Revista Carga de Notícias nº 4

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Você confere mais uma edição da Revista Carga de Notícias, que agora traz um panorama da economia do DF e do Brasil e como os empresários estão lidando com as mudanças tributárias e previdenciárias. Você também vai ler uma matéria sobre comércio eletrônico no setor atacadista/distribuidor e muitas outras informações de interesse de empresários, autoridades e cidadãos. Boa leitura!

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EXPEDIENTE

Laniér RosaEditora

SINDIATACADISTA/DFEnd.: C – 01 LOTES 1/12 SALAS 314/316 ED.TAGUATINGATRADE CENTER - TAGUATINGA/DF - CEP: 71010-010TEL.: (61) 3561-6064

Fale com a redação:(61) 3561-6064 / [email protected]

Presidente Roberto Gomide Castanheira

1º vice-presidente Lysipo Torminn Gomide

2º vice-presidente João Orivaldo Oliveira

Diretor financeiro Cláudio da Nova Bonato

Diretor comercial Clair Ernesto Dal Berto

Diretor social Ricardo Durante Itacarambi

Diretor tributário Álvaro Silveira Júnior

Diretor secretário Rogério Aragão Albuquerque

Diretor de relações do trabalho Júlio César Itacaramby

Executivo Anderson Nunes

Diretores suplentes Saulo Davi de Melo Josafá de Morais Oliveira Marcelo Antônio Maniero Ricardo Antônio Mamede Marlon Amaral de Oliveira Teodomar Rodrigues Andrade

Jornalista responsável Laniér Rosa - MTB 10745/DF

Estagiário Thiago Silva

Projeto gráfico e diagramação Estudioab Comunicação

Revisão Luísa Dantas

Impressão Athalaia Gráfica

Tiragem 5 mil exemplares

Periodicidade Bimestral

Mudanças, pânico e criseAo final do mandato do então governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, houve indícios econômicos de que a

capital federal estava em apuros. Desde o dia 1º de janeiro deste ano, o novo governador, Rodrigo Rollemberg, alertou que faria transformações para “salvar” as finanças. Mudanças sempre geram receio, porém, Brasília ainda se apoiava na esperança que costuma acompanhar as novidades. Como se não bastasse lidar com isso, na esfera federal a presidente Dilma Rousseff começou o mandato fazendo duras alterações que, em sua maioria, significam mais ônus para empresá-rios e a sociedade em geral.

O que podemos esperar desse momento? Certamente entrar em crise não é a melhor maneira de lidar. Como diria um famoso personagem da TV, “não criemos pânico”: a hora agora é de tomar decisões direcionadas pela sabedoria. Por isso, a matéria de capa desta edição traz informações sobre as modificações que afetarão as empresas, principalmente no quesito tributário. Não há dúvidas de que esse tipo de informação precisa chegar aos nossos leitores, principalmente aos que estão temerosos sobre o futuro.

A quarta edição da Revista Carga de Notícias aborda também, na editoria “Mercado”, o comércio eletrônico para o atacado. Afinal, como funciona a venda entre empresas dentro do e-commerce? O investimento vale o resultado? Acima de tudo, essa é uma preparação para o futuro ou uma obrigação para o presente?

Falando em futuro, o entrevistado dessa edição chama-se Arthur Bernardes e é o novo secretário de desenvolvimento do Distrito Federal. Com uma gestão que visa a transparência e a desburocratização, o secretário responde a questiona-mentos sobre investimentos no setor produtivo e o relacionamento entre empresas e GDF.

Para finalizar, trago a boa nova de que nossos colunistas seguem colaborando com informações essenciais que abran-gem o setor trabalhista, como as mudanças previdenciárias; a contabilidade, com apontamentos essenciais para não ficar prejudicado financeiramente; e tributários, esclarecendo temas voltados para o atacado e que te auxiliarão no dia a dia da empresa.

EDITORIAL

B E M - V I N D O

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14ECONOMIA RETRAI E CARGA FICA COM EMPRESÁRIO

Sindiatacadista/DF divulga informações sobre as alterações na tributação e na rotina de atacadistas

e distribuidores. Entenda o que mudou e os pontos prejudiciais e benéficos dessas questões.

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SINDIATACADISTA EM AÇÃO

Sindicato reuniu-se com o secretário de Fazenda do DF, Leonardo

Colombini, e realizou a primeira reunião de diretoria do ano.

PALAVRA DO PRESIDENTE

Roberto Gomide comenta sobre a necessidade de crescer para tornar possível a competição

internacional e a permanência das empresas no mercado.

MERCADOComércio eletrônico para o

atacado e a venda entre empresas no e-commerce movimenta setor

atacadista/distribuidor.

EMPRESA EM FOCO

Heda Valim mostra como o mercado de food service

tem crescido além das barreiras.

ENTREVISTA Secretário de desenvolvimento

do DF, Arthur Bernardes, fala sobre a desburocratização e a

necessidade de crescer de forma planejada.

PÁSCOAExpectativa de vendas é de 5%

a mais, em relação ao mesmo período em 2014.

CARGA CULTURAL

Veja as dicas de livros e filmes que temos para você

aproveitar seus momentos de lazer e estudo.

EVENTOS Sindiatacadista realiza curso de

Telemarketing para Atacado, Copa de Futebol e Campanha de

Páscoa. Confira!

SUMÁRIO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 5

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Melhoria no sistema de recolhimento é a aposta da Receita para aumentar arrecadação

A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou no dia 2 de março a lei que regulamenta a profissão do motorista profissional. As alterações estão vigentes desde o dia 3 de março, ocasião da publicação no Diário Oficial da União.

A Associação Nacional dos Atacadistas e Distribuidores (ABAD) posicionou-se positivamente diante das deliberações, pois houve aumento do tempo máximo ao volante do motorista profissional de 4 horas para 5,5 horas contínuas. Além disso, em que pese à jornada do motorista profissional continuar a ser de oito horas, com duas extras, há a possibilidade de convenção ou acordo coletivo para permitir até quatro horas extras.

Joaquim Levy, ministro da fazenda

A Receita Federal deve convencionar e simplificar os sistemas de arrecadação para enfrentar a queda de tributos imposta pela redução da atividade econômica em 2015. Um dos avanços propostos para pequenos contribuintes, como os microem-presários individuais, é o débito automático em conta de impostos ou uso do cartão de débito.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Rodrigues Malaquias, divulgou o re-sultado de janeiro no dia 25 de fevereiro. Na comparação com janeiro de 2014, os números apresentaram queda de 5,44% na arrecadação de impostos e contribuições federais.

De acordo com Malaquias, a Receita Federal criou várias iniciativas para permitir o recolhimento dos valores com cartão de débito. O chefe do Centro de Estudos Tributários revela, ainda, que a Receita está empenhada em facilitar o comportamento dos contribuintes e, com isso, diminuir o passivo tributário, mas que só terá aumento significativo da arrecadação ao longo do ano.

Ainda conforme Malaquias, a Receita tem observado que a facilitação tributária tende a levar o contribuinte, sem muito custo, a pagar impostos com mais rapidez.

Com informações: Agência Brasil

Alteração na Lei dos Motoristas

“A experiência mostra que as empresas sabem sair da zona do conforto e vencer seus desafios quando o governo abre espaço”

NOTAS

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 5

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O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) se reuniu com o secretário de Estado de Fazenda do DF, Leonardo Colombi-ni, para tratar assuntos do setor ataca-dista/distribuidor do Distrito Federal. A ocasião marcou o primeiro diálogo for-mal com o dirigente da Secretaria de Estado de Fazenda do DF (Sefaz/DF). O presidente do Sindicato, Roberto Go-

O Sindiatacadista/DF realizou, no dia 10 de fevereiro, a primeira reunião da atual diretoria em 2015, liderada pelo pre-sidente da entidade, Roberto Gomide. O encontro aconteceu na sede do Sindicato (em Taguatinga-DF) para o debate de di-versas questões sobre o setor atacadista/distribuidor.

Na pauta, os assuntos abordados in-cluíam decisões rotineiras da entidade e

mide, afirma que foi possível perceber a familiaridade do secretário com Bra-sília: “Colombini demonstrou conhe-cimento às questões que nos preocu-pam. O que vemos é um dirigente que já morou em Brasília e tem contubér-nio com a capital federal. Saímos com a confiança de que o secretário está disposto a nos ajudar a proteger o mer-cado do DF”.

novas ações. Ficou decidido que o Sindica-to destinará um valor mensal para a Creche Alecrim, atendida pelo Projeto Alecrim, a fim de custeios de contas de luz, água e remédios. Outra questão levantada e apro-vada pela diretoria envolve o ajuizamento de ações judiciais coletivas, sobre temas envolvendo o setor, a fim de reduzir a car-ga tributária. Essas ações são baseadas em precedentes que já tiveram entendimen-

Dentre os assuntos

abordados, estavam:

Sindiatacadista/DF se reúne com secretário de Fazenda, Leonardo Colombini

Diretores realizam primeira reunião do ano e deliberam sobre ações do Sindicato

MVA para autopeças

Portaria 267 da Lei nº 5.005/12

Decreto do Substituto Tributário

MVA para materiais de construção e elétrico

Vigorará, a partir de 1º de fevereiro des-te ano, sendo o atacado local substituto tributário.

O Sindiatacadista se reunirá com audi-tores da Sefaz/DF para discutir alguns pontos controversos.

Haverá retificação, com data retroativa a 1º de janeiro deste ano, ajustando a questão da venda para construtora e ór-gãos públicos.

Será retificado com data retroativa a 1º de janeiro de 2015, com a correção dos percentuais.

O encontro aconteceu no dia 12 de fevereiro, na sede da Sefaz/DF, com a pre-sença do presidente do Sindicato, Rober-to Gomide; o diretor executivo, Anderson Nunes; o assessor tributário, Jacques Ve-loso; e: representando os segmentos de bebidas quentes, Sulivam Covre e Joveci Xavier; representando materiais de cons-trução e elétricos, Julio Itacaramby; e do setor de autopeças, Vinícius Bueno.

tos positivos nos tribunais superiores. O Sindiatacadista/ DF manterá os associados informados sobre o desenrolar da questão

O presidente da entidade, Roberto Go-mide, avaliou a reunião como proveitosa, uma vez que foi possível discutir com os diretores as ações protagonizadas pelo Sindiatacadista/DF, bem como escutar sobre as melhorias que a diretoria espera para o setor no ano de 2015.

SINDIATACADISTA EM AÇÃO

6 • MARÇO|ABRIL nº 4 ANO V SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 7

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É preciso destravar a máquina!

O Brasil e o Distrito Federal vivem momentos complicados e a classe empresarial precisa participar ativamente para auxiliar na reversão do quadro. Na esfera federal, a fragili-

dade do Governo Federal, seja pelos sucessivos escândalos, seja pela falta de apoio e consistência para levar adiante medidas mí-nimas para sanear as contas públicas, elevam as preocupações. Além disso, não temos que falar em “herança maldita”. O PT ga-nhou a eleição e precisa adotar as medidas corretivas para mini-mamente oferecer ao setor produtivo condições de alavancar a retomada do crescimento.

As medidas relativas à seguridade social são absolutamen-te necessárias pois os transtornos causados pelas facilidades do trabalhador, em abandonar o trabalho formal após o período de aquisição do direito de benefícios, como o seguro-desemprego, é fato comprovado e elevou substancialmente o turnover em to-dos os segmentos. Como consequência, isto vem dificultando e desestimulando o investimento em formação e treinamento. Ressalva-se que, novamente, as empresas foram oneradas em mais 15 dias de salário em caso de licença médica.

Ainda com relação aos direitos dos trabalhadores, existe o fan-tasma da PEC 231/95, que reduz a jornada de trabalho para 40 ho-ras e eleva para 75% a remuneração do serviço extraordinário. Esta alteração constitucional pode ser aprovada a qualquer momento e, na fragilidade do governo e premido pela necessidade de apoio, isso é cada vez mais provável. Será que ninguém enxerga o ta-manho do rombo causado por esta medida? Estamos falando em onerar a folha em mais de 10%. E a competitividade internacional? Ninguém percebe que temos de reduzir custos e otimizar produti-vidade para podermos concorrer no mundo globalizado?!

A Canton Fair, na China, faz o Anhembi (SP) parecer uma feira de quadra. Os chineses falam português e têm estratégias foca-das no Brasil. Inúmeros produtos de empresas tradicionais brasi-leiras, que temos a impressão de que são produzidas no País, são todos importados. Os efeitos dessa política são avassaladores a médio e longo prazos. Os empresários, capitaneados pelas en-tidades de classe – CNC, CNI, Federações, Sindicatos Patronais, entre outras – precisam urgentemente se mobilizar e se manifes-tar publicamente sobre o tema. Se ficarmos inertes, nos restará, mais uma vez, arcar com o ônus de medidas políticas que afetam a atividade econômica.

Relativamente ao “Petrolão”, paira a dúvida se o melhor é encerrar definitivamente este assunto ou aprofundarmos nes-te caso e nos demais, com sérios indícios de irregularidades,

como BNDES, FAT etc. O que sempre estarrece é a comprovação permanente de que os mandatários e dirigentes públicos não mudam as posturas, apesar dos escândalos gravíssimos e suces-sivos, bem como as apurações e condenações maciças dos últi-mos tempos.

No Distrito Federal, precisamos de agilidade para o rompi-mento do período de transição. As condições das finanças públi-cas distritais já são de pleno conhecimento da sociedade e eram de domínio do governo eleito. Então, não há segredo: é neces-sário agir com rapidez, fechar as torneiras e colocar novamente a máquina no trilho.

O segmento atacadista reitera que está à disposição da so-ciedade e dos governos para contribuir em tudo que for necessário para ajudar o Distrito Federal e o Brasil na superação deste mo-mento de dificuldade. Não temos medo de crise. Somos uma geração que nasceu e cresceu entre crises e insta-bilidades. Só precisamos de condições mínimas para tra-balhar e cumprir com nossos objetivos e missões sociais.

Roberto Gomide Presidente do Sindiatacadista/DF

PALAVRA DO PRESIDENTE

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 7

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Parte IV

A saga do e-Social: o empresário precisa investir!

CALENDÁRIO – 01 a 30/04/2015

Ainda em relação ao arquivo “Even-tos Trabalhistas”, há de que se in-formar outros fatos, observando

prazos, como: 1. Afastamento Temporá-rio (acidente de trabalho, doença, ma-ternidade e paternidade). 2. Estabilidade (acidente de trabalho, CIPA e gestante). 3. Condições Diferenciadas de Trabalho (insalubridade e periculosidade). 4. Aviso Prévio com, no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência. Enfim, inúmeros serão os arquivos a serem gerados e transmi-tidos, na medida em que ocorrerem.

O QUÊ e QUANDO pagar?

O QUÊ e QUANDO entregar?

Outro arquivo a ser produzido é a “Folha de Pagamento”, com periodicidade men-sal. Além de indicar se é “mensal” ou “13° Salário”, deve-se tratar da contribuição patronal (integral ou parcial), da base de cálculo de retenções e contribuições de empregados e contribuintes individuais e avulsos, além de dados sobre serviços tomados e serviços prestados com ces-são de mão de obra (detalhamento da NF). Um alerta: a contabilidade não vai resolver isso sozinha. O empresário pre-cisa investir!

07/04Data limite para pagamento dos Salários referente à 03/2015.

FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente à 03/2015.

15/04COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/03/2015.

Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente à 03/2015.

20/04

Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente à 03/2015.

Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente à 03/2015.

SIMPLES NACIONAL referente à 03/2015.

ISS e ICMS referente à 03/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações).

25/04 PIS e COFINS referente à 03/2015.

31/04

Contribuição Sindical Laboral Mensal referente à 03/2015.

1ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2015 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.

Carnê Leão referente à 03/2015.

07/04 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente à 03/2015.

15/04 Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 02/2015.

23/04 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente à 02/2015.

31/03Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente à 03/2015.

Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) a SRF/MF referente ao ano calendário 2014.

Várias Livro Fiscal Eletrônico (LFE) a SEF/DF referente à 03/2015: observar Portaria/SEFP nº 398 (09/10/2009).

31/04

IRPJ e CSLL referente à 03/2015, por estimativa.

COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 01 a 15/04/2015.

Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado).

Assessor contábil do Sindiatacadista/DF

Adriano Marrocos

ARTIGO CONTÁBIL

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 98 • MARÇO|ABRIL nº 4 ANO V

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N a tentativa de driblar a crise e se inserir cada vez mais no mercado em expansão, atacadistas e varejistas já apos-tam no universo virtual. E esta parece ser a tendência

para 2015: buscando impulsionar a economia, a solução é par-ticipar das atividades comerciais desenvolvidas de forma online para que não haja perda da participação do consumidor que já adota este tipo de negócio como principal fonte de consumo.

A grave desaceleração vivida pela economia brasileira ao lon-go de 2014 tem preocupado tanto consumidores quanto empre-sários. A expectativa de economistas e especialistas do setor é de que a elevação nos preços dos produtos, realidade vivida pelo País ao longo dos últimos meses, não cesse até o fim de 2015.

Atacadistas apostam no comércio eletrônico e estimam crescimento de 2% para este ano

Empresários veem o comércio eletrônico como a possibilidade de atingir outros públicos, principalmente num futuro próximo

CAMINHOS DO SETOR

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 9

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Neste contexto de retração, a previsão da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializa-dos (ABAD) é de que o crescimento mí-nimo no setor atacadista no Brasil poderá ficar em torno dos 2% ao longo de 2015, somado com as vendas do e-commerce.

De acordo com a ABAD, até o final do ano passado o segmento atacadista/distribuidor sofreu uma retração de 2,6% em relação a julho e 3,9% na comparação anual, segundo pesquisa divulgada em novembro. No acumulado de 2014, a ex-pansão das redes atacadistas foi de ape-nas 0,58% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A questão é que o e-commerce tem sido uma alternativa diante do atual ce-nário econômico. Ainda que exija um alto investimento, na maioria dos casos, o seg-mento atacadista tem aderido às vendas online. As particularidades do setor cer-tamente não chegam a ser um desafio, mas a venda B2B (entre empresas) ganha espaço e agilidade por meio da internet. A diretora de planejamento da Sides Co-municação, Karla Lopes, afirma que o ce-nário atual do e-commerce para esse tipo de venda tem duas vertentes: a falta de investimento, por parte das empresas que ainda não se encontram no mundo virtual; e o mercado expansivo para aquelas que apostaram as fichas.

Alan da Silva, proprietário da Suprimax Distribuidora, exemplifica a questão. Há quatro anos no ramo e-commerce, o em-presário aponta para as altas despesas, mas garante o equilíbrio diante das vantagens. “O custo estrutural do e-commerce é bas-tante alto, chegando a ser, algumas vezes, maior do que a de uma loja fixa. A diferen-ça é o alcance: uma loja física vai alcançar o bairro, uma loja virtual atravessa essas bar-reiras”, alerta. No empreendimento de Alan, o faturamento com a venda online repre-senta apenas 2%, mas, para ele, esta é uma forma de se conquistar novos clientes.

Os especialistas revelam a importân-cia de se entender esse empreendimento, assim como Karla Lopes, que destaca a im-portância do plano. “O investidor pode, sim, começar com um investimento pequeno, assim como sua estrutura. Mas as ações de marketing determinarão se ela estará apta ou não a crescer. O que acontece muito é que as empresas são criadas sem planeja-mento e, assim, elas não conseguem aten-der as demandas e acabam dando prejuízos tanto para a empresa quanto para o cliente. O processo estrutural inicial precisa ser mui-to bem planejado e a empresa precisa cres-cer de acordo com o potencial que ela tem no momento. Não adianta querer vender muito e não conseguir entregar tudo o que você vendeu”, comenta.

Para Alan Silva, a venda e-commerce agrega e faz parte da rotina. Não é re-presentativa em níveis de valores mas é um adicional de oportunidade para que o cliente encontre-o. “Não acredito que nos próximos cinco anos as vendas online representarão uma grande parte do meu faturamento, e eu digo em referência ao meu segmento, que é distribuição. Quem compra ainda prefere à moda antiga, sendo atendido por telefone ou pessoal-mente. Mas a nova geração - a dos nossos

filhos -, certamente multiplicará por dez o valor de compra na internet, porque já estão sendo adaptados a essa realidade, como já acontece nos Estados Unidos da América”, afirma.

As projeções da E-bit, empresa espe-cializada em informações do setor, para 2015, é de que o comércio eletrônico brasileiro mantenha um “forte ritmo de expansão”, especialmente se comparado ao varejo tradicional. As boas novas sig-nificam, na expectativa, um aumento de 20% no faturamento, o que contabiliza cerca de R$ 43 bilhões.

Quer saber mais? Acesse:

Leia a entrevista completa com a

especialista Karla Lopes.

Vantagens do e-commerce B2B1. A loja virtual B2B chega aonde um

representante comercial tradicio-nal não chega;

2. Seus clientes realizam pequenas e grandes reposições de estoques;

3. Reduz os custos operacionais ou até mesmo acaba com as comis-sões de intermediação;

4. Aumenta seu lucro líquido, ganhan-do capilaridade de vendas e aten-dendo todo o Brasil 24h por dia.

CAMINHOS DO SETOR

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 1110 • MARÇO|ABRIL nº 4 ANO V

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A tividades insalubres são aque-las que expõem os emprega-dos a agentes nocivos à saúde,

acima dos limites legais permitidos. Ju-ridicamente, a insalubridade somente é reconhecida quando a atividade ou a operação passa a ser incluída em relação baixada pelo Ministério do Trabalho.

Para saber se determinada atividade é insalubre acima dos limites de tolerância, estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, as empresas devem contratar um técni-co em segurança do trabalho que fará os programas de prevenção de riscos. É dessa forma que são indicadas quais atividades desenvolvidas pelos empregados são insa-lubres e em que grau.

Quando é constatada a insalubridade nas atividades exercidas pelos emprega-dos, acima dos limites de tolerância, o fun-cionário receberá, além do salário normal, um adicional correspondente à insalubri-dade, calculado em 40%, 20% ou 10% so-bre o salário mínimo da região, conforme o grau de insalubridade, máximo, médio e mínimo, respectivamente.

No caso da periculosidade, a lei conside-ra atividades ou operações perigosas todas aquelas que, pela natureza ou pelos méto-dos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a explosivos, eletricidade, mate-riais ionizantes, substâncias radioativas, ma-

teriais inflamáveis, roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Com a regulamentação da Lei 12.997/14, as atividades em motocicleta também fo-ram consideradas perigosas. Sendo assim, os funcionários que fazem uso de moto-cicleta para o trabalho, como exigência da empresa, também tem direito ao adicional.

É importante ressaltar que, em virtude da decisão liminar deferida no processo nº 0089075-79.2014.4.01.3400, os efeitos da portaria que regulamenta a lei supracitada estão suspensos. Dessa maneira, as empre-sas atacadistas não são obrigadas a pagar o adicional de periculosidade para os traba-lhadores em motocicleta, enquanto viger a liminar citada.

A percentagem correspondente ao adi-cional de periculosidade para inflamáveis, explosivos, vigilantes e motoboys é de 30% sobre o vencimento básico, excluídas grati-ficações, prêmios e participação nos lucros. Já para eletricidade é de 30% sobre o salário recebido, no caso de permanência habitual em área de risco, desde que a exposição não seja eventual.

Por fim, é importante esclarecer que não é possível o empregado receber simul-taneamente adicionais de insalubridade e periculosidade. A lei permite somente o pa-gamento de um dos dois adicionais, ficando à escolha do funcionário.

Insalubridade e periculosidade no ambiente de

trabalho

Assessora trabalhista do Sindiatacadista/DF

Clarisse Dinelly

Quer saber mais? Acesse:

Dúvidas? Entre no nosso site e saiba mais sobre atividades insalubres e

outros benefícios.

ARTIGO TRABALHISTA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 11

Page 12: Revista Carga de Notícias nº 4

Cré

dito

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O segmento de food service vem crescendo de forma consistente no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), de 2014,

a taxa média é de 14,7% ao ano, valor mais expressivo que os apresentados pelo varejo alimentar, de 10,8%, e três vezes su-perior ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos últimos cinco anos.

Com o aumento nas vendas do setor, o destaque também alcançou empresas que fornecem produtos para o segmento de food service. Exemplo disso é a DB Brasil, que atende empre-sas do ramo no Distrito Federal e Goiás.

A diretora administrativa da DB Brasil, Heda Valim, afirma que o crescimento do setor influenciou diretamente no aumento das vendas na empresa. “É nítido o quanto a DB Brasil pôde se desenvolver enquanto o setor estava em crescimento”, reforça.

O food service é definido como “alimentação fora do lar”, o que engloba grandes redes de lanchonetes, bares, restauran-tes e padarias. É por isso que o número de vendas do setor vem ascendendo cada vez mais – e a cada ano – em nível nacional.

Mesmo com um aumento significativo nas vendas, a DB Brasil também enfrenta os mesmo desafios que demais em-presários atacadistas do Distrito Federal sofrem há anos: a falta de incentivo por parte do Governo Federal. Isso acaba atrapalhando o desenvolvimento do setor distribuidor, res-ponsável pela terceira maior arrecadação de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), do Distrito Federal.

Heda Valim reforça que as empresas dos estados vizinhos têm mais facilidade para trabalhar no DF. “A diferença na tribu-tação tem impedido os empresários do Distrito Federal de tra-balharem. No caso da DB Brasil, que vende também em Goiás, quase não sentimos diferença, mas o trabalho no DF tem que ser precavido para conseguirmos competir com os concorren-tes”, afirma a diretora.

Para seguir as mudanças tributárias que ocorrem no Distri-to Federal, a DB Brasil implantou na empresa o setor Contábil Fiscal, que tem como objetivo acompanhar as alterações na Lei Fiscal no DF.

Sobre os desafios da economia do Distrito Federal, Heda afirma que a empresa precisa ter cautela para acompanhar os impactos no setor de distribuição. “A empresa tem que crescer mesmo vendo o País com a economia estagnada. Não pode-mos parar também. O atacado no Distrito Federal é muito forte e isso nos incentiva a desenvolvermos cada vez mais”, revela.

TrajetóriaEm 2013, a empresa mudou a sede de funcionamento.

Atualmente localizada na Rodovia DF-180, Núcleo Rural Ale-xandre Gusmão, Gleba 4ª, na Ceilândia (DF), a DB Brasil foi construída em um terreno com 100.000m². Heda explica a mu-dança da sede.

“Depois da fusão entre a Bê a Bá e a DB, notamos o cres-cimento no setor de distribuição e tivemos a necessidade de ampliar o centro de distribuição para atender nossos clientes. Trabalhamos muito e nós, da diretoria, bem como nossos co-

DB Brasil é referência na história do atacado de Brasília e do ramo que atende grandes redes de lanchonetes, bares, restaurantes e padarias

Crescimento de food service gera força nas vendas locais e interestaduais

Crescimento de food service gera força nas vendas locais e interestaduais

EMPRESA EM FOCO

12 • MARÇO|ABRIL nº 4 ANO V

Page 13: Revista Carga de Notícias nº 4

laboradores, atribuímos a isso o nosso crescimento”, afirma Heda.

Para a mudança do centro de dis-tribuição da DB Brasil, foram realizados diversos estudos, para que a estrutura atendesse as exigências da empresa e dos clientes. Heda ressalta alguns pontos: “O tamanho do terreno foi fundamental para a mudança, é difícil encontrar um local de grande perímetro próximo dos grandes centros. Outro fator importante é que o governo tem uma previsão de que em até três anos seja construído um anel viário nas proximidades da empresa. Esses e outros pontos fizeram com que a empresa viesse para Ceilândia”, reforça.

A empresa ainda está no centro de duas saídas, a BR 060 e a BR 070, que au-xiliam no transporte de mercadorias tan-to no Distrito Federal quanto em Goiás, onde também tem clientes. A DB Brasil iniciou seus trabalhos com distribuição logística em 1977 no Distrito Federal, quando era a Bê a Bá Atacadista, com a

comercialização de embalagens. Devido ao crescimento da demanda de mer-cado, a empresa aumentou a linha de produtos com direcionamento ao ramo alimentício, com foco no food service.

Hoje, a DB do Brasil é dirigida por Heda

Valim, responsável pela administração, e por Danilo Valim, que dirige a parte co-mercial da empresa. Ambos são filhos de Adão Gomes Pereira e Vilma Aucélio Valim, fundadores da Bê a Bá Atacadista e con-selheiros administrativos da distribuidora.

Quer saber mais? Acesse:

EMPRESA EM FOCO

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MATÉRIA DE CAPA

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Maus ventos para o Brasil

E para piorar, a tempestade agravou-se no Distrito Federal, que herdou do último

governo déficit econômico e dívidas que não deixam espaço para um bom

início de ano. Aos empresários, sobram as alterações nos procedimentos de

apuração, seguridade social e tributação

Ao passear pela editoria de economia de jornais é difícil acreditar que estamos no mesmo país que há alguns anos, mais especificamente em 2009, era retratado pelo The Economist como um exemplo de crescimento econômico, pronto para alçar

um crescimento nunca antes visto na América Latina. Na época, as taxas constantes da di-minuição de desempregos, o crescimento das empresas e os micro e pequenos empreen-dedores ganhavam confiança e força para investir e, ao mesmo tempo, geravam expec-tativa de melhora. Num tempo em que o mundo se via num momento delicado, o Brasil despontava como um país que tinha tudo para equiparar-se com grandes economias.

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Quatro anos depois, o mesmo jornal que ilustrou o Cristo Redentor como um foguete pronto para decolar, agora tra-zia a pintura da estátua em queda livre; e em edição do mês de fevereiro deste ano, a capa “O atoleiro do Brasil” (“Brazil’s quagmire”) relata duras críticas à gestão da atual presidente da República, Dilma Rousseff, e ao modelo econômico segui-do nos últimos tempos.

Quando finalmente veio à luz, e tudo de uma vez, o que ficou escondido para não assustar novos investidores agora as-sombra até os que não cogitavam sepa-rar-se do Brasil. Vide a última pesquisa da Serasa Experian, que indica uma queda de 5,9% na abertura de novas empresas em janeiro deste ano, comparado ao mesmo período de 2014.

As últimas décadas não foram lineares, com altos e baixos, mas o País se viu livre por um bom tempo, entre 2002 e 2008, da inflação e do desequilíbrio econômico. A má notícia é que agora maus ventos ar-rastam o Brasil de um lado para o outro. O baixo crescimento, a inflação de 7% (ao ano) e as taxas que sobem em níveis altos e sem freio parecem brincar com o des-preparo de todos. Isso, inevitavelmente, significa retração de investimento e de linhas de crédito para empresários e con-sumidores e uma tímida reação por parte das empresas.

“Nós tivemos um [ano de] 2014 bem abaixo do que esperávamos, por isso, já começamos 2015 apreensivos. Todos os empresários têm se colocado na defensi-va. Os analistas já avisaram que esse será um ano difícil e sentimos isso no comér-cio varejista, com o fechamento de muitas lojas”, afirma Adelmir Santana, presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal. Um exemplo do atual cenário no DF é a tímida expectativa nas vendas do setor atacadista para a Páscoa, que não aguardam surpresas, mas cerca de 5% comparado ao mesmo período de 2014.

A questão é que o Governo Federal não para de divulgar as mudanças emer-gentes na tentativa de salvar o País – medidas essas que afetam os cidadãos, sejam eles empregados, empregadores ou funcionários públicos. Tudo isso em meio a uma nítida compensação do ônus de decisões ineficientes diante das contas públicas.

Em entrevista para a Revista Carga de Notícias de Janeiro/Fevereiro, o econo-mista Raul Velloso afirmou que as novas medidas precisavam conciliar contas pú-blicas e um modelo econômico em favor do investimento privado. “Quanto mais convincentes formos nessa empreitada, menos dolorosa será a transição para um novo Brasil que cresça ao menos perto da média mundial”, sugere Velloso.

José do Egito, presidente da Asso-ciação Brasileira de Atacadistas e Distri-buidores de Produtos Industrializados (ABAD), afirma que a decisão de aumen-tar a Selic para 12,75% ao ano – o quarto acréscimo consecutivo – é um freio para a economia e dá continuidade a um processo que segue penalizando de forma inclemente o cidadão e o setor produtivo, o qual, até o momento, arca pratica-mente sozinho com a responsabilidade de fazer o País voltar a investir, produ-zir e crescer.

Ainda segundo Egito, a visão do Ban-co Central de que o aperto é indispen-sável ao equilíbrio da economia vai con-tinuar a garrotear as empresas e reduzir o consumo e os investimentos, gerando consequências nefastas para o emprego e para o crescimento.

Apesar das dificuldades políticas atuais, a ABAD trabalha com um cená-rio em que as medidas da nova equipe econômica do governo surtam efeito e onde o consumo de produtos mercea-

“O resultado é que empresas e famílias são naturalmente impedidas de maiores gastos, já que a renda e o capital disponível ficam comprometidos por causa da alta dos preços de energia e combustíveis”

ris se mantenha consistente, permitindo que o crescimento do setor atinja algo entre 1,5% e 2%. “Por conta disso, a enti-dade tem uma projeção de crescimento moderado para 2015, levando em conta

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“Hoje não lutamos para crescer, e sim para manter as empresas.”João Orivaldo, proprietário da Nova Amazonas

pesquisas que apontam o crescimento nas vendas do varejo de vizinhança que possui entre um e quatro checkouts, justa-mente o principal segmento onde atuam os agentes de distribuição, em detrimen-to das grandes lojas”, aponta o presidente da entidade, José do Egito.

Para entender a gravidade dessas ações, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ele-var, no dia 4 de março, os juros básicos da economia de 12,25% para 12,75% ao ano, uma alta de 0,50 ponto percentual.

Nuvens negras no DFO Distrito Federal começou o ano de

maneira preocupante: hospitais com ca-rência de remédios, muitos desaparecidos das prateleiras há tempos; educação sus-tentada por professores que receberam salários atrasados e só ganharam a pro-messa de quitação para o início de março

desse ano, dente outros apuros. Além das reclama-

ções, a capi-

tal federal começa a receber dados que comprovam outros infortúnios: desde o início de 2014, o Sindicato do Comércio Varejista do DF contabiliza que 1.115 lojas encerraram as atividades.

Uma das questões levantadas pelos empresários do Distrito Federal é a falta de incentivos por parte do governo, além da limitada fiscalização e a necessidade de um diálogo mais próximo. “A carga tributária [no DF] é muito pesada. Todos os outros estados impedem a entrada de atacadistas de fora, mas no DF não tem essa fiscalização, todos podem vender aqui e essa é uma situação delicada. Ago-ra entrará em vigor a Substituição Tributá-ria [no Distrito Federal] e, em Goiás, não. Mais uma vez teremos nossa situação pre-judicada enquanto o estado vizinho não tem esse problema. Hoje não lutamos para crescer, e sim, para manter as empre-sas. Se esses pontos forem analisados e alterados, nossas vendas serão facilitadas”, afirma o proprietário da Nova Amazonas, João Orivaldo.

Com a esperança de que o novo gover-nador, Rodrigo Rollemberg, fosse cumprir todos os compromissos, o DF aguardou

nos primeiros meses um milagre, que obviamente não aconteceu. Ainda

assim, o GDF promete organizar a Casa e dialogar com as en-tidades e a sociedade.

No dia 12 de fevereiro, o secretário de Estado de Fazenda do DF, Leonardo Colombini, recebeu o presiden-te do Sindicato do Comércio Atacadista, Roberto Gomide, e representantes dos setores de bebidas, materiais de constru-ção e autopeças. Gomide afirma que na conversa pôde perceber a familiaridade do secretário com Brasília, não somente o funcionamento da capital federal, mas também a ciência dos sofrimentos dos empreendimentos que permanecem aqui, o que o tranquilizou. Alguns ajus-tes foram prometidos, outros grupos de

estudos foram criados para que Sefaz/DF e Sindiatacadista/DF entrem em acordo sobre o que fazer para impulsionar o setor no DF.

O diretor da Pescista Autopeças, Vini-cius Bueno, afirma que crises são momen-tos propícios para ousar; porém, não prevê investimentos para a empresa. Isso por que com o aumento do MVA para autopeças (veja mais nas próximas páginas), que teve início em 1º de fevereiro, Goiás se tornou mais competitivo em relação ao DF, uma vez que adiou o acréscimo em mais 60 dias. Ele aponta, também, que 90% dos for-necedores fizeram reajustes nos preços de até 16%, isso apenas entre janeiro e feverei-ro, o que preocupa, pois de dezembro de 2014 para janeiro de 2015 as vendas des-pencaram em 30%, resultando na demis-são de 20% dos funcionários do quadro. A Pescista Autopeças confirma os dados da última pesquisa de Emprego e Desempre-go (PED), que mostra que, em janeiro, dois mil empregos foram extintos no comércio.

De acordo com a Associação Comer-cial do Distrito Federal (ACDF), pelo me-nos 21 mil postos de empregos sumiram desde o ano passado. Já na empresa Nova Amazonas, há uma tentativa intensa para a não diminuição do quadro de funcioná-rios. “Para não demitir eu tenho que tentar ao menos manter o faturamento da em-presa. Não prevejo demissões, mas se o que planejamos não funcionar [as demis-sões] podem acontecer. Agora estamos trabalhando para que não aconteça”, afir-ma o proprietário, João Orivaldo.

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O que muda para o

empresário do setor

atacadista distribuidor

Voltado para o setor atacadista/distribuidor, as alterações abrangem principalmente o âmbito tributário que é, desde sempre, uma preocupação inerente para os empresários.

Aos que apuram pela Lei nº 5.005/12, aos optantes ao Simples Nacional ou os que apuram como Substitutos

Tributários, muitas mudanças ocorreram no âmbito do Distrito Federal. A Revista Carga de Notícias traz um levantamento sobre essas mudanças e a explicação do assessor tributário Jacques Veloso sobre as modificações.

NO DISTRITO FEDERALST para bebidas quentesA previsão de entrada desse regime

em 1º de abril de 2015 preocupa o setor pois a inclusão das bebidas na Substitui-ção Tributária (ST), sem que o Estado de Goiás o faça, gera uma enorme perda de vendas. As experiências comprovam, em outros tempos, e o impacto direto nas vendas chegou a 30% de queda. Além disso, há ainda uma necessidade de mais caixa, pois o atacado passa a financiar não só a compra da bebida como o ICMS incidente sobre esse, que será devido por seu cliente.

Aumento da ST para autopeçasNeste caso, além do impacto no signi-

ficativo aumento de preço, que gera por si só uma retração de vendas, ainda exis-te o problema de Goiás ter adiado por 60 dias a vigência do novo MVA, de 71,78%. Portanto, serão 60 dias de concorrência desigual entre os atacadistas locais e os daquele Estado.

Lei 5.005/12 e mu-danças no procedi-mento de apuraçãoA edição da Portaria

Sefaz 267 e do Ato Inter-pretativo 97/14 trouxeram obrigações acessórias complexas e, ao mesmo tem-po, questionáveis. O fato é que todo o setor atacadista optante pela Lei 5.005/12 terá que refazer seus livros fiscais desde outubro de 2011, o que por si só implica em um considerável custo administrativo. Além disso, terão que ser feitas adapta-ções de sistema para emissão das notas fiscais que, aos olhos do Sindiatacadista/DF, são de difícil ou impossível atendi-mento. As negociações com a Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal já estão em curso para suavizar as medi-das impostas e o Sindicato espera que, até o final abril de 2015, encerra o prazo de adequação dessas normas, alguns ajustes já tenham sido admitidos pelo Distrito Federal.

Suspensão do Pró-DF IINo dia 2 de janeiro, foi publicado no

Diário Oficial do Distrito Federal o De-creto 36.244/15 , que suspende, por 120 dias, o Pró-DF II (Programa de Apoio ao Empreendedor Produtivo do DF), abrindo brechas para a prorrogação da suspen-são. A ação prejudicou empresas que já haviam se planejado para dar continuida-de aos investimentos e afugentou inves-tidores que pretendiam vir para o Distrito Federal. O caso é preocupante pois esse se torna mais um impedimento para que empresas invistam no DF.

Aumento da alíquota de ICMS de combustíveis de 25% para 28%O aumento do ICMS, somado a co-

brança da CIDE e PIS COFINS, impactam num aumento médio dos combustíveis

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em 15%. Considerando que o setor ata-cadista gasta em torno de R$20 milhões por mês na aquisição de combustíveis, estima-se um impacto no setor de R$3 milhões por mês ou R$36 milhões ao ano, algo significativo que certamente impac-tará nos preços finais.

BRASILPIS/Cofins Neste tópico são duas mudanças

significativas que atingem o setor ataca-distas: a primeira trata da edição da Lei 12.973/14, que volta a prever que a recei-ta bruta inclui o valor do ICMS, apesar da decisão do STF. Neste caso, como se trata de lei novas, todos que já possuíam deci-sões judiciais favoráveis ou ações em an-damento terão que renovar a discussão com base nesta norma.

Outra mudança no PIS/COFINS é a volta de sua incidência sobre os combus-

tíveis, o que onera um dos importantes insumos da atividade atacadista.

IPI para cosméticos e perfumariaNeste caso, a alteração da lei atinge

especificamente os atacados de fábrica, ou seja, aqueles atacados que são co-ligados a indústria, pois havia uma re-dução do preço de venda da indústria para este atacado gerando economia de IPI, o que não mais ocorrerá diante da equiparação destes atacadistas à própria indústria.

CIDE para combustíveisNovamente, o impacto é direto no

importante insumo do setor. Não, apenas para o setor atacadista, como demonstra-ram as manifestações de caminhoneiros durante a última semana de fevereiro. O aumento de gasolina, diesel e álcool incide diretamente sobre empresas que depen-dem de transportes, como é claramente o caso do atacado, mais servido por diesel.

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Secretário de Desenvolvimento aponta possíveis

desafios e melhorias que o Distrito Federal terá com o novo

governo

Secretário de Desenvolvimento aponta possíveis

desafios e melhorias que o Distrito Federal terá com o novo

governo

Arthur Bernardes assegurou que setor poderá contar com caminho estreito e diálogo transparente durante os próximos anos

ENTREVISTA

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Diante das dificuldades herdadas, a atual gestão do Governo do Dis-trito Federal corre contra o tempo

para cumprir os compromissos de cam-panha, além de resolver os problemas resultantes da administração governa-mental anterior. Porém, mesmo com o cenário econômico nacional estagnado, o Governo do DF vislumbra um relacio-namento com o setor produtivo basea-do no diálogo, estreito e sem burocra-cias, visando a busca de soluções.

Uma das mudanças do governador Rodrigo Rollemberg foi na Secretaria de Desenvolvimento, que, a partir de 1º de janeiro, passou a se chamar Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentá-vel (SEDS). Liderada pelo advogado tri-butarista Arthur Bernardes, a pasta ficará responsável por estreitar os rumos de negociações com empresários, visando o desenvolvimento econômico do Dis-trito Federal.

Arthur Bernardes de Miranda traba-lhou na Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico do Ministério da Educação como consultor do Programa das Na-ções Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), secretário-geral e diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambien-tal, entre outras funções. O secretário de Desenvolvimento do Distrito Fe-deral revela as mudanças do governo e as melhorias que os empresários do Distrito Federal poderão contar com a nova pasta.

A economia do Distrito Federal vive uma situação crítica nos dias atuais. O que a Secretaria de De-senvolvimento do DF está fazendo para reverter essa situação?Por determinação do governador, a

Secretaria foi totalmente reformulada e passou a se denominar Secretaria de Eco-nomia e Desenvolvimento Sustentável (SEDS). Além dos temas anteriormente tratados pela pasta, como o Pró-DF, o FCO

e o Procidades, a nova estrutura agrega todos os assuntos relacionados à Região Integrada de Desenvolvimento do Entor-no (RIDE), atração de novos investimen-tos para a nossa capital, atendimento às micro e pequenas empresas e um ramo novo no cenário brasileiro, que é a eco-nomia criativa e solidária. Desenvolvendo a cidade e os principais segmentos por meio do apoio governamental ao fomen-to das atividades, com incentivos, capa-citação e outras ferramentas, teremos uma situação positiva de crescimento da economia como um todo, frente aos nú-meros nacionais.

O que os empresários brasilienses podem esperar do desenvolvimen-to econômico do Distrito Federal?Podem esperar dias melhores com

serviços públicos de qualidade e servi-dores capacitados para atender as de-mandas de forma mais célere possível. É inadmissível que na capital da República tenhamos processos tramitando há anos, quando há uma força de vontade do setor produtivo em fazer a economia crescer e se reerguer. Temos que fazer a nossa parte e essa determinação será seguida à risca. Celeridade e transparência são nossas principais bandeiras desde 1º de janeiro.

Em uma entrevista ao programa televisivo Bom Dia DF, o senhor falou sobre a competitividade que o Distrito Federal tem encontrado com os estados vizinhos. O ataca-do distribuidor sofre com a dife-rença da tributação em relação aos demais estados. Existe algum estu-do para solucionar esse problema?Existe sim e esse foi um problema

que visualizamos no local, no Polo JK. Foi bastante triste chegar dias atrás a uma grande empresa varejista de eletrônicos e verificar seu espaço de mais de 9 mil m² quadrados com apenas 5% da capa-cidade de armazenamento ocupada por conta da burocracia e da falta de compe-titividade, frente a outros estados, com quase dois mil quilômetros de distância da gente. Esse empreendedor, por exem-plo, leva sua mercadoria de Brasília para Vitória, no Espírito Santo, e traz de volta pra cá, quando vai revender ao consu-midor final. Isso gera uma cadeia nociva para a economia e nosso maior desafio será enfrentar efetivamente essa realida-de o mais rápido possível.

O setor, representado pelo Sindia-tacadista/DF, luta há anos para a construção do Polo Atacadista. O que a SEDS/DF pode fazer para cola-borar com esse plano de expansão?

“Por determinação do governador, a Secretaria foi totalmente reformulada e passou a se denominar Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável”

Qual será o trabalho de maior ên-fase da Secretaria?Todas as áreas são tratadas iguali-

tariamente, dentro do mesmo grau de importância que devem ter. Uma das determinações do governador é que os acessos às instâncias governamen-tais estejam desburocratizados e cada dia mais facilitados aos empreendedo-res. Essa é a receita para gerar mais em-prego, renda e desenvolvimento para todo o DF.

ENTREVISTA

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Page 22: Revista Carga de Notícias nº 4

Quer saber mais? Acesse:

Leia mais entrevistas com personalidades da

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A principal determinação do gover-nador no trânsito do governo com o se-tor produtivo é o diálogo. E é isso o que estamos fazendo desde o primeiro dia de gestão. Nossa meta é ouvir as principais demandas e construir em conjunto as so-luções para o setor que atendam aos em-preendedores, deem celeridade aos pro-cessos e resolvam os principais gargalos, incentivando projetos e iniciativas que colaborem com nosso desenvolvimento.

O que o empresário de outro esta-do, que queira instalar a empresa no DF, encontrará? A capital de todos os brasileiros, uma

cidade jovem às vésperas de completar 55 anos, com inúmeras oportunidades para criação e expansão de suas ativi-dades comerciais e industriais, com um poder público aliado ao crescimento econômico da cidade, num processo de celeridade e transparência de suas ações.

Como será a política de concessão de lotes para empresário no DF? Esse é um setor que passa por uma

grande reestruturação. A política de con-cessão é excepcional, criada, inclusive, pelo nosso deputado federal Rogério Rosso, na época em que foi secretário da pasta que herdei atualmente. Mas ela precisa retomar seus critérios e precisa ter transparência. Essa é a principal re-clamação que ouço de todos os setores, que o governo não é transparente nas suas ações nesse quesito. Na velocidade em que vivemos de informações, não se pode admitir que não tenhamos acesso irrestrito a todas as fases de um processo simples como esse.

Recentemente, foi publicado um decreto do GDF que suspende os processos de concessões de lotes. Como a Secretaria está planejando se posicionar diante disso? Todos os processos em andamento

na Secretaria até 1º de janeiro estão pas-sando por uma reanálise profunda, com

equipe de técnicos para sanar dúvidas, reavaliar documentos e procedimentos, criar novos fluxos e tornar o proces-so como um todo mais transparente e eficaz. Isso será feito no menor espaço de tempo possível para não causar pre-juízos aos empreendedores e à gestão do governo. A suspensão de novas con-cessões por 120 dias se fez necessária durante esse período exatamente para que pudéssemos estudar os processos e tornar esse rito mais rápido e eficiente.

Como ficam os empresários que es-tavam com processos em andamen-to diante dessa situação? Todos os processos estão tramitando

internamente e tão logo cessem os 120 dias voltarão a produzir seus efeitos. Em caso de dúvida, nossa equipe está à dis-posição para quaisquer esclarecimentos.

No estado vizinho - Goiás -, o em-presário tem um tratamento dife-renciado quando resolve investir por lá. Como exemplo: equipes auxiliam no planejamento do em-presário, entre outras ações. No DF, o empresário terá um tratamento semelhante? Temos esse tratamento já disponi-

bilizado desde 1º de janeiro. Como falei anteriormente, a determinação do go-vernador é desburocratizar ao máximo o processo público e trazer cada dia mais informação e auxílio ao empreen-dedor, além de políticas para atração de novos investimentos.

De uma maneira geral, como será o relacionamento entre a Secretaria e o empresariado? Estreito, baseado em um diálogo

franco e transparente, com informações e políticas públicas eficientes no fomen-to ao desenvolvimento econômico sus-tentável da nossa cidade.

O DF perdeu grandes empresas nos últimos anos, a exemplo da Gravia. A Secretaria irá atrás dessas empre-

sas? Pretende trazê-las para o DF novamente e, assim, garantir o de-senvolvimento do DF? Nosso papel como Estado é garantir

ao empreendedor as ferramentas ne-cessárias para que sua empresa se esta-beleça, cresça e prospere. Se formos no sentido contrário, fatalmente estaremos fadados ao fracasso de nossas ações enquanto poder público e amantes da nossa capital.

“A capital de todos os brasileiros, uma cidade jovem às vésperas de completar 55 anos, com inúmeras oportunidades para criação e expansão de suas atividades comerciais e industriais, com um poder público aliado ao crescimento econômico da cidade, num processo de celeridade e transparência de suas ações. ”

ENTREVISTA

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Empresários do setor atacadista/distribuidor afirmam que houve acréscimo considerável no preço dos produtos e, por isso, os consumidores devem apelar para pesquisas na hora de comprar ovos de chocolates, bebidas e pescados

N o dia 5 de abril será celebrado o domingo de Páscoa. Tradicionalmente, a busca por ovos de chocolates e ou-tros doces movimenta o comércio de uma forma geral.

Esta é uma das três datas mais importantes para o comércio, em termos de aumento considerável nas vendas. A espera para este ano é um acréscimo de 5% nas vendas do setor atacadista, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2014, a expecta-tiva foi a mesma: 5%, em relação a 2013.

Já o superintendente da Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), Marcelo Marinho, está mais otimista. Segundo ele, a expectativa dos supermercadistas é de que as vendas cres-çam 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além dos ovos de chocolate, outros produtos também ganham destaque nas prateleiras dos grandes supermercados. Uma grande variedade de pescados, bebidas como vinhos, e condimentos como azeite estão nas listas dos que fazem compras para celebrar a data.

Páscoa gera expectativa de 5% no aumento das vendas

DE OLHO NO CRESCIMENTO

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De acordo com Adolfo Plá Pujades, proprietário da Santa Lúcia Pescados, a procura é maior por salmão, filé de medusa, tilápia, entre outros. O em-presário ressalta que os preços dos pescados devem aumentar, em média, 20%, mas que não vê isso como barrei-ra para os que consomem o produto no período, que tem início na véspera da quarta-feira de cinzas e ganha força durante a tradicional quaresma – tradi-ção cristã -, quando os consumidores se abstêm de carne vermelha. Segun-do pesquisas realizadas no segmento de pescados, o aumento nas vendas chega a até 25% nesse período, em re-lação aos outros meses.

Quanto ao tradicional ovo de cho-colate, a Associação Brasileira da In-dústria de Chocolates, Cacau, Amen-doim, Balas e Derivados (Abicab) não espera mudanças na produção para a Páscoa deste ano: cerca de 20 milhões de toneladas, uma média de 100 mi-lhões de ovos.

De acordo com Marcos Aurélio Aguiar, proprietário da Apoio Distribui-dora, a previsão de vendas da empresa é de 7% a mais, em relação ao mesmo período do ano passado. O ajuste nos preços dos ovos de chocolate deve chegar a 10%, segundo Aurélio, garan-tindo alguma margem de faturamen-to. Porém, o empresário ressalta que o consumidor está mais cauteloso com os gastos. Isso acontece por causa do momento delicado que a economia brasileira vive. “As mudanças de preços também estão influenciando o hábito de compra do consumidor. Os clientes estão buscando produtos que o satis-façam com menor custo, por isto a ex-pectativa é que sejam feitas pesquisas de preço. Mas ainda que as compara-ções se tornem mais constantes, a Pás-coa tem um apelo emocional grande, e é um momento especial para todos.

“Neste período, praticamente dobramos o número de promotores nas lojas e damos total apoio aos nossos clientes para fazer desta data um sucesso de vendas e, mais do que isso, um momento ímpar para o consumidor celebrar a data com seus familiares e amigos”

No fim, a tendência é que após toda a análise realizada pelo consumidor, ele acabe levando algum produto para casa”, afirma Aurélio.

Os ovos infantis são os campeões de vendas do período, com produtos que dão à criançada o delicioso cho-colate e diversão, sendo os brinque-dos oferecidos pelas fabricantes como a grande estratégia de marketing. Aurélio aponta as marcas que fazem sucesso com as crianças: “Ben10, Ho-mem Aranha, Barbie, Hello Kitty, entre outros, são os mais vendidos, tanto que esgotam com facilidade nas pra-teleiras dos supermercados”, comenta.

Mas não sãos apenas os pequenos que se agradam com os ovos de cho-colate. Na linha adulta, o Sonho de Val-sa é o ovo mais vendido do Brasil e, em Brasília, não é diferente. Outras mar-cas são ícones em ovos, com vendas expressivas, como: Diamante Negro, Laka, Bis, dentre outras.

Preparação do Atacado para a PáscoaComo de costume, as empresas

atacadistas e distribuidoras começam o planejamento de abastecimento do varejo para a Páscoa no fim do mês de janeiro. Nesse período, estuda-se o volume a ser comprado e cria-se um plano detalhado da distribuição estra-tégica para o cliente.

Além de planejar toda a ação de vendas, a empresa ainda investe no aumento de profissionais. Marcos Au-rélio explica o motivo: “Como se trata de um momento especial, onde ve-mos as lojas com as grandes parrei-ras montadas - espaço onde são ex-postos os ovos -, dando espaço extra em praticamente toda a loja, há um aumento muito grande da demanda de trabalho. Por isso, precisamos re-forçar nossa equipe de merchandising para o abastecimento e abordagem dos consumidores.

Marcos Aurélio, proprietário da Apoio Distribuidora

DE OLHO NO CRESCIMENTO

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Sindiatacadista/DF promove curso de Telemarketing para o Atacado e Cobrança e Análise de CréditoPreleções acontecem em abril e visam o treinamento de venda, análise de crédito, cobrança e atendimento por telefone, voltados para as peculiaridades do setor atacadista/distribuidor

D evido a demanda de inscritos no curso de Cobrança e Análise de Crédito, o Sindiatacadista/DF pro-

move, entre os dias de 6 a 10 de abril, uma nova preleção sobre o tema. As vagas são limitadas e, nessa ocasião, haverá prefe-rência aos que estavam na lista de espera do curso anterior. O evento acontece na sede do Sindicato, em Taguatinga (DF) e o curso será ministrado pelo consultor Ro-binson Santos.

Em maio, também acontece o curso de Telemarketing para o Atacado, entre os dias 25 e 29, das 19h às 22h, também na sede do Sindiatacadista/DF. O treinamen-to é voltado para o atendimento de recep-tivo e ativo, além de abordar técnicas de venda por telefone e peculiaridades do cliente do atacadista distribuidor. O curso será ministrado pelo especialista em Ges-

tão de Recursos Humanos e consultor da área, Bruno Silva, que já conta com expe-riência na supervisão de diversos call cen-ters, inclusive em empresas atacadistas.

Para participar dos treinamentos é necessário inscrever-se junto à entidade, seja por telefone ou pelo formulário en-viado por e-mail. Ao final, o Sindicato en-via a confirmação de participação aos que se inscreverem primeiro, já que as vagas são limitadas e cada empresa pode incluir até dois funcionários por preleção. Por ser um benefício do Sindiatacadista/DF para os associados, o curso é gratuito para em-presas em dia com as contribuições.

É importante alertar que a inscrição sucedida do não comparecimento do participante ao curso pode gerar a ex-clusão nos próximos treinamentos. Para receber o certificado, o aluno deve com-

parecer a, pelo menos, quatro dias de curso e obter resultados satisfatórios nas dinâmicas e tarefas.

Outros eventos desse cunho devem acontecer durante o ano, como Recicla-gem de Operador de Empilhadeira; Café com o associado; Café com autoridade; Workshop sobre a nova Convenção Cole-tiva de Trabalho que começa a ser nego-ciada em março; Arrumador e promotor de vendas, dentre outros.

Quer saber mais? Acesse:

Acompanhe nosso site e fique por dentro dos cursos

mensais promovidos pela entidade:

EVENTOS

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Page 26: Revista Carga de Notícias nº 4

M ais de 200 kits escolares foram entregues em escolas públicas no dia 5 de março. A ação faz parte da cam-panha Volta às Aulas, que anualmente recolhe doações

de materiais escolares e monta kits, distribuídos para alunos que não tem condições de adquirir o material básico para estudo. Os estudantes selecionados foram apontados conforme a necessi-dade e pela própria instituição de ensino.

“Essa é uma oportunidade especial que temos em tornar real o nosso pensamento como entidade. Acreditamos que é a partir da educação de qualidade que teremos um mundo com cidadãos melhores e mais preparados para levar o Brasil adiante. Nossa intenção é que a falta de material não seja um obstáculo para o futuro dessas crianças”, afirma Roberto Gomide, presidente do Sindiatacadista/DF.

Os kits são compostos por dois lápis pretos, uma bor-racha, uma caixa de lápis coloridos com 12 unidades, um apontador, uma régua, uma tesoura sem ponta, uma cola e dois cadernos. A entrega foi realizada na escola de Ensino Fundamental 02, na Cidade Estrutural; e na Escola Classe 16, em Taguatinga. Os kits foram destinados a estudantes entre 4 e 8 anos de idade, com vista à valorização e ao resgate da dignidade da criança e da família.

A próxima campanha social do Sindiatacadista/DF acontece ago-ra em abril, e visa a doação de chocolate, pela celebração da Pás-coa, para 1 mil crianças. Você pode ajudar! Entre em contato com o Sindiatacadista/DF e faça a sua doação. (61) 3561-6064 ou [email protected]

Duzentos kits distribuídos na

campanha Volta às Aulas 2015

Alunos da rede pública foram escolhidos pela própria escola, com o critério de necessidade. Os kits foram montados a partir da doação dos empresários do setor e da própria entidade

Quer saber mais? Acesse:

Fique por dentro das nossas ações sociais

EVENTOS

Curso de Planejamento Estratégico para RHEntre os dias 26 e 30 de janeiro, ocorreu na sede do Sin-diatacadista/DF o curso de Planejamento Estratégico para RH. Ministrado pelo consultor Bruno Silva, o treinamento abordou temas como: etapas do planejamento estratégi-co; estruturação da equipe; plano de ação; comunicação interna, dentre outros.

Workshop sobre a Lei nº 5.005/12O Workshop Jurídico, promovido pelo Sindiatacadista/DF, reuniu mais de 160 pessoas no auditório da Faculdade Se-nac, em Brasília (DF). O evento foi realizado a fim de sanar as dúvidas dos participantes acerca da Lei nº 5.005/12, principalmente voltados para as alterações nos procedi-mentos de tributação. O assunto foi abordado pelo presi-dente do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide; o especia-lista em tributação Jacques Veloso; e o diretor executivo do Sindicato, Anderson Nunes. A ação foi aberta gratuita-mente para associados e contribuintes.

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O desafio da venda entre empresasA venda entre empresas tem características próprias. Neste livro, o autor Renato Romeo

mostra que a forma de vender, neste mercado, é tão importante quanto o que é vendido. Ele destaca que, nesse processo, o vendedor se torna um diferencial (para o bem ou para o mal) e recorda, aos que estão adaptados com esse tipo de transação, sobre a visão de quem compra. Afinal, muitos anos de mercado podem tirar do vendedor a visão empática sobre o cliente.

O autor aborda todo o processo na negociação, como ciclo de venda, planejamento da prospecção de clientes, estratégia em oportunidades de venda, retorno sobre investimen-to, elaboração de uma proposta eficaz, preparação para uma negociação bem-sucedida, ba-lanceamento e gerenciamento das atividades de vendas, relacionamento com os clientes e orientações adicionais para que os processos, as técnicas e os conceitos abordados sejam corretamente integrados ao dia a dia do vendedor e de sua organização.

Embora tenha como objetivo ajudar empresas e indivíduos que atuem em mercados com-plexos e altamente competitivos a ter um melhor desempenho em vendas, a obra também é indicada para quem não trabalha diretamente com o segmento, mas tem funções relacionadas ao objetivo de trazer resultados de vendas para a organização. O livro é indicado especialmente para todos os que estão envolvidos diretamente no setor atacadista/distribuidor. Vale a pena!

A história de um gênioSe você é daqueles que empreendeu indo contra opiniões e negativismo, vai se surpreen-

der ao reconhecer-se na telona. “A Teoria de Tudo” conta a história do físico Stephen Hawking e das descobertas importantes que fez sobre o tempo. Envolto a isso, a história de romance que viveu ao lado de Jane Wilde e como foi a luta contra a doença degenerativa que deu os primei-ros sinais aos 21 anos. O filme está nos melhores cinemas de Brasília.

Séries: Sobre crises e como controlá-lasCom uma mistura de ousadia e poesia visual, Wagner Barja terá as obras da mostra Expe-

riência Tumulto III expostas no Centro Cultural Bando do Brasil (CCBB), em Brasília. De 25 de fe-vereiro a 20 de abril, a mostra utiliza-se da linguagem plástica na produção de propostas expe-rimentais que expõem diversas fases da carreira do artista, conhecido por desconstruir humor e ironia, linear e estabelecido. São 30 obras que vão desde instalações em vídeo-esculturas a objetos e fotografias de grandes dimensões – muitas inéditas no Brasil. A indicação é livre e a entrada franca. Verifique o funcionamento do local no site www.culturabancodobrasil.com.br.

CARGA CULTURAL

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