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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 166
RESUMOS EXPANDIDOS ..............................................................................................167
RESUMOS SIMPLES ......................................................................................................207
RESUMOS DE PROJETOS ............................................................................................219
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 167
RESUMOS EXPANDIDOS
BORGES, MARINA............................................................................................................................... 174
BRINHOLI, REJANE BATISTA............................................................................................................. 189
CASTILHO, C........................................................................................................................................ 178
COSTA, M..Z......................................................................................................................................... 178
DONADEI, JAKELINE POLIANE PERRILA ......................................................................................... 181
FARAH, SARAH TREVIZAN................................................................................................................. 170
FERREIRA, ROSÂNGELA CRISTÓVÃO ............................................................................................. 174
FREITAS, SELMA DE BASTOS ZAMBELLI ........................................................................................ 174
GARDIM, BRUNO BUSSMANN ........................................................................................................... 181
GEROTI, THAIS CRISTINA DE SOUZA .............................................................................................. 185
GIUFFRIDA, ROGÉRIO........................................................................................................................ 181
GIUFFRIDA, ROGERIO........................................................................................................................ 197
GIUFFRIDA, ROGERIO........................................................................................................................ 200
IBRAHIM, DANIEL BOABAID............................................................................................................... 197
IBRAHIM, DANIEL BOABAID............................................................................................................... 200
KRONKA, SÉRGIO DO NASCIMENTO ............................................................................................... 185
LAPOSY, CECÍLIA BRAGA.................................................................................................................. 170
LAPOSY, CECÍLIA BRAGA.................................................................................................................. 174
LAPOSY, CECÍLIA BRAGA.................................................................................................................. 189
LAPOSY, CECÍLIA BRAGA.................................................................................................................. 193
LEÃO, GUSTAVO DE ARELO.............................................................................................................. 181
LELI, FLÁVIA NORIS CHAGAS............................................................................................................ 174
MACEDO, JOSÉ RICARDO CARDOSO DE........................................................................................ 181
MACEDO, JOSÉ RICARDO CARDOSO DE........................................................................................ 197
MACEDO, JOSÉ RICARDO CARDOSO DE........................................................................................ 200
MACEDO, JOSE RICARDO CARDOSO.............................................................................................. 185
MANCINI, MARCELA FEITOSA........................................................................................................... 185
MARINI FILHO, RIVALDO. ................................................................................................................... 174
MELCHERT, ALESSANDRA. ............................................................................................................... 174
MELCHERT, ALESSANDRA. ............................................................................................................... 189
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MELCHERT, ALESSANDRA. ............................................................................................................... 193
NOGUEIRA, ROSA MARIA BARILLI.................................................................................................... 193
NOVAZZI, ANDRESSA DA CRUZ........................................................................................................ 181
OLIVEIRA, LETÍCIA AMÉLIA................................................................................................................ 197
OLIVEIRA, LETÍCIA AMÉLIA................................................................................................................ 200
PAIVA, LUCINEIA................................................................................................................................. 185
PAIVA, LUCINEIA................................................................................................................................. 197
PAIVA, LUCINÉIA................................................................................................................................. 200
PARDO, PAULO EDUARDO................................................................................................................ 181
PARDO, PAULO EDUARDO................................................................................................................ 185
PARDO, PAULO EDUARDO................................................................................................................ 197
PARDO, PAULO EDUARDO................................................................................................................ 200
PENHA, LUCIANA ÁLVARES CALVO. ................................................................................................ 174
REIS, LUIS SOUZA LIMA DE SOUZA ................................................................................................. 181
REIS, LUIS SOUZA LIMA DE SOUZA ................................................................................................. 185
REIS, LUIS SOUZA LIMA DE SOUZA ................................................................................................. 197
REIS, LUIS SOUZA LIMA DE SOUZA ................................................................................................. 200
ROCHA, THALITA LEONE ALVES ...................................................................................................... 189
ROCHA, THALITA LEONE ALVES. ..................................................................................................... 193
SANCHES, C. O ................................................................................................................................... 203
SANTARÉM, VAMILTON ALVARES ................................................................................................... 170
SANTOS, GABRIELA DE CAMPOS .................................................................................................... 193
SANTOS, GABRIELA DE CAMPOS. ................................................................................................... 189
SEQUEIRA, J. L.................................................................................................................................... 203
VALLE, HELOISA FERREIRA DUARTE DO........................................................................................ 189
VALLE, HELOISA FERREIRA DUARTE DO........................................................................................ 193
VOLTARELLI, D. C. .............................................................................................................................. 203
ZAMPIERI, RODRIGO AUGUSTO CRISTÓVÃO................................................................................. 197
ZAMPIERI, RODRIGO AUGUSTO CRISTOVÃO................................................................................. 200
ZANFOLIN, LORRAN ROBERTO ........................................................................................................ 185
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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PREVALÊNCIA E ACHADOS LABORATORIAIS EM GATOS INFECTADOS COM
PLATYNOSSOMUM CONCINNUM, NO GATIL DA UNOESTE, PRESIDENTE
PRUDENTE, SÃO PAULO
Sarah Trevizan Farah1, Cecília Braga Laposy2, Vamilton Alvares Santarém3
1. Discente Curso de Medicina Veterinária – Unoeste- PEIC- [email protected] 2. Prof. Dra. Patologia Clínica Veterinária Curso de Medicina Veterinária- Unoeste- [email protected] 3. Prof. Dr. Enfermidades Parasitárias Curso de Medicina Veterinária– Unoeste- [email protected] Instituição fomentadora: Universidade do Oeste Paulista-PEIC 170/08
Palavras- chave: Felinos, Platynossomun concinum, achados laboratoriais
INTRODUÇÃO
Os parasitos são uma das principais causas de morbidade em gatos (ACHA;
SZYFRES,1976). O trematódeo Platynosomum concinnum é o agente responsável pela
platinossomíase, doença hepática dos gatos (TAYLOR; PERRY, 1977), que necessita de três
hospedeiros intermediários para sua evolução: caramujos, crustáceos e isópodes terrestres e rãs ou
lagartos (FERREIRA; ALMEIDA; LABARTHE, 1999). Os gatos infectam-se por ingestão do
hospedeiro intermediário vertebrado contendo metacercárias (SEETHA; CHENG, 1997) e o
parasito adulto desenvolve-se nos ductos biliares e vesícula biliar (TAYLOR; PERRY, 1977).
Os animais geralmente apresentam a forma assintomática da doença (BIELSA; GREINER,
1981), mas a infecção por P. concinnum pode ser acompanhada de diversos sintomas como:
anorexia, letargia, vômitos, diarréia, icterícia, cirrose, colangite e colangiohepatite, estando a
gravidade da sintomatologia normalmente associada ao número de parasitos no trato biliar
(FOLEY, 1994).
A pequena quantidade de parasita presente no animal (BIELSA; GREINER, 1981) e a
sintomatologia clínica inespecífica faz com que a infecção pelo trematódeo muitas vezes não seja
diagnosticada na clínica de pequenos animais (SEETHA; CHENG, 1997). Esse problema,
entretanto, está relacionado especialmente à falta de aplicação da técnica indicada para o
diagnóstico do trematódeo, que consiste na recuperação de ovos pelo método de formol-éter,
fazendo com que a maioria dos casos seja apenas um achado de necropsia.
Justificativa
Os casos de platinossomíase podem ser agravados e levar à insuficiência hepática e morte do
animal enfermo (SAMPAIO et al., 2006), o que justifica a realização de exame de fezes para
diagnóstico preventivo da doença, bem como o estudo dos perfis hematológicos e bioquímicos dos
animais infectados, cujos dados são escassos na literatura.
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OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo estudar a freqüência de P. concinnum em gatos
mantidos no gatil da Universidade do Oeste Paulista e avaliar as alterações hematológicas e
bioquímicas dos animais infectados pelo trematódeo, bem como a freqüência deste parasita em uma
população de felinos da Universidade.
Material e Métodos
No período de agosto a novembro de 2008, amostras de fezes de 20 gatos foram obtidas no
gatil da Unoeste. O material fecal foi processado no Laboratório de Medicina Veterinária
Preventiva II (Parasitologia Veterinária) do Hospital Veterinário da Unoeste. Foram positivos para
P. concinnum 3 (três) destes felinos. Foi colhido sangue para as análises laboratoriais, que foi
realizada no Laboratório Patologia Clínica, do Hospital Veterinário da Instituição.
As amostras de fezes de felinos foram coletadas diretamente do assoalho dos recintos, onde
os animais foram mantidos individualmente, e foram acondicionados em sacos plásticos de primeiro
uso. O sangue dos animais positivos foi colhido por punção venojugular, utilizando-se um volume
final de 5,0 ml de sangue total que foi fracionado para realização do hemograma e análises
bioquímicas (JAIN,1993; KANEKO,1997).
Para pesquisa de ovos de P. concinnum, as amostras foram submetidas à técnica de Ritchie
(formol-éter) (HOFFMANN,1987).
As dosagens de uréia, creatinina, ALT e GGT por meio de kits bioquímicos1. A análise
estatística foi realizada de forma descritiva.
Resultados
No total de 20 animais pesquisados, apenas 3 (três) gatos apresentavam infecção pelo
parasito, ou seja, uma freqüência de 15%. Analisando os valores médios do eritrograma, pode-se
observar que os animais não apresentaram alterações eritrocitárias. Com relação ao leucograma,
houve uma leucocitose por neutrofilia e eosinofilia. Os exames bioquímicos para avaliação da
função renal não se alteraram.
Os valores das enzimas hepática e pós-hepática permaneceram dentro dos valores
considerados normais para a espécie, se observa nas tabelas 1 e 2.
1 Analisador bioquímico Quicklab-Drake,São Paulo.
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Tabela 1- Valores médios e desvio padrão do hemograma de gatos infectados por Platynosomum concinnum. Hemograma Média ± desvio- padrão Valor normal
Hemácias (x106) 6,017 ± 0,17 5,5-10
Hemoglobina (g/dl) 10,35 ± 1,63 8-14
VG (%) 32,5 ± 3,54 24-45
VCM (fl) 53,45 ± 4,31 39-55
CHCM (%) 31,7 ± 1,56 31-35
Leucocitos totais (/mm³) 23550,00 ± 2757,72 5500-19500
Neutrofilos (/mm³) 17176,50 ± 2755,60 2500-12500
Eosinófilos (/mm³) 2296,50 ± 723,37 0-1500
Linfócitos (/mm³) 3252,75 ± 628,97 1500-7000
Monócitos (/mm³) 770,25 ± 172,89 80-850
Fonte: Jain,1993.
Tabela 2- Valores médios e desvio padrão da bioquímica sérica de gatos infectados por Platynosomum concinnum.
Bioquímica sérica média ± desvio padrão Valor normal
Uréia (mg/dl) 53,51 ± 4,88 42-64 (mg/dl)
Creatinina (mg/dl) 1,26 ± 0,06 0-1,5 (mg/dl)
ALT (U/L) 44,00 ± 9,63 1,0-64,0 (U/L)
GGT (U/L) 3,00 ± 2,69 0-10,0 (U/L)
Fonte: Kaneko,1997.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Em um estudo com animais infectados que apresentaram sintomatologia, foi observada uma
anemia do tipo não regenerativa (BARRIGA; CAPUTO; WEISBRODE, 1981). Este tipo de
alteração hematológica não foi um achado neste trabalho, uma vez que os gatos positivos para o
Platynosomum concinnum eram assintomáticos.
A eosinofilia encontrada nestes felinos é um achado característico da infecção por
trematódeos, normalmente associada ao número de exemplares de parasita encontrados no animal
(MUNDIN et al., 2004).
A avaliação bioquímica da função renal não mostrou alterações, corroborando outros
pesquisadores que concluíram que a disfunção renal não é característica da platinossomíase
(TAYLOR; PERRY, 1977). Já a enzima ALT e GGT, que evidenciam, em gato respectivamente,
lesões hepática e pós-hepática não se alteraram, contrariando os achados de outros pesquisadores
(BARRIGA; CAPUTO; WEISBRODE, 1981; SAMPAIO et al., 2006). As hipóteses para este fato
são pelo baixo número de parasitas encontrados e também pelos animais estarem assintomáticos.
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CONCLUSÕES
A partir deste estudo pode-se concluir que a platinossomíase em gatos assintomáticos
provocou alterações leucocitárias e apresentou uma prevalência de 15% no gatil da Unoeste. Não
houve modificações na bioquímica hepática e renal nos animais estudados.
REFERÊNCIAS
ACHA, P. & SZYFRES, B. Zoonosis y enfermedades transmissibles al hombre y a los animales, 2. ed. Organización Mundial de la Salud: Washington, 1986. BARRIGA, O.O.; CAPUTO, C.A.; WEISBRODE, S.E. Liver flukes (Platynosomun concinnum) in a Ohio cat. J. Am.Vet. Med. Assoc.,v.179,.9,p.901-3,1981. BIELSA,L.M.; GREINER, E.C. Liver flukes (Platynosomun concinnum) in cats. J. Am. Anim. Hosp. Assoc., v.21, n.2, p.269-74, 1985. FERREIRA, A.M.R.; ALMEIDA, E.C.P.; LABARTHE, N.V. Liver fluke infection (Platynosomun concinnum) in Brazilian cats: prevalence and pathology. Feline Pract., v.27, n.2, p.19-22, 1999. FOLEY, R.H. Platynosomun concinnum infection cats. Comp. Cont. Educ. Pract. Vet.,.v.16,n.10,p.1271-22, 1285, 1994. HOFFMANN, R.P. Diagnóstico de Parasitismo Veterinário. Porto Alegre: Sulina. 1987. 155p. JAIN, N.C. Essentials of veterinary hematology. Philadelphia : Lea & Febiger, 1993. 417p. KANEKO, J. J. Clinical Biochemistry of Domestic Animals, Academic Press, 5 ed., 932p., 1997. SAMPAIO, M.A.S.; BERLIM, C.M.; ANGELIM, A.J.G.L.; GONDIM,L.F.P.; ALMEIDA, M.A.O. Infecção natural pelo Platynosomun looss 1907, em gato no município de Salvador, Bahia. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.7, n.1, p.01-6, 2006. SEETHA, D.Y.; CHENG, N.A.B.Y. Cholangiohepatitis associated with liver fluke, Platynosomun concinnum, infection in a cat. In: VETERINARY ASSOCIATION MALAYSIA SCIENTIFIC CONGRESS, 9.; 1997. Penang. Anais… Penang:1997.v.1, p.116-18. TAYLOR, D.; PERRY, S.F. Experimental infection of cats with te liver fluke Platynosomun concinnum. Am. J. Vet. Res., v.38,n.1,p.51-4, 1977.
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DETERMINAÇÃO DA ELETROCARDIOGRAFIA E DOS VALORES SÉRICOS DE
CREATINA QUINASE, CREATINA QUINASE- MB E LACTATO DESIDROGENASE EM
GATOS
Marina Borges1; Rivaldo Marini Filho2; Luciana Álvares Calvo Penha3; Selma de Bastos Zambelli Freitas4; Flávia Noris Chagas Leli5; Rosângela Cristóvão Ferreira6; Cecília Braga Laposy7; Alessandra Melchert8. 1.Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 2. Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 3. Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 4. Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 5. Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 6. Discente do Mestrado em Ciência Animal – [email protected] 7. Prof. Dra. Patologia Clínica Veterinária Curso de Medicina Veterinária- Unoeste- [email protected] 8. Prof. Dra. Clínica Veterinária Curso de Medicina Veterinária- Unoeste- [email protected] Instituição fomentadora: Universidade do Oeste Paulista-PPD- CEP:095/08 e CCPQ 240/08 Palavras- chave: eletrocardiografia; felinos; marcadores cardíacos.
INTRODUÇÃO
A eletrocardiografia é o registro de campos elétricos gerados pelo coração a partir da
superfície corpórea (GOODWIN, 2002). O eletrocardiograma (ECG) fornece uma representação
gráfica dos processos de despolarização e repolarização do miocárdio, que proporciona informações
a respeito da freqüência e rítmo cardíacos, bem como pode sugerir evidências de dilatação de uma
câmara cardíaca específica, doença miocárdica, isquemia e doença pericárdica (WARE, 2006).
Os marcadores de lesão cardíaca são de extrema valia no diagnóstico de lesão miocárdica,
mesmo naquelas que acometem áreas diminutas do músculo cardíaco (KRAMER; HOFFMANN,
1997). A creatinoquinase é composta das subunidades M e B, que se associam formando as
isoenzimas Creatinoquinase-MM, Creatinoquinase-BB e Creatinoquinase-MB. A isoenzima
Creatinoquinase-MB compreende aproximadamente 20% da Creatinoquinase total no miocárdio e
cerca de 3% da Creatinoquinase no músculo esquelético, e é liberada pelo miocárdio durante o
processo de necrose (CARDINET, 1997).
O principal objetivo da quantificação da enzima Lactato Desidrogenase (LDH) é indicar a
existência de uma severidade aguda ou danos teciduais crônicos e, algumas vezes, a monitoração de
doenças progressivas (KRAMER; HOFFMANN, 1997).
Justificativa
Este trabalho tem como objetivo avaliar as enzimas CK, CK-MB e lactato desidrogenase em
gatos clinicamente sadios, já que existem diferenças para os valores de referência destas enzimas
entre as literaturas consultadas, correlacionando-as com os achados eletrocardiográficos.
Material e métodos
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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Foram utilizados neste estudo 20 gatos clinicamente sadios, sem raça definida, machos e
fêmeas, adultos provenientes do gatil da Universidade. Os animais ficaram em gaiolas individuais
de alvenaria no próprio gatil da Unoeste, recebendo ração comercial e água ad libitum.
Primeiramente foi realizado o ECG em aparelho eletrocardiógrafo (Cardiotest EK 51®,
Ecafix). Foram registradas as derivações bipolares (I, II e II) e unipolares aumentadas (avR, avL e
avF), em 50 mm/seg e calibração da milivoltagem em 1 cm = 1 mV. Os parâmetros avaliados
incluíram a determinação do rítmo cardíaco, além de mensuração dos valores referentes à duração
(Ps) e amplitude (PmV) da onda P, intervalo entre as ondas P e R (intervalo PR), duração do
complexo QRS (QRS), amplitude da onda R (RmV), duração do intervalo entre as ondas Q e T
(intervalo QT) e avaliação de supra ou infra-nivelamento do intervalo QT.
Após a realização do ECG, foram colhidos, aproximadamente 3 mL de sangue total de cada
animal por venopunção jugular, sempre no período vespertino e acondicionados em tubos sem
anticoagulante para avaliação bioquímica efetuada por processo cinético em analisador semi-
automático2, utilizando-se kits comerciais3 das enzimas CK, CKMB e LDH. Os animais utilizados
neste experimento foram reintroduzidos ao gatil para convívio com outros felinos.
Para avaliação estatística dos dados obtidos foi utilizado o teste t de Student. Foi
considerado um nível de significância de 5 % (MORRISON, 1990). A co-relação entre os dados foi
realizada através do coeficiente de Spears.
Resultados
Na avaliação do ritmo cardíaco, foi observado ritmo normal em 16 gatos, observando-se
ocorrência de ritmo sinusal (n=10) e arritmia sinusal (n=6). Em um gato foi observada ocorrência
de taquicardia sinusal, um animal com bloqueio átrio ventricular de grau II (BAVII) e bloqueio de
ramo direito em dois gatos. Entretanto, na análise de correlação múltipla, não foi observada
correlação entre alterações do ritmo e as enzimas avaliadas.
Os resultados encontrados para CK variaram de 72 a 370 U/L, com média de 200 e desvio
padrão de 74,9. Para a enzima CK-MB a variação foi de 27 a 62 U/L com média de 40,02 e desvio
padrão 8,73. Já a enzima LHD apresentou uma variação de 110 a 254 U/L, com média de 191,35 e
desvio padrão de 30,78.
Discussão Stepien e Boswood (2007) relataram que o ECG faz parte da avaliação de rotina de
pacientes que se apresentam em quadro de emergência cardiovascular, enquanto a avaliação de
marcadores cardíacos ainda não está bem elucidada em cães e gatos nestas situações, sendo
necessários estudos adicionais e padronização para incorporação destes testes na clínica de
emergências cardiovasculares. 2 Analisador semi-automático DRAKE-SP. 3.Labtest diagnóstica – Lagoa Santa – MG
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Os valores de normalidade de Creatinoquinase para gatos estão entre 50 e 450 U/L (WARE,
2006). Outros valores normais são relatados, tais como valores entre 69 e 214 U/L (ETTINGER;
BOBINNEC; COTE, 2004) ou de 7,2 a 28,2 U/L (O'NEIL et al., 2001). A variação fica entre 59 e
527 U/L (STOCKHAM, 1995). Há uma grande variação individual na atividade sérica normal dessa
enzima, salientando que, concentrações séricas de enzimas musculares aumentam ligeiramente após
exercícios e que também estão elevadas nas desordens musculares ou miosites (MEYER; COLES;
RICH, 1992). Os valores encontrados neste estudo estão dentro dos limites estabelecidos pela
literatura.
A lactato desidrogenase (Lactato Desidrogenase) é uma enzima presente em vários tecidos,
em particular no músculo esquelético, músculo cardíaco, fígado e eritrócitos, mas também nos rins,
osso e pulmões. Normalmente a Lactato Desidrogenase aumenta menos rapidamente que a
Creatinoquinase, mas também mantém os valores elevados por mais tempo. A concentração de
Lactato Desidrogenase nos eritrócitos é 150 vezes maior do que no plasma. Portanto, uma hemólise
leve é detectada por aumento nos níveis desta enzima no soro (STOCKHAM, 1995).
Os valores de referência para Lactato Desidrogenase em gatos estão entre 63 a 273 U/L
(O'NEIL et al., 2001). Os valores encontrados em nosso estudo não sofreram variações e estão de
acordo com os valores relatados pela literatura.
Em humanos, a dosagem da Creatinoquinase-MB vem sendo utilizada como principal
método para confirmação ou exclusão de infarto agudo do miocárdio, e picos de Creatinoquinase-
MB podem prever eventos cardíacos desfavoráveis em populações de alto risco (CARLSON,1994;
DUNCAN; PRASSE, 1982). Pacientes com evidência bioquímica documentada de necrose do
miócito têm taxas de mortalidade mais elevadas do que aqueles sem elevação. Portanto, há uma
relação quantitativa entre a magnitude da elevação da Creatinoquinase-MB e o risco de morte
(SABATINE; MORROW; ANTMAN, 2003). Nota-se que a determinação da Creatinoquinase-MB
é um dos parâmetros mais sensíveis para detecção de lesões do miocárdio, entretanto, não há
referência destes valores para gatos na literatura, impedindo o confronto dos dados observados.
Conclusão
Conclui-se que os valores das enzimas creatinoquinase e Lactato Desidrogenase se
mantiveram dentro da normalidade em gatos sadios, comparando com os valores da literatura, mas
o conhecimento das diferentes metodologias utilizadas em laboratórios é importante, já que os
valores encontrados diferem muito, principalmente para creatinoquinase. A determinação da
Creatinoquinase –MB em gatos é de extrema importância para conhecimento de seus valores
normais e uso como referencia para futuros projetos de pesquisa.Conclui-se também que não houve
correlação das enzimas avaliadas com a ocorrência de arritmias cardíacas.
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REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO DA RESPOSTA OVARIANA E QUALIDADE DO CORPO LÚTEO DE
FÊMEAS BOVINAS RECEPTORAS DE EMBRIÕES SINCRONIZADAS COM ESPONJA
IMPREGNADA COM PROGESTÁGENO
1Costa, M..Z., 2Castilho, C. 1Docente Medicina Veterinária - FEA, Andradina, SP 2Docente Medicina Veterinária UNOESTE, Presidente Prudente, SP. Autor para correspondência [email protected]
Palavras-chaves: transferência de embrião, inovulação, ultra-sonografia
INTRODUÇÃO
A produção in vitro de embriões (PIV) vem apresentando avanços consideráveis e esta
sendo lentamente incorporada aos projetos de produção. Com o desenvolvimento do método de
punção folicular, tornou-se possível à recuperação de ovócitos de fêmeas vivas para fecundação in
vitro (FIV), abrindo novos caminhos para multiplicação de animais de interesse econômico
superando os atuais índices da TE clássica, no que diz respeito à produção de bezerro por vaca por
ano (RUMPF, 2007). No entanto, uma das desvantagens dessa biotécnica é o fato dos embriões
congelados apresentarem taxa de prenhez pós-descongelamento muito baixa o que inviabiliza a
criopreservação dos mesmos. Por isso, o número de receptoras sincronizadas para inovulação dos
embriões a fresco é muito elevado consequentemente o custo da técnica se eleva. Para que os
resultados da inovulação e de prenhez sejam elevados, é necessária a sincronização entre o estágio
de desenvolvimento do embrião e o estágio do ciclo estral da receptora (HAFEZ; HAFEZ, 2004).
Existem diversos protocolos que podem ser utilizados para sincronizar o cio das receptoras, mas o
uso de implantes com progesterona ou progestágenos são os mais comumente usados.
Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta ovariana pela presença e
qualidade do corpo lúteo (CL), em receptoras para inovulação de embriões produzidos in vitro,
utilizando-se esponja intra-vaginal com progestágeno.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 198 novilhas cruzadas, com escore corporal variando entre 5-6, 20 meses
de idade em média e mantidas em pasto de Brachiaria e sal mineral ad libitum.
Como esquematizado na figura 1 o protocolo usado consistiu em colocação de esponja intra-
vaginal impregnada com progestágeno (Estroforte) em estádio aleatório do ciclo estral, mantidas
por 8 dias, associada à aplicação IM de benzoato de estradiol (EB) (dia 0) na dose de 2mg/animal,
2 mL de acetato de melengestrol. Sete dias após foi aplicado 2 mL de PGF2 (Veteglan). No dia
da retirada da esponja (dia 8) cada novilha recebeu 1mg de EB, não houve observação de cio, pois
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foi utilizado o método de transferência de embriões em tempo fixo (TETF), ou seja, sem observação
de cio. Oito dias após foi realizada avaliação dos ovários, por palpação retal e ultra-sonografia, para
observar a presença de CL. Quando Presentes os CLs foram classificados em qualidade 1 (ruim), 2
(médio) e 3 (bom).
Dias 0 Dia 7 Dia 8
7 dias 24 horas
Esponja PGF2 (2mL) Retira Esponja
EB (2mg) EB (2mg)
PGF2 (2mL)
Figura 1. Esquema do protocolo hormonal utilizado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 198 novilhas 112 (56,56%) foram utilizados para inovulação dos embriões. A taxa de
aproveitamento das receptoras no presente estudo (56,56%) foi menor que a observada em outro
estudo utilizando implante intra-vaginal de progesterona (86,7%, PERES et al., 2005). No entanto, a
taxa de aproveitamento do presente estudo foi boa, principalmente levando em consideração o custo
da esponja o qual é bem menor que o de outros implantes. Das fêmeas utilizadas 24 apresentaram
CL grau 1 (21,42%), 39 CL grau 2 (34,82%) e 59 CL grau 3 (52,67%), dos quais 62% localizavam-
se no ovário direito e 38% no ovário esquerdo. Borsato et al., (2005) destacam que há aumento na
proporção de receptoras com CL de melhor qualidade quando tratadas com progestágeno quando
comparada às tratadas com PGF2a. Nos ovários cujo CL não pode ser avaliado pela palpação foi
feito exame ultra-sonográfico e observou-se presença de CL incluso em 12,5% (14/112) das fêmeas.
Esse resultado de CL incluso foi menor que o observado por Neves et al., (2002) 55,8% e
(CHACUR et al., 2006) 26,19% estudando ovários de fêmeas zebuínas obtidos de abatedouro.
Podemos observar que em animais cruzados a porcentagem de CLs inclusos foi menor que em
fêmeas (Bos taurus indicus). Esse resultado é interessante do ponto de vista prático, pois sabe-se
que na palpação retal é difícil detectar CL incluso e receptoras de embrião na sua grande maioria
são fêmeas (Bos taurus taurus), portanto o uso de ultra-som para um diagnóstico mais preciso não
se faz tão necessário nessas raças quanto nas zebuínas, as quais predominam no Brasil.
CONCLUSÃO
Concluímos que é possível aproveitar em torno de 50% das receptoras sincronizadas e a
presença de CL grau 3 (bom) predominou, assim como, foram mais freqüentes no ovário direito.
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REFERÊNCIAS
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EFEITO DO PROBIÓTICO COM OU SEM ZINCO E CÁLCIO NA CONCENTRAÇÃO
SÉRICA DE ZINCO EM OVINOS
Andressa da Cruz Novazzi1, Gustavo de Arelo Leão1, Jakeline Poliane Perrila Donadei1, José Ricardo Cardoso de Macedo1, Bruno Bussmann Gardim1, Paulo Eduardo Pardo2*, Rogério Giuffrida2, Luis Souza Lima de Souza Reis3
1 Alunos de graduação em medicina veterinária – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. 2 Docentes da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. 3 Docente da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR VIRTUAL – Pólo de Apoio Presencial de Assis, SP. *Orientador docente. Palavras-chave: probiótico, zinco, ovino
INTRODUÇÃO O zinco (Zn) é um microelemento mineral essencial para as funções fisiológicas dos
organismos dos animais, participa de mais de duzentos sistemas enzimáticos no organismo e atua
no metabolismo de ácidos graxos e proteínas, integridade das membranas das hemácias, síntese de
DNA, da regulação do apetite, integridade do epitélio e dos ossos, sistema imunológico, reprodução
e crescimento (HADDAD e ALVES, 2006).
O cálcio (Ca) é o elemento mineral mais abundante no organismo e essencial para a
formação dos ossos e dos dentes, para a contração muscular, coagulação sanguínea e ativação de
sistemas enzimáticos (HADDAD e ALVES, 2006).
Os probióticos são microrganismos vivos que se, administrados em quantidades adequadas,
conferem benefícios à saúde do hospedeiro atuando como estimuladores do sistema imune e
promotor do crescimento (ARENAS et al., 2007).
A absorção intestinal de Zn pode ser reduzida pelo excesso de Ca na alimentação pela
presença de ácido fítico que se liga ao Zn formando um complexo fitato de Zn (HADDAD e
ALVES, 2006). No entanto, pouco se sabe sobre o efeito da administração de probiótico na
concentração sérica de Zn em ovinos. Assim, o objetivo deste estudo de avaliar o efeito da adição
de probiótico com ou sem Ca e Zn na mistura mineral sobre a concentração sérica de Zn em ovinos.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados ovinos machos, com aproximadamente 6 meses de idade, da raça Santa
Inês, alimentados com pastagem de capim Aruana, em sistema de pastejo extensivo. Estes animais
foram divididos randomicamente em três grupos (15 animais/grupo): grupo controle, em que os
ovinos foram suplementados com mistura mineral sem adição de probiótico, um segundo grupo que
recebeu mistura mineral adicionada com probiótico sem Zn e Ca (denominado de grupo GP) e o
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terceiro grupo os ovinos receberam suplemento mineral adicionado de probiótico contendo Ca e Zn
(denominado de grupo GPCa+Zn).
A mistura mineral utilizada em todos os grupos experimentais foi a Fort Sal Ovinos® que era
composta por (por Kg de suplemento): 140 g de Ca; 65 g de fósforo; 100 g sódio; 11 g de
magnésio; 6.000 mg de zinco; 1.100 mg de manganês; 2.000 mg de ferro; 135 mg de cobalto; 195
mg de iodo; 30 mg de selênio; 20 mg de níquel. Nesta mistura mineral descrita acima foram
adicionados probiótico sem Zn e Ca e probiótico contendo Zn e Ca. O consumo médio de todos os
suplementos minerais foi de 10 g/animal/dia.
O probiótico sem adição de Ca e Zn que foi utilizado no experimento era composto por
(níveis de garantia/Kg de produto): 25 g de enxofre; 10 g de cobalto; Bacillus 2.220.000.000
unidade formadora de colônia (ufc); Streptococcus faecium 2.220.000.000 ufc; Lactobaccilus
2.220.000.000 ufc; Bifeddobacterium 2.220.000.000 ufc e veiculo q.s.q. 930 g.
O probiótico contendo Ca e Zn que foi utilizado no experimento era composto por (níveis de
garantia/Kg de produto): 35 g de cálcio; 25 g de enxofre; 10 g de cobalto e 3.600 mg de zinco;
Bacillus 2.220.000.000 ufc; Streptococcus faecium 2.220.000.000 ufc; Lactobaccilus 2.220.000.000
ufc; Bifeddobacterium 2.220.000.000 ufc e veiculo q.s.q. 930 g.
O consumo de ambos os probióticos descritos acima foram de 4 g/ovino/dia.
A ingestão de Ca e Zn pelos ovinos foram determinadas conforme preconizado por Haddad
e Alves (2006) relataram que em condições brasileiras, de campo e sem ingestão de água em
cacimba, em que não haja concentração excessiva de nutrientes na água e em regime exclusivo de
pasto, foi determinada a ingestão de minerais pela concentração do elemento mineral na pastagem
somada com a concentração do elemento mineral no suplemento mineral.
Os dados apresentaram distribuição normal no teste de Kolmogorov e Smirnov. Assim, as
médias de concentrações séricas de zinco entre os grupos foram comparadas pela Análise de
Variância e entre os dias zero e 60 aplicou-se o teste t para amostras pareadas (CURI, 1997).
RESULTADOS
As amostras de capim Aruana colhidos dos três piquetes pastejados pelos ovinos tinha a
concentração de 14 mg de Zn/Kg e de 3,1 g de Ca/Kg.
Na água de bebida dos animais a concentração de Zn era de 5,54 μg de Zn/L.
Observa-se na Figura 1 que não houve diferença significativa na concentração sérica de Zn
entre os grupos experimentais e dias de observação.
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Figura 1- Médias das concentrações séricas de zinco (± desvio padrão) de ovinos da raça Santa Inês sem suplementação de probiótico (Gc), suplementado com probiótico sem Zn e Ca (GP) e suplementado com probiótico contendo Zn e Ca (GPCa+Zn). Não houve diferença significativa na concentração sérica de Zn entre os grupos experimentais e nem entre os dias de observação.
DISCUSSÃO
O capim Aruana dos três piquetes apresentaram concentrações semelhantes de Zn (14 ppm)
e Ca (3,7 g/Kg). Esta concentração de Zn era deficiente para estes animais, pois o NRC (1985)
recomenda que a dieta dos ovinos em crescimento e engorda deve conter 20 ppm de Zn. Ainda
mais, a rotação de piquetes dos ovinos a cada 30 dias proporcionou as mesmas condições de pastejo
para todos os grupos experimentais. Portanto, as condições experimentais garantiram que as
variações nas concentrações séricas Zn observada nos ovinos foram obtidos exclusivamente em
função dos tratamentos.
Nos ovinos grupo Gc, que receberam dieta contendo 5,1 g de Ca/Kg (3,7 g de Ca da
forragem mais 1,4 g da mistura mineral) e 20 mg de Zn/Kg (14 mg de Zn da forragem mais 6 mg do
suplemento mineral) conforme recomendada pelo NRC (1985) e receberam mistura mineral sem
adição de probiótico, a concentração séria de Zn aumentou 6,16% ao longo do período
experimental. Apesar de não ter apresentado diferença significativa entre os dias de observação
(Figura 1), nota-se o efeito biológico, que a dieta contendo 20 mg de Zn/Kg com a relação Ca:Zn de
1:3,92 foram eficientes para a concentração sérica de Zn dos ovinos da raça Santa Inês.
Os animais do grupo GP receberam a dieta contendo as mesmas concentrações de Ca (5,1 g
de Ca/Kg, sendo 3,7 g de Ca da forragem mais 1,4 g da mistura mineral), Zn (20 ppm de Zn, sendo
14 ppm de Zn da forragem mais 6 ppm do suplemento mineral) conforme recomendada pelo NRC
(1985) e relação Ca:Zn (1:3,92) semelhantes à do grupo Gc, mas foi adicionado probiótico sem Ca e
Zn à mistura mineral, tiveram a concentração sérica de Zn 2% menor do que a do Gc e ainda
diminuiu 2,97% ao longo do período experimental. Embora, não tenham sido detectadas diferenças
significativas entre os grupos e dias de observação (Figura 1), observam-se o efeito biológico da
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adição do probiótico, que há indícios que os microrganismos contidos nestes produtos podem estar
interferindo no metabolismo ruminal e na absorção de Zn.
No grupo GPCa+Zn que os ovinos receberam dieta contendo concentrações de Ca (5,24 g de
Ca/Kg, sendo 3,7 g de Ca da forragem mais 1,4 g da mistura mineral mais 0,14 g do probiótico), Zn
(34,4 mg de Zn/Kg, sendo 14 mg Zn da forragem mais 6 mg Zn do suplemento mineral e mais
14,40 mg do probiótico), sendo que a dose de Zn está 72% acima da recomendada (20 mg de Zn/kg)
pelo NRC (1985) e relação a Ca:Zn foi de 1:6,56 semelhantes. Portanto, a adição de probiótico
contendo Ca e Zn causou o desbalanceamento nutricional de Zn resultando na redução da
concentração sérica de Zn de 11% e 9,18% em relação aos grupos Gc e GP, respectivamente, ainda
mais, o Zn sérico também diminuiu 11,18% entre os dias 0 e 60, mesmo assim, não houve diferença
significativa entre os grupos e dias de observação (Figura 1). Portanto, provavelmente a adição de
elementos minerais aos probióticos torna-se prejudicial à saúde dos ovinos, podendo predispor os
animais a apresentar deficiência subclínica e/ou clínica de um determinado mineral ao longo tempo
da utilização destes produtos.
REFERÊNCIAS
CURI, P. R. Metodologia e Análise da pesquisa em Ciências Biológicas. 1a Ed. Botucatu: Tipomic, 1997. Cap. 11, p.149-161. HADDAD, C.M.; ALVES, F.V. Minerais para gado de corte. In: BITTAR, C.M.; MOURA, J.C.; FARIA, V.P.; MATTOS, W.R.S. Minerais e aditivos para bovinos; Anais ... Piracicaba: FEALQ, 2006 p.63-76. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient Requirements and Signs of Deficiency. In: ___. (Eds.). Nutrient requerements of sheep. Washington: National Academy Press, 1985. p.2-25. ARENAS, S.E.; REIS, L.S.L.S.; FRAZATTI-GALLINA, N.M.; GIUFFRIDA, R.; PARDO, P.E. Efeito do probiótico proenzime® no ganho de peso em bovinos. Arch. Zootec., v.56, n.213, p.75-78, 2007.
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EFEITO DO PROBIÓTICO COM OU SEM ADIÇÃO DE ZINCO NO GANHO DE PESO
EM OVINOS
Luis Souza Lima de Souza Reis1, Jose Ricardo Cardoso Macedo2, Lucineia Paiva2, Paulo Eduardo Pardo3*, Marcela Feitosa Mancini2, Thais Cristina de Souza Geroti2, Lorran Roberto Zanfolin2, Sérgio do Nascimento Kronka4 1 Universidade Norte do Paraná - UNOPAR VIRTUAL – Pólo de Apoio Presencial de Assis, SP. E-mail: [email protected] 2 Alunos de Graduação da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. 3 Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. 4 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) – campus de Jaboticabal, SP. *Docente orientador. Palavras-chave: ovino, probiótico, zinco, ganho de peso
INTRODUÇÃO Os técnicos e ovinocultores veem buscando novas tecnologias para elevar o desempenho dos
ovinos com finalidade de atender o mercado; no meio delas estão os probióticos (PINHEIRO et al.,
2007).
Os probióticos são microrganismos vivos que são capazes de colonizar o trato
gastrointestinal favorecendo o crescimento e a colonização da microbiota que é benéfica
(VAMBELLE et al., 1990), resultando na prevenção da colonização do trato digestivo por
microrganismos patogênicos, na elevação do ganho de peso e na melhoria da resposta imune
(ARENAS et al., 2007).
O zinco (Zn) é um microelemento essencial para as funções fisiológicas do organismo.
Dentre elas, é parte integrante centenas de sistemas enzimáticos, participa do metabolismo de
ácidos graxos e proteínas, da regulação do apetite, da integridade do epitélio e dos ossos, do sistema
imunológico, da reprodução e do crescimento (HADDAD e ALVES, 2006).
O objetivo do experimento foi de avaliar o efeito do probiótico com ou sem zinco
adicionado ao suplemento mineral sobre o ganho de peso vivo em ovinos.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 45 ovinos adultos, machos da raça Santa Inês e 45 ovinos fêmeas, adultos
da raça Santa Inês, divididos aleatoriamente em três grupos experimentais de 15 machos e 15 por
grupo: no grupo controle (Gc), machos e fêmeas, receberam suplemento mineral sem probiótico;
grupos GPZn, machos e fêmeas, os ovinos receberam suplemento mineral contendo probiótico com
zinco e o grupo GP, machos e fêmeas, que os ovinos receberam mistura mineral adicionada com
probiótico sem zinco.
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Os animais foram pesados individualmente nos dias 0, 30 e 60, no período da manhã sem
jejum prévio e antes de beberem água.
Os três piquetes utilizados pelos grupos experimentais eram semelhantes na topografia e
composição botânica, formados por capim Aruana em sistema de pastejo rotacionado. Os animais
eram trocados de piquetes a cada 30 dias.
No dia zero, colheram-se amostras de forragem de todos os piquetes, cortadas à altura de
pastejo (40 cm), conservadas a -5º C e submetidas à análise bromatológica.
O probiótico sem adição de Zn foi o Biologic plus® composto por (garantia por Kg de
produto): 2.220.000.000 UFC de Estreptococcus faecium; 2.220.000.000 UFC de Bifedobacterium
thermophilum; 2.220.000.000 UFC de Lactobacilus; 35.000 g de cálcio; 25.000 g de enxofre;
20.000 mg de cobalto e 10.000 mg de iodo.
O probiótico com adição de Zn foi o Biologic plus® composto por (garantia por Kg de
produto): 2.220.000.000 UFC de Estreptococcus faecium; 2.220.000.000 UFC de Bifedobacterium
thermophilum; 2.220.000.000 UFC de Lactobacilus; 35.000 g de cálcio; 25.000 g de enxofre;
20.000 mg de cobalto, 10.000 mg de iodo e 3.600 mg de zinco.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F. Quando houve diferença
significativa, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey. Para as comparações foi utilizado o
nível de significância de 5%.
RESULTADOS
Os resultados obtidos mostraram que os ganhos de peso vivo entre machos e fêmeas não
apresentaram diferença significativa. Os animais dos grupos GPZn e GP tiveram redução
significativa no ganho de peso vivo no período de 0 a 30 dias de suplementação. Os ovinos do
grupo GPZn apresentaram redução do ganho de peso vivo de 30 a 60 dias e de 0 a 60 dias, enquanto
que os ganhos de peso dos animais grupo GP não diferiram significativamente do grupo GC no
período de 30 a 60 dias e de 0 a 60 dias (Tabela 1).
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Tabela 1- Efeito da administração de probiótico com ou sem zinco no ganho de peso vivo em ovinos machos e fêmeas, adultos da raça Santa Inês.
Ganho de peso vivo (Kg) Fatores
0 a 30 dias 30 a 60 dias 0 a 60 dias
GRUPOS (G):
Gc 3,92a 1,68ab 5,60a
GP 2,71b 2,67a 5,38a
GPZn 1,96b 0,85b 2,81b
SEXOS (S):
Machos 3,06a 2,00a 5,06a
Fêmeas 2,67a 1,46a 4,13a
Teste F:
Grupos (G) 16,27 ** 5,77 ** 11,99 **
Sexos (S) 1,97 NS 1,50 NS 3,27 NS
Interação G x S 0,19 NS 0,11 NS 0,08 NS
Desvio padrão (s) 1,25 1,94 2,29
Coeficiente de variação (%) 43,67 112,16 49,74 a, b – em cada coluna, para cada fator, médias seguidas de uma mesma letra não diferem entre si (P>0,05). ** - significativo (P0,05).
DISCUSSÃO
O sexo dos ovinos não interferiu no ganho de peso vivo independentemente dos animais
serem ou não suplementados com probiótico com ou sem zinco. Este fato ficou comprovado pela
ausência de interação significativa (P>0,05) entre grupos e sexo (Tabela 1), indicando assim, que os
comportamentos entre as variáveis são independentes entre si.
Os ovinos do grupo GPZn, que receberam o probiótico contendo zinco, apresentaram redução
no ganho de peso 50% em relação ao grupo Gc nos primeiros 30 dias e de 49,8% e 47,8% em
relação aos grupo Gc e GP, respectivamente, durante o período experimental (0 a 60 dias) (Tabela
1). Portanto, a adição de zinco ao probiótico foi prejudicial para ganho de peso dos ovinos, não
sendo recomendo adição deste elemento mineral ao probiótico. Provavelmente, o Zn adicionado ao
probiótico foi excessivo e desbalanceou a mistura mineral. Realmente, o excesso de Zn tem efeito
antagônico ao cobalto, cálcio, ferro, fósforo, molibdênio, potássio e sódio podendo inibir a absorção
desses elementos minerais e ainda produzir efeito oposto sobre suas funções bioquímicas no
organismo com conseqüente redução no ganho de peso dos animais (MARTIN, 1993). No entanto,
isto é uma hipótese e neste experimento não ficaram comprovados os mecanismos fisiológicos que
estão envolvidos nesta redução do ganho de peso, sendo necessário realizar novos experimentos
para a comprovação destes mecanismos.
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A suplementação com probiótico sem zinco (grupo GP), diminuiu o ganho de peso dos
ovinos em 27,3% em relação ao grupo Gc nos primeiros 30 dias de administração e durante o
período experimental (0 a 60 dias) o ganho de peso dos animais do GP não diferiu
significativamente (P>0,05) aos do grupo Gc (Tabela 1). Deste modo, a administração de probiótico
não trouxe efeito benéfico para o ganho de peso vivo dos ovinos, provavelmente devido à excessiva
ingestão de microrganismos contidos neste produto e estes interferiram no metabolismo ruminal e
na absorção de nutrientes, que reduziu o ganho de peso dos animais. No entanto, isto são
evidências, sendo necessário realizar novos trabalhos para comprovação dos mecanismos
fisiológicos que estão envolvidos neste processo. Estes resultados são semelhantes aos de Pinheiro
et al. (2007) que relataram que o uso de probiótico não afetou o desempenho de cordeiros lactentes
nas fases de materno dependente e independente, com acesso a comedouros privativos.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos permitiram concluir que: o sexo não influência o ganho de peso dos
ovinos; a administração de probiótico sem Zn não interfere no ganho de peso e o probiótico
contendo Zn reduz o ganho de peso dos ovinos.
REFERÊNCIAS
ARENAS, S.E.; REIS, L.S.L.S.; FRAZATTI-GALLINA, N.M.; GIUFFRIDA, R.; PARDO, P.E. Efeito do probiótico proenzime® no ganho de peso em bovinos. Arch. Zootec., v.56, n.213, p.75-78, 2007. HADDAD, C.M.; ALVES, F.V. Minerais para gado de corte. In: BITTAR, C.M.; MOURA, J.C.; FARIA, V.P.; MATTOS, W.R.S. Minerais e aditivos para bovinos; Anais ... Piracicaba: FEALQ, 2006 p.63-76. MARTIN, L.C.T. Os minerais e suas funções. In: ____. Nutrição mineral de bovinos de corte. São Paulo: Nobel, 1993. P.39-125. PINHEIRO, R.S.B.; SOBRINHO, A.G.S.; YAMAMOTO, S.M. Desempenho de cordeiros lactentes recebendo probióticos em comedouros privativos. Arch. Vet. Sci., v.11, n.3, p.38-42, 2007. VAMBELLE, M.; TELLER, E.; FOCANT, M. Probiotics in animal nutrition: a review. Arch. Anim. Nutr., v.40, n.7, p.543-567, 1990.
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 189
AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE UROGRAFIA EXCRETORA E EFEITOS COLATERAIS
DO CONTRASTE RADIOGRÁFICO EM CÃES HÍGIDOS
Heloisa Ferreira Duarte do Valle1; Thalita Leone Alves Rocha1; Gabriela de Campos Santos1; Cecília Braga Laposy2; Rejane Batista Brinholi3; Alessandra Melchert4. 1- Discente de curso de graduação – Medicina Veterinária – Unoeste 2- Docente – Curso de Medicina Veterinária, Patologia Clínica - Unoeste 3- Docente – Curso de Medicina Veterinária, Diagnóstico por Imagem - Unoeste 4- Docente Orientador - Curso de Medicina Veterinária, Clínica Médica de Pequenos Animais – Unoeste- [email protected] Agência financiadora: Unoeste; Projeto CCPQ: 184/08 Palavras Chave: Urografia excretora; contraste iodado; cão.
INTRODUÇÃO
As doenças renais são comuns em cães. As radiografias simples fornecem uma visualização
limitada dos rins, sendo a radiografia contrastada utilizada com freqüência para estudos mais
detalhados. Há forte indicação para a urografia excretora em casos de anormalidades renais
observadas em radiografias simples ou ultra-sonografias, e casos de hematúria com possível origem
renal (WARE, 2006).
Os meios de contraste radiográfico utilizados são de uso intravenoso, solúveis em água, e
geralmente são compostos iodados orgânicos (GRIES, 1999), utilizando-se agentes iônicos, como o
diatrizoato de sódio ou iotalamato de sódio (KEALY; McALLISTER, 2005), ou os agentes não-
iônicos, como o iohexol, iopamidol (FEENEY; JOHNSTON, 2002) e iobitridol (WASAKI et al.,
1998). Reações adversas e efeitos colaterais relacionados aos contrastes iodados são menos
freqüentes quando os compostos não-iônicos são utilizados (OWENS; BIERY, 1999).
Entretanto, não há um protocolo regular da aplicação do meio de contraste em animais, o
que promove resultados variados na urografia excretora entre as diversas instituições (KISHIMOTO
et al., 2007). Ainda, a incidência de reações adversas ao contraste relaciona-se a diversos fatores,
incluindo: tipo, concentração e dose utilizada; tipo do procedimento de contraste realizado,
velocidade de infusão e história de reações adversas prévias com uso de contrastes
(OWENS;BIERY, 1999).
Para realização do exame, uma dose baixa de contraste iodado não-iônico pode ser
rapidamente aplicada numa veia periférica, em doses que variam de 425 a 850 mgI/kg (mg de
Iodo/kg), de acordo com a metodologia empregada (KEALY; McALLISTER, 2005), ou 400
mgI/Lb (mg de Iodo/Lb) (FEENEY; JOHNSTON, 2002), não se excedendo a dose total de 35
gramas de iodo (KEALY; McALLISTER, 2005).
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 190
JUSTIFICATIVA A literatura relata diversas técnicas para realização da urografia excretora, havendo
variações no tipo de contraste utilizado, na indicação dos tempos de avaliação, na instituição ou não
de jejum hídrico previamente ao teste, uso ou não de ou compressão sobre a cavidade abdominal
durante o período do teste, bem como nas doses de contraste iodado a serem utilizadas. Também, o
iobitridol, meio de contraste disponível na rotina hospitalar, é um contraste radiográfico moderno
que, segundo a literatura, é menos agressivo aos rins de cães e ratos, quando comparado a outros
contrastes do mesmo grupo. Porém, não foram encontrados estudos que avaliem a função
cardiovascular ou outras reações alérgicas decorrentes de seu em cães.
OBJETIVOS
Este projeto objetivou avaliar a realização da urografia excretora, com uso do contraste
iodado não-iônico iobitridol, na dose de 600 mg de iodo por Kg de peso corporal, sob compressão
da cavidade abdominal, com e sem jejum hídrico, bem como avaliar os efeitos colaterais (renais,
cardiovasculares e alérgicos) provenientes de seu uso.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram estudados 14 cães saudáveis, selecionados através da normalidade de exames
clínicos, laboratoriais e estudo radiográfico simples. Os animais foram submetidos à administração
de contraste radiográfico iodado não-ionizado (iobitridol, Henetix®), por via intravenosa (IV), na
dose de 600 mg de iodo por Kg de peso corporal (KEALY; McALLISTER, 2005), para realização
de urografia excretora, com uso de faixa compressora sobre a cavidade abdominal. Os animais
foram divididos em dois grupos de sete animais cada, sendo que um dos grupos foi submetido à
jejum hídrico de 12 horas (G1) e o outro recebeu água ad libitum até o momento da realização do
exame (G2).
Todos os animais foram avaliados radiograficamente, nas projeções lateral e ventro-dorsal
nos tempos: imediatamente, 5, 15 e 30 minutos após a administração do contraste. A faixa
compressiva abdominal foi mantida durante todo o exame, sendo liberada apenas imediatamente
antes do tempo de 30 minutos. As estruturas avaliadas em todos os momentos foram o parênquima
renal, pelve renal, porção proximal e distal dos ureteres e vesícula urinária. Avaliou-se a qualidade
das imagens obtidas qualificando-as como boas, intermediárias ou ruins, sendo apenas as duas
primeiras consideradas como satisfatórias.
Foram estudadas também as possíveis reações ao contraste, realizando-se exame físico,
eletrocardiograma (ECG), pressão arterial sistólica não invasiva (PAS), função renal (urinálise,
gamaglutamil transpeptidase urinária - GGT, uréia e creatinina séricas) nos tempos de 6, 24 e 72
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 191
horas após a administração (M6, M24 e M72, respectivamente), bem como ocorrência de reações
adversas ao contraste, a partir da administração do mesmo.
RESULTADOS
Dos 14 cães avaliados, apenas um animal do G1 (com jejum hídrico) apresentou vômito dois
minutos após a administração do contraste. Um dos animais do G2 (sem jejum hídrico) apresentou
alteração do ECG, com ocorrência de parada sinusal em M72.
Na avaliação laboratorial da função renal, não foram observadas alterações na urinálise nos
animais dos dois grupos. Discreto aumento de uréia sérica ocorreu em um animal do G2 em M6,
entretanto não acompanhado do aumento da creatinina sérica e com restauração dos valores
fisiológicos em M24 e M72. A enzima GGT urinária revelou aumento acima dos valores normais
para cães em 3 animais (50%) do G2, enquanto um animal do G1 apresentou esta alteração, todas
manifestadas em M6.
Em ambos os grupos foi possível a visualização radiográfica de todas as estruturas descritas,
dentro do período do teste. Imediatamente após a administração do contraste pode-se observar
opacificação do parênquima renal em 8 (33,3%) dos 12 animais avaliados, enquanto nos outros
tempos (5, 15 e 30 minutos), todas as estruturas foram aparentes ao raio-X. Na maioria dos animais,
a imagem radiográfica apresentou melhor qualidade com os cães posicionados em decúbito dorsal
com incidência radiográfica ventro-dorsal, quando comparada àquelas imagens obtidas com o
posicionamento lateral dos animais.
Na comparação entre grupos, em relação à qualidade das imagens, observou-se que no G1,
submetido a jejum hídrico, obteve-se melhor qualidade de imagem das estruturas, nos diversos
tempos avaliados.
DISCUSSÃO
A baixa incidência de complicações neste estudo provavelmente está relacionada ao tipo de
contraste usado. Reações adversas e efeitos colaterais relacionados aos meios de contrastes iodados
são menos freqüentes quando os compostos não-iônicos são utilizados (OWENS; BIERY, 1999).
Alguns exemplos deste tipo de contraste incluem o iohexol, iopamidol (FEENEY; JOHNSTON,
2002) e iobitridol (WASAKI et al., 1998).
Os agentes de contraste radiográfico são considerados como nefrotóxicos potenciais em cães
e gatos (WARE, 2006). Possíveis efeitos tóxicos diretos dos contrastes sobre a função tubular têm
sido menos investigados recentemente, mas incluem: injúria celular direta, obstrução tubular e
alterações osmóticas (KATZBERG, 1997). Há evidências da ocorrência de injúria celular direta,
pela demonstração de alterações no metabolismo energético das células dos túbulos proximais, pela
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 192
liberação de enzimas intracelulares e pelas mudanças histológicas produzidas pelos contrastes
(ULTRAMARI et al., 2006).
A parada sinusal observada ao ECG em um dos animais é provável efeito do contraste, uma
vez que estes podem reduzir a freqüência de despolarização do nodo sinusal (SAAD et al., 2004).
Atenção deve ser dispendida ao realizar o procedimento em pacientes cardiopatas.
CONCLUSÃO
O uso de iobitridol, para realização de urografia excretora em cães, promoveu obtenção de
imagens satisfatórias do trato urinário, predominantemente no grupo submetido a jejum hídrico
previamente à realização do teste. Poucos efeitos colaterais foram observados, destacando-se a
ocorrência de enzimúria renal e retardo da condução elétrica cardíaca, devendo-se ter cuidado ao
realizar a técnica em doentes renais e cardíacos.
REFERÊNCIAS
FEENEY, D.A.; JOHNSTON, G.R.. The kidneys and ureters. In: THRALL, D.E. Textbook of Veterinary Diagnostic Radiology. 4.ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 2002. p. 556-571. GRIES H. Chemistry of X-ray contrast agents. In: P. DAWSON,P., COSGROVE, D.O., GRAINGER, R.G. Textbook of contrast media. Isis Medical Media Ltd, 1999, p. 15-22. KATZBERG, RW. Urography into the 21st century: new contrast media, renal handling, imaging characteristics and nephrotoxicity. Radiology 1997; 204: 297-312. KEALY, J.K., McALLISTER, H. Radiologia e ultra-sonografia do cão e do gato. São Paulo: Manole, 2005. KISHIMOTO, M.; YAMADA, K.; WATANABE, A.; MIYAMOTO, K.; IWASAKI, T.; MIYAKE, Y. Comparison of excretory urographic contrast effects of dimeric and monomeric non-ionic iodinated contrast media in dogs. Jounal Veterinary Medical Science, v.69, n.7, p.713-715, 2007. OWENS, J.M., BIERY, D.N. Radiographic interpretation for the small animal clinician, 2 ed, Baltimore: Williams & Wilkins, 1999. 308p. SAAD, J.A.; GARCIA, J.C.F.; GUIMARAES, J.I. Diretriz para realização de exames diagnósticos e terapêuticos em hemodinâmica. Arquivos Brasileiros de Cardioogia, v.82, suppl.1, p.1-6, 2004. ULTRAMARI, F.T.; BUENO, R.R.L. CUNHA, C.L.P. et al. Nefropatia induzida pelos meios de contraste radiológico após cateterismo cardíaco diagnóstico e terapêutico. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 87, n. 3, Set, 2006. WARE, W.A. Distúrbios do trato urinário. In: NELSON RW, COUTO CG. Medicina interna de pequenos animais. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2006. p. 547-633. WASAKI, M.; KAWAMURA, H.; SUGIMOTO, J.; SHIMADA, M.; SATOH, Y.; TANAKA, E.; GEMBA, M. Comparative toxic effects of iobitridol and iohexol on the kidney. Invest Radiol., v. 33, n. 7, p. 393-400, 1998.
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Wasaki%20M%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Kawamura%20H%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Sugimoto%20J%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Shimada%20M%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Satoh%20Y%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Tanaka%20E%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlushttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=pubmed&Cmd=Search&Term=%22Gemba%20M%22%5BAuthor%5D&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed_RVAbstractPlusjavascript:AL_get(this,%20'jour',%20'Invest%20Radiol.');
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 193
EFEITOS DE DIFERENTES DOSES DO LEVAMISOL SOBRE OS PARÂMETROS
CLÍNICOS, LABORATORIAIS E ELETROCARDIOGRÁFICOS EM GATOS
Thalita Leone Alves Rocha1; Gabriela de Campos Santos1; Heloisa Ferreira Duarte do Valle1; Cecília Braga Laposy2; Rosa Maria Barilli Nogueira3; Alessandra Melchert4. 1- Discente de curso de graduação – Medicina Veterinária – Unoeste 2- Docente – Curso de Medicina Veterinária, Patologia Clínica - Unoeste 3- Docente – Curso de Medicina Veterinária, Clínica Médica de Pequenos Animais - Unoeste 4- Docente Orientador - Curso de Medicina Veterinária, Clínica Médica de Pequenos Animais – Unoeste- [email protected] Agência financiadora: Unoeste; Projeto CCPQ: 186/08
Palavras Chave: Urografia excretora; contraste iodado; cão.
INTRODUÇÃO
O levamisol é um fármaco antihelmíntico de amplo espectro utilizado no tratamento de
parasitose intestinal. Concomitantemente à ação anti-helmíntica, este fármaco atua no sistema
imunológico, estimulando a ação de células T e a resposta aos antígenos, potencializando a
produção de interferons e aumentando a atividade fagocitária de macrófagos e neutrófilos
(TIZARD, 2002).
O levamisol é relativamente tóxico para eqüinos, cães e gatos (ALMEIDA & AIRES, 1999).
As doses recomendadas para gatos variam na literatura. BOOTH e McDONALD (1992) indicam o
levamisol como antiparasitário na dose de 5 a 11 mg/Kg para cães e gatos, enquanto ANDRADE e
SANTARÉM (2002) indicam-no na dosagem de 20 a 40 mg/Kg, a cada 6 horas, por 5 a 6
tratamentos, na terapia de vermes pulmonares. Como imunoestimulante, as doses variam de 25
mg/gato, a cada 48 horas, por 3 aplicações (ROCHETT, 2001), enquanto ALLEN et al. (2005)
indicam três administrações na dose de 5 mg/kg, distribuídas em uma semana. Estas doses
imunoestimulantes são bem superiores às usadas no cão, onde se preconiza o uso de 0,2 a 2 mg/Kg
(ANDRADE e SANTARÉM, 2002).
A ação do levamisol depende da dose e da via de administração (PURZYC &
CALKOSINSKI, 1998). Para as espécies canina e felina, doses orais de até 80 mg/kg podem não
ser fatais, embora levem a sinais de intoxicação. No entanto, 50% desta dose, 40mg/kg, leva-os a
óbito em 10 a 15 minutos, se injetável. Cães e gatos apresentam alta sintomatologia à dor quando
recebem uma dose usual do produto injetável, enquanto que a forma oral é muito bem tolerada por
eles (CANAL et al., 2004).
Em contraste com estes dados, MELCHERT et al. (2007) relataram que a baixa dose de 25
mg/gato, por via oral, foi capaz de produzir sinais de toxicidade, como sialorréia em 33,3% dos
animais, vômitos e midríase em 11,1%, e arritmias cardíacas, incluindo bloqueio átrio-ventricular e
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 194
complexos atriais prematuros, em 55,5% dos gatos estudados, sugerindo que a dose tóxica para
felinos pode estar bem mais próxima da dose terapêutica.
JUSTIFICATIVA
O levamisol é um fármaco utilizado há décadas na medicina veterinária, devido às suas
propriedades anti-helmínticas e imunoestimulantes. No entanto, a literatura revela-se conflitante no
que tange às dosagens e toxicidade do emprego do fármaco em gatos. Importantes efeitos
eletrocardiográficos foram recentemente relatados em gatos, sendo necessário avaliar a tolerância
dos felinos ao levamisol e os efeitos colaterais observados em diferentes regimes terapêuticos, já
que estes dados não se encontram disponíveis na literatura.
OBJETIVOS
Este trabalho tem o objetivo de avaliar os efeitos clínicos, laboratoriais e
eletrocardiográficos do levamisol em dose imunoestimulante em gatos, utilizando-se diferentes
doses.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram estudados 16 gatos saudáveis, selecionados através de exames clínicos e
laboratoriais. Os animais foram submetidos à administração de levamisol, por via injetável
subcutânea, em doses diversas, a cada 2 dias, por três aplicações (ROCHETT, 2001), divididos em
2 grupos, de 8 animais cada, de acordo com a dose administrada, a saber: G2 = 8) = dose de 2
mg/Kg; e G 5 = dose de 5 mg/Kg.
Foram avaliados: temperatura corporal (T), por meio de termômetro digital; freqüência
respiratória (FR), por inspeção dos movimentos da caixa torácica e auscultação pulmonar
simultâneos; freqüência cardíaca (FC) e ritmo cardíaco, obtidos mediante auscultação cardíaca e
eletrocardiografia (ECG), com uso de eletrodos acoplados em membros anteriores e posteriores, de
acordo com o diagrama de Einthoven; pressão arterial sistólica (PAS) com monitor não invasivo.
Estes parâmetros foram avaliados antes (M0 [controle]) e nos dias de administração do levamisol
(M1 [após primeira aplicação do levamisol]; M2 [após segunda aplicação de levamisol]; M3 [após
terceira aplicação]), nos seguintes tempos: T0 (antes da aplicação); T60-60 minutos após levamisol
(AL); T180-180 minutos AL; T360-360 minutos AL. Foram avaliados também nestes momentos a
ocorrência de sialorréia, vômitos, resposta pupilar à luz e alterações do diâmetro pupilar (miose ou
midíase)
Foram avaliados também o hemograma completo, função renal (uréia e creatinina séricas,
função hepática (fosfatase alcalina sérica (FA) e bilirrubina total (BT), direta(BD) e indireta (BI)
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 195
séricas), proteínas totais, albumina e globulina séricas, antes e após 24 horas da última aplicação do
levamisol.
Para avaliação estatística dos dados obtidos em cada grupo, foi utilizado o teste de Análise
de Variância para amostras dependentes. Os contrastes entre as médias dos grupos foram
verificados pelo método de Tukey. Foi considerado um nível de significância de 5 % (MORRISON,
1990).
RESULTADOS
Poucas alterações clínicas foram observadas nos 16 gatos tratados com levamisol. Nenhum
dos animais tratados nos dois grupos apresentou vômito ou alterações pupilares. Dois animais do
G5 (25%) apresentaram sialorréia, manifestada em T60 após primeira aplicação e em T180 após
segunda e terceira aplicações em um dos animais, e no outro animal, em T360 na primeira e T180 e
T360 após segunda administração de levamisol. No G2, apenas um animal apresentou sialorréia,
com uma única manifestação em T360 após primeira administração do fármaco.
Na avaliação laboratorial dos animais, não foram observadas alterações da função renal,
hepática, ou dos níveis de proteínas, após a administração do levamisol. Também não foram
observadas alterações no hemograma completo, tanto no Eritrograma, quanto no Leucograma, após
a ação do fármaco.
O eletrocardiograma (ECG) dos gatos não revelou presença de arritmias em nenhum dos
momentos ou tempos avaliados, nos dois grupos estudados. A freqüência respiratória, freqüência
cardíaca, temperatura corporal e pressão arterial sistólica (PAS) mantiveram-se dentro dos limites
fisiológicos para a espécie, durante todo o experimento.
DISCUSSÃO
A baixa incidência de complicações neste estudo provavelmente está relacionada à baixa
dose de levamisol usada. Esta dose equipara-se à baixa dose imunoestimulante usada em cães, que
varia entre 0,5 e 2 mg/Kg (ANDRADE, 2008). As doses imunoestimulantes recomendadas para
gatos na literatura são maiores, estimando-se a dosagem por animal e não por peso, de acordo com
ROCHETT (2001), que indica dosagem de 25 mg/gato. Estudos realizados com esta referida
dosagem revelaram ocorrência de vômitos e sialorréia em pouco mais de 10% dos gatos tratados,
enquanto arritmias cardíacas foram observadas em mais de 50% dos animais tratados
(MELCHERT, 2007).
Também, MELCHERTet al.(2007) relataram ocorrência de linfopenia com a dosagem
recomendada por ROCHETT (2001), indicando provável efeito imunossupressor. Com as doses
menores usadas neste estudo, não houve alteração nas contagens de linfócitos. Estudos adicionais
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 196
sobre função de linfócitos e imunoglobulinas devem ser realizados para elucidar se o fármaco, de
fato, apresenta efeito imunoestimulante.
CONCLUSÃO
O levamisol, nas dosagens de 2 e 5 mg/Kg, foi seguro para uso em gatos, com ocorrência de
poucas alterações clínicas, sem causar alteração da função renal, hepática ou diminuição nas
contagens de linfócitos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.A.O; AYRES, M.C.C. Considerações gerais sobre os anti-helmínticos. In: SPINOSA, H.S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 453-465. ANDRADE, S.F. Manual de terapêutica veterinária. 3.ed. São Paulo: Roca, 2008. 912p. ANDRADE, S.F.; SANTARÉM, V.A. Endoparasiticidas e ectoparasiticidas. In: ANDRADE, S.F. Manual de terapêutica veterinária. 2.ed. São Paulo: Roca, 2002. p.437- 476. ALLEN, D.G.; DOWLING, P.M.; SMITH, D.A. Handbook of veterinary drugs. 3.ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2005. 1111p. BOOTH, N.H.; McDONALD, L.M. Farmacologia e terapêutica em veterinária. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1992. 997p. CANAL, I.H.; CANAL, R.B.; DIDIANO, J.M. Levamisol - Vermífugo e imuno modulador: antigo e eficaz - Uma revisão bibliográfica e indicações de uso. Revista Electrónica de Veterinaria REDVET, vol. 5, n. 7, /2004. Disponível em: < http:// www.veterinaria.org/revistas/redvet/n070704B.html MELCHERT, A., NOGUEIRA, R.M.B., BARRACAR, K.C., FERREIRA, F.L. Estudo clínico, laboratorial e eletrocardiográfico do levamisol em gatos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, XXXVI, 2007, Santos. MORRISON, D.F. Multivariate Statistical Methods. São Paulo: Mc Graw-Hill. 1990, 450p. PURZYC, L.; CALKOSINSKI, I. Ecto-ATPase from rat lymphocytes - in vivo studies on the influence of levamisole. Pol. J. Pharmacol., v.50, p.239-251, 1998. ROCHETT, J. Treating the inflamed mouth. In: WORLD SMALL ANIMAL VETERINARY WORLD CONGRESS PROCEEDING, XXVI. 2001, Vancouver, em http://www.vin.com/proceedings/proceedings.plx. Acesso em 28/04/2007. TIZARD, I.R. Imunologia Veterinária. 6 ed. São Paulo: Editora Roca Ltda, 2002. 532 p.
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EFEITO DO PROBIÓTIO PROENZIME® ADICIONADO AO SAL MINERAL SOBRE O
GANHO DE PESO EM BOVINOS DA RAÇA NELORE
Daniel Boabaid Ibrahim1; Lucineia Paiva1; Rodrigo Augusto Cristóvão Zampieri1; Paulo Eduardo Pardo2*; Rogerio Giuffrida2; José Ricardo Cardoso de Macedo1; Letícia Amélia Oliveira1; Luis Souza Lima de Souza Reis3 1 Alunos de graduação em medicina veterinária – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. E-mail: [email protected] 2 Docentes da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente, SP. 3 Docente da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR VIRTUAL – Pólo de Apoio Presencial de Assis, SP. *Orientador docente. Palavras-chave: probiótico, sal mineral, bovino
INTRODUÇÃO Os probióticos são microorganismos vivos classificados como suplementos alimentares e
quando administrados em quantidades adequadas favorecem o desenvolvimento da flora microbiana
do trato gastrointestinal, com efeito benéfico para ganho de peso dos animais (PARDO e REIS,
2008).
Esses microorganismos vivos atuam como estimulantes do sistema imune e promotores do
crescimento (ARENAS et al., 2009). Assim o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da adição de
probiótico no ganho de peso de bovinos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido durante os meses de fevereiro à abril de 2009 no município
de Presidente Prudente, São Paulo. Utilizaram-se 40 machos inteiros da raça Nelore com
aproximadamente 12 meses de idade os quais foram alimentados com Tanzânia em sistema de
pastejo extensivo. Estes bovinos foram distribuídos randomicamente em dois grupos experimentais
(20 animais por grupo): um grupo denominado probiótico (GP) que recebeu mistura mineral
adicionado de probiótico Proenzime® e o outro grupo controle (GC) que foi suplementado com
mistura mineral sem o probiótico. O consumo médio de probiótico durante o período experimental
foi de 4 g/animal/dia. Ambas as misturas minerais foram fornecidas de forma ad libitum aos
bovinos em cocho de madeira coberto 13 cm linear por animal a 50 metros do bebedouro.
Nos primeiros 30 dias os bovinos permaneceram em condições não estressantes para a
adaptação do novo suplemento mineral adicionado ao probiótico.
Os animais foram pesados individualmente nos dias 0, 30 e 90 no período da manhã sem
jejum prévio e antes de beberem água.
Os dois piquetes utilizados pelos grupos de bovinos eram semelhantes na topografia e na
composição botânica.
Colloquium Agrariae, vol. 5, n. Especial, 2009
-
Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 5 a 8 de outubro, 2009 198
No dia zero colheram-se amostras de forrageiras dos piquetes cortados a altura de pastejo
conservados sob refrigeração a – 5 oC para posterior analise bromatológica.
O probiótico utilizado foi o Proenzime® EMBRAUPEC, Paranavaí, PR composto por
amilase, pectinase, Lactobacilus acidophilus, Streptococcus faecium, Bifidobacterium
thermophilum, Bifidobacterium longum e zinco.
A mistura mineral oferecida aos animais foi a Matsuda Fós Cria® produzida por Matsuda
Sementes e Nutrição Animal Ltda, Álvares Machado, SP.
Os dados apresentaram distribuição normal pelo teste de Kolmogorov e Smirnov. Assim, as
médias dos ganhos de peso entre os grupos nos dias 30 e 90 empregou-se o teste t não pareado com
correção de Welch (CURI, 1997). Em todas as análises estatísticas o nível de significância adotado
foi de 5%.
RESULTADOS
Os resultados obtidos mostraram que os animais do grupo GP que receberam o probiótico
não apresentaram aumento significativo (P>0,05) no ganho de peso vivo durante o período
experimental em relação aos do grupo GC que não receberam o probiótico (Tabela 1).
Tabela 1- Médias do ganho de peso vivo (± desvio padrão) dos bovinos suplementados ad libitum com mistura mineral adicionado com probiótico proenzime (grupo GP) e mistura mineral sem adição do probiótico (grupo GC) após 30 e 90 dias de suplementação.
Ganho de peso vivo (Kg) Grupos experimentais
Dia 30 Dia 90
GC 11,18a ± 2,66 31,13a ± 5,97
GP 11,34a ± 2,93 32,98a ± 5,70
Médias seguidas de letras minúsculas iguais na mesma coluna não diferem significativamente entre si (P>0,05) num mesmo dia.
DISCUSSÃO
Os procedimentos experimentais comuns aos grupos e a rotação de piquete a cada 30 dias
garantiu que todos os grupos tiv