Revista Digital Passear Nº49 Versão Gratuita

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passear Nº. 49 . Ano VI . 2016 . PVP: 2 € (IVA incluído) sente a natureza CAMINHADA MARÃO, UM REINO MARAVILHOSO DESTINO PENEDA Crónicas LAGO TITICACA CAMINHO DE SANTIAGO VAI CAMINHAR COMO MANTER-SE SECO!

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CAMINHADA

MARÃO, UM REINO

MARAVILHOSO

DESTINO

PENEDA

CrónicasLAGO TITICACA

CAMINHO DE SANTIAGO

VAI CAMINHARCOMO MANTER-SE SECO!

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Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

Capa Fotografia

Destino: MinhoNo coração da Peneda

(pág.68)

Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores António José Soares; Francisco Cordeiro; João Fernandes; Rui Ferreira, Luis Contente.

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 510 041emal: [email protected]/lobodomardesign/comunicar

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A BTL-Feira Internacional de Turismo volta aos pavilhões da FIL, em Lisboa, de 02 a 06 de Março. A importância do Turismo de Natureza e Cultural, para as economias regionais e locais, é vital para um desenvolvimento harmonioso desses destinos. Ao longo dos últimos anos, tem sido interessante observar o empenho que regiões de turismo, autarquias e particulares têm evidenciado no sentido de preservar identidades culturais e recursos naturais únicos através da criação de produtos estruturados. Esta dinâmica explica, em parte, o bom desempenho que o Turismo tem tido em Portugal nos últimos anos.Fruto deste crescimento do turismo surgiram novas áreas de comunicação como são os casos dos Blogues. A BTL volta a privilegiar esta área do Blogger Travel Awards que visa premiar e promover o Melhor Blogue de Viagens Pessoal, o Melhor Blogue de Viagens Profissional, o Melhor Blogue de Fotografia de Viagens e o Melhor Blogue de Viagens Eleito pelo Público.Entre passeios e caminhadas penso que será interessante uma visita à BTL para descobrir o que Portugal e, não só, tem de melhor no que diz respeito à oferta turística de Natureza e Cultural.

Bons passeios.

[email protected]

Rumo à BTL 2016

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Sumário04 Atualidades

16 dormidas : comidas: bebidas

20 Crónica: Peru

As ilhas flutuantes do

Lago Titicaca

28 BTT: Crónica

A caminho de Santiago

38 Crónica: Marão

Na Porta de um

Reino Maravilhoso!

48 Apresentação de artigos

do Passear (versão paga)

50 ASSINATURA Passear

52 Equipamentos

54 Caminhada

Ericeira | Odrinhas

68 Destino: Minho

No coração da Peneda

80 Artigo Técnico

7 conselhos para se manter

seco nas caminhadas

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Tenha acesso à versão completa da revista passear por menos de 2€

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Exposição de fotografia Águia de Bonelli “A vida no ninho” de José Carlos Lopes no Centro Cultural de Vila do Bispo. A mostra está patente até ao dia 4 de março de 2016 de 2.ª a 6.ª feira das 9h00 às 17h00.Mais informações: Centro Cultural de Vila do Bispo | 282 630 600

LIVRO DE PASSEIO - “CAFÉ TURCO COM OS EX-JUGOSLAVOS”

Trata-se de um livro que une a escrita à fotografia, narrando ao leitor uma viagem a qua-tro dos países da antiga Jugoslávia (Eslovénia, Sérvia, Bósnia e Herzegovina e Croácia), através das palavras e das imagens. A narrativa da viagem é entrecortada por aponta-mentos históricos, gastronómicos e linguísticos. Os autores são Paulo Mendes da Silva e o irmão Pedro Mendes da Silva que tentaram encontrar o que ainda une os povos da ex-Jugoslávia, sob uma perspetiva portuguesa. O livro encontra-se disponível na Amazon, em duas versões.Em papel:http://www.amazon.com/gp/product/1517480450?keywords=caf%C3%A9%20turco%20com%20os%20ex-jugoslavos&qid=1448361494&ref_=sr_1_1&sr=8-1E também em Kindle:http://www.amazon.com/gp/product/B01862TBEO?keywords=caf%C3%A9%20turco%20com%20os%20ex-jugoslavos&qid=1448361494&ref_=sr_1_2&sr=8-2Podem também seguir este projeto através do Facebook e site:https://www.facebook.com/cafeturcocomosexjugoslavoshttp://cafeturco.dyndns.dk/

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BRITANGO É A AVE DO ANO 2016Este ano a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) escolheu o britango (Neophron percnopterus) para Ave do Ano 2016 e pretende desmistificar alguns mitos e preconceitos existentes sobre os abutres. O também conhecido por abutre-do-egito, é o mais pequeno dos abutres ibéricos e enfrenta um grave declínio a nível mun-dial. Em Portugal, já desapareceu do sul do país, sendo raro no centro. Atualmente é uma das espécies-alvo do projecto Life Rupis, a decorrer nas áreas protegidas do Douro Internacional e Vale do Rio Águeda e dos Arribes del Duero.Ao ser o protagonista da campanha deste ano, pretendemos que o britango, passe a ser mais conhecido e acarinhado pelo público e constitua um ilustre representante das restantes aves necrófagas. Infelizmente, apesar da sua importância para o ecossistema, os abutres são asso-ciados à morte e maus prenúncios, tornan-

do-o num dos heróis mais mal-amados no mundo animal. A SPEA pretende com esta campanha contribuir para alterar atitudes e dar a conhecer esta espécie de abutre tão importante para o equilíbrio ambien-tal. Eles são autênticas “aves limpa lixo”, uma vez que se alimentam de carcaças de animais mortos, muitos deles doentes, controlando assim, a proliferação de pra-gas e doenças, como a febre bubónica, a tuberculose, o botulismo e a brucelose. Nos últimos 30 anos, a sua população diminuiu 30% em Portugal e por isso está em perigo de extinção. Esta diminuição deveu-se a diversos fatores associados à qualidade do habitat, perturbação e perseguição. Esta pequena ave de rapina de plumagem essencialmente branca e preta, face am-arela e cauda longa, pode ser vista em Portugal a partir de finais de fevereiro, permanecendo nas zonas de nidificação

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de março a setembro. Durante o outono migra para sul, passando o inverno na África sub-saariana. Prefere zonas aci-dentadas, normalmente em vales fluviais e montanhas, nidificando em buracos e plataformas rochosas.O britango alimen ta-se de carcaças de outras aves e mamíferos, bem como de fruta e vegetais já em estado de decom-posição. Por vezes, podem caçar animais debilitados. Uma das curiosidades mais interessantes da espécie, que a torna numa das aves mais “inteligentes”, é a sua capacidade de usar pedras para partir ovos de avestruz para se alimentar, quando está em África.Em Portugal, o Douro Internacional é um dos locais onde é mais fácil observá-lo, mas ocasionalmente ele surge noutros pontos do país. No Douro de Portugal e Espanha, encontram-se uma das mais importantes populações da Península Ibé-

rica, com 116 casais.Segundo Domingos Leitão, coordenador do Projecto LI FE Rupis, “o britango é a es-colha mais óbvia para este ano, uma vez que iniciámos um grande projecto de Con-servação no Douro Internacional, em que ele é uma das espécies-alvo. Até à data nunca tivemos uma espécie necrófaga como Ave do Ano, por isso achamos que será não só uma excelente oportunidade para dá-la a conhecer, como também para explicar o serviço fundamental que os abu-tres prestam na limpeza dos ecossistemas naturais.” A campanha da Ave do Ano envolverá ações de divulgação, nomeadamente pre-sença em eventos e feiras, irá disponibilizar wallpapers com calendário e irá estar em sintonia com as ações do projeto Life Rupis.

Fonte: SPEA Fotografia: ©Bruno Berthémy/Vulture Conservation Foundation

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SERRA DO MARÃO UNE SEIS MUNICÍPIOS

Santa Marta de Penaguião, Peso da Ré-gua, Baião, Mesão Frio, Amarante e Vila Real, procederam à assinatura do Proto-colo de Intenções do Marão que foi traça-do na lógica de unir os seis Municípios em volta de um bem que é comum e valori-zado por todos: o Marão.Pensar globalmente, agir localmente e em parceria, sempre com o intuito de preser-var o Marão tal qual é, bem como as suas características genuínas e diferenciadas, foi o ponto de partida do protocolo que, de agora em diante, une estes municípios.O propósito é ainda explorar todos os produtos endógenos da serra, a dinami-zação do turismo de natureza, tendo em conta as potencialidades nessa área, no-meadamente a paisagem, os trilhos, a gastronomia e a biodiversidade. Um dos objetivos principais da recém-cri-ada parceria é o desenvolvimento da eco-nomia ligada ao turismo, preservando e salvaguardando sempre e acima de tudo a riqueza natural e cultural existente na Serra do Marão.A capela da Sra. da Serra foi o palco escolhido, como não poderia deixar de ser, e recebeu os representantes dos seis municípios que, aquando das suas inter-venções, e depois de felicitar o colega de Santa Marta de Penaguião pelo “pontapé de saída”, frisaram o empenho total no cumprimento do protocolo em todas as suas cláusulas. Dar o seu contributo para a criação de ações comuns, que visem a valorização do Marão e promovê-lo en-quanto destino turístico; conceber uma identidade visual para a Serra do Marão; estabelecer parcerias com instituições, as-sociações e agentes económicos que con-tribuam para o enriquecimento das ações realizadas neste território e para o seu

usufruto; desenvolver entre todos estraté-gias para a manutenção da área implanta-da em cada território, como a recuperação de caminhos, trilhos e/ou outros marcos paisagísticos emblemáticos; assinalar o 2º domingo de Julho como o dia do Marão e por fim, promover uma ação anual co-mum de reflorestação e candidaturas con-juntas aos financiamentos existentes ou que possam vir a existir são os objetivos a prosseguir.De realçar que já está prevista a primeira ação/atividade conjunta para o próximo dia 21 de março.“O Marão é um mundo de oportunidades, onde há ainda muito para fazer. O pro-jeto que agora nasce pretende marcar uma nova forma de abordagem à Serra do Marão. Explorar o potencial do Marão, numa lógica de estratégia sustentável e de surgimento de pequenos negócios, é o compromisso que queremos seguir”, men-cionou José Luís Gaspar, a propósito da assinatura do protocolo entre os seis mu-nicípios. Fonte: C.M. Amarante

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REGUENGOS DE MONSARAZ REGISTOU 160 MIL VISITAS TURÍSTICAS EM 2015No ano passado foram registadas 160 mil visitas turísticas aos museus, exposições, igrejas e postos de turismo do concelho de Reguengos de Monsaraz, mais 17,6 por cento que em 2014. Na vila medieval de Monsaraz, a autarquia contabiliza as visitas efetuadas à Igreja da Misericórdia e à Igreja de Nossa Senhora da Lagoa, ao Museu do Fresco e às exposições que es-tão patentes na Casa Monsaraz, na Torre de Menagem e na Igreja de Santiago - Galeria de Arte.São também registadas as entradas no Museu Mestre Baptista, em Reguengos de Monsaraz, na Casa do Barro – Centro In-terpretativo da Olaria, em S. Pedro do Cor-val, assim como nos postos de turismo de Monsaraz e de Reguengos de Monsaraz, dois espaços municipais que no ano pas-sado prestaram informações a quase 33 mil turistas. A Igreja de Nossa Senhora da Lagoa recebeu o maior número de visitas, tendo sido contabilizados 78.212 turistas (59,4 por cento portugueses) durante o ano 2015, mais 19,3 por cento que no ano anterior. Nos postos de turismo do concelho, os tu-ristas nacionais representaram metade do

total registado, seguindo-se os espanhóis com 18,4 por cento e os franceses com 11,7 por cento. O Município de Reguen-gos de Monsaraz contabilizou visitas de turistas de mais de 50 nacionalidades, in-cluindo de destinos tão longínquos como o Japão, Nova Zelândia, Argentina, China, África do Sul, Israel, Índia e Austrália.O crescimento turístico está relacionado com os eventos realizados durante a Ci-dade Europeia do Vinho 2015, mas tam-bém com a estratégia de promoção turís-tica que a autarquia está a desenvolver nos mercados nacional e internacional. No ano passado, em conjunto com a Agência de Promoção Turística do Alentejo, visitaram o concelho dezenas de jornalistas de meios de comunicação social internacionais e operadores turísticos que estão a promover a região em vários países. Reguengos de Monsaraz foi ainda promovido em grandes feiras internacionais de turismo, como por exemplo na Fitur (Madrid), ITB (Berlim), ABAV (São Paulo) e World Travel Market (Londres), mas também na Embaixada de Madrid, Consulado de Sevilha, Embaixada de Berlim, Embaixada de Londres e Câ-mara de Paris.

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SOAJO VAI TER POSTO DE TURISMO

O turismo é um setor em grande expan-são no concelho de Arcos de Valdevez e o Soajo é um ponto de referência para quem nos visita, por estar inserido no Parque Nacional Peneda Gerês, por causa das suas gentes, da eira comunitária dos espigueiros, monumento nacional, e da boa gastronomia.Numa iniciativa da Câmara Municipal e da Freguesia de Soajo, o rés-do-chão da Sede da Junta será transformado num Posto de Turismo e Informação.Este investimento municipal da ordem dos 50 mil euros conferirá ao espaço uma nova imagem, mais atrativa e moderna, recorrendo à novas tecnologias em rede como as existentes no Posto de Turismo da sede do concelho.Pela facilidade de acesso também se pre-tende que este espaço sirva como espaço de atendimento ao público.Desta intervenção é de destacar a insta-lação dos equipamentos multimédia, bem como as intervenções ao nível das pare-

des, tetos, pavimentos e iluminação que tornarão o espaço mais apelativo e com toque de modernidade.Os turistas poderão ficar a saber todo o tipo de informação relativamente ao alo-jamento existente no concelho, bem como de outros assuntos de interesse como notí-cias, agenda cultural, restaurantes, entre outros. O posto disporá de um conjunto de ferramentas de teor interativo inovador, tais como a Mesa Interativa interior e o Totem interativo exterior, que permitem proporcio-nar um atendimento permanente, 24 ho-ras, diferenciador, rápido e elucidativo ao cliente.Estes projetos complementam a oferta pro-mocional e turística arcuense e contribuirão para dinamizar o turismo de natureza, a gastronomia, o artesanato, o comércio e alojamento, numa área de excelência ambiental, integrada no Parque nacional Peneda Gerês e reserva Mundial da Bios-fera, declarada pela UNESCO.

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BTL BLOGGER TRAVEL AWARDSA edição deste ano dos BTL Blogger Travel Awards já está no ar. Os bloggers de via-gens podem submeter a sua inscrição em através de www.btl.fil.pt até ao dia 5 de Fevereiro e candidatarem-se a uma das quatro categorias: Melhor Blogue de Via-gens Pessoal, Melhor Blogue de Viagens Profissional, Melhor Blogue de Fotografia de Viagens e Melhor Blogue de Viagens Eleito pelo Público.

Os BTL Blogger Travel Awards irão re-alizar-se pelo terceiro ano consecutivo, tendo como objetivo premiar os melhores blogues de viagens em Portugal e de lín-gua portuguesa, que se destacaram em 2015.

O júri, constituído por personalidades liga-das ao sector do turismo, irá nomear entre dois e cinco blogues para cada categoria e elegerá o vencedor para cada categoria e os nomeados para o “Melhor Blogue de Viagens Eleito pelo Público” serão publica-dos para votação online, no site da BTL.Os candidatos serão apurados tendo em conta a qualidade da informação e escrita, relevância dos temas abordados, criativi-dade, inovação e imagem gráfica. Serão apenas nomeados os blogues com ativi-dade mínima comprovada de nove meses no período em análise. Os vencedores serão anunciados durante a BTL 2016, no dia 6 de Março, na FIL, Parque das Nações.

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GARMIN ADVENTURES

A Garmin anunciou o lançamento da Garmin Adventures, uma plataforma que permite aos utilizadores não só partilharem as suas aventuras com familiares, amigos e amantes das atividades ao ar livre, como também acederem às experiências inesquecíveis dos membros registados na comunidade online. Desta forma, a empresa pretende responder às necessidades que os utilizadores têm de partilhar as suas experiências, desafios, aventuras e rotas com todas as pessoas que têm esta paixão. A Garmin Adventures vai colocar nos equipamentos da marca (que tenham GPS, Bluetooth e sejam compatíveis com Garmin Connect Mobile) uma funcionalidade muito específica, designada Live Track, que permite seguir as atividades do utilizador em tempo-real, bem como partilhar dados importantes com outras pessoas.Com esta plataforma interativa e gratuita, os utilizadores podem aceder e descarregar atividades que foram realizadas por outros membros da comunidade em busca de novos desafios, ou simplesmente partilharem todos os grandes momentos com os seus fami-liares e amigos. Depois de terminada a grande aventura, e graças aos dados que foram registados pelos equipamentos GPS, o utilizador tem a possibilidade de criar e partilhar recorrendo a fotografias e etiquetas geográficas, vídeos do YouTube, geocaches e notas que consigam inspirar outros membros da comunidade a viverem uma experiência igual-mente divertida e intensa.Pode aceder à plataforma através deste link: http://adventures.garmin.com/pt-BR/

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PASSEIOS PEDESTRES NA SERRA DE OSSAProposta da Caminhos com Carisma, de descoberta da Serra da Ossa, para o mês de Março.PROGRAMA12 de Março (Sábado):9h: Partida do alojamento para a aldeia de Freixo.9h30m: Início do percurso Pedestre Percurso Pedestre “da aldeia do Freixo à serra d’Ossa”.Distância: 20 km; Grau de dificuldade: Médio +Haverá pausas para almoço e descanso.16h: Fim do percurso pedestre.16h30m: Tempo livre.20h: Jantar de grupo (opcional).

13 de Março (Domingo):9h: Partida do alojamento para a Aldeia da Serra e início do percurso pedestre “Eremitas da Serra d’Ossa”. Do Redondo avista-se a Serra d’Ossa que, na sua vertente sudoeste, apresenta boas manchas de floresta de sobreiros e azinheiras que se estendem para os campos na sua base, dando uma excelente alternativa aos muitos eucaliptos que a povoam. É também por aqui que se encontram os monumentos religiosos que carac-terizaram a vocação eremítica deste local.Distância: 20 km; Grau de dificuldade: Médio +Haverá pausas para almoço e descanso.16h: Fim do programa.Mais informações: [email protected]

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PASSEIO PEDESTRE E TRAVESSIA FLUVIAL EM DORNES PELA ZÊZERETREK

Nesta actividade, a organização propõe um percurso pedestre pelo antigo trilho co-nhecido como “Dornes Verde”, que deu origem ao actual PR1 – A Vigia do Zêzere, na emblemática Vila de Dornes, no Concelho de Ferreira do Zêzere. Com início na localidade de Dornes, o passeio tem diversos atrativos, entre os quais se destacam as diferentes paisagens naturais, o património local e até algumas curiosi-dades botânicas locais.O percurso da manhã (com um grau de dificuldade fácil e 8 km de extensão) termina com um almoço servido num dos mais conhecidos restaurantes locais, na localidade de Vale Serrão. Após o almoço, os participantes têm a oportunidade de apreciar a visão desta paisagem desde a barragem de Castelo de Bode, num barco que os levará espe-cialmente de Vale Serrão até Dornes.Data: 27 de Fevereiro9H30 Horas – Início do passeio. Concentração junto à Igreja de Nossa Senhora do Pranto (GPS: Latitude: 39°46’17.95”N; Longitude: 8°16’9.78”W);13H00 – Almoço;14H30 – Passeio de Barco.A actividade tem um custo de 25 euros por pessoa, incluindo acompanhamento com Guia, almoço, passeio de barco e seguro.Mais informações: [email protected] / +351 934 877 160

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QUINTA M - AGRO TURISMO DE IRREVERÊNCIA E CHARME

A Quinta M é um local único em Portu-gal, a menos de uma hora de Lisboa, que oferece quatro quartos de hóspedes, yourts incomuns em conforto moderno e estilo re-finado, com terraço privado. No coração da região do Ribatejo, não muito longe das principais atracções turís-ticas, tais como Santarém, Tomar, Batalha e Óbidos, oferecemos aos nossos clientes um serviço personalizado num ambiente

de luxo e numa atmosfera acolhedora!Este projecto nasceu da paixão pelo Ca-valo Lusitano e pelo espirito empreende-dor de um casal de Franceses (Louis e Florence Giorgimaina) que acredita no potencial do Ribatejo!A Quinta M faz uma junção de tradição e conforto, tudo isto ainda com um con-ceito de alojamento ousado e irreverente em Yourtes!

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WLOST INN LISBON É O 5º MELHOR HOSTEL DO MUNDO EM 2015

O Lost Inn Lisbon foi premiado, na passada semana, como o 5º Melhor Hostel do Mun-do de 2015 pela plataforma HostelWorld. O espaço contou no ano passado, com um crescimento a nível de ocupação, de 8% face ao ano anterior. O Lost Inn Lisbon concorreu à categoria de Melhor Hostel Médio (entre 76-150 ca-

mas). As avaliações foram feitas pelos cli-entes do HostelWorld, ao longo do ano para encontrar os 10 melhores hostels em todo o mundo, em quatro categori-as, consoante a sua dimensão: Pequeno (máximo 75 camas), Médio (entre 76-150 camas), Grande (entre 151-349 camas) e Extra -Grandes (mais de 350 camas).

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TURIHAB REFORÇA OFERTA DE ALOJAMENTO

A Turihab reforço a sua oferta de alojamen-to nos diferentes segmentos de mercado onde opera.A Casa da Portela de Sampriz em Ponte da Barca no Minho foi admitida pela TU-RIHAB, nos Solares de Portugal e integra o grupo das Quintas e Herdades bem como a Quinta do Terreiro em Lalim (Lamego, Douro). A Casa do Crato, no Alentejo, é o mais recente representante dos Solares de Portugal na região do Alentejo e integra o grupo das Casas Antigas. Novas adesões na rede Casas no Campo. Casinha de Mozelos em Paredes de Coura no Minho, situada na encosta do Monte da Senhora da Pena e debruçada sobre o vale do Rio Coura. A Casa da Serra - Cer-quido Village em Ponte de Lima, localiza-se em pleno Minho, no enclave da Serra D’Arga na recôndita aldeia do Cerquido no Concelho de Ponte de Lima. A Quinta do Ameal – Enoturismo, localizada em Refoios do Lima, é uma propriedade muito antiga (1710) de rara beleza natural. A Quinta de São Sebastião em Ponte de Lima com a

Capela de S. Sebastião e respectiva casa da quinta situam-se no centro da fregue-sia da Facha, contíguas ao Caminho de Santiago (Porto – Ponte de Lima). A Casa das Rendufas está localizada em Rendu-fas da Estrada, no concelho de Torres Novas nos limítrofes da região Centro de Portugal. Por fim, as Casas da Cerca em Odemira no Alentejo constituem um Tu-rismo no Espaço Rural em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina no Alentejo profundo.Para mais informações visite: www.center.pt ou contacte: Tel: 258 931750

Casa da Cerca

Casa do Crato

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THE CRU DISTINGUI-DO COM A MEDALHA DE OURO DA RESTAU-RAÇÃO BIOLÓGICA

O The Cru acaba de ser distinguido com a medalha máxima da restauração biológica. O restaurante, que é já um dos maiores compradores nacionais de produtos bi-ológicos, orgulha-se agora de ser o primei-ro e único restaurante biológico certificado em Portugal Continental reconhecido pela entidade reguladora da DGADR (Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural). Certificado e controlado pela Certi-planet (empresa que certifica os operadores da Agricultura Biológica) e após uma ri-gorosa auditoria, o restaurante, localizado no Oeiras Parque, está agora oficialmente classificado com a Medalha de Ouro da Restauração Biológica. A agricultura biológica é um modo de produção que visa produzir alimentos sau-dáveis, de elevada qualidade, ao mesmo tempo que promove práticas sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agríco-la. Na agricultura biológica, não se recorre à aplicação de pesticidas, adubos químicos de síntese, nem ao uso de organismos ge-neticamente modificados, salvaguardando desta forma a saúde do consumidor e pro-tegendo ainda a saúde dos próprios produ-tores, que evitam o contacto com químicos nocivos. Este tipo de agricultura preserva ainda o ambiente da contaminação de po-luentes, protegendo os solos e as águas. No que se refere à produção animal, a a-gricultura biológica pauta-se por normas de

ética e respeito pelo bem-estar dos animais, praticando uma alimentação adequada à sua fisiologia e facultando condições am-bientais que permitam aos animais crescer e expressar os seus comportamentos de uma forma natural. É uma produção que privilegia o desenvolvimento natural do ani-mal não recorrendo ao uso de hormonas nem aos antibióticos como promotores de crescimento. Recorde-se que para além de biológico, o The Cru não utiliza qualquer conservante, aditivo ou alimento processado sendo o primeiro e único restaurante pensado para o grande público capaz de reunir todas as tendências da alimentação saudável: alimentos biológicos, confecionados sem glúten, sem lactose e sem açúcares adicio-nados. O restaurante conta ainda com o apoio de uma naturopata na conjugação dos alimentos para que estes se tornem fun-cionais e tenham o seu melhor impacto no organismo.O The Cru é um projeto inteiramente na-cional, criado no Concelho de Cascais, que nasce do empreendedorismo de cinco sócios e da sua vontade de fazer a diferen-ça no universo da alimentação. Depois de levar a alimentação biológica aos festivais de verão com a The Wrepe Van, o The Cru abriu o primeiro espaço no Centro Comer-cial Oeiras Parque e prepara-se agora para abrir a sua primeira loja de rua em Cascais.

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CRÓNICA: PERUAS ILHAS

FLUTUANTES DO LAGO TITICACA

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Ponte da Atalaia na ribeira da Isna

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O LAGO TITICACA SITUA-SE NOS AN-DES PERUANOS, A 3812 METROS ACIMA DO NÍVEL DO MAR, O QUE O TORNA O LAGO MAIS ALTO DO MUNDO.

Texto: Luís Contente Fotografia: CAAL (Clube de Actividades de Ar Livre)

É aí que vivem os descendentes de uma tribo antiga, os Uros, que se viram forçados a abandonar as suas terras para escapar aos incas que os matavam e escravizavam. Refugiaram-se no meio das águas onde construíram umas ilhas recorrendo à plan-ta que aí cresce, a totora, uma espécie de

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Lago Titicaca

Artesanato dos Uros

Embarcação tradicional

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junco. Essas totoras, dispostas em camadas sobrepostas, formam uma base de susten-tação que flutua, permitindo assim a edifi-cação de habitações. Cada estrutura de-mora cerca de vinte anos a afundar-se mas é preciso repor os juncos à medida que apodrecem com a humidade. Foi em Puno, uma cidade do altiplano peruano, onde apanhei uma pequena embarcação para partir à descoberta dessas ilhas flutuantes.Saímos de manhã bem cedo. Vendedores de rua propunham fruta, canetas, cadernos escolares, para oferecermos às crianças Uros. Um sol radiante banhava as águas esverdeadas da grande baía de Puno. Em-barcámos numa lancha um tanto ou quanto periclitante, amarrada ao cais apenas por uma pequena corda. A ondulação fazia balançar o bote de forma irregular o que causava alguma dificuldade em saltar para o pequeno convés. Uma queda não era de certeza a melhor maneira de começar o dia. Instalei-me no banco esquerdo da lancha e só quando deixámos o cais é que me apercebi que estava sentado em cima do tubo de escape. O espaço era pouco e não havia outro lugar vago. A baía ia fi-

cando cada vez mais para trás, esquecida na mancha verde das algas que cobriam a entrada do porto. Muita gente na lancha, apertados uns contra os outros, muitos tu-ristas, sobretudo franceses, mas também um grande grupo de peruanas. Estava frio, apesar do sol castigar. Um frio de altitude onde a luz é tão clara que fere a vista e o ar tão puro que regenera a alma. Um vento gélido fustigava-me o rosto e uma forte luminosidade obrigava-me a desviar o olhar. De vez em quando, algumas nuvens ocasionais brincavam às escondidas com o grande disco branco. Uma neblina cobria os montes e a linha do horizonte assemel-hava-se cada vez mais à linha do horizonte do mar. Um autêntico mar de altitude, sem fim à vista, tão azul que parecia o espelho do céu. Começaram a surgir grandes plantações de juncos por onde nos esgueirámos em marcha lenta. Cresciam até à altura de um homem e a lancha navegava ao lon-go de um canal formado por essa densa vegetação. De ambos os lados, as plantas criavam duas paredes que condicionavam a progressão, obrigando as embarcações

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Ilha feita de totoras

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José Pais e Bruno Cardoso

Marinheiro peruano

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Ilha feita de totoras

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a seguir em fila indiana. Uma hora após a partida, atingimos o nosso destino. Algu-mas comunidades locais ainda lá residem, mas o último Uro já morreu há muitos anos, pelo que os habitantes vivem sobretudo do turismo.Acostámos. Assim que pousei o pé, tive a sensação de caminhar em cima de uma cama de água. As botas pareciam enterrar--se a cada passada e só estava à espera de ver a água jorrar por entre o verde do chão. Mas o piso era seguro e apesar de não ser terra firme, percorri toda a área que mais parecia uma larga jangada de ramos do que outra coisa. Não me podia afastar muito para não ficar enterrado com água até ao pescoço e, sobretudo, não convinha sair dos trilhos marcados porque podia cair ao lago sem me aperceber que estava a pôr um pé em falso. Com meia-dúzia de pas-sos, dei rapidamente a volta até chegar às cabanas, feitas também elas de juncos, que

delimitavam as extremidades.Alguns turistas partiram numa piroga a caminho da maior das ilhas. Um pequeno Kon-Tiki esguio e algo instável. Preferi re-correr à segurança relativa da lancha.O percurso foi de curta duração. Atracá-mos pouco depois. Tive, de novo, a sen-sação que a estrutura se movia. E quando uma ou outra lancha mais retardatária acostava, a sensação tornava-se certeza. A ilha mexia-se, acompanhando o movimen-to da onda provocada pelo rasto da em-barcação. Uma leve vertigem, um ligeiro desequilíbrio, que o piso ondulava.Duas mulheres depenavam uma galinha de água junto a um fogareiro. Nas tra-seiras das habitações, um homem junta-va grandes fardos de modo a atapetar o chão. Mas a civilização também lá chegou. Chapas de zinco cobriam os telhados das cabanas, substituindo assim a tradicional totora, e por cima da cobertura, peque-

Recordação do lago

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25Kon-Tikis peruanos

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Mãe e filho à espera de clientes

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aNavegando no lago Titicaca

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nos painéis solares captavam a energia necessária para electrificar a aldeola. Modernidade e tradição tentam viver a par no meio dessa enorme balsa.O dia ainda mal tinha começado. Cedo abandonámos o local, a caminho de maiores navegações. Enquanto sulcáva-

“ENQUANTO SULCÁVAMOS AQUELE MAR AZUL TÃO LÍMPIDO, A IMAGEM DESTE POVO DAS ÁGUAS DOMINAN-DO A NATUREZA PARA SUA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA ACOMPANHOU-ME NO RESTO DA VIAGEM.”

mos aquele mar azul tão límpido, a ima-gem deste povo das águas dominando a natureza para sua própria sobrevivência acompanhou-me no resto da viagem. Uma viagem que me encheu os olhos de luz e de cor. Uma viagem para sempre gravada na memória.

Navegando no lago Titicaca

Venda de artesanato

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CEA - SANTIAGO DE COMPOSTELA, PELA VIA

DA PRATA.5.º DIA - QUINTA FEIRA, 30 DE JULHO DE 2015.

Texto e Fotografia: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt/

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A CHUVA RESOLVEU APARECER NO DERRADEIRO DIA E COMO EM CEA NÃO ENCONTRÁMOS LOCAL ONDE COMER, PEDALÁMOS EM DIRECÇÃO A CASTRO DOZÓN, PARA O PEQUENO ALMOÇO NO CAFÉ OJEA, EM ARENTEIRO - PIÑOR, POR SINAL BASTANTE ACOLHEDOR E ONDE REENCONTRÁMOS ENTRE OUTROS A MARIA JOSE CEREZO E A BERTA SIMARRO, DE VALÊNCIA, QUE TAMBÉM PERNOITARAM NO ALBERGUE DE CEA, E FAZIAM O QUE AINDA FALTAVA DO CAMINHO NA COMPANHIA DE MAIS DOIS PEREGRINOS, UM DOS QUAIS PORTUGUÊS.

Próximo de Castro Dozón

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Volvidos alguns quilómetros voltámos a reencontrá-los, aproveitando o momento para uma foto em conjunto. Prosseguimos, subindo, com a chuva sem-pre a acompanhar-nos e entrámos na província de Pontevedra. Seguiu-se uma extensa e bonita travessia de baixa vege-tação, por solitárias paragens, até efectuar a descida para Castro Dozón, onde a falta de aderência da roda traseira me projec-tou para uma aparatosa queda, felizmente sem consequências graves. Apenas algu-mas contusões e leves feridas e lama, muita lama para limpar, assim que encontrasse água em abundância.De Castro Dozón, onde chegámos depois de cruzar a auto estrada, seguimos para Laxe por uma pequena estrada paralela à estrada N-525. Poucos quilómetros percor-ridos depois da pequena aldeia de Laxe, cruzámos o rio Deza, transpondo a “Puente de Taboada”, de origem românica, recon-struida nos séculos XV e XVI, um belo local,

de farta vegetação, paisagem bucólica, de raro encanto.A paragem neste belo local impunha-se, as cores onde o verde e o cinzento predomi-nam em dia chuvoso, que mesmo sem a presença dos raios de sol entre o frondoso arvoredo de castanheiros e carvalhos, im-ploram pela captação de imagens de dife-rentes perspectivas, ao que o viajante não se faz rogado. Enquanto absorvíamos o encanto do Caminho, outros caminheiros foram passando em passo cadente e de-cidido, parecendo levar o seu rumo espirit-ual bem trilhado, que se infere pela certeza dos seus passos e determinação dos seus rostos.Passando a ponte, continuámos, subindo pelo caminho empedrado, encontrando um pouco mais à frente o cruzeiro e a singela igreja românica de Santiago de Ta-boada. A existência de uma fonte permitiu-me tratar dos ligeiros ferimentos, retirando a terra e sangue pisado presentes nas

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Próximo de Castro Dozón

No Alto de Santo Domingo, a 700m de altitude.

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Os efeitos de uma queda aparatosa

Início do planalto, antes da descida até ao rio Deza

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Os efeitos de uma queda aparatosa

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Peregrinos a Santiago, a relaxar, economizando forças.Início do planalto, antes da descida até ao rio Deza

Peregrinos na aproximação a Taboada

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TRio Deza e a Ponte de Taboada

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33Rio Deza e a Ponte de Taboada

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Ponte de Taboada

mãos e pernas. Foi também um momento que permitiu ao José dar uso ao seu estojo de primeiros socorros, de grande utilidade e sempre indispensável numa empresa deste tipo. Continuámos a seguir uma zona de bosque em direcção a Silleda, onde efectuámos uma pausa para o almoço, uma refeição servida na “Pulperia A Carballeira do Chousiño”, por sinal muito bem confeccio-nada. Como se tratava da última jornada decidimo-nos por um pequeno excesso. No entanto até chegar a Santiago de Com-postela ainda era necessário pedalar uns bons quilómetros.Novamente no Caminho, após percorri-dos uns bons quilómetros, depois de São Miguel de Castron, iniciámos uma descida sinuosa e acidentada em direcção ao rio Ulla, o qual cruzámos para entrar em Ponte Ulla, pequena aldeia situada nas margens do rio Ulla.Os meus dois companheiros de Caminho optaram por fazer os poucos quilómetrosque ainda faltavam para Compostela,

pela N-525. Continuei no entanto pelo Caminho, embora soubesse que iria levar mais tempo a chegar. Depois de Ponte Ulla seguiu-se uma extensa subida, por uma largo caminho florestal, até chegar a uma estrada local por onde segui até à pequena povoação de Outeiro.Num sobe e desce contínuo, acabei por passar pelo viaduto que cruza a linha de caminho de ferro, onde ocorreu em 2013 o fatídico acidente, de má memória, tendo prestado a minha modesta e sentida home-nagem, deixando aí penduradas as luvas, companheiras de quatro Caminhos a San-tiago. Pouco depois cheguei à “Calzada do Sar”, onde podemos desfrutar de uma ma-gnífica panorâmica das torres da catedral.Finalmente entrei na Praça do Obradoiro, descendo de bicicleta as míticas escadas da catedral, em jeito de manifestação de regozijo, por completar, outra vez, o Cami-nho...De Cea a Santiago percorremos 92,71 km, num total de 394,58 km, distribuídos por cinco jornadas, desde que iniciámos o

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TA Preparar o início da dura subida em pedra até à Igreja de Santiago de Taboada

Caminho na cidade do Porto.Foi um Caminho diferente comparativa-mente com os demais já percorridos até à presente data. A escolha pelo Caminho pela Geira, penetrando no coração da Serra do Gerês, foi, sem dúvida, uma ex-celente opção. A prová-lo está a monumentalidade de Bra-ga, plena de património religioso e arqui-tectónico, de interesse inexcedível, o prazer de passear no seu centro histórico numa fantástica noite de Verão, as dificuldades da subida ao Gerês, o gozo de disfrutar a frescura da Mata de Albergaria, com os maravilhosos cursos de água, para todos os gostos, bem como as cálidas águas do rio Caldo, na incrível zona termal de Tor-

neiros, bem próximos de Lobios, depois de passar a Portela do Homem.O Caminho Natural de São Rosendo, entre Porto Quintela a Celanova, e desta bonita e monumental vila a Ourense, foi também uma experiência nova onde disfrutámos de paisagens incríveis, onde o esforço desen-volvido a pedalar foi sempre magnifica-mente recompensado pela gostosa gastro-nomia galega.De Ourense a Santiago entrámos no espíri-to do Caminho, em toda a sua plenitude, no contacto com os demais peregrinos, nos períodos de introspecção enquanto se pedala através dos bosques mais recôndi-tos, assim como na satisfação de vencer as dificuldades que se nos deparam.

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“FOI UM CAMINHO DIFERENTE

COMPARATIVAMENTE COM OS DEMAIS JÁ PERCORRIDOS ATÉ À PRESENTE DATA. A ESCOLHA PELO CAMINHO PELA

GEIRA, PENETRANDO NO CORAÇÃO DA

SERRA DO GERÊS, FOI, SEM DÚVIDA, UMA

EXCELENTE OPÇÃO. ”

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A Preparar o início da dura subida em pedra até à Igreja de Santiago de Taboada Silleda, igreja de “Santa Baia”

A Caminho de Santiago, a derradeira jornada.

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JÁ NA BANCA!

Praça do Obradoiro e zonas circundantes, o Joaquim e o Botelho aguardavam o final do meu Caminho

Finalmente a tradicional descida da escadaria adossada à Catedral

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JÁ NA BANCA!Para sua comodidade encomende já o seu exemplar e receba-o em sua casa exactamente pelo mesmo valor de banca.

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Edição nº34

Sem Custos de Envio

Finalmente a tradicional descida da escadaria adossada à Catedral

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MARÃO: NA PORTA DE UM REINO

MARAVILHOSO!Texto e Fotografia:José Carlos Callixto

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MARÃO: NA PORTA DE UM REINO

MARAVILHOSO!

“Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso...Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão ine-xorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...”

(Miguel Torga, “Um Reino Maravilhoso”)

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Para cá do Marão ... mandam os que cá estão!...J

Próximo de S. João de Lobrigos, 25.Jan.2015 (Foto: Cristina Ferreira)

Srª do Viso, S.ta Marta de Penaguião, 24.Jan.2015.

São 7:45h ... e vai começar um dia mágico!

Rumo ... aos picos do Marão!

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A caminho do final de um mês de Janeiro (2015) frio e agreste, um grupo de apaixona-dos da montanha juntaram-se ... na porta daquele reino maravilhoso. Tal como em No-vembro na Serra Amarela, o desafio foi lan-çado por um dos irmãos do meu “Caminho da Aventura” ... e neste fim de semana de Sol depois de dias de chuva e neve ... vivi (vivemos) mais dois dos mais fabulosos dias da minha vida!...Como tantas vezes tenho escrito, a paixão pela montanha, a necessidade de abraçar os grandes espaços, os vales, as montanhas, os rios … traz também outros dos melhores sa-bores da vida: a amizade, a camaradagem, o companheirismo ... o dar largas à criança que, afinal, continua a viver em cada um de nós ... felizmente! Dos 14 que partilhámos e vivemos este fabuloso fim de semana, não conhecia quatro ... mas ao fim de “5 minu-tos” todos éramos “família”...JSexta feira à noite, os “aventureiros” deste

inesquecível fim de semana estavam reu-nidos no Albergue de Bertelo, pequena aldeia “perdida” na encosta leste da Ser-ra do Marão. Pertencente à Câmara de Santa Marta de Penaguião, o Albergue de Bertelo ... é Albergue de Santiago! É ver-dade ... passa por aqui o Caminho Portu-guês do Interior!...

SÁBADO 24: PELOS PICOS DO MARÃO...A actividade envolvia duas caminhadas ambiciosas: no sábado, partindo da cape-linha da Srª do Viso, o objectivo era subir a Serra até ao cume, descer das alturas do Penedo Ruivo ao vale do Rio Teixeira, voltar a subir aos Seixinhos e à Fraga da Ermida ... para regressar ao ponto de origem. Sabíamos que ia ser uma jornada dura...; o desnível acumulado ... rondaria os 1900 metros, nuns previsíveis cerca de 25 km!

Do nevoeiro nos vales chegámos às neves ... a caminho do Cume.

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A Srª do Viso situa-se a pouco mais de 700 metros de altitude. Tínhamos mais de 700 metros de desnível para subir até à Srª da Serra, nos 1416 metros do cume ... à me-dida que se iam abrindo os horizontes, qual “excesso de natureza”, que de novo nos transporta para o Reino Maravilhoso de Tor-ga, para as “passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modu-lações que nenhum escultor, pintor ou músi-co podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão.”...Um pouco menos de três horas depois de partirmos, estávamos no geodésico do Marão, junto à pequena Ermida da Srª da Serra. O frio cortava, mas o azul esplen-doroso dos céus e a panorâmica a toda a volta sublimava aquela temperatura muito próxima dos zero graus ... provavelmente menos. Estávamos verdadeiramente ... num “universo virginal, como se tivesse acabado de nascer....”

A progressão era agora para sudoeste, descendo à cumeada do Penedo Ruivo ... e aos pouco mais de 700 metros do vale do Rio de Teixeira e da pequena aldeia com o curioso topónimo de Mafômedes.À medida que descíamos ... íamos olhan-do para a encosta que teríamos que subir do outro lado...JPertencente ao Concelho de Baião, Mafô-medes parece, por um lado, uma aldeia perdida no tempo e no espaço, encaixada no fundo de um profundo vale aberto pelo Rio de Teixeira. Por outro lado, a existência de um Albergue e de um Restaurante con-vida a uma visita e estadia num paraíso ... afastado do mundo!E de Mafômedes ... tínhamos de subir de novo a encosta leste, para a crista dos Seixinhos...Da cumeada de Seixinhos, víamos agora Mafômedes lá bem no fundo do vale. Os músculos lá repousaram durante uma

Do nevoeiro nos vales chegámos às neves ... a caminho do Cume. Senhora da Serra, cume do Marão (1416m alt.)

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aDescida para o Penedo Ruivo …

So vale do Rio Teixeira

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meia hora de bom andamento ... até se nos apresentar pela frente nova íngreme subida, para a Fraga da Ermida, quase a 1400 metros de altitude.De novo à vista do cume do Marão, a Fraga da Ermida é um daqueles lugares mágicos onde nos apetece fazer parar o tempo ... “pela harmonia, pela sereni-dade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um po-ema geológico. A beleza absoluta.”

(Miguel Torga, “Diário XII”)Poucos minutos faltavam para as cinco da tarde. Tínhamos agora de ir ao encontro

do percurso por onde havíamos subido de manhã ... nada fácil ... antes que o Sol se pusesse, para cá do Reino Maravilhoso. E foi já com a Lua no céu e nas sombras do final do dia que procurámos um percurso menos perigoso, na descida, evitando as fragas es-corregadias ... que poderiam transformar-se em pragas...Regressados ao Albergue de Bertelo ... o jantar foi confeccionado por dois dos pre-sentes, como já o havia sido na Serra A-marela. Caminhar não é só andar, subir e descer montanhas; caminhar também é convívio, camaradagem, brincadeira ... também é Viver!

Descida para o Penedo Ruivo …

So vale do Rio Teixeira

Mafômedes

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aRio de Teixeira

“PELA HARMONIA, PELA SERENIDADE, PELO SILÊNCIO QUE NEM O RIO SE ATREVE A QUEBRAR, ORA A SUMIR-SE FURTIVO POR DETRÁS DOS MONTES, ORA PASMADO LÁ

NO FUNDO A REFLECTIR O SEU PRÓPRIO ASSOMBRO. UM POEMA GEOLÓGICO. A BELEZA ABSOLUTA.”

(Miguel Torga, “Diário XII”)

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Rio de Teixeira Ao longo da cumeada dos Seixinhos ... até à Fraga da Ermida.

Penosa subida, para os quase 1300 metros de altitude dos Seixinhos

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aFraga da Ermida ... e estamos de novo próximo do Cume do Marão.

Regresso enquanto há luz...

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Fraga da Ermida ... e estamos de novo próximo do Cume do Marão.

Regresso enquanto há luz...

17:35h ... o Sol já desapareceu …

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paga

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- EQUIPAMENTOS

- CAMINHADA: ERICEIRA |

ODRINHAS

- DESTINO: MINHO

NO CORAÇÃO DA PENEDA

- ARTIGO TÉCNICO:

7 CONSELHOS PARA SE MANTER

SECO NAS CAMINHADAS

(veja nas páginas seguintes como proceder)

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