Revestimentos de RAD - Construtora industrial - LAX · técnica NR 14050, que foi lançada em 1997...

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Revesmentos de Alto Desempenho - RAD O mercado de revesmentos para pisos de concreto se desenvolveu mais expressivamente no Brasil na década de 1980. Foi nesse momento que os revesmentos au- tonivelantes de epóxi começaram a ocupar um espaço fundamental em vários segmentos industriais devido às suas destacadas propriedades mecânicas, resistência química, fatores estécos e grande facilidade de limpe- za. Apesar das décadas de 80 e 90 serem marcadas por grande instabilidade econômica, houve forte expansão da base industrial, sobretudo nos setores automovo, alimentos e bebidas, papel e celulose e farmacêuco, que fizeram com que o setor de revesmentos para pisos começasse a ofertar uma grande quandade de soluções específicas para cada segmento. Se por um lado a expansão do setor foi um fato relevante, a falta de normas e de critérios apropriados para a fabri- cação e aplicação de revesmentos colocou a reputação do setor em risco, uma vez que obras de revesmentos executadas com produtos inadequados e aplicação incorreta veram a ocorrência de patologias. Um grupo de trabalho composto por fabricantes de revesmentos e de equipamentos, consultores e laboratórios de pesquisa e ensaios de materiais foi criado para discur e estabelecer prácas para normalização dos vários pos de revesmento e de suas aplicações. Com o apoio da ABCI (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e do Ibracon (Instuto Bra- sileiro do Concreto), foi criado um grupo de trabalho denominado GT-RAD (Grupo de Trabalho de Revesmentos de Alto Desempenho), que liderou o processo de pesquisa sobre o assunto e deu origem à elaboração da norma técnica NBR 14050, que foi lançada em 1997 em evento técnico internacional no Instuto de Engenharia, em São Paulo (SP).

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Revestimentos

de

Alto Desempenho - RAD

O mercado de revestimentos para pisos de concreto se

desenvolveu mais expressivamente no Brasil na década

de 1980. Foi nesse momento que os revestimentos au-

tonivelantes de epóxi começaram a ocupar um espaço

fundamental em vários segmentos industriais devido às

suas destacadas propriedades mecânicas, resistência

química, fatores estéticos e grande facilidade de limpe-

za.

Apesar das décadas de 80 e 90 serem marcadas por

grande instabilidade econômica, houve forte expansão

da base industrial, sobretudo nos setores automotivo,

alimentos e bebidas, papel e celulose e farmacêutico,

que fizeram com que o setor de revestimentos para

pisos começasse a ofertar uma grande quantidade de soluções específicas para cada segmento.

Se por um lado a expansão do setor foi um fato relevante, a falta de normas e de critérios apropriados para a fabri-

cação e aplicação de revestimentos colocou a reputação do setor em risco, uma vez que obras de revestimentos

executadas com produtos inadequados e aplicação incorreta tiveram a ocorrência de patologias.

Um grupo de trabalho composto por fabricantes de revestimentos e de equipamentos, consultores e laboratórios

de pesquisa e ensaios de materiais foi criado para discutir e estabelecer práticas para normalização dos vários tipos

de revestimento e de suas aplicações.

Com o apoio da ABCI (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e do Ibracon (Instituto Bra-

sileiro do Concreto), foi criado um grupo de trabalho denominado GT-RAD (Grupo de Trabalho de Revestimentos

de Alto Desempenho), que liderou o processo de pesquisa sobre o assunto e deu origem à elaboração da norma

técnica NBR 14050, que foi lançada em 1997 em evento técnico internacional no Instituto de Engenharia, em São

Paulo (SP).

A obtenção de bons resultados no revestimento de um piso não depende apenas do produto empregado, mas também das condições em que o revestimento é aplicado. Para a modernização de pisos existentes, existem vá-rios sistemas de instalação rápida que podem ser aplicados em finais de semana. No caso de pisos novos, deve ser observado o tempo necessário para a cura e endurecimento do concreto e para que o substrato atinja o teor de umidade máximo admissível para cada tipo de RAD. Sempre devem ser tomadas precauções para que, se ne-cessário, haja um sistema de aquecimento, iluminação e ventilação apropriados durante a aplicação.

A preparação das superfícies é um item de indiscutível importância para garantir a boa performance do revestimento. A escolha de um dos vários métodos dis-poníveis para a preparação do substrato depende do tipo de RAD a ser aplicado, do tempo disponível para a aplicação e das condições específicas e necessidades impostas por cada obra. Técnicas mecâ-nicas de preparação são eficazes e muito rápidas.

O substrato a receber o revestimento

deve estar íntegro, resistente e limpo.

Para a remoção de óleos e graxas superficiais, são disponíveis removedores específicos, seguidos por lavagem

com água e sabão neutro. Se estas contaminações estiverem impregnadas numa certa espessura do concreto, é

necessário a completa remoção da camada afetada. Reparos de fissuras e de áreas anômalas devem ser efetua-

dos com materiais e técnicas apropriados, já bem conhecidos pelos técnicos do setor e empresas aplicadoras

especializadas.

A correta preparação, proteção e selamento das juntas, também é de vital importância. Juntas de isolamento, de controle e de movimentação devem ser seladas com produtos específicos e compatíveis com as solicitações atu-antes, para prevenir a penetração de líquidos e de partículas sólidas. Existe no mercado uma grande variedade de selantes para esta finalidade. A proteção de bordas com cantoneiras metálicas previamente fixadas é reco-mendada para áreas vulneráveis a danos ocasionados por impacto ou por tráfego intenso.

Sugere-se ainda que o revestimento seja aplicado por equipes treinadas e supervisionadas e que a instala-ção do RAD seja acompanhada e gerenciada por pro-fissionais e empresas de consultoria especializadas, garantindo a conformidade dos produtos e da aplica-ção, com as especificações do projeto. As obras que têm registrado maior sucesso, consideram o estabele-cimento de um gerenciamento conforme o citado, além de um sistema de garantia da qualidade eficaz, empregando ensaios apropriados de controle de campo e de laboratório.

Principais

Tipos de RAD

Principais tipos de RAD à base de cimento

Tipo Espessura

típica Uso

1. Produtos à base de cimento e óxido de alumí-nio incorporados ao concreto fresco denomina-dos “endurecedores de superfície”(A)

2 a 3 mm Aumento de resistência à abrasão em pisos de con-creto novos, em áreas industriais, em depósitos e garagens

2. Revestimentos espatulados à base de cimen-to, agregados minerais e aditivos especiais(B) 8 a 20 mm

Materiais para o reparo de pisos de concreto exis-tentes

3. Revestimentos espatulados à base de cimento modificado com polímero (SBR ou acrílico), agre-gados minerais e aditivos especiais

4 a 10 mm

Aumento de resistência à abrasão no revestimento de pisos de concreto novos ou existentes. Baixa permeabilidade a óleo e graxa. Pigmentos especiais e o polimento superficial podem propiciar efeito decorativo para uso em áreas comerciais

4. Revestimentos autonivelantes à base de ci-mento modificado com polímero (SBR ou acríli-co), agregados minerais e aditivos especiais

10 a 40 mm

De execução fácil e rápida, se prestam principal-mente à renovação de pisos existentes cujas super-fícies encontram-se deterioradas. Para a aplicação são utilizados misturadores-bomba especiais.

• Materiais à base de cimentos e aditivos especi-ais para reparos rápidos

5 a 150 mm Usados em reparos emergenciais e permanentes em pisos e em pavimentos de concreto, permitindo a rápida liberação para tráfego (1,5 hora)

Principais tipos de RAD à base de polímeros

Tipo Espessura

típica Uso

1. Seladores de baixa espessura, aplicados em 1 ou 2 demãos

0,1 a 0,15 mm

Selamento de revestimentos monolíticos espatula-dos ou de epóxi-terrazzo, conferindo-lhes maior resistência química e facilidade de limpeza

2. Pinturas de baixa espessura, aplicadas em 2 ou mais demãos(A)

0,1 a 0,2 mm

Alta resistência ao ataque químico e de fácil limpe-za. Uso em indústrias de higiene e limpeza, alimen-tícias, farmacêuticas, hospitais e laboratórios

3. Pinturas de alta espessura, aplicadas em 1 ou mais camadas(B) 0,3 a 1 mm

Alta resistência ao ataque químico e elevada resis-tência à abrasão, além de fácil limpeza. Uso em in-dústrias químicas, de higiene e limpeza, alimentí-cias, farmacêuticas, hospitais e laboratórios

4. Revestimentos espatulados 4 a 10 mm

Alta resistência mecânica, à abrasão e ao impacto, com superfície antiderrapante. Também oferece elevada resistência ao ataque químico, se selado com uma pintura adequada. Uso em indústrias me-talúrgicas, áreas de montagem e em áreas molha-das. O emprego de agregados coloridos os habilita como revestimento decorativo, em áreas comerci-ais

5. Revestimentos autonivelantes 1,5 a 6 mm

Alta resistência mecânica, à abrasão, ao impacto e elevada resistência química. A superfície lisa permi-te fácil limpeza e assepsia. Uso em indústrias de higiene e limpeza, alimentícias, farmacêuticas, hos-pitais e laboratórios

6. Revestimentos constituídos por camadas múl-tiplas

1,5 a 4 mm

Alta resistência à abrasão. Para uso em áreas que requerem boa resistência mecânica e química, mas não exigem resistência ao impacto. A adoção de agregados coloridos habilita o seu uso como reves-timento decorativo em áreas comerciais

7. Revestimentos laminados 0,6 a 2 mm Alta resistência química e à abrasão. Uso em indús-trias químicas, petroquímicas e em indústras de papel e celulose

8. Revestimentos anticorrosivos 5 a 40 mm

Revestimentos monolíticos ou para rejuntamento e assentamento de cerâmicas e tijolos anticorrosivos, constituídos por polímeros e cargas especiais. Uso como barreira química em sistemas anticorrosivos.

9. Revestimento decorativo Epóxi-terrazzo(C) 4 a 12 mm Alta resistência à abrasão e ao riscamento, de fácil limpeza. Uso em aeroportos, escolas, shopping cen-ters e edificações comerciais

• Revestimentos antiderrapantes 0,2 a 2 mm Para o revestimento de rampas e escadas

• Materiais para reparos rápidos 2 a 50 mm Para reparos rápidos e permanentes, reforço de bordas de juntas ou para a regularização de pisos existentes

Com a disponibilização de resinas e de endurecedores epóxi de última geração, bem como de aditivos que permitem a obtenção de sistemas de maior resistên-cias mecânica, à abrasão e ao riscamento, foram intro-duzidos recentemente no mercado norte-americano, RAD decorativos denominados “Epóxi-Terrazzo”(C). Além de uma aparência estética muito bonita, estes revestimentos apresentam vantagens importantes pa-ra este tipo de utilização, tais como: • Cores e efeitos estéticos e arquitetônicos ilimitados; • Elevada durabilidade e baixo custo de manutenção; • Ausência de juntas, menor sobrecarga e variedade de cor em relação a placas de pedras decorativas como o mármore e o granito e cerâmicas de alto padrão; • Fácil e rápida instalação, facilidade de limpeza e ele-vada resistência química.

Essa nova geração de RAD decorativos Epóxi-

Terrazzo vem se estabelecendo como uma

alternativa inteligente para grandes projetos

comerciais e institucionais e ainda, para edifi-

cações de uso público. A flexibilidade do sis-

tema no que tange a cores, tipo de acabamento

e possibilidade de inserir no piso logomarcas e

desenhos sofisticados, aliada às vantagens des-

critas, tem gerado uma forte tendência ao uso

deste tipo de RAD em projetos de grande por-

te. As características arquitetônicas e as eleva-

das resistências mecânicas deste sistema tam-

bém deverá estabelecer novas alternativas,

mesmo para pisos industriais, em áreas em que

se pretenda causar maior impacto estético.

Fonte: Revista Pisos Industriais / ANAPRE