Revista EmbalagemMarca 087 - Novembro 2006

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Edição de novembro de 2006 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Uma “receita secreta” sem mistérioselo oitavo ano con-secutivo, na edição de dezembro pró-

ximo EMBALAGEMMARCA oferecerá a seus leitores um serviço que já se tornou uma referência na comu-nicação dirigida à cadeia produtiva/usuária de emba-lagem. Refiro-me à repor-tagem de capa Tendências e Perspectivas do setor, que testemunhos verbais e por escrito de profissionais e empresários da área descre-vem como de grande uti-lidade no planejamento de suas ações. Esse trabalho, que projeta para o ano seguinte ao mês de sua publicação desafios,

oportunidades e ameaças que poderão colocar-se para fornecedores e compradores de embalagens, é feito com metodologia desenvolvida pela equipe da revista. A rigor, não há nela nada de misterioso nem de secreto, a não ser, claro, o lendá-rio pulo-do-gato que não se conta a ninguém. Como nosso produto não se pauta pelo ocultamento das coi-sas mas sim pelo contrário (isto é, por sua divulga-ção), damos aqui a “receita secreta”.Tendências e Perspectivas, bem como o amplo volume de informação qualificada apresentada todos os meses

por EMBALAGEMMARCA a seus leitores, é fruto de muita pesquisa, trabalho de campo, análise em profundi-dade e mangas arregaçadas. Significa ter uma equipe forte e preparada, que entre-vista e permanentemente troca idéias com os mais respeitados profissionais do packaging no Brasil e no exterior. Em suma, trata-se de ter antenas ligadas, saber interpretar o que elas cap-tam e, sobretudo, conseguir traduzir isso em linguagem acessível e clara. É por tudo isso que EMBALAGEMMARCA é efetivamente lida, todos os meses e o ano inteiro.Até dezembro.

O lendáriopulo-do-gato consiste em ter antenas ligadas, saber interpretar o que elas captam e, sobretudo, conseguir traduzir isso em linguagem acessível e clara

Wilson Palhares

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

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Assinatura anual: R$ 99,00

Público-AlvoEM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colo-cados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

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O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é res guar da do por di rei tos au to rais. Não é per-mi ti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle-tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

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72 Índice de AnunciantesRelação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

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Reportagem de capa: Retortable pouchesDemanda interna cresce, abrindo caminho para subs-tituição das importações por produtos convertidos no país

nº 87 • novembro 2006

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28 Consumidores madurosFaltam projetos de embalagens específicos para quem tem mais de cinqüenta anos de idade

LegislaçãoProjeto de lei quer proibir uso de EPS (o popular isopor) no comércio de alimentos prontos

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Cosméticos Sinergia entre Sonoco For-Plas e Frasquim visa desenvolver negócios conjuntos no setor

Entrevista: Luciana PellegrinoDiretora-executiva da Abre mostra tendências do mercado japonês de embalagem

Óleos comestíveisQualidade das embalagens de aço é exaltada em campanha exibida nas salas de cinema

GarrafinhasProdutores de vinhos e espumantes apostam em embalagens de 187 mililitros

Evento internacionalCobertura especial do PPMA Show 2006, realizado em Birmingham, Inglaterra

Cervejas Mercado se agita com lançamentos da Femsa e reação da AmBev

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74 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

24 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros

6 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

3 Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

68 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

36 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

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2828 Consumidores maduros

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O Boticário está pronto para o Natal

Criada pela empresa norte-americana FRCH Design Worldwide, adaptada e produzida pela Antilhas, a linha de embalagens para o Natal de O Boticário já está no mercado. Composta por sacolas, sacos, estojos, cartuchos, tags e seda plástica, os produtos são vermelhos com um discreto desenho em prata. Com exceção dos sacos e da seda plástica, todo o restante da linha foi desenvolvido utilizando papel cartão e plásti-co. As novidades ficam a cargo dos formatos inu-sitados, tanto nos cartuchos, que possuem um visor transparente, quanto nos estojos, que pos-suem 3 partes diferentes. As sacolas têm estrutu-ra plástica no exterior com forro de papel cartão impresso em vermelho e prata. Os tags são em formato de bolas de Natal acompanhados por um fitilho prateado, utilizado para prender tanto o tag quanto para o fechamento dos estojos.

Antilhas(11) 4152-1100www.antilhas.com.br

FRCH Design Worldwidewww.frch.com

Embalagem de presente

Toddy tem novidades em três saboresNovas embalagens acompanham lançamentos da marca de achocolatados da Pepsico

O achocolatado Toddy, marca do Grupo Pepsico, apresenta novos sabores e novas embalagens. A primeira novidade é o Toddy Instantâneo Chocolate ao Leite, que tem embalagem vermelha. Com o lançamento de Toddy Instantâneo Chocolate ao Leite, Toddy Original foi reposicionado,e manteve o ama-relo em suas embalagens. Outro lançamento é o Toddy Mais sabor Frutas Vermelhas, que substitui o Floresta Negra. Os potes de polipropileno são fornecidos pela Sinimplast e as tampas pela Plastek. Os rótulos de papel são impressos pela Igel e o layout é da Narita Design

Igel (51) 3041-8300www.igel.com.br

Narita Design(11) 3167-0911www.naritadesign.com.br

Plastek (19) 3885-8200www.plastekbrasil.com.br

Sinimplast(11) 4061-8300www.sinimplast.com.br

Logomarca está mais moderna

As barras de cereais Nutry, da para-naense Nutrimental, estão com emba-lagens novas Agora, a marca está subdividida em oito versões apresen-tadas nos “módulos indicadores” das embalagens, que dividem as versões e permitem que os consumidores identi-fiquem os sabores com mais facilidade. As novas embalagens foram desenvol-vidas pela Seragini Farne. Os fabrican-tes dos filmes são Zaraplast, Conver-plast e Celocorte em filme laminado. As caixas de papel cartão são fornecidas pela Magistral Impressora. A logomarca foi modernizada e ganhou destaque na embalagem, que também apresenta a nova assinatura da marca: “Nutry. Viva com gosto”.

Celocorte11 4156-3011www.celocorteembalagens.com.br

Converplast(11) 6462-1177www.converplast.com.br

Magistral Impressora(41) 2141-0408www.magistralimpressora.com.br

Zaraplast(11) 3952-3000www.zaraplast.com.br

Nutry é redesenhado

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Autopeças valorizadasCaixas de papelão ganham impressão em cor

A importadora de autopeças Perfect está valo-rizando suas caixas de distribuição. Antes elas tinham cor única, sem aplicação uniforme do logo. A nova embalagem, produzida em pape-lão microondulado com impressão nos tons azul e branco, tem pictogramas de peças auto-motivas estampados. As caixas, produzidas pela Ibéria Embalagens, recebem impressão em flexografia 2 cores. O layout foi desenvolvi-do pela New Growing Design & Branding.

LataPack-Ball (11) 3040-2802www.latapack.com.br

Viva Propaganda(15) 3471-2327

Figurinhas de times em chiclesProduto da Arcor estampa símbolos de oito clubes

A Arcor está lançando o chicle Faná-ticos do Futebol – Série Times, que reúne oito grandes clubes de futebol: Atlético Mineiro, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco. Nos chicles sabor tutti-fruti, o torcedor encontra figurinhas auto-adesivas com informações e curiosidades sobre o seu clube, sobre futebol e resultados históricos para colar nos álbuns de cada agremiação. São 60 figurinhas diferentes por time. Os álbuns, gratuitos, podem ser pedi-dos pelo site www.arcor.com.br. As embalagens de BOPP são fornecidas pela Scodro. As figurinhas são pro-duzidas pela Converflex (Argentina). O design é do departamento de arte Arcor.

Converflexwww.arcordiversion.com.ar(54-11) 4310 9859

Scodro(16) 2101-4949www.scodroembalagens.com.br

Grape Cool na lataBebida da Góes ganha novo design

O Grape Cool, bebida elaborada à base de vinho com adição de suco natural de uva e com baixo teor alcoólico (5%), da Vinícola Góes (vendido como “chope de vinho”), chega ao mercado em uma nova versão. As latas de alumínio ganharam novo design e mais conteúdo: 350 milili-tros. O layout das embalagens foi desen-volvido pela Viva Propaganda e as latas são produzidas pela Latapack-Ball.

Ibéria (11) 3838-5899www.grupoiberia.com.br

New Growing Design & Branding (11) 4226-4493www.newgrowing.com.br

são produzidas pela Latapack-Ball.são produzidas pela Latapack-Ball.

ConverflexA Arcor está lançando o chicle Faná-

reúne oito grandes clubes de futebol: Atlético Mineiro, Corinthians, Cruzeiro,

Paulo e Vasco. Nos chicles sabor tutti-Paulo e Vasco. Nos chicles sabor tutti- www.scodroembalagens.com.br

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Achocolatado é acondicionado em TWA

A Coca-Cola estréia no mercado lácteo com mais um produto da linha infantil Kapo, um achocolatado pronto. O Brasil será o primeiro país da América do Sul a rece-ber o produto, já presente na América do Norte, Europa e Ásia. Com a entrada em achocolatados, a Coca-Cola irá enfrentar, pela primeira vez, a divisão de alimentos da arqui-rival Pepsico, que produz o Toddy-nho, líder de mercado. Kapo Chocolate é acondicionado em embalagens cartonadas assépticas Tetra Wedge Aseptic (TWA), da Tetra Pak, com layout da Oz Design.

Oz Design(11) 5112-9200www.ozdesign.com.br

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

Coca entra em lácteos

Imperial aumenta portfolioBebida mista e cerveja são os lançamentos do grupo goiano

Ampliando seu mix de produtos, o Grupo Imperial lança a Cerveja Imperial e mais uma versão da bebida mista alcoólica gaseificada Birinight, o Birinight 6.0. A segunda cerveja do grupo (a primeira é a Mulata) é comercializada em latas de alumínio, com selo higiênico, produzidas pela Latapack-Ball e em garrafas de vidro de 600 mililitros fornecidas pela Owens-Illinois, com rótulos da Dixie Toga e tampas da Aro. O design das embalagens é assinado pela agência goiana Central do Brasil. O Birinight 6.0 é vendido em latas de alumínio de 350 mililitros com lacre higiênico,

também da Latapack-Ball (a versão tradicional do produto é engarrafa-da em PET). O layout é da agência baiana CDLJ Publicidade.

Aro (11) 6462-1714www.aro.com.br

CDLJ Publicidade (71) 3351-2769

Central do Brasil(62) 3097-1718

Dixie Toga (11) 6982-9200 www.dixietoga.com.br

LataPack-Ball (11) 3040-2802www.latapack.com.br

Owens-Illinois (11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Tetra Pak, com layout da Oz Design.

Embalagem verde-amarela na Europa

A linha de farináceos Pedaços do Bra-sil, marca da importadora portuguesa Brasimpex, leva a bandeira brasileira a terras lusitanas. A empresa lança nove produtos com o verde-amarelo estampado nos pacotes: farinhas de mandioca crua e torrada, de milho em flocos, polvilho doce, polvilho azedo, tapioca, trigo, fubá e canjica. As embalagens, onde o verde-amarelo ganha destaque, foram criadas pela Spice Design e são produzidas em polietileno de baixa densidade linear (PEBDL) pela Cristal Embalagens, com impressão em flexografia 8 cores.

Cristal Embalagens(48) 3434-2324

Spice Design(11) 6977-2203www.spicedesign.com.br

Do Brasil para o mundo

Novos sorvetes para o verãoPotes de polipropileno embalam novidades de Kibon

A Kibon aposta em três novos sorvetes para o verão. Trata-se de uma ação de co-branding entre a marca da Unilever e a Kraft Foods, dona dos tra-dicionais chocolates Laka, Diamante Negro e Sonho de Valsa.A edição limitada dos sorvetes Laka e Diamante Negro vão compor a linha familiar (pote de 2 litros). Já o sabor Sonho de Valsa irá

integrar a linha de sorvetes premium Carte D’Ór, que tem embalagem transpa-rente.Os potes são produzidos em polipropileno pela Huhtamaki. No pote de 2 litros, o rótulo de papel é impresso em off set pela Brasilgrafica. Na linha Carte D’Ór, a decoração in-mold é feita pela Multilabel. A criação ficou a cargo da Design Absoluto.

Brasilgrafica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br

Design Absoluto(11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

Huhtamaki(11) 5504-3500www.huhtamaki.com.br

Multilabel(51) 3590-2270www.multilabel.ind.br

A Rigesa, que fornece embalagens diferen-ciadas para o segmento de mídia com a marca Digipak, aproveita a tecnologia e lança o Digismart, uma embalagem especialmente criada para cartões. A empresa busca o mer-cado de bancos, seguradoras, empresas de convênios médicos e telefonia, entre outros. Trata-se de um produto flexível, que permite vários tipos de formato e recursos gráficos, incluindo aplicação de verniz, relevo e hot stamping, com qualidade de impressão offset. Com recursos gráficos diferenciados e layout customizado, o conceito utiliza a própria embalagem para transmitir mensagens institu-cionais ou promocionais.

Rigesa(19) 3707-4118www.rigesa.com.br

Embalagem de pizza tem espaço para anúncio

O papelcartão Micro XP 220 g/m² da Klabin está sendo utilizado em embala-gens temáticas de pizzas para entrega. O projeto desenvolvido pelo Onemídia fornece embalagens para as principais pizzarias das cidades e, na tampa das embalagens, são comercializados espa-ços publicitários. Uma das embalagens, criada pela agência Giovanni FCB, promove a segunda temporada da série norte-americana “Lost”, recém-lançada em DVD. Para conferir mais resistência à embala-gem, o cartão Micro XP é acoplado ao papelão microondulado e a capa interna é revestida com papel Kraftliner branco, da Klabin. A embalagem foi impressa pela Optagraf.

Giovanni FCB(11) 2186-0800www.giovannifcb.com.br

Klabin(11) 4588-7000www.klabin.com.br

Optagraf(41) 3332-0894

Mídia delivery

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Iniciativa visa mercado corporativo

Rigesa cria embalagem especial para cartões

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os laboratórios da Nasa para as gôndolas de todo o mundo. Assim poderia ser sintetizada a saga das retortable pouches, bolsas plásti-

cas esterilizáveis em altas temperaturas, que podem conservar alimentos sem refrigeração nem agentes químicos por mais de um ano. Com origens que remontam a pesquisas inicia-das pela agência espacial americana na década de 1950, essa tecnologia avança cada vez mais no mundo do consumo. Pescados, molhos, rações úmidas e pratos prontos que vão de estrogonofe a dobradinha. Esses são exemplos de produtos já adeptos da onda retortable, numa movimentação impulsionada por outros benefícios além da possibilidade de conserva-ção dos alimentos por longos períodos.

Em primeiro lugar, a exemplo de outras embalagens plásticas flexíveis, os pouches multicamadas passíveis de esterilização em máquinas de autoclave têm a seu favor o fator leveza, vantagem crítica na etapa de distribui-ção dos produtos. As embalagens retortable contam também com o apelo da inovação, reforçado pela idéia de modernidade atrelada à tecnologia. Na vertente da conveniência, essas estruturas podem ser aquecidas em banho-maria ou levadas ao forno de microon-das, sendo aptas a receber diferentes sistemas de fácil abertura. Por fim, além de vendidos dentro de cartuchos cartonados, onde nem sempre exercem a função de identificação de marca, os acondicionamentos retortable são compatíveis com sofisticados sistemas de impressão, contando ainda com bases sanfonadas que permitem colocá-las em pé nas gôndolas, na forma de stand-up pouches,

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Disseminadas em mercados mais desenvolvidos, “bol sas longa vida” começam a conquistar espaço no cenário brasileiro, abrindo caminho para in dústria local substituir importações

A revolução silenciosa das retortable pouchesPor Leandro Haberli

reportagem de capa >>> flexíveis esterilizáveis

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Disseminadas em mercados mais desenvolvidos, “bol sas longa vida” começam a conquistar espaço no cenário brasileiro, abrindo caminho para in dústria local substituir importações

A revolução silenciosa das retortable pouches

num diferencial que favorece a exposição no ponto-de-venda.

Embora o consumo de retortable pouches ainda seja pequeno na comparação com emba-lagens flexíveis de menor valor agregado, e também com o nível de disseminação da tec-nologia em outros países, a médio prazo tais vantagens permitem prever sensível aumento nos volumes produzidos. Esse cenário é refor-çado pelo aumento do número de fornecedo-res nacionais que investem na tecnologia, e também pelas ações que essas empresas vêm perpetrando para divulgar as vantagens das retortable pouches na indústria brasileira.

Educar o mercadoBom exemplo disso vem da Alcan, que rei-niciou sua estratégia com filmes para esse tipo de embalagem após ter participado de algumas incursões com retortable pouches no varejo brasileiro. A fim de reforçar o novo plano de ação, a empresa tem organizado seminários técnicos destinados a divulgar a tecnologia. “Nossa intenção é educar o mercado sobre os benefícios das retortables pouches”, resume Olinda Miranda, gerente de serviços da empresa.

Os eventos têm revelado oportunidades pouco exploradas no mercado brasileiro, diz a executiva. Uma delas estaria no canal de food service, onde esse tipo de embalagem flexível tende a ser adotado não só pelos quesitos praticidade e conveniência. “As retortable pouches apresentam vantagens importantes em relação a latas metálicas, embalagens que também podem ser processadas em autocla-ve”, compara Priscilla Mazzarin, gerente de

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produtos da Alcan. Segundo ela, por ocor-rer em temperaturas mais baixas (a partir de 110 graus centígrados), o processo de esterilização em embalagem flexível é mais suave, conservando melhor o sabor, a textura e outras características do alimento submetido à autoclave.

Apesar das boas perspectivas, a Alcan admite que localmente sua estratégia com retortable pouches está em estágio inicial, sem grandes contratos de fornecimentos fechados no Brasil até o momento. “Muitas empresas investiram alto em cadeias de distri-buição de alimentos congelados, oferecendo certa resistência à tecnologia”, conta Olinda Miranda. Entre os segmentos já atendidos no país está o militar, onde as retortable pouches produzidas com tecnologia da Alcan são usa-das para a alimentação de tropas em situações em que não há infra-estrutura para o preparo das refeições.

Enquanto mercados específicos são explo-rados, na seara do varejo, onde estão concen-tradas as maiores demandas, fornecedores

e indústrias usuárias de retortable pouches esperam que o aumento dos pedidos favoreça uma maior abertura à nacionalização produ-tiva dessas embalagens. A expec-tativa se deve ao fato de que, com contribuição da falta de massa críti-ca, de um lado, e da valorização do real em relação ao dólar, de outro,

boa parte das retortable pouches uti-lizadas no varejo brasileiro vem sendo

importada. Atualmente grandes remessas de bobinas de filmes retortable e de embalagens já acabadas chegam da Coréia do

Sul, país que oferece custos com-petitivos e excelência produtiva nesse

tipo de material.“A tecnologia de retortable pouches é

complexa, exigindo tintas, adesivos e filmes especiais”, lembra Roberto Hinrichsen, da Intergrafica Print & Pack, empresa do grupo MAN Ferrostaal que representa no Brasil a sul-coreana HPM Global, fornecedora de grande parte das bolsas esterilizáveis em autoclave usadas pelas indústrias brasileiras.

“Se a qualidade do material não for

FLEXIBILIDADEPRODUTIVA Cartuchos cartonados fazem a comunicação no ponto-de-venda, tornando desnecessárioo complexo processo de impressão das bolsas esterilizáveis em altas temperaturas

EM XEQUE Sem confiar na selagem dasretortable pouches nacionais, Pancooptou por importartecnologia da Coréia do Sul

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compatível com o processo, pode haver dela-minação da estrutura ou mudanças de cor durante a passagem pela autoclave”, alerta Hinrichsen.

O gargalo da qualidade No lado das indústrias usuárias, não é raro ver os atributos técnicos dos materiais nacionais sendo colocados em xeque. “Além do custo mais atraente, decidimos importar nossas embalagens por avaliar que a qualidade dos produtos nacionais, especialmente no que-sito selagem, ainda é deficiente”, sentencia Alexandre Rodrigues, da área de marketing da Panco, empresa que lançou em 2004 uma linha de pratos prontos em retortable pouches importados pela Ferrostaal.

Nesse caso, os sacos flexíveis são vendidos sem idenfificação de marca, dentro de cartuchos cartonados res-ponsáveis por toda a comunicação no ponto-de-venda. Também adotados pela Vapza, outra grande usuária de retor-table pouches no varejo brasileiro, os cartuchos cartonados conferem a fle-xibilidade produtiva necessária num cenário em que as linhas de produtos e a distribuição são cada vez mais frag-mentadas.

No campo da qualidade dos filmes retortable disponíveis no Brasil, críticas também são feitas pela Masterfoods,

que desde 1999 distribui no Brasil suas linhas de rações úmidas para cães e gatos (marcas

No lado das indústrias usuárias, não é raro ver

produtos nacionais, especialmente no que-

MONITORAMENTO – Masterfoods diz estar acompanhando o desenvolvimento de tecnologias nacionais, mas ainda importa da Europa bobinas de retortable pouches

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Whiskas e Pedigree) em retortable pouches produzidos com filmes europeus. “Estamos monitorando as possibilidades de forne-cimento local, mas ainda acreditamos que no Brasil os filmes não apresentam o mesmo nível técnico dos produzidos lá fora”, entende John Amet, diretor de marketing da Masterfoods.

Fornecimento local à vistaA boa notícia é que, conforme a demanda local se desenvolve, fortalece-se a tendência de evolução da participação dos produtos nacionais no mercado brasileiro. “As defici-ências ainda existem, mas já iniciamos testes com filmes feitos aqui e estamos confian-tes na possibilidade de fornecimento local”, diz Gilmar Vaccas, gerente de suprimentos da Pepsico, referindo-se a uma experiência acompanhada com entusiasmo no ramo de embalagens flexíveis.

O interesse tem motivos óbvios. A Pepsico é responsável por uma das mais inovadoras estratégias envolvendo retortable pouches no Brasil. A cartada se deu com o lan-çamento, no meio deste ano, das linhas Facílimo e Kids de pescados processados em retortable pouches com formatos e acabamento diferenciados. Os produtos são vendidos sob a chancela da Coqueiro, marca líder no setor, com aproximadamente 50% de participação de mercado. Calcados na inovação e na praticidade das embalagens, tais lançamentos ampliaram uma estratégia com retortable pouches que já abarcava apresen-tações institucionais voltadas ao canal food service e uma linha de patês. “Considerando aspectos como rentabilidade e agilidade, é claro que preferimos comprar embalagens nacionais”, sublinha o gerente de supri-mentos da Pepsico.

Além da Alcan, outras mul-tinacionais com operação no Brasil começam a enxer-gar a crescente demanda nacional e estão trazendo sua experiência no mercado internacional para o país. O movimento reforça a idéia de que a presença de retortable pouches nas gôndolas brasileiras deve se multiplicar nos próximos anos, apoiada por estratégias como a da Itap Bemis, que diz ter desenvol-

EM FASE DE ANÁLISE Adepta de retortable pouches

na linha Coqueiro, Pepsico está testando alternativas nacionais de fornecimento da tecnologia

DIDATISMO – Produtos podem ser levados ao forno de microondas ou aquecidos em banho-maria. No

verso das embalagens, instruções passo-a-passo são benficiadas por sofisticados sistemas de impressão

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Sucesso e segurançapara o convertedor

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Além de estruturas flexíveis, embalagens retortable começam a ser produzidas na forma de bandejas termoformadas de alta barreira. O processo de esterili-zação também ocorre em auto-clave, garantindo a manutenção dos alimentos por longos períodos sem refrigeração nem conservan-tes. Quem está utilizando esse tipo de acondicionamento no país é a International Food Company (IFC), empresa brasileira que atua desde 1998 na industrialização de carne bovina. As bandejas retor-

table são utilizadas numa linha de lasanhas prontas para consumo, podendo ser levadas diretamen-te para o forno de microondas, ou aquecidas em banho-maria. Os produtos são vendidos com a marca A Mio Modo, também presente em stand-up pouches retortable que a IFC usa para acondicionar alimentos como estrogonofe e molho à bolonhesa.

A empresa prefere não divulgar o fornecedor das embalagens. “A técnica aplicada faz parte de sigilo industrial, o que nos levou a protegê-la através de objetos de patentes em diferentes países”, diz José Barbosa Machado Neto, presidente da IFC. Boa parte da produção de lasanhas embaladas nas bandejas retortable é destina-da a exportação.

Até as lasanhas entraram na dançaBrasileira International Food Company (IFC) estreou bandejas retortable de alta barreira

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no país é a International Food Company (IFC), empresa brasileira que atua desde 1998 na industrialização de carne bovina. As bandejas retor-

acondicionar alimentos como estrogonofe e molho à bolonhesa.

vido tecnologia de ponta para produção de filmes retortable a preços competitivos.

“A defasagem técnica dos produtos nacionais é coisa do passado”, garante Luiz Eduardo Siqueira, da área comercial da empre-sa. “Conseguimos desenvolver uma tecnolo-gia altamente confiável, que fará os clientes enxergarem todos os benefícios estéticos e os ganhos que a opção pelo retortable pouch pode gerar na cadeia logística”, ele ressalta.

DESCOMPASSO Para o Grupo Bertin, fabricantes nacionais

estão atrasados no desenvolvimento de retortable pouches.

Acima e ao lado, produtos da linha

Pronto Sabor, lancada recentente pela empresa

NADA DE CONGELADO Além de pouches, linha A Mio Modo usa embalagens termoformadas

esterilizáveis em autoclave (à esquerda)

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Itap Bemis(11) 5516-2000www.dixietoga.com.br

Tradbor(11) 3739-4909www.tradbor.com.br

Especializada no mercado de stand-up pouches (SUPs), a Tradbor tem participado de testes envolvendo o desenvol-vimento de filmes nacionais destinados à produção de embalagens flexíveis esterilizá-veis em autoclave. Contando com máquinas próprias para fabricação de SUPs retortable, Alan Baumgarten, diretor da empresa, fala a seguir sobre as perspectivas da tecnologia no país.

Como anda o desenvolvimento de SUPs esterilizáveis em auto-clave produzidos com material nacional?Constantemente temos feito testes em nossas máquinas para convertedores brasileiros que estão tentando desenvolver um laminado estável para ser utilizado em autoclave. Acho que estamos bem perto de ter essa tecnologia viabilizada no Brasil, pois os testes têm apresentado bons resultados. Já conformamos stand-up pouches retortable para o mercado de atum. Essas emba-lagens foram efetivamente para o mercado. Somos um dos úni-cos fabricantes com maquinário

adequado à fabricação de SUPs retortable, e estamos trabalhan-do em parceria com fabricantes de laminados para viabilizar essas estruturas.

Há uma previsão de quando esses produtos estarão prontos para ir ao mercado? Quais estru-turas estão sendo trabalhadas?Acredito que nos próximo seis meses teremos boas novidades com relação a filmes nacionais. A estrutura tradicional que esta sendo testada é composta de PET, alumínio, PET e PP. Mas

acredito que os maiores segredos das retortable pouches sejam as tintas e os adesivos empregados em suas estruturas. Para os usuários, quais as prin-cipais vantagens dos SUPs retor-tables?Eles apresentam importantes vantagens logísticas em relação a embalagens rígidas. Quando descartados, geram menos volu-me do que latas, por exemplo. A apresentação também é melhor: enquanto as latas apresentam superfície cilíndrica, exigindo que o consumidor as gire para ter acesso às informações, os SUPs têm somente duas faces, com um painel de comunicação mais amplo. Nas máquinas de autocla-ve, SUPs retortable permitem dis-tribuir igualmente o alimento no interior da embalagem, fazendo com que todo o produto envasado fique mais perto das paredes da embalagem. Assim, o produto é cozido e esterilizado facilmente, demandando menos tempo de autoclave. Para produtos que não são consumidos de uma só vez, a possibilidade de incorporar um zíper resselável é outra vantagem dos SUPs retortables.

“Em seis meses teremos boas novidades”Fabricante de stand-up pouches comenta testes com filmes retortable feitos no país

Corrida contra o tempoEntre alguns usuários, porém, planos assim são encarados com certo ceticismo, pois esta-riam em descompasso com a dinâmica do mercado. “Os fornecedores locais estão ini-ciando seus desenvolvimentos nesse tipo de estrutura agora, enquanto o mercado externo tem quase vinte anos de experiência com a tecnologia”, diz Silvio Sertório, gerente de pesquisa e desenvolvimento da divisão alimentos do Grupo Bertin, que lançou este ano sua primeira linha em retortable pouches. Trata-se da Pronto Sabor, que também é acon-dicionada com filmes importados.

À parte as críticas relativas a deficiências técnicas e ao “atraso” dos fabricantes nacio-nais nas estratégias envolvendo tecnologia retortable, na ponta do varejo a expectativa é uma só: a de que esse mercado evolua nos próximos anos, beneficiado pela ampla lista de vantagens apresentadas pelas bolsas este-rilizáveis em autoclave. Para que isso ocorra, porém, os fornecedores brasileiros precisam recuperar o tempo perdido. “Mas devem fazê-lo sem precipitações, considerando a alta complexidade da tecnologia, que exige inves-timentos e cabedal técnico relevantes”, con-clui Alexandre Rodrigues, da Panco.

24 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

o último 12 de maio a DS Contai-ners (DSC) cortou fitas e inaugurou oficialmente sua planta industrial de 236 000 metros quadrados, cuja

construção vinha sendo tocada desde o fim de 2004 em Batavia, cidade próxima a Chicago, nos Estados Unidos. O que valoriza tal notícia? É ali o primeiro escoadouro no mundo de um inovador conceito de lata de duas peças para aerossóis, cunhado a partir da Protact, uma família de chapas laminadas com poliéster (PET) da siderúrgica anglo-holandesa Corus.

O material propicia à DSC produzir a partir de um sistema coil-to-can – a chapa é desbo-binada, impressa em linha com até oito cores (litografia) e forma a embalagem numa só pas-sagem, sem etapas intermediárias. Pelo reves-timento “de fábrica”, a Protact permite à DSC prescindir dos envernizamentos e da secagem em fornos, num método mais simples e veloz que aquele para a produção das hegemônicas latas de três peças.

O novo tubo de duas peças deriva do pro-jeto da “lata-garrafa” (bottle-can) lançada cinco anos atrás pela japonesa Daiwa Can Company (a propósito, a DS Containers é uma parceria entre americanos e a Daiwa, sendo que as ini-ciais “DS” significam Daiwa-Seikan; Seikan é a expressão nipônica para “produção de latas”). As bottle-cans, porém, são de alumínio. Já as latas para aerossóis são de aço, o que as torna “muito

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Lata de duas peças para aerossóis beneficia-se de aço pré-laminado com PET

Nova borrifada

atrativas”, diz a DSC, em termos de custo.Percebido de pronto, um diferencial visual

na novidade é a ausência da solda longitudinal – a “costura” típica da lata de três peças para aerossóis. Com isso, exalta a DSC, a embalagem ganha maior nobreza visual e a formação de ferrugem no ponto de junção é evitada. A lami-nação com PET também evita ferrugem na base da lata. “Enquanto muitos produtores de latas de três peças trabalham com pedidos mínimos de 50 000 unidades, nosso processo possibilita pedidos de 4 000 latas”, assinala James Jandora, gerente de marketing da DS Containers. A fábri-ca possui duas linhas, cada uma sustentando uma cadência de até 500 latas por minuto.

Conforme anuncia a DSC, as novas latas suportam pressão de até 18 bar, mas não são direcionadas somente a aerossóis. Qualquer pro-duto líquido ou pastoso pode ser acondicionado, e loções e géis deverão adotar a novidade em breve. Os tubos podem acoplar diversos modelos de válvulas nebulizadoras e sistemas de fecha-mento. Jack McGoldrick, da área de comunica-ção da DSC, informou a EMBALAGEMMARCA que as latas de duas peças já estão sendo utilizadas por produtos brasileiros, mas não soube precisar quais, nem informar o distribuidor. A reportagem consultou fontes no mercado nacional, porém não conseguiu identificar o canal de distribuição até o fechamento desta edição. (GK)

VANTAGENS – Chapas revestidas com PET simplificam

produção eliminando a costura lateral

Coruswww.coruspackaging.com

DS Containerswww.dscontainers.com

SUGESTÕES – Protótipos mostram possibilidades de uso das novas latas

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AÇÃO

26 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

or que não utilizar fotografias enviadas por consumidores para decorar rótulos?

O americano Peter van Stolk, um ex-instrutor de esqui, teve esse insight em 1996, quando matuta-va sobre como popularizar uma recém-criada linha de refrigeran-tes. Idéia levada a cabo, em pouco tempo a Jones Soda se tornou cult. O convite à interação fez chover instantâneos na fábrica de bebidas. Com o tempo, forma-ram-se legiões de colecionadores dos rótulos volantes da marca. Voltado a esses fãs, um kit comemorativo dos dez anos da Jones Soda acaba de ser lançado nos Estados Unidos.

A edição limitada explora a empatia com os seguidores fiéis. Uma caixa de papel cartão, confeccionada pela Victory Packaging, traz qua-tro garrafas da marca – uma Blue Bubblegum (“Chicle Azul”) e uma Maçã Verde, mais duas de sabores fora de linha e campeões de pedidos de retorno ao mercado, Framboesa e Abacaxi. Nas garrafas de vidro de 340 mililitros, forneci-das pela distribuidora Zuckerman Honickman, rótulos auto-adesivos metalizados, impressos

PJones Soda, a dos rótulos clicados pelo povo, faz dez anos e tem edição limitada

Um decênio de interação

pela Renaissance Mark, resgatam fotos utiliza-das nas primeiras “tiragens” da Jones Soda.

Como um toque de charme, o kit é comple-tado por uma miniatura da famosa marca Hot Wheels: uma réplica em escala 1:64 do furgão da Jones Soda que cruzava as ruas em 1996 para propagandear a estréia da marca. “Após dez anos, período em que fabricamos milhões de garrafas e vimos milhões de fotos, quisemos criar algo especial para os fãs”, diz Peter van Stolk, CEO da Jones Soda e pai da bela sacada dos rótulos interativos que, um decênio atrás, deu fôlego à marca. (GK)

O fenômeno Jones Soda foi destaque da edição de março/abril de 1999 de Nova Embalagem, revista então produzida para a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) pela Bloco de Comunicação, a dona de EMBALAGEMMARCA (ao lado, a capa da publicação). De lá para cá, a estratégia de colocar fotos tiradas pelo público em rótulos de refrigerantes ganhou força com a onda digital. “A impressão digital hoje facilita as tiragens limitadas dos rótulos, e as câmeras digitais, com toda

sua praticidade, incentivam muito mais o público a nos enviar fotografias”, disse a EMBALAGEMMARCA Seth Godwin, diretor de marketing da Jones Soda. Em 1999, a Jones Soda recebia em média 500 fotos por semana. Hoje, recebe mais de 1 000 (aliás, o www.jonessoda.com abriga uma galeria de cliques). Em consonância com a maior interatividade do público, em 1999 a Jones Soda faturou 7 milhões de dólares, e espera fechar 2006 com 40 milhões de dólares.

Evoluções na fotografia e na impressão favoreceram estratégia da marca

Auxílio da expansão digital

sua praticidade, incentivam muito mais

Seth Godwin,

recebe mais de 1 000 (aliás, o www.

favoreceram estratégia da marca

Renaissance Markwww.ren-mark.com

Victory Packagingwww.victorypackaging.com

Zuckerman Honickmanwww.zh-inc.com

PRESENTE – Kit de aniversário traz rótulos retrô e miniatura de

furgão da marca. Fotos volantes, como a acima

mostrada, fazem sucesso

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AÇÃO

NOVO Mini-Cracker Triunfo em formato Block Bottom: novas experiências da compra ao consumo.

Buscando uma solução diferenciada e altamente competitiva, a Itap Bemis, em parceria com a Arcor,

desenvolveu uma embalagem com formato totalmente inovador para o segmento de crackers,

agregando valor e modernidade à marca.

de expor

de consumir

de lucrar

28 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

xiste um filão de consumo que nos últimos vinte e cinco anos cresceu 110% no Brasil e que, em ritmo chinês, deverá ter dobrado nova-

mente em tamanho até 2020. É o do público com mais de cinqüenta anos de idade, hoje for-mado por 29,5 milhões de brasileiros segundo leitura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Surpreendentemente, esse país dentro do país é ainda praticamente igno-rado por fabricantes de alimentos, bebidas e outros bens de altíssimo giro. O grifo acima tem motivo. Exatos sete anos atrás, EMBA-LAGEMMARCA discutia em suas páginas a carência de produtos e, mais especificamente, de embalagens para o chamado consumidor maduro (nº 5, outubro de 1999).

Acreditava-se, à época, que o público com idade avançada passaria a ser olhado com atenção pelo mercado, mais ou menos como sucedeu com a questão ambiental. “Afinal, cada vez mais cresce a população com mais de cinqüenta anos e não se percebe nela a intenção de trocar trabalho e consumo por pijama e um par de chinelos”, assinalava a

marketing >>> segmentação

E

Consumidor com mais de cinqüenta anos, um pote de ouro, continua desassistido por produtos e embalagens especiais no Brasil

Mercado maduro verde

Há 25 anos...

...a população brasileira era de 118 milhões de pessoas.

...os brasileiros com mais de 50 anos repre-sentavam 11% da população, ou quase 13 milhões de pessoas.

...a expectativa média de vida do brasileiro era de 63 anos.

Hoje...

...a população brasileira é de 184 milhões de pessoas.

...os brasileiros com mais de 50 anos repre-sentam 16% da popu-lação, ou quase 29,5 milhões de pessoas

...a expectativa média de vida do brasileiro é de 70 anos.

Em quinze anos...

...a população brasileira será de 237 milhões de pessoas.

...os brasileiros com mais de cinqüenta anos representarão 23% da população, ou cerca de 54 milhões de pessoas.

...a expectativa média de vida do brasileiro será de 75 anos.

O consumidor maduro no Brasil

• 12,5 milhões pertencem à classe AB

• Comanda 29% dos domicílios brasileiros

• 48% deles são economicamente ativos

• Valor médio das compras é 7% maior que o do resto da população

• 58% são mulheres

• Valorizam marcas com forte equity

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reportagem publicada há anos. O vaticínio furou. Hoje ainda faltam empresas e profis-sionais de marketing dispostos a apostar no consumidor que a ACNielsen define como “bossa nova”. Segundo uma pesquisa desse instituto, em 29% dos domicílios brasilei-ros os arrimos têm mais de cinqüenta anos. No Grande Rio e no Estado de São Paulo esse número sobe para 38%. Um estudo da agência de publicidade Talent assevera que as pessoas com mais de cinqüenta anos sig-nificam 40% da classe AB no Brasil, ou 12,5 milhões de indivíduos, e 30% da população economicamente ativa no país. De acordo com o IBGE, 15% delas ganham mais de cinco salários mínimos por mês.

FRUSTRAÇÃO Consumidora madura “toureia” embalagem: falta de atenção a um público com necessidades específicas

ELOPAK

novembro 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 29

O rosário de dados alentadores torna difícil entender por que a indústria local ainda olha de esguelha para o batalhão que parte dos cinqüentões. De quinze agências de design de embalagem consultadas por EMBALAGEMMARCA para esta reportagem, todas com sólida reputação no mercado e em média com dez anos de atividades, nenhuma disse ter projetado embalagens declarada-mente voltadas a esse público. “Realmente há um vazio impressionante no nosso portfólio”, comenta Giovanni Vannucchi, sócio-diretor da Oz Design. “Ouvimos dizer que a idade tenra do país contribui para a pouca atenção do mercado a esse público”, diz Vannucchi, “mas nos Estados Unidos, um país também relativamente jovem, há cada vez mais pro-dutos dedicados a ele.”

No mercado americano, os chamados baby boomers (pessoas nascidas entre 1946 e 1964, quando houve por lá uma explosão de natalidade) garantem lotações de seminários de estratégia corporativa, geram diversos estudos de hábitos de consumo, chamam a atenção de acadêmicos e marqueteiros. Mais que isso, ganham nichos exclusivos nos supermercados, com produtos especialmente formulados para prevenir carências físicas típicas das idades provectas e dar maior qua-lidade de vida à chamada pré-terceira idade (dos 50 aos 65 anos). Em recente edição de sua revista corporativa, por exemplo, a SIG Combibloc destacou a utilização de suas embalagens cartonadas assépticas em lei-tes especiais espanhóis, mirados no público maduro (na foto abaixo).

FOCO – Na Espanha, leites especiais miram a terceira idade; no Brasil, nicho não é explorado

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AÇÃO

30 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

Aliás, na Europa, onde em 2007 haverá 147 milhões de consumidores acima dos cin-qüenta anos, segundo o instituto Datamonitor, o tema nunca ocupou tanto espaço em debates sobre projeções de modelos de negócios das indústrias. Veja-se o caso do mais recente congresso da organização ECR (Resposta Eficiente ao Consumidor, movimento mundial em torno de práticas para melhorar modelos de abastecimento e venda), realizado no fim de maio em Estocolmo, Suécia. Discussões sobre como tornar embalagens cada vez mais senior-friendly (amigáveis aos idosos, ver-tendo-se do inglês) foram um dos pilares da agenda do evento. De acordo com uma apresentação da fabricante norueguesa de cai-xinhas longa vida Elopak, 60 milhões de euro-peus possuem algum comprometimento da funcionalidade das mãos, devido a patologias que grassam na velhice, como artrite e artrose – e o número tende a crescer. A Elopak diz

que os projetos de suas mais recentes linhas de caixinhas, a iCone e a Slim, levaram em conta as necessidades da terceira idade.

Lá fora, fornecedores de embalagens, indústrias e profissionais de marketing chega-ram a alguns preceitos consensuais acerca da embalagem ideal para o consumidor maduro. Em linhas básicas, ela deve dispor de dizeres em lettering ampliado (tipos legíveis), quando não com instruções pictóricas; de cores con-trastantes das letras e do fundo; ter formato ergonômico (perfis esguios, por exemplo, são mais fáceis de manusear); apresentar mecanis-mos de fácil abertura; e ser preferencialmente confeccionada em material inquebrável, que evite acidentes domésticos.

Por vias tortas...Mesmo sem o propósito principal de contem-plar o público com mais de cinqüenta anos, alguns desses pontos vêm sendo trabalhados nas embalagens em geral, inclusive no Brasil. Embalagens dos mais variados tipos ganham silhuetas slim e maior ergonomia. Da mesma forma, os mecanismos de fácil abertura evo-luíram e vêm se popularizando, como fitilhos em pacotes, anéis em latas, sistemas a vácuo para potes de vidro e metálicos, tampas e sis-temas de fechamento em geral mais práticos e convenientes. Atenta às necessidades desse público, e após realizar estudos de grupo com idosos, a DIL Brands chegou a criar estu-

EM MENTE – Projeto do iCone, da Elopak, levou em conta a terceira idade

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AÇÕES

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AÇÃO

AJUDA – Há sete anos, DIL Brands lançava estudos para aproximar embalagens do consumidor maduro

Design sem bengalaO que a embalagem para a terceira idade pode explorar

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PACKIN

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• Formato ergonômico, conveniente até para quem tenha funcionalidade reduzida nas mãos

• Dizeres em letras grandes, com tipos legíveis

• Cores contrastantes entre as letras e o plano secundário, para facilitar a leitura

• Mecanismo de fácil abertura

• Uso de material resistente, para evitar acidentes

• Informações claras e objetivas

• Funcionalidade priorizada em detrimento do exagero; consumidor maduro não se surpreende com embalagens chamativas, como os jovens

1 1 Extensões nas tampas para facilitar a primeira abertura.

22 Embalagens plásticas tipo caneta para medicamentos são leves e fáceis de dosar.

3 3 Dispensers para medicamentos em forma de grampeador com um led para indicar o horário do medicamento.

44 Saquinhos plásticos com zíper para abrir, dispositivo para fechar e fundo tipo fole.

5 5 Rebaixo em tampas de refrigerantes para inserir uma caneta ou um lápis e assim melhorar o torque.

66 Dispenser cilíndrico com calendário.7

7 Dispositivo plástico tipo flip-up em caixas de detergentes em pó.

88 Embalagens cartonadas de ¼ de litro para leite e suco, mais estreitas para que sejam mais fáceis de segurar e esvaziar.

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9 Pull-tabs para latas metálicas.

Inovações que também foram bem avaliadas e que proporcionavam benefício moderado:

novembro 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 31

dos de embalagens especiais, para produtos diversos, voltados aos consumidores madu-ros – “um público exigente”, no entender de Antonio Muniz Simas, diretor da agência de comunicação e criação de embalagens. EMBALAGEMMARCA mostrou os estudos na já mencionada reportagem de 1999, e, diante da situação atual, aproveita para republicá-los (veja na pág. anterior).

Como se verificava há sete anos, a seara dos medicamentos demonstra estar alguns degraus acima das demais no atendimento a esse público por meio das embalagens. Certos produtos desse mercado até se aproximam das recomendações de design já mencionadas, principalmente no segmento de complexos vitamínicos com apelo geriátrico. Um exem-plo é dado pelo Gerovital, do laboratório EMS, cujo cartucho de papel cartão, fabricado pela Box Print, apresenta letras em grandes dimensões e cores contrastantes – nesse caso, o nome do produto é realçado pela aplicação de hot stamping.

Outra particularidade interessante do setor farmacêutico é que, frente à preocupação com a violação de medicamentos por crianças, por exemplo, cresce a noção de que não adianta dificultar a abertura de embalagens pela força – o que acabaria complicando o manuseio pelo consumidor sênior. Como balancear proteção com conveniência? Através de mecanismos cognitivos. Tome-se o caso de uma família de blisters da Alcan Packaging criados há cerca de cinco anos, e que no início de 2006 ganhou o nome Guardlid.

PERTINÊNCIA – Com letras grandes e cores fortes, cartucho

do Gerovital sai na frente D

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32 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

medicamentos não se dá à toa. “Realizamos, todos os anos, dois encontros sobre inovação que reúnem todos os nossos times mun-diais da divisão farmacêuti-ca”, conta Olinda Miranda, gerente de serviço técnico e inovação da Alcan Packaging. “São esses eventos que impul-sionam os estudos de soluções para necessidades específicas dos consumidores.” Em tem-pos em que intimidade com o consumidor é exaltada aqui e ali como diferencial, certa-mente as empresas ganharão aproximando-se do público mais velho. “Conhecer e defi-nir estratégias específicas para o consumidor maduro é crítico e se constituirá em vantagem competitiva”, avisa a ACNielsen num estudo divulgado em maio para dissecar o “consumi-dor bossa nova” – cujo grande valor de consu-mo, reforce-se, não é novidade. (GK)

Com estrutura especial laminada reforçada, a membrana da embalagem impede que crian-ças acessem os comprimidos pelo rompimen-to da película. Consumidores experientes, no entanto, conseguem acesso fácil ao destacar um picotado e “descascar” a membrana partindo de uma reserva de selagem. No Brasil, por ora, o único produto usuário do Guardlid é a versão Sinus (para combate à sinusite) do popular analgésico Tylenol, da Janssen-Cilag – que não é de venda livre.

Segurança mais praticidade“Esse tipo de solução, que equaciona segurança mais praticidade ao consumidor maduro, só não deslanchou no país porque ainda não foi homologada uma legislação obrigatória, como acontece em outros países”, explica Mauro Rodrigues, gerente de conta do mercado farma-cêutico da Alcan Packaging.

Uma novidade recente desse gênero é o conceito de embalagem Pharma SHR, da pro-dutora finlandesa de papéis StoraEnso. Consis-te em cartuchos de papel cartão que prendem blisters. Sua retirada é feita pressionando-se dois orifícios laterais nas embalagens secun-dárias, puxando-se simultaneamente os invó-lucros dos comprimidos. Por sua vez, a mul-tinacional inglesa de embalagens Rexam dá outro exemplo através de suas tampas FG para medicamentos. “É uma linha de tampas plásti-cas de duas peças com mecanismo push-and-turn (empurrar e girar) que exige menor força e mais “jeito” para seu acionamento”, explica Becky Biever, gerente de comunicação com o mercado da Rexam.

A largada na frente das embalagens de

Alcan Packaging(11) 4075-6500www.alcan.com.br

Box Print(11) 5505-2370www.boxprint.com.br

DIL Brands(11) 4191-9711www.dilbrands.com.br

Elopak+47 3127-1000www.elopak.com

Oz Design(11) 5112-9200www.ozdesign.com.br

Rexam+1 (812) 867-6671www.rexam.com

StoraEnso(11) 3065-5200www.storaenso.com

ENGENHOSIDADE StoraEnso diz que sistema SHR atende ao público de idade avançada

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AÇÃO

PODE MAIS – Blister amigável aos idosos e seguro contra crianças, da Alcan, tem por ora só um usuário no país

MENOR FORÇA – Tampas FG daRexam exigem mais “jeito”

34 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

olêmica. Apresentado pelo depu-tado federal Carlos Nader (PL-RJ) no início de agosto, um projeto de lei, o de número 7382/2006, quer

proibir no Brasil a comercialização de ali-mentos prontos para consumo acondicionados diretamente em embalagens à base de polies-tireno expandido (EPS) – material plástico popularmente conhecido como isopor, marca comercial de propriedade da Basf. Bandejas, potes, chapas e invólucros do tipo concha (clamshell), entre outras embalagens típicas de EPS, são maciçamente utilizados em todo o país para acondicionar alimentos prontos como frios, queijos, sanduíches e refeições.

Segundo Nader, o projeto foi impulsionado por um estudo da Universidade Estadual do Paraná, que teria apontado que fragmentos do material podem causar danos ao organismo humano e “impactos ambientais irreparáveis”. Segundo o deputado, “até hoje os estudiosos não conseguiram identificar quanto tempo leva para que o isopor se decomponha no meio ambiente”. O projeto, que propõe que os pro-dutos sejam “envolvidos em material específi-co para a embalagem de comestíveis e permi-tido por lei”, está em tramitação na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC). No início de setembro, o deputado Joel de Hollanda (PFL-PE) foi desig-nado seu relator.

Outro ladoEMBALAGEMMARCA consultou a Meiwa Emba-lagens, que afirma ser líder na fabricação de embalagens de EPS no Brasil, para saber sua opinião sobre o projeto. A empresa formulou uma carta rebatendo as alegações do projeto de lei (a íntegra da missiva pode ser vista em www.embalagemmarca.com.br/carta_meiwa). Em linhas básicas, a empresa afirma que “o poliestireno expandido é um plástico atóxico, 100% reciclável e ecologicamente correto, e sua aplicação em embalagens para alimentos é totalmente aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”. Segundo

plásticas >>> alimentos

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O EPS é inquirido

a Meiwa, laudos de órgãos como Ministério da Agricultura, Instituto Adolfo Lutz, Tecpar e Cetea-Ital, entre outros, autorizam o uso do material para contato direto com alimentos. “Nas embalagens de EPS aprovadas para ali-mentos não existe desprendimento do material, nem migração de partículas, pois a chapa é íntegra e homogênea.”

Também consta no texto do projeto de lei (que pode ser baixado em www.camara.gov.br) a alegação de que partículas de isopor deixadas na natureza podem representar risco a organis-mos marinhos. “Não há qualquer comprovação científica de que a ingestão do material possa causar dano a organismos, mas as perguntas que nos vêm à mente são: as partículas deve-riam estar lá? Proibir o uso do material é a solução correta?”, indaga Ivam Michaltchuk, gerente de desenvolvimento e mercado da Meiwa. “Se houver um vazamento em um navio petroleiro no mar, matando milhares de organismos marinhos, deveremos proibir tam-bém o uso do petróleo?.” (GK)

Lei pode banir material em embalagens de alimentos prontos para o consumo

BARRAÇÃO – Se o projeto for aprovado, sanduíches não poderão mais ser acondicionados diretamente nas “conchas” de EPS

Meiwa Embalagens(11) 4654-2598www.meiwa.com.br

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36 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

Alçado lá...O alemão Achim Lubbe foi convidado a assumir o cargo de vice-presidente de operações de mercado na matriz da SIG Combibloc, na Alemanha. Apesar de deixar o cargo de diretor-geral para América do Sul e América do Norte da fabricante suíço-alemã de caixinhas, Lubbe continuará responsável pelas mesmas regiões na nova função.

...Alçado aquiRicardo Rodriguez, que nos últimos anos atuou como diretor técnico da SIG Combibloc na América do Sul, foi efetivado como novo diretor-geral da empresa em 1º de novembro.

PET em alta...O consumo global de PET para emba-lagens deverá movimentar 17 bilhões de euros em 2006. Em cinco anos, esse valor deverá ser de 24 bilhões de euros. Os números são do estudo The Future of Global Markets for PET Packaging, recém-editado pela PIRA International.

...inclusive para cervejaO mesmo estudo aponta os Estados Unidos como o maior consumidor de embalagens de PET, seguido por China e México. Cervejas serão o mercado em que o PET crescerá mais rapida-mente nos próximos cinco anos, a uma taxa média anual de 13%, embora a base de aplicação atual seja baixa.

100% aos cincoA 100% Design completa cinco anos de atividades. Nesse período, proje-tou embalagens para empresas como Ajinomoto, Arisco/Unilever, AmBev, Arcor, Bauducco, Cargill, Danone, Kim-berly Clark, Mash, Piraquê, Via Natural e Vida Alimentos, entre outras.

Colada no crescimentoA Artecola adquiriu a Addax, de Diade-ma (SP), fabricante de adesivos para os setores gráfico, de embalagens e de tintas. O negócio fará a Artecola elevar em 25% o faturamento líquido em ade-sivos industriais, que neste ano deverá ser de 41,5 milhões de reais. O valor da transação não foi divulgado.

Sedenta por crescimento dos negó-cios na China, cujo mercado de bebidas deverá crescer 15% ao ano no próximo qüinqüênio, segundo estimativas, a Tetra Pak anunciou um investimento de 30 milhões de euros para aumentar a capacidade instalada de sua fábrica de Pequim. Com a injeção de capital, a fábrica será capaz de produzir 16 bilhões de caixinhas por ano. A China é o maior mercado mundial da multi-nacional sueca de embalagens. O Brasil ocupa o segundo posto.

Para acompanhar o ritmo chinêsTetra Pak investe em crescimento de fábrica pequinesa

Caixinha: sucesso na China

Foi inaugurada no fim de setembro a nova fábrica de embalagens metá-licas da Gomes da Costa (GDC), tradicional indústria de pescados em conserva. Construída em Itajaí (SC) numa área de 10 000 metros qua-drados, a linha é capaz de produzir até 1,5 milhão de latinhas de aço por dia – 150% a mais que a capacidade anterior da empresa. Controlada pelo grupo espanhol Calvo, um dos cinco maiores conglomerados mundiais do ramo de pescados, a Gomes da Costa investiu no parque fabril 31 milhões de reais. Com a nova fábrica

de embalagens, a GDC anunciou que reforçará a utilização de sistemas de fácil abertura nas embalagens, já presentes em boa parte das linhas de atuns e sardinhas.

Mergulho verticalGomes da Costa inaugura fábrica de 1,5 milhão de latas por dia

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“Mesmo pequenas mudanças nas embalagens geram um importante efeito

ondular nas estruturas de negócios”Do CEO do Wal-Mart, o americano H. Lee Scott, sobre a iniciativa de reduzir no mínimo

em 5% o volume de materiais das embalagens expostas nas lojas da rede de varejo. Na

ação, cujos resultados deverão chegar às lojas no início de 2008, os 60 000 fornecedo-

res mundiais do Wal-Mart já estão sendo orientados a desenvolver embalagens melhor

dimensionadas e menos impactantes ao ambiente. Segundo Scott, o programa poderá

gerar, de início, uma economia total de 11 bilhões de dólares aos envolvidos

Edição: Guilherme Kamio

Gincana high-techCelulares lêem códigos dos rótulos em promoção de Sprite

Uma nova promoção on-pack lança-da em outubro pela Coca-Cola está transformando telefones celulares em leitores de códigos de barras no México. Aplicados a 40 milhões de rótulos das garrafas de 600 mililitros de Sprite, códigos especiais redon-dos – os ShotCodes – podem ser escaneados pelas câmeras embu-tidas nos aparelhos. Com a leitura, decodificada por um software para celular (disponível gratuitamente no

site da promoção), o consumidor ganha acesso, pelo celular, a um jogo de perguntas no site de Sprite. Ao vencê-lo, é avisado se ganhou um dos 5 milhões de prêmios da iniciati-va, entre pizzas e locações de filmes. O cupom para resgate dos brindes é uma imagem codificada recebida pelo celular. Criada pela sueco-holandesa OP3, a tecnologia ShotCode já faz sucesso na Ásia. A promoção mexi-cana é a primeira no Ocidente.

Celular “lê” no rótulo o ShotCode. À

direita, exemplo do código

direita, exemplo

site da promoção), o consumidor

direita, exemplo

Quando importar é mais atraente...Para convertedores, resinas caras impelem a desindustrialização

A depender dos preços das maté-rias-primas, a constituição do setor de embalagens plásticas flexíveis no Brasil poderá mudar das indústrias para prestadoras de serviços. Segun-do convertedores insatisfeitos com o terceiro aumento dos preços das resinas termoplásticas em menos de três meses, feito no início de outubro, a proliferação de tradings poderá ser um efeito das remarcações em série. “Queremos evitar que nossa atividade se transforme em pura importação e venda, e por isso a cadeia petroquímica deve ser repensada com urgência”, diz o presidente da Associa-ção Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF), Rogério Mani, aludindo à formação dos preços das resinas com base em referên-cias internacionais. “Até pelo

fato de o Brasil divulgar bastante sua auto-suficiência em petróleo, talvez fosse a hora do preço da nafta e de seus derivados serem 100% nacio-nalizados”. Muitos convertedores, diz Mani, ainda tentavam negociar o primeiro repasse de preços quando o terceiro reajuste foi divulgado pelas petroquímicas. Ao todo, os aumen-tos ultrapassam os 30%. As resinas respondem por 70% dos custos de produção de flexíveis.

40 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

postando na força da sinergia e no crescimento da preferência por solu-ções integradas em embalagens, a Sonoco For-Plas, notória fabricante

de tampas plásticas, e a Frasquim, especialista em sopro de frascos plásticos, oficializaram em outubro um acordo para desenvolver negócios conjuntos no mercado de cosméticos.

A parceria, ou “união de competências”, como preferem as agora cooperantes, facilitará a concepção de sistemas de embalagem (reci-piente mais fechamento) ao gosto e de acordo com as necessidades das indústrias de cremes, loções e itens de beleza afins. Composições com maior percepção de valor, para o acondi-cionamento de produtos com apelo premium, serão priorizadas nos projetos em comum das fornecedoras.

Para evidenciar seu compromisso com a qualidade, considerada uma premissa do mer-cado de cosméticos, a Frasquim recebeu do BVQI (Bureau Veritas), em fevereiro último, a certificação ISO 9001:2000. Suas embalagens, produzidas numa fábrica em Guarulhos (SP), sempre foram consumidas principalmente por produtos de limpeza doméstica, automotivos e escolares. Para explorar novos mercados, a empresa investiu numa sala limpa, de olho

plásticas >>> cosméticos

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Vôo sinérgico

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no mercado farmacêutico, e buscou costurar parcerias. “Para cosméticos, ofertávamos ape-nas embalagens standard”, conta Marco Auré-lio Teixeira, responsável pela área comercial da Frasquim. “Agora também focaremos nas especialidades.”

Primeira fornadaO relacionamento com a área de cosméticos também é recente para a Sonoco For-Plas. A empresa iniciou há poucos meses as vendas de tampas plásticas injetadas para produtos de estética. “É um mercado desafiador”, entende Daisy Spaco, diretora de desenvolvimento de negócios na América do Sul para a Sonoco – grupo americano de embalagens do qual a Sonoco For-Plas é subsidiária. “O padrão de beleza e os requisitos de segurança das emba-lagens são altíssimos, o que nos obriga a usar toda a nossa experiência internacional.”

O primeiro resultado da união dos cabedais técnicos das fornecedoras é uma linha de potes com formato hexaédrico para volumes de 150, 250 e 300 gramas. Um sistema de travamento e posicionamento garante que as paredes do domo das tampas de rosca, também com linhas retas em seu desenho, fiquem sempre alinhadas às dos frascos. (GK)

Frasquim(11) 6412-8261www.frasquim.com.br

Sonoco For-Plas(11) 5097-2750www.sonocoforplas.com.br

RESULTADOMarca de fantasia “veste” a primeira linha de embalagens da parceria

Sonoco For-Plas e Frasquim unem competências paradesbravar a área deprodutos de beleza

42 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

No Japão, uma orientação dos rumos do setor

entrevista >>> Luciana Pellegrino

m outubro uma comitiva de profissionais da indústria sul-americana de alimentos visitou a Tokyo Pack 2006, principal evento de embalagens do Japão. A viagem foi apoiada pela Associação Brasileira de

Embalagem (Abre), e fez parte de um programa organiza-do pela Japan External Trade Organization (Jetro), entida-de que desenvolve atividades para preparar empresas de todo o mundo a exportar produtos industrializados para o Japão. Uma das prioridades da ação são os alimentos, setor em que o Japão depende fortemente de outros países para atender sua demanda interna. Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre, fez parte da comitiva, ana-lisando não somente as novidades apresentadas nos cor-redores da Tokyo Pack. Junto com os profissionais sul-americanos, ela percorreu o varejo daquele país em busca de tendências no negócio de embalagens. “É claro que as indústrias de embalagens de lá têm muito campo para trabalhar, devido ao alto poder aquisitivo dos consumido-res”, conta Luciana. “Mas o mercado japonês vale como uma orientação dos rumos do desenvolvimento do setor.” Além de tendências em embalagem, a diretora da Abre resume nesta entrevista as oportunidades que o Japão pode abrir para a indústria brasileira de alimentos.

Por que um dos mercados-alvo do programa entre a Abre e a Jetro é o alimentício?O Japão produz apenas arroz, dependendo de outros países no fornecimento de alimentos. Atualmente o país importa 500 bilhões de dólares por ano nesse setor. O consumo per capita de alimentos no Japão é o maior do mundo, superior a 3 000 dólares por ano. Lá as vendas do varejo como um todo somam 1 trilhão de dólares por ano, sendo

as de alimentos responsáveis por 420 bilhões de dólares. As maiores remessas são enviadas pelos Estados Unidos (26%) e pela China (15%), sendo o restante fragmenta-do em porcentagens inferiores a 5% entre outros países do mundo. A idéia da Jetro é fragmentar essa cadeia de fornecimento, diminuindo a dependência do Japão em relação a poucos países, e também fazendo-o contar com as especialidades de diferentes nações do mundo. Há dois anos a Abre começou um programa com a Jetro para adequação das embalagens de produtos brasileiros exportáveis para o Japão. A idéia é orientar as indústrias brasileiras. Já fizemos seminários, e o programa tam-bém contemplou a visita à Tokyo Pack por um grupo de empresários de indústrias alimentícias do Brasil.

Quais são as oportunidades mais claras para as indús-trias brasileiras?O Brasil exporta apenas frango congelado para o Japão. Cerca de 90% do frango congelado consumido no Japão vão do Brasil. Superadas barreiras fitossanitárias ainda existentes, há possibilidade de exportar outros tipos de carne, de porco e de vaca. No caso do frango, ele não vai embalado para consumo, ou seja, as remessas não che-gam lá prontas para o ponto-de-venda. O produto brasi-leiro chega no Japão de forma bruta, para processamento em indústrias como a de food service.

Qual a contribuição das embalagens no esforço de exportação de produtos brasileiros para o Japão?A viagem deixou muito clara a necessidade de adequar as embalagens brasileiras para o mercado japonês. Eles têm uma cultura de comunicação muito específica. A funcio-nalidade das embalagens, a apresentação e os materiais

Luciana Pellegrino, diretora executiva da Abre, visitou

a Tokyo Pack 2006 e trouxe do varejo japonês

exemplos que ilustram o nível evolutivo de uma das

indústrias de embalagens mais avançadas do mundo

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novembro 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 43

são itens que apresentam posicionamento muito bem definido. Se não atendermos esses padrões, a exportação não vai acontecer de forma direta, tendo que passar por etapas de reacondicionamento. O ramo de copacking, aliás, é muito desenvolvido no Japão, porque diferentes países que querem exportar produtos alimentícios para lá não conseguem atender o padrão de embalagem local.

Resumidamente, como se caracteriza esse padrão?No Japão é possível rastrear de onde veio cada compo-nente, cada insumo da embalagem. A preocupação com rastreabilidade é muito presente. Tanto a embalagem como os produtos em si precisam apresentar todas as informações sobre origem do material, da matéria-prima e logística de distribuição. Outra característica importante para o desenvolvimento de embalagens é o que eles cha-mam de design universal, conceito que reúne os critérios de sociabilização da embalagem. No Japão são privilegia-das embalagens que podem ser facilmente manipuladas, e exploradas por qualquer público, incluindo crianças, idosos e consumidores com algum tipo de deficiência física. Há um cuidado muito específico na maneira como a informação é colocada na embalagem, para que todos esses públicos possam manuseá-la de forma adequada. O

DRENADOPara o crescente mercado denoodles, empresa japonesa desen-volveu embalagem com sistema de escoamento. Na tampa, detalhadas instruções de preparo destacam ilustraçõespasso-a-passo

44 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

design universal prima por uma linguagem simplificada para todas as informações fundamentais da embalagem, como a apresentação do produto e o tipo de utilidade a que se destina. Tudo isso é colocado de maneira clara na embalagem, com letras legíveis, grandes. Isso tam-bém vale para o preparo do produto e para a forma de manuseio de embalagem. O design universal pede que essas informações sejam colocadas passo-a-passo na embalagem, explorando desenhos que ilustrem a forma de manuseá-la para utilizar o produto. Essas ilustrações estão presentes em muitas embalagens. O consumidor bate o olho no produto, e já entende como a embalagem funciona. A intenção disso tudo é permitir que a embala-gem seja utilizada de uma forma intuitiva. O consumidor tem todo o caminho traçado na embalagem. Ele não encontra nenhuma surpresa. A manipulação da embala-gem vira algo prazeroso. O uso simplificado e indicado fica evidente também nos sistema de fácil abertura. As embalagens japonesas não só divulgam a localização desses acessórios, como também indicam o sentido em que o consumidor deve puxá-los, principalmente fitilhos e picotes.

Há tendências vistas lá que também são identificadas no varejo brasileiro?Sim. Como aqui, no Japão os alimentos saudáveis e natu-rais constituem um segmento que tem crescido muito. A questão do envelhecimento da população é outro tema importante. Cada vez as indústrias japonesas se preocu-pam mais em adequar suas embalagens ao manuseio e às necessidades de leitura dos idosos (sobre este tema, ver reportagem na página 28). De maneira geral eu diria que o japonês gosta muito de inovação. A maneira de apre-sentar os produtos é muito importante. A diversidade de embalagens para o mesmo produto é muito valorizada. Na parte de selos de fechamento para potes e copos, por exemplo, é comum a impressão no lado interno do acessó-rio, aumentando o campo de informações. Em se tratando de embalagens que vão direto ao forno de microondas, tampas com sistema de liberação de vapor também estão

disseminadas. Já os pouches retortable trazem o que eles chamam de “retort indicator”. Trata-se de uma marcação feita com tintas sensíveis a calor, que se torna visível durante o processo de esterilização em autoclave. Outra curiosidade é que os pouches que podem ser levados ao microondas têm indicação de onde o consumidor deve segurar o produto após o aquecimento. Ainda na área de flexíveis, vi pouches aluminizados com camada interna perfurada. Isso facilita a abertura sem comprometer as características de barreira e proteção da estrutura.

Quando se pensa em embalagem japonesa, segurança no manuseio parece ser outro tema indissociável...Flexibilidade e segurança no manuseio. Tamanho e peso apropriados. Uso sem força nem movimento excessivo. Esses são pontos primordiais. Uma garrafa de PET de 1 litro, por exemplo, tem a pega exata, permitindo manu-sear com muita segurança a embalagem, sem fazer força excessiva, nem correr o risco de derramar o produto. Por incrível que pareça, quando você segura uma garrafa plástica de água de 2 litros, em momento nenhum você sente o peso dela. O local projetado para o manuseio fica exatamente no meio da embalagem, dividindo seu peso e facilitando a vida do consumidor. Para embalagens menores, como pequenos pouches, também se verifica a existência de áreas situadas no meio da embalagem, facilitando a pega. São esses pequenos detalhes que reve-lam toda a preocupação dos japoneses com relação ao manuseio das embalagens. Minúcias que, em situações de consumo on-the go, quando o consumidor está com pressa, fazem muita diferença.

O que você observou em termos de preocupação ambiental?Os cuidados com compatibilidade ambiental são admi-ráveis no Japão. O país tem uma preocupação muito grande em preservar todos os produtos. Até pelo fato de praticamente todos serem importados, e também pelo fato de que o país já passou por guerras, pela experiência de fome, os produtos alimentícios são muito valorizados. Não se admite lá o desperdício de alimentos. Isso é asso-

entrevista >>> Luciana Pellegrino

NA MEDIDA CERTANas embalagens de alimentos, a regra é evitar desperdícios. Porções menores e acondicionamentos individuais fazem sucesso no varejo japonês

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ciado pela população a prejuízo ambiental, seja porque o alimento foi produzido lá, ou porque ele passou por toda uma cadeia logística internacional até chegar ao país. Por isso existe uma preocupação muito grande em embalar adequadamente cada alimento. Isso não significa exagero na embalagem, mas sim uma embalagem adequada à demanda de conservação daquele produto. É um ajuste muito perfeito às necessidades de acondicionamento. As embalagens precisam ser desmontáveis para facilitar a reciclagem. Se não forem recicláveis, precisam ser pas-síveis de incineração. A correta identificação de todos os materiais que compõem as embalagens também é importantíssima. Quando se trata de um filme composto, todas as suas camadas são devidamente identificadas. A camada mais presente é sublinhada, e as outras estruturas, não só do filme, como também dos outros acessórios que compõem a embalagem, uma bandeja, por exemplo, são identificadas corretamente. No caso de uma garrafa, eles identificam o material dela, do rótulo e da tampa, para facilitar o encaminhamento de cada matéria-prima para sua devida cadeia de reciclagem. Esse método ajuda o consumidor a compreender que a embalagem é passível de reciclagem, e que cabe a ele separar os componentes e encaminhar para um programa de coleta seletiva. A

DENSIDADE DE INFORMAÇÕESNas embalagens japonesas, todos os materiais dos diferentes aces-sórios de acondicionamento são identificados para facilitar a reci-clagem. Nos laminados, material predominante é sublinhado

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questão da diminuição dos volumes das embalagens pós-consumo também é muito importante quando se pensa em reciclagem. Todas as garrafas PET para bebidas trazem no rótulo desenho de como o consumidor deve dobrá-las depois do consumo, reduzindo-as a uma pequena chapa plástica, pronta para reciclagem. No caso de embala-gens de plástico e de papel cartão, o uso de grampos e adesivos é evitado em muitos casos. As estruturas são quase sempre encaixadas. A forma de abrir a embalagem é muito simplificada, basta puxar o cartão. Esforço zero. Esses conceitos são sine qua non para um produto estar no mercado. É claro que para isso eles têm a seu favor a cultura japonesa: ninguém vai violar uma embalagem só pelo fato de que ela não tem dispositivos de segurança.

Que tendências você destacaria na área de embalagens de transporte?Entre as inovações em papelão ondulado, vi uma cool box cuja parede trazia uma camada interna laminada com filme metalizado, permitindo manter produtos resfriados por até vinte horas. Outra tendência é a utilização de embalagens de papelão ondulado que podem ser monta-das sem necessidade de fitas adesivas nem de grampos, apenas por sistemas de encaixe. Também observei caixas de papelão ondulado impermeabilizadas com cera natu-ral, sem prejudicar a reciclabilidade. Por fim, são comuns nas caixas as indicações de como dobrá-las pós-consumo, diminuindo o volume no transporte para reciclagem.

Em termos de redução da espessura das embalagens, o que você destacaria?Essa questão está muito ligada ao conceito de embalagem sustentável. O mercado japonês está reduzindo cada vez mais a espessura da embalagem, sem comprometer a pro-teção necessária e o devido acondicionamento. É preciso lembrar, porém, que lá o sistema de transporte ocorre de forma muito eficiente, diferentemente da realidade brasi-leira, onde o limite máximo de empilhamento de caixas de transporte nem sempre é respeitado. Para reduzir o volume, o peso e a espessura das embalagens, como vem ocorrendo no Japão, é preciso haver um manuseio ade-quado. Entre vários casos, coletamos um produto alimen-tício acondicionado numa bandeja plástica extremamente fina. Tal recipiente destina-se exclusivamente a organizar o produto dentro de uma estrutura feita de filme plástico, viabilizando a maquinabilidade do processo de envase e o fechamento da embalagem.

Como as empresas japonesas estão trabalhando a estru-tura dos materiais?A tendência é a simplificação das estruturas de embala-gens. Eles só combinam diferentes estruturas quando é possível separá-las. Os filmes estão tendo cada vez menos

entrevista >>> Luciana Pellegrino

VOLUMES MÍNIMOSCaixas depapelãoondulado de eletroeletrônicos são totalmente dobráveis,fazendo com que o volume se torne mínimo no pós-consumo e no encaminhamento para processos de reciclagem

AJUSTE FINOPara minimizar impacto ambiental, bandeja de alimento éfeita com espessura extremamente reduzida, exercendo a funçãobásica de organizar os produtos no interior de flow-packs

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camadas. Claro que isso nem sempre é possível no acon-dicionamento de alimentos. Mas eles estão apostando nessa simplificação. Para viabilizar esse tipo de filmes, nota-se crescente uso de absorvedores de oxigênio, que garantem a shelf life de produtos alimentícios embalados em filmes com estruturas mais simples.

Então não há soluções anticontrafação no mercado japo-nês de embalagem?Elas existem, e muitas vezes agregam uma diferenciação estética aos produtos. Um exemplo é a tecnologia de impressão em diferentes sentidos. A leitura é feita con-forme o ângulo em que se olha para a embalagem. Esse tipo de tecnologia é aplicado mesmo em produtos sem alto valor agregado (mostra um tubo de wasabi cujo car-tucho cartonado é impresso com a tecnologia). A holo-grafia também é muito presente, sendo trabalhada pelo sistema de transfer, mais barato, e por outros sistemas de impressão mais sofisticados. Hologramas aplicados em foils de alumínio para fechamento de copos e potes também foram vistos na feira. A parte de embalagens inteligentes também cresce muito no Japão. Em termos de sistema de identificação por radiofreqüência, muitas vezes a aplicação ocorre na estrutura da embalagem em si (paredes de alumínio, papel), e não necessariamente em etiquetas. Por fim, vi na feira etiquetas com proprie-dade de repelir insetos e bactérias, usadas em produtos alimentícios como iogurte. Selos para potes e copos com material que absorve oxigênio também estão em alta, abrindo novas possibilidades dentro do conceito de embalagens funcionais.

MENOS É MAIS Ante tendência de diminuição do número de camadas das embalagens flexíveis, cresce o uso de absorvedores de oxigênio (ao lado) em produtos alimentícios. Abaixo, flow-pack faz as vezes de rótuloem condimento

DESCARTE CONSCIENTE À MODA JAPONESA Na área de cartonadas, as embalagens trazem instruções sobre a maneira que o consumidor deve cortá-las após o consumo, evitando transporte de ar no encaminhamento à reciclagem

CHÁ VERDE DENTRO E FORA DA EMBALAGEMDe resíduo do processo de fabricação da bebida, folha da erva vira insumo na produção das estururas cartonadas que acondicionam o produto, imprimindo textura e pigmentação especiais à embalagem

MUTO ALÉM DOS BANNERS

Nos super-mercados

japoneses, é comum a

exploração de mídias digitais

no marketing de ponto-de-venda

entrevista >>> Luciana Pellegrino

50 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2006

ono das gôndolas de óleos comes-tíveis, o aço subitamente perde grande terreno para o PET. A lata então inicia um contra-ata-

que, buscando sensibilizar o fiel da balança dessa disputa: o consumidor. Esse enredo agora tem um desdobramento nos cinemas. Capitaneado pela Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), um comercial exaltará a lata como o melhor recipiente para óleos em dezessete salas de projeção da rede KinoMaxx, distribuídas entre Grande São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Orçada em 500 000 reais, a ação se estenderá até o final do ano. “Vemos uma grande possibilida-de de alcançar o consumidor no momento em que ele está concentrado e aberto às informa-

mercado >>> óleos

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Disputa entre embalagens para óleos chega aos cinemas

Em cartaz, aço versus PETPor Diego Meneghetti

ções que está recebendo”, comenta Fernando Mourão, diretor-administrativo da Abeaço.

O vídeo, encomendado à produtora Mai-kai pela Toro Estratégia em Comunicação, agência que atende a associação, mostra a nutricionista Maria Cecília Corsi afirmando que embalagens transparentes, como a garrafa de PET, acarretam a adição de conservantes químicos aos óleos. “A lata de aço protege totalmente os alimentos da luz, por isso dis-pensa o uso desses conservantes”, argumenta a especialista em nutrição. Esse tema ganhou força a partir do ano passado, quando a publi-cidade da Abeaço passou do institucional para as estocadas diretas ao PET. Atraindo a opi-nião pública, a entidade torce pelo rearranjo dos modelos de acondicionamento de gigantes

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em óleos de cozinha – como a Cargill e a Bunge, grandes usuárias do PET.

No córner oposto, Hermes Contesini, coor-denador de comunicação da Associação Bra-sileira da Indústria do PET (Abipet), entende que a transparência da embalagem plástica foi um dos trunfos da indústria para galgar mer-cado no segmento de óleos comestíveis. “As garrafas se destacam na gôndola, chamando a atenção do consumidor”, ele afirma. Contesini diz que a visibilidade da categoria de óleos favorece a imagem do PET e da cadeia dos plásticos em geral.

VisibilidadeEmbora movimentem apenas 7% do total das embalagens de PET no Brasil, os óleos comestíveis são vistos pela Abipet como um mercado importante de autopromoção. A pre-ferência do consumidor final, diz a associa-ção, é refletida pelo fato de quase 100% do óleo comestível do grande auto-serviço hoje ser ofertado em PET (considerado o canal do food service, formado por cozinhas pro-fissionais, o aço equilibra a participação em embalagens). “Recomendamos ao consumi-dor sempre checar a data de validade, pois

Abeaço(11) 3842-9512www.abeaco.org.br

Abipet(11) 3078-1688www.abipet.org.br

CBL(11) 6090-5005www.cbl.ind.br

Maikai(11) 3045-6201www.maikaifilmes.com.br

Packing Design(11) 3074-6611www.packing.com.br

Toro Estratégia em Comunicação(11) 6013-7820www.agenciatoro.com.br

O revide de marketing das metálicas diante da ascensão dos plásticos começou em 2001, quando a CSN lançou campanhas diretas ao consumidor final estreladas pelo personagem Popeye (ao lado). Intensificou-se com a criação da Abeaço, em maio de 2003. Em maio do ano passado, a Abeaço investiu 1,5 milhão de reais na campanha “Só na Lata”, que divulgou anúncios em rádio, TV e mídia impressa. Logo depois,

lançou website promocional e um canal de atendimento 0800 e passou a apoiar even-tos ligados à saúde e gastronomia, como o Festival Dako, direcionado a donas de casa, e o Prêmio Saúde, da Editora Abril. Em 2006 veio a campanha “Insuperável”, criada pela Toro, que, além de promover a qualidade nutricional dos enlatados, divulga os benefícios oferecidos pela lata de aço dentro da cadeia de distribuição.

Marinheiro no estopimAções de marketing do aço completam cinco anos

BLOCKBUSTER – Anúncio da Abeaço aborda disputa de mercado com animações

e conselhos de nutricionista

o produto que segue para envase em lata ou em garrafa de PET tem a mesma qualidade”, garante Contesini. “Conquistamos mercado devido à comodidade das embalagens, não batendo no produto, que é praticamente o mesmo das latas”, ele diz.

A Abeaço considera os resultados das primeiras campanhas “satisfatórios”, mas não divulga números. Em termos de inovações em embalagem que podem reavivar o apelo do aço na gôndola de óleos, a entidade aposta nas latas expandidas. O primeiro passo deu-se no ano passado através do Pão de Açúcar: os óleos de milho, canola e girassol com marca própria da bandeira foram lançados em latas menores (500 mililitros), para conquistar o público single, com perfil sinuoso e ergonô-mico, um projeto desenvolvido pela Packing Design e industrializado pela CBL.

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FORÇA – PET segue firme em nomes como a Bunge

NOVA ARMALata expandida é umaaposta recente do aço

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epois de ensaios de várias viníco-las, a Château Lacave, de Bento Gonçalves (RS), coloca no merca-do brasileiro a primeira garrafa de

vinho para consumo individual. O lançamento é o Lacave Taça, acondicionado em garrafa de vidro de 187 mililitros com tampa de rosca, que dispensa o uso de saca-rolhas. A garrafi-nha, fornecida pela Saint-Gobain, tem a dose exata para encher uma taça. A nova embala-gem está disponível para os vinhos Caber-net Sauvignon, o Assemblage Tinto Suave e Assemblage Branco Suave.

Pelo fato de ficar lacrada ate o momento do consumo, permite que o vinho mantenha suas características gustativas, ao contrário dos vinhos servidos em taça que muitas vezes ficam abertos por alguns dias, alterando a qualidade da bebida. Também asseguram a origem do vinho, pois a garrafa não é aberta antes do momento de seu consumo. O rótulo auto-adesivo, desenhado pela Studio Design, de Bento Gonçalves, é produzido pela Prako-lar, e a tampa, pela Altec.

O gerente comercial da Château Lacave, Aurélio Grisi, ressalta que “a empresa quer aproveitar um nicho de mercado ainda inex-plorado com esse tipo de embalagem, agre-gando valor ao trabalho de vinho em taça nos restaurantes”. Ele acredita que ainda não se trata de uma tendência, por ser esse o primeiro lançamento específico para vinhos, mas que há grandes possibilidades de crescimento.

Espumantes em altaMas se no mercado de vinhos as garrafas de 187ml ainda engatinham, no de espumantes elas já são mais uma realidade, na esteira do que ocorre no exterior, onde várias marcas de champanhes franceses e cavas espanholas adotaram há bom tempo o novo conceito de embalagem. No Brasil, o pioneiro em ver-são mini foi o espumante Chandon Baby, da Chandon, lançado em 2004 e sucesso de ven-das até hoje, especialmente entre os jovens, que sorvem o líquido direto do gargalo.

vinhos >>> vidro

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Chegando para ficar

A tradicional marca de espumantes Geor-ges Aubert, da cidade gaúcha de Garibaldi, aproveita essa onda crescente e também lança sua garrafinha, com um diferencial: um canu-dinho que já vem dentro da embalagem. A novidade, patenteada pela Georges Aubert, facilita o consumo em festas e baladas. O canudo é colocado dentro da embalagem na hora do engarrafamento. Na abertura da tampa de rosca de alumínio, importada da Itália, o canudinho sai, impulsionado pelo gás da bebida, que impede seu retorno para o interior da garrafa.

O espumante é disponibilizado nas ver-sões Prosecco, com a garrafa de vidro pintada de preto, e Moscatel, com a pintura em lilás. A garrafa da Saint-Gobain, com visual moderno criado pela Visograf, de Bento Gonçalves,

Vinícolas aderem a garrafinhas com doses individuais

PIONEIRISMO – Châteu Lacave é a primeira a adotar garrafa de 187 mililitros para vinhos

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é pintada na própria Georges Aubert e tem rótulo auto-adesivo fornecido pela Setprint. A vinícola também tem no mercado a versão Brut, em garrafinhas de 187 mililitros no tra-dicional vidro verde transparente.

A diretora executiva da Georges Aubert, Deyse Tanuri, afirma que a empresa tem por objetivo cativar um público mais jovem, e que “a nova embalagem é ideal para isso, por-que tem fácil abertura, é de consumo rápido e pode ser consumida em baladas”. Ela ressalta que as garrafas menores são uma tendência no mercado de espumantes, “pois em doses individuais a bebida pode ser consumida em qualquer lugar”. A diretora da vinícola adianta que, devido ao sucesso alcançado com a iniciativa pioneira, mais variedades de espumantes serão lançadas na modalidade 187ml. Seguindo essa tendência, outras mar-cas, como Aurora e Salton, se preparam para colocar no mercado produtos semelhantes até o fim do ano. (FP)Altec(11) 6422-0143 www.altectampas.com.br

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Saint-Gobain(51) 3598-1422www.sgembalagens.com.br

Setprint(11) 2133-0007www.setprint.com.br

Studio Design(54) 3202-2020www.studiodesign.com.br

Visograf(54) 3453-2777

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GARRAFINHAS DIFERENCIADAS Embalagens da Georges Aubert

têm pintura especial e canudinho (no detalhe), e seguem trilha se

sucesso do Chandon Baby

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vocação da Inglaterra para a ativi-dade industrial remonta à segun-da metade do século 18, quando se iniciou a revolução tecnológica

que transformou o mundo moderno. Naqueles anos, o Império Britânico florescia e expandia suas fronteiras, mantendo relações comerciais favoráveis com o resto do mundo, importando especiarias e vendendo produtos industrializa-dos mais complexos. Mais de duzentos anos depois, o cenário é bem mais complicado. A globalização hoje representa uma ameaça às indústrias do atual Reino Unido. “Na área de máquinas e equipamentos, as empresas britâni-cas enfrentam os preços menores dos países em desenvolvimento, e a tradição tecnológica de países como Suíça, Alemanha e Itália”, constata Chris Buxton, CEO da PPMA – Processing and Packaging Machinery Association, entida-de que congrega os fabricantes britânicos de máquinas e equipamentos para embalagem e processamento.

A associação, responsável pela organização do PPMA Show 2006, feira de máquinas ocor-rida entre os dias 26 e 28 de setembro último na cidade de Birmingham (localizada na região central da Inglaterra, justamente onde se iniciou a Revolução Industrial), tem consciência de que precisa reagir para não fazer apenas parte do passado. “Não podemos ficar no meio termo entre custo e qualidade”, reconhece Buxton. “Temos de exportar inteligência e buscar alian-ças estratégicas com empresas de países que possam servir de porta de entrada para merca-dos estrategicamente importantes para nossos associados.”

Para ajudar nessa empreitada, o United Kingdom Trade and Investment (UKTI), órgão comercial do governo britânico que tem por objetivo promover as exportações das empresas

feira >>> PPMA Show 2006

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“Queremos vender inteligê ncia”

Por Marcos Palhares, de Birmingham

A automação das linhas de produção e o uso de

robôs têm crescido na Europa, e hoje recebem

atenção especial dos fabricantes de máquinas

e equipamentos

Fabricantes britânicos de máquinas e equipamentos vêem na diferenciação saída para fugir da competição por preços e encantar mercados emergentes

do Reino Unido, formou (e subsidiou) delega-ções vindas dos tais “mercados estrategicamen-te importantes” para visitar o PPMA Show. A predominância de países orientais como Índia, Rússia, Malásia, Vietnã e Tailândia dá a dimen-são de para onde os olhos dos ingleses estão voltados. Mas a presença de uma delegação bra-sileira dá mostras de que a América Latina tam-bém tem seu lugar nos planos de expansão dos europeus, e de que o Brasil é a porta de entrada natural para esse mercado. “Acreditamos que o Brasil será um mercado fundamental”, sugere Buxton, ressaltando que a intenção não é seguir a experiência da associação na China, onde a PPMA mantém um escritório. “Podemos buscar representantes, formar joint ventures ou mesmo fabricar no Brasil”, revela o CEO, deixando nas entrelinhas a impressão de que a última alterna-tiva é bastante improvável nesse momento.

Mas as oportunidades são concretas, e foi atrás delas que embarcou a comitiva brasilei-

America Pack(11) [email protected] Bradman Lake Group+44 (0) 1179 715-228www.bradmanlake.com Domino+44 (0)1954 782-551www.domino-printing.comNo Brasil:(11) 3048-0147www.sunnyvale.com.br Hexakron(11) 4341-7115www.hexakron.com.br Consulado Geral Britânico(11) 3094-2700www.gra-bretanha.org.br PPMA+44 (0)20 8773-8111www.ppma.co.uk

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“Queremos vender inteligê ncia”

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ra, integrada por Edison Irokawa, diretor da Hexakron (empresa que atua na fabricação, adaptação e manutenção de linhas de engarra-famento, além de representar no Brasil a fabri-cante italiana de máquinas Sacmi), Fernando Christiano, sócio da America Pack (empre-sa de representação de equipamentos na área de impressão de embalagens flexíveis), e por este que assina a reportagem. Érika Azevedo, gerente setorial responsável pelas áreas de máquinas e equipamentos no Consulado Geral Britânico no Brasil (que aqui representa o UKTI), acompanhou o grupo. “O objetivo foi convidar empresas de representação no Brasil que tivessem interesse em buscar parceiros bri-tânicos, com foco em áreas onde os diferenciais dos equipamentos possam superar a barreira do preço”, explica Érika.

A iniciativa não é inédita. “De uns anos para cá, adotamos a estratégia de levar empresas para o Reino Unido, com a intenção de buscar

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representantes para comercializar os produtos britânicos por aqui”, conta Érika. A idéia é sim-ples, mas engenhosa. Selecionam-se empresas com experiência em representação para ir ao Reino Unido com boa parte dos custos subsidia-dos, num período que, em geral, coincide com um evento. Agendam-se reuniões com empre-sas que apresentem sinergias e, se possível,

marcam-se visitas a fábricas. “Atuamos como uma ponte, unindo os dois lados.”

Apesar de o PPMA Show ter sido um even-to relativamente acanhado, a iniciativa parece ter gerado frutos. “Enxergamos nessa ida à feira uma oportunidade importante”, conta Irokawa, que buscava empresas britânicas que se afinas-sem com o perfil da Hexakron e que tivessem

Uma ponta explica a outraVisitas às gôndolas ajudam a entender PPMA Show

Em feiras de equipamentos, mui-tas das novidades costumam ficar escondidas em detalhes que só os olhos treinados dos técnicos são capazes de notar. Os cami-nhos tecnológicos, por sua vez, seguem uma lógica universal e mais acessível aos profissionais envolvidos com embalagens: o mercado. Por isso, nada melhor do que ir direto ao ponto-de-venda para entender o tipo de deman-da a que as máquinas têm de responder – no caso, lojas das redes Asda, Sainsbury’s e Boots, em Birmingham e Londres. Além disso, a compreensão do contexto em que se insere a indústria bri-tânica de máquinas e equipamen-tos foi fundamental para que se pudesse compreender o que se via no pavilhão do PPMA Show.

“A queda no PIB dos países da Europa Ocidental e o maior grau de competitividade, bem como a entrada de países como a China, a Índia e as nações do Leste Europeu no jogo, estão pressio-nando as margens das indústrias britânicas para baixo”, constata Chris Buxton, CEO da PPMA – Processing and Packaging Machinery Association. “Por isso, as empresas têm de ser mais eficientes e trabalhar buscando a diferenciação pela inovação ou pela ocupação de nichos, para atender a uma necessidade bási-ca: a expansão geográfica.”Isso explica a grande presença de soluções de automação de linhas na feira, num país em que o custo de mão-de-obra está entre os mais altos da Europa,

e a crescente importância da eletrônica nas máquinas. Nesse mercado, como se constatou no PPMA Show, a robótica já é uma realidade, e as linhas integradas comandadas por poucos opera-dores chegam a médias e até a pequenas empresas. “Há dez anos, a eletrônica correspondia a 30% do custo de um equipa-mento, fatia que subiu para 50% nos dias de hoje”, revela Graham Hayes, chairman do Bradman Lake Group, fornecedor de linhas de embalagem que se estendem da movimentação de produtos à aplicação de filmes de agrupa-mento nas caixas de transporte. “O cliente busca uma solução completa num único fornecedor”, explica Hayes, confirmando outra tendência importante que se

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Feira de equipamentos para processamento e embalagens, realizada em Birmingham, refletiu busca pela eficiência das indústrias usuárias

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interesse no mercado brasileiro, principalmente nas áreas de bebidas, alimentos e higiene e lim-peza. “Iniciamos alguns contatos que considero bons, e agora faremos uma triagem levando em conta a afinidade entre os negócios.”

“As máquinas eram bem acabadas, com sis-temas racionais e inteligentes, e senti disposição dos fabricantes em expandir suas operações para outros continentes, inclusive com acordos de transferência de tecnologia” atesta Christiano, sem revelar detalhes de negócios que possam ter se iniciado no evento. “A missão foi muito

bem organizada, e a idéia de juntar na mesa de negociação fabricantes britânicos com possíveis compradores é fantástica”, despista ele.

Os próximos capítulos dessa história ainda estão sendo escritos. No momento, as empresas dos países desenvolvidos se defrontam com a maturidade de seus mercados, e os países emer-gentes aparecem como grande alternativa em suas estratégias de expansão. Para a indústria brasileira, estar preparada para esse momento será a diferença entre aproveitar oportunidades que se formarão ou lamentar.

fortalece no mercado europeu: o conceito de one-stop shop.Tema de reportagem na edição nº 84 de EMBALAGEMMARCA, as embalagens shelf-ready (caixas de transporte usadas como exposito-res nas prateleiras) também tive-ram espaço de destaque na feira, refletindo fielmente a realidade das gôndolas. A busca por eficiên-cia na distribuição (e a conseqüen-te redução de custos) é notada nos corredores das lojas, seja em produtos expostos diretamente sobre paletes, seja em bens orga-nizados em caixas-display. Nos

corredores da feira, a força dessa tendência era notada na vasta gama de alternativas disponíveis para esse fim. Convém ressal-tar que, além de eficiência, as embalagens shelf-ready ajudam a garantir para o produto espaço na prateleira, em caso de reposição ineficiente, e a reforçar a imagem de marca, reduzindo a necessida-de de material de comunicação de apoio no PDV.Nessa linha, as empresas de codificação (setor, aliás, em que o Reino Unido tem grande força) têm se esforçado para disponibili-

zar sistemas de impressão de cai-xas capazes de dar uma resposta com ótima relação custo-benefício a seus clientes. Exemplo disso apresentado no PPMA Show é a linha C-Series plus, da Domino – empresa que, a propósito, já é velha conhecida dos brasileiros, por seu histórico de duas décadas de trabalho de distribuição com a Sunnyvale.Esse relacionamento estável e de sucesso poderia servir de exemplo àqueles fabricantes britânicos que ainda enxergam o Brasil com res-salvas.

Embalagens shelf-ready de vários tipos, tais como os paletes para refrigerantes (1), as organizadoras de caixas de transporte (2) e as caixas-display (3) estão muito presentes nos supermercados britânicos, e puxam o desenvolvimento de equipamentos para esse fim. A preocupação com o visual também estimula desenvolvimentos na área de codi-ficação, tais como a impressão de grandes caracteres sobre superfícies porosas (4)

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pós dez anos de produção prati-camente estável em 8 bilhões de litros anuais, o mercado brasileiro de cerveja dá sinais de forte recu-

peração – e se transforma em palco de movi-mentado enfrentamento entre os fabricantes. A expectativa no setor é de que a produção chegue a 9,5 bilhões de litros e de que o con-sumo alcance os níveis de 1995, quando o pico chegou a 50 litros per capita/ano. Segundo o Sindicato da Indústria de Cerveja (Sindicerv), de 2004 para 2005 a produção e o consumo

mercado >>> cervejas

AFemsa e AmBev se batem em torno de marcas assemelhadas

Mais um capítulo de uma guerra sem fimcresceram 6,5%, e em 2006, de janeiro a maio, o aumento foi de 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tal quadro explica em boa parte porque a disputa entre os fabricantes vem se acirrando a ponto de levar gigantes multinacionais a atravessarem os limites dos pontos-de-venda para se enfrentarem nos tri-bunais (ver quadro na página 66).

A eloqüência dos bons números vislum-brados no horizonte brasileiro do consumo de cerveja é gritante em comparação com os esquálidos índices de crescimento da eco-

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EXTENSÃO DE LINHA Novidades da Femsa

fizeram com que AmBev ampliasse

opções de embalagens da Puerto del Sol

Por Flávio Palhares

Mais um capítulo de uma guerra sem fimnomia do país e mesmo ante o vegetativo avanço dos mercados maduros. Na verdade, a sede com que os brasileiros vêm derramando garganta abaixo volume cada vez maior de cerveja significa bem mais do que a colocação do Brasil em quarto lugar no ranking mundial dessa prática (atrás apenas da China, dos Esta-dos Unidos e da Alemanha).

A rigor, esse desempenho confirma na prática a visão de que a América Latina, o Brasil à frente, é uma das principais searas que restam ainda relativamente inexploradas no planeta para o crescimento da indústria cervejeira (a China, como em tudo, é outra história). Batendo-se no vasto campo da eco-nomia globalizada, nada mais natural do que ver as marcas se confrontando aqui. Assim, a AmBev, dona de 68,6% do mercado em outu-bro, segundo dados do instituto ACNielsen, enfrenta agora outro adversário de porte no país, a Femsa, que estreou no Brasil no início deste ano, quando comprou a Kaiser da cana-dense Molson Coors.

Ela entra em quarto lugar no ranking, atrás também das brasileiras Schincariol e Petrópolis, dona da marca Itaipava. Os mexi-canos, porém, prometem ocupar rapidamente a vice-liderança, usando entre suas principais armas produtos altamente vendedores no México, como a Sol e a Dos Equis, o sistema de distribuição da Coca-Cola, que atinge mais de 1 milhão de pontos-de-venda no Bra-sil, e embalagens diferenciadas. É este, aliás, o terreno onde o confronto oferece alguns dos lances mais interessantes, com o efetivo recurso a dois atributos que os manuais de marketing apregoam com crescente insistên-cia – inovação e adição de valor (ver quadro na página 64).

O primeiro passo nesse embate foi dado pela AmBev, no meio deste ano, às portas do inverno. Antecipando-se à chegada da Sol pelas mãos da Femsa, a multinacio-nal ex-verde-amarela lançou, para disputar o mercado premium, a Puerto del Sol, numa embalagem criada pela F/Nazca que remete

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inevitavelmente à da concorrente mexicana, porém com preço mais baixo na maioria dos supermercados de São Paulo. Sem falar na referência à marca, a garrafa long neck, feita pela Owens-Illinois com o mesmo vidro incolor e com a mesma capacidade de 355 mililitros, é decorada no mesmo sistema ACL (applied ceramic label, aplicado na própria vidraria) utilizado nas embalagens da Sol em seu país de origem. Foi o pretexto para a Femsa recorrer à justiça – e, indo mais longe, para dar o troco em moeda parecida.

É possível que, surpreendida em sua pre-

Distância da vala comumAuto-adesivo transparente diferencia long neck da HeinekenInovação, diversificação, agre-gação de valor. Todas essas palavras de ordem, presentes no atual discurso do “design de sucesso”, integram o mais recente movimento da holandesa Heineken, também do portfolio da Femsa no Brasil, para diferen-ciar-se no imenso mercado de cerveja pilsen no país. A marca é a primeira a adotar um rótulo auto-adesivo em long neck no Brasil. A inconfundível garrafa verde de 355ml trocou os tradi-cionais rótulos de papel por um rótulo, um contra-rótulo e uma

gargaleira impressos em filme de polipropileno transparente. O sistema de decoração, que se enquadra no conceito no-label look, é aplicado à garrafa com um adesivo especial resistente ao processo de pasteurização.Ainda seguindo os mesmos câno-nes a garrafa da Heineken está disponível em seis tipos diferen-tes de contra-rótulos, que valori-zam diversos aspectos da marca, como história, ingredientes e prêmios recebidos. Com design trazido da Holanda e desenvolvi-do pela CCL Label, em parceria

com a Owens-Illinois, responsável pela aplicação dos rótulos nas garrafas, o auto-adesivo foi cla-ramente usado para distanciar o produto da vala comum das long necks com rótulos de papel. “A Heineken Premium Quality é a primeira long neck disponí-vel no mercado brasileiro com este diferencial”, diz Herbert Gris, gerente de marketing da Heineken no Brasil. “Essa carac-terística é mais uma amostra do comprometimento da marca com inovação e qualidade.” A tampa é fornecida pela Aro.

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visível estratégia de nadar de braçada no segmento premium com uma versão brasileira da relativamente popular mexicana Sol no mercado local, a Femsa decidiu revidar com uma espécie de míssil de duas ogivas. Primei-ro, manteve a versão long neck incolor, com o nome de Sol “mexicana” para uso na própria casa como produto premium, segmento que responde por 6% do mercado nacional mas que está em forte expansão (para efeitos de comparação, as cervejas especiais ficam com 45% do consumo na Inglaterra, 25% nos Esta-dos Unidos e 15% na Argentina).

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Ao mesmo tempo, a cervejaria mexicana lançou uma Sol tipo pilsen, “brasileira”, de preço popular, para concorrer diretamente com a Skol, líder nacional de vendas. O produto é comercializado em long neck âmbar (apresen-tada nos supermercados em sixpack de papel cartão), garrafa tradicional de 600 mililitros (ambas produzidas pela Owens-Illinois, com tampas da Aro, da Mecesa e da Tapon Corona e rótulos da Dixie Toga), latas de alumínio fornecidas pela Rexam e chope. Com design modernizado em relação ao mexicano (pela Fischer América), o rótulo – que de certa forma lembra o da marca que é o carro chefe da AmBev – traz elementos da marca original Sol e a assinatura “Desde 1899”, que remete à tradição da Femsa, uma empresa com mais de 100 anos no mercado de cervejas.

Segundo Miguel Àngel Peirano, presiden-te da Femsa no Brasil, “Sol é uma nova cer-veja, um líquido novo em embalagem nova”. Ele conta que para chegar ao aroma, ao sabor e à embalagem que agradassem aos brasilei-ros, a Femsa investiu em pesquisas em todas as regiões do país. “Os resultados superaram nossas expectativas: 92% dos consumidores consideraram a nova Sol muito saborosa, e 88% relacionaram a marca com diversão e descontração”, relata Leonardo Lima, gerente de marketing da Sol.

Na tréplica, a AmBev amplia o portfolio da Puerto del Sol, com novas embalagens. São as mesmas da extensão de linha de Sol, ou

PALADAR ADAPTADOFemsa pesquisou preferências dos brasileiros antes de lançar a nova Sol

Dos bares às barrasDestino da Puerto del Sol e da Sol está na JustiçaA sede pelo mercado de cervejas não morre nas mesas dos bares, e tem nas embalagens – ou em semelhanças sempre inde-sejadas por uma das partes – a causa de embates jurí-dicos. É o caso da AmBev e da mexicana Femsa, que no momento estão levando dos bares para as barras dos tribunais sua disputa pelo mercado brasileiro da bebida justamente por causa das embalagens da Puerto del Sol e da Sol. A Femsa quer impedir a venda da Puerto e acusa a AmBev de concor-rência desleal, alegando que o produto foi criado para confundir o consumidor.O processo começou quando a bebida foi lançada, mas a decisão sobre a retirada ou não da cerveja do mercado não tinha saído até o encer-ramento desta edição. Em

26 de maio, dois dias após o lançamento da Puerto del Sol, a Femsa conseguiu uma liminar e a cerveja da AmBev foi retirada dos pontos-de-venda. Mas cinco dias depois a liminar foi suspensa e a marca vem sendo comercia-lizada normalmente. Uma perícia técnica analisa grafia, logotipia e embalagem. Se ficar decidido que a criação do novo produto foi baseada na Sol, a AmBev terá de parar de vender a Puerto.Mas a AmBev deu o troco e também foi à Justiça, pedindo a retirada da Sol do mercado. A justificativa é a mesma da Femsa, só que em relação à Skol. A AmBev alega que as embalagens das duas cervejas são pare-cidas e podem confundir o consumidor. O argumento é que os rótulos da Sol mis-turam vermelho, amarelo, branco e dourado – mesmas cores da Skol. O pedido de liminar foi negado, mas ainda cabe recurso.Enquanto dura a penden-ga, pode-se observar que o embate parece estar tenden-do à guerra de preços. Não se sabe se essa arma está sendo usada como estraté-gia ou como tática. Se for como estratégia, a história ensina ser um recurso que leva apenas ao acirramento da própria guerra. Vale dizer, à contínua queda de preços e, mais cedo ou mais tarde, à sua principal conseqüência, que é a queda de qualidade. Se for tática, é possível que se esteja visando “ganhar share” nas pesquisas Nielsen. A questão promete.

Aro(11) 6412-7207www.aro.com.br

CCL Label(19) 3876-9300www.ccllabel.com.br

Dixie Toga(11) 6982-9497www.dixietoga.com.br

F/Nazca(11) 3059-4800www.fnazca.com.br

FAHZ(11) 3346-7211

Fischer América(11) 3704-1411www.fischeramerica.com.br

Graphipack(11) 4589-4526

Mecesa(85) 4009-2244www.mecesa.com.br

Narita Design(11) 3167-0911www.naritadesign.com.br

Ladal(19) 3522-5400www.ladal.com.br

Owens-Illinois(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Rexam(51) 2123-8500www.rexam.com.br

Saint-Gobain(11) 3874-7482www.sgembalagens.com.br

Tapon Corona(11) 3835-8662www.tapon-corona.com.br

seja, a versão inicial da Puerto del Sol em long neck ganha a companhia de garrafas de 600 mililitros, fornecidas pela Owens-Illinois e pela Saint-Gobain, e de latas de alumínio, produzi-das pela Rexam. A empresa também põe fichas na Skol Lemon, uma forma de diferenciar uma pilsen, tipo de cerveja que compõe no Brasil o chamado segmento mainstream. Com dez mar-cas representativas, todas do tipo pilsen com share superior a 1%, esse segmento responde por 94,7% do volume total produzido no país. Dentro dele, a Skol Lemon inaugura no país a categoria de cervejas fabricadas com compos-tos de frutas, seguindo a tendência européia de misturar aromas e sabores. Segundo Marcel Marcondes, gerente de marketing nacional da Skol, “a cerveja é a primeira iniciativa perma-nente na diversificação do segmento mainstre-am em décadas, e conta com uma embalagem que chama a atenção no ponto-de-venda”.

O produto chega ao mercado em lata de alumínio, produzida pela Rexam, e long neck, fornecida pela Owens-Illinois, com rótulo da FAHZ e tampa da Aro. Nesta, a seta que representa a marca Skol aparece em relevo no gargalo, a fim de reforçar a percepção do consumidor para a adição de valor. A Narita Design, responsável pelo conceito visual do produto, criou também as embalagens secundá-rias da Skol Lemon: o sixpack de papel cartão para as garrafas, fornecido pela Graphipack, e o shrink de polietileno para doze latinhas, fornecido pela Ladal. O destaque no shrink é

a base do filme transparente, que deixa as latinhas à mostra.

VALORIZAÇÃO – Skol Lemon agrega valor através das

embalagens, como o detalhe em alto-relevo na long neck

e o shrink transparente

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A necessidade de evitar erros nos processos produtivos de embalagens estimula o surgimento de sistemas mais modernos de vídeo inspeção. Uma das principais fabricantes do ramo, a Altec lançou uma nova

máquina para detecção de imperfei-ções durante o processo de conversão e impressão de

embalagens. Trata-se da WebVision Piccolo, que permite a utilização de duas câmeras para inspeção simul-tânea frente e verso. “A câmera se movimenta sobre guias lineares, permitindo avanço suave e preciso, bem como um posicionamento pré-programado em qualquer lugar da folha”, destaca Cristina Augusto, do departamento de marketing da empresa. Outro ponto alto está na possibilidade de configuração do sistema, via menu, na tela do equipa-mento, além de rotação da imagem no teclado. Altec: (11) 4053-2900 [email protected]

Gallus cresce no mundoInteressada em expandir seu portfólio de equipamentos para produção de cartuchos cartonados, a Gallus ini-ciou negociações para adquirir a BHS Druck- und Veredelungstechnik (BHS). Desde outubro de 2005 a empresa já detém 30% das ações da BHS. O plano agora é adquirir o restante.

Fichas na digitalA Vilac adquiriu uma HP Indigo ws 4050. Também visando ao mercado de pequenas e médias tiragens, recente-mente a empresa comprou uma Plotter DFS (Digital Finishing System), que permite cortes especiais, nos mais variados formatos.

Fernando PiniO Design & Graphic Center (D&G), espaço gerenciado pela Fine Papers e destinado a eventos da área gráfica, foi palco da primeira fase do julgamento da 16ª edição do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. As peças concorrentes ficaram expostas ao público no local durante o mês de outubro. Os vencedores serão conhe-cidos no final de novembro.

Sucessão familiarAtuando há mais de 50 anos no merca-do de papel cartão, a Papirus anunciou avanços em seu processo sucessório. Marco Fábio Ramenzoni é o novo dire-tor-presidente da empresa. Ele assu-miu a posição até então exercida por Dante Emílio Ramenzoni, que passou à presidência do conselho de adminis-tração. A Papirus é uma das líderes do mercado de papel cartão reciclado e de fibra virgem, produzindo por ano 84 mil toneladas.

Dança das marcasDois anos depois da compra da Ripa-sa, a Suzano e a Votorantim chegaram a um acordo na divisão das marcas que pertenciam à antiga fabricante. A primeira incorporou a seu portfólio a chancela Ripax de papéis para impri-mir e escrever. Embora já fabrique papéis para esse segmento, com a marca Report, a Suzano deverá manter a marca Ripasa, que foi lançada em 1993. A Votorantim, que fabrica o papel Copimax para imprimir e escrever, ficou com a chancela Image.

A Associação Brasileira da Indústria Gráfica anunciou o lançamento do Prêmio Vendedor para a Indústria Gráfica. Em sua primeira edição, o concur-so será realizado através de votação pela internet, no site: www.premiovende-dor.abigraf.org.br. Os vencedores serão conhecidos em dezembro, durante o jantar de confraternização do Sistema Abigraf. A festa acontecerá no Clube Nacional, em São Paulo. O 1º colocado receberá um troféu e um exemplar do livro “O legado de Gutenberg”, sobre a história da indústria gráfica.

Os melhores vendedores na miraAbigraf lança concurso online para premiar profissionais de venda

A crescente necessidade das indús-trias gráficas em processar chapas com velocidade e alta resolução fez a Agfa Graphics desenvolver o novo CtP térmico :Avalon SF, que conta com tecnologia High Definition. Além de processamento veloz e alta resolu-ção, a linha explora opções de auto-mação, possuindo cinco configura-ções para o modelo LF e oito no VLF. O :Avalon SF tem duas configurações básicas, com ciclos que chegam a até 25,5 chapas por hora (formato 724mm x 690 mm). O produto ofe-rece ainda carregamento de chapas manual, com a pré-fixação (posiciona-mento) da próxima chapa, automação

dos trabalhos com um só formato ou ainda um sistema com quatro cas-setes removíveis. O novo :Avalon SF também permite o uso de programas para diagnóstico remoto.Agfa: www.agfa.com.br(11) 5188-6444

:Avalon SF é o novo CtP térmico da Agfa Graphics

Chapas com tratamento vip

Visão multidimensional previne errosAltec apresenta novidade em vídeo inspeção para embalagens

A diretoria da escola Senai Theobaldo De Nigris, de São Paulo, está satisfeita com a parceria mantida desde o início do ano com a Braga. O acordo prevê o fornecimento gratuito de auto-ade-sivos feitos de BOPP perolizado, poli-éster metalizado e papel fosco, para os cursos técnicos em rotogravura e flexografia ministrados pela escola. “A estabilidade dimensional e a qualidade da estrutura são ótimas, garantindo o registro correto das cores”, elogia Manoel Manteigas de Oliveira, diretor

da Theobaldo de Nigris. Outra notícia relativa à Braga é a reformulação de seu logotipo. O projeto visou aumen-tar a visibilidade da marca. Apesar das mudanças, foi mantido um dos principais ícones da empresa: a pirâ-mide estilizada, que está presente na identidade visual da Braga desde 1983. Naquela época o logo trazia a assinatura “Etiquetas Adesivas”, hoje substituída por “Produtos Adesivos”. Braga: (19) 3897-9720www.braga.com.br

Parceria avalizadaBraga é elogiada por acadêmico

Entre as dez maiores do mundoSuzano divulga balanço do Projeto Mucuri, a ser inaugurado em 2007

Representada no Brasil pela Starlaser, a tecnologia DotProof de prova digital da alemã GMG foi recentemente adquirida pela Finetech, empresa especializada na confecção de clichês de impressão. Pesou na escolha a precisão das ferramentas de reprodução de cor e impressão de provas com simulação de retículas. “Nossos procedimentos de impressão de pro-vas se tornaram mais rápidos, confiáveis e econômicos”, diz Edmur B. do Carmo, diretor da Finetech. “O sistema da GMG apresentou os melhores resultados técnicos entre as alternativas avaliadas.”Finetech: (11) 4496-8800 www.finetech.com.brStarlaser: (11) 3365-3890 www.starlaser.com.br

Finetech investe em prova digitalFabricante de clichês adquiriu tecnologia da alemã GMG

No final de 2007, a capacidade pro-dutiva da Suzano Papel e Celulose será adicionada de 1 milhão de toneladas de celulose anuais, com aguardados reflexos no mercado de conversão de embalagens, onde a empresa é uma das principais forne-cedoras de cartões para a indústria de alimentos. A expansão está atrela-da à inauguração da Unidade Mucuri, que deverá alçar a Suzano à lista dos dez maiores fabricantes de celulo-se do mundo. Encravado no sul da Bahia, o projeto já cadastrou mais de 320 empresas fornecedoras, superan-do 5 milhões de homens-horas traba-lhados desde o início das obras, em setembro de 2005. A imagem mostra

o estágio da construção das áreas de linha de fibras, secagem e pátio de madeiras. Suzano: 0800 0 555 100www.suzano.com.br

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Fornecedora de papéis especiais utilizados na conversão de embalagens flexíveis, a MD Papéis está lançando uma campanha para divulgar sua linha de produtos entre as empresas do setor. A vedete da ação é o per-sonagem Flex, inspirado em histórias em qua-drinho. Dessa forma, a campanha busca fugir dos padrões convencionais para ressaltar as

características da linha de papéis da empre-sa. Apesar da temática leve, Rubens Bambini Jr., diretor de negócios da MD Papéis, res-salta que o objetivo é consolidar a liderança sul-americana da empresa no segmento de papéis especiais para embalagens flexíveis.MD Papéis: (11) 4441-7800www.mdpapeis.com.br

XL 105 debuta no BrasilLançada em 2005, máquina da Heidelberg é adquirida pela Nilpel Print

A Nilpel Print, divisão do grupo Nilpel especializada no mercado de embalagens, foi o primeiro cliente da Heidelberg no Brasil a instalar uma Speedmaster XL 105, máquina lan-çada na Alemanha em abril do ano passado. O equipamento só chegou à América do Sul depois de ser comer-cializado na Europa e na América do Norte. “Essa estratégia nos deu tempo para testar seu funcionamento e trei-nar os técnicos que irão operá-la”, diz Norberto Tirelli, diretor da empresa. Antes de adquirir a Speedmaster XL 105, a Nilpel comprou uma Speedmaster CD 102 com sistema de alimentação e saída semelhantes. Configurada com seis cores e verniz em linha, a Speedmaster XL 105 da Nilpel possui o sistema Heidelberg

Logistics de alimentação automática de papel, o primeiro na América Latina. Com velocidade de até 18 000 folhas por hora, o equipamento foi instalado com elevação de 87,5 cm, aumentan-do assim o tamanho da pilha de papel. Mais de mil unidades da Speedmaster XL 105 já foram vendidas em todo o mundo. Outro cliente que adquiriu a impressora Speedmaster XL 105 no mercado brasileiro é a Leograf. Neste caso, o equipamento deverá ser entre-gue configurado com seis cores e ver-niz em linha.Heidelberg: (11) 5525-4500www.br.heidelberg.comLeograf: (11) 3933.3888www.leograf.com.brNilpel Print: (11) 2191-2300www.nilpel.com.br

Etirama investe no entry-levelEmpresa lançou flexográfica compacta de tambor central

Em evento realizado no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a fabricante de impressoras Etirama reuniu pro-fissionais da área de rótulos para lançar a Flexo Wine, sua nova flexográfica de tambor central. Compacto, o equipamento é voltado ao mercado entry-level, apresentando sete unidades de impressão, alinhador de bordas eletrônico, forno de secagem UV com sistema de fechamento automático e lâminas raspadoras em todas as unidades. O tambor central, por sua vez, tem um metro de diâmetro e seis cores. O evento de lançamento contou com a presença de expositores como Braga Papéis, Clicheria Alpha, MLC Facas, Stork, U.V. System, Trade Print, Xsys Tintas e Universal Rollers.Etirama: (15) 3223-3332www.etirama.com.br

Impressão digital mais robustaXeikon 6000 promete maior velocidade no mercado de rótulos

A Punch Graphix fez em setembro

o lançamento mundial da Xeikon

6000, impressora digital que apre-

senta baixo ponto de fusão, e pode

atuar com substratos auto-ade-

sivos. A velocidade é de até 160

páginas A4 por minuto, com ciclo

mensal próximo a 4 000 páginas.

Também destinada a aplicações de

marketing direto, a Xeikon 6000 é

dotada do digital front end X-800,

que traz novas ferramentas de

gerência de workflow. O novo toner

FA (Forma Adaptada), por sua vez,

promete ganhos de economia e

qualidade. O equipamento suporta

substratos com gramaturas entre 40

g/m² e 350 g/m², incluindo filmes de

poliéster e filmes metalizados. Na

parte de formato, imprime larguras

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e o rastreamento de mercadorias via etiquetas inteligentes já não é novidade, um dispositivo agora promete avaliar qualidade e seguran-ça no abastecimento de perecíveis. Idéia da

americana PakSense, a etiqueta TXi registra alterações de temperatura durante a distribuição, delatando em tempo real, através de LEDs, se produtos frescos e sensíveis estão submetidos a temperaturas comprometedoras. Os dados são gravados num microchip descartável embutido na eti-queta, podendo ser coletados para análises posteriores com um leitor e um software da PakSense. Até dois meses de atividades podem ser monitoradas.

Programada em fábrica com uma “escala de tolerân-cia de temperatura”, definida de acordo com cada produto, a etiqueta pode ser colada nas embalagens ou deposi-tada sobre a mercadoria (um envoltório plástico “respirá-vel” a protege da umidade). Antes do embarque dos pro-dutos, a etiqueta é ativada ao se dobrar um de seus vértices (na foto ao lado). Ao fim do percurso dos produtos, a captura e a análise dos dados das etiquetas podem evitar

que produtos fora do padrão se disseminem no mercado, gerando devoluções no varejo e arranhões às imagens das marcas. A etiqueta permite avaliar, ainda, o quanto as variações de temperatura afetaram a vida útil do produto.

Em entrevista a EMBALAGEMMARCA, Amy Childress, diretora de marketing da PakSense, contou que a TXi já está sendo testada por produtores de carnes, aves, peixes e frutos do mar, pratos prontos congelados, vinhos, produtos lácteos refrigerados e medicamentos. “As etiquetas saem bem mais em conta que outras soluções de monitoramento, como aquelas baseadas em equipamentos”, disse a execu-tiva. No Brasil, onde problemas com quebras das cadeias refrigeradas não são raras, a TXi pode se dar bem. A Pak-Sense não ignora a oportunidade. “Preparamos uma repre-sentação para o Brasil”, informou Childress. “Enquanto isso não se concretiza, podemos despachar etiquetas daqui para os clientes.” (GK)

SEtiqueta monitora temperaturas nadistribuição de produtos sensíveis

Gelo nos riscos

PakSense: www.paksense.com

VIGIA – Ativação da TXi é feita comdobra da quina inferior da direita

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Almanaque

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Caçulinha foi uma madrinhaA versão Caçulinha do Guaraná Antarctica foi lançada em 1949, em garrafinha de vidro de 185 mililitros, embalagem até então inédita no Brasil (na foto abaixo). Reza a lenda que, a fim de promover a novidade, a Antarctica procurou a cantora Marlene. Em troca de um contrato de cessão de imagem, Marlene

ganhou um cheque em branco para comprar edições da Revista do Rádio, na qual eram encartadas cédulas de votação do concurso Rainha do Rádio. Sabendo disso, a rival Emilinha Borba desistiu da competição. Marlene somou quase 530 000 votos e ganhou o pleito. Com a benção da Caçulinha.

Já constavam nos alfarrábios egípcios, sumérios, assírios e até nos do grego Hipócrates as propriedades analgésicas e antipiréticas do pó da casca do Salgueiro – a mesma árvore que no Rio empresta o nome a uma escola de samba. Sabe-se que índios, dos Cherokees aos Caiapós, também conheciam o remédio de longa data. O pó mágico viria a ser, em 1897, a base da primeira criação da indústria farmacêutica, o primeiro medicamento sintetizado: o ácido acetilsalicílico. Mãe do invento, a alemã Bayer o lançou no mercado em 1899, sob o nome Aspirina. O resto é história – e alívio.

Pé de alívio...

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Licença americana que representaria um jovem consumidor, Fido Dido (pro-nuncia-se Faido Dido) é um persona-gem gráfico com fios de cabelo espe-tados que traduz o jeito excêntrico e descompromissado dos adolescentes. Alto e magricela, trajando tênis, ber-muda e camiseta, foi criado em 1985, num guardanapo de bar em Nova York. O primeiro nome viria do latim fidelis (fiel), e Dido foi uma rainha de Cartago, cidade rival de Roma antiga. Tinha espí-rito jovem e alegre. Fido Dido já foi usado para apoiar campanhas de gran-des marcas de consumo, como fez a então Pepsi-Cola Brasil, em 1992, ao relançar no país o refrigerante sabor limão Seven Up, seguindo estratégia global. A empresa esperava conquistar 15% do mercado total de refrigerantes no Brasil em um ano com o apoio do personagem. Não funcionou. Fido Dido é descolado, mas aqui não colou.

Descolado, mas não colou

As “pequeninas” continuam resolvendoRosadas e brilhantes, redondinhas, afirmava delas o reclame veiculado nas rádios do país na década de 1940: “Pequeninas, mas resolvem”. Era o “rojão” de uma das mensagens comerciais mais conhecidas no país na época. A melodia era simples, e a letra enxuta, cantada com voz de baixo, facílima: “Pílulas de Vida do Dr. Ross fazem bem ao fígado de todos nós”. Raro era o lar brasileiro em que não se encontrassem as

pequenas latas cilíndricas de alumínio com tampa de rosca, com um punhado das eficazes “pequeninas”. Engana-se quem pensa que elas sumiram do mapa. As Pílulas de Vida continuam no mercado, agora em frasco plástico, com a chancela do laboratório GlaxoSmithKline Brasil Ltda., do Rio de Janeiro.O jingle pode ser ouvido no site: www.embalagemmarca.com.br/almanaque87