Revista Automotive Business | edição 38

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•PRÊMIO REI 2016 DEFINE OS 65 FINALISTAS EM 13 CATEGORIAS •FIAT LANÇA O MOBI COMO NOVO CAMPEÃO DE VENDAS •FÓRUM INDICA RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA SÓ APÓS 2020 Automotive Automotive MAIO DE 2016 ANO 8 • NÚMERO 38 MONTADORA INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS E INAUGURA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS EM IRACEMÁPOLIS MERCEDES FAZ 60 ANOS COM APOSTA NO FUTURO

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Revista Automotive Business | edição 38

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• PRÊMIO REI 2016 DEFINE OS 65 FINALISTAS EM 13 CATEGORIAS

• FIAT LANÇA O MOBI COMO NOVO CAMPEÃO DE VENDAS

• FÓRUM INDICA RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA SÓ APÓS 2020

AutomotiveAutomotiveMAIO DE 2016 ANO 8 • NÚMERO 38

MONTADORA INVESTE NO DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS E INAUGURA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS EM IRACEMÁPOLIS

MERCEDES FAZ 60 ANOS

COM APOSTA NO FUTURO

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4 • AutomotiveBUSINESS

22 FÓRUM RETOMADA SERÁ LENTA Recuperação plena após 2020

SANDRO BRITO,

diretor comercial da Mobil

Lubrificantes

ÍNDICE

30 CAPA | MERCEDES-BENZ

MONTADORA BUSCA VENCER OS DESAFIOS DA CRISE APOSTANDO NO FUTURO

DE HISTÓRIA NO BRASIL60 ANOS

8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Pregar no deserto

10 NO PORTAL

12 CARREIRA

14 NEGÓCIOS NISSAN LANÇA O KICKS Veículo virá primeiro do México

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56 LANÇAMENTO MOBI, MINIATURA DO UNO Novo campeão de vendas?

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62 PRÊMIO REI EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO Os 65 finalistas nas 13 categorias

64 Empresa do ano 65 Profissional de montadora 68 Profissional de autopeças 69 Veículo leve 70 Comercial pesado 72 Marketing e Propaganda 74 Manufatura e Logística

76 Engenharia, Inovação e Tecnologia 77 Sustentabilidade e Responsabilidade

socioambiental78 Autopeças 79 Powertrain 80 Insumos 82 Tecnologia da informação e Software

38 ENTREVISTA PRESIDENTE PHILIPP SCHIEMER Mercedes demonstra confiança no País

44 IRACEMÁPOLIS CARROS ESTRELADOS BRASILEIROS Mercedes já produz na nova fábrica paulista

52 LANÇAMENTO HB 20 AGORA É TURBO Motor 1.0 tem 105 cv

53 LANÇAMENTO PEUGEOT RENOVA 208 Carro é o mais econômico

54 LANÇAMENTO ETIOS: BELEZA INTERIOR Opção por câmbio automático

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6 • AutomotiveBUSINESS

EDITORIAL

Filiada ao

REVISTA

Paulo Ricardo [email protected]

Filiada ao

A inusitada presença de 720 participantes no sétimo Fórum da Indústria Automobilística, no início de abril,

em São Paulo, demonstra o interesse dos profissionais do setor em conhecer novas opiniões, receber insights sobre mercados e praticar o networking entre executivos qualificados – tudo com o objetivo de rever estratégias em tempos de turbulência nos negócios e amenizar os estragos da crise. Esta edição destaca os pontos principais das palestras e debates realizados, concentrando atenção especial na cadeia de suprimentos, que vem sendo duramente atingida pela tendência de baixa que insiste em perdurar na indústria automobilística. Os workshops foram uma atração especial no fórum, aproximando os participantes dos convidados especiais de montadoras que trabalham nas áreas de compras e engenharia.

O workshop A Indústria 4.0 e a Revolução Automotiva, também promovido por Automotive Business, fez sucesso no início de maio, recebendo 180 participantes interessados em conhecer as transformações que chegarão às fábricas com a introdução da manufatura inteligente, caracterizada por elevado grau de conectividade e pelo emprego da internet das coisas nos processos de suprimento, produção e distribuição. Guardamos a cobertura deste evento para o próximo número da revista.

Nesta edição você conhecerá os 65 finalistas do Prêmio REI – Reconhecimento à Excelência e Inovação, distribuídos em 13 categorias. Como leitor da revista, assinante da newsletter ou participante dos eventos de Automotive Business, você pode dar seu voto para a escolha dos vencedores. O resultado será conhecido em 15 de junho, quando ocorrerá a entrega de troféus.

Vale a pena destacar a cobertura especial que Automotive Business fez sobre os 60 anos da Mercedes-Benz no Brasil, que culminaram com a inauguração da fábrica de automóveis em Iracemápolis, SP, e uma série de eventos na pioneira fábrica de São Bernardo do Campo, SP, para receber jornalistas, fornecedores e distribuidores, além dos próprios funcionários da montadora.

Confira ainda os artigos sobre o lançamento de veículos, que incluem novidades como o Fiat Mobi, a renovação do Toyota Etios, a apresentação do novo Peugeot 208 e a opção de turbo para o HB20.

Boa leitura e até a próxima edição.

EVENTOS DESAFIAM A CRISE

www.automotivebusiness.com.br

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda.

Tiragem de 10.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes

de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias,

empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico.

DiretoresMaria Theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo Ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo Ricardo Braga

(Jornalista, MTPS 8858)

Editora-AssistenteGiovanna Riato

RedaçãoMário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis

Editor de Notícias do PortalPedro Kutney

Colaboradores desta ediçãoAlexandre Akashi e Ana Paula Machado

Design gráfico

Ricardo Alves de SouzaJosy Angélica

RS Oficina de Arte

Fotografia Estúdio Luis Prado

PublicidadeCarina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves

Atendimento ao leitorPatrícia Pedroso

WebTV Marcos Ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

ImpressãoMargraf

Distribuição

Correios

Administração, redação e publicidadeAv. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

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MERCADO

FLEETY FAZ PARCERIA COM BYD PARA ELÉTRICOS

Inaugurado em 2014, o Fleety é uma

plataforma voltada ao compartilhamento de carros. A empresa brasileira permite que os usuários ofereçam seus veículos para aluguel quando não estão em uso. É uma solução

para o conhecido baixo aproveitamento dos automóveis. Agora a startup dá mais um passo ao firmar parceria com a chinesa BYD para oferecer frota de carros elétricos para compartilhamento, o chamado Fleety Garage. A novidade foi lançada em março em Curitiba, mas deve chegar logo a outras cidades brasileiras.

FIQUE DE OLHOAS STARTUPS QUE OFERECEM TECNOLOGIA E SERVIÇOS RELACIONADOS AO SETOR AUTOMOTIVO

UBER POOL CHEGA AO BRASIL

A ntes mesmo de toda a polêmica

que envolve a Uber passar, a empresa lança mais uma opção para seu serviço no Brasil. O aplicativo passa a oferecer o Uber Pool, que permite compartilhar uma corrida com outras pessoas que estão indo para a mesma direção. Além da vantagem ambiental, já que as viagens coletivas pressupõem que menos carros estarão na rua, a novidade faz bem para o bolso. A Uber promete economia de até 40% nas viagens neste sistema. É mais um motivo para os taxistas ficarem de cabelo em pé.

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8 • AutomotiveBUSINESS

LUIS

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FERNANDO CALMON é jornalista especializado na

indústria automobilística [email protected]

Leia a coluna Alta Roda também no portal

Automotive Business

PATROCINADORAS

achava possível abreviar a exigência com seus testes de colisão filmados e, cla-ro, foi ignorada.

Basta ver exemplos nos EUA. Em 2014 concedeu--se prazo de quatro anos para obrigatoriedade de câmera de ré em razão de veículos de maior por-te daquele mercado. Es-se país também tornou compulsório, antes da União Europeia, o con-trole eletrônico de esta-bilidade (ESC, em inglês). E acaba de anunciar um grande acordo entre o ór-gão de segurança viária oficial, a entidade lobis-ta das seguradoras e 22 fabricantes (representam quase 100% das vendas) para introduzir em 2022 o dispositivo de frenagem automática de emergên-cia até 30 km/h.

Vários modelos euro-peus, até subcompactos, e mesmo americanos já trazem esse dispositivo de série. No entanto, se não houvesse essa ade-são voluntária, a obrigato-riedade por lei, nos EUA, só ocorreria em 2025. Is-so não inclui a frenagem antiatropelamento por sua complexidade e cus-to elevado. Então o La-tin NCAP deveria parar de pregar no deserto e assu-mir pragmatismo.

Em 2015 o Brasil exigiu o ESC nos projetos no-

vos a partir de 2018 e, em 2022, para todos os mo-delos à venda. Está na lei e não mudará. A entidade tem direito de exigi-lo pa-ra um veículo receber as cinco estrelas máximas em seus atuais protoco-los. Mas daí a retirar uma provável nota máxima da nova picape Ranger, por exemplo, rebaixando-a de cinco para três estrelas só porque em outros países da região o sistema ESC não é previsto em lei ou os compradores não este-jam dispostos a pagar por ele, realmente perde qual-quer sentido.

Também se um mode-lo chinês, importado por qualquer país sul-ame-ricano, só alcança zero--estrela no teste de co-lisão também gera inte-resse zero para o compra-dor brasileiro. Perda de tempo.

A Proteste, parceira bra-sileira do Latin NCAP, afir-ma que o ESC acrescen-taria “apenas R$ 180,00” a um veículo. Mas preço de custo não se confun-de com o de venda, além de tempo e dinheiro pa-ra testes longos e homo-logações para cada mo-delo. Ou seja, dar palpi-te ou jogar para plateia leiga sobre assuntos téc-nicos abala mesmo qual-quer credibilidade que se queira conquistar.

De fato é uma pe-na o Programa de Avaliação de Veí-

culos Novos para a Amé-rica Latina e o Caribe (co-nhecido pela sigla Latin NCAP) insistir em distor-ções e “condenações” in-justificáveis. Apesar de apoiado por ONGs in-ternacionais e de funda-ção de filantropia como a Bloomberg, falta às vezes certo grau de seriedade. Na realidade sempre fica uma pergunta sem res-posta: o que o consumi-dor brasileiro tem a ver se na Colômbia ou no Méxi-co os respectivos merca-dos locais compram de-terminado modelo sem os mesmos equipamen-tos de segurança ofereci-dos de série no Brasil?

O voluntarismo fre-quentemente irresponsá-vel do Latin NCAP vem de sua origem europeia. Lá existe um bloco eco-nômico e político de 28 países com livre circula-ção de carros e pessoas. Querem porque querem repetir aqui o que aconte-ceu lá, sem avaliar impli-cações econômicas e téc-nicas. São realidades bas-tante diferentes. Quando o Latin NCAP começou a atuar em 2010 já exis-tia lei no Brasil que obri-gava a adoção de bolsas de ar em todos os veícu-los em 2014. A entidade

ALTA RODA FERNANDO CALMON

PREGAR NO DESERTO

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PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS

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WEB TV

GRUPO VOLKSWAGEN TEM PREJUÍZO DE T 5,5 BIO Grupo Volkswagen

divulgou o balanço financeiro preliminar de 2015 com prejuízo líquido de T 5,51 bilhões. As perdas são resultado das provisões – ou itens especiais – estimados pela companhia em T 16,2 bilhões, a maior parte relacionada aos custos com o escândalo da fraude de emissões, o dieselgate.

NOTICIÁRIOPERSONALIDADES AUTOMOTIVAS90 SEGUNDOS

youtube.com.br/automotivebusiness

VOLARE INVESTE R$ 130 MILHÕES NO ESPÍRITO SANTOA Volare investiu

R$ 130 milhões na atualização de sua fábrica de São Mateus (ES) para produzir o novo miniônibus Cinco. A unidade tornou-se a mais moderna do grupo Marcopolo, proprietário da Volare, com a utilização de robôs de solda e pintura e corte a laser para tubos e chapas.

MERCEDES PROMOVE 24º PRÊMIO INTERAÇÃO A Mercedes-Benz realizou a

24a edição do Prêmio Interação, que reconheceu os dez melhores fornecedores em seis categorias. Na cerimônia, a fabricante recordou que o momento é de extrema dificuldade, mas pediu resistência aos seus parceiros responsáveis por suprir de componentes as linhas de produção.

ROBERTO CORTES, da MAN, faz balanço da sua trajetória profissional

Profissionais do setor traçam expectativas para o mercado de caminhões

BALANÇO SEMANAL Toda sexta-feira o balanço semanal das principais notícias automotivas

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CARREIRA

12 • AutomotiveBUSINESS

ROBERTO CORTES MANTÉM O VIGOR DA PRESIDÊNCIAHÁ 40 ANOS NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA, ELE É UM DOS EXECUTIVOS MAIS RECONHECIDOS DO SETOR

SUELI REIS

EXECUTIVOS

AUTOMOTIVE BUSINESS – Você acumula uma carreira de 40 anos na indústria automotiva. O que o motivou a seguir ao longo desse período?ROBERTO CORTES – De fato, eu trabalho desde os 13 anos. Sou economista, mas sempre tive a presidência de uma empresa como meta de vida e meu caminho ajudou a alcançar esse objetivo. Comecei trabalhando em banco, depois fui para a indústria, na Engesa. Fui trainee na Ford, minha porta de entrada para o setor. Atuei na AutoLatina, quando fui para a Volkswagen (automóveis) e há 20 anos estou na Volkswagen Caminhões e Ônibus, hoje MAN Latin America.

AB – Uma trajetória de 40 anos deve ter tido muitos altos e baixos. Como encarou esses diferentes momentos?RC – Sempre fui uma pessoa calma. Tento ser ponderado,

mas não sou complacente. Não me conformo com as coisas. Tento lidar com as conquistas de uma forma bastante pé no chão. E as derrotas – que foram poucas – eu tiro como lição para que eu possa dar uma resposta melhor da próxima vez. Não me abato. Mesmo com todas as dificuldades políticas nacionais, internacionais, o importante é fazer tudo com muita seriedade, ética e muito respeito.

AB – Como é o Roberto Cortes quando não está na cadeira da presidência?RC – Eu divido a minha vida em dois momentos: a vida familiar e a vida no trabalho e tento balancear os dois, as duas demandas. Acho que tenho conseguido. Sou muito feliz com essas minhas duas escolhas. Meu único hobby é e sempre foi a leitura, apesar de que aprecio uma boa comida e gosto de filmes também. Hábitos simples e caseiros. n

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PAULO CEZAR DA SILVA NUNES foi eleito novo presidente do conselho de administração da Marcopolo para o período 2016-2018. Ele assume no lugar de Mauro Gilberto Bellini.

DAN IOSCHPE assumiu a presidência do Sindipeças após 22 anos de gestão de Paulo Butori, que continua como conselheiro da entidade.

Em 1o de julho CARLOS SANTIAGO sucederá Wolfgang Hänle como vice-presidente das operações da Mercedes-Benz no Brasil, respondendo pelas atividades das fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG).

ITARU OTANI é o novo presidente da Yamaha no Brasil. Ele assume o

cargo no lugar de Shigeo Hayakawa, transferido para a filial tailandesa.

JOSÉ LUIZ GANDINI retorna à presidência da Abeifa, associação dos fabricantes e importadores de veículos. Este será seu quinto mandato à frente da entidade, com duração até 2018.

LUIS FERNANDO PINEDO é o novo chefe do complexo industrial da

Volkswagen em São José dos Pinhais (PR). Sucede a Volker Germann, designado

para a direção da fábrica de Changchun, na China.

A Scania anuncia que em 1o de junho ROBERTO BARRAL assumirá o cargo

de diretor comercial no Brasil, sucedendo a Mathias Carlbaum, nomeado vice-presidente global da área.

NUNO COUTINHO é o novo diretor de marketing das marcas Citroën e DS

no Brasil, no lugar de Laurent Barria, que assume novas funções no

Grupo PSA Peugeot Citroën.

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14 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

O agravamento da crise que impacta diretamente o setor resultou em um desempenho muito pior do que havíamos previsto no início deste ano”

PONTO DE VISTA

CONFIRA O BALANÇO

DE VENDAS DA FENABRAVE

O setor automotivo atrai cada vez mais

possíveis clientes no mundo digital. Dados do Google indicam que as vendas de carros são concluídas só nas concessionárias, mas o processo de pesquisa dos consumidores acontece cada vez mais on-line. A ferramenta é usada para mais de 200 milhões de buscas de carros por mês. No primeiro trimestre de 2016 cresceram 43% as pesquisas do setor automotivo na comparação com igual período do ano passado.

DIGITAL

BUSCA POR CARROS NA INTERNET SEGUE EM EXPANSÃO

ALARICO ASSUMPÇÃO JR., presidente da Fenabrave, entidade dos distribuidores de veículos, ao revisar a projeção de queda nas vendas em 2016. A entidade espera redução de 20% nos emplacamentos, para 2,05 milhões de veículos, entre leves e pesados.

CARRO DAS OLIMPÍADAS

NISSAN KICKS VIRÁ PRIMEIRO DO MÉXICOAo contrário do esperado, as primeiras unidades

do Nissan Kicks a ser vendidas no mercado brasileiro virão do México. O utilitário esportivo é o carro oficial das Olimpíadas. “Em agosto haverá 11 mil unidades disponíveis para o Brasil”, garante o presidente da Nissan no País, François Dossa. Ainda em 2016 o Kicks estará à venda em outros mercados latino-americanos e até o fim do primeiro trimestre de 2017 terá início a produção brasileira do modelo, na fábrica de Resende (RJ). A unidade recebe R$ 750 milhões para produzir o utilitário esportivo. (Mário Curcio)

A DAF já fabricou mil caminhões na planta brasileira de Ponta Grossa (PR), que está em operação desde

2013. A unidade foi inaugurada com aporte de R$ 320 milhões e recebeu outros R$ 60 milhões em 2015 para passar a produzir também motores.

PRODUÇÃO

DAF CHEGA A MIL CAMINHÕES NO BRASIL

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16 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciou investimento de US$ 500 milhões na fábrica

de Córdoba, na Argentina. A unidade produz carros da marca Fiat e, com o aporte, fará novo modelo construído sobre plataforma modular da companhia. A novidade deve chegar ao mercado em 2017. O empreendimento tem foco em exportações, com 80% destinados a outros mercados.

FCA VAI APLICAR US$ 500 MILHÕES NA ARGENTINA

Com o mercado nacional retraído, a BMW vai exportar o X1 feito na fábrica de Araquari (SC)

para os Estados Unidos. Está previsto o embarque de 10 mil unidades do modelo a partir de julho. O volume corresponde a quase um terço da capacidade produtiva total da planta. A medida pretende atender ao aumento da demanda do mercado norte-americano, que até então era abastecido apenas pela fábrica de Regensburg, no sul da Alemanha.

TIPO EXPORTAÇÃO

BMW VENDE X1 BRASILEIRO NOS EUA

ESTRATÉGIA

GRUPO PSA ANUNCIA PLANO PUSH TO PASSA PSA Peugeot Citroën é agora Grupo PSA. A

empresa concluiu o plano Back in the Race e recuperou a lucratividade dois anos antes do previsto. Depois disso a companhia anunciou a estratégia Push to Pass, que pretende garantir bom desempenho e crescimento rentável.

A iniciativa vale até 2021 e se baseia em investimentos em pesquisa e desenvolvimento para acompanhar a revolução esperada para a indústria automotiva global. Outra frente é a redução dos custos de produção e dos custos fixos.

Em paralelo, a empresa conduz no Brasil plano para elevar o conteúdo local dos carros. A meta é subir o porcentual dos atuais 65% para 90%. Para isso, a empresa vai reduzir pela metade a importação de componentes nos próximos três anos. O processo será apoiado na redução do número de plataformas fabricadas localmente, que diminuirá de cinco para apenas uma base modular, que será usada por todos os veículos das marcas Peugeot e Citroën feitos no País.

INVESTIMENTO

ESCÂNDALO

MITSUBISHI FRAUDA DADOS DE CONSUMO

Enquanto a Volkswagen busca soluções para o dieselgate, a Mitsubishi é pega por fraudar

medições de consumo. A manipulação envolve mais de 600 mil veículos vendidos no Japão. O caso foi descoberto quando a Nissan, que vende minicarros – modelos com motores de até 660 centímetros cúbicos – com a sua marca, mas fabricados pela Mitsubishi, percebeu inconsistências nos dados de eficiência dos veículos. Diante disso, a empresa recomendou ao Ministério dos Transportes do país a investigação do já rumoroso caso.

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NEGÓCIOS

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PRÊMIO

JOHN DEERE DESTACA FORNECEDORES

A John Deere reconheceu seus melhores parceiros no

11o Encontro de Fornecedores da América do Sul, que contou com a presença de mais de 250 empresas. A Schaeffler foi uma das companhias premiadas. Para receber o troféu o fornecedor deve cumprir padrões de qualidade, gerenciamento de custos, inovação e competitividade.

NACIONALIZAÇÃO

FOTON CONFIRMA PRODUÇÃO DE VANS E SUVSEm visita ao Brasil, o presidente internacional da chinesa Foton aproveitou

para confirmar que a empresa montará localmente as linhas de vans e de SUVs da marca. O anúncio ocorreu em reunião com o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. A intenção é aproveitar a planta que já está em construção em Guaíba, no mesmo Estado, voltada para caminhões. O empreendimento deve ser ampliado para receber as novas linhas de montagem, com aporte adicional aos R$ 250 milhões já anunciados.

A Porsche traz a nova geração do modelo 911 ao Brasil. A versão de entrada, 911 Carrera, tem preço sugerido de R$ 509 mil. A tabela chega a

R$ 1,277 milhão para o 911 Turbo SCabriolet. A participação do modelo nas vendas brasileiras foi de 8,2% em 2015 e tende a crescer com a renovação da linha e o grande número de opções, 14 ao todo.

Os novos motores do 911 têm entre 370 e 580 cavalos. As vendas da Porsche no Brasil no primeiro trimestre somaram 179 unidades, com alta de 19,3% sobre o mesmo período do ano passado. Em 2015 a companhia instalou uma subsidiária no Brasil. A operação é uma joint venture entre a Porsche, que detém 75% do controle do negócio, e a Stuttgart Sportcar, até então importadora oficial dos veículos. A rede de revendas atual tem seis unidades e ganhará mais duas até o fim do ano. (Mário Curcio)

As empresas SurTec e Chem-Trend agora dividem espaço

em nova fábrica na cidade de Valinhos (SP). Com investimento de R$ 60 milhões, a unidade tem 11,3 mil m² de área construída e outros 2,2 mil m² reservados para a expansão. Ambas as empresas pertencem ao Grupo Freudenberg e fornecem produtos químicos para tratamento de superfície e desmoldantes para componentes metálicos, plásticos e de borracha, entre outros itens. Em 2015, 26% das vendas mundiais da Freudenberg foram feitas para o setor automotivo. (Mário Curcio)

ESPORTIVO

PORSCHE VENDE NOVA GERAÇÃO DO 911

INSUMOS

SURTEC E CHEM-TREND TÊM NOVA FÁBRICA

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NEGÓCIOS

PICAPE

FORD RANGER 2017 ESTÁ DE CARA NOVA

A linha 2017 da Ford Ranger recebeu nova dianteira, mudanças no painel, nos motores e tem mais itens de segurança e tecnologia. As versões a diesel chegam

primeiro às concessionárias, todas com tração 4x4. O preço inicial é de R$ 129,9 mil. Uma das novidades da linha é a opção automática para a XLS 2.2, que tem agora 160 cavalos, 10 cv a mais, e preço sugerido de R$ 142,9 mil. Em junho vêm as opções flex, somente com tração 4x2 e tabela inicial de R$ 99,5 mil. A garantia de toda a linha passou de três para cinco anos. Independentemente do motor, no primeiro momento só haverá cabine dupla.

A Ranger para os mercados latino-americanos é feita na fábrica de Pacheco, na Argentina, que recebeu US$ 220 milhões em atualizações para produzir o novo modelo. No Brasil a picape terá um ano difícil. Vai enfrentar as também reestilizadas Chevrolet S10 e Toyota Hilux, mais a Fiat Toro, que tem a seu favor o fator novidade e preços mais baixos. (Mário Curcio)

CONHEÇA AS PRIORIDADES DE MEGALE NO COMANDO DA ENTIDADE

NOVA GESTÃO

MEGALE ASSUME PRESIDÊNCIA DA ANFAVEAEm meio ao conturbado cenário econômico e político, a Anfavea começa novo

ciclo. Antonio Megale, diretor de assuntos governamentais da Volkswagen Brasil, assume a presidência da entidade que representa os fabricantes do setor. Ele sucede Luiz Moan, que comandou a associação durante os últimos três anos e agora se aposenta. Megale terá Rogélio Golfarb, da Ford, como primeiro vice-presidente, cargo que tradicionalmente sinaliza quem será o próximo a assumir o comando da entidade. “A nossa prioridade será garantir previsibilidade para que as empresas do setor possam se planejar e sair da crise”, anunciou Megale ao tomar posse.

• EXPORTAÇÕES E COMPETITIVIDADE Com a ociosidade da capacidade produtiva na casa dos 50% na indústria automotiva, Megale quer elevar as exportações para melhorar o aproveitamento das fábricas nacionais.

• BUSCA POR RETOMADA O novo presidente enfatiza que o Brasil tem enorme potencial de vendas de veículos. Por isso, ele acredita que a atual crise não vai

tirar o País do mapa dos principais mercados globais. “Perdemos algumas posições no ranking, mas vamos recuperar”, diz.

• INOVAR-AUTO Com a proximidade do fim do programa nos moldes atuais, a entidade avalia que é o momento de discutir uma possível continuidade. “O ideal seria estabelecer uma política industrial apoiada em dois pilares:

eficiência energética e pesquisa e desenvolvimento local.”

• LEGISLAÇÃO TRABALHISTA O novo presidente da Anfavea quer melhorar e tornar mais flexíveis as leis trabalhistas. Megale aponta que o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) é uma vitória, mas que só tem validade de dois anos. “Queremos isso como algo perene que possa ajudar a indústria.” (Giovanna Riato)

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MUDANÇA DE PLANOS

GEELY FECHA AS PORTAS NO BRASIL

A Geely Motors decidiu encerrar as

atividades localmente. A empresa era representada pelo Grupo Gandini, o mesmo que distribui os carros da Kia Motors. A decisão foi motivada pelo fraco desempenho de vendas no mercado interno, que sofre com a queda da demanda por veículos. Comunicado da companhia aponta, no entanto, que há intenção de retomar a operação nacional quando os negócios voltarem a um patamar mais elevado.

A FCA – Fiat Chrysler Automobiles – firmou parceria com o Google para o projeto de carro autônomo.

A minivan híbrida Chrysler Pacifica vai compor a frota de protótipos da gigante de tecnologia. Inicialmente serão desenvolvidos e fabricados 100 veículos já com a tecnologia autônoma. As responsabilidades da engenharia serão compartilhadas com base na área de domínio de cada companhia. É a primeira vez que o Google conta com o envolvimento direto de uma fabricante de veículos no projeto. As duas empresas deslocarão parte de suas equipes de engenharia para um prédio em Michigan, nos Estados Unidos, de onde o programa será tocado.

TECNOLOGIA

FCA TRABALHARÁ COM GOOGLE EM CARRO AUTÔNOMO

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P rincipal evento do gênero no País, o Fórum da Indústria Automobilística, realizado dia 28 de mar-ço, no Golden Hall do WTC, em São Paulo, reuniu 720 profissionais do setor para avaliar a evolu-ção dos empreendimentos e analisar riscos e oportunidades na direção da retomada. No

entender da maioria dos palestrantes e debatedores, um patamar de atividade correspondente ao de 2014 só será alcançado depois de 2020. “Dois mil e dezesseis será um ano de resolução de incertezas”, profetizou Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. “A retomada será lenta”, arrematou Letícia Costa, consultora da Prada Assessoria, falando da velocidade da mudança nos negócios automotivos. A pesquisa eletrônica realizada entre os participantes do evento também não deixou dúvida das dificuldades a serem enfrentadas: 55% das respostas indicaram que as vendas de veículos este ano serão inferiores a 2 milhões de unidades. Em 2015 foram emplacados 2,57 milhões de unidades. Na sessão de abertura, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, que passou o cargo a seu sucessor, Antonio Megale, no dia 25 de abril, admitiu que uma das princi-pais preocupações reside na ociosidade das fábricas nacionais, que superou 52% em 2015 e sobe para 74% no caso dos caminhões. O executivo, homenageado durante o fórum com um Prêmio REI especial por Automotive Business pelo trabalho e dedicação em defesa da indústria local, deixou uma boa notícia no tocante às exportações, que avançaram 26% no primeiro trimestre. Sandro Bri-to, diretor comercial da Mobil Lubrificantes, patrocinadora principal do fórum, também emitiu mensagem de otimismo ao citar a evolução do powertrain dos veículos nacionais e a tecnologia dos lubrificantes, que caminham para o domínio dos produtos sintéticos, mais avançados.

RECUPERAÇÃO PLENA SÓ APÓS

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LUIZ MOAN, presidente da Anfavea, à direita de PAULO e PAULA BRAGA, diretores do fórum: homenagem do Prêmio REI

FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

COM REDUZIDO NÍVEL DE ATIVIDADE, O SETOR PATINA NA PRODUÇÃO E NAS VENDAS, ENQUANTO AS EXPORTAÇÕES MOSTRAM EVOLUÇÃO

SANDRO BRITO, diretor comercial da Mobil Lubrificantes: estímulo ao fórum como patrocinador principal

2020

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A recessão não vai durar para sempre, mas ainda é difícil pensar em ações pós-crise no meio do turbilhão. É preciso enxergar o mercado automotivo

como um todo e as oportunidades que ele oferece – agora e no futuro – em um momento de profunda transformação da indústria. Essa foi a principal mensagem da consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, em palestra durante a sétima edição do Fórum da Indústria Automobilística.

Na visão de Letícia Costa, a crise abre oportunidade para uma mudança de mentalidade dos executivos do setor automotivo brasileiro, que devem pensar a indústria nacional globalmente, com o propósito de ganhar escala e buscar competitividade. Segundo a consultora, há tempo que as empresas fazem a lição de casa: tentam exportar mais, buscam incrementar volumes no mercado doméstico, trabalham o aftermarket, avaliam a cadeia de suprimentos e os for-necedores, fazem proteção de caixa e ajustes de capacidade. “Mas isso não é su-ficiente quando pensamos no longo prazo”, afirmou. “A indústria não tem apre-sentado ganhos sustentáveis nem mesmo quando não há crise”, completou.

Na avaliação da consultora, a recuperação da crise será lenta. Ela prevê retomada do patamar de produção automotiva de 2014 somente depois de 2020. “Neste cenário, haverá muita dificuldade para justificar investimen-tos”, alerta. Por isso, recomenda buscar investir em setores em que a in-dústria brasileira demonstra maior competência. “Não precisamos ser bons em tudo, mas ser competitivos para que, quando a crise passar, em 2021, a indústria esteja inserida no contexto global”, argumentou.

Para Letícia, se a indústria nacional não começar a se mexer agora, corre o risco de ficar parada no tempo, enquanto o mundo desenvolve veículos co-nectados, autônomos, movidos a eletricidade, sob o conceito de mobilidade compartilhada. “Mesmo que o País não tenha infraestrutura para absorver tudo isso, temos de mirar a exportação, dentro de um contexto globalizado, com produtos de qualidade e competitivos”, afirmou, observando que dessa forma o setor se protege da instabilidade e volatilidade do mercado nacio-nal, uma vez que estará inserido em um universo mais amplo e consistente. (Alexandre Akashi)

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HORA DE PENSAR GLOBALMENTEÉ PRECISO GANHAR ESCALA E COMPETITIVIDADE, ALERTA CONSULTORA

LETÍCIA COSTA, sócia-diretora da Prada Assessoria: recuperação da crise será lenta

SE A INDÚSTRIA NACIONAL NÃO COMEÇAR A SE MEXER AGORA, CORRE O RISCO DE FICAR PARADA NO TEMPO

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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

A deterioração do ambiente eco-nômico está obrigando as mon-

tadoras a repensar estratégias e manter a cautela nas operações a fim de se adequarem à nova realidade do mercado nacional, cuja demanda se-gue em queda livre. Neste contexto, os desafios enfrentados por BMW, Honda, Toyota e CNH Industrial fo-ram tema de painel de debates no Fórum da Indústria Automobilística.

O conservadorismo e o cuidado imperam nas empresas de origem japonesa. No caso da Toyota, a com-panhia decidiu postergar o início da produção do Corolla na unidade de Sorocaba (SP), onde é feita a famí-lia Etios. Em dezembro de 2015 a montadora anunciou investimento de R$ 30 milhões para aumentar sua capacidade e receber o Corolla, que

MONTADORAS MANTÊM CAUTELA NAS OPERAÇÕES

DETERIORAÇÃO DO MERCADO FAZ EMPRESAS REPENSAREM DECISÕES DE NEGÓCIOS

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atualmente é produzido apenas em Indaiatuba (SP).

“Havíamos identificado uma de-manda maior que a oferta para o Co-rolla, o que nos levou a decidir pela sua produção também em Soroca-ba, que é uma fábrica bastante fle-xível, mas o programa ainda está em stand by”, afirma Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da Toyota. Também em modo de espera está a nova fábrica de motores da compa-nhia localizada em Porto Feliz (SP), para a qual a empresa destinou R$ 1 bilhão. Segundo Fonseca, a nova unidade é legitimamente uma filha do Inovar-Auto e a intenção da em-presa é torná-la uma base exporta-dora, uma vez que a unidade possui tecnologias únicas de manufatura. No entanto, a Toyota se mantém

cautelosa quanto ao prazo dado an-teriormente, de abrir as portas ainda neste primeiro semestre. Além disso, a Toyota desistiu por ora da produ-ção do Prius no Brasil: “Houve a in-tenção. Discutimos o tema, mas pe-las circunstâncias atuais não houve finalização do projeto.”

Por sua vez, o vice-presidente da Honda Automóveis, Roberto Akiya-ma, explica a decisão que deixou o mercado perplexo em outubro de 2015 ao anunciar o adiamento da inauguração da fábrica em Itirapina (SP), cuja capacidade é de 120 mil unidades por ano em dois turnos.

“Se o mercado não está apto pa-ra absorver a produção de Itirapina por que vou produzir? Foi uma de-cisão extremamente difícil”, afirmou Akiyama. Passada a euforia de sua entrada no segmento de SUVs com-pactos a partir do lançamento do HR-V, a Honda começou a sentir os efeitos do mercado contraído. “A situação do primeiro trimestre já é bastante diferente do que vimos em 2015. O diálogo muito próximo com a rede tem sido fundamental para readequar e reduzir os volumes de acordo com a demanda real.”

Em sua participação durante o pai-nel, o presidente da BMW no Brasil, Helder Boavida, prevê três anos ain-da duros pela frente. “O desafio é en-

contrar a forma de enfrentar este período. Como um todo, o Brasil ainda é muito focado no mercado interno”, ponderou. Ele lembra que

VILMAR FISTAROL (CNH Industrial), ROBERTO AKIYAMA (Honda), MIGUEL FONSECA (Toyota) e HELDER BOAVIDA (BMW)

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O economista-chefe do Brades-co, Octávio de Barros, fez pre-

visões bem realistas da economia brasileira durante o VII Fórum da Indústria Automobilística. Segundo ele, 2016 poderá ser um período de “resolução das incertezas”, so-bretudo no plano político, e isso poderá favorecer alguma retomada de atividade até o fim do ano. Po-rém, ressalta o economista, “para o País voltar ao patamar de atividade de março de 2014 (pico de ativida-de na ótica do PIB) isso só deverá ocorrer ao fim de 2019”. Em ou-tras palavras, com a forte queda da ocupação dos últimos anos, a recu-peração ocorrerá, mas levaremos um tempo longo até voltarmos ao melhor momento do nível de ativi-dade, que foi março de 2014.

“Ninguém vive sem cenário. A volta da previsibilidade, sobretudo política, é fundamental para a me-lhora do cenário econômico”, diz Barros. Segundo o economista, o Brasil nunca esteve tão próximo de avançar em relação às reformas tão necessárias para o País. “Digo isso não por esperar algo no curto prazo, mas por perceber que um consenso começa finalmente a se forjar em relação a temas efetivamente relevantes para o País.”

Com relação às previsões, o economista trabalha com uma queda impor-tante da inflação, que pode ficar próxima de 6,5% em 2016 e em torno do centro da meta em 2017. Ele considera que com alguma pacificação dos conflitos políticos a taxa de câmbio tende a se situar em R$ 3,65/US$ ao fim do ano e também em 2017.

Octavio de Barros prevê a taxa Selic em torno de 10% até o fim de 2017 ou mesmo taxa de apenas um dígito. Finalmente, considera que, depois de uma queda esperada do PIB de 3,5% em 2016, a economia poderá surpreender com um crescimento em torno de 2% em 2017, dependendo, é claro, do equacionamento da crise política. O economista conclui dizendo que “con-fiança é a forma mais barata de estímulo econômico”. (Ana Paula Machado)

ANO DE RESOLUÇÃO DAS INCERTEZASVOLTA AO PATAMAR DE ATIVIDADE ECONÔMICA DE 2014 DEVERÁ OCORRER ATÉ O FIM DE 2019

OCTAVIO DE BARROS, economista-chefe do Bradesco

embora a unidade de Araquari (SC) tenha sido projetada para baixos vo-lumes e dependa de muita importa-ção, ainda é vantagem produzir aqui mesmo com o câmbio desfavorável. Acrescenta que foi o Inovar-Auto que trouxe a fábrica da BMW para o País e que mantém a expectativa de um novo modelo do programa a partir de sua renovação pós-2017.

“Ainda neste ano deveremos in-cluir mais um produto em Araquari, o sexto modelo em linha”, revelou Boavida. Atualmente, a unidade fa-brica os BMW Série 1, Série 3, X3, X1 e o Mini Countryman.

BENS DE CAPITALPara o presidente da CNH Indus-trial, Vilmar Fistarol, que também participou do debate, os desafios e dificuldades para o setor de bens de capital são os mesmos quando com-parados com a indústria em geral. Embora sob a ótica da agroindústria a situação seja um pouco melhor, sendo ela responsável por 25% do PIB, a velocidade de reação é mais lenta e o setor já se deu conta de que não pode esperar ajuda do governo.

“Temos uma nova expectativa de safra recorde, mas o setor continua patinando. O que falta? Confiança. Se conseguirmos separar um pouco a economia e a política, acredito que teremos números mais interessantes para a agroindústria. É um setor que carece de empurrão para continuar investindo”, afirmou.

Fistarol aponta que a experiência do Grupo CNH tem sido muito posi-tiva na América do Sul desde a mu-dança de estrutura da companhia que mantém sob sua alçada os di-ferentes segmentos da indústria de bens de capital, como caminhões (Iveco), máquinas agrícolas e de construção (Case e New Holland), motores diesel e transmissões (FPT). (Sueli Reis)

CONFIANÇA É A FORMA MAIS BARATA DE ESTÍMULO ECONÔMICO

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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

PÓS-VENDA E EXPORTAÇÃO VÃO SEGURAR AUTOPEÇASALTERNATIVAS GANHAM FORÇA PELA GRANDE QUEDA NO FORNECIMENTO ÀS MONTADORAS

C om queda de faturamento em 2015 da ordem de 42% e ex-

pectativa de retração de mais 18% em 2016, a indústria de autopeças nacional terá de se reinventar para permanecer viva diante do cenário atual. Para os participantes do pai-nel Revigorando a Cadeia de Supri-mentos, David Wong, diretor da AT Kearney, Maurício Muramoto, dire-tor da Deloitte, e Paulo Butori, ex-presidente e atual conselheiro do Sindipeças, enquanto a atual situação política do País não se resolver será difícil voltar a ter um cenário econômico positivo.

O painel contou com a participação do público por meio de pesquisa interativa que revelou dados interessantes co-mo a expectativa de inflação, que para a maioria deverá ficar acima de 8% este ano (67% acreditam que ficará entre 8% e 11% e 24,6% acham que ficará acima de 11%).

Como consequência, poucos apostam que as ven-das de veículos zero-quilômetro vão superar os 2,5 milhões de unidades este ano. Para 55,7%, as vendas serão inferiores a 2 milhões de unidades. Isso, segundo a audiência, afetará igualmente montadoras e autope-ças, com maior tendência de prejudicar mais as auto-peças, que sofrem com margens reduzidas no forneci-mento, baixa demanda e excesso de tributos na cadeia.

A pesquisa interativa mostra também que a ociosi-dade nas empresas do setor automotivo será alta. Pa-ra 35,3% dos participantes será inferior a 40%, para 33,7% estará entre 40% e 50%, para 19,1% entre 50% e 60% e para 11,9% ficará acima dos 60%.

Com relação ao Inovar-Auto, a maior parte do públi-co (50,9%) estima que o programa até agora não trou-xe vantagens, mas o que realmente chama a atenção é que apenas 2,5% acreditam que trouxe benefícios para as autopeças.

CAMINHOSOs executivos participantes do painel foram unânimes em afirmar que o caminho para driblar a crise é investir

no mercado de reposição. A pesquisa interativa mos-trou, porém, que essa é uma realidade para apenas 36% dos presentes no auditório. “Quem trabalha só com reposição está bem”, afirma Butori. “É importante trabalhar o setor e torná-lo mais representativo dentro da empresa”, diz Muramoto.

Além de trabalhar mais pelo mercado de reposi-ção, os executivos defendem a estratégia de ampliar as exportações como forma de vencer a crise. Para as pequenas e médias empresas, que não dispõem de ex-pertise, uma alternativa é, segundo Muramoto, buscar trabalho conjunto com as montadoras. Paulo Butori recorda que o Sindipeças conta com serviço de trading para dar suporte a quem não tem essa competência.

INVESTIMENTOO nível de investimentos também foi tratado no deba-te, uma vez que a pesquisa interativa mostrou que qua-se 60% do público acredita em redução. Mas, segundo os executivos convidados, a indústria deve manter o nível de aportes, tal como votaram 32% dos especta-dores do painel.

“As aplicações já caíram 60% em relação à mé-dia dos últimos anos”, diz Butori ao comentar que a previsão para este ano é de US$ 575 milhões, o que representa uma queda de 7,6% em relação a 2015. (Alexandre Akashi)

PAULO BUTORI, à direita, foi homenageado ao deixar a presidência do Sindipeças, que ocupou durante 22 anos consecutivos

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C om a economia em recessão, as previsões para o mercado

automotivo não são animadoras. No VII Fórum da Indústria Automo-bilística, o consultor sênior da IHS Automotive, Fernando Trujillo, esti-ma para este ano queda de 12,7% na produção das montadoras aqui instaladas, para 2,04 milhões de veí-culos. Com esse volume, a indústria retrocede quase 13 anos. Em 2003, 1,82 milhão de unidades foram fabri-cadas no Brasil.

“As vendas devem acompanhar o comportamento da produção. As exportações também não devem crescer neste ano, visto que o Brasil tem acordos automotivos limitados, principalmente com o México e com a Argentina, nossos maiores parcei-ros”, disse Trujillo durante o evento.

SETOR AUTOMOTIVO RECUA QUASE 13 ANOSINDÚSTRIA DEVE PRODUZIR 2,04 MILHÕES DE VEÍCULOS EM 2016

O presidente da consultoria Jato Dynamics, Vitor Klizas, registrou, du-rante o evento, o avanço das novas marcas no mercado brasileiro sobre as chamadas quatro grandes (Fiat, GM, Ford e Volkswagen). Segundo ele, em termos de valor, em 2013 es-sas quatro empresas representavam 57% do faturamento total no Brasil. No ano passado elas alcançaram apenas 48% do total dos licencia-mentos.

PESADOSNo mercado de pesados, as perspec-tivas para as vendas também devem ser de queda expressiva. O presidente da Carcon Automotive, Carlos Reis, enfatizou que este ano os emplaca-mentos de caminhões devem somar 65 mil unidades e os de ônibus outras

15 mil. Em 2015, os licenciamen-tos foram de 71,65 mil caminhões e 16,79 mil ônibus. Já a produção deverá ser de 86 mil unidades de caminhões e 27 mil ônibus. No ano passado foram montados 77,68 mil caminhões e 25,65 mil ônibus.“Se ocorrer qualquer melhora no cenário político e econômico neste ano essa expectativa pode melhorar. Os empresários estão aguardando as mudanças para decidir pela renovação de frota. Há espaço para isso. Afinal, 85% dos caminhões que foram comprados entre 2011 e 2012 estão com os contratos de financiamento vencidos. A decisão de compra não ocorre por conta das incertezas políticas e econômicas pelas quais o País está passando”, disse Reis. (Ana Paula Machado)

FERNANDO TRUJILLO, consultor sênior da IHS Automotive

VITOR KLIZAS, presidente da Jato Dynamics

CARLOS REIS, presidente da Carcon Automotive

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FÓRUM DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

P elo segundo ano consecutivo as montadoras comprarão menos.

De acordo com levantamento feito por Automotive Business, a estimativa de compras produtivas em 2016 é de R$ 76 bilhões, ante os R$ 79,5 bilhões computados em 2015, que por sua vez foi 16,3% menor do que o ano ante-rior, quando o volume somou R$ 90 bilhões. Os números foram apresenta-dos no painel que debateu a evolu-ção nas compras das montadoras.

Participaram da sessão os exe-cutivos Antonio Carlos Vischi, di-retor de compras América Latina da PSA Peugeot Citroën, Edvaldo Pico-lo, gerente executivo de compras da Volkswagen do Brasil, Erodes Berbetz, diretor de compras da Mercedes-Benz do Brasil, Roxana Molina, diretora de compras da Ford América do Sul, e Ro-drigo Custódio, diretor da consultoria Roland Berger.

Vischi, da PSA, informou que de-ve gastar t 700 milhões este ano. A montadora mira o aumento na lo-calização de componentes: “Hoje temos 65% de conteúdo local, mas para 2018 queremos 85%”, afirmou. Já Picolo, da Volkswagen, informou que o volume de compras deste ano deve estar entre R$ 9,5 bilhões e R$ 10 bilhões.

AJUDAMenor volume de compras significa redução de atividade nos fornece-dores. Pesquisa interativa realizada durante o painel de debates revelou

MONTADORAS REDUZEM VOLUME DE COMPRAS

ENCOMENDAS DEVEM CAIR 4,4% NESTE ANO. DÓLAR ALTO TENDE A IMPULSIONAR NACIONALIZAÇÃO

que a maioria dos participantes da cadeia de suprimentos passa por di-ficuldades (40,7% em situação crítica e 52,7% em dificuldade, mas adminis-trável). Assim, é fundamental oferecer suporte. Por conta disso já é comum entre as montadoras oferecer progra-mas de capacitação aos fornecedores tiers 2 e 3. Na PSA, Vischi explica que há possibilidade de antecipações de pagamentos, “sobretudo na forma de experiência para ajudar a trabalhar melhor as questões financeira, produ-tiva e logística”, comenta.

Roxana, da Ford, informa que tam-bém são desenvolvidos programas com os fornecedores: “Buscamos com eles formas de aumentar a pro-dutividade e trabalhamos também com instituições financeiras para aju-dar em questões de crédito”, diz.

Apesar de todas as montadoras re-presentadas no painel contarem com programas similares de ajuda aos for-

necedores, quase 70% do público res-pondeu em pesquisa interativa durante o debate que desconhece qualquer ti-po de ação. “Programas existem, mas os problemas vão muito além de me-lhorias que as montadoras podem ofe-recer”, afirmou Custódio, da Roland Berger, ao comentar que os fornece-dores precisam de volume e reajuste.

LOCALIZAÇÃOO desenvolvimento de fornecedores locais também é um desafio para os compradores das montadoras, categóricos em afirmar que o câm-bio é mandatório na decisão entre importar ou buscar localmente. Ape-nas a Mercedes-Benz relatou que o Inovar-Auto foi útil na tomada de decisão. O programa auxiliou a tra-zer tecnologias que estavam difíceis de incorporar aqui, mas hoje quem manda é o câmbio”, afirma Berbetz. (Alexandre Akashi)

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CUSTÓDIO (Roland Berger), BERBETZ (Mercedes-Benz), ROXANA (Ford), PICOLO (VW) e VISCHI (PSA).

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TRIMESTRE APONTA 2016 RUIM PARA PESADOSANO DEVE TERMINAR COM 52 MIL A 55 MIL EMPLACAMENTOS NO SEGMENTO

E m tom mais pessimista, os executivos das montadoras de veículos pesados fizeram

previsões de queda de vendas para este ano. O vice-presidente de vendas e marketing da MAN Latin America, Ricardo Alouche, disse durante o Fórum da Indústria Automobilística que em razão do declínio de 36% detectado no primeiro trimestre os licenciamentos em pesados deverão atingir entre 52 mil e 55 mil unidades em 2016. No ano passado, as vendas de caminhões alcançaram mais de 70 mil unidades.

O diretor de vendas de caminhões da Scania, Victor Carvalho, também acredita numa queda de 10% no mercado este ano. Outro que prevê queda nos licenciamentos de caminhões é o diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz, Ari de Carvalho. O executivo acredita que o mercado deverá alcançar 62 mil unidades, mesma estimativa realizada pela Anfavea. Um dos mais otimistas e esperançosos é o diretor de operações da Ford Caminhões, João Pimentel. Para ele, o mercado deverá se manter este ano.

INVESTIMENTOSMesmo com o mercado em retração desde 2014, as montadoras de veículos pesados vêm investindo em produtos e melhora da capacidade produtiva. A Scania vai aplicar somente neste ano R$ 400 milhões em sua linha em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A ideia, segundo Victor de Carvalho, é adequar a

fábrica, principalmente a área de pintura, para receber os caminhões Euro VI que serão produzidos aqui, inicialmente para exportação. “Normalmente, investimos R$ 100 milhões por ano na unidade brasileira. Em 2016 vamos acelerar esses aportes para receber os novos modelos e equacionar um gargalo que tínhamos na área de pintura”, diz Carvalho.

A MAN, a Iveco e a Mercedes também anunciaram que vão manter os investimentos, mesmo em tempo de crise. O vice-presidente da Iveco, Marco Borba, diz que as atuais taxas de financiamento hoje praticadas

no Brasil, TJLP, têm condições de manter o nível atual de vendas do mercado.O diretor de vendas de caminhões da Volvo do Brasil, Bernardo Fedalto, acredita que a entrada de novos players no mercado brasileiro não será um problema. “Ter novos competidores é bom para estimular o mercado. Um mercado mais aberto e livre é mais desafiador”, diz, citando como exemplo a holandesa DAF, que já tem uma unidade produtiva no Brasil. (Ana Paula Machado) n

RICARDO ALOUCHE (MAN), MARCO BORBA (Iveco), VICTOR CARVALHO (Scania), JOÃO PIMENTEL (Ford), BERNARDO FEDALTO (Volvo) e ARI DE CARVALHO (Mercedes-Benz)

WORKSHOPS DE RELACIONAMENTO foram atividade de destaque durante o fórum

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COMPANHIA CHEGA À TERCEIRA IDADE NO BRASIL COM PLANO DE INVESTIMENTO E VIGOR PARA OLHAR ADIANTE

GIOVANNA RIATO

O clima desanimado dos negócios no mercado brasileiro não tirou o brilho da comemoração dos 60 anos da Mercedes-Benz no Brasil. A operação

local chega à terceira idade com muito vigor para encarar o futuro. Ao menos é o que demonstra Wolfgang Bernhard, membro do conselho de administração da Daimler respon-sável pela divisão de caminhões e ônibus, que veio ao País para participar dos eventos que marcaram as seis décadas da empresa. “Vai demorar pelo menos entre três e quatro

anos para voltarmos ao patamar recorde registrado em 2011. Mas estamos pensando no longo prazo, por isso mantemos os nossos investimentos no País”, declarou.

Ele se refere ao pacote de R$ 730 milhões que está em curso na divisão de veículos comerciais até 2018. O aporte integra o R$ 1,3 bilhão que também atendeu a construção da fábrica de automóveis Mercedes-Benz em Iracemápo-lis (SP), inaugurada em março (leia na página 46). Depois deste investimento, no entanto, não há previsão de que

FOCO NO FUTUROPARA SUPERAR A CRISE

MERCEDES-BENZ | 60 ANOS

LINHA DO TEMPO

1949 1953 1956 1961 1968 1972 1973 1976 1979

Alfred Jurzykowsky funda a companhia

Distribuidores Unidos do Brasil S.A como representante da Daimler-Benz Aktiengesellschaft

É constituída a Mercedes-Benz do Brasil S.A. e começam as

obras da fábrica da empresa em São Bernardo

do Campo

É inaugurada a fábrica de

São Bernardo e começa a ser

produzido o L 312, o

“Torpedo”, primeiro caminhão a diesel brasileiro

Início das exportações

para o mercado latino-americano, com a venda do ônibus O 321

para a Argentina

Marco de 100 mil veículos

comerciais produzidos

Lançamento do Mercedinho,

primeiro caminhão leve

a diesel do Brasil

Empresa chega a 200 mil veículos

comerciais produzidos

Começam as obras da fábrica da

Mercedes-Benz do Brasil em

Campinas (SP)

Início da produção de ônibus

em Campinas

FOTOS: ARQUIVO MERCEDES-BENZ

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AutomotiveBUSINESS • 31

1984 1991 1992 1997 1999 2001 2011 2012 2014

Marco de 1 milhão

de motores fabricados no Brasil

Inaugurado o Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) em São Bernardo

do Campo

1 milhão de veículos produzidos:

740 mil caminhões e

260 mil ônibus

Chega ao Brasil o primeiro lote de utilitários

Sprinter, importado

da Argentina

Inauguração da fábrica de Juiz de Fora

(MG)

Classe C entra em produção

em Juiz de Fora e produção de ônibus volta a

se concentrar na unidade de

São Bernardo do Campo

Começa a primeira etapa de adaptação da planta de Juiz de

Fora para a fabricação de veículos comerciais.

Apresentação da tecnologia

BlueTec 5 para atender ao

Proconve P7

Início da produção

de veículos comerciais

na planta de Juiz de Fora

Nacionalização do caminhão extrapesado

Actros

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30_51_MERCEDES 60 ANOS.indd 31 10/05/2016 09:57:56

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32 • AutomotiveBUSINESS

MERCEDES-BENZ | 60 ANOS

novo pacote seja definido tão cedo. “Não estamos discutindo nada por enquanto, mas temos de lembrar que, neste momento, muitas em-presas estão revendo os aportes e nós mantivemos os nossos”, diz Ber-nhard. Para ele, no cenário atual, se-guir com planos inalterados já é um grande feito.

Ao chegar à melhor idade no Bra-sil, a Mercedes-Benz faz questão de manter o viço jovial ao apresentar pela primeira vez aos clientes e par-ceiros da região o Future Truck 2025, conceito de caminhão autônomo que antecipa a ambição da empresa de produzir em série veículos de grande porte com a tecnologia já na próxima década. O modelo foi mostrado na Europa pela primeira vez há cerca de dois anos. O atraso para a exibição no Brasil depõe contra qualquer intenção da empresa de aplicar a tecnologia lo-calmente em breve.

No fim de abril, no evento que mar-

cou os 60 anos da companhia, Ste-fan Buchner, presidente mundial da Mercedes-Benz Caminhões, adiantou que para a novidade chegar ao País seria necessário grande avanço e mo-dernização das estradas e rodovias. Philipp Schiemer, líder da operação brasileira da companhia, ameniza: “Mesmo que demore um pouco mais,

a tecnologia vai chegar ao mercado nacional.” Com isso, ele indica que o melhor jeito de celebrar seis décadas de uma boa história é olhar para a frente e pensar em como construir as próximas etapas.

MUITO A COMEMORARAs seis décadas no Brasil foram o bastante para a empresa fabricar lo-calmente 2,12 milhões de veículos comerciais. Hoje quatro em cada dez caminhões que rodam nas estradas brasileiras são Mercedes-Benz. No caso dos ônibus a presença da marca é ainda maior: seis em cada 10 veí-culos ostentam a estrela símbolo da companhia.

Essa trajetória de sucesso começou em 1949, quando Alfred Jurzykowsky

fundou a Distribuidores Unidos do Brasil S.A. como representante na-cional da Daimler-Benz Aktienge-

sellschaft e de outras empresas. No ano seguinte foi inaugurada a primei-ra linha de montagem de caminhões Mercedes-Benz da companhia, no Rio de Janeiro, com capacidade para fa-zer dez unidades por dia.

O negócio evoluiu e, em 1951, a Daimler assumiu participação da ope-ração brasileira e começou as obras para erguer em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a primei-

• INVESTIMENTO DE R$ 730 MILHÕES PREVISTO ATÉ 2018: R$ 500 PARA MODERNIZAR A FÁBRICA DE SBC R$ 230 MILHÕES PARA ADAPTAR A PLANTA DE JUIZ DE FORA

• 2,12 MILHÕES DE VEÍCULOS COMERCIAIS JÁ PRODUZIDOS: 1,45 MILHÃO DE CAMINHÕES 432 MIL ÔNIBUS

•60 ANOS DE LIDERANÇA NO SEGMENTO DE ÔNIBUS

•50 ANOS DE LIDERANÇA NO MERCADO DE CAMINHÕES

MERCEDES-BENZ BRASIL EM NÚMEROS

BUCHNER, SCHIEMER e BERNHARD celebram o marco da companhia no País

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ra fábrica de veículos comerciais da companhia na região. Desde então, a montadora acumula uma série de marcos locais, como o primeiro veí-culo brasileiro a diesel, produzido em 1956. “Fizemos parte do desenvol-vimento econômico do País”, diz Schiemer, orgulhoso.

Segundo o executivo, a Mercedes--Benz do Brasil é a maior fabricante de caminhões e ônibus da América Latina. A empresa ainda garante ter o título de maior exportadora de veícu-los comerciais, com mais de 430 mil unidades entregues em 60 países nos últimos 60 anos. A operação se destaca também dentro da Daimler, já que a planta do ABC Paulista é a maior da organização fora da Alema-nha no segmento de veículos comer-ciais. É ainda a única com tantos itens

em produção: caminhões, chassis de ônibus e agregados, como motores, transmissão e eixos.

Ainda que seja a primeira, a fábrica não é a única da Mercedes-Benz no Brasil. A ampla operação conta com mais três unidades. Em Juiz de Fora hoje é feito o caminhão Actros. A planta nasceu, na verdade, para fabri-car automóveis. Entre idas e vindas, o futuro do empreendimento será tra-

balhar em integração produtiva com a fábrica do ABC Paulista, pintando e montando as cabines dos caminhões (veja mais no quadro a seguir). Há ainda a unidade de Campinas (SP), hoje voltada à remanufatura de peças, que são oferecidas pela empresa com a marca Renov. A recém-inaugurada fábrica de automóveis em Iracemá-polis completa as bases da operação nacional da Mercedes-Benz.

LINHA DE MONTAGEM de caminhões em São Bernardo do Campo

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MERCEDES-BENZ | 60 ANOS

Entre os erros e acertos da história da Mercedes-Benz no Brasil está a fábrica de Juiz de Fora (MG), inaugurada

em 1999 como a primeira tentativa da empresa de produzir automóveis localmente. Passaram pelas linhas de montagem mineiras o Classe A (1999 a 2005), o Classe C (2001 a 2007) e o CLC (2007 a 2010). A jornada não foi fácil e nem mesmo com a exportação de boa parte dos carros a empresa conseguiu alcançar bom nível de ocupação da capacidade instalada na planta.

Em 2010, com parcos 20% do potencial produtivo preenchido, a companhia jogou a toalha e interrompeu a operação. Foram necessários R$ 450 milhões em investimentos e dois anos para adaptar a unidade para fabricar caminhões. Em 2012 a planta nasceu de novo com a promessa de um destino mais feliz e foco na produção dos modelos Accelo e Actros. Na prática não

foi tão simples. A operação exigia que uma série de componentes fosse transportada de São Bernardo para Juiz de Fora. A histórica unidade do ABC Paulista também começou a ter dificuldade para atender a demanda por algumas etapas do processo produtivo dos veículos.

“Não fazia sentido produzir caminhão em São Bernardo e em Juiz de Fora porque tínhamos que fazer tudo duas vezes: duas estruturas de pintura, de montagem final, entre outros processos”, conta Schiemer. A solução foi concentrar a essência da operação na planta de São Paulo e deixar para a moderna unidade mineira a missão de pintar e montar as cabines de todos os modelos de caminhões da gama da marca no Brasil. Essa mudança, que garantirá maior integração produtiva, só deve ser concluída nos próximos anos. “Ter foco e chegar a uma especialização é o modelo mais eficiente que encontramos”, garante Schiemer.

NOVO FUTURO PARA JUIZ DE FORAUma constelação

é resultado de uma grande parceria

Uma homenagem da Fras-le aos

60 anos da Mercedes-Benz

do Brasil.

Que os milhares de quilômetros

rodados nesses 60 anos sejam

apenas uma parcela do universo

que ainda temos a desbravar.

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EM BUSCA DA SAÍDA PARA A CRISE

“D epois de anos fortes, o Brasil enfrenta tempos di-fíceis. Essa não é a primeira crise que passamos

aqui e pode ser também uma oportunidade, já que a si-tuação nos força a enfrentar nossas fraquezas e buscar competitividade”, declarou Wolfgang Bernhard, membro do conselho de administração da Daimler responsável pe-la divisão de caminhões e ônibus. O executivo segue a li-nha defendida por Philipp Schiemer, presidente da compa-nhia no Brasil, ao atribuir ao governo completa responsa-bilidade pelas dificuldades atuais.

A empresa usufruiu de juros subsidiados pelo BNDES no financiamento de veículos co-merciais. Depois que o período de incentivos generosos para a indús-tria ficou para trás, a companhia se posiciona claramente a favor de uma troca de gestão. “O Brasil precisa de um governo verdadeira-mente respeitado pela população e pelas empresas. Só com solução para a crise política nós resolvere-mos a crise econômica”, defende Bernhard.

“Nos últimos meses a previsibilidade do mercado na-cional tem sido de uma semana”, aponta Schiemer. Pa-ra ele, a dificuldade que o País enfrenta foi forjada in-ternamente com má administração e política econômi-ca equivocada. “É uma crise desnecessária enquanto o resto do mundo cresce”, reforça, desconsiderando os problemas econômicos que outros países do bloco de emergentes Bric enfrentam, como Índia e China.

O tom de alerta do executivo, no entanto, não se con-funde com desesperança. “Independentemente do mo-mento atual, acreditamos no potencial para sair dessa

crise e estamos trabalhando para is-so. Acreditamos na garra dos brasi-leiros e na força das instituições da-qui”, diz Schiemer. Wolfgang com-plementa com o olhar fresco de quem acompanha a situação toda de fora do Brasil. “Vocês têm recur-sos naturais abundantes, são a séti-ma economia global e contam com malha rodoviária de 1,8 milhão de quilômetros. Temos tudo para acre-ditar no longo prazo.”

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Uma constelação é resultado de uma

grande parceria

Uma homenagem da Fras-le aos

60 anos da Mercedes-Benz

do Brasil.

Que os milhares de quilômetros

rodados nesses 60 anos sejam

apenas uma parcela do universo

que ainda temos a desbravar.

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MERCEDES-BENZ | 60 ANOS

Esta também é a sensação de

CARLOS FERREIRA MANAIA, o

conhecido Ferreirinha do RH. Ele começou

há 30 anos na área de treinamento e

construiu sua carreira no departamento de

recursos humanos. “Eu era engenheiro, mas

de repente vim trabalhar com pessoas e me

encontrei”, diz, apontando a Mercedes-Benz

como uma das grandes responsáveis por

sua realização pessoal e profissional.

A EMPRESA E AS PESSOASA lém de ter sua história intrinsicamente ligada à evolução da indústria automotiva nacional e, consequentemente,

da economia brasileira, a Mercedes-Benz é parte importante da narrativa das pessoas que passam pela companhia. Em 60 anos no País, mais de 100 mil colaboradores tiveram suas carteiras de trabalho assinadas pela empresa.

Alguns destes funcionários desenvolveram ali toda a sua

trajetória profissional. Este é o caso de MARIA BRITO,

que se orgulha de ser “mercediana”. Hoje a engenheira

é gerente sênior de desenvolvimento de ônibus, mas

em 30 anos de história na companhia ela também

atuou na área de caminhões. “Quando comecei

não via muitas mulheres na engenharia, fui uma das

primeiras”, lembra, garantindo que a realidade é bem

diferente hoje. “Nunca tive problema relacionado a isso

porque a Mercedes-Benz é uma empresa que valoriza a

diversidade”, conta.

PEDRO AFONSO, gerente sênior da produção de caminhões da companhia no Brasil, é outro profissional com história extensa na montadora. São 29 anos desde que ele entrou ali como estagiário. Ao longo deste tempo ele passou por várias áreas, como pós-venda, compras, exportações e qualidade em países como Alemanha, China e México. Além do Brasil, é claro. “Pensei que ficaria só uns três anos aqui, mas fui acolhido pela empresa.”

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PHILIPP SCHIEMER, PRESIDENTE DA MERCEDES-BENZ DO BRASIL, FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PAÍS PARA O GRUPO DAIMLER E O FUTURO DA OPERAÇÃO BRASILEIRA

PEDRO KUTNEY

Há três anos Philipp Schiemer voltou ao Brasil para presidir a Mercedes-Benz. Depois de ter pas-sado outras duas vezes pela subsidiária brasileira

do Grupo Daimler, somando ao todo 14 anos vividos por aqui, a companhia confiou a ele três objetivos: tornar a operação mais eficiente, lançar produtos e retomar parti-cipação no mercado de caminhões. “Conseguimos fazer tudo isso, mas infelizmente o ‘bolo’ ficou muito menor. Esse era um ingrediente com o qual eu não contava”, la-menta Schiemer, diante de um sentimento dúbio: o con-tentamento de estar à frente de uma empresa que come-mora 60 anos de atividades no Brasil, tem aqui sua maior fábrica fora da Alemanha, já produziu mais de 2 milhões de veículos comerciais, mas hoje enfrenta a pior crise em suas seis décadas de história.

Schiemer garante que o País continua a ter grande im-portância para o grupo no mundo. Apesar do momento extremamente delicado, resiste a confiança no potencial futuro do mercado brasileiro que recolocará a operação na rota do crescimento. Por causa de tantos altos e baixos, o executivo diz que o Brasil ensina muito: “Quem aprende a vencer aqui vence em qualquer outro lugar do mundo”, afirmou nesta entrevista a Automotive Business.

NO FUTURORESTA A CONFIANÇA

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PHILIPP SCHIEMER, presidente da empresa no Brasil

ASSISTA AOS PRINCIPAIS

TRECHOS DA ENTREVISTA

EXCLUSIVA COM PHILIPP SCHIEMER

ENTREVISTA

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ANOS 1940 – Linha de montagem

AUTOMOTIVE BUSINESS – Como se mede hoje a importância da Mercedes-Benz do Brasil para o Grupo Daimler? PHILIPP SCHIEMER – O Brasil con-tinua sendo muito importante para o Grupo Daimler no mundo. Em situação normal é o maior mercado de cami-nhões da marca Mercedes-Benz – o ano passado não foi e este não será por causa do desastre econômico que estamos vivenciando no País, mas normalmente é. Também é o maior mercado de ônibus da compa-nhia. E para vans e carros fica entre os top 10 do grupo. Outro número que mostra a importância do Brasil é que nós vamos investir em nossas operações aqui R$ 1,3 bilhão até 2018. É um valor significativo que não é aplicado em muitos outros lu-gares do mundo. Também destaco que em São Bernardo temos a maior fábrica de veículos comerciais da Daimler fora da Alemanha.

AB – Qual o significado para uma empresa de 130 anos como a Mer-cedes-Benz completar 60 anos em um país como o Brasil?SCHIEMER – Existem poucas em-presas no Brasil que têm 60 anos.

na, mas antes disso já tinha tra-balhado na subsidiária brasileira em duas oportunidades, de 1991 a 1997 e de 2004 a 2009. Portan-to, soma ao todo 14 anos no País. Baseado nessa experiência, como projeta o futuro da Mercedes-Benz do Brasil? SCHIEMER – É a terceira vez que es-tou aqui, conheço bem a companhia e o Brasil, fazer projeções hoje é mui-to difícil. Mas podemos olhar para o potencial futuro e isso o Brasil conti-nua tendo como sempre teve. É um país grande, com dimensões conti-nentais, mais de 200 milhões de ha-bitantes, população jovem e muitas cidades a abastecer. Também é um país muito dependente do transporte de carga em cima de caminhões e enorme déficit de infraestrutura. Por tudo isso o potencial futuro é muito grande. Contudo, atualmente, com o cenário político e econômico con-turbado, não se consegue fazer uma projeção para mais do que um mês. Temos de viver do dia para a noite e isso torna muito difíceis as coisas no curto prazo. Mas existe algo po-sitivo nisso: quem consegue vencer no Brasil vence em qualquer parte do mundo. Aqui se aprende a ter flexi-

O BRASIL CONTINUA

SENDO MUITO

IMPORTANTE PARA

O GRUPO DAIMLER

NO MUNDO. EM

SITUAÇÃO NORMAL É

O MAIOR MERCADO

DE CAMINHÕES DA

MERCEDES-BENZ

Completar essa idade aqui e ter acompanhado uma grande parte da história de um jovem País tem significado muito grande. Quando começamos a fábrica aqui não exis-tia praticamente nada em volta, São Bernardo era uma cidadezinha com 50 mil moradores. Hoje tem 800 mil. A Mercedes cresceu com a região.

AB – O senhor chegou há três anos para comandar as operações da Daimler no Brasil e América Lati-

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MERCEDES-BENZ | 60 ANOS

fosse tão grande. Mas assim é a vida, temos de nos adaptar à realidade e fazer o melhor.

AB – Uma fábrica de 60 anos como a de São Bernardo ainda consegue manter bons índices de produtivi-dade?SCHIEMER – Este era um dos gran-des desafios que teríamos de en-frentar aqui. Há três anos a fábrica

pecava em eficiência, era ultrapas-sada. Mas de lá para cá consegui-mos muitos avanços com inves-timentos em novas máquinas e implementação de novas formas de trabalhar e administrar a plan-ta. Adotamos o kaizen (sistema de melhoria contínua) e o lean management (produção enxuta). Com isso, mesmo com o ma-quinário ainda um pouco velho, conseguimos dar passos muito grandes em termos de eficiência. Podemos dizer que hoje a situa-ção é muito melhor e continua-mos constantemente investindo em novos equipamentos para substituir os mais antigos. Mas o importante é que a base para is-so já foi feita e vamos entrar em uma nova era.

AB – Há quase 20 anos a Mercedes anunciou o investimento na planta de Juiz de Fora (MG), que nasceu para fazer carros em 1999 e foi convertida para montar caminhões a partir de 2012. Mais recentemen-te, a unidade foi de novo readapta-da somente para montar e pintar cabines de caminhão. Após tan-tas mudanças, qual é o futuro da planta?SCHIEMER – A fábrica hoje tem um futuro bastante claro: estamos inves-tindo R$ 230 milhões para concentrar lá toda produção de cabines. Essa foi a fórmula mais eficiente que encon-tramos para distribuir as tarefas entre as fábricas. Não fazia sentido, como era no passado, produzir caminhões aqui e lá, porque dessa forma faze-mos todas as atividades duas vezes, são duas pinturas, duas fabricações de cabines e duas montagens. Então decidimos focar a montagem de ca-minhões e ônibus em São Bernardo e manter a produção de cabines em Juiz de Fora. Com isso conseguimos maior especialização das unidades

bilidade e capacidade de adaptação para conviver com novas situações, grandes adversidades e os constan-tes altos e baixos do mercado. Neste país o ambiente obriga você a tomar decisões.

AB – Quando o senhor assumiu a presidência da Mercedes-Benz no Brasil, a direção da empresa disse que era a pessoa certa para “pisar no acelerador”. Mas parece que o ciclo de crescimento rápido aca-bou e o acelerador quebrou. O que fazer agora?SCHIEMER – Quando cheguei há três anos eu sabia que teria de rees-truturar a empresa, para tornar a fá-brica mais eficiente, lançar produtos adequados à realidade brasileira e fazer a Mercedes voltar a ganhar par-ticipação de mercado. Se olhar para esses três objetivos, conseguimos alcançar todos. Mas, infelizmente, o “bolo” ficou muito menor. Esse era um ingrediente com o qual eu não contava, acho que era imprevisível, também desnecessário que a queda

COM O CENÁRIO

POLÍTICO E

ECONÔMICO

CONTURBADO, NÃO

SE CONSEGUE FAZER

UMA PROJEÇÃO PARA

MAIS DE UM MÊS

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e assim obtemos mais eficiência no processo.AB – Qual a expectativa da empre-sa em relação à operação de auto-móveis no Brasil? O que se espera da fábrica de Iracemápolis? SCHIEMER – A planta tem capacida-de produtiva atual de 20 mil carros por ano, hoje focada em dois produ-tos: Classe C e GLA. Queremos pri-meiro encher a fábrica de trabalho. Infelizmente, no momento o merca-do está um pouco mais fraco, então vamos começar a escalada de produ-ção mais devagar, mas achamos que se as vendas melhorarem nós va-mos conseguir atingir a capacidade máxima.

AB – A Mercedes sempre foi um fabricante líder em desenvolvimento de novas tecnologias. Para o aniver-sário de 60 anos no Brasil trouxe o protótipo do pri-meiro caminhão com dire-ção autônoma do mundo. Quando esse tipo de tec-nologia pode chegar ao Brasil?SCHIEMER – O caminhão autônomo mostra uma vi-são para o futuro, a imple-mentação dessa tecnologia vai ser passo a passo. E os primeiros passos nesse sen-tido já foram dados aqui no Brasil também. Por exem-plo, o Actros já tem muitos sensores ce computadores que exercem funções autô-nomas, como o sensor que mede a distância entre o ca-minhão e o veículo que vai à frente. Outro sensor avisa se você está rodando dentro da faixa. São sistemas que combinados estão no cami-nhão autônomo. Portanto, a tecnologia já está no Brasil

e sua evolução será gradativa, com o tempo. Outra tecnologia que já te-mos aqui é a telemetria do nosso sis-tema Fleetboard, que permite saber tudo o que acontece no caminhão e exercer controles a distância com muita facilidade.

AB – Há cerca de um ano, quando a crise ainda não estava tão ruim, o senhor disse a um grande jornal que só um louco investiria no Bra-sil. Mas a Mercedes-Benz está in-vestindo. Vocês são loucos?SCHIEMER – Disse isso sob o ponto de vista de um empresário pequeno ou médio, que não vai investir na

compra de caminhões em um momento tão difícil que vive o País. O cenário con-turbado deixa você em dúvi-da sobre investir. Mas a Mer-cedes tem o privilégio de ser uma empresa muito forte, que pensa no longo prazo, daqui a 10, 20 anos. A em-presa sempre acreditou no Brasil e não vai sair daqui, por isso continua investindo. Mas poderíamos ter investi-do muito mais se não tivés-semos essa situação. Pode parecer que a Mercedes foi um pouco louca em con-tinuar investindo, acredito que não, mas o Brasil já per-deu muitas oportunidades com o cenário atual.

AB – O Brasil tem condi-ções de retomar o cresci-mento econômico?SCHIEMER – Um dia isso vai acontecer, é impossível não retomar. A pergunta é quan-do. Nós torcemos e lutamos para que isso aconteça o mais rápido possível, mas hoje é muito difícil fazer uma previsão realista sobre isso.

DECIDIMOS FOCAR

A MONTAGEM DE

CAMINHÕES E ÔNIBUS

EM SÃO BERNARDO E

MANTER A PRODUÇÃO

DE CABINES EM JUIZ

DE FORA, COM MAIOR

ESPECIALIZAÇÃO

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GRUPO INAUGURA SUA FÁBRICA MAIS FLEXÍVEL DO MUNDO EM IRACEMÁPOLIS, DESTA VEZ COM PRODUTOS E AMBIÇÕES MAIS

BEM AJUSTADOS AO MERCADO BRASILEIRO

CARROS ESTRELADOSNO BRASIL

A pós um ano de construção, a Mercedes-Benz co-locou para funcionar em março sua 26ª fábrica de automóveis no mundo, na pequena Iracemápolis,

interior paulista, onde foram investidos pouco mais de R$ 600 milhões no empreendimento. Assim a mítica marca alemã da estrela de três pontas voltou a montar carros no Brasil – a primeira tentativa, malsucedida, foi em Juiz

de Fora (MG) e durou de 1999 a 2010, quando por falta de escala a empresa decidiu converter a unidade para a produção de caminhões. A Mercedes confia que a história em Iracemápolis será bem diferente, pois a nova planta e seus produtos foram planejados com ambições mais bem ajustadas à realidade atual do mercado brasileiro. Para Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil

INAUGURAÇÃO da fábrica de automóveis teve a presença de executivos da montadora e autoridades

PEDRO KUTNEY | DE IRACEMÁPOLIS (SP)

A NOVA TENTATIVA DE FAZER

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e CEO para a América Latina, teve efeito pedagógico para a empresa o insucesso da produção de carros em Juiz de Fora, onde a fábrica nun-ca chegou a utilizar nem metade da capacidade instalada de 60 mil uni-dades/ano. “Aprendemos muito com os erros que cometemos lá. Fizemos o produto errado no momento erra-do. O (antigo) Classe A era um bom carro, mas na época muito caro para o consumidor brasileiro e nossas ambições eram altas demais. A des-valorização cambial (do fim de 1998) bem na hora que começamos a pro-duzir tornou as coisas ainda mais difíceis, pois o modelo tinha muitos componentes importados”, recorda o executivo. “Hoje a situação é bem diferente. O mercado premium está crescendo, aumentamos a partici-pação no segmento (contra os rivais Audi e BMW) para 37% e vamos fa-zer em Iracemápolis os dois modelos (Classe C e GLA) que já são os que mais vendemos aqui. Por isso desta vez vai ser diferente”, garante.Markus Schäfer, membro do board da Mercedes-Benz Cars responsável

por manufatura e logística, assegu-ra que o aprofundamento da crise econômica no Brasil não alterou em nada os planos da empresa: “Es-tamos aqui há 60 anos e continua-mos a enxergar grande potencial de crescimento no País, que é uma das maiores economias entre os países onde vendemos carros. Nosso inves-

timento é de longo prazo e está em linha com o plano de expansão da companhia até 2020, com o objetivo de tornar a Mercedes-Benz a marca de automóveis premium mais ven-dida no mundo”, afirma. “Em 2015 nossas vendas de carros no mercado brasileiro cresceram 50% (17 mil uni-dades), mesmo em tempos difíceis. Acreditamos no portfólio de produ-tos que temos a oferecer e por isso devemos continuar a ganhar partici-pação aqui”, completa.Os dois carros que começam a ser montados no Brasil este ano – agora o sedã Classe C e depois, no segundo semestre, o SUV GLA – continuarão sendo vendidos pelos mesmos valo-res dos importados, pois segundo a Mercedes-Benz a produção nacio-nal não reduz os custos o bastante para baixar preços, principalmente por causa da grande quantidade de peças importadas em momento de câmbio desfavorável. Ainda assim, a fábrica brasileira ajuda a não au-mentar a tabela. “Nossa estratégia é oferecer preços competitivos dentro

do segmento em que atuamos, esta planta nos ajuda a fazer isso mais rápido do que ape-nas importando”, diz Schäfer. Ele acrescenta que, no momento, o objetivo é suprir só o mercado doméstico e não há planos de ex-portar a partir do Brasil – como já começou a fazer a rival BMW que tem uma ope-ração parecida em sua planta brasileira de Araquari (SC).

SCHÄFER e SCHIEMER confiam

na alta do mercado premium para

o sucesso da fábrica

MER

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NOSSO INVESTIMENTO

É DE LONGO PRAZO E

ESTÁ EM LINHA COM O

PLANO DE EXPANSÃO

ATÉ 2020, COM O

OBJETIVO DE TORNAR

A MERCEDES-BENZ A

MARCA PREMIUM MAIS

VENDIDA NO MUNDO

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ESCOLHA DE IRACEMÁPOLIS DEVEU-SE À BOA INFRAESTRUTURA, LOCALIZAÇÃO PRÓXIMA DE FORNECEDORES E MÃO DE OBRA QUALIFICADA

No embalo da sobretaxação im-posta pelo Inovar-Auto aos car-

ros importados a partir de 2012, a Mercedes-Benz foi uma das últimas fabricantes a anunciar novo investi-mento para montar carros no Brasil, como única condição de escapar da tributação mais elevada. “Depois do Inovar-Auto, não teríamos condições de ganhar mercado no País sem a produção local”, justifica Schiemer, que participou diretamente da deci-são da companhia, desenhada pou-co antes de ele assumir a presidência da operação brasileira, quando esta-

DECISÃO ESTUDADA PARA GANHAR MERCADO

va na Alemanha e era vice-presidente de marketing de produto da divisão de automóveis da marca.

“Em 2011 começamos a fazer nosso plano 2020, com o objetivo de alcançar a liderança do mercado glo-bal de veículos premium. Então ana-lisamos quais mercados apresenta-vam potencial para esse crescimento e o Brasil surgiu naturalmente. Mas aí Juiz de Fora não estava mais dispo-nível. Ainda havia espaço no terreno lá para outra fábrica, mas a logísti-ca não favorecia. Depois, em 2012, foi lançado o Inovar-Auto e ninguém

conseguiria crescer aqui sem uma fábrica. Começamos a procurar um lugar e em 2013 chegamos a Irace-mápolis”, lembra Schiemer.

O executivo garante que os be-nefícios recebidos em Iracemápolis dos governos estadual e municipal serviram “apenas para adoçar o bolo, pois não é possível investir em uma fábrica baseada em incentivos que não se sabe se vão continuar”. Se-gundo Schiemer, o que mais pesou na decisão foi a infraestrutura local, próxima de muitos fornecedores e mão de obra qualificada.

EQUIPE ATUAL passou por treinamento na Índia, Hungria, Alemanha e Tailândia

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Uma vez tomada a decisão de er-guer a fábrica em Iracemápolis,

a tarefa ganhou velocidade máxima. “Ainda lembro de quando vim aqui pela primeira vez e só havia uma grande plantação de cana-de-açúcar. Foi um recorde na história da com-panhia construir todo o complexo in-dustrial em pouco mais de um ano”, destacou Markus Schäfer, o membro do board da Mercedes-Benz Cars res-ponsável por manufatura e logística.

Com capacidade inicial para mon-tar até 20 mil carros por ano, a plan-ta paulista começou as atividades em ritmo bem mais lento do que o empregado em sua construção. Os 600 empregados contratados mon-tam em um turno de trabalho, de se-gunda a sexta-feira, 50 unidades por dia do sedã Classe C, o que soma o máximo de 12 mil/ano.

“Vamos crescer conforme a de-manda, temos espaço para isso, po-demos fazer até outros modelos se o mercado pedir”, assegura Schäfer. “A principal vantagem desta planta é sua flexibilidade, que já é uma refe-

UMA FÁBRICA FLEXÍVELUNIDADE TEM CAPACIDADE INICIAL PARA 20 MIL CARROS POR ANO

rência para todo o grupo. Podemos fazer aqui qualquer um dos automó-veis Mercedes-Benz, sobre qualquer plataforma, com motor transversal ou longitudinal, tração dianteira, tra-seira ou integral. Nenhuma outra fá-brica do grupo é tão flexível”, explica.

Por enquanto, o Classe C feito em Iracemápolis chega da Alemanha par-cialmente montado, com a carroceria soldada e pintada, pois só a linha de montagem final brasileira entrou em operação efetiva, agregando muitas partes importadas e algumas nacio-nais, como bancos e pneus. A Merce-des não informa qual é o porcentual de nacionalização dos veículos, ape-nas reforça que cumpre as normas do Inovar-Auto. O programa prevê eleva-do grau de componentes importados em operações desse tipo, de baixo volume, com capacidade menor que 34 mil unidades/ano.

No segundo semestre começa a produção do segundo modelo em Iracemápolis, o SUV GLA, e tam-bém entram em operação as áreas de funilaria (armação de carroceria)

e pintura, quando mais fornecedo-res locais poderão ser nomeados. A fábrica só não terá estamparia, pois os volumes não compensam os in-vestimentos vultosos em prensas e ferramental. Assim, as partes estam-padas da carroceria seguirão sendo importadas de plantas na Alemanha.

Segundo a Mercedes, os 600 funcio-nários da fábrica passaram por 63 mil horas de treinamento, principalmente em um centro do Senai montado para esse fim em Iracemápolis. Depois dis-so, 90 deles foram enviados ao exte-rior para estagiar em plantas na Índia, Hungria, Alemanha e Tailândia.

Schäfer lembra que a qualificação de mão de obra é fator importantes para o funcionamento da fábrica brasileira, que tem muitas opera-ções executadas manualmente, não só por questão de baixo volume de produção, mas também porque essa é uma estratégia mundial da com-panhia: “Nosso objetivo é reduzir o número de robôs, que são inflexíveis e não permitem a produção mais va-riada de modelos”, afirma.

NOVA FÁBRICA recebeu R$ 600 milhões de investimento e opera em um turno, com 50 carros/dia

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FORNECEDORES SÃO PARCEIROS GLOBAIS QUE TÊM FÁBRICA NO BRASIL

A Mercedes-Benz não informa o número de fornecedores já contratados no Brasil. Markus Schäfer diz apenas que “são

todos parceiros globais que têm fábricas no País”. Desses, por exemplo, sabe-se que a Lear fornece os bancos a partir de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP).

O maior contrato firmado até agora não é exatamente de compra de peças, mas de serviços. A também alemã ZF foi contratada para fazer a montagem de partes fornecidas pela Mercedes, incluindo o powertrain com motor, câmbio, radia-dor e eixo dianteiro, além do eixo traseiro completo. Parte da operação, como montar os periféricos do motor e agregar sis-temas de freios nos eixos, será feita por 42 funcionários da ZF em Sorocaba (SP) e a etapa final da montagem vai ser execu-tada por 25 pessoas em uma área de 2 mil metros quadrados dentro da planta de Iracemápolis, cedida à sistemista para isso.

BAIXO CONTEÚDO LOCAL

UNIDADE tem 600 funcionários para a produção do Classe C

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52 • AutomotiveBUSINESS

LANÇAMENTO | HB20

MÁRIO CURCIO

NOVO MOTOR DE 105 CV ESTÁ DISPONÍVEL PARA HATCH E SEDÃ

A Hyundai passa a vender os mo-delos HB20 e HB20S com op-ção 1.0 Turbo. O novo motor

também é flex e produz até 105 cava-los, mesma potência do VW Up! TSI. No HB20 hatch, o preço inicial para o motor turbinado é de R$ R$ 47.445 e no sedã, R$ 51.595. As versões 1.0 e 1.6 anteriores permanecem à venda.

“Existia espaço para as novas op-ções porque entre nossos 1.0 e 1.6 aspirados havia uma diferença de 48 cavalos, enquanto em concorrentes essa diferença de potência entre a motorização menor e a maior varia de 6 a 39 cv”, afirma o gerente de plane-jamento de produto, Rodolfo Stopa.

“Também havia uma diferença de preço de R$ 6.450 entre os HB20 1.0 e 1.6 aspirados”, recorda Stopa, comparando as versões Comfort Plus de cada um. O propulsor 1.0 Turbo é importado em partes e montado no

1.0 TURBO

Brasil, como os demais. A turbina Honeywell também vem de fora.

“Este é um dos itens com possibili-dade de localização”, recorda o dire-tor executivo de vendas e marketing, Sérgio Rodrigues. A opção turbinada ajudará a manter o terceiro turno ativo na fábrica de Piracicaba. As exporta-ções também. Em março o modelo começou a ser enviado ao Paraguai. Uruguai, Colômbia e Argentina são cotados como próximos destinos.

MERCADOO HB20 foi o segundo carro mais vendido no País no primeiro trimes-tre, atrás do Chevrolet Onix. E o HB20S ocupou a segunda posição entre os sedãs pequenos. A primeira é de outro Chevrolet, o Prisma.

No primeiro trimestre, enquanto os emplacamentos de automóveis re-cuaram 26,4%, as vendas do HB20

nas versões hatch e sedã somaram 38,5 mil unidades e alta de 3,4%. “A geração 2016 do carro teve muito boa aceitação desde o lançamento”, recor-da Rodrigues, que prefere não arriscar a fatia que o 1.0 Turbo terá no mix por causa do momento econômico atual.

A linha HB20 mais os carros Hyun-dai importados ou nacionalizados em Goiás pelo Grupo Caoa (Tucson e ix35) somaram 44,8 mil emplaca-mentos de janeiro a março e deram à marca sul-coreana o quarto lugar em vendas. Roubou o posto da Ford, que registrou no mesmo período 37,2 mil automóveis.

DESEMPENHOAutomotive Business dirigiu os HB20 e HB20S 1.0 Turbo no Autó-dromo de Interlagos. A grande vanta-gem das novas opções é encarar subi-das com mais fôlego, mesmo com o ar-condicionado ligado, mas o motor 1.6 ainda é mais indicado para quem exige bom desempenho.

O 1.0 Turbo obteve letra A no pro-grama de etiquetagem do Inmetro. O hatch fez 11,6 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina. No etanol conseguiu 8,2 km/l em uso urbano e 10,1 km/l em rodovia. Para o sedã foram 11,9 km/l em cidade e 15,2 km/l na estrada com gasolina. Com etanol chegou a 8,4 km/l em uso urbano e 10,5 km/l em rodovia.n

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HB20 RECEBE OPÇÃO

HB20 HATCH é o segundo carro mais vendido no Brasil e ganha fôlego com o turbo

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LANÇAMENTO

GIOVANNA RIATO

COM PROPULSOR 1.2, CARRO PARTE DE R$ 48.190 E RECEBE TÍTULO DE MAIS ECONÔMICO DO PAÍS

APeugeot atualizou o 208, apresentado pela montadora como hot hatch. O carro teve

mudanças estéticas e ganhou novos equipamentos, mas a principal no-vidade é mesmo o motor PureTech 1.2 flex de três cilindros, que equi-pa algumas versões e leva a sério a tendência de downsizing, que prio-riza potência e baixo consumo de combustível. Neste quesito o carro passa com louvor: a configuração garantiu ao modelo o título de au-tomóvel mais econômico do Brasil na etiquetagem veicular do Inmetro.

A atualização foi apenas do veícu-lo. Os preços começam exatamente no mesmo patamar, de R$ 48.190 na versão mais simples, a Active com câmbio manual e o novo motor 1.2 de 90 cv em substituição ao 1.5, que deixa de equipar a família 208 e, até que seja completamente substituído, permanece em outros carros da gama da PSA Peugeot Citroën. São ofereci-das sete configurações do carro, com preços que chegam a R$ 78.990 na GT com motor 1.6 THP de 173 cv, que promete aceleração de zero a 100 km/h em 7,6 segundos.

As versões intermediárias Active Pack, Allure com câmbio manual e Griffe, com transmissão automática, também permanecem com preços inalterados. O motor 1.6 de 122 cv continua na linha, oferecido a partir

PEUGEOT RENOVA 208

da versão Allure com câmbio auto-mático de quatro marchas. Desde a configuração mais simples o 208 segue a estratégia de oferecer bom nível de equipamentos. O modelo vem de fábrica com itens como ar--condicionado, lanternas de LED, direção elétrica, volante com re-gulagem de altura e profundidade. “Temos coerência no nosso posicio-namento de marca. Nossos clientes esperam design e conforto”, desta-ca Ana Theresa Borsari, diretora--geral da Peugeot no Brasil.

Com as novidades, a Peugeot espe-ra significativo aumento das vendas do 208. A previsão é de que o patamar atual de 750 a 800 unidades por mês suba para mil carros/mês. A reestru-

turação da rede de concessionárias, que acontece desde 2014, também deve impulsionar os negócios.

MOTOR É PEÇA-CHAVEO motor 1.2 tricilíndrico é uma apos-ta alta da empresa. Importado da França no atual patamar elevado do dólar, o propulsor pode tornar mais difícil para a marca manter a mar-gem nas vendas do 208. A decisão de trazer a novidade pode ter foco em melhorar a rentabilidade no fu-turo, garantindo bons resultados em eficiência energética. “O novo motor é peça-chave para que a gente alcan-ce as metas do Inovar-Auto”, diz Car-los Gomes, presidente do grupo na América Latina. n

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CARLOS GOMES, PRESIDENTE DA PSA AMÉRICA LATINA,

FALA SOBRE O NOVO MOTOR 1.2

O MOTOR IMPORTADO é peça-chave para atender o Inovar-Auto

E MANTÉM PREÇOS

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LANÇAMENTO | FIAT TORO

PEDRO KUTNEY

TOYOTA RELANÇA SEU COMPACTO BRASILEIRO COM MOTORES NACIONAIS MAIS EFICIENTES E NOVAS TRANSMISSÕES, COM OPÇÃO DE CÂMBIO AUTOMÁTICO

MAIS BELEZA INTERIORETIOS 2017:

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LANÇAMENTO

QUASE NADA mudou por fora nas versões hatch e sedã

A Toyota renovou o Etios trabalhando no que sabe fazer melhor em um automóvel: a beleza interior. Quase nada mudou por fora das versões hatch e

sedã do modelo produzido em Sorocaba (SP), que conti-nuam com as mesmas linhas insossas de antes. Mas por dentro foram feitas algumas melhorias que tiram o carro da indigência de acabamento em relação ao modelo lançado no Brasil em setembro de 2012, com ganhos estéticos e utilização de novos materiais de maior qualidade percebi-da. Mas o que melhorou mesmo foi o que já era percebido como bom: a mecânica, com a introdução de novos mo-tores nacionais e transmissões mais eficientes, incluindo a opção de câmbio automático mais barata do mercado.

Com a nova oferta de transmissão automática em to-das as versões do Etios, a partir de R$ 47,5 mil, a ex-pectativa da Toyota é que as vendas do modelo cresçam quase 11% este ano, de 61,4 mil em 2015 para 68 mil unidades, sendo 35% do sedã e 65% do hatch. A estima-tiva é que 40% do total das versões vendidas seja com o câmbio automático de quatro velocidades importado do Japão e 60% com a também inédita caixa manual de seis marchas que a Aisin começou a produzir no Brasil.

A escolha da transmissão automática de apenas qua-tro velocidades – enquanto boa parte do mundo já usa acima de seis – foi a solução encontrada para tornar o modelo mais acessível ao consumidor. Além do preço

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inicial mais baixo, o cálculo da Toyo-ta é que a manutenção é cerca de 40% mais barata em relação a uma caixa de seis marchas.

Para manter o design do Etios 2017 quase inalterado em relação à geração anterior, com pequenas modificações nas rodas e antena de teto, a Toyota se pautou em pesqui-sas que indicaram que isso não era um desejo premente dos consumi-dores, pois menos de 8% disseram que deixariam de comprar o carro por causa de sua aparência.

“Com o Etios tivemos um começo difícil, mas conseguimos melhorar o carro aos poucos. Isso fez a partici-pação do modelo em seu segmento (B) saltar de 3% em 2013 para 7% no ano passado”, destaca Miguel Fon-seca, vice-presidente executivo da Toyota Brasil. Ele acrescenta que as vendas do modelo cresceram 12,5% no primeiro trimestre de 2016, aju-dando substancialmente a Toyota a ser a única marca que apurou cresci-mento entre janeiro e março, de qua-

se 1%, enquanto no período o mer-cado registrou queda média de 28%.

QUALIDADES MELHORADASSteve St. Angelo, presidente da Toyota América Latina, disse que listou as 15 principais críticas que leu na imprensa sobre o Etios, a começar pelo quadro de instrumen-tos. “Fizemos todas essas mudan-ças e chegamos ao fim da lista com o Etios 2017. Aplicamos melhorias em mais de 600 componentes”, destaca.

No Etios 2017 a Toyota melhorou o que já era bom: os motores 1.3 e 1.5, que começaram este mês a ser produzidos no Brasil, na fábri-ca de Porto Feliz (SP). Com bloco e cabeçote de alumínio, os propul-sores ganharam mais potência e torque com as diversas melhorias recebidas, especialmente o duplo comando variável de válvulas na ad-missão e escape (Dual VVT-i) e taxa

de compressão elevada de 12,1:1 para 13,1:1.

A potência do motor 1.3 cresceu 8 cv, para 98 cv com etanol, e o tor-que aumentou 9%, para 12,8 kgfm a 4.000 rpm. Já o 1.5 avançou 11 cv, a 102 cv (álcool), e o torque cresceu 11%, para 14,4 kgfm a 5.600 rpm. Houve redução de até 9% no con-sumo em relação ao motor anterior importado do Japão. No painel,

onde residiam as principais crí-ticas sobre a excessiva rusti-

cidade do Etios, a Toyota trocou o material plástico por outro de maior qua-lidade. Mas a principal mudança foi no quadro de instrumentos, que continua no centro do

painel e com as mesmas dimensões, mas agora com

visor 100% digital, de fácil visi-bilidade, agregando velocímetro,

conta-giros e computador de bordo. Entre as novas funcionalidades está a possibilidade de introduzir o preço do litro do combustível abastecido, para que o sistema faça o cálculo do gasto por percurso.

Tudo continua simples no inte-rior do Etios, mas a cabine ganhou mais dignidade com as mudanças, e ficou mais silenciosa com novos isolamentos acústicos. Ao contrário de concorrentes do mesmo nível, desde a versão mais básica, os Etios hatch e sedã já vêm de fábrica bem equipados, incluindo antena externa curta, banco traseiro com encos-to rebatível, direção eletroassistida progressiva, ar-condicionado, aber-tura interna do porta-malas e do tanque de combustível, chave com comando de abertura e fechamen-to das quatro portas, travas e vidros dianteiros e traseiros com aciona-mento elétrico. Poderia ter melho-rado mais, mas já é um Etios mais digno de ser um Toyota. n

PREÇOS E VERSÕESETIOS HATCHBACK

X 1.3 MT: R$ 43.990X 1.3 AT: R$ 47.490XS 1.5 MT: R$ 48.995XS 1.5 AT: R$ 52.495XLS 1.5 MT: R$ 53.895XLS 1.5 AT: R$ 57.395Cross 1.5 MT: R$ 57.395Cross 1.5 AT: R$ 60.895ETIOS SEDÃ

X 1.5 MT: R$ 48.495X 1.5 AT: R$ 51.995XS 1.5 MT: R$ 51.695CXS 1.5 AT: R$ 55.195XLS 1.5 MT: R$ 56.795XLS 1.5 AT: R$ 60.295

ETIOS 2017 recebeu melhorias em mais de 600 componentes

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LANÇAMENTO | FIAT TORO

PEDRO KUTNEY

FIAT LANÇA SEU NOVO SUBCOMPACTO SEM AVANÇOS TECNOLÓGICOS E COM MUITA PROPAGANDA

A MINIATURA DO UNOMOBI,

A Fiat preencheu novamente o espaço deixado pelo Mille desde 2014 na parte inferior de seu portfólio, mas de forma inversa. Enquanto o antigo carro de

entrada era a geração anterior do novo Uno que chegou em 2010 e continuou a conviver com o irmão mais ve-lho, o Mobi é uma espécie de Uninho, um “puxadinho” do modelo maior com grau de atualização muito parecido. Apesar do design diferente e das dimensões levemente menores, o Mobi compartilha quase toda a base mecânica com o Uno, usa a mesma plataforma e o mesmo conjunto de câmbio e motor flex 1.0 8V de 73/75 cv.

As semelhanças não são só de projeto, mas também de mercado. O Mobi, com seis versões que variam de R$ 31,9 mil a R$ 43,8 mil, é um subcompacto que trafega nas mes-mas faixas de preço das quatro opções de quatro portas do Uno 1.0, de R$ 32,3 mil a R$ 40,1 mil. No topo da tabela, o carrinho chega a ser até pouco mais caro do que a primeira versão do Uno com motor 1.4, que começa em R$ 43,2 mil. Ainda assim, a Fiat aposta que o Mobi irá se tornar rapidamente o seu campeão de vendas, com expectativa de 7 mil emplacamentos por mês, de 60 mil a 65 mil este ano, superando o ritmo atual de Palio e Uno.

LANÇAMENTO | MOBI

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A FIAT aposta que o Mobi se tornará rapidamente o seu campeão de vendas

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“O Mobi vem se somar aos nossos carros de volume e esperamos que di-vida o mesmo território do Uno como conceito de carro urbano funcional, mas a expectativa é que traga mais vendas do que canibalize o mercado dos outros modelos. O Mobi deverá ser o novo líder de vendas da Fiat e ajudará a reconquistar a liderança do mercado brasileiro este ano (no pri-meiro trimestre perdida para a GM)”, afirma Carlos Eugênio Dutra, diretor de desenvolvimento de produto da FCA, a Fiat Chrysler Automobiles.

Se não tem grandes avanços a mos-trar na concepção do carro, a Fiat já demonstrou que investe pesado no marketing para construir “o valor da simplicidade” em torno do carro, a começar pelo mote da publicidade oficial: “O novo jeito de se mover pela cidade”, que na sequência do texto admite que “não é um carro novo, é um novo conceito de se movimentar” – como se houvesse de fato alguma novidade em ligar um carro e sair diri-gindo pelas ruas.

Para construir uma imagem “descola-da”, além das inserções publicitárias tradi-cionais, a Fiat já canalizou fartos recursos para comprar a opinião à venda de blo-gueiros, pagar a presença de famosos em eventos de lançamento e promoveu fes-tas chamadas de Mobi Party em diversas cidades.

ESTRATÉGIA É AGREGAR VALORVERSÃO BÁSICA DEVE REPRESENTAR MENOS DE 10% DAS VENDAS

P ara o diretor de desenvolvimento de produto Carlos Eugênio Dutra, a expectativa criada de que o novo carro teria preço de entrada inferior

a R$ 30 mil não deverá frustrar o consumidor. “Esse valor mais baixo poderia fazer algum sentido um ano atrás, não agora com a elevação dos custos”, diz. “Mesmo no caso do nosso carro mais barato, o Palio Fire (que representa 50% das vendas da linha Palio e vai continuar em linha), a versão mais barata não é a mais vendida. O consumidor entende que é mais vantajoso agregar valor e conforto ao produto que está comprando. A estratégia de focar esforços no que é mais barato está ultrapassada. Não queremos mais ser conhecidos como a marca mais barata, mas a que agrega mais valor”, completa.

Nesse sentido, a expectativa é que menos de 10% das vendas do Mobi sejam da espartana versão mais barata, a Easy. Logo acima, a Easy On deve obter de 10% a 15% da demanda. O grosso dos emplacamentos, 55%, deverá se concentrar nas versões intermediárias Like e Like On. A roupagem aventureira Way e Way On, com alguns elementos exclusivos de design, ficam com os 20% a 25% restantes. “Em tempos de crise não valem oportunismos que destroem valor, pois criam demandas insustentáveis. Participação de mercado é importante, mas não é a meta. O mais importante é manter o balanço positivo, ou não haverá ciclo de desenvolvimento de produtos nem plano de negócios que sobrevivam”, analisa Stefan Ketter, presidente da FCA América Latina.

FIAT investe pesado no marketing para construir o valor da simplicidade em torno do carro

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LANÇAMENTO | MOBI

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O Mobi é o segundo passo da renovação completa do portfólio da Fiat na Amé-

rica Latina, iniciada este ano pelas pontas da gama, na parte de cima com a picape Toro produzida em Pernambuco e embaixo com o novo subcompacto popular feito em Minas Gerais, ambos lançados entre feve-reiro e abril. “Agora vamos trabalhar no recheio desse nosso sanduíche”, promete Stefan Ketter, presidente da FCA América Latina. Segundo ele, o ritmo será de um lança-mento por semestre até 2018, com pro-dutos novos e foco também em aumen-tar as exportações.

“Queremos nos tornar uma base de exportação. Nossa política é de cons-truir um mercado de América Latina real, não só Argentina. A verdade é que nunca fizemos isso, costumamos exportar só para o país vizinho. O plano é ex-pandir esse horizonte para todos os países da região”, afirma Ketter.

Impulso adicional ao aumento da produção do Mobi em Betim (MG) deverá vir justamente das exporta-ções. A Fiat estima que elas poderão representar até 30% das vendas do modelo, algo entre 20 mil e 30 mil unidades por ano. “Muito além de ser mais um hatch em nossa linha, o Mobi traz valor ao portfólio e aumen-ta nossas possibilidades de exporta-ção. O carro é mais um fruto da en-genharia nacional da FCA, uma das poucas fabricantes no Brasil que têm

INVESTIMENTO FOI DE R$ 1,3 BILHÃO EM DOIS ANOSMETA É AMPLIAR PRODUÇÃO DO MOBI COM EXPORTAÇÕES PARA A AMÉRICA LATINA

essa capacidade de localização, com design e desenvolvimento próprios, independentes da matriz no exterior”, pondera Ketter.

O investimento total feito no pro-jeto do Mobi foi de R$ 1,3 bilhão ao longo dos dois últimos anos. Ketter nega enfaticamente que o lança-mento do carro tenha sido adiantado com o objetivo de estancar a perda de participação de mercado que a Fiat vem enfrentando. Era esperado

que o Mobi fosse lançado com um novo motor três-cilindros, que só deve ficar pronto no segundo semes-tre deste ano. “Muito pelo contrário, nós atrasamos o lançamento contra as expectativas da companhia, por-que queríamos fazer mais ajustes no projeto. Desde o início o modelo foi projetado para usar o motor 1.0 de quatro cilindros atual”, assegura. Apesar do envelhecimento do motor 1.0 da Fiat, o diretor de desenvolvi-mento Carlos Eugênio Dutra destaca que ele segue sendo uma solução econômica para o Mobi, que depen-dendo da versão é em torno de 60 a 70 quilos mais leve do que o Uno.

“Muitas vezes o motor corresponde só à metade do consumo energético do carro, é preciso levar em consi-deração outros fatores como peso, pneus e aerodinâmica”, explica. O Mobi ganhou selo A no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, com consumo urbano me-dido de 8,4 km/l (etanol) e 11,9 km/l (gasolina), e na estrada de 9,2 e 13,3 km/l, respectivamente. Os números são melhores do que os já obtidos

pelo Uno com a mes-ma motorização.

O acabamento do Mobi, embora sim-ples, é bastante acei-tável, não chega a ser indigente. Para uso urbano o carrinho é ágil e oferece con-dução confortável e suave, com embre-agem leve e trocas

macias de marcha. É um modelo ide-al para um casal.

Com entre-eixos de 2,3 metros, 7 centímetros mais curto do que o Uno, o espaço para pernas no banco traseiro fica comprometi-do. O porta-malas de 215 litros (ou 235 se o banco traseiro for colocado mais adiante) é bastante apertado, ainda menor do que os 280/290 li-tros oferecidos no Uno, mas uma divisória ajuda a separar melhor as compras. Para quem não levar pas-sageiros atrás, é possível rebater to-tal ou parcialmente o banco bipartido em um terço e dois terços.

Por fora, os designers da Fiat tra-taram de conferir traços robustos e marcantes ao Mobi, com faróis e lan-ternas grandes.

MOBI é fruto da engenharia nacional da FCA

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LANÇAMENTO | MOBI

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• A versão de entrada Easy (R$ 31,9 mil) vem pelada, com direção mecânica e nem sequer tem conta-giros no painel de instrumentos.

• Na sequência, o Easy On (R$ 35,8 mil) já tem ar-condicionado, direção hidráulica, regulagem de altura do volante e rodas aro 14. Não há opcionais.

• O Mobi Like (R$ 37,9 mil) tem o mesmo conteúdo do Easy On mais vidros e travas com acionamento elétrico, preparação para instalação de som, computador de bordo, chave com telecomando, limpador e desembaçador traseiro, maçanetas e retrovisores na cor da

AS SEIS VERSÕES DO MOBIA ALTERNATIVA MAIS BARATA VEM PELADA, COM DIREÇÃO MECÂNICA, E CUSTA R$ 31,9 MIL

C olocado à venda em seis versões desde meados de abril,

o Mobi mais barato segue o antigo nível de baixo conteúdo praticado em carros de entrada no mercado brasileiro.

A partir de junho, ainda sem preço definido, a Fiat vai oferecer como opcional nas versões Like e Way o Fiat Live On, conjunto de aplicativo e doca para o smartphone no centro do painel, que transforma o aparelho em uma central multimídia conectada ao carro, com controles no próprio celular e no volante multifuncional. É possível atender e fazer chamadas telefônicas,

tocar músicas gravadas ou por streaming, rádio FM, informações sobre calendário, horário e clima, além de rodar qualquer programa de navegação como Waze ou Google Maps. Também dá para ver no celular a localização do carro no estacionamento.

ACESSÓRIOSO proprietário de um Mobi também poderá equipar o carro com os acessórios Mopar na rede de concessionárias Fiat. São mais de 40 itens, como retrovisor com câmera de ré, alarme, central multimídia, protetor solar de para-

carroceria e abertura interna para tampa do porta-malas.

• O Like On (R$ 42,3 mil), sem opcionais, acrescenta rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, regulagem de altura do banco do motorista, retrovisores elétricos que abaixam sozinhos ao engatar a ré, sensor de estacionamento, alarme e rádio com comandos no volante.

• A versão com visual “aventureiro” Way (R$ 39,3 mil) traz todos os itens da Like e acrescenta barras longitudinais de teto, para-choques exclusivos e molduras nas caixas das rodas, além de suspensões elevadas. Assim como na versão Like, também é opcional o sistema de som.

• O topo de linha é o Mobi Way On (R$ 43,8 mil), com o mesmo

conteúdo do Like On e o visual do Way, mas com rodas de liga leve 14” diferenciadas e o console de teto com porta-objetos e espelho adicional.

brisa, porta-óculos, pedaleira esportiva, bagageiro de teto tubular, rede elástica para porta-malas, par de bolsas expansíveis, kit de malas, capa de tecido toalha para bancos, capa para transporte de animais e cinta para prancha de surfe, entre outros.

O Mobi tem garantia total de fábrica de três anos e o comprador poderá optar por pacotes de revisões programadas no momento da aquisição, podendo diluir os valores, se desejar, nas parcelas do financiamento. Também será oferecida garantia estendida de 12 ou 24 meses.

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PRÊMIO REI

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DO PRÊMIO REI 2016 E DÊ SEU VOTO

Os 65 cases finalistas da edição 2016 do Prêmio REI – Reconhe-cimento à Excelência e Inovação

estão descritos nas páginas seguintes e esta-rão recebendo o voto dos leitores da revista e da newsletter Automotive Business para a escolha final dos vencedores em 13 cate-gorias. Os finalistas foram selecionados por 22 jurados convidados por Automotive Bu-siness. É possível votar por meio das cédulas impressas encartadas na revista ou por meio de votação eletrônica, caso você seja leitor da newsletter diária. As cédulas trazem cinco candidatos, em cada uma das 13 categorias do Prêmio. Serão somados, para definição dos vencedores, também os votos com cédu-la impressa dos participantes do VII Fórum da Indústria Automobilística, do Workshop Indústria Automobilística 4.0 (2 de maio no

Milenium Centro de Convenções, em São Paulo) e do IV Fórum de RH (16 de maio no Milenium Centro de Convenções). O Prêmio REI, em sexta edição, reconhece as melhores iniciativas da indústria automobilística, sob o prisma da excelência e inovação, entre 1o de fevereiro de 2015 e 1o de fevereiro de 2016. A entrega dos troféus aos vencedores ocorrerá em junho. Os leitores de Automotive Busi-ness (newsletter e revista) podem participar diretamente da votação. Cada pessoa poderá fazer a votação eletrônica apenas uma vez. Os leitores da newsletter receberão um link no qual fornecerão seu e-mail e CPF para emissão de uma senha, que será enviada por e-mail com orientação para votar. Os leitores da revista receberão uma cédula (com senha impressa) que pode ser devolvida pelo cor-reio ou utilizada para votação on-line.

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JURADOS DO PRÊMIO REI

ÍNDICE

ALBERTO LIMENAProDeal

ANGELO MORINOConsultor

ARNALDO PELLIZZAROABI Consultoria

CARLOS CAMPOSPrime Action

DAVID WONGAT Kearney

FÁBIO PEAKE BRAGASAE Brasil

FLÁVIA PIOVACARIConsultora

FRANCISCO SATKUNASConsultor

FRANCISCO TRIVELLATOTrivellato Inform. & Estratégias

JEANNETTE GALBINSKISetec Consultoria

JULIAN SEMPLECarcon Automotive

LUIZ SÉRGIO ALVARENGASindirepa

MARCELO CIOFFIPWC

MARCOS AMATUCCIESPM

MÁRIO GUITTIIQA

MARTIN BODEWIGRoland Berger

MAURÍCIO MURAMOTOConsultor

MOACIR RICCIConsultor

PAULO CARDAMONEBright

PAULO GARBOSSAADK

RENATO ROMIOInstituto Mauá

VALTER PIERACCIANIPier

64 EMPRESA DO ANO

65 PROFISSIONAL DE MONTADORA

68 PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS

69 VEÍCULO LEVE

70 COMERCIAL PESADO

72 MARKETING E PROPAGANDA

74 MANUFATURA E LOGÍSTICA

76 ENGENHARIA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

77 SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

78 AUTOPEÇAS

79 POWERTRAIN

80 INSUMOS

82 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SOFTWARE

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PRÊMIO REI

EMPRESA DO ANO

BMWCONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO BEM-SUCEDIDA DA FÁBRICA EM ARAQUARI (SC) – Em outubro de 2015, a fábrica do BMW Group em Araquari iniciou a produção do Mini Countryman, quinto veí-culo a ser feito nesta unidade fabril, cumprindo com sucesso o ciclo definido para o lançamento de novos modelos

produzidos em solo nacional, que inclui ainda os veículos BMW Série 3, BMW Série 1, BMW X1 e BMW X3. Com uma área total de 1,5 milhão de metros quadrados, dos quais 500 mil metros quadrados são de área pavimentada, a fábrica do BMW Group é a 30ª unidade fabril da empresa no mundo, em 14 países. Ela contou com investimento de mais de 200 milhões de euros (cerca de R$ 800 milhões) e tem capacidade para produzir até 32 mil carros por ano.

FCALIDERANÇA E INVESTIMENTO NO BRASIL – A FCA – Fiat Chrysler Automobiles liderou as vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil em 2015. Contribuíram para esse resultado o 14º ano de liderança da marca Fiat e o relançamento da Jeep no País, com a chegada do Renegade. Em abril o grupo inaugurou sua mais moderna

fábrica no mundo, o Polo Automotivo Jeep de Pernambuco, em Goiana, com capacidade para 250 mil veículos por ano. Em Betim, novos robôs foram inseridos na linha de produção da fábrica da Fiat. A FCA também investiu para aumentar a produção de inteligência automotiva no Brasil, inaugurando o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva em Pernambuco e gerando 500 empregos nos próximos anos. Estes avanços fazem parte do maior ciclo de investimentos da FCA no Brasil, iniciado em 2013 e que prevê R$ 15 bilhões até o fim deste ano.

HONDACRESCIMENTO RECORDE EM 2015 – No ano em que completou 18 anos de produção no País, a Honda Automóveis do Brasil obteve recorde de vendas. Foram comercializadas 153.395 unidades dos modelos Civic, Fit, City, Accord, CR-V e HR-V. O total aponta para um crescimento de aproximadamente 11% no ano de 2015 em relação

ao anterior. Com isso, a Honda atingiu o mais alto market share no Brasil desde 1997, quando a marca iniciou a produção local: 6,7%. Atribui-se o sucesso da empresa em 2015, bastante difícil para o mercado de automóveis no Brasil, à estratégia de renovação do line-up e lançamento de novo segmento (com o HR-V), somada à trajetória de compromisso em oferecer, além de produtos da mais alta qualidade, excelência em serviços pós--vendas, com um pacote de soluções que envolve assistência técnica qualificada, garantia, peças de reposição e valor de revenda.

HYUNDAIANO DE CONQUISTAS DA HYUNDAI MOTOR BRASIL – A Hyundai Motor Brasil encerrou 2015 com o terceiro veículo mais vendido do País – o compacto HB20. Contabilizando os modelos hatch, aventureiro e sedã foram 163.674 unidades emplacadas. Com uma estratégia acertada de produção e vendas, a empresa manteve

sua operação na planta de Piracicaba (SP), com a manutenção dos três turnos e dos 2,7 mil colaboradores. Uma grande conquista da Hyundai foi a Diplomação de Boas Práticas em Trabalho Decente, concedida pela Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. Primeira montadora a receber a certificação no Brasil, a Hyundai atingiu e superou níveis estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho, agência da ONU, tornando-se a nona empresa no País a ser diplomada. A Hyundai celebrou em 2015 o aniversário de três anos do HB20 e a produção da unidade 500 mil, além de ter lançado no mercado sua primeira reestilização, com mudanças mecânicas e de design no modelo que revolucionou o segmento de compactos no Brasil.

MERCEDES-BENZ60 ANOS DE BRASIL – MOVENDO O FUTURO – No ano em que completa 60 anos, a Mercedes-Benz do Brasil construiu uma relação sólida com o País e os brasileiros. Nos últimos dois anos a empresa anunciou investi-mento de R$ 730 milhões para modernização e ampliação de suas fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de

Fora (MG), que produzem caminhões e ônibus. Com isso, o aporte chega a R$ 3,2 bilhões aplicados no período de 2010 a 2018 – o maior já realizado no segmento de veículos comerciais no Brasil. Na divisão de automóveis premium, a Mercedes-Benz investiu R$ 500 milhões na construção de sua nova fábrica em Iracemápolis (SP), de onde já sai o Classe C e sairá o GLA. Com a nova unidade, a Mercedes-Benz será a única empresa do setor automotivo a produzir na América Latina caminhões, ônibus, vans e automóveis.

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PROFISSIONAL DE MONTADORA

ISSAO MIZOGUCHIHONDA – Em 2014, Issao Mizoguchi foi o primeiro brasileiro a ser designado ao cargo de chefe de operações na Honda Motor Co. Ltd., no Japão, e assumiu também a posição de presidente da Honda South America. Em 2015, se-gundo ano de sua gestão, a Honda Automóveis, empresa integrante da holding, alcançou o mais alto market share de sua história no Brasil (6,7%) e, em um ano em que todas as empresas do setor automotivo sentiram as dificuldades do mercado, a fabricante bateu recorde de vendas e cresceu 11%. Além disso, a Moto Honda da Amazônia manteve sua liderança no setor de motocicletas com mais de 80% de market share em 2015. O executivo acredita que é possível enxergar boas oportunidades em momentos de instabilidade econômica. Para isso, é necessário atuar de acordo com as necessidades e realidade dos diferentes perfis de consumidores espalhados pelas cinco regiões do País.

JOERG HOFMANNAUDI DO BRASIL – A Audi saiu de um volume mensal de 500 unidades em 2013 para 1.400 (em média) em 2015, quase triplicando os emplacamentos. À frente da companhia no Brasil há pouco mais de dois anos está o alemão Joerg Hofmann, que levou a empresa da quarta colocação no ranking do mercado premium em 2013 para a primeira em 2015, com 17.541 unidades emplacadas no ano, um recorde para a montadora. Os resultados refletem a nova estratégia para a atuação da empresa no País, com diferentes frentes de investimentos. A estratégia levou a Audi a uma “nova era”, que também envolve a mudança de cultura da empresa no Brasil, com valores concentrados nos pilares de desempenho, relacionamento e identificação com a marca. O novo escritório, o crescimento em número de colaboradores no País, o incentivo à inovação e à saúde e bem-estar dos colaboradores, à maior integração de equipes, ao fortalecimento da cultura Audi também estão entre os esforços de gestão da presidência que refletem no novo momento da empresa.

PHILIPP SCHIEMERMERCEDES-BENZ – Há três anos como presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, Philipp Schiemer trouxe importantes novidades para o mercado brasileiro. Entre as iniciativas estão o lançamento de 40 inovações no portfólio de caminhões, o aumento da participação dos ônibus da marca em projetos de mobilidade urbana e a ampliação da oferta de serviços de pós-venda com foco nas necessidades dos clientes. Schiemer anun-ciou, ainda, em apenas um ano e meio de sua gestão, importantes investimentos para o setor de veículos comerciais, como também a construção da fábrica de automóveis premium em Iracemápolis (SP), já inaugurada. Os resultados mostram que, sob seu comando, a Mercedes-Benz liderou as vendas de veículos comerciais no Brasil, com quase 33 mil caminhões, ônibus e vans comercializados em 2015. No segmento de automóveis premium, a empresa bateu re-corde de vendas também em 2015, atingindo mais de 17 mil unidades, volume 47% maior que o registrado em 2014.

ROBERTO CORTESMAN – Em 2015, Roberto Cortes conduziu de forma exemplar os negócios da MAN Latin America, com uma postura positiva diante das adversidades, mas também enérgica para reações rápidas e eficazes. O resultado se vê em números: 19 lançamentos e crescimento na participação de mercado de caminhões (no qual é líder pelo 13º ano consecutivo) e também nos resultados de pós-venda e exportações. Em 2015, os feitos da gestão de Cortes consoli-daram a importância da empresa nos negócios mundiais de caminhões e ônibus do Grupo Volkswagen, que ganhou ainda mais projeção com a criação da holding Volkswagen Truck & Bus GmbH. A marca Volkswagen Caminhões e Ônibus, que nasceu no Brasil, tem hoje a mesma importância das demais do grupo e, desde julho deste ano, através de Roberto Cortes, garantiu um assento no board mundial da holding de caminhões e ônibus do grupo.

STEFAN KETTERFCA – Presidente da FCA para a América Latina desde novembro de 2015, Stefan Ketter é também vice-presidente mundial de manufatura do grupo. Em 2013 mudou-se para o Brasil a fim de liderar a implantação do Polo Automotivo Jeep em Goiana (PE), inaugurado em abril de 2015. O Polo Automotivo Jeep é a unidade mais moderna da Fiat Chrys-ler Automobiles (FCA) no mundo, com aporte total superior a R$ 7 bilhões e capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. A trajetória de Ketter na Fiat SpA começou em 2004, quando assumiu a área de qualidade. Em 2005 passou ao comando da área de manufatura. No ano seguinte passou a gerir a implementação do sistema de produção World Class Manufacturing no grupo. Em 2008, Ketter se tornou vice-presidente mundial de manufatura e membro do Group Executive Council, a máxima instância executiva global da FCA. Ketter comandou a reorganização das fábricas da Fiat na Itália e da Chrysler nos Estados Unidos, após a aquisição da empresa pela Fiat, e coordenou o projeto, construção e instalação das novas fábricas do grupo em outras regiões do mundo.

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PRÊMIO REI

PROFISSIONAL DE AUTOPEÇAS

DELFIM CALIXTOBOSCH – Delfim Calixto está no Grupo Bosch desde 1989 e teve a carreira desenvolvida no aftermarket, ocupan-do cargos na Alemanha, Argentina, México e Brasil. Há quatro anos é o presidente regional da divisão Automotive Aftermarket da Bosch América Latina. É conhecido pelo excelente relacionamento com clientes, distribuidores e co-laboradores, mas fatos e números endossam sua atuação no grupo: a divisão Aftermarket na América Latina cresceu cerca de 7% ao ano nos últimos três anos. O Centro de Distribuição da Bosch, em Louveira (SP), é um exemplo de eficiência. Desde que a Bosch reassumiu sua operação, em 2013, conseguiu obter um ganho de 7% de produtividade, além da redução de 6% nos custos com equipamentos e mão de obra. Atualmente, o índice de satisfação dos clientes com entregas é de 95%. A empresa pretende ainda ampliar a presença no Brasil, dobrando sua rede de oficinas de 5 mil para 10 mil nos próximos seis anos. Se este número se concretizar, cerca de 25% de toda a rede independente de reparação de veículos será credenciada pela Bosch.

LOURENÇO ORICCHIOSABÓ – Diretor-geral da Sabó Américas, Lourenço Agnello Oricchio Junior destacou-se por preservar e estimular o diferencial tecnológico da Sabó, concorrendo e competindo com grandes players mundiais do setor. Coordenou o forne-cimento das juntas alumínio x borracha (nanotecnologia) para as principais fábricas mundiais de transmissões da GM e o desenvolvimento e fornecimento da tecnologia Friction Reduction, com melhor eficiência na vedação dos retentores e sistemas de vedação. O processo, desenvolvido junto à Cummins Indiana (USA) e Inglaterra, foi eleito a melhor solução de vedação no ano de 2015. Lourenço estimulou um processo fabril de alta tecnologia e automação, competitivo, robus-to, com eliminação dos desperdícios. O diferencial tecnológico faz com que a Sabó seja uma das grandes exportadoras brasileiras no setor de autopeças, com vendas para mais de 40 países. A Sabó tem uma marca forte e presença no mercado de aftermarket. Lourenço Oricchio é membro dos Conselhos do Sindipeças e SAE Brasil.

MARCO RANGELFPT INDUSTRIAL – Após assumir a presidência da FPT Industrial, em junho de 2015, Marco Aurélio Rangel tem sido o responsável por importantes marcos na história da empresa na América Latina. Entre as conquistas estão a ampliação da produção de motores para geração de energia para a unidade em Córdoba (Argentina), integrando-a à linha de produção em Sete Lagoas (MG); ampliação do contrato de fornecimento para a Modasa, que anteriormente era apenas para motores GNV, incluindo motores G-Drive; fornecimento de motores para os primeiros tratores agrí-colas da Landini fabricados no Brasil; início da produção de motores Euro V na unidade de Córdoba para atender o mercado argentino; homologação de 21 novas versões de motores destinadas ao segmento agrícola e de construção, em conformidade com a legislação MAR-I, com o objetivo de validar o total de 49 versões ainda em 2016.

PAULO BUTORISINDIPEÇAS – O engenheiro Paulo Butori foi presidente, várias vezes reeleito, do Sindipeças e da Abipeças. Durante sua gestão, mudanças profundas foram experimentadas pelo setor de autopeças, que se desnacionalizou e passou a enfrentar a concorrência internacional de mercados maiores e economicamente mais poderosos. Com inteligência de líder e experiência de empresário “muito nacional”, como gosta de brincar, num contraponto a “multi-nacional”, ajudou as empresas associadas de médio e pequeno portes a atravessar duras transformações e mostrou aos fabricantes de capital estrangeiro que era necessário trabalhar pelo fortalecimento de toda a cadeia. “O gigante não fica em pé se seus pés de barro estiverem quebrados.” Os “pés de barro” a que Butori se refere são as empresas de segundo e terceiro níveis na produção de autopeças. Paulo Butori conseguiu manter os associados do Sindipeças sempre unidos, projetou o setor e concluiu seu mandato em março deste ano.

WILSON BRICIOZF – Mesmo diante da crise econômica que se instalou no Brasil, Wilson Bricio, presidente da ZF América do Sul, colocou em prática duas importantes ações, na contramão do movimento do mercado. Devido à demanda por con-teúdo local, a ZF nacionalizou em 2015 duas linhas de eixos para o segmento de construção, com produção instalada em Sorocaba (SP). A linha de eixos Multisteer MS-B 3000 é destinada para altos carregamentos em retroescavadeiras, enquanto a linha MT-B 3000 é voltada para aplicação em retroescavadeiras de design tradicional, com eixo traseiro rígido. Já o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores visa a elevar a qualidade dos processos industriais na ca-deia automotiva e aumentar a competitividade dos fornecedores. O PDF ZF, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi da Confederação Nacional da Indústria, capacita o desenvolvimento de 25 parceiros por meio dos módulos Financeiro e de Produção (realizado por profissionais da ZF), ambos com recursos oriundos da própria ZF.

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VEÍCULO LEVE

BMW X3 (NACIONAL)O utilitário esportivo da BMW ganhou uma versão nacional em tudo parecida com a importada da Alemanha. O modelo é oferecido em três versões: xDrive20i, com motor 2.0 turbo de 184 cv, a xDrive20i X-Line, com a mesma motorização, mas mais equi-pamentos de série, e a xDrive35i M Sport, com motor 3.0 de seis cilindros em linha, turbinado, com 306 cv. A transmissão é automática de oito marchas.

FORD FOCUS FASTBACKA reestilização do Focus, agora com a chamada “dianteira Aston Martin”, por conta da abertura frontal semelhante a uma boca enorme, chegou ao sedã com uma proposta a mais. Segundo a Ford, era preciso apresentar o carro por suas qualidades dinâmi-cas, diferentes daquelas dos sedãs concorrentes. Daí o nome Fastback. Além da nova aparência, o carro recebeu reforços estruturais e melhorias na suspensão traseira e assistência elétrica.

HONDA HR-VConstruído sobre a mesma plataforma do Fit, o HR-V foi um dos poucos modelos que não puderam se queixar de 2015. O que a Honda produziu foi vendido e chegou a haver fila de espera pelo SUV compacto. Considerado um dos modelos mais seguros do Brasil, após testes realizados pelo Latin NCAP, o HR-V usa o mesmo motor 1.8 do Honda Civic de entrada, que rende 140 cv e vem conjugado a um câmbio manual de cinco marchas ou a uma transmissão automática CVT.

JEEP RENEGADEOutro sucesso de vendas em um ano sem muitos acontecimentos para celebrar, o Jeep Renegade foi o carro mais seguro do Brasil por um breve período, enquanto o HR-V não foi testado pelo Latin NCAP. Construído sobre a plataforma SUSW, o Renegade é o único SUV compacto com motor diesel, um 2.0 MultiJet de 170 cv. Outra inovação é seu câmbio automático, de nove marchas. A opção de entrada é um 1.8 flex de 132 cv com transmissão manual de cinco marchas ou automática de seis.

VW UP! TSIO Up! não é o primeiro 1.0 sobrealimentado do mercado brasileiro, tendo sido antece-dido pelo Gol Turbo e pelo Ford Fiesta SuperCharger, mas chega em momento mais propício, com um mercado consumidor mais maduro para a ideia de downsizing. Tanto que a Volkswagen nem precisou apelar para o marketing de esportividade para que o carro se tornasse objeto de desejo. Com 105 cv no etanol, o motorzinho de três cilin-dros rende muito bem e ainda é econômico.

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PRÊMIO REI

COMERCIAL PESADO

DAF CAMINHÕESCF AMPLIA PORTFÓLIO NO BRASIL E OFERECE FINAME – O maior mercado dentro do segmento de pesados ganha um competidor consagrado na Europa, o CF85. O caminhão, voltado a transporte de curtas e médias distâncias, é produzido na fábrica da companhia em Ponta Grossa, no Paraná, e oferecido em cavalo mecânico nas versões 4x2 e 6x2, equipadas com o motor Paccar MX 12.9 litros, capaz de gerar potência de 360 cv ou 410 cv, além de duas opções de cabine, a Sleeper e a Space Cab. O modelo atinge também índice de nacionalização que o habilita para o Finame. O CF85 também se destaca pela robustez aliada ao conforto. O projeto brasileiro do caminhão conta com chassis reforçados e suspensão totalmente balanceada para as condições de uso nas estradas do País. O modelo tem ótimo desempenho com carreta de três eixos, vanderleia ou LS (2+1).

IVECOCHASSI DESTACA-SE POR BAIXO CUSTO OPERACIONAL – Desenvolvido e fabricado no complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG), o chassi 170S28, consolidado no mercado brasileiro em 2015, tornou-se um trunfo da fabricante para atender o segmento de 17 toneladas, o maior no País. Nas versões urbana e fretamento, o veículo tem ponto forte no baixo custo operacional. O motor é o modelo N67, de seis cilindros em linha. O propulsor de 6,7 litros, com sistema SCR, atende as normas do Proconve-P7, com potência máxima de 280 cv. O torque chega a 950 Nm. A curva plana de torque e a grande disponibilidade de força em baixas rotações garantem economia de combustível e conforto para o motorista, evitando constantes trocas de marcha. O motor foi produzido em parceria com a FPT Industrial. Além do baixo consumo de combustível, outra vantagem da rotação baixa é a redução das per-das de componentes internos do motor, obtida com a diminuição do atrito entre as peças. O chassi é a nova escolha dos principais operadores de transporte de passageiros do Brasil por oferecer uma alternativa que garante eficiência e resistência extra.

MAN LATIN AMERICAPERFORMANCE E CAPACIDADE DE CARGA DESTACAM CONSTELLATION 30.330 V-TRONIC – As novas demandas do mercado brasileiro para veículos comerciais, como a lei do descanso do motorista, geraram uma modificação no perfil do segmento. Observando a demanda por veículos com performance superior e maior capacidade de carga transportada, a MAN Latin America lançou o Constellation 30.330 V-Tronic, uma versão 8x2 com PBT de 29.000 kg. Ou seja, o veículo proporciona a opção de transportar mais carga em uma única viagem, minimizando os custos operacionais. Outro item que vem para somar à melhor relação custo-benefício, com maior conforto e segurança, é a transmissão automatizada V-Tronic.

MERCEDES-BENZ DO BRASILNOVO CAVALO MECÂNICO ACTROS DE 510 CV E CÂMBIO AUTOMATIZADO – O cavalo mecânico Actros, já com acesso a 100% do Finame, inicia 2016 fazendo mais sucesso no mercado brasileiro de cami-nhões. Os veículos passam a oferecer o novo motor nacional OM 460 de 13 litros com potência de até 510 cv, câmbio automatizado otimizado para as condições das estradas brasileiras, eixos sem redução nos cubos e freios a tambor, tudo para incrementar a produtividade e reduzir o consumo de combustível e o custo de manutenção do veículo. Os novos tanques de alumínio de 1.080 litros, que garantem a maior autonomia do mercado, e o novo modelo com suspensão metálica asseguram que o veículo esteja preparado para qualquer tipo de aplicação. O conforto do motorista também foi priorizado com a introdução de uma nova cama, climatizador e um novo painel totalmente interativo.

SCANIACAVALO MECÂNICO RODOVIÁRIO 8X2 ORIGINAL DE FÁBRICA – No início de 2011 entrou em vigor a resolução do Contran 210/211, que definiu a obrigatoriedade de tração dupla, tipo 6x4, para as combinações cujo peso bruto total combinado fosse superior ou igual a 57 toneladas. A lei teve forte reflexo em alguns modais de transporte, principalmente na combinação cavalo mecânico mais bitrem, antes tracionada por veículo 6x2. A conse-quência mais impactante no dia a dia do transportador foi o maior investimento para adquirir veículos 6x4. A Scania e a transportadora G10, de Maringá (PR), se uniram para desenvolver uma solução mais rentável e surgiu o cavalo mecânico 8x2. Em cinco meses esse novo caminhão atingiu o objetivo de ser o responsável por 15% das vendas entre os rodoviários da Scania. O cavalo mecânico 8x2 permite o aumento de capacidade de carga em comparação com o 6x2 com “vanderleia”. Na comparação com bitrem, reduz o investimento inicial, o custo operacional, o consumo de diesel e de pneus nas operações carregado/vazio e o custo na compra do implemento.

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PRÊMIO REI

MARKETING E PROPAGANDA

FCARELANÇAMENTO DA MARCA JEEP NO BRASIL – Para relançar a marca Jeep no País, a FCA deu início no Salão do Automóvel de 2014 a um planejamento de ações integradas de comunicação. A estratégia foi criar uma campanha utilizando paisagens e músicas brasileiras para retomar a identificação do País com a marca. O primeiro

filme, chamado Poema, teve mais de 1,2 milhão de visualizações no YouTube. Em fevereiro de 2015 foi lançado o filme Nome, com versões de 1 minuto (3,4 milhões de visualizações no YouTube) e 30 segundos (quase 7 milhões de visualizações). Um aplicativo foi oferecido nas redes sociais para que cada pessoa pudesse fazer o próprio filme. Em março entrou no ar a campanha My Brazil (7,8 milhões de visualizações). Pela primeira vez no País uma marca automotiva ficou entre os três vídeos mais assistidos no YouTube. A campanha chegou ao ápice com os eventos de lançamento do Renegade, no fim de março, e da inauguração do Polo Automotivo Jeep, no fim de abril. O resultado pode ser visto nos dois meses seguintes, quando todas as unidades do Renegade que chegaram às lojas foram vendidas.

GKNVALORIZAÇÃO DA MARCA POR PROGRAMAS ESTUDANTIS – A participação da GKN nos projetos de Baja e Fórmula, promovidos pelas escolas de engenharia, aumentou substancialmente nos últimos anos. A GKN en-controu nesse projeto um meio para: a) apoiar um público que tem tudo a ver com a essência da empresa; b) contribuir

com o desenvolvimento da engenharia local pelo apoio técnico às equipes; c) oferecer oportunidades de carreira para esses jovens; d) proporcionar o conhecimento de um ambiente fabril com visitas dos estudantes. Por meio desse apoio, que consiste na doação de semieixos e apoio técnico da engenharia da empresa, esses jovens se tornaram embaixadores da marca GKN. A marca GKN, amplamente divulgada nos materiais promocionais das equipes, incluindo mídias e redes sociais, já vai além das fronteiras das escolas de engenharia e do Brasil. A maioria das equipes vencedoras das competições do SAE em 2015 tem o apoio da GKN. A GKN patrocina 41 equipes distribuídas em nove Estados do Brasil. O número de equipes em espera por um patrocínio é de mais de 70 em todas as regiões do País. O projeto no Brasil é benchmarking para outras unidades da GKN no mundo.

HONDAHR-V, A REVOLUÇÃO NA SUA GARAGEM – “Chegou o Honda HR-V, a revolução na sua garagem”. Com esse mote, a Honda lançou a campanha publicitária do HR-V, em parceria com a agência F/Nazca Saatchi & Saatchi, retratando o posicionamento inovador e a revolução positiva que o modelo representa para o segmento de SUVs no

Brasil. O grande destaque, considerado a alma da campanha, foi o filme produzido para TV, com versões de 60” e 30”, além de versões exclusivas para a plataforma digital. O vídeo mostra como revoluções históricas alteraram o curso da humanidade. Toda a produção foi realizada no Brasil, reproduzindo cenas históricas em um minucioso trabalho de reconstituição de época. Até uma trilha sonora exclusiva foi criada para o comercial. O HR-V passa pelo cenário da Revolução Francesa, por Woodstock, a queda do muro de Berlim, o comício de Martin Luther King em Washington, terminando com a chegada do homem à Lua. Inspirado por todos esses acontecimentos que trouxeram mudanças positivas e inovações para a humanidade, o HR-V chegou para ser a revolução na sua garagem.

HYUNDAI MOTOR2015: O ANO DA SUPERAÇÃO – Foram quatro os principais desafios: 1) aproximar-se mais dos brasileiros; 2) manter as vendas num cenário econômico difícil; 3) aumentar a satisfação dos clientes e manter o HB20 como o carro mais desejado do Brasil; e 4) preparar o lançamento do novo HB20. Começamos com um poderoso conceito:

“HB20. A escolha mais fácil da sua vida”. Transformamos o Before Service Day num evento nacional de vendas e desenvolvemos o Test Drive Mega Premiado. Para o lançamento do novo HB20, a Hyundai “fez diferente para fazer a diferença”, com uma estratégia em quatro fases: 1) celebração de 500 mil unidades vendidas com um ano adicional de garantia; 2) retrospectiva da história de sucesso do HB20 e anúncio dos patrocínios do Cristo Redentor e de quatro atletas olímpicos brasileiros; 3) teaser: inovou com uma inédita experiência screen 2 screen; 4) lançamento: evento para a rede com test drive, apresentação do filme da campanha e o novo programa de fidelidade Hyundai Sempre. Após um mês, lançou o HB20X com uma abordagem radical em um inédito vídeo interativo em 360º, e o HB20S. A Hyundai atingiu 6 milhões de fãs no facebook e conquistou a primeira posição no Google Search. Obteve 11,2% de share no segmento B e o quinto lugar no ranking. Em 2015, reforçou o fato de que a Hyundai entende necessidades e sonhos brasileiros.

MITSUBISHI MOTORSNEW OUTLANDER 2016 - O MUNDO VAI TER QUE SE PREPARAR PARA TANTA TECNO-LOGIA – A campanha publicitária do New Outlander 2016 foi veiculada nos principais veículos de comunicação do

País. Com a assinatura “New Outlander. O mundo vai ter que se preparar para tanta tecnologia”, as peças exploram o conceito do topo do universo tecnológico. Para alcançar esse resultado grandioso e mostrar que o New Outlander foi ainda mais longe no que diz respeito a tecnologia e inovação, mais de 150 profissionais estiveram envolvidos em 45 dias de pré-produção, dois dias de gravação e quase 15 dias para finalizar todos os efeitos especiais e imagens em 3D. As gravações foram realizadas em três diferentes locações: Campo de Marte (São Paulo), Cenforpe (São Bernardo do Campo) e Ubatumirim (São Paulo).

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MANUFATURA E LOGÍSTICA

CNH INDUSTRIALGESTÃO ANTECIPADA COM MINIMOCK-UP 3D E SIMULAÇÕES – Em minimock-up 3D de uma linha de montagem de cabines de colheitadeira e simulação do layout, método e MO, a empresa conseguiu de forma antecipada avaliar problemas relacionados a ergonomia na atuação dos trabalhadores, possíveis riscos envolvendo

condições inseguras, reduzir custos operacionais, otimização das atividades logísticas, detalhamento de todos os grupos funcionais do equipamento. A perfeita integração entre o produto e a manufatura possibilitou a projeção de energia elétrica gerada. Esses conceitos possibilitaram melhor integração entre os engenheiros de manufatura, industriais e de manutenção, além dos operadores de montagem e manutentores mecânicos e elétricos, incluindo os gestores da empresa. O foco do projeto foi explorar e garantir os conceitos de lessons learn em todos as fases do design review como forma de garantir o front loading e adequado vertical start-up, evitando gastos reais e gerando cost avoidance. Esse projeto concedeu o Prêmio Inovação 2015 das Plantas CNH da América Latina, concorrendo com 11 fábricas.

FCA40 ANOS DA PLANTA DA FIAT – A fábrica da Fiat em Betim, MG, completa, em 9 de julho, 40 anos. A data vem coroar um intenso processo de modernização da planta, considerada a segunda maior do mundo em capacidade produtiva e a primeira da América Latina. Os investimentos são de R$ 7 bilhões entre 2010 e 2016. Modernizar-se sem

interromper a produção de 16 modelos em quatro linhas de montagem fez a FCA desenvolver know-how para realizar simultaneamente grandes mudanças de processos, incorporação de novas tecnologias e um robusto programa para desenvolvimento de pessoas. Robôs estão sendo inseridos na linha de pro-dução, trazendo tecnologia de ponta e mais precisão. O número de robôs passou de 238 em 2013 para quase mil em 2016. A fábrica terá novo prédio para pintura, com equipamentos modernos e mais produtivos e início de operação em 2016. A pintura vai acontecer ao longo dos quatro andares, que totalizam 88 mil m2. Outro desafio foi fazer da fábrica uma referência em gestão ambiental, alcançado com o “Aterro Zero” o pioneirismo na ISO 50001 (eficiência energética) e o recorde de 99,4% de reúso de água.

MAN LATIN AMERICASMART FEEDING – O Smart Feeding, novo conceito de abastecimento de peças na linha de produção, consiste em um dispositivo móvel que leva as peças do estoque necessárias para o uso do posto de trabalho, onde o reabasteci-mento ocorre uma vez por turno. Com o novo processo, os abastecimentos são realizados por dispositivos móveis em que

a reposição das peças no estoque é realizada sem o transbordo sistêmico e a reposição da linha é feita mediante janelas de abastecimento, eliminando excessos na borda de linha. Entre os principais ganhos estão as eliminações do transbordo sistêmico e de equipamentos para impressão. Destaca-se ainda a redução no tempo de abastecimento, a do material em processo (WIP). Outra melhoria relevante é a liberação de 80% da área na borda de linha (fator crítico no Consórcio Modular).

PSA PEUGEOT CITROËNNOVA LOGÍSTICA TRAZ UMA REVOLUÇÃO NOS FLUXOS E PROCESSOS – Uma nova forma de logística interna e externa foi desenvolvida para a fábrica da PSA em Porto Real. Diante da necessidade de aumen-tar sua eficiência para receber projetos de novos veículos, foi implantada uma logística capaz de gerar espaços livres, reduzir

estoques e aumentar a taxa de serviço por parte dos fornecedores das peças. A mudança nos fluxos logísticos levou a uma economia de g 5 milhões, especialmente em 2015. A transformação começou com o mapeamento do fuxo de valor, que permitiu reduzir os espaços logísticos e os estoques em cerca de 30%. Em paralelo foi implantado um sistema just in time em que a programação é feita com cinco a seis dias de antecedência, sendo as peças entregues hora a hora, diretamente nos supermercados internos. As peças chegam às linhas de montagem em trens e em embalagens marcadas com a data e hora da necessidade do consumo. A taxa de serviço dos fornecedores subiu de 85% para 97%, gerando uma redução significativa do custo de transporte das mer-cadorias. A revolução logística ajuda a empresa a reduzir seus custos e, consequentemente, a oferecer produtos ainda mais competitivos para seus clientes.

ZFPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES – Para elevar a qualidade dos pro-cessos industriais na cadeia automotiva e alavancar a competitividade dos fornecedores, a ZF criou o Programa de Desen-volvimento de Fornecedores da ZF (PDF ZF). O programa capacita e estimula o desenvolvimento de aproximadamente 25 parceiros estratégicos das categorias Tier 2 (empresas que fornecem produtos e serviços para a ZF) e Tier 3 (que fornecem

para os fornecedores Tier 2). A iniciativa aconteceu após a ZF aderir ao Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Automotivos criado pelo MDIC no fim de 2014. Porém, devido à crise econômica e política, os recursos foram temporariamente suspensos. Mesmo assim, os planos da ZF se mantiveram e a empresa, de maneira independente e em parceria com o IEL (Instituto Euvaldo Lodi, da CNI – Confederação Nacional da Indústria), deu início ao programa próprio. O PDF ZF é composto por dois módulos: o Financeiro (realizado por profissionais da IEL) e o de Produção (realizado por colaboradores da ZF), ambos com recursos oriundos da própria ZF.

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ENGENHARIA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

AXALTA COATING SYSTEMSPINTURA ALTOS SÓLIDOS FORD BRASIL – Esta tecnologia é muito conhecida nos Estados Unidos e Europa, mas era pouco difundida no Brasil, sendo a Ford a primeira a implementá-la. A tecnologia de tinta de altos sólidos traz benefícios como a redução do conteúdo de orgânicos Voláteis (VOC), melhora as métricas de qualidade,

trazendo vantagens para absolutamente todas as partes do processo, de economias monetárias a ambientais. Com maior concentração de sólidos por litro, as tintas apresentam maior rendimento, sendo necessária menor quantidade para a pintura de um veículo, o que implica mais eficiência, aumento de produtividade e redução de custos. O processo de pintura fica 20% mais rápido e economiza 60% de produto se comparado à categoria de pintura médios sólidos. A implementação da tecnologia requer baixos investimentos de maquinário, com troca e inclusão de alguns equipamentos e de treinamento de equipe. A tecnologia de altos sólidos tem benefícios como baixa emissão de VOC e redução de resíduos.

BORGWARNERPRIMEIRO TURBO PARA CARRO DE PASSEIO FLEX NO BRASIL – A BorgWarner foi, em 2015, a grande responsável pelo fornecimento do primeiro turbocompressor para carros de passeio flex fabricado no Brasil. O componente melhora o desempenho do motor, reduzindo o consumo de combustível e emissões de poluentes,

auxiliando as montadoras a atender os requisitos estabelecidos pelo Inovar-Auto. Projetado para propulsores de 0,8 até 1,6 litro, o novo turbo flex da BorgWarner estreou no mercado na nova versão do VW Up!. Caracterizado pelo seu projeto compacto para aplicações em carros de passeio, o tur-bocompressor BorgWarner inclui ainda um rotor de compressor de alumínio fresado, sistema de mancais otimizado e válvula de descarga controlada por atuador elétrico, com características avançadas de redução de ruído. A empresa já está desenvolvendo novos projetos com outras montadoras para que, em breve, mais modelos com essa tecnologia estejam disponíveis, configurando o downsizing como uma grande tendência.

DELPHINOVAS SOLUÇÕES DE CONECTIVIDADE AUTOMOTIVA PARA O MERCADO BRASILEIRO – A conectividade passou a ser uma exigência dos consumidores e a Delphi trabalha para acompanhar essa demanda.

Em 2015 a sistemista trouxe ao Brasil sua nova linha de produtos Delphi Data Connectivity, que reforça o portfólio de conectividade com novas entradas USB, que podem ser adaptadas no painel do veículo. O produto apresenta capacidade máxima de carregadores e transferências de dados e possui um design moderno, iluminação por LED e é certificado por todas as montadoras. A empresa também trabalha no desenvolvimento de carregadores sem fio para celulares, ativados automaticamente, iniciando o carregamento assim que o aparelho entra no raio de alcance do equipamento, que utiliza um campo magnético para transmitir energia, eliminando cabos e adaptadores. O carregador tem capacidade compatível com a versão convencional com fio e pode carregar completamente um dispositivo, estendendo a vida útil da bateria.

MAGNETI MARELLI POWERTRAINPRIMEIRO LABORATÓRIO PARA ANÁLISE DE EMISSÕES DE VEÍCULOS HÍBRIDOS E 4X4 – A Magneti Marelli demostra a sua preocupação com a inovação e com a oferta de soluções pioneiras aos seus clientes

ao anunciar novidades relacionadas ao Centro Tecnológico instalado na unidade Powertrain, em Hortolândia (SP). O espaço, que já contava com laboratórios de emissões (veículos e motos) e de motores, recebe agora espaço de 618 m² para aumentar a capacidade de atendimento no que diz respeito aos veículos 4x4 e híbridos, tornando-se o primeiro da América Latina a atender esse tipo de especificidade. A iniciativa busca atender as legislações nacionais e internacionais. O investimento no novo laboratório foi de R$ 16 milhões. O novo espaço conta com tecnologia de última geração, constituído de analisadores, sistemas de amostragem e dinamômetros de chassis para atender o desenvolvimento de programas como os de transportes híbridos, além de outras fontes de matriz energética, em veículos de até 5,4 toneladas. Desde 2010 a empresa vem investindo na atualização tecnológica dos laboratórios para ensaios de veículos e motores e na implementação do laboratório para motos.

NEW HOLLAND AGRICULTUREFORRAGEIRA COMPROVA BOM RENDIMENTO NA COLHEITA DE PLANTAÇÕES ENER-GÉTICAS DE EUCALIPTO – A New Holland ampliou a área de atuação de suas forrageiras para o mercado

florestal. O modelo FR600 passa a ser equipado com um novo conceito de plataforma chamado FB130. Com uma visão clara das novas demandas de biomassa e se posicionando como empresa líder em desenvolvimento de projetos para produção de energia limpa, a New Holland criou esse conjunto para produção de cavacos, mas também para realizar a remoção de árvores plantadas num sistema adensado e de ciclo curto, ou seja, meio metro entre plantas e três metros entre linhas, com ciclo curto de produção (em média três anos) e com restrição máxima de diâmetro de árvore em 18 centímetros na base. Em parceria com a Unesp de Botucatu (SP) foi possível comprovar seu alto rendimento e apresentar ao mercado o primeiro modelo de máquina capaz de cortar, recolher, picar e distribuir os cavacos sobre o transbordo em um mesmo equipamento.

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SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CUMMINS BRASILDE GOTA EM GOTA – Em decorrência da crise hídrica, os engenheiros da Cummins desenvolveram protótipos de cisternas para captação da água da chuva, distribuídas em 50 casas da comunidade de Guarulhos (SP), onde a empresa está instalada, com capacidade de armazenamento de 200 litros. O projeto De Gota em Gota teve 166 voluntários que dedicaram um total de 620 horas trabalhadas. Em três meses de operação o projeto gerou uma economia de 100 mil litros de água. Para este ano, o projeto prevê a distribuição de mais 450 cisternas. Todo o processo de desenvolvimento foi criteriosamente analisado, sendo implantados filtros sobre os reservatórios e nas saídas das tubulações, para impedir a entrada de sujeira e insetos, além de um depósito para a pastilha de cloro. Esta água de reúso é

utilizada pela comunidade em vários tipos de atividades domésticas.

FCACOOPERÁRVORE: EMPODERAMENTO FEMININO – As mulheres da região do Jardim Teresópolis, em Betim (MG), sempre estiveram inseridas em um contexto econômico ligado ao setor industrial. Apesar disso, possuíam poucas chances de emprego. Para superar isso foi criada em 2006 uma cooperativa no âmbito do Árvore da Vida, programa social da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em parceria com as ONGs AVSI Brasil e CDM: a Cooperárvore. Com refugos doados pela FCA e parceiros, como aparas de cinto de segurança e tecidos automotivos, as cooperadas inovam e criam produtos que são sucesso de vendas, como bolsas e malas. Desde 2006, a cooperativa já reutilizou cerca de 25 toneladas de materiais e faz parte do projeto Aterro Zero. Em dez anos, a Cooperárvore comercializou 233 mil produtos, 14 mil apenas em 2015. As vendas crescentes resultam no aumento da renda das artesãs. A cooperativa teve sua importância reconhecida pela União Europeia, que firmou convênio para aumentar o faturamento e ampliar o atendimento

psicológico para mulheres da região.

HONDAREDUÇÃO NAS EMISSÕES DE CO2 SUPERA 7 MIL TONELADAS – O parque eólico da Honda Energy do Brasil, em Xangri-Lá (RS), gerou em 2015 mais de 60.000 MW e permitiu a redução de 7.475 mil toneladas de CO2 emitidas no meio ambiente, o que representa 30% do total gerado pela fábrica da Honda Automóveis localizada em Sumaré, interior de São Paulo. Inaugurado em 2014, o primeiro parque eólico da empresa, pioneiro no setor automotivo nacional e no grupo Honda no mundo, produziu energia suficiente para atender toda a demanda de energia elétrica da fábrica da Honda Automóveis em Sumaré, que tem capacidade produtiva

anual de 120 mil carros.

PIRELLIPRIMEIRO PNEU FABRICADO NO BRASIL COM ECOETIQUETA – Em outubro de 2015, a Pirelli lançou o primeiro pneu fabricado em território nacional a ser comercializado com a etiqueta de eficiência energética, parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. Com este lançamento, a Pirelli se antecipou em um ano às datas de im-plantação do programa brasileiro de etiquetagem de pneus, que entra em vigor a partir de outubro de 2016 para produção e importação e, a partir de abril de 2017, para distribuição. O Cinturato P1 Plus é o primeiro pneu verde desenvolvido exclusivamente para o mercado de reposição, com notas A na frenagem no piso molhado, B-C na economia de combustível e menores emissões sonoras. Ele nasce com padrão de performance e de segurança superior em relação ao produto anteriormente destinado ao mesmo segmento de mercado. O pneu traz economia de combustível (5% em relação a um categoria F), diminuição do ruído durante a rodagem (17% em relação ao antecessor) e frenagem no piso molhado e seco (10 metros

em relação a um categoria E). A dirigibilidade em todas as condições climáticas também foi beneficiada.

TOYOTAPROJETO EDUCACIONAL TRAZ ECONOMIA DE ÁGUA E ENERGIA – Realizado desde 2008 em Indaiatuba (SP) e, mais recentemente, em Guaíba (RS) e Sorocaba (SP), o projeto Ambientação desenvolve estudantes e comunidades usando ferramentas de solução de problemas socioambientais, com base em práticas industriais, o Toyota Business Practices. A metodologia pode ser aplicada em qualquer área. Entre os benefícios estão menor custo e a economia de recursos naturais (energia e água) nas cidades onde a montadora atua. A ação já envolveu mais de 415.000 pessoas, entre alunos, professores e servidores públicos, que agem como mul-tiplicadores para a comunidade. Em 2015, em Indaiatuba, as 46 escolas municipais reduziram 25% do consumo de água. Já em Sorocaba (SP), o Zoológico Quinzinho de Barros reduziu gastos pela metade. Em Guaíba (RS), 18 escolas participantes registraram uma economia de 15% na energia e 34% em água. Também foi implementado 100% do gerenciamento de resíduos em todas as unidades. Desde 2011, a Toyota do Brasil já contratou sete jovens participantes do projeto Ambientação para o programa Menor Aprendiz.

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AETHRAUNIDADE DE PROTÓTIPOS E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS – Em 2015, a Aethra se posi-cionou definitivamente como um grupo empresarial automotivo completo. Seguindo seus planos de diversificação de serviços e de crescimento global, a empresa mineira ativou seu novo centro de desenvolvimento e protótipos, o Cedep,

em Belo Horizonte (MG). Nesta unidade já estão sendo produzidos protótipos de alguns dos mais esperados lançamentos do mercado automobi-lístico. Está sendo preparada uma linha de montagem para atender as montadoras na produção de pré-série de seus veículos. O empreendimento pode fabricar protótipos de cabines completas para caminhões e automóveis e componentes internos e externos, além de gabaritos de componentes (meisterbock). O local reúne moderna sala de realidade virtual 3D e um centro de qualificação, testes e homologação de sistemas e conjuntos. Com acesso restrito e vigiada durante 24 horas por dia, a unidade conta com profissionais altamente qualificados.

BOSCHE-CLUTCH: SISTEMA ACIONA ELETRONICAMENTE A EMBREAGEM - A Bosch, por ser uma em-presa de vanguarda, está sempre buscando oferecer soluções automotivas integradas que visam a tornar o presente e o futuro da mobilidade ainda mais seguros, limpos, eficientes e confortáveis. Neste sentido, a empresa apresenta ao

mercado a tecnologia e-Clutch: electronic Clutch System. O sistema aciona eletronicamente a embreagem, além de proporcionar mais conforto ao usuário, possibilitando ainda a economia de combustível, que pode chegar a um índice de até 5% em um circuito misto entre cidade e estrada. Com o e-Clutch a operação da embreagem é eletrônica e a troca da marcha é realizada de forma manual. Assim, o sistema apresenta características de conforto similares às de um câmbio automático.

GESTAMPNOVOS CONCEITOS EM AÇOS DE ESTAMPAGEM A QUENTE PARA ESTRUTURAS VEICULARES – Em tempos de recessão é importante manter a confiança no futuro e na evolução tecnológica do mercado automobilístico. Em um cenário atualmente crítico, mas vislumbrando os novos lançamentos planejados para os

próximos anos, a Gestamp investiu em um trabalho de coengenharia avançada com uma grande montadora e na construção de uma nova unidade, dedicada à produção de peças com aços de altíssima resistência, com estampagem a quente. Agregando outra tecnologia chamada patch work, o processo torna-se mais vantajoso com a eliminação da necessidade de ferramental duplo. O investimento quebra novo paradigma: a larga utilização desse tipo de conceito em veículos do segmento B. Dois aspectos principais chamam a atenção deste projeto: 1) investir no momento atual e 2) viabilizar aços de estampagem a quente para veículos do segmento B de uma forma competitiva. Em paralelo a este investimento, há a possibilidade de melhoria da segurança veicular das estruturas desenvolvidas e produzidas no Mercosul.

MAHLE METAL LEVECAMISAS COM NÍQUEL – MAIOR CONTROLE TÉRMICO E MAIOR EFICIÊNCIA – Motores de alumínio ganharam espaço no mercado, sendo a tecnologia de bloco em motores de maior eficiência. Nesses casos existe a necessidade técnica de controlar o nível de deformação do bloco, o que reduz consumo de óleo e emissões.

Assim, aumentar a taxa de transferência de calor da câmara de combustão para a galeria de refrigeração contribui para reduzir a deformação do cilindro e melhorar a raspagem do filme de óleo pelos anéis de pistão. Ligada a essa demanda, a Mahle desenvolveu uma camisa de cilindro em ferro fundido revestida externamente com níquel para gerar uma camada de difusão com o bloco em alumínio, aumentando a aderência e a taxa de transferência de calor. Comprovou-se a partir de testes de motor o aumento desta dissipação térmica, apresentando redução do consumo de óleo em 35%, podendo chegar a até 75% quando o motor opera em regimes de alta rotação e carga. Assim sendo é possível atingir eficiência ainda superior para o Inovar-Auto.

THYSSENKRUPPEIXOS DE COMANDO INTEGRADOS À TAMPA DO CABEÇOTE – A Thyssenkrupp inaugurou planta em Poços de Caldas (MG) para a produção de eixos de comando de válvula integrados à tampa do cabeçote do motor. Fabricado com tecnologia inédita no Brasil, o componente traz benefícios importantes na montagem, já

que o módulo, antes composto por peças individuais, passa a ser integrado. O produto permite reduzir até 40% o peso do conjunto. A tecnologia da Thyssenkrupp aplica em seu processo produtivo conceitos de Indústria 4.0, ou seja, toda a linha de produção é monitorada em um ambiente virtual e a montagem é feita por robôs industriais que trabalham em alta velocidade. Cada estágio é monitorado minuciosamente por sensores que fornecem dados em tempo real para o sistema de controle. As linhas de montagem e os equipamentos podem ser influenciados a qualquer momento por nova formulação, resultando em grande flexibilidade, com consequentes ganhos de eficiência, melhoria de qualidade e redução de custos.

AUTOPEÇAS

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DELPHI30 MILHÕES DE BICOS INJETORES PRODUZIDOS NO BRASIL – Pioneira no desenvolvimento de injetores, a Delphi celebrou, em 2015, a conquista histórica de 30 milhões de bicos injetores produzidos em sua fábrica localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo. Isso significa que já foi produzido o equivalente a toda a frota de carros da Grande São Paulo, considerando o uso de quatro injetores por veículo. Os injetores da Delphi possibilitam maior economia de combustível, reduzem a emissão de poluentes e não requerem manutenção. A qualidade superior do produto oferece mais conforto e segurança aos usuários. Os injetores aquecidos, um verdadeiro diferencial tecnológico da Delphi, possuem uma tecnologia que elimina o “tanquinho” de gasolina e proporciona uma redução expressiva de emissões de poluentes quando se faz uso do etanol, o qual é aquecido pelo próprio injetor, além de possibilitar partida em temperaturas abaixo de zero. A qualidade dos produtos da Delphi é reconhecida pelo mercado e esse é o resultado de um trabalho completo, que envolveu investimentos em pesquisa, excelência, trabalho em equipe e muito comprometimento e dedicação.

FPT INDUSTRIALMOTOR 10,3 LITROS, LEVE E COM MATERIAIS NOBRES PARA ELEVAR EFICIÊNCIA – O FPT 10,3 litros teve sua concepção e componentes pensados para oferecer mais leveza e, consequentemente, mais econo-mia em todos os quesitos. Os parafusos de titânio suportam até 750 ºC de temperatura e a cobertura do cabeçote e tampa do comando de engrenagens composta por polímeros de alta resistência garantem redução de peso na ordem de 87%. Com foco em reduzir ainda mais o peso do produto final, a carcaça do volante foi produzida em alumínio e tem seu peso reduzido em cerca de 40%. O motor tem seis cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, injeção eletrônica e aftercooler. A potência máxima é de 420 hp a 2.100 rpm com torque máximo de 1.900 Nm a 1.050 rpm. Ideal para aplicações severas, utiliza freio motor por descompressão (CEB), um sistema patenteado que garante potência de frenagem até 30% maior. O comando do ventilador de alta velocidade é acionado por polia magnética e reduz até 1,5% o consumo de combustível.

MITSUBISHI MOTORSOUTLANDER PHEV – O Outlander PHEV é o primeiro crossover 4x4 híbrido disponível no mercado brasileiro. Trabalha com três motores: um a combustão no ciclo Otto e outros dois elétricos síncronos com imã permanente, proporcionando máxima eficiência e um rendimento superior aos veículos híbridos convencionais. O veículo sempre irá optar pela forma mais eficiente de trabalho dos motores elétricos ou motor a combustão, privilegiando a máxima economia de combustível, sem comprometer o conforto e a performance. O motorista ainda pode optar pelo botão Charge, que otimiza o uso do motor a gasolina para carregar a bateria, ou o modo Save, em que opta por reduzir o uso de energia da bateria.

NISSANMOTOR DE TRÊS CILINDROS: MAIS ECONOMIA E DESEMPENHO – Produzido na fábrica de mo-tores de Resende (RJ) , o motor HR10 1.0, com 12 válvulas e três cilindros, recebeu nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, tanto para March como para Versa (na categoria e no geral). O propulsor é moderno, com-pacto e leve por conta da redução da massa de componentes como bloco, cabeçote, virabrequim e cárter. O cabeçote (com variador na admissão) e o bloco são de alumínio para redução do peso. A dirigibilidade e o prazer ao dirigir foram os focos no desenvolvimento desse novo motor. Derivado do HR12, de 1,2 litro, utilizado em vários países, o HR10 foi desenvolvido pelas engenharias do Brasil e do Japão. Muitos componentes foram nacionalizados e preparados para o etanol. O volante e a polia de amortecimento foram balanceados com contrapesos externos para reduzir as vibrações características dos motores de três cilindros. O isolamento acústico foi reforçado e há uso de corrente no lugar de correia para sincronização do virabrequim com a árvore do comando de válvulas (duplo e variável na admissão), solução que amplia o prazo de manutenção do equipamento para mais de 100 mil km. As velas têm eletrodos de platina, substituídas também a cada 100 mil km.

VOLKSWAGENNOVO MOTOR 1.0 TSI TOTAL FLEX – O motor 1.0 TSI Total Flex da família EA211 é o mais moderno fabricado pela Volkswagen no Brasil, oferecendo excelentes resultados de desempenho e consumo de combustível para sua categoria. Produzido em São Carlos (SP), é o primeiro motor com injeção direta, turbocompressor e flexível feito no Brasil. A sigla TSI representa injeção direta de combustível, combinada ao turbocompressor, que permite o downsizing. A potência máxima é de 101 cv (74 kW) a 5.000 rpm, com gasolina, e de 105 cv (77 kW) à mesma rotação, com etanol. O torque máximo é de 16,8 m.kgf, com gasolina ou etanol, disponíveis já a partir de apenas 1.500 rpm. O valor é próximo do entregue por motores maiores. Combinado ao baixo peso do Up! (951 kg), o motor TSI colabora para que o modelo tenha eficiência energética sem precedentes, consagrando-se como o mais econômico entre todos os equipados com motor flexível avaliados no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, obtendo a classificação “A”, com a marca de 1,44 MJ/km.

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INSUMOS

ARCELORMITTALAÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA PRODUZIDOS NO BRASIL – A ArcelorMittal antecipa a necessidade de inovação em aços de alta resistência para a indústria automobilística ofertando localmente suas soluções globais. Exemplo dessa iniciativa é o programa S-in motion, projeto para oferecer mais de 60 soluções em aço com os produtos já disponíveis

no portfólio e que permitem criar veículos mais leves, seguros e ambientalmente sustentáveis. As soluções, aplicadas na sua totalidade, permitem redução no peso da carroceria de 20% ou mais, aliada à menor emissão de CO2, que vem ao encontro das tendências de mercado e ao atingimento das metas de eficiência energética do regime automotivo brasileiro, o Inovar-Auto. O S-in motion possui soluções para cada tipo de veículo usando aços de alta resistência produzidos nas plantas de ArcelorMittal Tubarão (Espírito Santo) e ArcelorMittal Vega (Santa Catarina) para estampagem a frio, como os FB (até 590 MPa), CP (até 780 MPa), DP (até 1.000 MPa) e Trip (até 980 MPa), e também para estampagem a quente com o Ductibor 500 MPa e o Usibor 1.500 MPa. Estes últimos aços ao boro com revestimento de alumínio-silício foram especialmente desenvolvidos pela ArcelorMittal para estampagem a quente, utilizados principalmente na produção de peças estruturais críticas para a segurança veicular, algumas delas já utilizadas nos veículos que obtiveram cinco estrelas no Latin NCAP.

EVONIK INDUSTRIESPMMA ESPECIAL PARA JANELAS AUTOMOTIVAS – Redução no peso, liberdade de design e integração de funções: esses são os principais benefícios das janelas automotivas feitas em polímeros em comparação com o vidro convencional. A Evonik Industries apresenta um novo composto especial para moldagem de janelas automotivas, o Plexi-

glas/Acrylite Resist AG 100. Ele confere a alta resistência à luz UV e à intempérie, pela qual o Plexiglas/Acrylite já é reconhecido, foi modificado ao impacto e proporciona até 30 vezes a resistência à ruptura do vidro mineral. Em virtude de seu perfil de propriedades balanceado, atende todos os requisitos relevantes no segmento de janelas automotivas. Outra característica importante é a ótima avaliação do ciclo de vida do Plexiglas/Acrylite, de acordo com a norma DIN ISO 14040. Ao fim da vida útil de um carro, o Plexiglas/Acrylite pode ser reciclado e utilizado em outras aplicações transparentes.

GERDAU AÇOS ESPECIAISAÇO MICROLIGADO PARA PINO-BOLA DO SISTEMA DE DIREÇÃO – O processo de fabricação do pino-bola do sistema de direção baseia-se no circuito “forjamento a frio + têmpera + revenimento + endireitamento + medição de empeno + inspeção + usinagem”. Este fluxo ocorre em regra com aços como o DIN 41Cr4, com tempe-

rabilidade capaz de adquirir as propriedades mecânicas necessárias à peça pelas transformações de fases oriundas do tratamento térmico. Porém, este mecanismo gera um nível de tensões que ocasiona o empenamento do pino, sendo necessário um processo de desempeno das peças nem sempre eficaz. A inovação proposta pela Gerdau é o uso de aço microligado, o qual combina outros mecanismos de endurecimento para garantia das propriedades me-cânicas que dispensam o tratamento térmico e, por consequência, o desempeno do produto. Com o novo processo tem-se a redução de energia elétrica e efluentes (oriundos do tratamento) que levam a uma redução de custos em torno de 25% e uma queda no lead time de produção de até 50%.

SABICREFORÇO DO ASSOALHO HÍBRIDO PLÁSTICO-METAL – As montadoras continuam com seus esfor-ços em fazer carros mais leves, com o desafio de melhorar os padrões de resistência e segurança dos veículos. Uma solução global e pioneira que contribui para este desafio é o reforço do assoalho, auxiliando o Jeep Renegade a obter nota máxima

(cinco estrelas) no teste do Latin NCAP. Esta peça se encaixa em um espaço abaixo da coluna B do veículo. A peça usa a resina Noryl GTX, uma blenda de poliéter fenileno e poliamida (PPE/PA), com um design exclusivo em forma de colmeia, com flanges integradas de metal que podem ser montadas sem a necessidade de adesivos estruturais ou espumas. A peça é soldada diretamente na parte inferior da coluna. Esta solução híbrida plástico-metal substitui várias peças estampadas de aço e oferece uma redução de 45% do peso. Na colisão lateral a 50 km/h, o chassi apresentou deformação maior na parte de baixo, protegendo a parte superior das colunas e a cabeça dos passageiros. O uso de resina condutiva Noryl GTX permite que a peça possa passar pelo processo de e-coat junto com o resto da carroceria. Esta solução cria precedente para aplicações similares, abrindo potencial real para redução de peso de 5 kg a 8 kg em diversos componentes.

USIMINASAÇO PARA CONFORMAÇÃO A QUENTE COM REVESTIMENTO ZN-FE – O aço para confor-mação a quente é um produto em crescimento em razão das vantagens que proporciona de redução de peso e aumento expressivo da segurança. O aço é aquecido a temperaturas da ordem de 900 °C, conformado e simultaneamente resfriado,

quando sua resistência atinge valores da ordem de 1.500 MPa. O produto é constituído de um aço base ao boro ao qual é aplicado um revestimento que deve se manter estável na superfície da chapa, mesmo após submetido a alta temperatura. A Usiminas desenvolveu e testou industrialmente um aço com revestimento Zn-Fe. O produto da Usiminas não apresenta trincas no aço base, a qualidade superficial de amostras pintadas sem a remoção da camada de óxidos de zinco é excelente, assim como a resistência à corrosão e a soldabilidade. A Usiminas conseguiu uma solução técnica para a maior restrição ao uso desse revestimento, que seria a possibilidade do aparecimento de microtrincas no aço base pela penetração de zinco líquido em regiões fortemente estiradas, além de um óxido superficial mais espesso que poderia levar ao jateamento para sua remoção, encarecendo o produto.

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PRÊMIO REI

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SOFTWARE

BMWCONNECTEDDRIVE – O BMW ConnectedDrive possui as funcionalidades mais avançadas do mercado bra-sileiro em termos de conectividade. A solução oferece mais conveniência e conforto, segurança e entretenimento para os clientes BMW, transformando completamente a experiência a bordo. Os veículos com o ConnectedDrive são

equipados com um SIMCard embutido, responsável por conectá-los à internet. Algumas funcionalidades que podem ser destacadas são: 1) Chamada de Emergência Inteligente sem a necessidade de pareamento de aparelhos móveis; 2) Concierge: serviço exclusivo 24 horas por dia para pesquisar pontos de interesse, programação de cinema, restaurantes; 3) informações de trânsito em tempo real; 4) BMW Remote: o cliente tem acesso ao status de alguns sistemas do veículo e também pode acionar algumas funções como trancar portas e ligar o ar-condicionado.

FLEXSYS SISTEMAS E FEEDER INDUSTRIALGESTÃO SISTÊMICA DA PRODUÇÃO E QUALIDADE – Com a implantação dos sistemas Flexsys nas áreas de produção e qualidade, a Feeder Industrial conseguiu redução significativa de custos e melhoria substancial nos indicadores de qualidade auditados pela ISO/TS 16949. A Feeder Industrial foi uma das premiadas pela Fiat em

2015 no seu concurso O Melhor Fornecedor. O case foi apresentado em outubro no Sindipeças, onde despertou muito interesse nas 20 empresas participantes. O sistema, feito sob medida para indústrias de autopeças, integra os processos de orçamento e desenvolvimento de novos produtos, com APQP, PPAP, FMEA, MSA e CEP; ferramental, metrologia, RH, controle de produção, qualidade, MRP-II e Kanban eletrônico. O sistema foi funda-mental para a empresa adequar rapidamente sua produção às variações de demanda no mercado automotivo e atravessar com estabilidade a atual crise. Sua área de qualidade que antes da implantação do sistema possuía 19 colaboradores foi reduzida para nove, com eliminação de papéis nas auditorias e de não conformidades. Os auditores ISO/TS reconhecem que a solução implantada é inédita no País.

MWM MOTORES DIESELSOFTWARE DE OTIMIZAÇÃO DE PRODUÇÃO E LOGÍSTICA – Diante da necessidade de otimiza-ção de produção, a MWM desenvolveu ferramenta que otimiza o controle de produção e logística, o software JIS – Just In Sequence. A ferramenta JIS integra os departamentos responsáveis pelo planejamento de produção, customer

service e expedição dos motores com a área de logística do cliente. O planejamento de produção e entrega de motores é realizado conforme a de-manda do cliente, que é recebida e tratada automaticamente no sistema da MWM. A produção dos propulsores é realizada sob demanda, mantendo o estoque de produtos acabados em nível saudável, vincula os números de série dos motores aos chassis das aplicações, gera relatórios gerenciais que garantem a visão firme para os próximos dias de produção e entrega propulsores de maneira sequenciada. Como a troca de dados é eletrônica (EDI/SAP) e integra fornecedor e cliente em tempo real, proporciona também um ganho com informações precisas e agilidade nos processos de sequenciamento. Com essa ferramenta JIS foi possível um nível de aperfeiçoamento que reduz 100% o risco de falhas durante o processo produtivo e entrega de produtos. O sincronismo das equipes MWM com o cliente garante extrema evolução e transparência em todas as etapas de planejamento e produção, redução de custos e estoques.

NISSANCENTRAL MULTIMÍDIA TRAZ TABLET AO PAINEL DE MARCH E VERSA – March e Versa estreiam mundialmente no mercado brasileiro uma nova tecnologia em interatividade: a central multimídia Nissan Multi-App, que reúne o melhor do tablet no painel dos veículos em uma tela de 6,2 polegadas. Além de rádio, CD e DVD, a

novidade traz 13 aplicativos de fábrica que dispensam o espelhamento do celular. É possível ainda: baixar outros apps e transferir arquivos digitais de música e fotografia; acessar a internet; fazer buscas por comando de voz; conectar o celular para atender ligações por viva-voz (via bluetooth); ouvir música por meio da conexão com iPod, streaming, rádio ou arquivos digitais de MP3. O Nissan Multi-App conta ainda com navegador por GPS, atualizado via internet, e mostra as imagens da câmera de ré do veículo. As funcionalidades são controladas na tela sensível ao toque. Outra funcionalidade é a pesquisa por comando de voz pelo Google Search.

SMARTTECHREVOLUÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS PLÁSTICOS – A Smarttech criou novo conceito que revoluciona o desenvolvimento de componentes plásticos – o Smart Simulation, que permite a redu-

ção de tempo e custo do produto. O sistema conecta diversas tecnologias para simular o produto de maneira automática e multidisciplinar desde sua concepção até a linha de produção e transporte. Variações normais de processo, tolerâncias e desgaste de máquinas e moldes reduzem a produtividade industrial, gerando prejuízos da ordem de milhares de reais na tentativa de produzir com a qualidade adequada para o mercado. No Smart Simulation são inseridos diversos parâmetros do processo de fabricação, assim como possíveis variações de cada parâmetro. O Smart Simulation realiza o cálculo estrutural do componente considerando os esforços mecânicos atuantes já na condição deformada da peça, resultan-te do processo de fabricação. Em uma etapa final, o Smart Simulation permite variar parâmetros de geometria e processo, para que se atinja o critério estabelecido eliminando o processo de tentativa e erro. Com esse novo conceito, a SS gerou em 2015 para seus clientes uma economia de aproximadamente R$ 35 milhões.

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