Revisão sistemática das espécies brasileiras de...

149
Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Zoologia Revisão sistemática das espécies brasileiras de Thiodina Simon, 1900 (Arachnida: Araneae: Salticidae) Aline Pires de Melo Nogueira Rio de Janeiro - 2003 -

Transcript of Revisão sistemática das espécies brasileiras de...

Page 1: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Zoologia

Revisão sistemática das espécies brasileiras

de Thiodina Simon, 1900

(Arachnida: Araneae: Salticidae)

Aline Pires de Melo Nogueira

Rio de Janeiro - 2003 -

Page 2: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

ii

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Zoologia

Revisão sistemática das espécies brasileiras

de Thiodina Simon, 1900

(Arachnida: Araneae: Salticidae)

Aline Pires de Melo Nogueira

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia).

Orientador: Prof. Dr. Adriano Brilhante Kury

Co-Orientador: Prof. Dr. Renner Luiz Cerqueira Baptista

Rio de Janeiro Junho, 2003

Page 3: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

iii

Revisão sistemática das espécies brasileiras

de Thiodina Simon, 1900

(Arachnida: Araneae: Salticidae)

Aline Pires de Melo Nogueira

Orientador: Prof. Dr. Adriano Brilhante Kury

Co-Orientador: Prof. Dr. Renner Luiz Cerqueira Baptista

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Zoologia), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia). Aprovada por: _____________________________________ Presidente, Prof. Adriano Brilhante Kury _____________________________________ Titular, Prof. _____________________________________ Titular, Prof. _____________________________________ Titular, Prof. _____________________________________ Suplente, Prof.

Rio de Janeiro Junho, 2003

Page 4: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

iv

FICHA CATALOGRÁFICA

MELO-NOGUEIRA, Aline Pires de

Revisão sistemática das espécies brasileiras de Thiodina Simon, 1900 (Arachnida: Araneae:

Salticidae)/Aline Pires de Melo-Nogueira. – Rio de Janeiro: UFRJ/Museu Nacional, 2003.

Páginas I-XI, 1-138: 62 figs.

Orientador: Adriano Brilhante Kury. Co-orientador: Renner Luiz Cerqueira Baptista

Dissertação (Mestrado) – UFRJ/ Museu Nacional/ Programa de Pós-Graduação em Ciências

Biológicas (Zoologia), 2003.

Referências bibliográficas: pág. 126-138.

1. Sistemática de Araneae 2. Biodiversidade tropical 3. Fauna Brasileira. 4. Taxonomia de

Salticidae.

I. Kury, Adriano Brilhante e Baptista, Renner Luiz Cerqueira. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro - Museu Nacional. III. Título.

Advertência

Esta dissertação não constitui publicação no sentido do artigo 9 do ICZN e,

portanto, quaisquer atos nomenclaturais nela contidos tornam-se sem efeito

para os princípios de prioridade e de homonímia.

Warning

This dissertation should not be considered as a publication in the sense of the

article 9 of the ICZN, therefore, any nomenclatural acts herein proposed are

considered void for the principles of priority and homonymy.

Page 5: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

v

O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Aracnologia, Departamento

de Invertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob a

orientação do Dr. Adriano Brilhante Kury e do Dr. Renner Luiz Cerqueira Baptista, com o

patrocínio financeiro das seguintes entidades:

Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

Museu Nacional/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Dedico este trabalho à minha

querida avó Emília e

ao meu filho Bruno.

Page 6: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

vi

AGRADECIMENTOS

À minha mãe, pela compreensão e dedicação ao meu filho em todos os momentos

em que precisei estar ausente.

À minha tia Luci, pela pessoa íntegra que representa e pelo incansável incentivo,

apoio financeiro e emocional durante momentos difíceis da minha vida estudantil.

Ao amigo Alessandro, pelas dicas e pela boa vontade que sempre demonstrou. A

todos os meus colegas do Laboratório de Aracnologia do Museu Nacional do Rio de

Janeiro: Abel, Amanda, Amazonas, Eduardo e Marcelo, pelo ambiente descontraído que

sempre proporcionaram.

À amiga Ana Lúcia, que, mesmo distante, enviava palavras de conforto e estímulo.

Ao meu orientador Dr. Adriano Kury, pela confiança que deposita em seus alunos.

Ao meu co-orientador Renner Baptista, pela paciência, competência e dedicação à

realização deste trabalho.

Aos Drs. Paulo Young e Cristiana Serejo, bem como aos demais membros do

Laboratório de Carcinologia do Museu Nacional, e às Dras. Márcia Couri, Denise

Pamplona e Valéria Maia, bem como aos demais membros do Laboratório de Dipterologia

do Museu Nacional, por colocarem à disposição o equipamento de microscopia óptica.

À CAPES, pela bolsa concedida durante a realização desta dissertação.

Ao colega Augusto Braul Junior (Museu de Ciências Naturais, PUC - RS), que no

início desta dissertação prestou grande ajuda e esclarecimentos.

À secretária da Pós-graduação em Zoologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro

Anete Luz Costa, pela atenção e eficiência com as quais atende a todos.

Page 7: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

vii

Ao funcionário da biblioteca do Museu Nacional Antônio Carlos, pela eficiência e

boa vontade que dedica àqueles que buscam conhecimento.

À Dra. Cristina Scioscia (Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernadino

Rivadavia”, Buenos Aires), pela boa vontade e confiança com as quais emprestou

exemplares e doou anotações manuscritas da Dra. Maria Helena Galiano (in memorian)

sobre o grupo estudado e pela dedicação e prontidão em auxiliar-me e conduzir-me durante

os estudos realizados na Argentina.

Ao Dr. Herbert W. Levi (Museum of Comparative Zoology, Massachusetts) pela

permissão de empréstimo de exemplares.

Aos Dr. Antônio Brescovit (Instituto Butantan, São Paulo), Dr. Arno Lise (Museu

de Ciências Naturais PUC, Porto Alegre), Dra. Érica Buckup (Museu de Ciências e

História Natural da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre), Dra.

Isabela Rinaldi (Universidade Estadual Paulista, Botucatu) e Dr. Ricardo Pinto-da-Rocha

(Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo), pelo empréstimo do

material de suas respectivas coleções, sem o qual não seria possível a realização deste

trabalho.

Page 8: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

viii

RESUMO

Revisão sistemática das espécies brasileiras de Thiodina Simon, 1900 (Arachnida:

Araneae: Salticidae)

Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira

Orientador: Adriano Brilhante Kury. Co-Orientador: Renner Luiz Cerqueira Baptista.

Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas.

As espécies brasileiras de Thiodina Simon, 1900 são revistas, totalizando 7 espécies, das

quais uma é inédita. A área de distribuição da maioria das espécies é muito ampliada. T.

germaini Simon, 1900 é registrada pela primeira vez para a Argentina e a Bolívia.

Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 é considerada como sinônimo sênior de

Thiodina punctulata Mello-Leitão, 1917, com sua área de distribuição da espécie ampliada

para a Argentina, Bolívia e Uruguai. A identidade de Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846)

é esclarecida, com a indicação de um espécime para futura designação como neótipo e uma

grande redução de sua área de distribuição, que é restrita à Guiana Francesa e ao Brasil. As

fêmeas de Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie e 1936 e de Thiodina robusta Mello-

Leitão, 1945 são descritas pela primeira vez e suas distribuições ampliadas para o Brasil. O

esclarecimento da identidade da fêmea de Thiodina vaccula Simon, 1900 é efetuado.

Thiodina sp. 1 é uma espécie inédita, encontrada no noroeste da Argentina e nas regiões

Sul e Sudeste do Brasil.

Palavras-chave: Sistemática de Araneae, Biodiversidade tropical, Fauna Brasileira, Taxonomia de Salticidae.

Rio de Janeiro

Junho, 2003

Page 9: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

ix

ABSTRACT

Systematic revision of the Brazilian species of Thiodina Simon, 1900 (Arachnida:

Araneae: Salticidae)

M. Sc. candidate: Aline Pires de Melo-Nogueira

Advisor: Adriano Brilhante Kury. Co-Advisor: Renner Luiz Cerqueira Baptista.

Abstract of the M. Sc. Dissertation submitted to the Graduation Program in Biological Sciences (Zoology) of the Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, as part of the requisites for the obtention of the M. Sc. Degree in Biological Sciences. The seven Brazilian species of Thiodina Simon, 1900 are revised, including one

unpublished species. The known distribution of most species is expanded. T. germaini

Simon, 1900 is newly recorded for Argentina and Bolivia. Thiodina melanogaster Mello-

Leitão, 1917 is considered a senior synonym of Thiodina punctulata Mello-Leitão, 1917,

and its known distribution is expanded to Argentina, Bolivia and Uruguay. The identity of

Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846) is cleared, with the indication of a specimen for future

designation as neotype and a large reduction of its known distribution, now restricted to

French Guyana and Brazil. The females of Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936 and

Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945 are newly described and their known distribution are

expanded to Brazil. The assignment of a female for Thiodina vaccula Simon, 1900 is done,

clearing out the problem of sex coupling. Thiodina sp. 1 is an unpublished species, found

on Argentina and South and Southeastern Brazil.

Key-words: Systematics of Araneae, tropical biodiversity, Brazilian fauna, taxonomy of Salticidae.

Rio de Janeiro

June, 2003

Page 10: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

x

SUMÁRIO

Folha de rosto .................................................................................................................... II

Folha de aprovação .......................................................................................................... III

Ficha catalográfica .......................................................................................................... IV

Advertência ..................................................................................................................... IV

Warning ........................................................................................................................... IV

Local de realização do trabalho ....................................................................................... V

Dedicatória ........................................................................................................................ V

Agradecimentos .............................................................................................................. VI

Resumo ......................................................................................................................... VIII

Abstract .......................................................................................................................... IX

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

2. HISTÓRICO ................................................................................................................ 8

3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 16

3.1. Material examinado ...................................................................................... 16

3.2. Descrições .................................................................................................... 17

3.3. Medidas ....................................................................................................... 17

3.4. Dissecção ..................................................................................................... 18

3.5. Ilustrações .................................................................................................... 18

3.6. Distribuição geográfica e procedências........................................................ 18

3.7. Terminologia e abreviaturas ........................................................................ 19

3.8. Atos nomenclaturais .................................................................................... 19

4. RESULTADOS & DISCUSSÃO .............................................................................. 20

4.1. Gênero Thiodina Simon, 1900 ..................................................................... 20

Page 11: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

xi

4.2. Lista de espécies incluídas em Thiodina ...................................................... 27

4.2.a. Espécies não brasileiras de Thiodina ............................................. 28

4.2.b. Lista das espécies brasileiras de Thiodina ..................................... 35

4.3. Chave para as espécies de Thiodina do Brasil .............................................. 35

4.4. Descrição das espécies brasileiras de Thiodina ............................................ 39

4.4.a. Thiodina germaini Simon, 1900 .................................................... 39

4.4.b. Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 .................................. 47

4.4.c. Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846) .............................................. 56

4.4.d. Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936 .................................. 66

4.4.e. Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945 ............................................ 73

4.4.f. Thiodina vaccula Simon, 1900 ....................................................... 80

4.4.g. Thiodina sp. 1 ................................................................................ 88

4.5. Espécies não reconhecíveis de Thiodina ....................................................... 96

4.5.a. Thiodina candida Mello-Leitão, 1922 ........................................... 96

4.5.b. Thiodina setosa Mello-Leitão, 1947 .............................................. 97

4.6. Espécimes jovens não identificáveis de Thiodina ......................................... 98

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 99

6. FIGURAS .................................................................................................................. 101

ANEXO 1. LITERATURA CITADA ........................................................................... 126

Page 12: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

1

1. INTRODUÇÃO

A ordem Araneae é um dos grupos mais diversos entre os animais, compreendendo

cerca de 38.000 espécies. As 109 famílias existentes são distribuídas em três grandes

grupos monofiléticos: Mesothelae, Mygalomorphae e Araneomorphae, sendo que este

último inclui 90% das espécies descritas (Coddington & Levi, 1991; Platnick, 2003).

Entre as famílias da ordem Araneae, Salticidae é a mais numerosa com

aproximadamente 5.000 espécies agrupadas em 538 gêneros (Platnick, 2003).

As Salticidae são mais ativas durante o dia e tecem ninhos tubulares para fazerem a

postura, algumas vezes para acasalarem ou para se protegerem em períodos de inatividade

ou de troca de exoesqueleto (Hallas & Jackson, 1986). Encontram-se distribuídas

principalmente nos trópicos, embora um grande número de espécies ocorra em áreas

temperadas (Richman, 1982).

O tamanho relativo e o arranjo dos quatro pares de olhos localizados na região

anterior do cefalotórax são características usualmente observadas pelos aracnólogos para

determinação das diferentes famílias de aranhas.

Nos salticídeos, os olhos formam um quadrado que pode ocupar toda a área anterior

do prossoma. Além do quadrângulo ocular bem demarcado, as Salticidae apresentam uma

sinapomorfia de fácil identificação: a especialização dos olhos medianos anteriores

(Coddington & Levi, 1991). Esses olhos principais, localizados na superfície frontal,

apresentam uma ampla lente e uma retina com múltiplas camadas de células visuais, que

permitem a percepção de imagens bastante detalhadas. Embora as imagens com alta

resolução sejam formadas em um pequeno campo de visão, movimentos realizados pela

retina compensam parcialmente esse estreito ângulo visual. Os olhos laterais alcançam um

Page 13: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

2

campo visual mais abrangente, mas são responsáveis principalmente pela detecção de

movimentos e orientação no ambiente (Foelix, 1996).

A sofisticação de estruturas ópticas e neurológicas destaca os salticídeos das outras

aranhas. A maioria dos representantes da ordem Araneae não apresenta boa visão e utiliza,

em dias ensolarados, a direção da luz polarizada e o sol apenas para orientação, enquanto

que em dias nublados direcionam-se no ambiente através de marcas visuais no solo

(Foelix, 1996). Já os salticídeos podem discriminar cores e formas e reconhecer elementos

do ambiente para orientação.

A capacidade dos salticídeos de perceberem e processarem estímulos visuais é

fundamental para a realização de tarefas como a procura de presas, o reconhecimento do

parceiro adequado e a percepção de predadores (Shear, 1986).

O comportamento predatório é uma outra característica que diferencia as Salticidae,

tornando-as conhecidas como exímias caçadoras que localizam a presa à distância,

posicionam-se em relação ao alvo, perseguem-na e na fase final atacam saltando

rapidamente sobre ela (Hallas, 1986). Embora o salto de uma dessas aranhas possa

alcançar cinco vezes o comprimento do seu corpo, os músculos das pernas não apresentam

nenhuma especialização. A rápida contração dos músculos da região anterior do corpo,

devido ao aumento da pressão da hemolinfa faz com que as pernas estendam-se

rapidamente realizando o salto (Maddison, 2001 na Internet:

http://tolweb.org/tree?group=Salticidae&contgroup=Dionycha#TOC1). A presa é

selecionada de acordo com o tamanho e a velocidade dos movimentos que realiza (Enders,

1975). Algumas variações nesse comportamento são descritas para diferentes espécies (ver

Edwards, 1986).

Page 14: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

3

Durante a procura de alimento, as Salticidae podem correr nos planos vertical ou

horizontal, como, por exemplo, no lado inferior de uma folha ou subir em um caule

perpendicular ao substrato com igual facilidade. Estruturas do pré-tarso proporcionam

habilidade para que essas aranhas possam aderir-se e correr em diferentes superfícies. O

grau de desenvolvimento das estruturas do pré-tarso é proporcional à importância do

comportamento predador, em superfícies complexas, para a sobrevivência destas aranhas

(Hill, 1977).

O elevado número de espécies, associado à grande variedade de forma e coloração

intra-específica, tem dificultado os estudos realizados pelos taxônomos de salticídeos. Os

machos são freqüentemente muito mais coloridos, exibem cerdas escamiformes altamente

conspícuas, e ornamentações diversas, podendo apresentar aparência bem diferente da

fêmea, que normalmente é mais críptica. Essa ornamentação do macho parece ser relevante

durante o comportamento de corte (Richman, 1982; Hill, 1979).

Assim como caracteres da morfologia dos espécimes são utilizados na sistemática, o

comportamento de corte é visto como um importante conjunto de caracteres que representa

um mecanismo de isolamento reprodutivo e que pode definir grupos em nível de família,

gênero e espécies (Platnick, 1971). Crane (1949) propôs três grandes grupos evolutivos de

Salticidae baseada no comportamento de corte das espécies.

Embora a filogenia da família Salticidae seja pouco resolvida, diferentes propostas

são feitas para o parentesco existente entre os diversos grupos internos. Maddison (2001 na

Internet) reconhece 18 subfamílias ou grupos equivalentes em Salticidae, em sua maioria

repartidos em três linhagens: Spartaeinae, Lyssomaninae e a Divisão Salticinae, a qual

engloba todos os outros Salticidae, incluindo a subfamília Thiodininae (Diagrama 1).

Page 15: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

4

Diagrama 1. Classificação parcial de Salticidae baseada em Maddison (1988, 1996

in http://tolweb.org/tree?group=Salticidae&contgroup=Dionycha#TOC1)).

(a) - Divisão Salticinae, grupo (b) - Unidentati, (c) - grupo de "êmbolo livre".

De acordo com Richman (1982), a subfamília Thiodininae provavelmente está

relacionada à subfamília Dendryphantinae, levando em consideração o comportamento de

corte e as estruturas das genitálias do macho e da fêmea. Proszynski (1976) propõe o

mesmo parentesco para Thiodininae. A classificação da sistemática corrente não coincide

com as propostas citadas anteriormente. Embora afirme tratar-se de uma classificação

incompleta e provisória, Maddison (1988, 1996 citados por Maddison, 2001 Internet)

adiciona novas sinapomorfias para fundamentar o grupo Salticinae, mantém o grupo

Unidentati (b) definido por Simon (1901a), considerando as Fissidentati como uma

Page 16: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

5

variante desse grupo e inclui os salticídeos que podem mover o êmbolo separadamente do

tégulo no grupo dos salticídeos de êmbolo livre (c). Thiodininae situa-se como grupo-

irmão de Amycinae em uma politomia basal na Divisão Salticinae, enquanto

Dendryphantinae é parte do grupo Unidentati.

O grupo Thiodineae, núcleo da subfamília Thiodininae, foi definido por Simon

(1901 a) e compreendia quatro gêneros americanos de salticídeos – Ceriomura Simon,

1901, Cotinusa Simon, 1900, Nilacantha Peckham & Peckham, 1901 e Thiodina Simon,

1900. Com exceção de algumas espécies de Cotinusa, os representantes de Thiodineae

caracterizam-se segundo Simon por apresentarem 2 pares de cerdas bulbosas

subgeminadas na superfície inferior das tíbias do primeiro par de pernas.

Petrunkevitch (1928) em seu “Systema Aranearum”, expande o conceito original de

Simon, e agrupa cerca de trinta gêneros na subfamília. Ele incluiu os grupos Bavieae,

Cyrbeae, Copocrosseae, Diolenieae, Hisponeae, Scopocireae e Thiodineae, todos definidos

por Simon, 1901, e acrescentou mais dois gêneros. Os caracteres propostos pelo autor para

determinar a subfamília estavam apoiados no tamanho, altura e na declividade posterior do

cefalotórax. Anos depois, o mesmo autor reafirmou as características da subfamília no

Catálogo de Salticidae Americanas (Petrunkevitch, 1939). Chickering (1946), em sua

revisão dos salticídeos do Panamá, baseou-se em características do quadrângulo ocular,

esterno, abdome, carapaça, quelícera e pernas I para definir o “grupo Thiodina”. Neste

grupo foram incluídos oito gêneros: Albionella Chickering, 1946, Banksetosa Chickering,

1946, Carabella Chickering, 1946, Cotinusa Simon, 1900, Psecas C. L. Koch, 1850,

Scopocira Simon, 1900, Thiodina Simon, 1900 e Toloella Chickering, 1946.

Wolff (1985), em sua tese não publicada sobre Thiodininae da América do Norte,

considerou a presença de dois pares de pêlos bulbosos nas tíbias anteriores como

Page 17: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

6

característica determinante para Thiodininae. O autor citou como componentes da

subfamília apenas os gêneros Parathiodina Bryant, 1943, Thiodina, Cotinusa e

Banksetosa.

Maddison (1987), em seu trabalho sobre mecanismo estridulatório de algumas

aranhas, citou para a subfamília Thiodininae apenas os gêneros Thiodina, Cotinusa,

Banksetosa e Carabella.

Embora a subfamília Thiodininae não seja muito bem definida, os representantes de

Thiodina Simon, 1900 apresentam as cerdas bulbosas consideradas características do

grupo.

Simon (1900) diferenciou o gênero Thiodina de dois outros gêneros da mesma

subfamília, por seus representantes apresentarem cefalotórax elevado e mais arredondado

de todos os lados, clípeo mais estreito que o raio dos olhos medianos e patelas das pernas

III e IV com 1espinho de cada lado. Na ocasião o autor diferenciou os representantes do

gênero Nilacantha de Thiodina, entre outras, pelo menor tamanho dos primeiros.

Recentemente, Wolff (1986, apenas resumo) revisou as espécies de Thiodina da

América do Norte em sua tese de doutorado. Os dados obtidos pelo autor não foram

publicados, conseqüentemente não houve possibilidade de consultar as informações

contidas no trabalho.

A ausência de uma revisão taxonômica de Thiodina neotropicais dificulta a

identificação das espécies desse abundante gênero, comumente encontrado em coletas em

áreas florestadas.

A dificuldade em examinar exemplares de toda América do Sul e Central não

permitiu a revisão de todas as espécies neotropicais nesta dissertação. Infelizmente, a

maioria das coleções não apresenta material identificado da família Salticidae a nível

Page 18: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

7

genérico. Embora Thiodina seja um gênero comum, o exame de material de suas espécies

exigiria visitas aos museus latino-americanos e norte-americanos mais importantes, o que

não é possível no escopo de uma dissertação em nossas condições atuais. Além disso,

muitos dos tipos de espécies de Thiodina de outros países que não o Brasil encontram-se

perdidos. Dessa forma, o presente trabalho ficou restrito às espécies encontradas no Brasil,

que incluem a maioria das espécies neotropicais. Das 18 espécies recentes (além de 1

fóssil) que compõem o gênero, 10 foram incluídas no escopo do presente estudo.

O presente trabalho tem os seguintes objetivos:

• Revisar e redescrever todas as espécies do gênero Thiodina encontradas em

território brasileiro e países limítrofes;

• Propor um conjunto de caracteres morfológicos para determinação das espécies;

• Organizar uma chave dicotômica para as espécies de Thiodina brasileiras.

• Sugerir, sem propor formalmente, as alterações nomenclaturais decorrentes das

conclusões aqui obtidas.

Page 19: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

8

2. HISTÓRICO

Atualmente o gênero Thiodina Simon, 1900 inclui 19 espécies, das quais uma é

fóssil encontrada em âmbar da República Dominicana. Os representantes do gênero

distribuem-se por toda a América, embora haja uma maior concentração na região

neotropical do continente.

O gênero Thiodina agrupa espécies que já foram registradas em diferentes gêneros

(Peckham & Peckham, 1909). Simon (1900) não considerou algumas sinonímias existentes

quando listou as espécies que compunham o novo gênero.

A primeira espécie de Thiodina foi descrita pelo Barão de Walckenaer em 1837 em

sua famosa obra “Histoire naturelle des insectes aptères”. Ele a denominou Attus inquies,

baseada em uma fêmea da Geórgia, EUA. Algumas páginas depois, Walckenaer descreveu

Attus irroratus, também baseada em uma fêmea da Geórgia. Ambas espécies foram

baseadas apenas nas ilustrações publicadas por Abbott, o qual não depositou nenhum

espécime em coleções.

Em 1846, Carl Ludwig Koch descreveu Alcmena pallida, a partir de um macho do

Pará, Brasil. No mesmo ano, Nicholas Marcellus Hentz descreveu 2 espécies para o estado

da Carolina do Norte, EUA: Attus puerperus (macho e fêmea) e Attus sylvanus (macho e

fêmea).

Em sua obra sobre aracnídeos chilenos publicada em 1849, Antoine Marie Nicolet

descreveu Attus elegans com base em uma fêmea sem localidade específica.

Em 1850, Hentz descreveu Attus retiarius, baseado em uma fêmea do Alabama.

Page 20: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

9

Eugène Simon, em sua primeira “Histoire naturelle des araignées”, publicada em

1864, transferiu Alcmena pallida Koch, 1846 para o subgênero Dendryphantes C. L. Koch,

1837 do gênero Atta [lapso, = Attus].

Edouard Taczanowski em sua obra sobre as aranhas da Guiana Francesa (1871),

descreveu Attus branickii, a partir de machos e fêmeas de Caiena e Saint Laurent de

Maroni. Em sua obra sobre os aracnídeos do Peru (1878), ele transferiu esta espécie para o

gênero Marpissa C. L. Koch, 1846.

Ladislao Holmberg descreveu em 1876 2 espécies para Argentina: Maevia stellifera

(fêmea) e Maevia viridis (fêmea).

Em 1883, o casal Peckham, descreveu Attus agrestis para a Pensilvânia, EUA. Eles

basearam a espécie em uma fêmea.

Peckham & Peckham (1885) transferiram para o gênero Plexippus C. L. Koch, 1846

a espécie Attus puerperus Hentz, 1846. Em 1888, Peckham & Peckham redescreveram

essa espécie, considerando-a como sinônimo de Attus sylvanus, Alcmena pallida, Attus

branickii, e Attus agrestis.

Nathan Banks (1891) ao estudar algumas espécies descritas por Hentz chamou a

atenção para o fato de que a espécie P. puerperus “sensu” Peckham & Peckham (1888) não

era realmente Attus puerperus, mas sim Attus retarius [lapso, = Attus retiarius Hentz

1850], transferindo esta espécie para o gênero Dendryphantes. Além disso o autor ainda

sugere uma possível sinonímia entre A. sylvanus e A. retiarius, argumentando que A.

sylvanus pode ser apenas o macho de A. retiarius.

Simon (1900) erigiu o gênero Thiodina e indicou Attus elegans Nicolet como

espécie tipo. Ele também incluiu em Thiodina as espécies Attus puerperus (considerando

como seus sinônimos apenas Attus sylvanus e Attus agrestis) e Alcmena pallida (mantendo

Page 21: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

10

a sinonímia de Attus branickii), além de descrever duas espécies novas: Thiodina vaccula

(macho) do estado do Amazonas e Thiodina germaini (macho) do Mato Grosso, Minas

Gerais e Paraguai.

O gênero Colonus Pickard-Cambridge, 1901 foi instituído baseado na espécie Attus

puerperus sensu Peckham & Peckham, 1888 “non” Hentz, 1846. Pickard-Cambridge

seguiu Peckham & Peckham na sua interpretação de Attus puerperus. Ele também

descreveu Colonus crucifer, baseada em uma fêmea do Panamá. Após alguns anos, Banks

(1902) transferiu a espécie Dendryphantes retarius (lapso, = retiarius) para o gênero

Colonus, sem atentar para o fato desta espécie ser igual a Colonus puerperus sensu

Peckham & Peckham, como ele mesmo havia proposto em 1891. Portanto, a espécie tipo

de Colonus é na verdade Attus retiarius Hentz.

Em 1901, Peckham & Peckham descreveram um novo gênero Nilakantha, baseado

na espécie N. cockerelli, também descrita por eles nessa ocasião, baseada em machos e

fêmeas da Jamaica. Nesse mesmo ano, Simon publicou a parte de Thiodineae de seu

“Histoire naturelle des araignées”, no qual define esse grupo de gêneros, incluindo quatro

gêneros americanos de salticídeos: Ceriomura Simon, 1901, Cotinusa Simon, 1900,

Nilacantha Peckham & Peckham, 1901 (correção não justificada, proposta para a grafia

Nilakantha) e Thiodina Simon, 1900.

Simon (1903) sinonimizou o gênero Colonus com Thiodina, mas indicou Attus

puerperus Hentz como tipo do gênero de Pickard-Cambridge, sem comentários sobre a

posição de outras espécies do gênero.

Embora Banks (1891) já tivesse comentado sobre a possível sinonímia entre T.

retiarius e Attus sylvanus, ele continuou citando T. retarius [lapso] para diversos lugares

Page 22: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

11

como Califórnia, Indiana e Flórida (EUA), Cuba e Costa Rica, ampliando, assim, a

distribuição geográfica desta espécie (Banks, 1904a; 1904b; 1907; 1909a, 1909b; 1914).

Scheffer (1906) pela primeira vez citou a combinação Thiodina sylvana (Hentz,

1846), apoiado na espécie A. sylvanus.

As dúvidas sobre as espécies T. puerpera e T. sylvana foram esclarecidas quando

Peckham & Peckham (1909) revisaram as Salticidae da América do Norte. Eles corrigiram

o erro cometido por eles mesmos anos atrás, forneceram diagnoses para essas duas

espécies, e incluíram um breve histórico do gênero e das espécies da América do Norte. Os

autores afirmaram que o macho da espécie T. sylvana era identificado como Attus

sylvanus, enquanto a fêmea era considerada Attus retiarius, e que as espécies Plexippus

puerperus sensu Peckham & Peckham, 1885, 1888 e Colonus puerperus sensu Pickard-

Cambridge, 1901 eram realmente T. sylvana. A identidade de T. puerpera (Hentz) foi

esclarecida, sendo estabelecida a sua sinonímia com Attus agrestis. Os autores ainda

confirmaram a sinonímia de Marpissa branickii com Thiodina pallida.

Mello-Leitão (1917) acrescentou ao gênero Thiodina as espécies Thiodina

melanogaster Mello-leitão, 1917 (macho) e Thiodina punctulata Mello-leitão, 1917

(fêmea). O mesmo autor descreveu em 1922, sem oferecer nenhuma ilustração, a espécie

Thiodina candida (jovem). Essas três espécies foram descritas por Mello-Leitão para

Pinheiro [Piraí: Pinheiral], Rio de Janeiro.

Mesmo após a sinonímia com T. sylvana, Moles (1921) usou a denominação T.

retarius [lapso] para Califórnia e Franganillo-Balboa (1936) citou T. retiarius para Cuba.

Durante a primeira metade do século XX, diversos autores (Banks, 1929; Lutz,

1915; Ressler, 1918; Chamberlin, 1924; Petrunkevitch, 1925; Chamberlin & Woodbury,

1929; Elliot, 1932; Chickering, 1936; 1946) publicaram listas faunísticas registrando T.

Page 23: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

12

sylvana para diferentes lugares da América do Norte e Central. A distribuição geográfica

da espécie T. puerpera também foi ampliada nesse período (Barrows, 1918; Banks,1929;

Jones 1936).

Chamberlin & Ivie (1936) descreveram a nova espécie Thiodina pseustes (macho)

para o Panamá.

Bryant (1940) publicou um amplo trabalho sobre aranhas de Cuba, no qual, dentre

outras, descreveu a espécie Thiodina inerma, a partir de exemplares machos e fêmeas,

além de descrever Nilakantha peckhami [lapso, = Nilacantha], baseada em um macho.

Chamberlin & Ivie (1944) discutiram a validade, e a aplicação dos nomes dados por

Walckenaer para espécies de aranhas da Geórgia, ilustradas e coletadas, na maioria das

vezes, por John Abbott. Os autores sugerem que, segundo a lei da prioridade, os nomes de

diversas espécies descritas por Walckenaer e reconhecidas atualmente com nomes

propostos por autores posteriores, sejam substituídos. Dentre as diversas espécies

abordadas estão Thiodina irrorata (Walckenaer, 1837) e Thiodina inquies (Walckenaer,

1837). O nome T. irrorata foi proposto para espécie T. puerpera, pois Attus irroratus

Walckenaer, 1837 foi considerado sinônimo sênior de Attus puerperus, enquanto T. inquies

foi proposto para substituir T. sylvana por motivo semelhante ao relatado para a outra

espécie. A proposta de Chamberlin & Ivie foi ignorada por autores posteriores, que

rejeitaram as sinonímias. Os nomes de Walckenaer são considerados nomina nuda,

seguindo a apelação de Levi & Levi (1961) à International Comission of Zoological

Nomenclature.

Durante os anos de 1941 e 1942, o professor doutor Max Birabén realizou várias

viagens exploratórias em diferentes localidades da Argentina. Grande parte do material

araneológico foi enviada ao pesquisador brasileiro José Cândido de Mello-Leitão. Mello-

Page 24: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

13

Leitão (1941b) registrou a espécie T. pallida para Colômbia. Pouco tempo depois o mesmo

autor (1944) publicou um grande trabalho sobre as aranhas da província de Buenos Aires,

para a qual cita T. pallida e T. germaini. Além disso, ele sinonimiza Maevia stellifera e M.

viridis com T. pallida. Em 1945, Mello-Leitão publicou outro importante trabalho sobre

aranhas de várias províncias argentinas, no qual citou T. pallida; T. germaini e descreveu a

nova espécie Thiodina robusta (macho) de Misiones. O mesmo autor citou em 1946 T.

pallida mais uma vez para Argentina e ampliou os registros descritos dessa espécie para

Suriname, Peru, Venezuela, diversos estados do Brasil e Paraguai. Mello-Leitão (1947a)

ainda descreveu Thiodina setosa, baseada em uma fêmea jovem, proveniente do estado de

Minas Gerais, Brasil.

Crane (1945) redescreveu T. pallida baseada em espécimes coletados durante

algumas expedições realizadas na Guiana e Venezuela. Além de um acurado desenho do

epígino, uma detalhada descrição foi apresentada. Os machos também foram examinados

e, na época, a autora afirmou que os exemplares que ela possuía apresentavam palpo

idêntico ao desenho fornecido por Chamberlin & Ivie (1936) para T. pseustes.

Infelizmente, a autora afirma que os caracteres da genitália masculina são “aparentemente

não utilizáveis para a identificação de espécies” em Thiodina. Crane, nesse mesmo

trabalho, compara o padrão de manchas entre os machos da espécie tratada com aqueles

das espécies T. sylvana e T. puerpera.

Ludovico di Caporiacco (1948) discutiu a sinonímia feita por Simon (1900) entre

Attus branickii e Alcmena pallida. O autor afirmou que se tratavam de duas espécies

distintas, revalidando Thiodina branickii, espécie que também redescreveu e ilustrou. Seis

anos depois, Caporiacco (1954) reafirmou a diferença existente entre as duas espécies. Ele

observou que a ilustração do epígino apresentando por Crane (1945) para T. pallida era

Page 25: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

14

muito semelhante à T. branickii, considerando que os espécimes da autora pertenciam

realmente a esta última espécie. O autor acrescentou ainda que os machos de T. branickii

possuíam palpos completamente distintos da espécie T. pseustes. Em adição, o autor

comentou sobre as manchas negras oculares e manchas existentes no abdome dos

espécimes que estudara e informou que, embora duas fêmeas exibissem fenótipo bem

semelhante à T. pallida sensu Crane, elas apresentavam epíginos bem distintos daquele

ilustrado pela autora. Sendo assim, essas fêmeas foram consideradas como pertencentes a

T. pallida (Koch).

Soares & Camargo (1948), ao estudarem material coletado por pesquisadores

brasileiros na região central e oeste do Território Nacional, descreveram a espécie

Thiodina vellardi baseados em um holótipo fêmea coligido no Mato Grosso, Brasil.

Bryant (1950) sinonimizou os gêneros Thiodina e Nilakantha (lapso!) Peckham &

Peckham, 1901, sem comentar sobre a posição de Nilakantha peckhami. No texto a autora

analisou ainda a possibilidade de T. crucifera e T. cockerelli serem sinônimos.

Roewer (1951) renomeou a espécie tipo do gênero Thiodina, Attus elegans Nicolet,

1849, cujo nome já estava pré-ocupado por Attus elegans Hentz, 1846 (= Tutelina elegans).

Ele propôs o nome Thiodina nicoleti em substituição.

Galiano (1957) descreveu Thiodina schiapelliae (macho e fêmea) para Misiones,

Argentina. Seis anos depois, ao rever as espécies americanas da família Salticidae descritas

por Eugène Simon, Galiano (1963) redescreveu e ilustrou as espécies pertencentes a Simon

e sinonimizou T. schiapelliae e T. germaini.

Além de diferentes catálogos, poucos foram os trabalhos taxonômicos dedicados ao

gênero Thiodina depois das redescrições publicadas por Galiano. Richman (1982)

Page 26: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

15

observou o comportamento de côrte das espécies da América do Norte, T. sylvana e T.

puerpera.

Wolff estudou aranhas da subfamília Thiodininae da América do Norte em sua tese

de doutorado (1985, resumo). Ele citou três espécies não descritas pertencentes ao gênero,

mas nunca chegou a descrevê-las. No ano seguinte (1986b), o autor apresentou sua tese, e

publicou um resumo das conclusões de seu estudo.

Maddison (1987) citou T. sylvana e T. puerpera em seu trabalho sobre órgãos

estridulatórios em salticídeos.

Wolff (1990) publicou um trabalho referente ao gênero, no qual descreveu uma

espécie fóssil, Thiodina beugelorum (macho), encontrada em âmbar do Mioceno Inferior

da República Dominicana.

Page 27: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

16

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material Examinado

Para este estudo foram examinados 389 espécimes, sendo grande parte deste

material pertencente à coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Os lotes foram

listados logo após o histórico de cada espécie, em ordem alfabética em dois níveis

hierárquicos: país e estado (ou província, departamento etc.).

Seguem abaixo as instituições de depósito do material examinado e suas respectivas

abreviaturas:

HEMS - Coleção Particular Helia Eller Monteiro Soares. Universidade Estadual

Paulista. Botucatu, São Paulo, Brasil;

IBUT - Instituto Butantan. São Paulo, Brasil.

MACN - Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”. Buenos

Aires, Argentina.

MCN - Museu de Ciências e História Natural da Fundação Zoobotânica do Rio

Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

MCNP - Museu de Ciências Naturais da PUC. Porto Alegre, Rio Grande do Sul,

Brasil.

MNRJ - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,

Brasil.

MZSP - Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil.

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais,

Brasil

Page 28: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

17

Foram feitos pedidos de empréstimos de exemplares para diversas outras

instituições estrangeiras e nacionais. Algumas destas não enviaram respostas, enquanto

outras não possuíam material da família Salticidae separados nos diferentes gêneros.

Exemplares de Thiodina pertencentes à coleção do Museum of Comparative

Zoology, Harvard, EUA (MCZ) encontravam-se em empréstimo ao MACN sob cuidados

da curadora Dra. Cristina Scioscia. Após permissão do curador do MCZ, Dr. Herbert W.

Levi, o material foi enviado ao MNRJ. Infelizmente, esse material foi extraviado. Embora

tenham sido realizadas inúmeras tentativas de localização dos exemplares, o material até

hoje não foi encontrado.

3.2. Descrições

O formato das descrições segue Galiano (1963) e a citação da quetotaxia segue

Platnick & Shadab (1975) com pequenas modificações. A coloração dos espécimes refere-

se a exemplares conservados em álcool 75%. Os caracteres presentes na maioria das

espécies do gênero são citados apenas na descrição genérica, não sendo repetidos nas

descrições específicas. Apenas as exceções são citadas sob cada espécie.

3.3. Medidas

As medidas foram obtidas em estéreo-microscópio Wild Heerbrug M8, com ocular

micrométrica acoplada. As medidas são apresentadas até décimos de milímetro. O

comprimento do cefalotórax foi medido na linha mediana do corpo, indo da margem

posterior até o anel escuro na base dos OMA (não incluindo as lentes). A largura do

cefalotórax foi medida no ponto de maior largura, um pouco atrás das coxas II. O

comprimento do abdome foi medido da margem anterior dorsal até a base do tubérculo

Page 29: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

18

anal. O comprimento da tíbia I foi medido entre os côndilos basal inferior e distal superior,

em vista retrolateral.

O número de exemplares medidos é fornecido entre parênteses, ex: “(n=x)”. A

medida mediana da amostra é dada antes dos parênteses que indicam a variação

encontrada, ex: “x (y-z)”.

3.4. Dissecção

Os epíginos e os palpos foram retirados para elaboração das ilustrações, sendo os

primeiros clarificados com óleo de cravo. Os palpos foram desenhados imersos em álcool

etílico hidratado em gel ou em gel de glicerina.

3.5. Ilustrações

Os desenhos foram feitos com lapiseira 0,5 mm em Lupa Wild Heerbrugg M8 e

Microscópio Zeiss Axioskop com câmara clara acoplada, e posteriormente cobertos com

nanquim em papel vegetal, pela autora. Os originais foram digitalizados com um scanner

Genius ColorPage 245 XP e as pranchas organizadas com CorelDRAW 8.0.

3.6. Distribuição geográfica e procedências

Todas as informações referentes à distribuição geográfica das espécies foram

retiradas das etiquetas de procedência do material examinado ou da respectiva descrição.

Após a seção de material examinado, foram incluídas as citações da literatura que não

puderam ser verificadas, geralmente devido à perda ou não localização do material em que

foram baseadas. Esses registros da literatura não foram incluídos na distribuição geográfica

de cada espécie. Apenas os registros acompanhados de ilustrações suficientes para a

identificação precisa da espécie foram incorporados à distribuição.

Page 30: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

19

As coordenadas foram inicialmente obtidas da base de dados dos municípios

brasileiros do IBGE (distribuído no sítio da instituição) e suplementadas por fontes

diversas. Os mapas foram confeccionados em ArcView GIS 3.2 e CorelDRAW 8.0.

3.7. Terminologia e abreviaturas

A terminologia e as abreviaturas utilizadas nas descrições seguem, em geral, a

literatura corrente. As seguintes abreviaturas são listadas:

ART – Apófise tibial retrolateral.

OLA – Olhos laterais anteriores.

OLP – Olhos laterais posteriores.

OMA – Olhos médios anteriores.

OMP – Olhos médios posteriores.

3.8. Atos nomenclaturais.

De acordo com o International Code of Zoological Nomenclature, 4a edição (ICZN,

1999), os atos nomenclaturais apresentados em uma dissertação não são válidos por esta

não constituir uma publicação. Do mesmo modo, a designação de “tipos” e “localidades

tipo” só será válida de fato quando da publicação efetiva do nome.

Page 31: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

20

4. RESULTADOS & DISCUSSÃO

4.1. Gênero Thiodina Simon, 1900

Alcmena [partim]: C. L. Koch ,1846:179, fig. 1229.

Attus [partim]: Hentz, 1846: 364; Nicolet, 1849: 367, pr. 3, fig. 2.; Hentz, 1850: 288, pr. X,

fig 11; Taczanowski, 1871: 94; Peckham & Peckham, 1883: 12, pr. I, fig, 9 - 9a.

Plexippus [partim]: Peckham ,1885: 68, t. 2 fig. 5; 1888: 33; 1889: 17.

Dendryphantes [partim]: Banks, 1891: 86.

Thiodina Simon, 1900: 392.

Thiodina: Simon, 1901a: 458.

Metaphidippus [partim]: Pickard-Cambridge F. O., 1901: 258.

Nilakantha Peckham & Peckham, 1901: 8.

Nilacantha: Simon, 1901a: 459 [= Nilakantha, emenda não justificada].

Colonus: Pickard-Cambridge F. O., 1900: 188.

Colonus Pickard-Cambridge F. O., 1901: 246.

Colonus: Waterhouse, 1902: 63; Banks, 1902: 218.

Thiodina: Simon, 1903: 1050 [= Colonus]; Waterhouse, 1902: 373; Banks, 1905: 322;

1907: 736; Peckham, 1909: 380, 447; Comstock, 1913: 669-670; Lutz. 1915: 107.

Thiodine [sic!]: Ressler, 1918: 228.

Thiodina: Petrunkevitch, 1928: 187.

Colonus: Petrunkevitch, 1928: 215.

Thiodina: Worley & Pickwell, 1931: 106, 122.

Colonus: Neave, 1939, I: 802.

Thiodina: Neave, 1940, IV: 472.

Nilakantha: Bryant, 1950: 202 [= Thiodina]

Page 32: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

21

Thiodina: Galiano, 1958: 21-32. Bonnet, 1959: 4563; Kaston, 1972: 266; Richman, 1978:

78; Richman & Cutler, 1978: 100; Cutler, 1979: 125; Hill, 1979: 216; Richman, 1982: 52;

Wolf, 1985: 112A; Wolf, 1986a: 8; 1986b: 2591; Maddison, 1987: 106; Platnick, 1989:

537; Platnick, 1993: 817; Platnick, 1997: 945.

ESPÉCIE-TIPO: Attus elegans Nicolet, 1849 (pré-ocupado por Attus elegans

Hentz, 1846) = Thiodina nicoleti Roewer, 1951.

SINONÍMIA: A sinonímia dos gêneros Colonus e Nilacantha com Thiodina é bem

fundamentada. Thiodina sylvana (Hentz, 1846), tipo de Colonus, e Thiodina cockerelli

(Peckham & Peckham, 1901) são típicos representantes do gênero.

DIAGNOSE: Thiodina difere dos outros gêneros de Thiodininae a pela

combinação da presença de dois pares de pêlos bulbosos nas tíbias das pernas I;

cefalotórax elevado, oval, amplamente arredondado de todos os lados, mais atenuado

posteriormente que anteriormente; parte cefálica, marcada por saliências largas e baixas,

um pouco deprimida em cada lado entre os olhos, com tubérculos oculares largos e sulco

torácico anterior curto; clípeo mais estreito que o raio dos olhos medianos e patelas das

pernas III e IV com 1espinho de cada lado.

DESCRIÇÃO: Aranhas de porte pequeno, com comprimento total médio dos

machos em torno de 6,9 (5,3-9,0) e das fêmeas 8,1 (6,3-11,3); o tegumento é em parte

glabro, em parte guarnecido de pêlos brancos ou enegrecidos, sem pêlos escamiformes.

CEFALOTÓRAX: Comprimento médio dos machos em torno de 2,8 (2,3-3,6) e

largura média cerca de 2,4 (1,9-2,9). Fêmeas com comprimento médio em torno de 3,0

(2,5-4,0) e largura média cerca de 2,5 (2,1-3,1), alto, oval, arredondado nos lados, com um

declive regular em direção posterior iniciando após a região ocular e fóvea. Região cefálica

plana, um pouco deprimida de cada lado entre os olhos, com tubérculos oculares largos.

Fóvea: curta, situada anteriormente, seu início situando-se na altura da borda posterior dos

Page 33: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

22

OLP. A parte torácica possui, um pouco atrás dos olhos, pequenas estrias precedidas de

uma leve depressão recurva. Olhos: Anteriores muito desiguais, subcontíguos, formando

linha pouco recurva ou reta quando medidos a partir de seus ápices. Diâmetro dos OMA

maior que o dobro do diâmetro dos OLA (exceto em Thiodina sp. 1, onde o diâmetro dos

OMA é aproximadamente o dobro do diâmetro dos OLA). Quadrângulo ocular: (grupo

de olhos dorsais, exceto OMA) cerca de 1/3 mais largo que longo, subquadrado (ás vezes

um pouco mais largo atrás que na frente) e posteriormente muito mais estreito que o

cefalotórax, ocupando mais da metade do comprimento do cefalotórax. OLA e OLP iguais

e pequenos. Os diminutos olhos intermediários (OMP) são cerca de duas vezes mais

próximos dos OLA do que dos OLP e situam-se adiante da depressão lateral. Clípeo: em

geral glabro nos machos e provido de pelos finos, longos, esbranquiçados, reclinados nas

fêmeas, geralmente com cerca de 1/3 a 1/4 do diâmetro dos olhos medianos, maior nos

machos que nas fêmeas (quase igual ao diâmetro dos OMA em Thiodina sp. 1).

Quelíceras: Machos: alongadas e finas, paralelas, achatadas, quitinizadas e rugosas em

sua face anterior, cujos bordos laterais são bem marcados e espessados, formando carenas.

Promargem do sulco da garra geralmente com 4 ou 3 dentes, raramente 2, com tamanhos

relativos variáveis. Retromargem geralmente com 2, às vezes com 1, raramente com 3 ou 1

bicúspide. Fêmeas: robustas, cerca de 1/3 mais longas que largas, com face anterior bem

convexa (exceto em T. vaccula onde a face anterior é pouco convexa). Promargem

geralmente com 4 ou 3 dentes, raramente 2, com tamanhos relativos variáveis.

Retromargem geralmente com 2, às vezes com 1 ou 3. Muitas cerdas na superfície anterior

da promargem, próximas aos dentes do sulco da garra. Lábio: mais longo que largo, com o

ápice um pouco mais estreito e truncado, ultrapassando o meio das lâminas maxilares.

Lâminas maxilares: pequenas, sem ângulos proeminentes ou dentes, em ambos os sexos.

Page 34: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

23

Esterno: alongado, pouco mais curto que as coxas, mais estreito anteriormente. As coxas

do primeiro par de pernas são separadas por aproximadamente a largura do lábio.

ABDOME: Comprimento médio dos machos em torno de 4,0 (3,0-5,4) e das

fêmeas cerca de 5,0 (3,3–7,8), fusiforme, bem mais longo que largo, mais alto na frente,

diminuindo regularmente de diâmetro em direção posterior. Fiandeiras anteriores mais

grossas que os outros pares, de comprimento semelhante ao das posteriores, com o

segmento apical diminuto, arredondado; Fiandeiras medianas com 1 segmento, um pouco

menores que as anteriores, afilando em direção ao ápice, geralmente visíveis apenas

dorsalmente; Fiandeiras posteriores afiladas, um pouco mais longas que as anteriores;

Tubérculo anal largo, ovalado.

PERNAS: Comprimento: I>II>IV>III. Tíbia I com comprimento médio nos

machos em torno de 1,8 (1,1-2,7) e nas fêmeas 1,4 (1,0-2,0). Pernas anteriores mais

robustas que as outras e mais longas no macho que nas fêmeas, especialmente as tíbias e

os metatarsos. 2 pares de cerdas bulbosas na tíbia I, com flagelo bem mais longo que os

bulbos basais, o primeiro par situado no final do terço basal e o segundo na metade do

artículo. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur com 1 dorsal na metade do artículo, outro

no início do terço distal e outro apical, 1 prolateral apical, 1 prolátero-dorsal e 1

retrolátero-dorsal apicais (menor que o prolátero-dorsal). Patela com 1 par lateral na

metade do artículo, o retrolateral de tamanho diminuto, às vezes ausente (inexistente

apenas em Thiodina sp. 1). Tíbia com 1 par ventral no final do terço médio e outro

próximo à margem apical. Metatarso com 1 par ventral no início do terço médio do artículo

e outro próximo à margem apical. Perna II: Patela e metatarso semelhante à perna I.

Perna III: Patela com 1 prolateral e 1 retrolateral de tamanho semelhante. Metatarso com

1 par ventral no final do terço basal do artículo e outro próximo à margem apical, 1 par

látero-ventral apical, inserido ao lado do par ventral apical, 1 par látero-dorsal no final do

Page 35: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

24

terço basal e outro no terço distal. Os espinhos apicais formam um verticilo. Fêmeas:

Espineação em geral semelhante à dos machos, mas com espinhos mais curtos e em menor

número. Patelas I-II múticas.

GENITÁLIA MASCULINA: Palpo curto e robusto. Fêmur cerca de 3x mais

longo que largo (um pouco mais curto em T. germaini), com 1 espinho dorsal apical. Patela

um pouco mais longa que larga (bem mais longa em Thiodina sp. 1). Tíbia mais curta que

a patela, mais larga que longa e geralmente com um lóbulo prolátero-ventral apical (exceto

em T. pallida e em T. pseustes). ART dividida em 2 ramos, o superior mais robusto,

dirigido para a frente sobre o címbio, e o inferior mais fino e esclerotinizado, ligado à base

do superior em ângulo variável, com o ápice em forma de gancho ou afilado e curvo. Tarso

muito mais longo que a patela e a tíbia juntas, de bulbo grande, alongado e volumoso, bem

convexo e projetando-se sobre a margem inferior do alvéolo. Êmbolo negro, bem

esclerotinizado, colocado no lado interno, fino e alongado, chegando até o ápice do tarso,

podendo apresentar-se como uma fita reta ou sinuosa em sua parte mediana, com base de

formato variável, podendo ser alargada, apresentar carenas laterais ou uma projeção

digitiforme. Dutos espermáticos formando 4 voltas visíveis no tégulo (em T. robusta, a

volta mais próxima ao êmbolo apresenta-se um pouco encoberta). Abundantes pêlos

brancos longos no dorso e no ápice do fêmur, e em menor número na patela e na tíbia.

GENITÁLIA FEMININA: Epígino simples, pouco esclerotinizado, 2 fossetas de

formato variável em torno das aberturas copulatórias, geralmente 1 par lateral de entalhes

(apenas 1 único, mediano, em T. germaini e T. pallida), no qual a ART do palpo dos

machos encaixa-se. Genitália interna simples, formada pelo átrio copulatório, dutos da

espermateca cilíndricos, sinuosos, de calibre variável, e terminando na cabeça de

espermateca arredondada, que pode ser de calibre semelhante ao dos dutos ou alargada, de

onde origina-se uma região membranosa, em forma de fita.

Page 36: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

25

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax geralmente amarelo claro ou castanho

avermelhado, raramente amarelo-acastanhado ou castanho-claro. Região cefálica

geralmente com uma área esbranquiçada (formada por manchas de guanina), com uma

grande mancha castanho escura central (às vezes indistinta), ambas as áreas de tamanho

variável. Zona superciliar dos OMA negra nos machos e castanha nas fêmeas, raramente

castanho escura ou castanho clara nos machos e amarelo-pálida nas fêmeas (em T.

robusta). Na parte posterior da área ocular, há duas manchas castanho escuras ou negras,

inclinadas para fora e para baixo, de tamanho variável, podendo confundir-se com as

manchas dos OLP. A margem do cefalotórax tem uma faixa castanho escura, às vezes

quase negra, de largura variável, que começa entre as coxas II-III e segue por toda borda

posterior (inexistente em T. robusta e às vezes reduzida em T. melanogaster). Cerdas

negras eretas esparsas pelo cefalotórax, mais mas mais abundantes na parte lateral anterior

da área ocular. Cerdas em volta dos OMA e dos OLA amarelo-pálidas em menor

quantidade na margem superior dos OMA. Pêlos plumosos esbranquiçados, curtos,

próximo ao bordo externo dos OMP e OLP (exceto em T. pallida e às vezes ausente em

Thiodina sp. 1). Entre os OLP, a mancha castanho escura central e as manchas inclinadas,

há uma zona retangular de pêlos brancos plumosos (exceto em T. pallida). Também são

encontrados estes pêlos brancos na parte anterior da região cefálica, onde formam uma

faixa transversal, e nos lados do cefalotórax, debaixo dos olhos da 2a e 3a fileira, formando

uma pequena faixa (exceto em T. pallida). Às vezes existem pêlos enegrecidos recobrindo

inteira ou parcialmente as manchas inclinadas e junto à margem posterior dos OLP. Clípeo

geralmente castanho, às vezes castanho claro (em T. pseustes), amarelo pálido (em T.

robusta) ou castanho escuro (Thiodina sp. 1).

Quelíceras com coloração variável, geralmente castanho claras, às vezes

amareladas ou castanho escuras e raramente negras (somente em T. vaccula). Superfície

Page 37: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

26

anterior da promargem com número reduzido de cerdas negras. Lábio com o ápice mais

claro, geralmente castanho claro ou amarelado, às vezes castanho, raramente castanho

escuro. Lâminas maxilares castanho claras ou amareladas na base, clareando até a parte

interna do ápice, raramente castanho escuras (somente em T. robusta). Em T. pseustes há

uma faixa longitudinal esbranquiçada seguindo a margem interna até o ápice. Esterno

amarelo pálido, às vezes castanho claro (em T. pallida e T. pseustes). Palpo com pêlos

plumosos brancos no fêmur, patela, tíbia e tarso, muito abundantes no ápice do tarso,

geralmente com os artículos basais amarelados e os distais um pouco mais escuros

(castanhos), às vezes unicolores (T. robusta e T. melanogaster).

Abdome amarelo pálido. Dorso variável, geralmente apresentando uma faixa

longitudinal anterior mediana de cor amarelo acastanhado ou castanho claro, às vezes com

duas faixas longitudinais esbranquiçadas (manchas de guanina) ou com áreas laterais do

dorso salpicadas de pontos negros dispersos grosso modo em duas ou quatro linhas

longitudinais (T. melanogaster), raramente com pêlos enegrecidos dispersos

principalmente nas laterais (T. pallida). O dorso pode ser também unicolor, apenas com

uma faixa amarelo acastanhada dorsal sobre o fólio (T. vaccula). Lados e ventre muito

variáveis. Fiandeiras castanho claras ou castanhas, às vezes castanho escuras ou

amareladas. Base das fiandeiras anteriores, às vezes, enegrecidas.

Pernas amareladas ou amarelo pálidas, às vezes castanho claras (como em T.

pallida), com os dois pares anteriores mais escuros. Pêlos plumosos brancos no fêmur,

patela, tíbia, metatarso e tarso, muito abundantes na primeira perna, diminuindo em

quantidade até a quarta perna. Fêmures geralmente com um anel distal, de largura variável,

mais escuro. Artículos distais, a partir da tíbia, mais escuros que os basais.

Fêmeas: Colorido geral amarelo pálido, semelhante ao do macho, raramente

Page 38: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

27

castanho claro, mas com menos áreas castanhas e enegrecidas. Região cefálica com

manchas inclinadas e mancha central menores, geralmente bem definidas, raramente sem

manchas inclinadas na margem dos OLP (T. vaccula). Faixa marginal escura do

cefalotórax ausente. Quelíceras e pernas amareladas, raramente castanho claras. Abdome

variável, raramente com o dorso e as laterais unicolores. Dorso geralmente com uma faixa

fina na região mediana (formada por manchas de guanina), recobrindo os lados do fólio

(exceto em T. robusta), com as áreas laterais salpicadas de pontos negros, dispostos grosso

modo em duas linhas longitudinais, e às vezes com faixas laterais esbranquiçadas largas

(manchas de guanina). Ventre geralmente esbranquiçado (repleto de manchas de guanina),

raramente com pontos negros na região mediana. Fiandeiras geralmente amarelo pálidas.

Pernas amarelo pálidas nas fêmeas, sem os anéis e faixas castanhas ou castanho

escuras presentes nos machos.

DISTRIBUIÇÃO: Zona temperada da América do Norte e zona tropical e

temperada das Américas Central e do Sul, alcançando a região central do Chile (apenas T.

nicoleti), mas com maior número de espécies nas áreas tropicais, especialmente no Brasil.

4.2. Lista de espécies incluídas em Thiodina

Das 19 espécies nominais do gênero (incluindo 1 fóssil), 9 não foram registradas

para o Brasil. Além dos dados sobre a descrição original dessas espécies, é fornecido

abaixo um catálogo com todas as citações relevantes encontradas na literatura. Após a lista

e o catálogo das espécies não brasileiras, serão fornecidas apenas uma lista e uma chave

das espécies brasileiras. As citações completas referentes às 9 espécies nominais brasileiras

serão fornecidas mais adiante, sob a descrição individual de cada espécie.

Page 39: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

28

4.2.a. Espécies não brasileiras do gênero Thiodina

1. † Thiodina beugelorum Wolff, 1990.

Thiodina beugelorum Wolff, 1990: 405-408, fig 1-3.

Localidade tipo: REPÚBLICA DOMINICANA: Âmbar amarelo [∗1 macho holótipo,

Field Museum of Natural History].

Distribuição: Espécie fóssil conhecida somente de jazidas de âmbar da República

Dominicana.

2. Thiodina branicki (Taczanowski, 1871).

Attus branickii Taczanowski, 1871: 94.

A. b.: Hasselt, 1888: 196.

Thiodina branickii: Simon, 1901a: 455 [= T. pallida], 457.

T. b.: Caporiacco 1948: 705, fig. 133 [reval.]; 1954: 147, fig. 46; Platnick, 1993: 817.

Localidade tipo: GUIANA FRANCESA: Cayenne: Cayenne & Saint Laurent de

Maroni: Saint Laurent de Maroni [∗ Dois machos e várias fêmeas, Museu Zoológico de

Varsóvia, destruído].

Distribuição: Guiana; Guiana Francesa; Suriname e Venezuela.

Registros: GUIANA: Garroway Landing; Port Diamond; Demerara-Mahaica: Demerara;

Rupununi: Curupucari [todos os espécimes da Guiana citados por Caporiacco, 1948;

Museo La Specola, Firenze]. GUIANA FRANCESA: Charvein; San Laurent du

Maroni: San Jean du Maroni [todos os espécimes da Guiana Francesa citados por

Caporiacco, 1954; Museu de Paris, MNHNP]. PERU [Caporiacco, 1948; Museo La

Specola, Firenze]. SURINAME: [Hasselt, 1888; Musée Royal d’Histoire Naturelle,

Bruxelles, MRHB]. VENEZUELA: [Caporiacco, 1948; Museo La Specola, Firenze].

Page 40: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

29

3. Thiodina cockerelli (Peckham & Peckham, 1901).

Nilakantha cockerelli Peckham & Peckham, 1901: 8-9, p. III, fig. 1 - 1g.

Nilacantha cockwelli [sic!]: Simon, 1901a: 456, 457, 459 [= Nilakantha cockerelli].

Nilacantha cockerelli: Lutz, 1915: 106.

T. c.: Bryant, 1950: 203, fig. 18 [= Nilakantha cockerelli].

Nilakantha cockerelli: Maddison, 1987: 105.

T. c.: Platnick, 1997: 945.

Localidade tipo: JAMAICA: Kingston: Kingston. Peckham col. [∗1 macho holótipo, *1

fêmea parátipo. Museum Comparative Zoology].

Distribuição: Jamaica e Haiti.

Registros: HAITI: [Lutz, 1915. Repositório?]. JAMAICA: [Lutz, 1915. Repositório?].

4. Thiodina crucifera (F. O. Pickard-Cambridge, 1901).

Colonus crucifer F. O. Pickard-Cambridge, 1901: 247, t.21, fig. 13.

C. c.: Petrunkevitch, 1911: 613; 1925: 79; Chickering, 1936: 455; Roewer, 1955: 977;

Bonnet, 1959: 4563.

Localidade tipo: PANAMÁ: Chiriquí: Bugaba. Champion col. [∗1 holótipo fêmea,

British Museum of Natural History 1905-237].

Distribuição: Panamá.

Registros: PANAMÁ: Canal Zone: Barro Colorado Island [Chickering, 1936; MCZ].

Page 41: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

30

5. Thiodina inerma Bryant, 1940.

Thiodina inerma Bryant, 1940: 451- 453, t. 17, fig. 231, t. 18 fig. 239.

T. i.: Roewer, 1955: 977; Alayón, 2000: 47.

Localidade tipo: CUBA: Cienfuegos: Soledad, 15. VIII. 1931. Worley col. [∗ 1 holótipo

macho e 1 fêmea parátipo, Museum Comparative Zoology].

Distribuição: Cuba.

Registros: CUBA: La Habana: San Antonio de los Bãnos; Santiago de Cuba: Sierra del

Cobre [ambas de Bryant, 1940; MCZ].

6. Thiodina nicoleti Roewer, 1951.

Attus elegans Nicolet, 1849: 367, lam. 3, fig. 2.

Thiodina elegans: Simon, 1901a: 457, 459; Petrunkevitch, 1911: 712; 1928: 187.

Thiodina nicoleti Roewer, 1951: 450 [nom. nov. para Attus elegans, pré-oc. por Hentz,

1846].

T. n.: Roewer, 1955: 978.

T. e.: Bonnet, 1959: 4563.

Localidade tipo: CHILE [∗ 1 holótipo macho e 1 fêmea parátipo, MNHNP?].

Distribuição: Conhecida somente da localidade tipo.

7. Thiodina peckhami Bryant, 1940.

Nilakantha peckhami Bryant, 1940: 454-455, fig 238.

T. p.: Alayón, 2000: 47.

Localidade tipo: CUBA: Cienfuegos: Soledad. V. 1936. Darlington col. [∗ 1 holótipo

macho, Museum Comparative Zoology].

Distribuição: Cuba.

Page 42: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

31

8. Thiodina puerpera (Hentz, 1846).

Attus irroratus Walckenaer, 1837: 466 [nom. nud.].

Attus puerperus Hentz, 1846: 360, t. 21, fig. 22.

A. p.: Hentz, 1867: 105, fig. 53; 1875: 64; Marx, 1883: 26.

Attus agrestis Peckham & Peckham, 1883: 12, pr. I, fig. 9 - 9a.

Plexippus p.: Peckham & Peckham, 1885: 68; 1888: 33-34 [= Attus sylvanus, =Alcmena

pallida, = Attus branickii, = Attus agrestis]; Marx, 1890: 570.

A. p.: Marx, 1890: 578 [= Plexippus puerperus].

P. p.: Marx, 1892: 161; Peckham & Peckham, 1896: 15.

T. p.: Simon, 1901a: 455, 457 [partim, = agrestis].

P. p.: Emerton, 1902: 51.

T. p.: Scheffer, 1905a: 119; 1905b: 187; Peckham, 1909: 449 [= Attus puerperus].

T. puerperus [sic!]: Banks, 1910: 69.

T. p.: Petrunkevitch, 1911: 712; Comstock, 1913: 670; Barrows, 1918: 318; Banks, 1929:

70; Banks, Newport & Bird, 1932: 13; Jones, 1936: 69.

T. s.: Chamberlin & Ivie 1944: 215, fig. 11 [=irrorata].

T. p.: Roewer, 1955: 978; Bonnet, 1959: 4564; Richman & Cutler, 1978: 100; Richman,

1982: 52; Oehler, 1980: 12 fig. 122-127; Maddison, 1987: 105; Breene et al., 1993: 64, f.

40 a-c; Platnick, 1997: 945.

Localidade tipo: EUA: Carolina do Norte [∗ 1 holótipo macho, Coleção particular

Hentz, perdido].

Distribuição: EUA; Guatemala e Panamá.

Registros: EUA: Alabama: [Hentz, 1850, 1867; Coleção particular Hentz, perdido];

Kansas: Douglas County [Scheffer, 1905a, 1905b/ Jones, 1936; KMNH], Carolina do

Norte: [Peckham, 1909; MCZ]; Carolina do Sul: [Marx, 1883, USNM]; Flórida [Peckham,

Page 43: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

32

1909; MCZ]; Geórgia: [Walckenaer, 1837; MNHNP, perdido]; Burke County, Brier,

Okefenokee, Gainesville, Macon [Chamberlin & Ivie, 1944, AMNH]; Oklahoma: [Banks,

Newport & Bird, 1929; USNM]; Pennsylvania: [Peckham & Peckham, 1883; MCZ].

Texas: Fort Davis [Peckham, 1909; MCZ]. GUATEMALA: [Peckham & Peckham, 1885;

MCZ]. PANAMÁ: Barro Colorado Island [Banks, 1929; MCZ].

9. Thiodina sylvana (Hentz, 1846).

Attus inquies Walckenaer 1837: 466 [nom. nud.].

Attus sylvanus: Hentz, 1832: 552 [apenas citação do nome].

Attus sylvanus Hentz, 1846: 364.

Attus retiarius Hentz, 1850: 288.

A. r. : Hentz 1867: 105.

A. s.: Hentz, 1875: 68.

A. r.: Hentz, 1875: 161.

A. s.: Marx, 1883: 26; 1890: 580.

Plexippus puerperus [non Hentz]: Peckham & Peckham, 1885: 68 t. 2 fig. 5; 1889: 17.

A. s.: Peckham & Peckham, 1888: 33 [= Plexippus puerperus sensu Peckham & Peckham

non Hentz].

A. r.: Marx, 1890b: 580.

Dendryphantes retarius [sic!]: Banks 1891a: 86 [= puerperus sensu Peckham & Peckham

non Hentz]; Townsend, 1893: 679; Banks, 1898: 284; 1899: 190; 1900: 540; 1901: 587.

Colonus p.: Pickard-Cambridge F., 1901: 246 [= A. sylvanus, A. branickii, A. agrestis].

T. s.: Simon, 1901a: 457 [partim, non puerpera].

Metaphidippus retiarius: Pickard-Cambridge F., 1901: 246.

Colonus retarius [sic!]: Banks, 1902: 218.

Page 44: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

33

Thiodina retarius [sic!]: Banks, 1904a: 358; 1904b: 138.

T. s.: Scheffer, 1906: 125.

T. retarius [sic!]: Banks, 1907: 745; 1909a: 224; 1909b: 180.

T. s.: Peckham & Peckham, 1909: 449 [= Attus retiarius = P. puerperus sensu Peckham &

Peckham non Hentz].

T. sylvanus [sic!]: Banks, 1910: 69; 1911: 455.

T. sylvana: Petrunkevitch, 1911: 712 [ = Metaphidippus retiarius].

T. retarius [sic!]: Banks, 1914: 680.

T. sylvana: Lutz, 1915: 107.

T. sylvanus [sic!]: Ressler, 1918: 223-232.

T. retarius [sic!]: Moles, 1921: 45.

T. sylvana: Chamberlin, 1924: 678.

P. p.: Weese, 1924: 377.

T. sylvana: Petrunkevitch, 1925: 82; Banks, 1929: 70; Chamberlin & Wodbury., 1929:

141; Worley & Pickwell, 1931: 122; Elliott, 1932: 429; Chickering, 1936: 456.

T. retiarius: Franganillo, 1936: 128.

T. iniquies: Chamberlin & Ivie: 1944: 216 [=Attus iniquies = T. sylvana].

T. sylvana: Chickering, 1946: 106.

T. inquies [sic!]: Kraus: 1955: 59, fig. 169.

T. sylvana: Roewer, 1955: 978.

T. silvana [sic!]: Bonnet, 1959: 4564.

T. iniquies: Kaston, 1972: 266.

T. s.: Richman & Cutler, 1978: 100; Edwards & Hill, 1978: 117; Oehler, 1980: 12, f. 128-

132; Richman, 1982: 52; Maddison, 1987: 105; Breene et al., 1993: 64, fig. 41, a-c;

Platnick, 1997: 945.

Page 45: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

34

Thiodina silvana [sic!].: Alayón, 2000: 47.

Localidade Tipo: EUA: Carolina do Norte [∗ 1 holótipo macho, Coleção particular Hentz,

perdido].

Distribuição: Costa Rica; Cuba; El Salvador; EUA; Guatemala; México; Panamá.

Registros: COSTA RICA: Cartago: Juan Viñas [Banks, 1914; MCZ]; Guanacaste:

Huacas [Banks, 1909a; MCZ]. CUBA: [Franganillo Balboa, 1936; Instituto de Ecología y

Sistemática, Habana / Alayón, 2000; MNHNC, Habana]. Granma: Cayamas [Banks,

1909b; MCZ]. EL SALVADOR: San Salvador: San Salvador; Chalatenango:

Chalatenango; La Paz: Los Blancos. EUA: Alabama: [Hentz, 1867; CPNH, perdido],

Auburn [Banks, 1900; MCZ], Tuscalosa [Hentz, 1850; CPNH]; Arizona: Madera Canyon,

Santa Rita Mountains [Banks, 1900; MCZ], Hot Springs [Banks, 1902; MCZ]; Califórnia:

Norte e Sul da Califórnia [Moles, 1921; CAS], Sierra San Lazaro [Banks, 1898; MCZ],

Siskiyou County: Yreka, San Francisco, Los Angeles, Claremont [Banks, 1904a; MCZ];

Carolina do Norte: Durham [Banks, 1911, MCZ]; District of Columbia: Washington

[Banks, 1891; MCZ]; Carolina do Sul: [Marx, 1883, USNM] Flórida: [Peckham &

Peckham, 1909; MCZ], Punta Gorda, Biscayne Bay, Enterprise, Miami, Lake Worth

[Banks, 1904; MCZ]; Geórgia [Peckham & Peckham, 1909; MCZ], Burke County

[Chamberlin & Ivie, 1944; AMNH]; Kansas: St. George [Scheffer, 1906; KMNH];

Indiana: Wyandotte, Grand Chain, Huntingburh [Banks, 1907; MCZ], New Albany

[Banks, 1907; MCZ]; Iowa: [Ressler, 1918]; Illinois: [Weese, 1924]; Lousianna: [Banks,

1899; MCZ], Nebraska: [Worley & Pickwell, 1931: 122]; Oklahoma [Banks, Newport &

Bird, 1932, MCZ], Pennsylvania: [Peckham & Peckham, 1909; MCZ]. Texas [Peckham

& Peckham, 1909; AMNH] Utah: Washington County: Zion National Park [Chamberlin &

Woodbury, 1929; AMNH]. GUATEMALA [Peckham & Peckham, 1885; MCZ?].

MÉXICO: Tepic [Banks, 1898; MCZ]. PANAMÁ: El Cermano; Canal Zone: Canal Zone

Page 46: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

35

Biological Area, Fort Sherman, Frijoles, Madden Dam; Chiriquí: Boquete; Cocle: El

Valle [de Antón]; Colón: France Field; Panamá: Arraijan (todas as citações anteriores do

Panamá são de Chickering, 1946, MCZ); Canal Zone: Barro Colorado Island [Banks,

1929; MCZ].

4.2.b. Lista das espécies brasileiras de Thiodina

1. Thiodina candida Mello-Leitão, 1922.

2. Thiodina germaini Simon, 1900.

3. Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917.

4. Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846).

5. Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936.

6. Thiodina punctulata Mello-Leitão, 1917.

7. Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945.

8. Thiodina setosa Mello-Leitão, 1947.

9. Thiodina vaccula Simon, 1900.

10. Thiodina vellardi Soares & Camargo, 1948.

4.3. Chave para as espécies de Thiodina do Brasil

(indicações da distribuição de cada espécie são dadas após as características diagnósticas.

Os estados brasileiros são representados por suas abreviações.)

1- Machos 2

..Fêmeas 8

2- Ramo superior da ART muito robusto, pouco esclerotinizado, com uma constrição basal

e formato de hemi-ráquis (Fig. 25). Guiana Francesa, Brasil: AM, PA, BA, ES. T. pallida

Page 47: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

36

Ramo superior da ART com tamanho e formato variável, diferente da forma descrita

acima 3

3- Ramo superior da ART robusto, longo, com ápice achatado, curvado para baixo e em

direção ao ramo inferior da ART (Fig. 09). Base do ramo superior da ART muito alargada,

sem constrição entre o ramo superior da ART e a tíbia. Argentina, Bolívia, Brasil: AM,

GO, MG, MS, MT, PA, PR, RO, SP. T. germaini

Ramo superior da ART com tamanho e formato variável, não como acima 4

4- Ramo superior da ART robusto, curto, com ápice alargado, foliáceo (Fig. 39).

Argentina, Brasil: PR, RJ, RS, SC, SP. T. robusta

Ramo superior da ART com tamanho e formato variável, não como acima 5

5- Ramo superior da ART com ápice expandido e muito mais longo que o ramo inferior da

ART 6

Ramo superior da ART com ápice afilado apenas pouco mais longo ou menor que o ramo

inferior da ART 7

6- Ramo inferior da ART com ápice formando um ‘S’ bem pronunciado (Fig. 17); base do

êmbolo não expandida (Fig. 19). Argentina, Bolívia, Uruguai, Brasil: AM, AP, BA, ES,

GO, MG, MS, MT, PE, RJ, RN, RS, SP, TO T. melanogaster

Ramo inferior da ART com ápice recurvo, não formando ‘S’; base do êmbolo expandida

em fita larga (Fig 49). Brasil: AL, AM, BA, ES, GO, MG, MT, PR, RJ. T. vaccula

7- Ramo inferior da ART inserido no ramo superior em um ângulo agudo (Fig. 32),

formando um ‘V’; êmbolo normal próximo à base. Panamá, Brasil: BA, PE, RR.

T. pseustes

Ramo inferior da ART inserido no ramo superior em um ângulo pouco pronunciado,

formando um ‘U’ (Fig. 54); êmbolo próximo à base contorcido, formando 3 carenas (Fig.

56). Brasil: BA, ES, MT, PR, RS, SP. Thiodina sp. 1

Page 48: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

37

8- Epígino com apenas 1 entalhe de encaixe da ART, em posição mediana. 9

Epígino com 2 entalhes de encaixe da ART, em posição lateral. 10

9- Entalhe de encaixe da ART situado na margem posterior do epígino (Fig. 13); margem

anterior da fosseta copulatória não espessada. Argentina, Bolívia, Brasil: AM, GO, MG,

MS, MT, PA, PR, RO, SP. T. germaini

Entalhe de encaixe da ART situado mais próximo das fossetas copulatórias do que da

margem posterior do epígino; toda a margem da fosseta copulatória espessada formando

uma lingüeta de margem posterior reta (Fig. 28). Guiana Francesa, Brasil: AM, PA, BA,

ES. T. pallida

10- Região anterior às fossetas copulatórias modificada, formando um grande escudo

côncavo (Fig. 20). Argentina, Bolívia, Uruguai, Brasil: AM, AP, BA, ES, GO, MG, MS,

MT, PE, RJ, RN, RS, SP, TO. T. melanogaster

Região anterior às fossetas copulatórias não formando escudo 11

11- Região anterior e entre as fossetas copulatórias esclerotinizada e elevada; fossetas

copulatórias separadas por menos de 1/4 de sua largura 12

Região anterior e entre as fossetas copulatórias não esclerotinizada e não elevada; fossetas

copulatórias separadas por cerca da metade ou mais da metade de sua largura 13

12- Entalhe de encaixe da ART mais de 2x mais longo que largo; dutos da espermateca

quase tocando-se na região mediana do epígino (Fig. 43). Argentina, Brasil: PR, RJ, RS,

SC, SP. T. robusta

Entalhe de encaixe da ART quase tão largo quanto longo ou apenas pouco mais longo;

dutos da espermateca separados por cerca de seu comprimento máximo ou ainda mais

distanciados (Fig. 58). Brasil: BA, ES, MT, PR, RS, SP. Thiodina sp. 1

Page 49: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

38

13- Fosseta copulatória de tamanho mediano, oblonga, transversa, mais larga do que longa;

duto transversal da espermateca alcançando no máximo a metade da largura da fosseta

copulatória (Fig. 50). Brasil: AL, AM, BA, ES, GO, MG, MT, PR, RJ. T. vaccula

Fosseta copulatória pequena, aproximadamente circular; duto transversal da espermateca

quase tão largo quanto a fosseta copulatória (Fig. 35). Panamá, Brasil: BA, PE, RR.

T. pseustes

Page 50: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

39

4.4. DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS DE THIODINA.

4.4.a. Thiodina germaini Simon, 1900.

Thiodina germaini Simon, 1900: 392.

T. g.: Simon 1901a: 455, 457; Petrunkevitch, 1911: 712; Mello- Leitão, 1943: 232; 1945:

226.

Thiodina schiapelliae Galiano, 1957: 57-59, fig. a-c.

T. g.: Roewer, 1955: 977; Bonnet, 1959: 4563.

T. s.: Galiano, 1963: 458, p XL, fig. 3-4 [= germaini]; Brignoli, 1983: 656; Platnick, 1993:

817.

(Figs. 6-14, 60)

TIPOS: BRASIL: Mato Grosso. Germain col. [*1 f, lectótipo, MNHN]; Minas

Gerais. Gounelle, E. col. [paralectótipo, MNHN, perdido?]; PARAGUAI. Germain col. [1

paralectótipo macho, MNHN, perdido?]. ARGENTINA: Misiones: * Puerto Bemberg.

XI-1954. Schiapelli & De Carlo col. [Thiodina schiapelliae: 1 holótipo macho MACN

4960]. Puerto Bemberg. XI-1954. Schiapelli & De Carlo col. [Thiodina schiapelliae:

Fêmea parátipo MACN 4961, fêmea parátipo MACN 4962, 2 machos parátipos, MACN

4963]. Puerto Bemberg. XII-1943. M. J. Viana col. [Thiodina schiapelliae: Macho

parátipo, MACN 4964].

SINONÍMIA: Thiodina schiapelliae foi descrita por Galiano, 1957 e sinonimizada

com Thiodina germaini seis anos depois pela mesma autora, tratando-se apenas de

exemplares comuns da espécie. A fêmea de T. germaini ainda era desconhecida na época

da descrição da espécie argentina.

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. pallida. Os machos de ambas as espécies

Page 51: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

40

diferenciam-se dos outros por apresentarem o ramo inferior da ART muito alongado, com

aproximadamente o mesmo calibre desde a base até o ápice, sua parte mediana quase

paralela ao ramo superior e o seu ápice terminando em ponta romba. Em T. germaini o

ramo inferior da ART apresenta curvatura suave próxima ao ápice (Fig. 09). O ápice do

ramo superior da ART, nos machos de T. germaini, é curvado para baixo em direção ao

ramo inferior da ART, e achatado, o que não é encontrado em nenhuma outra espécie do

gênero. Ao contrário de T. pallida, a base do ramo superior da ART é muito alargada e não

apresenta constrição basal. O êmbolo em vista ventral em T. germaini é maior que a

largura do subtégulo junto à base do êmbolo. Já em T. pallida ambas as estruturas são de

tamanhos comparáveis. O tarso do palpo em T. germaini é proporcionalmente mais curto

que na espécie relacionada. As fêmeas de T. germaini e T. pallida são as únicas a

possuírem apenas um entalhe posterior no epígino, situado na região mediana (Figs. 13,

28). Elas podem ser diferenciadas pela posição do entalhe junto à margem posterior em T.

germaini (Fig. 13) e mais próximo às fossetas copulatórias em T. pallida (Fig. 28). As duas

espécies apresentam padrão de cores muito semelhante em ambos os sexos, porém os

machos de T. germaini normalmente apresentam as manchas do cefalotórax maiores e mais

escuras. Alguns machos de T. germaini apresentam no abdome faixas esbranquiçadas

longitudinais (manchas de guanina) nas laterais do dorso, na região do fólio e nas laterais

do ventre e uma faixa castanho escuro longitudinal mediana no ventre. Esse padrão de cor

não foi observado nos machos de T. pallida.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho holótipo de T. germaini (Galiano,

1963): 8,1. Macho holótipo de T. schiapelliae (segundo Galiano, 1957): 8,7. Machos

(n=5): 6,6 (5,7-7,2). Fêmea “alótipo” de T. schiapelliae (segundo Galiano, 1957): 8,0.

Fêmeas (n=5): 8,3 (8,1-8,6).

Page 52: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

41

CEFALOTÓRAX: Macho holótipo de T. germaini (Galiano, 1963): comprimento

3,2, largura 2,0. Macho holótipo de T. schiapelliae (Galiano, 1957): comprimento 3,2,

largura 2,6. Machos (n=5): comprimento 2,8 (2,3-3,0), largura 2,3 (1,9-2,4). Fêmea

“alótipo” de T. schiapelliae (segundo Galiano, 1957): comprimento 3,3, largura 2,8.

Fêmeas (n=5): comprimento 3,0 (2,8-3,6), largura 2,5 (2,1-2,8). Olhos: Diâmetro dos

OMA maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular: região posterior

minimamente mais larga que a anterior. Clípeo: aproximadamente 1/3 do diâmetro dos

OMA e glabro nos machos, mas nas fêmeas com 1/4 do diâmetro e com poucos pêlos

finos, longos, esbranquiçados e reclinados. Quelíceras: Machos: Comprimento quase 2

vezes mais longo que largo. Superfície anterior com áreas mais deprimidas na base

próximo à margem externa e no ápice próximo à margem interna. Promargem do sulco da

garra com 3 dentes contíguos (o mediano ou antepenúltimo maior), retromargem variável,

geralmente com 2 dentes contíguos de mesmo tamanho ou o mais interno maior (às vezes 3

dentes subiguais, ou 1 muito desenvolvido, podendo apresentar 2 cúspides). Fêmeas:

Promargem do sulco da garra com 4 dentes, às vezes 3 (o mediano ou antepenúltimo

maior), retromargem com 2 ou 3 dentes pequenos e contíguos.

ABDOME: Comprimento: Macho holótipo de T. germaini (segundo Galiano,

1963): 4,9. Macho holótipo de T. schiapelliae (segundo Galiano, 1963): 4,9. Machos

(n=5): 3,8 (3,3-4,2). Fêmea “alótipo” de T. schiapelliae (segundo Galiano, 1963): 4,7.

Fêmeas (n=5): 5,1 (3,8-5,8).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Machos (n=5): 1,3 (1,1-1,5). Fêmeas (n=5): 1,2

(1,1-1,4). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 4x o dos

bulbos basais nos machos e 6x nas fêmeas. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur às vezes

com 1 retrolateral no terço médio e outro no terço distal. Patela com espinho retrolateral às

vezes ausente. Tíbia com 1 prolátero-dorsal no final do terço basal, 1 par ventral no final

Page 53: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

42

do terço médio (o espinho retrolateral inserido mais basalmente) e outro próximo à

margem apical (o espinho prolateral inserido mais basalmente). Perna II: Fêmur

semelhante à perna I, mas com 1 prolateral no final do terço distal adicional. Tíbia

semelhante à perna I, mas com 1 prolateral de grande porte no início do terço distal, 1

ventral ímpar situado na linha mediana no final do terço médio (às vezes ausente) e outro

no final do terço basal do artículo. Perna III: Fêmur semelhante à perna II. Tíbia com 1

dorsal diminuto basal, 1 par lateral no meio do terço basal, outro no final do terço basal e

outro no final do terço médio, 1 par ventral no final do terço basal (o espinho prolateral

inserido mais basalmente) e outro próximo à margem apical. Metatarso com 1 par látero-

dorsal no terço basal e outro no terço distal, 1 par ventral no final do terço basal do artículo

e outro próximo à margem apical, 1 par látero-ventral apical, inserido ao lado do par

ventral apical. Os espinhos apicais formam um verticilo. Perna IV: semelhante à perna III,

mas a tíbia apenas com 1 ventral prolateral no final do terço basal e o metatarso com o par

látero-dorsal basal ausente (ou somente o retrolateral ausente) e 1 par látero-dorsal

adicional no início do terço médio. Fêmeas: Na tíbia I, falta o espinho prolátero-dorsal e o

ventral retrolateral apicais. Na tíbia II, faltam os espinhos prolátero-dorsal e os ventrais

situados na linha mediana. Fêmur III sem o retrolateral apical (às vezes sem o dorsal basal

ou mesmo o dorsal médio). Tíbia III sem o dorsal basal, sem o ventral retrolateral no final

do terço basal e geralmente sem o prolateral basal. Metatarso III às vezes sem os ventrais

basais. Tíbia IV geralmente sem o ventral prolateral basal. Metatarso IV sem o ventral

retrolateral basal e espinhos látero-dorsais variáveis, geralmente em 3 pares, mas com

prolátero-dorsal às vezes ausentes e também espinhos das duas primeiras séries não

formando par.

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 09-12): Fêmur cerca de 2,5x mais longo que

largo. Tíbia bem mais curta que a patela, bem mais larga que longa e com o lóbulo

Page 54: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

43

prolátero-ventral apical diminuto, pouco marcado. Ambos os ramos da ART longos. O

ramo superior reto com a base larga e ápice achatado e curvado para baixo, o inferior

delgado mais esclerotinizado que o superior, conectado à base do superior quase em ângulo

reto, com a parte mediana paralela ao ramo superior, uma curva subapical para baixo e o

ápice mais fino, sem curvatura. Êmbolo com base não encoberta pelo címbio em visão

prolateral, alargada e com 2 carenas sinuosas. Parte mediana do êmbolo reta e afinando

abruptamente no ápice, que é bem agudo. Êmbolo em vista ventral mais curto que a largura

do subtégulo junto à base do êmbolo. Dutos espermáticos de calibre mediano, com 4

voltas, com as curvaturas superiores na mesma linha.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 13-14): Epígino com 2 fossetas copulatórias

grandes, quase circulares, com margens posterior e interna espessas e esclerotinizadas,

separadas entre si por menos da metade de seu diâmetro. Entalhe da ART único, situado na

margem posterior do epígino, com escavação interna única, curta, margeando todo o

entalhe. Genitália interna de pequeno tamanho ocupando a área junto à margem externa

das fossetas e distantes do entalhe. Dutos da espermateca curtos, de calibre fino, dirigindo-

se dorsalmente e externamente após o átrio, depois fazendo uma curva em direção ventral,

e formando uma meia volta em torno da espermateca, cujo calibre é apenas um pouco

maior que o dos dutos.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelo claro ou castanho avermelhado.

Região cefálica esbranquiçada, com a mancha central castanho escura (às vezes indistinta).

Manchas inclinadas podendo confundir-se com as manchas dos OLP. Faixa marginal do

cefalotórax castanho escura, às vezes quase negra, começando na altura dos OLP e

seguindo por toda borda posterior. Pêlos negros recobrindo as manchas inclinadas junto à

margem posterior dos OLP. Clípeo castanho.

Quelíceras castanho escuras com o ápice mais claro no terço distal. Lábio castanho

Page 55: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

44

claro ou amarelado. Palpo com fêmur amarelado e o restante castanho claro.

Abdome com o dorso podendo apresentar uma faixa longitudinal anterior mediana

de cor amarelo-acastanhado. Áreas laterais do dorso salpicadas de pontos negros dispersos

e dispostos grosso modo em duas linhas longitudinais. Alguns exemplares apresentam uma

faixa negra mal definida de cada lado sobre os pontos negros na região mediana e

posterior. Lados do abdome geralmente amarelados, com alguns pontos negros, mas alguns

exemplares apresentam uma faixa castanha mais larga anteriormente e que vai afinando em

direção posterior. Ventre variável, podendo ser unicolor ou com uma faixa enegrecida

mediana, de largura variável. Base das fiandeiras anteriores às vezes enegrecida.

Pernas, às vezes, com os pares anteriores também pálidos. Coxas I-II com uma

faixa próximo ao ápice mais clara. Fêmur I castanho escuro, com uma área dorsal basal

castanha de tamanho variável, podendo estender-se até o ápice, e uma área ventral e

retrolateral basal castanha, podendo também estender-se até o ápice. Fêmur II semelhante

ao I, mas com áreas claras mais extensas. Fêmures III-IV com anel distal, mais extenso na

face prolátero-ventral da perna III. Patelas geralmente manchadas de castanho na face

dorsal. Tíbias I-II castanhas, com manchas mais escuras laterais e ventrais. Metatarsos I-II

geralmente castanhos, às vezes amarelados.

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas claramente separadas das

manchas circum-oculares. Quelíceras, pernas e abdome amarelados. Abdome com laterais

do dorso salpicadas de pontos negros dispersos, dispostos grosso modo em duas linhas

longitudinais e com faixas esbranquiçadas largas (formadas por manchas de guanina);

região mediana com uma faixa fina esbranquiçada recobrindo os lados do fólio.

OBSERVAÇÕES: Galiano (1963) considerou o único exemplar de T. germaini da

série tipo existente no MNHN, proveniente do estado de Mato Grosso, como o holótipo da

espécie. Ela encontrou ainda no mesmo tubo uma fêmea identificada por ela como T.

Page 56: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

45

pallida. Contudo, Simon afirma claramente na descrição original que a espécie era

procedente de Mato Grosso, Minas Gerais e Paraguai, mas os outros exemplares estão

provavelmente perdidos. Portanto, o exemplar de Mato Grosso deve ser considerado como

lectótipo.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, desde Amazonas e Rondônia até o Rio Grande do Sul,

Bolívia e Argentina (provavelmente também no Paraguai).

MATERIAL EXAMINADO: ARGENTINA: Corrientes: Ituzaingó. X.1981.

Fritz, M. (1 m. MACN); Misiones: Iguazú. XII.1948. Birabén, Max col. (1 m. MACN);

Puerto Bemberg. XI.1948. Birabén, Max col. (1 m, 1 f, 1 j. MACN); Puerto Bemberg,

Yacú-Poi. 11.II.1950. Cranwell, J.C. et al. col. (1 f. MACN 03033); San Javier. XI.1948.

Birabén, Max col. (3 m, 3 f. MACN); BOLÍVIA: La Paz: Río Huarinilla, próximo de

Coroico. VIII.1993. Brescovit, A. D. col. (1 m. MCN 23918); BRASIL: Amazonas:

Humaitá. 26.II.976. Caramaschi, U. col. Margem direita do Rio Madeira. (1 m. HEMS);

Goiás: Minaçu, Usina Hidrelétrica Serra da Mesa. 18-30.XI.1996. Bonaldo, A. B. &

Moura, L. col. (1 m. MCN 27918, 1 f. MCN 27919); idem, 9-20.XII.1996. Franceschini, A.

col. (1 m. MCN 28033); Mato Grosso: Barra dos Bugres. X.1987. Cerruti, Alberto. col. (1

m, 1 j. MNRJ 10133); Pantanal. 04-10.VIII.1992. Lise, A. A. & Braul Jr., A. col. (1 f.

MCNP 02266); Mato Grosso do Sul: Corumbá, Passo do Lontra. VII.1999. Brescovit, A.

D. et al. col. Capões. (1 f. IBUSP 23945); Paranaíba. VIII.1983. Silva, R. R. col. (1 f.

IBUSP 06771); Minas Gerais: Estação ecológica da UFMG, 930 m, 19º 30' S 43º 48' W.

03.II.2000. Álvares, E. S. S. col. (2 f. UFMG 00103); idem, 10.IX.2000. Álvares, E. S. S.

& Machado, O. col. (1 m, 1 f. UFMG); Prudente de Morais, 830 m, 19º 30' S 44º 07' W.

10-23.I.2001. Álvares, E. S. S. col. Área de cerrado, coleta com batedor, vegetação. (1 m, 1

f. UFMG 00392); 01.VII.2000. Álvares, E. S. S. col. Área de cerrado. (1 f. UFMG 00402);

Santana do Riacho, Parque Nacional da Serra do Cipó, Travessão, 1.100 m, 19º 20' S 43º

Page 57: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

46

31' W. 10-14.II.2001. Álvares, E. S. S. & Machado, O. col. Campo rupestre. (1 f. UFMG

00518. 1 m. UFMG); Parque Nacional da Serra do Cipó, Travessão, Vale do Rio do Peixe,

900 m, 19º 20' S 43º 31' W. 29.IV.2001. Álvares, E. S. S. & Machado, O. col. Mata. (1 m.

UFMG 00968); Pará: Chap. col. (1 f Milwaukee Public Museum); Paraná: Foz do Iguaçu,

Refúgio Biológico de Bela Vista. 17.III.1991. Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 20979); idem,

09-11.XI.1991. Bonaldo, A. B. col. (1 m. MCN 21697A); Santa Helena, Refúgio Biológico

Santa Helena. 21.III.1991. Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 20964); idem, 2-16.XI.1991.

Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 21735A); Rondônia: Porto Velho. 15.IV.1996. Equipe

IBSP/SMNK. col. (1 f. IBUSP 16147); Porto Velho, Abunã. (1 f. MNRJ 03505 ); São

Paulo: Botucatu. 12.III.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. Cerradão. (1 f., 1 j.

HEMS 00206); 01.XII.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. Cerradão. (1 m. HEMS

00208 ); Botucatu, Rubião Júnior. 20.IV.1964. Mantovan, A. col. (1 m. HEMS 00218);

14.III.1969. Jesus, V. C. col. (1 f. HEMS 00219); Estação Ecológica de Mogi-Guaçu.

11.II.1981. Lopes, B. C. col. Predando ninfa de homóptero. (1 f. HEMS 00216); Itu,

Fazenda Pau d'alho. XI.1961. Kloss, Martins & Silva col. (1 m. MZUSP 14489); Rio

Claro. 1942. Pereira, Padre F. S. col. (1 m. MZUSP 00295, 1 f. MZUSP 03537, 2 f.

MZUSP 03538); XII.1942. Pereira, Padre F. S. col. (1 m. MZUSP 09258. 1 f. MZUSP

14490); São Paulo, IX.2000. (1 m, 1 j. UFMG); Ubatuba. 18.II.1995. Santos, A. J. col. (1 f,

1 j. UFMG 01251); Usina Hidrelétrica Três Irmãos. IX.1990. Bertani, R. col. (1 f. IBUSP

04833).

REGISTROS DA LITERATURA: ARGENTINA: Misiones: San Ignacio

[Mello-Leitão, 1945 det., MLP]; BRASIL: Pernambuco: [Mello-Leitão, 1943, MNRJ];

Rio de Janeiro: [Mello-Leitão, 1943, MNRJ]; Rio Grande do Sul: [Mello-Leitão, 1943,

MNRJ].

Page 58: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

47

4.4.b. Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917.

Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917: 132 t fig. 4.

Thiodina punctulata Mello-Leitão, 1917: 133, fig. 9. sin. n. !

T. pallida: Mello-Leitão, 1949: 19 (identificação errônea).

T. m.: Roewer, 1955: 977.

T. p.: Roewer, 1955: 978.

T. m.: Bonnet, 1959: 4564.

T. p.: Bonnet, 1959: 4564.

T. m.: Galiano 1981: 15.

T. p.: Galiano, 1981: 15; 1991: 209.

(Figs. 15-22, 62)

TIPOS: BRASIL: Rio de Janeiro: Piraí, Pinheiral [Pinheiro]. C. Devoto col. [T.

melanogaster: 1 lectótipo macho designado por Galiano, 1981, MNRJ 13891 (ex 1163)];

idem [T. melanogaster: 2 paralectótipos machos designados por Galiano, 1981, MNRJ s/n

(ex 1163), perdidos]; idem, Mello-Leitão col. [Thiodina punctulata: 2 síntipos fêmeas,

MNRJ 01140]; Nova Iguaçu. H. Blanc de Freitas col. [T. melanogaster: 1 paralectótipo

macho, MNRJ s/n, perdido]; idem, H. Blanc de Freitas col. [T. punctulata: 1 síntipo jovem,

MNRJ s/n, perdido].

SINONÍMIA: As espécies T. melanogaster e T. punctulata foram descritas por

Mello-Leitão no mesmo trabalho, com a mesma localidade-tipo. T. melanogaster foi

descrita com base em um holótipo macho, enquanto a espécie T. punctulata era conhecida

somente por fêmeas. Foram encontrados 6 lotes de localidades distintas com exemplares

machos da espécie T. melanogaster associados a fêmeas da espécie T. punctulata. Em

Page 59: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

48

algumas dessas localidades, apenas essa espécie de Thiodina é encontrada. O limite da

distribuição geográfica de machos e fêmeas também é coincidente. Com base nesses dados,

concluímos que essas espécies são sinônimas.

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. vaccula. Os machos de ambas as espécies

apresentam o ângulo entre os ramos da ART de quase 90o, formando um “L”, ramo

superior da ART cilíndrico, longo e com ápice expandido, ramo inferior da ART curto,

terminando em ponta curva. T. melanogaster apresenta o ramo superior da ART pouco

curvado e com o ápice mais dilatado; o ápice do ramo inferior da ART é muito recurvo,

formando um ‘S’ pronunciado, semelhante a um gancho. A base do êmbolo entre essas

espécies também é bem diferenciada, já que em T. vaccula ela é dilatada em fita larga, mas

possui um calibre normal na presente espécie. Os machos de T. melanogaster apresentam

uma reduzida faixa castanho escura na margem do cefalotórax e pontos negros dispersos

no abdome, enquanto na espécie relacionada a faixa marginal no cefalotórax é bastante

ampla e os pontos negros estão ausentes. Os epíginos das duas espécies apresentam ductos

da espermateca com trajetória semelhante. T. melanogaster possui uma carena transversal

entre as fossetas copulatórias, que divide um grande escudo esclerotinizado em duas áreas

côncavas na região anterior a essas fossetas. Os entalhes em T. melanogaster são mais

longos no ápice e mais pontudos, enquanto em T. vaccula os entalhes são mais curtos e

arredondados (Figs. 21, 50). As fêmeas de T. melanogaster possuem a região cefálica com

manchas inclinadas claramente separadas dos olhos posteriores e o abdome com pontos

negros dispostos, grosso modo, em quatro linhas longitudinais, enquanto na espécie

relacionada as manchas cefálicas e os pontos negros no abdome estão ausentes.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho da série tipo de T. melanogaster

(segundo Mello-Leitão): 6,3. Machos (n=7): 6,4 (5,9-7,1). Fêmea síntipo de T. punctulata

(segundo Mello-Leitão): 8,0. Fêmeas (n=6): 7,5 (6,4-9,2).

Page 60: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

49

CEFALOTÓRAX: Macho da série tipo de T. melanogaster (segundo Mello-

Leitão): Comprimento 2,7, largura 2,3. Machos (n=7): comprimento 2,8 (2,6-3,0), largura

2,3 (2,1-2,5). Fêmea síntipo de T. punctulata (segundo Mello-Leitão): 3,1, largura 2,6.

Fêmeas (n=6): comprimento 3,0 (2,6-3,4), largura 2,5 (2,2-2,8). Olhos: Diâmetro dos

OMA pouco maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular:

subquadrado. Clípeo: aproximadamente a metade do diâmetro dos OMA e glabro nos

machos, cerca de 2/5 do diâmetro dos OMA e com muitos pelos finos, longos,

esbranquiçados e reclinados nas fêmeas. Quelíceras: Machos: Comprimento cerca de 2,5

vezes mais longo que largo. Superfície anterior achatada transversalmente, côncava na

região interna próxima aos dentes. Promargem do sulco da garra geralmente com 3 dentes

contíguos (o mediano ou antepenúltimo maior), às vezes existe um dentículo adicional

distal. Retromargem com dois pequenos dentes contíguos ou com apenas 1 dente. Fêmeas:

Promargem do sulco da garra geralmente com 3 dentes, às vezes 4 (o mediano ou

antepenúltimo maior), retromargem com 1 ou 2 pequenos contíguos (raramente 3 dentes

contíguos com 1 diminuto).

ABDOME: Comprimento: Macho da série tipo de T. melanogaster (segundo

Mello-Leitão): 2,9. Machos (n=7): 3,7 (3,3-4,1). Fêmea síntipo de T. punctulata (segundo

Mello-Leitão): 4,6. Fêmeas (n=6): 4,4 (3,6-5,8).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Machos (n=6): 1,8 (1,6-2,1). Fêmeas (n=5): 1,6

(1,3-2,0). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 4x o dos

bulbos basais nos machos e 5x nas fêmeas. Espineação: Machos: Perna I: Patela com

espinho retrolateral geralmente ausente. Tíbia sem espinhos prolátero-dorsal ou prolateral,

com 1 par ventral no final do terço médio e outro próximo à margem apical (o espinho

prolateral maior e inserido mais basalmente). Perna II: semelhante à perna I, mas o fêmur

com 1 prolateral e 1 retrolateral no final do terço médio adicionais e 1 retrolateral apical, a

Page 61: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

50

patela com espinho retrolateral geralmente presente e a tíbia com 1 prolateral no início do

terço distal e 1 ventral ímpar situado na linha mediana no final do terço médio e outro no

meio do terço basal do artículo. Perna III: Fêmur semelhante à perna II. Tíbia sem

espinho dorsal basal ou muito raramente presente, 1 par lateral no meio do terço basal e

outro no início do terço distal, 1 ventral prolateral no final do terço basal e 1 par ventral

próximo à margem apical. Metatarso com 1 par látero-dorsal no terço basal e outro no

terço distal, 1 par látero-ventral apical, inserido ao lado do par ventral apical, 1 par ventral

no final do terço basal do artículo (o prolateral inserido mais basalmente) e outro próximo

à margem apical. Os espinhos apicais formam um verticilo. Perna IV: semelhante à perna

III, mas o metatarso sem o retrolátero-dorsal no terço basal, com 1 par látero-dorsal

adicional no início do terço médio e sem o ventral retrolateral no final do terço basal.

Fêmeas: Na tíbia I, além dos 2 espinhos ventrais prolaterais normais, existe apenas 1

espinho ventral retrolateral diminuto no final do terço médio (às vezes faltam ambos os

espinhos ventrais retrolaterais, raramente o ventral retrolateral apical, diminuto, pode estar

presente). Na tíbia II, faltam os espinhos prolateral e ventrais situados na linha mediana

(raramente aquele situado no final do terço médio presente) e o ventral prolateral no final

do terço médio (raramente presente), às vezes todos os ventrais ausentes. Fêmur III sem

espinhos retrolateral e retrolátero-dorsais (o espinho retrolátero-dorsal apical pode estar

presente). Tíbia III geralmente sem os prolaterais dos terços basal e médio e sem o ventral

retrolateral. Metatarso III às vezes sem o ventral basal. Fêmur IV com apenas os 3

espinhos dorsais e 1 retrolátero-dorsal apical (raramente um prolátero-dorsal apical). Tíbia

IV às vezes sem o prolateral basal (raramente sem o prolateral apical)e sem o ventral basal.

Metatarso IV sem o prolátero-dorsal.

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 17-20): Fêmur raramente com um espinho

dorsal adicional apical, deslocado para o centro. Tíbia bem mais curta que a patela, bem

Page 62: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

51

mais larga que longa e com o lóbulo prolátero-ventral apical robusto e rombo. Ambos os

ramos da ART longos. O ramo superior reto, com o ápice mais largo, com uma expansão

dorsal romba, transversal, dirigida para dentro, alcançando quase o meio do tarso. Ramo

inferior da ART delgado, conectado à base do ramo superior em um ângulo aproximado de

450, com uma acentuada curva em “S” subapical, formando um gancho, afilando em

direção ao ápice, que é mais esclerotinizado que o do ramo superior. Êmbolo apical

filiforme, reto, com base não encoberta pelo címbio em visão prolateral, sem carenas, com

parte mediana sinuosa e afinando regularmente em direção ao ápice, que é bem fino.

Êmbolo em vista ventral mais longo que a largura do subtégulo junto à base do êmbolo.

Dutos espermáticos de calibre fino, com 4 voltas, separadas entre si na parte inferior.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 21-22): Epígino com 2 fossetas copulatórias de

tamanho mediano, oblongas, separadas entre si por mais da metade de seu comprimento,

com margem posterior mais esclerotinizada. Uma carena mediana pouco elevada separa as

2 fossetas e divide um grande escudo côncavo, oblongo ou cordiforme, anterior às fossetas,

em 2 campos. Entalhes situados na margem posterior do epígino, unidos por uma carena

esclerotinizada longa, cuja parte mediana é geralmente côncava e cujas laterais geralmente

projetam-se sobre o sulco epigástrico. Escavação interna do entalhe pequena, de

comprimento variável, geralmente mais longa que larga, mas podendo ser tão larga quanto

longa. Genitália interna de porte grande, ocupando a área interna ao entalhe. Dutos da

espermateca de calibre grosso, originando-se do lado interno do átrio e dirigindo-se

dorsalmente e externamente até o nível do entalhe, fazendo então uma curva ventral e

retornando até próximo ao átrio, onde curva-se dorsalmente e então externamente, ligando-

se à espermateca, a qual possui calibre semelhante ao dos dutos, em posição transversal e

dirigindo-se externamente, passando por dentro da volta inicial dos dutos.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelo-claro ou castanho avermelhado.

Page 63: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

52

Região cefálica esbranquiçada, com a mancha central castanho escura ou enegrecida (às

vezes indistinta). Zona superciliar dos OMA negra nos machos e às vezes mais clara nas

fêmeas. Manchas inclinadas podendo confundir-se com as manchas dos OLP e com a

mancha escura central. Faixa marginal do cefalotórax estreita, castanho escura, às vezes

enegrecida, limitada à borda posterior e aos extremos posteriores das laterais do

cefalotórax (às vezes essa faixa é muito reduzida). Pêlos negros recobrindo as manchas

inclinadas e junto dos OLP. Clípeo castanho.

Quelíceras amareladas, com as carenas mais escuras. Lábio castanho claro ou

amarelado. Palpos amarelados.

Abdome com o dorso podendo apresentar uma faixa longitudinal anterior mediana

de cor amarelo acastanhada. Borda anterior enegrecida em alguns exemplares melânicos.

Áreas laterais do dorso salpicadas de pontos negros dispersos, dispostos grosso modo em

duas linhas longitudinais. Alguns exemplares apresentam uma faixa enegrecida mal

definida de cada lado sobre os pontos negros na região média e posterior. Lados do

abdome geralmente esbranquiçados, com alguns pontos negros, mas alguns exemplares

apresentam uma faixa castanha mais larga anteriormente e que vai afinando em direção

posterior. Ventre com uma faixa enegrecida mediana mais larga atrás, de extensão

variável, podendo não atingir a região epigástrica.

Pernas amarelo pálidas. Fêmures I-II amarelados com um anel apical castanho.

Fêmures III-IV com anel distal mais curto ou inexistente. Membrana articular entre o

fêmur e a patela de todas as pernas com um anel negro na face ventral, mas pernas

posteriores com anéis menores e, às vezes, inexistentes. Patelas geralmente manchadas de

castanho na face dorsal. Tíbias I-II castanhas, com faces laterais e ventrais mais escuras.

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas e mancha central claramente

separadas das manchas circum-oculares. Quelíceras, pernas e abdome amarelados.

Page 64: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

53

Abdome com as laterais do dorso salpicadas de pontos negros dispersos, em quantidade

variável, dispostos grosso modo em duas linhas longitudinais e com faixas esbranquiçadas

largas (formadas por manchas de guanina); região mediana com uma faixa fina

esbranquiçada, recobrindo os lados do fólio. Pontos negros na região mediana posterior do

ventre em alguns espécimes. Manchas negras estreitas próximo à base das fiandeiras.

OBSERVAÇÕES: Um dos machos (Argentina: Santiago del Estero, MACN)

apresenta uma clara anomalia de desenvolvimento, apresentando várias características de

fêmeas, como a coloração mais clara, o menor comprimento das tíbias e a espineação

reduzida.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, do Amapá ao Rio Grande do Sul, Argentina, Uruguai e

Bolívia.

MATERIAL EXAMINADO: ARGENTINA: Buenos Aires: Delta do Paraná.

16.XII.1924. Daguerre, Jan col. (1 m. MACN); Florêncio Varela. XII.1939. Monros col. (1

f. MACN); Las Conchas. 5.XII.1914. Frers, Arturo G. col. (1 m. MACN 00126); Martínez.

17.XII.1918. Frers, Arturo G. col. (1 m. MACN 37055); Punta Lara. IX.1972. Galiano, M.

E. col. (1 m. MACN); San Isidro. XII.1959. Martinez, A. col. col. 1 f. MACN); San Pedro.

27.XII.1913. Frers, Arturo G. col. (1 f. MACN 00140); Tigre, Paraná de Las Palmas.

08.I.1952. Orfila, De Carlo & D'Amico-Viana col. (1 f. MACN); Zelaya. XII.1938.

Hepper, H. col. (1 f. MACN 00691); Entre-Ríos: Gualeguaychú - Ñandubayzal. XII.1981.

Zanetic, A. (1 f. MACN); Misiones: Corrientes. 21-30.VI.1989. Projeto GARABI col. (1 f.

MCNP 00674); San Javier. XII.1948. Birabén, Max col. (1 m. 1 f. T. vaccula: Galiano det.

MACN); San Javier. XII.1948. Birabén, Max col. (1 m. MACN); Salta: El Tabacal. VI-

VII.1933. Daguerre, Jan et al. col. (1 f. 1 j. MACN 33488); Tartagal. 27.II-10.III.1961.

Bachmann col. (1 m. T. vaccula: Galiano det. MACN 05238); Santa Fé: Garay, Colonia

Macias. XI.1942. Viana, J. col. (1 f. 1 j. MACN 01368); Santiago del Estero: Parque

Page 65: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

54

Aguirre. 19.IX.1963. Havrylenko col. Sobre "lecheron", em proximidade de galhas de

Psyllidae. (1 m. MACN); BOLÍVIA: Cochabamba: Chaparé, Cristal Mayo, 800-1000 m.

II.1971. Martinez, A. col. (1 m. MACN); BRASIL: Amazonas: Humaitá. Margem direita

do Rio Madeira. 26.II.976. Caramaschi, U. col. (1 m. HEMS 00226); Amapá: Macapá.

3.IV.1980. Oliveira, E. L. col. Coleta de exaustão. (3 m. 1 f. MNRJ s/n); Bahia: VIII.1980.

Nunes, T. B. col. (1 m. IBUSP 04805); Espírito Santo: Rio São José 13.IX.1942. Soares,

B. A. M. col. (1 m. MZUSP 19658); Goiás: São Domingos. VIII.2000. Rheims, C. A. col.

(1 f. IBUSP 26305); Mato Grosso: Rio Koluene (foz), Xingu. Carvalho, J. C. de M. col. (1

m. Thiodina pallida: Mello-Leitão det., 1949. MNRJ 02985); Mato Grosso do Sul:

Campo Grande 08.IV.1984. Bento, M. F. col. (1 m. IBUSP 20964); Miranda, Pousada

Caiman. 06.V.1991. Meyer, A. C. col. (1 m. MCN 21015; 1 f. MCN 21016); Paranaíba.

1983. Silva, R. R. col. (1 f. IBUSP 06792); Minas Gerais: (1 m. UFMG); Pernambuco:

Moreno, Bonança [Tapera]. Pickel, Bento. col. (1 m. MNRJ 01145; 1 m. MNRJ 14053);

Rio de Janeiro:Bom Jesus do Itabapoana, Usina hidrelétrica de Rosal. XI.1999. Knysak, I.

col. (1 f. IBUSP 26439 ); Niterói. Mello-Leitão, C. F. de col. (1 m. MNRJ 01179); Niterói.

10.XII.1986. Baptista, R. L. C. col. (1 m. MNRJ s/n, ex CRB 1269); Rio de Janeiro, Ilha

do Fundão, UFRJ. 3.VI.1987. Baptista, R. L. C. col. (1 f. 2 j. MNRJ s/n, ex CRB 1932);

Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, MNRJ. 31.IV.1986. Baptista, R. L. C. col. (1 m.

MNRJ s/n, ex CRB 0234); Rio Grande do Norte: Canguaretama. 02.XII.1951. Alvarenga,

M. col. (1 f. MZUSP 19667); Rio Grande do Sul. Canoas. 14.XI.1990. Marques, M. A. L.

col. (1 m. MCN 20103); idem. 14.XI.1990. Becker, C. J. col. (1 m., 1 f. MCN 20116);

idem. 13.XII.1990. Becker, C. J. col. (2 m., 1 f. MCN 20144; 1 m. MCN 20189); Dom

Feliciano, Fazenda Chapada. 18-19.III.2000. Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 32219);

Eldorado do Sul, Parque Estadual Delta do Jacuí, Fazenda São José. 12.X.1998. Moura, L.

col. (1 m. MCN 30135); Eldorado do Sul, Parque Estadual Delta do Jacuí, Ilha das Garças.

Page 66: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

55

25.XI.1998. Barros, M. P. col. (1 m. MCN 30087); Guaíba. 25.XII. 1988. Bonaldo, A. B.

col. (1 f. MCN 17989); idem. 29.X.1994. Laboratório de Aracnologia col. (5 m. 1 f. 2 j.

MCNP 05754; 1 f. 2 j. MCNP 05755); Guaíba, Fazenda São Maximiano. 05.XI.1995.

Laboratório de Aracnologia col. (1 f. MCNP 07397); Montenegro. 17.XI.1977. Tavares,

Mello-Leitão, C. F. de col. (1 m. MCN 07289); Porto Alegre. 25.XI.1993. Xavier, E. col.

(1 f. MCN 01790); idem. 09.XII.1983. Brescovit, A. D. col. (1 f. MCN 11871); idem.

27.XI.1993. Braul Jr., A. col. (1 m. MCNP 04504); Santa Cruz do Sul. 06.III.1994. Ott, R.

col. (1 f. MCNP 06614A); Santa Maria. 02.XI.1985. Brescovit, A. D. col. (1 f. MCN

14600); São Borja, Garruchos. 08.XI.1979. Lise, A. A. col. (1 f. MCN 08747); São

Francisco de Paula. 21-24.III.1995. Ott, R. col. (1 m. MCNP 10413); São Sepé.

12.XI.1985. Bittencourt, V. col. (1 m. 1 f. MCN 15307); Taquara, Igrejinha. 19.X.1967.

Biasi, P. col. (1 m. MZUSP 19671); Triunfo. 27.X.1977. Bischoff, H. col. (1 m. MCN

07017); idem. 28.XI.1989. Marques, M. A. L. col. (3 m. 2 f. MCN 19003); idem. 25.I.

1990. Moura, L. col. (1 f. MCN 19407); idem. 21.III.2000. Buckup, E. H. col. (1 f. MCN

32255); Viamão. 25.X.1994. Laboratório de Aracnologia col. (1 m. MCNP 05783);

Viamão, Itapuã, Morro da Fortaleza. 21-22.XI.1992. Braul Jr., A. col. (1 m. MCNP

02635); São Paulo: Avaré. 14.IX.1974. Lane, F. col. (1 m. MZUSP 19680); Botucatu.

06.X.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. Plantação de cana de açúcar. (1 m. HEMS

00210 ); idem. 09.IX.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. Cerradão. (1 m. HEMS

00211 ); idem. Ribeiro, Luciano col. (apenas palpo de macho. HEMS 00215); Botucatu,

Rubião Júnior. 20.XII.1978. Carneiro, N. col. (1 f. HEMS 00220); idem. 20.IV.1964.

Mantovan, A. col. (1 m. HEMS s/n); Caraguatatuba. 22.V- 1.VI.1962. Expedição

Departamento de Zoologia col. (1 f. MZUSP 19683); Bebedouro. 16.VII. Ribeiro, Luciano

col. (1 m. HEMS 00214); Usina Hidrelétrica Três Irmãos. X.1990. Costa & Bertim col. (1

f. IBUSP 04812 ); Tocantins: Porto Nacional. 10-13.XI.1992. Dourado, J. col. 1 m., MCN

Page 67: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

56

22702); URUGUAI: Lavalleja: Arequita, Cerro Arequita. 5.XII.1997. Brescovit, A. D.

col. 1 m. IBUSP 14449); idem, Scioscia, C. col. 1 f. MACN.

4.4.c. Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846).

Alcmena pallida C. L. Koch, 1846: 179, fig. 1229; A. p.: C. L. Koch, 1851: 57.

Atta [Dendryphantes] pallida: Simon, 1864: 315.

Attus branickii Taczanowski, 1871: 94.

Maevia viridis Holmberg, 1876: 24.

Maevia stellifera Holmberg, 1876: 24.

Marpissa b.: Taczanowski, 1878: 327.

T. pallida: Simon, 1901a: 455, 457, fig. 522-525 [sinonímia de A. branickii];

Petrunkevitch, 1911: 712.

T. pallida: Mello-Leitão, 1941a: 191; 1941b: 300; 1943: 232 (maioria jovens não

identificáveis).

M. v.: Mello-Leitão , 1944: 321[= Thiodina pallida].

M. s.: Mello-Leitão , 1944: 321 [= Thiodina pallida].

T. p.: Mello- Leitão, 1944: 320; Crane 1945: 35, fig. 2 (identificação errônea, espécie não

descrita); Mello-Leitão, 1945: 226; 1946: 50; 1947a: 32 (citação duvidosa, material

perdido); 1947b: 303; Caporiacco, 1948: 705 [reval. T. branickii]; Mello-Leitão, 1948: 194

(citação duvidosa, material perdido); 1949: 19 (identificação errônea, ver T.

melanogaster); Caporiacco, 1954: 149, fig. 47; Roewer, 1955: 978; Bonnet, 1959: 4564;

Platnick, 1993: 817; 1997: 945.

(Figs. 23-29, 60)

Page 68: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

57

TIPOS: BRASIL: Pará [∗1 holótipo macho, Zoologisches Staatssammlung

München, destruído].

SINONÍMIA: O holótipo macho descrito por Koch era proveniente do Pará, mas

foi destruído, juntamente com o restante da coleção de Munique, durante a Segunda Guerra

Mundial. A identidade de T. pallida sempre foi duvidosa, devido à destruição do tipo e à

parca descrição original, o que permite que qualquer das espécies amazônicas de Thiodina

possa ser atribuída à espécie de Koch. O nome T. pallida foi atribuído a pelo menos 3

espécies diferentes, dependendo do autor: T. melanogaster (Mello-Leitão, 1949), uma

espécie não descrita da Guiana e da Venezuela (Crane, 1945) e a espécie considerada nesta

dissertação como T. pallida (Caporiacco, 1948, 1954). A espécie ilustrada por Crane não

possui nenhuma ocorrência confirmada para o Brasil. T. melanogaster ocorre na região

amazônica brasileira, assim como T. pallida “sensu” Caporiacco. Outras espécies de

Thiodina, como T. germaini e T. vaccula também ocorrem na Amazônia brasileira. Na

ausência de qualquer caráter diagnóstico na descrição original, a fim de preservar a

nomenclatura e para evitar a sinonímia de espécies já descritas e bem definidas, T. pallida

“sensu” Caporiacco deverá ser fixada e redescrita como T. pallida “sensu stricto”, com a

designação de um neótipo (macho, IBUSP 17242, Manaus).

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. germaini. Os machos de T. pallida

apresentam o ramo inferior da ART mais robusto, mais esclerotinizado e com curvatura

distal mais acentuada que em T. germaini. O ramo superior da ART em T. pallida

apresenta uma constrição basal e formato de hemi-ráquis, contrastando com o formato

desse ramo em T. germaini. Assim como em T. germaini, o epígino da fêmea tem um

único entalhe da ART, mas em T. pallida o entalhe está muito mais próximo das fossetas

copulatórias que da margem posterior do epígino. As fossetas copulatórias são maiores,

com a margem mais esclerotinizada que em T. germaini, e geralmente tocam-se em sua

Page 69: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

58

borda lateral interna (podendo estar separadas, por no máximo, 1/3 do seu diâmetro),

diferentemente de T. germaini, onde as fossetas são mais separadas entre si. O êmbolo em

vista ventral em T. pallida é tão longo quanto a largura do subtégulo junto à base do

êmbolo, já em T. germaini ele é menor. O tarso do palpo é proporcionalmente mais longo

que na espécie relacionada. As fêmeas de T. pallida e T. germaini são as únicas a

possuírem apenas 1 entalhe posterior no epígino, situado na região mediana (Figs 13- 28).

Elas podem ser diferenciadas pela posição do entalhe junto à margem posterior em T.

germaini (Fig. 13) e mais próximo às fossetas copulatórias em T. pallida (Fig. 28). Embora

o padrão de cor seja semelhante em ambas espécies T. pallida normalmente apresenta as

manchas do cefalotórax menores e mais claras. O abdome dos machos não apresenta o

padrão de cor variado como em T. germaini, sendo em geral amarelo pálido com uma faixa

acastanhada mediana sobre o fólio, separando duas faixas longitudinais estreitas amarelo

esbranquiçadas, que são cobertas por pêlos amarelo pálidos.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho holótipo de T. pallida (segundo C. L.

Koch, 1846): 6,3. Machos (n=5): 6,3 (5,4-7,3). Fêmeas (n=5): 7,0 (6,4-8,7).

CEFALOTÓRAX: Machos (n=5): comprimento 2,5 (2,3-3,0), largura 2,3 (1,9-

2,6). Fêmeas (n=5): comprimento 2,8 (2,6-3,0), largura 2,4 (2,2-2,9). Olhos: Diâmetro dos

OMA maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular: tão largo na região

anterior quanto na posterior ou região posterior minimamente mais larga que a anterior.

Clípeo: aproximadamente 1/3 do diâmetro dos OMA e glabro tanto nas fêmeas quanto nos

machos Quelíceras: Machos: Comprimento cerca de 2 vezes mais longo que largo.

Superfície anterior achatada transversalmente com a região lateral basal bem inclinada.

Promargem do sulco da garra geralmente com 4 dentes contíguos (podendo apresentar 3

dentes), com tamanhos variáveis (aproximadamente do mesmo tamanho, com o mediano

ou antepenúltimo pouco maior ou com os dois dentes mais próximos à base da garra da

Page 70: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

59

quelícera diminutos), retromargem variável, geralmente com 2 dentes contíguos de mesmo

tamanho (às vezes 3 dentes com o primeiro diminuto, ou apenas 1 dente muito reduzido.

Fêmeas: Promargem do sulco da garra geralmente com 4 dentes contíguos (antepenúltimo

e o último maiores), às vezes 3 (o mediano maior), retromargem com 2 dentes pequenos e

contíguos, às vezes 3 dentes reduzidos.

ABDOME: Comprimento: Machos (n=5): 3,6 (3,1-4,3). Fêmeas (n=5): 4,1 (3,6-

5,7).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Machos (n=5): 1,8 (1,4-2,2). Fêmeas (n=5): 1,3

(1,3-1,4). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 5x o dos

bulbos basais nos machos e 6x nas fêmeas. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur às vezes

com 1 retrolátero-dorsal diminuto no final do terço médio. Patela com espinho retrolateral

às vezes ausente. Tíbia com 1 prolátero-dorsal no final do terço basal (às vezes ausente), 1

par ventral no final do terço médio e outro próximo à margem apical (às vezes os

prolaterais inseridos mais basalmente). Perna II: semelhante à perna I, mas a tíbia com 1

ventral prolateral ímpar no terço basal (às vezes ausente), 1 ventral ímpar situado na linha

mediana no final do terço basal e outro no final do terço médio. Perna III: Trocânter

raramente com 1 dorsal apical. Fêmur com 1 dorsal na metade do artículo (às vezes

ausente), outro no início do terço distal e outro apical, 1 prolateral apical, 1 prolátero-

dorsal apical, raramente 1 menor prolateral no início do terço distal, 1 retrolátero-dorsal

apical (menor que o prolátero-dorsal), 1 retrolateral apical e outro no início do terço distal.

Tíbia com 1 dorsal basal, 1 par lateral no meio do terço basal (o prolateral deslocado

basalmente), outro no início do terço médio e outro no final do terço médio, 1 par ventral

no final do terço basal (o prolateral inserido mais basalmente). Metatarso com 1 par látero-

dorsal no terço basal e outro no terço distal, 1 par ventral no final do terço basal do artículo

(o prolateral inserido mais basalmente) e outro próximo à margem apical, 1 par látero-

Page 71: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

60

ventral apical, inserido ao lado do par ventral apical. Os espinhos apicais formam um

verticilo. Perna IV: Fêmur com 1 dorsal no terço basal, outro no final do terço médio e

outro apical, 1 prolateral apical (inserido mais basalmente que o dorsal e o prolátero-dorsal

apicais), 1 prolátero-dorsal apical, 1 retrolátero-dorsal apical, 1 retrolateral apical (inserido

basalmente às vezes ausente). Patela, tíbia e metatarso semelhantes à perna III, mas a tíbia

com apenas 1 ventral prolateral no final do terço basal e o metatarso com 1 par látero-

dorsal adicional no início do terço médio (raramente somente sem o retrolateral do par de

espinhos do terço médio), sem o retrolátero-ventral no final do terço basal (ou ausente de

ambos os lados) e raramente sem o retrolátero-dorsal basal. Fêmeas: Fêmur I sem o

retrolátero-dorsal no final do terço médio. Na tíbia I-II, falta o espinho prolátero-dorsal. Na

tíbia II, faltam os espinhos ventrais situados na linha mediana. Trocânter III sem espinho

dorsal apical. Fêmur III sem 1 dorsal na metade do artículo e outro no início do terço

distal, geralmente com 1 prolateral no início do terço distal e sem 1 retrolateral apical e

outro no início do terço distal. Tíbia III sem o dorsal basal, sem o prolateral basal.

Metatarso III sem o prolateral ou o retrolateral do par basal ventral. Fêmur IV sem 1 dorsal

apical e às vezes sem o dorsal no final do terço médio, sem 1 prolateral apical e sem 1

retrolateral apical. Tíbia IV sem o dorsal basal, 1 prolátero-dorsal do meio do terço basal e

sem o ventral basal. Metatarso IV sem o prolátero-dorsal basal, raramente sem o prolátero-

dorsal do terço médio, sem 1 par ventral no final do terço basal do artículo e o par látero-

ventral apical nem sempre inserido ao lado do par ventral apical.

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 25-27): Tíbia bem mais curta que a patela,

bem mais larga que longa e sem o lóbulo prolátero-ventral apical. Ambos os ramos da

ART longos. O ramo superior muito robusto, pouco esclerotinizado, com uma constrição

basal e formato de hemi-ráquis, o inferior delgado, mais esclerotinizado que o superior,

conectado à base do superior quase em ângulo reto, com a parte mediana paralela ao ramo

Page 72: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

61

superior, com uma curvatura acentuada apical para baixo e ápice em ponta romba. Êmbolo

com base um pouco engrossada, apenas um pouco encoberta pelo címbio em visão

prolateral, e com 2 carenas sinuosas bem próximas à base e uma outra um pouco mais

distal e pouco perceptível. Parte mediana do êmbolo curvada e afinando gradativamente

até o ápice, que é bem agudo. Êmbolo em vista ventral tão longo quanto a largura do

subtégulo junto à base do êmbolo. Dutos espermáticos de calibre mediano, com 4 voltas,

com as curvaturas superiores das duas voltas próximo ao êmbolo situadas em um nível

mais alto que as outras duas.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 28-29): Epígino com 2 fossetas copulatórias

grandes, quase circulares, com margens espessas e esclerotinizadas. Em sua margem

externa, a fosseta apresenta um sulco profundo, separando um prolongamento rombo da

margem posterior de uma concavidade da margem anterior, cuja extremidade interna é

prolongada em um lóbulo vertical bem esclerotinizado, projetando-se dorsalmente. As

margens das fossetas tocam-se ou quase em sua borda lateral interna (podendo estar

separadas, por no máximo, 1/5 do seu diâmetro). Entalhe da ART único, situado junto às

fossetas copulatórias e bem distante da margem posterior do epígino; com escavação

interna em forma de sino, longa, margeando todo o entalhe (às vezes escavação interna

claramente bífida e mais curta). Genitália interna de pequeno tamanho, porém maior que

em T. germaini, ocupando a área abaixo da região mediana das fossetas e com

extremidades do entalhe quase superpostas à volta interna dos dutos. Dutos da espermateca

curtos, de calibre mediano, dirigindo-se dorsalmente e um pouco externamente após o

átrio, depois fazendo uma curva em direção ventral, e formando uma meia volta em torno

da espermateca, cujo calibre é apenas um pouco maior que o dos dutos.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelo acastanhado ou castanho

avermelhado. Margens internas do quadrângulo ocular esbranquiçadas. Área central do

Page 73: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

62

quadrângulo ocular da mesma cor que a região torácica, sem manchas de guanina e às

vezes com a mancha central castanho escura indistinta. As manchas inclinadas geralmente

confundem-se com as manchas dos OLP. Faixa marginal do cefalotórax castanho escuro

ou negra. Sem pêlos plumosos esbranquiçados próximo ao bordo externo dos OMP e OLP,

sem a zona retangular de pêlos brancos plumosos e sem pêlos negros recobrindo as

manchas inclinadas e junto dos OLP. Clípeo castanho.

Quelíceras castanho claras ou castanho escuras, com a região próxima à borda

externa e o terço distal mais claros. Lábio castanho claro ou amarelado. Esterno amarelado

ou castanho claro. Palpo com fêmur amarelo e o restante castanho claro.

Pernas castanho claras ou amarelo-pálidas. Em alguns exemplares, os pares

anteriores apresentam uma coloração semelhante à dos posteriores. Coxas I-II com uma

faixa mais clara próximo ao ápice. Fêmur I-III castanho claro, com o terço distal mais

escuro no dorso e ainda mais escuro nas laterais. Fêmur IV inteiramente castanho claro.

Patelas e tíbias com as laterais mais escuras. Metatarsos e tarsos geralmente de cor

semelhante à da tíbia, porém sem regiões mais escuras. Os tarsos apresentam o ápice pouco

mais claro.

Abdome com pêlos enegrecidos dispersos principalmente nas laterais. O dorso

apresenta uma faixa longitudinal acastanhada na região mediana anterior. Essa faixa separa

outras duas faixas estreitas longitudinais mais claras, cobertas por pêlos amarelo pálido.

Região posterior (às vezes até mesmo a região anterior) com áreas laterais e do dorso

salpicadas de pontos negros dispersos, dispostos grosso modo em duas linhas

longitudinais. Lados do abdome geralmente pouco mais escuros. Ventre geralmente

unicolor com a margem posterior enegrecida. Fiandeiras castanho claras ou castanhas.

Fiandeiras posteriores com o ápice mais escuro.

Page 74: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

63

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas e mancha central sempre unidas

às manchas circum-oculares. Quelíceras e pernas geralmente castanho claras, podendo ser

também amareladas. Abdome amarelado com pontos negros em pequeno número ou

ausentes, uma fina faixa na região mediana, recobrindo os lados do fólio e raramente com

faixas brancas largas (formadas por manchas de guanina) nas laterais do dorso.

OBSERVAÇÕES: Thiodina pallida no sentido de Crane (1945), proveniente da

Guiana e da Venezuela, não é a mesma espécie redescrita por Caporiacco em seu trabalho

sobre as aranhas da Guiana Francesa (1948), representando uma espécie não descrita. Já

Mello-Leitão atribuiu o nome pallida a duas espécies diferentes entre si e daquela que nós

consideramos como a espécie de Koch. A espécie mais comumente associada a T. pallida

por Mello-Leitão é T. melanogaster, sendo provável que muitos dos registros feitos por ele

refiram-se a essa espécie. Mello-Leitão forneceu registros duvidosos para a Argentina,

Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e para estados brasileiros onde a

presença de T. pallida não foi confirmada (Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio

Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo). Com a exceção dos dois últimos estados, as

citações para os estados brasileiros restantes foram baseadas em exemplares jovens da

coleção do MNRJ, devendo ser desconsideradas.

Em vista da distribuição conhecida, a sinonímia de Maevia stellifera Holmberg,

1876 e Maevia viridis Holmberg, 1876 com T. pallida é altamente improvável. Nas

províncias argentinas de onde essas espécies foram descritas, T. melanogaster é uma

espécie comum. Como Mello-Leitão confundia T. melanogaster com T. pallida, é provável

que essas espécies sejam sinônimas da primeira espécie. Contudo, a descrição original

incompleta e o desaparecimento dos tipos previnem qualquer tentativa de mudança no

‘status’ das espécies de Holmberg sem estudos detalhados de distribuição de espécies de

Page 75: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

64

Thiodina na Argentina. Por isto, elas são deixadas provisoriamente na sinonímia de T.

pallida.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, do Amazonas e Pará até Bahia e Espírito Santo, e

Guiana Francesa.

MATERIAL EXAMINADO: BRASIL: Amazonas: Manaus, Paraná do

Ximboreninho. 05.VIII.1979. Adis, J. et al. (1 m. IBUSP 17242); Bahia: Camacan,

Fazenda Santa Maria. 5.IX.1969. CEPLAC R2897. (1 m. 3 f. MNRJ s/n); idem.

19.IX.1969. CEPLAC R2912. (1 m. MNRJ s/n); Camacan, Fazenda Santa Úrsula.

7.VIII.1968. CEPLAC R2213 (1 m. MNRJ 03474); Camacan, Fazenda Santa Úrsula [e não

Itamaraju]. CEPLAC. (1 m. MNRJ 03482); Gandu, Fazenda Mineiro. 21.XI.1970.

CEPLAC R3201 (1 m. 1 f. MNRJ 03471); Gandu, Fazenda Pedra Branca. 22.I.1970

CEPLAC R3009 (1 f. MNRJ 03470); Gandu, Fazenda São Rafael. 4.II.1969. Ventocilla,

CEPLAC R2529 (5 m. 2 f. 1 j. MNRJ 03478); Gandu, Fazenda Valtelor. 19.VIII.1970.

CEPLAC R3136 (1 m. MNRJ 10134); Ilhéus, CEPEC. 18.IV.1969. CEPLAC R2643 (1 m.

MNRJ 03466); Itabuna. IX.1965. (1 m. MNRJ 03520); Itamaraju. CEPLAC. (1 m. 4 j.

MNRJ 02987A); Itamaraju. 1969. CEPLAC. (5 m. MNRJ s/n, ex CRB 2571); Itamaraju,

Fazenda Pau Brasil. 25.VII.1968. Gonçalves, Rory, CEPLAC. (1 m. MACN); idem,

25.VII.1969. Ventocilla , CEPLAC R2844 (1 m. MNRJ 03468); idem, 21.III.1971.

CEPLAC R3259. (2 m. 1 f. MNRJ 03469; 1 m. MNRJ 03476); Jussari [Juçari], Fazenda

Ribeirão do Antônio. 26.VI.1970. CEPLAC R3111. (1 m. 4 f. 1 j. MNRJ 03484); Jussari

[Juçari], Fazenda São Francisco. 14.XI.1969 CEPLAC R2981 (e não R2991) (1 m. MNRJ

03840; 1 m. MNRJ 10132); Lomanto Júnior. Gonçalves, Rory, CEPLAC R2615. (1 m. 1 f.

MNRJ s/n); Lomanto Júnior, Fazenda Mangabeira. 15.V.1968 CEPLAC R2093 (2 m. 2 f. 1

j. MNRJ 03475); Lomanto Júnior, Fazenda São José. 25.II.1969 Gonçalves, Rory,

CEPLAC. (1 m. 2 f. 1 j. MNRJ 42492); Mascote, Fazenda Palestina. CEPLAC R2137 (1

Page 76: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

65

m. MNRJ 03473); Mascote, Fazenda Palestina [e não Camacan, Canavieiras seg. Galiano].

23.VII.1968. Gonçalves, Rory, CEPLAC. (1 m. 1 f. MACN); Pau Brasil, Fazenda São

João. 7.XII.1970. CEPLAC R3219 (2 m. MNRJ 03464); Sul da Bahia. Gonçalves, Rory,

CEPLAC R2590 (1 f. MACN); Uruçuca, Fazenda Santa Tereza. 04.XII.1969. CEPLAC

R2995 (2 m. 1 f. MNRJ 03461); idem. 3.II.1970. CEPLAC R3024 (3 m. MNRJ 10136);

Espírito Santo: Linhares, Fazenda Ipanema. 8.VIII.1968. CEPLAC R2284 (3 m. 3 f.

MNRJ 03490).

REGISTROS DA LITERATURA: ARGENTINA: Buenos Aires: [Mello-

Leitão, 1917, 1944, 1946; MLP]; Córdoba: La Cabana [Mello-Leitão, 1941a, MLP];

Corrientes: Goya, Manantiales, Santiago Alcorta [Mello-Leitão, 1945; MLP]; Entre

Ríos: Rosarío Tala [Mello-Leitão, 1945; MLP]; BRASIL: Bahia [Mello-Leitão, 1946;

MNRJ?]; Espírito Santo [Mello-Leitão, 1946; MNRJ?, perdido?]; Minas Gerais: [Mello-

Leitão, 1946; MNRJ?, perdido?]; Carmo do Rio Claro [Mello-Leitão, 1947a, MNRJ,

perdido]; Pará [Mello-Leitão, 1946; MNRJ?, perdido?]; Paraná: [jovem, Mello-Leitão,

1946; MNRJ]; Teixeira Soares, R. Lange col. [Mello-Leitão, 1947b, MHNCI];

Pernambuco: [jovem, Mello-Leitão, 1943, MNRJ]; Rio de Janeiro: [jovem, Mello-

Leitão, 1943, MNRJ]; Rio Grande do Sul: [jovem, Mello-Leitão, 1943, MNRJ]; Porto

Alegre [jovem, Mello-Leitão det., MNRJ]; São Paulo [Mello-Leitão, 1946; MNRJ?,

perdido?]. COLÔMBIA: Cundinamarca: Bogotá [Mello-Leitão, 1941b; MNRJ,

perdido]; Boyacá: La Uvita [Mello-Leitão, 1941b; MNRJ, perdido]. GUIANA: Canister

Falls [Mello-Leitão, 1948, BMNH]. Mazaruni-Potaro: Bartica District: Kartabo [Crane,

1945; AMNH]; Moraballi River [Mello-Leitão, 1948, BMNH]. GUIANA FRANCESA:

Cayenne: Cayenne [Caporiacco,1954; MNHNP]. Saint Laurent de Maroni: Saint

Laurent du Maroni [Caporiacco,1954; MNHNP]. PARAGUAI: Asunción: Asunción

[Mello-Leitão, 1946; MLP]. PERU: [Mello-Leitão, 1946; MNRJ?]. SURINAME: [Mello-

Page 77: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

66

Leitão, 1946, MLP?]. VENEZUELA: Monagas: Caripito [Crane, 1945; AMNH];

Distrito Federal: Caracas [Mello-Leitão, 1946; MLP?].

4.4.d. Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936.

Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936: 5, 29, pl VIII, fig. 61-62.

T. p.: Roewer, 1955: 978; Bonnet, 1959: 4564.

(Figs. 30-36, 61)

TIPOS: PANAMÁ: Canal Zone: Barro Colorado Island [∗ 1 holótipo macho,

AMNH].

DIAGNOSE: Espécie relacionada a Thiodina sp. 1. Os machos dessas duas

espécies apresentam o ramo superior da ART com ápice afilado e pouco alongado em

relação ao ramo inferior da ART. Em T. pseustes, o ramo superior da ART é bem mais

curto ou quase tão longo quanto o ramo inferior, terminando em ponta simples. Já na

espécie relacionada o ramo superior é mais longo que o inferior, com o ápice apresentando

uma porção transparente, inclinada para dentro. O ramo superior da ART, nas duas

espécies, é retilíneo, porém T. pseustes é a única espécie do gênero a apresentar esse ramo

da apófise tibial muito fino e com afilamento gradual até o ápice, terminando em ponta

aguda. A base do ramo inferior da ART é muito alargada e o ângulo que os dois ramos da

ART formam entre si é agudo, semelhante a um ‘V’. Já em Thiodina sp. 1, a base do ramo

inferior da ART é mais fina e os dois ramos da ART formam entre si um ângulo pouco

pronunciado. Êmbolo sem carenas basais, ao contrário de Thiodina sp. 1, que possui 3

carenas. Dutos espermáticos de calibre muito maior e com quatro voltas superpostas,

enquanto em Thiodina sp. 1 os dutos são de calibre normal e existem apenas três voltas (a

Page 78: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

67

mais próxima ao êmbolo está escondida por trás da anterior). As fêmeas de T. pseustes e

Thiodina sp. 1 apresentam fossetas copulatórias arredondadas e dutos da espermateca

muito convolutos. Em T. pseustes, as fossetas são de menor tamanho, separadas no mínimo

pela metade de seu diâmetro e não são esclerotinizadas. Já em Thiodina sp. 1 as fossetas

são maiores, mais próximas e com margens esclerotinizadas. Em T. pseustes os dutos

ocupam todo o espaço entre as fossetas copulatórias e a borda posterior que une os entalhes

da ART, sendo muito maiores que a área ocupada pelas fossetas, mas na outra espécie eles

são reduzidos, ocupando uma área semelhante à das fossetas. Os entalhes da ART em T.

pseustes estão situados na região equivalente à da margem externa dos dutos, enquanto na

espécie relacionada eles estão situados muito além dos dutos e das fossetas (Figs. 35, 58).

Tanto os machos quanto as fêmeas de T. pseustes são em geral menores e mais claros que

os espécimes de Thiodina sp. 1. Ao contrário da espécie relacionada, a região cefálica de

ambos os sexos de T. pseustes apresenta manchas esbranquiçadas (manchas de guanina)

por todo quadrângulo ocular, exceto onde encontra-se a mancha acastanhada central. Essa

mancha central do quadrângulo ocular é proporcionalmente maior em T. pseustes e as

manchas oculares inclinadas dos olhos posteriores são mais claras ou podem estar ausentes

nos machos. Somente em T. pseustes o abdome, de ambos os sexos, apresenta duas faixas

laterais esbranquiçadas e ao contrário de Thiodina sp. 1 não apresenta pontos negros

esparsos na região posterior do abdome.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho holótipo (segundo Chamberlin & Ivie,

1936): 9,0 mm. Macho (n=5): 6,3 (5,3-7,3). Fêmeas (n=5): 8,0 (6,6-9,2).

CEFALOTÓRAX: Macho holótipo (segundo Chamberlin & Ivie, 1936)

comprimento: 3,8, largura 3,0. Machos (n=5): comprimento 2,6 (2,3-3,0), largura 2,2 (1,9-

2,8). Fêmeas (n=5): comprimento 3,1 (2,8-3,5), largura 2,6 (2,1-2,9). Olhos: Diâmetro dos

OMA maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular: tão largo na região

Page 79: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

68

posterior quanto na anterior. Clípeo: aproximadamente 1/3 do diâmetro dos OMA em

ambos os sexos, glabro nos machos e nas fêmeas com poucos pêlos finos, longos,

esbranquiçados e reclinados. Quelíceras: Machos: Comprimento cerca de 2 vezes mais

longo que largo. Superfície anterior com áreas mais deprimidas na base próximo à margem

externa e na região desde a metade da quelícera até o ápice próximo à margem interna.

Promargem do sulco da garra variável, geralmente com 4 dentes contíguos

aproximadamente do mesmo tamanho (às vezes com 3, o mediano ou antepenúltimo maior,

e raramente 2 dentes), retromargem com 1. Fêmeas: Promargem do sulco da garra com 4

dentes, às vezes 3 (o mediano ou antepenúltimo maior), raramente 2 dentes, retromargem

geralmente com 1 dente, raramente com 2 dentes pequenos e contíguos.

ABDOME: Comprimento: Macho holótipo (segundo Chamberlin & Ivie, 1936)

5,2. Machos (n=5): 3,7 (3,0-4,3). Fêmeas (n=5): 4,9 (3,8-6,0).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Macho holótipo (segundo Chamberlin & Ivie,

1936): 4,7. Machos (n=5): 1,9 (1,6-2,4). Fêmeas (n=5): 1,5 (1,3-1,7). Flagelo das cerdas

bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 4x o dos bulbos basais nos machos e 6x

nas fêmeas. Espineação: Machos: Perna I: Tíbia com 1 par ventral no final do terço

médio (o espinho retrolateral geralmente inserido mais basalmente) e outro próximo à

margem apical. Perna II: Fêmur semelhante à perna I, mas com 1 retrolateral no terço

médio (raramente ausente) e outro no terço distal adicionais. Tíbia com 1 par ventral no

final do terço médio (geralmente não alinhados e com posição variável), outro próximo à

margem apical e outro par no terço basal (às vezes ausente) ou apenas com 1 na linha

mediana, 1 retrolateral ímpar geralmente entre os pares distais às vezes substituído por 1

ventral na linha mediana no terço médio, 1 prolátero-dorsal no final do terço basal

(raramente ausente) e 1 prolateral no início do terço distal. Perna III: Fêmur com 1 dorsal

no início do terço distal e outro apical, 1 prolátero-dorsal e outro retrolátero-dorsal apicais,

Page 80: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

69

1 prolateral e 1 retrolateral (às vezes ausente) apicais (que podem estar inseridos mais

basalmente que os outros apicais), 1 espinho prolateral no terço médio (às vezes ausente).

Tíbia com 1 dorsal basal, 1 par ventral próximo à margem apical e 1 ímpar ventral no terço

basal (às vezes com outro adicional, formando um par ventral basal), 1 par lateral no início

do terço basal (às vezes sem o prolateral), outro no início do terço médio e outro no início

do terço distal. Metatarso com 1 par ventral no terço basal do artículo (às vezes ausente ou

com apenas 1 espinho ímpar). Perna IV: Fêmur com 1 dorsal no início, outro no final do

terço médio e outro apical, 1 prolateral apical (às vezes ausente), 1 prolátero-dorsal e outro

retrolátero-dorsal apicais. Patela semelhante à perna III. Tíbia semelhante à perna III,

sendo que o ventral basal é sempre ímpar. Metatarso semelhante à perna III, mas sem o par

ventral no terço basal, 1 par látero-dorsal adicional no início do terço médio. Fêmeas:

Fêmur I raramente apresenta o espinho retrolátero-dorsal apical. Na tíbia I, falta o espinho

ventral retrolateral apical. Fêmur II sem os espinhos retrolaterais no terço médio e no terço

distal. Na tíbia II há somente 1 espinho prolátero-ventral apical. Fêmur III somente com os

espinhos apicais, exceto o retrolateral apical que está ausente. Tíbia III raramente com o

dorsal, sem o prolateral do início do terço basal e o do terço médio e às vezes sem 1 ímpar

ventral no terço basal. Metatarso III às vezes sem os ventrais basais. Fêmur IV com 1

dorsal no final do terço médio às vezes ausente e sem 1 prolateral apical. Tíbia IV sem o

espinho ímpar dorsal no início do terço médio e ventral no terço basal. Metatarso sem o

prolateral dorsal no final do terço basal e o par ventral no terço basal.

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 32-34): Tíbia bem mais curta que a patela,

mais larga que longa e sem lóbulo prolátero-ventral apical. Ramos da ART

aproximadamente do mesmo tamanho ou com o superior mais curto. O ramo superior é

retilíneo, fino e com afilamento gradual até o ápice, terminando em ponta aguda, com a

base mais fina que a do ramo inferior. O ramo inferior mais grosso e mais esclerotinizado

Page 81: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

70

que o superior, conectado à base do superior em ângulo agudo, semelhante a um ‘V’. Esse

ramo da ART sofre afilamento gradual até o terço distal, quando ocorre um afilamento

abrupto marcado por uma curvatura subapical pouco pronunciada, inclinando-se para o

lado oposto ao ramo superior da ART e com o ápice terminando em ponta aguda. Êmbolo

achatado, assemelhando-se a uma fita retorcida, com base não encoberta pelo címbio em

visão prolateral e sem carenas. Êmbolo em vista ventral mais longo que a largura do

subtégulo junto à base do êmbolo. Dutos espermáticos de calibre grosso, com 4 voltas

justapostas.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 35-36): Epígino com 2 fossetas copulatórias

diminutas, circulares, com margens não esclerotinizadas, separadas entre si pela metade de

seu diâmetro ou mais. Entalhes da ART superpostos à margem externa dos dutos da

espermateca, situados lateralmente e na margem posterior do epígino. Dutos da

espermateca de calibre grosso, dirigindo-se dorsalmente e internamente após o átrio,

depois fazendo uma curva em direção ventral e externa, formando uma volta em torno da

espermateca, cujo calibre é apenas um pouco maior que o dos dutos.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax castanho claro ou castanho avermelhado.

Região cefálica esbranquiçada próximo à margem anterior do cefalotórax e na parte interna

do quadrângulo ocular, exceto na região central que apresenta a mancha central pouco mais

escura que a cor geral do cefalotórax. Em volta dessas manchas circum-oculares, existem

manchas castanho avermelhadas, que delimitam o quadrângulo ocular. Confundindo-se

com estas manchas é possível identificar as manchas inclinadas que, às vezes, estão

indistintas. Faixa marginal do cefalotórax castanho escura. Poucos pêlos plumosos curtos,

enegrecidos próximo ao bordo posterior dos OLP e com poucos pêlos recobrindo as

manchas inclinadas. Clípeo castanho ou castanho claro.

Quelíceras acastanhadas ou castanho claras, com a margem externa mais clara.

Page 82: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

71

Lábio castanho claro ou castanho, com uma faixa esbranquiçada na margem anterior.

Lâminas maxilares castanho claras na base e próximo à margem externa, com uma faixa

longitudinal esbranquiçada seguindo a margem interna até o ápice. Esterno amarelo pálido

ou castanho claro. Palpo com fêmur, patela e tíbia castanho claros e tarso castanho pouco

mais escuro, com ápice mais claro.

Pernas amareladas. Fêmures com o terço distal castanho. Patelas, tíbias, metatarsos

e tarsos castanhos, com o ápice mais claro nas pernas I-II. Metatarsos e tarsos das pernas

III-IV com terço basal pouco mais escuro que o restante do artículo.

Abdome com dorso podendo apresentar duas faixas longitudinais esbranquiçadas

nas laterais em toda sua extensão. No dorso, preenchendo o espaço entre essas duas faixas,

da região anterior até a metade do abdome, há uma faixa amarelo-acastanhada. Inseridos

na faixa amarelo-acastanhada, há 1 par de pontos escuros no terço anterior e outro na

metade do abdome. Ventre com duas faixas longitudinais esbranquiçadas marginais (às

vezes esmaecidas) e com uma mancha castanho clara arredondada na região mediana antes

do sulco epigástrico e outra antes das fiandeiras. Fiandeiras castanho claro.

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas e mancha central geralmente

menores e claramente definidas, castanhas ou castanho-alaranjadas. Região posterior e

lateral aos OLP geralmente mais clara. Quelíceras, pernas e abdome amarelados. Abdome

sem a faixa dorsal mediana anterior amarelo acastanhada e com uma fina faixa na região

mediana (formada por manchas de guanina), recobrindo os lados do fólio e seguindo até a

região posterior. Ventre preenchido totalmente por manchas de guanina, exceto na região

entre o epígino e o pedicelo. As manchas de guanina do ventre estendem-se até a face

anterior do abdome.

OBSERVAÇÕES: A descrição de T. pseustes foi feita apenas com base no macho

holótipo, sendo que a fêmea nunca foi descrita. Apesar do tipo ter sido provavelmente

Page 83: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

72

perdido, a descrição e as ilustrações de Chamberlin & Ivie são detalhadas e precisas,

evidenciando os caracteres diagnósticos que permitem a identificação desta espécie. A

distribuição ampla não apresenta obstáculo para a hipótese dos espécimes do Brasil e do

Panamá pertencerem a uma mesma espécie, pois a ampla distribuição parece ser uma

característica da maioria das espécies de Thiodina, aranhas com grande capacidade de

dispersão. O macho de T. pseustes foi encontrado associado a uma fêmea específica ao

longo de toda a sua área de ocorrência. Em especial, apenas o macho de T. pseustes e essa

fêmea foram encontrados na Ilha de Maracá – RR e na Reserva Florestal de Dois Irmãos –

PE, o que suporta a associação dos sexos. Essa fêmea foi considerada como uma das

possíveis fêmeas de T. vaccula Simon por Galiano (manuscrito, epígino tipo B), a qual

encontrou três tipos de fêmeas no lote típico dessa espécie. A fêmea aqui associada a T.

vaccula (Galiano, manuscrito, epígino A) foi encontrada amplamente associada ao macho

da espécie de Simon ao longo de toda a sua distribuição. Portanto, a fêmea com o epígino

tipo B de Galiano deve ser associada ao macho de T. pseustes.

DISTRIBUIÇÃO: Panamá e Brasil, nos estados de Roraima, Pernambuco e Bahia.

MATERIAL EXAMINADO: BRASIL: Bahia: Camacan, Fazenda Santa Maria.

19.IX.1969 CEPLAC R2912. (1 m. MNRJ 03495); Iraquara, Gruta da Pratinha, 12º 21 '09''

S 41º 32" 30'' W. 22.XII.1998. Rocha, L. S. (1 m. IBUSP 20732); Jussari [Juçari], Fazenda

Arizona. 17.III.1971 CEPLAC R3258 (1 f. MNRJ 03486); Lomanto Júnior. Gonçalves,

Rory, CEPLAC R2615. (1 m. MNRJ s/n); Lomanto Júnior, Fazenda São José. 25.II.1969.

Gonçalves, Rory, CEPLAC. (1 m., 1 f. MACN); Pau Brasil, Fazenda São João. 31.I.1971.

CEPLAC R3242 (1 f. MNRJ 03891); Pernambuco. Recife, Horto Dois Irmãos 10.II.1998.

Brescovit, A. D. (1 f. IBUSP 15286); Recife, Reserva Florestal de Dois Irmãos II.1988.

Baptista, R. L. C. (1 m. MNRJ s/n, ex CRB 3232; 1 f. MNRJ s/n, ex CRB 3236);

Page 84: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

73

Roraima. Ilha de Maracá. 31.I-14.II.1992. Lise, A. A. & Braul Jr., A. (2 f. MCNP 01908);

Ilha de Maracá, Rio Uraricoera. 21-30.XI.1987. Raphael, J. A. 1 m. MCN 19868).

4.4.e. Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945.

Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945: 226, 229, fig. 92-93.

T. r.: Roewer, 1955: 978; Galiano, 1981: 16; Arrozpide, 1986: 52.

(Figs. 37-44, 60)

TIPOS: ARGENTINA: Misiones: Puerto Victoria. Zenzes col. [1 holótipo macho,

Museo de La Plata 16.875].

DIAGNOSE: T. robusta é a maior espécie do gênero. Duas outras espécies têm um

porte um pouco menor, T. vaccula e Thiodina sp. 1. Os machos de T. robusta diferenciam-

se dos outros por apresentarem o ramo superior da ART robusto, curto, com ápice muito

alargado, achatado e foliáceo. O ramo inferior da ART é mais curto que o superior,

apresenta suave curvatura em “S” próxima ao ápice, que é bem agudo (Fig. 39). Os ramos

da ART articulam-se em um ângulo de cerca de 70o e são separados por uma larga

concavidade rasa. O êmbolo desta espécie possui um prolongamento basal digitiforme,

curvo, seguido por uma carena curva mais distal. Os machos desta espécie são os únicos a

não apresentar manchas castanhas nas margens laterais e posterior do cefalotórax (às vezes

ausente em alguns exemplares de outras espécies). As fêmeas apresentam fossetas

copulatórias grandes, arredondadas e separadas entre si por menos de 1/3 do seu diâmetro,

com as margens e região do entorno espessadas e esclerotinizadas, especialmente a

margem anterior que é elevada em relação à superfície do corpo. Os entalhes laterais

ocupam um nível equivalente ao das margens externas das fossetas. Os dutos da

Page 85: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

74

espermateca dispõem-se logo abaixo das fossetas copulatórias, tendo um trajeto

semelhante a uma espiral. As fêmeas de Thiodina sp. 1 possuem um epígino semelhante,

mas as fossetas apresentam uma área deprimida junto à margem interna e posterior e os

dutos não apresentam a conformação espiral de T. robusta. As fêmeas de T. robusta

apresentam manchas circum-oculares muito reduzidas e poucas áreas mais escuras que a

cor geral. O abdome é unicolor sem manchas ou pontos escuros.

DESCRIÇÃO: Comprimento total do Macho holótipo (segundo Mello-Leitão,

1945): 8,0. Machos (n=5): 8,3 (7,8-9,0). Fêmeas (n=5): 9,9 (9,2-11,3).

CEFALOTÓRAX: Machos (n=5): comprimento 3,3 (3,1-3,6), largura 2,8 (2,5-

2,9). Fêmeas (n=5): comprimento 3,5 (3,0-4,0), largura 2,8 (2,5-3,1). Olhos: Diâmetro dos

OMA pouco maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular:

subquadrado. Clípeo: aproximadamente 1/3 do diâmetro dos OMA, glabro nos machos e

com poucos pelos finos, longos, esbranquiçados e reclinados nas fêmeas. Quelíceras:

Machos: Comprimento pouco mais que 2 vezes mais longo que largo. Superfície anterior

com áreas mais deprimidas na base próximo à margem externa e no ápice próximo à

margem interna. Promargem do sulco da garra com 3 dentes (o mediano ou antepenúltimo

maior) (e não 4 como na descrição original), retromargem com 2 dentes contíguos de

mesmo tamanho raramente 1 muito desenvolvido. Fêmeas: Promargem do sulco da garra

geralmente com 3 dentes (o mediano ou antepenúltimo maior, raramente com 4 dentes),

retromargem com 2 dentes pequenos e contíguos (raramente com 1 dente desenvolvido).

ABDOME: Comprimento: Machos (n=5): 4,9 (4,7-5,4). Fêmeas (n=5): 6,4 (5,5-

7,8).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Machos (n=5): 2,5 (2,2-2,7). Fêmeas (n=5): 1,5

(1,0-1,8). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 6x o dos

bulbos basais em ambos os sexos. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur raramente com 1

Page 86: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

75

retrolátero-dorsal no terço médio e outro no terço distal e com o par retrolateral apical

ausente. Patela com espinho retrolateral raramente ausente. Tíbia com 1 par ventral no

final do terço médio (às vezes o espinho retrolateral inserido mais basalmente) e outro

próximo à margem apical, raramente 1 retrolátero-ventral apical adicional. Perna II:

semelhante à perna I, mas a tíbia com 1 prolátero-dorsal no final do terço basal (às vezes

ausente) e 1 prolateral no início do terço distal adicionais, às vezes com o prolátero-ventral

do par no terço médio ausente, raramente com 1 ventral ímpar situado na linha mediana no

final do terço médio e outro no final do terço basal do artículo. Metatarso raramente com o

par ventral apical ausente ou com o prolateral do par no início do terço médio ausente.

Perna III: Fêmur semelhante à perna II, mas com 1 prolátero-dorsal no final do terço

médio adicional e sem 1 retrolátero-dorsal no terço médio. Tíbia com 1 dorsal diminuto

basal (às vezes ausente), 1 par lateral no meio do terço basal (às vezes com o prolateral

ausente ou raramente ambos ausente), outro no final do terço basal e outro no final do terço

médio, 1 ímpar ventral no terço basal (às vezes ausente ou raramente formando 1 par

ventral no terço basal), 1 par próximo à margem apical, raramente 1 ímpar ventral no terço

médio. Metatarso com 1 par ventral no final do terço basal do artículo (às vezes o

prolateral ausente ou o retrolateral ausente, às vezes ambos ausentes). Perna IV: Fêmur

semelhante à perna I mas com o prolateral apical às vezes ausente. Patela, tíbia e metatarso

semelhante à perna III, mas a tíbia com o espinho ventral ímpar no terço basal não

formando 1 par e sem o raro espinho ímpar ventral no terço médio e o metatarso com 1 par

látero-dorsal adicional no início do terço médio, às vezes com um dos prolaterais dos pares

látero-dorsal do terço basal e do terço médio ausentes ou ambos ausentes e apenas 1 ímpar

ventral no terço basal do artículo (às vezes ausente). Fêmeas: Fêmur I sem o espinho

retrolátero-dorsal no terço médio e outro no terço distal. Na tíbia I, falta o espinho

retrolátero-ventral apical adicional e às vezes o retrolátero-ventral do par próximo à

Page 87: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

76

margem apical ausente. Fêmur II sem o espinho retrolátero-dorsal no terço médio e

raramente o retrolátero-dorsal no terço distal está presente. Na tíbia II, às vezes faltam os

espinhos prolátero-dorsal no final do terço basal, prolateral do par ventral no final do terço

médio, o retrolateral do par ventral apical, o retrolátero-ventral apical adicional e os

espinhos ventrais situados na linha mediana. Metatarso II semelhante à perna I do macho.

Fêmur III sem o dorsal na metade do artículo, raramente sem 1 prolátero-dorsal no final do

terço médio, às vezes estão ausentes o dorsal no final do terço médio, o retrolátero-dorsal

apical e o retrolateral apical. Tíbia III sem o espinho dorsal basal, às vezes sem o prolateral

do par lateral do terço médio e sem os espinhos ímpares ventrais do terço basal e do terço

médio. Metatarso III sem os ventrais basais. Fêmur IV sem o dorsal apical e sem 1

retrolátero-dorsal no terço médio e outro no terço distal. Tíbia IV geralmente sem 1 dorsal

basal e o par lateral no meio do terço basal, geralmente sem 1 ímpar ventral no terço basal

e às vezes sem 1 par ventral próximo à margem apical.

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 39-42): Tíbia bem mais curta que a patela,

bem mais larga que longa e com o lóbulo prolátero-ventral apical rombo, bem

pronunciado. Ambos os ramos da ART curtos. O ramo superior reto, robusto, com a base

da mesma largura que o corpo do ramo até o terço distal onde ocorre um alargamento do

ápice, que é achatado e foliáceo. O ramo inferior da ART, apresenta uma curvatura

subapical suave em “S” e o ápice pontiagudo (Fig. 39). Os ramos da ART articulam-se em

um ângulo de cerca de 70o e são separados por uma larga concavidade rasa. Êmbolo com

base não encoberta pelo címbio em visão prolateral. Base do êmbolo com 1 prolongamento

digitiforme ventral, curvo, e com uma carena curva mais distal. Parte do êmbolo após a

carena reta, levemente torcida como uma fita. Êmbolo em vista ventral bem mais longo

que a largura do subtégulo junto à sua base. Dutos espermáticos de calibre normal

(comparado com as outras espécies), com 3 voltas, bem separadas entre si e uma quarta

Page 88: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

77

volta semi-encoberta pode ser percebida junto ao êmbolo.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 43-44): Epígino com 2 fossetas copulatórias

grandes, arredondadas, separadas entre si por menos de 1/3 de seu diâmetro, com as

margens e região do entorno espessadas e esclerotinizadas, especialmente a margem

anterior que é elevada em relação à superfície do corpo. Os entalhes laterais, com

escavação interna fina e longa, ocupam um nível equivalente ao das margens externas das

fossetas. Os dutos da espermateca, de calibre mediano, dispõem-se logo abaixo das

fossetas copulatórias, tendo um trajeto semelhante a uma espiral.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelado ou castanho avermelhado.

Alguns exemplares apresentam a região cefálica esbranquiçada, com a grande mancha

central castanha (às vezes ausente ou indistintas). Zona superciliar dos OMA nos machos

pode ser castanho escura ou apenas castanha com a margem anterior escura ou com uma

mancha escura. Nas fêmeas, às vezes, a zona superciliar dos OMA é amarelo pálido.

Manchas circum-oculares negras de tamanho reduzido, de forma que todas as manchas

estão bem separadas entre si. Circundando a parte interna dessas manchas negras há, às

vezes, uma mancha castanha que se estende um pouco mais para o interior do quadrângulo

ocular. Manchas inclinadas castanhas de tamanho reduzido e que podem confundir-se com

as manchas dos OLP. Faixa marginal do cefalotórax ausente. Zona retangular de pêlos

brancos plumosos às vezes ausente. Pêlos negros próximo ao bordo posterior e lateral

externo dos OLP e com poucos pêlos enegrecidos recobrindo as manchas inclinadas.

Clípeo amarelo pálido ou castanho.

Quelíceras amarelo pálidas ou castanhas, unicolores ou com o terço basal mais

claro. Lábio amarelo pálido, castanho ou castanho escuro, unicolor ou com o ápice mais

claro. Lâminas maxilares amarelo pálidas, castanhas ou castanho escuras na base. Palpo

amarelado ou castanho.

Page 89: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

78

Pernas amareladas. Fêmures com as superfícies laterais e dorsal do terço distal

castanhas ou castanho escuras. Restante dos artículos castanho ou castanho escuro, com

uma faixa dorsal e outra ventral mais clara.

Abdome com 2 faixas laterais estreitas esbranquiçadas, separadas por uma faixa

longitudinal anterior de cor amarelo-acastanhado sobre o fólio. Lados do abdome com uma

faixa amarelo-acastanhada ou enegrecida, que segue desde a superfície anterior, logo

acima da inserção do pedicelo, até as fiandeiras, ou ainda sem modificações e com

manchas de guanina. Ventre variável, podendo ser unicolor ou com uma ampla faixa

enegrecida mediana, com as laterais apresentando faixas esbranquiçadas em número

variável (às vezes recobrindo também a região central do ventre). Fiandeiras amareladas ou

castanhas, às vezes, com o ápice mais claro.

Fêmeas: Às vezes de colorido castanho claro. Região cefálica geralmente com a

mancha central indistinta e as manchas inclinadas menores quase indistintas. Assim como

nos machos, não há faixa marginal escura. Quelíceras, pernas e abdome amarelados.

Abdome com o dorso e laterais unicolores e ventre repleto de manchas de guanina, sem

outras modificações.

DISTRIBUIÇÃO: Argentina e Brasil, desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do

Sul.

MATERIAL EXAMINADO: ARGENTINA: Misiones: 2 de Mayo. XII.1973.

Williner. (1 m. MACN); Arroyo Piñalitos. XII.1954. Schiapelli & De Carlo. (1 f. MACN);

San Javier. XII.1948. Birabén, Max. (1 m. MACN); Santa Maria. X.1953. Schiapelli & De

Carlo. (1 m. MACN); BRASIL: Paraná: Pinhão. 27.XI.1991. Lara, A. I. (1 m. MCN

21855); Ponta Grossa, Vila Velha. 08.XII.1986. Equipe PROFAUPAR. (1 f. MCN 20355);

Rio de Janeiro: Niterói. Mello-Leitão, C. F. de. (1 m. T. germaini: Mello-Leitão det.

MNRJ 01178); Piraí, Pinheiral [Pinheiro]. Mello-Leitão, C. F. de. (1 f. T. punctulata:

Page 90: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

79

Mello-Leitão det. MNRJ 01143); Rio Grande do Sul: Canela, Barragem dos Bugres.

23.XI.1998. Franceschini, A. (1 m. MCN 30019); Canela, Usina Hidrelétrica da Canastra.

21.X.1997. Buckup, E. H. (1 m. MCN 28904); idem. 15.XII.1999. Bonaldo, A. B. (1 f.

MCN 31765); Canoas. 13.XII.1990. Moura, L. (1 f. MCN 20145); Garruchos. 08.XI.1979.

Lise, A. A. (1 m. MCN 08755); General Câmara. 14.X.1982. Rosenau, M. (1 m. MCN

10829); Montenegro. 17.XI.1977. Lise, A. A. (1 f. MCN 07282); idem. 01.XII.1977.

Pitoni, V. (2 f. MCN 07449); idem. 20.XII.1977. Lise, A. A. (1 f. MCN 07640); Porto

Alegre, Morro Santana. 15.XII.1989. Lise, A. A. (2 m. MCN 19223); Salvador do Sul.

1964. Padre Célio. (1 f. MZUSP 04268); Santa Cruz do Sul. 06.III.1994. Ott, R. (1 f.

MCNP 06614); Triunfo. 20.X.1977. Bischoff, H. (1 m. MCN 06912); idem. 28.XI.1977.

Buckup, E. H. (3 f. MCN 07370); idem. 28.XI.1989. Marques, M. A. L. (1 m. 1 f. MCN

19002); idem. 28.XI.1989. Brescovit, A. D. (1 m. MCN 19004; 1 m. MCN 19005); idem.

28.XI.1989. Buckup, E. H. (1 f. MCN 19007); Triunfo, PAZONE e COPESUL de

Proteção Ambiental. 24.XI.1999. Buckup, E. H. (1 f. MCN 31597); Viamão. 2.XII.1994.

Laboratório de Aracnologia col. (1 m. 1 f. MCNP 05864); Viamão, Itapuã, Morro da

Fortaleza. 21-22.XI.1992. Braul Jr., A. (1 m. MCNP 02640); Santa Catarina: Siderópolis,

Baixo Jordão. 06.XII.1977. Meyer, F. R. (1 f. MCN 07755); São Paulo: Barueri.

17.XII.1965. Lenko, K. (1 f. MZUSP 19666); Botucatu. 13.I.1988. Rinaldi, I. M. P. &

Forti, L. C. (1 f. HEMS 00212); idem. 07.I.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. (1 f.

HEMS 00213); Botucatu, Rubião Júnior. 05.X.1963. Carreira, R. J. (1 f. HEMS 00221);

idem. 02.II.1967. Jesus, V. C. (1 m. HEMS 00222); idem. 18.II.1977. Mantovan, A. 1 f.

HEMS 00223 [MNRJ]); São Bernardo, Represa São Bernardo. 07.II.1968. Biasi, P. (1 f.

MZUSP 19644); São Paulo, Serra da Cantareira. 16.XI.1946. Lane, F. Pomar. (1 m.

MZUSP 19685); São Roque. 7.V.1944. Lane, F. (1 f. MZUSP 14487).

Page 91: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

80

4.4.f. Thiodina vaccula Simon, 1900.

Thiodina vaccula Simon, 1900: 392.

T. vaccula: Simon, 1901a: 455, 457; Petrunkevitch, 1911: 713.

Thiodina vellardi Soares & Camargo, 1948: 400, fig.76. Sin. n.!

T. vaccula: Roewer, 1955: 978.

T. vellardi: Roewer, 1955: 978.

T. vaccula: Bonnet, 1959: 4565; Galiano, 1963: 459, pr. XL, f. 1-2; Platnick, 1997: 945.

(Figs. 45-51, 61)

TIPOS: BRASIL: Pará: Cametá [Rio Tocantins]; Amazonas: Manaus, Fonteboa,

São Paulo de Olivença. De Mathan col. [T. vaccula: Síntipos machos e fêmeas, MNHN].

Mato Grosso: Rio Kuluene [Culuene], margem direita, 30.I.1947, Sick, H. col. [T.

vellardi: 1 holótipo fêmea, MZSP E.826 C.1291].

SINONÍMIA: O holótipo fêmea de T. vellardi é um típico exemplar de T. vaccula,

apenas apresentando os dutos copulatórios um pouco mais finos, mas dentro da variação

registrada para a espécie de Simon. À época da descrição de T. vellardi, a fêmea de T.

vaccula ainda não havia sido ilustrada. Galiano (1963) encontrou fêmeas de 3 espécies no

lote tipo de T. vaccula. Além de fêmeas de T. pallida, ela ilustrou 2 tipos de epígino de

fêmeas ainda não atribuídas a nenhuma espécie. O tipo A do manuscrito de Galiano

corresponde à fêmea de T. vaccula e o tipo B à fêmea de T. pseustes. A decisão sobre qual

fêmea parear com o macho de T. vaccula foi baseada em inferências geográficas e pela

captura de casais em uma mesma área, já que T. pseustes não parece ocorrer no Sudeste e

Centro-Oeste do Brasil, áreas onde casais de T. vaccula foram coletados (ex. Mato Grosso

e Espírito Santo).

Page 92: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

81

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. melanogaster. Os machos de ambas as

espécies apresentam o ângulo entre os ramos da ART de quase 90o formando um “L”, o

ramo superior da ART cilíndrico, longo e com ápice expandido, e o ramo inferior curto,

terminando em ponta curva. T. vaccula possui o ramo superior da ART menos convexo

que na espécie relacionada e a dilatação acontece abruptamente no ápice, que é achatado

dorso-ventralmente. Na espécie relacionada, a dilatação do ápice é maior e mais gradual. O

ramo inferior da ART é curto, com curvatura subapical bem demarcada em “S”, porém o

ápice desse ramo não forma um longo gancho como em T. melanogaster. A tíbia do palpo

em T. melanogaster apresenta um robusto lóbulo prolátero-ventral apical rombo, enquanto

em T. vaccula esse lóbulo é pouco pronunciado. A base do êmbolo entre essas espécies

também é bem diferenciada, já que em T. vaccula a base do êmbolo é dilatada em fita

larga, enquanto na espécie relacionada a base não sofre modificações. Em T. vaccula, os

dutos espermáticos apresentam calibre grosso e as 4 voltas visíveis estão justapostas,

enquanto que em T. melanogaster os dutos têm calibre menor e as 4 voltas estão mais

distantes entre si. Os machos de T. vaccula não possuem pontos negros no abdome e

apresentam ampla faixa castanho escura na margem posterior do cefalotórax, enquanto na

espécie relacionada os pontos negros dispersos no abdome estão sempre presentes e a faixa

castanho escura marginal no cefalotórax é reduzida. Os epíginos das duas espécies

apresentam os dutos da espermateca com trajetória semelhante. T. melanogaster possui

uma carena transversal entre as fossetas copulatórias, que divide um grande escudo

esclerotinizado em duas áreas côncavas na região anterior a essas fossetas, enquanto que

em T. vaccula não há nenhuma modificação ao redor das fossetas copulatórias e estas

encontram-se proporcionalmente mais separadas entre si do que na espécie relacionada. Os

entalhes em T. vaccula são bem maiores que em T. melanogaster. As fêmeas de T. vaccula

apresentam a região cefálica sem as manchas inclinadas após os olhos posteriores e

Page 93: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

82

abdome unicolor com faixas esbranquiçadas (manchas de guanina) nas laterais e na região

do fólio. Na espécie relacionada as fêmeas apresentam as manchas cefálicas inclinadas e o

abdome com pontos negros dispostos, grosso modo, em quatro linhas longitudinais, que

podem estar sobre duas faixas longitudinais castanhas.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho holótipo de T. vaccula (segundo

Galiano, 1963): 7,8. Machos (n=5): 7,3 (6,7-7,7). Fêmea holótipo de T. vellardi (segundo

Soares, 1948): 9,4. Fêmeas (n=5): 8,1 (6,4-8,9).

CEFALOTÓRAX: Macho holótipo de T. germaini (segundo Galiano, 1963):

comprimento 2,9, largura 2,4. Machos (n=5): comprimento 3,1 (2,9-3,4), largura 2,5 (2,2-

2,7). Fêmeas (n=5): comprimento 2,8 (2,5-3,0), largura 2,3 (2,1-2,5). Olhos: Diâmetro dos

OMA pouco maior que o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo ocular: região

posterior tão larga quanto a anterior. Clípeo: aproximadamente 1/3 do diâmetro dos OMA

nos machos e 1/5 nas fêmeas, glabro nos machos e com pelos finos, longos,

esbranquiçados e eretos nas fêmeas, semelhantes aos que circundam os OMA. Quelíceras:

Machos: Comprimento cerca de 2,5 vezes mais longo que largo. Superfície com áreas

mais deprimidas na base próximo à margem externa e por toda área próximo à margem

interna. Promargem do sulco da garra geralmente com 4 dentes contíguos do mesmo

tamanho, às vezes com 3 dentes (o mediano ou antepenúltimo maior) e raramente 2 dentes,

retromargem variável, geralmente com 2 dentes contíguos de mesmo tamanho, às vezes

com 3 dentes contíguos e pequenos ou ainda com 1 dente bem desenvolvido. Fêmeas: com

face anterior pouco convexa, pouco quitinizada, sem carenas internas e externas

delimitando as quelíceras. Promargem do sulco da garra geralmente com 4 pequenos

dentes, às vezes 3, retromargem variável geralmente com 3 dentes pequenos e contíguos,

podendo apresentar 4, raramente 1 dente.

Page 94: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

83

ABDOME: Comprimento: Macho holótipo de T. vaccula (segundo Galiano, 1963):

4,9. Machos (n=5): 4,2 (3,8-4,4). Fêmea holótipo de T. vellardi (segundo Soares, 1948):

4,7. Fêmeas (n=5): 5,3 (3,9-6,1).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Machos (n=5): 1,8 (1,6-2,2). Fêmeas (n=5): 1,4

(1,2-1,7). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 6x em ambos

os sexos. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur com 1 espinho retrolateral no terço médio

(às vezes ausente) e outro no terço distal adicionais, raramente também com 1 prolateral no

final do terço médio. Tíbia com o espinho retrolateral do par ventral no início do terço

médio inserido mais basalmente e com 1 prolateral no final do terço basal (às vezes

ausente). Perna II: semelhante à perna I, mas o fêmur com o prolateral no final do terço

médio geralmente presente e a tíbia com 1 ímpar ventral situado na linha mediana no final

do terço médio, outro no terço basal, 1 prolátero-ventral próximo ao espinho ímpar do

terço basal e raramente 1 retrolateral também próximo ao espinho da linha mediana no

terço basal adicionais. Perna III: Fêmur semelhante à perna II, mas o dorsal da metade do

artículo é mais basal. Tíbia com 1 dorsal basal (menor que os laterais), 1 par lateral no

meio do terço basal (raramente o prolateral ausente), outro no início do terço médio e outro

no início do terço distal, 1 par ventral no final do terço basal (às vezes com o espinho

prolateral inserido mais basalmente) e outro próximo à margem apical. Metatarso com 1

par ventral no final do terço basal do artículo (às vezes com o prolateral inserido mais

basal). Perna IV: semelhante à perna III, mas o fêmur sem os espinhos prolateral e

retrolateral do terço médio e o metatarso com 1 par látero-dorsal adicional no início do

terço médio, às vezes com o par látero-dorsal basal ausente e apenas com 1 espinho ímpar

prolátero-ventral no final do terço basal ou sem nenhum espinho ventral basal. Fêmeas:

Fêmur I sem os espinhos retrolátero-dorsal apical, retrolateral no terço médio e outro no

terço distal, sem o raro espinho prolateral no final do terço médio e às vezes sem os

Page 95: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

84

espinhos dorsais. Na tíbia I falta o espinho prolateral no final do terço basal, raramente sem

o par ventral próximo à margem apical, às vezes sem os retrolaterais dos pares ventrais ou

somente sem o prolateral apical. No fêmur II às vezes faltam os espinhos dorsais na metade

do artículo e outro no início do terço distal, sem 1 retrolateral no terço médio, geralmente

sem outro retrolateral no terço distal e sem 1 prolateral no final do terço médio. Tíbia II

somente com 1 prolátero-ventral apical, às vezes além desse prolátero-ventral também

apresenta 1 retrolateral no terço médio e raramente com 1 prolateral no terço distal. Fêmur

III sem os espinhos dorsais no terço médio e outro no início do terço distal, sem 1

retrolateral no terço médio, às vezes sem 1 retrolátero-dorsal apical, raramente com 1

prolateral no final do terço médio. Tíbia III sem o espinho dorsal basal, raramente sem o

prolateral do par lateral do terço basal (às vezes sem o par lateral basal), às vezes sem o par

lateral do terço médio ou sem o prolateral do par ventral no final do terço médio, às vezes

sem o retrolateral do par ventral próximo à margem apical (raramente sem esse par de

espinhos) e sem 1 par ventral no final do terço basal. Metatarso III às vezes sem o

prolateral ou sem o par lateral do terço médio e sem 1 par ventral no final do terço basal do

artículo (às vezes somente sem o prolateral). Fêmur IV às vezes sem 1 dorsal no terço

médio e outro no início do terço distal, geralmente sem 1 dorsal apical, às vezes sem 1

prolátero-dorsal apical e 1 retrolateral no terço distal. Patela IV às vezes sem o prolateral.

Tíbia IV sem o espinho dorsal basal, geralmente sem o par lateral no meio do terço basal

(às vezes somente sem o prolateral), às vezes sem o par lateral do início do terço médio

(raramente somente sem o prolateral) e raramente sem o par lateral no início do terço distal

ou somente sem o retrolateral, sem o par ventral basal e às vezes sem o prolateral do par

ventral apical (às vezes sem espinhos ventrais). Metatarso IV às vezes sem o par látero-

dorsal no início do terço médio (raramente somente sem retrolateral) ou somente sem o

prolateral do par látero-dorsal do terço basal.

Page 96: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

85

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 47-49): Tíbia bem mais curta que a patela,

bem mais larga que longa e com o lóbulo prolátero-ventral apical diminuto, pouco

marcado. O ramo superior da ART cilíndrico, pouco convexo, longo, com a base da mesma

largura que o corpo do ramo e ápice expandido, projetando-se mais em direção ventral e

achatado dorso-ventralmente. O ramos inferior curto, negro, mais esclerotinizado no ápice

que o ramo superior, com curvatura subapical em “S”, com ápice terminando em ponta

bem aguda, conectado à base do superior quase em ângulo reto, formando um “L”. Êmbolo

afinando abruptamente a partir do terço apical, com o ápice bem agudo, base dilatada em

fita larga e não encoberta pelo címbio em visão prolateral. Êmbolo em vista ventral mais

curto que a largura do subtégulo junto a sua base. Os dutos espermáticos apresentam

calibre grosso e 4 voltas justapostas.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 50-51): Epígino mais largo que longo, com 2

fossetas copulatórias de tamanho mediano, oblongas, transversas, com margens não

esclerotinizadas e separadas entre si por mais da metade de seu diâmetro. Os entalhes estão

situados um pouco após o nível da margem externa das fossetas, com escavação interna

longa e digitiforme (raramente apenas um pouco mais longa que larga), inclinando-se a

partir da margem posterior do epígino para fora e para cima. Genitália interna ocupando

toda área entre as fossetas copulatórias e a margem posterior do epígino. Dutos da

espermateca de calibre menor que ou aproximadamente a metade da largura das fossetas

copulatórias, dirigindo-se dorsalmente e externamente após o átrio, depois fazendo uma

curva em direção ventral, voltando e formando uma volta em mesmo nível e após

dirigindo-se externamente, passando por dentro do arco formado pelos dutos iniciais e

originando a espermateca, cujo calibre é apenas um pouco maior que o dos dutos.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax castanho claro ou castanho avermelhado.

Região cefálica podendo apresentar manchas esbranquiçadas próximo ao bordo anterior ou

Page 97: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

86

nas laterais internas dos OLP e dos OMP, sem a mancha no centro do quadrângulo ocular.

Há duas manchas castanhas envolvendo as manchas negras dos OLP. Essas manchas

castanhas confundem-se com as duas manchas inclinadas também castanhas. Às vezes,

existe uma faixa clara atrás dos OLP. Faixa marginal do cefalotórax castanho escura e

bastante ampla. Pêlos enegrecidos recobrindo parte das manchas inclinadas e junto à

margem posterior dos OLP. Clípeo castanho ou castanho claro.

Quelíceras castanho escuras ou negras com a base e a superfície anterior pouco

mais claras ou castanho claras. Lábio castanho claro ou amarelado. Lâminas maxilares

podendo apresentar uma mancha castanho escura nas margens laterais externas desde a

base até o início do terço distal. Palpo com fêmur, patela e ápice do tarso amarelados e o

restante castanho claro.

Pernas amarelo pálidas. Fêmures amarelados com um anel distal castanho escuro.

Patelas amareladas ou castanho claras, às vezes com as superfícies laterais e a superfície

dorsal, junto à base, mais escuras. Tíbias com o terço basal, terço distal e laterais pouco

mais escuras. Em indivíduos melânicos, todos os segmentos distais, após o fêmur, são

castanho-escuros.

Abdome geralmente unicolor, apenas com uma faixa amarelo-acastanhada dorsal

sobre o fólio e uma mancha ventral de mesma cor próximo aos espiráculos pulmonares.

Superfície anterior, logo acima do pedicelo, castanho escura e laterais amarelo

acastanhadas. Ventre com uma faixa mediana castanho longitudinal de largura variável que

segue por todo abdome e com laterais do ventre também com faixas esbranquiçadas. Base

das fiandeiras anteriores, às vezes, castanho escura. Em indivíduos melânicos, o dorso

apresenta uma faixa longitudinal mediana amarelo-acastanhada por todo abdome, com

duas faixas laterais esbranquiçadas longitudinais, as laterais apresentam faixas enegrecidas

(mais escuras na frente) e ventre também enegrecido.

Page 98: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

87

Fêmeas: Área interna do quadrângulo ocular pode apresentar-se totalmente

esbranquiçada (manchas de guanina). Área posterior aos OLP mais clara. Manchas

castanhas envolvendo todas as manchas circum-oculares negras. No centro do quadrângulo

ocular, existe uma mancha castanha quase indistinta e não há manchas inclinadas na

margem posterior dos OLP. Sem a zona retangular de pêlos brancos plumosos entre os

OLP e sem pêlos negros junto à margem posterior dos OLP. Clípeo amarelo pálido.

Quelíceras, pernas, palpos e fiandeiras amarelados. Abdome com laterais do dorso

salpicadas de pontos negros dispostos, grosso modo, em duas linhas longitudinais e com

faixas esbranquiçadas largas (formadas por manchas de guanina); região mediana com uma

faixa fina esbranquiçada recobrindo os lados do fólio. Ventre esbranquiçado (manchas de

guanina) ou unicolor com uma faixa anterior amarelo-acastanhada.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, nos estados do Pará e Mato Grosso até o Paraná, e Peru.

MATERIAL EXAMINADO: BRASIL: Alagoas: Mangabeiras. 30.X.1952.

Andrade, Camargo & Denk col. (1 f. MZUSP 19682); Amazonas: Tefé, Estação Ecológica

de Mamirauá. 9-13.X.1992. Borges, S. H. col. (1 f. MCN 22936); Bahia: Camacan,

Fazenda Esperança. 22.V.1969. CEPLAC R2767 col. (1 m. MNRJ 03480); Camacan,

Fazenda Santa Maria. 19.IX.1969. CEPLAC R2912 col. (1 m. MNRJ 10135); idem.

5.IX.1969. CEPLAC R2897 col. (1 m. MNRJ s/n); Camacan, Fazenda Santa Úrsula.

5.II.1969. Ventocilla, CEPLAC R2532 col. (1 m. MNRJ 03485); idem. 7.VIII.1968.

CEPLAC R2213 col. (3 m. MNRJ s/n); Itamaraju. 1969. CEPLAC col. (1 m., 1 f. MNRJ

s/n, ex CRB 2573); Itamaraju, Fazenda Pau Brasil. 9.V.1968 CEPLAC R2063 col. (1 f.

MNRJ 03477); idem. 21.III.1971 CEPLAC R3259 col. (1 m. 1 j. MNRJ s/n); Jussari

[Juçari]. CEPLAC R3168 col. (1 m. MNRJ 10131); Pau Brasil, Fazenda São João.

31.I.1971. CEPLAC R3242 (2 m. MNRJ 03465); Porto Seguro, Fazenda São José.

27.IV.1970. CEPLAC R3095 col. (1 m. MNRJ 03479); Sul da Bahia. CEPLAC R2160. (1

Page 99: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

88

m. MACN); Espírito Santo: Barra de São Francisco, Córrego do Itá. 10-31.XI.1956

Zikan, W. col. (1 f. HEMS 00225); Linhares, Sooretama. X.1962. Martinez, A. col. (1 f.

MACN); Goiás: Jataí, Fazenda Aceiro. X.1962. Expedição Departamento de Zoologia col.

(1 m. MZUSP 02836); Mato Grosso: Chapada dos Guimarães. 15-26.VIII.1992. Lise, A.

A. & Braul Jr., A. col. (2 m. MCN 02140); Utiariti. VIII.1961. Lenko, K. col. Represa. (1

m. MZUSP 10652); Minas Gerais: Estação ecológica da UFMG, 930 m, 19º 30' S 43º 48'

W. 03.II.2000. Álvares, E. S. S. col. (1 f. UFMG 00098); Paraná: Pontal do Paraná, Ilha

do Mel. 14.IV.1989. Caron, A. F. col. (1 m. MZUSP 13962); Pontal do Paraná, Ilha do

Mel. 14.IV.1989. Faucz, A. F. col. (1 m. MZUSP 13977); Santa Helena, Refúgio Biológico

Santa Helena 2-16.XI.1991. Bonaldo, A. B. col. (1 m. MCN 21735); Rio de Janeiro: Bom

Jesus do Itabapoana, Usina hidrelétrica de Rosal. IX.1999. Knysak, I. col. (1 m. IBUSP

26378).

REGISTROS DA LITERATURA: BRASIL: Amazonas: Manaus [Galiano,

1963; MNHN]. PERU: Loreto: Caballo-Cocha [Galiano, 1963; MNHN].

4.4.g. Thiodina sp. 1.

(Figs. 52-59, 61)

TIPOS: BRASIL: Rio Grande do Sul: Canela, Barragem dos Bugres. Silva, A. L.

H. col. 13-14.XII.1999 [1 “holótipo” macho e 1 “parátipo” fêmea, MCN 31770; 1 f

parátipo, MNRJ s/n]. Canela, Barragem dos Bugres. 23.XI.1998. Silva, A. L. H. col. (1

“parátipo” macho, MNRJ s/n. 1 “parátipo” fêmea, MCN 30018);

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. pseustes. O ramo superior da ART é

cilíndrico, apresentando aproximadamente o mesmo calibre desde a base até próximo ao

Page 100: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

89

ápice, que é arredondado, mais fino e recoberto por uma capa transparente, romba e

voltada internamente, o que não acontece em nenhuma outra espécie do gênero. Assim

como em T. pseustes, o ramo inferior da ART é alongado, porém mais robusto e com

curvatura distal mais acentuada que na espécie relacionada. Os ramos da apófise tibial

formam entre si um ângulo pouco pronunciado com a base quase retilínea semelhante a um

‘U’, enquanto em T. pseustes esse ângulo assemelha-se a um “V”. A base do êmbolo do

palpo é contorcida formando 3 carenas, enquanto em T. pseustes a base do êmbolo é

simples. Os machos de Thiodina sp. 1 possui o maior clípeo dentre as espécies do gênero,

sendo quase igual ao diâmetro dos OMA. O epígino das duas espécies possuem fossetas

copulatórias arredondadas, mas em Thiodina sp. 1 as bordas são esclerotinizadas, podem

apresentar uma leve extensão posterior e para fora e estão proporcionalmente mais

próximas entre si, podendo apresentar as bordas medianas unidas. Em T. robusta as

fossetas copulatórias são semelhantes às de Thiodina sp. 1, mas apresentam uma depressão

junto às margens interna e posterior, além dos dutos apresentarem um trajeto espiral. Os

entalhes da ART estão mais distantes entre si do que em T. pseustes, de modo que em

Thiodina sp. 1 o epígino é bem mais largo que longo (Fig. 58), o que não acontece na

espécie relacionada. A mancha central acastanhada do quadrângulo ocular em Thiodina sp.

1 é proporcionalmente menor que na espécie relacionada e nos machos essa mancha pode

estar muito reduzida, mas em geral os espécimes de Thiodina sp. 1 mais melânicos e

maiores que os espécimes de T. pseustes. O clípeo, em ambos os sexos, é bem maior em

Thiodina sp. 1. Não é comum ter manchas de guanina na região cefálica dos exemplares de

Thiodina sp. 1 e quando isso acontece ocorre somente próximo à margem anterior e

próximo aos olhos laterais anteriores e não em toda extensão do quadrângulo ocular como

em T. pseustes. As manchas inclinadas próximas dos OLP são mais escuras. A região

posterior do abdome das fêmeas apresenta pontos negros esparsos que formam duas faixas

Page 101: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

90

laterais, enquanto nos machos existe uma faixa enegrecida circundando todo o abdome,

desde a margem anterior, seguindo pelas laterais e prolongando-se até as fiandeiras.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho “holótipo”: 7,0. Machos (n=5): 7,3

(7,0-7,8). Fêmea “parátipo”: 10,3. Fêmeas (n=5): 8,3 (6,3-10,3).

CEFALOTÓRAX: Macho “holótipo”: comprimento 3,0, largura 2,7. Machos

(n=5): comprimento 3,1 (3,0-3,5), largura 2,6 (2,5-2,7). Fêmea “parátipo”: comprimento

3,3, largura 2,8. Fêmeas (n=5): comprimento 3,3 (3,0-3,6), largura 2,7 (2,5-2,9). Olhos:

Diâmetro dos OMA aproximadamente o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo

ocular: região posterior mais larga que a anterior. Clípeo: um pouco menor que o diâmetro

dos OMA nos machos e cerca da metade desse diâmetro nas fêmeas, com número muito

reduzido de pêlos finos, longos, esbranquiçados e reclinados em ambos os sexos.

Quelíceras: Machos: Comprimento pouco mais de 2,5 vezes a largura. Superfície anterior

com áreas mais deprimidas na base próximo à margem externa e no ápice próximo à

margem interna. Promargem do sulco da garra variável, com 4 dentes contíguos (os

medianos maiores, às vezes 3 e raramente 2), retromargem com 2 dentes contíguos de

mesmo tamanho. Fêmeas: Promargem do sulco da garra variável com 4 ou 3 dentes

contíguos (o mediano ou antepenúltimo maior), retromargem variável, geralmente com 2

contíguos, raramente 1 grande ou com 3 diminutos.

ABDOME: Comprimento: Macho “holótipo”: 4,0. Machos (n=5): 4,2 (4,0-4,6).

Fêmea “parátipo”: 7,0. Fêmeas (n=5): 5,0 (3,3-7,0).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Macho holótipo: 2,0. Machos (n=5): 2,0 (1,8-

2,0). Fêmeas (n=5): 1,6 (1,5-1,8). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento

maior que 4x o dos bulbos basais em ambos os sexos. Espineação: Machos: Perna I:

Fêmur com o espinho retrolátero-dorsal apical às vezes ausente. Patela sem espinho

retrolateral. Tíbia com 1 par ventral no final do terço médio (às vezes o espinho retrolateral

Page 102: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

91

inserido mais basalmente) e outro próximo à margem apical e raramente 1 prolátero-dorsal

no final do terço basal. Perna II: semelhante à perna I, mas o fêmur com 1 prolátero-dorsal

e 1 retrolátero-dorsal no final do terço médio (às vezes ambos ausentes) e raramente mais 1

retrolateral no terço distal inserido pouco mais basalmente que o retrolátero-dorsal apical e

a tíbia com o espinho prolátero-dorsal do final do terço basal sempre presente, 1 espinho

prolateral no terço distal adicional, com 1 ventral ímpar situado na linha mediana no final

do terço médio, outro no final do terço basal (às vezes ausente) e 1 prolátero-ventral

também no terço basal, porém inserido mais basalmente que o espinho da linha mediana

(às vezes ausente). Perna III: Fêmur semelhante à perna II, mas sem retrolátero-dorsal no

final do terço médio e o retrolateral no terço distal. Tíbia com 1 dorsal basal (às vezes

ausente), 1 par lateral no terço basal (raramente o prolateral ausente), outro no início do

terço médio e outro no início do terço distal, 1 ventral no início terço médio (raramente

ausente), raramente 1 retrolátero-ventral no terço médio e 1 par ventral próximo à margem

apical. Metatarso com os espinhos do par látero-dorsal no final do terço basal geralmente

não alinhados. Perna IV: Fêmur com 1 dorsal no início e outro no final do terço médio e

outro apical, 1 par látero-dorsal apical (raramente com o prolateral ausente ou ambos

ausente) e raramente 1 prolateral no terço distal. Patela, tíbia e metatarso semelhantes à

perna III, mas a tíbia sem o raro espinho retrolátero-ventral no terço médio e o metatarso

com 1 par látero-dorsal no terço médio adicional, raramente sem o prolátero-dorsal basal e

às vezes sem o retrolátero-ventral basal ou sem o par ventral basal. Fêmeas: Na tíbia I,

falta o espinho ventral retrolateral no terço médio e o prolátero-dorsal. Fêmur II

semelhante à perna 1 do macho, mas raramente com 1 retrolátero-dorsal no final do terço

médio. Na tíbia II faltam os espinhos 1 dorsal, 1 ímpar no final do terço basal e 1 prolátero-

ventral no terço basal. Fêmur III, às vezes, sem o retrolateral apical. Tíbia III sem o

espinho dorsal, raramente o par lateral no terço basal está ausente e com 1 ventral no início

Page 103: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

92

terço médio, sem 1 retrolátero-ventral no terço médio. Metatarso III, às vezes sem o

prolateral do par látero-dorsal no final do terço basal e sem o retrolateral ou raramente sem

o prolateral do par ventral no final do terço basal. Fêmur IV raramente apresenta o espinho

prolateral do par látero-dorsal apical, às vezes sem esse par apical e sem 1 prolateral no

terço distal. Patela IV raramente sem o prolateral. Tíbia IV sem o espinho dorsal basal, sem

o prolateral do terço basal (às vezes sem o par lateral basal) e raramente sem o prolateral

do terço médio, sem os espinhos ventrais no terço médio, raramente e sem um dos

espinhos ventrais do par apical. Metatarso IV sem o espinho prolateral do par látero-dorsal

no final do terço basal e sem o par ventral no final do terço basal (raramente com o espinho

prolateral).

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 54-57): Patela bem mais longa que larga.

Tíbia mais curta que a patela, bem mais larga que longa e com o lóbulo prolátero-ventral

apical rombo e bem marcado. Ramo superior da ART sempre mais longo que o inferior,

reto, cilíndrico, com a mesma largura desde a base até o terço distal que sofre um

afilamento até o ápice. Ápice arredondado, mais fino e recoberto por uma capa

transparente, romba e voltada internamente. Ramo inferior mais fino que o ramo superior e

mais esclerotinizado, com a parte distal paralela ao ramo superior, conectado à base deste

em ângulo pouco pronunciado, semelhante a um ‘U’, com curvatura subapical pouco

pronunciada inclinando-se para o lado oposto ao ramo superior da ART e com ápice mais

fino. Êmbolo com base não encoberta pelo címbio em visão prolateral e não alargada,

retorcida, apresentando 2 carenas sinuosas e uma outra carena pouco mais distal porém

ainda no terço basal. Parte mediana do êmbolo com uma leve curvatura, afinando

suavemente até o ápice. Êmbolo em vista ventral mais longo que a largura do subtégulo

junto à base do êmbolo. Dutos espermáticos de calibre fino, com 4 voltas, bem separadas

entre si.

Page 104: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

93

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 58-59): Epígino bem mais largo que longo

(raramente quase tão longo quanto largo), com 2 fossetas copulatórias médias, oblongas ou

quase arredondadas, com margens esclerotinizadas (podendo apresentar o ângulo externo

posterior projetado, ou a margem posterior mais espessa), separadas entre si por cerca de

1/3 do seu diâmetro (às vezes as margens medianas das fossetas encontram-se

superpostas). Algumas vezes, a margem anterior é bem mais espessa e elevada em relação

à superfície do corpo. Os entalhes estão situados bem mais lateralmente que as margens

externas das fossetas copulatórias. Dutos da espermateca de calibre fino a mediano,

geralmente situados bem embaixo das fossetas, às vezes deslocados para fora, dirigindo-se

dorsalmente e internamente após o átrio, depois fazendo uma curva em direção ventral e

externa, logo após outra curva em direção interna e finalmente terminando em uma

espermateca situada mais ventralmente, com calibre pouco maior que o diâmetro dos

dutos,.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelo claro ou castanho avermelhado.

Região cefálica sem ou com poucas manchas de guanina, muitas vezes com a mancha

central castanho escura indistinta. Manchas inclinadas geralmente separadas das manchas

dos OLP e às vezes indistintas. Faixa marginal do cefalotórax castanho escura. Pêlos

plumosos esbranquiçados, curtos, próximo ao bordo externo dos OLP e dos OMP, às vezes

ausentes. Raramente existem pêlos curtos e negros, próximos à margem posterior dos OLP

e na margem posterior das manchas inclinadas. Zona retangular de pêlos brancos plumosos

às vezes ausente. Clípeo castanho escuro.

Quelíceras castanho escuras com a região próxima à margem externa mais clara.

Lábio castanho ou amarelado. Palpo amarelado, ou com o fêmur e a patela amarelos e o

restante castanho.

Pernas amareladas. Fêmures com o terço distal castanho escuro. Pernas I-II com os

Page 105: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

94

artículos restantes castanho escuros. Pernas III-IV com o restante dos artículos castanho e a

superfície ventral mais clara.

Abdome com áreas laterais do dorso salpicadas de pontos negros dispersos,

dispostos grosso modo em duas linhas longitudinais. Na margem anterior e nas laterais

existe uma faixa castanho escura que segue até as fiandeiras. Faixa amarelo-acastanhada

sobre a região foliar (às vezes ausente), separando 2 faixas esbranquiçadas mais finas, às

vezes ausentes. Ventre com uma faixa castanho escuro longitudinal mediana que segue por

todo abdome. Base das fiandeiras anteriores às vezes castanho escuro. As fiandeiras são

variáveis, geralmente castanho escuras e às vezes amarelas.

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas e mancha central menores,

geralmente bem definidas. Quelíceras, pernas, abdome e fiandeiras amarelados. Áreas

laterais do dorso do abdome geralmente salpicadas de pontos negros dispostos grosso

modo em duas linhas longitudinais e região mediana, às vezes, com uma faixa branca

(formadas por manchas de guanina) recobrindo os lados do fólio. Faixa escura na margem

anterior e nas laterais do abdome ausente. Ventre do abdome sem faixa escura e repleto de

manchas de guanina, exceto na faixa central e na região anterior. Indivíduos melânicos

com faixas largas enegrecidas nos lados do abdome e logo acima da inserção do pedicelo.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, dos estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais até o

Rio Grande do Sul, e Argentina.

MATERIAL EXAMINADO: ARGENTINA: Misiones: Santa Maria.

10.IX.1953. Schiapelli & De Carlo col. (1 m. 1 f. 1 j. MACN); idem. VI-XII.1952. Viana,

J. col. (1 m. MACN); BRASIL: Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, Fazenda São José

Mendes. 23.IX.1964. Expedição Departamento de Zoologia col. (1 m. MZUSP 03656);

idem. X.1961. Expedição Departamento de Zoologia col. (1 m. MZUSP 10692); Minas

Gerais: Serra do Caraça. 12-23.XI.1961. Kloss, R., Lenko, F. & Martins, U. col. (1 m. 1 f.

Page 106: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

95

MZUSP 19670); Rio Grande do Sul: Cachoeira do Sul, Alta dos Casimiros. 14.XI.1992.

Buss, R. G. col. (1 m. MCNP 06455); Campo Bom. 18.XI.1987. Becker, C. J. col. (1 m.

MCNP 06496); Canela, Barragem dos Bugres. 25.XI.1998. Moura, L. col. (1 f. MCN

30011); idem. 23.XI.1998. Franceschini, A. col. (1 f. MCN 30019A); Canela, Passo dos

Bugres. 06.XI.1998. Bonaldo, A. B. col. (1 m. MCN 30038); Canoas. 14.XI.1990.

Marques, M. A. L. col. (1 f. MCN 20103A); Caxias do Sul, Fazenda Souza. 11-

12.XI.1995. Laboratório de Aracnologia col. (1 m. 3 f. MCNP 07368); Estrela Velha.

19.X.1998. Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 29914); Santa Cruz do Sul. 20.XI.1994. Ott, R.

col. (1 m. MCNP 06575); São Francisco de Paula, Barragem Passo do Inferno. 19.XI.

1997. Buckup, E. H. col. (1 m. MCN 28936); São Francisco de Paula, Passo do Bugres.

04.XI.1985. Bonaldo, A. B. col. (1 m. 2 f. MCN 29947); São Francisco de Paula, Passo do

Inferno, Fazenda 3 cachoeiras. 05.XI.1998. Silva, A. L. H. col. (1 m. 1 f. 1 j. MCN 29961);

São Francisco de Paula, Usina Hidrelétrica dos Bugres. 18.X.1997. Buckup, E. H. col. (1 f.

MCN 28765); São Francisco de Paula, Usina Passo do Inferno. 03.XI.1998. Silva, A. L. H.

col. (1 m. MCN 30036); São Leopoldo, Banhado das Freiras. X.1973. Becker, C. J. col. (1

m. MCN 27595); Triunfo. 15.X.1980. Buckup, E. H. col. (1 m. MCN 09249); idem.

28.XI.1989. Buckup, E. H. col. (1 f. MCN 19006); Santa Catarina: Reserva Biológica

Marinha do Arvoredo. X.1993. Lise, A. A. & Braul Jr., A. col. (1 f. MCNP 04491; 1 m.

MCNP 04492); São Paulo: Embu-Guaçu, Batêa. 02.XI.1940. Lane, F. col. (1 m. MZUSP

19668).

Page 107: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

96

4.5. Espécies não reconhecíveis de Thiodina.

As seguintes espécies foram descritas com base em jovens ou exemplares perdidos.

Elas não podem ser reconhecidas a partir apenas da descrição, a qual é fornecida abaixo.

Essas espécies devem ser consideradas como nomina dubia.

4.5.a. Thiodina candida Mello-Leitão, 1922.

Thiodina candida Mello-Leitão, 1922: 218;

T. c.: Roewer, 1955: 977; Bonnet, 1959: 4563; Galiano, 1981: 15.

TIPOS: BRASIL: Rio de Janeiro: Piraí, Pinheiral [Pinheiro] [∗ 1 holótipo fêmea,

Museu Nacional do Rio de Janeiro s/n, perdido].

DESCRIÇÃO ORIGINAL: Comprimento total 7 mm. Cefalotórax curto, muito

elevado, a região torácica com forte declive, provida de uma pequena estria, situada um

pouco atrás dos olhos posteriores. Região ocular muito mais larga que longa, paralela, os

pequenos olhos da segunda fila mais próximos dos olhos médios anteriores que dos olhos

posteriores. Clípeo mais estreito que o diâmetro dos olhos médios anteriores, todo coberto

de pêlos e densos. Quelíceras verticais, providas na margem superior do sulco de 3

pequenos dentes e na margem inferior de 2 dentes quase contíguos. Esterno muito

atenuado na frente, terminado atrás em ponta arredondada, antes das coxas posteriores.

Lábio um pouco mais longo que largo. Abdôme oval, alongado. Fiandeiras iguais, as

superiores um pouco mais finas que as inferiores. Pernas anteriores um pouco mais

robustas que as outras, com as tíbias providas de 2-2-1 cerdas bulbosas inferiores na

metade basal e de 2-2 espinhos pequenos inferiores na metade apical, metatarso muito

atenuado em direção ao ápice, armados de 2-2 curtos espinhos inferiores. Pernas dos 2

Page 108: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

97

últimos pares muito espinhosas. O metatarso do terceiro par de pernas com 2 verticilos e o

do 4 par com 3 verticilos.

Cefalotórax amarelado, a região cefálica branca, ornada de 2 manchas fulvas

inclinadas, pouco atrás dos olhos posteriores. Manchas oculares negras. Longos pêlos

verticais, castanhos, de extremidades negras, situados à frente das manchas negras

anteriores. Acima dos olhos médios anteriores e no clípeo há longas cerdas esbranquiçadas.

Quelíceras, lábio, lâminas maxilares, esterno, pernas e palpos amarelo acastanhados.

Abdome inteiramente branco, reticulado de castanho pálido. Epígino fulvo. Fiandeiras

amarelo acastanhadas.

OBSERVAÇÕES: A descrição desta espécie é muito resumida e incompleta, não

permitindo a identificação da espécie. Além disso, o holótipo encontra-se desaparecido.

Provavelmente, esta espécie é um sinônimo de T. melanogaster ou T. robusta, espécies que

ocorrem na localidade tipo.

DISTRIBUIÇÃO: Conhecida somente da localidade tipo.

4.5.b. Thiodina setosa Mello-Leitão, 1947.

Thiodina setosa Mello-Leitão, 1947a: 32, t. 6 fig. 14.

T. s.: Roewer, 1955: 978; Galiano, 1981: 16.

TIPOS: BRASIL: Minas Gerais: Carmo do Rio Claro, J. C. de M. Carvalho col.

[1 holótipo fêmea imatura, MNRJ 2255].

DESCRIÇÃO ORIGINAL: Comprimento total 6,0. Perna I: Fêmur 1,0; Patela-

tíbia 1,4; protarso 0,5; tarso 0,5; total 3,4. Perna II: Fêmur 1,0; Patela-tíbia 1,3; protarso

0,4; tarso 0,4; total 3,1. Perna III: Fêmur 1,2; Patela-tíbia 1,2; protarso 0,6; tarso 0,6; total

Page 109: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

98

3,6. Perna IV: Fêmur 1,2; Patela-tíbia 1,4; protarso 0,8; tarso 0,6; total 3,8. Cefalotórax

pouco elevado, estreito com linhas de pêlos trigueiros, os da região torácica deitados de

trás para diante; os da região cefálica eretos. Margens das quelíceras muito pilosas, não

deixando ver os dente. Esterno revestido de longos pêlos trigueiros. Abdome estreito,

pontudo atrás, com pêlos iguais aos do cefalotórax, deitados de diante para trás. Pernas

com pêlos deitados, formando três faixas longitudinais dorsais, Tíbias anteriores com dois

pares de longas cerdas bulbosas e com um espinho subapical anterior ventral.

Cefalotórax creme com sete manchas negras, duas ao redor dos olhos da segunda

fileira, duas nos olhos posteriores e uma maior mediana e duas atrás dos olhos posteriores.

Pêlos oculares brancos. Quelíceras, palpos, peça labial, lâminas maxilares, esterno e pernas

creme. Abdome esbranquiçado, com pequenos pontos fuscos, pouco numerosos e

irregularmente esparsos. Fiandeiras levemente fuscas.

OBSERVAÇÕES: A descrição insuficiente, aliada ao fato do tipo ser uma fêmea

imatura, não permitem a identificação desta espécie. Além disso, não são conhecidos

exemplares de Thiodina da localidade tipo desta espécie. Coletas adicionais na localidade

tipo poderão ajudar a esclarecer a identidade desta espécie.

DISTRIBUIÇÃO: Conhecida somente da localidade tipo.

4.6. Espécimes jovens não identificáveis de Thiodina.

Brasil: Mato Grosso: Utiariti. 1961. Lenko, K. col. (1 j. MZUSP 04132);

Pernambuco: Moreno, Bonança [Tapera]. Pickel, Bento col. (1 j. T. pallida: Mello-Leitão

det. MNRJ 01144); Paraná: Rio Negro. Franciscanos col. (1 j. T. pallida: Mello-Leitão

det. MNRJ 02986 [ex 58084]); Rio de Janeiro: Nova Friburgo. Mello-Leitão, C. F. de col.

(1 j. T. pallida: Mello-Leitão det. MNRJ 41520); Rio Grande do Sul: Rambo, Padre

Balduíno col. (1 j. T. pallida: Mello-Leitão det. MNRJ 41699); Guaíba. 28.IV.1995. Lise,

Page 110: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

99

A. et al. col. (4 j. MCNP 06080); Montenegro. 11.VIII.1977. Galileo, M. H. col. (1 j. MCN

06220); Porto Alegre. Buck, Pio col. (1 j. T. pallida: Mello-Leitão det. MNRJ 42094); São

Paulo: Boa Esperança do Sul, Fazenda Itaquerê. 1965. Lenko, K. col. (1 j. MZUSP

04464); Botucatu. 13.V.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. (2 j. HEMS 00205);

idem. 08.VII.1987. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. (4 j. HEMS 00207); idem.

02.III.1988. Rinaldi, I. M. P. & Forti, L. C. col. Plantação de cana de açúcar. (1 m. HEMS

00209).

5. CONCLUSÕES

1. Foram encontradas sete espécies de Thiodina Simon, 1900 no território brasileiro e

países limítrofes, das quais uma é inédita, tendo sido elaboradas descrições

detalhadas e figuras representando as características diagnósticas de cada espécie.

2. A área de distribuição de Thiodina germaini Simon, 1900 é ampliada, com a

inclusão da Argentina (província de Corrientes), Bolívia (Departamento de La Paz)

e os seguintes estados do Brasil: Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato

Grosso, Pará, Paraná, Rondônia e São Paulo.

3. Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 é considerada como sinônimo sênior de

Thiodina punctulata Mello-Leitão, 1917. A área de distribuição da espécie é

ampliada, com a inclusão da Argentina (províncias de Misiones, Entre-Ríos,

Buenos Aires, Salta, Santa Fé e Santiago del Estero), Bolívia (Departamento de

Cochabamba), Uruguai (departamento de Lavalleja) e os seguintes estados do

Brasil: Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do

Page 111: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

100

Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande

do Sul, São Paulo e Tocantins.

4. A identidade de Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846) é esclarecida, com a

indicação de um espécime macho do Amazonas para futura designação como

neótipo. A área de distribuição desta espécie é consideravelmente reduzida, com a

exclusão da Argentina, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e

os seguintes estados do Brasil: Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do

Sul e São Paulo.

5. A fêmea de Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936 é descrita pela primeira

vez, baseada em um dos tipos de fêmeas anteriormente associados a Thiodina

vaccula Simon, 1900. A área de distribuição da espécie é ampliada para o Brasil,

nos estados de Roraima, Pernambuco e Bahia.

6. A fêmea de Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945 é descrita pela primeira vez, com

a expansão da distribuição da espécie para o Brasil, nos estados de Paraná, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

7. O esclarecimento da identidade da fêmea de Thiodina vaccula Simon, 1900 é

efetuado, com a expansão da distribuição da espécie para os seguintes estados do

Brasil: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rio de

Janeiro.

8. Thiodina sp. 1 é uma espécie inédita, encontrada na província de Misiones,

Argentina e no Brasil, nos estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo,

Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Page 112: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

5

1

2

3

4

Figs. 1-5: Thiodina germaini Simon, 1900 (MACN, Misiones): 1. Cefalotórax e quelíceras, frontal. 2.

Cefalotórax lateral. Cotinusa vittata Simon, 1900 (MNRJ 42.190, Rio Grande do Sul): 3. Cefalotórax e

quelíceras, frontal. 4. Cefalotórax lateral. T. germaini: 5. Perna I, artículos distais. Note os dois pares de

cerdas bulbosas na tíbia. Barras de escala = 1 mm.

101

Page 113: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

6

7

8

Figs. 6-8: Thiodina germaini Simon, 1900 (MACN, Misiones) macho: 6. Hábito, dorsal. 7. Hábito latera.

8. Cefalotórax e quelíceras, frontal. CL = Clípeo. OLA = Olhos laterais anteriores. OMA = Olhos médios

anteriores. OLP = Olhos laterais posteriores. OMP = Olhos médios posteriores. Barras de escala = 1 mm.

102

OMA

OLA

OMP

OLP

CL

Page 114: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

9

10

11 12

Figs. 9-12: Thiodina germaini Simon, 1900 (MACN, Misiones) macho: 9. Palpo, retrolateral. 10. Palpo,

ventral. 11. Palpo, base do êmbolo. 12. Palpo, dorsal. ART inf = Ramo inferior da apófise tibial

retrolateral.ART sup = Ramo superior da apófise tibial retrolateral. CI = Címbio. DE = Dutos

espermáticoso. EM = Êmbolo. TE =Tégulo. Barras de escala = 0,1 mm.

103

ART inf

ART sup

CI

EM

DE

TE

Page 115: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

13

14

Figs. 13-14: Thiodina germaini Simon, 1900 (MCNP, Mato Grosso do Sul) fêmea: 13. Epígino. 14.

Vulva. DE = Dutos da espermateca. EA = Entalhe para ART. FC = Fosseta copulatória. ME = Membrana

da espermateca. As setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

104

EA

FC

DE

ME

Page 116: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

15 16

Figs. 15-16: Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 (MCNP 19.003, Rio Grande do Sul) macho: 15.

Hábito, dorsal. 16. Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

105

Page 117: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

1718

1920

Figs. 17-20: Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 (MCNP 19.003, Rio Grande do Sul) macho:

17. Palpo, retrolateral. 18. Palpo, ventral. 19. Palpo, base do êmbolo. 20. Palpo, dorsal. Barras de escala =

0,1 mm.

106

Page 118: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

21

22

Figs. 21-22: Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917 (MCNP 8.747, Rio Grande do Sul) fêmea: 21.

Epígino. 22. Vulva. EA = Entalhe da ART. As setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de

escala = 0,1 mm.

107

EA

Page 119: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

23 24

Figs. 23-24: Thiodina pallida C. L. Koch, 1846, macho: 23 (MNRJ 3.461, Bahia). Hábito, dorsal. 24

(MNRJ 2.571, Bahia). Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

108

Page 120: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

2526

27

Figs. 25-27: Thiodina pallida C. L. Koch, 1846 (MCNP 19.003, Rio Grande do Sul) macho: 25 (MNRJ

2.571, Bahia). Palpo, retrolateral. 26 (MNRJ 3.484, Bahia). Palpo, ventral. 27 (MNRJ 3.461). Palpo,

base do êmbolo. Barras de escala = 0,1 mm.

109

Page 121: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

28

29

Figs. 28-29: Thiodina pallida C. L. Koch, 1846 (MNRJ 3.478, Bahia) fêmea: 28. Epígino. 29. Vulva. As

setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

110

Page 122: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

3031

Figs. 30-31: Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936, (MCNP 19.868, Roraima) macho: 30. Hábito,

dorsal. 31. Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

111

Page 123: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

32

33

34

Figs. 32-34: Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936 (MCNP 19.003, Rio Grande do Sul) macho: 32

(MACN, Bahia). Palpo, retrolateral. 33 (MNRJ 3.495, Bahia). Palpo, ventral. 34 (MACN, Bahia).

Palpo, base do êmbolo. Barras de escala = 0,1 mm.

112

Page 124: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

35

36

Figs. 35-36: Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936 (MACN, Bahia) fêmea: 35. Epígino. 36. Vulva.

As setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

113

Page 125: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

3738

Figs. 37-38: Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945, (MCNP 19.223, Rio Grande do Sul) macho: 37.

Hábito, dorsal. 38. Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

114

Page 126: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

39

40

41 42

Figs. 39-42: Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945 (MACN, Rio de Janeiro) macho: 39. Palpo,

retrolateral. 40. Palpo, ventral. 41. Palpo, base do êmbolo. 42. Palpo, dorsal. Barras de escala = 0,1 mm.

115

Page 127: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

43

44

Figs. 43-44: Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945 (MCNP 7.370, Rio Grande do Sul) fêmea: 43.

Epígino. 44. Vulva. As setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

116

Page 128: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

4546

Figs. 45-46: Thiodina vaccula Simon, 1900, (MNRJ 3.242, Bahia) macho: 45. Hábito, dorsal. 46.

Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

117

Page 129: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

47

48

49

Figs. 47-49: Thiodina vaccula Simon, 1900 (MZSP 10.652, Mato Grosso) macho: 47. Palpo,

retrolateral. 48. Palpo, ventral. 49. Palpo, base do êmbolo. Barras de escala = 0,1 mm.

118

Page 130: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

50

51

Figs. 50-51: Thiodina vaccula Simon, 1900 (MCNP 22.936, Amazonas) fêmea: 50. Epígino. 51. Vulva.

As setas grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

119

Page 131: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

5253

Figs. 52-53: Thiodina sp. 1, (MCNP 27.595, Rio Grande do Sul) macho:. 52. Hábito, dorsal. 53.

Cefalotórax e quelíceras, frontal. Barras de escala = 1 mm.

120

Page 132: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

54

55

5657

Figs. 54-57: Thiodina sp. 1 (MZSP 19.668, São Paulo) macho: 54. Palpo, retrolateral. 55. Palpo, ventral.

56. Palpo, base do êmbolo. 57. Palpo, dorsal. Barras de escala = 0,1 mm.

121

Page 133: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

58

59

Figs. 58-59: Thiodina sp. 1 (MCNP 30.018, Rio Grande do Sul) fêmea: 58. Epígino. 59. Vulva. As setas

grossas indicam o trajeto dos dutos. Barras de escala = 0,1 mm.

122

Page 134: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

Fig 60: Distribuição de três espécies de Thiodina na América do Sul. Thiodina germaini Simon, 1900, Thiodina pallida (C. L. Koch, 1846) e Thiodina robusta Mello-Leitão, 1945.

T. germaini

T. pallida

T. robusta

0 400 800 Km

123

N

Page 135: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

Fig 61: Distribuição de três espécies de Thiodina na América do Sul. Thiodina pseustes Chamberlin & Ivie, 1936, Thiodina vaccula Simon, 1900 e Thiodina sp. 1.

0 400 800 Km

T. pseustes

Thiodina sp. 1

T. vaccula

124

N

Page 136: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

N

0 400 800 Km

Fig 62: Distribuição de três espécies de Thiodina na América do Sul. Thiodina melanogaster Mello-Leitão, 1917, Thiodina candida Mello-Leitão, 1922 sp. inquirenda e Thiodina setosa Mello-Leitão, 1947 sp. inquirenda.

125

Page 137: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

126

ANEXO 1. LITERATURA CITADA

1) ARROZPIDE, R. F., 1986. Catalogo de tipos de Arachnida (Araneae) del Museo de

La Plata. Série Técnica y Didactica, Museo de La Plata, 12: 1-63.

2) ALAYÓN G., G., 2000. Arañas endémicas de Cuba. Revista Ibérica de

Aracnología, 2: 1-48.

3) BANKS, N., 1891. Notes on some spiders described by Hentz. Entomological

News, 2: 84-87.

4) BANKS, N., 1898. Arachnida from Baja California, and other parts of Mexico.

Proceedings of the California Academy of Sciences, (3) 1 (7): 205-308, pr. 13-17.

5) BANKS, N., 1899. Some spiders from Northern Louisiana. Proceedings of the

Entomological Society of Washington, 4: 188-195.

6) BANKS, N., 1900. Some Arachnida from Alabama. Proceedings of the Academy of

Natural Sciences of Philadelphia, 52: 529-543.

7) BANKS, N., 1901. Some spiders and other Arachnida from Southern Arizona.

Proceedings of the United States National Museum, 23: 581-590, pr. 22.

8) BANKS, N.,1902. A list of spiders collected in Arizona by Messrs Schwarz and

Barber during the summer of 1901. Proceedings of the United States National

Museum, 25 (1284): 211-221, pr. 7.

9) BANKS, N., 1904a. Some Arachnida from California. Proceedings of the

California Academy of Sciences, (3) 3 (13): 331-376, pr. 38-41.

10) BANKS, N., 1904b. The Arachnida of Florida. Proceedings of the Academy of

Natural Sciences of Philadelphia, 56: 120-147, pr. 7-8.

11) BANKS, N., 1905. Synopses of North American Invertebrates. XX. Families and

genera of Araneida. The American Naturalist, 39: 293-323, 23 figs.

Page 138: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

127

12) BANKS, N., 1907. A preliminary list of the Arachnida of Indiana, with keys to

families and genera of spiders. Report of the State of Indiana Geological Survey,

31: 715-747.

13) BANKS, N., 1909a. Arachnida from Costa Rica. Proceedings of the Academy of

Natural Sciences of Philadelphia, 61: 194-234, pr. 5-6.

14) BANKS, N., 1909b. Arachnida of Cuba. In: Estación Central Agronómica de

Cuba, Second Report, Part II: 150-174, pr. 45.

15) BANKS, N., 1910. Catalogue of Nearctic spiders. Bulletin of the United States

National Museum, 72: 1-3, 1-180.

16) BANKS, N., 1911. Some Arachnida from North Carolina. Proceedings of the

Academy of Natural Sciences of Philadelphia, 63: 440-456, pr. 34-35.

17) BANKS, N., 1914. Notes on some Costa Rican Arachnida. Proceedings of the

Academy of Natural Sciences of Philadelphia, 65: 676-687, pr. 28-30.

18) BANKS, N., 1929. Spiders from Panama. Bulletin of the Museum of Comparative

Zoology, 69 (3): 53-96, pr. 1-4.

19) BANKS, N.; NEWPORT, N. M. & BIRD, R. D., 1932. Oklahoma spiders.

Publications of the University of Oklahoma Biological Survey, 4 (1): 7-49, 6 figs.

20) BARROWS, W. M., 1918. A list the Ohio spiders. Ohio Journal of Sciences, 18

(8): 297-318.

21) BONNET, P., 1959. Bibliographia araneorum. Frères Douladoure, Toulouse.

Volume 2, tomo 5, pág. 4231-5058.

22) BREENE, R. G., DEAN, D. A., NYFFELER, M. & EDWARDS, G. B. 1993.

Biology, predation ecology, and significance of spiders in Texas Cotton ecosystems

with a key for species. Texas Agriculture Experiment Station, College Station. 115

pág.

Page 139: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

128

23) BRIGNOLI, P. M. 1983. A catalogue of the Araneae described between 1940 and

1981. Manchester Univ. Press, Manchester. 755 pág.

24) BRYANT, E. B., 1940. Cuban spiders in the Museum of Comparative Zoology.

Bulletin of the Museum of Comparative Zoology, 86 (7): 249, 532 pr. 23.

25) BRYANT, E. B., 1950. The Salticidae spiders of Jamaica. Bulletin of the Museum

of Comparative Zoology, 103 (3): 163-209, pr. 3.

26) CAPORIACCO, L. di. 1948. Arachnida of British Guiana collected in 1931 and

1936 by Professors Beccari and Romiti. Proceedings of the zoological Society of

Londron, 118 (3): 607-747, fig. 1-169.

27) CAPORIACCO, L. di. 1954. Araignées de la Guyanne Française du Muséum

d’Histoire Naturalle de Paris. Commentationes della Pontificia Academia

Scientiarum, 16: 45-193.

28) CHAMBERLIN, R. V., 1924. The spider fauna of the Shores and Islands of the

Gulf of Carolina. Proceedings of the California Academy of Sciences, 12: 561-694,

140 figs.

29) CHAMBERLIN, R. V. & IVIE, W., 1936. New species from Mexico and Panama.

Bulletin of the University of Utah (Biological Series.), 27 (5): 1-103, pr. 1-17.

30) CHAMBERLIN, R. V. & IVIE, W., 1944. Spiders of the Georgia region of North

America. Bulletin of the University of Utah (Biological Series), 35 (9): 1-267.

31) CHAMBERLIN, R. V. & WOODBURY, A. M., 1929. Notes on the spiders of

Washington County, Utah. Proceedings of the Biological Society of Washington,

42: 131-142.

32) CHICKERING, A. M., 1936. Additions to the list of known species of spiders from

Barro Colorado Island, Panama. Transactions of the American Microscopical

Society, 55 (4): 449-456.

Page 140: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

129

33) CHICKERING, A. M., 1946. The Salticidae (spiders) of Panama. Bulletin of the

Museum of Comparative Zoology, 97: 1-474.

34) CODDINGTON, J. A. & LEVI, H. W., 1991. Systematics and evolution of spiders

(Araneae). Annual Review of Ecology and Systematics, 22: 565-592.

35) COMSTOCK, J. H., 1913. The spider book; a manual for the study of the spiders

and their near relatives, the scorpions, pseudoscorpions, whipscorpions,

harvestmen and other members of the Class Arachnida, found in America north of

Mexico, with analytical keys for their classification and popular accounts of their

habits. Garden-City Press, New York. Pág. 1-721, 770 figs.

36) CRANE, J., 1945. Spiders of the family Salticidae from British Guiana and

Venezuela. Zoologica (New York), 30: 33-42.

37) CRANE, J., 1949. Comparative biology of salticid spiders at Rancho Grande,

Venezuela Part IV. An analysis of display. Zoologica (New York), 34: 31-52, 159-

214.

38) CUTLER, B., 1979. Jumping spiders of the United States and Canada: changes in

the key and list (2). Peckhamia, 1 (6): 125.

39) EDWARDS, G. B., 1986. A tropical orb weaver, Eriophora ravilla (Araneae:

Araneidae). Entomological. Circular, Florida Department of Agriculture

Conservation Service, 286: 1-2.

40) EDWARDS, G. B. & HILL, D. E, 1978. Representatives of the North American

salticid fauna. Peckhamia, 1 (5): 110-117.

41) ELLIOT, F. R., 1932. Revision and additions to the list of Araneae (Spiders) of

Indiana. Proceedings of the Indiana Academy of Sciences, 41: 419-430.

Page 141: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

130

42) ENDERS, F., 1975 The influence of hunting manner on prey size, particularly in

spiders with long attack distances (Araneidae, Linyphiidae, and Salticidae).The

American Naturalist, 109 (970): 737-498.

43) EMERTON, J. H., 1902. The common spiders of the United States. Boston. Pág. 1-

125.

44) FOELIX, R. F., 1996. The biology of spiders. Oxford University Press, Oxford. 330

pág.

45) FRANGANILLO BALBOA, P., 1936. Los Arácnidos de Cuba hasta 1936. Belén

(Habana): 1-183, fig. 89.

46) GALIANO, M. E., 1957. Una nueva especie del genero Thiodina Simon 1900.

Revista de la Sociedad Entomológica Argentina, 19: 57-61, fig. a-c.

47) GALIANO, M. E., 1963. Las especies americanas de arañas de la familia Salticidae

descriptas por Eugène Simon. Redescripciones basadas en los ejemplares típicos.

Physis (C) (Buenos Aires), 23: 273-470.

48) GALIANO, M. E., 1981. Catalogo de los especimes tipicos de Salticidae (Araneae)

descriptos por Candido F. de Mello-Leitão, segunda parte. Physis (C) (Buenos

Aires), 39 (97): 11-17.

49) HALLAS, E. A., & JACKSON, R. R., 1986. A comparative study of Old and New

World Lyssomanines (Araneae, Salticidae): utilisation of silk and predatory

behaviour of Asemonea tenuipes and Lyssomanes viridis. New Zealand Journal of

Zoology. 13 (4): 543-551.

50) HASSELT, A. W. M. van, 1888. Araneae exoticae quas collegit, pro Museo

Lugdunensi, Dr H. Ten Kate Jr. in Guyanâ Hollandicâ (Suriname). Tijdschrift voor

Entomologie, 31 (3): 165-200, pr. 5-6.

Page 142: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

131

51) HENTZ, N. M., 1832. On North American spiders. Sillimans Journal of Science

and Arts, 21: 99-122.

52) HENTZ, N. M., 1846. Descriptions and figures of the Araneides of the United

States. Boston Journal of Natural History, 5: 352-370, pr. 21-22.

53) HENTZ, N. M., 1850. Descriptions and figures of the Araneides of the United

States. Boston Journal of Natural History, 6: 18-35, 271-295.

54) HENTZ, N. M., 1867. Supplement to the descriptions and figures of the Araneides

of the United States by Nicolas Marcellus Hentz. Proceedings of the Boston Society

of Natural History, 11: 103-111, pr. 1-2.

55) HENTZ, N. M., 1875. The spiders of the United States. A collection of the

Arachnological Writings of Nicholas Marcellus Hentz by Nicolas Marcellus Hentz,

M.D. Edited by Edward Burgess with notes and descriptions by James H. Emerton.

Occasional Papers of the Boston Society of Natural History, 2: 1-171, pr. 1-21.

56) HILL, D. E., 1977. The pretarsus of salticid spiders. Zoological Journal of the

Linnean Society, 60 (4): 313-318.

57) HILL, D. E., 1979. The scales of salticid spiders. Zoological Journal of the Linnean

Society, 65 (3): 193-218.

58) HOLMBERG, E. L., 1876. Arácnidos argentinos. Annales agricolas de la

Republica Argentina, 4: 1-32.

59) ICZN, 1999. International Code of Zoological Nomenclature. Fourth edition.

International Trust fo Zoological Nomenclature, London. Pág. I-XXIX, 1-305.

60) JONES, S. E., 1936. The Araneida of Dallas County: preliminary note. Field and

Laboratory, 4 (2): 68-70.

61) KASTON, B. J., 1972. How to know the spiders. Second edition. W. C. Brown

Publications, Dubuque. Pág. 1-289.

Page 143: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

132

62) KOCH, C. L., 1846. Die Arachniden. Nürnberg. Volume 13, pág. 1-234, pranchas

433-468.

63) KOCH, C. L., 1851. Übersicht des Arachnidensystems. Nürnberg. Volume 5, pág.

1-104.

64) KRAUS, O., 1955. Spinnen aus El Salvador (Arachnoidea, Araneae).

Abhandlungen des Senckenbergischen Naturforschenden Gesellschaft, 493: 1-112.

65) LEVI, H. W. & LEVI, L. R., 1961. Some comments on Walckenaer's names of

American spiders, based on Abbot's drawings. Psyche (Cambridge), 68: 53-57.

66) LUTZ, F. E., 1915. List of Greater Antillean Spiders with notes on their

distribution. Annals of the New York Academy of Sciences, 26: 71-148, fig. 8.

67) MADDISON, W. P., 1987. Marchena and other jumping spiders with an apparent

leg – carapace stridulatory mechanism (Araneae: Salticidae: Heliophaninae and

Thiodininae). Bulletin of the Bristish Arachnological Society, 7: 101-106.

68) MARX, G., 1883. Araneina. in HOWARD, L.O. (ed.): A list of the invertebrate

fauna of South Carolina. Charleston. Pág. 21-26.

69) MARX, G., 1890. Catalogue of the described Araneae of temperate North America.

Proceedings of the United States National Museum, 12: 497-594.

70) MARX, G., 1892. A contribution to the study of the spiders fauna of the Arctic

Regions. Proceedings of the Entomological Society Washington, 2 (2): 186-200.

71) MELLO-LEITÃO, C. F., 1917. Aranhas novas ou pouco conhecidas de thomisidas

e salticidas brasileiras . Archivos da Escola Superior de Agricultura e Medicina

Veterinária, 1 (2): 117-153, pr. 2, fig.1-25.

72) MELLO-LEITÃO, C. F., 1922. Quelques Araignées nouvelles ou peu connues du

Brésil. Annales de la Societé Entomologique de France, 91: 209-228.

Page 144: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

133

73) MELLO-LEITÃO, C. F., 1941a. Las arañas de Córdoba, La Rioja, Catamarca,

Tucumán, Salta y Jujuy colectadas por los Profesores Birabén. Revista del Museo

de La Plata (Nueva Serie, Zoología), 2 (12): 99-198, pr. 1-12, figs 1-91.

74) MELLO-LEITÃO, C. F., 1941b. Catálogo das aranhas da Colômbia. Anais da

Academia Brasileira de Ciências, 13 (4): 233-300.

75) MELLO-LEITÃO, C. F., 1943. Catálogo das aranhas do Rio Grande do Sul.

Arquivos do Museu Nacional, 37: 149- 245, fig. 1-93.

76) MELLO-LEITÃO, C. F., 1944. Arañas de la provincia de Buenos Aires. Revista

del Museo de La Plata (Nueva Serie, Zoología), 3 (2): 311-393.

77) MELLO-LEITÃO, C. F., 1945. Arañas de Misiones, Corrientes y Entre Ríos.

Revista del Museo de La Plata (Nueva Serie, Zoología), 4 (29): 213-302 fig. 1-93.

78) MELLO-LEITÃO, C. F., 1946. Arañas del Paraguay. Notas del Museo de La Plata,

Zoología, 11 (91): 17-50, fig. 1-10.

79) MELLO-LEITÃO, C.F., 1947a. Aranhas do Carmo do Rio Claro (Minas Gerais)

coligidas pelo naturalista José C. M. Carvalho. Boletim do Museu Nacional (Nova

Série, Zoologia), 92: 1-19, pr. 1-6, figs 1-21.

80) MELLO-LEITÃO, C. F., 1947b. Aranhas do Paraná e Santa Catarina das coleções

do Museu Paranaense. Arquivos do Museu Paranaense, 6 (6): 231-304, fig. 1-52.

81) MELLO-LEITÃO, C. F., 1948. Contribuição ao conhecimento da fauna

araneológica das Guianas. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 20 (2): 151-

196, figs 1-34.

82) MELLO-LEITÃO, C. F., 1949. Aranhas da foz do Koluene. Boletim do Museu

Nacional (Nova Série, Zoologia), 80: 1-34, pr. 1-6, figs 1-51.

83) MOLES, M. L., 1921. A list of California Arachnida: 7. Araneida or true spiders.

Journal of Entomology and Zoology (Claremont), 13 (4): 39-45.

Page 145: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

134

84) NEAVE, S. A., 1939. Nomenclator zoologicus. A list of the Genera and subgenera

in zoology from the tenth edition of Linnaeus 1758 to the end of 1935. London.

Volume 1, pág. 1- 957.

85) NEAVE, S. A., 1940. Nomenclator zoologicus. A list of the Genera and subgenera

in zoology from the tenth edition of Linnaeus 1758 to the end of 1935. London,

Volume 4, pág. 1-1025.

86) NICOLET, N., 1849. Arácnidos. In: GAY, C. (ed.). Historia Física y Política de

Chile. Zoologia. Volume 3, pág. 319-543.

87) OEHLER, C. M., 1980. Jumping spiders (Aranea, Salticidae) in the Cincinnati

region of Ohio, including Butler, Clermont, Hamilton, and Warren Counties. Ohio

Biological Survey, Biological Notes, 13: 1-36.

88) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1883. Descriptions of new or little

known spiders of family Attidae from various parts of the United States of North

America. Proceedings of the Natural History Society of Wisconsin, 21: 1-35, pr. 4.

89) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1885. On some new species of Attidae

from the Eastern Part of Guatemala. Proceedings of the Natural History Society of

Wisconsin, 23: 62-86, pr. 2.

90) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1888. Attidae of North America.

Transactions of the Wisconsin Academy of Sciences, Arts and Letters, 7 : 1-104, pr.

1-6.

91) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1889. Observations on sexual selection

in spiders of the family Attidae. Occasional Pappers of the Natural History Society

of Wisconsin, 1: 1-60.

Page 146: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

135

92) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1896. Spiders of the family Attidae from

Central America and Mexico. Occasional Papers of the Natural History Society of

Wisconsin, 3: 1-101.

93) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1901. On the spiders of the family

Attidae found in Jamaica. Proceedings of the Zoological Society of London, 6-16.

94) PECKHAM, G. W. & PECKHAM, E. G., 1909. Revision of the Attidae of North

America. Transactions of the Wisconsin Academy of Sciences, Arts and Letters,16

(1): 355-646.

95) PETRUNKEVITCH, A., 1911. A synonymic Index-catalogue of spiders of north,

central and south America with all adjacents Islands, Greenland, Bermuda, West

Indies, Terra del Fuego, Galapagos, etc. Bulletin of the American Museum of

Natural History, 29: 1-791.

96) PETRUNKEVITCH, A., 1925. Arachnida from Panama. Transactions of the

Connecticut Academy of Arts and Sciences, 27: 51-248, fig. 114.

97) PETRUNKEVITCH, A., 1928. Systema Aranearum. Transactions of the

Connecticut Academy of Arts and Sciences, 29: 1-270.

98) PETRUNKEVITCH, A., 1939. Catalogue of American spiders. Part one.

Transactions of the Connecticut Academy of Arts and Sciences, 33: 133-338.

99) PICKARD-CAMBRIDGE, F. O., 1900. Arachnida - Araneida and Opiliones. In:

Biologia Centrali-Americana, Zoology. Taylor & Francis, London. Volume 2: 89-

192.

100) PICKARD-CAMBRIDGE, F. O., 1901. Arachnida. Araneidea. In: Biologia

Centrali-Americana, Zoology. Taylor & Francis, London. Volume 2: 193-312.

101) PLATNICK, N. I., 1971. The evolution of courtship behaviour in

spiders. Bulletin of the British Arachnological Society, 2 (3): 40-47.

Page 147: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

136

102) PLATNICK, N.I., 1989. Advances in spider taxonomy 1981-1987 a

supplement to Brignoli’s “A catalogue of the Araneae described between 1940 and

1981”. Manchester University Press, Manchester. 673 pág.

103) PLATNICK, N. I., 1993. Advances in spider taxonomy 1988-1991 with

synonymies and transfers 1940-1980. Manchester University Press, Manchester.

846 pág.

104) PLATNICK, N. I., 1997. Advances in spider taxonomy 1992-1995 with

redescriptions 1940-1980. Manchester University Press, Manchester. 976 pág.

105) PLATNICK, N. I., 2003. The world spider catalog, version 3.5. American

Museum of Natural History. Consultada online em 20 de março de 2003 no sítio

http://research.amnh.org/entomology/spiders/catalog81-87/index.html.

106) PROSZYNSKI, J., 1976. Studium systematyczno-zoogeograflczne nad

rodzina Salticidae (Aranei) Regionów Palearktycznego i Nearktycznego. Wyzsza

Szkola Pedagogiczna Siedlcach, 6: 1-260.

107) RESSLER, I. L., 1918. Spiders of the family Attidae collected in the

vicinity of Ames, Iowa. Proceedings of the Iowa Academy of Sciences, 25: 221-

234.

108) RICHMAN, D. B., 1978. Key to the jumping spider (salticid) genera of

North America. Peckhamia, 1 (5): 77-81.

109) RICHMAN, D. B., 1982. Epigamic display in jumping spiders (Araneae,

Salticidae). Journal of Arachnology, 10: 47-67.

110) RICHMAN, D. B. & CUTLER, B., 1978. A list of the jumping spiders

(Araneae: Salticidae) of the United States and Canada. Peckhamia, 1 (5): 82-110.

111) ROEWER, C. F., 1951. Neue Namen einiger Araneen-Arten. Abhandlungen

der Naturwissenchaf Vereins im Bremen, 32: 437- 456.

Page 148: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

137

112) ROEWER, C. F., 1955. Katalog der Araneen von 1758 bis 1940, bzw. 1954.

Bruxelas. Volume 2, pág. 1-1151.

113) SCHEFFER, T. H., 1905a. List of spiders in the entomological collection of

the Kansas State University. Kansas University Science Bulletin, 3 (3): 115-120.

114) SCHEFFER, T. H., 1905b. A preliminary list of Kansas spiders.

Transactions of the Kansas Academy of Science, 19: 182-193, pr. 29.

115) SCHEFFER, T. H., 1906. Additions to the List of Kansas Arachnida.

Transactions of the Kansas Academy of Science, 20 (1): 121-130.

116) SIMON, E., 1864. Histoire Naturelle des Araignées (Aranéides). Paris. Pág.

1-540, 208 figs.

117) SIMON, E., 1900. Descriptions d’Arachnides nouveaux de la famille des

Attidae. Annales de la Societé Entomologique de Belgique, 44: 381-407.

118) SIMON, E., 1901a. Histoire Naturelle des Araignées. Encyclopédie Roret,

Paris. Tomo 2, volume 3, pp. 381-668, fig. 385-792.

119) SIMON, E., 1903. Histoire Naturelle des Araignées. Encyclopédie Roret,

Paris. Tomo 2, volume 4, pp. 669-1080, fig. 793-1117.

120) SOARES, B. M. & CAMARGO, H. A., 1948 Aranhas coligidas pela

Fundação Brasil Central (Arachnida-Araneae). Boletim do Museu Paraense Emilio

Goeldi, 10: 355-409.

121) TACZANOWSKI, L., 1871. Les Araneides de la Guyane française. Horae

Societatis Entomologicae Rossicae, 8: 32-132, pr. 3-4.

122) TACZANOWSKI, L., 1878. Les Aranéides du Pérou central. Horae

Societatis Entomologicae Rossicae,15: 102-136, pr. 1-2.

123) TOWSEND, C. H. T., 1893. Spider collecting in New Mexico and Arizona.

The American Naturalist, 27: 679-680.

Page 149: Revisão sistemática das espécies brasileiras de ...museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/aracnopdfs/Diserta%E7%E3o... · Mestranda: Aline Pires de Melo-Nogueira Orientador: Adriano

138

124) WALCKENAER, C. A., 1837. Histoire naturelle des insectes. Aptères.

Paris. Volume 1, pág. 1-682.

125) WATERHOUSE, C. H.,1902. Index zoologicus. An alphabetical list of

names genera and subgenera proposed for use in zoology as recorded in the

“Zoological Record” 1800-1900, together with other names not included in the

“Nomenclator zoologicus” of S. H. Scudder. London. Pág. 1-421, pr. 1-12.

126) WEESE, A. O., 1924. Animal ecology of an Illinois Elm-Maple Forest.

Illinois Biological Monograph, 9: 345-438, 7pr. + Sep.: 1-93.

127) WORLEY, L. G. & PICKWELL, G. B., 1931. The spiders of Nebraska.

Studies of the Universtiy of Nebraska, 27 (1-4): 1-129, pr. 1.

128) WOLFF, R. J., 1985. (Abstract). The jumping spider (Araneae: Salticidae)

subfamily Thiodininae. The American Zoologist, 25 (4): 112A.

129) WOLFF, R. J., 1986a. (Abstract). The status of the jumping spider genera

Thiodina and Parathiodina (Salticidae). American Arachnologist, 34: 8.

130) WOLFF, R. J., 1986b. A revision of the jumping spider genus Thiodina

(Araneae: Salticidae) in North America. Dissertation Abstracts International (B),

46 (8): 2591.

131) WOLFF, R. J., 1990. A new species of Thiodina (Araneae: Salticidae) from

Dominican amber .Acta Zoologica Fennica, 190: 405-408.