Revista Beach&Co. 100

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Beach&Co nº 99 - Setembro/2010 3

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Edição 100

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Cartas

Foto Pedro RezendeFoto Pedro Rezende Foto Pedro Rezende

Um verdadeiro mergulho ao fundo do mar, a ma-téria sobre os seres marinhos desta revista (edição de setembro/ nº 99). Coisa linda de ver e, mais ainda, de conhecer um pouco de fantástico mundo que a gente ignora. Parabéns à equipe do CebiMar pelo relevan-te trabalho de pesquisa e divulgação.

Tânia Masaaki

Impecável o artigo sobre destinação de lixo (Destinação de lixo: o desafio da sociedade moderna, de autoria de João Leonardo Mele) publicada na úl-tima edição desta revista, que aborda os variados aspectos da Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mantenham-se nessa linha. Parabéns!

Eliege Reis

2420Energia secular move o porto de Santos

Uma saga ao longo dos trilhos

Usina é exemplo de lições ambientais

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Capa

Recordações 34

Sítio Vergara 43

Futuro 58

Comportamento 60

Porto 62

Equipousada 68

Saúde 70

Musculação 76

Gastronomia 80

Moda 86

Sociais 92

E mais...Foto Pedro Rezende

Óleo sobre tela do artista plástico bertioguense Sandro Bueno Justo, retratando a casa de força da usina de Itatinga

Foto Pedro Rezende

Foto Pedro Rezende

pág. 12Especial Itatinga

48Complexo Itatinga: uma dasmaravilhas da região

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Ao leitor

Múltiplos de 10No dia 10 de outubro, um dos grandes patrimônios nacionais e, sem

dúvida, o maior de Bertioga, comemora 100 anos de profícua existência. Trata-se da Usina Hidrelétrica de Itatinga, a quem esta revista dedica um número especial.

E, para felicidade da equipe da Beach&Co, também comemoramos, na pre-sente edição, o número 100 da revista, que vai às ruas com 100 páginas.

Para quem gosta de números, seja seguidor de teorias científicas ou metafí-sicas, sem dúvida eles representam uma grata coincidência, e um marco para uma publicação regional.

Por estas razões, estamos em festa. É um privilégio dividirmos a data com esta fantástica obra da engenharia nacional, um complexo que atravessou o sé-culo e, ainda hoje, pode se dar ao luxo de transmitir lições de sustentabilidade e respeito à natureza.

Construída em uma época em que os padrões de construções não eram re-gidos por leis ambientais, impressiona pelo planejamento e soluções de enge-nharia em respeito ao meio ambiente. Com capacidade nominal para abastecer uma cidade de 51 mil habitantes, sua história deve ser estudada, e servir como exemplo futuro para a geração de energia com baixo impacto ambiental.

Há, ainda, o aspecto emocional. Muitos bertioguenses viveram na vila, ou tiveram suas vidas, de alguma forma, relacionadas a ela. Assim, mais que um patrimônio histórico, cultural e ambiental, o complexo Itatinga faz parte da memória afetiva de Bertioga.

Esta edição especial e a própria capa em si – criada pelo renomado artista plástico bertioguense, nascido em Itatinga, Sandro Bueno Justo -, são um pre-sente que dedicamos a você, leitor. Parabéns a nós todos!

Eleni Nogueira

Moda 22

MegaPixel 24

Investimento 32

Fazenda Santana 36

Rota Gourmet 44

Social 44

E mais...

ANO IX - Nº 100 - outubro/2010

Beach CoA R e v i s t a d o L i t o r a l .

A revista Beach&Co

é editada pelo Jornal Costa Norte

Redação e Publicidade

Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP

Fone/Fax: (13) 3317-1281

www.beachco.com.br

E-mail: [email protected]

Diretor - Presidente

Reuben Nagib Zaidan

Diretora Administrativa

Dinalva Berlofi Zaidan

Edição

Eleni Nogueira (MTB 47.477/SP)

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Diretor de Arte

Roberto Berlofi Zaidan

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Marketing e Publicidade

Ronaldo Berlofi Zaidan

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Depto. Comercial

Aline Pazin

[email protected]

Fotos: Pedro Rezende

Revisão: Adlete Hamuch

Colaboração

Belisa Barga, Bruna Vieira, Cristiano Pires, Edison

Prata, Luciana Sotelo, Fernanda Lopes, Gabriela

Montoro, Gisela Bello e Karlos Ferrera

Circulação

Baixada Santista, Litoral Norte e

portos do Brasil

Tiragem

25 mil exemplares

Foto Pedro Rezende

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Coração do maior porto da América Latina - há exatos cem anos gera a energia que move esse gigante - a Usina Hidrelétrica de Itatinga, dona de uma história fantástica, constitui-se hoje em um genuíno patrimônio nacional e exemplo de produção de energia com baixo impacto ambiental

Uma epopéia na Serra do MarUma epopéia na Serra do Mar

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Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

Os desavisados que passam pela rodovia Rio Santos, na altura do km 224, nem sequer imagi-nam que, parte daquela imensidão de Mata Atlân-tica preservada e encravada na encosta da Serra do Mar esconde um singular patrimônio nacional em perfeito estado de conservação, e funcionando a toda força desde 10 de outubro de 1910. É a Usi-na Hidrelétrica de Itatinga, pouco conhecida no Brasil, mas responsável pela energia que move um dos maiores portos do mundo, o de Santos.

A construção de Itatinga constitui-se numa verdadeira epopéia na Serra do Mar. Principal-mente, se levarmos em conta os desafios que en-volviam a construção de uma usina hidrelétrica com os recursos técnicos e físicos disponíveis na-quele período. Sua história começa a se desenhar ainda no período do Império, mais exatamente em 1888, quando o grupo Gaffrée e Guinle, de Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée, donos da Companhia Docas de Santos, consegue, por de-creto imperial, uma concessão para a construção de um cais na cidade de Santos. Nascia, assim, o porto de Santos, um dos maiores do mundo.

Neste período, a era do café estava no auge e tanto o porto quanto a sua movimentação de cargas só aumentavam. A energia elétrica já fora implantada aqui e era explorada pela Compa-nhia City de Santos. Mas, movimentar máqui-nas, bombas, guindastes e garantir iluminação para os setores que não paravam de crescer de-mandava uma grande quantidade de energia. A empresa Docas então resolveu investir na cons-trução de uma usina elétrica a vapor, no próprio cais. O que também não foi suficiente.

Tanque de adução da água captada do Rio Itatinga

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Nasce a usinaAssim, o grupo entra no século XX com um

objetivo desafiador: construir sua própria usina hidrelétrica. Autorização do governo concedida, a empresa parte em busca da área ideal para re-ceber o grande projeto. A 30 km de distância do novo porto, a existência de um manancial na ba-cia onde nasce o rio Itatinga e o clima úmido da região de Bertioga foi determinante para a com-pra da Fazenda Pelaes, em 1902. A construção da usina teve início em 1904, com todo equipa-mento e mão de obra sendo transportados pelo mar. Para seguir com esse material até o ponto escolhido para a implantação da usina foi venci-do mais um desafio: a construção de uma linha férrea, com 8 km de extensão.

Em seguida, viu-se a necessidade de outro projeto: criar um núcleo residencial funcional para abrigar os funcionários e seus familiares, devido às dificuldades de acesso. Assim surgiu a vila de Itatinga, com casas, empório, posto mé-

dico, cinema, escola e áreas de lazer. Tudo cons-truído paralelamente à via férrea. Mais tarde, em 1927, foi inaugurado o inevitável clube de fute-bol, com sede social, campo e arquibancada. E a Capela Nossa Senhora da Conceição, em 1942. A disposição dos empreendimentos forma um conjunto arquitetônico gracioso e inspirador

Instalados, os trabalhadores enfrentaram dia após dia, os desafios de uma região ainda inóspita. Em 1905, as obras da usina chega-ram a ficar paralisadas por conta de uma epi-demia de malária que assolou a região e viti-mou muitos funcionários (veja na página 18). Mas, vencidos todos os desafios, a partir de 1909, o porto de Santos fazia o primeiro uso experimental de energia com tensão de 44.000 volts, em substituição aos equipamentos a vapor até então utilizados na iluminação dos edifícios, no funcionamento das bombas e em todas as demais dependências. Uma grande vitória da engenharia nacional.

Construção da usina foi um desafio para a engenharia nacional

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A vila atendia às necessidades dos funcionários e familiares, tais como educação, lazer e saúde

Ana Luisa afirma que a vila não tem padrão inglês

Company townsDurante muitos anos,

tinha-se que a vila de Itatinga seguia o padrão inglês de arquitetura. Versão desmentida, hoje, pela arquiteta e urbanis-ta Ana Luisa Howard de Castilho, doutora em planejamento urbano e regional, e autora do livro Itatinga: a hidrelétrica e seu legado, encomendado pela Codesp, e a ser divulgado durante as comemorações do centenário da usina.

Segundo suas pesquisas, não existem docu-mentos que comprovem tal origem. “O projeto das casas e da urbanização pode ter sido ins-pirado nas company towns, que existiam tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, onde foram propostas até os anos 1930”. Company towns são núcleos planejados, criados e contro-

lados diretamente por grandes empresas, para atender à instalação e ao funcionamento de megaprojetos econômicos em espaços pouco urbanizados.

Mas, o que importa mesmo é o reconheci-mento da excelência do projeto da vila. Ana Luisa diz que tudo foi pensado de forma a diminuir as preocupações de seus habitan-tes, já que a distância dos centros urbanos dificultava o acesso às necessidades básicas como educação e lazer. Assim, a vila asse-gurou a permanência da maioria dos traba-lhadores e de suas famílias por mais de 80 anos. A partir da década de 1990, a Codesp optou por manter funcionários terceirizados na usina. As casas, antes ocupadas por famí-lias, agora são alojamentos.

Sobre esse patrimônio genuíno da região, a pesquisadora Ana Luisa ressalta: “O que hoje é visto como uma boa opção de moradia, no passado era ainda melhor. As pessoas que lá viveram, ou tiveram suas vidas de certa forma ligadas a ela, jamais a esqueceram”.

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Ampliação interrompidaUsina construída, o grupo Gaffrée e Guinle tinha pretensões maiores:

entrar no emergente mercado de produção e distribuição de energia. O plano era ampliar a geração de energia para utilizá-la tanto nos servi-ços urbanos de Santos como iniciar o provimento na capital. Também almejava que fosse adotada a tração elétrica nas ferrovias que serviam São Paulo e Santos, segundo conta Ana Luisa Howard de Castilho. “O sonho era abastecer a cidade de São Paulo com o excedente da hidrelé-trica de Itatinga, e construir outras pequenas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) na área para gerar energia, como se fazia na Califórnia, EUA, que serviu de inspiração para o modelo de Itatinga”.

A detentora dos serviços de prestação de energia no país era a empresa canadense The São Paulo Transway Light and Power Com-pany, fundada em 7 de abril de 1899, e que, em 17 de julho deste mesmo ano, foi autorizada por decreto do então presidente Cam-pos Salles, a atuar no Brasil.

Para entrar na briga contra o monopólio da empresa internacional, Eduardo Guinle fundou a companhia de energia Guinle & Co e con-seguiu, em fevereiro de 1909, a autorização para vender na capital o excesso da energia produzida em Itatinga.

A Light não se sentiu confortável com a concorrência e, para defen-der seu monopólio, fez diversas pressões políticas. Chegou, inclusive a baixar bruscamente as tarifas de energia, e até o preço das passagens dos bondes elétricos, na capital, também sob seu controle.

Gaffrée e Guinle não tinham cacife para enfrentar a luta e, em 1914, paralisaram o projeto de ampliação da captação de água de outros pon-tos do rio Itatinga. Abandonaram o setor de energia, conservando ape-nas a usina para o porto e a cidade de Santos.

Grupo Gaffrée e Guinle tinha planos de ampliar a geração de energia, e chegou a iniciar projeto de captação em outros pontos do rio Itatinga. Quebra de braço com a Light levou os empresários a desistir do setor de energia

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Marco científicoA construção da Usina Hidrelétrica de Itatin-

ga também representa um marco científico de sua época. Conforme consta no livro Docas de Santos: Uma Empresa Através dos Séculos, de au-toria de Hélio Kaltman, editora Agir, em 1905, as obras da usina chegaram a ficar praticamente paralisadas por conta de uma epidemia de ma-lária que vitimou a maioria dos operários, mal que atingia o Brasil inteiro naquele período.

Diante da tragédia, Cândido Gaffrée recor-reu ao médico sanitarista Osvaldo Cruz (que coordenou a vacinação contra a febre amarela e varíola, no Rio de Janeiro, e o surto de peste bubônica, em Santos), para que lhe indicasse alguém capaz de resolver o problema o mais rápido possível.

O escolhido foi o jovem médico sanitarista Carlos Chagas, do Instituto de Manguinhos, no Rio de Janeiro, especializado em doenças tro-picais, e entusiasta do trabalho de campo. Em

menos de três meses, ele praticamente elimi-nou o surto de malária.

Ao observar o comportamento do mosquito portador da doença, percebeu que ele, depois de alimentar-se, adquiria peso que o incapa-citava de voar mais alto do que as janelas ou os móveis da casa, onde iniciava o processo de digestão do sangue sugado. Com base nessa constatação, Chagas resolveu desinfetar os alo-jamentos de operários e as residências de Ita-tinga, depois de calafetá-los.

Utilizou na desinfecção a queima de píretro, um inseticida proveniente da erva cespitosa (Tanacetum Cinerariifolium), que eliminava o mosquito. Seu método acabou por revolucio-nar mundialmente o combate à doença. Mas, só muitos anos depois de concluído o trabalho do médico na usina é que o Congresso Interna-cional de Malariologia, realizado em 1923, em Roma, reconheceu a importância da descoberta desse método.

Surto de malária que atingiu trabalhadores

quase interrompeu construção da usina

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Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

A genial obra da engenharia nacional, projetada pelo en-genheiro rio-grandense Guilherme B. Weinschenck, também responsável pelo projeto do porto de Santos, tem valor am-biental relevante para o litoral paulista, por ter mantido toda a área do complexo preservada, e graças ao tipo de energia que produz - o modelo a fio d´água.

Boa parte do material introduzido nas obras em Itatinga foi reaproveitada, segundo pesquisas da arquiteta e urba-nista Ana Luisa Howard. Pioneirismo para a época e que se mantém até os dias de hoje. “Os andaimes foram utilizados e, depois, transformados em equipamento para a usina ou para a vila. Essa prática tornou-se mais extensa e, atualmente, par-te do material descartado da área do porto de Santos, como paralelepípedos, aterro de cascalho, trilho e madeiras nobres, por exemplo, é utilizada em contenção de barrancos ou calça-mento em Itatinga”, revela.

O sistema de captação de água da usina de Itatinga respeita a natureza, já que não houve grandes alterações no fluxo natu-ral do rio Itatinga. O sistema começa a partir do desvio de parte da água do rio, a 800 metros de altitude, que segue da represa por gravidade pelo canal coberto por sólida obra até chegar à câmara d’água, a 640 metros de altitude, cuja localização foi de-terminada pelo cânion local. A partir desse ponto, a água desce,

... a Usina Hidrelétrica de Itatinga foi pioneira em reciclagem, e é exemplo de produção de energia com baixo impacto ambiental: o modelo a fio d´água

Da captação àtransmissão...

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Energia de sobraUma das maiores entre as primeiras do gênero no

país, a hidrelétrica tem relevante importância no de-senvolvimento da região. Entre 1911 e 1927, além de abastecer o porto, também forneceu energia para as ci-dades de Santos, São Vicente e localidades vizinhas.

Em 1925, durante uma grande crise de energia em São Paulo, forneceu 5.000 kw diários à capital. Ela tam-bém foi responsável pelo fornecimento de energia para a construção da Usina Henry Borden, em Cubatão.

direcionada até a linha de tubos, num percurso de 2km, onde a velocidade e a pressão são am-pliadas até chegar à casa de força, onde a água faz girar as turbinas pelton e os hidrogeradores , para gerar a energia elétrica. Um processo realizado sem desmatamentos, inundações de áreas, ou o uso de máquinas barulhentas e poluidoras.

A casa de força da usina de Itatinga possui cinco geradores e cinco turbinas. Os equipamen-tos hidráulicos e mecânicos (turbinas) são de fa-bricação alemã, da empresa J.M. Voith e os elé-tricos, da americana General Eletric Co. Juntos formam um equipamento só, responsável pela geração de 15MW de energia.

Toda a energia gerada na usina segue por tor-

res e cabos por 30 km de extensão – divididos em três postos de apoio (Caiubura, a 13 km de Itatin-ga; Caeté, a 17 km e Monte Cabrão, a 25 km) até chegar ao porto de Santos. Uma tarefa nada fácil nos dias atuais, imagine-se há 100 anos.

A usina funciona ininterruptamente, e de-manda uma operação que exige uma equipe de 160 funcionários. O engenheiro Itamar Bar-bosa Gonçalves, funcionário da Codesp há 35 anos, há 22 anos é responsável pelos trabalhos e pelo receptivo aos visitantes. “Esta é sem dúvida uma grande obra da engenharia nacional. É bom trabalhar aqui, um aprendi-zado constante”.

Turbinas e hidrogeradores finalizam processo de transformar água em energia elétrica. No detalhe o engenheiro Itamar

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Itatinga | transporte

Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

Na memória afetiva de quem conhece Itatinga, uma das lembranças mais vivas e bucólicas é, com certeza, a da pequena locomotiva a vapor correndo pelos trilhos, com trilha sonora ritmada pelo peculiar som das caldeiras e do apito estridente perturbando o silêncio da Mata Atlântica. Símbolo de uma era, a locomotiva Itapema, mais conhecida por “bon-dinho”, começou a operar na linha férrea de Itatinga em 1906 e, depois de 99 anos de trabalho pesado, descansa no gramado da vila, um raro exemplar em exposição permanente ao ar livre.

Desde 2005, este que foi o último tramway a vapor a funcionar no estado de São Paulo, segundo o Museu do Transporte Público Gae-tano Ferolla, foi substituído por um trator rodoferroviário movido a diesel. Já não valia mais a pena a sua manutenção e o uso de lenha nos tempos atuais. Mas há quem diga que o percurso para Itatinga perdeu parte de seu charme.

O elo da locomotiva com a região teve início em 1905. Quando definida a construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga, logo surgiu um grande

de uma épocaÍcones

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Locomotivas a vapor, bondes elétricos, trator rodoferroviário a diesel... Testemunhas de um passado recente, hoje são atrações turísticas, símbolos de Itatinga e registros históricos de uma época que deixou saudades e boas lembranças

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problema: como transportar materiais e traba-lhadores pela estreita faixa de mata entre o rio e o sopé da Serra do Mar, até a área escolhida para receber a casa de força? A questão foi resolvida com a construção de uma linha férrea, com 8 km de comprimento e 80 cm de bitola, assentada ao longo da futura linha de transmissão de energia, concluída em 1906. Surgia assim, a menor linha férrea do Brasil.

A medida que a obra evoluiu, foram cria-das mais duas linhas férreas, uma no alto da serra, no trecho entre a captação até a câmara d’água, com bitola de 60 cm e 3 km de compri-mento e outra no trecho da linha de tubos com bitola de 80 cm e 2 km de comprimento.

Para o transporte de carga, foram adquiridas

Maria fumaça (acima) foi substituída pelo trator rodoferroviário a diesel

Itatinga | transporte

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três locomotivas a vapor (nº 1, 8 e 12) batizadas como Lavoura, Mont Serrat e Itapema, respec-tivamente, construídas em 1889 pela empresa alemã associada Locomotivfabrik Krauss e Cia München & Linz.

Com a robustez e a força necessárias para o serviço, elas partiam diariamente do porto flu-vial construído à margem do Rio Itapanhaú e corriam diariamente pelas linhas, transportan-do trabalhadores, tubulações, maquinários e todo material necessário para a construção da

usina. O material vinha do porto de Santos, a 30 km de distância, seguindo pelo mar e Canal de Bertioga em barcaças, batelões e chatas. Ter-minada a construção da usina, em 1910, a fer-rovia continuou servindo regularmente para o transporte de materiais e funcionários, no aten-dimento à usina até os dias de hoje.

O maquinista Luiz Carlos Cândido de Sou-za trabalha em Itatinga há 33 anos, sendo 14 à frente da locomotiva Itapema. Ele continua a transportar pessoas e equipamentos pelos

O maquinista Luiz Carlos: 33 anoscorrendo pelos trilhos de Itatinga

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Peças de museu A locomotiva Lavoura encontra-se em ex-

posição no Museu do Porto de Santos, locali-zado na avenida Conselheiro Rodrigues Alves s/n, em Santos. Já a Mont Serrat está desapa-recida desde a década de 1980. Segundo o engenheiro Antonio Carlos da Mata Barreto, gerente do complexo cultural do porto, ela foi emprestada ao governo do estado para uma exposição e acabou desaparecendo. “Estamos fazendo uma busca para resgatá-la e trazê-la para o museu”, afirmou. Para a locomotiva Itapema, em Itatinga, está prevista a cons-trução de uma miniestação com redoma para abrigá-la das intempéries.

Transporte é uma das atrações do acesso à vila de Itatinga

trilhos da linha férrea, nos bondinhos elétri-cos e no trator rodoferroviário, mas diz sentir falta do som da maria-fumaça. “A locomotiva era muito quente e bem mais trabalhosa. Mas quando olho para ela ali parada sinto sauda-des. O trator é bem mais fácil de lidar. Mas não tem a mesma graça”.

Bondes elétricosO acesso para a Vila de Itatinga também

inclui o passeio em bondes elétricos. Eles chegaram à região a partir de 1957. Para bai-xar os custos operacionais, a linha férrea foi eletrificada com 550 volts de corrente contí-nua, e passou-se a utilizar veículos de tração elétrica. Estava assim criada mais uma linha de bondes no estado de São Paulo, inaugu-rada em 1958. As locomotivas a vapor foram

mantidas para casos de emergência.Os bondes foram construídos nas oficinas da

Cia. Docas de Santos a partir de material pro-veniente dos bondes elétricos desativados do Guarujá. Os três vagões de passageiros são de antigos bondes a burro da cidade de Santos.

São dois os bondes elétricos de Itatinga. A unidade B-1 possui dois trucks motores, cada um com motor de 7,5KW e controller duplo em cada extremidade do veículo. A unidade B-2 possui um único motor central de 13,5 KW e o controller fica localizado no centro.

A linha ferroviária de acesso a Itatinga opera regularmente com dois bondes, mais o trator rodoferroviário, transportando mate-riais, funcionários da usina e turistas. As sa-ídas do portinho são às 06h00, 10h00, 12h00, 16h00, 18h00 e 22h40.

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Por Eleni Nogueira

Planejada no início do século XX, e intacta até os dias de hoje, apesar de construída em área de encosta de serra e sem alterações relevantes no percurso natural do rio Itatinga, a usina homôni-ma pode ser considerada um exemplo de uso e ocupação de solo. O segredo: a excelência do pro-jeto também no traçado de seu sistema de drena-gem de águas pluviais.

A arquiteta e urbanista Ana Luisa Howard de

Castilho chama a atenção para esse aspecto. “Há muitos canais de drenagem em Itatinga. Note-se que, durante o período de construção da usina, também estavam sendo feitos os canais de San-tos. Eles são muito importantes, e sua constante manutenção é que tem feito todo o complexo da usina funcionar em perfeito estado até hoje”.

O biólogo Fábio Giordano, doutor na área de ecossistemas costeiros e professor da UniSanta, também chama a atenção para os canais. “É histo-ricamente uma ocupação importantíssima do

O projeto da Usina de Itatinga destaca-se pelas soluções de engenharia, arquitetura e urbanismo, na ocupação de encostas e implantação de núcleo residencial funcional. Um bom exemplo que merece ser estudado e copiado

Modelo de ocupação

sustentável

Núcleo mantém-se intacto há um século, mesmo tendo sido construído em região de encosta

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ponto de vista do uso e ocupação do solo de área de encosta de serra, feita há mais de 100 anos, e que manteve íntegra a vertente costeira, pois foi feita com o devido planejamento para mitigar im-pactos, com sistemas de drenagem eficientes”.

O professor Luiz Antonio de Paula Nunes, coordenador do curso de extensão sobre Itatin-ga, a ser realizado na UniSanta neste mês (veja ao lado), enfatiza a falta, na época, de disponi-bilização de dados e de recursos tecnológicos para levantamentos em áreas de difícil acesso. O que, segundo ele, exigia dos profissionais uma profunda compreensão e sensibilidade para com os fenômenos da natureza. “Nesse sentido, devo lembrar que a característica do urbanismo no Brasil nessa época, como colo-

cado por vários autores, centra-se no binômio saneamento e embelezamento. Tínhamos pro-fissionais competentes nas áreas de saneamen-to e infraestrutura, como ferrovias e portos, por exemplo, e esses fatores certamente contri-buíram para que a natureza fosse respeitada, considerando a verdadeira dimensão de suas forças, não subestimando-as. Esse exemplo pode ser uma das melhores contribuições que podemos ter”.

Fábio Giordano destaca, ainda, a conservação da mata do entorno. “É surpreendentemente pe-quena a retirada da vegetação em relação ao total da área construída, considerando-se o padrão de obras do século passado, que não eram regidos por leis ambientais. Um exemplo a ser seguido”.

Sistema de drenagem eficiente está entre as principais características urbanísticas, destacadas pelos professoresFábio e Luiz

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Curso de extensão Pesquisar e levar informações sobre o patrimônio cul-

tural e natural da Vila e Usina de Itatinga de forma a ampliar o debate sobre a preservação desse patrimônio ambiental e cultural do porto e da Região Metropolita-na da Baixada Santista é o objetivo do curso de extensão “Diagnóstico Cultural e Ambiental – Estudos de Caso da Usina e Vila de Itatinga”, da UniSanta, que acontece entre os dias 22 e 24 deste mês. A conclusão será dia 19 de no-vembro, durante o Fórum Portuário.

Os temas tratados são: Aspectos históricos, políticos e econômicos relacionados com a construção da Usina; As-pectos ambientais relacionados com o sítio de implanta-ção da Usina; Aspectos sociais envolvendo os moradores e trabalhadores da Usina; Aspectos culturais e ambientais relacionados com o patrimônio natural e edificado e A relação Porto + Cidade envolvendo a Usina, o Porto e o potencial turístico da região.

Área de encosta de serra preservada

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Itatinga | recordações

Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

Manhã de 19 de agosto. O dia está ensolarado, mas uma névoa insis-tente teima em empalidecer a bela paisagem contornada por montanhas. Nossa equipe chega à bucólica Vila de Itatinga, onde o silêncio é reinante. Olho para as solitárias casinhas amarelas e verdes dispostas ao longo da via férrea, a caprichosa igreja que enfeita um platô acima das casas e, um pouco mais à frente, a imponente casa de força da Usina Hidrelétrica de Itatinga. Depois do impacto da bela cena, o primeiro pensamento vem em forma da inevitável pergunta: como teria sido viver nesse lugar que mais parece um cenário de filme?

A resposta está na memória de três bertioguenses apaixonados por Itatinga. São representantes de muitas pessoas que passaram parte de suas vidas nesse lugar. Mas, com um diferencial: cada um, a seu modo, deu um jeitinho de permanecer ligado a ela.

“O sino tocava às 18horas e nós, então crianças, deixávamos as bicicle-tas na primeira escadaria da igreja, já trazendo as flores de acácia, com seus cachos amarelos, das árvores que existiam entre o armazém e o ci-

A história oral é uma das formas mais saborosas e vivas de se conhecer uma época, um lugar, um fato. Das lembranças de quem vivenciou o momento que não mais voltará, é possível recuperar-se instantâneos que, de outra forma, dificilmente, seriam conhecidos pelas novas gerações

Memóriaafetiva

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nema, para enfeitar o altar de Nossa Senhora; corría-mos para sermos os primeiros a chegar e poder rezar um dos mistérios; muitas vezes, rezávamos correndo e afobados, para poder voltar a brincar, e acabávamos esquecendo alguma parte da Ave Maria. Pensa que ajudar nas tarefas diárias era fácil? Imagine encerar as tábuas de madeira de imbuía em uma única direção e, depois, dar brilho nos cantos da casa com os pés! Var-rer e lavar as escadas e calçadas feitas de pedra e deixá-las brancas, além de ajudar a cuidar dos lírios amarelos e hortênsias que enfeitavam os jardins das casas. E, às dez da noite, a sirene da usina cortava o Itatinga de ponta a ponta, anunciando que todos deveriam se re-colher, e que mais um dia estava chegando ao fim”.

Estas são algumas das muitas lembranças de infân-cia da funcionária pública Elaine Amorim Justo Nehme, nascida em Itatinga, e que lá viveu até os 19 anos. E ela não poderia deixar de citar o clássico festival de 7 se-tembro, realizado anualmente, até hoje, em homenagem

Elaine Nehme colhe memórias para compor futuro livro sobre Itatinga

Itatinga | recordações

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ao aniversário do Itatinga Futebol Clube, ocasião em que o acesso à vila é livre, e os moradores de Bertioga “invadem” o lugar.

Elaine Nehme é parte da terceira geração de uma fa-mília que participou da história de Itatinga. Seu bisavô Agostín Ramos, segundo conta, foi quem colocou a pe-dra fundamental de construção da Capela Nossa Senho-ra da Conceição.

A forte ligação com Itatinga a motivou a dar início ao trabalho de registrar, num livro de contos, os usos, costumes e crenças das famílias que habitaram a Vila de Itatinga até meados da década de 1990, resultado de 30 entrevistas com ex-moradores. A pesquisa revelou, por exemplo, que, no período de 1910 a 1930, a vila foi habitada exclusivamente por portugueses e imigrantes italianos e espanhóis; de 1930 a 1950, iniciou-se a migra-ção de pessoas vindas daqui mesmo da região do litoral norte, especialmente de Ubatuba e Caraguatatuba e, na década de 1990, o início do fim de um ciclo, com os últi-mos aposentados deixando a vila com suas famílias.

O livro, ainda sem nome definido, será ilustrado com

Capela Nossa Senhora da Conceição e campo do Itatinga Futebol Clube

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fotos antigas (pessoais e doadas pelas famílias en-trevistadas), e atuais, do fotógrafo Du Zuppani.

Estas imagens, aliás, de paz, alegria e confra-ternização entre as famílias que moravam em Itatinga, são semelhantes às que estão ainda na memória do aposentado Carlos de Oliveira, que viveu 22 anos na vila. “Houve tempos difíceis, quando não existiam estradas e tudo era feito pelo rio Itapanhaú, mas era muito bom viver ali. Hoje, quem volta sente uma nostalgia muito grande. Éramos como se fossemos uma família só. Tinha muitas festas, bailes e jogos de fute-bol. Inesquecível”.

Para não perder sua ligação com o lugar, depois de aposentado investiu em uma nova carreira: formou-se como monitor de turismo, criou uma agência e, hoje, continua a atraves-sar o rio Itapanhaú sentido Itatinga, mas, dessa vez, com turistas ávidos por conhecer o lugar e ouvir suas histórias.

Perpetuar as lembranças da infância em tela foi a forma escolhida pelo pintor Sandro Bueno Justo para mostrar a beleza da vida em Itatinga.

“Quando o bonde parava na vila, todos corriam para a janela para ver quem estava chegando. Lembro também de quando as calçadas eram lavadas com escovão; ficava tudo brilhando. As festas, os bailes, a convivência entre as pessoas, era tudo muito bonito”, conta.

Sua família tem forte ligação com o lugar. O bisavô, o avô e o pai, Ademir Ramos Justo, foram funcionários da usina. O primeiro quadro do ar-tista, aos 12 anos de idade, retratou a capela Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Itatinga. San-dro nunca mais parou de pintar a vila. “Já perdi a conta de quantos quadros pintei com esse tema. Pinto o meu passado, a minha gente”, diz.

Sandro viveu na vila até os 12 anos, depois se mudou para Santos, por problemas de saúde. Mas, todos os finais de semana, a família voltava à vila para passear e rever parentes e amigos. Foi assim durante toda a infância e juventude. Felizmente, toda essa memória gravada poderá ser admirada na Pinacoteca de Santos, entre os dias 19 e 31 de outubro, em exposição comemorativa ao centená-rio de Itatinga, promovida pela Codesp.

Sandro perpetua suas lembranças em tela

Carlos encontrou-se no turismo

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Itatinga | projeto

Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

A santista Eliana Ribeiro Vergara tem um es-tilo de vida incomum. Desde 1985, mantém a rotina de, às sextas-feiras, religiosamente, aban-donar o conforto da vida urbana para, sozinha, passar os finais de semana na pesada lida com a manutenção de 50 alqueires do Sítio Vergara, localizado na região da Fazenda Pelaes, a 500 metros da casa de força da Usina de Itatinga.

O que parecia um capricho pessoal, tornou-se um objetivo maior: manter viva a história de sua família, bananicultores que viveram o auge do cultivo e exportação da fruta entre as décadas de 1930 e 1970. Deste período, sobraram algumas relíquias, como fotos antigas, a casa de madeira de lei, conhecida como Casa Nova, construída em 1928, e que ainda mantém suas característi-

cas originais e móveis, além de algumas peças de embarcações, do estaleiro e equipamentos de uso manual. “Uma pena que, com a decadência do ciclo da banana, a minha família tenha ven-dido muita coisa, como o estaleiro, os trilhos, os troles... Eles interromperam tudo, não acredita-vam em outro mercado. Agora nós temos o eco-turismo”.

Eliana conta que seu avô José Vergara com-prou parte das terras em negociação pessoal com Eduardo Guinle. “Isso aqui tudo eram extensos bananais. Uma economia forte na re-gião, que teve seu declínio por conta dos altos preços da fruta na década de 1970. Isso fez os agricultores abandonarem o negócio. Não va-lia mais a pena manter as fazendas, sobretudo as de exportação”.

A ideia de Eliana é criar um museu dedicado a um passado não muito distante, quando a

A região escolhida para acolher a Usina de Itatinga também foi solo rico para o cultivo de bananas, especialmente para exportação. Uma saga a ser contada em futuro museu, projeto da herdeira das terras do Sítio Vergara

BananiculturaVocação do passado da Fazenda Pelaes

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Os Vergara na lida com a fazenda de bananas e, abaixo, Eliana que quer manter viva a história de sua família

Fotos arquivo pessoal

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banana movia a economia local. Toda a colheita era transportada em troles puxados a mão por linha férrea e, depois, disposta em batelões que enfeitavam o rio Itapanhaú, deslizando lenta-mente para o porto de Santos, de onde as frutas seguiam, principalmente, para a Argentina.

O projeto da herdeira vai além; ele inclui a descida pela trilha do Parque das Neblinas, pas-seio pelo rio Itapanhaú, receptivo no museu com a história do local, e almoço na residência. “Mi-nha preocupação maior é passar para a frente a importância da biodiversidade e da história des-se lugar. Isso aqui é lindo, um patrimônio”.

Casa original de 1928 será transformada em museu

Itatinga | projeto

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Passeioimpagável

Itatinga | turismo

Passeioimpagável

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Sentir Itatinga em sua plenitude é aventurar-se por suas trilhas e ecossistemas, mas também, é conhecer sua história e admirar sua arquitetura, genial obra da engenharia da época. Mais: curtir o som da mata do entorno, produzido pelo vento nas árvores, pela algazarra dos pássaros, e pelo som contínuo emitido pelas turbinas da usina, que funcionam a toda força, com 514 rotações por minuto, 24 horas por dia, há exatos cem anos

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Especial | Itatinga 100 anos

Por Eleni NogueiraFotos Pedro Rezende

O acesso à vila se dá após menos de cinco minutos de travessia náutica, em uma pequena catraia, entre o portinho, localizado no final da Rua Manoel Gajo, e o porto de embarque para Itatinga, no belo Rio Itapanhaú. Tempo suficien-te para apreciar parte do manguezal e as gigan-tes escarpas de montanhas da Serra do Mar, com mais de 700 metros de altitude, parte delas ven-cida para a construção da Usina de Itatinga.

Após o desembarque, o passeio continua, ago-ra por via férrea. São oito quilômetros percorri-dos em um bondinho elétrico ou trator rodofer-roviário a diesel, que há cinco anos substitui a charmosa locomotiva a vapor, em exposição no gramado da Vila de Itatinga.

O percurso revela ecossistemas variados, como mata de encosta, restinga e manguezal, e já dá pistas para o que se verá à frente. Os olhos ziguezagueiam sem parar, admirados pela bele-za das árvores, pássaros, flores, canais de drena-gem, córregos cristalinos, a graça dos vagões a serpentear os trilhos, funcionários com seus uni-formes amarelos na lida da constante manuten-ção do lugar... E, de repente, as casinhas amare-las e verdes surgem. Estamos na centenária vila.

É de impressionarA linha férrea termina na casa de força da

usina. Não é permitido ao público o acesso ao interior do prédio. Mas, mesmo do lado de fora, o bom observador perceberá detalhes que, por si só, já compensariam o passeio. A imponente construção mais parece um quadro a separar os limites da vila com as grandiosas montanhas da Serra do Mar. Em pedra talhada, foi construída em sistema de cantaria, tecnologia que corta pe-dras no formato necessário e em ângulos per-feitos para o encaixe. Além da casa de força, há muitos outros detalhes e intervenções em pedra talhada em Itatinga, como na casa de válvula, na casa do portinho na margem do rio Itapanhaú,

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Acesso à vila por via férrea sobre o Ribeirão Tachinhas

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em algumas casas da vila, e ao longo dos canais cobertos de água. Segundo o engenheiro elétrico Itamar Barbosa Gonçalves, responsável

pela usina, os canteiros - como eram chamados os especialistas nesta arte - eram todos espanhóis. Impossível não parar para admirar cada detalhe, e refletir sobre a dificuldade de se elaborar tal engenhosidade na época.

Na parte posterior da casa de força, merecem atenção as tubulações que trazem a água da captação para se transformar em energia dentro da usina, pesado equipamento que veio da Alemanha. Paralelos à tu-bulação, estão os trilhos do sistema funicular, construído para transpor os 640 metros de altitude entre a casa de força e câmara d´água, no alto da serra. O sistema é baseado em seis planos inclinados interligados por patamares, onde foram instalados os cabos de aço que sustentam as composições na subida e descida da serra, num ângulo de 35º, para o transporte de funcionários e materiais.

Vila de Itatinga, com a bela capela ao fundo e, abaixo, o portinho de onde parte a linha férrea

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Trilhas e ecossistemasEm Itatinga, segundo o biólogo Fábio Gior-

dono, doutor na área de ecossistemas costeiros e professor da UniSanta, em Itatinga juntam-se três ecossistemas: Mata Atlântica de encosta (pri-mária e secundária), manguezais e restinga (bai-xa, alta e paludosa). Em meio a tanta natureza, várias trilhas cortam a região, como a das Ruí-nas, da Captação, do Vale do Rio Itatinga, dos Três Poços e a do Caminho de Pedra. Uma para cada gosto e condição física.

A Trilha das Ruínas começa a partir das ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Pilares (ou Pelaes), do século XVII, logo no início do acesso à Itatinga, e margeia o Córrego Fazenda. O percurso de cer-ca de 40 minutos é ladeado por mata de encosta preservada, com diferentes espécies de bromélias e um número incontável de trepadeiras.

A Trilha da Captação é mais curta, cerca de 1,5 km entre árvores de grande porte, que formam uma cobertura densa e contínua. Passa por áreas de transição da vegetação de restinga para mata de encosta, e margeia o Ribeirão Tachinhas, so-bre o qual passam os trilhos da linha férrea.

Mais próxima da vila está a Trilha dos Três Poços. Bromélias e orquídeas pontuam o percur-so de cerca de meia hora, margeando um córre-go, até chegar a uma piscina natural decorada por grandes rochas, sobre as quais a água des-penca em três quedas, daí a origem do nome da cachoeira e da trilha.

A trilha do Vale do Rio Itatinga tem percurso de cerca de 50 minutos e leva ao rio de águas cris-talinas repleto de pequenos peixes e trechos de leve correnteza, em meio à densa vegetação. Por ser uma área mais isolada, facilita a observação de

Acesso a partir do Parque das Neblinas é uma aventura à parte

Itatinga | turismo

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variadas espécies de pássaros como arapongas, tucanos, sabiás, saíras, teiús, além de borboletas. Também há árvores frutíferas nativas como ara-çá, murici, gabiroba e pitanga.

Um pouco mais pesada e com início atrás do prédio da usina, o Caminho de Pedra tem seis quilômetros de extensão e liga a área de planície ao alto das montanhas, que chegam a 730 metros de altitude. Calçado com pedras irregulares, acompanha a tubulação de água e permite, já em seu primeiro trecho, depois de 1,2 km de caminhada, ver a paisagem da pla-nície, com os rios Itapanhaú e Itatinga, o mar e a vegetação. No final, já na área da captação, é possível avistar toda a região, desde Bertioga até Alcatrazes, caso o dia não esteja com nebli-na, muito comum naquela área. Daí, passa-se pelo segundo trecho de linha férrea construído

no alto da serra, para dar suporte à construção da obras de captação.

Serra abaixoA nascente do rio Itatinga situa-se a apro-

ximadamente 800 metros de altitude entre o Parque Estadual da Serra Mar e o município de Mogi das Cruzes, dentro dos limites do Parque das Neblinas – uma área de 2 mil hectares per-tencente à Companhia Suzano de Papel e Celu-lose, que, desde 2002, tornou-se um centro de vivência na Mata Atlântica.

Deste ponto, há uma trilha de acesso à Ita-tinga; são cerca de 25 km em meio à mata pre-servada. Quem se aventura por esse passeio, precisa estar preparado para uma caminhada de mais de cinco horas. O mogiano aposentado Jair Salvarani, 64 anos, enfrenta esse desa-

No alto da serra a bela vista da área de captação das águas do rio Itatinga

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fio anualmente desde 1975 e ,desde então, formou uma legião de seguidores.

No último dia 22 de agosto, ele e mais um grupo de cerca de 40 pessoas desceram a serra em busca de um contato mais íntimo com a natureza. O per-curso passa pela nascente do rio, cachoeira, capta-ção e câmara d´água, e segue pela trilha de pedras que acompanha todo o traçado da tubulação de água até chegar à Vila de Itatinga. “Faço isso por amor à natureza; é muito gratificante poder levar pessoas para conhecer esse lugar maravilhoso”.

Salvarani forma grupos de estudantes e associa-ções, e diz que o seu trabalho é educativo. Chega a fazer o passeio de duas a três vezes por ano, sempre entre os meses de março e setembro.

Passe de entradaDepois de tantos atributos, certamente você

deve estar curioso para conhecer esse lugar, certo? Mas, para visitar Itatinga, é preciso entrar em con-tato com as agências credenciadas nas secretarias

de Turismo de Santos e de Bertioga, que recebem das prefeituras locais cotas mensais, com datas determinadas, fornecidas pela Codesp. É que o potencial do turismo ecológico de Itatinga ainda não é explorado e, por estar em área particular, é preciso autorização e controle.

Bertioga conta com duas datas: o primeiro do-mingo e o terceiro sábado de cada mês. São 40 vagas distribuídas entre as seguintes agências: Atlântica Turismo (13) 3317 37847; Seiva Tur (13) 3316 6070; Trilha Tur (13) 3317 6467); Viabiliza Tur (13) 317 5939 e Carlos Turismo (13) 3317 2438, este último também tem a opção do passeio com acesso de barco para a Fazenda Vergara (veja matéria na página 42).

Já Santos tem suas 40 vagas disponibilizadas para o primeiro sábado e o terceiro domingo de cada mês. As seguintes agências operam o passeio: Grão Brasil Turismo Cultural (13) 3216-1818, 3216-1610; Harpya Serviços Ambientais (13) 3227-2000; Mega Link Tour Agência de Viagens (13) 3284-2084 e Caiçara Expedições (13) 3466-6905.

Vista de Bertioga a partir da área da câmara d´água

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Itatinga | investimento

Poderoso diferencial do Porto de Santos – geração própria de energia – a centenária Usina Hidrelétrica de Itatinga mantém a mesma capacidade de produção de quando concebida, e pode comemorar muitas primaveras mais, já que vem recebendo investimentos em reformas e modernização

Patrimônio rejuvenescido

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Por Eleni Nogueira

A Usina Hidrelétrica de Itatinga fornece diariamente 15 megawats de energia elétrica para o porto de Santos, capacidade suficien-te para abastecer uma cidade de 51 mil ha-bitantes. O que já significou autonomia para o gigante portuário, hoje representa o equi-valente a 85% de seu consumo (o que pode ser menor em períodos de estiagem). Ainda assim, um poderoso diferencial no setor, já que o porto de Santos é um dos poucos do mundo a produzir energia própria.

Foto Fabrício Souza/Codesp

Uma autonomia que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) não abre mão. A empresa comemora o centenário de Itatinga com investimentos em modernização deste que é um grande patrimônio do país.

Nos últimos três anos, além dos R$ 6 mi-lhões/ano gastos com a manutenção do lo-cal, foram investidos mais de R$ 10 milhões com a modernização de equipamentos, tais como troca de válvulas de retenção, reiso-lação de geradores e remodelação de cinco turbinas, entre outros.

Os painéis eletromecânicos da hidrelétri-ca, por exemplo, serão substituídos por equi-pamentos digitais, um investimento de R$ 8 milhões. E, nos próximos dois anos, os cabos aéreos de transmissão de energia entre Itatin-ga e o porto serão retirados e passarão a ser submersos pelos canais de navegação, a uma profundidade de 20 metros. Além de barate-ar os custos de manutenção, a intenção é libe-rar áreas nobres, hoje ocupadas por torres de energia, para outros investimentos.

Transmissão de energia, em futuro

próximo, será submersa

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O diretor de infraestrutura do porto de San-tos, Paulino Moreira da Silva Vicente, diz que, mesmo com 100 anos, a usina não pode ser considerada velha. Tanto que, 20% da energia consumida pelo maior terminal de contêineres do Brasil, o Tecon Santos, operado pela empre-sa Santos Brasil, provêm da usina, que a utiliza para abastecer parte da área reefer, onde ficam os contêineres com cargas refrigeradas.

Para Paulino, “se a usina parasse seria um caos. “Ela é estratégica para a empresa, que vê a energia elétrica com um negócio muito impor-tante para o porto e, Itatinga, como um impor-tante patrimônio cultural e histórico. Ela está bombando, no ápice de sua capacidade”.

O porto de Santos movimenta 90 milhões de toneladas e deve chegar a 230 milhões em catorze anos. Um crescimento que depende de uma variedade de investimentos e também da oferta de energia elétrica.

Hoje, o porto consome uma média diária de 23MW, sendo 15MW de Itatinga e 8 MW da CPFL, por meio de intercâmbio. Um plano de desenvolvimento do setor energético, em par-ceria entre as duas empresas, irá ampliar o for-necimento da CPFL para 20 MW, assim, o porto aumentaria sua cota diária para 35 MW. “Esta quantia atende o porto em médio prazo. No fu-turo, pretendemos, ainda, ampliar a geração de Itatinga para 18 MW”.

Paulino ressalta investimentos, como a remodelação das turbinas pelton (ao lado) e afirma que usina não pode ser considerada velha

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Festejos comemorativos Muitos eventos estão programados para marcar o centenário da Usina Hidrelétrica de Itatinga.

Dia 10 deste mês, data do centenário, será realizada a festa de aniversário, na Vila de Itatinga, onde acontece, também, uma exposição de fotografia e pintura; de 19 a 31 deste mês, a exposição segue para a Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos (Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Bairro da Apare-cida). Os expositores convidados são: Du Zuppani (fotografia) e Jayr Veríssimo, L. Victor, Marcelo Bandiera, Miriam Alvim e Sandro Justo (pintura). Uma missa campal na Capela Nossa Senhora da Conceição, dia 8 de dezembro, encerra a programação.

Itatinga | investimento

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Por Luciana Sotelo

O porto de Santos fechou o mês de agosto com 9,4 milhões de toneladas mo-vimentadas. O crescimento foi de 13,4%, comparado ao mesmo período do ano an-

terior, uma marca inédita. E a previsão é de que novos recordes estão por vir. Na contramão, as filas de caminhões nas ruas da cidade também ficaram maiores. Os constantes congestionamentos fora da área portuária revelam precariedade

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Os constantes recordes de movimentação, e os consequentes congestionamentos que afetam grande parte da cidade, evidenciam a urgência em sanar as precariedades ainda existentes no porto de Santos. E a saída pode estar na era digital

portuáriaLogística, questão de eficiência

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quando o assunto é acessibilidade ao cais. Para que o maior porto da América Latina

não corra o risco de ter o crescimento limitado, os caminhões devem sair das filas e entrar nas telas dos computadores, precisamente num sistema de dados integrado entre usuários e autoridades do sistema. A afirmação é de Sér-gio Aquino, presidente do Conselho de Auto-ridade Portuária (CAP) e secretário de Assun-tos Portuários de Santos.

“É fundamental que o programa ‘Porto sem Papel’ seja aplicado”, fala Aquino, referindo-se ao programa do governo federal que visa à des-burocratização da atividade portuária por meio de um software alimentado com dados de cada um dos intervenientes na operação portuária (representantes da Anvisa, Marinha, Polícia e Receita Federal, Codesp, entre outros).

O aprimoramento da logística na chegada das mercadorias e, principalmente, dividi-las em dois grupos distintos: o de granel e o de contêi-neres, também se faz urgente. “As filas devem ser ordenadas aos pátios reguladores de forma cadenciada e sem causar transtornos nem às ro-dovias e, muito menos, à área portuária”.

No caso do contêiner, tem que ser intensificado o pré-agendamento eletrônico. Ele explica que o contêiner tem que ser entregue 24 horas por dia, sete dias por semana. “E isso não acontece hoje, existem horários pouco explorados. Trabalhar nestes intervalos ociosos significa aperfeiçoar a logística, ganhar em tempo e produtividade”.

Para tanto, a autoridade portuária estuda para os próximos meses (de seis a doze) a implantação de um Cento de Controle Operacional. A ideia é receber informações de todos os terminais para

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diagnosticar o que está acontecendo, minuto a minuto, por intermédio de um sistema on-line. Assim, a Codesp poderá detectar em tempo, eventuais distorções que possam comprometer o trânsito dentro ou fora do porto. Diz Sergio Aquino: “Dessa maneira, vamos fiscalizar e, até, se for o caso, punir os operadores que não traba-lham de maneira adequada”.

O grande desafio, segundo Aquino, é criar um sistema que não permita mais que a implan-tação e operacionalização do processo logístico sejam meramente uma opção. É necessário que se torne obrigação. “Temos avançado na questão de agendamento eletrônico, os terminais de con-têineres já disponibilizam, porém, os usuários ainda não o utilizam de forma eficiente. Temos ainda uma parcela que não se compromete com os processos logísticos”, explica o secretário.

Mais acessívelSegundo o diretor de Infraestrutura e Execução

de Obras da Codesp, Paulino Moreira Vicente, nos últimos três anos, os investimentos que têm sido feitos pela autoridade portuária nas Avenidas Perimetrais (margem direita e esquerda) e com a dragagem do canal de navegação – que visa a au-mentar o calado para 17 metros -, garantem todas

as condições para um fluxo contínuo de carretas nas vias portuárias e, respectivamente, para a chegada de navios cada vez maiores.

O que falta para alavancar a logística, segun-do Paulino, são ajustes. A começar pelos investi-mentos estaduais que devem ser feitos em obras de acesso, que dimensionem o fluxo crescente de carga. “Aqui, temos como exemplo as mar-ginais da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (Piaçaguera/Guarujá), melhorias no entronca-mento entre a Via Anchieta e a própria Cônego Domênico Rangoni, a duplicação do viaduto 31 de Março, em Cubatão, e também das marginais da Via Anchieta”.

Outra ação determinante, e que já come-çou a se tornar realidade no cais santista, é a mudança da matriz de transporte. Confor-me Paulino, a Avenida Perimetral e seus via-dutos estão dando não somente uma ‘cara’ nova ao traçado do cais, como também es-tão criando condições para o aumento sig-nificativo do modal ferroviário. “Com o fim do conflito rodoferroviario nas vias portuá-rias, nos próximos três anos, a produtivida-de deve aumentar de 15 para 25 milhões de toneladas ano. Os trens que vinham com 20 vagões, hoje já vêm com 120”.

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Transporte via ferrovia já acompanha crescimento do porto

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Texto e foto Luciana Sotelo

Ele conhece o porto de San-tos como a palma da sua mão. Funcionário de carreira, esse engenheiro civil tem 40 anos de serviços prestados, primeiro à antiga CDS - Companhia Do-cas de Santos e, posteriormen-te, à Codesp. De sobrenome tradicional na estatal, Arnaldo de Oliveira Barreto pertence à quarta geração de uma família dedicada, por décadas, ao cres-cimento do cais santista.

Quem desbravou o caminho foi o bisavô Se-rafim Marques, ainda no século XIX, atuando na companhia por 35 anos; a seguir, o avô Manoel Dantas Barreto continuou o legado. Foi o primeiro presidente do Sindaport – Sindicato dos Empre-gados na Administração Portuária. Mais tarde, o pai de Arnaldo, Arnoldo Marques Barreto, deu sua contribuição por 40 anos de lida diária ao maior porto da América Latina. “Ele levava a máquina de escrever para casa para fazer os trabalhos, e eu sen-tava no colo dele. Meu pai só falava de porto. Era como se fosse uma missão que eu tinha que levar adiante”, afirma.

Arnaldo cresceu e também foi para o porto. Da oportunidade de estágio, em 1970, ao primeiro em-prego, em janeiro de 1973, pegou gosto pela ativi-dade, adquiriu saber e experiência, enriquecendo seu currículo com muitas funções: engenheiro au-xiliar, adjunto, chefe de departamento, superinten-dente, assessor da presidência, diretor de engenha-

ria e, depois, de infraestrutura. Hoje, figura como um dos profissionais mais respeitados da casa. “Passei por todas as áreas do setor. Atualmente, assessoro o pessoal da diretoria”, explica.

Nascido nas proximidades do cais, na Avenida Rodrigues Alves, Arnaldo se considera parte inte-grante do sistema portuário, e se orgulha de manter acesa a chama de uma paixão antiga que se renova, de geração em geração. Do bisavô Serafim aos dias de hoje, já se passaram mais de cem anos... Arnal-do Barreto nem pensa em parar. E, na família, tudo indica que mais uma geração entra em cena para manter a tradição. Um de seus três filhos, Rodrigo Ganança Barreto, é engenheiro e, além de herdar a profissão do pai, ele trabalha como gerente de obras de uma empresa nacional que, em janeiro deste ano, foi escolhida para construir o Brasil Ter-minal Portuário (BTP), no terreno do antigo Lixão da Alemoa, em Santos. Coincidência? Destino? Pa-rece que mais uma vez, a história se repete...

Capítulo especialNem todo mundo tem o privilégio de deixar a

sua marca na trajetória de um empreendimento centenário. Durante sete anos, tempo em que este-ve à frente das diretorias de engenharia e, depois, de infraestrutura, uma das funções de Barreto era cuidar da Usina de Itatinga, em Bertioga. “Para nós, engenheiros, é uma honra ter entre as respon-sabilidades uma usina como Itatinga, um ponto es-tratégico, de segurança nacional, que há 100 anos gera energia para o porto de Santos funcionar e que, durante a fase dos apagões, não deixou as má-quinas pararem. Os engenheiros da época fizeram uma obra à frente de seu tempo”.

Quatro gerações de trabalhadores oriundos de uma mesma família, e unidos pela mesma paixão, deram sua contribuição para o crescimento de um dos maiores patrimônios da Baixada Santista

Um compromisso com o porto de Santos

comportamento

Arnaldo de Oliveira Barreto

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Texto e fotos: Bruna Vieira

O primeiro passo foi dado no início de se-tembro por meio da feira de negócios EquiPou-sada, realizada durante três dias, em Juquehy, na Costa Sul de São Sebastião. A feira contou com 30 expositores e foi prestigiada por cerca de mil pessoas. No centro das atenções, o ciclo

de palestras sobre as melhorias dos setores pri-vado e público, face aos desafios da Copa do Mundo de 2014.

O litoral norte concentra cerca de 800 estabe-lecimentos comerciais entre hotéis, restaurantes, bares e pousadas. Somente em São Sebastião são mais de 200 alternativas de hospedagem. Na temporada de verão, a cidade chega a receber

investimento

O tempo voa! E, para não serem pegos de surpresa, empresários do ramo de hotelaria e gastronomia do litoral norte paulista já se preparam para a Copa do Mundo no Brasil

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Contagem regressiva para 2014

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cerca de um milhão de turistas. Dentre as opções oferecidas, o BNDES - Ban-

co Nacional de Desenvolvimento -, disponibi-lizou R$ 1 bilhão para empresários do ramo hoteleiro e prefeituras, mediante empréstimos por meio do programa ProCopa Turismo. O economista Job Rodrigues, representante do BNDES no evento, esclareceu que “buscamos empresários que pensem em eficiência energé-tica. O sistema de refrigeração do hotel pode, por exemplo, aproveitar o calor gerado pelo equipamento para aquecer a água. O banco es-timula projetos com ações como reuso da água para molhar as plantas, destinação responsável do lixo, direitos trabalhistas dos funcionários cumpridos, entre outros”.

A consultora Adriana Cirillo Montoro, do Sebrae - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – em sua palestra “Como potenciali-zar resultados do seu negócio”, explicou, por sua vez, que “o órgão orienta a seleção, trei-namento, potencialidade do funcionário e re-tenção de talentos. O empresário tem que olhar o potencial do funcionário e ajudá-lo a crescer.

Esse comportamento é o grande diferencial”. Para o setor gastronômico da região, Claudia

Santos, da Faculdade de Gastronomia do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comer-cial) deu uma boa notícia: “Teremos em breve uma unidade operacional do Senac em Cara-guatatuba, com oferecimento de cursos livres de capacitação”

NegóciosUm dos principais objetivos do encontro

também foi alcançado. A feira proporcionou a aproximação entre marcas de qualidade e os compradores do litoral, sem que estes precisas-sem se deslocar para ter acesso aos produtos. Tatiana Rodrigues, diretora da Conceito Brazil, empresa idealizadora da Feira, acredita que o evento ajuda a estimular “os empresários a ge-rarem novos negócios e transações comerciais. Dessa forma, incentivamos o crescimento do turismo com ofertas de produtos e serviços de maior qualidade”. Disse, também, que o segun-do encontro já está previsto para acontecer em agosto de 2011.

Mais de mil pessoas prestigiaram a feira, que contou com 30 expositores

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saúde

Cereais, tudo

Ração significa: a) comida para cachorro; b)para gato; c) para animais em geral. Se você optou pelo “c” acertou e, entre eles, estamos nós, da espécie humana. E para que serve? Quais benefícios traz para a nossa saúde? Quanto ingerir? Estas e outras dúvidas sobre o assunto são esclarecidas aqui. Confira!

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Cereais, tudo

Ração significa: a) comida para cachorro; b)para gato; c) para animais em geral. Se você optou pelo “c” acertou e, entre eles, estamos nós, da espécie humana. E para que serve? Quais benefícios traz para a nossa saúde? Quanto ingerir? Estas e outras dúvidas sobre o assunto são esclarecidas aqui. Confira!

de bom

Por Gisela Bello

A comerciante Ana Rosa Tibério Álvares é proprietária de uma loja de produtos naturais, em São Paulo, desde 1996. Ela diz que, bem an-tes de a ração humana ser conhecida no merca-do, alguns naturalistas e nutricionistas já consu-miam ou indicavam a mistura de cereais.

Atualmente, devido à grande quantidade de produtos naturais disponíveis, e à divulgação na mídia, as pessoas passaram a se interessar pela ração humana.

E o que vem a ser a ração humana? É o nome dado a uma mistura de ingredientes, entre eles cereais integrais e oleaginosas, sendo utilizada como complemento no preparo de alimentos e bebidas. Sua composição original leva farelo de trigo, extrato de soja, linhaça, açúcar mascavo, aveia, gergelim, gérmen de trigo, gelatina, gua-raná, levedo de cerveja e cacau. Mas a receita pode ser adaptada de acordo com a necessidade do indivíduo, explica a nutricionista do Hospital Sírio-Libanês Camila Manzolini Padilha.

Já existe no mercado a versão light, sem gua-raná, cacau e açúcar mascavo. Praticamente não tem alteração no valor calórico, mas, por não conter cafeína e açúcar, é o tipo indicado para hipertensos e diabéticos. Se a pessoa for celía-ca, pode substituir o farelo, o gérmen de trigo, o levedo e a aveia por farelo de arroz e flocos de quinua. Um alerta importante: a nutricionista

diz que a ração humana não pode ser conside-rada uma refeição; só deve ser consumida como complemento alimentar.

E são muitos os benefícios que a ração hu-mana pode trazer para o organismo, quando ingerida de forma correta e sem exageros. Ela modera o apetite por causa de sua grande quan-tidade de fibras. Regulariza o intestino, elimi-nando o inchaço e as toxinas, auxilia no contro-le das taxas de colesterol sanguíneo e facilita a absorção de gorduras e carboidratos da dieta. É fonte de micronutrientes como magnésio e vita-minas do complexo B, necessários no processo de desintoxicação do organismo. Além disso, pode ser um coadjuvante nos tratamentos para emagrecer, na melhora do humor e disposição. Camila Manzolini faz outra advertência: “a ra-ção humana não substitui a reeducação alimen-tar, nem a atividade física.”

Bom usoDevido ao alto teor de fibras, ela aumenta a

sensação de saciedade. Assim, comemos menos e emagrecemos. Para quem deseja emagrecer a sugestão é usar a ração humana em sucos, vi-taminas, iogurtes, leite, com frutas, no café da manhã ou lanches, mas não para substituir refei-ções como almoço e jantar.

A ingestão diária recomendada é de aproxi-madamente 20g (2 colheres de sopa) que ofere-cem em média 80 calorias. Camila explica que há

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necessidade de aumentar o consumo de água para que a ração humana desempenhe seu pa-pel de saciedade. “Se a pessoa não beber água, pode não ter a fome diminuída e, ainda, recla-mar de prisão de ventre, desconforto abdomi-nal e flatulência.”

A ração humana pode ser preparada em casa, de forma individualizada, podendo excluir ou acrescentar algum ingrediente.

Receita básicaMisturar 200g de farelo de trigo, 100g extrato

de soja, 100g linhaça em grãos, 100g de açúcar mascavo, 100g de aveia, 100g gergelim, 100g gérmen de trigo, 100g gelatina em pó, sem sa-bor, 25g de levedo de cerveja, 25g de guaraná em pó e 50g de cacau em pó. Guardar em pote bem fechado na geladeira; a validade é de, aproxima-damente, 1 mês.

O melhor de cada um- Farelo de trigo – boa fonte de fibras. Aumenta a saciedade e regulariza o funcionamento do intestino; - Extrato de soja – boa fonte de proteínas e vitaminas do complexo B; - Linhaça – rica em fibras. Boa fonte de ômega 3. Au-xilia na regularização do intestino e tem ação antiin-flamatória; - Colágeno – proteína que dá sustentação à pele, evita a flacidez e previne rugas e estrias. Prolonga a sensa-ção de saciedade;- Aveia – rica em fibras e pectina, que dão a sensação de saciedade; auxilia no controle do diabetes e do co-lesterol. Boa fonte de magnésio; - Açúcar mascavo – açúcar não refinado. Contém ferro e cálcio; - Gergelim – fonte de proteína, gorduras insaturadas e cálcio; - Gérmen de trigo – fonte de proteínas e de vitaminas antioxidantes como a vitamina E e D; - Guaraná – fonte de cafeína. Estimulante; - Levedo de cerveja – boa fonte de vitaminas do com-plexo B e cromo, nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo. Melhora o metabolis-mo de carboidratos; - Cacau – fonte de polifenol de efeito antioxidante.

Faz bemLembre-se de associar o uso da ração humana a

bons hábitos alimentares, como o aumento de con-sumo de frutas, verduras, legumes e líquidos. Prefira alimentos naturais aos industrializados, refinados e embutidos. Evite frituras, molhos cremosos e man-tenha uma atividade física regular. E não esqueça de ingerir água.

A combinação de frutas e cereais é perfeita para a saúde

saúde

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qualidade de vida

Por Belisa Barga

As praias já começam a atrair grande número de pessoas, que vão curtir um dia de sol, exibir seus corpos malhados e se exercitar. Como vida sedentária está fora de moda, nada me-lhor do que aproveitar a primavera para iniciar alguma ativida-de física. E a musculação é ótima opção para ser praticada por quem esteja em busca de melhorias na qualidade de vida, na estética, ou na performance esportiva.

Considerada completa e de baixo risco à integridade física do praticante, a musculação já é recomendada por médicos: contribui para a disposição pessoal, fortalece a musculatura, melhora a qualidade do sono e o desempenho em atividades cotidianas, como caminhadas, subidas e descidas de escadas, capacidade de suportar pequenas cargas (compras, por exem-plo), e ainda auxilia na manutenção da parte cardiológica e res-piratória, e nos níveis de pressão, glicemia e colesterol.

Forcinha extra para

A musculação, muito além de modismo, é uma prática saudável que proporciona ganho de massa muscular. Modalidade completa, ela promove inúmeros benefícios aos praticantes. E para desfrutar desses benefícios não é preciso malhar a ponto de ser confundido com o “Incrível Hulk” ao sair de casa

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Forcinha extra para

Bem conduzida, a prática da musculação é benéfica a todos

Vai além. Ela contribui para a reintegração social de pessoas que sofrem de depressão, pois estimula a vida saudável num ambiente que ajuda na estabilidade do humor. A modalida-de pode ser praticada por pessoas de qualquer idade, inclusive portadores de restrições físi-cas, por “respeitar a individualidade de cada praticante”, comenta o professor de educação física Rodrigo Fidel. Idosos em busca de me-lhor qualidade de vida representam cerca de

30% dos alunos matriculados na musculação. Os ganhos mais representativos com a ativida-de são notados por meio de ganho de força e na melhoria da coordenação motora e equilíbrio.

Respeitar limitesToda a prática esportiva precisa de limites

para a conquista dos resultados esperados. A musculação não foge à regra. A fisioterapeuta Letícia Manzalli explica que, durante o treina-

o dia a diaComer, comer...

A prática de atividades físicas é a ter-ceira etapa na escala de prioridades para o organismo. A boa alimentação e a quali-dade do sono são ainda mais importantes que o treinamento propriamente dito. É preciso uma combinação desses fatores para a percepção dos benefícios, que só serão notados se o corpo encontrar fontes nutricionais suficientes para o desempe-nho de suas funções bioquímicas.

O praticante da musculação deve ter uma dieta rica em proteínas e fibras - para construção da estrutura músculo-esquelética, consumir carboidratos - res-ponsáveis pela obtenção de energia para os exercícios, e gorduras em pequenas quantidades.

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mento, ocorrem microlesões, que são rupturas intencionais das fibras. Esse local ‘lesionado’ so-fre pequenas perdas. A partir disso, o organis-mo lança estímulos, que são pequenas reações bioquímicas, para reparar e fortalecer as fibras rompidas. Nesse momento, ocorrem as altera-ções que promovem os ganhos musculares.

Para ocorrer esse efeito, é necessário um des-canso de 48 a 72 horas antes de repetir o exer-

cício naquela área, para que o organismo tenha tempo de regenerar a musculatura. “Se não for respeitado, ao invés de benefícios, o local pode ser lesionado”, alerta.

Em caso de exageros, há riscos de ocorrer le-sões articulares em punhos, cotovelos, ombros e joelhos, ou ainda prováveis desvios de colu-na. Por isso, é importante o acompanhamento de um profissional durante as aulas.

Por que praticar - Durante o treino, a tempe-

ratura do corpo e a viscosidade do líquido que movimenta as ar-

ticulações aumentam. Além disso, a freqüência cardíaca se intensifica

e melhora a oxigenação na musculatura e ajuda na prevenção de problemas cardíacos;

- As atividades esportivas de um modo geral esti-mulam o corpo a produzir e liberar substâncias quími-cas benéficas, que são absorvidas pelo organismo. Os ossos fortalecem devido à melhor absorção do cálcio e inibem o aparecimento da osteoporose e riscos de fraturas, principalmente nos mais idosos. Além disso, vícios posturais são atenuados ou normalizados;

- O consumo de energia provocado pela atividade auxilia na redução dos índices de colesterol, pois o flu-

xo sanguíneo nas artérias aumenta, fazendo com que sejam desobstruídas. A glicose em excesso – causado-ra do diabetes – é liberada durante o treino;

- Para quem quer reduzir medidas, fica a dica de que a modalidade consome calorias. Pessoas acima do peso ou obesas perdem gordura e ganham massa muscular. E não culpe seu professor se, ao se pesar, notar que seu peso aumentou. Saiba que o músculo pesa mais que a gordura, só que ocupa um espaço me-nor. Balança só mede peso, não saúde;

- Vale ressaltar que a musculação não cura doen-ças: se a pessoa apresenta um estágio avançado de qualquer problema de saúde, é indispensável con-sultar um médico, para que ele indique o tratamen-to adequado. A musculação é uma atividade com-plementar para o bom funcionamento do organismo e permite uma vida mais saudável.

Respeitar os limites é condição básica para bons resultados

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Que delícia sentir aquele cheirinho de pão quente saindo do forno. Ao entrar numa padaria, é difícil resistir. Mas dá para você levar esse aroma tentador para casa, com a preparação de pães deliciosos e caprichados, que não deixam por menos aqueles das vitrines. Basta seguir alguns segredinhos básicos

gastronomia

Por Fernanda Lopes

Essa deliciosa arte é milenar. No antigo Egi-to, há 6 mil anos, a base da receita do pão já era preparada. Inclusive, ele era usado como forma de pagamento para trabalhadores, assim como a cerveja. Uma mistura de água, sal e grãos de trigo moídos era assada em potes de barro de formatos variados. E também foram os egípcios, há cerca de 2 mil anos, que incluíram a fermentação à massa. Eles ainda colocavam recheios de tâmaras e uvas, e pincelavam mel sobre a superfície.

A receita chegou à Europa por meio dos gregos, em meados do século IV a.C., mas as primeiras pa-darias surgiram somente no século XIII, na França. Hoje, o Marrocos é o maior consumidor do mun-do, com cerca de 100 quilos por habitante/ano. O brasileiro também adora um pãozinho. Aqui são consumidos, em média, 33 quilos por pessoa ao ano. São Paulo é o estado que tem mais padarias: 12.764 estabelecimentos. Na Baixada Santista, se-

gundo o Sindicato dos Panificadores, são 1,2 mil.E fazer pão em casa não é difícil. O fundamental

é seguir a receita à risca.

Quase um ritualNada de exagerar no sal, porque ele pode im-

pedir o crescimento do pão. Os tempos de sova e de descanso da massa devem ser obedecidos, pois são fundamentais para que o glúten do trigo seja trabalhado, garantindo a maciez. É importante não esquentar muito o leite ou a água adicionada, que devem ter 35ºC - a alta temperatura ‘mata’ as bac-térias do fermento.

Também existem truques para conferir textura e brilho à casca do pão. O leite deixa a casca ma-cia, já o creme de leite confere maciez e cor mais brilhante. Pincelar água é ideal para deixar os pães com casca dura, e o ovo batido deixa a cobertura douradinha. Também deve-se prestar atenção na data de validade do fermento. Agora, é só seguir a receita e levar a padaria para dentro de casa.

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Pão light com ricota e salame  2 tabletes de fermento biológico fres-

co; 1 k de farinha de trigo; 2 xícaras de leite morno (cerca de 35ºC); 1 colher (chá) de sal; 1/2 xícara de óleo; 1 colher (chá) de açúcar; 1 ovo. Para o recheio: 2 xícaras (chá) de ricota ralada; 2 xícaras (chá) de salame picadinho; 10 colheres (sopa) de requeijão cremoso light; 2 colheres (sopa) de ervas finas; 2 xícaras de tomate maduro picado; 2 colheres (chá) de sal e 2 colheres (sopa) de azeite.

Preparo: misture os tabletes de fermento com o açúcar até ficar meio líquido. Adicione o leite morno. Misture o restante dos ingre-dientes. Sove bem até a massa ficar bem lisa e macia. Cubra a massa com um pano seco e deixe descansar por 30 minutos. Divida a massa em bolinhas, aplique o recheio e mo-dele. Coloque em forma untada com marga-rina e deixe descansar até dobrar de tama-nho. Asse em forno preaquecido a 200ºC, por cerca de 30 minutos.

Rendimento: 20 pãezinhos.

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Pão de atumIngredientes da massa: 4 tabletes de fermento biológico fresco; 5

xícaras de farinha de trigo; 1 colher (sopa) de açúcar; 2 colheres (chá) de sal; 1 xícara de leite morno (cerca de 35°C); 3/4 xícara (chá) de óleo; 2 ovos e 50g de margarina sem sal. Para o recheio: 2 xícaras (chá) de atum em lata escorrido; 3 colheres (sopa) de azeitona verde.

Preparo: dissolva os tabletes de fermento biológico no leite mor-no. Adicione os demais ingredientes e sove até obter uma massa lisa e enxuta. Deixe a massa descansar coberta por 30 minutos. Divida a massa em duas partes. Abra cada uma com o rolo dando uma forma retangular. Recheie com o atum e as azeitonas previamente mistu-rados. Enrole como um rocambole e aperte as pontas. Coloque os rocamboles com a abertura e as pontas viradas para baixo em um tabuleiro forrado de papel alumínio. Deixe crescer por cerca de 1 hora. Pincele com a gema e polvilhe com orégano. Asse em forno moderado por 40 minutos, aproximadamente.

Rendimento: 8 pães.Fonte: Fermentos Fleischman

Pão de chocolateIngredientes da massa: 4 tabletes de fermento biológico

fresco; 1 k de farinha de trigo especial; 1 xícara (chá) de leite morno; 2 colheres (sopa) de chocolate em pó; 1 colher (café) de sal; 1/2 xícara (chá) de açúcar; 1/2 copo america-no de água morna; 3 ovos; 100g de margarina sem sal; 1 ovo para pincelar. Recheio: 1 xícara (chá) de chocolate ao leite picado; 1/2 xícara (chá) de uva passa sem sementes e 100 g de chocolate granulado (para decorar).

Preparo: dissolva os tabletes de fermento no leite morno. Misture em outro recipiente a água, a margarina, o açúcar, o sal, o chocolate em pó e os ovos. Em seguida, junte o leite com o fermento e misture. Acrescente a farinha e sove até obter uma massa lisa e enxuta. Abra a massa, junte o choco-late picado e as passas, e modele a gosto. Deixe descansar até dobrar de volume. Pincele com o ovo batido. Asse em forno preaquecido a 180ºC por cerca de 30 minutos. Ao sair do forno, polvilhe chocolate granulado.

Rendimento: 2 pães.

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moda

Por Karlos FerreraFotos KFPress

Um verão superfeminino, o de 2011, com um toque bem mais lady like que a temporada passada, extremamente sexy. Isso não quer dizer que a sensualidade não exista; ela vem bem mais sutil e delicada, com peças inspiradas em lingerie; o clima boudoir deixa tudo muito suave, com um certo toque de romantismo. Os corsets chegam em coleções de diversas marcas. E, enquanto o verão não chega, você já pode começar a desfilar com essa nova tendência nos dias mais quentes da primavera.

Os corsets são peças inspiradas nos antigos espartilhos, muito usados até o século XIX, na Belle Époque. Já ganharam suas versões fetichistas e, agora, retornam à moda de uma forma muito mais de-licada, como uma peça-chave para deixar o look mais feminino e so-fisticado no verão 2011. Mas não se preocupe: esses corsets não vêm para apertar a cintura e dificultar a respiração! Eles apenas são mais estruturados que os outros tops, e ficam bem ajustados ao corpo.

As coleções de verão já estão por aí, e é possível observar as tendências presentes nas vitrines. Uma delas é, sem dúvida, o corset

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Por Karlos FerreraFotos KFPress

Um verão superfeminino, o de 2011, com um toque bem mais lady like que a temporada passada, extremamente sexy. Isso não quer dizer que a sensualidade não exista; ela vem bem mais sutil e delicada, com peças inspiradas em lingerie; o clima boudoir deixa tudo muito suave, com um certo toque de romantismo. Os corsets chegam em coleções de diversas marcas. E, enquanto o verão não chega, você já pode começar a desfilar com essa nova tendência nos dias mais quentes da primavera.

Os corsets são peças inspiradas nos antigos espartilhos, muito usados até o século XIX, na Belle Époque. Já ganharam suas versões fetichistas e, agora, retornam à moda de uma forma muito mais de-licada, como uma peça-chave para deixar o look mais feminino e so-fisticado no verão 2011. Mas não se preocupe: esses corsets não vêm para apertar a cintura e dificultar a respiração! Eles apenas são mais estruturados que os outros tops, e ficam bem ajustados ao corpo.

As coleções de verão já estão por aí, e é possível observar as tendências presentes nas vitrines. Uma delas é, sem dúvida, o corset

para usar e

Depois de aparecerem nos desfiles das gran-des semanas de moda nacionais e interna-cionais, começam a dar as caras nas vitrines. A temporada traz diferen-tes modelos, para agradar a todos os gostos e estilos. Algumas mar-cas apostaram em releituras mais básicas, sem detalhes e aplicações – apenas com a estrutura que pede a peça. Outras, já apostaram nas misturas de materiais, tecidos mais sofisticados, recortes diferenciados, amarrações, rendas, transparências e bordados refinados. Os decotes são variados: predomina o tomara-que-caia, mas os modelos meia-taça também aparecem, em forte alusão à lingerie. As co-res, em geral, são mais suaves: neutros claros, tons pastéis e candy colors dominam a cena.

No verão 2011, os corsets vão do trabalho às festas mais formais; tudo depende do modelo e da forma de usar. Com jeans, calças de sarja e outras peças mais casuais, ele fica urbano e moderno; com bons acessórios pode, sem dú-vida, entrar em uma balada. Vai ainda sobre-posto a vestidos, ou sob camisas; combinado com blazeres, são ótimos para o trabalho. Já coordenado com peças mais sofisticadas, como saias de cintura alta, feitas em tecidos requin-tados, como sedas e rendas, e complementos refinados, vai tranquilamente a qualquer festa que exija mais capricho na produção. E aí, vai aderir ao corset no próximo verão?

Além de deixar o visual superfeminino, ainda agrega mais charme ao look!

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moda

Variedade de estilos agrada

a todos os gostos

Consultório de modaPosso usar transparência sem expor muito o

corpo? A transparência é ideal para criar o visual neorromântico deste verão. Para driblar exces-sos, jogue com sobreposições: um top de seda, um corset acinturado ou mesmo um body do mesmo tom da transparência. Se quiser uma pe-gada moderna, escolha peças de cores contras-tantes. Você nunca vai errar se usá-la à noite, seja numa balada, num jantar romântico, seja numa festa de casamento. Para o dia, dá para arriscar composições despojadas em cores claras e teci-dos casuais. No trabalho é proibido.

Quais os cuidados com as sobreposições de

cores no visual? Nesse caso, a pessoa pode fazer um contraste ou tom sobre tom no seu visual.

Pessoas mais descoladas adoram contrastes; usar uma cor fluorescente que está em alta no momento pode ficar ótimo, e ajuda a quebrar o visual muito monocromático e sem graça. Ou-tra maneira de usar cores sem se perder é usar

tons que se aproximam ou são da mesma família como, por exemplo: rosa claro com pink, verde claro com verde mais escuro, cinza com preto, bege e branco...

Usar brilho durante o dia é permitido? Usar ou não brilho durante o dia vai depender muito do estilo de cada pessoa, da ocasião e do brilho também. Se for usado com bom senso, com cer-teza, pode sim. Saiba avaliar a ocasião, o tecido, a quantidade de brilho e pensar se ele estará em harmonia com o ambiente. O brilho é permitido, lógico. Afinal, a moda deve ser democrática.

É chique estampa num look de festa? Nesta es-tação, as estampas estão em todos os momentos, do mais casual ao mais sofisticado, e combinam com o clima tropical. Para arrasar e atrair todos os olhares, um belo longo estampado é muito chi-que, sem contar que você será a mais moderna da noite. Os complementos devem ser simples, como uma minicarteira e sandálias altas.

Cor

set K

aio

Via

na

Corset Kaio Viana

Corset Ziper KV

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Coluna Chic // Gabi Montoro

Entre muitas festas, a alegria das comemorações infantis é o destaque do mês

Um sonho...Numa festa digna de capa de revista, Luana recebeu suas amigas para um chá de bonecas, em comemoração aos seus 6 anos

Rica em mimos, a mesa de doces foi de encher os olhos dos convidados

A aniversariante Luana, ladeada pelos pais Camila Mourão e Fabio Glerean

Carla Mourão com a pequena Letícia

A simpatia de Raquel Glerean

Primeiro Aninho

Os papais Flávia e Fabricio Fernandes comemoraram o aniversário de Breno, num churras de domingo!

Juliana Ferramente Duarte e Helena

Feijoada animada!

Thalita Nascimento Colombo Barbosa com o marido Marcelo, na hora do parabéns com a criançada

Rodrigo Sessa, que também aniversariava, com o amigo Felipe Chiarello

Roseli Dinato e a pequena Monique

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Por esses dias e noites....

Maria Claudia e Sandro Masteralli Rodrigo Rodrigues e a namorada Lissandra

Gisela Bechara e Clarissa Russo

Rodrigo e Roberta Nogueira, com o filho Enzo Guilherme Colombo Barbosa e a namorada Fernanda

O casal Regina e Tenisson Azevedo

Renata Zonis, sempre nas melhores festas Em Cancun, curtem as férias Gabi Pozzi e a amiga Elen Ierardi

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Flashes

A Fundação ABC comemorou seu primeiro ano à frente do Pronto-socorro, Hospital e Ambulatório de Especialidades Cirúrgicas de Bertioga com uma bonita festa

Os queridos e animados Doutores da Alegria

A simpatia de Ítalo Fittipaldi

José Ricardo e os médicos Rodrigo e Ângelo Betarelli

Mauricio Mindrisz, Cezar Russo e Wagner Boratto

Ribas Zaidan, Ricardo e Vânia Bertagnon, Mariângela Dariza e Priscila Paes

Vânia e Ricardo Bertagnon, Fortunato, Silvia, Álvaro e Mariângela Dariza

Mauricio Mindrisz, Wagner Boratto, o prefeito Mauro Orlandini, Jurandir Teixeira e Manoel Álvares Prieto

O casal Ricardo e Vânia Bertagnon “corujam” a linda netinha Gabriela Maria

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Neste início de primavera, destaque para alguns dos competentes nomes de nossa região

Antonio Carlos Sepúlvida, presidente da empresa Santos Brasil

Gilson Bargieri e o deputado federal Márcio França

Márcia Rosa, prefeita de Cubatão

João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos

O prefeito de Bertioga Mauro Orlandini e o presidente da Codesp José Roberto Serra, em visita à bela Vila de Itatinga

Eduardo Cezar, jovem prefeito de Ubatuba

Ernane Primazzi, prefeito de São Sebastião

Toninho Colucci, prefeito da nossa querida Ilhabela, a capital nacional da Vela

A prefeita de Guarujá Maria Antonieta e o secretário estadual de Habitação Lair Krähenbühl

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“Destaques” // Luci Cardia

Destaque para a querida e jovem empresária Eloísa Zuchini, da rede D´Casa, recentemente formada designer pela Faculdade Belas Artes, de São Paulo. Com direito à

recepção no Centro de Convenções, no Memorial da América Latina. Parabéns!

Eloísa, ladeada pelos pais Edivaldo e Adenir Zuchini, durante a festa de formatura

Família Rodrigues: Humberto, Daniela e o pequeno João Pedro confraternizam com a formanda

Thais Andreo, Luci Cardia, Cida Ramos, Eloísa Zuchini e Andrea Zuchini, na bonita festa da faculdade de Belas Artes

O empresário Felipe Lucatti e Sheila Bichir Ivanete e Giovani Lucatti Carvalho. Além de ser um filho de ouro, é exemplo de simpatia

O aniversariante de setembro Antonio Carvalho com a sogra Ana Lucatti

A colunista, José Cardia, Edmur Mesquita, Silvia Barbosa e Mauricio Barbosa, com o prefeito de Bertioga Mauro Orlandini, na recepção de encerramento da Festa do Camarão na Moranga, dia 7 de setembro

Pasquale Russo com sua Lurdinha (em pé), José Cardia, Roberto Haddad e Leonira Marques, nossa querida Leo, que estreou idade nova em setembro

Ribas Zaidan, a colunista e o deputado estadual Bruno Covas

A colunista com o parlamentar Waldemar Costa Neto

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata

É sempre bom abrir a casa para receber amigos. E a convidada de honra do empresário guarujaense Hugo Rinaldi foi a grande Hortência, ex-jogadora de basquete

Hortência Maria de Fátima Marcari, na cozinha com Hugo e Marcos Antonio Veiga de Campos

A dupla de chefs Hugo Rinaldi e Hortência Everaldo David, ex-jogador do Santos Futebol Clube, Hortência e Jonas Eduardo Américo

Adolfo Canan e sua linda esposa Arlete. Pessoas maravilhosasA advogada Maria Helena Sarno e a anfitriã Patrícia Franco

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