RESUMO-SIEPE-CONSOM

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ATUAÇÃO DO PIBID- MÚSICA/UNICENTRO NO PROJETO DE ENSINO CONSOM: UMA ABORDAGEM DIDÁTICA DA ARTE CONCEITUAL E SONORA Bruna Carolina Antonete (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Fernanda Naiara Bráz (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Graziela Costa (PIBID- MÚSICA - UNICENTRO), Larissa Lorena de Oliveira(PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Andreia Martins (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (Orientador). E-mail: [email protected] LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES, ARTES. Palavras-chave: Arte contemporânea, Ensino de Arte, Metodologias, PIBID. Resumo: O projeto de ensino ConSom buscou trabalhar a arte contemporânea na escola pelo viés do ensino da Arte Conceitual e da Arte sonora. Foram desenvolvidas dez aulas durante o projeto, o qual foi implementado em onze turmas de ensino fundamental em dois Colégios da Rede Pública da Ensino de Guarapuava, no Paraná. Durante a realização do projeto buscou-se aproximar os alunos à arte contemporânea refletindo também sobre o próprio cotidiano dos alunos. A metodologia adotada no projeto promoveu a experiência da vivência criativa em sala de aula. Introdução Ao notar que o ensino da arte contemporânea na escola tem sido muito discutido nos dias atuais, e que ao inseri-la no espaço escolar, principalmente nas aulas de arte, é uma das formas de tentar dirimir a falta de conhecimento desta arte por parte da sociedade, o PIBID – Música desenvolveu no ano de 2015 o projeto de ensino ConSom em duas escolas da cidade de Guarapuava, no Paraná. Colocar o aluno frente ao seu cotidiano, refletindo sobre o que este tipo de arte quer passar, foi um dos objetivos Anais da IV SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de setembro de 2015, UNICENTRO, ISSN – 2236-7098

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Resumo sobre projeto PIBID - ConSom.

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ATUAÇÃO DO PIBID- MÚSICA/UNICENTRO NO PROJETO DE ENSINO CONSOM: UMA ABORDAGEM DIDÁTICA DA ARTE CONCEITUAL E SONORA

Bruna Carolina Antonete (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Fernanda Naiara Bráz (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Graziela Costa (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO),

Larissa Lorena de Oliveira(PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Andreia Martins (PIBID-MÚSICA - UNICENTRO), Daiane Solange Stoeberl da Cunha (Orientador). E-mail:

[email protected]

LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES, ARTES.

Palavras-chave: Arte contemporânea, Ensino de Arte, Metodologias, PIBID.

Resumo:O projeto de ensino ConSom buscou trabalhar a arte contemporânea na escola pelo viés do ensino da Arte Conceitual e da Arte sonora. Foram desenvolvidas dez aulas durante o projeto, o qual foi implementado em onze turmas de ensino fundamental em dois Colégios da Rede Pública da Ensino de Guarapuava, no Paraná. Durante a realização do projeto buscou-se aproximar os alunos à arte contemporânea refletindo também sobre o próprio cotidiano dos alunos. A metodologia adotada no projeto promoveu a experiência da vivência criativa em sala de aula.

Introdução

Ao notar que o ensino da arte contemporânea na escola tem sido muito discutido nos dias atuais, e que ao inseri-la no espaço escolar, principalmente nas aulas de arte, é uma das formas de tentar dirimir a falta de conhecimento desta arte por parte da sociedade, o PIBID – Música desenvolveu no ano de 2015 o projeto de ensino ConSom em duas escolas da cidade de Guarapuava, no Paraná.

Colocar o aluno frente ao seu cotidiano, refletindo sobre o que este tipo de arte quer passar, foi um dos objetivos presentes no projeto. Além de que a partir do viés do ensino da arte conceitual e sonora possamos formar alunos com maior autocrítica, autorreflexão e autoconhecimento.

Neste resumo objetiva-se apresentar um pouco do trabalho realizado nas escolas parceiras Pibid/Música, passando por uma breve contextualização teórica sobre o surgimento da arte conceitual, arte sonora e a importância de se ensinar arte contemporânea no espaço escolar. Serão apresentadas as metodologias utilizadas ao longo das 10 aulas que foram aplicadas do projeto, finalizando com a conclusão, onde se mostra importância da realização de projetos nesta temática.

Revisão de Literatura

O termo arte conceitual foi utilizado pela primeira vez na década de 1960, pelo grupo Fluxus, e foi definido como o tipo de arte que usa como material o

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conceito. ANDREI (2008) argumenta que, na arte conceitual, a discussão não é mais

em torno da realização do produto artístico (visto que este não precisa mais ser desenvolvido tecnicamente pelo artista). A ideia é ressaltar o conteúdo da obra e trazer a discussão sobre o valor artístico do objeto de arte:

Em sua definição mais ampla possível, então, o conceitual na arte significa uma crítica ampliada da coesão e da materialidade do objeto artístico, uma crescente cautela em relação a definições da prática artística como puramente visual, uma fusão da obra com seu local e contexto de exibição, e uma ênfase maior sobre as possibilidades do caráter público e da distribuição das obras de arte (ALBERRO, apud ANDREI, 2008, p. 20).

A arte vem intervir no olhar do espectador tendo ele uma visão crítica de arte ou não, fazendo quem quer que a encontre pensar a respeito. Para VAZ (2010) o público tem consciência do sistema da arte que permite apreender o conteúdo das obras, mesmo que ainda o estado contemporâneo gere duvidas e incompreensões pelo fato de se referir a um período muito recente que se instaura e os códigos vigentes terem se transformado rapidamente nas últimas décadas.

Como arte sonora, CAMPESATO (2007) define aquela que surgiu na década de 1970 e integra música, artes visuais e arquitetura. Ela se assemelha a arte conceitual por buscar novas formas de interligar expressões artísticas fugindo do academicismo e produzindo novos conceitos e produtos artísticos que não cabem nas classificações tradicionais da arte. Nessa área de confluência das artes foi produzido um processo de hibridização dos elementos som, tempo, espaço e imagem (CAMPESATO; IAZZETTA, 2006).

Dentro da arte sonora, a arte conceitual permite estabelecer relações entre outros questionamentos trazidos pelos materiais e formatos; a possibilidade de experimentação não só com o som, mas também com o tempo e o espaço, em especial através da instalação. Segundo CAMPESATO e IAZZETTA (2006) o espaço passa a fazer parte da obra. Não é somente a qualidade acústica do espaço que assume importância, mas a totalidade de sentidos gerados pelo espaço como: cor, textura, dimensão, superfície, projeção, forma e imagem; pois cada um desses elementos pode assumir um significado importante dentro da obra.

Os autores ainda ressaltam a diferença da percepção musical em uma obra de arte sonora, se diferenciando do que as pessoas estão acostumadas a presenciar em salas de concertos. O tempo empregado nesse tipo de arte é condensado ou suspenso. O início e o fim são demarcados conforme o interesse de cada espectador, em que capta um significado imediato e a relação com os outros elementos não temporais que estão presentes na obra, dizem respeito ao espaço e o conceito aplicado nela (CAMPESATO; IAZZETTA, 2006). Como a produção de arte sonora está muito relacionada às instalações artísticas elas acabam propondo novas relações espaciais e temporais, modificando o ambiente e discutindo sobre a questão do tempo (CAMPESATO, 2007).

Segundo CAMPESATO (2007), outro fato importante a ser falado é a

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conceptualização da arte e a influência que recai na prática do artista, onde ele sai da posição individual e mistificada, para ser um observador do mundo em que está inserido se apropriando das características deste para produção do seu trabalho artístico. A arte sonora também traz valores da música eletroacústica, que conforme CAMPESATO (2007) se baseia na ideia de John Cage de fazer da música uma área de invenções e um artista que busque novos meios de criação e experimentação sonora, lançando um novo conceito.

A arte conceitual, assim como a arte sonora tem ampliado sua presença para além dos museus e galerias, podendo trazer grande contribuição no ambiente escolar. O caminho para a apresentação destes assuntos pode ser através de contextualizações teóricas, vídeos, imagens, diálogos e experimentações para que o aluno possa aumentar seu conhecimento e repertório, assim como propor criações artísticas para que os estudantes possam vivenciar o processo de criação em arte. Ao se abordar a arte contemporânea em sala de aula o educador tem a oportunidade de apresentar uma arte que proporciona diversas experiências e que está mais próxima do cotidiano do educando. Por fim, desenvolver o conhecimento, a capacidade crítica e criativa são alguns dos objetivos que o ensino da arte contemporânea vem buscando no espaço escolar, o que entra em consonância com os objetivos do presente projeto.

Por meio da arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação apreender a realidade do meio ambiente desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade a mudar a realidade que foi analisada (BARBOSA, 2002, p.18).

Resultados e Discussões

O desenvolvimento do projeto ConSom no Colégio Estadual Professora Leni Marlene Jacob se deu com a participação de cinco turmas do 7º ano do ensino fundamental II, no Colégio Bibiana se deu com seis turmas de sexta, sétimo, oitavo e nono anos do fundamental II. Durante seu desenvolvimento o projeto passou por diferentes etapas. Primeiramente desenvolvemos aulas de cunho teórico sobre arte conceitual, foram levados diferentes materiais para melhor compreensão dos alunos. Toda a teoria exposta até então serviria como base para o auge do projeto, a criação de uma escultura sonora. Durante esse processo de criação, houve diferentes etapas a serem realizadas como: idealização do projeto, onde deveriam expor suas ideias, pensando no que se iria explorar e quais materiais seriam utilizados. Dependendo da turma, foram usadas linguagens e materiais diferenciados. Os resultados esperados do projeto foram obtidos, pois proporcionamos aos alunos a experiência de reflexão, conhecimento e criação em arte.

Conclusões

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A vivência diária da docência, é de extrema importância para os alunos de cursos de licenciatura, enquanto professores em formação, permitindo a avaliação dos pontos positivos e negativos, para futuramente propor aos alunos.

Vivenciar o processo de planejamento, aplicação e acompanhamento da criação artística possibilita simultaneamente conhecer a teoria e experimentar e dividir as habilidades no fazer artístico com os colegas, entre os diversos desdobramentos da proposta no contexto de ensino de Artes.

O fazer musical, trabalhado em sala de aula, por meio da pesquisa, manipulação e criação de sons, possibilita ao aluno a compreensão das manifestações e expressões musicais que estão a todo momento presentes à sua volta, por meio inclusive da observação do trabalho dos colegas durante as exposições dos trabalhos feitos. Outra grande contribuição compreende entender a música como algo que pode ser manipulado, algo dinâmico e acessível e que a música pode não ser somente apreciada, mas criada.

O contato com os alunos e a integração no cotidiano escolar, proporcionou um conhecimento amplo de como é a dinâmica da sala de aula, melhorando assim as práticas de docência na esfera da Arte.

Referências

ANDREI, C.B. A Arte Conceitual e o Espectador. 2008. 92p. Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Artes. 2008. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp080927.pdf Acesso em: 20 ago 2015.

BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002.

CAMPESATO, L; IAZZETTA, F. Som, Espaço e Tempo na arte sonora. XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM). Brasília, 2006.

CAMPESATO, L. Arte Sonora: uma metamorfose das Musas. 2007. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

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