Revista bem estar-20140316
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Editorial
Uma das reportagens desta edição toca em um assuntodelicado e pertinente ao contexto da sociedade atual: adecisão de não ter filhos. A ideia não é defender um lado,mas expor as razões que muitas vezes levam o homem, amulher ou ambos a abdicar da paternidade/maternidade. Echamar atenção para a importância do casal estar sempreaberto ao diálogo sobre este tema, especialmente se odesejo de um não for exatamente a vontade do outro.
24
Canal do Panamá completa cem anos,e o país foi incluído na lista de lugarespara visitar em 2014
16
Tainá Müller fala de sua personagemna novela “Em Família”, uma das maisdesafiadores de toda sua carreira
13
Odontologista de Rio Pretoescreve sobre a evolução dastécnicas da implantodontia ao longoda história
Poesia
QUEM MORRE?
Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos...
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!
Martha Medeiros
FINAL FELIZBem-Estar lista 12 “feel-good movies”, filmes que fazem bem, e aslições que eles têm a ensinar Páginas 4, 5 e 6
COMUNICAÇÃOAceitar a diferença de opiniões e colocar-se no lugar do outromelhoram a qualidade do diálogo Página 7
SAÚDECausada por uma inflamação na membrana que reveste o útero, aendometriose pode levar à infertilidade Páginas 10, 11 e 12
Agência O Globo/Divulgação
Agência Estado/Divulgação
Turismo
Edvaldo Santos
Televisão
Sobre ter filhos
RodrigoCaran
DIÁRIO DA REGIÃO
Diretor de RedaçãoDécio Trujilo
Editor-chefeFabrício Carareto
CoordenaçãoLigia Ottoboni
Editor de Bem-Estar e TVIgor Galante
Editora de TurismoCecília Demian
Editor de ArteCésar A. Belisário
Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa
DiagramaçãoCristiane Magalhães
Tratamento de ImagensEdson Saito e Luciana Nardelli
MatériasAgência Estado
Agência O Globo
2 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
FAZER PELOOUTRO
Artigo
José Trigueirinho Netto
Cada um de nós tem uma virtude
própria, que diz respeito à natureza do
seu ser e à sua tarefa evolutiva. Platão
enumerou algumas virtudes humanas.
Segundo ele, as virtudes são: a prudên-
cia, a justiça, a fortaleza, a temperança.
Pelo estudo, pela instrução e pela pa-
ciência, aos poucos elas vão sendo for-
madas em nós.
As virtudes humanas permitem
que nos organizemos como grupos e co-
mo sociedade. Criam também um am-
biente receptivo para a alma humana
exprimir-se. Se percebermos que nos
falta alguma delas, temos de refletir so-
bre ela e trabalhar com paciência para
que venha a manifestar-se. Assim se
prepara as sementes daquela virtude.
A caridade é considerada a maior
das virtudes. Não está entre as mencio-
nadas por Platão, porque provém de ní-
vel mais elevado, supra-humano. É par-
te da natureza de Deus, da Consciência
Única. Para experimentarmos a carida-
de, que é divina, precisamos estar em
busca de Deus.
A Bíblia nos fala da caridade. Diz
que entre nós deve existir caridade fra-
terna, disposição para compreender e
aceitar os semelhantes e para nos unir
com eles, com os que conosco formam
uma irmandade e compartilham de
uma energia universal. Em uma vida
grupal evolutiva temos oportunidade
de desenvolver tudo isso, principal-
mente a caridade fraterna, que começa
a surgir quando somos hospitaleiros,
quando acolhemos de coração aberto
mesmo os que externamente pouco co-
nhecemos.
Além disso, a caridade nos leva a
ter presentes os aflitos, os encarcera-
dos, os miseráveis. Embora com isso
não resolvamos o problema imediato
de todos eles, construímos no universo
um fluir de energias que permite a
transmissão dessa virtude aos demais.
Segundo a Bíblia, pela caridade che-
gamos a perceber a dificuldade de uma
pessoa como se estivéssemos dentro de-
la. Pela caridade compartilhamos com
a pessoa a situação em que se encontra
e lhe damos algum alívio. Portanto, es-
sa é uma virtude especial.
Do ponto de vista concreto, exercer
a caridade é suprir as necessidades dos
pobres, dos famintos e dos desprotegi-
dos. Do ponto de vista moral, é prestar
auxílio aos que se encontram de algum
modo inferiorizados. Essa virtude faci-
lita-lhes sair dessa situação em que se
colocaram. Do ponto de vista espiri-
tual, a caridade nos leva a amar a Deus
em tudo e em todos. Isso começa com a
compaixão, com a decisão de ajudar,
de perdoar, de suprir, de não nos dei-
xarmos levar pelas características exter-
nas de ninguém.
No texto bíblico podemos ler o se-
guinte: “Ainda que eu fale as línguas
dos homens e dos anjos, se não tiver ca-
ridade sou como um bronze que soa ou
como um címbalo que tine. Ainda que
eu tenha o dom da profecia e conheça
todos os mistérios e toda a ciência, e te-
nha toda a fé a ponto de transportar
montanhas, se não tiver caridade nada
serei. Ainda que distribua todos os
meus bens no sustento dos pobres, e en-
tregue meu corpo às chamas, se não ti-
ver caridade nada disso me aproveita-
rá”. Assim diz Paulo, na Primeira Epís-
tola aos Coríntios.
Segundo essa mesma fonte, a cari-
dade é paciente e benéfica, não é invejo-
sa, nem soberba, nem ambiciosa e não
busca seus próprios interesses. Não se
irrita, de ninguém suspeita, não folga
com a injustiça e se alegra com a verda-
de. A caridade tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera e tudo suporta. Vai sendo
descoberta segundo o nível da nossa
consciência. Ao desenvolvermos a cari-
dade fraterna de uns para com os ou-
tros, avançamos cada vez mais na con-
quista dessa virtude. �
José Trigueirinho Netto éescritor e filósofo espiritualista
Para experimentar a caridade, precisamos estar em busca de Deus
Quem é
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 3
CINEMA ASERVIÇO DAFELICIDADE
Final feliz
Bem-Estar lista12 “feel-goodmovies”, filmes
marcadospormensagens positivase quenos
fazemenxergar a vidade um jeito diferente
Gisele [email protected]
Como para a maioria das coisas
na vida, não existe receita ou passo a
passo de como ser feliz. “A felicidade
está esperando por nós de braços
abertos. Precisamos apenas nos mo-
ver conscientemente na direção de-
la”, explica a psicóloga Susan An-
drews, fundadora da ecovila Parque
Ecológico Visão Futuro. A verdade é
que cada um tem seu modo de ser fe-
liz. Enquanto uns precisam de al-
guém para partilhar a vida, outros a
direcionam para interesses como ler
bons livros, ver bons filmes, aprovei-
tar a natureza. “A felicidade é a vitó-
ria do equilíbrio entre as nossas ne-
cessidades materiais e as necessida-
des espirituais. É a busca de um esta-
do”, explica Ruy Marra, autor do li-
vro “Decolando Para a Felicidade”
(ed. Rocco).
E para você? O que o conforta,
aconchega e melhora seu dia? Há fil-
mes que parecem feitos para fazer vo-
cê se sentir melhor, mais otimista, re-
novado, confiante no próximo. Eles
receberam o nome em inglês de “feel-
good movies”, algo como “filmes pa-
ra se sentir bem”.
São filmes agradáveis de se ver, re-
cheados de personagens adoráveis,
com uma trilha bacana e edição es-
pertinha, além de diálogos ágeis e sa-
borosos. A receita varia, já que o que
o conceito de fazer bem pode não ser-
vir para todo mundo.
Mesmo assim, existem seis regras
básicas para identificar um filme
“feel-good”: é otimista, emotivo,
tem de ter final feliz, tem de ter hu-
mor (mesmo não sendo comédia), en-
volve afetos (romance ou amizade) e,
principalmente, tem de ter uma men-
sagem positiva. Terminam deixando
o espectador feliz, com aquele sorri-
so bobo e uma vontade incontrolável
de ser uma pessoa melhor.
E quem de nós não precisa de um
pouco mais de conforto e otimismo
para seguir em frente, mesmo que se-
ja por meio da fantasia proporciona-
da por um filme? Para ajudar você
neste movimento, a revista Bem-Es-
tar reuniu 12 longas comprometidos
com as coisas importantes da vida.
4 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
O que ensina: ENXERGAR O INVISÍVEL
Num dia você está brincando de amarelinha e, no outro,já está escrevendo um poema de amor. Assim é aadolescência, uma etapa da vida que causa umarevolução quando menos se espera. Mas comopodemos lidar com tantas transformações? O filme “Asvantagens de ser invisível” trata exatamente da faseonde tudo fica diferente da noite para o dia. Charlie é umgaroto novato no ensino médio que encara os maiorestestes da sua idade: não ser alvo de bullying, fazer partede um grupo e apaixonar-se de verdade pela primeira vez(não importando se é correspondido). Esta pareceapenas mais uma história despretensiosa sobre jovensna escola, mas serve de reflexão sobre como encontrarsua turma e desempenhar seu papel na grandeengrenagem das coisas
O que ensina: UM LUGAR PARA IDEALIZARGil, um escritor fascinado pela capital francesa, diz: “QueParis exista e que alguém possa escolher morar em outrolugar do mundo sempre será um mistério para mim”. Aopassar por um bloqueio criativo, ele é transportado demaneira mágica para os anos 1920. E lá ele fica amigo deseus heróis: Salvador Dali, Hemingway, Gertrude Stein,Buñuel. Nessa viagem no tempo, ele descobre o sentidopara sua literatura, mas a jornada também deixa umaquestão: será que nunca estamos satisfeitos com nossotempo e lugar, a ponto de idealizarmos uma existênciafantasiosa, em que nada pode ser imperfeito? Ainda quenão houvesse enredo, Paris, por ela só, daria uma belahistória de amor
O que ensina: A VITÓRIA DA FORÇAChris Gardner, vivido por Will Smith, é um vendedorde equipamentos médicos e, durante um péssimoano de sua vida, perde tudo o que tem. Ele é um paique enfrenta muitas dificuldades financeiras. Mesmotendo de dormir em banheiros, estações de metrô ealbergues, enquanto enfrenta um período de testenuma empresa de corretagem financeira, ele e seufilho, de apenas cinco anos, sabem que diasmelhores virão. O filme “A procura da Felicidade” éuma lição de vida, baseada em uma história real,para todos. Pela sua história, podemos tirar liçõespara a vida pessoal e profissional: acreditar em si enas outras pessoas; a importância do amor entrepai e filho; a persistência e capacidade para lidarcom as frustrações, e como é essencial desenvolverhabilidades e competências para atender,vender, negociar, relacionar-se. Hoje, Gardner édono da Christopher Gardner International Holding,com sede em Chicago, e sua fortuna é estimada emUS$ 600 milhões
UMA LINDA MULHER(EUA, 1990), de Gary Marshall. Com
Richard Gere e Julia Roberts
O LADO BOM DA VIDA(EUA, 2012), de David O. Russell. Com
Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert De Niro
INTOCÁVEIS(França,2012), deEric ToledanoeOlivier Nakache.
ComFrançoisCluzet,Omar SyeAnneLe Ny
AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL(EUA, 2012), de Stephen Chbosky. Com
Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller
O que ensina: AMOR SEM PRECONCEITOSOs preconceitos impedem que bonsrelacionamentos sejam vividos, como se vê em“Uma linda Mulher”. Magnata perdido (RichardGere) pede ajuda a uma prostituta (Julia Roberts) eacaba contratando-a por uma semana. Nesteperíodo, ela se transforma em uma elegante jovempara poder acompanhá-lo em seus compromissossociais, mas os dois começam a se envolver e arelação patrão/empregado se modifica para umrelacionamento entre homem e mulher. Ao mesmotempo, é uma história de amor e de sucesso. Omilionário vivido por Gere se torna uma pessoamelhor porque descobre o amor onde menosesperava. Essa versão moderna de Cinderela dizmuito mais sobre o mundo onde vivemos do quepodemos imaginar. A sorte é que Richard Gere eJulia Roberts conseguem se olhar a partir docoração, com mais profundidade - e este é ocaminho para o amor acontecer
O que ensina: LIÇÃO DE VIDA E AMIZADEVocê pensa que é autossuficiente e não precisa deninguém à sua volta? “Intocáveis” mostra queninguém é capaz de caminhar isoladamente. Philippeé um aristocrata rico que, após sofrer um graveacidente, fica tetraplégico. Precisando de umassistente, decide contratar Driss, jovemproblemático que não tem a menor experiência emcuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos eleaprende a função, apesar das diversas gafes quecomete. Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vezmais a Driss por ele não tratá-lo como um pobrecoitado. Aos poucos a amizade entre eles seestabelece, com cada um conhecendo melhor omundo do outro. Uma bela e fortíssima amizade,construída com respeito e aprendizado mútuo.Baseado em uma história real, “Intocáveis” trazmensagens de como a diversidade enriquece, trazsignificado, aumenta a consciência e nos fazexperimentar nossa mais profunda humanidade
MEIA-NOITE EM PARIS(Espanha/EUA, 2011), de Woody Allen. Com
Owen Wilson, Rachel McAdamns e Kathy Bates
O que ensina: TUDO TEM UM LADO BOM
Por conta de algumas atitudes erradas que deixaramas pessoas de seu trabalho assustadas, PatSolitano Jr. (Bradley Cooper) perde quase tudo navida: casa, emprego e casamento. Depois de passarum tempo internado em um sanatório, ele acabasaindo de lá para voltar a morar com os pais.Decidido a reconstruir sua vida, ele acredita serpossível passar por cima de todos os problemas dopassado recente e até reconquistar a ex-esposa.Embora seu temperamento ainda inspire cuidados,um casal de amigos o convida para jantar e, nestanoite, ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), umamulher também problemática que poderá provocarmudanças significativas em seus planos futuros. Ofilme é uma lição de vida e superação e ensinaprincipalmente a não desistir, e que podemosrecomeçar sempre caso algo dê errado
À PROCURA DA FELICIDADE(EUA, 2006), de Gabriele Muccino. Com
Will Smith, Thandie Newton e Jaden Smith
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 5
OEXÓTICO HOTELMARIGOLD(EUA/Inglaterra/EmiradosÁrabes, 2011),
de John Madden.Com JudiDench, Bill Nighy,MaggieSmith, Tom Wilkinson,Dev Patel
MEDIANERAS(Argentina, 2011). De Gustavo Toretto.Com Javier Drolas e Pilar Lopez de Ayala
O que ensina: VELHICE NÃO É DESCULPAPARADESISTIROsaposentados Muriel,Douglas, Evelyn e Grahame maistrêsamigosdecidem curtir a aposentadoria em um lugardiferente, eo destinoéa Índia. Encantadoscomo exotismodo local eatraídospelas imagens do recém-restauradoHotelMarigold, a trupe parte para lá sem pestanejar eérecebidapelo jovemsonhador Sonny.Seduzidos comvisõesdeumavida de lazer, eles chegampara encontrar nopalácioum espelhodesuas vidas. Emborao novoambientesejamenos luxuoso doque imaginavam,eles serãotransformadospor suasexperiências compartilhadas,descobrindoquea vidae oamor podemcomeçar denovoquandosedeixade viver nopassado. “O ExóticoHotelMarigold”encanta coma mensagemdeque ficar velhonãonecessariamentequerdizer que sua vidaestá chegando aofim,e queesperar, oudesistir, é tudo oque resta. Ficarvelhoaindapodeser uma maneira deencontrar novaseinesperadassituaçõespara sequerer viver sempremais
O que ensina: A RECONQUISTA DIÁRIAImagine você se lembrar de todo seu passado, masnão do presente. “Como Se Fosse a Primeira Vez”conta a história de Lucy, uma jovem que, após sofrerum grave acidente, acaba perdendo a memória curta,ou seja, ela lembra de todo o seu passado até o diado acidente, mas não do presente. E agora, todos osdias são como se fosse aquele único dia de domingo,aniversário do seu pai. Do outro lado está o veterinárioHenry, que prefere ficar com as garotas de fora da suacidade para não correr o risco de se apaixonar. Osdois se encontram de forma imprevisível durante ocafé da manhã em uma lanchonete. Um genuíno amorse inicia. Mas a cada novo dia é como se fosse oprimeiro. E uma oportunidade única de fazer tudodiferente, começar de novo, concertar os erros, fazê-laamá-lo de novo do mesmo jeito e ainda mais do queamou no dia anterior. É claro que isso tudo se trata deficção, mas o filme passa uma lição que precisa seraprendida por nós: o amor é uma decisão queacontece quando você menos espera, por mais que asdificuldades que um relacionamento possa trazer, ecom amor, tudo pode ser superado
O que ensina: CONEXÃO COM A REALIDADE
A grande pergunta do neurótico Martin, que vive àbase de Rivotril, é: “Há algo mais desencorajador noséculo 21 do que não ter nenhum e-mail na sua caixade entrada?” Sua outra metade da laranja é Mariana,uma decoradora de vitrines que tem medo deelevador. Mas, apesar de serem vizinhos, eles nãosabem um do outro. A pergunta de Martin dá o tomnessa comédia romântica argentina que fala dasolidão em uma época em que é possível fazeramigos sem manter contato humano de verdade.Apesar de parecer triste, essa crítica à mecanizaçãodos relacionamentos é bem-humorada e vemrecheada de esperança. Impossível não torcer paraque os dois hiperconectados da web também seconectem na vida real
VALENTE(EUA,2012), deBrendaChapman,Mark Andrews. Com
KellyMacdonald, BillyConnolly eEmma Thompson
COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ(EUA, 2004), de Peter Segal. Com Adam Sandler,
Drew Barrymore e Rob Schneider
UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL(EUA/Reino Unido, 1998), de Roger Michell.
Com Hugh Grant e Julia Roberts
OFABULOSO DESTINO DEAMELIE POULAIN(França,2001), de Jean-Pierre Jeune. Com
AudreyTautoueMathieu Kassovitz
O que ensina: PEQUENOSGESTOS FAZEMADIFERENÇAHácoisasna vida dasquais nós semprenosarrependeremos. Sejapor tê-las feito, pornão tê-las feito oupor ter demoradoa fazê-las. AinfânciadeAmélie não foi dasmais felizes.Para completar, suamãemorre tragicamente emuma desuas idas à catedral deNotre-Dame. “O fabulosodestino deAmélie Poulain” contaahistória da jovem AméliePoulain, que passousua infância isoladadaspessoas devidoa um supostomaldo qual era acometida. Ameninaentãocresceu isolada deoutraspessoas e semamigos.Agora, a jovem recatada, tímidae solitária trabalha como garçonetedeumpequeno caféem Paris e moranum apartamento emMontmartre – subúrbiodacapital francesa. Após ter achado umacaixano banheirodeseu apartamentoe descobrir quepertenceaumex-morador, decideencontrar o dono; e,por sorte, conseguedevolver-lheseubem. Encantadae comovida com a felicidade dohomem,Amélie descobre umnovosentido para a vida e passaafazero bem ajudandoa todos à suavolta. Porém,descobre queainda lhe falta algo quea impededese sentir feliz ou realizada: umgrandeamor. O filme mostra como gestos simplesnocotidianopodemtornar a vida daspessoas mais leve e melhor. Temosmuitoaacrescentar aosnossos semelhantes, basta que tenhamosapercepçãopara identificar o queeles necessitam para, a partir daí,atuarmoscomo um agente de transformação tanto denossas vidascomoa dos semelhantes. Ao ajudar, acabamos sendo ajudados, ecrescemosaonos relacionarmoscom essas pessoas �
O que ensina: VIVA AS DIFERENÇASWill é um pacato dono de livraria especializada em guiasde viagem, em Londres, que recebe a inesperada visitade uma cliente muito especial: a estrela de cinemaamericana Anna Scott. Dois ou três encontros fortuitosmais tarde, Will e Anna iniciam um relacionamentotenro, engraçado e cheio de idas e vindas. Suas vidasnão se combinam. Mas os dois acabam fazendo de tudopara ficarem juntos. E para permanecerem unidos, elesterão de superar diversos obstáculos. Ele, aprender aconviver com o assédio desmedido. E ela, a preservar oque conquistou de verdadeiro. O filme nos faz ver que asdiferenças, sejam elas de classe social oupopularidade, podem na verdade ser um ponto a favorpara a vivência de momentos divertidos e marcantes
O que ensina: AFAMÍLIAEM PRIMEIROLUGARAanimação “Valente”apresentauma princesa diferente,Merida, que defendecomconvicção o que achacorreto elutapara fazer valer sua vontade.Criadapela mãe paraserasucessora perfeita ao cargode rainha, seguindoaetiquetae oscostumesdo reino, a garotadoscabelosrebeldesnão temamenor vocaçãopara esta vida traçada,preferindocavalgar pelasplanícies selvagensda Escócia epraticar seu esporte favorito, o tiro ao arco. Elaé umaprincesacom espírito de liberdadee atitude rebelde,buscando livrar-sedos valorese comportamentosesperadosde alguémna suaposição, e que foramsendopassadospor sua mãeao longoda vida, coisas comoetiqueta, saber falar em público...Quando uma competiçãoéorganizada contra sua vontadepara escolher seu futuromarido,Merida recorre à ajudade umabruxa, a quem pedequesua mãemude. Mas quandoo feitiço surteefeito, atransformaçãoda rainhanão é exatamente o que Meridaimaginava.Nessemomentoque a história e a liçãocomeçam.A ruivinha temde conseguir achar um jeito defazer suamãevoltar a serquem era, porém,sem conseguir“perdoá-la”, nada épossível. Junto com seus três irmãoseseupai atrapalhado, descobreo real significadoda palavrafamíliae o verdadeiro sentido dapalavra amor
6 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Para se comunicar com mais eficiência é preciso se colocar no lugar
do outro, respeitando as diferenças de opiniões e modos de pensar
Gisele [email protected]
O ser humano anda extrema-
mente centrado nele mesmo e
vive como se os outros tivessem
de saber tudo o que se passa den-
tro dele. Ainda bem que o assun-
to passou a chamar a atenção de
muita gente. “Estamos muito
pouco atentos para as enormes
dificuldades que temos em nos
comunicarmos com alguma efi-
ciência”, diz o psiquiatra Flávio
Gikovate. Partimos do ponto de
vista de que o outro é parecido
conosco, sente as coisas da mes-
ma forma e, em essência, pensa
como nós. Por isso, até nos irri-
tamos diante de alguma diferen-
ça de opinião.
Projetamos nos outros nos-
sa maneira de ser e de pensar,
ressalta Gikovate. Depois, nos
comunicamos com eles como
se fossem entender tudo como
estamos falando. “Se quiser-
mos começar a nos comunicar
de verdade, temos que partir
do princípio de que outro é au-
tônomo e não uma extensão de
nós mesmos”, recomenda o
psiquiatra.
“Temos o hábito de supor
que nossos conteúdos e nossa
forma de interpretar a vida se-
jam os corretos e, por isso, su-
bentendemos que as outras pes-
soas também ajam e pensem da
mesma forma”, diz o psicólogo
Alexandre Caprio. “Mas cada
pessoa possui sua própria cripto-
grafia, embora elas se pareçam
devido aos nossos traços cultu-
rais e valores comuns.”
Um planejamento mal expli-
cado no ambiente de trabalho
pode fazer com que cada inte-
grante da equipe aja de acordo
com sua própria compreensão.
Porque cada um analisa a infor-
mação dada e complementa as
lacunas em branco com seus
próprios conteúdos, criando
uma ideia híbrida que pode se
distanciar da original. “Não é
por acaso que o analfabetismo
funcional tem se tornado um
grande problema no ambiente
de trabalho. Mais da metade da
força de trabalho mundial não
sabe aplicar os conhecimentos
que adquiriu”, ressalta.
“A grande dica para se co-
municar com mais eficiência é
sempre ter em mente que cada
indivíduo tem sua própria for-
ma de interpretar a realidade e
que, dificilmente elas serão
iguais”, recomenda Caprio.
Saber se colocar no lugar do
outro quando se explica algo é
primordial. Um professor parte
do pressuposto de que o aluno
não saiba nada do que será fala-
do. A partir daí, ele apresenta
os elementos principais da tra-
ma e depois a enriquece com de-
talhes. A este processo é dado o
nome de didática. Já a capacida-
de de se colocar no lugar do ou-
tro, para formar uma ideia, é
chamada de empatia. Quando
sabemos descrever uma ideia e
aprendemos a apresentá-la a
uma outra pessoa, obtemos o
máximo de nossa expressão e re-
duzimos bastante uma eventual
falha de interpretação. “Por con-
seguinte, reduzimos nossa mar-
gem de erros e desgastes pes-
soais e podemos focar nossas
energias em novas etapas e pro-
jetos de vida. Como dizia nosso
saudoso Abelardo Barbosa, o
Chacrinha, ‘quem não se comu-
nica, se trumbica’.”
“Algumas pessoas andam
tão dentro de si que acham que
os outros têm obrigação de en-
tender até o que elas não di-
zem. Começam a falar pelo
meio da informação, truncam o
pensamento, misturam fatos,
mudam o rumo da conversa
sem avisar nem ligar o sinal de
seta”, diz o palestrante e profes-
sor de comunicação e expres-
são verbal Reinaldo Polito, au-
tor de livros como “Conquistar
e Influenciar para se Dar Bem
com as Pessoas” e “Assim é que
Se Fala” (ambos pela ed. Sarai-
va). “Às vezes o que é tão claro
e simples para quem fala, pode
ser extremamente complexo, di-
fícil e estranho para quem ou-
ve”, completa.
“Por isso, não parta da pres-
suposição de que as informa-
ções que possui sejam conheci-
das. Confira sempre se o outro
entendeu o sentido que você es-
tá tentando comunicar”, expli-
ca Polito. E, depois de analisar
a reação que suas palavras pro-
vocam, explique, esclareça e de-
fina fatos, lugares, causas, efei-
tos, consequências; identifique
pessoas e use informações con-
cretas. “Tenha a cautela de iden-
tificar de forma clara os persona-
gens das suas histórias.”
“A comunicabilidade é
uma capacidade que demanda
de manutenção constante. O
exercício de se comunicar com
o outro faz parte do processo
de expansão da mente”, reforça
o psicoterapeuta Renato Dias
Martino.
Sem palavras
“Cada um de nós foi criado
sob um conjunto de regras. Nos-
sos pais pensavam e se compor-
tavam de uma determinada for-
ma e, com o tempo, nos adequa-
mos a esse padrão. Convivendo
durante anos com as mesmas
pessoas, é possível adivinhar al-
guns de seus pensamentos ape-
nas pela forma como ela se com-
porta ou como nos olha”, expli-
ca Alexandre Caprio. Por exem-
plo: quantos já “levaram uma
bronca” só com o olhar fulmi-
nante de um pai? Quando con-
vivemos com outras pessoas por
um longo espaço de tempo, o
diálogo pode dispensar alguns
contextos, porque o ambiente e
as situações vividas são co-
muns. Mas quando saímos de
casa, nos chocamos com outras
pessoas e seus respectivos con-
teúdos, que podem diferir mui-
to dos nossos. Assim, os concei-
tos mais simples podem repre-
sentar coisas bem diferentes en-
tre uma pessoa e outra. �
Comunicação
Do diálogo à empatiaStock Images/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 7
Medos, inseguranças, opção: os motivos que levam
homens e mulheres a não querer um berço em casa, e
a importância da conversa quando o desejo é só de um
Elen [email protected]
Ter filhos muda a concepção so-
bre o mundo. Esse acontecimento
natural é imaginado, mas realmente
só sentido na pele e, principalmen-
te, no coração, quando uma criança
chega à vida de uma família. E saber
disso por experiências de amigos ou
familiares faz com que muitos casais
atrasem a chegada de um herdeiro
ou mesmo decidam não tê-lo.
A decisão muitas vezes é guiada
por dois motivos: opção em privile-
giar a carreira e insegurança na pró-
pria capacidade sobre ter e cuidar de
um filho - aquela famosa dúvida:
“Será que vou dar conta?”.
Esse assunto, porém, precisa ser
discutido e consentido pelo casal desde
as primeiras intenções de tornar o rela-
cionamento duradouro. O tema “fi-
lhos” precisa estar incluído nas conver-
sas sobre os planos traçados para a vida
em comum, como os sonhos, a escolha
de cidade para a futura casa ou aparta-
mento, o investimento na profissão, as
ideias de viagens, a adoção ou não de
um animal de estimação, a aquisição de
bens materiais, entre outros.
A negativa em ter filhos pode ter
origem na insegurança emocional,
questões financeiras, aconselhamen-
to genético ou simplesmente por
não querer. Independente do moti-
vo, a escolha precisa ser respeitada.
Mas, em uma dessas motivações,
o medo de enfrentar a maternidade
e paternidade pode ser resultado de
uma história de vida difícil, afirma a
terapeuta de casal e família Maria
Aparecida Junqueira Zampieri, de
Rio Preto. “Temem repetir a histó-
ria ou sentem-se inseguros, despre-
parados ou até mesmo que é impossí-
vel enfrentar.”
A imaginação de um parto que
passe por dificuldades, seja dolorido
ou até mesmo provoque a morte tam-
bém são causas associadas a essa in-
segurança. O receio do desenvolvi-
mento de uma depressão pós-parto
na futura mãe e a criança nascer
com alguma imperfeição física ou
doença que a torne dependente au-
mentam esses medos.
“Outras duas motivações podem
levar o casal a escolher não ter fi-
lhos: as pretensões mais voltadas a
novos afazeres e metas. E a violên-
cia, as dificuldades sociais dos dias
atuais, o não querer ‘colocar filhos
para viver nesse mundo’”, explica a
terapeuta.
Por isso mesmo, o planejamento
do futuro da vida afetiva precisa ser
conversado para que conflitos sejam
evitados ou relações desfeitas por
incompatibilidade de necessida-
des, principalmente quando se tra-
ta de gerar uma criança. “Claro
que é possível mudar ao longo do
tempo, mas mesmo que ocorra
uma mudança de opinião é neces-
sário deixar o outro a par”, comen-
ta a terapeuta rio-pretense.
A afirmação é justificada por
uma questão bem simples e clara:
“Filhos ‘duram bastante’”, destaca a
terapeuta. Simples porque não só
“duram bastante”, como são para a
vida toda e dependem 100% dos pais
para tudo: alimentação, higiene,
aprendizados - intelectual e emocio-
nal -, locomoção e tantas outras ne-
cessidades.
O que acontece, entretanto, é que
muitos casais chegam a se casar sem to-
car em assuntos mais delicados. Evita-se
aabordagemeoconfrontocomalgu-
mas responsabilidades e a própria
realidade.
Acredita-se que esse com-
portamento, embora muito
perigoso para a manutenção
de uma relação amorosa sau-
dável e de cumplicidade, ocor-
re para não se “estragar” a pai-
xão. Isso, porém, não é uma ga-
rantia, principalmente porque, mes-
mo quando os desejos estão de acordo
no início do relacionamento, as necessi-
dades podem mudar naturalmente
com o tempo.
A terapeuta de família Elizabe-
th Polity, membro da Associação
Paulista de Terapia Familiar (AP-
TF), de São Paulo, destaca que, pa-
ra a mulher, especialmente, é possí-
vel que seu relógio biológico come-
ce a provocar influências sobre
suas decisões.
“As pessoas mudam muito.
Aquilo que se pensa em um ciclo de
vida pode mudar em outro. Após a
busca em construir patrimônio, na
chegada próxima aos 40 anos a mu-
lher quer correr a aproveitar o últi-
mo óvulo. Quando se postega muito
a gravidez, a inseminação artificial,
no entanto, acaba sendo uma outra
escolha a ser discutida.”
Família
TER OU NÃO TER FILHOS?Eis uma questão querequer muito diálogo
8 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Mesmo com as mudanças
de prioridades, o casal precisa
amadurecer a ideia de ter um fi-
lho, argumentar com o outro e
avaliar como chegar a um con-
senso. Se a aceitação do casal
não for verdadeira, danos irre-
paráveis podem consumir a re-
lação e prejudicar a criança que
planejaram ter.
Se a decisão de ter filhos for
tomada, o ambiente precisa ser
receptivo. “Eles precisam de es-
paço emocional para se senti-
rem acolhidos, queridos, per-
tencentes à família, com sua in-
dividualidade respeitada e suas
necessidades supridas, à medi-
da do possível. Afinal, filho é
para a vida toda”, destaca a tera-
peuta Maria Aparecida Jun-
queira Zampieri.
Isso é muito importante por-
que a criança não tem capacida-
de emocional para lidar com is-
so. Se um parceiro força o ou-
tro a aceitar o aumento da famí-
lia, seja a mulher ou o homem,
o relacionamento não somente
entra em desgaste como quem
não desejava a criança pode aca-
bar responsabilizando o filho
pelos problemas do casal. Mes-
mo se não houver acusação
mais explícita, a criança sente a
rejeição.
“É muito frequente que a
criança se sinta responsável.
Quanto menor, mais ela acredi-
ta que tudo o que acontece no
mundo está direta ou indireta-
mente ligada a ela, para o bem
ou mal. Essa percepção pode
permanecer até os oito anos”,
explica a terapeuta de família
Elisabeth Polity, de São Paulo.
As consequências desse de-
sarranjo familiar são profun-
do sofrimento para a criança,
manifestado em comporta-
mentos agressivo, birrento e
opositor, alterações no sono e
na alimentação, baixo desem-
penho escolar e isolamento
social. “É uma forma dela pe-
dir socorro”, completa a tera-
peuta paulistana. (EV) �
Criança acolhida
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 9
Quanto maior a demora no diagnóstico da
endometriose, mais aumenta o risco de
infertilidade. Entenda as causas da doença,
seu impacto na vida da mulher e o que fazer
para resgatar a qualidade de vida
Elen [email protected]
Cerca de 10 anos é o tempo que mui-
tas mulheres demoram para descobrir que
têm endometriose. É essa demora a princi-
pal causa da evolução da doença, que com-
promete consideravelmente a qualidade
de vida e pode levá-las à infertilidade.
A endometriose é uma inflamação
causada pelo crescimento anormal do
endométrio, uma membrana que reves-
te a parede interna do útero. Afeta prin-
cipalmente mulheres em idade reprodu-
tiva. A instalação do problema, no en-
tanto, acontece fora do útero, podendo
migrar para ovário, bexiga, trompas e
intestino grosso.
Estima-se que seis milhões de brasi-
leiras sofram com o problema. No mun-
do, são mais 170 milhões.
Uma pesquisa apresentada este ano
pela Associação Brasileira de Endome-
triose e Ginecologia Minimamente In-
vasiva (SBE) e o laboratório Bayer cons-
tatou que 53% das brasileiras entrevista-
das desconhecem ou nunca ouviram fa-
lar da endometriose. O resultado do es-
tudo é uma confirmação de que a falta de
informação traz grande prejuízo para a
detecção precoce da doença.
Foram ouvidas 10 mil mulheres, de 10
capitais brasileiras – Belo Horizonte, Brasí-
lia, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Ale-
gre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Sal-
vador. Outro dado, da Secretaria Estadual
de Saúde de São Paulo, pode ser associado
à constatação do estudo da SBE e Bayer no
que se refere ao reflexo da desinformação:
o número de cirurgias necessárias para tra-
tar o problema.
Segundo o levantamento apresenta-
do no final do ano passado, sete mulhe-
res são submetidas à cirurgia de endo-
metriose todos os dias nos hospitais pú-
blicos estaduais. O atraso no diagnósti-
co e tratamento está ligado principal-
mente a esse desconhecimento, afir-
ma o professor Eduardo Schor, chefe
do Ambulatório de Endometriose da
Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
O principal sintoma, a cólica mens-
trual, por exemplo, não é valorizada
como uma condição importante. “As
mulheres acham normal menstruar
com dor. Ficam um grande período
de tempo com cólicas fortes e não se
queixam.”
Essas queixas acabam sendo minimi-
zadas não somente pelas mulheres, mas
por seus familiares, colegas de trabalho
e médicos, até que a hipótese da endo-
metriose seja cogitada e investigada, o
que contribui para o atraso.
“Ainda a ideia errônea de que exa-
mes complementares com resultados
normais, como ultrassonografia e dosa-
gem sérica de CA125, excluiriam o diag-
nóstico de endometriose também ajuda
a gerar mais demora na busca por
um especialista”, ressalta a médica
radiologista Débora Esperancini Te-
bar, especialista em ressonância
magnética, de Rio Preto.
O problema é que as cólicas são pro-
gressivas, aumentando as dores e seu
tempo de duração, chegando a ser senti-
das no mês inteiro e não mais no perío-
do menstrual. “Chega um ponto em
que as dores não respondem mais a tra-
tamentos comuns, levando as pacientes
para o pronto-socorro, isso após fica-
rem anos com dor e outros sintomas”,
explica Schor.
Segundo o ginecologista Carlos
Eduardo Ferreira, de Rio Preto, a evolu-
ção dos sintomas está associada à piora
da qualidade de vida. Isso porque, além
das cólicas, somam-se sangramento
com maior fluxo durante a menstrua-
ção, dores pélvicas constantes durante a
relação sexual, alteração intestinal com
diarreia e dor para evacuar durante a
menstruação. Ardência e dor para uri-
nar e sintomas neurológicos também
são percebidos. “Sempre associado à
menstruação”, informa o ginecologista,
que faz outra observação.
“É importante lembrar que, ao con-
trário do que se pensava, essa doença po-
de acometer mulheres na perimenopau-
sa (período que antecede a menopausa)
e pode não melhorar após a menopausa.
Esse grupo de mulheres com esses sinto-
mas também deve ser valorizado”, des-
taca o especialista.
As consequências do atraso do
diagnóstico e tratamento criam ain-
da outros problemas, conta o profes-
sor da Unifesp. Devido às dores na
pélvis, a mulher acaba procurando
posições posturais que amenizam sua
dor, provocando alterações ósseo-mus-
culares que podem persistir mesmo
após o tratamento.
“Outros sintomas são gastrointesti-
nais, associados à síndrome do intesti-
no irritável. Ainda há depressão e ansie-
dade, prejuízo na qualidade do trabalho
e isolamento social”, explica Schor.
Motivo desconhecido
A causa de tudo isso, porém, ainda é
incerta, mas algumas hipóteses têm si-
do analisadas em estudos, partindo do
princípio de ser multifatorial. O gineco-
logista Carlos Eduardo Ferreira afirma
que entre os fatores aceitos estão a pre-
disposição familiar, as alterações en-
dócrinas e imunológicas. “A mens-
truação retrógrada também é um im-
portante fator”, diz o ginecologista,
que completa: “Junta-se a isso a má
qualidade de vida e a demora para a
gravidez, ou seja, a mulher moderna
primeiro se acerta profissionalmen-
te para depois pensar em filhos. Isso
faz com que a doença progrida para
formas mais graves”, alerta.
Saúde
SINALVERMELHO
“Adesinformaçãoassusta”,afirmaEduardoSchor.
Quandoo médico levanta asuspeitadeendometriosecomodiagnóstico,muitas
mulheres recorrem à internetpara fazer buscas sobreoassuntoe acabam vendo
históriasgravesdeperdas deúteroe ovários. “Naverdade,oquadroda paciente talvez
nemétão drástico assim,porissoé importanteque omédico tire todas as
suasdúvidas”, destaca oprofessorda Unifesp
A relação da mulher comendometriose com seu
parceiro pode sofrer grandecomprometimento, informao professor Eduardo Schor,da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp).“Alguns entendem a
situação e acompanham otratamento, mas outros não,por afetar a relação sexual,com as negações da mulherpara o sexo. Os problemasconjugais aumentam e hácasos de casamentos que
chegam ao fim”
10 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
O ginecologista Carlos
Eduardo Ferreira diz que a
chance de infertilidade pode di-
minuir com o diagnóstico pre-
coce. “Melhora o prognóstico,
pois as alterações anatômicas
são menores. Nos casos graves,
mesmo após a cirurgia, a proba-
bilidade da paciente necessitar
de técnicas de reprodução assis-
tida é grande”, explica.
Por isso, a confirmação do
diagnóstico com exames de
imagem é importante para o
início do tratamento. A médica
radiologista Débora Esperanci-
ni Tebar informa que a resso-
nância magnética, o ultrassom
pélvico e o transvaginal são ne-
cessários também para a progra-
mação da cirurgia, quando esta
é necessária.
“No passado, contava so-
mente com dosagens sanguí-
neas do CA 125 e a videolapa-
roscopia para diagnosticar. En-
tretanto, os estudos mostraram
que o CA 125 é um exame de
baixa sensibilidade, pois pou-
cas mulheres com endometrio-
se (40%) têm aumento desse
marcador. E a videolaparosco-
pia não visualiza a endome-
triose profunda, localizada
abaixo do peritônio, uma
membrana que recobre a
parede abdominal”,
diz a médica. (EV)
Quantoantes,melhor DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 11
Algumas drogas tambémpodem ser utilizadascomo coadjuvantesno tratamento da
endometriose, tanto leveou avançada, informa o
professor da UnifespEduardo Schor. A
indicação médica poderáincluir fitoterápicos com
propriedades analgésicas,acupuntura e
atividade física
A endometriose é umadoença benigna do crescimentoanormal do tecido endometrialfora do útero
Esse desenvolvimento podeacontecer nos ovários, trompas,ligamentos ao útero, bexiga eintestino grosso
A influência do ciclomenstrual piora o problema jáque não há como eliminar osangue fora do útero
As causas ainda sãodesconhecidas e estudos aindatentam traçar associações
A manifestação doproblema é marcada porinflamação, dores na relaçãosexual, cólicas com doresprogressivas, formação decistos e até infertilidade
O problema acometeprincipalmente mulheresem idade reprodutiva
Fonte: Associação de Obstetrícia eGinecologia do Estado de São Paulo
O estágio da endometrio-
se, leve ou avançada, é que
determinará qual tratamen-
to será adotado. Se a doença
está no início, uma medica-
ção com compostos hormo-
nais, como a pílula, poderá
ser escolhida. No avançado,
o medicamento também faz
parte da primeira tentativa
de melhora, mas se a doença
já provoca muitos sintomas
as chances de sucesso são
bem menores, sendo necessá-
rio recorrer à cirurgia, conta
o chefe do Ambulatório de
Endometriose da Unifesp,
Eduardo Schor.
O ginecologista Carlos
Eduardo Ferreira explica
que a endometriose é uma
doença benigna, mas pode
apresentar agressividade em
alguns casos, sendo necessá-
rio até mais que um procedi-
mento cirúrgico.
“Pode haver comprometi-
mento profundo da doença
em áreas profundas não visí-
veis, onde existem grandes
vasos sanguíneos e nervos,
no intestino, ureter - canal
que liga os rins à bexiga,
bexiga, ligamentos uteri-
nos, entre outros”, avisa.
“É uma cirurgia específi-
ca para endometriose, para a
retirada de todos os focos pos-
síveis da doença, pois apenas
tirar o útero não resolve os
sintomas nem trata o proble-
ma”, explica Ferreira. O trata-
mento completo deve ser
acompanhado por equipe mé-
dica especializada, psicólogas
e fisioterapeutas. (EV)
Entenda
Associação Brasileiro deEndometriose e GinecologiaMinimamente Invasiva -www.iape.org.br
Associação deObstetrícia e Ginecologia doEstado de São Paulo -
www.sogesp.com.br
Sociedade Brasileira deGinecologia Endócrina -www.sobrage.org.br
Endometriose -www.endometriose.med.br �
A dificuldade para engravidar
éumoutrosintomadaendometrio-
se, às vezes descoberta exatamente
na tentativa de gravidez. Nesse ca-
so, o ginecologista Carlos Eduardo
Ferreiracontaqueacirurgiaéaop-
ção imediata, o que aumenta a
chancedecura,emboraaindapreci-
sede tratamento clínico.“Essas pa-
cientes necessitam de uma cirurgia
queretiresuaslesões,masqueman-
tenhasuafertilidade.Acirurgiade-
ve ser agressiva e delicada ao mes-
motempoparapreservarórgãosvi-
tais para uma gravidez”, ressalta.
Foiocaso da bancáriaCarolina
Bauab, de Rio Preto. Após muitas
tentativasdeengravidar,semsuces-
so, ela descobriu no final de 2012,
aos 37 anos, que estava com endo-
metriose. “Associado a isso, come-
cei a ter muitas cólicas, até que fiz
uma ressonância magnética que
confirmou o problema”, conta.
Embora ainda com alguns sin-
tomas,adoençahaviaavançadope-
las trompas e começava a envolver
a bexiga e o intestino. A opção de
tratamentofoipelacirurgia,realiza-
da dois meses depois.
Ela ainda passou por um trata-
mentocominjeçõeshormonaispa-
raregularizarsuaovulaçãopara,en-
tão, recomeçar as tentativas de en-
gravidar. “Cinco meses depois eu
estavagrávidadaSophia,quenasce
emjunho”,contaCarolina,querea-
lizará o sonho de ser mãe quando
completar 39 anos. (EV)
Leve ou avançado
Para mais informações
À espera de Sophia
12 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Até o início da década de 1980, as técnicas utilizavam materiais como
o aço cirúrgico e não tinham a intenção de promover a osseointegração
Rodrigo CaranOdontologista
A implantodontia é muito
antiga. Há relatos na literatura
de tentativas de substituir os
dentes desde o antigo Egito,
mas foi a partir de meados da
década de 1950 que esse pro-
cesso se tornou mais sistemáti-
co. Técnicas de fundição e es-
tudos biológicos que resulta-
ram na capacidade de produ-
zir uma prótese a partir de um
material biocompatível que,
associado ao advento dos anti-
bióticos, promoveu a possibi-
lidade de sua implantação com
menores chances de infecções
pós-operatórias, e isso estimu-
lou a classe odontológica a re-
produzir as mais diversas técni-
cas de implantodontia.
Porém, até o início da déca-
da de 1980, as técnicas utiliza-
vam materiais como o aço cirúr-
gico e não tinham a intenção
de promover a osseointegração.
Os implantes eram instalados
sob a mucosa ou então eram
intraósseos, mas baseados na re-
tenção mecânica indicada pela
técnica. Assim, com o passar
dos anos e a utilização dos im-
plantes na mastigação, proces-
sos inflamatórios naturalmente
surgiram e alguns implantes se
perderam.
Foi somente após o Protoco-
lo de Toronto, no início da dé-
cada de 1980, que tivemos co-
nhecimento sobre a instalação
dos implantes dentários tal co-
mo os conhecemos hoje; reali-
zados em titânio, comercial-
mente puros, e instalados por
profissionais capacitados, atin-
gindo um índice de sucesso aci-
ma de 90%. É curioso salientar
que os implantes foram desco-
bertos por acaso em um estudo
para avaliar a vascularização da
tíbia de coelhos, e depois seus
resultados foram transferidos
para reabilitar os pacientes que
utilizavam próteses totais infe-
riores com seis implantes e
uma prótese fixa sobre esses im-
plantes, reabilitando toda a ar-
cada inferior.
Até hoje, esses trabalhos re-
cebem o nome de protocolo. As
próteses podem ser entregues
em poucos dias e seu índice de
sucesso chega a quase 100%. Fo-
ram esses resultados que impul-
sionaram o sucesso da implan-
todontia moderna.
Em meados da década de
1980, os primeiros brasileiros
foram à Suécia e aos EUA para
aprender essa tão esperada no-
vidade e retornaram ao Brasil
conscientes de que poderiam
atender seus pacientes de uma
forma mais elaborada.
Para isso, precisaram ini-
ciar um trabalho de treinamen-
to com outros cirurgiões-den-
tistas, protéticos, equipe de
apoio e tudo que cercava o mun-
do da implantodontia. No iní-
cio, as importações ofereciam
poucas opções de marcas e mo-
delos, os preços eram muito ele-
vados e tivemos uma elitização
dos profissionais e dos pacien-
tes que podiam optar pelos im-
plantes dentários como uma op-
ção de tratamento. Além disso,
as técnicas eram elaboradas e
os cursos de formação, caríssi-
mos. A implantodontia estava
reservada para poucos.
Com o passar dos anos, com
a estabilidade de nossa econo-
mia e um número cada vez
maior de colegas utilizando os
implantes como opções de tra-
tamento, tivemos o nascimento
da indústria nacional. Os cus-
tos foram reduzidos a menos
da metade e os implantes den-
tários passaram a ser opção viá-
vel para muitos. Faltava edu-
cação, uma vez que era preci-
so democratizar a formação
do implantodontista, come-
çar pelo reconhecimento da
implantodontia como uma es-
pecialidade odontológica e
criando regras para o seu ensi-
no, de forma a termos profis-
sionais capacitados e com
uma formação homogênea
em todo o Brasil. �
A implantodontiae sua história
Stock Images/Divulgação
Edvaldo Santos
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 13
Otávio Mesquita completa 30 anos de
carreira com novo programa no SBT
Agência Estado
O apresentador Otávio Mesquita
completa 30 anos de carreira com a es-
treia de seu novo programa no SBT, o
“Okay Pessoal”, que está previsto pa-
ra entrar no ar em abril. A atração se-
gue os moldes do programa que ele
apresentava até o fim do ano passado
na Band, o “Claquete”, exibido no co-
meço das madrugadas.
Otávio gosta do horário e ressalta
que o fim de noite na TV está sendo
valorizado pelo mercado publicitário,
pois conta com um público exigente e
que, em geral, tem poder aquisitivo.
A ideia não é mudar o que deu cer-
to na concorrência, mas fazer uma
extensão do formato que o consa-
grou na Band. “No SBT, temos um
elenco maior e outras possibilida-
des e eu pretendo me reinventar”,
diz o apresentador.
Mesquita saiu da Bandeirantes
após 14 anos e o fim desse “casamen-
to” foi amigável. Segundo o apresenta-
dor, o término do contrato representa
somente o encerramento de um ciclo
em sua carreira. A emissora da famí-
lia Saad teria proposto dividir os cus-
tos e lucros de um novo programa,
mas ele não aceitou.
Nesses 30 anos de carreira, Mes-
quita também trabalhou na extinta
TV Manchete, na Record e na Rede-
TV!. Essa é a sua terceira passagem
pelo SBT, onde apresentou os progra-
mas “Perfil”, “Tempo de Alegria”,
“Fantasia” e o quadro que o projetou
à fama “Bom Dia Legal”, do “Domin-
go Legal”, na década de 1990.
“Agora, encontrei um novo SBT.
É um momento especial da emissora
Confesso que pensei em ficar um ano
descansando a minha imagem, mas
acabei optando por aceitar o convite
porque a madrugada é a minha praia
e tudo casava com os meus interes-
ses”, comenta.
A nova revista eletrônica das ma-
drugadas do SBT é uma forma de
agregar audiência ao canal com um
custo relativamente baixo, já que se
trata de uma parceria que a Mesquita
Produções - produtora de Otávio Mes-
quita - está desenvolvendo com a
emissora de Silvio Santos. “O progra-
ma irá ao ar de segunda a sexta-feira
depois do ‘Jornal do SBT’. As cabeças
do programa serão gravadas nos estú-
dios da emissora, e vai ter muita entre-
vista feita nas ruas”, adianta Otávio.
O “OKay Pessoal” vai ter, ainda,
making of de comercial de televisão,
campanhas de moda e outros even-
tos que o público gosta de ver os
bastidores, como festas e provas es-
portivas. Algumas novidades estão
sendo programadas, mas também
será ressuscitada uma personagem
criada por Otávio nos anos 1990,
que fez sucesso naquela época. “A
Tábata é uma bichinha bipolar,
que será a ombudsman do SBT e
vai criticar toda a programação do ca-
nal. Está na moda gays nas novelas,
nos realities shows e vamos aprovei-
tar esse momento da diversidade,da
aceitação”, diz o apresentador.
Estreia
OKAYOKAYPESSOALPESSOAL
TV - 14 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Carnaval de 1984Otávio Mesquita começou
sua jornada diante das câmeras
em 1984, cobrindo o Carnaval.
Ele conta que as pessoas não
gostavam dele, mas, mesmo as-
sim, ele acreditou que era nessa
área que iria se dar bem. “Fi-
quei muito tempo com o Gugu
com a função de acordar as
pessoas e isso me marcou
muito. Sou extremamente
emotivo e verdadeiro, since-
ramente não sei de onde vem
isso. Quando vim negociar
minha volta para o SBT, lem-
brei-me do dia em que peguei
meu crachá pela primeira vez
e meus olhos se encheram de
lágrimas”, confidencia.
E por falar em acordar cele-
bridades, esse pode ser um dos
quadros de seu novo programa
também. Otávio quer revirar o
baú do SBT. “Nós vamos usar
o arquivo do canal. Vamos ter
um quadro mostrando essa his-
tória maravilhosa. O SBT tem
muito mais material do que a
Band. Quero valorizar o que foi
feito aqui no passado.”
Com a produção do “Okay
Pessoal” a todo vapor, Otávio
conta que vai aproveitar logo
de cara para entrevistar o cas-
ting da emissora, como a apre-
sentadora Eliana.
“Meu sonho é um dia acor-
dar o Silvio Santos, mas não
sei se vou conseguir.”
Seu novo contrato permite
que ele apresente outros forma-
tos em canais da TV paga. Otá-
vio afirma que está negociando
uma atração com uma rede de
TV a cabo e que deverá estrear
um programa depois da Copa
do Mundo, no segundo semes-
tre deste ano. Cogita-se que é
para apresentar um programa
de entrevistas baseado no for-
mato de um talk show britâni-
co. Porém, o apresentador ain-
da não confirma isso. “Essa ne-
gociação rolou paralela a do
SBT. Só não posso falar agora
porque o contrato não foi fecha-
do de fato, mas em breve vou re-
velar mais detalhes”, conta. �
Estúdio móvelComo a fórmula da atração
é costurar a apresentação no es-
túdio com reportagens exter-
nas, sendo que o material grava-
do fora vai representar 80% do
programa, um carro servirá de
cenário. “Vou sair pelas ruas
de São Paulo em cima do
meu Tuk-Tuk (automóvel),
fazendo entrevistas. Eu fi-
quei muito surpreso quando
tivemos uma reunião com o
departamento técnico. De-
mos algumas ideias e elas fo-
ram aceitas com muito entu-
siasmo. A tecnologia vai es-
tar presente no nosso conteú-
do diário”, comenta o apre-
sentador, que continua: “Es-
sa história do carro foi uma
puta sacada que eu tive para
dar movimento ao programa.
De repente estarei indo para
a Penha (bairro da Zona Leste
de São Paulo) e posso pegar
uma pessoa no ponto de ôni-
bus. Essa carona vai render um
bate-papo informal. Outra ho-
ra posso pegar a Luiza Brunet
em um hotel e acompanhá-la
em um compromisso de mo-
da”, conta ele.
Mesquita afirma que sua
vida se divide em antes e de-
pois do SBT. Ele diz que de-
ve muito do que se tornou co-
mo profissional ao colega Gu-
gu Liberato. Ele se refere ao
sucesso do quadro em que
acordava famosos.
De acordo com o vetera-
no, o “Bom Dia Legal”, do
“Domingo Legal”, chegava a
registrar 28 pontos de média
no Ibope. Cada ponto equiva-
le a 65 mil domicílios na
Grande São Paulo.
Segundo Mesquita, a visi-
bilidade foi tão grande que
ele chegou a ser convidado
pela Rede Globo para traba-
lhar lá, mas afirma que não acei-
tou porque a emissora carioca
queria somente tirá-lo do SBT
porque seu desempenho esta-
va incomodando. “Na época,
a gente não falava como hoje
em dia de ficar na geladeira,
mas também agente já sabia
dos meandros do meio. Eles
não teriam onde me colocar”,
recorda-se.
Agência
Estado/D
ivulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 15 - TV
“Não poupo no
amor”, revela Tainá
Müller sobre suas
semelhanças com
fotógrafa Marina
de “Em Família”
Agência Estado
Radiante, Tainá Müller, a
fotógrafa Marina de “Em Famí-
lia” (Globo), confessa que esta-
va mesmo à procura de uma
personagem que a tirasse do
chão, como ela mesma diz.
Na novela das 21h da emis-
sora carioca, Marina está apai-
xonada pela dona de casa Clara
(Giovanna Antonelli),que é ca-
sada com Cadu (Reynaldo Gia-
necchini). A expectativa é que
as duas vivam um romance, po-
rém, muitos conflitos estão por
vir. Um deles é a doença do per-
sonagem de Gianecchini.
De qualquer forma, o entu-
siasmo da atriz não vem só da
possibilidade de, assim como
aconteceu em “Amor à Vida”
(Globo), com Félix (Mateus So-
lano) e Niko (Thiago Fragoso),
dar um beijo gay no ar. “A Ma-
rina é uma mulher interessan-
te, independentemente se está
inserida em um triângulo amo-
roso, se é homossexual”, afirma
ela, acrescentando que não cria
expectativas sobre a aprovação
ou rejeição do público.
Na composição de Marina,
além de muitas pesquisas sobre
fotografia, a atriz conta que o
cabelão conquistado com me-
gahair foi fundamental, apesar
de estar sendo trabalhoso cui-
dar dele. “Não consigo vê-la
sem esse cabelo”, diz ela.
Confira a seguir um bate-pa-
po com a atriz.
Pergunta - Está preparadapara gravar um eventual beijode Marina e Clara?
Tainá Müller - Tudo está
nas mãos do Maneco (o autor
Manoel Carlos). Se ele sentir
necessidade (da cena), vai escre-
ver e nós vamos gravar. Não sei
se o beijo do Félix e do Niko ti-
rou o peso em torno dessa polê-
mica. Espero que sim. É difícil
prever se também vai ser pedi-
do pelo público, qual será a rea-
ção das pessoas. Nós temos de
ver a história caminhar. Como
telespectadora, achei o beijo
dos dois lindo, a cena maravi-
lhosa Parabenizei o Mateus (So-
lano), o Thiaguinho (Thiago
Fragoso)... Como espectadora,
posso te dizer o que penso,mas
fica difícil responder pelo pú-
blico. O que posso garantir é
que são histórias bem diferen-
tes. Acho que as coisas têm de
ser tratadas com naturalidade.
Trata-se de uma história de
amor.
Pergunta - Você acreditaque a relação entre Marina eClara será mais intensa apósa fotógrafa se declarar para adona de casa?
Tainá - Até agora, a Marina
já deu suas investidas e deixou
claro que está apaixonada. Po-
rém, ela toma coragem e se de-
clara para a Clara, que, a princí-
pio, fica confusa. Não sei como
vai ser a história, se vai ser sutil
ou intensa, mais forte ou não.
Isso só o Maneco pode respon-
der. Acho que, com o tempo,
mais lá na frente, tudo vai ficar
mais claro.
Pergunta - Você teme com-parações com o casal Félix eNiko? Teme que o telespecta-dor rejeite a relação de Mari-na e Clara?
Entrevista
MULHERINTERESSANTE
Fotos:D
ivulgaçãoTV - 16 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Tainá - Sinceramente, eu
não me agarro a expectativas
em relação à repercussão. Não
foco nisso porque, se estivesse
pensando assim, estaria fazen-
do o trabalho vir de um lugar
errado, de fora para dentro. E o
caminho não é esse.
Pergunta - Qual é o maiordesafio que tem pela frentecom essa personagem?
Tainá - Fica bem difícil fa-
lar o que é mais desafiante. Ca-
da personagem tem o seu desa-
fio. Mal saí de “Flor do Cari-
be”, emendei “Em Família”.
Mas era algo que eu estava que-
rendo muito fazer: uma perso-
nagem que me tirasse do
chão. Talvez a Marina seja a
mais complexa (personagem
que já fez), com particularida-
des. Ela é uma mulher que se
comunica com o mundo por
meio da sedução. Isso faz par-
te do talento dela.
Pergunta - Você e a Giovan-na Antonelli demonstram en-trosamento no ar. Como é oclima nos bastidores das gra-vações?
Tainá - Nossa, uma delícia!
A Giovanna é um dos grandes
talentos que temos como atriz.
Sempre admirei o jeito espontâ-
neo dela, a forma como ela tra-
balha. Quando a Giovanna dá
vida às suas personagens, tudo
parece não vir de um texto, ta-
manha a naturalidade com a
qual ela trabalha. Venho apren-
dendo muito com ela, que é
uma pessoa generosa.
Pergunta - Você diz que aMarina é diferente de tudo oque já fez. O que te instigou adar vida a essa fotógrafa?
Tainá - O que me instigou
nela foi o caráter não óbvio. Ela
é uma mulher interessante, in-
dependentemente se está inseri-
da em um triângulo amoroso,
se é homossexual, o interessan-
te da Marina é que ela tem vá-
rias características. Fora o tex-
to do Maneco, que tem um ta-
lento gigante para trazer huma-
nidade aos personagens.
Pergunta - Você tem algoem comum com a Marina?
Tainá - A Marina ama des-
medidamente e eu tenho isso.
Não poupo no amor (risos).
Pergunta - Foi difícil encon-trar o tom certo para dar vidaà fotógrafa?
Tainá - Foi um processo lon-
go. Busquei várias referências
de fotógrafas, participei de al-
guns workshops e assisti a al-
guns filmes voltados para esse
tema. Ainda colei no fotógrafo
Beto Roma para ver como é o
trabalho. O que me ajudou tam-
bém é que sempre gostei de ar-
tes visuais e estudei um pouco
de fotografia quando fiz facul-
dade de Jornalismo. Com essa
base, nós ainda pensamos co-
mo deveria ser o figurino, a ca-
racterização, de uma forma
bem específica, para trazer as
características dessa persona-
gem. Fora isso, ainda coloquei
o megahair. Estou feliz e posso
garantir que irei contar uma
história de amor da maneira
mais honesta possível.
Pergunta - Você chegou apesquisar sobre homossexua-lidade?
Tainá - Vinha fazendo uma
pesquisa desde que surgiu essa
oportunidade incrível na mi-
nha vida. Assisti a filmes sobre
o amor entre mulheres e con-
versei com muitas homosse-
xuais. Descobri que é um uni-
verso que tem de ser tratado
com muita naturalidade por-
que estamos falando sobre o
amor. O mundo está tão feio e
as pessoas estão preocupadas
com o amor entre duas mulhe-
res? Estranho... A Marina é
uma mulher pulsante, que se jo-
ga, não é nada racional.
Pergunta - Dá trabalhomanter o megahair?
Tainá - Dá trabalho sim,
mas, para a Marina, serviu e
muito. Não consigo vê-la sem
esse cabelo. Estou me adaptan-
do ainda. Tenho de fazer hidra-
tação e, eventualmente,
esfoliação no couro cabeludo,
porque o megahair exige uma
limpeza mais profunda. Faço
tudo no salão, a cada 15 dias.
Sou bem geminiana, adoro mu-
dar. Não tenho essa de ficar pre-
sa ao cabelo.
Pergunta - Você está emforma. Segue alguma dieta es-pecífica e mantém uma rotinade exercícios?
Tainá - Sou bem light, não
sou a marombeira da academia.
Faço pilates e cuido da alimen-
tação por uma questão de saú-
de. Tenho um monte de chati-
ces, intolerâncias alimentares,
como à lactose. Agora descobri
que sou intolerante também
aos alimentos com trigo. Um sa-
co... Como muitas frutas, legu-
mes, carnes brancas e evito do-
ces. Gravando muito como ago-
ra, não estou fazendo nada,
mas nunca tive tendência para
engordar nem emagrecer. A
tendência é ficar no mesmo pe-
so: 52 quilos. Fora isso, bebo
bastante água e não abro mão
do filtro solar. �
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 17 - TV
Thiago Mendonça revela que conviveu com amigo alcoólatra
para enfrentar o assunto na novela de Manoel Carlos
Agência Estado
Está nas mãos de Thiago
Mendonça discutir um dos te-
mas mais importantes da nove-
la “Em Família” (Globo): o al-
coolismo. Para tanto, o ator res-
gatou memórias do tempo em
que dividia apartamento com
um amigo alcoólatra.
“Ele era de urrar à noite, de
dormir no terceiro degrau da
escada porque não conseguia
chegar até a porta”,conta o
ator. “Sou uma pessoa dada a
exageros, e ter proximidade
com a doença, nessa fase da mi-
nha vida, serviu como alerta”,
confessa.
Tanto na TV quanto no ci-
nema, Thiago é reconhecido pe-
la versatilidade. Na telinha, ele
participou de trabalhos como
“Bambuluá” (2000), “Sítio do
Picapau Amarelo” (2001), “Ma-
lhação” (2002), “O Profeta”
(2006) e “Dalva e Herivelto -
Uma Canção de Amor” (2010),
todos na Globo.
Seu primeiro papel de desta-
que, no entanto, foi em “Duas
Caras” (Globo), de 2007, nove-
la na qual interpretou o jovem
Bernardinho, que se envolvia
em um relacionamento a três
com Dália (Leona Cavalli) e He-
raldo (Alexandre Slaviero). Coin-
cidência ou não, circularam na in-
ternet boatos de que o médico Fe-
lipe também seria bissexual na
trama de Manoel Carlos. Mas
Thiago Mendonça desmente:
“Não tem fundamento algum!”.
No cinema, Thiago ficou co-
nhecido por interpretar os canto-
res Luciano (“2 Filhos de Fran-
cisco”) e Renato Russo (“Somos
tão Jovens”). Nessa entrevista,
ele fala mais sobre as gravações
de “Em Família” e dos seus so-
nhos para o futuro.
Pergunta - Você se inspi-rou em alguém para compor oFelipe?
Thiago Mendonça - Não te-
ve uma inspiração direta. Na
verdade, o processo ainda está
ocorrendo. Novela é uma obra
aberta. Gravamos até agora,
aproximadamente, 40 capítu-
los. Então, a composição do Fe-
lipe ainda está acontecendo. O
que posso dizer é que sou muito
intuitivo e a criação de um perso-
nagem não é, para mim, algo tão
concreto.
Pergunta - Como você defi-niria o Felipe?
Mendonça - A Bianca Rinal-
di disse uma vez, em cena, que o
Felipe era um “carente profissio-
nal”. Acho que é bem por aí. Ape-
sar de ter recebido muito amor da
mãe - e eu e a Natália do Vale
(que interpreta Chica, mãe do ra-
paz) trabalhamos juntos nesse
sentido -, o Felipe teve uma infân-
cia carente de atenção. Afinal, ele
e a Clara (Giovanna Antonelli)
são os irmãos mais novos da Hele-
na (Julia Lemmertz), que exigia
bastante dos pais. Então, penso
que ambos “sobravam” um pou-
co. Tanto que ele e a Clara eram
sempre expulsos de algumas ce-
nas(risos).
Pergunta - E a questão damedicina?
Mendonça - Apesar de ser
doente, por conta do alcoolismo,
o Felipe é extremamente inteli-
gente. Tanto que se formou médi-
co. Na hora de compor o persona-
gem, priorizei mais a profissão do
que o problema com o álcool.
Pergunta - Quais foramas suas referências para oalcoolismo?
Mendonça - Amigos, pessoas
próximas e outras nem tanto. O
álcool é uma droga legal, que tem
trânsito na nossa sociedade. O
próprio Maneco diz que “todo
mundo tem um tio bêbado”. Às
vezes, não é um tio, mas o pai, o
primo ou um amigo querido. O la-
boratório, então, é a nossa pró-
pria vida. O ator vivencia coisas e
guarda para acessar mais tarde.
Pergunta - Você viveu issode perto?
Mendonça - Na minha famí-
lia não tem ninguém no nível do
Felipe, apenas o consumo do ál-
cool “socialmente”. Maseu dividi
apartamento com um amigo que
era alcoólatra. De urrar à noite,
dormir no terceiro degrau da esca-
da porque não conseguia chegar
até a porta. Acho que sou uma
pessoa dada a exageros, e ter pro-
ximidade com a doença, nessa fa-
se da minha vida, serviu como
alerta.
Pergunta - E qual a suarelação com o álcool atual-mente?
Mendonça - Até os 18 anos,
achei que passaria a minha vida
inteira apenas bebendo guaraná.
E se você me vir bebendo hoje,
vai perceber que ainda faço careta
(risos). Não gosto do paladar.
Mas, claro, já tomei meus porres
quando mais jovem (risos). Só
que hoje, quando escolho um dia
para brindar alguma coisa, não
exagero. Além de não apreciar, es-
tou com 34 anos e o metabolismo
é diferente. Aos 20, bebia e acor-
dava bem no dia seguinte. Hoje
não é assim.
Pergunta - Circulou na in-ternet que o Felipe seria bisse-xual e se envolveria com o ma-rido de Silvia (Bianca Rinal-di). Isso é verdade?
Mendonça - Isso não tem
fundamento algum. Até porque,
se houvesse indícios de um triân-
gulo amoroso na trama, a Silvia é
que seria o vértice. Não sei se in-
ventaram essa notícia por causa
do Bernardinho, de “Duas Ca-
ras”. Mas eu me esforço muito pa-
ra trabalhar as nuances de cada
personagem, por isso duvido que
alguém que veja o Felipe em cena
se lembre do Bernardinho.
Pergunta - Você interpre-tou Renato Russo no filme“Somos tão Jovens”. Era fãdo “Legião Urbana”?
Mendonça - Era ouvinte do
Legião, mas não propriamente
fã. Tenho um irmão mais velho
que tinha a fita cassete de “Que
País É Esse”, nos anos 1980. Lem-
bro que era pequeno e não tinha
maturidade para entender as críti-
cas políticas, mas adorava “Eduar-
do e Mônica”, que tinha uma leva-
da mais alegre. Quando adoles-
cente, conheci o Legião e come-
cei a me identificar com as letras.
Pergunta - Tem vontade deinterpretar algum papel espe-cífico que ainda não fez? Outrabalhar com algum autor?
Mendonça - Tem uma situa-
ção curiosa. Quando eu era
criança, tinha os olhos claros e
os cabelos bem cacheados. En-
tão, uma tia dizia que eu lem-
brava o Lauro Corona. Isso me
marcou demais. Como o Lauri-
nho trabalhou com o Gilberto
Braga em novelas como “Dan-
cin’ Days” (1978), acho que nas-
ceu um interesse daí de fazer al-
go com o Gilberto um dia. �
VÍTIMAS DO ÁLCOOL
Em Família
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TV - 18 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
“Adoro reencontrar pessoas
que me viram pequena”,
revela Letícia Colin sobre
sua volta para a Globo
Agência Estado
Desde que foi colocada à for-
ça por LC (Antonio Calloni) na
máquina da felicidade, a doce
Vitória (Letícia Colin) perdeu
sua capacidade de julgamento e
desistiu de fugir da comunida-
de de “Além do Horizonte”
(Globo).
Para a atriz, a trama tão dife-
rente do que os telespectadores
estão acostumados para uma
novela das sete merece elogios.
“Acho incrível esse tipo de fic-
ção, essa hipótese. Mas não gos-
taria de passar por uma máqui-
na da felicidade para esquecer
alguma coisa”, afirma.
“Além do Horizonte” mar-
ca o retorno de Letícia à TV
Globo após dez anos em proje-
tos de outras emissoras. “Ado-
ro reencontrar pessoas que me
viram pequena”, revela. A es-
treia da atriz foi no seriado
“Sandy & Junior” (2000), aos
dez anos. Após participar de “Ma-
lhação” (2002) e apresentar a
“TV Globinho” (2003), a atriz foi
contratada para o elenco da nove-
linha musical “Floribella”
(2005), da Band, voltada para a au-
diência infanto-juvenil.
As crianças sempre estive-
ram próximas da carreira de Le-
tícia. Em “Além do Horizon-
te”, sua personagem é responsá-
vel pelo centro infantil da co-
munidade. “Adoro gravar com
elas. As menores acreditam
mesmo que sou a professora de-
las”, diverte-se.
Após a rápida passagem pe-
la Band, Letícia permaneceu
cinco anos na Record. No cine-
ma, protagonizou o polêmico
remake de “Bonitinha, Mas Or-
dinária” (2013). A seguir, ela fa-
la sobre a novela e seus planos
envolvendo música.
Pergunta - A Vitória é res-
ponsável pelo centro infantil dacomunidade. Qual é a sua rela-ção com as crianças hoje?
Letícia Colin - Adoro gravar
com elas, que me chamam de
tia (risos). As menores acredi-
tam mesmo que sou a professo-
ra delas. E quando chego ao
set, ganho abraços deliciosos.
Pergunta - Elas lhe sur-preendem como atores?
Letícia - Demais. Conse-
guem fazer coisas incríveis na
cena, obedecem marcações,
lembram as deixas, respeitam
continuidade... Sem contar que
estamos sempre no meio de giz
de cera, tinta, massa de mode-
lar e marionetes. Adoro tudo is-
so. Divirto-me mesmo.
Pergunta - Você se inspi-rou em alguém para compor aVitória?
Letícia - Observei os cami-
nhos que os personagens que já
estavam na novela faziam e ten-
tei colocar a Vitória para tempe-
rar essa história. Para trazer coi-
sas que ainda não eram usadas
na trama, sabe? Tentei fazê-la
com elementos que podiam
complementar o caldo que
meus colegas vinham fazendo.
Pergunta - O que mudou de-pois que ela passou pela má-quina da felicidade?
Letícia - Tudo. Ela se desco-
nectou da própria história, per-
deu sua autonomia e identida-
de. Agora não tem mais vonta-
des, não faz mais julgamentos e
não discorda de nada. Aceita tu-
do. Tornou-se, simplesmente,
um ser manipulável. Abando-
nou tudo o que era mais caro a
ela, inclusive a saudade absur-
da da mãe.
Pergunta - Você já sentiuvontade de passar por umamáquina da felicidade para es-quecer alguma coisa?
Letícia - Nossa, não! Mas
acho incrível esse tipo de fic-
ção, essa hipótese. Ela aparece
em filmes como “Brilho Eter-
no de Uma Mente Sem Lem-
branças” (2004), por exemplo.
Pergunta - Você permane-ceu oito anos fazendo traba-lhos em outras emissoras. Co-mo foi o retorno para a Globo?
Letícia - Delicioso! Adoro
reencontrar pessoas que me vi-
ram pequena, na época de “Ma-
lhação” e da “TV Globinho”. E
ainda mais nessa novela, que
tem direção geral do Gustavo
(Fernandez), com quem estou
amando trabalhar.
Pergunta - Você tem umacarreira paralela em musi-cais. Tem algo previsto paraeste ano?
Letícia - Estou ensaiando
um musical especial. Vou fazer
a Beatriz na primeira monta-
gem de “O Grande Circo Místi-
co”, com toda a obra de Edu Lo-
bo e Chico Buarque. Estou mui-
to feliz e cantando diariamen-
te. A estreia será em 24 de
abril, no Theatro Net Rio, no
Rio de Janeiro.
Pergunta - Qual é a sua re-lação com a música hoje?
Letícia - A música está na
minha vida. Está, inclusive, no
meu jeito de atuar, mesmo
quando não se trata de teatro
musical. Ela me dá muito mais
sensibilidade e atenção. E es-
tou preparando o meu primei-
ro show também!
Pergunta - Como será?Letícia - Provavelmente uma
mistura de jazz e cabaré. Será pa-
ra o segundo semestre e terá dire-
ção de Jonas Klabin. �
Perfil
Bonitinha eextraordinária
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 19 - TV
“CQC” volta menos masculino com Dani Calabresa na bancada e nova repórter
Band
Agência Estado
A quantidade de integran-
tes do sexo feminino não au-
mentou na nova temporada do
“CQC”, que estreia nesta segun-
da (17), mas, agora, além de
uma loira na reportagem, a ban-
cada da atração passa a contar
com Dani Calabresa no lugar
de Oscar Filho. A humorista as-
sume o posto para dar um ar de
renovação ao programa, que
completa sete anos na grade
da Band. Oscar Filho conti-
nua na equipe à frente do
“Proteste Já” e do “Elefante
Branco”, ambos quadros de
denúncia.
Dani não foi escolhida
por ser mulher. A direção do
programa testou algumas pes-
soas e ela ficou com a vaga
por ser considerada a melhor
opção. Ela venceu o páreo
que contou com colegas de
trabalho e outros apresenta-
dores que nem fazem parte
do elenco da emissora. A ou-
tra “fêmea” do CQC é Naty
Graciano, que substitui Mo-
nica Iozzi.
No lançamento do progra-
ma para a imprensa, Marcelo
Tas até tentou fazer um mis-
tério em torno dela, chaman-
do-a de “Senhora X”, dizen-
do que não poderia falar seu
nome por questões contra-
tuais. O que de fato procede:
Naty Graciano estava se desli-
gando de uma afiliada da TV
Globo no interior paulista,
onde trabalhava.
Sua contratação ocorreu
recentemente porque o esco-
lhido, o jornalista Fred Melo
Paiva, foi demitido antes mes-
mo de entrar no ar. “Estava fe-
chado que seria ele, mas o Fred
pediu férias antes de estrear.
Achamos que o comprometi-
mento dele não era adequado e
desistimos de sua contratação”,
explica Tas, que continua co-
mo líder da turma engravatada.
O apresentador diz que na-
da é por acaso e que Naty che-
gou cheia de gás e estreará com
uma reportagem bombástica,
que foi gravada no vestiário do
clássico entre São Paulo e Co-
rinthians no último dia 9. Rogé-
rio Ceni é o entrevistado.
“É legal ter uma mulher na
reportagem, porque homem
costuma se desmontar diante
de uma mulher bonita e inteli-
gente como ela. Eles são bobi-
nhos”, brinca Tas.
Além da reportagem da
‘CQC caçula’, um novo quadro,
o “Torcida VIP”, deve dar o
que falar logo de cara. Isso se
for exibida a edição gravada
com Lobão. O cantor se quei-
xou publicamente da aborda-
gem feita por Ronald Rios e cer-
ca de 30 torcedores. Ele amea-
çou processar a Band se o con-
teúdo for ao ar. “Não consegui
entendera indignação do
Lobão. Esse é um dos quadros
mais infantis que temos, em
que brincamos com as celebri-
dades”, comenta Tas.
Aliás, polêmicas não devem
faltar neste ano para o “CQC”,
que terá amplo material eferves-
cendo nas ruas coma Copa do
Mundo no Brasil e as eleições.
Futebol e política são temas car-
ros-chefe do humorístico.
Dani Calabresa vai para a
bancada, mas continua à frente
do “Sem Saída”, o quadro dos
polígrafos. “A vida vai ficar
mais tranquila para fazer um
pole dance e outras coisinhas
do dia a dia”, diz a mulher de
Marcelo Adnet, que completa:
“Tudo brincadeira, vejo essa
promoção como crescimento,
desafio e estou com um baita
frio na barriga. Tem roteiro,
tem improvisação e é ao vivo”.
A parte comercial da atra-
ção começa o ano com a receita
13% maior. No ano passado
eram 11 anunciantes, número
que passou para 12 e teve sua
cota máster vendida para uma
montadora. Tas garante que é a
força comercial do programa
que dá à equipe maior liberda-
de editorial.
Entre as novidades estão os
quadros “50 Por 50”, com Mau-
rício Meirelles e um famoso en-
volvidos em um jogo de adivi-
nhação; “Cadeia de Favores”,
que promove uma ação social;
“Os Picaretas”, que contará
com câmeras escondidas mos-
trando truques usados por este-
lionatários; e o “#SemFiltro”,
com crianças comentando notí-
cias e vídeos.
A Band desenvolveu um
aplicativo, o “Segunda Tela”,
para a atração, que promoverá
interação em tempo real entre
os apresentadores e o público.
Além disso, a plataforma tam-
bém conta com um sistema em
que é possível ver o programa
ao vivo do tablet, do computa-
dor ou do celular. �
MAIS ESPAÇOÀS MULHERES
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TV - 20 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
“Às vezes,fico muitoenvergonhada.Tive que fazer, porexemplo, umacena de toalha”Bruna Marquezine, atriz, no “Domingão doFaustão”, sobre cenas mais quentes de suapersonagem, Luiza, na novela“Em Família” (Globo)
“Meu médico disseque, com o tamanhoque meu fígadoestava, eu nãopassava dos 40”André Marques, apresentador da Globo, no“Fantástico”, sobre operação para redução doestômago
“Mais para lá do quepara cá!”Danielle Winits, no jornal “Extra”, sobre a atualmulher do seu ex, Fernanda Vasconcellos, nodesfile das escolas campeãs do Rio
“A doença pode serum trampolim, algoque leve você adar uma volta boana vida”Reynaldo Gianecchini, no jornal “O Dia”, sobredoença do seu personagem, Cadu, na novela“Em Família”
“Ainda não engoli,mas temos que
aceitar”Viviane Araújo, sobre a derrota do Salgueiropara a Unidos da Tijuca
“A gente só dá valorquando perde. Éassim com amigos,namorado e com osgaris também”Sabrina Sato, apresentadora, ao varrer aMarquês de Sapucaí com garis no desfile dascampeãs, no Rio
“Vou ficar demaquiagem emcasa? Beijinhono ombro”Susana Vieira, atriz, ao site “Ego”, sobre oscomentários de que estava feia em foto quepostou no Instagram
“Bom dia! Acordeibatendo cabelo nacara de tudo quevem do mal com l emau com u”Gaby Amarantos, cantora, no Instagram
“Gostaria de ter ocorpo da GiseleBündchen.”Jennifer Aniston, atriz, para a revista “Self”
“Ele chegou!!!Bem-vindo João!!!”Márcio Garcia, ator, ao publicar foto do pezinhodo filho, João, no Instagram
Frases da semanaAgência Estado
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H45
Segunda-feira - TerezacontaparaHer-mes tudo o que aconteceu enquantoele estava sob o efeito da máquina.Kleber captura Matias. Lili diz a RafaquenãoconfiamaisemMarlon.Prisci-la revela para Marcelo que está grávi-da. William confirma que ainda gostade Lili e Celina se entristece. Heloísae Flávio se surpreendem com a rea-ção de Marcelo à notícia da gravidezde Priscila. Fátima decide descobrironde Kleber escondeu Matias. Her-mesenfrentaLCMarlonpedeparaLilidecidir se quer continuar com ele. Te-reza manda Hermes manter o acordoque fez com LC. LC exige que Angeli-que continue dando informações so-bre as conversas de Hermes e Tere-za.FernandasedeclaraparaThomaz.Terça-feira - Kleber fica sensibilizadocom o pedido de Fátima. William con-segue pegar o pingente da mão deum dos seguranças da Comunidade,
masAndrénãodeixaqueorapazdes-trua a fórmula. Kleber decide libertarMatias. William pensa em Lili. Nilsonorganiza um evento para Selma e Ri-ta, filmadoporCacá.Thomazdecidefi-car com Fernanda. Inês não gosta desaber que será avó. LC, Angelique,Hermes e Tereza esperam ansiosospelachegadada fórmulaàComunida-de.WilliameAndréresolvemvoltarpa-ra a Comunidade. William tem umaconversa séria com Celina sobre LiliHermes sugere terminar com o acor-do entre ele e LC. Marcelo se preocu-pa com Inês.Quarta-feira - LC finge aceitar a deci-são deMarlon. LC não conseguecon-vencer Lili a pedir para Marlon ficar naComunidade. Marcelo estranha obom humor de Fernanda e Thomaztenta desviar a atenção do filho. Her-meseLCdecidemesperarWilliamvol-tarparaaComunidade.Marlonafirma
a Lili que vai embora. Fernanda co-menta com Marcelo que acredita queÁlvaro esteja sentindo falta de Inês.Nilson aceita a proposta para lançarumperfumedeSelmaeRita.LCman-daAssiscapturarWilliam.AngeliqueeBreno consertam a máquina. Fátimafaz Kleber ser mais gentil com Keila.Paulinha implicacomLili. Rafaadmiteque pensa em Fátima. Marcelo gostade saber do romance entre FernandaeThomaz.Quinta-feira - Marlon enfrenta LC e Lí-der Jorge ouve a conversa. Álvaro pe-de para reatar com Inês. LC se revelapara Marlon e ameaça colocá-lo namáquina. Rafa se despede de Lili. Lí-der Jorge foge ao ver Messias levarMarlonparaamáquina.Marceloseas-sustacomosdevaneiosdePriscila.Li-li se preocupa com Marlon. William esuaequipeseaproximamdaComuni-dade. Líder Jorgenãoconsegue impe-
dir Marlon de ser colocado na máqui-na. Lili fica abalada com o que ouveLC falar sobre Marlon. As vendas dosperfumesdospersonagensdeSelmaeRita sãoum sucesso. Fernanda ficanervosacomavisita deHeloísa. LíderJorgeconfrontaLC.Lili pensaemMar-loneWilliam.Sexta-feira - HermesseenfurececomMarlon. Líder Jorge conta para Rafa oque descobriu e pede para ir emboracomele. LC eHermes prometem tirara fórmuladeWilliam.Líder Jorgeman-da Esteves guiá-lo, com Rafa, para fo-ra da Comunidade. Lili estranha o su-miçodeRafa. Inêsdecide terumfilho,eÁlvaroentraempânico.VitóriaavisaaLCdosumiçodeRafa,eovilãoacio-na Kleber. Rafa se encontra com Fáti-ma,eKleber mandaEdusequestrá-losemque sua filha perceba. Tereza vaiaoalojamentodeLC.Álvaro flagraFer-nanda e Thomaz se beijando. Fátima
leva Rafa para falar com Vó Tita.William,Guto,AndréeCelina invademaComunidade,entramnasaladamá-quinaea fotografam.Sábado - William ajuda Guto e decideseescondernoalojamentodeMarlone Lili. Fátima afirma a Rafa que nãodeixará Kleber levá-lo de volta para aComunidade. William se desesperacom a possibilidade de Marlon ter si-do colocado na máquina. Angeliquetentaacalmar Joana. Marlonpedepa-ra ver Lili. Lili promete a William quenão revelará seu esconderijo. Terezaafirma a Hermes que continuará seencontrando com LC. LC descobreque o sistema de informática da Co-munidadequasefoi invadido.CelinaeAndré repreendem William por nãoconfiar em Lili. Fátima vê Edu se-guindo Rafa. Inês humilha Fernan-da no escritório. Marcelo conta pa-ra Priscila sobre o romance entreseu pai e Fernanda.
JOIA RARA - 18H15
Segunda-feira - Ernest entra emcoma após o acidente. Mesmo fo-ragido da polícia, Manfred vai aohospital visitar o seu pai e fica de-sesperado ao vê-lo naquela situa-ção. Serena conta para Fabrícioque Lola espera um filho dele. Pé-rola entra em um profundo estadode meditação na intenção de sal-var o seu avô e fica desacordada.Hilda chega à pensão e fica surpre-sa com a presença de Aderbal, dei-xando Toni com ciúme. Ernestdesperta e Manfred o abraça for-te. A polícia descobre que Man-fred está no hospital e corre pa-ra capturá-lo.
Terça-feira - Gertrude chega aohospital e implora para o filho seentregar. A polícia resolve arrom-bar a porta, mas quando entra noquarto de Ernest, Manfred não es-tá mais lá. Décio fala para Franzque Manfred pretende fugir dopaís e sequestrar Amélia. Arlindodiz para Volpina que está apaixo-nado por ela e eles se beijam. Dr.Rubens fala para Gaia que ela tempouco tempo de vida devido auma doença nos rins. Ernest rece-be alta e vai para casa. Toni pedepara conversar com Hilda e elesacabam se beijando.
Quarta-feira - Manfred se encon-tra com Décio para pegar os pas-saportes falsos e é surpreendidocom a presença da polícia. Man-fred finge se render, mas sacauma arma e foge com Décio. Fabrí-cio diz que quer assumir o filho deAurora e casar com ela. Davi faz amesma proposta para Lola. Tonipede perdão para Hilda. A políciapersegue Manfred, mas o perdede vista e ele consegue pegar ospassaportes falsos que estavamna pasta de Décio. Manfredameaça matar Décio, mas é sur-preendido com a presença docarro de Franz
Quinta-feira - Manfred invade ohospital disfarçado de padre e ten-ta matar Décio, mas Valter entrano quarto e o reconhece. Gaia con-ta para Hilda que está com umadoença que não tem cura. Man-fred é perseguido por policiais,mas consegue escapar mais umavez. Cléo conta para Conceiçãoque se envolveu com Joel. Man-fred marca um encontro às escon-didas com Gertrude. Davi exigeque Aurora faça exames para sa-ber a paternidade do filho que elaespera.
Sexta-feira - Franz e Amélia ar-mam uma emboscada com a aju-da da polícia e conseguem pren-der Manfred. Gertrude recebe a no-tícia de que seu filho foi preso ese desespera. Pérola sonha que obebê de Matilde sumiu e fica preo-cupada. Ernest dá um cachorro depresente para Pérola. Valter eManfred brigam na delegacia.Gertrude apresenta a Manfred oadvogado que vai conseguir fa-zer a transferência dele para ummanicômio.Sábado - Não enviado pelaemissora.
Segunda-feira - Anita e Sofia con-cordam em não avisar para nin-guém sobre a armação de Caeta-no. Os meninos fingem aceitar apresença de Bárbara como auxiliartécnica. Abelardo se declara paraBernadete, que pede um tempo pa-ra ele. Serguei desabafa com Megsobre a possibilidade de Flavianater que parar de estudar por causade dinheiro. Todos aprovam a co-mida feita por Luciana. Meg contapara Vera sobre a situação de Fla-viana. Antônio se desentende comTita e Hernandez tenta conversarcom o menino. Antônio deixa a ca-sa de Maura e enfrenta Hernan-dez. Vera comenta com Bernadetesobre Flaviana, e as duas decidemajudá-la a pagar a escola.
Terça-feira - Anita e Júlia chegamao camping onde aconteceu a his-tória envolvendo Ben. Luciana lim-pa e arruma o casarão de um jeitonada convencional. Sofia e Ben sedivertem juntos. Raíssa revela aFlaviana que Serguei, Meg, Vera eBernadete liquidaram suas dívidasescolares. O dono do camping afir-ma a Anita que não havia mais nin-guém na noite em que esteve lácom Ben. Pedro tem uma ideia pa-ra desmascarar Maura. Sofia ar-ma para ir à praia de carro e Bennota. Bárbara se incomoda comas brincadeiras dos alunos duran-te o treino. Anita e Júlia tentamdesvendar o que ocorreu na noitedo acampamento.Quarta-feira - Anita considera que
Ben pode ter furado a barraca, e odono do camping afirma que consi-dera improvável. Guilherme pedepara conversar com Raíssa no Em-baixada. Martin incentiva Ben a fi-car com Sofia e aprender comsuas diferenças. João Luiz pedeRaíssa em casamento, com oapoio de Guilherme. Júlia aconse-lha Anita a esconder sua investiga-ção de Antônio. Antônio lê um elo-gio do coronel Palhares em sua re-de social. Os meninos conseguemque Sidney e Ben retornem ao ti-me de futebol. Pedro arma um pla-no contra Maura. Os alunos pe-dem a volta de Bárbara ao coman-do do time, e Virgílio avisa que aprofessora não aprova os comen-tários machistas.
Quinta-feira - Antônio desconfia dePalhares. Hernandez cobra explica-ções de Maura sobre o bilhete deTita. Palhares afirma a Antônioque o menino é ideal para uma mis-são. Luciana distribui panfletosque anunciam sua creche no casa-rão, e Omar prevê problemas. Gio-vana e Guilherme preparam umasurpresa para o casamento deRaíssa e João Luiz. Tita pede queAnita visite Antônio. Sofia registraquando Ben comenta que, se nãopassar para a faculdade, terá devoltar para os Estados Unidos. Titadeixa escapar que Antônio prome-teu que a levaria para acampar eAnita fica atenta. Pedro e Titadesmascaram Maura para Her-nandez.
Sexta-feira - Antônio pede segredoa Anita sobre ter encontrado seupai. Palhares se orgulha de ter en-ganado Antônio. Giovana, Guilher-me e Lorena desistem de falarcom Clara no lançamento de seuCD. Abelardo faz uma declaraçãode amor para Bernadete. Flavianaadultera os produtos do salão pa-ra economizar. Pedro lembra paraAnita que Antônio namorava Brunaenquanto ela estava com Ben. Emsua suposta creche, Luciana rece-be crianças no casarão. Zelândiavolta para o Rio de Janeiro. Giova-na e Guilherme repreendem o com-portamento de Clara. Vera se de-sespera com o estado de sua ca-sa e decide que Luciana voltará atrabalhar na empresa.
Resumo das novelas
GLOBO
ALÉM DO HORIZONTE - 19H30
TV - 22 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Junior está den-tro do carro com Maria Cecília evê no lado de fora o primeiro bei-jo entre Fernando e Carol. Noluau do acampamento, as Chiqui-titas cantam a música “Amigas”.No acampamento, Barbara (LíviaAndrade) se despede das Chiqui-titas, que voltarão ao orfanato.Ela recebe um carinhoso e anima-do abraço coletivo. Carol está ra-diante pelo acontecimento comFernando, enquanto Beto estátriste por ter perdido seu melhoramigo, Tobias, e seu trabalho.Carol chega para trabalhar no or-fanato e antes que ela entre, Ar-mando sai. Junior chama MariaCecília no Café Boutique e lhe pe-de em casamento.
Terça-feira - Carmen visita umaamiga para que avalie uma daspinturas do tesouro do orfanato.Ela diz que essa tela é valiosa eque existem apenas mais três de-la, que juntas formam os quatrocavalheiros do apocalipse. Eladiz que essas obras estão desa-parecidas há anos e que poucos,como historiadores, sabem daimportância das pinturas. A mu-lher diz ainda que as quatroobras juntas podem guardar umgrande segredo. Carmen ficacuriosa. Enquanto isso, Armandovende uma das telas, que havia fi-cado com ele. Mili diz para Pataque ultimamente está confusaem relação a seus sentimentos.Quarta-feira - Rafa, Tati e Ana
continuam a discutir sobre quemé que a mascote Pipoca gostamais. Mosca tenta evitar Mili pa-ra esquecer a garota Tomás Fer-raz, que na verdade é Tobias dis-farçado, entra em estúdio paragravar sua canção de sertanejouniversitário. Arnaldo Saccomaniaparece pra escutar a gravação.No Café Boutique, Francis e Clari-ta se divertem com um vídeo quefaz sátira do clipe de Érica. Betovai ao orfanato a pedido de CarolO rapaz chama Pipoca e ela final-mente sai da casa. Tati, Rafa,Ana e até Chico entram na discus-são para saber quem é o dono de-la. Beto diz que a cachorra devegostar de todos e sugere que osquatro são os donos da Pipoca.
Quinta-feira - Paçoca reaparece eaproveita que Binho está sensibi-lizado e com ciúmes dos amigos,que estavam brincando com Thia-go, para tentar se aproximar. Car-men diz para Cintia que quer apintura que ficou com ela e comMatilde, pois as obras estavamno orfanato que é da família Al-meida Campos. Ana e Tati veemBinho com Paçoca e se preocu-pam. Paçoca mostra um ingres-so (falso) que alega ter ganhadopara assistir um jogo da seleçãobrasileira. Cintia fica se pergun-tando quais as provas que Car-men teria contra ela. Neste mo-mento ela encontra a escuta queCarmen havia colocado em suabolsa. Paçoca aproveita para rou-bar a carteira e fugir.
Sexta-feira - A polícia liga no Orfa-nato Raio de Luz e avisa que Bi-nho está na delegacia. Cintia dizpara José Ricardo que ele é mui-to importante para ela e que Car-men irá tentar manipular ele con-tra o relacionamento dos dois.Tomás Ferraz faz sua primeiraapresentação com novo look,que é inspirado em sertanejo uni-versitário. A apresentação acon-tece durante o processo seletivoque irá escolher sua nova ba-cking vocal. Érica e Clarita partici-pam da seleção. Beto vai até oCafé Boutique e pede seu empre-go de volta para Maria Cecília.Ela diz que estão precisando deum garçom e ele fica contente.
Segunda-feira - Laerte e Virgílio seenfrentam. Selma arruma objetosde Itamar e decide leiloar um de-les. Helena liga para Virgílio e elaestranha o jeito do marido ao tele-fone. Alice ensina Luiza a dançarum novo ritmo. Leto fala para Shir-ley que Laerte foi para Goiâniasem Verônica. André se consultacom terapeuta. Alice e Luiza mar-cam de ir ao escritório de Nando.Nando deixa escapar que Neidi-nha foi vítima de agressão no pas-sado. Marina conversa com Clarasobre seus sentimentos.Terça-feira - Luiza vai conversarcom Helena sobre Neidinha, masela desconversa. Ricardo não gos-ta quando Chica diz que quer com-prar roupas para ele. Cadú nãoconsegue se consultar com Silviae fica desanimado. Clara fica aba-lada, lembrando da conversa comMarina. Shirley chega de surpresana casa de Selma enquanto Laer-te está tocando flauta. Silvia dáuma medalha da sorte para Feli-pe. Luiza vai com Felipe a uma reu-nião do AA, mas ele não conse-gue entrar.Quarta-feira - Felipe entra na reu-nião e reconhece um paciente en-
tre os participantes. Clara ficapreocupada com Cadú. Felipe nãoaceita falar no grupo e sai da reu-nião. Luiza ajuda o tio e comemo-ra sua coragem de ter ido ao AA.Shirley e Laerte vão a uma boateem Goiânia e um fotógrafo regis-tra um beijo dos dois. Selma diz aLaerte para ter cuidado com Shir-ley. Helena diz a Virgílio que vai le-var Benjamin para passear na ca-
sa de repouso. Helena conversacom Neidinha sobre o passado eAlice escuta o fim do papo.Quinta-feira - Branca diz pra Gise-le que pensou em enviar uma co-roa de flores para Ricardo em seucasamento com Chica. Chica dároupas novas para Ricardo e elenão gosta muito. Clara procuraMarina para uma conversa. Laer-te fala com Verônica, pelo compu-
tador, sobre o encontro com Virgí-lio. Barbara vê na internet a fotode Laerte com Shirley e mostra pa-ra Leto e Luiza. Cadú se consultacom Silvia e ela pede que ele façaoutros exames. Clara dá força aomarido. Luiza e Alice conversamsobre o segredo de Neidinha. He-lena pergunta a Virgílio se ele es-teve com Laerte, em Goiânia.Verônica mostra a Laerte a foto
dele com Shirley e pergunta seele se divertiu em Goiânia.Sexta-feira - Verônica e Laerteconversam sobre a foto dele comShirley. Helena conversa com Vir-gílio sobre o encontro dele comLaerte e Luiza ouve o papo atrásda porta. Luiza tenta ajudar Felipepara que ele não beba mais. Chi-ca encontra um bilhete de mulherno bolso de Ricardo e pede expli-cações a ele. Marina está triste,mas força alegria e Vanessa apro-veita o momento ao lado dela. Cla-ra é avisada de que Marina caiuda escada. Clara deixa Cadú dor-mindo e vai visitar Marina no meioda noite.Sábado - Leto conversa com Laer-te sobre Verônica e Shirley. Rafae-la acorda Shirley e ela se diverteao saber que a foto foi parar na in-ternet. Barbara e Leto dão uma du-ra em Shirley. Luiza busca Cadúpara levá-lo ao galpão e ele se ani-ma. Clara conversa com Helenasobre Cadú e Marina. Selma cui-da da horta e diz a Ana que senti-rá saudades da casa. Luiza e Laer-te se encontram no galpão. Laer-te estranha a presença de Cadú equestiona Verônica sobre sua de-cisão em fechar negócio com ele.
Resumo das novelas
CHIQUITITAS - 20H30
EM FAMÍLIA - 21H00
GLOBO
STB
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 23 - TV
Turismo
PARADAPARADAOBRIGATÓRIAOBRIGATÓRIA
Cidade do Panamá deixa de ser só uma
escala para virar um dos destinos mais
vibrantes das Américas
Agência O Globo
Como nos primórdios de sua história moderna, da época das
grandes navegações, o Panamá entrou para o mapa-múndi dos brasi-
leiros nos últimos anos como um ponto de passagem ou conexão pa-
ra chegar a outros destinos do continente americano.
Não à toa, seu movimentado e recentemente expandido aeropor-
to Tucumén se orgulha em utilizar o slogan “hub das Américas”.
Com a política tax-free do país para as compras, sua capital co-
meçou a atrair brasileiros interessados também em, além de utilizá-
la como local de troca de aeronaves em viagens aos Estados Unidos
ou ao Caribe, abastecer as malas de vinhos, roupas e outros itens de
marcas internacionais antes de voltar para o Brasil.
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Praça central do
revitalizado Casco
Antiguo preserva até
um coreto típico, à
esquerda
Agência
OG
lobo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 25 - TURISMO
A capital guarda as ruínas do Panamá
Viejo, onde surgiu a cidade com os
primeiros assentamentos de
colonizadores espanhóis
Agência O Globo
Em 2014, o Canal do Pana-
má cumpre 100 anos de opera-
ções e, não bastasse o centená-
rio (e o calendário de eventos
que o governo panamenho pro-
gramou até agosto para cele-
brar a data), o país foi incluído
também nas listas de “lugares
para visitar em 2014” pela
mídia internacional, como a
CNN.
Com boa estrutura para re-
ceber passageiros em trânsito,
a Cidade do Panamá agora mos-
tra aos brasileiros que é mais
que um simples ponto de cone-
xão da malha aérea do conti-
nente americano.
A parte moderna, cosmopo-
lita, com largas avenidas, gran-
des shopping centers e arra-
nha-céus de arquitetura arroja-
da parece estar em constante
construção.
Mas, ao mesmo tempo que
é uma metrópole tão dinâmica
e contemporânea, a capital
guarda também nas ruínas do
Panamá Viejo (onde surgiu a ci-
dade com os primeiros assenta-
mentos de colonizadores espa-
nhóis) e em seu adorável Casco
Antiguo (o centro histórico da
cidade) a típica cara tropical da
arquitetura colonial latina.
O centro histórico foi revita-
lizado, a cidade ganhou novos
shoppings e hotéis, o aeroporto
foi ampliado e diversas melho-
rias na infraestrutura - em
ruas, avenidas, estradas e no
próprio canal - foram ou estão
sendo feitas. Não é casualidade
que a Cidade do Panamá tenha
cativado a atenção de viajantes
nos últimos anos.
Dentre os arranha-céus (al-
guns com impressionante ar-
quitetura futurista) da parte no-
va da cidade (sobretudo no cha-
mado Business District), mais
de uma dezena de hotéis de-
vem abrir suas portas na capi-
tal panamenha neste 2014.
Panamá
Os cem anos do Canal
Suvenir: o mapa panamenho está em camisetas e lembrancinhas
Contraste: as ruínas no
centro antigo
A fechada
do luxuoso
Waldorf-
Astoria,
inaugurado
ano passado
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
O centro antigo da Cidade do Panamá,
chamado localmente de Casco Antiguo
(não confundir com as ruínas do Panama
Viejo, o local onde primeiro se estabelece-
ram os colonizadores espanhóis no século
15), ganhou em 2008 os holofotes interna-
cionais ao aparecer como cenário das aven-
turas de 007 no filme ‘Quantum of Solace’.
Na realidade, caprichos de
Hollywood, o centro da cidade fez o papel
de... La Paz, na Bolívia.
Mas não se pode negar que, com Da-
niel Craig e o restante da equipe do filme
desfilando por lá durante alguns meses,
suas casinhas coloniais e praças atraíram
também viajantes internacionais.
Em 1997, a região foi declarada patri-
mônio mundial pela Unesco. Ali ficam
bons museus (como o interessante Museu
do Canal Interoceânico), a Catedral Metro-
politana e outros pontos históricos intrín-
secos à história do desenvolvimento da ca-
pital panamenha de outrora.
E, localizada na porção sudoeste da cida-
de, com visão para a entrada do canal, a área
temtambém umadas mais interessantes vis-
tas da parte moderna da Cidade do Panamá.
Nos últimos tempos, com tanta evidên-
cia, apareceram por ali bons restaurantes,
como o Puerta de Tierra, comandado pelo
jovem chef Frank Escalona, imperdível, e
uma vida noturna invejável, como a cerve-
jaria artesanal La Rana Dorada, o Di Vino
Enoteca e o Habana Panama.
Há policiamento decente e se instala-
ram por ali também hotéis-boutique.
Foi a Canal House, de apenas três quar-
tos (em um dos quais Daniel Craig se hos-
pedou enquanto estava na cidade) numa
mansão colonial restaurada (de 1893 e de
propriedade de Federico Boyd, pai dos
idealizadores), que lançou a onda.
Começando com jeito de bed & break-
fast refinado, trouxe à cidade o conceito de
hotel-boutique, com atendimento persona-
lizado para quem se hospeda ali. E ganhou
os holofotes, incluindo elogios do jornal
The New York Times.
Seus proprietários depois vieram com
o adorável Las Clementinas, de seis suítes
e um ótimo café-bar (o brunch de domin-
go é ótima pedida na região).
E outras propriedades não param de sur-
giremcasarõesrevitalizados, comoomoder-
noso Tántalo Hotel - que, por sinal, tem pro-
vavelmente o melhor rooftop bar da cidade.
O Biomuseu,
novo projeto de
Frank Gehry
Fotos: Agência O Globo
Casco Antiguo - cenário de filme
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 27 - TURISMO
O canal tem 81 km
de extensão no
istmo do Panamá,
ligando os oceanos
Atlântico e Pacífico
Agência O Globo
Poucos países (e cidades) po-
dem ser tão bem definidos por
uma única obra. Mas o Panamá
e sua capital são.
Dividindo norte e sul do
continente americano e os ocea-
nos Atlântico e Pacífico, a obra
completa um século em opera-
ção este ano, iniciada oficial-
mente no dia 15 de agosto de
1914.
Há 14 anos (desde 31 de
dezembro de 1999), o canal é
administrado nacionalmen-
te, graças ao Tratado Torri-
jos-Carter, e levou mais de
US$ 8,5 bilhões ao Tesouro
Nacional desde então.
São 81 km de extensão no
istmo do Panamá, ligando os
oceanos Atlântico e Pacífico. Co-
meçou a ser construído em 1880,
mas só foi concluído em 1914,
sendo considerado fundamental
para o comércio internacional -
Estados Unidos e China são os
países que mais o utilizam.
Até hoje, os navios são dirigi-
dos ao interior das eclusas por pe-
quenos aparelhos de funciona-
mento ferroviário. Atualmente,
s ã o 1 4 m i l t r â n s i t o s
interoceânicos por ano e desde
2007 o canal está em processo de
ampliação e melhorias de sua es-
trutura para dar início a um ter-
ceiro conjunto de eclusas.
Em Miraflores, o Centro de
Visitantes, bem de frente para
as eclusas, é um passeio pratica-
mente obrigatório para os turis-
tas. Uma ótima pedida para se
conhecer a história da obra no
museu, experimentando a sen-
sação de atravessar o canal en-
tre um oceano e outro no simu-
lador e apreciando o intenso
trânsito diário de embarcações
por ali a partir do mirante pano-
râmico.
O Centro de Visitantes fun-
ciona todos os dias, inclusive fe-
riados, das 9h às 17h (US$ 15 o
ingresso inteiro para adultos es-
trangeiros; crianças e idosos
têm descontos). Restaurante e
cafeteria no local.
Na outra extremidade do
Canal do Panamá, em Colón, é
possível observar a construção
das novas eclusas no Atlântico,
parte das obras de ampliação.
Ali o mirante fica em meio
a um bosque tropical a 50 me-
tros sobre o canal, com funcio-
namento diário das 8 às 16h.
O maior complexo de eclu-
sas fica em Gatún (abre todos
os dias das 8 às 16h), que tam-
bém conta com um centro de vi-
sitantes de onde é possível apre-
ciar a travessia de embarcações
de todo o tipo através do canal,
de navios de cruzeiros e car-
gueiros até curiosos veleiros de
aventureiros.
Panamá
UM SÉCULO DETRAVESSIASINTEROCEÂNICAS
Um navio de cruzeiros
se aproxima das obras
de expansão do canal,
em Colón
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Ligando diferentes porções do
continente americano e oceanos
Atlântico e Pacífico há tanto tem-
po, é óbvio o fato de que pelas ruas
da Cidade do Panamá se escute tan-
to português, inglês e alemão mistu-
rados à língua espanhola. A própria
moeda local é o dólar americano -
ali comumente chamado de Balboa.
Há expatriados dos quatro can-
tos do mundo vivendo na capital,
inclusive uma gigante comunidade
brasileira, sobretudo envolvida nas
obras de engenharia que revolucio-
nam o país.
Por isso não é de se estranhar
que a Cidade do Panamá esteja se
tornando também uma nova refe-
rência gastronômica da América
Latina.
Das barracas que vendem deli-
ciosos (e baratíssimos, desde US$
3) ceviches no mercado de peixes
próximo à entrada do Casco Viejo
aos pratos caprichados de Daniel
Manrique no Segundo Muelle ou
do top Gastón Acurio (eleito o me-
lhor chef da América Latina) no La
Mar, a Cidade do Panamá pode
agradar aos mais exigentes palada-
res.
Até padaria grega tem: a ótima e
descoladinha Athanasiou é pretex-
to perfeito para uma pausa e um ca-
fé caprichado.
A vida noturna acontece em di-
ferentes pontos da cidade, do Casco
Antiguo à tradicional Calle Uru-
guay, área boemia da capital que en-
fileira bares, restaurantes e casas no-
turnas. Mas turistas também se es-
baldam nos muitos cassinos, já que
são liberados por ali - e o Business
District está cheio deles.
Os ônibus CitySightSeeing Bus
têm roteiro interessante pela cida-
de, da área nova à antiga, com para-
da providencial no canal.
Uma boa opção é contratar um
motorista para levar aos locais mais
distantes da cidade, do Centro His-
tórico ao Canal do Panamá.
Há passeios que, bem organiza-
dos, cabem todos num mesmo dia:
o mirante da Puente de las Ameri-
cas (que conecta as porções sul e
central do continente americano);
passeio pela Calzada Armador
(uma via de quase dois quilômetros
que liga o continente a três ilhas vi-
zinhas); e conhecer o Casco Anti-
guo, as ruínas de Panama Viejo e a
própria eclusa de Miraflores (o pon-
to de observação do Canal do Pana-
má predileto).
Projetado pelo arquiteto Frank
Ghery - o mesmo do Museu Gugge-
nheim de Bilbao -, o novíssimo Mu-
seu da Biodiversidade fica na Calza-
da Armador e conta a história da
origem do istmo do Panamá e seu
impacto na biodiversidade do pla-
neta em oito galerias concebidas pe-
lo designer canadense Bruce Mau.
A inauguração está prevista para os
próximos dias.
Quem tem mais tempo pode
usar a Calzada Amador como ponto
de partida para a escapada preferi-
da dos panamenhos quando que-
rem praia: pegar uma lancha rápida
para a paradisíaca ilhota de Tabo-
ga, também chamada de Isla de las
Flores.
A Cidade do Panamá ainda guar-
da boas surpresas. O belo Parque
Recreativo Omar é um espaço ecoló-
gico de 56 hectares restaurado bem
no centro da cidade, uma espécie
de Central Park panamenho, guar-
dadas as proporções urbanísticas, e
tomado por palmeiras. Você pas-
seia entre um belo jardim de escul-
turas, quadras de esporte, a Biblio-
teca Nacional e até uma piscina ro-
deada de flores.
Outras áreas verdes famosas (e
gostosas) da cidade são os parques
Darién e La Amistad, de natureza
exuberante e impressionante rique-
za em espécies de aves.
Na Cidade do Panamá faz calor,
e muito calor, o ano todo. Um calor
úmido e desconcertante quando o
sol está forte do lado de fora, tanto
que o uso do ar-condicionado é
mandatório em toda casa, hotel, res-
taurante, loja ou shopping center.
De dezembro a abril chove bem
pouco e em pancadas isoladas; de
maio a agosto costuma chover forte
e com frequência.
O transporte público decep-
ciona e os táxis exigem algum cui-
dado: os carros encontrados na
rua costumam funcionar de mo-
do coletivo e param para pegar
outros passageiros no meio da via-
gem, alterando suas rotas - é sem-
pre mais seguro e conveniente pe-
dir um rádio táxi para seu hotel,
restaurante ou loja.
Com tanto crescimento em tão
pouco tempo, o trânsito está cada
vez pior. Com obras espalhadas por
todo canto, um simples quilômetro
numa avenida movimentada pode
significar 20 ou 30 minutos de con-
gestionamento, dependendo do dia
e do horário.
É uma boa ideia deixar a volta
para o aeroporto cair num sábado
ou domingo para evitar o trânsito
excessivo que acontece na rota du-
rante os dias da semana. (AG)A Calzada Armador, de quase 2 kms, é ponto de partida para passeio de barco até Taboga
Oceano Pacífico: do mirante em Miraflores se observa o fluxo intenso de embarcações
Fotos: Agência O Globo
Boa mesa e noitadas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 29 - TURISMO
O badalado distrito de Buenaventura, a duas horas de carro da capital, é um dos destinos mais
procurados pelos turistas e moradores locais para fins de semana e feriados
Panamá
UMA ESCAPADAPARA CURTIR A PRAIA
Agência O Globo
Mesmo ligando dois oceanos com seu pródigo ca-
nal, a Cidade do Panamá não tem praia propriamen-
te dita. Quando querem dias de areia, mar e sossego,
os panamenhos costumam escapar para destinos lito-
râneos próximos, como o badalado distrito de Buena-
ventura, a duas horas de carro da capital e é um dos
destinos mais procurados pelos moradores locais pa-
ra escapadas de fins de semana e feriados.
Há uma boa infraestrutura para temporadas
(com restaurantes, shoppings e mercados) e ali fun-
ciona uma espécie de loteamento litorâneo, reunin-
do condomínios de luxo, casas de veraneio, aparta-
mentos econômicos para temporada e também uma
boa oferta de hotéis.
No ano passado, o grupo Marriott inaugurou
o JW Marriott Hotel Buenaventura, de inspira-
ção mexicana, com bons restaurantes (inclusive
sushi bar), spa e campo de golfe de 18 buracos,
que costuma receber importantes campeonatos
do esporte no país. Turistas e moradores da Cida-
de do Panamá se reúnem frequentemente ali para
jogar nos fins de semana.
Agê
ncia
OG
lobo
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
COMO CHEGAR
A Copa Airlines tem voos diretos e diários para a Cidade doPanamá, desde R$ 2.056. Preços, com taxas, pesquisados para aprimeira quinzena de abril
ONDE FICAR
Waldorf-Astoria: Diárias desde US$ 129. Calle 47 Este. Tel.(507) 294-8000. waldorfastoriapanama.com
Trump: Diárias desde US$ 189. Calle Punta Colón.
Tel (507) 215-8800. trumphotelcollection.com
Sheraton: Diárias a desde US$ 160. San Francisco.
Tel. (507) 305-5100. sheratonpanama.com.pa
Canal House: Diárias desde US$ 270. Calle 5ª Este.Tel. (507) 228-1907. canalhousepanama.com
Tántalo Hotel: Diárias desde US$ 153. Calle 8 Este comAvenida B, Casco Viejo. Tel. (507) 262-4030. tantalohotel.com
Las Clementinas: Diárias desde US$ 280. Calle 11 comAvenida B, Casco Antiguo. Tel. (507) 228-7613.lasclementinas.com
Hard Rock: Diárias desde US$ 185. Avenida Balboa,Multicentro. Tel. (507) 294-4000.
JW Marriott: Diárias desde US$ 299. 340 Calle 3ra. Tel.(507) 908-3333. marriott.com
Onde comer
Segundo Muelle: Calle Crisantemos 16. Tel. (507) 391-9234.segundomuelle.com
La Mar: Av Central España. Tel. (507) 209-3323.lamarcebicheria.com
Athanasiou: Plaza Ledakon Local 1, Vía Porras.Tel. (507) 203-1010. athanasioupastry.net
La Rana Dorada: Local 1, Vía Argentina 20.Tel. (507) 269-2989. laranadorada.com
Di Vino Enoteca: 7 de Septiembre. Tel. (507) 256-5851. Calle4 & Avenido A. Tel. (507) 202-6867. enotecadivino.com
PASSEIO
Ônibus turísticos: Os ônibus de dois andares da CitySightSeeing (citysightseeingpty.com) têm dois roteiros pela cidade.Os tíquetes com validade de 24h custam US$ 29 por adulto.
Canal do Panamá: O ingresso para o Centro de Visitantes deMiraflores custa US$ 15, enquanto no de Gatún sai por US$ 3.visitcanaldepanama.com
Biomuseu: O museu ainda não anunciou o preço do ingresso.biomuseopanama.org
Táxi: o brasileiro Riolando Fajardo se especializou em recebercompatriotas com carro confortável e gentilezas como água epetiscos. Faz roteiros ao gosto do freguês, desdeUS$ 100 o dia inteiro. Tel. (507) 657-84858 [email protected] �
Programe Panamá
A agitação da Cidade do Pa-
namá pode até levar o visitante
a se esquecer que está em uma
metrópole cercada por uma flo-
resta tropical, cheia de refúgios
onde a paz impera.
Uma hora distante da capi-
tal e a mil metros acima do ní-
vel do mar, Cerro Azul é um
exemplo. Casas de campo e cli-
ma ameno marcam a região,
que é porta de entrada ao Par-
que Nacional Chagres, onde se
pode praticar atividades radi-
cais como rafting, ou simples-
mente observar a natureza.
Outro destino muito popular
entre os turistas que querem vi-
venciar a floresta é Gamboa, uma
localidade às margens do rio Cha-
gres, no caminho entre a capital e
a cidade portuária de Colón.
O complexo tem hotéis buti-
que no meio da mata que atraem
por sua proximidade com a natu-
reza, que pode ser observada em
um passeio de teleférico na altura
da copa das árvores.
Há outras excursões que par-
tem de lá, como o passeio de ca-
noa pelo Lago Gatún e um cruzei-
ro pelo Canal do Panamá.
Um resort de rede
internacional, inaugurado
no ano passado
Tranquilidade reina na floresta
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
Fragmentosde um diárioinexistente
Escritor
A lembrança é
como o sal: a
quantidade certa
dá tempero à
comida, mas o
exagero estraga o
alimento
Madrid, Espanha
Chego em Madrid às 8 da manhã.
Vou ficar apenas algumas horas, não
adianta telefonar para amigos, marcar
algum encontro. Resolvo caminhar so-
zinho por lugares que gosto, e termino
fumando um cigarro num banco do
parque Retiro.
- Você parece que não está aqui -
diz um velho, sentando-se ao meu
lado.
- Estou aqui – respondo. – Só que
há doze anos, em 1986. Sentado neste
mesmo banco com um amigo pintor,
Anastasio Ranchal. Nós dois estamos
olhando minha mulher, Christina,
que bebeu além da conta, e está fingin-
do que dança flamengo.
- Aproveite - diz o velho. – Mas não
esqueça que a lembrança é como o sal:
a quantidade certa dá tempero à comi-
da, mas o exagero estraga o alimento.
Quem vive muito no passado, acaba
sem presente para recordar.
Voo de Belgrado para Barcelona
No jornal, um texto que recorto e
coloco na maleta de mão. O autor é W.
Timothy Gallway:
“Quando plantamos uma roseira,
notamos que ela fica dormindo muito
tempo no seio da terra, mas ninguém
ousa criticá-la, dizendo:” “você não
tem raízes profundas” ou “falta entu-
siasmo na sua relação com o campo”.
“Ao contrário, nós a tratamos com pa-
ciência, água, e adubo.”
“Quando a semente se transforma
em muda, não passa pela cabeça de nin-
guém condená-la como frágil, imatu-
ra, incapaz de nos brindar imediata-
mente com as rosas que estamos espe-
rando. Ao contrário: nos maravilha-
mos com o processo do nascimento
das folhas, seguido dos botões, e, no
dia em que as flores aparecem, nosso
coração se enche de alegria.”
“Entretanto, a rosa é a rosa desde o
momento em que colocamos a semen-
te na terra, até o instante em que, passa-
do seu período de esplendor, termina
murchando e morrendo. A cada está-
gio que atravessa – semente, broto, bo-
tão, flor – expressa o melhor de si.”
“Também nós, em nosso cresci-
mento e constante mutação, passamos
por vários estágios: vamos aprender a
reconhecê-los, antes de criticar a lenti-
dão de nossas mudanças.”
Brissac, França
Durante minha estada no castelo
alugado por uma revista brasileira, um
jornalista da região vem me entrevis-
tar. No meio da conversa, assistida por
outras pessoas, ele quer saber:
- Qual foi a melhor pergunta que
um repórter já lhe fez?
Melhor pergunta? Acho que já me
fizeram TODAS as perguntas, menos
a que ele acaba de fazer. Peço tempo pa-
ra pensar, estudo as muitas coisas que
queria dizer e nunca quiseram saber.
Mas no final, confesso:
- Acho que foi exatamente esta. Já
tive perguntas que me recusei a comen-
tar, outras que me permitiram falar so-
bre temas interessantes, mas esta é a
única que não tenho como responder
com sinceridade.
O jornalista anota. E diz:
- Vou lhe contar uma interessante
história. Certa vez, fui entrevistar Jean
Cocteau. Sua casa era um verdadeiro
amontoado de bibelôs, quadros, dese-
nhos de artistas famosos, livros, Coc-
teau guardava tudo, e tinha um profun-
do amor por cada uma daquelas coisas.
Foi então que, no meio da entrevista,
eu resolvi perguntar: “se esta casa co-
meçasse a pegar fogo agora, e você só
pudesse levar uma coisa consigo, o que
escolheria?”
- E o que Cocteau respondeu? – per-
gunta Álvaro Teixeira, responsável pe-
lo castelo onde estamos, e grande estu-
dioso da vida do artista francês.
- Cocteau respondeu: “Eu levaria o
fogo”.
E ali ficamos todos, em silêncio,
aplaudindo no íntimo do coração a res-
posta tão brilhante. �
32 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO