Revista Arquitetura e Aço - 28

40
Edifícios corporativos ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 28 novembro de 2011 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 28 novembro de 2011 Edifícios corporativos

description

Revista Arquitetura e Aço - 28

Transcript of Revista Arquitetura e Aço - 28

Page 1: Revista Arquitetura e Aço - 28

Edifícios corporativos

ARQUITETURA AÇOARQUITETURA AÇO&Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 28 novembro de 2011Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 28 novembro de 2011

Edifícios corporativos

Page 2: Revista Arquitetura e Aço - 28

• Núcleo isolante em (PUR)-Poliuretano ou (PIR)-Poliisocianurato;

• Economia de energia elétrica e conforto térmico;

• Economia de até 70% na estrutura do telhado;

• Redução nos preços de seguros;

• Versatilidade de cores para atender seu projeto;

• Produção contínua de Norte a Sul do Brasil;

• A maior largura útil do mercado 1050mm;

• Agilidade na montagem;

• Material impermeável;

• Resistência ao fogo;

• Dispensa o uso de forro.

conecte-se ao grupodânica

[email protected] | www.danica.com.br11 3043-7875

As Telhas termoisolantes podem ser revestidas com:Aço Pré-pintado (face superior e/ou inferior);Aço Galvalume Natural (face superior e/ou inferior);Filme PVC (face inferior).

Telhas Térmicas Dânica

TermoRoof PUR/PIR

Page 3: Revista Arquitetura e Aço - 28

Um rápido olhar sobre algUmas referências arqUitetônicas corporativas atuais, no Brasil e no mundo, é suficiente para perceber o caráter contemporâneo do aço. Flexível, o material se adapta ao conceito de fast construction, e essa tecnologia já faz parte do repertório de um número cada vez maior de profissionais brasileiros. A composição das for-mas, com perfis materializando os traços e a tridimensionalidade, motiva concepções estéticas únicas. Nesta edição de Arquitetura & Aço, as obras selecionadas demonstram diversas possibilidades técnicas dos sistemas estruturais em aço, em que, muitas vezes, se tornaria praticamente impossível chegar a resultados satis-fatórios sem o seu uso, e, até mesmo, a possível inviabilização da construção.Um exemplo significativo é o da nova sede do Sebrae, na capital federal. Considerado um projeto “atípico”, dependia única e exclusivamente das faci-lidades do aço para ser colocado em prática, do contrário dificilmente seria possível a criação de grandes vãos livres e execução da obra em apenas 12 meses. O mesmo conceito estende-se ao prédio do Confea, na mesma cidade. Prazo enxuto também foi dado à obra do Centro Empresarial Senado, na região central do Rio de Janeiro. Neste caso, a eleição do aço foi muito além de uma opção estética, tornando-se uma condição do projeto, com o agra-vante das limitações do terreno, localizado, de um lado, em via de trânsito intenso e, de outro, em vias muito estreitas. De menor porte, mas muito interessante do ponto de vista corporativo, é o Módulo Alto de Pinheiros, localizado no tradicional bairro paulistano que deu nome ao conjunto. Com linguagem leve e descontraída, que mais se assemelha a uma casa, incorpora jardins e espaços de convivência, revelan-do, com o aço, um efeito inovador.Do mestre Zanettini apresentamos dois importantes projetos. A ampliação do Cenpes, no Rio de Janeiro, obra monumental da Petrobras, dedicada à pro-dução do conhecimento, e que sintetiza os anos de carreira do arquiteto, e a dedicação ao uso de tecnologias limpas, ou como ele mesmo define “arqui-tetura ecossistêmica”. Já o Fórum do Meio Ambiente, em Brasília, simboliza um grande avanço na arquitetura da região, pois foi o primeiro edifício a seguir critérios internacionais de sustentabilidade e a receber o selo LEED. E para completar esta edição, a engenheira Heloísa Maringoni revela a impor-tância do conhecimento do aço, por parte dos arquitetos. Bem mais distante, nos Emirados Árabes, a Gate Capital Tower é a prova de que o material, de fato, não impõe limites à criatividade.Boa leitura!

1 &ARQUITETURA AÇO

Sidn

ei P

alat

nik

Page 4: Revista Arquitetura e Aço - 28

sumárioFoto da capa:

Nova sede do Sebrae – Brasília

Arquitetura & Aço nº 28novembro 2011

Nel

son

Kon

14.12.08. 18.

26.22. 28.04. 32.

Page 5: Revista Arquitetura e Aço - 28

04. Projeto da nova sede do Sebrae Nacional em Brasília explora a espacialidade interna. 08. Na capi-

tal carioca, Centro empresarial está sendo implantando com alta tecnologia e estrutura em aço. 12. Módulo

Alto de Pinheiros incorpora conceitos da arquitetura residencial. 14. Cenpes II se destaca pela arquite-

tura ecossistêmica e sustentável. 18. Fórum verde privilegia o aço e dá à Brasília certificação LEED. 22. Em entrevista, a engenheira Heloísa Maringoni fala sobre o desafio do arquiteto ao projetar em aço. 26. O aço foi indispensável à organização dos pavimentos no projeto do Confea, no Distrito Federal. 28. Torre mais

inclinada do mundo pode ser vista em Abu Dhabi. 32. Acontece: mais obras metálicas em construção.

ENDEREÇOS 34

Page 6: Revista Arquitetura e Aço - 28

4 &ARQUITETURA AÇO

Nova sede do SebraeDe autoria De Alvaro Puntoni, João Sodré e Jonathan Davies, do Grupo SP, e Luciano Margotto, da República Arquitetura, o conjunto arquitetônico da nova sede nacional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Brasília (DF), tem como ênfase a espacialidade interna e a máxima flexibilidade para a organização dos escritórios. Outro objetivo dos arquitetos foi conseguir a inte-gração entre a paisagem natural e a construção.

Com 25 mil m2, distribuídos em seis pavimentos, incluindo dois subso-los, a edificação se destaca pelo grande vazio do pátio interno, onde se concen-tram as atividades mais públicas.

Um dos diferenciais do projeto, segundo os arquitetos, foi a implanta-

Ao lado, treliça de aço per-mitiu a exclusão de pilares do interior dos escritórios. Na página ao lado, detalhe da estrutura da cobertura do pátio em viga vagonada

Com ênfase na espaCialidade interna, estrutura foi idealizada para se obter grandes vãos livres

Page 7: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 5

Foto

s N

elso

n Ko

n

iluminação e ventilação naturais, além da umidificação do ar, reforçado pela presença dos espelhos d’água, propícios à aridez da capital federal. Apesar da linguagem contemporânea do projeto, boa parte dos elementos faz referência à arquitetura típica da região, como brises, empenas e pilotis. Contudo, ao contrário das construções cinquentenárias, somente o concreto não foi sufi-ciente para dar forma à construção. Devido à necessidade de gran-des vãos, para a estrutura foi necessário combinar aço e concreto.

De acordo com o arquiteto Luciano Margotto, a opção pela solução mista conferiu flexibilidade ao projeto, além de acelerar a execução da obra, que começou em 2009 com a concepção do projeto, sendo concluída em 2010. “Sem o uso de estrutura em aço, seria impossível chegar a esse tipo de configuração”, diz Margotto. Para tanto, foram utilizadas 550 toneladas de aço de maior resis-tência à corrosão.

Ele destaca que, em acordo com a equipe da Kurkdjian & Fru-chtengarten Engenheiros Associados, responsáveis pelo projeto estrutural, buscou-se, na versatilidade do aço, a estruturação do pavimento de escritórios com duas treliças longitudinais espaçadas 18 m entre si, e apoiadas em pórticos transversais com modulação de 7,5 m. Estas treliças, vinculadas às empenas laterais, são apoiadas a cada 15 m, em pilares de concreto, que saem dos níveis inferiores.

Outra preocupação foi obter ótimo desempenho ambiental e econômico. “Os brises adotados na fachada, por exemplo, são pai-néis de chapas perfuradas, que protegem as superfícies de vidro de insolação direta e permitem a visualização da paisagem”, diz o arquiteto Alvaro Puntoni.

O aço também foi utilizado na execução da cobertura do pátio, com duas vigas-vagão e vigamento secundário. As primeiras têm

ção de dois térreos. Ou seja, optou-se por criar um plano abaixo do nível da soleira deste pátio, integrando-o ver-ticalmente ao nível dos acessos. No térreo inferior, encontra-se o espaço de formação e treinamento, salas mul-tiuso, auditório, biblioteca e a cafete-ria, enquanto no térreo superior estão os principais acessos do conjunto, com varandas abertas à cidade e ao lago.

O espaço livre que circunscreve os térreos também serve à entrada de

Page 8: Revista Arquitetura e Aço - 28

6 &ARQUITETURA AÇO

> Projeto arquitetônico: Alvaro Puntoni, Luciano Margotto, João Sodré e Jonathan Davies

> Área construída: 25 mil m2

> Aço empregado: aço de maior resistência mecânica e à corrosão

> Volume de aço: 550 t.

> Projeto estrutural: Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados S/C Ltda.

> Fornecimento da estrutura metálica: Medabil Sistemas Construtivos S/A

> Execução da obra: Termoeste S/A Construções e Instalações

> Local: Brasília, DF

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2010

3,6 m de altura e vencem o vão principal de 36 m de comprimento. “Esta solução procurou atender um aspecto relevante: a execução da obra em um prazo máximo de 18 meses. Nosso trabalho foi feito de forma muito próxima e integrada com a estrutura. Não podemos dizer aonde termina a arquitetura e começa a estrutura, e vice-versa. Elas são uma coisa só”, enfatiza Puntoni.

A cara de BrasíliaEm linhas gerais, o edifício contrasta a cor natural dos materiais utilizados com o azul do céu e o verde da paisagem envoltória. “Procuramos deixar o prédio ligado a uma ideia singular da cida-de de Brasília (advinda do movimento modernista): o chão públi-co da capital. Algo tão raro e inusitado nos tempos atuais, que nos parecia importante valorizar esta noção e permitir sua conti-nuidade, ainda que sujeita à compreensão dos usuários”, explica o arquiteto Alvaro Puntoni.

Os escritórios ou espaços de trabalho permitem alterações nos arranjos e nas instalações prediais e de infraestrutura, em fun-

Page 9: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 7

ção do piso elevado, forro e ausência de pilares no meio dos pavimentos. “Assim, a área disponível para os escritórios é, realmente, livre”, defi-nem os arquitetos.

As várias estruturas do conjunto são conectadas por uma estrutura periférica dupla, chamadas de caste-los de circulação vertical, infraestru-turas e apoios diversos. Com várias possibilidades de ligação, utilizam escadas, varandas e elevadores cole-tivos ou privativos, que interligam os diversos espaços. A circulação incor-pora no desenho do percurso cotidia-no o vazio central, reforçando sua pre-sença e interação com o pátio e toda a sua luminosidade. (a.M. e N.F.) M Vista geral do conjunto. Os elementos metálicos integram o pátio à área interna

A obra exibe elementos modernos como empenas, pilotis e brises, típicos da arquitetura da região

Foto

s N

elso

n Ko

n

Page 10: Revista Arquitetura e Aço - 28

8 &ARQUITETURA AÇO

no centro cariocaOusadia

no centro cariocaLocaLizado em uma das regiões mais tradicionais da capital carioca, o Centro Empresarial Senado (CES) será, a partir de 2012, referência para escritórios de alto padrão do Rio de Janeiro.

A construção da WTorre possui quatro blocos divididos em dois edifícios que, ao todo, somam 185 mil m2 e pouco mais de 95 mil m2 de área locável, além das mais de 1.700 vagas de estacionamento, divididas em cinco subsolos. O conjunto foi projetado e construído para uso da Petrobras, que deverá ocupá-lo por um período mínimo de 18 anos.

Com projeto do escritório Edo Rocha Espaços Corporativos e implantado em meio a construções remanescentes e tomba-das pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como casarões coloniais, uma igreja barroca e um edifício público construído no século passado, um dos maiores desafios da WTorre foi investir em sistemas construtivos capazes de imprimir

velocidade à execução da obra e ao mesmo tempo minimizar a geração de entulho, ou quaisquer tipos de resí-duos, reduzindo o impacto no entorno.

Segundo o arquiteto Sérgio Ficher, um dos responsáveis pelo projeto, a adoção da estrutura em aço, entre outras vantagens, reduziu significati-vamente o volume de concreto utili-zado na obra. “O emprego de estrutura de concreto seria inviável, devido ao volume de insumo necessário a uma obra com estas dimensões, sem contar o curto prazo para a execução, de 26 a 28 meses”, diz.

Ousadia

Page 11: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 9

grandes dimensões e prazo reduzido Levaram a construtora a adotarestrutura em aço no centro empresariaL senado, no rio de Janeiro

A solução estrutural emprega pila-res mistos de aço e concreto. O enge-nheiro Jader Daniel Oliveira de Araújo, gerente geral da obra, afirma que, para garantir a estabilização, foram utiliza-dos pilares retangulares com núcleos em aço e concreto de 1,20 m x 0,60 m. Na parte interna das torres também adotaram-se pilares em aço retangula-res de 1,50m x 0,75m e circulares com 1,10 m de diâmetro, além de pilares em “T” de até 3,50 m de comprimento. A estabilização efetiva das torres se dá por meio dos núcleos centrais rígidos, em concreto, das caixas de escada e

elevadores, que, ao contrário do modo mais usual, foram executados após o início da montagem da estrutura em aço.

MontagemAlém do projeto, a execução também teve de ser muito bem pla-nejada. Segundo José Carlos Neuenschwander, gerente de monta-gem da Codeme Engenharia, a montagem das torres aconteceu em tempos diferentes, onde cada uma foi iniciada na medida em que a escavação evoluía e as fundações eram liberadas. “O canteiro de obras era muito restrito, em via de trânsito intenso. Com isso, a via-bilidade da obra, do ponto de vista da logística de movimentação, foi garantida pelo uso das estruturas em aço”, afirma.

As estruturas foram produzidas em duas fábricas, uma em Betim (MG) e a outra em Taubaté (SP). Na sequência, foram transportadas até um canteiro de apoio em Nova Iguaçu, e de lá partiram para a

Imag

em c

edid

as p

or E

do R

ocha

Esp

aços

Cor

pora

tivos

Page 12: Revista Arquitetura e Aço - 28

10 &ARQUITETURA AÇO

> Projeto arquitetônico: Edo Rocha Espaços Corporativos

> Área construída: 185 mil m²

> Aço empregado: ASTM A588 (perfis), ASTM A653 GR40 (steel deck)

> Volume do aço: 9.200 t.

> Projeto estrutural: Codeme Engenharia S.A.

> Fornecimento da estrutura metálica: Codeme Engenharia S.A.

> Execução da obra: WTorre S.A.

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2012

Soluções industrializadas facilitaram a execu-ção do complexo de escritórios. Projeto e mon-tagem encontram-se alinhados: nas torres, a velocidade atingida foi de seis pavimentos a cada três semanas

Rica

rdo

Wer

neck

Sidn

ei P

alat

nik

Page 13: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 11

obra, conforme a programação do dia e horário que seriam içadas nas torres.

Um passo para a revitalizaçãoA localização do Centro Empresarial Senado abrigou, no início do século XIX, uma vila de operários, região que mais tarde concentrou adeptos da boemia carioca até culminar em sua decadên-cia. Foi esta degradação e demolição que abriu espaço para a expansão imobiliária desta parte do Centro do Rio de Janeiro.

O arquiteto Sérgio Ficher lembra que a obra do CES tem gerado outras modificações no entorno, como a revi-talização do antigo edifício da Polícia Federal, que está sendo transformado em museu, da fachada da igreja barro-ca de Santo Antônio dos Pobres, bem como a reforma da galeria de águas pluviais. Outra iniciativa será a cria-ção do piscinão na Rua dos Inválidos, para evitar enchentes naquele local. Os investimentos fazem parte de um acor-do entre o incorporador e a Prefeitura do Rio.

O complexo está em processo de cer-tificação pelo Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED), conce-dido pelo USGBG. Para tanto, foi conce-bido de acordo com os mais modernos padrões tecnológicos e sustentáveis, como programas de eficiência ener-gética, ar-condicionado insuflado no piso e sistema de reaproveitamento de água, entre outros. (n.F.) M

Imag

ens

cedi

das

por

Edo

Roch

a Es

paço

s Co

rpor

ativ

os

Passarelas interligam os prédios, que abrigarão as salas de escritórios

Page 14: Revista Arquitetura e Aço - 28

12 &ARQUITETURA AÇO

Módulo Alto de Pinheiros se distAnciA dA iMPessoAlidAde do setor corPorAtivo

Ao incorPorAr conceitos PróPrios dA ArquiteturA residenciAl

Extensão da casaO prOjetO cOncebidO pelO escritóriO Rocco, Vidal + Arquitetos difere bastante do que já foi projetado em matéria de arquitetu-ra corporativa. O pedido do cliente era de que fosse impresso ao conjunto de escritórios Módulo Alto de Pinheiros um jeito des-contraído e leve, muito mais próximo do que se costuma encon-trar em espaços residenciais. Ao contrário das janelas que não abrem e dos ambientes banhados por luz fria e ar-condicionado, a exigência era pelo uso marcante da transparência, integração com o exterior e muito verde, como se a edificação funcionasse como extensão da própria casa de todos que ali permanecessem por longas horas do dia.

Com volumetria predominantemente retilínea, o edifício locali-zado no tradicional bairro paulistano Alto de Pinheiros harmoniza--se completamente com o entorno. Em vez da criação de uma única torre esbelta e envidraçada, a equipe propôs a construção de três módulos baixos: dois periféricos com dois pavimentos cada, e um central que contempla três andares.

Segundo os arquitetos, as características do projeto e as con-dições de implantação recomendaram apostar em soluções cons-

trutivas industrializadas. O empre-go de estruturas em aço e cobertura metálica termoacústica foi essencial ao sucesso do projeto. Primeiramen-te, porque permitiu que a montagem fosse finalizada em um prazo de ape-nas dez meses, ao facilitar o processo logístico do canteiro. “Isso diminuiu o prazo de construção pela metade”, explicam os arquitetos.

Em segundo lugar, a opção por um material caracterizadamente indus-trial sublinha o efeito inovador e des-pojado que os arquitetos queriam dar à construção. A estrutura “exposta em vigas e pilares” confere traço contem-porâneo ao conjunto. Além disso, a opção estrutural facilitou a composi-ção de espaços internos amplos, nos

Page 15: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 13

Os arquitetos optaram por soluções construtivas indus-trializadas, como estrutura em aço e cobertura em telhas ter-moacústicas. Um gradil metá-lico fixa um conjunto de 30 jar-dineiras e garante a presença de vegetação no topo da torre

Foto

s Da

niel

Duc

ci

Page 16: Revista Arquitetura e Aço - 28

14 &ARQUITETURA AÇO

quais os vãos livres em alguns pontos chegam a 12 m. Sem contar que, para completar a intenção de uma linguagem descontraída, boa parte da infraestrutura das instalações permaneceu aparente.

O aço também permitiu aos arquitetos ousar na fachada do edifício central para torná-la marcante. Um gradil metálico fixa um conjunto de 30 jardineiras, que permite levar um pouco de verde até o topo da construção.

> Projeto arquitetônico: Luiz Fernando Rocco, Fernando Vidal, Douglas Tolaine, Daniela Cunha, Erico Pacheco e Vinicius Mazzoni; (Rocco,Vidal + Arquitetos); Isabel Duprat (paisagismo)

> Área construída: 1.627 m2

> Aço empregado: ASTM A572 Gr50

> Volume do aço: 45,5 t.

> Projeto estrutural: VMC Projetos Mecânicos e Estruturais

> Fornecimento da estrutura metálica: VMC Projetos Mecânicos e Estruturais

> Execução da obra: Engeform

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2007 a 2008

> Conclusão da obra: 2008

Outros elementos Para garantir conforto térmico e ener-gético aos edifícios, pérgulas e beirais cumprem a função de brises, assim como as jardineiras evitam a entra-da de insolação excessiva. No projeto também não faltou ventilação cruza-da, graças ao uso de caixilhos bascu-lantes, bem como de boa iluminação frontal e lateral. Uma área de 40 m2 também foi transformada em praça aberta ao público – programa acresci-do de jardins e espaços de convivência que prolongam o clima descompro-missado por todo o conjunto. (F.r.) M

Os beirais e as jardineiras foram adotados para proporcionar conforto térmico ao conjunto. Abaixo, na imagem interna da edificação, vão livre com vigas metálicas aparentes fazem parte da linguagem arquitetônica proposta

Foto

s Da

niel

Duc

ci

Page 17: Revista Arquitetura e Aço - 28
Page 18: Revista Arquitetura e Aço - 28

16 &ARQUITETURA AÇO

um novo paradigma

Divu

lgaç

ão

Centro de pesquisa privilegia o aço e traça novos rumos para a arquitetura

No primeiro semestre de 2011, a Petrobras foi considerada a quarta maior empresa do mundo no setor de energia. Por trás disso estão investimentos em diversas áreas, principalmente em tecnologia e pesquisa, e também em suas próprias instalações. É o que se percebe quando o assunto é o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras II (Cenpes), considerado um novo paradigma da arquitetura contemporânea sustentável.

Inaugurado em outubro de 2010, o prédio, projetado pelo arqui-teto Siegbert Zanettini, em coautoria com José Wagner Garcia, pri-vilegia, nas novas instalações, o uso das estruturas em aço. A obra,

Cenpes

na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, incluiu reforma e ampliação do prédio já existente (o Cenpes I) e transformou os 150 mil m2 da área construída ante-riormente em um total de 305 mil m2.

Segundo Zanettini, o aço foi escolhi-do por “garantir a permeabilidade do olhar e transparência; possibilitar sime-tria e regularidade estrutural; garantir equalização de vãos e dimensões das

Page 19: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 17

Acima, vista do prédio principal, com a geodésica do Centro de Realidade Virtual, à esquerda. Abaixo, área interna em monta-gem, e, na sequência, vista posterior do complexo

peças estruturais; além de favorecer a padronização em função do uso”.

A engenheira Heloísa Maringoni, da Companhia de Projetos, empresa responsável pelo cálculo das estrutu-ras do Cenpes, acrescenta à lista de vantagens do material, flexibilidade, custo/benefício, facilidade no trans-porte, rapidez de montagem e organi-zação dos canteiros de obras.

Em 2004, sem interromper as ati-vidades do Centro, que continuou funcionando nas instalações anti-gas, e prevendo futuras modificações do espaço em função das pesquisas desenvolvidas e do crescimento da Petrobras, foram adotadas, basica-mente, cinco soluções estruturais dis-tintas para o complexo: estrutura dos laboratórios, do prédio central, do cen-tro de convenções, do centro de reali-dade virtual e dos edifícios de apoio.

EstruturasNos laboratórios, localizados no térreo, a estrutura foi padronizada, com vigas mistas em “I” e vãos principais de 10 m x 10 m, com espaçamento secun-dário a cada 2,5 m, para a adoção de lajes alveolares protendidas, voltadas às instalações técnicas e pipe-racks. Os números impressionam: só de perfis de aço foram consumidas 1.762 tonela-das e erguidos, no total, 227 laborató-rios, que podem abrigar mais de 3.500 cientistas, que desenvolvem estudos simultâneos em áreas como biotecno-logia, meio ambiente, gás e energia, além de demandas do pré-sal, tornan-do-o o maior centro de pesquisas da América Latina.

Foto

s di

vulg

ação

Page 20: Revista Arquitetura e Aço - 28

18 &ARQUITETURA AÇO

Acima dos laboratórios está a estrutura do prédio central, uma espécie de circulação articuladora do edifício. Constituída por cinco blocos, utiliza a mesma modulação principal, de 10 m, e secundária de 2,5 m, que apoiam lajes steel deck. O travamento da estrutura metálica se dá nos blocos de circulação vertical em concreto moldado in loco. O vigamento a cada 2,50 m dispensa qualquer escoramento.

Além da concepção de arquitetura limpa, segura e ecoeficiente do projeto (ver box), conta ainda com uma grande cobertura em estrutura espacial, suportada por pilares tubulares em árvore, e revestida com telhas termoacústicas. A cobertura dos beirais rece-beu chapas perfuradas.

Já para o centro de convenções, foi projetada uma estrutu-ra radial com 75 m de diâmetro e cobertura secundária de sombreamento em tensoestrutura em alguns espaços. Tal material fica sobre uma estrutura metálica formada por 11 módulos – com-posta por arcos tubulares calandrados, dispostos em planos radiais sustentados e articulados nas extremidades de duas maneiras: internamente, por mastro vinculado ao solo e aos próprios arcos, e externamente, por duas escoras tubulares inclinadas.

O Centro De Realidade Virtual é lembrado como a parte mais

inusitada, desafiadora e complexa do projeto. “Por ter forma geodésica elíp-tica, esta estrutura exigiu uma gran-de variedade nas angulações de nós e comprimento de barras. Precisou ser desenvolvido um sistema especial de equalização de custos para barras e nós, e para isso foi desenvolvido um sistema original, mas muito próximo de algo ancestral: as cestarias”, expli-ca Heloísa, da Companhia de Projetos. A geodésica elíptica construída tem dimensões de 35 m x 20 m x 14 m, for-madas por 960 triângulos, 1.623 barras e 477 nós, o que consumiu 345 tonela-das de aço.

As coberturas, em sheds, colaboram para a iluminação e ventilação natu-rais dos ambientes. Um dado que dá a medida do gigantismo do conjunto é que o projeto contou com 50 mil m2 de

Page 21: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 19

> Projeto arquitetônico: siegbert Zanettini (Zanettini – Arquitetura, planejamento e Consultoria); José Wagner Garcia (coautor)

> Área construída: 305 mil m²

> Aço empregado: AsTM A572

> Volume de aço: 6.800 t.

> Projeto estrutural: Heloísa Maringoni (Companhia de projetos Ltda.)

> Fornecedor da estrutura metálica: não informado

> Execução da obra: Consórcio Cenpes (Construtora OAs Ltda., Construbase engenharia Ltda., Carioca Christiani-nielsen engenharia s.A., schahin engenharia s.A. e Construcap – CCps engenharia e Comércio s.A.)

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2004

> Conclusão da obra: 2010

EcoEficiência E sustEntabilidadE

O projeto de ampliação do Cenpes ganhou o prêmio Green Building Brasil na categoria Obra pública sustentável, em 26 de outubro deste ano. “esta premiação reconhece a política da petrobras em atuar de forma sustentável, sem-pre preocupada com as questões ambientais em todas as esferas de atuação”, afirmou, em nota à imprensa, o gerente geral da petrobras, José Alfredo Thomaz.

segundo informações da Zanettini – Arquitetura, planeja-mento e Consultoria, os sistemas construtivos estruturais estão aliados à arquitetura, urbanização, sistemas de conforto ambiental e eficiência energética, sistemas pre-diais de utilidades e de recomposição dos ecossistemas naturais para garantir o “equilíbrio e a harmonia arqui-tetônica, decorrentes do dimensionamento adequado de cada espaço”.

Além disso, a empresa ressalta que o projeto é resultante de uma “nova prática profissional multidisciplinar inte-grada”. no total, a obra envolveu 30 especialidades, entre arquitetura, estrutura, instalações, ecoeficiência, paisa-gismo, planejamento e organização. De acordo com infor-mações divulgadas pela petrobras, durante a execução da obra foram gerados cerca de seis mil empregos diretos e 15 mil empregos indiretos.

lajes steel deck e 48 mil m2 de telhas e coberturas metálicas, que correspon-dem ao tamanho de seis campos de futebol e uma dimensão suficiente para cobrir o Estádio do Maracanã, no Rio, respectivamente.

Outro desafio da parte estrutu-ral, foi lidar com o clima e salinida-de do local. Devido a estes fatores, houve uma preocupação maior com a proteção da estrutura metálica, o que exigiu soluções complementares, como revestimento externo em fibra de vidro e resina pigmentada. Além disso, o material recebeu proteção contra corrosão e fogo. (C.E.) M

Vista geral do piso de ligação entre os blocos de laboratórios, com a estrutura diferenciada de cobertura

Divu

lgaç

ão

Page 22: Revista Arquitetura e Aço - 28

20 &ARQUITETURA AÇO

Se 1960 é um marco para a arquitetura braSileira devido à inauguração de Brasília – projetada pelo urbanista Lúcio Costa e com obras assinadas por Oscar Niemeyer –, 2011 coloca novamente a Capital Federal em destaque no cenário arquitetônico. Em abril deste ano, foi inaugurado na cidade o Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública do Distrito Federal, o primeiro prédio do Centro-Oeste a seguir critérios internacionais de construções sus-tentáveis para a obtenção da certificação Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED), do Green Building Council (USGBC).

O projeto foi elaborado pela Zanettini Arquitetura, em coautoria com a arquiteta Sandra Henriques, do Tribunal de Justiça do Distri-to Federal e dos Territórios (TJDFT), seguindo normas estabelecidas pelo plano urbanístico local. A obra durou cerca de dois anos e a estrutura, toda em aço ASTM A572, foi um dos fatores determinan-tes para a obtenção do selo LEED.

Construção verdeEstrutura Em aço E princípios dE sustEntabilidadE dão ao Fórum VErdE o primEiro cErtiFicado lEEd dE brasília

Ao avaliar o emprego do aço no pro-jeto, o engenheiro André Sosti Perini, da Caenge, empresa responsável pela execução da obra, diz que o material trouxe dinamismo à construção, redu-ção no tempo de obra, bem como na geração de resíduos, e na limpeza do canteiro, além de ter facilitado o trans-porte dos materiais e minimizado o uso de formas e escoramentos. Segun-do ele, para uma construção sustentá-vel, estes fatores são relevantes, ainda mais se relacionados aos processos de certificação.

O Fórum Verde, como vem sendo chamado, tem 6.282 m2 de área cons-truída, divididos em cinco pavimen-tos para abrigar oito varas de Fazenda Pública, além da Vara do Meio Ambien-te, Desenvolvimento Urbano e Fundiá-rio do Distrito Federal. A estrutura em aço aparente foi desenvolvida em uma malha de 1,25 m x 1,25 m, além de con-templar o uso de lajes steel deck.

Para ampliar ainda mais o con-forto térmico na edificação, de acor-do com a Zanettini Arquitetura, a 80 cm da fachada, foram instaladas telas de sombreamento em aço inoxidável. Tais telas foram voltadas para as faces de sol nascente e poente, integradas aos jardins horizontais. Somadas aos terraços e cobertura verdes, lajes ajar-dinadas na garagem e jardins térreos “cumprem o papel de amenizar o calor

Page 23: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 21

As tensoestruturas conseguiram se integrar per-feitamente à paisagem orgânica do Rio de Janeiro. Nesta foto, vista noturna do Morro da Urca: a cobertu-ra é capaz de suportar cargas de ventos de 240 km/h

Para ampliar ainda mais o conforto térmico na edificação, a 80 cm da fachada foram instaladas telas de sombreamento em aço inoxidável

Foto

s di

vulg

ação

Page 24: Revista Arquitetura e Aço - 28

> Projeto arquitetônico: Zanettini Arquitetura e Sandra Henriques, TJDFT

> Área construída: 6.282 m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Volume do aço: 384 t.

> Projeto estrutural: Meirelles Carvalho Engenharia e Projetos S/C Ltda.

> Fornecimento da estrutura metálica: CPC Estruturas

> Fornecimento de steel deck: Perfilor

> Execução da obra: Caenge S.A. – Construção, Administração e Engenharia

> Local: Brasília, DF

> Data do projeto: 2008

> Conclusão da obra: 2011

e criar o microclima ideal, além de humanizar os ambientes de tra-balho”, destaca a equipe do escritório.

Na cobertura, simultaneamente ao sistema ajardinado, foram utilizadas lajes impermeabilizadas e telhas metálicas zipadas sim-ples, com 1 mm de espessura.

Equipe multidisciplinarA obra foi realizada em nove etapas, segundo o engenheiro da Caen-ge: preparação do terreno; instalações provisórias; movimento de terra; execução das fundações; execução das estruturas: pilares e vigas metálicas e de concreto para as caixas dos elevadores e das escadas; execução das lajes steel deck, seguida de concretagem; exe-cução dos projetos complementares (elétrico, hidráulico etc.); veda-ções (divisórias, envoltória, vidros); revestimentos e acessórios.

Já na primeira etapa, os critérios de sustentabilidade prevale-ceram. A locação do edifício no terreno – com área de 1.980 m2 no Lote M do Setor de Administração Municipal – e a implantação lon-gitudinal no eixo noroeste-sudeste, com circulação horizontal, pri-vilegiaram a presença da natureza e a integração com a paisagem do entorno, formada por vegetação nativa. Tais soluções projetuais garantiram a entrada de iluminação e ventilação cruzadas em todos os ambientes do edifício.

O trabalho multidisciplinar também foi fundamental à cons-trução, devido às exigências do projeto. “Uma obra que busca a certificação ambiental LEED deve incorporar mudanças de com-portamento das equipes envolvidas no trabalho, sejam próprias ou empreitadas”, afirma o engenheiro Perini. Ainda de acordo com o profissional, para a obra do Fórum Verde foi fundamental um

22 &ARQUITETURA AÇO

processo educacional de conscientiza-ção e capacitação contínua de todos os envolvidos. “A participação de diver-sos profissionais no processo facilita a tomada de decisão e a adequação do projeto, evitando-se problemas futu-ros, além de proporcionar redução no tempo de obra”, completa.

O projeto também incluiu a adoção de sistemas que garantem eficiência energética, economia e reuso de água, madeira de reflorestamento, tintas, mantas e colas que obedecem às nor-mas técnicas restritivas quanto à libe-ração de Compostos Orgânicos Voláteis (COV’s), entre outros itens. (c.e.) M

Além da Vara do Meio Ambiente, o conjunto abriga oito varas de Fazenda Pública. A estrutura, toda em aço, foi o fator determinante para a obtenção do selo LEED

Divu

lgaç

ão

Page 25: Revista Arquitetura e Aço - 28

Obras de reforma do Estádio Independência - BH/MG.

Tubos circulares e retangulares V & M do BRASIL:solução rápida e econômica para grandes vãos.

Conheça

as condições

especiais para

a compra

de tubos

retangulares.

ConSuLTe-noS!

Grupo Vallourec | www.vmtubes.com.br | [email protected]

Produzidos em seções circulares e retangulares, os tubos de aço sem costura da V & M do BRASIL são uma excelente alternativa para reduzir o custo e o prazo de conclusão da sua obra. Disponibilizamos suporte técnico e customizamos soluções para o uso de estruturas tubulares em parceria direta com nossos clientes.

A V & M do BRASIL, empresa do grupo francês Vallourec, é líder na produção de tubos de aço sem costura no país. Abastece a indústria petrolífera e os setores de energia, industrial, automotivo e construção civil, oferecendo soluções em vários segmentos da economia. V & M do BRASIL. Aprimorando a qualidade e valorizando a vida.

VR-0028-11_ADRevistaArquiteturaAco_21X28.indd 1 11/4/11 12:32 PM

Page 26: Revista Arquitetura e Aço - 28

24 &ARQUITETURA AÇO

Formada em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia de São José dos Campos e bacharel em matemática, Heloísa Maringoni é sócia-fundadora da Companhia de Projetos, além de docente de arqui-tetura desde 2004. No contato com os alunos, diz reciclar seus conhe-cimentos e energia profissional. Sua aproximação com o aço começou há 30 anos, quando recém-formada foi contratada por um fabricante de estruturas metálicas, passando por todas as etapas, desde o dese-nho, o cálculo estrutural, a fabricação e a montagem das estruturas.

Em sua opinião, a linguagem do projeto é a estrutura, enquanto a escolha do tipo de material é uma consequência, por isso a impor-tância de se conhecer as propriedades de todos, seja o aço, a madeira ou o concreto. Sabedoria que procura aplicar durante as aulas de arquitetura, na Escola da Cidade. Vencedora do 9º prêmio Talento Engenharia Estrutural, com o edifício Cenpes II, nesta entrevista, Heloísa destaca os benefícios do aço e os paradigmas estabelecidos pelo mercado da construção.

AA – Como a senhora avalia o atual estágio da construção em aço no Brasil? HM – Nossa luta é melhorar a interface entre este mercado e a arqui-tetura. O problema é que, por anos, convencionou-se relacionar o uso do aço aos projetos industriais. O objetivo é indicar cada vez mais o seu uso em obras em que há participação efetiva do arquiteto, como as de edificações residenciais e corporativas. Num primeiro momen-to, aqui no Brasil, um dos fatores de maior tabu foi o custo. Para se ter idéia, há 15 anos, a estrutura metálica era cerca de 30% mais cara. Atualmente, deve oscilar entre 15% e 20%. Porém, se analisarmos os custos gerais, a parcela que se refere à estrutura será da ordem de 20% a 25% do valor total da obra. Tomando-se os maiores porcen-tuais, estaremos falando de 5% de acréscimo no custo final, valor muito pequeno. AA – Em projetos corporativos tem sido cada vez mais comum o uso misto (aço e concreto). Que avaliação a senhora faz deste tipo de solução?HM – Eu gosto bastante. Aliás, a tendência é usarmos os dois siste-mas. Daí você tira o melhor partido que cada um pode oferecer ao projeto. A verdade é que, em primeiro lugar, é preciso analisar o que se espera de cada obra. O profissional tem de avaliar quando usar o concreto ou aço, ou os dois. Para isso, é preciso conhecer muito bem as propriedades dos materiais, pois assim terá confiança e condições de escolher o mais apropriado. Mas acredito que essa crítica somente será possível com a preparação das bases do conhe-

A so

luçã

o es

tá n

as b

ases

cimento, isto é, dos alunos nas escolas de arquitetura e engenharia. Afinal, é natural termos receio ou insegurança de algo que não dominamos.AA – Por isso, então, ainda são raros os engenheiros de cálculo estrutural especializados em aço?HM – Sim. Acontece que o ensino no Brasil sempre esteve atrelado à Esco-la Paulista de Arquitetura. Não estou criticando o movimento modernista, foi bárbaro, mas o momento é outro. Embora na grade curricular das facul-dades sempre tenha constado o ensino de estruturas metálicas, muitos pro-fessores acabaram reduzindo o núme-ro de aulas devido à demanda maior pelo concreto. Mas a realidade tem sido outra, e a tendência é mudar cada vez mais. Digo que hoje é fundamental que o conhecimento seja levado, primeira-mente, ao professor de arquitetura, pois as escolas de engenharia, em geral, pro-porcionam um embasamento maior para se projetar qualquer tipo de cons-trução, a partir de materiais variados. Basta que o docente direcione o ensi-no, como tenho feito com meus alunos. Leciono cálculo estrutural, o material depende do tipo de projeto calculado naquele momento.

Sidn

ei P

alat

nik

Page 27: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 25

AA – Aos longos dos anos, em um país como o Brasil, com tanta tra-dição em concreto, houve uma evolução no "pensar arquitetônico" a partir do uso do aço? HM – Com certeza. E isso teve início com a globalização, sobretudo com o advento da internet. Hoje é possível viajar o mundo e pesqui-sar obras fantásticas em aço. Os profissionais começam a se espelhar nisso para fazer algo semelhante.AA – A cadeia produtiva da construção civil brasileira ainda é arte-sanal e de baixa tecnologia. A maior aplicação da lógica construti-va do aço pode elevar o nível do setor?HM – Sim. A maioria das construtoras é familiarizada com o con-creto e acabam resistindo ao aço. Além disso, existe o agravante cultural, “o tal do improviso no canteiro”. O aço, felizmente ou infeliz-mente, não permite isso. Já perdi concorrência técnica, que, do ponto de vista financeiro, era até mais viável a aplicação de estrutura em aço, mas por falta de conhecimento e domínio na aplicação do aço, a empresa preferiu não optar pelo material. Se o arquiteto não se posicionar, de fato, não consegue adotar o sistema. AA – Quais são os erros mais graves a partir de uma interface mal-feita entre o aço e os outros sistemas?HM – As conexões, ou seja, os detalhes de ligação entre um e outro. A estrutura metálica é composta de elementos mais leves, logo, quanto mais articulada for a ligação, mais barato sai o projeto. Portanto, é indis-pensável a precisão entre os dois materiais (aço e concreto). Esta exa-tidão, por vezes, será conseguida se houver integração entre as equipes de calculistas ou entre o calculista e a empreiteira. Por isso a importân-cia da contratação do projeto estrutural em aço desde o início da obra.AA – Quer dizer que a opção pelo emprego de estruturas metáli-cas requer algumas modificações nos parâmetros projetuais e até mudança de conceitos?HM – Em minha opinião, deve acontecer uma mudança nos parâme-tros projetuais e também de execução. Por isso, é imprescindível que o arquiteto esteja familiarizado com tudo. Ele será responsável pelo intercâmbio com o cliente, e deverá orientá-lo sobre os sistemas. Já na parte de cálculo, também deve haver conhecimento pleno do enge-nheiro para definir adequadamente o material, conforme as necessi-dades do projeto. Outro conceito equivocado se refere à manutenção das edificações. Algumas pessoas imaginam que o concreto requer menos reparos, o que não é verdade. Seja aço ou concreto, ambos necessitam de manutenção ao longo dos anos. O mesmo se aplica quando o assunto é incêndio, o concreto também não resiste a altas temperaturas, requer tratamento especial tanto quanto o aço. (n.F.) M

AA – Quais são os pontos principais do projeto estrutural em aço? HM – O sistema é um verdadeiro “Lego”. O primeiro passo é entender como dimensionar cada elemento isoladamente, porém, é necessário ter uma visão muito clara do funciona-mento desse elemento no conjunto. O pensar em aço é diferente. As inten-ções devem ser muito claras. O mate-rial tem sua própria linguagem, que, geralmente, vem pronta, industriali-zada. Você pode querer coisas prêt-à--porter, ou sob medida.AA – Quantas obras a senhora já pro-jetou com estrutura metálica? Quais as principais? HM – Ao longo dos 30 anos de carreira, já projetei cerca de 380 obras com o uso do sistema estrutural metálico. Entre as quais, a torre da emissora Bandeiran-tes; o Terminal Rodoviário de Goiânia; as ampliações do Shopping Iguatemi; a sede da Natura, em Cajamar – uma das mais significativas; a reforma do Banco Santander, em Porto Alegre; a Casa de Cultura de Israel; o Cenpes II; o Hotel Hilton Morumbi; entre outras.AA – Quais os principais critérios que levaram à escolha do aço? HM – Em alguns, como por exemplo o do prédio do Hilton, tínhamos um pro-blema sério que era resolver a altura das vigas de transição. Se a construção fosse executada em concreto, teria uma altura maior, que inviabilizaria o pro-jeto. Em outras obras, necessitávamos da diminuição dos resíduos gerados em canteiro, devido ao perfil sustentável do projeto, como o Cenpes II; em outras, tínhamos todos estes fatores aliados ao prazo reduzido, e por aí vai.

Page 28: Revista Arquitetura e Aço - 28

26 &ARQUITETURA AÇO

Estrutura confErE lEvEza à fachada E pErmitE vão livrE à sEdE do confEa

Livre de pilares

A estruturA metálicA dA fAchAdA se diferencia do concreto predominante nas edificações modernistas de Brasília (DF). Esta, porém, não foi a única ousadia do escritório de arquitetura Pedro Paulo de Melo Saraiva para o projeto da sede do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Atendendo a todas as restrições da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) em termos de recuos e gabaritos, os profissionais investi-ram na composição do aço com o concreto como forma de conferir leveza, fluidez e flexibilidade ao projeto do edifício.

“Considerávamos essencial desenvolver um projeto em que a ino-vação tecnológica e a flexibilidade fossem fatores fundamentais, tanto do ponto de vista do desempenho, quanto dos quesitos atuais de sus-tentabilidade, conforto termoacústico e economia de escala”, explica o arquiteto Pedro de Melo Saraiva, um dos responsáveis pelo projeto.

O edifício é composto por térreo, quatro pavimentos-tipo, cober-tura e três subsolos para estacionamento. A fachada é revestida por um sistema de proteção solar formado por painéis de membrana

têxtil perfurada, estruturados em cai-xilhos de perfis metálicos, afastados 4 m da fachada de vidro. Esta estrutura propicia um espaço vazio de circulação de ar que diminui o calor e o consumo de ar-condicionado e energia no edi-fício. Além disso, segundo o arquite-to, a membrana têxtil foi uma opção ao brise soleil, pois oferece proteção ao mesmo tempo em que proporcio-na maior integração visual entre os ambientes externo e interno do prédio.

A estrutura central do edifício é for-mada por perfis metálicos, vigas “I” de 15 m de comprimento e 63 cm de altura, apoiados em uma estrutura de concre-to em forma de “T”, com balanços de

Page 29: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 27

3,75 m em cada lado. O carregamento do vão central é compensado pelo ati-rantamento das extremidades exter-nas destes balanços. O arquiteto expli-ca, ainda, que os tirantes de todos os pavimentos são ancorados nas pare-des laterais de fundação, responsável também pelo sistema de contenção lateral dos subsolos.

São dez tirantes que partem do tér-reo, sustentando cada um dos pisos com um par de cabos. Esta estrutura se repete a cada 3,75 m. “A combinação estrutural mista entre aço e concreto procura extrair engenhosamente de cada material sua melhor proprieda-de: no caso do aço, a tração e a flexão”, explica Pedro de Melo Saraiva.

Sem obstáculosOs arquitetos consideraram essencial para os quatro pisos de uso adminis-trativo que estes fossem livres de pila-res internos, e que pudessem receber qualquer configuração dos ambientes. “O uso do aço foi ‘salutar’ para a obten-ção do vão livre e fundamental flexi-bilidade de organização da planta dos pavimentos”, afirma o arquiteto Sarai-va. “Outra vantagem é que essa flexi-

A fachada é revestida por um sistema de proteção solar formado por painéis de membrana têxtil perfurada, estruturados em caixilhos. O partido foi executado com estrutura mista de aço e concreto

> Projeto arquitetônico: Pedro Paulo de Melo Saraiva Arquitetos Associados

> Área construída: 10.460 m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR 50

> Volume do aço: 151,32 t.

> Projeto estrutural: Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados

> Fornecimento da estrutura metálica: Badaruco

> Execução da obra: Kremer Engenharia

> Local: Brasília, DF

> Data do projeto: 2007-2008

> Conclusão da obra: 2010

bilidade aumenta a vida útil do edifício, que pode receber grandes mudanças de uso no decorrer dos anos.” Para se ter ideia, a partir do sistema misto, os profissionais executaram um vão livre de 22,5 m.

No pavimento de cobertura estão o refeitório, a copa, a cozinha e um espaço de lazer para os funcionários com ampla área livre e jardim. Uma cobertura formada por sistema de arcos triarticulados com perfis de 63 cm coroa o prédio com uma estrutura diferenciada para um ambiente de convívio e descontração.

Também foi importante garantir a integração do prédio com o espaço urbano e com a antiga sede do Confea, que se tornará o Centro Cultural da entidade. Para isso, o térreo recebeu pilotis com galerias amplas em seu entorno e um projeto paisagístico que pre-viu na pequena praça um espelho d’água para amenizar o clima seco da Capital Federal. Os três andares de estacionamento têm acesso por vias de mão única com inclinação de meio pé-direito. Tal medida confere maior segurança e integração visual ao espaço, que conta com 122 vagas. (e.c.) M

Foto

s Le

onar

do F

inot

ti

Page 30: Revista Arquitetura e Aço - 28

28 &ARQUITETURA AÇO

InteIramente em aço, a Gate CapItal tower tem InClInação reCorde

A torremais inclinada

do mundo

Capi

tal G

ate

Page 31: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 29

Page 32: Revista Arquitetura e Aço - 28

30 &ARQUITETURA AÇO

Quatro vezes mais inclinada que a Torre de Pisa, na Itália, a Gate Capital, ergui-da em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, é uma construção que à primei-ra vista parece surreal. Decididamente ousado, o projeto assinado pelo escritório RMJM Arquitetos, de Nova York, busca se destacar na paisagem urbana, cuja prin-cipal característica é o arrojo de boa parte das edificações da região.

Esta ousadia resultou em sua inclusão no livro Guinness como a mais inclina-da do mundo, com uma inclinação de 18 graus em direção oeste. Quando indaga-dos sobre a falta de simetria do partido, os arquitetos dizem que um dos objetivos era justamente este, fato que tornou o proje-to ainda mais desafiador. Em pleno fun-cionamento, abriga o hotel Hyatt Capital Gate, além de 20 mil m2 para escritórios. Ao todo, são 35 andares, distribuídos entre os generosos 160 m de altura.

SuperestruturaPara dar origem a esta complexa confi-guração e sustentar os 53 mil m2 de cons-trução, foi necessário criar um esqueleto em aço, do tipo diagrid, de diagonal grid, ou grelha em diagonais. De acordo com os arquitetos, esta solução é utilizada em diversas edificações de grande porte, pois exige uma quantidade menor de aço estrutural. A opção se deu também em razão do sistema estrutural adotado for-mar uma espécie de átrio cônico, na parte interna do edifício, recurso que facilita a entrada de iluminação natural em todo o prédio.

Devido às características peculiares da torre, para que a construção suportas-se as grandes cargas de vento e as pres-sões sísmicas empregou-se, na etapa da fundação, 490 estacas de aço cravadas a 30 m de profundidade.

O peso total de aço utilizado na torre é de cerca de 21.500 toneladas. Ao lado, detalhe do splash (grelha de aço inoxidá-vel) que imita o movimento das ondas e serve como um dispo-sitivo de sombreamento. Cerca de 12.500 placas de vidro fazem o fechamento da torre

Page 33: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 31

Ao todo foram utilizadas 13.200 tone-ladas de aço estrutural, sendo 7 mil tone-ladas nos sistemas de diagonais. Nestas estruturas, foram adotados perfis tubula-res com 600 mm x 400 mm de diâmetro, na parte externa, e com 457 mm de diâ-metro, na parte interna.

A inclinação do conjunto só foi pos-sível devido à posição do núcleo rígido, deslocada para fora do centro.

Ecoeficiência Outro elemento de destaque, principal-mente em relação ao desempenho térmi-co da edificação, foi o uso de vidros duplos, empregados em toda a fachada: 12.500 placas de vidro foram instaladas em ângulos diferentes, devido ao perfil curvo da torre, e com proteção capaz de filtrar a radiação solar. Outro recurso foi a aplica-ção, também na fachada, de uma sobre-cobertura de aço inoxidável, denominada pelos arquitetos de "splash". “Ele funcio-na como um dispositivo de sombrea- mento e elimina mais de 30% do calor do sol antes que chegue à torre, diminuindo, portanto, o uso de refrigeração no interior do edifício”, explicam os arquitetos.

A concepção do Gate Capital exigiu esforços extras de toda a equipe, e somen-te a montagem das estruturas em aço demandou o trabalho de 240 funcionários por um período de 14 meses. As obras tive-ram início em setembro de 2009 e o pré-dio foi entregue no final de 2010. (N.F.) M

Uso misto

Com 35 andares, a torre tem dois tipos de ocupação. do 2º ao 16º andares, foram instalados escritórios; já do 18º em diante, os pisos foram projetados para o hotel Hyatt Capital Gate. o primeiro piso e o 17º são plant rooms, ou pisos técnicos, salas utilizadas para abrigar máquinas de grande porte, como equipamentos de ar-condicionado.

Foto

s Ca

pita

l Gat

e

Page 34: Revista Arquitetura e Aço - 28

32 &ARQUITETURA AÇO

De autoria do arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), a nova sede do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região da Bahia (TRT-BA), com 122 mil m², tem planta circular e núcleos de apoio restritos às áreas de circulação vertical. Trata-se de um complexo formado por oito edificações que estão sendo implantadas em um terreno densamente arborizado e com topografia em forma de vale. Devido a tais características, o arquiteto

Nova sede do TRT Bahia

ACONTECEsi

lvia

sca

lzo

Page 35: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 33

Localizada no Itaim Bibi, a torre de 26.000 m² com 26 andares, pertencente ao Wtorre Plaza, foi estruturada em aço. Os pilares são mistos em aço-concreto, as vigas em aço e as lajes em steel deck. A montagem da estrutura ocorreu em 90 dias, com montagem de dois andares a cada 11 dias. O vão principal dos andares de escritórios é de 18 m, o que facilita e favorece o aproveitamento máximo da área útil de escritórios, forte argumento para a locação. Além do uso de estrutura metálica, reúne outras características baseadas nos princípios de sustentabilidade, como eficiência energética, reaproveitamento de águas pluviais, entre outras. A obra encontra-se em processo de certificação Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED). Em fase final de construção, tem entrega prevista para dezembro de 2011.

ToRRe Tem pRazo de oBRa de apeNas 11 meses

idealizou um partido arquitetônico de baixo impacto no terreno. Os edifícios são interligados por um caminho suspenso (a 30 m do solo), na forma de passarelas fechadas e envidraçadas que totalizam 200 m de vias lineares. Em favor da sustentabilidade da obra, entre outras soluções, adotou-se o sistema industrializado, com estruturas em aço. No mesmo sentido, a passarela foi projetada com número reduzido de pilares, em comprimentos variáveis de acordo com a topografia local. A maior intervenção será nas bordas do lote, onde um corte escalonado de 13 m de altura permitirá a execução de quatro pavimentos de garagem e estacionamento descoberto. O período de execução da obra é de 30 meses.

Fornecimento da Estrutura: Medabil

Peso total da estrutura: 2.120 t.

Page 36: Revista Arquitetura e Aço - 28

Endereços

> Escritórios dE ArquitEturAEdo Rocha Espaços CorporativosEnd.: Av. das Nações Unidas, nº 11.857, 8º andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 5505-1255www.edorocha.com.br

Grupo SPEnd.: Praça da República, nº 76, cj. 901, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3068-0112E-mail: [email protected]

Pedro Paulo de Melo Saraiva Arquitetos AssociadosEnd.: Rua Bela Cintra, nº 299, cj. 41, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3259-4240E-mail: [email protected]

República ArquiteturaEnd.: Praça da República, nº 776, cj. 901, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3129-3996E-mail: [email protected]

RMJM Arquitetoswww.rmjm.com

Rocco, Vidal + ArquitetosEnd.: Rua Eugênio de Medeiros, nº 639, 1º andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3817-6963www.roccovidal.com.br

Zanettini – Arquitetura, Planejamento Consultoria Ltda.End.: Rua Chilon, nº 310, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3849-0394E-mail: [email protected]

> ProJEto EstruturALCodeme Engenharia S.A.End.: Av. Roberto Bertoletti, nº 851 A, Distrito Industrial, Vale do Piracangagua, Taubaté (SP)Tel.: (12) 2123-9700E-mail: [email protected]

Companhia de Projetos Ltda.End.: Rua Mourato Coelho, nº 69, loja 6, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3061-2603

Kurkdjian e Fruchtengarten Eng. Associados S.S. Ltda.End.: Rua George Eastman, nº 160, 6º andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3759-1394

Meirelles Carvalho Engenharia e Projetos S/C Ltda.End.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.478, cj.715, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3031-6021

VMC Projetos Mecânicos e EstruturaisEnd.: Rua São Benedito, nº 1.890, São Paulo (SP)Tel.: (11) 5681-6762

> sistEmAs dE FEchAmEnto LAtErAL, cobErturAs E stEEL dEckBemo do BrasilEnd.: Av. Prestes Maia, nº 539, São Paulo (SP)Tel.: (11) 4053-2366www.bemo.com.br

PerfilorEnd.: Rua Alfredo Mário Pizzotti, nº 97, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3065-3400E-mail: [email protected]

> EstruturA mEtÁLicABadarucoEnd.: Setor de Indústria Taguatinga Norte – QI 06 Lotes 41/42, Brasília (DF)Tel.: (61) 3355-1078www.badaruco.com.br

Codeme Engenharia S.AEnd.: Av. Roberto Bertoletti, 851 A - Distrito Industrial Vale do Piracangagua,Taubaté (SP)Tel.: (12) 2123-9700E-mail: [email protected]

CPC Estruturas End.: SAAN quadra 2 lote 310, Brasília (DF)Tel.: (61) 3361-0030www.cpcestruturas.com.br

Medabil Sistemas Construtivos S.A.End.: Rua Fidêncio Ramos, nº 223, 14°andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3573-3322www.medabil.com.br

> construtorAsCaenge S.A.End.: SIA Trecho 03, lote 1.893, Brasília (DF)Tel.: (61) 3410-0000E-mail: [email protected] Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A.End.: Rua do Parque, nº 31, Rio de Janeiro (RJ)Tel.: (21) 3891-2200www.cariocaengenharia.com.br

Construbase EngenhariaEnd.: Rua da Paz, nº 1.106, Campo Grande (MS)Tel.: (67) 3326-8643www.construbase.com.br

Construcap – CCPS Engenharia e Comércio S.A.End.: Rua Bela Cintra, nº24, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3017-8000www.construcap.com.br

EngeformEnd.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.931, 1º andar, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3030-7200E-mail: [email protected]

Kremer EngenhariaEnd.: SCLN quadra 115, bloco D, nº 50, Brasília (DF)Tel.: (61) 3349-3579

OAS Ltda.End.: Av. Angélica, nº 3.346, São Paulo (SP)Tel.: (11) 2124-1122www.oas.com

Schahin Engenharia S.A.End.: Rua Vergueiro, nº 2.009, São Paulo (SP)Tel.: (11) 5576-8080www.schahin.com.br

Termoeste S.A. Construções e InstalaçõesEnd.: Av. T-2, nº 2.227, Goiânia (GO)Tel.: (62) 4005-5100www.termoeste.com.br

WTorre S.A.End.: Rua George Eastman, nº 280, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3759-3300www.wtorre.com.br

34 &ARQUITETURA AÇO

Solicite o seu gratuitamente através do site

www.cbca-acobrasil.org.br

- Distribuição e Centros de Serviço- Parafusos e elementos de fixação- Fabricantes de estruturas em aço- Projetos e detalhamentos (engenharia/arquitetura)- Galvanização- Software- Telhas (coberturas/fechamentos)- Montagem

NOVAS CATEGORIAS:

Se sua empresa atua na cadeia produtiva da construção em aço e ainda não faz parte do Guia, participe e divulgue sua marca, produtos e serviços.

- Engradamento metálico - Painéis- Materiais de proteção térmica - Tintas

NOVA EDIÇÃO

Page 37: Revista Arquitetura e Aço - 28

&ARQUITETURA AÇO 35

Solicite o seu gratuitamente através do site

www.cbca-acobrasil.org.br

- Distribuição e Centros de Serviço- Parafusos e elementos de fixação- Fabricantes de estruturas em aço- Projetos e detalhamentos (engenharia/arquitetura)- Galvanização- Software- Telhas (coberturas/fechamentos)- Montagem

NOVAS CATEGORIAS:

Se sua empresa atua na cadeia produtiva da construção em aço e ainda não faz parte do Guia, participe e divulgue sua marca, produtos e serviços.

- Engradamento metálico - Painéis- Materiais de proteção térmica - Tintas

NOVA EDIÇÃO

Page 38: Revista Arquitetura e Aço - 28

36 &ARQUITETURA AÇO

Material para publi ca ção:Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço.É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).

expediente

Revista Arquitetura & Aço Uma publi ca ção tri mes tral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço)CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

Conselho EditorialCatia Mac Cord Simões Coelho – Aço BrasilRoberto Inaba – UsiminasRonaldo do Carmo Soares – Gerdau AçominasSilvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

Supervisão TécnicaSidnei Palatnik

PublicidadeRicardo Wernecktel: (21) [email protected]

Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SPTel.: (11) [email protected]

DireçãoCristiano S. BarataCoordenação EditorialNádia Fischer

RedaçãoAlessandra Morgado, Camila Escudero, Evelyn Carvalho, Fábio Rodrigues e Nádia Fischer

RevisãoDeborah Peleias

EditoraçãoCibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques (estagiário)

Pré-impres são e Impres sãowww.graficamundo.com.br

Endereço para envio de material:Revista Arquitetura & Aço – CBCAAv. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/[email protected]

É per mi ti da a repro du ção total dos tex tos, desde que men cio na da a fonte.É proi bi da a repro du ção das fotos e dese nhos, exce to median te auto ri za-ção ex pres sa do autor.

A&A nº 01 - Edifícios EducacionaisA&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 03 - Terminais de PassageirosA&A nº 04 - Shopping Centers e Centros ComerciaisA&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - ResidênciasA&A nº 07 - Hospitais e ClínicasA&A nº 08 - IndústriasA&A nº 09 - Edificações para o EsporteA&A nº 10 - Instalações ComerciaisA&A nº 11 - Retrofit e Outras IntervençõesA&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos AndaresA&A nº 14 - Equipamentos UrbanosA&A nº 15 - Marquises e EscadasA&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino IIA&A nº 18 - EnvelopeA&A nº 19 - Residências IIA&A nº 20 - Indústrias IIA&A Especial – Copa do Mundo 2014A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010A&A nº 23 - Habitações de Interesse SocialA&A nº 24 - MetrôA&A nº 25 - Instituições de Ensino IIIA&A nº 26 - Mobilidade UrbanaA&A nº 27 - Soluções RápidasA&A nº 28 - Edifícios Corporativos

Especial - Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros

próxiMa edição:

NúMeros aNte rio res:Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br

Page 39: Revista Arquitetura e Aço - 28
Page 40: Revista Arquitetura e Aço - 28

38 &ARQUITETURA AÇO

Perfis estruturais Gerdau. fundamentais Para as melhores obras.Toda obra pede uma excelente fundação e uma ótima estrutura, e os Perfis Estruturais Gerdau são os melhores para isso. Além de custo competitivo, eles garantem limpeza no canteiro de obra, rapidez na construção e inteligência no processo de instalação.E você conta com a qualidade Gerdau por dentro da sua obra.

11 3094 6550 [email protected]

www.gerdau.com.br

8990-16 Gerdau AnArquitetura&Aco 21x28cm.indd 1 11/22/11 5:57 PM