Resumo_Capítulo 1_AnaPPP

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PAULA, A. P. P. de. Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Capítulo 1: A edificação da nova administração pública, pp.27-52. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. O capítulo 1 discorre sobre as bases teóricas que fundamentam a nova administração pública, quais sejam o pensamento neoliberal e a teoria da escolha pública. Para retratar o pensamento neoliberal a autora apresenta as abordagens das escolas (1) austríaca, em que o economista Hayek propõe a economia de livre-mercado para reconstrução de regimes democráticos com o objetivo de restaurar a liberdade individual; (2) a de Chicago, cujo principal ícone, o economista Milton Friedman, propõe o mesmo pensamento que a escola austríaca, porém se diferencia pela criação do chamado monetarismo (conjunto de políticas que se opõem ao keynesianismo e propõem adoção de um controle monetário - estoque fixo de moeda - a fim de, supostamente, equilibrar a economia e evitar a inflação e a recessão econômica; e a (3) Mont Pelerin Society, agrupamento que reuniu as três principais vertentes com o objetivo de centralizar os esforços dos intelectuais defensores do livre-mercado espalhados pelo mundo e discutir a aplicação dos pensamentos neoliberais no âmbito da administração pública. A teoria da escolha pública é conhecida como um ramo da teoria econômica em que conceitos da economia de mercado são aplicados à política e aos serviços públicos. Nesse sentido, não

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Resumo do primeiro capítulo do livro "Por uma nova gestão pública"

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PAULA,A. P.P.de. Porumanovagestopblica: limitesepotencialidadesdaexperinciacontempornea.Captulo 1: A edificao da nova administrao pblica, pp.2!"2. #io de$aneiro: %ditora &'(, 2))". *cap+tulo,discorresobreasbaseste-ricas.ue/undamentamanovaadministra0opblica, .uais se1am o pensamento neoliberal e a teoria da escol2a pblica.Para retratar o pensamento neoliberal a autora apresenta as abordagens das escolas 3,4austr+aca, em .ue o economista 5a6e7 prop8e a economia de livre!mercado para reconstru0o deregimes democr9ticos com o ob1etivo de restaurar a liberdade individual: 324 a de ;2icago, cu1oprincipal +cone, oeconomistamica: e a 3?4 micaem.ueconceitos daeconomiademercadosoaplicados Bpol+ticaeaos servi0os pblicos. Cessesentido, no 29 viso romntica sobre o papel do pol+tico, mas essa teoria partil2a do princ+piocomportamental b9sico da economia neocl9ssica: o utilitarismo 2umano 3concep0o .ueconsidera o 2omem como agente aut>nomo, calculista e racional, .ue realiAa trocasmaximiAando os seus interesses ego+stas4 nas intera08es econ>micas, sociais e pol+ticas.Ca teoria da escol2a pblica so abordadas as teses da 3,4 %scola de (irg+nia, .ue tevecomoprincipal te-rico$amesDuc2ananepartedoprinc+piode.ueeconomiaepol+ticasoindissoci9veis: e a 324 Agency theory, .ue de/ende a a0o governamental atrav=s de /iscaliAa0o,regula0o e controle .ue garantam transparncia e distribui0o da in/orma0o.A/irmando .ue as caracter+sticas da nova administra0o pblica esto intimamenterelacionadas com as medidas administrativas disseminadas durante a era E2atc2er 3#eino Unido4ea#eagan3%stadosUnidos4, aautorarelataaatua0odosthinktanks1edosmovimentos1 Think tanks so centros de pensamento dedicados ao estudo do Estado, das polticas governamentaise do desenvolvimento econmico. So organizaes ou instituies que atuam no campo dos grupos deneoconservadores no #eino Unido, onde teve origem e se consolidou o pensamento neoliberalcomaplica0odateoriaaustr+acanoregimedemenos auxiliaramnaconsolida0odetais movimentos: acrisedo/ordismo e da social!democracia e a renascen0a do empreendedorismo de inspira0o vitoriana.* /ordismo se consolidou no p-s!guerra, mesmo contexto em .ue o %stadodesempen2ava o papel de regulador dos contratos e tamb=m provia os direitos sociais aos .ue seencontravam/oradomercadodetrabal2opara.ueosmesmostivessemaoportunidadedeparticipar do mercado como consumidores 3interven0o con2ecida como welfare state ou %stadode bem!estar4. Por=m, a crise desse modelo de interven0o se agravou com a internacionaliAa0ode problemas econ>micos como in/la0o, estagna0o, c2o.ues do petr-leo e seu e.uil+brio /oicomprometido. Fesenvolveu!se, portanto, uma cr+tica racional da suposta ine/icincia eautoritarismo do %stado do bem!estar e as propostas neoliberais para a crise do 7e6nesianismo noplano econ>mico entrela0aram!se B Gnova cultura gerencialH .ue passou a dominar os %stadosUnidos e a %uropa.%mergiram as Gsolu08es p-s!/ordistasH para o mundo do trabal2o, .ue desencadearam oenxugamento das empresas, o crescimento das pe.uenas unidades produtivas, a /ormata0o decontratos/lex+veisepart-timedetrabal2o. Paralelamentetamb=mocorreuaproli/era0odeinteresse, produzindo e difundindo conhecimento sore assuntos estrat!gicos, com vistas a influenciartransformaessociais, polticas, econmicasoucientficassoretudoemassuntossoreosquaispessoas comuns no encontram facilmente ase para an"lises de forma o#etiva.1 $s thin% tan%s podemser independentes ou filiados a partidos polticos, governos ou corporaes privadas.business schools e a dissemina0o de m9ximas gerenciais como reengen2aria, administra0o da.ualidade total, administra0o participativa entre outras.Co #eino Unido o movimento empreendedorista gan2ou /or0a na d=cada de ,IJ) .uandose apresentou como o cerne do movimento t2atc2erista. @uperada a /ase de ado0o das pol+ticasmonetaristas e de livre!mercado, o neoconservadorismo passou a en/atiAar o individualismo e aresgatar os seus antigos valores morais. Cesse sentido, as pol+ticas monetaristas e as /erramentasdelivre!mercadonoseriamsu/icientesparaaretomadadaprosperidadedopa+s, masserianecess9rio retomar a cultura empreendedorista da era vitoriana para mudar a cultura e psicologiadeduasgera08esdebritnicos. *executivobritnicoFavidKoung, membrodoCentreforPolicy Studies, apontouoempreendedorismonoapenas comoumatributodese19vel nos2omens de neg-cios, mas como um aspecto central na personalidade 2umana capaA de promoverumempreendedorismocomunit9rioo.ual poderiasubstituirasprovis8essociaisdowelfarestate por iniciativas no lucrativas de livre!mercado.%ssa nova cultura gerencial .ue passou a dominar os %stados Unidos e a %uropa durante ad=cada de ,IJ) = .ue estabeleceu as bases da nova administra0o pblica.Aautoraapontaas preocupa0oprincipaisno#einoUnido: are/ormado%stado, areorganiAa0o do servi0o pblico e a postura dos burocratas pblicos. E2atc2er mudou o modode /uncionamento do servi0o pblico, buscando aumento da e/icincia administrativa do %stado.%m resumo, /oram estabelecidas medidas organiAativas e administrativas .ue deram as seguintescaracter+sticasBnovaadministra0opblica: 3a4descentraliAa0odoaparel2ode%stado, .ueseparou as atividades de plane1amento e execu0o do governo e trans/ormou as pol+ticas pblicasemmonop-liodos minist=rios: 3b4 privatiAa0odas estatais: 3c4 terceiriAa0odos servi0ospblicos: 3d4 regula0o estatal das atividades pblicas conduAidas pelo setor privado: 3e4 uso deideias e /erramentas gerenciais advindas do setor privado.* modelo de reestrutura0o do %stado e administra0o pblica do #eino Unido se tornouuma re/erncia para outros pa+ses, especialmente a.ueles .ue estavamsob sua es/era dein/lunciaenotin2amum welfarestateconsolidade, comoaconteceucoma Austr9lia3.ueaderiu B nova administra0o pblica em ,IJL por meio do Public Service Reform Act4 e a CovaMelndia, .ue tamb=mempreendeure/ormas econ>micas e doaparel2oestatal comv9riasiniciativas .ue come0aram entre ,IJL e ,IJ. A iniciativa neoAelandesa mais signi/icativa detodas, podemosconsiderar,/oi acontribui0ocommedidasparaaaccountability!premissagerencial .ue signi/ica Nresponsabilidade dos administradores por suas decis8esO ! .ue /oi o cerneda re/orma neoAelandesa.*scasosda Austr9liaedaCovaMelndiaexempli/icamcomoomodelobritnicosetrans/ormou emumre/erencial para as re/ormas realiAadas a partir da d=cada de ,IJ),convertendo a experincia britnica em um modelo de re/orma e gesto: a nova administra0opblica.