

o Destruição de defesas naturais, como dunas e vegetação costeira.

Ao reduzirmos a linha de costa, as construções, os bens e as vidas das populações são

postas em riscos, provocando um desequilíbrio nos ecossistemas.

A erosão do litoral pode ser combatida através das seguintes medidas:

o Construção de obras de engenharia, como paredões, esporões e quebra-mares;

o Estabilização de arribas;

o Alimentação artificial das praias com inertes;

o Recuperação de dunas.

Zonas de vertente

As zonas de vertente são locais de declive acentuado onde os fenómenos de erosão são

particularmente intensos. Nestas zonas, existe um risco elevado de movimentos em massa –

deslocamentos bruscos de uma grande massa de materiais sólidos em terrenos inclinados.

Numa vertente, atuam duas forças opostas: gravidade e atrito. Quando a força de

gravidade é superior à força de atrito, ocorrem, geralmente, os movimentos em massa.

Os movimentos em massa podem ser provocados:

o Causas naturais :

Gravidade;

Inclinação dos terrenos;

Tipo e características das rochas (disposição no terreno, orientação, grau

de alteração);

Quantidade de água no solo;

Acontecimentos bruscos (sismos, tempestades, etc…).

o Causas antropológicas :

Destruição da cobertura vegetal dos terrenos, com consequente aumento

da erosão do solo;

Remoção não controlada de terrenos para urbanização ou abertura de

estradas;

Saturação dos terrenos por excesso de irrigação.

Podemos prevenir a ocorrência dos movimentos de massa através de algumas medidas,

tais como:

o Elaboração de cartas de ordenamento do território, com definição de áreas

apropriadas para diferentes atividades humanas;

o Elaboração de cartas de risco geológico;

o Remoção ou contenção dos materiais geológicos que possam constituir perigo. A

contenção pode ser feita através de muros de suporte (com ou sem drenagem de

águas), através de redes e através de pregagens.