REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRA PROFILAXIE Maria ...profilaxia da conjuntivite neonatal...

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE A PROFILAXIA DA CONJUNTIVITE GONOCÓCICA NO RECÉM-NASCIDO Maria Alice Tsunechiro * TSUNECHIRO, M. A. Revisão bibliográfica sobre a profilaxia da conjuntivite gonocócica no recém-nascido. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 13(3) :275-286, 1979. Em 1881, Credé introduziu a instilação ocular de solução de nitrato de prata em recém- nascidos, logo após o parto, a fim de prevenir a conjuntivite gonocócica. Nãa bostante a utilização quase secular do Método de Credé, existe controvérsia entre os autores consulta- dos, quanto à sua indicação, ao modo de aplicação e à substituição do agente anti-bacteria- no. Os estudos sobre a conjuntivite neonatal gonocócica e a gonorréia em gestantes sei referem a determinados hospitais e não se encontraram estudos nacionais. O problema da falha e riscos do Método de Credé é atribuído à aplicação incorreta da técnica. A autora sugere a continuação do uso rotineiro do Método de Credé em todos os recém-nascidos, segundo normas especiais estabelecidas. Há muitos anos, a prevenção e o controle de infecções, em recém-nascidos, vêm sendo um desafio constante para os profissionais de muitas maternidades, apesar do grande avanço da bacteriologia e da descoberta de antibióticos que permitem me- lhores condições para o diagnóstico, o tratamento e, principalmente, a profilaxia das mesmas. Os recém-nascidos são vulneráveis a vários tipos de infecções e, entre estas, uma das mais comuns é a conjuntivite. Segundo CLARK & CULLER 20 e M A R G I L E T H 44 , a conjuntivite do re- cém-nascido e a oftalmia neonatal são sinônimos relacionados a qualquer inflama- ção ou infecção conjuntival que ocorra nas duas primeiras semanas de vida da criança. FRIENDLY 27 e WILENSKY 9 0 classificam a conjuntivite neonatal em três grupos etiológicos: 1.°) irritativa, geralmente causada por reação à solução de ni- trato de prata usada na profilaxia anti-gonocócica; 2.°) infecciosa bacteriana, cau- sada por estafilococos, estreptococos, pneumococos, hemófilos, coliformes e gonoco- cos; 3.°) infecciosa não bacteriana, causada por virus de inclusão blenorrágica. Historicamente, para MELLIN & KENT o gonococo é o maior agressor na conjuntivite neonatal. Por sua vez, BARSAM 7 e WILENSKY 9 0 , afirmam que a mais perigosa conjuntivite neonatal é a de origem gonocócica. A conjuntivite neonatal gonocócica é definida como um processo infeccioso da conjuntiva ocular causada por Neisseria gonorrhoeae, que aparee, quase sempre, a partir do 3.° ou 4.° dia de vida, manifestando-se como uma hiperemia conjuntival, edema das pálpebras e secreção catarral amarelada e profusa, em ambos os olhos * Professor Assistente das disciplinas Enfermagem Obstétrica e Neonatal e Enfermagem Ginecológica da EEUSP.

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R E V I S Ã O B I B L I O G R Á F I C A S O B R E A P R O F I L A X I A D A C O N J U N T I V I T E

G O N O C Ó C I C A NO R E C É M - N A S C I D O

Maria Alice Tsunechiro *

T S U N E C H I R O , M . A . Revisão bibl iográfica sobre a prof i lax ia da conjuntivite gonocócica no recém-nascido. Rev. Esc. Enf. USP, S ã o Paulo , 13(3) : 2 7 5 - 2 8 6 , 1 9 7 9 .

Em 1881, Credé introduziu a instilação ocular de solução de nitrato de prata em recém-nascidos, logo após o parto, a fim de prevenir a conjuntivite gonocócica. Nãa bostante a utilização quase secular do Método de Credé, existe controvérsia entre os autores consulta­dos, quanto à sua indicação, ao modo de aplicação e à substituição do agente anti-bacteria-no. Os estudos sobre a conjuntivite neonatal gonocócica e a gonorréia em gestantes sei referem a determinados hospitais e não se encontraram estudos nacionais. O problema da falha e riscos do Método de Credé é atribuído à aplicação incorreta da técnica. A autora sugere a continuação do uso rotineiro do Método de Credé em todos os recém-nascidos, segundo normas especiais estabelecidas.

Há muitos anos, a prevenção e o controle de infecções, em recém-nascidos, v ê m

sendo u m desafio constante para os profissionais de mui tas maternidades , apesar

do grande avanço da bacteriologia e da descoberta de antibióticos que p e r m i t e m me­

lhores condições p a r a o diagnóstico, o tratamento e, pr inc ipa lmente , a prof i lax ia das

mesmas.

Os recém-nascidos são v u l n e r á v e i s a vár ios tipos de infecções e, entre estas,

uma das mais comuns é a conjunt iv i t e .

Segundo C L A R K & C U L L E R 2 0 e M A R G I L E T H 4 4 , a conjunt iv i t e do re ­

cém-nascido e a of ta lmia neonatal são s inônimos relacionados a qua lquer inf lama­

ção ou infecção c o n j u n t i v a l que ocorra nas duas pr imeiras semanas de v ida da

cr iança .

F R I E N D L Y 2 7 e W I L E N S K Y 9 0 classificam a conjunt iv i t e neonatal em três

grupos etiológicos: 1 . ° ) i r r i t a t i v a , gera lmente causada por reação à solução de ni­

trato de pra ta usada na prof i lax ia anti-gonocócica; 2 . ° ) infecciosa bacter iana, cau­

sada por estafilococos, estreptococos, pneumococos, hemófi los , col i formes e gonoco­

cos; 3.°) infecciosa não bacter iana, causada por v i r u s de inclusão blenorrágica .

Historicamente , para M E L L I N & K E N T o gonococo é o maior agressor na

conjunt iv i t e neonatal . P o r sua vez , B A R S A M 7 e W I L E N S K Y 9 0 , a f i r m a m que a

mais perigosa conjunt iv i t e neonatal é a de or igem gonocócica.

A conjunt iv i t e neonatal gonocócica é def inida como u m processo infeccioso da

c o n j u n t i v a ocular causada por Neisseria gonorrhoeae, que a p a r e e , quase sempre, a

p a r t i r do 3.° ou 4.° dia de v ida , manifestando-se como u m a h iperemia conjunt iva l ,

edema das pálpebras e secreção catarra l amare lada e profusa , em ambos os olhos

* Professor Assistente das disciplinas Enfermagem Obstétrica e Neonatal e Enfermagem Ginecológicada EEUSP.

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do recém-nascido. Se não for tratada opor tunamente , essa infecção poderá l evar à

cegueira, devido à ação corrosiva do gonococo na córnea, causadora de ulcerações e

perfuração da mesma.

A contaminação bacter iana dos olhos do recém-nascido pode ocorrer antes ,

durante ou após o par to . Na maior ia dos casos de conjunt iv i t e neonatal gonocócica,

a contaminação ocular do recém-nascido ocorre durante o nascimento, na passagem

pelo canal do parto infectado por gonococo 11.23,35,85,86,,87 fcste meio de contamina­

ção gonocócica é o mais comum, pois , de acordo com B O T E L L A L L U S I Á 1 3 , a lo­

calização mais f reqüente do gonococo na m u l h e r adulta é no colo uter ino . P o r ou­

tro lado, C A V E et a l i i 1 7 e S C H A M A L E et al i i 7 2 v e r i f i c a r a m , por meio de cu l tura

do mater ia l colhido dos órgãos genitais , da u r e t r a e do reto de gestantes, que o colo

u ter ino e a vag ina f o r a m os locais de m a i o r incidência de Neisseria gonorrhoeae.

Com menos freqüênc ia , a contaminação por gonococo pode ocorrer também na cavi­

dade amniót ica , antes do nascimento, pr inc ipa lmente quando há ro tura das mem­

branas ovulares 4.31,35,51,52,86,87. P E A R S O N 6 2 e T H O M P S O N et al i i 8 6 menc ionam

casos de recém-nascidos que , ao nascer, apresentaram secreção ocu lar p u r u l e n t a ,

conf irmada posteriormente , por meio de c u l t u r a , como de or igem gonocócica. NI-

C K E R S O N 5 2 e T H O M P S O N et a l i i 8 6 r e l a t a m casos de recém-nascidos de cesárea

que t i v e r a m conjunt iv i t e gonocócica nos pr ime iros dias de v i d a . H A N D S F I E L D et

a l i i 3 1 encontraram Neisseria gonorrhoeae, em aspirações orogástricas de recém-nas­

cidos, feitas logo após o nascimento. A c o n j u n t i v a do recém-nascido pode ser conta­

minada após o nascimento, por contato com pessoas (pessoal da equipe hospitalar ,

pais , fami l iares e outras ) e com fomites portadores de gonococo ^ 6 7 , 8 5 8 6 .

De acordo com B A R R E T T - C O N N O R 5 , a conjunt iv i t e gonocócica pode ocorrer em qua lquer idade mas é considerada u m a doença própr ia do recém-nascido, ocor­rendo pr inc ipa lmente em crianças menores de cinco dias de idade, nascidas de mães com gonorréia .

Há j á mui to tempo a conjunt iv i t e neonatal gonocócica t em sido u m problema

sanitário sério, como se pode constatar no trabalho de S M I T H & H A L S E 8 1 . Estes

autores fazem u m re lato histórico dos esforços empreendidos p a r a o controle da in­

fecção gonocócica nos olhos do recém-nascido, comentando que , em 1 8 8 1 , Credé

descobriu u m método p a r a p r e v e n i r essa infecção.

C R E D É 2 1 re lata que , e m 1 8 8 0 , em Leipzig, ut i l izou a insti lação de u m a gota de n i trato de pra ta a 2 % e m cada olho dos recém-nascidos, logo após o nascimento, como u m método profi lát ico da conjunt iv i t e gonocócica. Re lata a inda que, após a introdução dessa medida , a incidência da conjunt iv i t e gonocócica e, conseqüente­mente , da cegueira, decresceu rap idamente . T H Y G E S O N 8 7 considera esta desco­berta u m a das grandes v i tór ias da medic ina científ ica. F O R B E S & F O R B E S 2 5 apre­sentam Credé como u m pioneiro no campo da medic ina p r e v e n t i v a , cujas normas são vál idas h o j e , como o f o r a m em 1 8 8 1 .

O efeito benéfico do uso do n i t ra to de pra ta n a prevenção da conjunt iv i te go­nocócica e, por conseguinte, da cegueira, mesmo antes da descoberta dos antibióti­cos, é apresentado n a publicação da National Society for the Prevent ion of Bl ind­ness 6 5 , onde se veri f ica que a freqüência de novas admissões em escolas para cegos, devido à conjunt iv i t e neonatal gonocócica, decresceu gradat i vãmente de 2 8 , 2 % e m 1 9 0 6 - 1 9 0 7 p a r a 7 , 4 % em 1 9 3 7 - 1 9 3 8 .

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B A R S A M 7 comenta que a adoção da legislação que obriga o uso do ni trato

de p r a t a a 1 % nos olhos dos recém-nascidos, como agente prof i lát ico , logo após o

nascimento, em mui tas partes do m u n d o , t em trazido u m grande avanço na preven­

ção da conjunt iv i t e gonocócica. Esse autor , cont inuando o estudo apresentado na

publicação da National Society for the Prevent ion of Bl indness , ver i f icou que a

freqüência de novas admissões e m escolas p a r a cegos, devido à conjunt iv i t e neo­

nata l gonocócica, cont inuou decrescendo, chegando em 1 9 5 8 - 1 9 5 9 a 0 , 3 % .

E m vista disso, a prof i lax ia da conjunt iv i t e neonatal gonocócica, pela instila-

ção de n i trato de pra ta a 1 % nos olhos do recém-nascido, é conhecida m u n d i a l m e n ­

te como o Método de Credé e, a tua lmente , a inda é aceito e uti l izado na maior ia das

maternidades .

Na l i t era tura consultada sobre este assunto, pode-se ver i f i car que , para vários

autores , o Método de Credé é eficaz e necessário, como a pr inc ipa l medida prof i lá-

tica contra a conjunt iv i t e gonocócica do recém-nascido. P o r é m , verifica-se também

que a eficácia do n i trato de p r a t a como agente prof i lát ico e a morbidade que ele

produz têm sido questionadas, de tempos em tempos, por muitos autores .

A seguir são citados autores que re la tam casos de recém-nascidos que adquir i ­

r a m a conjunt iv i t e gonocócica nos pr imeiros dias de v ida , apesar de t erem recebi­

do a inst i lação ocular da solução de n i trato de prata a 1 % logo após o nascimento.

Esses casos ocorreram em determinados hospitais, não representando, portanto , dados

nacionais ou mesmo locais. Ass im, e m hospitais dos Estados Unidos da A m é r i c a ,

autores como A L L U E et al i i 2 observaram 7 casos de conjunt iv i t e neonatal gonocó­

cica n u m período de 1 8 meses; A R M S T R O N G et a l i i 4 , 4 3 em 7 anos; B R O W N et

a l i i 1 5 , 1 7 em 6 anos; F R I E N D L Y 2 7 , 5 e m 1 2 meses; P E A R S O N 6 2 , 3 8 e m 1 0

anos; P I E R O G et a l i i 6 3 , 1 1 em 3 anos e meio; T H A T C H E R & P E T T I T 2 e m

6 meses; e T H O M P S O N et al i i 8 6 , 6 em 1 ano . E m u m hospital da F in lând ia , ÕS-

T E R L U N D e al i i 5 9 observaram 4 casos de conjunt iv i te neonatal gonocócica n u m

período de 2 anos.

A R M S T R O N G et al i i 4 são de opinião que, mesmo sendo feita a prof i lax ia com

a solução de n i trato de pra ta a 1 % , há u m risco de 2 % dos reoém-nascidos de mães

infectadas a d q u i r i r e m a conjunt iv i t e neonatal gonocócica.

Muitos autores têm descrito trabalhos onde f o r a m util izados outros agentes

anti-bacterianos para a prof i lax ia da conjunt iv i t e neonatal gonocócica, a f i m de subs-

t i tu ir o n i trato de pra ta . Na mior ia dos distritos dos Estados Unidos da A m é r i c a , de

acordo com a declaração da N A T I O N A L S O C I E T Y F O R THE P R E V E N T I O N OF

B L I N D N E S S — C O M M I T T E E ON O P H T H A L M I A N E O N A T O R U M 5 1 , é obri­

gatório o uso de n i trato de prata ou de outro agente de eficácia equiva lente , p a r a a

prof i lax ia da conjunt iv i t e neonatal gonocócica. A s s i m sendo, f o r a m desenvolvidos

nesse país estudos com diferentes agentes para a prof i lax ia desta conjunt iv i t e e vá­

rios antibióticos f o r a m usados na tentat iva de subst i tuir o n i tra to de pra ta , como

a p e n i c i l i n a 1 , 9 ' 2 2 , 2 6 , 2 9 , 3 2 , 4 4 ' 8 9 , a a u r e o m i c i n a 2 0 , a t e t r a c i c l i n a 1 5 ' 4 8 , a b a c i t r a c i n a 2 9 , 4 4 , 6 4

e a er i tromic ina 1 9 ; f oram uti l izadas também as sulfas 1 0 . Com a mesma f ina l idade ,

em outros países, f o r a m uti l izadas a penic i l ina 4 2 , a su l fa 5 2 , a tetracic l ina 5 5 e u m

composto quaternár io de amônio 4 7 .

Na maior ia dos trabalhos ac ima citados, as drogas f o r a m usadas parale lamen­

te ao n i trato de prata e a lgumas m o s t r a r a m ser igua lmente eficazes, mas não su-

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riores , exceto na baixa freqüência de conjunt iv i t e química . A penic i l ina foi a mais

recomendada, mas o argumento pr inc ipa l contra seu uso é a possibilidade de sensi­

bilização. Entretanto , L E R M A N 4 0 comenta que a sensibilização à penic i l ina e m

criança, com penic i l ina de uso tópico, nunca foi c laramente re latada; apesar disto,

a possibilidade desta ocorrência tem e l iminado a droga como agente de escolha, n a

rot ina da prof i lax ia da conjunt iv i te neonatal gonocócica.

A p ó s u m a pesquisa em hospitais americanos , N I S H I D A & R I S E M B E R G 5 3

constataram que pouco mais de 2 0 % destes hospitais não usam o Método de Credé

devido à conjunt iv i t e qu ímica . Estes autores v e r i f i c a r a m , também, que 9 0 % dos

recém-nascidos que receberam a insti lação ocular da solução de n i trato de pra ta a

1 % têm conjunt iv i t e qu ímica nas pr ime iras 2 4 horas de v ida , sendo r a r o após

este período.

P a r a a lguns autores i - 1 2 - 4 2 - 5 8 a ocorrência da conjunt iv i t e química é u m a des­

vantagem do Método de Credé . P o r outro lado, S N O W E & W I L F E R T 8 3 i n f o r m a m

que pessoas inexperientes podem supor que toda a conjunt iv i t e que surge nos pr i ­

meiros dias de v ida é conseqüência da prof i laxia ocular com o n i tra to de pra ta , re­

tardando , às vezes, o diagnóstico de conjunt iv i t e gonocócica.

Igualmente , a ocorrência de danos oculares causados por substituições aciden-

tais do n i trato de p r a t a , ou por soluções mais concentradas do mesmo, t êm levado

alguns autores a contraindicar o Método de Credé nos recém-nascidos. D I E C K -

M A N 2 4 re fere que 1 5 recém-nascidos receberam insti lação ocular da solução de ni­

trato de pra ta a 1 0 % por e r r o do pessoal da f a r m á c i a ; comenta que, possivelmente,

devido ao uso rot ine iro de irr igação com solução sal ina, logo após a insti lação, não

ocorreu dano cu lar p e r m a n e n t e . G I F F I N J U N I O R 3 0 descreve 2 casos de dano ocu­

l a r permanente em recém-nascidos por aplicação acidental , nos olhos, de n i trato

de prata amoniacal ( 2 5 a 3 0 % ) de uso dentár io; o autor esclarece que este erro

foi do pessoal da farmác ia .

A solução de n i trato de pra ta a 1 % , quando acondicionada em ampolas de

cera indiv iduais , prev ine a evaporação da água da mesma ev i tando torná-la mais

concentrada 6 6 . No Bras i l , segundo B E L F O R T J U N I O R et al i i 8 , não temos essa so­

lução acondicionada em ampolas de cera.

Vár ios trabalhos têm sido apresentados com a f ina l idade de mostrar que, em locais onde a prof i lax ia foi abandonada ou não é usada, houve ocorrência de con­j u n t i v i t e neonatal gonocócica.

S E E D O R F 7 7 real izou u m a investigação e m duas maternidades de Copenha­gen; em u m a delas ( m a t e r n i d a d e A ) os recém-nascidos não receberam tratamento ocular e em outra ( m a t e r n i d a d e B ) os recém-nascidos receberam o tratamento ocu­l a r pelo Método de Credé . Este autor não menciona o t a m a n h o de sua população e cita apenas o n ú m e r o de recém-nascidos que apresentaram conjunt iv i t e de etiología v a r i a d a . E m vista disso, conclui que , do total de 9 2 recém-nascidos da maternida­de A que apresentaram conjunt iv i t e , 7 ( 7 , 6 % ) f o r a m de or igem gonocócica e na matern idade B , do total de 1 1 recém-nascidos com conjunt iv i t e , n e n h u m deles foi causada por gonococo.

S M I T H 8 2 fez u m estudo retrospectivo dos casos de conjunt iv i t e neonatal em Glasgow, de 1 9 6 3 a 1 9 6 8 , e ver i f icou que a Neisseria gonorrhoeae foi a causa mais

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c o m u m da infecção ocular . De u m total de 9 1 casos de conjunt iv i t e neonatal , 5 5

recém-nascidos t i v e r a m a conjunt iv i t e gonocócica. Este autor esclarece que, em

Glasgow, não é ut i l izado método a l g u m de prof i lax ia ocular gonocócica e sugere

que seja introduzida a prof i lax ia contra essa infecção em recém-nascidos com maior

risco de a d q u i r i r a doença, ou seja , recém-nascidos i legít imos e de classe social

mais baixa, onde a incidência da conjunt iv i t e gonocócica é mais a l ta .

S C H O F I E L D & S H A N K S 7 4 i n f o r m a m que f o r a m notif icados 4 8 casos de

conjunt iv i t e gonocócica, no departamento de venerologia em Glasgow, no período

de 1 9 6 4 a 1 9 6 8 .

O N Y A N G O - O G O N Y & H E T L A N D - E R I K S E N 5 6 a t enderam, n u m período de

3 meses, 3 4 recém-nascidos com conjunt iv i t e neonatal , no Mulago Hospital, no

K e n i a ; destes, 2 5 ( 7 3 % ) t i v e r a m a conjunt iv i t e de or igem gonocócica. Estes au­

tores i n f o r m a m que, neste período, a inst i lação ocular de n i trato de prata estava

suspensa e recomendam a re introdução dessa medida prof i lát ica n a área do M u ­

lago Hospital.

O T I T I 6 0 comenta que a conjunt iv i t e neonatal é c o m u m e m Uganda, mas não

mostra dados; apresenta u m estudo real izado de maio de 1 9 6 9 a novembro de

1 9 7 1 , onde 2 4 6 recém-nascidos com conjunt iv i t e neonatal f o r a m atendidos no de­

partamento de oftalmología do Mbale Hospital . Destes recém-nascidos, 5 4 ( 2 2 % )

apresentaram Neisseria gonorrhoeae na secreção ocular , com a média do período de

incubação de 2 dias, sendo a segunda causa mais c o m u m ; o Staphylococcus aureus

aparece e m p r i m e i r o l u g a r .

E m vista da ausência de casos de conjunt iv i t e neonatal gonocócica em seus

trabalhos , a lguns autores não a c h a m necessário qua lquer tipo de t ra tamento prof i ­

lát ica da conjunt iv i t e neonatal .

L E F F 3 7 não encontrou caso de c onj unt i v i t e neonatal gonocócica e m 4 . 5 0 0

recém-nascidos que receberam apenas a irr igação ocular com solução sal ina n o r m a l

ou água esteril izada. Este autor a f i r m a que devem ser abolidas as leis que obrigam

o uso de n i tra to de pra ta ou de outras substâncias e que no caso eventual de con­

j u n t i v i t e gonocócica, esta poderia ser tratada fac i lmente com penic i l ina .

M A R G I L E T H **, após estudo comparat ivo entre o uso de penic i l ina e de ba-c i tracina, concluiu que a m e l h o r prof i lax ia é a observação cuidadosa dos olhos do re­cém-nascido, após o nascimento, sem que eles s e jam tocados ou que neles seja usada qua lquer droga.

S O L O M O N S et a l i i 8 4 ' de j u n h o de 1 9 5 6 a abri l de 1 9 5 8 , es tudaram 2 . 2 1 2 recém-nascidos que receberam a insti lação de 2 gotas de água desti lada, logo após o nascimento, e 3 . 2 6 8 recém-nascidos que não receberam tratamento , n u m total de 5 . 4 8 0 recém-nascidos. Estes autores não observaram conjunt iv i t e gonocócica nes­tes recém-nascidos e conc lu íram que a insti lação prof i lát ica de n i t ra to de pra ta ou de antibiótico nos olhos de todos os recém-nascidos deve ser reconsiderada, princi ­pa lmente devido à ráp ida resposta da infecção gonocócica ao tratamento com anti­biótico.

Da mesma f o r m a , BOONE et a l i i 1 2 são de opinião que o tratamento deveria ser inst i tuído apenas quando houvesse o aparec imento da doença e comentam que há controvérsia entre os autores , quanto à realização da prof i laxia anti-gonocócica em todos os recém-nascidos.

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L E H R F E L D 3 8 e S H A W 7 8 acham que a prof i lax ia rot ine ira deveria ser reava­

l iada; novamente S H A W 8 0 enfatiza que , por mais sucesso que o Método de Credé

tenha, não há razão p a r a perpetuá-lo , devido aos problemas e dif iculdades que po­

dem ocorrer na sua aplicação.

Entre tanto , G R E E N B E R G & V A N D O W 2 9 a f i r m a m que n e n h u m a conclusão

vá l ida pode ser tomada e m relação à eficácia dos agentes prof i lát icos , se o risco de

infecção entre os recém-nascidos não for determinado .

M E L L I N 5 0 considera mais importante a aval iação da necessidade ou não da

prof i laxia ocular anti-gonocócica do que a escolha do agente anti-bacteriano.

É oportuno sa l ientar que a ausência de casos de conjunt iv i t e neonatal gono­

cócica pode ser dev ido tanto à eficácia da droga usada como agente profi lát ico quan­

to ao fato das mães não t erem gonorréia no momento do par to . L E F F 3 7 e SOLO­

M O N S et al i i 8 4 não pesquisaram a existência ou a ausência de gonorréia nas mães

destes recém-nascidos.

B A R R E T T - C O N N O R 6 e H O L M E S 3 3 a f i r m a m que a gonorréia, a tua lmente ,

é a causa de somente u m a pequena proporção de casos de conjunt iv i te neonatal e

que os mais comuns são devido a outras bactérias . P a r a a lguns autores 3 3 - 6 9 , o Mé­

todo de Credé não tem ação prof i lát ica sobre outras conjunt iv i tes , a não ser a de

or igem gonocócica.

Segundo A L L U E & R U B I O 2 , a verdade ira incidência de gonorréia na popu­

lação em geral é desconhecida. U m a das razões é o caráter assintomático da infec­

ção gonocócica em m u l h e r e s . B R O W N 1 4 a f i r m a que a incidência de gonorréia as-

s intomática em mulheres é em torno de 6 0 a 9 0 % . S C H R O E T E R & L U C A S 7 5

mencionam que 8 0 % das mulheres com gonorréia são assintomáticas e permanecem

na população, como u m reservatór io . C A M P O S S A L A S 1 6 comenta que o breve pe­

ríodo de incubação do gonococo ( e m geral 3 dias) permite o contágio de maior

n ú m e r o de doentes que propagam o m a l e aí sucessivamente, de tal mane ira que se

pode dizer que a propagação se realiza em progressão geométrica. Associando esse

fato ao caráter assintomático da gonorréia na maior ia das mulheres , torna-se difíci l

o controle epidemiológico desta doença in t imamente l igada ao comportamento se­

xua l dos indiv íduos 6 1 .

E m alguns trabalhos pode-se ver i f i car que a freqüênc ia de infecção gonocócica aumentou em mulheres j o v e n s ( 1 5 a 2 9 a n o s ) . P o r conseguinte, a incidência de gestantes com gonorréia provave lmente aumentou em proporções s imi lares; e assim, também, o risco de infecção ocular gonocócica em recém-nascidos I6.i36.57.6i.9i.

E m vista disto, a prof i laxia da conjunt iv i t e gonocócica em recém-nascidos, por meio de tr iagem e tratamento das mães infectadas, no pré-natal , é recomendada por vár ios autores , baseados no pr inc ípio f u n d a m e n t a l de que toda medida pre­vent iva na saúde é o controle da doença n a sua fonte . Ass im, o t ra tamento da m ã e infectada por gonococo é considerado o m e l h o r método prof i lát ico para o recém-nascido 3,28,35,38,39,59,63,68,70,71,73,78,79,80,83,85,86. p o r o u t r Q l a d o ? S A R R E L & P R U E T T 7 0

comentam que o pré-natal é também u m a fase excelente para educar, indiv idual ­mente , a gestante infectada sobre as doenças sexualmente transmiss íveis .

No entanto, não se pode a f i r m a r que todas as mulheres com gonorréia são iden­tif icadas pelos meios disponíveis . A t u a l m e n t e , p a r a a cu l tura na pesquisa de Neis-

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seria gonorrhoeae, é ut i l izado o meio de T h a y e r - M a r t i n (agar-chocolate, adicionado

de vancomic ina , colist ina e n i s t a t i n a ) . Segundo S G H R O E T E R & P A Z I N 7 6 , apro­

x imadamente 9 0 % das m u l h e r e s com gonorréia podem ser diagnosticadas, se for

colhido mater ia l de varios locais, ou seja, colo u ter ino , vag ina , u r e t r a e reto; e em

8 0 % , em mater ia l colhido só do colo u ter ino . N O L A N & O S B O R N E 5 4 r e f erem

que se pode obter cu l tura posit iva do colo uter ino infectado em 9 0 % dos casos.

H O L M E S 3 3 menciona freqüênc ia de cu l tura posit iva do colo uter ino em 8 0 % e

da u r e t r a em 5 0 a 6 0 % , em m u l h e r e s com gonorréia .

Do que foi mencionado, pode-se constatar a importancia do conhecimento da

incidência de gonorréia , em gestantes, para a adoção do Método de Credé nos re­

cém-nascidos. M A N N 4 3 e G R E E N B E R G & V A N D O W 3 9 sugerem o abandono da

prof i laxia em locais e hospitais onde a incidência de gonorréia é r a r a .

Na revisão bibliográfica, não f o r a m encontrados trabalhos que mencionem

dados nacionais ou regionais de n e n h u m país; somente encontram-se dados de de­

terminados hospitais , sobre a incidência de gonorréia em gestantes. Estes trabalhos

são citados a seguir: A L L E N & B A R R E R É 1 — 1 , 5 % , C A V E et a l i i 1 7 — 5 , 5 % ,

C H A R L E S et a l i i 1 8 — 7 , 3 % , D A V I D S O N et ali i 2 2 _ 2 , 7 % , K R A U S & Y E N 3 6

— 5 , 7 3 % , Õ S T E R L U N D et a l i i 5 0 — 0 , 4 3 % , S A R R E L & P R U E T T 7 0 — 6 % e

W A T E R S & R O U L S T O N 8 8 — 2 , 6 3 % .

Gera lmente , o problema das fa lhas e riscos do Método de Credé . é atr ibuído

à aplicação incorreta da técnica. I S R A E L et a l i i 3 5 são de opinião que a prof i laxia

deveria ser adminis trada por pessoal experiente e que muitas fa lhas poderiam ser

atr ibuídas à inadequada adminis tração da droga. Convém ressalatr que C R E D É 2 1

havia restr ingido a aplicação da prof i lax ia ocular , exc lus ivamente , a médicos e

obstetrizes. P o r esse mot ivo , M A T H E S I U S 4 7 a f i r m a que a questão não é m u d a r

ou abandonar tota lmente o método, mas aplicá-lo r igorosamente , de acordo com as

normas estabelecidas.

Õ S T E R L U N D et al i i 5 9 acredi tam que o caráter rot ine iro da prof i lax ia , assim

como a baixa freqüênc ia da infecção gonocócica ( 0 , 4 5 % ) , talvez possa l evar a u m

certo descuido n a inst i lação, que n e m sempre é fáci l .

B L A K E et a l i i 1 1 e M A R L O W 4 6 fazem referência também à di f iculdade na insti lação ocular da solução de n i tra to de pra ta e à importância de a en ferme ira estar certa de que a gota caiu no saco c o n j u n t i v a l .

Na prát ica d iár ia , observa-se que u m dos problemas mais comuns na aplica­ção do Método de Credé é a dif iculdade p a r a abr ir os olhos do recém-nascido e expor o saco c o n j u n t i v a l ; esta di f iculdade é notada, pr inc ipa lmente , na aplicação no segundo olho, possivelmente devido à ação i rr i tante do n i trato de prata insti lado no pr ime iro olho. S H A W 7 9 t ambém a f i r m a que é difíci l abr ir os olhos do recém-nascido e introduzir a gota da solução de n i trato de prata , especialmente no segundo olho. S H A W 8 0 comenta que a introdução da gota de n i trato de prata é t raumát ica , devido à dif iculdade em abr ir adequadamente as pálpebras .

VRRETT-CONNOR 5 considera não muitas claras as razões das fa lhas da pro­

f i laxia da conjunt iv i te gonocócica com ni trato de prata ; porém, acredita que, em

alg casos, a droga pode não ter sido inst i lada corr tamente ou pode não ter sido

colocada no segundo olho devido ao severo blefaroespasmo que está associado com

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a aplicação no pr ime iro olho. Ci ta , também, que a lavagem dos olhos do recém-nas­

cido com solução sal ina isotônica, após a instilação- pode prec ip i tar o íon prata , ina-

t ivando a medicação no olho.

W I L E N S K Y 1 9 0 não recomenda a irrigação ocular com solução sal ina, quando

é empregada a solução de n i trato de pra ta , porque o íon cloreto precipita a p r a t a e

destrói a sua at iv idade germicida. L e R O U X & Y E E 4 1 recomendam l a v a r os olhos

com solução sal ina, imediatamente após a inst i lação da solução de n i trato de pra­

ta , para p r e v e n i r a conjunt iv i t e qu ímica . M A R L O W 4 5 , I N G A L L S & S A L E R N O 3 4

e R E E D E R et a l i i 6 7 recomendam tanto a irr igação ocular com solução sal ina como

com água destilada para d i m i n u i r a incidência de conjunt iv i t e química; I N G A L L S

& S A L E R N O 3 4 , porém, comentam que e m a lguns berçários é empregada a so­

lução sal ina isotônica p a r a i n a t i v a r o n i trato de p r a t a que é i r r i tan te p a r a a mucosa

conjunt iva l , pela formação de u m precipitado, o cloreto de p r a t a , e que outros con­

s ideram esse precipitado i rr i tante e pre ferem o uso de água.

A National Society for the Prevent ion of Bl indness — Committee on Ophthal­

mia Neonatorum 5 1 e a Secretar ia de Estado da Saúde do G o v e r n o do Estado de São

P a u l o 6 9 não recomendam a irr igação dos olhos após a insti lação da solução de ni­

trato de prata a 1 % .

N I S H I D A & R I S E M B E R G 5 3 e s tudaram, de j a n e i r o de 1 9 7 3 a fevere iro de

1 9 7 4 , 1 . 0 0 0 recém-nascidos de u m hospital de Ba l t imore e conc lu íram que não há

diferença na incidência da conjunt iv i t e química , quer seja feita a irr igação com

água dest i lada, quer com solução sal ina, ou mesmo sem qua lquer irr igação após a

insti lação da solução of tá lmica do n i tra to de pra ta . P o r este fato , estes autores não

aconselham a irr igação ocular após a insti lação do n i trato de pra ta .

Nesta revisão bibliográfica, encontrou-se apenas u m traba lho realizado e m

nosso meio . B E L F O R T J U N I O R et al i i 8 f i zeram u m levantamento em 3 0 mater­

nidades na cidade de São P a u l o , sobre a prof i laxia da conjunt iv i t e gonocócica do

recém-nascido. Estes autores constataram que 1 0 , 5 % das maternidades da amostra

executavam adequadamente a prof i lax ia da conjunt iv i te neonatal gonocócica, usan­

do o Método de Credé de acordo com as normas internacionais; 2 6 , 3 % das mater­

nidades usavam o n i trato de pra ta em concentração incorreta ( 0 , 0 a 1 , 5 % ) ;

5 7 , 8 % as maternidades ut i l i zavam colírio ( A r g i r o l ) de eficácia cri t icável e mui to

infer ior ao ni trato de pra ta ; e 5 , 2 % das matenidades e m p r e g a v a m antibiótico as­

sociado a corticóide. Os autores ressaltam ainda que , em geral , o preparo do pessoal

encarregado da antissepsia ocular é insuf ic iente , desconhecendo eles, mui tas vezes,

a técnica correta da aplicação do Método de Credé e a sua f inal idade .

Vár ios aspectos abordados neste estudo são significativos e permi tem que se

f a ç a m algumas sugestões:

1 . Cont inuação do uso rot ineiro da insti lação ocular da solução de n i tra to

de prata a 1 % em todos os recém-nascidos, logo após o nascimento, segundo nor­

mas especiais estabelecidas.

Desde 1 9 7 7 , por decreto, em todo o Estado de São P a u l o , é obrigatória a ins­

ti lação de u m a gota de solução de n i tra to de p r a t a a 1 % , nos olhos de todos os

recém-nascidos, dentro de u m a hora após o nascimento

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A p e s a r a existência de controvérsia entre a lguns autores consultados, sobre o

Método de Credé , até que se f a ç a m estudos controlados não se jus t i f i ca abandonar

ou omit ir este método e expor os recém-nascidos à infecção ocular gonocócica de

origem m a t e r n a ou de outras fontes de contaminação.

Consideraram-se como argumentos importantes para a cont inuação do Método

de Credé o desconhecimento, e m nosso meio , da incidência de gonorréia na popu­

lação geral e as declarações de vár ios autores sobre o crescente aumento da inci­

dência dessa molést ia em adultos j o v e n s . P o r outro lado, na prát ica , seria inv iáve l

a implantação de exame bacteriológico do mater ia l cervical de gestantes, para cul­

tura de Neisseria gonorrhoeae, devido ao alto custo de pessoal e mater ia l . A l é m

disso, o Método de Credé é aceito por vár ios autores consultados, apesar do nitra­

to de pra ta causar a conjunt iv i t e química na maior ia dos recém-nascidos que rece­

beram essa prof i lax ia .

2 . Observação dos recém-nascidos após a insti lação ocular da solução de ni­

trato de prata a 1 % pelo pessoal médico e de en fermagem, durante a sua per­

manênc ia no hospital .

Na fal ta de segurança total do Método de Credé , como foi mencionado ante­

r iormente , há necessidade de se a ler tar o pessoal que cuida do recém-nascido sobre

a probabi l idade de ocorrer a conjunt iv i t e gonocócica, mesmo que o recém-nascido

tenha recebido a insti lação ocular do n i tra to de prata a 1 % .

3 . Orientação dos pais e fami l iares do recém-nascido sobre a conjunt iv i t e

química e a gonocócica.

Os pais e os fami l iares do recém-nascido devem ser orientados quanto aos si­nais oculares anormais a serem observados no domicí l io e as providências a serem tomadas, pois a permanênc ia dos recém-nascidos normais e m berçários , em geral , é de 3 dias e o período de incubação do gonococo é de 3 a 5 dias, podendo se estender até 1 4 dias, após o nascimento.

A causa da irr i tação química após a insti lação ocular do n i tra to de pra ta deve

ser explicada aos pais do recém-nascido p a r a d i m i n u i r a ansiedade dos mesmos.

4 . Orientação e supervisão constante do pessoal que aplica o Método de Credé

nos recém-nascidos.

Os responsáveis pelo Centro Obstétrico ou Berçár io (médico e en ferme ira ) de­v e m or ientar e supervis ionar constantemente o pessoal da matern idade que atende ao recém-nascido, quanto à f ina l idade e ao procedimento do Método de Credé , com ênfase nas dif iculdades de execução da técnica de inst i lação ocular .

5 . M a i o r enfoque sobre a uti l ização do Método de Credé , para os alunos das escolas de en fermagem e de medic ina .

6 . Divulgação , orientação e supervisão cont ínuas pelos órgãos competentes da Secretar ia de Estado da S a ú d e , nos hospitais e nas maternidades , do seguimento das "Norma Técnica Especial que dispõe sobre a insti lação obrigatória da solução de n i tra to de pra ta a 1 % nos olhos do recém-nascido" — Secretaria de Estado da Saúde do G o v e r n o do Estado de São P a u l o — Decreto n.° 9 . 7 1 3 de 1 9 de abri l de 1 9 7 7 « .

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A Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Pau lo , por in­

termedio das Unidades Sani tár ias , está distr ibuindo, gratu i tamente , os frascos com

solução de n i trato de pra ta a 1% e os folhetos explicativos dessa Norma Técnica

Especial, a todos os hospitais e às pessoas, profissionais ou não , que prestam assis­

tência à par tur i en te , como u m meio de fac i l i tar a aplicação do Método de Credé e

conseqüentemente erradicar a conjunt iv i t e neonatal gonocócica e a cegueira devido

a essa doença.

T S U N E C H I R O , M . A . Bibl iografy rev iew about prophylaxis of gonococcal ophthalmia in the newborn. Rev. Esc. Enf. USP, S ã o Paulo , 7 5 ( 3 ) : 2 7 5 - 2 8 6 , 1 9 7 9 .

In 1881, Credé introduced the ocular instillation of silver-nitrate solution in the new­born, after the birth, for the prophylaxis of gonococcal ophthalmia neonatorum. Although the Credé Method has been used for almost one hundred years, there is controversy among authors about the indications, the way of application and the replacement of anti-bacterial agent. The studies about gonococcal ophthalmia neonatorum and gonorrhea in pregnant women were all made in hospitals; no national statistics are available. The problems of failure and risk of Credé Method is attributed to the improper application of silver-nitrate solution. The author suggests continuation of tlie routine of Credé Method in all newborns.

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