Revista Arquitetura & Aço 10

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ARQUITETURA AÇO & Instalações comerciais Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 10 junho de 2007

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ARQUITETURA AÇO&

Instalações comerciais

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 10 junho de 2007

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[email protected] www.vmtubes.com.br

Tubos Estruturais Vallourec & Mannesmann do BrasilPropiciando Soluções Leves e Econômicas

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Vocabuláriocomercial

ESTA DÉCIMA EDIÇÃO DE Arquitetura & Aço é dedicada a instalações comerciais, reunindo projetos de naturezas bastante variadas: restauran-tes, lojas de móveis, de roupas, concessionárias e até mesmo o Mercado Municipal de São Paulo. Tal diversidade comprova a versatilidade do aço, material que atende, com sucesso, aos mais diferentes usos, em todas as escalas. Essa é uma das razões pelas quais os profissionais escolhem, cada vez mais, o aço como solução construtiva.

No caso das edificações com fins comerciais, especificamente, a con-quista do consumidor está diretamente ligada à imagem da loja ou do empreendimento. É preciso, então, que a arquitetura não apenas se iden-tifique com os valores da marca, mas também seduza o cliente, em alguns momentos, e torne-se neutra, em outros.

Com essa consciência, os arquitetos buscam explorar ao máximo as possibilidades estéticas oferecidas pelo aço em função de sua maleabilida-de e resistência. Um caso que revela esse cuidado é o da Llussá Marcenaria, cuja fachada arrojada – com a vitrine em um volume suspenso – se destaca em meio ao entorno, enquanto a neutralidade dos espaços internos faz com que o foco do visitante se redirecione para o mobiliário exposto.

E como tempo é dinheiro, a rapidez de execução é outro fator que leva os profissionais a optarem pelo aço, como demonstram os projetos da Clube Chocolate (prêmio ABCEM 2006), da Pizza Hut e das concessionárias Honda e Fórmula Renault, entre outros.

As obras que publicamos nessa edição mostram que o aço, após anos sendo utilizado de forma crescente, já está incorporado no vocabulário for-mal dos arquitetos brasileiros, que passam a experimentar novas soluções estéticas, com resultados bastante interessantes. A combinação do aço com materiais “tradicionais”, como a madeira e a pedra, que acontece no projeto da Hamburgueria Nacional, é um dos exemplos.

Boa leitura!

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sumário08. 14.10. 16.

20. 24. 27. 30.

Foto da capa: a combinação de aço e madeira dá personalidade ao projeto da Hamburgueria Nacional, em São Paulo

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04. Fluidez, leveza e transparência caracterizam o projeto da Llussá Marcenaria, em São Paulo. 08. A nova

concessionária Honda em Linhares (ES) revela, por meio da arquitetura, os conceitos que norteiam a montadora. 10.

O projeto da Hamburgueria Nacional valoriza elementos da casa brasileira ao mesmo tempo que se destaca pela formas con-

temporâneas. 14. Aço e concreto dão forma à loja Clube Chocolate, premiado projeto de Isay Weinfeld. 16. Espaços

neutros destacam os móveis em exposição na maior home store da América Latina, em São Paulo. 20. A busca

por uma estética industrial e as preocupações ambientais guiaram a concepção do showroom do designer Fernando Jaeger.

24. A flexibilidade oferecida pelo aço foi um dos principais pontos explorados na concessionária Fórmula Renault, em

Curitiba. 27. O Mercado Municipal de São Paulo ganha nova dinâmica com a inserção de uma “varanda gastronômica”

em aço. 30. A agilidade do steel frame foi a solução para construir uma fi lial da Rede Pizza Hut em apenas três meses

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EXPLORANDO UM MARCANTE JOGO de contrastes entre maté-rias-primas, os arquitetos José Eduardo Alves e Juliana Llussá conceberam o projeto da sede da Llussá Marcenaria. Localizada na Vila Madalena, em São Paulo, a loja é especializada em móveis feitos em madeira. Não por acaso, a escolha da solução construtiva recaiu sobre o aço.

Segundo José Eduardo, investir no contraponto dos materiais envolvidos foi essencial para a conquista da atmosfera desejada: enquanto o aço, combinado com amplos painéis de vidro, transmite fluidez e transparência, a madeira proporciona a sensação de esta-bilidade. Dessa forma, o conjunto encontra seu ponto de equilíbrio.

“Trata-se de uma arquitetura inventiva, porém simples”, defi-ne o arquiteto. O desenho escolhido para a edificação teve como inspiração o conceito dos móveis ali comercializados: linhas retas, traços geométricos, beleza minimalista. Partindo dessa idéia, todo o programa foi concentrado em um único galpão, com um mezanino atirantado em sua estrutura.

Apesar da declarada simplicidade, alguns elementos-chave do projeto exibem soluções bastante engenhosas. É o caso da vitrine, definida por seus criadores como “um cubo transparente, suspenso no ar e ancorado de maneira inusitada”. Para dar a impressão de que o volume flutua sobre o estacionamento, a solução estrutural

PARA ABRIGAR MÓVEIS DE MADEIRA, UMA CAIXA DE VIDRO E METAL:

A PARTIR DESTA INUSITADA COMPOSIÇÃO, DEFINE-SE O PROJETO

DA SEDE DE UMA SOFISTICADA MARCENARIA EM SÃO PAULO

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O À esquerda, as fotos em branco-e-preto revelam detalhes do processo construti-vo da caixa de vidro e metal criada para abrigar a loja da Llussá Marcenaria. Na página ao lado, a construção já finalizada, com destaque para a vitrine suspensa: segundo os arquitetos, o volume foi ancorado de forma atípica, com o auxílio de consolos metálicos e de uma viga flutuante. Abrindo a loja para rua, amplos panos de vidro colocam em destaque os produtos da marca

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> Projeto arquitetônico: José

Eduardo N. de Souza Alves

(Frentes Arquitetura) e

Juliana Llussá

> Área construída: 250 m2

> Aço empregado: ASTM A36

(perfis laminados e perfis

soldados), A570 GR.C (perfis

formados a frio) e SAE 1020

(chumbadores)

> Cálculo estrutural: Stec do

Brasil Ltda. (Eng. Maurício

Oliva de Farias)

> Fornecimento da estrutura

metálica: Marita Engenharia

> Execução da obra: Marita

Engenharia (Maria Masseo

de Castro Del Picchia e José

Masseo de Castro)

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: janeiro de 2002

> Conclusão da obra: outubro

de 2003

adotada foge do convencional: de um lado, o cubo está apoiado em consolos fixados sobre o muro de concreto da divisa; do outro, anco-rado por tirantes metálicos que partem de uma viga posicionada acima da cobertura da construção.

No pavimento superior, o espaço destinado à exposição dos móveis recebeu um forro metálico flutuante, com chapas perfura-das brancas que ocultam a tubulação de captação de águas pluviais e, ao mesmo tempo, oferecem suporte à iluminação artificial.

“O maior benefício de optar pelo aço foi, além da possibilidade de executar soluções criativas e contemporâneas para os espaços, a rapidez da montagem”, afirma José Eduardo. Com um processo construtivo facilitado, a estrutura criada a partir de uma série de pórticos metálicos foi executada em apenas 120 dias.

“O interessante é que, neste caso, a estrutura é o edifício pro-priamente dito. Ou seja, uma vez finalizada a estrutura, a arquite-tura já estava lá”, explica o arquiteto. (C.P.) M Corte transversal

Na página ao lado, vista geral do galpão da Llussá. A laje do pavimento superior, com ares de mezanino, é parcialmente atirantada, criando um vazio que permite a ligação visual entre os dois pisos. Ainda no segundo andar, um forro metálico oferece suporte à iluminação artificial e esconde as tubulações de captação das águas pluviais. Abaixo, no detalhe, um registro da execução da obra: o aço pro-porcionou uma construção limpa, rápida e industrializada

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Com balanço de 7,6 m, a cobertura avança sobre o pátio, permitindo a exposição de veículos do lado externo do prédio, sem deixá-los expostos às intempéries. Formada por painéis de aço, esta estrutura é apoiada sobre oito pilares-árvore, também de aço. As fotos da página ao lado mostram o interior da concessionária (exposição, oficina e recepção), cujo projeto é pautado no design limpo e elegante

SITUADA NO MUNICÍPIO DE LINHARES (ES), a 136 km da capital Vitória, a nova concessionária da Honda é um verdadeiro showroom automobilístico. Com 1.940 m2 de área construída, além do pátio coberto para exposição dos veículos, oficina e posto assistencial, a loja conta com uma ilha de consumo, café, salas de reunião e áreas de convivência. Segundo Elio Madeira, arquiteto responsável pelo projeto, a idéia é motivar a permanência dos clientes e agregar valor aos serviços prestados no local. Pisos de granito e móveis de design são outros reflexos deste cuidado. “Quem olha de fora talvez não tenha a dimensão do que é este projeto, mas basta entrar para perce-ber o diferencial. Este impacto discreto, que privilegia a sofisticação e não a ostentação, traduz conceitos da própria Honda”, fala Elio.

O PROJETO DO ARQUITETO ELIO MADEIRA PARA

A CONCESSIONÁRIA HONDA UTILIZA O AÇO PARA

TRANSMITIR OS CONCEITOS DA EMPRESA

O aço, neste sentido, não foi ape-nas uma necessidade construtiva, mas uma opção que veio ao encontro dessa linguagem limpa e elegante. Além da plasticidade do material, Elio explica que o aço permite melhor planeja-mento de gastos, agilidade construtiva e menos desperdício. “É interessante notar que, apesar de não ser o material que define o partido e sim o contrário, o aço foi a primeira e mais acertada opção para um projeto como esse, em

Ousadia e sofisticação

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> Projeto arquitetônico: Elio Madeira

> Colaborador: Ronielli Costa

> Área construída: 1.940 m2

> Aço empregado: ASTM A572

> Cálculo estrutural: MCA

Tecnologia de Estruturas Ltda.

(Eng. Carlos Augusto Calmon

Nogueira da Gama)

> Fornecimento da estrutura

metálica: Darcy Aristeu Astenreiter

> Execução da obra: MAC

Engenharia

> Local: Linhares, ES

> Data do projeto: janeiro de 2006

> Conclusão da obra: maio de 2007

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que grandes vãos precisavam ser ven-cidos, por exemplo.”

A cobertura em aço é, assim, um dos destaques do projeto. Formada por painéis com isolamento térmico e apoiada sobre oito pilares-árvore tam-bém em aço, esta estrutura vence um pé-direito de 6 m e avança pelo pátio em “L”, criando um balanço de 7,6 m. Esta solução proporcionou um som-breamento adequado no pátio onde os carros são expostos e maior conforto térmico ao interior do edifício, já que evita a insolação direta.

Concluída em maio deste ano, a concessionária é especialmente volta-da para um novo perfil de consumidor, mais exigente e acostumado à tecno-logia, o que explica a opção por linhas arquitetônicas mais sofisticadas e lim-pas, que comportem ambientes multi-funcionais. (I.G.) M

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PROJETO DA HAMBURGUERIA NACIONAL, EM SÃO PAULO, USA A ESTRUTURA METÁLICA PARA

CRIAR ESPAÇOS QUE FAZEM REFERÊNCIA À CASA BRASILEIRA

A cara do Brasil

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ESPAÇOS AMPLOS, GENEROSOS, marcam o projeto do arquiteto Mauro Munhoz para a Hamburgueria Nacional, localizada no bair-ro paulista Itaim Bibi. A amplitude dos espaços é evidenciada pelo pé-direito duplo, obtido graças à elevação do telhado, que é formado por planos inclinados e apoiados em treliças metálicas. “São elas que determinam um dos aspectos mais importantes do projeto”, revela o arquiteto. As treliças permitem a entrada de luz natural que, rebati-da, clareia os ambientes sutilmente, mas sem aquecê-los demais. “O projeto ganhou em conforto e sustentabilidade”, afirma Munhoz.

Na foto acima, estrutura de aço sustenta o jogo de coberturas planas e inclinadas que caracterizam a Haburgueria Nacional. O formato final do telhado permitiu que um pau-ferro, árvore da Mata Atlântica, fosse plantado na entrada do local, formando assim uma pracinha, área de espera da lanchonete (foto inferior à direita). No alto, à direita, detalhe destaca a harmonia dos planos e volumes, e a combinação bem-sucedida de materiais “frios” e “quentes”: o aço, a pedra e a madeira

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> Projeto arquitetônico: Mauro

Munhoz Arquitetura S/C Ltda.

> Colaboradores: Eduardo Lopes,

Rafaela Romitelli, Arnaldo

Machado e Érica Fioravanti

> Área construída: 480 m2

> Aço empregado: ASTM A709

GR50 (aço de maior resistência à

corrosão)

> Cálculo estrutural: Trianon

Engenharia e Construção Ltda.

(José Hélcio Siqueira Júnior e

Flávio Motta Júnior)

> Fornecimento da estrutura

metálica: Osi Industrial do Brasil

> Execução da obra: Meta

Gerencial de Projetos e Obras

S/S Ltda.

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2004

> Conclusão da obra: 2005

Na foto acima, estrutura metálica em destaque, em composição com o forro e o revestimento do piso, ambos em madeira cumaru. Na página ao lado, volume evidenciado por ripas de madeira marca o pavimento que leva aos banheiros

Além disso, conta o arquiteto, os detalhes metálicos em cons-tante evidência – sobretudo nos salões de pé-direito elevado – cau-sam um contraste interessante com os outros materiais escolhidos: a madeira (cumaru), utilizada no piso e no forro, e a pedra-madeira, na base das paredes.

Outro detalhe: a estrutura em aço também dispensou o uso de pilares internos, estabelecendo ambientes que se comunicam e que também dialogam com as áreas externas, valorizadas pelos exten-sos beirais. Eles protegem, aliás, as aberturas frontais de vidro, e aco-lhem os visitantes, marcando o lugar com um convidativo terraço, elemento forte da casa brasileira. Afinal, as receitas da lanchonete têm sotaque nacional e levam em consideração os temperos e os cheiros da culinária verde e amarela. (M.L.) M

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NO MEIO DE TANTAS GRIFES expostas e vitrines reluzentes na Oscar Freire, uma das ruas mais badaladas da cida-de de São Paulo, uma fachada amarela destoa pela discrição. Estamos em fren-te à Clube Chocolate, uma “loja-con-ceito” que reúne em um mesmo lugar moda, tecnologia, cultura, gastronomia e design da melhor qualidade. Mas “dis-creta” talvez não seja a palavra certa para definir mais esta obra-referência do arquiteto Isay Weinfeld. Como em um jogo de “esconde-e-mostra”, o pro-jeto de Weinfeld deslumbra, sim, pela sutileza, mas também pelo inusitado.

Logo ao entrar, o visitante é convi-dado a percorrer um corredor de madei-ra perobinha com luz dramática, que funciona como uma espécie de túnel misterioso, em que uma vitrine ao lado direito, com manequins giratórios,

Revestida em aço inox e com degraus de madeira, a escada em espiral ganha ares de escultura. Os coqueiros, a areia e o “calçadão na parede” em plena cidade de São Paulo são mais um delicioso jogo de faz-de-conta criado por Isay Weinfeld. No alto, fachada da loja e vistas do 2º e 3º andares (destaque para os esbeltos tirantes em aço)

ISAY WEINFELD LANÇA MÃO DA LIN-

GUAGEM DO AÇO ALIADA AO CONCRETO E

CRIA UM TEATRO DE SENSAÇÕES E ATRA-

ÇÕES PARA A LOJA CLUBE CHOCOLATE

Doce e irresistível

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pode ser admirada. Mas todo o clima de suspense e sombras é logo desfeito: depois que uma porta automática é aberta, a visão é tomada por luzes e formas claras se revelam.

Agora estamos sobre uma passa-rela de aço inox e somos conduzidos ao primeiro nível da loja, onde uma escultural escada em espiral, toda revestida em aço inox e com degraus de madeira, pode nos levar aos andares superiores ou ao subsolo. Se optarmos por subir, vamos descobrir roupas, CDs, livros, mobiliário, jóias, peças de arte agrupados em ambientes particulares que refletem um estilo, uma tendên-cia. Mas, se quisermos seguir para o subsolo, somos levados a um bar e a um restaurante que se abrem para um jardim de areia clara e com palmei-ras. Neste mesmo jardim, a parede de

> Projeto arquitetônico: Isay

Weinfeld

> Colaboradores: Domingos Pascali,

Elena Scarabotolo (coordenação),

Carolina Maluhy, Flavia Oide e

Juliana Scalizi (equipe)

> Área construída: 2.400 m2

> Aço empregado: ASTM A36

> Cálculo estrutural: Kurkdjian

& Fruchtengarten Engenheiros

Associados

> Fornecimento da estrutura

metálica: Polyaço

> Execução da obra: Fairbanks &

Pilnik Construções Especializadas

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: maio de 2003

> Conclusão da obra: dezembro

de 2003

mosaico português, como no calçadão de Copacabana, confirma a clara referência ao Rio de Janeiro, cidade de origem da loja.

Para criar tantas cenas e comportar tantos ambientes e funções, os 2.400 m2 do prédio foram divididos em quatro pavimentos. Segundo o arquiteto, o terreno, longo e estreito, orientou a organi-zação do edifício a partir de um eixo longitudinal, em duas partes: de um lado, um vazio que atravessa todos os pavimentos, garan-tindo uma boa iluminação natural em todos os espaços; de outro, a loja propriamente dita, com grandes vãos para a exposição das peças, além de sanitários, salas de estoque e administrativas.

E foi também devido às exíguas dimensões do lote, somadas ao curto prazo para a execução da obra, que o arquiteto optou por um sistema construtivo misto, aliando peças metálicas ao concreto armado. Um exemplo desta solução pode ser conferido na cobertu-ra, onde grandes vigas treliçadas de aço apóiam-se em uma estru-tura de concreto e suportam os pisos inferiores, atirantados. Este sistema construtivo rendeu ao escritório de arquitetura o prêmio da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) 2006 e, ao mesmo tempo, conferiu à obra toda a sofisticação, leveza e emoção que, de uma forma ou de outra, estão sempre presentes no trabalho de Isay Weinfeld. (I.G.) M

Acima, a passarela revestida de aço inox que conduz o visitante ao interior do prédio

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VERSATILIDADE É a palavra-chave do pro-jeto criado pelo arquiteto Maurício Queiroz para a home store Etna, que ostenta o título de maior da América Latina. Com mais de 12 mil m2, o showroom monumental chama a atenção pelos ambientes leves e convidativos, sob medida para abrigar uma vasta expo-sição de mobiliário e acessórios em constante transformação.

Inaugurada em meados de 2004, em uma região de alto poder aquisitivo de São Paulo, a primeira unidade da rede

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ELEMENTOS METÁLICOS CRIAM UM ESPAÇO APROPRIADO PARA RECEBER – E VALORIZAR – AMBIENTAÇÕES SEMPRE

DIFERENTES NA MAIOR HOME STORE DA AMÉRICA LATINA

Mil e um cenários

A Etna da Av. Eng. Luis Carlos Berrini, em São Paulo, tem proporções monumen-tais: o espaço do showroom tem 12 mil m2 e a área total construída ultrapassa os 20 mil m2. Na fachada, grandes painéis envidraçados e uma empena revestida com painéis de alumínio composto na cor vermelha. No alto, a estrutura metálica se faz presente também no interior da loja

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O pé-direito triplo e a iluminação natural reforçam a sensação de ampli-tude no hall de entrada. Depois de receber as boas-vindas, o visitante pode iniciar o percurso através dos mil e um cenários expostos na loja

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teve como missão definir um padrão arquitetônico que se tornasse uma marca registrada do empreendimento. A linguagem escolhida não poderia ser mais adequada: seu princípio fundamental é sedu-zir o visitante e, como conseqüência, induzi-lo ao consumo.

No interior da loja, múltiplas situações podem ser presencia-das em diferentes criações cênicas, que se dividem entre urbanas, neutras e regionais. Expositores de madeira com acrílico colorido e iluminação própria chamam a atenção para os produtos. Em todos os setores, formas curvas acentuam a suavidade em cada detalhe.

“O conceito da Etna é inovar na hora de expor sua coleção, sair do senso comum, transformar os ambientes em verdadeiros cenários”, declara o arquiteto, lembrando que para conquistar este resultado foi fundamental optar por um sistema construtivo que permitisse a criação de espaços ultraflexíveis, prontos para receber os mais variados estilos de móveis e objetos de decoração.

Segundo Queiroz, nenhum outro material responderia tão bem às necessidades dessa construção como o aço. “A estrutura metá-lica foi escolhida por sua leveza, pela possibilidade de vencer

grandes vãos e, principalmente, pela versatilidade que ofereceu ao projeto”, explica o profissional.

Para reduzir custos, alguns elemen-tos foram executados em pré-molda-dos de concreto, criando uma estrutura mista que suporta todo o pavilhão, de cerca de 20 mil m2 de área total. Com pé-direito triplo, iluminação abundan-te e revestimentos em cores claras, toda essa amplitude é percebida na área de exposições, proporcionando uma pre-meditada sensação de bem-estar.

Quem visita o espaço não tem dúvi-das: fazer compras pode ser uma ativi-dade lúdica, sobretudo quando propicia uma verdadeira viagem pelo universo da arquitetura e decoração. (C.P.) M

> Projeto arquitetônico: Maurício

Queiroz

> Colaboradores: Anna Paola

Pugliese, Adriana Maraldi,

Carolina Pereira e Lígia Napier

> Área construída: 20 mil m2

> Aço empregado: ASTM A572

> Cálculo estrutural: Medabil

> Fornecimento da estrutura

metálica: Medabil

> Execução da obra: Ditolvo, Sigla

e Exacta

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: outubro de 2003

> Conclusão da obra: agosto

de 2004

Segundo Maurício Queiroz, autor do projeto, o aço foi escolhido pela possibilidade de vencer grandes vãos, pela leveza e, principalmente, pela versatilidade. Acima, detalhe da estrutura que suporta a cobertura do hall de entrada

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Manuais daConstrução em Aço

Títulos Disponíveis:Edifícios de Pequeno Porte Estruturados em Aço | Galpões para

Usos Gerais | Ligações em Estruturas Metálicas |

Alvenarias | Painéis de Vedação | Tratamento de Superfície e

Pintura | Resistência ao Fogo das Estruturas de Aço |

Transporte e Montagem |

Steel Framing: Arquitetura |

Interfaces Aço-Concreto |

EngenhariaSteel Framing:

Revista Arquitetura & Aço

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Todas as decisões projetuais refletem o cuidado com o meio ambiente. Acima, o jardim nos fundos da loja exibe deck em madeira certificada e de reflorestamento. Abaixo, da esquerda para a direita: parede curva em madeira pínus de reflorestamento; detalhes em aço no interior da mesma parede; escada em madeira certificada e parede com tijolos aparentes aproveitados da antiga casa que havia no local. Na página ao lado, a fachada principal da loja, com destaque para a cobertura em telha metálica curva, disposta na direção transversal da edificação

O ANTIGO SHOWROOM DO DESIGNER Fernando Jaeger já não mais atendia aos seus anseios: era preciso um lugar amplo o suficiente para acomodar seus produtos de forma adequada. Os arquitetos Beto Faria e Jacqueline Rodovalho foram os escolhidos para dar forma à nova loja no bairro da Pompéia, em São Paulo. Os desejos de Jaeger? Que o espaço tivesse a estética de um galpão industrial e sua construção fosse baseada em valores sustentáveis.

Faria escolheu o aço galvanizado para compor o telhado. “Optei por fazê-lo curvo para que tivesse poucos apoios – no limite com o vizinho e no final da loja – e um desenho harmônico”, explica o arquiteto. Na frente e nos fundos, beirais de 3 m protegem a loja contra a chuva. O telhado forma um balanço para o lado esquerdo, onde se localiza a calha; a água recolhida é aproveitada no banheiro, na lavagem e na rega das plantas.

e ambientalmente corretaPREOCUPAÇÃO ESTÉTICA E AMBIENTAL LEVARAM À ESCOLHA DO AÇO NA CRIAÇÃO DE LOJA DE MÓVEIS EM

SÃO PAULO; GALPÃO INDUSTRIAL FOI REFERÊNCIA

Estética

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22 &ARQUITETURA AÇO

A estrutura é formada por cinco pórticos de aço, transversais ao terreno, que suportam as lajes do térreo, do 1º piso e da cobertu-ra. O mesmo material foi empregado também nas vigas, nos pila-res e na estrutura das portas de vidro. “Se Jaeger quiser desmontar e montar o telhado e as portas e aproveitá-los em outro lugar ele pode, pois o aço permite essa flexibilidade”, explica o arquiteto.

Algumas paredes possuem tijolos aparentes, reaproveitados da casa que antes existia no terreno; as demais foram caiadas na cor branca – a mesma cor do piso de cimento queimado. Nos fundos do terreno há um belo jardim, com muitos tipos de plan-tas – uma área permeável que Faria procura reservar em todos os seus projetos.

Questionado sobre o motivo do uso do aço na loja, o arquiteto responde: “sou fã desse material, pois além de poder ser reutiliza-do, ele garante uma beleza diferenciada à construção”. (K.B.) M

> Projeto arquitetônico: Beto Faria

e Jacqueline Rodovalho

> Colaboradora: Juçara Ferrari

> Área construída: 544 m2

> Aço empregado: ASTM A709

GR50 (aço de maior resistência

à corrosão)

> Cálculo estrutural e fornecimento

da estrutura metálica: Ycon

Engenharia

> Execução da obra: C.A.O.

construções e administração

de obras Ltda.

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2004

> Conclusão da obra: 2005

Ao lado, ambiente criado no segundo piso para acomodar os produtos para dormitório criados pelo designer Fernando Jaeger; destaque para as tesouras em aço, que conferem ar de galpão ao showroom. Na página ao lado, vistas do primeiro piso, ambientado com produtos para sala – o jardim lateral (foto superior) e a escada (foto inferior) con-ferem dinamismo e movimento ao projeto

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AO PROJETAR O ESPAÇO DESTINADO à concessionária de veículos Fórmula Renault, em Curitiba (PR), o arquiteto Milton Buabssi Filho direcionou seus esforços para refletir o conceito da marca, conhecida por reunir design, conforto e tecnologia. Partindo desta premissa, o arquiteto criou uma insinuante vitrine de auto-móveis, marcada por traços fluidos, transparências e soluções construtivas inteligentes.

O programa divide-se em três setores principais: showroom, salão de vendas e autocentro. Implantado sobre um lote privile-giado, que se estende por todo um quarteirão, o edifício tira par-tido de suas quatro fachadas envidraçadas e, de todas as perspec-

ESPAÇO IDEAL PARA EXPOR VEÍCULOS E SERVIÇOS AUTOMOTIVOS, ESTA CONCESSIONÁRIA TEVE SEU PARTIDO

ARQUITETÔNICO DEFINIDO A PARTIR DAS POSSIBILIDADES ESTÉTICAS DO AÇO

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tivas do entorno, expõe os produtos e serviços comercializados.

Para definir a identidade visual da obra, o arquiteto utilizou três cobertu-ras metálicas com curvas acentuadas – uma para cada setor da concessio-nária –, usufruindo da maleabilidade e das possibilidades estéticas do material. Congruentes e complementares, as três seguem o mesmo sistema construtivo e são unificadas por uma cinta metálica.

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> Projeto arquitetônico:

Milton Buabssi Filho

> Área construída: 1 mil m2

> Aço empregado: ASTM A36

> Cálculo estrutural: Andrade

e Rezende Engenharia de

Projeto Ltda.

> Fornecimento da estrutura

metálica: Lumepar Indústria

Metalúrgica Paraná Ltda.

> Execução da obra:

Ábaco Empreendimentos

Imobiliários Ltda.

> Local: Curitiba, PR

> Data do projeto: maio

de 2004

> Conclusão da obra:

dezembro de 2004

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Na foto maior, vista geral da concessionária, com destaque para as coberturas metálicas de curvas insinuantes, que definem e valo-rizam o espaço criado pelo arquiteto Milton Buabssi Filho. Na foto acima, detalhe do siste-ma estrutural da cobertura, com telhas ondu-ladas e perfis esbeltos. À direita, vista interna da área administrativa, de onde o observador pode conferir a cobertura-escultura e as peças estruturais explícitas

dinamismo presentes em todo o projeto.De acordo com Buabssi, a opção pela estrutura metálica foi

essencial para a atmosfera conquistada. “Em princípio, a esco-lha do aço se deu pela necessidade de rapidez na execução da obra. No entanto, logo percebemos que poderíamos somar a esse benefício outras vantagens, como a possibilidade de explicitação das peças estruturais e, principalmente, a criação de ambientes de inegável leveza estética”, lembra o arquiteto. Unindo o útil ao agradável, a equação foi bem-sucedida e o empreendimen-to ganhou, ainda, uma forte presença comercial – exatamente como desejavam os proprietários. (C.P.) M

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mSegundo o arquiteto, a evidente

leveza do conjunto foi proporciona-da pela inversão das vigas treliçadas, que foram fixadas na parte superior das coberturas. Para completar, os pilares foram posicionados – incli-nados ou aprumados – conforme o trecho da curvatura a que oferecem sustentação. O resultado é um jogo de vai-e-vem que remete ao balanço do mar, reforçando as idéias de fluidez e

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Os pilares que sustentam a plataforma metá-lica foram posicionados respeitando a locali-zação dos boxes e das passarelas do Mercado Municipal. Na nova “varanda gastronômica”, pér-gulas metálicas demarcam o limite de altura dos bares e restaurantes, enquanto o parapeito de vidro – com corrimão em aço inox – permite a visibilidade e a integração entre os dois espaços

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QUANDO O MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO passou pela primeira grande reforma de revitalização, em 2004, ganhou uma plataforma elevada com estrutura em aço. O novo espa-ço, com 2 mil m2, foi chamado pelo arquiteto Pedro de Saraiva, envolvido no projeto, de “varanda gastronômica”. Faz sentido: além de fazer as vezes de praça de alimentação, o belvedere oferece vista privilegiada para o movimento de um dos mais simbólicos marcos públicos da cidade, o Mercadão, apelido sim-pático do lugar cuja natureza é a troca e as relações que, a partir dela, se estabelecem entre as pessoas.

PLATAFORMA METÁLICA PERMITIU A CRIAÇÃO DE PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO NO MERCADO MUNICIPAL DE SÃO

PAULO: NOVOS USOS PARA UM DOS MAIS SIMBÓLICOS PRÉDIOS HISTÓRICOS DA CIDADE

Varanda metálica

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Abaixo, o uso do aço permite valorizar a iluminação zenital: logo abaixo da clarabóia, o piso do mezanino em vidro fosco permite a passagem da luz natural para o térreo. Detalhe: a localização da plataforma privilegia a vista dos vitrais do artista russo Conrado Sorgenicht Filho, feitos exclusivamente para o Mercado Municipal

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São elas que, ao longo dos anos, ditam os novos usos a um espaço. A plataforma é um forte exemplo e, por isso mesmo, o mais significativo elemento da reforma. O Mercadão de São Paulo precisava acolher aqueles que se espremiam entre as bancas de frutas, frios e temperos tão diversos para degustar os pastéis de bacalhau e atum, ou os sanduíches de mortadela, quitutes tradicionais agora servidos na “varanda gastronômica”.

O aço foi escolhido para erguê-la. Além da rapidez e praticidade da montagem, feita em apenas cinco meses e sem que o Mercado parasse um só dia de funcionar, o material difere da alvenaria estrutural origi-nal do lugar, erguido em 1932 e pro-jetado por Francisco de Paulo Ramos de Azevedo (1851-1928). “O aço surge neste contexto, para diferenciar o novo do antigo”, diz Saraiva, fazendo menção à Carta de Veneza, referên-cia mundial sobre procedimentos em intervenções em bens históricos e que sugere o uso de materiais que eviden-ciem os períodos de cada intervenção. O fato da nova estrutura ser totalmen-te independente – podendo, inclusive, ser desmontada a qualquer momen-to – reforça o caráter respeitoso da intervenção, que trouxe novo fôlego a um dos maiores centros comerciais da capital paulista. (M.L.) M

Totalmente independente, a estrutura em aço comporta também a circulação vertical: escada (no alto) e elevador (abaixo)

> Projeto arquitetônico

(plataforma): PPMS/Pedro

Paulo de Melo Saraiva

Arquitetos Associados

> Colaboradores: Pedro

Paulo de Melo Saraiva

(coordenador), Emmanuel

Prado Lopes, Fernando

de Magalhães Mendonça,

Pedro de Melo Saraiva,

Carlos Alberto Guimarães,

Fernanda Berlfein, Vivian Hori

Hawthorne, Luciano Gouveia

Braga de Lima, Fernanda de

Melo Saraiva, André Wicenbac

> Área construída: 2 mil m2

> Aço empregado: ASTM A709

GR50 e ASTM A572 GR50

> Cálculo estrutural: PCD e

Ponto de Apoio (Engº Wilson

Kikuti)

> Fornecimento da estrutura

metálica: Sinovo Engenharia

e Construções Metálicas

> Execução da obra:

Consórcio Paulistano

(Oas/Construtécnica/JZ

Engenharia)

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2002-2004

> Conclusão da obra: 2004

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... MAS NA VERDADE, A ESTRUTURA E A COBERTURA DESTA OBRA SÃO EM STEEL

FRAME. ALÉM DE GARANTIR AS MESMAS CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS

DAS DEMAIS FILIAIS DA REDE PIZZA HUT, ESTE MÉTODO CONSTRUTIVO TROUXE

OUTRAS VANTAGENS, COMO A RAPIDEZ E A LIMPEZA DA OBRA

Parece alvenaria...

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> Projeto arquitetônico: Fabio

Aquino Leme

> Área total: 650 m2

> Área construída: 385,56 m2

> Aço empregado: NBR 7008-

ZAR 280 (aço galvanizado

de 0,95 mm de espessura) e

ASTM A36 (perfis laminados)

> Cálculo estrutural: Daruix

Engenharia

> Fornecimento da estrutura

metálica e execução da

obra: Construtora Sequência

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: maio de

2005

> Conclusão da obra: agosto

de 2005

No alto, perfis metálicos com 9 cm de largura e dispostos em intervalos de 40 cm, formam as paredes – nos vãos foram instaladas toda a tubulação elétrica e hidráulica; acima, a estrutura concluída; abaixo, entrada do res-taurante e, na página ao lado, vista noturna da fachada frontal

EM MAIO DE 2005, o arquiteto Fabio Aquino Leme foi convidado a projetar um novo restaurante da rede Pizza Hut, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. O local era privilegiado e o prazo, apertado: as portas deveriam ser abertas o quanto antes. O arquiteto, então, decidiu-se pela construção em steel frame, que permitiu a conclu-são da obra em apenas três meses.

“O programa pedia um amplo salão para o restaurante e demais dependências de serviço, como cozinha, vestiários, depósito e banheiros para clientes”, explica Leme. Toda a estrutura foi feita com perfis de aço galvanizado de 9 cm de largura e 40 cm de espaça-mento entre eles, por onde passa a tubulação elétrica e hidráulica. E para vencer o vão do salão – que tem cerca de 40 m de comprimento e 20 m de largura –, uma estrutura metálica convencional (aço laminado) foi acossiada aos perfis metálicos.

Como esta estrutura de aço é muito leve, a fundação é do tipo radier, que não necessita de escavação. “O entulho gerado em uma obra em steel frame além de ser pouco também é reciclável, devido aos perfis metálicos e às paredes em drywall”, explica Alexandre Mariutti, arquiteto da Construtora Sequência, especialista nesta tecnologia. As paredes internas foram fechadas com placas drywall e as externas, com argamassa projetada, sobre chapa de OSB.

A estrutura do telhado também foi feita em steel frame, com acabamento em telhas isotérmicas tipo sanduíche – duas chapas metálicas intercaladas com uma de poliuretano – que evitam o barulho e o calor. Ali foram instalados condutores que captam a água e a conduzem para um tanque, que retarda a sua saída e evita o aumento da enxurrada em dias de chuva forte. Outra importante ação, desta vez pensando nos portadores de deficiência física, foi a criação de rampas de acesso e corredores adequados ao tamanho das cadeiras de roda, além de banheiros que atendem às regras da lei de acessibilidade. (K.B.) M

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expediente

Revista Arquitetura & Aço Uma publi ca ção tri mes tral da Quadrifoglio Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço)CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

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