Revista bag #2

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Edição 1 » Ano 1 » www.fashionbag.com.br edição 2 ›› ano 1 ›› www.fashionbag.com.br

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Revista de arte, cultura, arquitetura, moda e design. Magazine about art, culture, architecture, fashion and design.

Transcript of Revista bag #2

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Edição 1 » Ano 1 » www.fashionbag.com.bredição 2 ›› ano 1 ›› www.fashionbag.com.br

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ilustraO vazio é a comunicação entre nós. A modificação constante permite uma aproximação do leitor com a revista bag, uma vez que, o processo de construção da linguagem origina-se inicialmente pela imagem e permite uma reflexão materializada esteticamente nas próprias palavras. Convidados e jornalistas estão à solta. Questio-nando o conceito que a sociedade faz da moda, as-pectos comportamentais, as futilidades, degrada-ção humana e, perguntando-se quando isso tudo começou, as críticas chamam o leitor para algumas reflexões. E nós concluímos as palavras, mergu-lhando no grande vazio que origina a construção de cada dia. Através do espaço branco e neutro, Ivan Erick não perde o foco no ensaio fotográfico. Kai Labre traça um perfil do público que prestigia as noites na cidade à dentro, das vontades, sensa-ções, e dos estilos pessoais que compõem o visual moderno noturno. A revista bag está procurando o verdadeiro sentido da expressão, vivenciando e, simplesmente escutan-do o que há para ser dito.

Revista bag,

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do editor.

Lucas SilveiraDiretor [email protected]

Cristiano MullinsAssessor Executivo [email protected]

Alex MateusEditor Chefe [email protected]

allecastroMarca bag

ZebraBoldProjeto Gráfico [email protected]

ped

ient

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www.fashionbag.com.br

obra Marcelo Henrique

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CAPAIvan ErickFotografia

Philipe MortosaStyling

João PedroMaquiagem

PaulinhoCabelo

Thyago Alves Hettielly Godoi Modelos Voga

Lucas SilveiraEditor de Moda

sum

ário

8Searching Maicon Mello

10Uma teoria da relatividade para a moda Roberto Melo

13Início: this mess we’re in Alex Mateus

18In Cena Cristiano Mullins

20Galeria Bag Arte Plena

22Fashion bag

24Editorial Bright Colors

36Ex-Novidades Caio Alê

38Futilidade sincera Lyniker Passos

40Next Track Leandro Porto

42Intervenção urbana Ronan Gonçalves

42Agenda bag

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VÁrias iDEias, naDa fiXas

Quando estamos diante da tela branca, precisando de um empurrão pra come-çar a criar ou querendo passar vontade com o trabalho alheio, uma boa opção de busca é o site/blog ideiafixa.com. Nele a gente encontra muita coisa, e o melhor, muita coisa boa. Com referências em ilus-trações, vídeos, artistas e também outros endereços na internet. Tudo selecionado com muito cuidado e bom gosto. É de lá que conheço outros tantos lugares pela internet. Certamente é um ótimo ponto de partida nos momentos em que queremos ir a outros ambientes. Pra quem gosta de ilustrações é indicado a invejinha básica na seção “Malditos Designers”.

sobra criaTiViDaDE

Não é somente andando pela internet que se consegue novidades. Tudo bem, todo mundo sabe disso, mas através dela a gente consegue se aprofundar em al-guns temas. Vou explicar melhor. Eu todo correndo no aeroporto Santos Dumont e precisando trazer um presente pra uma pessoa especial, aflito com a hora do voo e com os preços dos presentes no pano-râmico aeroporto. Na hora do caos me aparece uma vitrina toda colorida. Eba! Souvenirs! Mas vi que ali tinham produtos de muito bom gosto. Entrei, escolhi, me apaixonei, comprei. Os produtos são de um designer premiadíssimo, Sobral, de empresa homônima, com peças que des-filaram até no Paris Fashion Week. E eu não conhecia o cara e hoje to contando essa experiência com mais propriedade, pois a gente encontra tudo no site, que é lindo e conta até com e-commerce para quem acessar da Europa. O trabalho ex-plora muito a resina de poliéster e princi-palmente as cores. Vale muito a pena dar uma conferida no site www.sobraldesign.com.br/, já que não contamos com uma loja dele no Centro-Oeste, vale também o envio do pedido. Eu já fiz o meu. Quero uma loja da Sobral por aqui

DEsign EUroPEU Em goiÁs

Quando comecei a pesquisa para uma pós-graduação em design é claro que comecei pela internet. Com essa busca quase babei em conhecer o programa de especialização da Unisinos, por exemplo, em Porto Alegre (http://www.unisinos.br/design/). Mas foi aqui mesmo em Goiás que me encontrei. O IED (Istituto Eu-ropeo di Design) ministrava cursos em parceria com instituição local, com pro-fessores de outras regiões do Brasil e do mundo, bem aqui, em casa. Claro, a pesquisa demorou, pois primeiro encon-trei esta mesma parceria em Brasília, e só depois o encontrei aqui. Pra facilitar a vida de todos os interessados, acessem http://www.avilapos.com.br/ied/ e saiba mais sobre o IED, a instituição local e os cursos oferecidos. Nesse semestre está previsto para o início de setembro aulas de Fashion Design, Design de Interiores e Design Gráfico e Editorial.

*Essa coluna foi feita ouvindo o som da rádio Stereomood. Nessa rádio on-line você seleciona uma playlist, iden-tificando o seu humor no momento. Na classificação você encontra desde uma lista cool até feel like crying /// www.stereomood.com

maicon mEllo⁄⁄ designer

Publicitário e marketeiro. Atualmente diretor de arte em constante pesquisa sobre novidades e tendências sobre design.

››@maiconmello

searching...

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Ilustração retirada do canal IdeiaFixa do Flickr.

O canal do artista é http://www.flickr.com/photos/corsel/

@designunisinos – fique por dentro de uma

das escolas referência em design no Brasil. A

Escola de Design Unisinos, que tem programas

de Graduação ao Mestrado. Vale a pena segui-

-los e conhecer também o Design Center que é

um centro de pesquisa e desenvolvimento de

design, que tem, como objetivo, aplicar o co-

nhecimento gerado na escola em projetos de

consultoria, cursos breves, serviços de editoria,

extensão e especialização.

@brecosta – lembra do Breno Costa, da co-

luna anterior? Aquele que largou tudo e foi

trabalhar com propaganda e publicidade na

Argentina. Segue ele aí, o twitter dele, além

de trazer links para outros blogs e de mate-

riais produzidos na argentina, traz as boas

novas do seu blog.

@w3haus – Conheça a W3haus, agência

de comunicação interativa. Uma agência

como ela mesmo se classifica: inquieta. Ga-

lera do Rio Grande do Sul, que hoje conta

com escritório em Londres. Trabalhos bons,

discussões melhores ainda. Pode seguir.

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incentiva e valoriza a cultura

colabore com a cultura goiana.

UM

www.fashionbag.com.br(62) 3637 9645

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uma teoria da relatividade para a moda

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robErTo mElo

⁄⁄ jornalista

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Talvez haja alguma semelhança entre a Teoria da Relatividade e o discurso da moda. Pelo menos pode-se assegurar que exista uma relação indisso-ciável entre espaço e tempo, pois a moda sempre se impôs obedecendo a essa lógica. Já que tudo hoje parece ser exaustivamente esmiuçado, alguém já deve ter pesquisado, academicamente, sobre o sur-gimento da moda, enquanto uma forma discursiva de ostentação em ambientes sociais estruturados. Não tenho notícia, com a devida precisão, de quan-do e como ela teria surgido entre nós, humanos. Mas, com certeza, em algum momento dessa trajetória cha-mada de evolução, o fenômeno ocorreu. Acho pouco provável que nos primórdios pudesse se manifestar, tendo em vista a pobreza de elementos ornamentais e o baixo grau de criatividade entre nós. Da nudez origi-nal e aos diversos adornos e coberturas de proteção, a situação poderia ser descrita como pouco propícia ao estabelecimento de algum tipo de moda. Dentre os vários verbetes e seus significados para o termo moda, no Dicionário Aurélio, escolhemos aquele que julgamos mais condizente com os nossos propósitos de enfoque:

“moda – fenômeno social ou cultural, de caráter mais ou menos coercitivo, que consiste na mudança periódica de esti-lo, e cuja vitalidade provém da necessidade de conquistar ou manter uma determinada posi-ção social”.

Por se tratar de um fenômeno de natureza social ou cultural (não sei exatamente como seria essa dis-tinção se estamos todos engolfados no mundo da cultura, na produção incessante de formas simbóli-cas) tudo transforma-se em expressão de sentido. E aí está exatamente o ponto crucial da questão. Para que se manifeste dessa forma, os fenômenos da moda devem carregar a relação de identidade e iden-tificação entre o que é proposto como forma simbóli-ca e o que é efetivamente aceito, com mais ou menos resistência, quiçá, gozo, fruição. Se a moda, em outros contextos históricos, pôde ter significado alguma manifestação ligada à vanguarda das artes e dos costumes, nas sociedades industrializadas tornou-se, cada vez mais, apenas objeto de consumo e reconhecimento, acesso e ostentação, puramente mercado. Estar na moda é consumir, hoje, os pro-dutos que se impõem como escolha preferencial de determinados públicos. Sempre foi assim nos tempos

uma teoria da relatividade para a moda

modernos? Lembro-me que nas décadas de 60/70 não corte o cabelo era uma padrão. Usar os jeans que surgiam importados; tênis Adidas, com as suas inigua-láveis três faixas laterais. Quem não podia comprá--los (e aqui está explícita a relação de valor de uso e valor de troca da mercadoria), colocava fita isolante para imitá-los, simbolizar um falso status. Poder-se-ia concluir que a moda nada mais é que a necessidade de reconhecimento, de destaque, de diferenciação entre os iguais. A moda é um discurso metalinguístico, porque se recria, se reestiliza sobre si mesma, sobre seus ele-mentos produtores de significação. Como ponto de indução e criação de mercadorias e formas simbó-licas, não se pode garantir até que ponto a própria moda seria responsável pela constante expansão do consumo, do descarte de objetos e condutas, a permanente mudança de hábitos. Estar na moda, en-tão, seria, talvez, não correr o risco do anonimato. De alguma forma ser notado e, dependendo do grau de estilização exposto, virar, quem sabe, uma celebrida-de, ou mesmo uma referência para aquele ponto exato em que a moda coloca como um novo padrão a ser seguido. No afã de acompanhar a moda, os jovens consumidores (ou consumidores jovens?), de uma maneira mais acintosa, pois outros segmentos de-pendem de uma ostentação mais discreta, digamos, tornam-se presas fáceis para os diferentes ramos da industria da moda. Creio que não dá mais para falar em manifestação de arte num mundo onde tudo, absolutamente tudo, já foi ou vai ser mercantilizado. A moda é apenas uma nuance dessa lógica do sistema. Roupas, calçados, acessórios, maquiagem e os chamados bens cul-turais entram no rol de produtos e serviços que de-vem ser mais ou menos consumidos, intensamente ou não, pois dependerá da clientela. Evidentemente que a moda dita o tipo de discurso e quais as ca-tegorias de públicos quer atingir. Tomando uma questão local, não sei exatamente se incômoda, mas não seria estranho ou absurdo falar num processo de “jaraguação” (referência à indústria de confecção de Jaraguá-GO, que tudo copia), pois, quem não pode adquirir uma mercadoria de grife, usa, sem cupla ou pudor, o “similar inferior”. Isso significaria estar na moda também ou a origem do produto é que de-termina o seu verdadeiro valor simbólico? Parece pouco importar, já que, depois da China, o acesso a produtos “pirateados” tornou-se universal, em todos os sentido do termo. Mas, convenhamos, se todos andam tão iguais, como saber o que de fato pode estar na moda?

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WWW.ZEBRABOLD.COM

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Sempre surgem algumas dúvidas que podem parecer nor-mais, mas normal mesmo é não ter dúvida. Acento na pala-vra início em uma época de pós-reforma da língua portugue-sa, falta de ética e bom gosto na televisão brasileira ou senso de humor ácido. Qual a melhor definição cabe a qualquer um opinar. Quando isso começou? O fim dos tempos ou o início da tragédia grego humana brasileira? “Essa bagunça em que nós estamos” tem seus dias cada vez mais acentuados, mais visível e ao mesmo tempo imperceptível pela sociedade. As massas, grandes massas de sabedoria popular. Delimitar--se-ia por que? Generaliza-se tudo por uma questão de res-peito às diferenças entre pessoas que com o passar do tem-po se mostram tão parecidas. Fervor sexual sobre todos os corpos lânguidos dispostos em todo o mundo, ao tempo em que a gordura adiposa desloca-se justamente para a cabe-ça de cima: o cérebro. Cada ser humano com suas atitudes

espelhadas em outra palavra que não muda: idiossincráticas. E por fim, achando-se certos, o mundo caminha para this mess we’re in. A degradação da vida humana pelos próprios homens vivos, intensos, caminhando para o crescimento das máquinas, o trabalho árduo de produção, mecanização, de insoluções para tantos problemas. Pai nosso que estais no céu... Assim tudo se facilita e seria a explicação mais verossímil. Começa pelo começo: Deus fez o grande Big Bang. A grande bola feita de nada, explodindo do nada para o além de algo maior. Claro que não foi em sete dias, e depois disso, pensou: seria bom que o nada possuísse um nome, algo do tipo Big Bang, e dele saísse alguma coisa, para depois honrar o filho que se pariu. E dessa coisa que... O nome pode ser Terra, porque Terra demonstra impureza com sujeira e talvez assim não será possível fugir do seu destino. E nela irá morar algo chama-

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alEX maTEUsEm analogia à Tereza Batista, diga-se: Alex Mateus Cansado de Guerra. Jornalista por formação, procura a evolução no ser huma-no e boas novas na literatura.

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do homem. E o homem se fez superior ao próprio homem, construindo a existência sobre as origens do grande nada (algo que o próprio ainda não tomou consciência). Ou a fecundação da grande vida começa mesmo com o olhar entusiasmado entre os dois seres com formas pen-santes utópicas. Por sua vez, a grande vida pode se tornar medíocre, e tomando parte desta natureza inicia uma luta para o recomeço. Tudo se resume a sempre começar, ini-ciar, recomeçar, voltar, acreditar, reeditar, iniciar. Voltas e voltas para acabar chegando no ponto de partida. Tem tam-bém as reviravoltas da vida, mas isso já é outra historinha para o boi da cara preta dormir. Como era mesmo aquele

ditado? “Não podemos voltar atrás para fazer um novo começo, mas podemos fazer um novo final”. Balelas da vida humana que tenta se apoiar sempre em frases mal feitas e construídas como auto-ajuda. Religiosamente o início de toda curiosidade sempre vai cair na pergunta que mais parece um lide jorna-lístico? De onde viemos? Para onde vamos? Quem sou eu? Por que estou aqui? Então, se as novelas da exaustiva grande emissora poderosa voltam a se repetir no horário entediante da tarde, será com a mesma intenção inicial da pri-meira apresentação: ativar emoções no corpo de outra pessoa, na mente do telespectador. A questão se impôs sobre voltar para o ponto de partida. Tem as modinhas da rede virtual espelhadas em frases de Clarice Lispector em perfis de orkut, ou aquela famosa “definir não é possível pois...” Risadas altas para um tom teatral da vida humana. Alguém se lem-bra de quando a televisão passou a ligar todo o seu conteúdo com cunho sexual? Certamente quando os últimos episódios de Chaves deixaram de serem produzidos em 1992. A força da inocência. As pes-soas querem mais e mais e em maior escala.

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A inexpressividade vocabular da era da internet em mescla de nar-cotização de informações que tentam dizer tudo e não dizem nada. O cinema americano que mostra como a vida realmente dever ser consumida, e que mais próximo deles só mesmo as produções bra-sileiras com alto padrões e pobres comendo caviar. O Brasil começa a pedir socorro ao Brasil: ariraribóia, jererê, guimarães, marionaíma, olará, olerê, Jobim-açu, pererê, câmara, tororó, olererê, piriri, ratatá, olará, jereba, saci, caandrades e cunhas. E realmente o Brazil matou o Brasil, porque no passado a Europa só havia torturado. E o cansaço se abate sobre os ombros do grande pensador que se ergue para ver o mundo que envolve sobre si mesmo. Procissões de correligionários em velas, luzes e tecidos, lamentando o fim dos tem-pos, ao que a ajuda nunca chega ao pedido de socorro. A moda atual é falar sobre a natureza, sobre a preservação ambiental e tudo ligado aos verdes campos do planeta. Guatarri cita ao longe a natureza do ser em cada indivíduo e, eis que surge uma pergunta paralela: seria o homem possuidor de uma natureza nata medíocre?

O essencial pode voltar para o superficial. As-sim, deixa-se o modismo e pega-se o que deve ser absorvido. Clarice explica em A Maça no Escuro que ninguém poderia viver do espanto, ou de ter visto alguém vomitar, porque eram coisas a não se pensar muito a respeito, em suas palavras “eram fatos da vida”. Todos os dias os fatos jorrados em páginas de jornais e engolidos maciçamente, por isso, não há mesmo o fato exaustivo. E eis que existiu O Cruzeiro. Não aquele tão cobiçado por todos, uma fuga da realidade, mas a revista lan-çada pela cadeia de jornais associados de Assis Chateaubriand.

Pior ou melhor, este ano novo de 1952? O homem da rua olha para a folhinha, vira a página do calendário e não há mostras de esperanças, na caudal dos proble-mas diários que o absor vem. A carne está escassa, o pão volta para a mistura da mandioca; a manteiga que trazia, dantes, a mensagem amena das fazendas mineiras, nos chega com inscrições holandesas ou dísticos escandinavos; os transportes não atendem, a habitação cara e difícil proletariza a classe mé-dia, e as torneiras pingam água na pior de todas as purgações. No meio dessas cotidianas dificuldades, envolvendo desníveis entre salários e custo de vida e desajustamentos sociais que se aprofundam, a direção administrativa e econômica busca novos equil íbrios e, nem sempre, os peritos chegam à unidade na apre-ciação das causas e dos efeitos da crise.

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Por isso, aqui não há o fato. O fato, visto por qual-quer ser pensante, está nos campos sociais de todo santo dia de trabalho, referindo-se ao traba-lho distintivo de labor por Hanna Arendt. Se o po-lítico corrompe, a mulher é esfaqueada futilmente, os rios transbordam, a economia cresce e a China tem mais pessoas, não seria a mesma coisa? Os fatos que se repetem desde que o mundo é mun-do, que só surpreende quem não está acostumado a viver. E o que aconteceu em 1951 não se parece tão igual quanto o que acontece em 2010? Depois de tanto tempo, de tanto séculos, a humanidade ainda volta-se para viver o que pode ser chamado

de o início, o novo, o recomeçar, a esperança de mudanças, a reviravolta, o começo. Então, depois de algum tempo começam a viver a possibilidade de recomeçar essa grande bagunça social e inde-finível. O circulo vicioso de toda a humanidade. Por fim, se a sociedade está perdida em suas próprias atitudes, nos rios de dinheiro desperdi-çados no consumo, na violência, no abuso sexu-al e no vagar de idéias, ninguém saberá mesmo o início e o fim disso tudo, mesclando-se em confusão. A esperança que as coisas mudem quando ela não vem fundamentada em uma base de atos.

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A Maça no Escuro de Clarice Lispector, lançado em 1961.Revista O Cruzeiro. Edição de 5 de janeiro de 1952. Matéria: Retrato do Brasil no ano novo. Texto de Neiva Moreira.

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crisTiano mUllinsLicenciado em Artes Cênicas pela UFG, Diretor e Ator da Cia In Cena.

» [email protected]

in cena

Duda Paiva é um artista natural de Goiânia, foi ativo no cenário cultural da cidade na década de 90, destacando-se em múlti-plos projetos realizados, entre eles, Quasar Cia de Dança, Balé do Estado de Goiás, Grupo Martim Cererê e o Espetáculo “O Pétala”. Inovador e virtuoso por sua excelente habilidade e capacidade performática, Duda, por um período aproximada-mente de 10 anos, atua na DUDAPAIVA COMPANY (DPC), uma companhia holandesa que mistura dança contempo-rânea, teatro de objetos e multimídia. A originalidade da Cia reside na utilização de objetos de espuma de borracha, que permite maior gama de expressão aos bailarinos oferecendo

uma extensão flexível. Na verdade o bailarino dialoga com o objeto/ boneco dentro da coreografia, o foco alternando facil-mente de um para o outro: “É a dança dos esquizofrênicos que bombeia o sangue através da espuma, produzindo uma festa para os olhos e um susto no peito”. Com direção artística de Duda Paiva a Companhia DPC vem se apresentando com freqüência no circuito de Festivais Internacionais de Teatro e Dança em todos os continentes, arrebatando diversos prêmios pela sua linguagem inovadora.

www.dudapaiva.com

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DPc

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Em alto estilo, o Espaço Cultural Arte Plena e a Brookfield Incorporações são inovado-res e ousados ao realizar o projeto L’ ART DU CHEF. Um dos destaques destes últimos três meses, um evento exclusivo e de extremo bom gosto que unem duas atividades tão celebradas na França: Gastronomia e Arte. A proposta de unir duas áreas distintas remetendo à cultura francesa, ao clima dos bistrôs parisienses, onde a arte e a culinária se fundem, pôde proporcionar ao público fruidor o despertar dos sentidos. Marcada por competentes profissionais em sua realização e ilustres convidados que celebraram o evento, em diversas datas e uma agenda elaborada para três meses, sob a produção de Vanessa Cruz e curadoria de Gilmar Camilo, que procurou convidar quem melhor sinto-nizasse com a idéia do projeto. O resultado foi espelhado em seis artistas plásticos, en-tre os mais atuantes, que apresentaram seus trabalhos e tiveram um avental estampado com uma de suas obras. Além de seis renomados chefs da arte culinária que serviram os mais autênticos pratos.

Duplas, chefs e artistas: André Barros e Sandro Tôrres, Alexandre Jardim e Marcelo Solá, Tar-císio Gonçalves e Divino Sobral, Ciça Carvello e Rodrigo Flávio, Humberto Marra e Pitágoras, Emiliana Azambuja e Lilian Torres.

QUaDro nEgro

O filme “Quadro Negro” tem estréia marcada para o dia 03 de novembro dentro da programa-ção do FestCine Goiânia 2010. Com roteiro e direção de Débora Torres e produção executiva de Mauricio Cruz, “Quadro Negro” mostra a trajetória de Dida (Lucas Felipe), aluno exemplar de uma escola na periferia que se torna usuário de crack. A trama se desenvolve em torno do embate entre a instituição educacional, a polícia e as drogas, evidenciando a luta da professora Luciene (Lucélia Santos), da diretora Ivana (Neusa Borges) e do delegado Padilha (Milton Gonçalves) pela cons-cientização e combate ao crack na cidade.

A produção é uma iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura em parceria com a Secretaria Muni-cipal da Educação, dentro da 1ª Grande Revirada Cultural de Goiânia. O projeto teve o total apoio da Secretaria de Segurança Pública, através da DENARC-Delegacia de Narcotráficos e da Academia de Policia de Goiânia.

Além dos alunos selecionados na Rede Municipal de Educação e dos artistas nacionais convidados, integram também o elenco, Ingra Liberato (a eterna Ana Raio), Ivan Lima, João Bosco Amaral, Ale-xandre Marques, Ricardo Fernandes, Wilson Ribeiro, Maurício Cruz, Beto Strada, Jake Vieira, Flávia Fabiana, Edson Segatti, Klebinho, Élvis e Fred. As participações especiais ficam a cargo do ator Cristiano Mullins, do Mestre de kung fú Bruce Johe, das bandas goianas Mano CDJ e Sincrosone, e de Ricardo Fernandes -Instrutor Chefe da Academia de Polícia, e do Grupo Tático da Polícia Civil.

PolicarPo QUarEsma

O ator goiano Lee Taylor (26 anos) protagoniza o espetáculo Policarpo Quaresma, uma adaptação da obra de Lima Barreto, com direção de Antunes Filho. A montagem resgata com exatidão o nascimento da nossa República e, apresenta de forma cô-mica as contradições que constituíram a sociedade através de diversas transforma-ções dos costumes e um retrato do cenário político do Brasil. A peça apresenta fortes características, expressas através do figurino virtuoso, elementos planejados, sono-rização adequada e permanente, delineado jogo cênico, culminando em excepcio-nais imagens além de resultar em um extremo teatro contemporâneo. Considerado atualmente como um dos grandes nomes do teatro, Lee Taylor “Policarpo” oferece desempenho primoroso, excelente impostação de voz e absoluto domínio de cena.

CPT - Centro de Pesquisa Teatral / [email protected] / www.sescsp.org.br

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laDrÃo

A Cia Italiana de Teatro Ladrão- Brasília-DF, estreou o espe-táculo VIRAÇÃO em 2006 e persiste em cartaz roubando público, com um FODA-SE para o humor e o mau humor. Aborda diversos temas universais, como a política, a nacio-nalidade e o abandono, o sexo e a fama; o sucesso e a re-alização; a riqueza e a ganância, a exploração e o homem; o racismo, o samba e o reconhecimento do artista em vida. Com um discurso cênico politicamente ácido e inconfor-mado, VIRAÇÃO provoca o público por um olhar multifocal

sobre a vida, com situações cômicas e sem proposição de soluções. A linguagem quebra os padrões usuais de intera-ção entre atores e platéia, e o texto, apesar de predefinido, pede e abre espaço para a livre manifestação do público a qualquer momento. A Cia questiona a sinceridade dos aplausos e oferece tomates para serem lançados nos atores (tradição medieval) caso a peça desagrade.

[email protected] / 61. 3041.7715

TÃo PróXimo Novo ESpEtáculo dE HENriquE rodovalHo

A Quasar Cia de Dança estréia seu novo espetáculo, abordando a rela-ção com o próximo, onde não há nenhuma pretensão em apontar verda-des e, sim, levantar questionamentos, “Quando estou fazendo algo pelo outro, é por ele ou por mim?” O desafio foi colocar o fio condutor dentro de muita fisicalidade, através dos corpos dos intérpretes bailarinos e seus movimentos, por vezes, característicos da Cia. Um dos resultados foi o humor e a irreverência estarem intrinsecamente inseridos dentro deste contexto geral, tornando-se um tipo de dinâmica cênica, que foi interferindo a cada instante nas ações e movimentação do espetáculo.

Agenda: 30 e 31 de Outubro no Teatro Basileu França, em Goiânia. 06 e 07 de Novembro no Teatro Alfa - São Paulo.

www.quasarciadedanca.com.br / twitter.com/QuasarDanceCo

Foto: Espetáculo Céu na Boca por Lu Barcelos

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galeria bag

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Rua 88, N. 79, Setor Sul / Contatos: 3941 - 9618 / 8414 - 9617 / [email protected]

Keith Richard - ost (óleo s/ tela) - 80x100 cm - 2010 ope contractus

Mateus Dutra - acrílica e marcador sobre pa-pel fabriano 300 - 80x120 cm - 2010 aboi.o # 10

Roos - ast (acrílica s/ tela) - 50x50 cm 2009 – deitada

Rossana Jardim - ast - 80x80 cm - 2008 roda da bicicleta vermelha

Selon - ast - 100x100 cm - 2010 s/ título

Voula - ast - 150x160 cm - 2010, s/ título

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Foi com criatividade e talento que no mês de agosto vários estilistas goianos apresentaram suas criações no evento de moda Fashion bag. O acontecimento contou com a presença de convidados especiais, en-tre eles, jornalistas, designers, artistas e claro, os ilustres fashionistas. O evento aconteceu no The Pub e a trilha sonora do desfile ficou por conta do DJ Leandro Porto.

Foram fotografados por Heverton Lacerda os looks que irão ter destaque no próximo verão!

studio bag por Ivan Erick

No Lançamento da 1º edição da bag, houve um co-quetel que foi só animação: gente bonita, moderna e autêntica. Ivan Erick nos apresenta alguns clicks de destaque na noite. Vejam!!

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FotografiaIvan Erick » ivanerick.com

StylingPhilipe Mortosa

BelezaAndré Moreira

ModelosLarissa Andrade (Global)

Otavio Cipriani (Voga)

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Kai labrE⁄⁄ fotógrafo

Kai Labre é estudante de audiovisual, roteirista/ator/fotógrafo independente e ariano profissional.

» twitter.com/kailabre666

cuzzz we don’t play guitar$

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cuzzz we don’t play guitar$

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Malhação ID chegou ao fim. Isso já não é mais novidade pra ninguém. Fiuk que me perdoe, mas sem Fábio Ju-nior Jr. como protagonista da novelinha teen global, ser colorido agora é ex-novidade! Reconhecer um colorido é fácil: tênis de cano alto, óculos com aros coloridos, cabelos repicados com fios desconexos, camisetas no estilo hypsters ou a eternizada gola V, relógios grandes com cores berrantes e calças, ah as calças! Quantos tons um brim pode ganhar? É inexplicável! Toda esse modismo é um processo evolutivo. Os Emos se transformaram em From UK, que por sua vez evoluíram para uma raça superior: os Coloridos! Os Emos eram tristes, depressivos, monocromá-ticos, usavam franjas, pintavam os olhos com preto e escutavam músicas emotivas e melancólicas. Os From Uk são uma mescla de emos com indies. Todo from uk tem aquele cabelo de “periquito”, com me-chas e apliques, botas plataforma ou all-star de cano alto. A maquiagem aqui ganha um pouco mais de vida e foi com eles que começou a onda das calças coloridas. O abuso das cores foi tanta, que acabaram se transfor-mando nos coloridos que conhecemos hoje. Esses sim esbanjam felicidade, fazem o tipo party-boys, mostrando que definitivamente saíram da depressão e agora são puro positivismo. Aqui no Brasil a popularização desse estilo se deve aos mais que coloridos garotos das bandas: Cine, Restart e Hori, comandada pelo nosso querido pro-tagonista Fiuk. O som dos meninos é aquele “rock” mais animadinho com uma mistura de música eletrô-nica e sintetizadores. Novidade, né?! A francesinha YELLE, as brasileirinhas do CSS e os hipsters do Kla-xons, já faziam isso, em um nível mais moderno, com cores e em escalas equivalentes. Mais novo ainda foi quando Michael Alig, o “party monster”, pai dos clubbers popularizou os tons neons com as raves e festas eletrônicas.

Essa modinha que já não era nova e nem foi criada aqui, só tomou essa proporção pela “globalização teen” da coisa. Começando com o Paramore, The Ting Tings e teve seu booom depois de Cobra Starchip, que até você deve conhecer por causa da Garota Gossip Leighton Meester, que fez featuring em uma música com os meninos da banda. Tanta cor só voltou a fazer sucesso de novo por uma to-tal nostalgia que ditou moda e tendência na música. Os anos 80 estão aí pra comprovar. As new’s colored boys bands, sempre falaram claramente da influência de Ah-a, Ace Of Base, New Kids On The Block. Só que olhando mais de perto eles têm muito mais em comum com Menu-dos, Dominó e Polegar!

coloridos desde quando?

caio alê⁄⁄ dj

Publicitário com habilidades gráficas e promotor de festas.

» www.caioaleproducoes.blogspot.com

@caio_ale

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coloridos desde quando?

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Na caixa de entrada do e-mail um convite. Um ami-go de longa data acaba de chegar da Europa e pre-cisa reunir os antigos companheiros para compar-tilhar suas experiências. Tendo em vista o histórico da turma, um grupinho de militantes e revolucioná-rios, imagina-se que o amigo irá contar de visitas a museus, teatros, bares alternativos, no máximo um porre homérico, que para alguns, os mais radicais, poderia soar fútil. Ingerir excessiva quantidade de álcool era considerado realmente desnecessário e em nada iria acrescentar para quem pretende ex-plorar a cultura do velho mundo. Muita coisa tinha mudado, as pessoas já não eram mais as mesmas. A festa rolava e o assunto não fluía. Nada daquele papinho de que quando a amizade é verdadeira pode passar anos que o as-sunto deslancha. Não, isso não estava acontecen-do. A casa era outra, nada das antigas reuniões na garagem, alguns sentados no chão outros esco-rados na parede. A cena de agora estava comple-tamente modificada. O anfitrião havia deixado o idealismo universitário de lado e se rendia à outras coisas, outros assuntos, que para maioria, era de-sinteressante. O champagne Veuve Clicquot já borbulhava no cérebro dos convidados. Para eles tudo que no iní-cio parecia ser ameno, agora começava a ficar meio fútil, frívolo, sem qualquer fundamento. As pessoas começaram a ter vontade de ir embora. Afinal, tudo aquilo poderia ser evitado. Não havia nenhuma ne-cessidade de viver aquela experiência, todos eram

convictos. Menos o anfitrião, que talvez se deixara render pela futilidade. Um turbilhão de pensamen-tos incisivos começava a prejudicar o equilíbrio das pessoas. Que futilidade era essa que incomodava tanto? Seria a estranha arrogância do amigo re-cém chegado de Paris? Mas não, possivelmente o incomodava era a tamanha atenção que os novos amigos – aqueles que ele também trouxe de Paris, lhe prestava. Toda atitude era motivo de análise, al-guma coisa estava errada. Nada era tão certo como a então futilidade, que agora começava a ser per-ceptível demais. Para o anfitrião o conceito de futilidade soava antigo, inadequado, “muito anos 90”. Claro que percebia e sabia muito bem o que os velhos ami-gos estavam pensando sobre aquilo tudo. Mas tinha em mente que atrasado era quem achava que a fu-tilidade existia. Ele tinha se libertado de conceitos engessados e agora sentia uma certa liberdade que costumava se ausentar quando se dedicava às an-tigas convicções. Ele, o dono da casa, havia adotado um estilo de vida e uma maneira de se vestir sem temer em ser julgado. Expôs seu gosto e foi na contra mão da fu-tilidade. Deu a cara a tapa e defendeu o que gos-tava sem medo de ser superficial. Para ele estava tudo certo. Iria contornar a situação e distribuir simpatias aos convidados. Cada amigo ou amiga, recebeu um souvenir do tipo “não existe no Brasil”. Tudo aquilo parecia ser menos interessante que um copo com água. Todos analisavam a melhor atitude.

lyniKEr Passos ⁄⁄ jornalista

Deixou a família e se aventurou pela capital em busca de formação profissional. Hoje trabalha com jornalismo diário e se especializa em assessorar uma certa associação.

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futilidade sincera

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Era hora de rodar os calcanhares e seguir em direção a porta da casa ou levantar e começar a distribuir comentários de que o amigo estava mudado e completamente fú-til? A segunda opção era mais interessante para um sábado a noite, ainda era cedo e não compensava voltar para casa e assistir um filme repetido do Almodôvar. Sem sa-ber que a ação poderia também ser consi-derada fútil, o primeiro comentário foi lança-do ao ar. Voou como uma espécie de vírus que contamina. Logo todos os convictos apresentavam traços de uma considerada futilidade, que para eles nada mais era que uma sinceridade. Foi a epidemia da futilida-de sincera. O cheiro de perfume importado, as taças de cristal, as bebidas requintadas, as grifes utilizadas pelo anfitrião, os óculos de sol Cavalli usados em uma sala de jantar a noite, foram completamente metralha-dos por todos. Todo esse excesso de estilo pessoal era de gritar. Era o retrato da futili-dade. O dono da festa, da casa, da ocasião, percebia que todos esqueciam de parar e pensar até onde isso poderia ser verdade? Ele defendia que a história do ‘’o que não te

acrescenta pode ser um dos assuntos mais interessantes para a vida de alguém’’, com unhas e dentes. Para ele o seu assunto pre-ferido, o seu livro do Dostoievski era com-pletamente raso, desnecessário, superficial e pseudocult. A sua receita era utilizar a futilidade sin-cera reversa. Analisar suas preferências e avaliar a importância que você da a elas e a importância que ela realmente merecem. Até notar que a sua preferência faz parte de você e não de quem te critica. Fazer uma reflexão do que te leva a criticar as outras pessoas. “Cuidado, é a futilidade que nos salva. Se ela existe ou não, é bom fazer o que a gente gosta”, dizia sempre. No dia seguinte, o despertar foi diferente de um pós-balada qualquer regada a bebidas. O álcool era de qualidade e a ressaca não iria incomodar. Antes de levantar da cama e checar o e-mail um outro convite, desta vez veio pelo celular, era uma mensagem. Só de pensar que poderia ser mais uma festa fútil poderia incomodar. Mas não, não era, este próximo encontro será diferente. Não na possível futilidade, mas sim na ocasião.

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b.o.U.n.T.y.

Desde o início de 2010, muitos fãs de produções audiovisuais per-dem o sono tentando descobrir quem se esconde por trás do codi-nome “iamamiwhoami”. O projeto que faz parte de uma campanha viral conquistou mais de 200 mil visualizações só com o primeiro teaser, divulgado no começo do ano. Mais do que uma estratégia de marketing, todos os vídeos são incrivelmente bem produzidos. Envoltos em uma atmosfera folclórica, parecem acontecer em uma dimensão paralela, tudo muito mágico. A sonoridade não perde no quesito criatividade. E imagem e som se completam perfeitamente.

Agora, parte do mistério, pode ter chegado ao fim. Depois do vide-oclipe “t”, está difícil negar que a personagem feminina que estrela todos os vídeos não seja Jonna Lee, uma cantora sueca que nunca alcançou grandes públicos. O sentimento de curiosidade aumenta com o desejo de concluir a mensagem que está sendo transmitida através do título de cada vídeo lançado. As provas mantidas por fãs do projeto já são bem claras, mas a gravadora e o empresário de Jonna Lee insistem em negar a autoria.

Só não há como negar a genialidade do projeto. É revigorante para olhos e ouvidos.

Veja você mesmo www.youtube.com/user/iamamiwhoami

on ThE DancEfloor

Superando expectativas, a banda Miami Horror chega com “Illumi-nation” e prova que quem manda na pista realmente são os austra-lianos. Seguindo os passos de bandas como Van She, Cut Copy, Midnight Juggernauts, Bag Raiders, Empire of the Sun, entre tantos outros, os Miami Horror vieram para engrossar o time do chama-do “aussie electro”. Depois de estourar com o hit “Sometimes” em 2009, a banda concretiza seu trabalho com o recém lançado álbum “Illumination”, cheio de synthpop feliz e batidas funk. Com certeza, desse álbum sairão hits pra mais de ano. A primeira música de traba-lho é “I Look to You”. Nela, Benjamin Vanguarde, assume toda sua veia dance-pop. O vocal sedutor é da linda cantora neozelandesa, Kimbra (myspace.com/kimbramusic), de apenas 20 anos.

Recomendadíssimo www.myspace.com/miamihorror

next track

lEanDro PorTo⁄⁄ jornalista

Produtor de moda, Dj, formado em jornalismo pela Puc-GO e cursando pós graduação em moda.

@leandroporto_

para lEvar no iPod

You Say Party! We Say Die! There is XXXX (Within My Heart) myspace.com/ yousaypartywesaydie

Bag Raiders Way Back Homemyspace.com/bagraiders Totally Enormous Extinct Dinosaurs Gardenmyspace.com/totallyenormousextinctdinosaurs

The Hundred in the Hands Pigeonsmyspace.com/thehundredinthehands

Best Coast - Sun Was High (So Was I)myspace.com/bestcoast

Zebra and Snake Big Bad Drummermyspace.com/zebraandsnake

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para lEvar no iPod

You Say Party! We Say Die! There is XXXX (Within My Heart) myspace.com/ yousaypartywesaydie

Bag Raiders Way Back Homemyspace.com/bagraiders Totally Enormous Extinct Dinosaurs Gardenmyspace.com/totallyenormousextinctdinosaurs

The Hundred in the Hands Pigeonsmyspace.com/thehundredinthehands

Best Coast - Sun Was High (So Was I)myspace.com/bestcoast

Zebra and Snake Big Bad Drummermyspace.com/zebraandsnake

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intervenção urbana

Fotógrafos:Fabricio Cardoso – 062.8179.0903Heverton Lacerda – 062.8565.0343Ivan Erick – 062.8466.2550Kaí Labre – 062.8174.7963Luciano Medeiros – 062.3255.9371Marina Sousa – 062.9204.7341Rafael Manson – 062.8157.4724Rafael Menôva – 062.8146.3845

Lugares:Arte Plena – 062.3941.9618Athena – 062.3223.8366Cia In Cena – 062.3224.3819Espaço Bangalô – 062.3285.6195Galeria Potrich – 062.3945.0451The Pub – 062.3281.4308

Design gráfico:Maicon Mello – 062.9203.2443ZebraBold – 062.3954.7927

Estilistas:Adevânia Silveira – 062.9972.1772Eleonora Hsuing – 062.9971.2323Fabiana Queiroga – 062.8122.7785

Kleyson Bastos – 062.9211.2498Lucas Silveira – 062.8118.0639Marcos Manzutti – 062.8415.5815Marcos Queyroz – 062.9202.7719Naya Violeta – 062.8581.2873Tarsila Rosa – 062.8131.2484

Produtores:Philipe Mortosa – 062.8441.4909Ronan Gonçalves – 062.9181.4577

Lojas:Fabulosas Desordens – 062.3661.4900Futility – 062.3281.0445Pactus – 062.3215.1246

Jornalistas:Alex Mateus – 062.8579.9497Leandro Porto – 062.8199.9996Lyniker Passos – 062.8112.5782

Agencias:By models – 062.3702.1747Global Models – 062.3942.8693Voga Model – 062.3941.7444

Beleza:Diogo Fernandes – 062.3259.9276Evando Filho – 062.8125.7900João Pedro – 062.9979.3474

Na Web:

www.coisas.comwww.conttrolmix.com.brwww.fashionbag.com.brwww.finissimo.com.brwww.oconfessionario.wordpress.comwww.paroutudo.com.brwww.sijoga.com

utopia coNcrEtaA memória social possui uma relação de forças, de grupos antagônicos. Alguns, interessados na constru-ção de novas memórias e, por consequência, o esque-cimento das antigas; outros, por sua vez, lutam pela perpetuação e pela tradição. Nesse sentido, relacionar o processo de construção de uma memória social com vistas à monumentalização, na sociedade moderna, estabelece o espaço público como campo de conflito de interesses.

Ronan Gonçalves da Silva Junior, 26 anos, artista plás-tico, fluminense da cidade de Rio das Flores, vem de-senvolvendo na linguagem de intervenção urbana suas pesquisas artísticas.

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