Revisão Da NBR 5419

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    MATRIA DE CAPA ABNT NBR 5419

    DEPOIS DE QUASE DEZ ANOS DE TRABALHO

    INTENSO, REVISO DA NBR 5419 ENTRA NA RETA

    FINAL COM O ENVIO DO PROJETO PARA CONSULTANACIONAL. EXPECTATIVA QUE NORMA SEJA

    PUBLICADA EM 2015 E TRANSFORME A MANEIRA

    DE TRABALHAR COM PROTEO DE ESTRUTURAS

    CONTRA DESCARGAS ATMOSFRICAS NO BRASIL.

    POR MARCOS ORSOLON

    Completa erevolucionria

    Foto:DollarPhotoC

    lub

    O

    Brasil est a poucos passosde elevar o nvel de prote-

    o de estruturas contradescargas atmosfricas. O

    pas, que o campeo mundial em inci-dncia de raios, entrou na fase final da

    reviso da ABNT NBR 5419, cujo proje-to encontra-se em consulta nacional, ou

    pblica, nesse exato momento.Segundo informaes divulgadas

    pelo Grupo de Eletricidade Atmosfrica(ELAT), que ligado ao Instituto Nacio-nal de Pesquisas Espaciais (INPE), porano, o territrio brasileiro atingidopor cerca de 50 milhes de raios, queacertam, em mdia, 500 pessoas e um

    grande nmero de edificaes.Com isso, a cada 50 mortes por raios

    no mundo, uma ocorre no Brasil. So130 mortes e mais de 200 feridos por

    ano, sem contar os prejuzos financeiroscausados para o Pas, que so estimadosem cerca de um bilho de reais.

    Os riscos no se limitam s pessoas.Eles tambm se estendem s edificaes.Um prdio residencial, por exemplo, podesofrer danos srios se for atingido poruma descarga atmosfrica, inclusive coma queima de equipamentos e risco de in-cndio. O mesmo pode ocorrer se um raioatingir uma linha eltrica ou tubulaometlica que entra na sua estrutura fsica.

    Para evitar esses riscos o caminho um s: adotar medidas adequadasde proteo. Da a importncia da NBR5419, que a norma brasileira refe-rente proteo de estruturas contradescargas atmosfricas. A ltima ver-so desse documento foi publicada

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    PAS

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    em 2005 e, agora, ele est passandopor um profundo e complexo proces-so de reviso.

    De acordo com alguns especialis-tas dessa rea, o novo texto da normatende a revolucionar a forma de desen-volver projetos e efetuar instalaes

    nesse setor. Isso porque a sua revisoagregou muitas novidades e detalha-mentos. Para ter uma dimenso do ta-manho da mudana, basta verificar onmero de pginas da verso atual daNBR 5419 e do projeto que est emconsulta. Hoje, a norma tem 42 pgi-

    nas e sua verso revisada dever saircom mais de 300.

    Em 1993 essa norma passou poruma reviso e houve um grande boom,foi o primeiro degrau tcnico, que ele-vou a NBR 5419 a um nvel superior atento. O novo degrau tcnico est ocor-

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    rendo agora, com essa reviso, afirmao engenheiro eletricista Jobson Mode-na, que foi o coordenador da comissode estudos responsvel pelo trabalho

    de reviso do documento.Alis, o desenvolvimento do proje-

    to de reviso foi longo e desafiador. Eleteve incio em 2005, sob a responsa-bilidade da Comisso de Estudos CE-03:64.10 - Proteo Contra DescargasAtmosfricas, do Comit Brasileiro deEletricidade, Eletrnica, Iluminao eTelecomunicaes (Cobei), tendo comobase a norma IEC 62305-1 a 4: 2010.Alm da coordenao de Modena, asecretaria ficou a cargo do engenhei-ro eletricista Hlio Sueta, que tam-bm chefe-adjunto do Instituto deEnergia e Ambiente da Universidadede So Paulo.

    Comparada atual verso da NBR5419, a IEC 62305 bem mais ampla ecompleta. Tanto, que est dividida emquatro partes. Em sua ltima reviso,ocorrida em 2010, a opo da IEC foiagrupar assuntos de outras normas,iniciativa que permitiu a organizao

    das regras para Sistemas de Proteocontra Descargas Atmosfricas (SPDA)de um modo mais global.

    E foi este mesmo caminho que areviso da 5419 seguiu. Por isso o seutexto teve um aumento to grande nonmero de pginas. Alm disso, o do-cumento brasileiro tambm ampliouseu poder de cobertura com a divisoem quatro partes: Princpios Gerais;

    Gerenciamento de Risco; Danos Fsi-cos s Estruturas e Perigos Vida; eSistemas Eltricos e Eletrnicos Inter-nos na Estrutura.

    Profissionais desse setor voprecisar de tempo para entendere se acostumar com os detalhesda nova verso da norma, queest em consulta pblica.

    JOBSON MODENA| COORDENADORDA CE-03:64.10

    PERIGOBrasil atingido por cerca de 50milhes de raios por ano.

    Foto:DollarPhotoClub

    Foto:Divulgao

    Quatro partese muita novidade

    A parte 1 do projeto da NBR 5419que est em consulta nacional estabe-lece os requisitos para a determinao

    de proteo contra descargas atmos-fricas. Com 75 pginas, o documen-to traz os chamados princpios gerais.

    Essa parte explica como deve serfeita a proteo de uma estrutura con-tra os raios e d vrias definies quesero usadas na norma. E tambm temquatro anexos que indicam como estu-dar as correntes dos raios, quer dizer,tem coisas para laboratrios, parme-tros para modelamento matemtico,

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    enfim, essa uma parte mais cientfica,mais para dar os conceitos, comentaHlio Sueta.

    A segunda parte do projeto trata da

    anlise de risco, e ela relativamentenova em relao ao texto anterior. Anorma atual, em vigor, tem o Anexo Bque fala de clculo de densidade deproteo de SPDA. Esse anexo passoua se chamar Anlise de Risco no pro-

    jeto, porque alm dos itens relaciona-dos diretamente com o SPDA, a novanorma contempla outros riscos queno esto diretamente ligados a ele,mas que vo contribuir para reduzir orisco da edificao, explica NormandoAlves, diretor de Engenharia da Termo-tcnica Para-raios.

    Como exemplo, ele cita que a nor-ma atual no considera se a edif icaotem um sistema de combate ao incn-dio, mas a nova verso contempla isso.Se cair uma descarga que eventual-mente venha a provocar um incndiono prdio, com um sistema de comba-te que esteja instalado, rapidamente

    ele debelado e o problema fica re-solvido. Mas se no tiver o sistemade combate ao incndio, a edificaovai pegar fogo e ser consumida. Esse um fator importante que entrar nanova verso da norma.

    E h outras situaes. Por exem-plo, h diferena de risco se as ins-talaes chegam por vias areas ou

    subterrneas, principalmente para amanuteno da qualidade da ener-gia e dos equipamentos instalados nainfraestrutura. Essa abrangncia danorma uma diferena, inclusive com

    mais detalhes, desenhos, que era algoque o mercado reclamava, completaNormando Alves.

    Hlio Sueta destaca que sero apro-ximadamente 70 parmetros utilizadospara se analisar na estrutura. Com basenessa anlise que se define as medi-das de proteo para deixar a estruturacom um risco to lervel. A norma d oslimites. E basicamente so quatro ris-cos que ela analisa: risco de perda devida humana, de perda de servio aopblico, de perda de patrimnio cultu-ral e de perdas econmicas.

    Sueta cita que, a partir do novo tex-to, sero analisados aspectos como o lo-cal onde est a estrutura, quantos raioscaem na regio, que tipo de proteoexiste, ou que tipo de proteo poss-vel instalar, tanto na questo da estru-tura como na dos sistemas internos, que outra novidade da norma, que so asmedidas de proteo contra surto.

    Mais completa,

    nova verso da

    NBR 5419 tendea elevar o nvel

    de proteo das

    estruturas contra

    as descargas

    atmosfricas.

    Fotos:DollarPhoto

    Club

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    Quando cai um raio ele pode ge-rar surtos em qualquer coisa que te-nha fiao, como a parte eltrica, detelefonia ou de internet. E isso queimaequipamentos e pode at levar uma

    pessoa a tomar um choque, se estiverno telefone, por exemplo. E a normaantiga no abrangia tanto essa parte,observa Sueta.

    Para ele, o detalhamento da anlisede riscos tende a criar uma revoluo nomercado. Isso porque essa parte mexemuito com probabilidades. Esses maisde 70 parmetros que citei so todosinterligados em funo de probabilida-de. Ento, voc vai analisar o local, ta-manho da estrutura, a forma como elafoi feita, se ser um hospital, escola oucasa, e voc analisa tudo o que tem ldentro, se tem um sistema de extintor deincndio, se ele manual ou automtico,se tem medidas de proteo para dimi-nuir a questo dos incndios, o materialno solo, o uso ou no do DPS, se tem oSPDA, as estruturas em volta, enfim, somuitas variveis, ressalta.

    Uma grande novidade nesse con-texto que o profissional no poder

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    estudar apenas a estrutura em si. Temde estudar as estruturas adjacentesque estejam ligadas a ela. Isso signi-fica que eu tenho meu prdio e tenho

    o cabo de fora ou de telefonia quealimenta ele. E tem um prdio adja-cente de onde saem esses cabos. En-to, tenho que ver todas as descargasque vo cair no meu prdio, prximoao prdio, nas linhas que o alimentame as descargas no prdio interligadoao meu. A sim eu identifico todos osdanos que podem ocorrer com um raioque cai em um desses locais.

    Evidentemente para fazer na moessa anlise bem complicado. O ideal usar algum software.

    o mtodo para clculo de captao,descida, aterramento, etc.

    No entanto, mesmo apresentandouma correlao grande com a 5419 atu-al, essa parte bem mais detalhada, ou

    seja, ela tambm traz mudanas. JobsonModena cita, por exemplo, que na partede material no ocorreram alteraes,mas foram acrescentados outros mate-riais que podem ser ut ilizados. Tambmhouve mudanas em sees de conduto-res e no espaamento de malhas.

    Essa parte tem 60 pginas e se-ria o equivalente a essa norma atual.Ela fala do SPDA mesmo, do sistemade proteo contra descargas atmos-fricas. Ela fala como um sistema decaptores, um sistema de descida, deaterramento, completa Sueta

    Por fim, a parte 4 da norma forneceinformaes para o projeto, instalao,inspeo, manuteno e ensaio de sis-temas de proteo eltricos e eletrni-cos (Medidas de Proteo contra Sur-tos - MPS) para reduzir o risco de da-nos permanentes internos estruturadevido aos impulsos eletromagnticosde descargas atmosfricas (LEMP). Ou

    seja, esse item discorre sobre as aesnecessrias para se evitar danos aosequipamentos eletroeletrnicos.

    a parte dos sistemas internos, daproteo dos sistemas eletroeletrnicos

    Detalhamento da anlisede risco tende a criar umarevoluo nesse mercado.

    HLIO SUETA| IEE-USP

    Sob o ponto de

    vista tcnico,

    todas as partes

    do novo textoda NBR 5419

    so relevantes

    e devem ser

    estudadas,

    compreendidas e

    aplicadas.

    Foto:Divulgao

    Mesmo parte semelhanteapresenta mudanas

    A parte 3 da norma a que mais seassemelha sua verso atual da NBR5419. Entre outros aspectos, esse itemtrata da padronizao das dimenses,tipos de materiais e de instalao, m-

    todos de clculo e de tudo o que envol-ve o SPDA externo e a parte do SPDAinterno. Ou seja, esse item que traz

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    dentro da estrutura. E so vrios tiposde medidas nessa parte 4, que tem 97pginas. Ela para ver o que pode-sefazer para limitar o surto nos equipa-mentos, para no danific-los. Aqui en-tram os DPS, as blindagens, a parte deroteamento de cabo e at de interfacesisolantes pois pode-se, por exemplo,substituir uma fiao por fibra ptica.

    eles vo ser realmente protegidos comuma proteo normalizada via parte 4da NBR 5419. E essas protees socomplementares, porque a NBR 5410

    leva a proteo contra surtos at a to-mada e a 5419 pega da para a frente,com uma srie de atitudes tcnicas,explica Jobson Modena.

    Segundo Sueta, a proteo dosequipamentos era meio que desvin-culada da proteo da estrutura. Amaioria das pessoas entendia comoSPDA s a proteo da estrutura, sessa questo de colocar captores, des-cida, aterramento e algumas medidasde equipotencializao. Agora no.Para o risco ficar dentro, voc tem quefazer o SPDA e o MPS. Porque vocest preocupado com a proteo daspessoas e dos equipamentos tambm.No adianta fazer s o captor, a desci-da e no fazer um sistema de DPS paraseus equipamentos, porque se cair umraio, um arco dentro do equipamentopode dar incio a um incndio e au-mentar o risco. Essas coisas agora te-ro de andar juntas, destaca Sueta.

    Foto:DollarPhotoClub

    Foto:Divulgao

    Todas as normas de proteo con-tra surtos, relacionadas a equipamentos,est condensada nessa parte 4. A gen-te fazia a proteo contra surto voltadaespecificamente instalao eltrica, eobviamente embasada na NBR 5410.E os equipamentos acabavam sendoprotegidos pegando uma carona nessaproteo imposta pela instalao. Agora

    Tudo importante e tem relevnciaEntre tantos detalhes, surge uma

    pergunta inevitvel: qual a parte maisrelevante ou importante dessa novaverso em consulta da NBR 5419?

    Se olharmos sob o ponto de vistatcnico, todas as partes so relevantes.Agora, se formos pelo lado econmicoda histria, sem dvida a parte 2 se

    torna mais importante, pois nela quevoc consegue, com um determinadotipo de configurao, deixar uma pro-teo mais acirrada, mais dura, ou maisdesleixada, comenta Jobson Modena.

    E ele completa: Isso porque essanorma leva em considerao aspectoscomo a rota de fuga, extintor de incn-dio, sprinkler, o tipo de acionamentode outras protees, se tem proteode pnico, ou seja, coisas que no tmnada a ver diretamente com para-raios

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    ou com o raio. Mas se existe uma rotade fuga bem sinalizada, ampla, vocconsegue aliviar no nvel de proteodo para-raios, que faz com que essa

    eficincia caia 1% ou 2% e, conse-quentemente, voc utiliza menos ma-terial na instalao do mesmo.

    O fato que as alteraes e a evolu-o da norma tende a trazer benefcios evantagens a todo o mercado, sendo queo aspecto mais evidente o aumento dasegurana nas instalaes. No entanto, preciso considerar que os conceitos enovidades da nova verso da NBR 5419so bastante complexos. Por isso, se oprofissional envolvido no trabalho noentender os detalhes da norma, ele novai conseguir sair do lugar.

    Nesse sentido, consenso que leva-r um tempo para que os profissionais

    da rea entendam o teor da nova NBR5419. o chamado tempo de maturao.

    Diria que at as pessoas se acos-tumarem com tudo o que existe nes-

    sa norma vai demorar uns dois outrs anos. E isso para as pessoas querealmente utilizam a norma. No aquele que pega a norma, olhaum pargrafo e sai fazendo pro-

    jeto. Esse nunca vai conhecer anorma. Porque ela extrema-mente abrangente, declaraJobson Modena.

    Nesse contexto, o projetis-ta tende a ser o profissional que maisser impactado pelas alteraes. Pelo me-nos num primeiro momento. Isso porqueo primeiro estgio de qualquer ao o projeto. Ento, o primeiro pro-fissional que vai sofrer o proje-tista, observa Jobson Modena.

    Para Nuno Poas, diretor daMontal Para-raios, poder haver, in-clusive, uma maior profissionalizaono mercado. Porque existem profissio-nais srios no setor dispostos a estudare a se adequar. Porque essa norma no

    s dar uma lida e sair fazendo projeto.H um tempo de maturao para queo profissional possa estudar, esclarecerdvidas, para depois aplic-la. Ento,

    sob esse ponto de vista vamos melho-rar bastante. As empresas especializa-das em SPDA, aterramento e medidas

    de proteo com certeza vo oferecersistemas muito mais adequados e comum nvel muito melhor de projeto e ins-talao, comenta.

    Nova verso da NBR 5419 tambmtraz oportunidades de negcios sempresas e profissionais do setor.

    NUNO POAS| MONTAL

    PROTEOProjeto de SPDA deve considerar,entre outros aspectos, que tipode atividade ser exercida naedificao, como um hotel, escolaou hospital, por exemplo.

    Foto:Divulgao

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    Para o dia a dia do instalador asmudanas so menores, mas elas tam-bm existem. Tem algumas coisas emrelao instalao, como por exemplo

    a distncia entre fixao para conduto-res de descida ou cabos captores. Issono estava bem fixado na norma atu-al. Ento, se o instalador levar a srioo trabalho, tem mudana para ele sim,embora no sejam muitas, comen-ta Jobson Modena destacando que oimpacto das mudanas afeta tambmoutros profissionais.

    Tem mudana at para o pesso-al de compras, j que materiais comoalumnio cobreado e ao cobreado fo-ram inseridos na utilizao, quer dizer,a norma permite que se utilize estesmateriais agora. Tudo isso novo parao comprador, completa.

    Obviamente, a nova verso da nor-ma tambm causa efeito na vida dos fa-

    bricantes. Especialmente em re-lao aos fornecedores de DPS,que esperam que o documentocolabore para o uso em maiorescala desse tipo de dispositivo.

    A parte 4 da norma tra-ta da proteo dos sistemaseltricos e eletrnicos no in-terior da estrutura. Com isso, autilizao dos DPS fica mais clara.Sem contar que a incluso dos DPS nanorma tende a disseminar o uso dessedispositivo no Brasil. Com a publicaoda reviso, os DPS passam a ser toparte de um SPDA quanto os captores

    ou os condutores de descida, ressal-ta Srgio Roberto Santos, gerente deVendas e especialista em dispositivosde proteo contra surtos da OBO Bet-termann.

    REAS INTERNASParte 4 da norma tratada proteo dos sistemaseltricos e eletrnicosinstalados dentro da

    estrutura.

    Foto:Divulgao

    Incluso do DPS na nova versoda norma tende a disseminaro uso desse tipo dedispositivo noBrasil.

    SRGIO ROBERTOSANTOS| OBOBETTERMANN

    Oportunidades devem surgirSe a complexidade da norma exi-

    ge que os profissionais corram atrs

    de informao, tambm fato que odocumento pode gerar algumas opor-tunidades no mercado. Especialmen-te para quem estiver preparado e sairna frente.

    Quem pegar essa norma e entend-la antes dos outros em termos de tem-po, certamente ter uma vantagemmonstruosa, porque todos os partici-pantes, o mercado como um todo, estarextremamente carente de especialis-tas nessa rea. E isso em todos osnveis, seja como fabricante, pro-

    jetista, instalador, etc. Esse um

    mercado monstruoso, afirma JobsonModena.

    Normando Alves segue na mesmalinha de raciocnio. Uma norma tc-nica sempre uma excelente oportu-nidade de desenvolver novos produ-tos ou servios. Mas depende muitodo entrosamento que o profissionaltem com a norma, declara Alves, queacredita que a norma tende tambm aajudar a organizar melhor o mercado.

    H uma tendncia, a partir deuma norma mais rigorosa, de

    melhoria no mercado, coma permanncia das em-presas mais capacitadas.O mercado comea a fil-

    trar esse pessoal.

    Nuno Poas, da Montal, cita aindaque a evoluo da qualidade da prote-

    o oferecida um ganho importantepara a sociedade. A norma ficou maisexigente. Ento, o primeiro ponto aquesto de termos aumentado a qua-lidade da proteo. Ou seja, vamos tersistemas mais confiveis, que levamem conta mais detalhes, mais situa-es, mais riscos, buscando a preven-o contra a queima de equipamentos,proteo da vida humana, proteodas estruturas. Ento, o primeiro pon-to qualitativo. Isso inquestionvele um ponto muito positivo, ressalta.

    Nuno tambm acredita que pode-ro surgir oportunidades interessantesde negcios. Para quem tem o dom-nio do assunto, quem est familiariza-do com a IEC e com essa norma queest chegando, h um bom potencialde aumentar mercado, no sentido deoferecer cursos, consultorias, ajudar ocliente na especificao de um produtoconforme a aplicao, etc.

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