Resumo Programa Painel - Economia Brasileira
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Curso: Engenharia de Materiais
Disciplina: Economia
Tema: Economia Brasileira. Como o Brasil pode retomar o crescimento?
A opinião da maioria dos especialistas em economia chega num consenso de que a
economia brasileira poderia estar melhor.
Três economistas convidados: Eduardo Giannetti, Samuel Pessoa e Luis Gonzaga
Beluzo.
O diagnóstico da economia brasileira segundo Eduardo Giannetti apresenta:
Reversão de expectativas no Brasil, pois o Brasil despontava como um país que
conseguia um alto desempenho;
Baixo crescimento econômico, próximo de 2% em média;
Inflação pressionada;
Controle de preços, pois a inflação real é maior do que a aparente;
Déficit em conta corrente preocupante, de cerca de 4% do PIB.
Devem-se esses resultados a três fatores:
1. Mudança do cenário internacional, portanto fora do controle do governo.
2. Problema estrutural ligado à deterioração do lado fiscal do Brasil.
3. Deterioração da qualidade da politica macroeconômica.
Segundo Samuel Pessoal, a perda do desempenho econômico do Brasil pode ser sim
atribuída aos três fatores caracterizados por Giannetti, fazendo um comparativo de
crescimento nos últimos 8 anos, ocorre uma queda de 4% para 2% do governo LULA para o
governo DILMA. Tal perda de desempenho se deve há situação internacional, conforme aponta
Giannetti, o esgotamento do mercado de trabalho, ou seja, o Brasil teria empregado todo
mundo que poderia empregar, o bônus demográfico passou do período em que a taxa de
crescimento da população economicamente ativa cresce mais que a taxa da população total. E
a deterioração da qualidade da política econômica. Parte desse problema deve-se ao controle
da economia no que pode ser chamado de “mão pesada do governo” através de um sistema
regulatório.
Para Beluzo, o cenário nacional pode ser simplificado o diagnóstico nos mostra que o
Brasil está em um período de baixo crescimento econômico com a inflação pressionada e com
perspectiva que podem ser aproveitadas ou não pelo governo. Para uma análise deste cenário
deve-se voltar ao cenário brasileiro desde 1980, com um período de 12 anos desde a crise da
dívida externa até a estabilização, em que se verificou uma instabilidade muito grande, com
alta inflação, com economia com forte estrangulamento externo e com crescimento volátil,
sendo este cenário continuado até a estabilização de 1994 com o plano real, Beluzo considera
que a economia era “patológica”. Outro fator foi a defasagem com relação à economia
mundial, pois o país não cresceu nos mesmo setores que o restante do mundo. O câmbio
também se valorizava e o que se buscava era mais segurança. No entanto, a retomada do
crescimento em meados de 2002, deveu-se a fatores favoráveis para nossa economia tais
como uma valorização dos produtos exportados com relação aos importados. Com o início do
governo Lula e a ampliação de políticas de transferências de renda, feitas com o orçamento e
com indexação do salário, houve o aumento do mercado de consumo, produzindo um choque
positivo de demanda. O crescimento rápido, devido não somente ao aumento dessa demanda,
mas também devido ao efeito que a expectativa do aumento que esta provoca no mercado
favoreceu o Brasil mesmo durante a crise de 2008, que acabou por ter uma pequena queda no
crescimento e retomou logo em 2010. No entanto, a partir daí, o cenário se inverte, pois um
ciclo fundamentando no consumo possui duas limitações que são o tipo de bens consumidos,
em sua maioria duráveis, logo passíveis de esgotamento e o não fortalecimento de setores
essenciais tais como as industrias chaves como a Petrobrás.
Embora tenha se dado uma ênfase desmedida ao consumo, insiste Eduardo, a perda
da qualidade da política econômica é o fator chave para se entender a situação brasileira.
Houve uma perda da credibilidade do banco central ao acomodar a inflação no teto, por
pressão do governo, além do controle de preços em curto prazo através do controle de preço
de energia, combustíveis e transporte coletivos, pois aumenta a expectativa de inflação.
Beluzo destaca ainda que houve uma mudança na composição da inflação devido a
grande parcela da população que passou a consumir com o aumento da renda, relacionada
tanto a indexação do salário as politicas de distribuição de renda, que fazem com que o setor
de serviços puxe a inflação para cima, sendo o papel de manufaturados sendo muito pequeno,
logo a inflação acaba por ser uma consequência da politica econômica que elevou cerca de 15
milhões de saíram da miséria para a pobreza, podendo a partir daí consumir, havendo assim
mudança nos preços relativos.
O que seria necessário ou mesmo possível fazer para a retomada do crescimento
econômico? Eduardo apoia a recuperação da credibilidade da política macroeconômica. Para
isto, far-se-á necessário um superávit primário maior do que o prometido pelo governo, com
um restabelecimento da autonomia do banco central, com um compromisso com o centro da
meta, pois é a confiança nas previsões do banco central é de suma importância para o
mercado. Outro fator é o micro gerenciamento, que por vezes é pressionado por setores de
lobby, com desonerações caso a caso, interferindo com mão pesada no setor de energia,
fazendo protecionismo, dentre outros fatores, cita-se a Petrobrás, com enorme perda de fluxo
de caixa. Todo esse processo gera uma “espiral intervencionista”, ou seja, cada mudança
realizada pelo governo gera outras complicações.
Para Samuel, deve-se buscar o equilíbrio, pois mesmo com o aumento da inflação
impulsionada pelo setor de serviços devido ao aumento da população de consumidores, não
justifica uma inflação girando no teto da média, e muito embora haja indexação da inflação.
Outro fator é desfazer a “mão pesada” do governo, ou seja, diminuir as intervenções do
governo na economia, sendo um caminho difícil quando se inicia as intervenções pontuais do
governo, pois se torna difícil retroceder mais tarde.
Já para Beluzo, o Brasil perdeu o passo internacional há 35 anos, ou seja, ficou para
trás em nossas empresas brasileiras, o setor privado está muito aquém do crescimento
mundial, perdendo posição no atual cenário, não sendo somente uma questão de política
macroeconômica, sendo necessário escolher quais setores são estratégicos e há vantagens
relativas, tais como o pré-sal e infraestrutura, articular o setor privado com o governo e deixar
de interferir nas mudanças pontuais.