Revista Ciências em Rede

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CIÊNCIAS EM REDE ERER e o ENSINO DE CIÊNCIAS

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Revista produzida pelos Professores de Ciência da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis.

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CIÊNCIAS EM REDE

ERER e o ENSINO DE CIÊNCIAS

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Sumário

Dicas 4

Dicas de Saída de Campo 6

Realizando experiência com água 9

Ciências para os pequenos 10

Literatura em Ciências... Divertindoe Ensinando 12

Interdisciplinaridade 14

ERER e o Ensino de Ciências 18

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Super DicasPara baixar livro e jogo sobre a Mata Atlântica;

http://www.mata-atlantica.educacaocerebral.org/

Programa maravilhoso para baixar e usar em aulas de Astronomia:

http://www.stellarium.org/pt/

Mistérios...

http://misteriosdomundo.com/as-7-extincoes-mais-misteriosas-do-historia

Vídeo sobre evolução:

http://www.youtube.com/watch?v=hOfRN0KihOU&feature=youtu.be

32 fotos microscópicas que fazem coisas do dia-a-dia parecerem saídas de um pesadelo

http://a.ciencia.vc/1fQouVM

No Facebbok...

https://www.facebook.com/NomesCientificosNoFace?hc_location=stream

https://www.facebook.com/pages/Biologando/518264808229563?hc_location=stream

https://www.facebook.com/biologiaparatodos1?hc_location=stream

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Confira 8 filmes adolescentes inspirados em clássicos da literatura:

http://abr.ai/1atE2JB

Dica de LeituraCiências Para Pais E FilhosCarol Vorderman

SinopseEsta é a obra ideal para os pais reverem conceitos de biologia, química e física, para que possam ajudar seus filhos nos estudos. Combinando diagramas, ilustrações e explicações detalhadas sobre cada tema, traz uma inovadora abordagem visual que facilita o aprendizado e simplifica temas complexos. Fornece noções de anatomia, botânica, evolução, genética e zoologia; esclarece as propriedades dos elementos químicos, suas fórmulas e reações; e desenvolve até os mais difíceis conceitos de física, como eletromagnetismo e ondulatória, entre outros.

Vídeo sobre Genoma

http://www.portacurtas.org.br/imagens/fotos/genoma_2020-S.jpg

Dica de blog com experimentos:

http://clube-ciencia.blogspot.com.br/

Blog do Grupo de Ciências da PMF

http://ciencias-rede.blogspot.com.br/

O Livro do CientistaO físico Marcelo Gleiser,conduz o leitor numa viagem pela história do pensamento científico a partir de sua própria experiência. Gleiser conta um pouco de sua trajetória pessoal e refaz a história da ciência no Brasil e no mundo, apresentando os principais filósofos e pesquisadores de áreas como a astronomia, a matemática, a química, a biologia e a genética.Essa história começa antes do surgimento da ciência, quando as discussões sobre o Universo e sobre a matéria ainda eram ligadas à filosofia e à religião. Gleiser apresenta as idéias e os experimentos de cientistas e pensadores como Platão, Aristóteles, Galileu Galilei, Isaac Newton, Charles Darwin e Albert Einstein, entre outros.O livro da ciência traz fotos de satélite, mapas, pinturas antigas, gráficos e outros elementos que ajudam a entender a fascinante história das descobertas. Organizadas pelo projeto gráfico de Raul Loureiro, as imagens juntam-se às ilustrações de Marcelo Cipis para compor uma divertida e surpreendente introdução ao universo do pensamento humano e suas conquistas.

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A busca por novos métodos deensino eficazes é discutida nosParâmetros CurricularesNacionais, os quais estimulam abusca de atividades diferentesque possam explorar o meioambiente através de umaabordagem multidiscipl inar(BRASIL, 1 998). Assim, as saídasde campo se tornam uma opçãopara osprofessores de Ciências ampliaremos conhecimentos dos alunos e de

não ficarem restritos apenas a sequência deconteúdos dos currículos escolares, pois estametodologia favorece a abrangência dediferentes temas.As saídas de campo facil itam a interação dosalunos com o meio ambiente em situações reaisaguçando a busca pelo saber, além de estreitaras relações entre aluno/professor (VIVEIRO;DINIZ, 2009). Em ambiente natural é possívelagrupar e relacionar os diferentes conteúdos, eesta dependência existente entre uma parte eoutra é que possibi l ita uma abordagem maisampla.A metodologia em discussão proporciona aosestudantes observações diretas de fatos reais, aexploração de diversos sentidos e possibi l itarelacionar a teoria da sala de aula com a práticado seu cotidiano. Leva-os a fazer uma leitura domundo de forma mais ampla partindo do localpara o global (BRASIL, 1 997). É estaa visão de mundo que o aluno precisa ter, poisas mudanças que ocorrem e os fatos queacontecem não se dão separadamente, poisexistem interrelações, onde até mesmo umacontecimento pode influenciar em outro.

O que é uma SAÍDA DE CAMPO?

É uma estratégia deensino/aprendizagem que, bem planejadae bem explorada, desperta o interessedos alunos e leva à sua ativaparticipação, pois permitem a observaçãodireta e em ambientes diversificados. Aabordagem do ensino de Ciências dosanos iniciais e finais numa saída decampo apresenta-se como umaperspectiva completamente diferente ecomplementar do trabalho do professorna sala de aula.Nos últimos anos, as saídas de campo foiuma das modalidades didáticas quecomeçou a ganhar destaque nas aulas de

SAÍDA DE CAMPO: ATIVIDADE QUE POSSIBILITAEXPLORAR UMA DIVERSIDADE DE CONTEÚDOSTRABALHADOS EM SALA DE AULA.

POR QUE É IMPORTANTESAÍDA DE CAMPO?A saída de campo é fundamentalpara relacionar a teoria e aprática ao mesmo tempo em quemostra outras metodologias parao aluno, além daqueles quetendem a uti l izar somente comaula expositiva e dialogada comuso do quadro, giz, data show,

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EMQUAL MOMENTOPODEMOS USAR UMA SAÍDADE CAMPO?

Antes da realização da saída de campo osalunos precisam passar por uma“capacitação”, pois é necessário antes umaexplicação de alguns pontos importantes doconteúdo abordado na referida discipl inapara os mesmos. Este é o momento de unira teoria e a prática. Teoria e prática sãoindissociáveis, definidas como atividadeteórica-prática, composta por um ladoteórico e outro prático, o qual sempre seráo ponto de partida para explicar idéiasseguidas de uma teoria ou o ponto dechegada.

Muito além da sala de aula. . .Aprendendo fora da escola

COMOORGANIZAR UMA SAÍDA DE CAMPO?O QUE É PRECISO?DICAS PARA SAÍDA DE CAMPO.Em primeiro lugar devemos entregar aosestudantes uma ficha de autorizaçãopara que seja devidamente preenchidaem todos os campos de formaobrigatória pelos pais ouresponsáveis do estudante, com umprazo de entrega ao professorresponsável ou na secretaria daescola.Existem diversos modelos deAUTORIZAÇÃO DE SAÍDADE CAMPO. Em anexoapresento um exemplo.

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Portanto, o número

de participantes para aviabil ização do projeto: Deve-

se estipular o mínino de alunosparticipantes e o máximo porônibus.INDISPENSÁVEL:

Entregara ficha de autorização,

devidamente preenchidos, até a data marcada.Pagamento para a empresa de transporte.

Se necessário o número da carteira de identidade de cada aluno ouCópia da Carteira de Identidade na secretaria e a original para o embarque.

Para cada saída de campo é sugerido ao estudante o que ele pode levar:Geralmente é pedido aos alunos: Boné, Garrafa para água, protetor solar, repelentes,

roupas leves, calçados confortáveis, se uti l izar medicamentos que leve, uma muda de roupaextra para imprevistos dependendo do local visitado.Também tem sugestões do que não levar objetos como: equipamentos eletrônicos, jóias e afins.O extravio dos mesmos será de inteira responsabil idade do aluno.Tem muitas escolas que exigem ao aluno na condição que só poderá acompanhar o grupo deestudo se estiver usando uniforme da escola.

Muitas vezes dependendo do local da saída de campo, a escola leva lanche pronto aosalunos, feito na cozinha da escola, assim como, suco e também frutas.

Em quarto lugar A PROGRAMAÇÃO E ROTEIRO DEVE APRESENTAR-SEDE FORMA CLARA PARA TODOS PARTICIPANTES.

Segundo lugar os OBJETIVOS DASAÍDA DE CAMPO:Despertar para o apren izado deforma prazerosa, permitindo aoeducando o comparativo entre ateoria da sala de aula e a realidade.Terceiro lugar a DATA, HORÁRIO DASAÍDA (EMBARQUE) E DORETORNO (DESEMBARQUE),COMBINAR LOCAL GERALMENTENA ESCOLA, O QUE OSESTUDANTES DEVERÃO LEVARPARA SAÍDA DE CAMPO a serproposto pelo professor (es) envolvido(s) na saída de campo.Para agendar a data o professor (es)precisa saber quantos alunos teminteresse em participar da saída decampo. Muitas vezes pode ficarinviável a saída de campo, pelonúmero baixo de alunos participantesdo evento. O custo fica alto para asaída. Se houver interesse damaioria, pode-se marcar uma reuniãocom a empresa, professores, pais ealunos para acertar o pagamento,data, horário e outras informaçõespertinentes a saída de campo.

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Realizando experiênciascom a água

1 )Erosão

Objetivo: Relacionar a movimentação da água

com o arrasto de solo.

1 ° Em uma bandeja, monte uma amostra de solo

de modo a criar camadas com a superfície de

incl inação bem pronunciada.

2° Corte uma garrafa PET de 2 litros ao meio e

use a parte com bico como se fosse um funil

3° Faça um furo bem pequeno na tampa e

coloque água dentro desse “funil”.

4° Segure a metade da garrafa com o “funil”sobre

a amostra de solo e deixe a água correr bem

lentamente. Observe o que acontece por onde ela

escorre – a água forma imediatamente “valetas”.

A formação dessas “valetas” só vai ser

controlada, se incluir sementes de grama a título

de vegetação no experimento.

2) Como limpar a água?

Objetivo: conhecer processos em uso no

tratamento (caso da fi ltração) e na obtenção de

água potável.

1 º Em uma jarra com água, coloque um pouco de

terra e folhas secas. Essa água vai representar a

coletada de lagos e rios – a ideia é agir de modo

a “l impar”essa água

2º Pegue uma garrafa PET de 2 litros e corte-a ao

meio. Na parte do bico, coloque um chumaço de

algodão por dentro da garrafa de modo a fechar o

gargalo.

3º Coloque, depois, algumas pedras pequenas

sobre o algodão e cubra com areia.

4º Despeje lentamente a água “suja” dentro da

garrafa, fazendo-a passar pela areia. Por fim,

compare a água antes e depois da ação do fi ltro.

3) Dilatação anômala da água

Objetivo: Verificar a variação de volume de água,

quando passa do estado líquido para o sólido

1 ° Encha uma garrafa PET de 600 ml com água de

modo a não deixar espaço para o ar. Feche bem a

tampa. Pegue, depois, outra garrafa PET de

mesmo tamanho e feche bem a tampa – em seu

interior, só haverá ar.

2° Observe o formato das garrafas e deixe-as no

congelador por algumas horas (ou seja, até a água

em estado líquido ter se transformado em gelo).

3° Após o congelamento, observe outra vez as

garrafas. O que ocorreu? Aquela só com ar pode

até diminuir l igeiramente de tamanho, enquanto

que a garrafa cheia de água vai ficar estufada,

provando que a água resfriada aumenta de volume.

4)Variação do volume de água e do gelo.

Objetivo: Verificar se há variação do volume de

água em estado líquido em um copo com gelo

depois de ele ter derretido por completo.

1 ° Coloque gelo em um copo transparente e

acrescente água até o ponto que o gelo comece a

flutuar, sem tocar no fundo do copo.

2° Marque, com caneta, a altura que a água em

estado líquido atingiu no interior do copo.

3° Observe o copo após algumas horas, quando o

gelo tiver se derretido. O que terá acontecido com

o nível da água em estado líquido? Nada, isso

porque o gelo, ao flutuar, desloca uma quantidade

de água que é equivalente ao seu peso.

Fonte:http: //educarparacrescer.abri l .com.br/blog/isto-da-

certo/2011 /03/21 /7-experiencias-com-agua-para-fazer-em-

casa/

Dirciane Schimith Dalagnol

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Para os educadores planejar e trabalhar os conteúdos de ciências nasséries iniciais e educação infanti l nem sempre é uma tarefa fácil .Mais importante do que a quantidade de conceitos a ser incorporados éter em mente de que todos os procedimentos realizados durante oprocesso de construção do conhecimento têm de ser vistos comocomponentes de fundamental importância para a realização de umaprática efetiva e valorosa.Nas etapas iniciais da educação básica, temos a oportunidade deinstigar o espírito crítico e investigativo das crianças. A ciência não podeser vista como verdade absoluta, os conhecimentos podem serquestionados econfrontados o tempotodo. É nesse ponto queentra a verdadeira funçãodo educador.O ensino de ciências nosanos iniciais possibi l ita odiálogo, o debate, aobservação do mundo, edos pequenos seres anossa volta, levando aoaprendizado a partir desituações do cotidiano.Seja qual for o assunto abordado é importante que o educador sigaalguns procedimentos científicos/metodológicos adequados como:observação da realidade, levantamento de hipóteses, experimentação,solução de problemas, discussões e leituras. Nessas atividades, éfundamental que os alunos sejam levados a comparar situações e fatos,estabeleçam relações entre causa e efeito, interpretação de resultados,gráficos e informações a partir de experimentos realizados. Cabe aoeducador a dosagem da quantidade e a qualidade das informaçõesexploradas, tendo em vista que todos os conteúdos abordados serãorevistos e estudados pautadamente nas séries finais.Existem alguns passos que contribuem para a sistematização dotrabalho. São eles:•Observação da realidade- A etapa inicial do processo consiste emobservar a realidade para que se possa identificar a situação problemaa ser estudada. Exemplo: As formigas que invadem os ambientesdomésticos.

Mais importante doque a quantidade de conceitossão os procedimentos realizadosdurante o processo deconstrução do conhecimento.

CIÊNCIAS PARA OSPEQUENOS

Dirciane Schimith Dalagnol

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•Levantamento de hipóteses- É nessemomento que podemos explorar toda acuriosidade que é nata nas crianças. Fazerquestionamentos, estimular o surgimento denovas dúvidas e respostas, é a partir dessesquestionamentos que oaluno constróipossibi l idades derespostas para asolução daproblemática levantada.O educador devedeixar claro para osalunos que essasdúvidas serãoresolvidas ao longo do processo deinvestigação. Exemplo: Por que existemtantas formigas em nossas casas e escola?Por que elas vem habitar nossas casas e nãoficam no seu hábitat natural? Que animais sealimentam delas? Do que elas se alimentam?Vivendo em nossas casas elas podem causaralgum risco à nossa saúde?•Experimentação: Esse momento é vistogeralmente como o ápice do processo, porémele não terá valia se não forem realizadosmuitas reflexões sobre esta prática. Caberessaltar que a experimentação é mais umaetapa na aquisição de conhecimentos e queela não deve ser sobreposta às demais. Aexperimentação pode gerar novas dúvidas,cabe ao educador verificar se elas serãoparte desse projeto ou de outro que poderásurgir. É importante que esse momento deexperiência prática seja registrado em formade escrita ou desenho para que os alunospossam confrontar sua a realidade com ashipóteses levantadas inicialmente.Exemplo: Observar o comportamento deformigas no ambiente escolar, no pátio ou emcasa.•Leituras e discussões: Nessa etapa entramas informações científicas descritas pelasdiferentes fontes confiáveis de pesquisa(l ivros, revistas, sites. . . ). Nas séries iniciais épossível investir em leituras de diferentestextos sobre uma mesma temática. Essasinformações científicas é que proporcionarãoo embasamento teórico e que auxil iarão naconstrução do conhecimento científico e na

elaboração do pensamento crítico a partir dasdiscussões e debates levantados e mediadospelo educador. As observações realizadas apartir das leituras devem ser registradaspelos educandos pois elas determinarão a

conclusão do trabalho e a soluçãoda problemática proposta.Passos para

sistematização dotrabalho em ciências:

•Observação;•Levantamento dehipóteses;•Experimentação e•Leituras e

Discussões.

A professora Helena Maria Waldert Monteiro,professora da turma G6-A, do NEI VinculadoVirgíl io dos Reis Várzea, acredita que o maisimportante para o desenvolvimento integralna Educação Infanti l é a abordagem deassuntos que são significativos para acriança. A partir de indagações dos própriosalunos sobre a possibi l idade de se colocarareia sobre o piso ecológico ela desenvolveuum projeto uti l izando terrário. Construíramdois terrários, um com solo arenoso (somenteareia) e outro com terra. A partir daíobservaram o desenvolvimento de plantas epequenos animais nesses dois ambientes. Ascrianças descobriram a partir das discussõesporque o piso ecológico não pode ser cobertode areia, caso contrário a grama morreria.

Piso ecológico

Obervando a diferençaentre areia e terra coma professora EmeliPollo.

Montando osterrários

Professora Helena com a turmaG6-A no laboratório de ciências

Com a palavra, oeducador...

*Imagens do arquivo daescola.

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Em 2009, a Prefeitura de

Florianópolis iniciou um projeto muito

interessante, necessário e indispensável à

educação, intitulado: ""CClluubbee ddaa LLeeiittuurraa:: aa

ggeennttee ccaattaarriinneennssee eemm ffooccoo". O objetivo?

Formar leitores e mediadores de leitura, a

partir da criação de clubes ou pontos de

compartilhamento de experiências de leitura,

como forma de iinncceennttiivvaarr oo ddeesseennvvoollvviimmeennttoo

ddoo ggoossttoo ppeelloo aattoo ddee lleerr, ampliar a história de

leitura e promover o acesso ao “mundo” da

leitura e à produção literária infantil e juvenil

de Santa Catarina (retirado do blog do Clube

da Leitura).

Em 2013, ddee mmaanneeiirraa iinnddeeppeennddeennttee,

uma vez que o Clube da Leitura parou suas

atividades por um tempo e sofreu

modificações quanto aos autores

participantes, a EEssccoollaa BBáássiiccaa MMuunniicciippaall

MMaarriiaa CCoonncceeiiççããoo NNuunneess, no norte da Ilha de

Florianópolis, desenvolveu mais uma vez

este trabalho dedicado ao "ler e escrever em

todas as áreas" após ter adquirido 40

exemplares do livro ""SSaarruu,, oo gguueerrrreeiirroo ddaa

fflloorreessttaa"" ,, ddee MMaauurríícciioo EEdduuaarrddoo GGrraaiippeell,, com

recursos da própria Escola. O livro é infantil,

mas envolve até mesmo adultos nas

aventuras de um pequeno gambá-de-orelha-

preta chamado Saru (nome dado por possuir

coloração clara), e que nasceu na Lagoa do

Peri. Na história Saru está prestes a ser

devorado por uma irara. Neste momento sua

vida passa diante de seus olhos e Saru narra,

de maneira envolvente, desde o dia em que

nasceu até sua grande batalha e as histórias

sobr, uma grande narrativa que se transforma

ema que perdudas de geração a geração por

muitos anos entre os gambás e animais

presentes em nossas matas.

Após o contato do autor, que

cordialmente aceitou nosso convite para

visitar nossos estudantes, estava iniciado o

projeto! O livro é de uma riqueza tal que

permitiu a participação de disciplinas como

Português, CCiiêênncciiaass ,, GGeeooggrraaffiiaa,, EEdduuccaaççããoo

FFííssiiccaa,, AArrtteess ,, MMaatteemmááttiiccaa,, aalléémm ddaa HHoorrttaa

EEssccoollaarr,, BBiibblliiootteeccaa,, SSaallaa IInnffoorrmmaattiizzaaddaa ee

LLaabboorraattóórriioo ddee CCiiêênncciiaass ..

As atividades realizadas foram das

mais diversificadas:

• leitura compartilhada do livro, pausas para

indagações, discussões e conversas; criações

de nnoottíícciiaass; aanniimmaaççããoo sobre cada capítulo do

livro, construindo roteiros, cenários,

utilizando massinha, imagens, materiais

diversos e a técnica de stop motion;

• pesquisa com os alunos após a leitura para

ver o que mais gostaram; construção de

ggrrááffiiccooss pós-pesquisa; resumos; retirada de

iinnffoorrmmaaççõõeess cciieennttííffiiccaass (o livro é riquíssimo

em informações de Ciências: ciclo de vida,

cadeia alimentar, ecologia, estratégias de

defesa e sobrevivência, caça ilegal,

desmatamento, relações ecológicas,

ecossistemas.. . .); visualização de imagens e

vídeos sobre os personagens como o são na

realidade; ppeessqquuiissaass sobre todos os animais e

plantas citados no livro e construção de um

lliivvrroo ddiiggiittaall; importância da ficha

catalográfica dos livros; escrita de histórias à

semelhança do livro lido, mas utilizando-se

de outros personagens (retirados do site do

Projeto Toninhas, no qual é apresentada uma

toninha chamada Babi e sua turma),

Projetos interdisciplinares na Escola

Literatura em Ciências. . .

Divertindo e EnsinandoAs possibilidades diante de um livro dependem do tamanho da sua imaginação...

"O envolvimento de váriasdisciplinas mexe com os

alunos. Eles sentem oenvolvimento e parceriaentre os Professores e a

relação entre as disciplinasque estão conversando sobre

um mesmo tema".

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de maneira a desenvolver leiturae escrita e conhecer aindamais animais de nossafauna; leitura do livrodigital do mesmo autor,intitulado "Onças da minhafamíl ia" (disponível onl ine),que conta a história dasonças pardas, reservas e outrosanimais; estudo de mapas, domapa de Florianópolis, deorientações, pontoscardeais, do percursosrealizados pelo personagemprincipal do l ivro, o Saru;mapa de saída de estudoslocalizando os locais,ecossistemas, importância,momento do livro a que sereferia e o percurso em si;dicas de como realizartri lhas: aquecimento,preparação física,hidratação,al imentaçãoadequada, atitudesquanto ao lixo gerado,vestimentas adequadas,importância do silêncio e daatitude em grupo; serigrafiaconstruída com materiaiscoletados ao longo datri lha realizada; saídade estudos para algunsdos locais por onde opersonagem principalpassou: Barra da Lagoa,Lagoa da Conceição,Lagoa do Peri, ProjetoLontras (ondeconheceram a irara), Praiada Armação (dando umapassadinha para ver de perto a restinga, praiae ambiente marinho); construção de cartazes;elaboração de perguntas; postura empalestras; e, enfim, o grande dia da visita doautor do livro l ido na Escola - um dosmomentos mais esperados - para conversarcom os alunos, falar de si, de seu trabalho, dainspiração para escrever o l ivro, sobre osdetalhes do livro, outros l ivros, além de

sessão de autógrafos e fotoscom os alunos. N este dia, aEscola fez uma apresentação

dos trabalhos realizados aoautor, alunos, todos os

professores participantes e equipeescolar como um todo, além de

entrega de algumas lembrançasconstruídas pelos próprios alunos e frutos

da leitura do livro, ao autor. O autordo livro, biólogo e Professor da

U niversidade Federal(U FSC), M aurício E. Graipel,

foi maravilhoso com osalunos, ouviu-os com atenção,

falou na linguagem dospequenos e os inspirou e

estimulou à leitura e ao "conhecer parapreservar", ao interesse e cuidado

com a natureza e o próprio ato deestudar. Os projetosinterdiscipl inares são deum valor sem igual. Aotérmino do projeto, foireal izada uma retrospectivacom os alunos e cadaaluno escreveu uma

redação falando do projeto e,neste momento, tornou-se aindamais gratificante e significativodesenvolver este trabalho emprol da qualidade da educação.

Para realizar tais projetos épreciso muita parceria entreos profissionais, disposição,discipl ina, criatividade, apoioda equipe escolar eProfessores mais do queapaixonados pelo que

fazem! Os conceitos, habil idades,procedimentos e atitudes trabalhados,aprendidos, vivenciados (muitos pela primeiravez) ficaram registrados, não somente deforma documental na ficha de avaliação dosalunos, mas no dia a dia destes, na carinhadeles, no retorno na sala de aula e em suasvidas, certamente. É um projeto de Escola ede Educação de qualidade que dá certo.

A visita do autor...

Conhecendo uma irara

no Projeto Lontras :D

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A educação passa por momentos de grandes

questionamentos, onde se evidencia a necessidade de

mudanças em seus mais diversos ambitos,

principalmente na prática de ensino. Fala-se em

reforma no ensino superior, para que se possa ter uma

educação mais completa do educando, preparando-o

para atender demandas de mercado e para cidadania. E

dessa necessidade a interdisciplinaridade surge como

prática que pode viabilizar uma educação mais ampla,

rompendo com velhos paradigmas. Segundo Zabata

(1998), “Educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs,

que não estão parcelados em compartimentos e

estanques, em capacidades isoladas”.

Interdiscipli

naridade

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Isso demonstra que é necessário que a formação continuada dê liberdade ao professor de ensinar de maneira diferente, pois a identidade é necessária. No que se refere à identidade pessoal, segundo Fazenda 1999, diz que: Consideramos que é algo que vai sendo construído num processo de tomada de consciência gradativa das capacidades, possibilidades e probabilidades de execução, configura-se num projeto individual de trabalho e de vida.

O que é interdisciplinaridade?

É uma forma de desenvolver um trabalho de integração dos conteúdos de uma disciplina com outras áreas de conhecimento, tornando-se possível a interação entre disciplinas aparentemente distintas. Essa interação complementa e suplementa a possibilidade de uma formulação de um saber crítico reflexivo, o qual deve ser valorizado cada vez no processo ensino aprendizado. Dessa perspectiva ela surge como uma maneira de superar a fragmentação entre as disciplinas. Proporcionando um dialogo entre essas, relacionando-as entre si para a compreensão da realidade. A interdisciplinaridade busca relacionar as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo.

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Encontra-

se certo receio na

aplicabilidade da interdisciplinaridade, os

docentes parecem ter medo de ousar, errar, porém isso faz

parte do processo de desenvolvimento e apenas assim que se

terá certeza que funciona.

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O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades do professor e do aluno,esse dirige o estudo da matéria e o aluno atinge progressivamente o desenvolvimento de suacapacidade mental. Ela implica na articulação de ações discipl inares que buscam um interesseem comum. Dessa forma a interdiscipl inaridade só será eficaz se atingir metas educacionaispreviamente estabelecidas e comparti lhadas pelos atores da unidade escolar Libâneo (1 999).A interdiscipl inaridade oferece uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança deatitude em busca do ser como pessoa integral e visa garantir a construção de um conhecimentoglobalizante, rompendo com os limites das discipl inas.

Para que trabalhar dessa forma?

Trabalhar nessa perspectiva exige uma postura do professor que vai além do que está escritonos PCN’s, pois é necessário que ele assuma uma atitude endógena e que faça uso demetodologias didáticas adequadas para essa perspectiva.

É através do ensino interdiscipl inar, dentro do aspecto histórico-crítico, que os professorespossibi l itarão aos seus alunos uma aprendizagem eficaz na compreensão da realidade em suacomplexidade. Ao estudar a interdiscipl inaridade, acaba-se desenvolvendo um raciocínio quefaz l igações entre fatos e assim desenvolver um senso crítico, que aprenda a ler as entre l inhase encontrar soluções. Espera-se que a cada dia se desperte mais o interesse na aplicabil idadeda interdiscipl inaridade no ensino superior, mudando os rumos da educação, construindo umconceito próprio de interdiscipl inaridade.Transformando o âmbito educacional de dentro para fora, e assim uma reforma universitáriaque vai auxil iar realmente a educação. É preciso ter um conceito de educação partindo dopensamento de Savater(2000), “Esse processo de ensino, nunca é uma simples transmissãode conhecimentos objetivos ou destrezas práticas, mas vem acompanhado de um ideal de vidae de um projeto de sociedade (. . . ) A educação tem como objetivo completar a humanidade.Assim, com uma educação nova que unida rompa paradigmas poderemos ter uma educaçãolibertadora com ideias capazes de ajudar a humanizar a sociedade atual. Transformando oâmbito educacional de dentro para fora, e assim uma reforma universitária que vai auxil iarrealmente a educação. É preciso ter um conceito de educação partindo do pensamento deSavater(2000), “Esse processo de ensino, nunca é uma simples transmissão de conhecimentosobjetivos ou destrezas práticas, mas vem acompanhado de um ideal de vida e de um projeto desociedade (. . . ) A educação tem como objetivo completar a humanidade. Assim, com umaeducação nova que unida rompa paradigmas poderemos ter uma educação libertadora comideias capazes de ajudar a humanizar a sociedade atual.

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Possibilidades de implementação da Lei 10.369/03 no Ensino de Ciências

Marlene Rocha Backes Tamelusa Ceccato do Amaral

A Lei Federal 10.639 que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira foi promulgada em 2003, sendo ela, não só uma conquista dos movimentos sociais, mas também de toda a sociedade brasileira. A inclusão desta temática no currículo escolar possibilitou uma maior visibilidade e reconhecimento da importância de uma história que não é apenas dos afro-brasileiros, mas da constituição da nação brasileira.Após dez anos de sua promulgação, percebemos que a inserção desta temática no currículo escolar ainda se dá muito timidamente, não garantindo práticas pedagógicas expressivas. Em alguns casos, os professores não se sentem preparados pois ainda não tiveram uma formação que lhes subsidie a desenvolver um trabalho com segurança nesta interculturalidade, e em outros o professor ainda não se sensibilizou com a necessidade de abordar o assunto em suas aulas. A discussão da diversidade étnico-cultural em sala de aula traz visibilidade e dá voz à todos, independente da cor da pele e de traços físicos. Promove o respeito às diferenças, valorizando-as, permitindo aos afrodescendentes a construção de uma identidade positiva e

garantindo direitos sociais e a valorização de sua história e cultura, negados pelo racismo. Há que se possibilitar a percepção de que não há uma superioridade, uma hierarquização, e que não é a cor da pele, e sim o preconceito racial, que impõe um lugar social ao indivíduo.

ERER E O ENSINO DE CIÊNCIAS

http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQj-9oDlNkWW6QvynHTh6JJrtSjxeBK7TXGSnS

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Apesar da Lei 10.639 prever que esta temática seja abordada pelas disciplinas de História, Língua Portuguesa e Artes, acreditamos que a contribuição da Biologia (Ciências, no Ensino Fundamental) é bastante importante, principalmente com as teorias que explicam a origem e evolução da espécie humana (e não raças) e a genética. Na classificação biológica somos todos da espécie humana, a diferenciação entre os grupos étnicos foi construída culturalmente ao longo da história baseados exclusivamente no seu fenótipo como uma maneira de hierarquização dos seres humanos, numa cultura eurocêntrica que procurava mostrar os não brancos como inferiores. Para explicar a diversidade humana Darwin, através dos princípios da seleção natural demonstrou que os seres vivos evoluíram gradativamente a partir de um ancestral em comum e se diversificaram no tempo e espaço, adaptando-se às condições do meio, sendo que a variação de características genéticas, fisiológicas, morfológicas e comportamentais hoje observadas, nada mais são do que um fenômeno adaptativo. Portanto a diversidade genética é indispensável à sobrevivência da espécie humana. Se faz necessário buscar através de projetos interdisciplinares e transdisciplinares uma ampla abordagem e discussão, envolvendo várias áreas do conhecimento para promover uma reflexão e compreensão ampliada desta temática sob diversos aspectos, não só na História, Língua Portuguesa e Artes. Por exemplo, a Educação Física, com a expressão corporal, as danças, os jogos como a capoeira e o maculelê; em Ciências, além da origem e evolução do ser humano (que se deu na

África) e da Genética, pode ser abordado as questões referentes à Botânica, como o estudos das plantas medicinais e os alimentos de origem africana; a etnomatemática; e na Geografia física e geopolítica o estudo do continente africano. Mas para que isso ocorra se faz necessário que os professores se sintam capacitados, sensibilizados e seguros para desenvolverem um bom trabalho.

Fontes: - SANTANA, Everaldo Lins. Breve Reflexão sobre a Lei 10.639. Disponível em: http://multisaberes.com.br/downloads/article/76/ed1_p1_7_everaldo.pdf - Ensino Em Re-Vista, v. 19, n. 2, jul./dez. 2012 www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/download/14946/8442‎-http://www.flacso.org.br/gea/documentos/Revista_Forum/Revista_Forum_121.pdf - MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das nocões de raça,racismo, identidade e etnia. Disponível em: https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59

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