Revista Conexão Bahia 207

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edição 207 POLÍTICAS PÚBLICAS Guanambi vence Prêmio Prefeito Empreendedor EDUCAÇÃO Cursos do Sebrae impulsionam negócios Morango muda a vida de agricultores na Chapada

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Publicação oficial do Sebrae Bahia. Edição 207 – Morando muda a vida de agricultores na Chapada; Prefeito de Guanambi vence Prêmio Prefeito Empreendedor; Cursos do Sebrae impulsionam negócios; Carnê da Cidadania; Sua marca está bem posicionada? Jun/ 2014.

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edição 207

POLÍTICAS PÚBLICASGuanambi vence Prêmio Prefeito Empreendedor

EDUCAÇÃOCursos do Sebrae impulsionam negócios

Morango muda a vida de agricultores na Chapada

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Expediente

Publicação do Sebrae Bahianº 207, julho de 2014 Filiada à Aberje

Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia João Martins da Silva Júnior

Diretor-superintendente Edival Passos Souza

DiretoresLauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto

Unidade de Marketing e Comunicação

CoordenaçãoCássia Montenegro (DRT 1052)

EquipeAlice Vargas, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel, Vanessa Câmera. Estagiários: Daiane Santiago, Daniela Santos, Isabel Santos e Thais Almeida.

Agência Sebrae de Notícias(Varjão & Associados Comunicação)

Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Tamara Leal, Luciane Souza, Cyntia Farabotti, Maiane Matos, Renata Smith e Silvia Araújo.

RevisãoAnaísa Freitas e Carlos Baumgarten

Edição Carla Fonseca

Edição de FotografiaJoão Alvarez

CapaMateus Pereira

Projeto Gráfico Solisluna Editora

EditoraçãoObjectiva

ImpressãoQualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda

Tiragem15.000 exemplares

Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. [email protected]

Telefones 71 3320.4558/4367

Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br

A Revista Conexão deste mês mos-tra como o cultivo do morango, na Chapada Diamantina, está mudan-do a vida de agricultores da região. O fruto tornou-se uma alternativa rentável a pequenos produtores que plantavam tradicionalmen-te café e feijão, por proporcionar mais lucro e ser uma saída para enfrentar a seca, uma vez que o morango necessita de menor quantidade de água.

Esse é o caso do produtor Nilson Aguiar, natural de Ibicoara. Ele, que era pedreiro, apostou suas fichas num fruto que nunca teve o prazer de provar. “O preço do café estava em baixa e os produtores viviam um momento crítico. Eu e minha família acreditamos e nos dedica-mos a fazer o melhor”. O empenho no manejo do solo, nutrição e co-lheita renderam elogios pela qua-lidade do fruto. Na reportagem, você vai conferir os resulta-dos dessa experiên-cia e como os agri-cultores se inseriram no processo de enca-deamento produtivo.

Outra grande no-vidade desta edição da Revista Conexão é a reportagem so-bre o vencedor da etapa nacional do Prêmio Sebrae Pre-

feito Empreendedor. Charles Fer-nandes, prefeito de Guanambi, venceu na categoria “Desburocra-tização”, com o projeto “Guanam-bi – Cidade Empreendedora”. Você vai ver os detalhes dessa conquis-ta e quais ações de fomento ao empreendedorismo foram adota-das pelo gestor municipal.

Sua marca está bem posiciona-da? A resposta para esta pergun-ta você pode ter depois de ler a entrevista com o especialista, Ar-thur Bender, que tem 20 anos de experiência no planejamento de posicionamento da imagem de grandes empresas nacionais e in-ternacionais. Além disso, também tem dicas para quem quer fran-quear o negócio e histórias de em-presários que estão lucrando com esse modelo de gestão.

Tenha uma boa leitura!

O nascimento da cultura do morango

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Com ajuda dos filhos, Nilson Aguiar investiu na plantação de um fruto que nunca teve o prazer de provar

a utilização da marca seBrae é de uso exclusivo do titular da mesma. seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da unidade de Marketing e Comunicação do seBrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade industrial Nº 9279/96.

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26ENTREVISTAArthur BenderSua marca está bem posicionada?

30ECoNoMIA CRIATIVAPelas mãos da Bahia

32EDUCAção EMPREENDEDoRA Conhecimento que transforma

35MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUAL Carnê da Cidadania

37EMPREENDEDoRISMoGol de placa na engenharia civil

38SEBRAE PERTo DE VoCÊ

Sumário

6CoMÉRCIo E SERVIçoS

Análise dos Serviços

8PoLíTICAS PúBLICAS

Prêmio Prefeito Empreendedor

12INoVAção E TECNoLogIA Ao som da inspiração

14INDúSTRIAPequenos fornecem para grandes

17AgRoNEgóCIoMorango na Chapada

23MERCADoDe olho no mercado

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ErrataComunicamos que na publicação especial Informe 006 – ExpoItapetinga, ExpoJequié, ExpoGuanambi (Ano II, junho de 2014), ocorreram três erros: o crédito da foto da capa (cidade de Guanambi) é de Rômulo Gonçalves; as fotos dos empresários de Guanambi são da Art Color; e o nome do empresário de Jequié é Joab Santos Fontes, e não Joan.

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CoMÉRCIoE SERVIçoS

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Casal de sócios, Taís e Marcelo Reis, aumenta faturamento em 30%, após intervenções estratégicas na empresa, por meio das consultorias em Planejamento Estratégico e Recursos Humanos

Serviços em pautaProjeto do Sebrae atende micro e pequenas empresas nas áreas de saúde, tecnologia da informação, autoescolas, beleza e bem-estar

Faz parte da rotina de Taís Reis da Silva, sócia do laboratório Núcleo – empresa que mantém com seu marido, Marcelo Reis do Carmo, em Salvador – observar cada detalhe das instalações, verificar mate-rial da produção e acompanhar o trabalho da equipe de técnicos de fabricação de próteses dentárias.

Este perfil foi fundamental para

que seu empreendimento desen-

volvesse as ações propostas pelo

projeto do Sebrae que atende em-

presas de serviços, do qual parti-

cipou em 2012. As indicações da

consultoria foram abraçadas com

disposição pelos sócios. Como re-

sultado, eles conquistaram a di-

minuição dos custos e o aumento

no faturamento em 30%.

O laboratório foi criado há 10

anos no bairro de Pernambués, de-

pois transferido para uma pequena

sala situada no mesmo local. Des-

de o início, ele trabalhava com uma

expressiva e fiel clientela formada

por profissionais em odontologia de

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Salvador e interior do estado. Mas algo atrapalhava seu crescimento. O que faltava? Organização e pla-nejamento, apontou a consultoria do Sebrae, que conduziu um traba-lho, durante cinco meses, em ges-tão empresarial, tendo como focos as áreas de planejamento estratégi-co e recursos humanos.

Foram sugeridas metas de tra-balho, objetivos, organização dos processos operacionais e estabeleci-mento de missão e valores da em-presa. Na elaboração da planilha de custos, foi identificada uma elevada folha de pagamento e baixa produ-tividade. Aí estava o “x” da questão. Uma nova metodologia de remune-ração, com a adoção de bônus por produção, além do pagamento do salário fixo, transformou o que era um problema em solução. “Consigo perceber de fato a carga de produ-ção, o aumento do faturamento e o maior comprometimento da equipe de colaboradores”, comemora Taís.

O controle de material foi outra medida necessária para a gestão e gerou bons resultados para o em-preendimento. Taís assumiu a ati-

vidade de movimentação de produ-tos, instrumentais e equipamentos, antes manipulados por várias pes-soas. Isso gerava uso inadequado e desperdício do material, compro-metendo a gestão financeira, além da qualidade do serviço.

As relações interpessoais também estavam fragilizadas no laboratório. Para isso, foram realizadas reuniões entre colaboradores da empresa. “Os encontros com os colaboradores ser-viram para harmonizar os relacio-namentos, diagnosticar as queixas e demandas, criando a oportunidade de abrir um canal de comunicação”, esclarece Dilene Pilé Santos Silva, técnica do Sebrae.

Bem mais ampla, a nova insta-lação do laboratório, hoje no bair-ro do Itaigara, ganhou um layout novo, com áreas de trabalho dis-tintas e organizadas. Adepta aos cursos e palestras do Sebrae e con-fiante nos resultados alcançados na consultoria, a empresária pre-tende contratar um novo trabalho exclusivo da instituição na área financeira e concluir as ações de marketing já iniciadas.

O que o Sebrae oferece para empresas de serviço

O Projeto Serviços atende micro e pequenas empresas do setor, especificamente das áreas de saúde, tecnologia

da informação, autoescolas, beleza e bem-estar. O objetivo é promover o desenvolvimento e fortalecimento do se-

tor de serviços por meio de ações com os grupos de empresas participantes. O projeto atende cerca de 60 empresas

que são orientadas com as soluções Sebrae para proporcionar benefícios diretos e indiretos aos seus negócios e

com isso promover a competitividade e aprimorar as atividades do setor. O plano de trabalho é previsto para um

ano com a realização de consultorias, cursos, palestras e oficinas. As empresas interessadas em participar do pro-

jeto devem ter o perfil descrito e entrar em contato com o Sebrae em Salvador, através do Centro de Atendimento

ao Empreendedor ou pela Central de Relacionamento (0800 570 0800).

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PoLíTICAS PúBLICAS

Guanambi:Cidade empreendedora do Brasil Prefeito baiano vence a etapa nacional da 8ª edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, na categoria Desburocratização

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Na Bahia, os gestores municipais de Teixeira de Freitas, Caém, Serrinha e Guanambi receberam troféus pelos projetos implantados nas cidades. O prefeito de Guanambi, Charles Fernandes, ganhou também a etapa nacional

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A população de Guanambi fica or-gulhosa com a conquista, em nível nacional, do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, 8ª edição, na cate-goria Desburocratização. O projeto vencedor, “Guanambi – Cidade Em-preendedora”, foi reconhecido por estimular o surgimento e desen-volvimento de pequenos negócios e a modernização da gestão pú-blica. “Essa premiação demonstra que, com força de vontade, conhe-cimento e parcerias, podemos, sim, buscar um desenvolvimento mais justo e sustentável para nossa ci-dade”, comemora o prefeito Char-les Fernandes.

As ações executadas pela admi-nistração municipal, conduzidas pelo prefeito, impactaram positi-vamente na realidade socioeconô-mica do município, ao promover o crescimento das empresas locais em mais de 55%. Fato que gerou novas oportunidades de empregos e renda e qualidade de vida para a população de, aproximadamente, 85 mil habitantes.

O projeto “Guanambi – Cidade Empreendedora” tratou de, não só regulamentar a Lei Geral, mas cen-trar-se na realidade econômica do município, marcada pela prolifera-ção desordenada de empresas que cresciam sem uma proposta de pla-nejamento e organização. O primei-ro passo estratégico foi a criação da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio para implementação de uma nova política de fomento em-presarial, na intenção de oferecer apoio aos empreendedores.

A Prefeitura de Guanambi apostou em mecanismos que facilitassem a concessão de empréstimos bancá-

rios e que acompanhassem o real

desenvolvimento das empresas para

se tornarem sólidas e economica-

mente sustentáveis e competitivas.

Em paralelo, foram criados progra-

mas públicos, a médio e longo pra-

zos, em parcerias com o governo do

estado e instituições fundamentais

para o fortalecimento dos micro e

pequenos negócios. Uma das parce-

rias firmadas foi com o Sebrae, que

favoreceu a criação da Sala do Em-

preendedor. O espaço orienta em-

presários e pessoas interessadas em

montar negócio. De janeiro a maio

deste ano, a sala atendeu mais de 5

mil pessoas e empresas.

Já com o Banco do Nordeste, foi

criado o Fundo de Aval Municipal.

O mecanismo atribui ao município

a qualidade de avalista do empre-

sário que deseja adquirir emprés-

timo. O projeto piloto se tornou

referência por meio do Fórum de

Desenvolvimento Econômico Mun-

dial, realizado em Foz do Iguaçu

no Paraná, em outubro de 2013.

Em parceria com a Desenbahia e

com a Secretaria do Trabalho, Em-

prego e Renda da Bahia foi libera-

do o CrediBahia. A implantação do

Centro de Treinamento Municipal

resultou na capacitação de 2 mil

pessoas por meio do Senai e, com o

Salão Social, foi possível qualificar

as mulheres da região na área de

beleza e estética, através de cursos

ministrados pelo Senac.

A ação conjunta com o Sebrae,

Universidade do Estado da Bahia,

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Faculdade Guanambi e Conselho

Regional de Administração e Con-

selho Regional de Contabilidade

permitiu a criação do Microempre-

endedor Individual Itinerante (MEI

Itinerante). As ações chegaram aos

MEI de Guanambi, que participaram

também de diversos cursos de capa-

citação e qualificação.

Para o prefeito de Guanambi, as

parcerias foram fundamentais para

implementar políticas públicas. “O

Sebrae faz a diferença estratégica

conosco, auxiliando em projetos

de interesse municipal, qualifican-

do, multiplicando e socializando o

aprendizado empresarial com os

nossos munícipes e, principalmen-

te, sendo um ‘braço forte’ no de-

senvolvimento econômico de nossa

cidade”, diz.

Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Estadual

O reconhecimento é concedido aos prefeitos de todo o Brasil que tenham desenvolvido os melhores projetos e ini-ciativas, considerados bons exemplos para o fortalecimento do pequeno negócio. São destacadas ações efetivas e im-pactantes no desenvolvimento econômico e social dos municípios. Nesta 8ª edição, a instituição recebeu 1.348 inscri-ções e selecionou 123 projetos finalistas. Antes da etapa nacional, 18 finalistas baianos concorreram na fase estadual, que conta com a parceria da União dos Municípios da Bahia (UPB). Foram vencedores os projetos das prefeituras de Teixeira de Freitas, Caém e Serrinha, além de Guanambi. Conheça, abaixo, os projetos de cada prefeito empreendedor.

Prefeito João Bosco – Teixeira de Freitas Projeto: Teixeira Empreendedora: Minha, sua e de todos nós

Categoria: Melhor Projeto

A ação teve como meta alcançar a qualidade empreendedora, empresarial e pessoal, promovendo um ambiente favorável e tornando as empresas do município mais competitivas e sustentáveis. Entre os resultados alcançados, estão a capacitação e mobilização de 1,5 mil empresários; viabilização de empréstimos; atendimento sobre compras públicas a 300 empresários da região; qualificação nas áreas de gestão, inovação, tecnologia, acesso a mercado e a crédito; e capacitação de mais de 400 microempreendedores individuais.

Prefeito Arnaldo oliveira – Caém Projeto: Cidade Criativa e Sustentável

Categoria: Pequenos Negócios no Campo

Promover o desenvolvimento rural, criando soluções tecnológicas de convivência com o semiárido e alternativas inovadoras para gerar ocupação e renda. Este é o objetivo do projeto vencedor, que trabalha a Economia Criativa com a utilização da diversidade cultural. O resgate das manifestações culturais, a exemplo da revitalização da festa de São Pedro a criação da Feira Agroecológica, a implementação do Projeto Cultivo do Maracujá do Boi, a construção de cisternas e estradas vicinais, a inauguração da Sala do Empreendedor, a reativação do Conselho Municipal de De-senvolvimento Rural Sustentável e o incentivo da participação das empresas locais em compras públicas municipais foram resultados da ação.

Prefeito osni Cardoso – SerrinhaProjeto: Segunda Água, Novas Tecnologias para a Convivência com o Semiárido

Categoria: Novos Projetos

A proposta foi utilizar os recursos hídricos para incentivar a criação de novas tecnologias, por meio do acesso à água e da prática estruturada da avicultura, incentivando a produção familiar. Com a iniciativa, a prefeitura contri-buiu para o aumento da renda dos produtores rurais da agricultura familiar, a captação e armazenamento da água da chuva em cisternas, a plantação de hortas, a criação de galinha caipira e construiu a fonte hídrica para uso coletivo.

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Empresário baiano, Geovaldo Miranda, patenteia invenção capaz de limitar decibéis de equipamentos sonoros

INoVAção ETECNoLogIA

Ao som da inspiraçãoSomblok é o nome do aparelho que mede e alinha os decibéis, fixando o limite de ruídos que pode ser acrescido a cada ambiente

Foi pensando em atender uma ne-cessidade da justiça para garantir o cumprimento da Lei do Silêncio que o empreendedor baiano, Geovaldo Mi-randa, decidiu inventar o Somblok. O

aparelho é um limitador de decibéis para ser usado em equipamentos sonoros profissionais, semiprofis-sionais, domésticos e pessoais, de forma a evitar que estabelecimen-

tos ultrapassem o limite de barulho permitido dentro da lei.

Parece um contrassenso, mas o equi-pamento foi ganhando vida para dar voz às pessoas que se sentiam invadi-

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das pelo barulho ensurdecedor provo-cado por trios elétricos, boates, bares, e qualquer estabelecimento que possa perturbar a vizinhaça. O equipamento pretende disciplinar as atividades ge-radoras de ruído, sejam elas públicas ou particulares. O Somblok mede e alinha os decibéis, fixando o limite de som, que pode ser acrescido ao am-biente. Uma espécie de mediador, já que a intenção é reduzir consideravel-mente as queixas e os conflitos.

A partir do pedido de um promo-tor de justiça de Eunápolis, o inven-tor se debruçou sobre o desafio de criar um produto inovador, único e útil para a sociedade. Foram mais de 10 tentativas, mas a destreza e a concentração em unir os pontos metálicos, em uma plataforma digi-tal, deram forma ao invento.

Natural do município de Euná-polis, no Extremo-Sul do estado, Geovaldo inventou o aparelho, apli-cando o conhecimento técnico em eletrônica. “Com a regulação mu-nicipal da Lei do Silêncio no ano de 2006, que estabeleceu volumes do som para ambientes, percebi as dificuldades que as pessoas encon-travam para se adequar à legislação. Pesquisei e não achei nada com essa finalidade no país. Foi então que re-solvi inventar algo que atendesse a essa nova demanda,” conta.

O primeiro protótipo do Somblok tinha o tamanho de uma caixa de sapato, que, com um pouco mais de empenho e criatividade, atingiu o tamanho de 30x5 centímetros e um peso confortável comparado ao de um celular. Com o aprimoramento do trabalho, o produto passou a ter uma aceitação maior no mercado e o inventor não hesitou em procurar

o ponto de atendimento local do Se-brae para se profissionalizar.

“A instituição me ajudou a paten-tear o produto e me orientou como proceder, por meio de atendimento e participação em palestras, e também como criar uma logomarca e um site, onde qualquer pessoa do mundo pode conhecer e comprar um limi-tador de som. Esse atendimento con-tribuiu para que meu faturamento dobrasse”, relata Geovaldo.

Formado em eletrônica e teleco-municações, o empreendedor já foi premiado pela Universidade Federal da Bahia na área de acústica, além de ser convidado para ministrar palestra para a Sociedade Brasileira de Acús-tica, e já se prepara para instalar seu equipamento no Parque do Ibirapue-ra, o mais importante parque urbano da cidade de São Paulo. “Tenho orgu-lho de contribuir para a manutenção do sossego das pessoas. Espero que o futuro do Somblok seja ainda mais promissor. Queria resolver o proble-ma que a população encontrava para fazer uso do som sem infringir a lei. O resultado veio em menos de um mês”, afirma o empresário.

Para o gerente da Unidade Regio-nal do Sebrae Teixeira de Freitas, Alex Brito, a qualificação profissio-nal amplia o leque de oportunida-des para os talentos baianos. “As in-formações e conteúdos disponíveis por meio das nossas soluções moti-varam o inventor a buscar mais se-gurança com a patente. A criação do site se concretizou na possibilidade de aumentar as vendas e apresentar o produto para o mundo”, explicou.

Conhecimento e visão de negócios garantiram ao empreendedor a con-quista do mercado nacional. Com

o Somblok patenteado, Geovaldo se prepara agora para conquistar a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), processo que já está em andamento. Atualmente, a invenção pode ser encontrada nos estados de Pernambuco, Paraíba, Espírito San-to, Bahia e São Paulo, além do Distri-to Federal. Motivado com o sucesso do produto, ele não se descuida do monitoramento e atenção para ma-nutenção do padrão de qualidade. Outra preocupação do empresário é ser um aliado do meio ambiente. “O aparelho é produzido com material reciclável, que, quando inutilizado na sua função principal, poderá ser aproveitado na construção civil.”

Como obter patente

O primeiro passo a ser cumprido é

o depósito da patente, que significa o

próprio pedido, contendo relatório des-

critivo das características do produto a

ser patenteado. Essa petição é protoco-

lada no Instituto Nacional de Proprie-

dade Industrial (INPI) e fica resguar-

dada por sigilo durante 18 meses. Esse

período é necessário para preservar o

produto ainda não finalizado, tendo

em vista que o inventor pode ainda

adequá-lo à aplicação industrial ou

fazer alguma modificação na mercado-

ria antes do exame técnico da patente.

Após sair do sigilo, a revista oficial do

INPI publica o modo de fabricação do

produto, que passa a ser de conheci-

mento público. O processo de registro

ainda implica em outras etapas, que

podem ser consultadas no site www.

inpi.gov.br. O Sebrae oferece consulto-

ria na área de inovação que acompa-

nha e auxilia em todo o processo de

registro de patente.

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INDúSTRIA

A HNG, indústria referência em serviços hidráulicos gerenciada por Nicolle Gaeta e sua família, participou do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores e hoje atende a grandes marcas nacionais

Pequenos fornecem para grandesPrograma mostra como pequenas empresas podem se tornar fornecedoras competitivas e sustentáveis de grandes marcas

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O negócio nasceu em São Paulo, mas há 25 anos se aventurou no merca-do baiano para atender a uma gran-de empresa local. Desde então, a

HNG se tornou uma das principais

referências regionais em serviços

hidráulicos e usinagem. Hoje, o le-

que de clientes é de dar inveja aos

concorrentes. A HNG atende desde

os gigantes como a Gerdau, a Vale

e a Tecon, às médias e pequenas

indústrias e empresas, em setores

diversos, a exemplo de transporte e

máquinas pesadas.

Comandada no dia a dia pelas ir-

mãs e sócias-gerentes Nicolle e Da-

nielle Gaeta, a empresa, bastante

conhecida no segmento, tem como

diretor-fundador Nilo Gaeta, pai das

empresárias. O trabalho é dividido:

Danielle fica com a parte adminis-

trativa e Nicolle atende aos setores

de serviços e comercial, tendo Nilo

como um gestor geral. “Nós nos es-

pecializamos em áreas diferentes e

nos completamos na administração

da empresa”, explica Nicolle.

No decorrer dos anos, a atuação

da HNG se expandiu e, atualmente,

seus clientes estão espalhados no

Norte e Nordeste do país. O cenário

melhorou ainda mais após a partici-

pação da empresa no Programa de

Desenvolvimento de Fornecedores

– Gerdau (PDF), entre 2011 e 2013.

“Às vezes limitamos nossa visão ou

temos medo de arriscar. O programa

me deu uma percepção de empresa

que eu não tinha antes, principal-

mente na gestão e organização de

fluxo e processos”, afirma Nicolle. O

programa se deu por meio de uma

parceria nacional entre o Sebrae e a

Gerdau, com o objetivo de capacitar

os fornecedores da empresa.

A Gerdau foi um dos grandes

clientes desde o início da HNG na

Bahia. Atendendo à empresa há

mais de 20 anos, a dependência de

faturamento chegou a 48%. Após o

início do programa, esse montante

caiu para 10%. “Um faturamento

de quase 50% é, por vezes, maior

do que a sua folha de pagamento, o

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que é complicado se estiver atrela-

do somente a uma empresa. Hoje,

atendemos a outros clientes, e isso

supre essa dependência que tínha-

mos”, conta.

Entre as capacitações que parti-

cipou, ela destaca o programa de

gestão em qualidade, recursos hu-

manos e marketing. “Participei do

PDF com minha irmã e passamos

o conhecimento adquirido para os

funcionários da HNG. Além disso, tí-

nhamos uma consultoria individual

para atender aos indicadores apon-

tados pela Gerdau e pelo programa,

como prazo de entrega, satisfação

dos clientes e eficiência comercial”,

detalha a empresária.

Encadeamento produtivo

No final de 2012, a HNG conhe-

ceu, em uma rodada de negócios

promovida pelo Sebrae, outra gran-de empresa que viria a ser uma de suas clientes: a Vale. Após esse con-tato, a empresa baiana participou de uma seleção de fornecedores e acabou conquistando o contrato. Tanto o PDF como a participação na rodada de negócios integram uma ação mais ampla do Sebrae, chamada Programa de Encadea-mento Produtivo. Com ele, a insti-tuição busca incrementar a com-petitividade dos pequenos negócios dos setores da indústria, comércio, serviços e agronegócios da Bahia, com a inserção competitiva e sus-tentável desses empreendimentos nas cadeias de valor de grandes e médias empresas. Além dos bene-fícios para os pequenos, esse pro-cesso também traz vantagens aos empreendimentos de grande porte, principalmente em áreas como dis-tribuição e pós-venda.

“Uma das prioridades do Sebrae é o trabalho com encadeamento pro-dutivo. Por meio desse programa, as empresas-âncoras diminuem seus custos e os pequenos negócios ficam aptos para fornecer aos grandes”, explica a gerente da Unidade de In-dústria do Sebrae, Elane Fróes.

Cerca de 350 pequenos negócios já foram beneficiados com o tra-balho de encadeamento produtivo do Sebrae na Bahia. Entre as ações promovidas pelo programa, estão a capacitação de fornecedores e distri-buidores, rodadas de negócios, visi-tas técnicas e participação em feiras e outros eventos do setor, elaboração de catálogos de produtos e serviços e a rede de aprendizagem dos pe-quenos empreendimentos. Outras informações sobre o Programa de Encadeamento Produtivo podem ser obtidas nas Unidades Regionais da instituição em todo o estado.

Entenda a atuação do Sebrae no Encadeamento Produtivo

Cadeia Produtiva

Fornecedores da 2ª camada

Fornecedores da 1ª camada

Grande Empresa(Empresa focal)

Distribuidor Varejista ConsumidorPós-Vendas e Reciclagem

Desenvolvimento de Produtos

Compras

Produção Interna

Estocagem

Marketing e Vendas

AÇÕES DO SEBRAE

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Erivaldo Miguel plantou quatro mil mudas em sua propriedade e, em sete meses, já lucrou quase R$ 8 mil

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Com produção durante 10 meses, co-lhendo o fruto duas ou três vezes por semana, boa aceitação do consumi-dor e uma diversidade de opções de comercialização, o morango surgiu como uma alternativa viável e ren-

tável ao pequeno produtor. À época, em 2011, o cenário era desolador e o estado convivia com a pior seca dos últimos 40 anos.

Conhecida por produzir um dos melhores cafés do país, a região

da Chapada Diamantina sempre foi muito dependente dessa cul-tura e, diante do longo período de estiagem, empresários, traba-lhadores rurais e gestores clama-vam por um plano estruturante e

AgRoNEgóCIo

Morango na ChapadaExperiência de cultivo na região da Chapada Diamantina dá certo e muda a vida dos agricultores de Mucugê, Ibicoara e Barra da Estiva

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emergencial para a recuperação das lavouras.

Mas as altas temperaturas duran-te o dia, e baixas à noite, davam si-nais de que era possível avançar no cultivo de frutas temperadas. A alti-tude da região contribui para tem-peraturas amenas e assegura o bom desempenho do morango, de uvas viníferas e para o cultivo protegido de hortaliças. O desafio de fazer o grande apoiar o pequeno num sis-tema de integração e transformar a Bahia em uma referência na produ-ção de morango deixou de ser sonho para ganhar contornos de realidade.

Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva no território, em

bases competitivas e sustentáveis, no ano de 2011, o governo do Es-tado instigou a formação de um grupo responsável pela condução do Projeto Morango da Chapada Sul, através de um encadeamento produtivo entre a empresa Bagisa S/A Agropecuária e Comércio em Ibicoara e agricultores familiares. A estratégia para produzir, comer-cializar e realizar o processamen-to das frutas foi pensada para ser executada numa área teste com a integração dos agricultores dos municípios de Mucugê, Ibicoara e Barra da Estiva, em parceria com as prefeituras e apoiado pelo Se-brae Bahia.

As dificuldades e tentativas frustradas de introdução do mo-rango na região nos anos 80, 90 e 2000, a escassez de água para irrigação e a existência de uma empresa dominante no mercado estão sendo superadas a partir da análise minuciosa e implementa-ção do projeto.

Seu Erivaldo Miguel não escon-de a satisfação de ter concentrado suas energias no cultivo e garante que essa é uma ótima opção para a agricultura familiar. “O fantasma da seca fez muita gente abandonar o café e até vender sua proprieda-de. As despesas são muito altas e os preços estavam defasados.” O

Lucas, que tinha saído da cidade por conta da seca e em busca de emprego, voltou e hoje ajuda o pai, Aparecido Pires Freitas

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produtor resolveu fazer um teste com o morango e percebeu que, em relação ao café, é três vezes mais lucrativo.

Na propriedade em Mucugê, com 1.080 metros de altitude, ele plan-tou quatro mil mudas e, em sete meses, já lucrou mais de R$ 15 mil. “É preciso ter disciplina e oferecer a condição ideal para ter retorno. O morango é menos exigente em consumo de água. Não penso mais em plantar café”, revela. Erivaldo pretende ampliar a plantação em mais quatro mil mudas e disse que o agricultor precisa aproveitar esse momento. “Quem ganha so-mos nós, com formação técnica e

noções de empreendedorismo, e o

consumidor final com um produto

livre de agrotóxicos.”

Pontos positivos

Responsável pela estrutura co-

mercial e logística, a Bagisa recebe

os morangos dos pequenos produ-

tores e assume a tarefa de colocar

o produto no mercado. Os pontos

positivos são a proximidade do

mercado, maior vida na prateleira,

fruto mais fresco e mais saboroso,

a condição de preço é menor, com

redução do custo do frete, além de

ser um mercado em crescimento.

Diversificação de culturas, sus-tentabilidade econômica nos mu-nicípios, garantia de emprego e renda e a fixação do homem no campo com produtividade são al-guns dos benefícios e possibilida-des que essa nova cultura traz para essa região. “Este ano já foram se-lecionados 102 produtores e a ideia é trabalharmos numa área de cer-ca de 10 hectares com a introdução de cinco variedades – Albion, San Andreas, Monterey, Portola e Cami-no Real, o que significa um incre-mento de mais de 800%”, informou o engenheiro agrônomo e coorde-nador de Projetos Especiais da Ba-gisa, Mauro Carneiro Bannach.

A produção é escoada para Vitória da Conquista, Ilhéus, Salvador, Sergipe e Alagoas

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De acordo com Mauro Banna-ch, o Sebrae foi responsável pela construção de um planejamento e pelo fornecimento de consultorias tecnológicas, promovendo treina-mento e implantação da cultura. Aparecido Pires Freitas viu seu fi-lho Lucas sair de casa ainda cedo para continuar seus estudos e pro-curar uma ocupação em Barra da Estiva. Apesar de ser um homem do campo, Aparecido conseguiu levar uma filha à faculdade graças ao café, feijão, milho e maracujá. E agora, com o morango, preten-de que a filha mais nova tenha a mesma oportunidade. “O morango só conhecia mesmo da bolacha re-cheada e do sorvete”, brinca.

“No início, fiquei meio desconfia-do com a possibilidade de plantar morango. Não acreditei muito e fui

o primeiro a dizer ao meu pai que

isso não iria dar certo. Depois de

um tempo, vi que estava engana-

do e resolvi arrumar minhas trou-

xas e voltar ao campo para ajudar.

Agora, já planejo plantar uma área

só minha e fazer meu próprio di-

nheiro. O interessante é que essa

cultura pode ser associada a ou-

tras, sem prejuízo”, disse Lucas.

Padrão de qualidade

Atualmente, o morango colhido

segue para a armazenagem nas

câmeras frias de cada município,

onde são conferidos critérios de

qualidade. A partir do momento

que o morango chega às insta-

lações da empresa, o agricultor

deixa de ter responsabilidade so-

bre o produto. Aproximadamente, 41% da produção é escoada para Vitória da Conquista, seguida de Salvador e Ilhéus. A Bagisa atende ainda Sergipe e Alagoas. Um dos berços da agropecuária baiana, a Chapada avança e pode se trans-formar num grande produtor de morangos.

O professor primário Paulo Sou-za não sente saudades da sala de aula e muito menos do período de “vacas magras”. Para o produtor que faz questão de vender na fei-ra, essa é a cultura do futuro. Ele comemora que, graças às hortali-ças, tomates, pimentões, abóboras, feijão e morangos, já conquistou o sonho da casa própria, adquiriu duas propriedades rurais, com-prou um carro e colocou a filha em escola particular.

MERCADOS DE COMERCIALIZAÇÃOPARTICIPAÇÃO POR PRAÇA – AGOSTO DE 2013 A MAIO DE 2014

MERCADOS DE COMERCIALIZAÇÃOPARTICIPAÇÃO POR PRAÇA – AGOSTO DE 2013 A MAIO DE 2014

Vitória da Conquista 41%

Salvador 19%

Ilhéus 13%

Brumado 11%

Aracaju 2%

Outros 5%

Arapiraca 2%

Poções 2%

Ibicoara 2%

Jequié 2%

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Sebrae estuda potencial da região

“Analisamos o potencial do projeto, o mercado e a concorrência. A construção de um mapa mental foi

uma importante ferramenta de planejamento que permitiu criar uma estrutura de governança e definir

ações para desenvolver o modelo de encadeamento e colocar em prática as consultorias tecnológicas”,

explicou o consultor do Sebrae, Marsel Nogueira.

Em 2013, a Bagisa firmou parceria com 21 produtores da região. Inicialmente foi plantada uma área teste

de um hectare. Ao todo, 21 famílias foram beneficiadas e, em apenas dez meses (de julho de 2013 até maio

de 2014), houve uma evolução da receita.

Ainda segundo Marsel, o cultivo também é justificado pela alta rentabilidade da cultura por unidade de

área de água. Enquanto um produtor de café fatura de R$ 10 a R$ 14 mil por ano em um hectare, o produtor

de morango, na mesma área e no mesmo período, tem uma receita média de R$ 200 mil.

O morango permitiu a inclusão de pequenos agricultores, constituindo-se em excelente oportunidade

para dar sustentabilidade à agricultura familiar e estabelecer parcerias entre pequenos e grandes produ-

tores. O sucesso das primeiras colheitas provocou os atores envolvidos e novos desafios se apresentam.

Com o apoio do Sebrae para implantação do projeto, foram identificadas as ameaças, oportunidades,

forças e fraquezas do Projeto Morango na Chapada Sul. A instalação de uma Unidade de Beneficiamento e

Processamento do principal concorrente se apresentou como um novo desafio a ser enfrentado.

“O foco em encadeamentos produtivos compõe a estratégia de atuação da unidade. Estamos identifi-

cando oportunidades para novos projetos no setor, pois acreditamos nos benefícios dos relacionamentos

cooperativos, de longo prazo e mutuamente atraentes, entre grandes e pequenas empresas, estimulados

por esse modelo”, afirmou a gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae Bahia, Célia Fernandes.

“Com o projeto Morango da Cha-pada, os produtores têm receita mensal garantida, o que reforça a economia local e abre um leque de possibilidades de comercialização. O Sebrae apoia o projeto, ofere-cendo consultorias tecnológicas, dando suporte ao encadeamento produtivo, realizando capacitações e orientando produtores e parcei-ros”, afirma o gerente regional do Sebrae Irecê, Paulo Andrade.

Uma vida diferente depois do morango. Dona Letice Ribeiro, de

65 anos, criou seus filhos na roça e da enxada tirou o sustento da famí-lia. Com a idade, a mãe de Jurandir não podia mais executar o trabalho e acabou por priorizar o serviço de casa. A possibilidade de se obter uma renda segura com toda a pro-dução fez com que ela retornasse a se ocupar com um serviço mais leve e se sentisse ainda ativa. “Minha mãe voltou a fazer o que gosta. Ela é responsável pela seleção e emba-lagem e já se empolga com a ideia de plantar para ela. Estou à frente

do negócio e conto com a ajuda de todos os meus irmãos. Já passamos de três mil quilos em dois mil pés.”

Em 2014, a área de plantio será ampliada, o que deve gerar R$ 2,10 milhões em receitas para os peque-nos produtores. E as vantagens não param por aí. A intenção é, a partir da articulação das ações, tornar a Bahia um estado produtor, passan-do a abastecer o mercado interno e vender para outros estados, au-mentando a arrecadação de ICMS na cadeia agroindustrial.

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MERCADo

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Gerenciada por pai e filho, Joaquim e Júnior Farias, a Ótica Mercadótica conta, hoje, com 11 lojas entre próprias e franquias na Bahia e em outros estados

De olho no mercadoApós consultoria do Sebrae, Mercadótica formata novo modelo de negócio e se torna franquia

O empreendimento começou pequeno. Em 1991, os irmãos José e Joaquim de Sousa fundaram a Ótica Mercadótica em Vitória

da Conquista. A ideia partiu de Joaquim,

que há 10 anos já atuava nesse seg-

mento. Depois de angariar experiências

em São Paulo, Goiás e Maranhão, ele re-

tornou à Bahia, seu estado natal, com o

sonho de empreender nessa área.

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Page 24: Revista Conexão Bahia 207

Após avaliar o mercado local,

Joaquim constatou que havia po-

tencial para ingressar e crescer no

ramo. “Na época, Vitória da Con-

quista tinha cerca de 150 mil ha-

bitantes e somente quatro óticas”,

conta o empresário, sócio e diretor-

-comercial da Mercadótica. O pri-

meiro ponto escolhido tinha pouco

movimento e, logo em 1992, eles

mudaram para uma casa alugada,

uma portinha no centro da cidade.

No novo local, o sucesso nos negó-

cios veio logo. Durante a década de

90, ele ampliou a loja e, em 2002,

inaugurou a sede da empresa em

um terreno próprio no mesmo bair-

ro. Hoje, a matriz está localizada

em um prédio de três andares, com

244 metros quadrados.

Apesar do desejo crescente de ex-

pandir o negócio, ele não imaginava

que quase 23 anos depois a Mercadó-

tica teria quatro lojas próprias, sendo

uma em Vitória da Conquista, duas

em São Paulo e uma em Recife, além

de possuir sete franquias localizadas

em Itapetinga, Cândido Sales, Barra

da Estiva, cada cidade com uma loja,

e Salvador e Vitória da Conquista

com duas cada.

Para Joaquim, o crescimento do

negócio se deve também ao que

considera um de seus principais

méritos: a qualidade no atendi-

mento. “Temos clientes que desde

1991 frequentam a loja. Além do

nosso preço, que é competitivo, o

bom atendimento é um grande di-

ferencial”, afirma. Não é à toa que

a empresa conta hoje com mais de

100 mil clientes cadastrados.

Durante a história e crescimen-

to da Mercadótica, os sócios muda-

ram, mas permaneceram “dentro de casa”. Em 1994, José Sousa saiu da sociedade para atuar em outro ramo. Nesse meio tempo, Joaquim expan-diu os negócios para as cidades de São Paulo e Recife, juntamente com dois outros irmãos.

Na metade do ano 2000, a loja chegou a seu ápice de crescimento. “Entre 2005 e 2007, já tínhamos seis lojas próprias, e foi nesse momento que começamos a ter problemas ad-ministrativos”, conta o atual diretor--financeiro da empresa e sócio Jú-nior Farias, filho de Joaquim. Nessa época, Júnior cursava engenharia mecânica no Espírito Santo e, com as dificuldades que estava enfren-tando no negócio, Joaquim resolveu chamar o filho para entrar no em-preendimento da família.

A sua volta para Vitória da Con-quista provocou uma guinada na condução dos negócios. Entre as modificações, a principal sugestão foi a adoção do modelo de fran-quias como uma forma de continu-ar se expandindo no mercado. Para isso, eles passaram a estudar o as-sunto e conheceram algumas ações do Sebrae.

Após o contato com a institui-ção, os empresários aderiram a uma consultoria especializada e passaram a formatar a franquia da Mercadótica. “Mostramos nos-so panorama e o consultor do Se-brae nos fez uma visita. Fizemos nosso planejamento estratégico e, entre 2010 e 2012, formatamos o modelo de negócio”, detalha Jú-nior, hoje formado em optometria. Como resultado, em dezembro de 2012, a franquia já estava sendo comercializada.

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Page 25: Revista Conexão Bahia 207

A estreia aconteceu em Itape-tinga, em abril de 2013. A loja, que inicialmente pertencia à família, foi franqueada e repassada a um de seus funcionários. “Nossos qua-tro primeiros franqueados traba-lhavam na Mercadótica, eram co-laboradores antigos da casa. Isso é muito gratificante para nós, porque significa que eles são empreende-dores e acreditam em nosso negó-cio”, diz Joaquim.

Mercado favorável

Os dados do setor de ótica tam-bém são animadores. De acordo com informações do Sebrae e do Estudo Óptica 2012, o mercado da comercialização de óculos está crescendo, cada vez mais, no Brasil, e o segmento movimenta no país R$ 19,5 bilhões por ano. Além dis-so, o Brasil está entre os 10 países mais importantes com ofertas para o mercado de luxo na área de óticas

premium. O mercado de franquias também está em alta no país. Se-gundo dados da Associação Brasi-leira de Franchising (ABF), em 2013, as franquias nacionais faturaram R$ 115,5 bilhões, incorporando um aumento de 11,9% em relação ao ano anterior.

Os dados reforçam a existência de benefícios para o empresário em aderir ao modelo. Entre as vantagens para o franqueador, estão a facilida-de do processo de expansão, o forta-lecimento da marca e a redução de

investimento. Já para o franqueado,

destacam-se a associação a uma

marca consolidada e de prestígio, a

participação em um conceito já tes-

tado a redução do tempo de implan-

tação do negócio e o acesso a méto-

dos profissionais de gestão.

De acordo com a gerente da Uni-

dade de Acesso a Mercado e Servi-

ços Financeiros do Sebrae, Sueli de

Paula, na Bahia ainda há um grande

potencial para o investimento nessa

fatia de mercado. Segundo dados da

ABF de 2013, apenas 1,8% das sedes

das empresas franqueadoras no país

está concentrada na Bahia. “Isso in-

dica o potencial para o crescimen-

to devido à forte economia baiana”,

afirma. A gerente destaca que, para

estar apto a se tornar uma franquia,

é importante que o negócio tenha,

no mínimo, dois anos de funciona-

mento, marca registrada, processos

operacionais sistematizados e plano

de negócio de expansão com análise

de viabilidade.

Chegou a hora de franquear seu negócio?

Dica: o Sebrae oferece soluções para formatação de franquias e acesso a mercado. As empresas interessadas devem

buscar mais informações nos Pontos de Atendimento (PA) da instituição ou na Central de Relacionamento (0800 570 0800).

Confira as quatro etapas para se tornar um franqueador*:

1. Conhecer as particularidades do sistema de franquias, como a Lei n° 8.955/94;

2. Avaliar a franqueabilidade do negócio (analisar as condições da empresa e posicionamento da marca e produtos;

avaliar o mercado e concorrentes; definir plano de expansão e investimentos necessários);

3. Desenvolver e formatar a operação das franquias de acordo com especificações técnicas, com a elaboração de

manuais de procedimentos;

4. Validar o sistema formatado por meio de uma unidade piloto.

*Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

“Temos clientes que desde 1991

frequentam a loja. Além do nosso

preço, que é com-petitivo, o bom

atendimento é um grande diferencial”

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Page 26: Revista Conexão Bahia 207

ENTREVISTA

“Muitos acham que marca é despesa

e pode ser feita por qualquer um. Defendo que gestão de marca

é um assunto sério e, mal feito, pode representar a morte

do negócio”

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Entrevista Arthur Bender – especialista em estratégia e branding

Sua marca está bem posicionada?

O que paixão tem a ver com marca?

Defino uma tese muito simples, que paixão é resultado

de compreensão de significado. Todo mundo quer ter pes-

soas engajadas, mas para isso você precisa de significado,

que nada mais é do que a condição sine qua non para se

apaixonar por algo. E essa paixão é a condição para se

chegar à excelência. Eu tenho defendido que esta lógica

funciona tanto para pessoas quanto para empresas.

O segundo ponto é que vivemos numa sociedade do ex-

cesso, opções demais, que a tecnologia equalizou. E por

isso não conseguimos mais tomar decisões. Temos mui-

tas opções, pouco tempo para decidir e está tudo mui-

to igual. Neste contexto, o significado da marca passa a

ser uma espécie de guia para nos orientarmos no meio

do caos em termos comerciais. Então, marcas nasceram

para criar desigualdades entre coisas aparentemente

iguais, são elas que nos ajudam a tomar decisões. Numa

sociedade cada vez mais ruidosa e superlativa, onde so-

mos demandados 24 horas, a tendência é minimizar para

sobreviver. Vivemos hoje em 140 caracteres. Temos infor-

mação demais e tempo de menos. Todo mundo sabe de

tudo e ao mesmo tempo não sabemos de nada. Precisa-

mos ter esses guias. E é aí que vejo oportunidades para as marcas, a possibilidade de preencher espaços na socie-dade além dos seus negócios, ou seja, vender produtos, atuar em determinado segmento, mas também defender o que você acredita. Saber quais são as suas bandeiras, as suas questões além do negócio. Isso vai trazer foco para a empresa, pois oferece algo maior como estratégia, um caminho para as pessoas aderirem ou não. Nesta adesão é construída uma relação mais verdadeira, com mais le-aldade do que simplesmente ser fiel por ganhar bônus.

Você fala sobre marcas pessoais e seu trabalho aborda também as marcas corporativas. Como se dá esta relação?

Isso foi mudando com o comportamento da socieda-de, porque o significado das marcas passou a ser muito importante para as empresas. Existem diferenças nos mecanismos de se vender, de construir a acuidade da marca, mas os conceitos são os mesmos. Marcas propor-cionam experiências. Exatamente como as pessoas, o teu visual, a tua voz, teus adereços, teu comportamento, tua postura. Ou seja, a experiência te deixa uma marca. A gente não faz uma campanha de propaganda, nem

Arthur Bender tem mais de 25 anos de ex-periência no planejamento de posicionamento de grandes marcas nacionais e internacionais. Premiado por três vezes consecutivas como profissional de planejamento do ano, o presi-dente da Key Jump é autor dos livros “Personal Branding” e “Paixão e Significado da Marca”. Com o título “Personal Branding – construindo a sua marca pessoal”, o primeiro livro lançado foi considerado o mais vendido no segmento de marketing em 2009 e 2010, fazendo do autor o primeiro brasileiro a ocupar o terceiro lugar em vendas de livros de marketing no Brasil, no ranking top 10, em 2009. “Personal Branding”

está na oitava edição com mais de 50 mil livros vendidos.

Em junho, o empresário participou da palestra “Desafios da Comercialização e Facebook para Pe-quenos”, evento que integrou o Circuito Empresa-rial de Inovação do Sebrae. Na ocasião, ele falou sobre posicionamento da marca, tendências atu-ais e seus impactos, além do futuro da sociedade de consumo. A Revista Conexão o entrevistou bus-cando desvendar o comportamento do mercado consumidor e de que forma as marcas refletem esse cenário, os paradoxos da escassez de atenção e a economia da confiança e suas consequências.

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Page 28: Revista Conexão Bahia 207

anúncios, mas usamos esses mecanismos, e a ideia de

significado e propósito são absolutamente iguais. Ser-

vem para marcas de pessoas e de organizações.

Como as marcas se consolidam num cenário de muito ruído e volatilidade?

É cada vez mais difícil ser ouvido na sociedade. E pa-

rece um paradoxo, pois, atualmente, os profissionais de

comunicação talvez tenham as melhores ferramentas.

Nas redes sociais, há milhares de possibilidades e meios.

Temos muita informação, o que não tínhamos há um

tempo. Mas é tanto ruído que ser ouvido passou a ser

algo muito difícil. É como se a sociedade tivesse muitas

bocas gritando ao mesmo tempo e sua atenção é cada

vez menor, o que chamo de efeito teflon no cérebro. Uns

gritam mais – propagandas, principalmente do varejo,

que repetem 10 vezes a informação para chegar ao seu

cérebro – só que você é acessado por todos os lados. Ou

seja, como comunicador, eu terei que ter mais compe-

tência para entrar na mente e no coração do consumi-

dor, para conseguir prender a atenção no meio dessa gri-

taria. É aí que o propósito da marca faz toda a diferença.

Como uma marca pode se diferenciar no mercado?

Quando há abundância de algo, você acaba valorizando

o que é escasso. Na TV, a coisa mais preciosa que vai cha-

mar a atenção é o silêncio. Lançamos, há pouco tempo,

uma marca de e-commerce de vinhos, fizemos três minu-

tos no (programa) Fantástico com 30 segundos de silêncio

e com a música “Epitáfio”, dos Titãs. A mensagem era “re-

flita sobre o ritmo da sua vida” e a primeira vez causou es-

trondoso resultado. Temos usado os contrapontos: se tem

muita velocidade, ofereça o que é devagar; se tem muita

gritaria, ofereça silêncio, se há muita volatilidade, ofereça

algo perene. E as marcas querem relacionamentos de lon-

go prazo com as pessoas. O varejo criou a ideia do consu-

midor oportunista: eu só compro contigo se você oferecer

uma vantagem. É uma arena de preços e você precisa ser

bom em escala, volume e em gestão de custos. Mas existe

outra arena, que é a de percepção de valor. E aí você vai ter

que escolher um propósito. Isso é capaz de romper o ruído e criar engajamento para as pessoas.

Temos quatro aspectos para construir uma marca. O primeiro deles é conhecimento. Você não pegaria uma marca da qual nunca ouviu falar. O segundo degrau é di-ferenciação. E aí vem a função das marcas, que nasceram para criar desigualdades. É preciso acentuar a diferença. O terceiro aspecto é relevância: se não for relevante, pos-so repetir 50 vezes que não irá sensibilizar. E, por último, qualidade percebida ou estima da marca, que é o resulta-do. Todo o esforço de marca é subir esses degraus e ser a primeira opção quando considerar a compra. Ao mesmo tempo, preciso trabalhar conhecimento para sobreviver na selva. Tentar se diferenciar pela tecnologia é uma fu-rada, os competidores sabem uns dos outros. E o serviço, acesso, produto, cartões e meios de pagamento são os mesmos. É preciso dizer algo a mais e diferente.

Como chamar a atenção nas redes sociais, que são plataformas superdinâmicas?

Não existe uma receita para todo mundo. Acredito que quanto mais superlativa a sociedade, mais as pes-soas querem personalização. Quanto mais tecnológico e grandioso, mais as pessoas querem ser percebidas pelo seu CPF. O contraponto para atingir pessoas é entender a percepção de valor dos seus consumidores. Tente se co-nectar, entenda o que move seus clientes, o que é valor para eles. Recomendações de Peter Drucker: entender o porquê do seu negócio, quem são seus clientes, o que é valor para eles, qual a estratégia para entregar este valor e como medir se você está entregando valor.

Há um diferencial quanto ao público feminino?

Defendo a ideia de que a paixão tem relação com a emo-ção. Temos hoje as melhores plataformas para fazer aná-lises e ter estatísticas de tudo. Defendo que precisamos usar tudo isso, mas este é o século da emoção. Não sei se mais uma planilha vai me ajudar nessa confusão e, nisso,

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elas têm uma vantagem terrível. Elas sempre foram muito

mais intuitivas e são multitarefas. As mulheres se relacio-

nam horizontalmente em redes: conquiste uma, conquis-

te muitas, perca uma e perca todas. Tom Peters afirma que

o grande mercado são os idosos e as mulheres.

Qual a dica para os pequenos?

As redes permitem que seu público conheça melhor a

empresa. Então, conheça as bandeiras que defende. Mos-

tre-se do jeito correto e invista em abrir um bate-papo di-

reto com os seus consumidores para entender um pouco

mais a perspectiva de valor. Invista em algo mais perso-

nalizado e tenha uma plataforma de troca de informa-

ções mais ágil. Não dá para fazer o que todo mundo está

fazendo, que é simplesmente falar e não prestar atenção

se alguém está ouvindo do outro lado. O Facebook não é o

espelho do banheiro de casa. Você acha que tem milhares

de pessoas do outro lado e esta não é a verdade. Tenha

cuidado para que sua marca não seja esquizofrênica, não seja contraditória.

Qual o papel do Sebrae na valorização das marcas?

O pequeno empresário precisa de ajuda. Como muitos setores têm alta concentração dos pequenos, a exem-plo do varejo, vai ter lugar para meia dúzia de grandes marcas, que precisam de escala, que é negociar grandes volumes e oferecer preços baratos. Nesse sentido, levar conhecimento sobre gestão para o pequeno é uma ta-refa muito importante do Sebrae. Você só vai ser uma empresa respeitada com a formalidade, e isso pressupõe gestão, conhecimento técnico. Acho que o Sebrae pode colaborar com a comunicação. Muitos acham que mar-ca é despesa e pode ser feita por qualquer um. Defendo que gestão de marca é um assunto sério e, mal feito, pode representar a morte do negócio.

“O contraponto para atingir pessoas

é entender a percepção de valor dos seus consumidores”

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ECoNoMIACRIATIVA

Baianas Caprichosas participam, pela segunda vez, do showroom Brasil Original, que, este ano, gerou mais de R$ 400 mil em volume de negócios

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Inspiração, talento, cuidado, tempo e originalidade. Sãos esses os ingredien-tes que, combinados, transformam arte em negócio. E é essa a receita que faz do Brasil Original um sucesso de pú-blico e vendas. Na sua primeira edi-ção, o evento movimentou mais de R$ 300 mil, incluindo as transações das Rodadas de Negócios de Artesanato.

Mais do que uma vitrine e a pos-sibilidade de valorizar localmente o potencial produtivo do artesão, o Brasil Original, iniciativa do Projeto ExpoArt, eleva a qualidade e cria um novo canal mercadológico para esse

segmento. E os números mostram o caminho que vem sendo trilhado.

Mais de 65 mil visitantes passaram pelo local, entre os dias 3 de junho a 13 de julho, no Shopping Barra, em Salvador, superando a marca da Copa das Confederações, quando também foi realizado o showroom. R$ 365 mil foram gerados em volu-me de negócios e mais de 12 mil pro-dutos foram comercializados. Neste período, turistas e soteropolitanos conheceram a beleza e a diversidade do trabalho de 100 artesãos baianos e dos estados convidados: Alagoas,

Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pa-raíba, além do Distrito Federal.

A geração de negócios durante a Copa do Mundo se apresenta como uma oportunidade de preservar e resgatar os valores culturais e a tra-dição da produção artesanal. Tradição que está mais do que impregnada no trabalho das Baianas Caprichosas, as-sociação que fez parte do Showroom Brasil Original pelo segundo ano. E o que é que essas baianas têm? Elas buscam autonomia e realização pro-fissional. Criado em 2010, o grupo é formado por Beatriz Rocha, Luana

Pelas mãos da BahiaArtesanato baiano ganha visibilidade durante a Copa do Mundo

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Page 31: Revista Conexão Bahia 207

Dantas, Rosemary Bacelar, Ivone-te Lima, Lucimary Barbosa e Sônia Deleze, empreendedoras que so-nham e incorporam como ninguém a letra de Dorival Caymmi e dão be-leza aos fuxicos, bonecas, chaveiros e fl ores de crochê.

“Nascemos no Sebrae e da neces-sidade de aproveitar nossas habi-lidades, transformamos em renda fi xa o que antes era um hobby ou um complemento. Tivemos acesso às capacitações que serviram para divulgar o nosso profi ssionalismo como selo de qualidade. Em rela-ção ao ano passado, já vendemos o dobro. Agora vamos nos juntar para produzir e lucrar ainda mais”, escla-rece Beatriz Rocha, uma das funda-doras das Baianas Caprichosas.

Proprietária do Ateliê do Borda-do, Valéria Torres revela que a pai-xão pelo artesanato foi herdada da mãe. Bordadeira prendada e famo-sa na capital, Dona Iaiá, 84 anos, apresentou a Margarida Torres, em meados de 80, a máquina utilizada para executar o ponto. O exemplo de vida e dedicação daquela senho-ra envolveu mãe e fi lha no desafi o de empreender.

Em 2010, as duas buscaram a for-malização. Compraram duas má-quinas e, desde então, não pararam de participar de eventos. Logo, a de-dicação em família foi revertida em vendas, e surgiu a possibilidade de adentrar no mercado. “Só produzía-mos quando tínhamos encomendas e, com o apoio do Sebrae, encaramos nossa atividade com mais profi ssiona-lismo. As rodadas, desfi les, exposições e feiras deram visibilidade e conse-guimos atingir o público lojista. Só no Brasil Original, colocamos R$ 6 mil em

produtos e, na nossa primeira entrega, fechamos R$ 5 mil”, revela Valéria.

Projeto ExpoArt

Mais de 800 artesãos, associações e cooperativas são benefi ciados pelo Projeto ExpoArt, e participaram das sete edições das rodadas de negócios promovidas pelo Sebrae. Os critérios utilizados para a escolha dos produ-tos foram a qualidade na estética e no acabamento; a inovação com ma-térias-primas; produtos tradicionais com referência do design; artesanatos representativos com a identidade cul-tural/regional; e produtos com caráter sustentável (reaproveitamento de ma-terial ou utilizando critérios de sus-tentabilidade ambiental sem agredir o ecossistema e tingimentos naturais). O ExpoArt, que acontece em parce-ria com o Instituto Mauá, tem como função despertar nas comunidades o entendimento e aplicação das ferra-mentas de desenvolvimento, como o associativismo e cooperativismo, ino-vação, tecnologia, gestão empresarial e ações mercadológicas, tornando vi-sível, economicamente, a atividade e mudando a vida de talentosos baianos.

Valéria Torres transformou a paixão, herdada da mãe, em negócio, e contou com o apoio do Sebrae para se profi ssionalizar

Atuação do Sebrae no fomento do artesanato baiano

EXPoARTE BAHIA

Consultoria+ Capacitação +

GestãoDifusão ePromoção

Pesquisa e Inteligência de Mercado

Acesso a Mercados e

Comercialização

Design paraAgregar Valor +

Inovação

Fonte: seBrae/Ba

Brasil Original

O showroom é uma iniciativa do Sebrae, e na Bahia conta com o apoio do Shopping Barra e do Instituto Mauá. Com o objetivo de desenvolver a ca-deia produtiva e introduzir artesãos e seus produtos no mercado, o Projeto

Brasil Original aconteceu nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA 2014. De acordo com a gestora do Projeto ExpoArt Bahia, Apa-recida Fernandes, o local escolhido dá visibi-lidade ao artesanato baiano, agregando valor através da exposição, comercialização e pro-moção em um ambiente de grande visitação, além de priorizar a diferenciação na forma de expressão da cultura.

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Participação no Empretec fez Betânia Lima profissionalizar seu negócio

A proatividade fez a microempre-endedora individual (MEI), Betânia Lima, encarar melhor os desafios do seu negócio de bordados perso-nalizados e brechó com a participa-

ção no Seminário Empretec. Desde que concluiu a capacitação, em abril de 2013, a artista plástica por formação comemora a mudança de postura e amadurecimento na

gestão e seus diferenciais com-petitivos. “Trabalhar bem, mesmo sob pressão, por exemplo, foi uma coisa que aprendi lá. Recebo enco-mendas de empresas para o mes-

EDUCAção EMPREENDEDoRA

Conhecimento que transformaEmpresários aplicam conceitos de cursos e capacitações do Sebrae e modificam suas empresas

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mo dia e sei que dou conta”, afir-ma a empresária.

Com a capacitação, veio o desejo de profissionalizar a logomarca da Garimpo do Baú, a partir da contra-tação de uma empresa especializa-da, e os investimentos em material publicitário e fan page no Facebook. Antes do Empretec, a MEI já havia buscado orientações sobre plano de negócios e gestão financeira.

O despertar das habilidades empreendedoras, como a ousadia e a visão de mercado, a fizeram adquirir mais quatro modernas máquinas de bordar, alocadas no mesmo espaço em que está a pri-meira delas, o modelo mais sim-ples, onde tudo começou com o ritmo de 30 bordados diários. O trabalho de Betânia, com borda-dos personalizados e lembran-cinhas para diferentes ocasiões, conquistou mercados em Minas Gerais, João Pessoa, Recife, Maceió e Aracaju. Vitórias que, para ela, não seriam possíveis sem a busca por especialização. “O Sebrae tem a ferramenta completa para qual-quer segmento de atuação”, avalia a MEI, formalizada há três anos.

Conquistar o cliente

Há seis anos, quando Cid de Ara-gão Santana decidiu abrir um espa-ço para oferecer açaí e lanches no bairro da Ribeira, ouviu de amigos empresários que seria “suicídio co-mercial não vender cerveja”. Apos-tando em qualidade no atendimen-to, na variedade de lanches e tigelas de açaí, cupuaçu e morango, Cid su-perou o presságio e vem cativando o público local.

Aragão se formalizou em 2013 e aproveitou a 6ª edição da Semana do Microempreendedor Individual, realizada este ano, para melhorar a gestão do negócio através das capacitações gratuitas. Na Oficina de Crédito, ele tirou dúvidas sobre financiamento e constatou a im-portância de anotar todos os gas-tos, bem como organizar o caixa da empresa e o caixa pessoal. “Na oficina SEI Vender, foi muito bom co-nhecer os concei-tos de como con-quistar o cliente, o que fez me empe-nhar ainda mais a tocar meu negó-cio”, conta o MEI sobre a participa-ção em mais uma qualificação.

A oferta gratuita e em horários fle-xíveis fez o dono da Net Game, loja de informática e ma-nutenção, André Sousa, optar pelos cursos online. Após ver um anúncio na internet, ele foi ao site, se cadastrou e fez os cursos “Como Vender Mais e Me-lhor”, “SEI Contro-lar Meu Dinheiro” e “SEI Empreender”.

Para empreen-dedores como Be-tânia, Cid e André, que enxergam nas capacitações a ala-vancagem dos seus

negócios, o Sebrae oferece grupos de produtos específicos. Entre eles estão: Projeto Sebrae Microempreendedor Individual (SEI), conjunto de oficinas gratuitas voltadas para os MEI; pro-jeto Na Medida; Negócio a Negócio; Sebrae EaD; e Sebrae Mais. Confira as opções de capacitação oferecidas pelo Sebrae. Outras informações estão dis-poníveis através da Central de Atendi-mento 0800 570 0800.

Cid se qualificou na capacitação Sei Vender, gratuita e voltada para o MEI, e na Oficina de Crédito

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CURSOSCURSO CARGA HORÁRIA PÚBLICO-ALVO

Treinamento Gerencial Básico 15Empresários, gerentes e supervisores de micro e pequenas

empresas

Atendimento ao Cliente 15Empresários e profissionais que mantenham contato direto

com clientes

Aprender a Empreender 24

Empreendedores, estudantes, empresários formais e informais

de pequenos negócios, atuantes na área de comércio, indús-

tria, serviços e agroindústria

Técnicas de Vendas 15 Empresários e profissionais da área de venda

Gestão de Estoque 15 Empresários e gestores de micro e pequenas empresas

Como Conduzir

Negociações Eficazes15 Destinado a empresários e gestores de pequenos negócios

Gestão Financeira 20 Empresários de microempresa

Planejamento Estratégico 16 Empresários de microempresa

Gestão de Pessoas e Equipes 24 Empresários de microempresa

Marketing 16 Empresários de microempresa

outras informações: 0800 570 0800

Quer expandir sua empresa de pequeno porte?

Focado em empresas com mais de dois anos de funcionamento e que já tenham superado questões bási-cas de gestão nas áreas de recursos humanos, processos, marketing e fi-nanças, o Sebrae Mais foi planejado para quem tem interesse em expandir seus negócios. As soluções: Empretec, Estratégias Empresariais, Gestão da Inovação – inovar para competir, Pro-grama Sebrae de Gestão da Qualidade (PSGQ), Planejando para Internacio-nalizar, Gestão Financeira – do con-trole à decisão e Encontros Empre-sariais. O Empretec é um seminário desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o Sebrae sendo o único aplicador no país. A proposta é identificar, estimular e de-senvolver os perfis empreendedores através de uma metodologia vivencial e interativa.

Soluções para MEI e Microempresa?

Orientação empresarial gratuita que oferece diagnósticos e recomendações para microempreendedores individu-ais (MEI) e donos de microempresas (ME) através da visita de um agente de orientação empresarial ao negócio. Em seguida, ele sugere as soluções para melhoria do empreendimento.

Aprender para desenvolver?Composto por cursos, oficinas,

palestras, consultorias e diálogos planejados de acordo com as prin-cipais necessidades do empresário. Em uma das etapas, o empresário escolhe dentre uma das oito áreas de atuação (Associativismo, Empre-endedorismo, Gestão Financeira, Gestão de Pessoas, Internet, Planeja-mento Estratégico, Mercado e Tribu-tação) para, então, começar o apren-dizado com os consultores.

Microempreendedor Individual precisa crescer?

Oficinas SEIVoltadas para microempreendedo-

res individuais, traz as seguintes te-máticas: Vender, Comprar, Controlar Meu Dinheiro, Unir Forças Para Me-lhorar, Planejar, Empreender.

Falta tempo? Educação a distância Sebrae

Criado há 10 anos, o Sebrae EAD oferece cursos gratuitos via internet para os empreendedores que queriam passar por capacitações, mas não ti-nham tempo para se dedicar a cursos com carga horária contínua. Qualquer interessado pode se matricular no site (www.ead.sebrae.com.br) e ter acesso às capacitações, divididas nos perfis “Quero Empreender”, “Sou um Micro-empreendedor Individual”, “Tenho uma Microempresa” ou “Tenho uma Empresa de Pequeno Porte”.

Soluções e Produtos Sebrae para seu negócio

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MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUAL

O trabalho do vendedor ambulante, Antônio Cristovão de Jesus, foi do-brado durante o mês de junho, na cidade de Santo Antônio de Jesus. Com o bom humor já caracterís-tico dos 36 anos de atendimento, ele e a esposa, Bete, se prepararam

para aumentar a produção de lan-ches e doces na barraca, decorada em clima festeiro de um São João verde e amarelo, em alusão à Copa do Mundo.

Este ano, o microempreendedor individual (MEI) vai poder dedicar

mais tempo às vendas sem a pre-ocupação de ir ao posto de aten-dimento do Sebrae para pegar os boletos do Documento de Arreca-dação do Simples Nacional (DAS). Ele e milhões de MEI, em diversos estados, passaram a receber no

O vendedor ambulante, Antônio Cristovão, recebeu o Carnê da Cidadania, com todos os boletos do ano, em casa, e não precisa mais se preocupar com a impres-são do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) mês a mês

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Carnê da CidadaniaMicroempreendedores individuais estão recebendo o Carnê da Cidadania, que traz todos os boletos mensais do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS)

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empreendimento, via Correios, o Carnê da Cidadania, que inclui os valores de todos os tributos para a categoria, e pode ser pago em ban-cos, casas lotéricas, corresponden-tes bancários e terminais de auto-atendimento.

“Receber os boletos em casa faci-litou muito o pagamento, pois ago-ra tenho mais comodidade. Houve meses que eu me esqueci de pagar o boleto devido ao movimento da barraca, que difi cultava a minha saída para pegar os boletos”, conta o MEI, que afi rma ter encontrado na formalização o caminho para o crescimento do negócio e para a melhoria de sua família. “O objetivo de me tornar um MEI era para ter um CNPJ. Com ele, eu poderia com-prar produtos mais baratos, con-tribuir com o INSS, abrir conta no banco e ter outras vantagens. São dois anos de formalizado e desde então só tive benefícios”, declarou.

O carnê ajudou a empreendedo-res que perdiam muito tempo para

cumprir com a obrigação de ser MEI, como a cabeleireira Rosela-ne Fidelis, do Salão La Magie Rose, em Jacobina. Ela se deslocava do Bairro Félix Tomaz até o ponto de atendimento do Sebrae, no centro da cidade, para imprimir os boletos e, depois, enfrentava longas fi las da lotérica para efetuar o pagamento. “Nem sempre tinha tempo dispo-nível, como é o caso dos meses de junho e julho, época de São João e férias escolares, em que o salão fi ca mais lotado de clientes. Agora, pos-so até pagar antecipado”, comemo-ra Roselane.

A MEI faz questão de afi rmar que, após a formalização em 2010, con-seguiu máquina de cartão de cré-dito, o que diminuiu consideravel-mente o número de “fi ados”, abriu conta jurídica e conseguiu um em-préstimo bancário para adquirir novos equipamentos. As mudanças ajudaram Roselane a construir sua casa própria, fazer um curso de es-tética corporal e pagar a Faculdade

de Estética para a fi lha Érica, que também trabalha no salão. A cada sonho realizado surge um novo. “Quero adquirir um veículo para facilitar o nosso transporte e ainda pegar um novo empréstimo para ampliar o salão, já que Érica come-çará a atender as suas clientes de limpeza facial”.

O cinegrafi sta de Jacobina, Adal-berto Jesus Carneiro, que se formali-zou há poucos meses, também rece-beu o Carnê da Cidadania em casa. “Fiquei surpreso por ter recebido tão rapidamente. Aprovei bastante a ação, especialmente pela comodida-de”, conta o empreendedor.

O Carnê da Cidadania inclui os valores de todos os tributos para o MEI trabalhar formalizado. Para a Previdência Social, são recolhi-dos 5% do salário mínimo ao INSS (R$ 36,20). Se prestar serviços, mais R$ 5,00 em ISS para o município. E se atuar no comércio ou indústria, mais R$ 1,00 em ICMS para o go-verno estadual.

Fique atento

Caso receba outras cobranças, o MEI não deve pagar sem antes confi r-mar a necessidade. Nesse caso, pode buscar orientações no ponto de aten-dimento do Sebrae na sua região ou através da Central de Relacionamento 08800 570 0800.

O microempreendedor individual NÃO está dispensado de pagar os bole-tos do DAS, ainda que não exerça ativi-dade como MEI. Os débitos permanecem até que seja dada baixa no CNPJ. Quem tem dúvidas sobre débitos, pode buscar orientação no Sebrae. Na eventualidade

do Carnê da Cidadania conter parcelas já vencidas, ou seja, recebê-lo em abril e ter parcelas de fevereiro e março, ou assim sucessivamente, a orientação é para os casos que o pagamento já foram efetuados, não fazê-lo nova-mente, para não gerar duplicidade.

Mesmo com o envio, o carnê continuará a ser

disponibilizado no Portal do Empre-endedor (www.portaldoempreende-dor.gov.br).

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A “Engpiso – Soluções e Sistemas” foi criada em junho 1995, no bair-ro de Sussuarana, como a primeira empresa especializada em piso e revestimento do Norte e Nordeste. Conduzida pelo engenheiro civil Raymundo Dórea, a empresa sus-tenta uma marca forte tanto no Brasil como no exterior.

A aproximação entre o empresá-rio e o Sebrae se deu em 2009. Ele participou do Planejamento Estra-

tégico com base no Mapeamento das Oportunidades do Projeto Copa 2014, uma parceria entre o Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), envolvendo empresários de nove setores. “Foi um ano de reuniões para verificar as oportunidades em nove setores, um verdadeiro apren-dizado. Meu negócio se encaixou na construção civil e passei a investir na profissionalização da empresa”, conta Raymundo.

Hoje, ele sente o sabor da vitória, com a participação da Engpiso em dois importantes contratos de obras da Copa 2014. No ano passado, a Engpiso concluiu 130 mil metros quadrados de piso em concreto da Arena da Fonte Nova, em Salvador; 50 mil metros quadrados da Arena de Pernambuco; e 7 mil metros qua-drados na Arena Sauípe, localizada na Linha Verde, onde foi realizado o sorteio da Copa.

Gol de placa na engenharia civil

De olho nas oportunidades da Copa, o empresário Raymundo Dórea preparou sua empresa e prestou serviço para a construção das arenas: Fonte Nova,

Pernambuco e Sauípe, na Linha Verde

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Sebrae perto de vocêO Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em 10 Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.

O Ponto de Atendimento do Sebrae em Ilhéus fica localizado na praça José Marce-lino, 100 – Centro Histórico. Funciona de segunda a sexta-feira das 9h às 17h.

Pontos de Atendimento na Bahia

Unidade Regional 01 – Salvador / MercêsCentro de Atendimento ao EmpreendedorAv. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526

Salvador / Boca do Rio - SAC EmpresarialAv. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154

Salvador / ItapagipeRua Direta do Uruguai, 753, Bahia OutletCenter, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151

Salvador / LiberdadeEstrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126

AlagoinhasRua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888

CamaçariRua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332

Lauro de FreitasLot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3,Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836

Unidade Regional 02 – BarreirasAv. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574

Unidade Regional 03 – Feira de SantanaRua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153

Euclides da CunhaRua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010

IpiráPraça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239

ItaberabaRua Rubens Ribeiro, 253,Ed. Tropical Center, Salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023

Unidade Regional 04 – IlhéusPraça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068

ItabunaAv. Francisco Ribeiro Júnior, 198,Ed. Atlanta Center – Centro. CEP 45600-921. Tel.: (73) 3613-9734

Unidade Regional 05 – JacobinaRua Senador Pedro Lago, 100, Salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342

Senhor do BonfimRua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046

Unidade Regional 06 – JuazeiroPraça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827

Paulo AfonsoRua Amâncio Pereira, 60 – Centro. CEP 48602-110. Tel.: (75) 3281-4333

Unidade Regional 07 – Santo Antônio de JesusAv. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949

ValençaRua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293

Unidade Regional 08 – IrecêRua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206

SeabraRua Horácio de Matos, 25, Salas 01/02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368

Unidade Regional 09 – Teixeira de FreitasAv. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002.Tels.: (73) 3291-4333/4777

EunápolisRua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782

Porto SeguroPraça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564

Unidade Regional 10 - Vitória da ConquistaRua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600

BrumadoRua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543

GuanambiAv. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557

IpiaúPraça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696

ItapetingaAv. Itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509

JequiéRua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553

Central de Relacionamento 0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h

Sede do Sebrae BahiaR. Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador – Bahia. CEP: 40060-350. Tel. (71) 3320.4301.

On-linePortal Sebrae Bahiawww.ba.sebrae.com.br

Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br

Redes Sociaiswww.facebook.com/sebraebahiawww.twitter.com/sebraebahiawww.youtube.com/sebraebahiawww.slideshare.com/sebraebahiawww.issuu.com/sebraebahia

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Quer respostas para essas e outras questões? Procure o Sebrae e melhore a gestão

da sua empresa. Soluções em

Associativismo, Empreendedorismo,

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