Revista da Tijuca – 02

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Ano I · nº 02 · maio/2012 · distribuição gratuita MENINA DOS OLHOS DAS CONSTRUTORAS MENINA DOS OLHOS DAS CONSTRUTORAS TIJUCA É A NOVA TIJUCA É A NOVA PRAÇA DA BANDEIRA: PRAÇA DA BANDEIRA: SERÁ O FIM DAS ENCHENTES? SERÁ O FIM DAS ENCHENTES? TEM TIJUCANO TEM TIJUCANO NO UFC NO UFC

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Edição nº 2 da Revista da Tijuca que circula no mês de maio na Tijuca, Andaraí, Grajaú, Praça da Bandeira, Maracanã, Alto da Boa Vista e Rio Comprido.

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Ano I · nº 02 · maio/2012 · distribuição gratuita

MENINA DOS OLHOS DAS CONSTRUTORAS

MENINA DOS OLHOS DAS CONSTRUTORAS

TIJUCA É A NOVATIJUCA É A NOVA

PRAÇA DA BANDEIRA:PRAÇA DA BANDEIRA:SERÁ O FIM DAS ENCHENTES?SERÁ O FIM DAS ENCHENTES?

TEM TIJUCANOTEM TIJUCANO

NO UFCNO UFC

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Pode até não ter tamanho algum, mas o desejo de realizá-lo tem que ser grande.

Tem gente que sonha com a casa própria. Se ela for na Tijuca, essa é a hora de investir. O mercado só tem olhos para o bairro, que é o quinto em novos empreendimentos no Rio.

Há os que sonham com o fim das enchentes. Isso pode estar mais perto do que nunca de se concretizar com a obra de drenagem do Canal da Bacia do Mangue (Praça da Bandeira).

Tem sonho que começa pequenininho e vai crescendo sem controle, como o da banda do Grajaú, A Dama e os Vagabundos, que faz aniversário agora em maio. Ou igual ao do sambista Moacyr Luz e seu Samba do Trabalhador, que acabou de completar sete anos de sucesso.

Uns carecem de mais força, como o dos lutadores de MMA das academias do bairro, que sonham em brilhar no cenário internacional. Outros, de toda uma revolução como a que está prestes a acontecer no Salgueiro com o projeto de desenvolvimento turístico do morro.

Não importa. Sonhe!

MARIA SOCORRO E SILVA

Guardas municipais agora são zeladores da cidade

DESTAQUE

QUAL O TAMANHO DO SEU SONHO?

FOI MUITO BOM RECEBER AS VÁRIAS MENSAGENS DE VOCÊS QUE LERAM NOSSA EDIÇÃO N° 1. SABE, FAZER UMA REVISTA DÁ O MAIOR TRABALHO, MAS O RETORNO VALEU TODO O EMPENHO. ALÉM DISSO, É UM SONHO REALIZADO. E VOCÊ?

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08DIA A DIA

Praça da Bandeira: será o fim das enchentes?

LEITOR Fale com a gente! [email protected]

PRIMEIRA EDIÇÃO

A 1ª edição da Revista da Tijuca é um primor. É tal e qual outras edições de renome como as de grandes editoras. Esteja certo de que já conquistou a admiração deste leitor tijucano, que deseja sucesso nas próximas edições.

Pedro Luiz Pereira (R. José Higino)

Parabéns pelo projeto! A revista está no nível que a Tijuca merece. Amei a revista como ano a minha Tijuca.

Ádila Sousa (R. Enes de Sousa)

Gostei muito da revista e me diverti lendo o texto sobre a história da Tijuca, só senti falta das fontes.

Luiza Marinho (R.Uruguai)

Adoramos saber que gostaram!

RECLAMAÇÃO

Vejo que a Prefeitura apregoou uma pretendida solução para combater os efeitos das enchentes na Tijuca. O que se costuma combater são apenas os efeitos, quando o mais certo é eliminar as causas.

Otto Oliveira (R.Barão de Mesquita)

Dica anotada e já apurada. Obrigada, Otto!

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Maio de 2012

EDITORA-CHEFEMaria Socorro e [email protected]

PRODUÇÃO Editora Caderno Amarelo

DESIGN E PROJETO GRÁFICOLucas Santoshttp://fiatluks.deviantart.com

FOTOGRAFIA DA CAPAGuido Gomes

COLABORADORESAna Carolina JacuáDaniel StrauchGuido GomesMaurício Motta

REVISÃOMaria de Fátima e Silva Santos

[email protected]

DISTRIBUIÇÃO. Caderno Amarelo. Banca Antonio Rigido Duino e Antonieta – Jornais e Revistas

VISITE NOSSO SITErevistadatijuca.com.br

FALE COM A [email protected](21) 3251 2621 – 2ª a 6ª das 9 às 18h.

A Revista da Tijuca é uma publicação men-sal da Editora Caderno Amarelo. Nossos co-laboradores não têm responsabilidade com horário nem vínculo empregatício com a Revista da Tijuca ou a Caderno Amarelo.

16NOSSA RUA

São Francisco Xavier e sua história na Tijuca

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26ESPECIAL

MMA – Quem está levando o nome da

Tijuca para o mundo?

Somos o 5º bairro em construções do Rio

CAPA

34 BEM CONTADA

Os 137 anos do Rio Comprido

ERRAMOS – 1. Na edição número 1 faltou o crédito de Belliza Monte como colabora-dora. 2. Na matéria sobre a Rua Uruguai, o nome correto de uma rua citada é Maxwell.

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| Mirante

A 10ª Semana Nacional de Mu-seus acontecerá entre os dias 14 e 20 de maio, com centros cultu-rais e museus oferecendo pro-gramações especiais gratuitas. Mostras, palestras, seminários, shows, visitas guiadas e a exibi-ção de filmes e documentários compõem a agenda do evento, que este ano conta com a parti-cipação de 45 espaços culturais na cidade. O tema abordado será “Museus em um mundo em transformação. Novos desa-fios, novas inspirações”. Da Ti-juca, participa o Espaço Ciência Viva – Av. Heitor Beltrão. A lista dos museus você encontra em revistadatijuca.com.br.

Outubro será um mês de festa para o Espaço Livre Creche e Escola. Será a comemoração do aniversário de uma história de dedicação e competência voltadas à educação infantil na Tijuca. A escola que tem como diferenciais o acolhimento e disponibilidade, tra-balha com horário personalizado (sem férias). Do bercário à alfa-betização, o Espaço recebe crianças dos três meses aos cinco anos que são educadas por uma equipe que, além de muito amor, tem formação direcionada para a educação infantil. Recomendamos.

Não há placa ou espaço delimi-tando que ali é um local destina-do à prática de exercícios físicos, mas o trecho próximo à rua Uru-guai, compreendido pelas ruas Visconde de Cabo Frio, Homem de Melo e Andrade Neves vem aos poucos se consolidando como uma área frequentada por atle-tas e amadores para a prática de caminhada e corrida. As quatro ruas ficam movimentadas entre seis e nove da manhã e também à noite. Vale ressaltar que mesmo nesse horário, o local não é deser-to. É seguro, iluminado e sempre bem movimentado.

O antigo Hospital Venerável Ordem Terceira do Carmo será reaberto a partir deste mês como Hospital São Fran-cisco. Serão ofertados 200 leitos, unidade coronariana e um serviço completo de atendimento a pacientes com HIV, serviço de pré-transplante e 35 leitos de UTI para atender pacientes referenciados através da Central Es-tadual de Regulação de Leitos. A administração é da Secretaria de Saúde, em gestão compartilhada com a Organização Social Lar Assistencial São Francisco.

DESCOBRINDO OS MUSEUS CARIOCAS

TIJUCA GANHA HOSPITAL COM 200 NOVOS LEITOS

CALÇADAS LARGAS SÃO IDEAIS PARA ATIVIDADES FÍSICAS

DEZ ANOS DE BOA EDUCAÇÃO NA TIJUCA

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A visita é guiada por técnicos. O visitante passará por várias partes do estádio, chegando ao futuro campo de jogo. Os interessados devem se inscrever-se pelo e-mail: [email protected]. Re-alizado sempre no primeiro sábado do mês, o tour é iniciado com um vídeo do projeto de modernização do estádio. É grátis.

O Borel é a primeira comunida-de pacificada do Rio a ganhar uma midiateca. Fruto de uma parceria entre a Fundação São Joaquim e o Canal Futura, o espaço disponibiliza gratuita-mente conteúdos educativos e de lazer para a população. O ob-jetivo é promover debates sobre educação, cidadania, segurança pública e direitos humanos. A iniciativa beneficia cerca de 13 mil moradores das comunida-des da região.

Em atendimento às demandas do Tribunal de Justiça, Minis-tério Público e da Secretaria de Segurança Pública do Estado, o Laboratório de Diagnósticos por DNA da UERJ atende gratuita-mente pessoas que comprovem baixa renda e desejam realizar perícias genéticas, como a inves-tigação de paternidade. Desde a sua criação, em 1996, mais de 140.000 pessoas já passaram por exames no Laboratório, que tam-bém já realizou mais de 1000 pe-rícias criminais e identificações de indivíduos através de ossadas e restos mortais carbonizados ou severamente mutilados. Mais in-formações, pelo 2334-2183.

BOREL GANHA MIDIATECA

OBRAS ABERTAS AO PÚBLICO

EXAMES DE DNA GRÁTIS

UMA ÓTIMA OPÇÃO PARA PRESENTEAR SUA MÃEOficialmente, o trecho entre a Conde de Bonfim e a Santo Affonso é a Rua Major Ávila, mas quase ninguém conhece assim. Para a maioria dos tiju-canos, é simplesmente a Rua das Flores. Funcionando 24h, de segunda a segunda, é uma excelente opção de presentes para o Dia das Mães. Lugar dos mais tradicionais na Tiju-ca, a rua ferve nessa época. Os vendedores comemoram o au-mento das vendas. Aceitam-se todos os cartões de crédito e dé-bito. Que tal aproveitar a data para agradar a sua mãe?

UMA ÓTIMA OPÇÃO PARA PRESENTEAR SUA MÃE

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|| Reportagem

Em tempos chuvosos, os ca-riocas, principalmente os tijucanos, já sabem: é bom

evitar passar pelos arredores da Praça da Bandeira. Principal li-gação entre as zonas Norte, Sul e Centro do Rio, o local é emblemá-tico quando se fala de enchentes na cidade. Mas o drama, que já causou muitos transtornos, está perto do fim. Pelo menos é o que garante a Prefeitura com o proje-to de macrodrenagem iniciado no local e com previsão de ser finali-zado em 24 meses. “Os cariocas te-rão um verão sem enchentes em 2014”, assegurou o prefeito Eduar-do Paes, na ocasião do lançamen-to das obras, em janeiro último.

Com a obra, o poder público ga-rante o fim dos problemas como o que enfrentou o administra-dor de empresas José Madeira. No ano passado, ele foi vítima de uma enchente nas proximidades do Rio Maracanã e, por sorte, teve prejuízos somente com o carro que, por pouco, não foi parar den-tro do rio. “Moro na Tijuca desde que nasci. Na tempestade do ano passado, havia parado o carro na Rua Visconde de Itamaraty, ali, próximo da Rua São Francisco Xavier. Naquele dia, a água che-gou à altura do vidro da porta do meu carro, que só não foi parar no Rio Maracanã porque ficou preso em um gelo baiano”, contou.

A obra, iniciada no final de janei-ro, é a solução apontada. Na Pra-ça da Bandeira, local onde foram iniciados os trabalhos, está sendo construído o primeiro reservató-rio subterrâneo – chamado de pis-cinão – um dos quatro previstos no projeto. Lá também será feita a canalização do Rio Trapicheiros, no trecho de 361 metros, entre as ruas Ceará e Francisco Eugênio. Para a felicidade dos tijucanos, nesta etapa não estão sendo ne-cessários desvios de trânsito, que permanece inalterado na região.

Esse piscinão da Praça da Bandei-ra terá 12 metros de profundida-de e capacidade para 18 mil m³

PRAÇA DA BANDEIRA?SERÁ O FIM DAS ENCHENTES NA

TEXTO Ana Carolina Jacuá e Maria Socorro e Silva | FOTOS Ana Carolina Jacuá

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Antonio Rigido Duino e Antonietta

Rua Desembargador Izidro, 75 Cep: 20521-190

2278-2922

Jornais e Revistas

de água. Além deste, mais outros três serão construídos. Um deles, perto da Rua Heitor Beltrão, com capacidade de 70 mil m³, captará as águas do Rio Trapicheiros. O outro, próximo ao Boulevard 28 de Setembro, na Vila Isabel, com potencial para 143 mil m³, para captar o excedente do Rio Joana. O último será no Alto Grajaú, ca-paz de armazenar até 50 mil m³, destinado a armazenar os exces-sos do Rio Jacó. De acordo com o

projeto, a água dos piscinões será liberada à medida que a rede de drenagem suportar.

A liberação da água dos quatro reservatórios será feita por meio de bombas, operadas por técnicos do Centro de Operações do Rio (COR), que atualmente fazem o monitoramento dos rios e farão também o monitoramento e ma-nutenção dos reservatórios. Para evitar o acúmulo de resíduos só-

lidos nos reservatórios, a Funda-ção Rio Águas prevê a construção de caixas de retenção à montante das bacias e grades na entrada de água dos reservatórios.

As áreas prioritárias deste projeto são todos os rios e sub-bacias que compõem a bacia do Canal do Mangue: Joana, Maracanã, Tra-picheiros, Rio Comprido e Papa--Couve, além do próprio Canal do Mangue, até o seu deságue na Baía de Guanabara. “Esse inves-timento é a solução adotada pela Prefeitura para um problema histórico de nossa cidade. Uma resposta a moradores e comer-ciantes que há anos sofrem com o transbordamento e enchentes desses rios, por isso as obras fo-ram pensadas para beneficiar toda a bacia do Canal do Mangue, além da Praça da Bandeira”, des-taca Mauro Duarte, presidente da Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Águas), empresa responsável pela realização das obras.

As obras têm prazo de duração de 24 meses, e, segundo a Secretaria Municipal de Obras, o cronogra-ma está sendo cumprido dentro do calendário previsto. Otimista, o prefeito Eduardo Paes comen-

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Uma das etapas do projeto fará intervenções no Rio Joa-na, e será fator fundamental para a solução dos históricos alagamentos da grande Tiju-ca. Nascendo junto ao pico do Andaraí Maior, a 600m

de altitude, o Rio Joana tem 5,5km de extensão, e acom-panha, em seu trajeto atual, toda a Rua Maxwell até de-rivar para o Rio Maracanã, próximo à Praça da Bandeira. A implantação do projeto vai desviar parte da vazão total do Rio Maracanã para o Rio Joana na altura da Praça Var-nhargem. Com o desvio, será necessária a construção de ga-leria de reforço para o Rio Jo-ana, aumentando a sua seção em galeria fechada sob a Rua Professor Manoel de Abreu. Deste ponto em diante, o Rio será desviado de seu traçado

atual, prosseguindo em um longo túnel, que será perfura-do sob os morros de São Cristó-vão e da Rua Fonseca Teles. Ao atravessar o túnel, o Rio Joana continuará seguindo em ga-leria fechada até desaguar na Baía de Guanabara. O desvio implica na redução de vazões

da ordem de 100 mil m³ por segundo, que dei-xarão de contribuir di-retamente ao Canal do Mangue.

tou que aos poucos a população poderá sentir os resultados do projeto. “Essa é uma intervenção muito complexa, que vai levar dois anos, mas, à medida que as etapas forem sendo concluídas, vai gerando impactos mais posi-tivos e as pessoas já poderão per-ceber a diferença”, disse. A expec-tativa é que não haja atrasos. Se o ritmo se mantiver, a entrega do projeto será em janeiro de 2014.

Alguns tijucanos são céticos em

relação às soluções alardeadas. “Vejo que a Prefeitura apregoou uma pretendida solução para combater os efeitos, isto é, as en-chentes na Tijuca, com ‘piscinões’ e outros paliativos de curta dura-ção. Em minha opinião, baseada na experiência de engenheiro, o que se costuma combater são apenas os efeitos, quando o mais certo é eliminar as causas”, disse Otto Oliveira, morador da Tijuca.

As obras estão inseridas no Pla-no de Aceleração do Crescimento (PAC2) e custarão R$ 292 milhões com recursos federais e contra-partida da prefeitura do Rio.

MARACANÃ x JOANA

OS PISCINÕES

As intervenções do projeto incluem tam-bém a implantação de quatro reservató-rios de grande porte, também conhecidos como “piscinões”, que estarão estrategica-mente posicionados. “Temos histórico de alagamentos há mais de cem anos e vamos buscar mudar isso através dessas obras de drenagem. Que-

remos minimizar os transtornos dos moradores e dos comerciantes dessa região. A ideia dos reservatórios é ar-mazenar aquela quantidade de água que as canalizações não têm a condição de absor-ver”, conta Mauro Duarte. Os piscinões servirão para amor-tecer o excedente de chuva, acumulando o volume e im-pedindo o transbordamento dos rios e os transtornos. “Os reservatórios receberão ma-nutenção e limpeza e serão esvaziados automaticamente após uma chuva, eles não fi-carão cheios nunca”, garante Mauro Duarte.

ENTENDA O PROJETO

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UM PROBLEMA HISTÓRICO E GEOGRÁFICO

O problema das enchentes no Rio de Janeiro está diretamente rela-cionado à topografia da cidade. Por ser uma região de relevo monta-nhoso, naturalmente a água da chuva que cai no alto das monta-nhas ganha aceleração, chegan-do muito rapidamente às regiões baixas, sobrecarregando as redes de drenagem e, portanto, impossi-bilitando o escoamento em tempo hábil para evitar as enchentes.

Além da configuração do relevo, o desenvolvimento urbano e o in-tenso crescimento da população da cidade ao longo do século XX tornaram ainda mais frequentes as enchentes na cidade, uma vez

que esse progresso refletiu na di-minuição das áreas verdes da cida-de, contribuindo para o aumento da impermeabilização do solo.

O assunto mobilizou no ano pas-sado um grupo de moradores que aproveitaram o 1º exercício simu-lado de emergência para dias de chuvas intensas organizado pela Defesa Civil e órgãos coligados para protestar por uma solução.

A última lembrança dos transtor-nos provocados pelas chuvas na Praça da Bandeira foi na madru-gada do dia 25 de abril de 2011, com uma forte chuva que rendeu um acúmulo de 274mm, em nove

horas. O cenário era devastador, com edifícios inundados, pessoas transitando com água acima da cintura e carros boiando como se fossem barcos à deriva. Além dos prejuízos financeiros, a inundação deixou um homem morto por afo-gamento provocado pelo transbor-damento do Rio Maracanã.

No dia seguinte, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheu 300 toneladas de lama e lixo. Talvez seja esse um alerta para que as pessoas evitem jogar lixo nas ruas. Não resolve, mas ajuda a diminuir os entupi-mentos de bueiros e facilita o esco-amento da água da chuva.

Modelo de tanque do

projeto do Canal do Mangue

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| Destaque

Desde o comecinho do mês, os guardas munici-pais que atuam na Unidade de Ordem Públi-ca da Tijuca ganharam uma nova atribuição:

encaminhar as desordens públicas, detectadas nas ruas do bairro, diretamente para a Secretaria de Con-servação de Serviços Públicos (Seconserva). Batizado de Sistema de Observação de Desordem, o aplicativo, que já existe nos smartphones dos guardas, funcio-na como uma linha direta entre o problema (calça-das danificadas, lâmpadas queimadas, árvores sem poda), quem pode resolver (equipe técnica da Secon-serva) e a solução (ótimo para a população).

A nova atribuição, resultado da cooperação conjunta firmada entre a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Seconserva, só é possível, graças à tecnologia já utilizada pela Guarda Municipal. Munidos de smar-tphones com recursos de foto e vídeo, os agentes da Guarda fotografam o problema e, na mesma hora, o enviam para a uma sala de observação, que emite a ordem de reparo dentro de um prazo estipulado, dando mais agilidade na realização dos serviços de conservação do mobiliário urbano da cidade.

“O sistema propicia o controle e atendimento das de-mandas que são passadas, e o agente é parte direta desse processo, em tempo real”, explica o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Guar-da, Cláudio Pena Maciel, responsável pela equipe que desenvolveu o sistema. Além disso, a presença dos agentes em várias partes da cidade é essencial para o bom funcionamento da cooperação. “Os guar-das compraram a ideia de poder contribuir também para o desenvolvimento da cidade”, enfatiza Maciel.

“Percebemos que o sistema desenvolvido pela GM--Rio poderia ser aproveitado por outros órgãos e co-meçamos a planejar essa parceria. Além disso, os

guardas municipais têm grande capilaridade na ci-dade, e podem passar a atuar como zeladores”, des-tacou o comandante da Guarda Municipal do Rio, coronel Henrique Lima Castro.

Para essa atuação específica, tanto os guardas quan-to os técnicos da Seconserva foram habilitados. De um lado, os agentes foram capacitados para usarem corretamente o sistema e treinarem o olhar para os problemas específicos de conservação das ruas. Do outro, os técnicos da Secretaria foram habilitados a receber as demandas e agilizar as soluções.

Para acompanhar o andamento do trabalho, a Se-conserva envia à Guarda Municipal, relatórios com os problemas solucionados e pendências. Assim, o ciclo se fecha com começo, meio e fim. “Esta parce-ria vai aumentar significativamente nossa capaci-dade de atendimento. O guarda municipal passa a ser mais um agente atento à conservação da cidade, oferecendo ao cidadão um serviço mais ágil e plane-jado. Para a Conservação, a vantagem é que passa-remos a ter estes zeladores em toda esquina”, disse o secretário municipal de Conservação e Serviços Pú-blicos, Carlos Osorio.

Até o final de 2012, o sistema será levado a todas as áreas da cidade que possuem UOP. Além da Tijuca, Centro, Copacabana e Leblon já dispõem da unidade.

ZELADORESGUARDAS AGORA SÃO

TEXTO Maria Socorro e Silva | FOTOS Guido Gomes

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Esta é a segunda tentativa da Seconserva de espa-lhar zeladores pela cidade. Em 2010, o modelo adota-do usava os funcionários da Comlurb como agentes da boa conservação. Não funcionou. Além de serem somente 91 servidores, eles não possuiam a tecono-logia e equipamento que os guarda municipais dis-ponibilizam atualmente.

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| Projeto

Sim! Ainda poderão surgir projetos como hotéis, pousadas, bares e restaurantes, escolas, creches, academias de ginástica, salões de beleza, museu do samba, biblioteca e um monte de outras benfeitorias

TURISMO NO SALGUEIRO?

O trabalho já começou e tem tudo para dar certo. Os ingre-dientes são: uma comunidade pacificada, moradores e comerciantes com vontade de fazer o morro prosperar,

uma universidade disposta a pesquisar e montar uma projeto com viabilidade e o apoio de uma associação interessada no desenvolvimento da Tijuca. Se não for agora, não será nunca. O Salgueiro está prestes a descobrir seu potencial econômico e tu-rístico, a exemplo do que tem sido feito com sucesso em outros morros pacificados.

Intitulado Plano de Desenvolvimento Turístico da UPP do Sal-gueiro, a iniciativa tem como objetivo principal oferecer op-ções que possam provocar melhorias nas condições de vida da população local, através da identificação de ações e proje-tos sociais, culturais, ambientais e econômicas que permitam dotar a localidade de uma infraestrutura urbana e turística. O principal objetivo é ajudar a reduzir as mazelas sociais enfren-tadas pela comunidade, especialmente nas áreas de educação, habitação, saneamento básico, sistemas de iluminação pública, abastecimento de água e esgoto, bem como da falta de opções de lazer e de empregabilidade.

“Essas ações estão sendo desenvolvidas em várias comunida-des pacificadas do Rio, no entanto não queremos copiar um mo-delo, mas criar o nosso próprio, de acordo com as características do Salgueiro”, explicou o coordenador da turma de pesquisa da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Ivan Fernandes.

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Ele acredita que desse plano po-derão surgir projetos como hotéis, pousadas, bares e restaurantes, escolas, creches, academias de ginástica, salões de beleza, mu-seu do samba, rádio e TV comu-nitária, biblioteca, academias de dança, teleférico, dentre outros, E também cursos de capacitação para o desempenho de funções no turismo. Espera-se também a melhoria na oferta de serviços públicos como saneamento bási-co, iluminação pública, limpeza urbana, abastecimento de água e esgoto, educação, transportes, vias de acesso e correios.

Os idealizadores do plano sabem que a possibilidade de dar certo é maior com o envolvimento da população e comerciantes locais.

Assim, a primeira parte consta de um levantamento feito por alunos do 5° período do curso de Turismo da UVA, que estão pes-quisando as necessidades e os po-tenciais do bairro.

Em paralelo está sendo realizado um estudo dos problemas urba-nísticos para um posterior plano de urbanização e paisagismo das ruas e vias do morro. O trabalho de pesquisa foi iniciado no último dia 05 de maio sob a coordenação do paisagista Leonardo Hersen.

A iniciativa do projeto é da Asso-ciação Comercial e Industrial da Tijuca (Acit) em parceria com a Universidade Veiga de Almeida e com o apoio da Unidade de Polí-cia Pacificadora do Salgueiro.

OBJETIVOS DO PLANO DE TURISMO

Aumentar a oferta de empregos

Proporcionar novas fontes de renda

Oferecer uma nova opção ao fluxo de turistas

Impactar positivamente o comércio da comunidade

Sensibilizar os comerciantes a investirem no morro

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| Nossa Rua| Nossa Rua

RUAS. FRANCISCO XAVIER

Ela é das mais extensas e antigas vias do Rio de Janeiro. Existe desde os primórdios da Tijuca, quando não passava de um caminho lamacento e

estreito entre as fazendas e chácaras que por aqui existiam

TEXTO Maria Socorro e Silva | FOTOS Guido Gomes

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Mede 3,6km e atravessa várias ruas e bairros como Maracanã, Tiju-

ca e Mangueira. Corredor movi-mentado em todas as horas do dia, se estende desde o Largo da Segunda-feira até o Largo Subida Tenente Manoel Henri – comeci-nho da 24 de maio.

Está diretamente ligada à histó-ria da Tijuca. É lá que está a Igreja de São Francisco Xavier, que não é só a mais antiga, mas a única que permanece no lugar original onde foi construída há 459 anos. Lá também é o endereço do Co-légio Militar, fundado em 1889 por Duque de Caxias, destinado à educação de filhos e netos de mi-litares. A princípio se chamaria Pritaneu, mas, por determinação de D.Pedro II que achou o nome feio, mudou para o atual. Antes de ser a escola, era a casa do Conde de Bonfim e de seu filho, o Barão de Mesquita. É ainda o endereço da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), do tradicional Colégio Santa Tereza de Jesus e do Colégio Pedro II (unidade Tijuca).

Foi na São Francisco Xavier que, em 1848, o Barão do Rio Branco criou o Prado Fluminense, pri-meiro clube de “turf” do Rio de Janeiro, levando mais de quatro mil pessoas para ver as corridas de cavalo ao preço de mil-réis a entrada. Nessa época, a rua e seus arredores era o destino preferido de famílias norte americanas que

vinham se estabelecer e investir em negócios no Brasil.

O nome da rua é uma homena-gem ao Santo espanhol, um dos primeiros jesuítas. Como o local foi desbravado pelos integrantes da Companhia de Jesus, a deno-minação não poderia ser outra.

Atualmente se caracteriza por ser vitrine de grandes marcas, mas sem perder o pequeno comércio que atende aos moradores. Corta diversas ruas como a Heitor Bel-trão, Dr. Satamini, Mariz e Barros e Barão de Mesquita.

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|| Capa

As máquinas não param. Em quase toda a grande Tijuca tem obra sendo er-

guida. São prédios, condomínios, espaços comerciais. O bairro, que já é querido pelos moradores, pa-rece que agora caiu nas graças das empreiteiras e construtoras. De um ano para cá, o volume de construções subiu junto com o valor do metro quadrado. Essa realidade colocou a Tijuca em quinto lugar dentre os bairros com mais unidades lançadas na capital carioca, ficando atrás ape-nas da Zona Oeste. Em 2011, fo-ram 838 lançamentos, sendo 623 residenciais e 215 comerciais.

Uma perspectiva que tende a au-mentar, haja vista a quantidade de canteiros, terrenos cercados de tapumes e homens com suas máquinas cortando ferro e que-brando pedra. E parece que a em-polgação das construtoras com relação ao bairro não tem data para findar. Algumas delas dele-garam ao departamento de mar-keting, pesquisas sobre hábitos da população, renda, consumo. Se depender dos números e do Ín-dice de Desenvolvimento Huma-no (IDH) do bairro, que é um dos melhores do Rio, tijucanos, pre-parem-se, ainda vem muita coisa por aí. Quem sentencia é o presi-

dente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/RJ), Agostinho Guerreiro. “Tanto para morar como para investir, a Tijuca é um bom negócio no cur-to, médio e longo prazo”.

Sejam modelos de quatro, três, dois ou um quarto, há ofertas para todos os gostos, mas nem todos os bolsos. O preço do me-tro quadrado por aqui anda duro como o concreto armado que sus-tenta os prédios. Segundo cálcu-los do Sindicato de Habitação do Rio (Secovi-Rio), o valor do metro quadrado na Tijuca cresceu até 81% desde 2009.

Dados confirmados pela Associa-ção dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Segundo o presidente, José Conde Caldas, a UPP foi o grande dife-rencial, que se consolidou como excelente opção de moradia, e hoje tem lançamentos com o me-tro quadrado custando cerca de R$ 8 mil, valor que é comparado ao praticado na Zona Sul.

5° LUGAR EM NOVOS

LANÇAMENTOSTEXTO Maria Socorro e Silva | FOTOS Guido Gomes

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2008 2009 2010 2011

DISPONÍVEIS 401 164 70 75

VENDIDOS 27 78 37 187

Não é à toa que o bairro atraiu a atenção de construtoras como a Concal – Reconhecida por inves-tir em imóveis para a classe A, com mais de 100 prédios ergui-dos na Zona Sul – que está com as atenções voltadas para a Tiju-ca. No final de abril, lançou mais um condomínio de alto padrão no bairro. Recentemente, havia lançado três empreendimentos por aqui e teve todas as unidades vendidas em tempo recorde.

Esse crescimento, no entanto, não é localizado apenas na Tijuca. De acordo com uma pesquisa reali-zada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2011, entre sete regiões pesquisa-das no país, a capital carioca lide-rou o aumento do valor do metro quadrado de apartamentos pron-tos, com uma alta de 35%.

A mesma pesquisa diz que na comparação entre dezembro de

2009 2010 2011

RESIDENCIAIS 334 523 623

COMERCIAIS 66 0 215

TOTAL 400 523 838

fonte: ADEMI

UNIDADES LANÇADAS

TIJUCA EM NÚMEROS

DemanDa: parte da Igreja Bom Pastor será reformada e convertida em área residencial

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Não é somente no setor residen-cial que a Tijuca se destaca. Para os investidores interessados em imóveis comerciais, o momento atual não poderia ser mais pro-missor. Quem garante é o Sindica-to da Construção Civil (Secovi/RJ) através do Panorama do Mercado Imobiliário 2011 – o mais atual do órgão. Em termos de rentabi-lidade, ninguém ganha da gran-de Tijuca, que atingiu o índice de

2010 e dezembro de 2011, os bair-ros cariocas com maior valoriza-ção se concentram na Zona Norte da capital carioca. A região vem sofrendo atualmente um proces-so de valorização, e, com isso, o aumento da procura. Seguindo a lei natural do mercado; se tem muita busca, tem elevação de preços, dizem os especialistas.

Esse sucesso em termos imobili-ários, ao contrário do que alguns atribuem, não se deve somente à chegada das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). Claro que elas foram fundamentais para despertar o interesse em investir no bairro, mas não são as únicas responsáveis. Há muito mais.

Esse boom se deve a quatro ver-tentes, resume Agostinho Guer-reiro, presidente do Crea/RJ: fa-tores estruturais, aumento do volume e disponibilidade de cré-dito, chegada das UPPs e a Copa do Mundo cujo palco principal será o Maracanã.

Por fatores estruturais leia-se os programas de incentivo do Go-verno Federal, como o Minha Casa Minha Vida, por exemplo. Eles deram uma inflada no mer-cado imobiliário em geral. Outro fator foi a mudança da oferta de crédito, não somente nos bancos estatais, mas também nos priva-dos, paralelo ao aumento do po-der de compra das famílias, que nos últimos anos tiveram um

54,7%. Em seguida vem o Centro da cidade, com 54,6%.

Mais uma vez a justificativa é a mudança trazida após a insta-lação das UPPs. Assim como no segmento residencial, nos bairros da Zona Norte, a segurança públi-ca gerou benefícios. Novas lojas foram abertas e outras, que se en-contravam fechadas, voltaram a apresentar liquidez.

RENTABILIDADE DE IMÓVEIS COMERCIAIS PASSA DE 50%

Bairro Rentabilidade

Tijuca 54,8%

Centro 54,7%

Leblon 53,9%

Copacabana 45,8%

Barra 36,8%

Botafogo 33%

Flamengo 33%

fonte: SECOVI–RJ

crescimento na renda. “Um dos maiores dilemas do mercado da construção civil é ter viabilida-de, ou seja, possibilidade real de aquisição do que foi colocado à venda. Se tem, o mercado se ani-ma a investir e o incorporador vai atrás desse mercado”, resume Agostinho Guerreiro.

A implantação das UPPs trouxe para a Tijuca um novo estímulo. A proximidade do asfalto com a favela, antes dominada pelo trá-fico, distanciou por muito tempo novos investidores, que resultou em um desestímulo do mercado. No entanto, a Tijuca nunca parou de construir, diz o Crea/RJ.

mercaDo: Valor do m² cresce no ritmo das obras

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Especial

Gravo a laser história que ainda não sei / Riscos da arte capricho da sorte que vem / Dorme um sono tranquilo na casa da paz / Risca na Pedra

Bonita o nome do amor.”

É bem provável que a música do 14-Bis não seja para a Pedra Bonita, um dos principais atrativos no Setor C do Parque Nacional da Tijuca (PNT), mas a letra com-bina com o lugar. Situada no Alto da Boa Vista, entre os bairros de São Conrado e da Barra da Tijuca, esta montanha é famosa por sua rampa de saltos de asa delta e parapente e pela espetacular vista que se tem da cidade no seu cume, com 696 metros de altitude.

Apesar de representar apenas 5% da área do PNT e sofrer com problemas de desmatamento, ocupações irregulares e ilegais, caça predatória e ainda estar geograficamente afastada da sede, a Pedra Bonita oferece inúmeras opções de lazer e entretenimento. Pode-se chegar lá tanto pela Estrada das Canoas em São Conrado, como pela Estrada Velha da Tijuca no Alto da Boa Vista. O horário de visitação vai de 8h até 17h (ou 18h no horário de verão).

Segundo a lenda, o nome simples e descritivo da montanha foi dado por um dos muitos nobres que governaram, durante o período colonial, a sesma-ria do terreno em que a Pedra Bonita se localiza. Ao chegar ao topo, o fidalgo ficou atordoado com a bele-za magnifica da paisagem e daí seu batismo foi feito com um nome simples, mas que diz tudo.

TEXTO | FOTOS Daniel Strauch

PEDRA BONITAAPRECIANDO A BELEZA DA

PEDRA BONITA

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Contudo, durante o Império, a mata atlântica da re-gião foi totalmente desmatada e transformada em carvão, e logo em seguida, apesar do solo empobre-cido pela ação da chuva e do vento sem a proteção da floresta primária, houve uma intensa ocupação de moradores em pequenos sítios que cultivavam flores, hortaliças, frutas e legumes.

Com o tempo, aos poucos, uma Mata Atlântica se-cundária misturada com várias espécies exóticas conseguiu retomar áreas na montanha desmatada. Esse processo foi acelerado a partir do ano de 1967, com a elevação da região a um dos setores do Parque Nacional da Tijuca. Colaborou também o êxodo dos moradores de grande parte das áreas ocupadas, que deixaram o local devido à redução do valor comer-cial das culturas lá plantadas.

E em 2002 a direção do PNT conseguiu a autorização para o desmonte e a retirada de 3 torres de transmis-são com mais de 10 metros de altura que estavam no cume da Pedra Bonita. Além do potencial risco que as transmissões de microondas podem causar à saúde e ao meio ambiente, as torres não possuíam proteção ou vigilância que impedissem a constante invasão pelos visitantes.

Apesar da beleza do Pão de Açúcar, do status do Cor-covado e da majestade da Pedra da Gávea, todo ca-rioca que se preze deveria conhecer a rampa de sal-tos e ao menos uma vez na vida, subir até o cume da Pedra Bonita. A vista é linda e o acesso de carro é muito fácil.

Para aqueles que não gostam de caminhar, é pos-sível observar os saltos de asa delta e parapente na rampa, bem próxima do estacionamento. Já aqueles que gostam de uma caminhada, ganham como re-compensa um belo mirante com vista para o mar, seguindo uma das duas trilhas curtas que podem ser feitas em menos de 30 minutos, uma para o topo da Pedra Bonita e outra para a Agulhinha da Gávea, também próxima da rampa de salto.

Em um passeio por lá, é possível encontrar alguns vestígios arqueológicos das fases de ocupação da re-gião e, se tiver muita sorte, ainda poderá ver pássaros, repteis e pequenos mamíferos em uma das trilhas.

Seja para uma simples visita, um piquenique em um dos cumes com direito a um dos mais belos panora-mas da cidade maravilhosa, ou somente para obser-var os saltos de asa delta e parapente feitos a partir da rampa, é certo que este é um ótimo passeio em qualquer hora do dia ou época do ano. Boas recorda-ções, uma inesquecível paisagem da Cidade Maravi-lhosa e lindas fotos são facilmente garantidas.

PEDRA BONITA

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| Especial

O consumidor, pessoa física ou jurídica, recebe contato por parte de uma (suposta) empresa editora de listas telefônicas (às vezes, se apre-

sentam como empresas de publicidade ou como filia-das de companhias telefônicas). No contato, sempre gentis e prestativos, são solicitados os dados do con-sumidor (pessoa jurídica), supostamente para atuali-zação de informações para a lista telefônica ou para anúncios gratuitos, sempre deixando a entender ou falando que se trata de algo sem custo.

Freqüentemente eles pedem também alguma in-formação particular de quem atender (por exemplo, números de documentos), dizendo ser por razões de segurança e confiabilidade das informações forneci-das. Em contrapartida, solicitam que tais informações sejam en-viadas através de formulário as-sinado preenchido por fax.

Solicitação atendida, após algum tempo o consumidor recebe uma cobrança, no valor aproximado de R$ 500,00 (quinhentos reais) até R$ 1.500,00, (hum mil e qui-nhentos reais), pela inclusão dos dados da empresa em alguma lis-ta telefônica, para anúncios e publicidades.

Contudo, caso o consumidor se recuse a efetuar o pa-gamento, iniciam-se as ameaças, constrangimentos e cobranças. Tais golpistas alegam ter prestado o ser-viço contratado e que as informações foram confir-madas e fornecidas por Fulano ou Beltrano (aquele consumidor de boa fé que informou os seus dados por telefone e/ou assinou os documentos enviados por fax ou de outra forma).

O documento assinado pelo consumidor, costuma ter cláusulas de admissão de dívida que, uma vez as-sinadas, serão executadas. Em alternativa, de posse de um exemplar da assinatura, serão forjados docu-

mentos supostamente enviados por fax, que autori-zam a tal publicação nas listas telefônicas e conse-quente cobrança.

Em continuidade ao golpe da lista telefônica, um suposto cartório de títulos ou suposto escritório de advocacia entra em contato com o consumidor e o ameaça com a iminência do protesto de tal título por ele emitido e não pago, e que para evitar tal ocor-rência (que acarretaria maiores custos e a inclusão do nome nos órgãos de restrição ao crédito), deveria fazer de imediato o pagamento, através de depósito.

Quando solicitados a enviar cópia de tal título, os golpistas não apresentam nada (alegando qualquer

desculpa) ou, às vezes, apresentam cópias de documentos falsificados (em alguns casos com a ajuda volun-tária ou não de funcionários internos, quando a vítima for empresa).

O intuito é assustar o consumidor e, assim, fazer com que o pagamento seja efetuado.

É importante saber que vários casos deste tipo são passíveis de Ações de

Recuperação (quando os golpistas não somem, é cla-ro), sobretudo em força do Código de Defesa do Con-sumidor. A melhor defesa, porém, é sempre ter um controle firme sobre a própria administração, conta-bilidade e processo de pagamentos.

Não efetue qualquer pagamento. Reúna o maior nú-mero possível de documentos enviados pela empre-sa golpista e procure nosso escritório para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

O GOLPE DA

LISTA TELEFÔNICA

DIEGO FRANÇA

Muito cuidado para quem você passa seus dados por telefone. Tem golpe novo na praça.

Diego França – OAB/RJ. diegofrancaadvogados.com.br

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Todo alimento obtido em sistema de produção sem a utilização de adubos químicos, fertilizantes sinté-ticos solúveis, agrotóxicos, hormônios e sementes transgênicas, são alimentos mais seguros para con-sumo, além de mais saborosos e com maior diversi-dade de vitaminas. Na produção orgânica, a respon-sabilidade social e ambiental e os princípios agro ecológicos contemplam o uso saudável e respon-sável do solo, da água e ar, eliminando os riscos de contaminação e desperdício desses elementos, prin-cipalmente dos nossos mananciais, produzindo ali-mentos, valorizando os recursos naturais e sociais de forma sustentável.

Consumindo orgânicos, fortalecemos essa rede de produtores e comerciantes que trabalham para obter qualidade de vida para todos, no presente e princi-palmente no futuro.

Nós, consumidores, somos responsáveis pela valori-zação e expansão de produtores e comerciantes com responsabilidades social e ambiental. Através de nossas escolhas, podemos inibir a produção e comer-cialização de alimentos e meios de embalagem que de alguma forma agridam o meio ambiente.

É FÁCIL SERSAUDÁVEL

Em tempos de consumo consciente, busca por uma vida mais saudável e prestes a sediarmos a Rio + 20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, chamamos atenção para pequenas mudanças que podem fazer parte do seu dia a dia.

VOCÊ SABE O QUE É UM ALIMENTO ORGÂNICO?

PATÊ DE TALOS DE BETERRABA

INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

RECEITA

É UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

. Talos de 1 beterraba

. ½ cebola

. 1 dente de alho

. 1 colher de sopa de azeite

. Sal a gosto

. 2 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto

. 200g de ricota

. Torradas para canapé

Picar os talos, a cebola e o alho;

Refogar com azeite, sal e vinagre de vinho tinto e misturar com a ricota.

Sugestão:

Servir em torradas para canapé.

Decorar com cebolinha fatiada.

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O esporte que mais cresce no Brasil atualmente é o MMA (Mixed Martial Arts)

e em nosso bairro não é diferente. Na Tijuca, várias academias estão se especializando em lutas mar-ciais e o “boom” pode ser facil-mente identificado por aqui. Tem tijucano se destacando em cam-peonatos nacionais e até interna-cionais, como Fabrício Camões, mais conhecido como Moran-go, atleta do Ultimate Fighting Championship (UFC).

São tijucanos também Zeílton “Nenzão” Rodrigues, atual dono do cinturão sul-americano no Peso Galo (até 61kg) do Shooto 29, título conquistado no final do mês passado e Anderson Silvério, o Sinho, atual campeão europeu de Jiu-Jitsu e vencedor do Evento Wocs nacional de MMA, em 2009, na categoria Peso Pena (até 66kg).

Para ter sucesso na modalidade, além de muito esforço, dedica-ção e disciplina, é necessário sa-ber mais de um tipo de luta. Por exemplo, Jiu-Jitsu e Boxe. Pois o certame pode ser decidido tanto em pé, quanto no chão, por imo-bilização, explica Sinho.

O crescimento do interesse pelo esporte e pelas academias espe-

cializadas no Brasil chega a ser impressionante. “É uma catego-ria que já existe há muito tempo. A explosão foi tardia. Agora nin-guém segura mais. Tenho certeza que, em pouco tempo, a adoração pelo MMA será semelhante à pai-xão pelo futebol e todos precisam saber que o Brasil possui lutado-res muito bons. Somos pratica-mente uma potência”, declara, empolgado, Sinho.

Criado por Rorion Grace, em 1993, na época chamado de Vale Tudo, o MMA compreende vários tipos de torneio de luta. O mais conhe-cido e valorizado é o UFC, que existe internacionalmente desde 1993. Os brasileiros mais conhe-cidos na modalidade são An-derson Silva, José Aldo, Júnior Cigano e Vítor Belfort.

NO UFCTEM TIJUCANO

O MMA CRESCE A CADA DIA MAIS NO PAÍS. CONHEÇA AS HISTÓRIAS DE LUTADORES TIJUCANOS QUE SONHAM COM UM FUTURO MELHOR. UM DELES, FABRÍCIO MORANGO CAMÕES, JÁ MORA E TREINA NOS ESTADOS UNIDOS

TEXTO Maurício Motta | FOTOS Divulgação

Especial

Fora dessa constelação, o tiju-cano Fabrício Camões, mais conhecido como Morango, li-teralmente briga para estar entre os ilustres no plantel dos mais famosos mundialmente. Quando morava na Tijuca, lutava na Equi-pe Gracie da Associação Atlética Banco do Brasil, na Rua Haddo-

ck Lobo. Integrante da categoria Peso Leve (até 70kg), está entre os melhores lutadores de MMA da atualidade.

Essa é a segunda passagem de Morango pelo UFC. A primeira foi em 2009. Na volta ao torneio, conseguiu vitória já na primeira luta ao vencer, por finalização, o americano Tommy Hayden. Atualmente ele se prepara para

MORANGO LUTARÁ NO UFC 148

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ROUNDS

REGRAS

Cada round deve ter cinco minutos de duração, com um minuto de intervalo para descanso entre eles. Lutas por títulos podem ser sancionadas para cinco rounds, mas lutas comuns não devem nunca exceder o total de três rounds.

Uma luta de MMA pode ser terminada de três maneiras diferentes: nocaute, submissão ou pela decisão dos juízes que julgam quem foi melhor em cada um dos rounds e juntos escolhem pelo vencedor.

o UFC 148 – programado para o dia 07 de julho em Las Vegas, Nevada, EUA – onde deve encarar o americano Melvin Guillard.

Fabrício Morango estreou no UFC 106, em 2009, com empate so-bre o experiente japonês Caol Uno, mas foi dispensado em março de 2010 após alguns resultados ruins. Atualmente, o lutador que se caracteriza por uma postura não ortodoxa (canhoto), mora e treina em San Diego, na Califórnia, nos Estados Unidos.

O ex-morador da Tijuca, soma 21 lutas em seu cartel com 14 vi-tórias, sendo quatro por nocaute, sete por submissão e três por decisão dos juízes, além de um empate e apenas seis derrotas.

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Outro lutador da Tijuca com muita rodagem no cenário in-ternacional é Anderson Silvério, o Sinho de 31 anos. Em 2012, foi campeão europeu de Jiu-Jitsu em Lisboa, Portugal. Em 2009, ven-ceu o Evento Wocs nacional de MMA no Rio de Janeiro. A cate-goria de Sinho é o Peso Pena (até 66kg). Atualmente é professor de MMA da Equipe Pejor na Asso-ciação Atlética Tijuca e também dá aulas na academia Flexgym.

Em paralelo às aulas, Sinho se prepara para o Mundial de Jiu--Jitsu, previsto para junho nos Es-tados Unidos. Não será a primeira vez que lutará a competição. Em 2006, foi vice-campeão do mun-do pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo (CBJJE), em São Paulo. Em outubro do ano passado, tornou-se campeão asi-

ático, no Japão. “Minha inspira-ção para começar com o esporte foi a sobrevivência. Nunca tive estrutura. Saí de casa aos 13 anos e tinha que treinar para não cair no mundo das drogas. Devo tudo que tenho às Artes Marciais. Gra-ças a elas, encontrei uma forma de vencer na vida”, afirmou o atleta, que começou a lutar com oito anos de idade.

Uma luta inesquecível para o pro-fessor aconteceu no ano de 2005, no Evento Meca 12, realizado em Teresópolis, Rio de Janeiro, onde lutou contra José Aldo, uma das referências no esporte atualmen-te. Hoje em dia, José Aldo é deten-tor do cinturão do Peso Pena pelo UFC. “Fui derrotado pelo Aldo há sete anos, mas até hoje me lem-bro da luta com muito orgulho”, recorda Sinho.

Muitos jovens enxergam no mun-do das lutas, uma forma de fazer uma carreira brilhante no espor-te. Sinho treina vários aspirantes a estrelas do MMA: WaschinTai (Peso Meio Médio), Renan Luís (Peso Pena) e Zeílton “Nenzão” Rodrigues (Peso Galo) já dispu-tam competições internacionais de MMA entre os profissionais.

“Tenho certeza que daí teremos algum campeão. Isso é certo”, profetiza o orgulhoso professor. As apostas de Sinho não param por aí. “O Leandro Landin (Peso Meio-Pesado) é faixa preta de Submission e azul no Jiu-Jitsu e brilhará muito. Assim como o Je-ferson Ferreira (Peso Pena), cam-peão brasileiro de Luta Olímpica em 2011 e que deve estrear no MMA profissional em 2013”.

ASPIRANTES BUSCAM UM LUGAR AO SOL NO MMA

“DEVO TUDO ÀS ARTES MARCIAIS”

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O lutador Zeílton Rodrigues, o Nenzão, conseguiu o que ninguém ainda tinha feito no mundo das lutas. O tijucano, da equipe Nova União, faturou o Torneio Gringo Super Fight em 15 de abril e onze dias depois, em 26/04, o Sul-Americano no Shooto.

Nenzão é professor de boxe da Equipe Pejor e treina três vezes por semana na Associação Atlética Tijuca. Lá, é treinado pelo irmão Anderson Silvério (Sinho), que lhe serviu como inspiração.

Os cinturões foram conquistados com vitórias sobre Betinho do Caverna (Gringo Fight) e Mauricio Facção (Shooto). A vitória no Sul-Americano pode fazer o lu-tador alçar vôos mais altos na carreira. “Espero che-gar ao UFC. O cinturão do Shooto pode me dar esta oportunidade”, sonha o atleta.

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| Cultura

SAMBA DO TRABALHADOR

Quem mora na Tijuca já ou-viu falar do Samba do Tra-balhador no Clube Renas-

cença. O evento começou em 2005 e a ideia foi de autoria do cantor, compositor e escritor Moacyr Luz, na época morador da Usina e frequentador de blocos, rodas de samba e bares pelo local. O artista mora na Tijuca desde 1983.

Com um horário um tanto quan-to exótico, o evento acontece às segundas-feiras a partir das 16h. “Nós, músicos, sempre estamos trabalhando nos finais de sema-na, então resolvemos criar este encontro de partideiros no horá-rio que, normalmente, a maioria está de folga’’, explica Luz.

No dia 29 de maio de 2005, uma turma de amigos teve a ideia de fazer uma roda de samba em-baixo de uma caramboleira que existe até hoje. O presidente da época era Jorge Ferraz, amante da boa música, que não se opôs com a iniciativa dos mestres. A divulgação sempre foi o boca a boca. Com dois meses, o samba já atraia mil pessoas por edição. Média mantida até hoje. Por lá já passaram nomes consagrados

como Arlindo Cruz, Almir Guineto, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Dudu No-bre, Tia Surica, Luiz Carlos da Vila, Renatinho Milagres, Xandy de Pilares e Zeca Pago-dinho. O encontro de bambas rendeu até a gravação de um

CD, o “Renascença Samba Clube”, lançado há sete anos, em 2005.

Um caso curioso foi a visita do médico Dráuzio Varella, que se animou tanto que voltou na se-mana seguinte com vários agen-tes penitenciários que ganharam a roda de samba de presente.

CONHEÇA O

Moacyr Luz é um dos fundadores do samba que atrai em torno de

mil pessoas por edição

TEXTO Mauricio Motta | FOTOS Guido Gomes

SERVIÇO: Todas as segundas, às 16h. R.Barão de São Francisco, 54, Andaraí. Entrada R$ 10,00.

CURTINHAS

Reformado e com novidades no acervo, o Museu do Açude – setor A da Floresta da Tijuca – será reaberto no próximo dia 20/05. Foi fechado há dois anos para consertar os estragos causados pelas chuvas. Na re-abetura, show de Mônica Salmaso e a inauguração de uma nova obra da artista plástica Iole de Freitas.

MUSEU DO AÇUDE SERÁ REABERTO

As inscrições vão até 28/05. O objetivo é divulgar produções não profissionais em vídeo e animação e revelar talentos. O tema é “Meio Ambiente e desen-volvimento no século XXI”. Vale para qualquer mo-dalidade, em todas as mídias, até celular. Mais infor-mações www.tvuerj.com.br/CurtaUERJ/.

UERJ LANÇA CONCURSO DE VÍDEO

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A Dama e os Vagabundos acabou de completar três anos de estrada com

muito a comemorar e feitos im-pressionantes em tempos de rede social. Recentemente, a banda es-teve em segundo lugar nos “Tren-ding Topics”, os famosos TT – os 10 assuntos mais falados do Twitter. Obra dos fãs, que com a Tag “#Eu-AmoADamaEOsVagabundos”. “Eu nem acreditei quando vi. Na hora fiquei um pouco assustada e ao mesmo tempo muito feliz”, vi-bra Tuany, a Dama.

No final do ano passado, a banda entrou em destaque no portal do PalcoMP3 e CifraClub, após 4 dias de cadastro. O destaque se deu de-vido aos seus mais de 4 mil aces-sos a página na rede em menos de uma semana. Hoje tem mais de dez mil acessos e mais de duas mil curtidas na rede.

Fora isso, foram elogiados pela Oi Fm, que considerou a Dama e os Vagabundos uma “verdadeira banda de pop rock com vigor e ju-ventude”. Dentre as últimas con-quistas está a de ser considerada uma das 7 melhores bandas do portal Oi Novo Som.

A energia e empolgação do quarteto, composto por Tuany Faria no vocal e guitarra, Da-niel Carvalho na guitarra e backing vocal, Breno Neres no baixo e Fê Alvarez na bateria, é igual àquela do primeiro show, realizado há três anos no dia 09 de maio de 2009.

O show em comemoração aos 3 anos da banda está previsto para junho. Aguardem!

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AGENDA CULTURALDiversão

Solu

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rama musical da cidade, desde os tempos dos índios tupinambás, no século XVI, até o funk, rap e música eletrônica dos dias de hoje. Entrada grátis. No Cen-tro de Referência da Música Carioca – Rua Conde de Bonfim, 824. De terça a domingo, 10 às 18h.

10ª Semana Nacional de Museus – Atendimento noturno com a mediação de diversos módulos inte-rativos, oficinas de arte, ciência e dinâmicas de astro-nomia com observação do céu através de telescópios. No Espaço Ciência Viva – Av. Heitor Beltrão, 321. Dia 16/05, 19h às 21h. Fone: 2204 0599.

Alex Chon canta Roberto Carlos – Dia 24/05. Chá, show e desfile outono/inverno. Salão Nobre do Tijuca Tênis Clube. Reserva pelo fones 3292 9300.

Jazz, choro e muito mais a R$ 1,00 – Todas as quartas, quintas e sextas, às 19h30, no Centro de Re-ferência da Música Carioca, apresentações de novos talentos, Jazz, choro, samba e clássicos ao preço de R$ 1,00. Conde de Bonfim, 824.

EXPOSIÇÕES

SHOWS

TEATRO

Os estressados – Dia 18/05, às 21h no Teatro do Ti-juca Tênis Clube. Ingressos R$ 30,00. Classificação 12 anos. Conde de Bonfim, 451.

FESTAS

Grooveparty – Dia 20/05. Show com MC Pocahon-tas e os DJs Liisa, Devochka, Ivvyz Santos, Felipe Guerra e Lekinho. Aniversariantes têm direto a lis-ta amiga pelo [email protected]. No América Futebol Clube.

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Leão

Áries

Sagitário

Touro

Virgem

Capricórnio

Gêmeos

Libra

Aquário

Câncer

Escorpião

Peixes

HORÓSCOPO AGENDA CULTURAL

Mês de desafios. Esteja preparado para aceitar o ritmo alucinante no qual poderá entrar. Fase ideal para atividades que tragam rendimento extra. Procure se exercitar mais.

Chegou a hora de tomar novas decisões e parar de adiar o inadiável. As emoções estarão à flor da pele, no entanto não deverá preocupar-se. Preste atenção à sua coluna.

Uma mudança positiva pode chegar este mês. A necessidade de mudança, vai fazer com que execute o seu trabalho com dificuldade. Cuidado! Procure não se desgastar.

A palavra-chave do mês é simplicidade. As emoções estarão bastante acentuadas. Seu potencial profissional estará no auge. Aproveite para gastar energia.

Alguns projetos e sonhos antigos podem realizar-se este mês, e, assim, você terá motivos mais do que suficientes para sorrir. Na saúde, procure aproveitar mais as horas de sono.

Chegou a hora de fazer algumas mudanças, mas também de iniciar novas atividades.Vai sentir que a sua energia está renovada. Aproveite o mês para realizar exames de rotina.

Vai sentir que está preparado para encarar todos os desafios. Fase de grande magnetismo. Aproveite para colocar as finanças em ordem. Preste atenção aos seus rins.

Em tudo aquilo que se empenhar encontrará o êxito merecido e desejado. Este é um mês ideal para começar a fazer o seu pé-de-meia. Pratique caminhada ao ar livre.

Terá a oportunidade de ver o seu talento reconhecido. Maio estará repleto de surpresas e oportunidades que não poderá perder. Só tenha cuidado com oscilações de humor.

Maio vai fazer com que se centre mais em si e nos seus objetivos. Será um mês marcado por decisões e novos desafios. Procure iniciar uma nova atividade física.

Alguns assuntos pen-dentes, relacionados a finanças, podem ser resolvidos este mês. Evite repetir erros do passado. Na saúde, podem surgir problemas reumáticos.

O convívio com aqueles que ama vai ajudar a sair da monotonia e fazer sentir-se mais positivo e com mais força. Aproveite para fazer mudanças na sua alimentação.

EVENTOS

Torneio de Futebol de Botão Dia 20/05 – Salão nobre da Asso-ciação Atlética Banco do Brasil (AABB). Das 9 às 15h. Aberto ao público. Haddock Lobo, 227.

Feira Desapegue-se – Dia 20/05 na Praça Edmundo Rego no Gra-jaú. Venda de produtos naturais e sustentáveis. Shows, oficinas, cur-sos, troca de livros e objetos que você não precisa ou não quer. Or-ganizado pela ONG Anitcha.

Festa Ploc 80’s – Toda Sexta. Dia 18/05 show com a Banda Ploc 80. Dia 25/05 show com as Paquitas. No Provisório (antigo Devassa). Mariz e Barros, 1050, das 18 às 05h. Buffet de salgados e dose dupla de cerveja até as 21h. Vips para ani-versariantes. R$ 30,00 homem e R$ 20,00 mulher. Com flyer, R$ 10,00.

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| Direito| Bem Contada

O bairro que comemora 137 anos nesse mês de maio nem de longe lembra aquele que outrora fora o Rio Comprido aristocrático, celebrado pela corte e pela República recém promulgada. Mais de cem anos atrás o local estava inserido no contexto político na-cional. Quando Caxias, que convalescia, não podia mais seguir na presidência da República, a “galera” da época começou a queimar pestana pra não deixar que a República se tornasse natimorta, começou a fa-zer suas reuniões e tomou a decisão de quem o subs-tituiria, ali pelo bairro. E sim, sobrou pro Marechal Floriano, que teve de sair de sua casa na Rua Santa Alexandrina, para assumir o cargo em 1891!

A cômoda proximidade com os centros econômico e político da corte e depois da frágil República atraia muitos que não davam con-ta de morar em São Cristovão. Os ricos e pomposos ingleses, que de-tinham o comércio de importação e exportação desde os tempos da coroa portuguesa, queriam estar próximos do imperador e fixaram moradia no Rio Comprido. A chá-cara do Barão de Ubá, rico comerciante, armador e banqueiro da cidade, ficava nesse bairro. Ah, mas quem era mesmo o Barão de Ubá? Bem, parafrase-ando a historiadora Lili Rose, foi o primeiro patrão de Irineu Evangelista de Souza, o poderoso Barão de Mauá. Era um tempo em que morar ali significava ter poder e dinheiro.

Talvez os males do Rio Comprido tenham começado com a urbanização do bairro. O rio que dá nome ao lugar deixou de serpentear ao sabor de suas águas, desde sua nascente na montanha até o mar: foi ca-nalizado. Sua beleza sinuosa transformou-se numa monótona reta. Para compensar, suas margens fo-ram adornadas com um lindo boulevard que ga-nhou o nome de Avenida Rio Comprido e depois do

seu projetista, o engenheiro e também prefeito Paulo de Frontin. Ao seu redor, surgiram belas residências. Até hoje, sob a sombra do elevado, ainda é possível enxergar essas casas maravilhosas. É necessário abs-trair as pichações, a fuligem, os vários cabos telefôni-cos e de energia que poluem a avenida.

No final dos anos 60, deu-se o segundo, mas não der-radeiro golpe, com a construção do Túnel Rebouças. A ligação entre as zonas Norte e Sul, sem a passagem pelo Centro, elevou o fluxo de veículos e como con-sequência trouxe o aumento de residências no bair-ro e as encostas do Sumaré passaram a ser ocupadas

desordenadamente.

Por fim, no início da década de 70, veio o golpe de misericórdia com a cons-trução do dantesco Elevado. O Paulo de Frontin mais parece uma cicatriz que corta o bairro, deixando a aveni-da de mesmo nome numa penumbra permanente e aquele Rio Comprido de tantas diversões, pescarias e ba-nhos no passado, transformado em um esgoto que corre a céu aberto.

Essa falta de cuidado tira a percepção de muitos que passam por suas ruas e largos. Pouco se percebe da beleza da Praça Condessa Paulo de Frontin e de sua fonte. O desabamento de parte do Elevado, ainda na sua construção, que matou 29 pessoas e feriu outras tantas parecia, poeticamente, ser o último esforço, o último suspiro do bairro contra a violenta aberração que lhe infligiam.

Mas enfim, o Rio Comprido está aniversariando agora em maio. Que os próximos 137 anos lhe sejam mais generosos, que as nódoas sejam apagadas e que as cores do casario possam vicejar novamente.

ERA UMA VEZ

UM RIO COMPRIDO...

GUIDO GOMES

Onde moraram Marechal Floriano, o Barão de Ubá e um monte de ingleses ricos

Guido Gomes – É um tijucano do Ceará. Apaixonado por história e pela Tijuca

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