Resumos historia 12 ano

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Re s u mo s de h ist ó ri a – 1º T es t e d eA va li a ç ã o 11º A no ( mó d ulo 6) : 1. A s t ransfor mõe s ec onó mi ca s naEurop a e noMundo 1.3. A ag udi z ã oda s difer enç as 1.3.1. Aco n an ça no s mecani s mosaut o rr eg ul a d o r e s d omerca d o : ol i vr e- cambis mo N em t oda sasp es s oas ace itar am a chegada da liber da de económica. Po l í tic o s,i n d u s tri a ise g ran d e sp ro p riet á ri o s ,q ue d e f e n d i a m a li b e r d ade p o l í t ic a , d e s c o n a va m da li vr e circul a ç ã o d e me r c a d o ria s .A p o l í t i c a ma i sc orret a ,s e ri a prot e g e r o q ueé na c i o na l.  Por é m, e s t a c o rre n telivr e - c a mbis t a e ramuitof o rtena G r ã -Br e t a nh a , b e r ç o d e a l g un s t e ó ri c o s c omo A d a m Sm ith e D a vi dRi c ar d o. Ri c ar d o d efendia q ueali b er d a d ec o me r c i a l irial e va r a o d e s e nvolvi me nto e à ri q uez a d et od oo mund o. Si r R o b e r t Pe e l , a b a l oues t a s i d e i as, b a i xa n d o o s d i r e i t o s d e e n t r a d a d e a l g u ns pro d ut o s f a z end oc o m q ue a s p a ut a s a l f a nd e g á rias t a mb ém b a i x a s s e m. Ent re 1850e 1870, o l ivre c a mb ismo j á d o mi na vaaeur o pae o s Es t a d o s U ni d o s b a i x a ram a s t a xa s a d ua ne ir a s.O co mércio int er naci o na l a p res e nt o u um for t e c r e s c i me n t o . L i vr e c a mb i s mo -  Si s t e maqu e lib e r a li z a a s t r o c a s i n t ern a ci o n ai s . O e st a d o d eve a b s t er- se d ei n t e r f e rir nas c o rr e n t es d e c o mérci o , p elo q u e o s d ir e i t os a l f a n d e g á ri o s, a x a ç ã o d e c o nt i ng e nt e s ( d e i mp or t a ç ã oou ex p o r t a ç ã o ) e a s pro i b i ç õ es d e e nt r a d aou sa í d a d e ve m ser ab o li d a s o u , p e lo meno s , r e d u z ir - sea o mí n i mo . – f a c ilit a vaa e n t ra d ad o s pro d u t o s estr a n g e ir o s. 1. 3. 2. A s de b ili d a d e s d o l ivre- c a mbi s mo ; a s cr i s e s cí c li c as N o sse c t o respr o duti vos e na st r o c a sc o me r c ias, na t e o ri a ,a lib e r d a d e d e ini c iati va e rao ma i s f a vo r á ve l p a racri a r ri q u e za s e o b t e r g r a n d e s lu c r o s . Es t a va pr e vi s t o q u e t o d a s a s n a ç õ e s i r i a m c r e sc e r d e ma n e i ra i g u a l , p o r é m, i s s o n ã ose ve ri c o u. O li vr e- c a mb is mo c o n t ri b u i p a r a a c r e s c e n t a r d i cu l d a d es a o p r o c e s s o d ei nd us t ri a l i z a ç ã o d o s p a í s e s m e no s d e se nvo l vi d os, quesevi a m c he i o s d e p r o d ut o s d a s p o t ê nc i a s ind u s t ri a i s c om o s q u a i s não c o nse g uia m c o mp e t ir. A t é o spa í s esmai sde senvol vi d oss o fri a m p e q ue no sab a l o sec o mi c o s : a s c r i s e s c í c l i c a s . Est a s cr i ses f a zi a m r e t r a i r o s n e g ó c i os epro vo c a va m i n ú me ras f a l ê n c i a s . Es t a s crises s uc e d e m-se p eri o d i c a me nte d e6 a 10 a no s .

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Resumos de história – 1º Teste de Avaliação

11º Ano(módulo 6):

1.As transformações económicas na Europa e no Mundo

1.3. A agudização das diferenças

1.3.1. A confiança nos mecanismos autorreguladores do mercado: o livre-

cambismo

Nem todas as pessoas aceitaram a chegada da liberdade económica.

Políticos, industriais e grandes proprietários, que defendiam a liberdade política,

desconfiavam da livre circulação de mercadorias. A política mais correta, seriaproteger o que é nacional.

  Porém, esta corrente livre-cambista era muito forte na Grã-Bretanha, berço de

alguns teóricos como Adam Smith e David Ricardo.

Ricardo defendia que a liberdade comercial iria levar ao desenvolvimento e à

riqueza de todo o mundo.

Sir Robert Peel, abalou estas ideias, baixando os direitos de entrada de alguns

produtos fazendo com que as pautas alfandegárias também baixassem.

Entre 1850 e 1870, o livre cambismo já dominava a europa e os Estados Unidos

baixaram as taxas aduaneiras. O comércio internacional apresentou um fortecrescimento.

Livre cambismo - Sistema que liberaliza as trocas internacionais. O estado deve abster-

se de interferir nas correntes de comércio, pelo que os direitos alfandegários, a fixação

de contingentes (de importação ou exportação) e as proibições de entrada ou saída

devem ser abolidas ou, pelo menos, reduzir-se ao mínimo. – facilitava a entrada dos

produtos estrangeiros.

1.3.2. As debilidades do livre-cambismo; as crises cíclicasNos sectores produtivos e nas trocas comercias, na teoria, a liberdade de

iniciativa era o mais favorável para criar riquezas e obter grandes lucros.

Estava previsto que todas as nações iriam crescer de maneira igual, porém, isso

não se verificou. O livre-cambismo contribui para acrescentar dificuldades ao processo

de industrialização dos países menos desenvolvidos, que se viam cheios de produtos

das potências industriais com os quais não conseguiam competir.

Até os países mais desenvolvidos sofriam pequenos abalos económicos: as

crises cíclicas. Estas crises faziam retrair os negócios e provocavam inúmeras falências.

Estas crises sucedem-se periodicamente de 6 a 10 anos.

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Antigo Regime Capitalismo

Origens - Fracas colheitas - Superprodução

- Especulação financeira

Preços - Subida dos preços dos cereais - Descida dos preços industriais e às vezes,

agrícolaPeriodicidade - Irregular (dependia das condições

climáticas)

- Cíclica (geralmente 10 anos)

Dimensão - Regional, nacional, continental - Mundial

Repercussões - Escassez, fomes, mortes

- Desemprego urbano

- Descida acentuada da bolsa

- Falências e desempego

- Concentração de empresas

Foi Juglar quem estudou estas crises e os seus mecanismos. Na altura de

crescimento, quando a procura se sobrepõe à oferta, os preços sobem. Isto leva a queas indústrias amplifiquem-se recorrendo ao crédito, especula-se na bolsa. Mais tarde,

uma vez que há falta de previsão financeira e excesso de investimentos a tendência

inverte-se.

Fases das crises cíclicas:

o Superprodução (armazéns cheios com stocks)

- empresas suspendem fabrico

- redução de salários

- despedimentos

o Preços baixam para que os produtos sejam vendidos

- podem ser destruídos stocks para evitar que os preços desçam em

demasia

o Pagamentos aos bancos, créditos e investimentos financeiros são

suspensos

  - crash bolsista

  - falências

  - desemprego cresce

  Consumo diminui e produção cai mesmo

Estas crises podem-se iniciar num ou em vários países ao mesmo tempo e é

com rapidez que se espalham, uma vez que todos os países têm ligações financeiras e

comerciais uns com os outros.

Em 1810 deu-se a primeira grande crise e, em 1929, deu-se a crise mais grave

de todas.

No fim do século, o protecionismo tinha voltado a ganhar força e, depois da

grande depressão de 1929, entendeu-se que era realmente necessário a intervenção

do estado na economia.

1.3.3. O mercado internacional e a divisão do trabalho

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Durante o seculo XIX, o comércio mundial cresceu muito rapidamente.

O contínuo aumento da produção e os progressos nos transportes e

comunicações foram os grandes motivos para tal crescimento.

A Inglaterra dominava este fluxo de trocas devido ao seu avanço industrial e à

sua enorme frota mercantil. No início do século XX, a Alemanha, a França, os EstadosUnidos e a Inglaterra eram os responsáveis por metade das trocas que eram feitas.

  A estrutura do comércio internacional mostra a divisão internacional de

trabalho. A Alemanha, os estados unidos da américa, a Inglaterra e a França,

fornecem os países mais atrasados com os seus produtos.

2.A sociedade industrial e burguesa2.2. Unidade e diversidade da sociedade oitocentista

  2.2.1.

A sociedade de classes

Liberalismo e civilização industrial→ Mudanças sociais

Igualdade perante a lei→ Acaba com títulos da nobreza, privilégios derivados do

nascimento, etc.Distinção feita pelo dinheiro, instrução, profissão e cultura, opinião politica, valores e

comportamentos.

Propriedade e controlo dos meios de produtivos ou mais lucrativa e prestigiada

for a profissão.

→ Maior probabilidade de ascender socialmente;

→ Educação esmerada;

→ Estilo de vida luxuosa e confortável.Nascer pobre já não bloqueia ascensão social.

Dois grupos sociais:→ Burguesia

  → Proletariado

2.2.2. A condição burguesa: heterogeneidade de situações e comportamentos

A alta burguesia empresarial e financeira

Poder económico, poder social e poder político→ Hegemonia burguesa.

Poder económico→ Controlo dos meios de produção e das grandes fontes de

riqueza.

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Desenvolvimento burguês→ Dificultado devido aos países menos industrializados.

Poder político→ Consolida poder económico.

Poder social→ Através do ensino, imprensa, lançamento de modas→ Divulga os seus

valores e comportamentos→ Influencia a opinião pública.

Classes médias→ Medo de voltar ao operariado→ Apoiavam alta burguesia por eraquem lhes dava emprego.

 A formação de uma consciência de classe burguesa

• Valores e comportamentos

→ Imitação da aristocracia

• Compra de propriedades (sinónimo de respeito);

→ Consciência de classe: implica solidariedade e distanciamento para com os mais

pobres. Muitas das vezes obriga o estado a governar de acordo os seus interesses.

→ Querem imitar a aristocracia mas de forma moderada. Não esbanjam dinheiro(resultado do esforço e trabalho).

→ Dão importância: trabalho estudo, poupança, moderação e prudência.

→ Família muito importante:

• Burguês transmite o gosto pelo trabalho, solidariedade entre irmãos e

parentes. Honestidade e responsabilidade.

→ Para a alta burguesia pobreza era sinónimo de falta de mérito e talento e preguiça.

Proliferação do terciário e incremento das classes médias

Classes médias → Não têm contacto com o trabalho manual;

→ Não controlam grandes meios de produção;

→ Situam-se entre a alta burguesia e o proletariado;

→ Muitos dos seus elementos são populares;

→ Ilustram bem a mobilidade social;

→ Pequenos empresários da industria,

→ Possuidores de algum rendimento.

• Proliferação do terciário e serviços

→ Necessidade de distribuir riqueza→ Aumento dos empregos comerciais: patrões

grossistas ou retalhistas, transportadores, empregos de loja ou grande armazém e

vendedores.

→ Profissões liberais: médicos, advogados, farmacêuticos, engenheiros, notários,

intelectuais, artistas.

→ Pouco cresceram→ 1870-1880→ Valorizadas.

→ Tinham um grande saber Cientifico→ Autoridade e estatuto.

•  Advogados

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→ Indispensáveis no contexto da complexidade administrativa empresarial; nos

sistemas representativos→ Grande parte dos deputados

•  Médicos

→ Saúde muito importante→ Médicos respeitados

• 

Funcionários→ Maior crescimento no sector dos serviços;

→ Desenvolvimento das administrações estatais e da burocracia pública e privada.

→ No escritório, correios e telégrafo, professores, militares, policias, bombeiros e

cobradores.

•  Empregados de escritório (colarinhos-brancos)

→ Repartições estatais; grandes firmas industriais; bancos; companhias de seguro.

→ Tratavam da correspondência, contabilidade, movimentação de documentos.

→ Nem sempre os rendimentos eram suficientes→ Grau de instrução, trajo e maneiras

→ Distinguiam-nos do trabalho fabril (proletariado).•  Professores

→ Profissão de sucesso no final do século XIX;

→ Vindos do campo (camponeses na sua maioria);

→ Ordenado modesto→ Seu saber→ Prestígio e consideração na opinião pública;

→ Ganharam mais importância→ Ensino primário gratuito e obrigatório→ Divulgam

valores burgueses e patrióticos;

→ Sufrágio universal→ Novas oportunidades;

→ Países industrializados→ Papel na vida política é reconhecido.

Conservadorismo das Classes Médias

→ Conservadoras;

→ Ideias defendidas: ordem; estatuto; convenções; respeito pelas hierarquias.

→ Poupança: conforto material e pequenos luxos;

→ Respeitabilidade e decência;

→ Família – afirmação do poder do homem.

  2.2.3. A condição operária

→ Revolução industrial→ Fábrica

 → Operariado

• Fábricas→ Máquinas

 → Capital

• Operariado→ Força dos seus braços

  → Trabalho→ Vende ao empresário em troca de um salário

  Condições de trabalho

→ Adaptação difícil, com sacrifícios e humilhações ao mundo industrial;

→ Mão-de-obra não qualificada;

Posse de um burguês

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→ Local de trabalho→ Péssimas condições

→ Frio extremo no inverno, calor insuportável no verão;

má iluminação; falta de arejamento; demasiado barulho; riscos de acidentes.

→ Ausência de vestiários, sanitários e cantinas; quase não

tinham horário para refeições; trabalhavam entre 12 a 16 horas sem férias, descanso,feriados; salários de miséria.

→ Trabalho e horários→ Precários

→ Dependentes da lei da oferta e da procura

→ Quanto maior for a produção e a venda, maior seria o

salário. Quando era o contrário, ou quando a mão-de-obra ultrapassava as

necessidades ou quando existia alguma crise cíclica ⇒ Desemprego e baixa de

salários (quando a industrialização arrancou os salários eram relativamente altos).

→ Não existia contratação coletiva, salário mínimo (cada patrão

decidia aquilo que deveria pagar), subsídios de desemprego, doença ou velhice.→ Estado liberal permitia o patrão fazer o que quisesse desde

que não houve contestações operárias.

→ Mulheres e crianças→ Indispensáveis

→ Salários muito inferiores aos dos homens

• Crianças

→ 4-5 Anos;

→ Apreciadas pela sua agilidade e pequena estatura (com facilidade conseguiam

arranjar coisas em máquinas que um adulto, por ser maior, dificilmente conseguia);

→ Se o trabalho baixasse eram chicoteadas.

→ Famílias inteiras eram arrastadas para as fábricas.

Condições de vida

→ Habitações degradas – húmidas e sobrelotadas

→ Falta de luz, higiene e salubridade nas habitações

→ Alimentação insuficiente de desequilibrada

→ Com poucas horas de sono e subnutridos – propagação de doenças

→ Alcoolismo, prostituição, delinquência e criminalidade

O movimento operário: associativismo e sindicalismo

Movimento operário Conjunto de ações levadas a cabo pelos trabalhadores

assalariados, para a concretização das suas reivindicações. Na ótica marxista, é a

expressão da luta de classes. A implantação do capitalismo industrial fez crescer a

massa de assalariados e subir de tom os seus protestos, que caminharam para formas

crescentes de organização.

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Luddismo (Ned Ludd)

Levou os operários a destruírem maquina e a saquearem as habitações dos industriais.

Caso de insurreições, de greves e movimentos violentos.

A repressão dura que se abateu sobre os operários fez-lhes ver a necessidade de umaorganização mais consistente, assim nasceu o associativismo e o sindicalismo.

Associativismo  Criação de associações de socorros mútuos (mutualidades ou

sociedades fraternas).

Sindicalismo Criação de associações de trabalhadores para defesa dos seus

interesses profissionais.

As propostas socialistas de transformação revolucionária da sociedade

Objetivos:

Denúncia dos excessos do patronato

Erradicação da miséria operária

Procura de uma sociedade mais justa e igualitária

Estratégias:

1. Socialismo utópico – P. J. Proudhon

Objetivos:

Sociedade igualitária

Constitui uma ideia irreal dado que defende a abolição da propriedade

privada

2. Marxismo – Karl Marx e Friedrich Engels Publicaram o “Manifesto do Partido

Comunista”

Análise da história da humanidade

 Sucessão de modos de produção

Esclavagismo, feudalismo e capitalismo

O manifesto comunista

- Londres 1848

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Explicação do processo histórico

Considerando:

a luta de classes entre opressores e oprimidos uma característica histórica

a sociedade burguesa era dividida entre capitalistas e operários e devia ser

destruída quando os operários chegassem ao poder através da Ditadura do

Proletariado.

O proletariado no poder retiraria o capital à burguesia e destituiria o

capitalismo. No seu lugar ficaria o comunismo.

A união operária internacional será o responsável pela revolução comunista

cujo lema é “proletariado de todo o mundo uni-vos”.

Comunismo Sociedade sem classes, sem propriedade privada, sem “exploração dohomem pelo homem”.

As internacionais operárias

Internacionais operárias  Organismo onde estão representadas associações de

trabalhadores de vários países, tendo em vista a coordenação das suas atividades.

Os efeitos do movimento operário

- Londres 1864

Karl Marx – redigiu os estatutos da I internacional operária

- Associação internacional dos trabalhadores

1889- Engels fundou a II internacional

Consequências: criação dos partidos socialistas na Europa.

4.Portugal, uma sociedade capitalista dependente

4.1.A Regeneração entre o livre-cambismo e o protecionismo (1851-

1880)

4.1.1. Uma nova etapa politica

O golpe de estado da Regeneração

Em 1851 iniciou-se um novo período da história do Liberalismo político em Portugal: a

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Regeneração. Depois de um golpe de estado levado a efeito pelo Duque de

Saldanha contra o governo pouco consensual de Costa Cabral, pretendia-se levar o

país a um período de paz política e prosperidade económica, harmonizando os

interesses das diversas classes: a burguesia e as classes rurais.

Pretendia-se finalmente conciliar os desejos e anseios das populações mais modestas,camponeses e pequena burguesia com as ambições da alta burguesia.

Segundo Manuel Villaverde Cabral

"Um golpe de Estado para acabar com os golpes de Estado...Quarenta anos de

progresso material no decurso dos quais a sociedade se libertará suficientemente da

sua estrutura tradicional para ir caindo progressivamente sob a lógica nova das

relações de produção capitalistas."

Para esse efeito realizaram-se várias reformas:

• Revisão da Carta Constitucional, com um Ato Adicional aprovado em 1852 quealargava o sufrágio e estabelecia eleições diretas para a Câmara de Deputados.

• Promoção do rotativismo democrático com alternância no poder dos partidos

políticos.

• Promoção de reformas económicas no sentido de promover o desenvolvimento

da agricultura e da indústria nascente.

4.1.2. O desenvolvimento de infraestruturas: transportes e meios de

comunicaçãoOs transportes e as comunicações foram os sectores principais de investimento por

parte do Estado. Contra o atraso estrutural que impedia comunicações eficazes entre

cidades do interior e do litoral os governos da Regeneração procuraram modernizar as

comunicações do país criando um mercado nacional. Tal política designou-se

deFontismo palavra oriunda do dinamizador deste movimento de modernização, o

engenheiro António Fontes Pereira de Melo desde 1852.

• Investimentos na construção rodoviária

• Construção das primeiras linhas de caminhos-de-ferro em 1856, entre Lisboa e oCarregado, com a sua ampliação rápida por todo o país desde o litoral às

zonas mais escondidas do interior nortenho no final do século XIX, desde Trás-os-

Montes ao Algarve.

• Construção de pontes que permitiram a ligação mais rápida entre povoações

e cidades

• Construção de portos, instalação de telégrafos e telefones.

• Ampliação e melhoramento do porto de Lisboa.

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• Reforma dos correios.

Este desenvolvimento do mercado nacional, levou ao aumento do consumo de bens

manufaturados e criou condições para o desenvolvimento dos diversos sectores,

nomeadamente manufatureiro e agrícola. Os portos de Lisboa e Leixões foram muito

benéficos para o alargamento do mercado nacional e para a sua abertura ao

estrangeiro (comunicações internacionais).

4.1.3. A dinamização da atividade produtiva

Sob o signo do Livre Cambismo

A Regeneração procurou acabar com o protecionismo manufatureiro que vigorava

desde o período do Setembrismo entre 1836 e 1842.

Fontes Pereira de Melo pretendia resolver alguns dos problemas que afetavam a

economia nacional. Tomou por isso várias medidas:

• publicou uma nova pauta alfandegária em 1852, mais liberal e obedecendo a

alguns dos princípios livre-cambistas mais vulgarizados na época.

• reduzir os impostos que incidiam sobre matérias primas importadas como o ferro

e o linho mas sem esquecer a necessidade de proteger alguns sectores

industriais.

• abriu os mercados externos à nossa agricultura promovendo a exploraçãocapitalista dos campos.

No entanto nem todas as medidas tomadas pelo Fontismo, foram no sentido do livre-

cambismo. Para uma economia atrasada como a portuguesa foi necessário

acompanhar as medidas de liberalização do comércio, com medidas de proteção de

algumas atividades e sectores económicos. O Liberalismo económico foi no entanto a

via económica mais adotada.

Além das medidas adotadas, Fontes Pereira de Melo procurou atualizar o panorama

empresarial e económico do país promovendo ocasiões e eventos que dinamizassem

os contactos entre Portugal e as outras economias:

• Promoveu exposições internacionais, Exposição Agrícola Nacional 1864,

Exposição Industrial do Porto de 1856, etc.

• Dinamizou o associativismo empresarial: Associação Industrial do Porto,

Associação Promotora da Industria Fabril em Lisboa, Associação Central da

Agricultura Portuguesa.

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• Dinamizou a formação de associações de socorros mútuos de operários.

Exploração capitalista dos campos

Tomaram-se várias medidas tendentes a modernizar a agricultura e agropecuária:

• Extinção de morgadios em 1863,

• Abolição dos baldios e pastos comuns,

• Arroteamentos de terrenos incultos do Estado,

• Extinção de pousios e aplicação de técnicas modernas de aproveitamento dos

solos,

• Maquinação agrícola,

• Utilização de adubos químicos,

• Novas técnicas de pecuária.

As medidas tomadas não resolveram as dificuldades existentes. A reduzida extensão

agrícola e a falta de capitais não permitiu a inovação tecnológica desejada

principalmente no norte do país. Apenas no centro e sul tal foi possível nas lezírias e

planícies alentejanas.

Os principais produtos exportados foram o vinho, o gado vivo, casulos de seda,

cortiça, laranjas e frutos secos.

A difícil industrialização

Apesar do grande interesse dado ao sector agrícola os governos da Regeneração

procuraram lançar o país na via da industrialização e modernização. Tomaram-se por

isso várias medidas:

• Em 1852 foi criado o ensino industrial para a formação de técnicos

• Diversificaram-se os ramos de atividade: têxteis, metalurgia, cerâmica e vidro

mas também tabacos, papel, moagem, fósforos, cortiça, conservas de peixe e

outras indústrias alimentares.

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• Cresceu o número de unidades industriais e operários embora este número no

total fosse relativamente baixo comparativamente a outros países. Têxtil,

metalúrgica, cerâmica, vidro, tabacos, papel, moagem, conservas de peixe

• Importaram-se máquinas industriais, registo de patentes subiu, multiplicaram-se

as aplicações industriais da máquina a vapor.

• Importou-se algodão desde 1875 para a indústria têxtil algodoeira

• Tomaram-se medidas para aumento de número de sociedades anónimas.

Apesar das medidas, a competitividade da indústria foi sempre baixa servindo apenas

para abastecimento do mercado interno e das colónias. Depois de algum crescimento

económico até 1870 a economia passou por dificuldades várias. As razões para esse

facto são várias:

• Existência de poucas matérias primas no território nacional. Falta de algodão,

ferro e carvão de má qualidade.

• Fraco mercado interno não permitia fortalecimento da indústria

• Escassos capitais investidos na indústria. A classe investidora era

tradicionalmente especuladora procurando sectores mais rentáveis como o

imobiliário e a especulação financeira.

4.1.4. A necessidade de capitais e os mecanismos de dependência

O liberalismo económico abriu as portas ao capital de investidores estrangeiros:

caminhos de ferro, telefones, telégrafo, gás, eletricidade, seguros, banca e comércio

foram sectores onde os investimentos estrangeiros se fizeram sentir.

Os efeitos do investimento estrangeiro fizeram-se sentir:

• Grande dependência face ao estrangeiro, capitais e tecnologia

• Grande défice comercial e do estado.

• Tecnologias, transportes, obras, equipamentos e matérias-primas aumentavam

o défice externo.

Os meios de atenuar o défice eram poucos:

• Exportações

• Remessas de emigrantes

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• Empréstimos externos

• Aumento de impostos

Com o aumento da divida pública e do défice orçamental do país, o êxito da

Regeneração vai ser posto em causa.

4.2.Entre a depressão e a expansão

4.2.1.A crise financeira de 1880-1890

A via do livre-cambismo levou Portugal a uma situação difícil. Apoiando a agricultura,

tal política teve efeitos nefastos quando, a partir de 1870, a concorrência estrangeira

fez diminuir as nossas exportações. As elevadas despesas necessárias à modernização

provocaram um grave desequilíbrio das contas externas e uma crise de tesouraria

devido ao endividamento público muito elevado.

A crise de desencadeou-se devido a diferentes fatores:

• Falência do banco londrino Baring & Brothers que nos ia emprestar dinheiro.

• Redução das remessas dos emigrantes brasileiros devido à crise na economia

brasileira em 1888 e 1889.

• Em 1892 Portugal estava na bancarrota.

4.2.2. O surto industrial do final do século

Devido à crise económica Portugal viu-se na necessidade de mudar a política

económica de forma a reanimar a indústria, reduzir a dependência externa e as

importações.

• Foi publicada uma nova pauta alfandegária em 1892, protecionista.

• Proteção da indústria e agricultura.

• Fomento económico das colónias que se tornou fator de expansão da

economia nacional.

• Desenvolveu-se a indústria química e elétrica.

• Cimentos e construção civil.

• Progressos na mecanização do têxtil e moagem.

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• Industria dos tabacos, metalurgia, conservas desenvolveram-se.

• Proteção aos grandes grupos económicos nacionais e apoios à concentração

industrial e bancária.

• Desenvolvimento dos grandes polos industriais de Setúbal, Lisboa, Guimarães,

Braga, Barreiro.

4.3.As transformações do regime politico na viragem do século

4.3.1. Os problemas da sociedade portuguesa e a contestação da

monarquia

No final do século XIX a sociedade portuguesa era mais instruída e informada que em

1852. A vida urbana tinha-se alterado significativamente, propiciando a proliferação

das ideias republicanas e antimonárquicas principalmente entre a burguesia urbana

de Lisboa, Porto e Coimbra. Entre os fatores que contribuíram para isso:

• A vida dos cafés, a educação básica e os jornais tornaram a opinião pública

muito informada e interventiva.

• O rotativismo partidário entre os partidos do regime Regenerador e Progressista

e a falta de soluções contribuíram para a falta de credibilidade do sistema

monárquico liberal, havendo suspeitas de manipulação de resultados

eleitorais.

• os governos e o rei passaram a ser muito criticados sendo cada vez mais

frequente a censura ao regime.

• A insatisfação e descontentamento populares eram grandes devido à crise

económica e financeira que assolava o país.

Neste contexto surgiu o Partido Republicano em 1876 desenvolvendo uma retórica

antigovernamental e aproveitando todos os factos políticos e económicos que

resultassem em argumentos que mobilizassem as populações e encontrassem eco nas

suas reivindicações.

Em 1890 o episódio do Mapa cor de rosa e doUltimatum deu argumentos à oposição

para reclamar com violência contra o rei. Abandonando aos ingleses as pretensões de

ocupação dos territórios do Chire o governo português deu argumentos aos

republicanos para desenvolverem uma série de ações populares de protesto contra o

rei e os interesses ingleses.

Um ano depois em 31 de Janeiro de 1891 deu-se a primeira revolta republicana em

Portugal.

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O ambiente de contestação e de quase estado de sítio fez com que o rei visse a sua

autoridade posta em causa sendo obrigado a tomar medidas de reforço do seu

poder:

• Convidou o político João Franco para primeiro-ministro.

• Dissolveu o Parlamento em 1907 e deu a João Franco poderes de ditadura.

O sentimento antimonárquico tornou-se muito forte levando a Carbonária a organizar

um atentado contra o rei em 1908, o regicídio, no qual faleceu também o príncipe

herdeiro Luís Filipe.

D. Manuel tornou-se o último rei de Portugal como D. Manuel II. Sem conseguir resolver

os problemas nacionais governou em contestação quase permanente sendo depostoem 5 de Outubro de 1910 juntamente com sua mãe D. Amélia. Foi neste mesmo dia,

que da varanda da Câmara Municipal de Lisboa foi proclamada a Primeira República

Portuguesa.

4.3.2. A Primeira República

Implantada a República constituiu-se um Governo Provisório e convocaram-se eleições

para a Assembleia da República que em 2 meses elaborou a Constituição de 1911aprovada em Agosto. Manuel Arriaga tornou-se o primeiro presidente da República.

Principais características do novo regime:

• Congresso bicameral: Senado e Câmara dos Deputados.

• Predomínio do poder legislativo que elegia e destituía o presidente da

República. Mandato não renovável.

• Parlamento controlava o governo e ministros.

Reformas da República

Uma análise da cronologia da página 148 permite-nos observar a importância das

questões religiosas e da laicização do Estado nos trabalhos e reformas republicanas.

Por aqui se avalia o poder considerável que a Igreja tinha continuado a exercer sobre

a maioria das populações do país. O caciquismo clerical e laico imperava sobre a

maior parte das regiões do país. Os princípios fundadores do ideário republicano

estavam patentes na legislação aprovada:

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• Igualdade social e política: voto universal, abolição de privilégios de

nascimento, títulos e ordens.

• Laicismo e anticlericalismo. 

• Justiça social: direito à greve, regulamentação de horário de trabalho,

descanso obrigatório aos domingos.

• Ensino obrigatório e público até aos 10 anos e 3ª classe. Várias reformas dos

estudos e criação das universidades de Lisboa e Porto.