Revista 2017 MelhorAção · 2020. 3. 5. · 2 Revista MelhorAção Revista MelhorAção 3...

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MelhorAção 2017 Boas práticas, ótimos resultados Revista Ano III / Dezembro de 2018 Conheça as ações vencedoras de 2017

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  • MelhorAção 2017Boas práticas, ótimos resultados

    Revista

    Ano III / Dezembro de 2018

    Conheça as ações vencedoras de 2017

  • 2 3Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    MelhorAção exalta protagonismo social

    O serviço de Assistência Técnica e Exten-são Rural (Ater) de Minas Gerais, pioneiro no País, completa 70 anos em 2018. A Ema-ter–MG dedica-se à educação continuada, não formal, viabilizada de forma participa-tiva e coletiva, que proporciona benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade.

    Imagine a quantidade de ações diaria-mente empreendidas por cerca de 1.900 profissionais (administrativos e extensio-nistas), em 792 Escritórios Locais e 32 Re-gionais da Emater–MG! Tantas histórias de transformação de realidades motivaram a criação do prêmio Destaque MelhorAção.

    Pense na diversidade das demandas dos produtores e do público urbano, nas dife-rentes áreas da agropecuária e em espaços geográficos tão ricos e distintos como os de Minas Gerais! E mais: traga à mente a quantidade de empresas parceiras, insti-tuições públicas, entidades de ensino e pesquisa e organizações da sociedade ci-vil com as quais a Emater–MG colabora em projetos e programas!

    Esta revista é a coletânea de boas práti-cas e ações de melhoria. Destaca algumas dentre as Melhores Ações que igualmente merecem ser reconhecidas e compartilha-das. Em cada Unidade da Empresa, uma Comissão avalia os trabalhos inscritos, se-jam individuais, sejam em equipe. A etapa seguinte é a votação aberta na intranet e, na sequência, a eleição dos vencedores estaduais – 1º, 2º e 3º lugares –, por uma Comissão que reúne funcionários da Ema-ter–MG e parceiros.

    O que se pretende é valorizar a inicia-tiva, as pessoas e o trabalho de impacto significativo. É socializar experiências, per-mitir sua apropriação e, por conseguinte, impulsionar a inovação.

    Uma leitura que, certamente, evoca o espírito de luta, o agir por novas e possí-veis soluções. Assim contribuímos para o Brasil avançar.

    Glenio Martins de Lima MarianoPresidente

  • 4 5Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Expediente Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas GeraisVinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

    Presidente:Glenio Martins

    Diretor Administrativo e Financeiro: Leonardo Brumano Kalil

    Diretor Técnico: João d’Angelis

    Diretora de Infraestrutura: Fabiola Paulino da Silva

    Diretora de Promoção e Articulação Institucional: Fernanda Vidal Ferreira Reis

    Comissão Organizadora do MelhorAção 2017:Alinne Drumond, Ana Laura Chaves, Clarissa de Souza, Lu-ciana Nogueira, Luiz Mário Leite, Renata Pinal e Thiara Vieira. Coordenação: Thiara Vieira

    Edição:Thiara Vieira

    Redação:Alinne Drumond, Lilian Pacheco e Rafael Soal

    Revisão:Lizete Dias e Ruth Navarro

    Projeto gráfico e diagramação:Igor Bottaro

    Criação do logo e desenho do personagem:Cezar Hemetrio

    Fotos:Divulgação Emater-MG

    Coordenação geral:Aline LouiseGerente de ComunicaçãoRJ: 09113

    Tiragem: 3.000 exemplares

    Assessoria de ComunicaçãoAv. Raja Gabaglia, 1626 – Luxemburgo -Belo Horizonte – MG – CEP: 30.441-194Telefone: (31) 3349-8096/8023E-mail: [email protected]

    A reprodução do conteúdo, total ou parcial, pode ser feita desde que citada a fonte.

    Índice

    3 Palavra do Presidente4 Expediente5 Vencedores Estaduais 6 1º lugar estadual (Ipatinga)7 2º lugar estadual (Passos)8 3º lugar estadual (Lavras)9 Vencedores Regionais 10 Unidade Central 11 Uregi Alfenas12 Uregi Almenara 13 Uregi Cataguases 14 Uregi Diamantina 15 Uregi Divinópolis 16 Uregi Governador Valadares 17 Uregi Guanhães 18 Uregi Guaxupé 19 Uregi Janaúba 20 Uregi Januária 21 Uregi Juiz de Fora22 Uregi Manhuaçu 23 Uregi Montes Claros 24 Uregi Muriaé 25 Uregi Patos de Minas 26 Uregi Ponte Nova 27 Uregi Pouso Alegre 28 Uregi Salinas 29 Uregi São Francisco 30 Uregi São João del-Rei31 Uregi Teófilo Otoni 32 Uregi Uberaba 33 Uregi Uberlândia 34 Uregi Unaí35 Uregi Viçosa36 Premiação dos Vencedores

    Estaduais 201738 Vencedores 2018

    Vencedores Estaduais

  • 6 7Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Agricultura familiar conquista a Educação de Jovens e Adultos no Campo - EJA CampoAutora: Alessandra Araújo de Vasconcelos FreitasMunicípio: IpatingaUnidade Regional: Ipatinga

    Uma ação da Emater–MG em Ipatinga, no Vale do Aço, possibilitou o acesso de famílias rurais ao mundo do conhecimento. O proje-to Educação de Jovens e Adultos no Campo (EJA Campo), implantado há três anos, me-lhorou o nível de escolaridade e promoveu um resgate de cidadania.

    Durante a elaboração do Plano Munici-pal de Desenvolvimento Rural Sustentável, a extensionista Alessandra Araújo percebeu o interesse de agricultores na produção de quitandas. O grupo foi mobilizado e capa-citado, e, em 2010, foi criada a Associação de Agricultores Familiares de Ipatinga – Aa-grifipa, com a comercialização por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Porém, a falta de escolaridade impe-dia o acesso a cursos para melhorar a gestão dos negócios.

    Com apoio da Secretaria Municipal de Educação, foi inaugurada, em 2014, a Edu-

    cação de Jovens e Adultos no Campo (EJA Campo) para 54 alunos das comunidades do Ipaneminha e Pedra Branca. Por meio da Metodologia Participativa da Extensão Ru-ral (Mexpar), desenvolvida pela Emater em 2007, a educação no campo foi integrada com oficinas de cultura, economia solidária e geração de renda, além de assegurar a cer-tificação do ensino fundamental. Com isso, os agricultores passaram a desempenhar ações que necessitavam do conhecimento de matemática, informática e todas as de-mais áreas de ensino.

    Com mais conhecimento, aumentaram a comercialização dos produtos, valor que chegou, em 2016, a R$ 379,4 mil com o PNAE. “Muitos contam que estudar foi um sonho realizado. Sem saber ler e escrever, é pouco provável que o agricultor execute as ferramentas de gestão na sua atividade agropecuária”, avalia Alessandra. “Depois do EJA Campo, percebemos que eles se senti-ram cidadãos”, finaliza.

    1º Lugar EstadualExtensão rural e agroecologiaAutor: Enes Pereira BarbosaMunicípio: ClaravalUnidade Regional: Passos

    Diversificação da renda, certificação de produtos orgânicos e fortalecimento da co-mercialização foram alguns dos benefícios obtidos por agricultores familiares de Cla-raval, referência em agricultura orgânica. O cooperatismo promoveu a transformação da vida de agricultores familiares, com o re-torno dos filhos às atividades no campo.

    Dois grandes problemas elencados pe-los agricultores durante a realização de um diagnóstico rural participativo eram o alto custo de produção e a relação de depen-dência econômica com as cooperativas de café. A implantação da análise foliar do café para a recomendação de adubação foi a so-lução apresentada pelo extensionista Enes Pereira Barbosa. A técnica ajudou a diminuir o uso de fertilizantes e aumentar o equilí-brio nutricional das plantas, resultando em alimentos mais saudáveis.

    Atualmente, os produtores de hortaliças, 12 deles com certificação orgânica, comer-

    cializam para a merenda escolar de municí-pios de Minas e de São Paulo. “A mobiliza-ção, o incentivo, a união e o conhecimento técnico dos agricultores foram fortalecidos também com visitas técnicas para municí-pios com experiências exitosas, além de par-ticipação em feiras e eventos tecnológicos como a Hortitec, em Holambra, e Agrishow, em Ribeirão Preto”, comemora o extensio-nista Enes Pereira Barbosa.

    O processo está em evolução, e outros produtores de café, hortaliças e grãos es-tão em processo de certificação orgânica, aguardando apenas auditorias do Instituto Mineiro de Agropecuária. Os resultados vão além, para todos aqueles que se benefi-ciam com o consumo dos produtos de qua-lidade ofertados. Filhos de agricultores que saíram do campo para buscar oportunidade de trabalho na cidade estão retornando ao campo, para compor a mão de obra familiar, gerando mais renda para a família.

    2º Lugar Estadual

  • 8 9Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Transição agroecológica nos sistemas de produção da agricultura familiarAutores: Marcos Valério Daher Resende e Alessandra Aparecida GuimarãesMunicípio: São Bento AbadeUnidade Regional: Lavras

    3º Lugar Estadual

    A preocupação em produzir alimentos saudáveis e com menos resíduos químicos foi o principal estímulo para que agriculto-res familiares de São Bento Abade mudas-sem o sistema de produção. O grupo ado-tou tecnologias agroecológicas em seus cultivos, garantindo a segurança alimentar e nutricional sustentável, além de mais qua-lidade à mesa.

    A ideia surgiu da necessidade de se me-lhorar a qualidade dos produtos ofertados e a remuneração das famílias rurais partici-pantes da Associação dos Produtores Rurais de São Bento Abade. Mas a história tem sua semente em 2006, período de grande de-sestímulo por parte dos produtores desca-pitalizados pela inadimplência. Nesse cená-rio, a bovinocultura de leite deixa de ser o carro-chefe do município, sendo substituída pela cafeicultura, que passa a se destacar.

    Técnicos da Emater passaram a acompa-nhar os produtores, orientando-os a se or-

    ganizarem. “As famílias foram incentivadas a adotar técnicas de cultivo mais sustentá-veis”, explica o extensionista Marcos Valério Daher Resende. Segundo ele, com a diversi-ficação das atividades agrícolas e a abertura de mercados, as famílias passaram a gerar mais renda, aumentando a sua produção.

    De 2012 até hoje, já foram comercializa-dos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) cerca de 85 mil kg de produ-tos, e pelo Programa de Aquisição de Ali-mentos (PAA), cerca de 183 mil kg. De acordo com Marcos Valério, o processo de transição agroecológica ocorre de forma gradativa. “Mas constatamos que cerca de 50% dos fornecedores dos programas já estão em fase avançada de transição “, comemora.

    Outra conquista é a criação do Programa de Conservação Ambiental de São Bento Abade. Em 2015 o programa efetivou o cer-camento de 18 nascentes e o plantio de 3,5 mil árvores nativas.

    Vencedores Regionais

  • 10 11Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    “Santo de casa não faz milagre”, diz o di-tado. Mas no caso do Adenilson e da Glênia, lotados na Upec–BH, o “milagre” não só foi feito como está gerando benefícios para toda a Empresa.

    Os dois desenvolveram uma estratégia simples e a custo zero, que possibilitou o monitoramento e a gestão de contratos e convênios celebrados pela Emater. Hoje, cada gestor de convênio recebe, em seu e-mail, relatórios de monitoramento ou alerta de vigência. Os e-mails são enviados quinzenalmente, no caso das prefeituras, e mensalmente, nos casos de convênios de Ater. A ação já mostra seus primeiros resul-tados: otimização de processos e garantia da boa execução dos contratos e convênios, respeitando os princípios do direito público.

    A ideia surgiu diante da necessidade de um acompanhamento mais rigoroso dos contratos e convênios, instrumentos res-ponsáveis pela arrecadação de recursos

    Monitoramento e gestão de contratos e convênios

    e que equivalem a uma receita de R$ 70 milhões. Antes da iniciativa, havia cerca de 400 contratos e convênios vencidos, o que gerava prejuízos financeiros à Empresa e à sociedade, pois os recursos deixavam de ser aplicados em benefício, principalmente, dos produtores. Esses contratos são responsá-veis por 20% da folha de pagamento e 100% do custeio da Empresa. Diante do envio dos relatórios de gestão, os gerentes puderam antever os vencimentos e ser proativos na negociação de novos instrumentos, garan-tindo a continuidade e eficiência dos servi-ços prestados.

    Além de gerar benefícios, tanto para os funcionários quanto para a sociedade, a no-vidade trouxe maior segurança jurídica, oti-mizando o recebimento dos recursos devi-dos à Empresa. Por sua praticidade, pode ser aplicado em outras áreas com o mesmo su-cesso. Parabéns aos colegas pela iniciativa!

    Autores: Adenilson Malaquias Tavares e Glênia Goretti de Paula AlvesMunicípio: Belo Horizonte (UPEC)Unidade: Central

    A comunidade rural Porteira do Retiro, em Boa Esperança, no Sul do Estado, hoje pode se orgulhar da qualidade do café que pro-duz. Com a implantação do programa Certi-fica Minas Café, a comunidade aumentou a produtividade de forma sustentável e o café tornou-se destaque na região, por meio de uma técnica simples de manejo que já está sendo levada a outros municípios, pela fácil aplicabilidade e por não agredir o meio am-biente.

    O desafio era grande: apesar de possuir tradição, a região produzia apenas “bebida dura”, ou seja, até 80 pontos na escala SCAA. Porém, uma análise realizada pelos exten-sionistas da Emater comprovou o potencial para melhorar a qualidade. Mas a falta de recursos financeiros impedia que os agricul-tores familiares investissem para aumentar a produção, que era, em média, de 50 sacas por família.

    Os extensionistas entraram em ação. A capacitação para o manejo e a secagem do

    café começou com a colheita em mutirão, com demonstração de uma técnica simples e, principalmente, sustentável. O processo consiste em lavar o café em uma caixa-d'água, com uma tela sombrite ao fundo, para sepa-rar os grãos secos dos grãos maduros e ver-des. Com menor densidade, os primeiros flutuam e são retirados com uma peneira. Já os grãos maduros e verdes, com densidade maior, afundam, são retirados com ajuda do sombrite e levados ao terreiro para seca-gem. Esse “lote” de cafés cereja e verde po-derá resultar em uma bebida de excelente qualidade.

    Após a capacitação, todos os produtores aderiram à prática, resultando em lotes de cafés de qualidade superior a 80 pontos. Um bom exemplo do sucesso da iniciativa é o produtor Antônio Vitor Moreira. O café produzido por ele foi premiado como me-lhor café de Boa Esperança, gerando novas perspectivas não só pra ele, mas para toda a comunidade.

    Produção de café com qualidade resulta em prêmioAutores: Sebastião Homero Vieira e Thatiane Abrahão PereiraMunicípio: AlfenasUnidade Regional: Alfenas

  • 12 13Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Produção de silagem no semiárido – Desafios e conquistasAutores: Robspierre, Luziane, Mílvio, Artur, Guilherme, Gílson, Rone Von, Mateus, Márcia, Emerson, Alex Sandro, José Geraldo e Luciano Municípios: Almenara, Bandeira, Divisópolis, Felisburgo, Itinga, Joaíma, Monte Formoso, Pedra Azul, Rio do Prado, Rubim e Salto da DivisaUnidade Regional: Almenara

    Transformar desafios em oportunidades. Este foi o resultado de uma ação realizada pela Unidade Regional de Almenara, no Se-miárido mineiro, região castigada por secas cada vez mais severas, que dificultam o de-senvolvimento das atividades agropecuárias

    Um dos maiores problemas para os agri-cultores era garantir a alimentação dos ani-mais na época da seca. Para isso, tinham que adquirir forragens produzidas em ou-tras regiões, o que gerava altos custos. “Daí nasceu a ideia de incentivar a produção de forragem nas propriedades para ser usada durante o período da estiagem”, explica o coordenador regional de Almenara, Robs-pierre Ferraz de Souza. Segundo ele, muitos produtores tinham condições de produzir silagem, inclusive para comercialização, mas não o faziam por desconhecimento ou falta de incentivo.

    Foi idealizada uma ação conjunta entre técnicos de vários municípios e produto-res, para realizar dias de campo, seminários e demonstrações técnicas para produção e armazenamento de forragens. O trabalho começou nos municípios de Rubim, Felis-burgo, Joaíma, Palmópolis, Monte Formoso e Itinga, expandindo-se depois para outros municípios atendidos pela Unidade Regio-nal. Durante os treinamentos, os extensio-nistas incentivavam a plantação de forra-gens mais adaptadas, como: sorgo, milho e milheto, além da plantação de áreas capi-neiras para que pudessem ter forragem de

    qualidade. Em algumas propriedades, foi aplicada a planilha de Indicadores de Sus-tentabilidade em Agrossistemas – metodo-logia ISA – para orientar os produtores.

    Uma das preocupações dos extensio-nistas era incentivar o uso de recursos que a propriedade dispunha. Uma fôrma usada para compactação da forragem, confeccio-nada em Almenara, por exemplo, foi usada como molde para que os produtores con-feccionassem a própria fôrma. A ideia era que cada produtor definisse a alternativa mais adequada à sua propriedade. A ação já beneficiou mais de 120 pequenos pro-dutores, em 12 eventos realizados em sete municípios, e teve efeito multiplicador: no-vos produtores estão aderindo à prática e gerando demanda para novas capacitações. E os resultados não podiam ser melhores: economia para o produtor, aumento da pro-dução de carne e leite e maior geração de renda. Parabéns a toda a equipe da Regional de Almenara!

    A implantação da cultura de banana po-tencializou o mercado da fruticultura, diver-sificou a produção e rendeu bons frutos em São Sebastião da Vargem Alegre. A ação é resultado de uma parceria da Emater–MG com a ONG Atitude e a Associação de Pro-dutores Rurais.

    A ideia surgiu em 2013, depois de uma palestra sobre os aspectos sociais e econô-micos da fruticultura, ministrada pelo coor-denador regional da Emater em Cataguases, Marco Aurélio Salgado Pires, para pequenos agricultores interessados em diversificar a produção agrícola local, que era quase ex-clusivamente de café e leite. Na sequência, foi realizada uma reunião com os agriculto-res, para apresentar opções de fruteiras que poderiam se adequar à realidade local, ava-liação dos custos de implantação e época de maior demanda de mão de obra. Por ser a cafeicultura o carro-chefe do município, a época da colheita absorve muitos trabalha-dores, e a fruteira escolhida deveria levar em conta a concorrência desse fator de produ-

    Programa de inclusão da fruticultura na produção rural de São Sebastião da Vargem Alegre

    ção. Seguindo esses critérios, a cultura da banana foi a opção escolhida.

    Em 2014, por meio da parceria da Ema-ter–MG com a ONG Atitude, foram ministra-das capacitações para os agricultores, nas quais foram abordados aspectos técnicos ligados à cultura, como: problemas fitossa-nitários e seu controle, local para aquisição de mudas sadias, exigências de solo, corre-ção de acidez e adubação. Os produtores também visitaram locais de produção para conhecer aspectos culturais, pós-colheita, climatização de frutos, comercialização e experiências de cooperativismo.

    A atividade ganhou fôlego em 2015, com a abertura de um entreposto de comercia-lização e uma câmara de climatização na sede da Associação, e, hoje, 24 agricultores investem na cultura. De janeiro a agosto de 2016, foram colhidas cerca de oito mil caixas do plantio iniciado em 2014. O grupo come-mora, também, o cumprimento da meta de plantio de 30 mil mudas até 2016.

    Autor: Marco Aurélio Salgado PiresMunicípio: CataguasesUnidade Regional: Cataguases

  • 14 15Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    A vontade de facilitar o trabalho dos colegas, fazendo com que toda a Empresa funcionasse como uma engrenagem, foi o principal incentivo para que dois funcioná-rios, um da Upec e outro de Conceição do Mato Dentro, colocassem em prática uma boa ideia. Juntos, eles elaboraram uma rela-ção de atividades realizadas pelos funcioná-rios da Empresa, com os respectivos códigos de grupos de atendimentos, para facilitar o lançamento das informações no sistema de cadastro de público, dentro do programa Manager da Emater–MG.

    Além da microrregião de Conceição do Mato Dentro, os demais Eslocs da Regional, principalmente aqueles que não possuem funcionários administrativos, passaram a utilizá-la para consulta diária. Compilados e resumidos, os códigos de atendimento per-mitem aos extensionistas fazer consultas e lançamentos mais rapidamente, o que me-lhora o resultado da avaliação do Gerencia-mento por Diretrizes (GPD).

    Elaboração de relação de grupos de atendimentos para cadastro de público no Manager

    Os dados foram captados na intranet e compilados, concomitante à troca de infor-mações com colegas dos Eslocs de Concei-ção do Mato Dentro, Morro do Pilar, Congo-nhas do Norte e Gouveia, além da equipe que presta assistência técnica ao Projeto da Anglo American e da Unidade Central, que realizaram alguns testes. A partir dessa ideia foram criados dois relatórios SPAC 245 e 246 na intranet e disponibilizados para os 792 Es-critórios Locais. O modelo já está sendo usa-do como base na Uregi Diamantina, tendo a equipe se destacado no cumprimento das metas de atendimento nas Cadeias de Valor, na arrecadação – RDA e no gasto financeiro, além de obter nota 10 e primeiro lugar entre as Uregis, no ranking de avaliação de GPD. Mas os benefícios vão além da praticidade: a ferramenta permite a padronização e oti-mização dos trabalhos, o que impacta dire-tamente na produtividade da equipe, que passa atuar de forma estratégica.

    Autores: Maria Dolores da Silva e Adenilson Malaquias TavaresMunicípios: Conceição do Mato Dentro e Belo Horizonte (UPEC)Unidade Regional: Diamantina

    Físicos ou virtuais, na escola, em casa ou no trabalho, os fichários nos ajudam a orga-nizar informações, facilitando a consulta. Em Carmo do Cajuru, a equipe do Esloc criou um fichário individual, que, além de simples, vem facilitando o controle dos atendimentos realizados.

    De acordo com a secretária Célia de Pau-la, o fichário tem inúmeras vantagens, mas a maior delas é a funcionalidade. “Ele funciona como o de um consultório médico. O aten-dente anota sucintamente apenas as infor-mações que julgar necessárias, otimizando o tempo”. Ela cita, como exemplo, as infor-

    Fichário Individual

    mações sobre o Pronaf. No fichário, o técnico pode anotar o motivo do não enquadramen-to no Programa ou informações de renda.

    A operacionalização das fichas individuais é muito simples. Não é necessário preencher um formulário. A base é apenas um cabeça-lho com dados indispensáveis ao cadastro. Os atendimentos anotados são lançados no Manager (antigo cadastro de público), risca-dos, e as fichas, recolocadas em ordem alfa-bética.

    Além de simples, o sistema é bastante eco-nômico e requer apenas comprometimento por parte da equipe. Por se tratar de anota-ções bem sucintas, não há perda de tempo. “Ganha-se na fidelidade dos atendimentos informados e na agilidade, mas o maior ga-nho é a valorização dos nossos clientes, pro-dutores rurais, ao receberem um atendimen-to personalizado”, conclui Célia de Paula.

    Autores: Célia de Paula, Alessandra de Faria Nunes, Lamartine Weliton Branquinho, Sônia Regina de MouraMunicípio: Carmo do CajuruUnidade Regional: Divinópolis

  • 16 17Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Uma boa partida de futebol reúne ami-gos e integra famílias. Além disso, os cam-pos funcionam também como locais de lazer para adultos e crianças. Na comunidade do Couto, no município de Nova Belém, graças à ação da Emater–MG, o gramado do Estádio Municipal Francisco Izidoro Pereira, conheci-do também como “Campo do Operário”, está sendo recuperado e fazendo a alegria dos moradores.

    Tudo começou quando o produtor rural Flávio de Moura procurou o Esloc de Nova Belém para saber como recuperar o gramado do campo de futebol. O extensionista Alber Sampaio foi até lá e detectou uma área bas-tante degradada, o que prejudicava a realiza-ção de jogos ou eventos. Como o município não possuía recursos para a compra de insu-mos ou realização de amostras de solo, foi proposta uma solução alternativa: primeiro, fazer a retirada de terra nos pontos mais crí-ticos, depois, coletar os primeiros cinco cen-tímetros do solo de uma encosta, por serem

    Recuperação do gramado do campo de futebol

    possivelmente os mais férteis, e peneirar essa terra junto com esterco bovino, colocando essa mistura nos lugares onde havia defici-ência de solo e matéria orgânica, fazendo a rega diariamente e replantando com grama.

    As recomendações foram seguidas e, de-pois de seis meses, o gramado estava em plena recuperação, mobilizando não só a comunidade do Couto, mas também outras comunidades locais. Atualmente, o local vol-tou a ser usado para a realização de torneios de futebol e outras atividades de lazer. Além de diversão, a recuperação dos campos pode ser importante até mesmo para salvar vidas. Muitas vezes, pela falta de aeroportos, é nos campos de futebol que helicópteros de res-gate, como, por exemplo, do Corpo de Bom-beiros, pousam para transportar pacientes para hospitais de maior porte. O trabalho ga-nhou tanta visibilidade, que as orientações técnicas da Emater foram usadas, também, para recuperar praças públicas da cidade.

    Autor: Alber Sampaio RibeiroMunicípio: Nova BelémUnidade Regional: Governador Valadares

    Em 2015, o projeto de implantação de Unidade Demonstrativa de fossa séptica, implantado em São Sebastião do Rio Preto, Passabém e Santo Antônio do Rio Abaixo, foi um dos vencedores regionais do prêmio MelhorAção. Dois anos depois, a ação é no-vamente reconhecida ao incentivar a inclu-são de um artigo no Código Municipal de Posturas de Santo Antônio do Rio Abaixo, tornando obrigatória a instalação de fossas sépticas em todas as novas construções na área rural.

    Após uma palestra sobre a importância do saneamento básico, praticidade e efici-ência da implantação de uma Tevap, técni-cos da Emater, em conjunto com o legisla-tivo municipal, redigiram um projeto de lei que deu origem ao artigo incluído no Códi-go de Posturas.

    As novas regras preveem, também, que as edificações já existentes na zona rural terão prazo de cinco anos, a partir de 2017, para se adequarem. Como forma de auxiliar as famílias rurais nesse processo, a Prefeitu-

    Saneamento rural com a implantação de Tanques por Evotranspiração (Tevap)

    ra Municipal irá conceder aos comprovada-mente sem condições um auxílio financeiro para a construção. Segundo o extensionista Fábio Dias, em média, o custo para constru-ção de uma Tevap gira em torno de R$500. “É uma alternativa simples e barata. Além disso, ao usar pneus na construção, resolve-mos um problema ambiental, que é o des-carte inadequado de pneus velhos”, avalia.

    A obrigatoriedade deverá ser implantada também nos municípios de Braúnas, Santa Maria de Itabira, Passabém, São Sebastião do Rio Preto e Itambé do Mato Dentro.

    TVAP

    A primeira unidade Tevap da região foi instalada no município de Passabém, em 2014, na propriedade de um agricultor, com material cedido pela Prefeitura e assistência técnica da Emater. O projeto foi um dos des-taques do 1º Seminário de Saneamento Bá-sico do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio.

    Autores: Fábio Dias Pinheiro e Cláudia Gislânia da CostaMunicípios: São Sebastião do Rio Preto, Passabém, Santo Antônio do Rio Abaixo e Santa Maria de Itabira Unidade Regional: Guanhães

  • 18 19Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Desde 2016, produtores rurais de Nova Resende têm mais segurança em suas pro-priedades com a implantação do Projeto Propriedades Protegidas. A parceria do Es-critório Local da Emater com a prefeitura, os sindicatos e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) não só contribuiu para diminuir a criminalidade no campo, como também criou uma “rede de segurança” colaborativa.

    O Propriedades Protegidas é semelhante a outros projetos de segurança, implanta-dos em áreas urbanas, mas adaptado à rea-lidade rural. O objetivo é integrar os produ-tores em uma ação conjunta, para reduzir as ocorrências de furtos.

    A tecnologia ajudou na implantação. Um banco de dados de georreferenciamento mapeou todas as propriedades, dando a elas um endereço e a indicação das rotas das estradas vicinais do município. Esses dados foram inseridos em um GPS, operado pela PMMG, e cada propriedade passou a ser identificada por uma placa na entrada,

    Projeto Propriedades Protegidas como estratégia de segurança, comunicação e inclusão social

    que indica ser ela participante da rede de proteção. O único custo para o produtor ru-ral são os R$15,00 para compra dessa placa.

    Um grupo no aplicativo Whatsapp, for-mado por produtores cadastrados, policiais militares e funcionários da Emater, ajuda a disseminar a ideia. Todos os problemas ocorridos são relatados e registrados pelo aplicativo, com o ponto geográfico, facili-tando a chegada da polícia à propriedade. A atuação da Emater no processo foi funda-mental. Extensionistas da Empresa visitaram as propriedades para explicar o funciona-mento do sistema e cadastrar os cerca de 2.500 produtores, em sua grande maioria, cafeicultores.

    Nova Resende possui 16,4 mil habitan-tes, com cerca de 43% de sua população na zona rural. A parceria pela segurança de to-dos foi a solução encontrada para combater o crime. Os números comprovam: depois da implantação do projeto, a incidência de roubos e furtos, principalmente de café, foi reduzida em 60% na zona rural.

    Autores: Isnard Batista dos Reis e Maria Cristina de Souza OliveiraMunicípio: Nova ResendeUnidade Regional: Guaxupé

    Um projeto implantado pela Emater–MG está despertando o interesse de muitos agricultores familiares em Riacho dos Ma-chados e região. No projeto Horta Circular o objetivo é trabalhar a horticultura ecolo-gicamente sustentável, socialmente justa e economicamente viável.

    Por meio do Horta Circular, os técnicos da Empresa trabalham várias ações, como a segurança hídrica, que é a produção de alimentos com baixo consumo de água; a segurança alimentar, que trata do consumo de produtos saudáveis, seguros e livres de agroquímicos e também a segurança am-biental, com a utilização de adubos orgâni-cos, biofertilizantes e controles de pragas e

    Horta Circular Agroecológica Integrada e SustentávelAutores: Osmar Martins Campos e Ildeu de Souza

    doenças com uso de caldas naturais.A implantação do projeto mudou a vida

    de muitas famílias rurais. Antes sem opção de trabalho e sem geração de renda em suas propriedades, hoje os agricultores podem consumir alimentos saudáveis. Além disso, têm a oportunidade de comercializar o que produzem, reforçando o orçamento familiar. “Existem compradores competindo para ad-quirir a produção de verduras e ovos, pelo diferencial da qualidade dos produtos”, co-memora o técnico Osmar Martins Campos.

    HORTA CIRCULAR

    Em 2016 surgiu a oportunidade de de-senvolver um “Projeto de Cultivo de Hortali-ças e Produção Aviária”. O projeto prevê que seja implantada uma horta circular, com um galinheiro na área central, canteiros cober-tos com lona para a produção de mudas em bandejas e dois sistemas de irrigação: um por gotejamento e outro por microasper-são, otimizando o uso de água e reduzindo a mão de obra para controle das ervas dani-nhas. A horta é toda cercada com telas para ficar mais protegida.

    Tudo no sistema é reaproveitado. As aves são alimentadas com brotos e resíduos da produção de hortaliças, e as fezes dos ani-mais, usadas como adubo. O projeto é uma parceria da Uregi de Janaúba com o Esloc de Riacho dos Machados e Embrapa Milho e Sorgo.

    O projeto experimental está instalado na propriedade de um agricultor familiar parti-cipante do Programa Brasil Sem Miséria, na Comunidade de Malhadinha.

    Municípios: Riacho dos Machados e JanaúbaUnidade Regional: Janaúba

  • 20 21Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Projeto Abrindo CaminhosAutor: Robson Danilo FerreiraMunicípio: JuveníliaUnidade Regional: Januária

    "Uma câmera na mão e uma ideia na ca-beça”. A frase do cineasta Glauber Rocha, que defendia a arte a serviço da transforma-ção social, define bem a essência do Projeto Abrindo Caminhos. Com apoio da Emater, iniciativas de sucesso no campo, no municí-pio de Juvenília, tornaram-se exemplos para que outros agricultores melhorassem suas culturas.

    Durante uma semana, o extensionista Robson Danilo visitou cerca de 15 proprie-dades em busca de experiências exitosas re-alizadas por agricultores: como produziam, as técnicas usadas, as oportunidades. As visitas foram documentadas em pequenos vídeos, com depoimentos dos produtores. Os vídeos foram editados e apresentados durante uma reunião, organizada pelo Es-loc, com mais de 300 pessoas, entre agricul-tores, extensionistas, associações, sindicatos e lideranças locais.

    De acordo com o extensionista Robson Danilo, os vídeos demonstram que muitas

    experiências relatadas em outras proprie-dades podem ser também aplicadas com sucesso na propriedade de quem está assis-tindo.

    Muitos agricultores estão querendo co-nhecer as propriedades mostradas e aplicar as atividades no seu dia a dia. "Durante o evento, foi demonstrado que, por exemplo, o aumento da produtividade de leite e car-ne, o maior número de bezerros, o desma-me precoce de bezerros e a durabilidade das pastagens, aplicados na propriedade vi-zinha, podem ser aplicados na sua própria", diz.

    E a ideia simples, mas de grande eficá-cia, já ganhou adeptos. Outros municípios, como Januária e Montalvânia, vão apresen-tar a sugestão e, caso seja aceita em seus municípios, terão apoio do Esloc de Juvení-lia. O material já pronto também pode ser disponibilizado a quem interessar. Contato com o Esloc de Juvenília.

    Controle de enxurradas e infiltração da água de chuva no solo, com a implantação de barraginhas Autores: Márcio Alexandre Fávero de Freitas, Abmael de Lélis Saraiva, Antônio Domingues de Souza e Gilberto Malafaia de OliveiraMunicípios: Santana do Garambéu e Lima DuarteUnidade Regional: Juiz de Fora

    Em 2015, extensionistas da Uregi Juiz de Fora participaram de um curso de capacita-ção em manejo do solo e da água, promovi-do pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A capacitação fez germi-nar a ideia de grupos de técnicos desenvol-verem ações para a recuperação ambiental de solos degradados em propriedades ru-rais. A construção de barraginhas, bacias de captação de águas de enxurradas, foi a alter-nativa escolhida.

    A mobilização dos agricultores para a construção das barraginhas foi realizada com reuniões e dias de campo para destacar a importância da adesão de todos. O apoio das prefeituras e os recursos do MCTI tam-bém foram fundamentais. Durante os even-tos, os agricultores familiares foram cons-cientizados da importância da recarga dos

    mananciais subterrâneos para a melhoria do solo, das nascentes e dos córregos, além da recuperação das pastagens.

    O sucesso do projeto fez com que vários agricultores procurassem os Eslocs da região para a construção de barraginhas em suas propriedades. Escritórios de Uregis vizinhas também têm demonstrado interesse em im-plantar o sistema em suas regiões e solicita-do apoio. Desde o início dos trabalhos, mais de 800 pessoas, entre agricultores, técnicos e lideranças municipais de 50 municípios, ou seja, mais da metade na área de abrangência da Uregi, já participaram das capacitações. Um grande número de famílias de agriculto-res tiveram o solo de suas propriedades, nas-centes, córregos e pastagens melhorados com a construção de 141 barraginhas.

  • 22 23Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    A necessidade de aprimorar a AdubCafé, uma planilha criada por um ex-colega de trabalho na Uregi Manhuaçu, foi o ponto inicial para um novo modelo que permitisse aos extensionistas da Emater interpretarem análises de solo.

    “A nova versão foi elaborada para atender a cultura do café na região. Ela inclui vários indicadores que auxiliam na interpretação e na qualidade do resultado, possibilitando adaptações para uso em vários convênios e programas nos quais a Emater trabalha”, ex-plica o extensionista Thiago Braga.

    Além dos indicadores, a planilha cria um infográfico, com os índices da amostra, o que permite uma análise mais profunda. To-das as fases da lavoura de café são contem-pladas, seja plantio, lavoura em formação, crescimento e produção, seja lavoura po-dada. O técnico tem acesso também à área

    Planilha para interpretação de análise de solo

    plantada, produtividade e a outros dados.Os principais benefícios para a Empresa

    foram a economia de tempo e o aumento da qualidade no resultado final. A nova planilha permite um aprofundamento técnico das recomendações com menor chance de erro e dá mais liberdade ao extensionista para adaptar e ajustar as dosagens, equilibrar as formulações e recomendar opções de fór-mulas ao produtor, para que ele escolha a mais econômica. Caso o produtor disponha de outra formulação diferente, podem-se, inclusive, refazer os cálculos, sem prejuízos agronômicos.

    Além de rapidez, a ferramenta também traz uma preocupação com o meio ambien-te. “A recomendação dos resultados traz muitos benefícios ao meio ambiente, uma vez que utiliza dosagens corretas de insu-mos, evitando perdas, por exemplo”, avalia Thiago. Por enquanto, a ferramenta está sendo usada apenas na região de Manhua-çu, mas já há um estudo na Coordenação Estadual para que a planilha seja disponibi-lizada para o restante do Estado.

    Autores: Thiago Braga de Oliveira, Paulo Roberto Vieira, Rômulo Mathozinho e Élder Machado DutraMunicípios: Manhuaçu e Santa MargaridaUnidade Regional: Manhuaçu

    Feira da agricultura familiar de Montes Claros e regiãoAutores: Cleide da Silva, Denise Maia, Charles Xavier, Ubaldo Ferreira, José Carlos Santos, José Arcanjo Pereira, Ricardo Froes, Geraldo Magelo, Antônio Dumont, Jair Dantas, Fernanda Maia, Ivanete da Silva, Elizabeth Mendes, Maria Conceição Rocha e Dayane DiasMunicípios: Montes Claros, Glaucilândia, Bocaiuva, Capitão Enéas e JuramentoUnidade Regional: Montes Claros

    Uma vitrine para que o agricultor fami-liar pudesse divulgar e comercializar seus produtos dentro de uma das maiores expo-sições agropecuárias do Estado. A Feira de Agricultura Familiar, realizada de 30 de ju-nho a 9 de julho de 2017, dentro da Exposi-ção de Montes Claros – Expomontes, gerou renda, abriu mercados e deu visibilidade, para “fora da porteira”, aos produtos da zona rural.

    A feira se consolidou como uma das atra-ções da exposição. Uma comissão, compos-ta somente de funcionários da Emater, foi responsável pela divulgação do evento, mo-bilização, inscrições, seleção e capacitação dos agricultores em boas práticas de mani-pulação de alimentos. Foram disponibiliza-dos ainda plantões técnicos para atender os

    cerca de 300 mil visitantes e os 44 exposito-res de 15 municípios. Os principais produtos comercializados foram mel de abelha, doces de frutas, quitandas, queijos, rapadura, fru-tas, verduras, artesanatos e produtos agroe-cológicos, dentre outros.

    O sucesso é comemorado pela exten-sionista de Bem-estar, Cleide Neves. “Vários expositores são convidados a participar de outros eventos, gerando oportunidade de ganhos ainda melhores”, conta. “A feira favo-rece também os extensionistas envolvidos na ação, pois os resultados alcançados estão diretamente ligados ao trabalho de exten-são”, avalia.

    Durante a exposição, foram promovidos outros eventos, como a caminhada trans-versal e o dia de campo de bovinocultura de leite, dando acesso aos agricultores familia-res a esse espaço, antes restrito a médios e grandes produtores.

  • 24 25Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Planilha para Torneio LeiteiroAutores: Elson Gomes de Castro, Rodrigo Couto, Narley Mendonça, Suellen Ferreira, Cimar Barbosa e Áurea de OliveiraMunicípios: Laranjal, Muriaé, Leopoldina e Além ParaíbaUnidade Regional: Muriaé

    Junte um computador, um editor de pla-nilhas e a dedicação de um extensionista. O resultado: uma solução simples que fez a diferença no tradicional torneio leiteiro em Laranjal, na Zona da Mata, em 2016. Uma planilha criada por um extensionista da Emater ajudou no registro da quantidade de leite ordenhado e deu maior confiabilidade e precisão durante o evento.

    O torneio integra a programação da Ex-posição Agropecuária do município e rece-be visitantes de Minas Gerais e também de outros estados. A participação de pecuaris-tas é bem intensa, e, nesse contexto, a Ema-ter tem papel fundamental na montagem do estande e na organização do evento, além da assistência técnica prestada ao lon-go do ano.

    Durante a competição, que reúne todo ano, no mínimo, 35 vacas, era difícil realizar a anotação das quantidades de leite por ani-mal nas duas ordenhas do dia, durante os três dias do torneio.

    A planilha criada pelos técnicos da Ema-ter Elson, Rodrigo, Narley, Suellen, Cimar e Áurea permite que as pesagens, antes escri-tas em uma folha de papel, sejam lançadas no computador, e o próprio programa cal-cula automaticamente as somas, as médias por vaca e cria um ranking dos animais. Essa planilha também pode ser projetada para o público, por meio de datashow, tornando a competição mais transparente.

    Além da rapidez, a ferramenta trouxe ain-da outras vantagens: economia de papel, pois não há necessidade de impressão, e também deu aos extensionistas mais tempo para cuidar de outras tarefas no evento.

    Feira de Produtores Rurais – Uma Experiência de SucessoAutora: Marli Cambraia Gomes de Melo Município: Patos de MinasUnidade Regional: Patos de Minas

    São quase 25 anos criando oportunida-des para que o agricultor familiar comer-cialize seus produtos, troque experiências com outros produtores e gere renda. A Feira de Produtores Rurais de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, abriu novos horizontes para famílias que trabalham no campo.

    A feira é realizada aos sábados, no Galpão do Produtor. Nas 76 barracas, os consumido-res têm acesso a uma produção altamente diversificada: queijos artesanais, frutas e verduras fresquinhas, polpas de frutas, bis-coitos e quitandas variadas, pamonha e de-rivados do milho verde e outras infinidades de produtos artesanais.

    Mas nem sempre foi assim. Na década de 90, os agricultores familiares de Patos de Minas não conseguiam se organizar, tinham pouca diversificação de produtos e quase nenhum acesso ao mercado. Ciente dessas dificuldades, a equipe local da Emater viu aí uma oportunidade de inserção desses pro-dutores no mercado local, com a oferta ao consumidor de produtos frescos e de qua-lidade nutricional. Assim, no dia 23 de ou-tubro de 1993, nasceu a feira exclusiva para

    agricultores familiares, na Avenida Piauí, com 23 barracas, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

    A feira mudou a qualidade de vida dos produtores. Vários filhos voltaram para casa e hoje trabalham com os pais, garantindo a sucessividade no campo.

    Os reflexos se estenderam também à ren-da familiar. Cerca de 73% das famílias rece-bem acima de oito salários mínimos mensais somente com os produtos comercializados na feira. O processamento dos produtos dei-xou de ser manual, com muitos produtores investindo em melhoria de equipamentos. Muitos feirantes construíram unidades de processamento adequadas à legislação, es-tão legalmente constituídos e são inspecio-nados pelos órgãos competentes. A maioria deles já utiliza tratamento de água e desti-no adequado para resíduos, melhorando, assim, as condições ambientais. O sucesso da feira é tão grande que ela tornou-se re-ferência em organização para mais de trinta cidades da região e recebe caravanas inte-ressadas em conhecer o sistema de funcio-namento e gestão do grupo.

  • 26 27Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Projeto de saneamento com ênfase no tratamento do esgoto ruralAutores: Luívia Maria Pereira Martins e Renato Santos SilvaMunicípio: São Pedro dos FerrosUnidade Regional: Ponte Nova

    A grande quantidade de dejetos domés-ticos e lixo despejada no córrego da Pirraça, na bacia do Rio Doce, em São Pedro dos Fer-ros, despertou a preocupação de agriculto-res da região. Mas um projeto de saneamen-to rural desenvolvido com a participação da Emater beneficiou residências, a escola rural e o posto de saúde, dando mais qualidade de vida aos moradores.

    O projeto foi implantado em parceria com a Associação Comunitária e surgiu como al-ternativa para solucionar o alto índice de contaminação das águas. A ação contou com investimentos de R$ 250 mil da Fundação Banco do Brasil, tendo como contrapartida, pela associação, o trabalho de escavação e a limpeza dos terrenos, onde foram instala-

    das miniestações de tratamento de esgoto, que beneficiaram 71 famílias que vivem da pecuária leiteira, da apicultura e do cultivo de frutas e hortaliças.

    A Emater esteve presente em todas as etapas. Coube aos técnicos da Empresa ela-borar o projeto, acompanhar a execução e auxiliar nas prestações de conta. Como ação educativa, foi realizado um dia de campo, em maio de 2017, na escola rural da comu-nidade. Os técnicos da Empresa falaram so-bre a importância do saneamento básico no meio rural, do tratamento de água para o consumo humano, da segurança alimentar e nutricional, além de conservação de solo e água nas propriedades. De acordo com a extensionista Luívia Maria, o projeto supe-rou as expectativas. “Além da Pirraça, foram beneficiados também moradores de Areia e Gavião. Tivemos a oportunidade de atuar em todas as dimensões que envolvem o serviço de Ater, em um trabalho de grande impacto ambiental”, finaliza.

    Escritório ItineranteAutores: Túlio César Meirelles, Orlando Régis Teixeira e Ana Paula Antunes RamosMunicípios: Manhuaçu, Pouso Alegre e PiranguçuUnidade Regional: Pouso Alegre

    Em seus quase 70 anos de atividade, a Emater–MG sempre esteve lado a lado com o produtor. Mas, em Manhuaçu, uma inicia-tiva reforçou a parceria da Empresa com o pequeno produtor. Um “escritório itineran-te” levou prestação de serviços até o produ-tor, gerando mais economia e conforto para os agricultores.

    Embora ações similares já tenham ocor-rido em outros Eslocs, em Manhuaçu a ideia surgiu efetivamente da necessidade de os agricultores familiares realizarem a regulari-zação ambiental de suas propriedades e das dificuldades de os agricultores de comuni-dades da região se deslocarem 50 km até a sede do município.

    No “escritório itinerante” foram realizados atendimentos duas vezes por mês, na co-munidade São Bernardo, escolhida em fun-ção de sua localização e proximidade com as demais.

    A ação não gerou custos extras para a Empresa, uma vez que envolveu apenas o deslocamento dos profissionais até a co-munidade. Foi utilizada a infraestrutura do

    pesqueiro São Bernardo, que disponibilizou internet, local para montar os equipamen-tos de informática e hospedagem gratuita para todos.

    Além da regularização de propriedades, foram atendidas outras demandas dos agri-cultores, como o cartão de vacinação do gado no IMA, contratos de arrendamento, emissão do cartão de produtor e emissão de Notas Fiscais.

    O atendimento do “escritório itinerante” nas comunidades rurais passou a ser uma rotina. A atividade beneficiou a ação par-ticipativa de Ater no município, facilitando o trabalho da equipe local e possibilitando beneficiar cerca de 348 agricultores familia-res em suas necessidades.

    Os atendimentos foram realizados tam-bém na comunidade dos Borges e nova-mente em São Bernardo. Nas atividades da Chamada Pública do leite, também foram adotadas essas ações itinerantes nas comu-nidades: Antunes de Cima, Pedra Branca, Pinto, Borges, Freire e São Bernardo.

  • 28 29Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Diagnóstico, planejamento e sustentabilidade ambiental geraizeira em JosenópolisAutor: José Dilson Pereira CoelhoMunicípio: JosenópolisUnidade Regional: Salinas

    No município de Josenópolis, um levan-tamento realizado pela Emater está ajudan-do no desenvolvimento de ações de susten-tabilidade ambiental. O foco da ação foram as áreas de Cerrado, onde se encontrava a maior parte das reservas de água.

    O trabalho dos técnicos da Emater en-globou a verificação e o cadastramento de todos os locais com vestígios de nascentes, ativas e inativas. Esse diagnóstico gerou um banco de dados no qual foram mapeadas tanto as reservas de água no lençol freático, quanto as nascentes existentes no bioma Cerrado.

    Além de auxiliar o planejamento das ações executadas pela administração mu-nicipal e servir como apoio didático nas es-colas da região, as informações do banco de dados trouxeram mais agilidade aos ex-tensionistas, que puderam dar um suporte técnico mais individualizado ao agricultor familiar. O material também causou reflexos nas ações de infraestrutura e abastecimento de água e na produção de alimentos.

    Segundo o técnico José Dílson, durante a coleta de dados, muitos habitantes des-conheciam o que estava sendo registrado, mas as informações prestadas por eles fo-ram relevantes. No diagnóstico foi abordada também uma pesquisa dos solos locais e da vocação deles, mostrando que no Cerrado é possível, com o uso correto das tecnologias disponíveis, produzir a maioria dos vegetais para alimentação humana e animal.

    O diagnóstico teve reflexo em várias ações, entre elas, a construção de uma Uni-dade Demonstrativa de recuperação de nascentes, que possibilitou a promoção de debates para a construção de novos conhe-cimentos voltados para a segurança hídrica. Em 2017 foram construídas 312 bacias de captação fluvial, reparados e readequados mais de 600 km de estradas rurais, além da criação de um fundo orçamentário, destina-do a ações de cunho ambiental em toda a região do Cerrado.

    Uma técnica simples, segura e de baixo custo, o silo cincho tem ajudado a minimi-zar um “gargalo” para os agricultores familia-res de Brasília de Minas: a alimentação dos animais na estiagem. Adaptado à realidade desses produtores, o modelo facilita o uso de forragens armazenadas e pode ser di-mensionado de acordo com as necessida-des de cada propriedade, reduzindo as per-das de material.

    Para ter um custo mais acessível e facilitar o transporte e o manuseio, foram necessá-rias algumas adaptações, como a redução da espessura da chapa de aço para confec-ção da fôrma, por exemplo. Apostando no resultado positivo, a equipe local da Ema-ter de Brasília de Minas, em parceria com a prefeitura municipal e agricultores, realizou dias especiais, dias de campo e demonstra-

    Silo Cincho: Técnica de ensilagem adaptada à agricultura familiar

    ções técnicas para capacitar os agricultores, e, em março de 2015, foi confeccionado um protótipo.

    No ano seguinte, já haviam sido confec-cionados dez silos e, em 2017, o número chegou a 60 unidades distribuídas em di-versos municípios. Por meio do silo cincho, os agricultores armazenam a forragem dis-ponível no período de chuva ou aproveitam restos da colheita de mandioca e lavouras de milho perdidas com a estiagem. Isso aju-da a amenizar as consequências da falta de alimento para suas criações nas constantes secas.

    O silo cincho foi responsável ainda por despertar nos agricultores o espírito coo-perativo. Este é mais um resultado de uma atividade que tem dado retorno positivo, mostrando que vale a pena apostar nas ações da assistência técnica e extensão rural apropriadas à agricultura familiar.

    Autores: Manoel Milton Pereira, Alex Fabiano Botelho, Luiz Aroldo Almeida, Geraldo Magela Magalhães, Ana Emília Botelho, Celso Ramiro Rodrigues, Cíntia Barbosa Almeida e Marina Mendes SimõesMunicípios: Brasília de Minas, Montes Claros e São FranciscoUnidade Regional: São Francisco

  • 30 31Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Agroecologia na MantiqueiraAutor: Marcelo Rodrigues Vilela Município: São Vicente de MinasUnidade Regional: São João del-Rei

    Com ajuda da Emater, produtores dos municípios de Bocaina de Minas, Arantina e São Vicente de Minas estão se organizando para produzirem com bases agroecológicas. Um dos carros-chefes do trabalho é a divul-gação de técnicas de produção orgânica nas propriedades. O resultado: alimentos mais saudáveis e maior segurança alimentar.

    A mobilização dos produtores é coorde-nada pelo Esloc de São Vicente de Minas, que organiza encontros periódicos com os objetivos de formar grupos multiplicadores e também divulgar a viabilidade de implan-tação do cultivo orgânico em suas proprie-dades.

    “Após começar o trabalho como exten-sionista, em Bocaina de Minas em 2014, observei que muitos produtores de muni-cípios limítrofes com o Rio de Janeiro se in-teressavam pelos sistemas orgânicos”, expli-ca Marcelo Rodrigues Vilela. Ele entrou em contato com a Associação de Produtores Or-gânicos de Visconde de Mauá, que, apesar de ter sede no Rio de Janeiro, possuía mui-

    tos membros em Minas Gerais. A associação administra um Sistema Participativo de Ga-rantia que assegura a certificação orgânica entre os próprios associados.

    A decisão de difundir as técnicas da pro-dução de agricultura orgânica surgiu depois do interesse de um produtor em montar uma agroindústria para processar sua pro-dução de frutas orgânicas. Foram realizados dois circuitos Frutificaminas em Arantina e São Vicente de Minas e visitas em diversas propriedades, para divulgação do trabalho e busca de parceiros. Além de despertar a preservação ambiental, a ação trouxe um reconhecimento estratégico para a Emater como empresa comprometida com a pro-dução agroecológica. A proposta já se es-tendeu aos municípios de Liberdade, Bom Jardim de Minas, Santa Rita de Jacutinga, Arantina e Andrelândia.

    Projeto ambiental de recuperação e revitalização da sub-bacia do Córrego MutucaAutores: Diohny Carvalho Lima, Márcia Andréa Dantas e Roberta Rocha Cangussu LimaMunicípio: Águas FormosasUnidade Regional: Teófilo Otoni

    A ideia surgiu no final de 2015 em reu-nião do Conselho Municipal de Desenvol-vimento Rural Sustentável (CMDRS), diante dos problemas de falta d'água enfrentados por comunidades rurais de Águas Formo-sas, no período das secas, sobretudo para o consumo de animais e abastecimento de algumas moradias.

    Com apoio da Prefeitura Municipal, do IEF, da Polícia Ambiental e do CMDRS, o projeto foi iniciado nas comunidades Ar-raial e Mutuca. O primeiro passo foi iden-tificar as nascentes desprotegidas, as áreas degradadas e a destinação do esgoto do-miciliar. Em seguida, o projeto de recupe-ração ambiental foi apresentado aos pro-dutores, e onze deles se cadastraram.

    Foi então implantada, pelos técnicos do Esloc, uma Unidade Demonstrativa na Fazenda Turvo, comunidade Mutuca, onde foram realizados o cercamento de nascen-tes, curvas de nível e bacias de captação de água de chuvas. Já na Fazenda Bela Vista,

    na mesma comunidade, foi implantada outra Unidade Demonstrativa, com a cons-trução de uma fossa séptica e uma estação de tratamento de água. Os produtores ca-dastrados receberam um kit de cercamen-to de nascentes e orientação técnica para execução do trabalho.

    Como resultado, até o momento, foram cercadas 13,8 ha de área com erosão lami-nar e 14 nascentes, evitando a entrada de animais e facilitando a regeneração da ve-getação local. Além disso, foram instaladas colmeias na Unidade Demonstrativa da Fa-zenda Turvo, pois trata-se de uma atividade naturalmente sustentável e que requer um ambiente com biodiversidade preservada. E o trabalho não para: os produtores conti-nuam sendo mobilizados para o cadastro do fomento ambiental, e a ideia agora é ampliar o projeto e multiplicar a constru-ção de fossas sépticas em todo meio rural do município, com participação também dos Eslocs de Bertópolis e Pavão.

  • 32 33Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Periodicamente, as propriedades rurais podem ser objeto de fiscalização pelos ór-gãos competentes e, por este motivo, man-ter a propriedade regularizada deve ser uma preocupação para os produtores rurais.

    Em Uberaba, muitas delas não apresen-tavam adequação ambiental exigida por lei. Para conscientizar os produtores dessa ne-cessidade, o Detec e a Uregi Uberaba desen-volveram relatórios de assistência, lista de itens e de documentos necessários. O ma-terial foi distribuído aos Escritórios Locais e implantados em programas como Chamada Pública do Leite, Minas Pecuária e Certifica Café, paralelamente à realização de pales-tras sobre adequação ambiental.

    Durante a Expogenética, a Emater foi res-ponsável pela mobilização dos produtores e atendimento em duas estações técnicas sobre esterqueira e fossa séptica. A Uregi Uberaba também está tendo um papel im-portante de conscientização dos produtores da legislação ambiental e suas exigências, demostrando alternativas de tratamento de

    Adequação das propriedades rurais, atendendo itens exigidos pela Legislação Ambiental

    materiais poluidores da natureza, recomen-dando ações que evitam multas ambientais.

    Uma das ações relevantes para adequa-ção ambiental foi a realização das inscrições no Cadastro Ambiental Rural – CAR. Os be-nefícios desse cadastramento vão desde a simplificação do processo de regularização ambiental, isenção e suspensão de cobrança de multas sobre o imóvel rural, até o apoio do poder público para a efetiva recuperação das áreas degradadas, APP e Reserva Legal.

    Autores: Wilson Marajó Fernandes e Jane Terezinha da Costa LealMunicípios: Belo Horizonte e UberabaUnidade Regional: Uberaba

    A questão alimentar e nutricional da po-pulação representa um desafio da moderni-dade. Como mecanismo de enfrentamento, a Emater implantou, em Ituiutaba, o Progra-ma Mandioca de Mesa (PMM), com o objeti-vo de fomentar a geração de renda e o de-senvolvimento econômico por produtores e agricultores familiares do município. A ação também busca reduzir o déficit nutricional da população pela produção de alimentos, além de resgatar as tradições, os saberes e ofícios da comunidade.

    A ideia surgiu da oportunidade de me-lhorar a produção da agricultura familiar, cliente em potencial da mandioca de mesa mais nutritiva, mobilizando grupos de agri-cultores familiares, fornecedores ou não do Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae, produtores e consumidores.

    O PMM contempla a produção de oito va-

    Cultivo de mandioca de alto valor nutricional

    riedades de mandioca, geneticamente me-lhoradas pela Embrapa. O programa prevê o desenvolvimento de cultivares com alto po-tencial produtivo, alto valor nutricional, boa resistência a pragas e doenças e adaptadas ao tipo de solo e ao clima da região.

    O programa, resultado de parcerias da Emater com a prefeitura, as associações e o sindicato de produtores, chegou ao muni-cípio em 2016, com a implantação de uma Unidade Demonstrativa em meio hectare, no espaço do Instituto Federal do Triângu-lo Mineiro – IFTM. Entretanto já criou raízes, com a implantação de 16 Unidades De-monstrativas.

    Os benefícios são muitos. A melhoria nos cultivares proporcionou um aumento da produtividade, que passou de 16 para 36 toneladas, com redução de cerca de 50% no tempo de cocção e com mais sabor. Em campo, a cultivar apresentou melhor desen-volvimento, melhor desempenho no cres-cimento de ramas e disponibilidade para a colheita aos sete meses. Um fortalecimento para a agricultura familiar da região.

    Autores: Reginaldo Ângelo de Sousa, Júlia Gonçalves de Souza, Lucas Lemos Bonon, Luís Augusto Sampaio, Marli Francisca dos Santos, Maria Carolina Ferreira e Rodrigo Esteves de MeloMunicípio: ItuiutabaUnidade Regional: Uberlândia

  • 34 35Revista MelhorAção Revista MelhorAção

    Parcerias para melhoria da qualidade do solo no município de ParacatuAutores: Carlos Henrique da Silva e Idelmar Pereira da SilvaMunicípio: ParacatuUnidade Regional: Unaí

    A necessidade de melhorar a qualidade dos solos no município de Paracatu foi o pontapé inicial para que fosse implantada em 2013 uma ação coordenada pela Emater,

    em parceria com entidades públicas, priva-das e produtores. O resultado: aumento da produtividade de milho, sorgo, soja, cana--de-açúcar, capim-elefante, melancia, abó-bora, maracujá e pastagens em geral.

    Cada parceiro teve sua contribuição. Por meio da empresa Votorantim Metais – Uni-dade Morro Agudo, foi realizada a distribui-ção de calcário agrícola a preço subsidiado para os produtores. À Emater, por meio do Esloc Paracatu, couberam as recomenda-ções técnicas baseadas em análises de solo realizadas pelo Centro de Tecnologia Agrí-cola Ambiental. A Cooperativa Agropecu-ária do Vale de Paracatu foi a responsável pela emissão das notas fiscais para a gestão da venda do produto aos agricultores.

    Outro parceiro, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Agri-cultura, disponibilizou o transporte gratuito de até 13 toneladas de calcário por produ-tor, mas possibilitando a aquisição de até 54 toneladas. No total, foram distribuídas até 2017 cerca de 18 mil toneladas de calcário e 600 produtores foram beneficiados com recomendações técnicas de calagem e adu-bação de solo.

    “Mais de 6 mil hectares de solo foram corrigidos”, diz o técnico Carlos Henrique da Silva. “A ação promoveu maior conscientiza-ção dos produtores e, também, o aumento de produtividade das culturas desenvolvi-das, mesmo com a região registrando um índice pluviométrico abaixo da média histó-rica”, comemora.

    Pesquisas realizadas pelo Banco de Ali-mentos de Ubá mostraram que mais de 60% dos 49 agricultores participantes do Progra-ma de Aquisição de Alimentos (PAA) usavam agrotóxicos há mais de 12 anos. Um projeto, implantado com apoio da Emater, está mu-dando as técnicas convencionais de cultivo e incentivando as práticas agroecológicas nas propriedades rurais. Um trabalho que já contempla 16 famílias de agricultores de Ubá, Guidoval, Tocantins e Ervália.

    O Projeto de Transição Agroecológica conta com vários parceiros, além da Emater: o Centro de Referência em Saúde do Traba-lhador, o Sindicato dos Produtores Rurais, a Secretaria Municipal do Ambiente e Mobili-dade Urbana e o Banco de Alimentos. Jun-tos, esses parceiros promovem uma Feira de Transição Agroecológica, para ampliar a co-mercialização dos produtos de agricultores familiares interessados em aderir à proposta.

    A atividade acontece em etapas. Na pri-meira, são realizadas palestras sobre agro-

    Projeto de Transição Agroecológica

    ecologia e processo de certificação. Na segunda, os agricultores participam de en-contros quinzenais. Em cada fase, acontece a inclusão de novos participantes, com ca-pacitações teóricas e práticas, além de visi-tas técnicas.

    Para incentivar a comercialização, os agricultores recebem também um kit feira do programa Minas Sem Fome e supervisão técnica da Emater e do Banco de Alimentos, na aplicação de boas práticas de fabricação, embalagem e armazenamento dos alimen-tos oferecidos na feira, como quitandas e doces. Outra ação do grupo foi a elaboração participativa do regimento interno e uma parceria com a Secretaria Municipal de Saú-de para análise microbiológica qualitativa da água utilizada na produção. Atualmente o grupo trabalha para obter a certificação orgânica, por meio da Organização de Con-trole Social – OCS pelo Ministério da Agricul-tura e Pecuária.

    Autores: Maria José Teixeira Valente, Maria da Consolação Rosado Martins e Hugo Flores FernandesMunicípios: Ubá e GuidovalUnidade Regional: Viçosa

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    cedores do terceiro lugar, Marcos Valério Daher e Alessandra Aparecida Guimarães.

    Um guia pelas cidades visitadas por nossos extensionistas

    ARAUCÁRIA

    As andanças pelo município levaram os exten-sionistas até a propriedade de Anderson Farias, onde se cultivam brócolis, beterraba, rúcula e cenoura, absorvidos pelos supermercados da re-gião e feiras de orgânicos. Em seguida, foi a vez de conhecer o trabalho do agricultor Cristiano, que administra uma propriedade de gestão coletiva, onde 13 pessoas da família assumem responsabi-lidades em toda a cadeia produtiva.

    Como de costume, os destaques estaduais do MelhorAção são agraciados com uma viagem técnica que, além de trazer momentos de lazer e descanso, agrega muitas experiências e novos olhares para a Extensão Rural. O destino reserva-do para os campeões, desta vez, foi o Paraná.

    O intercâmbio, fruto de uma articulação entre a Diretoria Executiva da Emater–MG com a Ema-ter–PR, teve início no dia 2 de julho, e, durante cinco dias, nossos extensionistas participaram de uma rica agenda de compromissos, começando pela apresentação das instalações da Emater–PR, bem como de todos os seus programas e políticas públicas. Ao todo, foram seis municípios visitados, além de um grande tour pelo Centro Paranaense de Referência em Agroecologia – CPRA, onde co-nheceram o trabalho de pesquisa de fertilidade de solo, pelo método de cromatografia em papel. Agroindústria, bovinocultura, horta medicinal e suinocultura também foram assuntos debatidos durante o intercâmbio. “A experiência foi fantásti-ca. Nossa viagem foi muito proveitosa, evidencia-da pelo grande trabalho desenvolvido pela Ema-ter–PR junto com os pequenos agricultores. Os conhecimentos adquiridos serão de grande valia para nosso cotidiano, adequando-os à nossa reali-dade local. E ficamos muito felizes com a calorosa recepção, tanto dos colegas técnicos, quanto dos agricultores”, agradeceram os extensionistas ven-

    ENCONTROS E ESTRADAS

    COLOMBO

    Desta vez, os destinos foram propriedades com certificação orgânica. A primeira, do senhor Edemar Gasparin, teve o processo de certificação iniciado nos anos 2000, com apoio da Emater–PR, e, hoje, comercializa seus produtos na forma do “colhe/pague”. Já a propriedade do senhor Alírio Gasparin é certificada há 20 anos e produz pepi-no, tomate e morango, que abastecem o comér-cio local e feiras.

    CURITIBA

    A caravana mineira foi convidada para a aber-tura do Curso de Homeopatia Vegetal, ministra-do pela doutora Márcia Toledo e promovido pela Emater–PR e CPRA.

    MORRETES

    Nossos extensionistas visitaram o Vitor, pro-dutor de açaí e palmito pupunha, que há mais de 15 anos vem promovendo um trabalho de SAF - Sistema Agroflorestal. Além dele, o casal Cícero e Rose, que exporta açafrão para a França, contou sua experiência de 18 anos de produção orgânica.

    SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

    Foi a vez de conhecer a Amábile Agroindústria, de propriedade do casal Cláudia e Gabriel, que há 15 anos produz, de forma orgânica, pães, bolos, geleias e granola, todos comercializados em feiras orgânicas e Pnae. Além dos produtos, o casal tra-balha com o turismo rural.

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    A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), primeira do setor criada no Brasil, em 1948, é hoje a maior da

    América Latina. Está presente em 792 dos 853 municípios do Estado, bene�ciando mais de 400 mil produtores.

    Ao longo dos seus 70 anos de atuação, a Emater– MG se tornou referência no auxílio ao produtor rural, quali�cando o trabalho, a gestão e os produtos,

    garantindo mais renda e desenvolvimento no campo e na cidade. A empresa ainda é responsável por fazer a ponte para o acesso deste público a diversas

    políticas públicas, como: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa Nacional de

    Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) e Brasil Sem Miséria.

    Conte sempre com a Emater–MG!

    Procure um escritório local ou acesse o site: www.emater.mg.gov.br

    VENCEDORES 2018Unidade Trabalho Classificação

    SALINAS Área de Preservação Permanente e do entorno da nascente do córrego São Vicente, adquirida pela Associação Comunitária dos Moradores da Comunidade Rural de Estiva 1º LUGAR ESTADUAL

    LAVRAS Projeto de legalização sanitária de 07 agroindústrias familiares para venda de quitandas no PNAE e Feira Livre 2º LUGAR ESTADUAL

    PONTE NOVA Projeto Barraginhas 3º LUGAR ESTADUAL

    Unidade Trabalho Vencedor Regional

    CENTRAL SAIP – Sistema de Análise de Inventário Patrimonial da Emater-MG

    ALFENAS Projeto de tratamento de água no meio rural

    ALMENARA Produção sustentável de cacau e recuperação de áreas de preservação permanente

    BELO HORIZONTE Manejo adequado dos dejetos bovinos melhora meio ambiente e aumenta os lucros

    CAPELINHA Tíquete Feira: Renda para os agricultores, alimentação saudável para o funcionalismo municipal e suas famílias

    CATAGUASES Programa Curral Novo: melhoramento genético no município de Mar de Espanha

    CURVELO Unidade Demostrativa de Fruticultura – Plantando conhecimento para colher desenvolvimento

    DIAMANTINA Mesa Setorial do Queijo Minas Artesanal

    GOVERNADOR VALADARES E-esloc: sistema de banco de dados local para apoio ao extensionista

    GUANHÃES Energia renovável ao alcance da agricultura familiar

    GUAXUPÉ Integração dos produtores do programa Certifica Minas Café

    IPATINGA Horta na Escola - Conhecendo e aplicando a geometria

    JANAÚBA Planilha de apoio na elaboração do Projeto Dom Helder Câmara

    JANUÁRIA ATER e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no município de Japonvar

    JUIZ DE FORA Feira da Roça de Santa Rita de Jacutinga-MG

    MANHUAÇU Resgate das hortaliças não convencionais e comercialização na Feira Agroecológica de Manhuaçu

    MURIAÉ Troca de Sementes, Sabores e Saberes

    PASSOS Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais – premiação da região da Canastra

    PATOS DE MINAS Associativismo propulsor do desenvolvimento local e sustentabilidade social

    POUSO ALEGRE Produção Sustentável de Morango: uma alternativa para agricultura familiar em Extrema-MG

    SÃO FRANCISCO Adequação de Estradas Rurais

    SÃO JOÃO DEL REI Uso do Sistema de Informações Geográficas na gestão da citricultura

    SETE LAGOAS Produção solidária de mudas frutíferas, ervas medicinais, leguminosas e tubérculos destinadas aos agricultores, utilizando material reciclável

    TEÓFILO OTONI Saneamento Rural – Tratamento e destinação adequada de dejetos humanos por meio de Fossas Sépticas Biodigestoras.

    UBERABA Aplicação de boas práticas de fabricação em agroindústria de mandioca

    UBERLÂNDIA Curso de capacitação de produtores em boas práticas de fabricação e boas práticas agropecuárias, voltadas para a produção de Queijo Minas Artesanal

    VIÇOSA Planilha de Controle de Manutenção Veículos

    Conheça os trabalhos na íntegra, na próxima edição da Revista MelhorAção.

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    Anos