Revista FH - Ed. 203

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INDÚSTRIA: SETOR DEBATE A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE MULTINACIONAIS CHEGAM AO BRASIL PARA DISPUTAR O MERCADO DE TI EM SAÚDE FOTO: RICARDO BENICHIO PARANOIA DIGITAL: SUA EMPRESA ESTÁ A SALVO? DA ESQ. PARA A DIR. (SENTADOS) CLÁUDIO GIULLIANO - SBIS • PATRÍCIA PECK - ADVOGADA ESPECIALISTA EM DIREITO DIGITAL | ATRÁS, DA ESQ. PARA DIR. EFRAIN SAAVEDRA - METRUS • ARLEN FEITOSA - HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN • KLAITON SIMÃO - HOSPITAL SAMARITANO • MILTON ALVES - HOSPITAL INFANTIL SABARÁ ESPECIAL TI

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A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR - Ano 20 • Edição • 203 • Setembro de 2012

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INDÚSTRIA:

SETOR DEBATE A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

MULTINACIONAIS CHEGAM AO BRASIL PARA DISPUTAR O MERCADO DE TI EM SAÚDE

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PARANOIA DIGITAL:SUA EMPRESA ESTÁ A SALVO?

DA ESQ. PARA A DIR. (SENTADOS) CLÁUDIO GIULLIANO - SBIS • PATRÍCIA PECK - ADVOGADA ESPECIALISTA EM DIREITO DIGITAL | ATRÁS, DA ESQ. PARA DIR. EFRAINSAAVEDRA - METRUS • ARLEN FEITOSA - HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN • KLAITON SIMÃO - HOSPITAL SAMARITANO • MILTON ALVES - HOSPITAL INFANTIL SABARÁ

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ÍNDICEW W W . s a u d e W e b . C O M . b R

Setembro de 2012 • FH 203

12 – Conexão saúde webConfira conteúdos multimídia, destaquesdo Saúde Web e interação dos leitores

entrevista22 – interCâmbio de ideiasO médico radioterapeuta Marcos Santos discute a incorporação da tecnologia no Brasil

saúde business sChool51 – ris/PaCs

saúde CorPorativa66 – o Caminho Para reter talentosUnilever incentiva hábitos saudáveispara seus funcionários

oPeradora70 –bons temPosOs resultados e perspectivas da Tempo Assist

hosPital74 – GiGante Pela PróPria naturezaA trajetória marcante e os desafios do Hospital Santa Marcelina

mediCina diaGnóstiCa80 – FidelizaÇão Por PrinCÍPiosA história do Centro de Diagnóstico Schmillevitch

Fh esPeCial84 – CiênCia e neGóCio: sinerGia inevitávelO futuro e a perenidade das empresas

indústria86 – FabriCaÇão naCionalDepois de GE e Philips, chegou a hora da Sie-mens inaugurar seu complexo industrial

90 – livros

92 – vitrine

artiGos

30 – eConomiaTributos sobre medicamentos no Brasil

64 – rhTecnologia da transformação

72 – GestãoA governança em serviços de saúde

106 – PaPo abertoColaboração em sua essência

esPeCial tiVeja a CObeRtuRa dO debate sObRe Segurança da inFormação

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errataNa edição 202, na pág. 14, seção blogs, a foto publicada é a de Sandro Pereira, antigo cola-borador do Saúde Web e não a de Sandro Scar-dua, autor do blog Gestão do Corpo Clínico

esPeCial ti 40 – FotosVeja quem esteve presente no debate

48 – os PerCalÇos do CioPesquisa “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” mostra as dificuldades de implantar estratégias

50 – ti de mãos dadasTI e Engenharia Clínica trabalham juntas na Rede D´Or

60 – setor atrai estranGeiras de tiFornecedores de vários páises e missões comer-ciais começam a prospectar o mercado nacional

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REPÓRTERThaia Duó - [email protected]

EDITOR DE ARTEFrancisco Yukio Porrino • [email protected]

PRODUTOR DE ARTE E víDEOBruno Cavini • [email protected]

CONsELhO EDITORIALCláudio Giulliano A. da Costa • Presidente da Sociedade Brasileira de Informática em SaúdeGonzalo Vecina Neto • Superintendente corporativo do Hospital Sírio-LibanêsJoão Carlos Bross • Superintendente da Bross Consultoria e ArquiteturaOsvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom CabralPaulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil

Sérgio Lopez Bento • Diretor técnico da Planisa

GEsTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTEsGEREntE dE RElaCiOnaMEntO COM CliEntESMárcio Lima • [email protected]

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Planalto Central (DF e GO):Gaher fernandes - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-7338Mauricio caixeta - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-0949

Rio de Janeiro:sidney lobato – [email protected](21) 2275-0207 – (21) 8838-2648 Santa Catarina:lucio Mascarenhas - [email protected](48) 3025-2930 - (48) 7811-4598

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revista fh

A revista FH é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

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GEREntE dE MaRkEtinG E COMUniCaçãOGabriela vicari - [email protected]

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GEREntE dE EStUdOS E análiSESGaby loayza – [email protected]

GEREntE dE MaRkEtinGemerson Moraes – [email protected]

GEREntE dE COMUniCaçãO CORpORatiVacristiane Gomes – [email protected]

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Editorial

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Sua empreSa eStá

segura?

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maria carolina buriti

EditoraIT Mídia S.A

omo apenas um clique pode causar tanto transtorno? Quantas ve-zes pensamos nesse assunto? Quantas vezes nos deparamos com alguma informação nas redes sociais e temos a percepção de que aquele dado, sob o ponto de vista da empresa, não deveria estar ali? Mas, por outro lado, quem publicou tinha o direito de fazer.

Será? Há casos em que o colaborador é visto como culpado: divulgou o dado sigiloso, falou mal da empresa onde trabalha ou trabalhou. Vídeos, fotos, da-dos ou apenas uma opinião não importa, a discussão sempre desemboca em segurança, privacidade e liberdade de opinião. Mas quem disse que não podia? O fato é que o vazamento de informações pode ocorrer por meio da tecnolo-gia, mas o problema é muito mais amplo. E na saúde, esta questão é urgente. O prontuário é do paciente, a informação é dele, mas e se ele for uma cele-bridade e, de repente, virar alvo de vídeos e fotos ? E se o doente gostar de escrever no Facebook sobre o seu dia a dia no hospital, com comentário sobre o médico e o tratamento? Quem o impedirá?E o colaborador responsável por divulgar a empresa na rede social, será proi-bido de usar o próprio perfil? E se você blindar todos os acessos, quem im-pedirá a conversa dos médicos nos elevadores? Aliás, a tendência é que eles levem os próprios dispositivos para o ambiente de trabalho. Ou seja, os pro-blemas vão muito além da TI e os players de saúde devem estar cientes de que compartilhar o risco entre os departamentos é muito essencial. Tanto é que em algumas instituições isso já faz parte da área de Compliance. Enfim, com a enxurrada de informações e o avanço da mobilidade, é tempo de discutir os melhores caminhos para lidar com esse desafio e evitar a “paranoia digital”. Esse foi o mote do encontro realizado na IT Mídia com CIOs e espe-cialistas em tecnologia. Este é o principal conteúdo do Especial TI que você vê nas próximas páginas. Além disso, você terá uma repercussão do estudo realizado pela IT Mídia, “Antes da TI, a estratégia em Saúde”, e uma reporta-gem sobre as multinacionais que estão chegando ao Brasil, atraídas pelo aque-cimento e o movimento do mercado brasileiro de TI em Saúde.

Boa leitura e até a próxima!

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Orientar a direção e estar sempre atento aos pontos críticos para não colocar os objetivos em risco. Esse é o papel de um navegador. Esse também é o papel da Convergence, que busca alinhar as soluções de Tecnologia da Informação aos negócios de seus clientes através de soluções completas em Governança de TI. Afinal, uma boa navegação é fundamental para se comemorar a vitória.

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Conexão Saúde web

Qualidade

CeMa e Hospital Villa-lobos reCebeM CertifiCação oNa ii

O Hospital CEMA, referência em otorrinolaringologia, o Instituto CEMA, braço social da instituição, e o Hospital Villa-Lobos, destinado sobretudo a cirurgias de alta complexidade, recebem aprovação da ONA (Organização Nacional de Acreditação) para certificação de qualidade nível 2. As três instituições são controladas pelo Grupo INAL e estão localizadas no bairro da Mooca, em São Paulo (SP).

iNédito

rede d´or iMplaNta Modelo sMart traCk

Esperar por mais de duas horas para ser atendido nos prontos socorros brasileiros não é nenhuma novidade. Para solucio-nar esse tipo de entrave em seus 32 hospitais, a Rede D´Or desenvolveu um novo modelo. Com investimentos em torno de R$ 50 milhões, o projeto, batizado de Smart Track, prevê um clínico geral no lugar do enfermeiro para fazer a triagem. Até o primeiro semestre do ano que vem todos os hospitais do grupo já estarão funcionando neste modelo.

teCNologia

Hospital de loNdriNa utiliza kiNeCt eM Cirurgias

O Hospital Evangélico de Londrina (PR) pas-sou a utilizar o sensor de movimentos Kinect como ferramenta para auxiliar procedimen-tos cirúrgicos complexos, como neurológicos e cardiológicos. O aparelho Leap troca o uso do mouse pelo movimento da mão. A partir do projeto chamado Intera, os médicos, agora, podem visualizar os re-sultados de exames durante as operações. De acordo com a instituição, o kinect já foi usado em mais de 20 procedimentos.

resolução CfM

paCieNte terMiNal poderá registrar Quais proCediMeNtos Quer

Paciente vai poder registrar no próprio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida, como prevê resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento trata dos limites terapêuticos para doentes em fase terminal.As regras estabelecem critérios para o uso de tratamentos con-siderados invasivos ou dolorosos em casos nos quais não há possibilidade de recuperação. O testamento vital, de acordo com o CFM, é facultativo e poderá ser feito em qualquer momento da vida – inclusive por pessoas em perfeita condição de saúde.

iNVestiMeNto

beNefiCêNCia portuguesa alMeja ter Maior baNCo de saNgue priVado do país

O Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugura as instalações do seu Banco de Sangue, considerado um dos maiores privados do Brasil. Como parte do Plano Diretor, lançado em 2009, e com projeção de inves-timento total de R$ 160 milhões até 2015, o local terá capacidade para atender 250 triagens por dia e sete mil coletas mensais. A projeção inicial é triplicar as doações, hoje represen-tadas por 2500 doadores por mês.

CoNsolidação

aMil iNVeste eM Hospitais No rio de jaNeiro

A Amil investe no Rio de Janeiro na construção do novo Hospital das Américas, um centro integrado de saúde na Barra da Tijuca, e reforma os hospitais Samaritano, Pró-cardíaco e o Hospitalys, localizado no complexo da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), todos na Zona Sul da cidade.

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Foto

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HuMaNização

Hospital saNta isabel iNVeste eM desospitalização

O Hospital Santa Isabel (HSI), pertencente à Irmandade de Santa Casa de São Paulo, inaugurou o Núcleo de Atenção Domiciliar e Desospitalização (NADD), que será respon-sável pela coordenação dos trabalhos entre a equipe médica, os familiares e as empresas de homecare.A unidade vai auxiliar na saída do paciente do hospital, identificando as pessoas que precisarão de assistência domiciliar e, assim, diminuindo o prazo de espera dos trâmites entre a operadora e a família. O departamento também vai ajudar na escolha de empresas de homecare.

CoNCeNtração

Cade breCa CoMpra de Hospitais pela rede d’or

A Procuradoria-Geral do Conselho Adminis-trativo de Defesa Econômica (Cade) pediu a suspensão da compra de cinco hospitais e dois centros de radiologia no Distrito Federal (DF). Foi recomendada uma medida cautelar para paralisar a aquisição dos estabelecimentos pela Rede D’Or, do Rio de Janeiro, até que o caso seja definitivamente julgado pelo conselho.Por meio da medida cautelar, as empresas deverão manter a administração separada das unidades de saúde enquanto o processo for analisado pelo Cade.De acordo com o pedido da procuradoria, o negócio pode fazer a concentração da Rede D’Or no DF superar 90%. Por meio de sua as-sessoria de imprensa, o grupo D’Or informou que só vai se pronunciar quando for notificado da medida cautelar.

teCNologia

big data é teNdêNCia paraproVedores de saúde

Big data tem se tornado uma tendência altamente atrativa para provedores de saúde que buscam se preparar para uma atuação mais responsável. Mas os consultores David C. Kibbe e Vince Ku-raits, em recente post no The HealthCare Blog, argumentam que, em vez de seduzirem pelas soluções analíticas para big data, os provedores deveriam focar em fazer um melhor uso dos “pequenos” dados. Em outras palavras, eles aconselham os provedores a se concentrarem em dados clínicos já disponíveis em formatos digitais e usar apenas ferramentas de TI em saúde já aplicadas diretamente à gestão dos cuidados clínicos.As implantações de big data estão baseadas em sofisticadas soluções analíticas e na análise de um amontoado de dados vindos de diversas fon-tes para descobrir padrões que poderiam ser úteis na solução de diversos problemas. Em saúde, por exemplo, pesquisadores aplicam essa abordagem para estudos genéticos e de fatores ambientais em esclerose múltipla e, assim, encontrarem um tratamento personalizado; também usam para lidar com grandes bancos de dados da área ge-nética e chegarem a melhores caminhos para o tratamento do câncer; ou, ainda, para combinar informações geográficas com os bancos de da-dos clínicos e, assim, correlacionar problemas de saúde com os locais onde as pessoas vivem.

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CANAL DO LEITOR

TWITTERAlessandro Ernani • @TTalessandroTT Inexorável ... “@Saude_Web: Pla-nos poderão cobrir tratamento oral domiciliar contra câncer http://bit.ly/PFuwHg”

Daniel Martins • @danielncmartins Excelente! “@Saude_Web: TI e En-genharia Clínica trabalham juntas para padronizar atendimento na Rede D’Or http://bit.ly/SUDhn6”

E-MAIL

@saude_web

[email protected]

facebook/saudeweb

FUSÃO

PIXEON ANUNCIA FUSÃO COM MEDICAL SYSTEMS

Conhecidos de longa data por terem clientes em comum, os executivos Fernando Peixoto, à frente da Pixeon, e Ribeiro da Cruz, da Medical Systems (a esq. e a dir. na foto), anunciaram a fusão de ambas empresas brasileiras.A Pixeon Medical Systems (PMS) surge em um momento de forte consolidação do mercado de TI para a saúde, em que empresas nacionais unem-se a outras de tamanho semelhante e multinacionais integram-se com locais, como é o caso da união entre Agfa Healthcare e WPD, Philips e Wheb Sistemas, Alert e Benner.Agora, com uma carteira de 1.200 clientes espalhados por todos os estados do Brasil, além de Argentina e Chile, o negócio possibilita a oferta de um portfólio completo de soluções de TI para o segmento de medicina diagnóstica. A Pixeon, com sede em Florianópolis (SC), entra com expertise em PACS (sigla em inglês para sistemas de comunicação e arquivo de imagens) e a Medical Systems, baseada em São Bernardo do Campo (SP), com a maior base instalada no país de RIS (Sistema de informação radiológica) e LIS (Sistema de informação laboratorial).“Essa fusão é uma resposta ao movimento de consolidação do mercado. Com isso, passamos a ter o domínio completo de centros de diagnósticos, laboratório e clínicas”, afi rma Cruz, CEO da nova empresa, que possui a pretensão de crescer 50% ao ano a partir de 2013.Para Peixoto, nomeado presidente do conselho e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o grande diferencial da companhia está na tecnologia 100% nacional. “O domínio das tecnologias PACs, RIS e LIS gera um nível de intimidade que nossos concorrentes não têm, pois possuem soluções de fora do País. A maioria dos hospitais não tem tais tecnolo-gias integradas de forma efi ciente”, ressalta o antigo CEO da Pixeon, empresa que detém mais de 60% de sua carteira em hospitais.A Intel Capital, divisão de investimentos estratégicos da Intel, que detinha 24% do capital da catarinense, continua com participação na PMS. De acordo com os executivos, o percen-tual foi diluído, mas continua próximo ao anterior. A empresa americana aportou novos recursos para a consolidação, mas os valores não foram divulgados.

Parabéns pela matéria dos centros de Bioequivalências. Ficou excelente e com certeza foi a primeira sobre o assunto. • Moises Vanunci, Diretor Executivo da e-Assertiva, empresa de colabora-ção científi ca, distribuição, integração de conteúdos e tecnologias, referente à reportagem “O Lado obscuro dos ge-néricos”, da FH 202.

A Revista Fornecedores Hospitalares é uma publicação especializada com muita credibili-dade no mundo corporativo da Saúde e que, por isso, tornou-se referência no setor. Recomen-damos a leitura da revista a todos os nossos parceiros, fornecedores e amigos por informar todos os temas importantes de uma forma mais aprofundada, que nos proporciona uma ampla re� exão antes da tomada de decisões”

Luiz Salomão e Paulo Zoppi, fundadores do Sa-

lomãoZoppi Diagnósticos.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

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Sua realidade.Nosso modo de viver. Para Linde, tudo relacionado a saúde deve ser tratado de maneira especial.

A Linde Healthcare oferece uma ampla gama de soluções para hospitais e em domicilio com um portfolio que inclui terapias, alternativas para infraestrutura hospitalar e programas clínicos diferenciados.

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Linde Healthcare faz parte do Grupo Linde, uma organização internacional líder em gases e engenharia com 50.500 colaboradores em mais de 100 países em todo o mundo. Sob a sua ex-marca AGA, Linde Healthcare já estabeleceu uma ampla presença na América do Sul. Nossos produtos e serviços seguem todas as legislações locais em linha com padrões internacionais para gases medicinais.

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Conexão Saúde web

AlexAndre lobAck Assume três hospitAis dA rede d’or Pernambuco é o estado que apre-senta a segunda maior taxa de cres-cimento de beneficiários de planos de saúde, com expansão de 5,6% no primeiro trimestre, segundo le-vantamento do IESS. De olho nesse mercado, a Rede D´Or planeja con-solidar-se em Recife. Com 50% de participação no Hospital Esperança e 100% do Prontonlinda e São Mar-cos, o grupo unifica o comando dos três e nomeia o carioca Alexandre Loback como o diretor corporativo. “Isso gera um compartilhamento de serviços. A sinergia em termos de logística e equipamentos fica mais fácil”, afirma o executivo, que pos-sui mais de dez anos de experiência em cargos gerenciais, tendo atuado em muitos hospitais do Grupo D´Or no Rio de Janeiro.

newton tAkAshimA é novo diretor técnico dA dAl benDepois de 14 anos como Diretor Téc-nico do Hospital e Maternidade Bra-sil, de Santo André, o médico Newton Takashima assume a diretoria técnica da Dal Ben, empresa de assistência domiciliar. De acordo com o executivo, dentro dos modernos conceitos de entregar mais valor por capital investido na saúde, o home care tem um papel fundamental no resultado final.

A Unimed-Rio abriu processo seletivo para o quadro de funcionários de seu novo hospital, que está sendo cons-truído na Barra da Tijuca (RJ) e tem previsão de abertura até o final do ano. Os interessados poderão se inscrever para as 400 vagas de técnico de enfermagem, técnico de enfermagem de bloco cirúrgico e no site da instituição.

Especialistas estimam que até 2030 os gastos com o tra-tamento de doentes de câncer cheguem a US$ 8 bilhões. Apenas as doenças derivadas do consumo de tabaco podem custar US$ 133 bilhões. Nos Estados Unidos, a estimativa é que sem novas medidas, o número de tumores malignos deve aumentar 70% até 2030 nos países de rendimento médio e 82% nos países pobres.

400 vagasde enfermagem são abertas pela Unimed-rio

gastos com câncer podem chegar a

Us$ 8bilhões em 2030

77% dos UsUários de planos de saúde têm qUeixas

Estudo da Associação Paulista de Medicina (APM) mostra que 77% dos usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo já enfrentaram problemas com planos de saú-de. Dos 804 usuários paulistas, o índice de beneficiários com problemas foi de 64% para consultas, a maior parte por causa da demora no agendamento; 40% em exames diagnósticos e 72% em pronto-socorro (PS). Entre os re-clamantes no quesito PS, 67% apontaram superlotação nos hospitais e 51% da demora para serem atendidos.

números

A Santa Casa de Maceió apresenta os resultados al-cançados com o investimento aplicado no sistema de compras eletrônicas da Bionexo para adquirir in-sumos hospitalares. O projeto implantado em 2009 representa hoje uma economia de R$ 7 milhões para a instituição, mais de 26% de eficiência.Atualmente, as compras realizadas pelo hospital com a solução chegam a 92%. A estimativa é que solução consiga reduzir os preços de produtos em 14% na média nacional, em relação aos preços anteriores à sua implantação. Em alguns casos, o sistema proporciona uma economia de até 40%.

santa casa de maceió economiza

r$ 7milhões com compras eletrônicas

vai e vem

Antonio mendes FreitAs Assume diretoriA do são cAmiloO atual superintendente da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Antonio Mendes Freitas, assumiu as atribuições da Dire-toria Geral, na sucessão de Valdesir Galvan, que deixou o cargo.

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Você concorda com a Resolução do CFM de que o paciente tenha o direito de poder registrar no pró-prio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida?

45,24 % - Sim, pois as companhias vão sentir no bolso e terão que se adequar forçosamente.

54,76 % - Não. As companhias cer-tamente vão recorrer à decisão e devem burlar a medida, tendo em vista o histórico de descumprimen-to das regras.

54,76 %

45,24 %

A suspensão de 268 planos de saúde vai forçar o cumprimento dos prazos por parte das 37 operado-ras penalizadas?

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ideiasentrevista

Discutir a saúde universal com a economia em alta, criar critérios entre os players para a incorporação de novas tecnologias e dividir o risco. Essas são algumas ideias do radioterapeuta brasileiro Marcos Santos, que trabalha no Instituto Gustave Roussy, na França, presta consultoria a operadoras brasileiras e, assim, compartilha conhecimento entre as nações

IntercâmbIo de

que aprender com as nações mais desenvolvidas? a resposta pode estar longe de ser única e, muito distante, do ideal. mas para al-guns casos, como o da saúde, talvez uma das lições seja aprender a controlar custos em tempos de bonança econômica, para garantir recursos em tempos difíceis. “o brasil é uma economia pujante, mas

alguma restrição tem de ter, pois a saúde universal é impagável”, sugere o mé-dico radioterapeuta, marcos santos, que trabalha no segundo maior hospital referência em tratamento de câncer do mundo, o instituto gustave roussy, em paris, na frança. santos que também é mestre em altas tecnologias em ra-dioterapia e economista da saúde, alerta para a urgência do debate sobre a incorporação de novas tecnologias de tratamentos, que enfrenta no brasil uma legislação restritiva, diferente do que ocorre na europa. santista de time, naturalidade e sobrenome, o especialista mora há três anos em paris, mas suas ideias vão além das fronteiras da cidade luz – pois atua como consultor de algumas operadoras brasileiras na área de radioterapia. em uma tarde de agosto, por telefone, santos conversou com a revista fh.

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Maria Carolina Buriti • [email protected]

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ideiasFotos: Arquivo pessoAl

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Quem é:Marcos Santos

O Que faz:• Médico Radioterapeuta pelo Instituto Gustave Roussy

• Médico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

•Mestre em Altas Tecnologias em Radioterapia pela Universidade de Múrcia, Espanha

• Economista da Saúde pela Universidade de Paris V (Paris-Déscartes), em Paris

• Consultor em Radioterapiaem diversas operadoras de Saúde no Brasil

FH: Comparando Brasil e Europa, como está a incorporação de novas tecnolo-gias na área de radioterapia? Marcos Santos: Na Europa, cada vez que surge uma tecnologia nova, existem órgãos regulatórios, que aceitam essas inovações em razão da segurança do paciente e, em alguns lugares, se con-sideram também os custos. Já o Brasil está sujeito a uma legislação restritiva. Por exemplo, é possível fazer uma to-mografia antes do tratamento para todo paciente na Europa. E o exame permite ver exatamente o que está se tratando se um osso ou órgão, que não seja visível no raio-x, algumas vezes é preciso até uma ressonância magnética. Enquanto no Brasil só se pode fazer essa tomo-grafia antes do tratamento em alguns sítios tumorais. Existe uma legislação que eu classificaria como artificial, pois ela limita a atuação em alguns tipos tu-morais, enquanto em outros tumores se é obrigado a tratar como se fazia há 20 anos na Europa. FH: Quem restringe é a Agência Na-cional de Saúde Suplementar (ANS)?Santos: É a ANS com o rol de proce-dimentos. O primeiro rol limitava o exame apenas para próstata, pulmão e sistema nervoso central. Depois, uma renovação incorporou os tumores de cabeça e pescoço e pélvis. Na última, atuamos junto à Anvisa, mostrando estudos sobre o tumor de mama, que indicavam que quando não se faz a tomografia prévia com mulheres em tratamento, não se sabe onde está o coração e a dose que chega ao coração poderia aumentar a mortalidade des-sas pacientes. Conseguimos incluir o câncer de mama na última atualização do rol, e assim fazer a tomografia antes do procedimento, ou seja, aplicar a ra-dioterapia conformacional. Mas a ANS continua muito restritiva e para outros tipos de tumores não há a autorização e cobertura desse exame prévio. Por consequência, os pacientes do SUS não recebem esse tipo de tratamento. Ele

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entrevista

é feito em alguns hospitais referên-cia, a despeito da limitação da ans, porque se ignora ou não se conside-ra os prejuízos econômicos que isso pode trazer. em minha opinião, isso é uma aberração, pois nenhum ci-rurgião, por exemplo, aceitaria fazer o procedimento antes de fazer uma tomografia, a não ser que seja algo de pele ou palpável. assim como o radioterapeuta aplica a radiação exa-tamente no local onde está o tumor, pois é necessário ver o que se está irradiando. na europa, a limitação por causa dos custos não considera a revolução que aconteceu há 20,30 anos com o surgimento da radiotera-pia conformacional. a restrição está bem mais acima disso, se faz tomo-grafia para todos os pacientes. Claro que, em certos casos, dispensamos, mas não por uma restrição legal e, sim, por uma avaliação médica. essa limitação é uma jaboticaba, ou seja, uma característica brasileira.

FH: Muitas vezes a incorporação de novas tecnologias ocorre com o inves-timento alto de instituições e essas tecnologias nem sempre são acessa-das por grande parte da população, o que em um País como o Brasil im-pulsiona ainda mais a desigualdade. Como é a análise e adoção de novas tecnologias na França, que é conhe-cida por oferecer saúde pública de qualidade a seus cidadãos?Santos: eu gosto de fazer uma me-táfora entre a radioterapia e a indús-tria aérea porque ambas trabalham muito buscando o erro zero. existia o avião à hélice e depois se inventou a turbina e essa foi a grande mudança da radioterapia convencional para a conformacional. da mesma forma que

as turbinas foram evoluindo, na radioterapia apareceram as imrt (radioterapia de intensidade modulada do feixe), igrt (radioterapia guiada por imagem) e outras tecno-logias. a grosso modo, quando ocorre essa revolução, de sair da hélice para turbina e se chega na radioterapia conformacional, todos têm acesso a essa tecnologia. no brasil, elas só estão disponíveis para quem pagar isso de forma privada. a legislação não obriga a cobertura e o sus só disponibiliza em caso de interesse acadêmico. o instituto nacional do câncer (inca), por exemplo, disponibiliza uma técnica de radioterapia de intensidade modulada para o treinamento do residente, mas são poucos pacientes, pois as máquinas insuficientes. Eles têm acesso ao míni-mo de radioterapia, uma coisa que ocorreu há cerca de 20 anos e resolve 80% dos problemas. toda radioterapia é localizada e baseada na anatomia, a conformacional aporta a individualização mais precisa, ou seja, quando se enxerga o órgão do paciente é possível saber que ele é diferente, assim se individualiza o tratamento. a partir da implementação real da radioterapia conformacional, outras evoluções vieram e existe um grande debate sobre como incorporar essas novidades. no instituto gustave roussy e na maioria dos hospitais franceses, o que ocorre é uma reunião com todos os médicos, em que se prioriza quais são os pacientes a partir das patologias e quais vão

se beneficiar mais de uma eventual melhoria tecnológica. se discute em grupos multidisciplinares, quais são os pa-cientes que receberão aqueles tratamentos mais complexos, pois não tem para todo mundo, e na verdade, nem todo mundo precisa.

FH: Com o envelhecimento da população, a tendência é que as pessoas fiquem mais expostas a doenças crônicas, entre elas o câncer. A Europa já vive este período, situação que ocorrerá em algumas décadas com o Brasil. Quais são as lições que se pode aprender com isso? Santos: a europa tem uma população bastante envelhe-cida, mas tem uma imigração importante e isso está em discussão, pois na espanha, por exemplo, de 12 a 15% da população é composta por imigrantes sem papéis num sistema de saúde com a característica da cobertura uni-versal. quando a europa vivia os anos dourados não estava em questionamento se podia aplicar isso para todo mundo, o que acabava gerando o turismo em saúde. a

inglaterra é famosa por começar os primeiros estudos famacoeconômicos, seguida pela alemanha e, fora da eu-ropa, austrália e canadá. foram países que começaram a dizer: esse tratamento é bom, mas não vamos fazer por que é caro, não vale a pena. mas dessa forma, o inglês viajava para a espanha e recebia o tratamento. com a chegada da crise está se vendo que alguma limitação é necessária. o brasil é uma economia pujante, mas a grande lição é: alguma restrição tem de ter porque a saúde universal é impagável. é impossível pagar tudo, sempre, qualquer tratamento à vontade do médico. temos uma quantidade de dinheiro restrita e temos de trabalhar para aproveitar o melhor possível desse valor. a grande lição é a necessidade da restrição e essa discussão precisa ser mais dinâmica e com a participação de todos os envolvidos: a sociedade, o governo e as entidades pagadores. é dessa forma que vejo a adaptação da europa na crise atual.

FH: O Brasil também precisa ter isso em pauta? Que o sistema universal é impagável e talvez precise estabe-lecer prioridades ... Santos: na verdade, prioridades e limitações. é consenso mundial que a radioterapia tem de ser aplicada para to-dos doentes, mas também é consenso que as tecnologias advindas depois como imrt, igrt não tem de ser para todos. Portanto, temos de definir. No Brasil, a Comissão nacional de incorporação de tecnologias do sistema único de saúde (conitec), do ministério da saúde, está traba-lhando para isso, mas esse debate tem de ser muito ativo, com a participação de todos os elos envolvidos. ou seja, temos que ter comum acordo, definir critérios para saber até onde progredir com a aplicação tecnológica, porque ela difere um pouco de quando se desenvolve uma droga nova, por exemplo. no caso da droga nova, e isso se faz muito em oncologia, o processo é caríssimo, leva tempo e haverá um tratamento completamente diferente do an-terior. quando falamos de tecnologia nova não é possível fazer um tratamento comparando com o antigo. quando se desenvolve uma tecnologia nova de aplicação é diferente, pois na radioterapia existem ferramentas para saber se ela é melhor ou não, por meio de softwares, é possível prever onde a radiação vai chegar e saber o resultado a partir de modelos já estabelecidos previamente. as evoluções tecnológicas ocorrem numa velocidade muito grande. da mesma forma que um computador novo chega ao mercado, a cada poucos meses é lançado um software novo, uma técnica nova e os resultados da radioterapia levam anos para ter resultados efetivos, pois os efeitos da radiação em longo prazo levam anos para aparecer. o que se precisa discutir é como avaliar as novas tecnologias. já se deixou para trás os estudos inspirados nas drogas e os estudos randomizados usados hoje em dia na oncologia também não servem. qual é a alternativa? isso é discussão ativa nos dias de hoje na europa e acho que poderia acontecer também no brasil.

FH: Ainda sobre o envelhecimento da população, qual é o impacto de novas tecnologias e do tratamento de crônicos no custo do sistema de saúde? Estas tecnologias

“Falta uma atitude mais ativa, no sentido de mostrar como se deve incorporar tecnologia e por que se deve Fazer isso. quem deve ter essa atitude são os radioterapeutas e as entidades pagadoras no sentido de buscar um equilíbrio e entender que determinada tecnologia pode ser mais cara inicialmente, mas se bem utilizada tem um grande potencial de ter custo eFetivo”

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têm, de alguma forma, ajudado a reduzir custos, com base em detecção e tratamento precoce (o que, em teoria, evitaria que os casos se tornassem mais graves) ou só vieram a se somar aos custos já existentes?Santos: De forma geral é uma regra: a tecnologia mais nova é sempre mais cara. Mas ao avaliar tecnologia em saúde, se faz uma conta: o aumento do preço sobre o aumento da efetividade, assim se chega ao custo efetividade da tecnologia. Então, é preciso saber se isso é válido ou não, se é possível pagar o preço a mais pelo valor que está se entregando. No caso da radioterapia, não trabalhamos com o diagnóstico, o paciente com o diagnóstico precoce já fez um exame mais evoluído antes. Com este diag-nóstico se consegue fazer o tratamento com uma técnica mais barata, porque é menos complexo. Dessa forma, a evolução mais barata não é a radioterapia e, sim, o diag-nóstico, que acaba diminuindo o custo no ponto fi nal do tratamento. Por outro lado, hoje, a evolução tecnológica na radioterapia diminui consideravelmente em algumas situações. O fundamental da tecnologia em radioterapia é saber qual paciente se benefi ciará dela, porque se usar

tecnologia elevada para todo mundo, ela se banalizará. Quando bem aplicada, no paciente que precisa, se consegue tratamentos impossíveis tempos atrás, ou seja, melhora não só a qualidade de vida, mas a quantidade de vida. E no contexto de envelhecimento da população e aumen-to consequente no número de casos que vamos tratar, o potencial do benefício disso na qualidade de vida para a população geral, se bem utilizado, é enorme.

FH: Até o fi nal do ano, o Brasil vai acumular 85 mil pacientes com diagnóstico de câncer, mas sem aces-so ao tratamento fundamental para mudar o rumo da doença. Há em curso alguma tecnologia ou inovação que permita um acesso mais universal dos doentes aos tratamentos oncológicos? Santos: Acredito que o desenvolvimento tecnológico, quan-do falamos de cobertura e público sem atendimento, é até deletério. Por exemplo, se abrir um centro de tratamento de câncer em Rio Branco (AC), lá não se pode colocar um aparelho com muita tecnologia, tem de ser “um fusca” para não dar problema, e ao mesmo tempo, bom para o tratamento das pessoas. Agora, para os tratamentos mais refi nados, teríamos centros de excelência estrategi-camente distribuídos no Brasil, por conta do problema da enormidade do território. Essa questão geográfi ca é complicada para a França também, pois há os pacientes vindos da Polinésia Francesa e de Bora Bora para se tratar aqui, já que têm radioterapia lá. Isso é um custo enorme para o governo francês que paga os custos da passagem e estadia até o fi m do tratamento. No caso do Brasil, a tecnologia tem de ser aceita e incorporada em nível estra-tégico para que a cobertura seja feita de forma muito racio-

nal. Ou seja, para a cobertura é melhor ter dois aparelhos baratos do que um caro. Com dois se tratam 140 pessoas por dia enquanto um trata apenas 30 pessoas por dia. Quanto mais cara e alta a tecnologia, mais tempo ela leva para tratar o paciente. Portanto, centros bem localizados, que pudessem receber os pacientes altamente selecionados, seguindo alguns critérios, melhora-ria bastante a cobertura. Do ponto de vista estratégico, os tratamentos mais simples deveriam ser disseminados no Brasil como primeiro passo, pois não temos acesso.

FH: Em termos de inovação, novas tecnologias são sempre caras, mas há algo sendo desenvolvido que possa barateá-las ou essa é uma conta que não dá para fazer?Santos: Não é de interesse das em-presas desenvolvedoras de aparelhos, porque eles querem equipamentos cada vez mais caros, e um aparelho mais novo sempre trata menos pessoas que o anterior. Quando fi z residên-cia há 10 anos, cada aparelho tratava 80, 90 pacientes por dia. Hoje, cada aparelho com que eu trabalho trata 40, 45 pacientes por dia. Quer dizer, o desenvolvimento tecnológico vai à contramão disso, pois cada vez é mais restritivo, cada vez menos abrangen-te e cada vez leva mais tempo. Na minha residência, atendia o paciente, fazia a programação da radioterapia e entregava-o para um técnico cuidar dele até o fi nal do tratamento. Eu via o paciente uma vez por semana ou quando o técnico me chamava. Hoje em dia nos tratamentos mais evoluídos tecnologicamente, um dos pontos que aumenta muito o custo do tratamento é a necessidade da presença de um médico cada vez que o paciente é tra-tado. O desenvolvimento tecnológico aumenta o custo, demanda a presença do médico e trata menos pacientes. Portanto, a tecnologia caminha no sentido inverso da cobertura.

FH: Você é consultor para operado-ras. Como elas veem o tratamento ra-dioterápico? Acreditam que vá trazer resultados mais efi cazes e ajudar a reduzir os custos com o tratamento de câncer ou ainda são resistentes por achar que é mais uma tecnologia que

“O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO AUMENTA O CUSTO, DEMANDA A PRESENÇA DO MÉDICO E TRATA MENOS PACIENTES. PORTANTO, A TECNOLOGIA CAMINHA NO SENTIDO INVERSO DA COBERTURA”

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ENTREVISTA

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

vai se sobrepor às já existentes e au-mentar os custos? Santos: Esse é um tema apaixonante e acho fantástico a possibilidade de discutir. Se você pegar uma estatísti-ca francesa, espanhola, sueca ou ame-ricana, a radioterapia representa um percentual de custo do tratamento do câncer muito mais alto do que no Bra-sil. Por aí, a radioterapia é muito ba-rata, não representa um custo muito importante para a operadora quan-do comparada, por exemplo, com a quimioterapia. A radioterapia no Brasil, por causa da restrição legal já mencionada, é da década de 80, uma tecnologia barata. O que acontece é que os radioterapeutas tendem a se adaptar em razão do fee for service. Como a operadora vai pagar muito pouco para se atender um paciente, se colocará mais procedimentos para aumentar o pagamento. Em minha opinião existe uma limitação burra, porque sem critério e que não resolve o problema, porque os radioterapeu-tas se adaptaram a isso. E aí vai uma crítica de que o radioterapeuta teria de brigar para ter a atividade bem remunerada sem precisar de sub-terfúgios. Mas os radioterapeutas se adaptam e acabam exagerando na solicitação de procedimentos e

isso é aceito porque existe uma coisa muito interessante no Brasil: muitas operadoras ou não tem uma consul-toria ou auditoria em radioterapia ou deixam o oncologista fazer isso. Muitos oncologistas no Brasil contro-lam a oncologia e a radioterapia tam-bém. Como a radioterapia é barata, ele não controla e deixa passar. Está ocorrendo uma reação e a Socieda-de Brasileira de Radioterapia faz um trabalho fantástico, com congressos e formação de profi ssionais, mas no

“O FUNDAMENTAL DA TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA É SABER QUAL O PACIENTE SE BENEFICIARÁ DELA, PORQUE SE USAR TECNOLOGIA ELEVADA PARA TODO MUNDO, ELA SE BANALIZARÁ”

quesito da regulação, o papel dela deveria se inspirar um pouco mais nas sociedades europeias.

FH: De que forma?Santos: É preciso trabalhar um pouco mais a regulação, ao invés de estimular o embate. Por exemplo, quando colocaram um texto de um escritório de advogados no site dizendo: ‘entrem na justiça, pois as operadoras são obrigadas a pagar’. Portanto, há confrontamento, os ra-dioterapeutas estão muito infelizes, pois não podem fazer um tratamento básico e acabam usando subterfúgios, o que é super desconfortável para o profi ssional. Nas ope-radoras, o controle é feito, às vezes, por especialistas, mas em outras é feito por gente que não é da área e o resultado disso não é o melhor para o paciente. Como consultor, eu também quero o melhor para o paciente, a despeito de alguma limitação de legislação, e tento trabalhar com a operadora para que essa legislação não prejudique o pa-ciente e para que o radioterapeuta não tenha de se adaptar ao tratamento que não é o mais adequado, o que aumenta os custos da operadora. FH: A radioterapia da década de 80 é geral? Mesmo nos centros de excelência?Santos: Nos grandes centros de excelência o tratamento é sempre privado ou por grandes planos de saúde, que cobrem a despeito da legislação da ANS. Cobrem por-que têm esse produto para oferecer. Porém, a maioria dos planos de saúde no Brasil, que seguem as regras da ANS, acabam submetendo os pacientes a receber um tratamento que do ponto de vista técnico está defasado graças a essa legislação antiga e estática. Isso não ocorre por culpa do plano e, sim, porque não há uma atitude mais ativa por

parte dos radioterapeutas, da sociedade e até das fontes pagadoras. Mas isso está mudando.

FH: E por que a ANS não incorpora estas novas tecno-logias no rol?Santos: Falta uma atitude mais ativa, no sentido de mostrar como se deve incorporar tecnologia e por que se deve fazer isso. Mas quem deve ter essa atitude são os radioterapeutas e as entidades pagadoras, no sentido de buscar um equilí-brio e entender que determinada tecnologia pode ser mais cara inicialmente, mas se bem utilizada, tem um grande potencial de ter custo efetivo. Portanto, tem de existir uma parceria entre as entidades pagadoras e os prestadores de

serviço para que os resultados sejam “conferidos” após um tempo. Hoje é difícil saber quais são os resultados de determinado hospital para determinadas patologias. As operadoras têm um banco de dados enorme, e talvez por falta de especialistas nesse assunto, enfrentam difi culdades de avaliar o resultado de determinado tratamento aplicado nos últimos anos. Portanto, quando a ANS simplesmente coloca que cobre ou não cobre certo procedimento, não se deixa uma área intermediária, onde se poderia progressi-vamente incorporar novas tecnologias e, depois, de um tempo defi nido e acordado com critérios estabelecidos entre as partes, saber se o tratamento funcionou ou não. Essa é uma forma de vencer o atraso no tratamento brasi-leiro em comparação ao resto do mundo, mas sem cair no mesmo erro que a Europa e os Estados Unidos em épocas que sobrava dinheiro. Enfi m, é dividir o risco para que o paciente seja o benefi ciado.

FH: Mas as operadoras teriam interesse em incorporar isso? Porque quando a ANS amplia o rol há reclamações por parte delas.Santos: A radioterapia é barata no Brasil e nos Estados Unidos também de forma geral. Essa inovação tecnoló-gica que se propõe a fazer vai continuar a ser barata e isso a operadora pode até não acreditar em mim, mesmo como atuando como consultor nessa área (risos). Para saber se é caro ou barato, é preciso fazer estudos sobre custo-efetividade. O importante é saber qual paciente vai se tratar, mas ter a contrapartida do prestador para saber que o paciente internado há três anos, por exemplo, está bem e não teve toxidade, não re-internou e não gerou mais gastos para operadora, pois foi usada a melhor tecnologia.

FH: Como você foi parar na França?Santos: Meu pai me mandou estudar francês, quando tinha por volta de 12 anos e eu achava que sabia, até chegar aqui (risos). Quando estava na residência tive a sorte de conhecer o Cristiano Domange, chefe da oncologia do Instituto Gustave Roussy, que fundou junto com a esposa a Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia. Quando terminei a residência, comentei com Domange do meu desejo de morar no exterior e ele disse da tradição do Instituto Gustave Roussy em receber estrangeiros. Fiz a prova e fui aprovado. Em um congresso da Sociedade Franco-Brasileira, conheci um médico colombiano que tinha uma história de anos no Gustave Roussy e estava organizando um mestrado em radioterapia e novas tecnologias. Ele me convidou para fazer um mestrado ligado à universidade de Múr-cia, mas as aulas eram em Madri (Espanha). Como só assumiria meu posto no Instituto Gustave Roussy dali a um ano e meio, fi z o mestrado antes. Depois fui para França, onde estou há 3 anos.

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economia

TribuTos sobre medicamenTos

no BrasilBrasil está no topo de lista dos países que mais arrecada tributos.” “A questão tribu-tária apenas será resolvida quando o país

rediscutir o pacto federativo”. Essas são algumas das afirmações acacianas recorrentes quando é necessário avançar em um assunto espinhoso, a tributação sobre medicamentos (Conselheiro Acácio é personagem da obra Primo Basílio, de Eça de Queirós, célebre por dizer obviedades como se fossem geniais). Quando alguém não sabe, não pode ou não quer resolver algo, saca uma pérola assim. Para avançar é preciso identificar o pro-blema, suas causas e os interesses em jogo.

O problema fundamental é que parcelas relevantes de brasileiros não têm acesso aos medicamentos. A dificuldade de acesso leva os governos (particularmente nos países desenvolvidos) a organizar políticas assistenciais de sub-sídios ao consumo, e políticas econômicas (controle de pre-ços, redução de tributos, entre outras). O Estado brasileiro também faz tudo isso, porém, arrasta simultaneamente um entrave aos bons resultados das medidas: tributa medicamentos de uma forma injusta e ineficaz.

Tributos como ICMS, mais as várias contribui-ções e taxas, são injustos: adicionam custos de produção que acabam repassados ao preço final dos produtos e todos os consumidores pagam o mesmo, independentemente da renda. Pior, quanto mais pobre o consumidor, maior o peso relativo do tributo. São também inibidores do investimento: no médio e longo prazos tendem a diminuir o surgimento de novos negócios e de inovações. Ao incidirem sobre medicamentos são particular-mente prejudiciais, pelos efeitos evidentes sobre

a saúde e pela essencialidade do produto.Reduzir alíquotas e o número de tributos inci-

dentes sobre medicamentos de preços controla-dos reduziriam os preços finais, o que tenderia a facilitar o consumo e o investimento. Diminuiria também gastos públicos, pois parte das compras governamentais é tributada, ou seja, recursos or-çamentários dos medicamentos são drenados para as fazendas (federal, estaduais e municipais).

Quando comparada a outros países, a tributa-ção brasileira sobre medicamentos é elevada, um entulho herdado das políticas de estabilização monetária dos anos 90. Não é simples medir o

impacto da redução dos tri-butos no consumo de medi-camentos, porém, há no Brasil indiscutível demanda repri-mida; assim, a medida traria benefícios para o consumidor. As políticas assistencialistas para ampliar o acesso aos me-dicamentos (absolutamente imprescindíveis) não resol-

verão sozinhas o problema; é preciso, ao mesmo tempo, destravar o consumo e o investimento. Organizamos, juntamente com Antonio Britto, a coletânea “Medicamentos e Tributos” justamente para contribuir com a discussão.

A União e os estados, no entanto, resistem à redução dos tributos, apesar do aumento da ar-recadação nos últimos cinco anos. Por que? Para não abrir mão (no curto prazo) de dinheiro, o que é considerado “suicídio político”. Adicio-nalmente, é mais fácil, do ponto de vista das fazendas, tributar bens essenciais produzidos por um setor controlado e com baixa informalidade, como os medicamentos, e distribuir remédios rende votos muito mais facilmente que traba-lhosas alterações fiscais.

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Na jornada desafi ante que o setor percorre,alguns exemplos trilham caminhos quepodem servir como referências

o seu case de gestão pode servir como referência para o mercado.

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O estudo Referências da Saúde tem por objetivo retratar e destacar o grau de maturidade de gestão e de negócios de hospitais, operadoras de planos de saúde, centros de diagnóstico e empresas de home care. Este ano, os participantes tem a oportunidade de nos relatar um caso de sucesso na gestão. Consideramos casos de sucesso, qualquer iniciativa que tirou o discurso do papel e com isso gerou algum benefício para a gestão.

Participe, suas boas práticas vão inspirar a transformação do mercado de saúde brasileiro.

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Aos 15 anos, IT Mídia é uma marca forte, com reputação consolidada no mercado editorial brasileiro. Para a Central Nacional Unimed, operadora nacional do Sistema Unimed, tem sido importante acompanhar a evolução dos mercados e das inovações tecnológicas por meio das publicações da editora. Suas revistas, informes digitais, estudos, fóruns e catálogos são vitais para os negócios das companhias que atuam no Brasil, devido ao inteligente casamento da tecnologia da informação com a saúde. Que os próximos 15 anos tragam ainda mais crescimento para a empresa, sempre com o foco no desenvolvimento tecnológico e nos cuidados com a qualidade de vida. Parabéns!

Mohamad AklPresidente

Central Nacional Unimed

São poucas as iniciativas que conseguem combinar visão, inovação e empreendedorismo com seriedade, profi ssionalismo e excelência. Os 15 anos da IT Mídia mostram que essa combinação pode sim ser alcançada

com sucesso a partir da dedicação de um grande grupo de profi ssionais e por que não dizer amigos. Por tudo

isso, não é surpresa hoje ver a IT Mídia como referência, ajudando a fazer

com que nossas empresas, setores e País sigam avançando em direção a

um futuro melhor. Para nós da Cisco é uma felicidade poder compartilhar

desses objetivos, e deixamos nossos parabéns pelas conquistas passadas e

também futuras!

Rodrigo AbreuPresidente

Cisco

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Aos 15 anos, IT Mídia é uma marca forte, com reputação consolidada no mercado editorial brasileiro. Para a Central Nacional Unimed, operadora nacional do Sistema Unimed, tem sido importante acompanhar a evolução dos mercados e das inovações tecnológicas por meio das publicações da editora. Suas revistas, informes digitais, estudos, fóruns e catálogos são vitais para os negócios das companhias que atuam no Brasil, devido ao inteligente casamento da tecnologia da informação com a saúde. Que os próximos 15 anos tragam ainda mais crescimento para a empresa, sempre com o foco no desenvolvimento tecnológico e nos cuidados com a qualidade de vida. Parabéns!

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São poucas as iniciativas que conseguem combinar visão, inovação e empreendedorismo com seriedade, profi ssionalismo e excelência. Os 15 anos da IT Mídia mostram que essa combinação pode sim ser alcançada

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ra início dos anos 1980 quando ataques a sistemas de computadores come-çaram a se tornar comuns, principalmente em grandes empresas como Los Alamos National Laboratory, o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, a AT&T e, até mesmo, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Con-vém voltarmos ao tempo para entender o momento e o futuro da Segurança da Informação (SI), que tanto tem assombrado as companhias ao redor do mundo incluindo Saúde, que não é diferente.

A confi dencialidade dos dados e da informação é, sim, um tema antigo e ex-tremamente crítico para hospitais, operadoras de saúde e centros de diagnóstico por uma simples questão: quanto mais digital as pessoas se tornam, mais facilmente as informações circulam. Está claro: à medida que o acesso à internet cresce, aumentam as fragilidades, as exposições e os ataques.

“Isso deixa uma preocupação grande na gestão da Segurança da Informação dos hospitais, operadoras e seguradoras. Até no próprio SUS vimos uma real preocupação do Ministério da Saúde, principalmente por conta do fenômeno da consumerização, que leva à necessi-dade de um investimento maior em DLP [prevenção contra a perda de dados]”, avaliou a advogada especializada em direito digital Patricia Peck, durante o debate.

No entanto, em face da velocidade com que a tecnologia avança e com que cresce o número de usuários e dispositivos conectados às redes é cada vez mais decisivo o treinamento e a conscientização de usuários - e há forte tendência que isto seja incluído na legislação – como já acontece em outros países.

A MOBILIDADE E O DIGITAL SÃO UM CAMINHO SEM

VOLTA E, NA SAÚDE, A DISCUSSÃO SE TORNA

CRÍTICA POR LIDAR COM OS DADOS DOS

PACIENTES. PARA ENTENDER COMO O SETOR ESTÁ

CONDUZINDO A SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO, A IT MÍDIA REUNIU CIOS E

ESPECIALISTAS DA ÁREA EM UM DEBATE. O RESULTADO VOCÊ CONFERE A SEGUIR

Thaia Duó • [email protected]

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É consenso entre os participantes que o fator humano (o que os empregados fazem ou deixam de fazer) representa o maior risco aos sistemas de informação e aos ativos nas instituições. Soma-se a isso a era das redes sociais, em que praticamente não há fronteiras entre vida profi ssional e pessoal, e pode-se afi rmar que beira o impossível evitar, apenas com tecnologia, o vazamento de informa-ções e de que assuntos de trabalho se tornem pú-blicos em redes sociais, o que leva as empresas à constante exposição.

Neste contexto, somente o treinamento, a cons-cientização dos colaboradores e alguma legisla-ção que suporte os casos de não conformidade podem evitar vazamentos e exposição indevida. “Não adianta implantar tecnologia se não cons-cientizar os usuários”, diz o gerente de Segurança da Informação e Compliance do Hospital Israelita Albert Einstein, Arlen Feitosa.

O executivo conta, abertamente, que a instituição tem 11 mil funcionários e, consequentemente, 11 mil potenciais riscos. Sem falar do grande volume de pacientes, visitantes e prestadores de serviço. “O principal pilar da nossa Segurança da Infor-mação é a conscientização”, reforça. “Temos cinco mil estações de trabalho, um enfermeiro tem uma estação única que precisa ser compartilhada, e aí? O único caminho é trabalhar o fator comportamental.”

Tanto as competências técnicas quanto as de treinamento e conscientização são consideradas importantes, o que coloca ainda mais pressão so-bre o Chief Security Officer (CSO). Se já é difícil avaliar quantitativamente os riscos de modo que as salvaguardas não superem os custos destes – há, agora, a necessidade de quantificar os esforços por conscientização e definir a estratégia correta para treinamento.

Uma alternativa encontrada pelo gerente de TI do Hospital Samaritano de São Paulo, Klaiton Simão, é separar a segurança de dados da segurança da informação. A estratégia tem foco em políticas, não necessariamente corporativas, mas na maneira de pensar a Segurança da Informação. Na prática, na segurança de dados estão software e hardware, sob responsabilidade da TI do hospital, enquanto a SI responde diretamente para Compliance.

“Hoje o mercado oferece muitas alternativas boas em termos de segurança de dados e tudo que é novo a gente tem, mas a questão da segurança da informação é infi nitamente mais complexa e sai do âmbito da TI”, explica Simão.

Uma conversa em elevador entre dois médicos é algo para compor essa política, por exemplo. São questões delicadas que não deveriam ser tratadas naquele momento, segundo Simão, que vê essa

realidade como desafi adora. “Temos hoje cabe-ças analógicas pensando em um mundo digital. A legislação, que antes não garantia quase nada, continua sem garantir, mas recebe um holofote maior por conta do potencial de estrago que existe hoje, muito maior do que tempos atrás.”

Não tão distante, a equipe de Feitosa, do Albert Einstein, também traçou uma estratégia pareci-da. Além da conscientização dos colaboradores, o hospital acredita que ter uma estrutura segregada em função das particularidades do assunto é pri-mordial – lá, a Segurança da Informação reporta para a diretoria fi nanceira.

E a grande batalha é construir uma relação de confi abilidade com os clientes e parceiros de negó-cio. Nesse contexto, as instituições passam a lidar com SI de uma forma mais ampla, onde estabele-cem que sistemas integrados de controles internos, estruturas de administração de segurança da in-formação e auditorias preventivas são reportadas diretamente a áreas não ligadas a TI.

CONEXÃO DESCONECTADAÉ importante compreender que a tecnologia avan-

ça muito todos os dias. Assim todos de auditoria, controladoria, compliance, controles internos e riscos devem buscar melhorias para organização e entender o que está acontecendo.

Não faz muito tempo, a TI das empresas, no geral, bloqueavam os acessos a e-mail particular, sites ou páginas de internet que não tinham relação com o trabalho exercido pelos colaboradores. Mas com o advento dos smartphones, tablets, redes sem fi o, mobilidade digital, vem à pergunta: como bloquear os acessos remotos?

Esse é ainda um problema sem resposta. Às vezes, até pelo motivo de o próprio hospital incentivar o uso, ao trabalhar sua marca nas redes sociais. O Samaritano, por exemplo, tem o Facebook como ferramenta de trabalho e não vê outra saída a não ser liberar o acesso. “Como posso restringir o acesso do corpo de trabalhadores? Não tem como. Nós não bloqueamos”, conta Simão. “O grande desafi o é a mudança na nossa maneira de ver e tratar essa questão da segurança da informação.”

Hoje, menos de 10% das empresas monitoram o uso do Facebook, YouTube, LinkedIn e outros sites de redes sociais por seus funcionários, com o objetivo de identifi car falhas de segurança. Muitas recorrem ao monitoramento para a gestão de mar-ca e marketing, revela estudo recente do Gartner.

O Hospital Albert Einstein, por exemplo, criou uma área dedicada exclusivamente ao monitora-mento contínuo da marca e, assim como o Sama-ritano, permite o acesso de seus colaboradores às

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BYOD: o médico está preparado?Acessar, sim. Mas do dispositivo corporativo ou particular? Será que o médico e as instituições estão preparadas para adotar ao conceito “bring your own device (BYOD)” ? O Hospital Samaritano tem a perspectiva de aderir ao BYOD nos próximos meses. Até o momento, os dispositivos móveis liberados na instituição são corporativos. “Esperamos apenas a demanda BYOD ficar alta, aí sim vamos liberar. Estamos dando a oportunidade para as pessoas amadurecerem sobre esse cenário, não sei se isso vai acontecer em três ou seis meses, o fato é que vamos adotar”, diz Simão.O crescente número de médicos que solicitam o envio de resultado de exames para seus iPads é outro ponto favorável à decisão do Samaritano. “O médico quer receber o resultado no seu iPad e fica muito chateado quando dizemos não. Parece até que o risco é 100% da TI, como se a TI fosse quem decidisse se vai ou não liberar. Não é um jogo de empurra, a TI não pode assumir isso sozinha, é uma maneira de demonstrar que o mundo mudou. É uma decisão institucional e não técnica”, conclui.Recentemente, o hospital investiu em estratégia de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM), com foco em evitar possíveis danos em caso de perda. De acordo com Simão, o investimento inclui parte de disponibilidade de sistema, site remoto de contingência e servidores em cluster. “Na pior das hipóteses saímos com relatórios impressos nas mãos. E aí voltamos para o mundo analógico, mas pelo menos o paciente não corre riscos. Aconteça o que acontecer, seja qual for seu nível de investimento, o paciente não pode ser afetado nem desassistido.”

redes sociais, mas garante que estuda uma maneira de gerenciar o uso de forma efi caz. “Tentamos fortalecer a cultura de SI e temos percebidos um grande diferencial na saúde,

que é o comprometimento com as questões internas de ética. Existem casos de desvio, sim, mas na base isso é levado muito a sério”, revela Feitosa.

O Metrus, Instituto de Seguridade Social, acredita que é possível discorrer por diversas soluções, mas o que falta no País é a conexão entre educação e saúde. “Essa desconexão que existe atualmente faz muita diferença quando se fala em compartilhar. O Brasil é ‘top’ em redes sociais, compartilhamos tudo, mas não defi nimos o que entendemos por priva-cidade”, diz o coordenador de TI do Metrus, Efrain Saavedra.

JUSTA CAUSADe acordo com o Tribunal Superior do Trabalho colocar fotos nas redes sociais pode

resultar em dispensa por justa causa. A decisão surgiu após uma enfermeira ter sido de-mitida pela empresa por justa causa, em razão da sua página de relacionamento ilustrar fotos sem autorização, que remetiam a brincadeiras e expunham pacientes e enfermeiros. A profi ssional entrou com pedido de descaracterização da justa causa, com indenização por danos morais, alegando que o hospital praticou ato de discriminação, uma vez que outros colegas de trabalho também publicaram fotos com o mesmo teor e não foram punidos. Apesar de, em primeira instância, a profi ssional ter tido sucesso, a decisão foi revista e os pedidos indeferidos.

Esse cenário mostra a realidade de esforço conjunto da área de segurança da informação,

No Brasil...42% das empresas permitem a utilização de smartphones pessoais no ambiente de trabalho.

E a projeção é que esse número ultrapasse 50% até o � nal de 2012.

*De acordo com a consultoria IDC

No mundo...350 milhões de empregados estarão usando seus próprios dispositivos para o trabalho até 2014.

150 milhões de pessoas usam os seus próprios telefones e tablets no trabalho. Isso signi� ca que os usuários BYOD (bring your own device) vão mais que dobrar nos próximos anos.

* Relatório da Juniper Research (2012)

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em hospitais, principalmente aqueles que normal-mente cuidam de celebridades. Nesse caso, Patrícia Peck aconselha colocar placas informativas sobre a proibição de capturar imagens naquele local. “Assim é possível ter a prova que não houve conivência nem negligência. Delimitem. Tem de deixar claro: o risco não é seu, mas sim do seu negócio.”

O excesso de disponibilidade de serviços de com-partilhamento tem de ser visto com atenção. Em al-gumas situações pode ocorrer o contrário do caso da enfermeira mencionado pelo TST. “Nossa reputação depende de um coletivo de pessoas. É complicado, temos que pensar em como proteger a imagem da instituição muitas vezes de algo que não foi realizado por pessoas internas”, avalia Saavedra, do Metrus.

O papel de desenvolver políticas vai muito além de placas espalhadas pelos corredores de hospitais. A utilização do e-mail corporativo para fi ns diversos e não, exclusivamente, para o desempenho de ativida-des inerentes a rotina de trabalho pode caracterizar também justa causa, além da quebra de integridade da informação.

O DONO DA INFORMAÇÃOA lei é clara: a informação é do paciente e é muito

comum ver discussões acaloradas em torno disto. Depois que a informação é dada ao doente cabe a ele protegê-la.

“Nossa lei é rigorosa nesse sentido, se houver suspeita de vazamento de informação do paciente, ela recai no fi el depositário. Então, quem deve fazer a prova de que não vazou dali é a instituição, por isso é necessário guarda histórica sem subscrição e, lógico, investimentos em políticas de segurança, de privacidade, do uso de sites seguros e conscientizar as equipes”, explica Patrícia. A advogada avalia ainda que o usuário da saúde não tem a cultura de cripto-grafar a informação e a entidade acaba por assumir a responsabilidade da negligência.

Para isso, a parte da legislação é bem estabelecida em termo de segurança da informação. Falta por outro lado, estabelecer políticas sobre quem pode e o quê acessar, em quais circunstâncias a privaci-dade da informação pode ser quebrada em prol do próprio paciente. “No Canadá existe uma norma

nacional sobre privacidade e nela há uma série de normativas para orientar os hospitais sobre o que pode ou não ser acessado”, conta o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano Alves da Costa.

Um exemplo comum são as ano-tações feitas pelo médico em um papel à parte sobre a personali-dade do paciente, que de alguma forma interfere no decorrer do tra-tamento, essa observação privada deve ser revelada ou não para o paciente? Tem que ser posta no prontuário? De acordo com Costa, essa é uma discussão em pauta há muito tempo e, ainda, precisa ser muito debatida.

Patrícia arrisca: “Os médicos já deveriam ter aprendido sobre o que anotar no prontuário ou no papel. A informação tem de estar acessível para que seja garantido o uso dela, porque, se difi cultar demais o aces-so, o brasileiro dará um jeitinho.”

Para Simão, do Samaritano, está cada vez mais relativa essa ques-tão do que é ou não confi dencial. “Talvez o caminho seja pensar em tirar da instituição de saúde o papel de guardião desse dado e delegar esse papel ao paciente, pois ele é o dono fi el desse registro e com isso faz o que bem entender. Ele decide divulgar ou não pra quem quiser e como quiser. O que está aconte-cendo hoje não vai mudar”, sugere.

Atualmente, no Samaritano todo suporte de cuidado ao paciente é feito por meio de uma plataforma informatizada. Por ser um hospital geral, a instituição lida com a ques-tão de alguns médicos defenderem que todos integrantes de sua equi-pe tenham acesso ao prontuário de determinado paciente, o que entra na questão da segurança de dados e da segurança da informação, cita-do no início desta reportagem. “Na

Klaiton Simão, Hospital Samaritano: Temos cabeças analógicas pensando em um mundo digital

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prática isso se mostra inviável. O paciente circula pelo hospital, é operacionalmente impossível. Isso signifi ca dizer que qualquer profi ssional da institui-ção pode acessar dados do prontuário em qualquer uma das estações. Estamos multiplicando o risco do acesso indevido e nos deparando com questões que nesse momento são impossíveis de solucionar”, diz Simão.

Outro ponto é que o Samaritano disponibiliza ta-blets e carrinhos móveis com notebooks para fun-cionários operarem com Wi-fi . “Esses dispositivos trafegam por todo o hospital. Claro que há toda uma orientação com as políticas divulgadas e trei-namento para os funcionários terem cuidado, mas não é impossível que o carrinho seja esquecido ali no corredor”, declara Simão.

Mas e quando se trata de lidar diretamente com crianças, é diferente? O pronto- socorro do Hospital Infantil Sabará atende em média 550 pacientes por dia, fato que fez com que a instituição colocasse em prática o prontuário eletrônico e um fi m no tráfego de papéis. De acordo com diretor de TI e Facilities do hospital, Milton Alves, pelo aspecto fi nanceiro, era muito confuso lidar com tantos documentos fí-sicos. “Com isso, resolvemos uma grande questão no aspecto econômico fi nanceiro, porque, no que diz respeito à confi abilidade da informação, não vejo outra alternativa a não ser a questão de certifi cação digital, que ainda acho tímida”, afi rma. “Estamos co-meçando a tratar a SI, nem sempre temos orçamento para tal, mas é inevitável e temos de fazer”, pontua.

No Einstein, o paperless é uma questão crítica. O tempo de duração de um prontuário físico de um paciente é quase que para sempre e levando, esse conceito de que o prontuário é do paciente e deve ser guardado permanentemente, a área de SI trabalha para tornar o plano muito agressivo, segundo Feitosa.

“Não me leve a mal, mas a segurança da informação é muito mais importante na saúde do que em uma instituição fi nanceira. Na saúde, o proprietário da informação é o paciente e dado ao volume de gen-te dentro de um hospital, se ocorrer vazamento de dado, esse paciente pode estar numa ilha deserta portando um smartphone e saberá que ele é aquela pessoa. Isso pode trazer grandes consequências para a instituição”, considera.

PARANOIA REAL?Mas como pode um sistema eletrônico ser mais

intrigante para a TI e a SI do que os milhares de papéis físicos empilhados nos corredores dos hos-pitais, por exemplo?

Essa “paranoia digital”, na verdade, não é reconhe-cida como tal pelo setor. “Não acho que seja paranoia, é questão de entendimento dos riscos associados, dos deveres, do que pode ou não fazer. E essa questão de maiores riscos está internamente, é extremamente crítica”, considera Feitosa, do Hospital Albert Einstein.

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Arlen Feitosa, Hospital Israelita Albert Einstein: Não adianta implantar tecnologia se não

conscientizar os usuários

Milton Alves, Hospital Infantil Sabará: Nem sempre há orçamento para Segurança da Informação

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TISS: quando a necessidade fala mais alto que a regula-mentaçãoO Hospital Infantil Sabará colocou em prática a assinatura digital da Guia TISS. A TI da instituição percebeu que o papel era cada vez mais inviável com o alto volume de internações diárias. “A guia TISS vai ser capturada no tablet e o responsável pelo paciente vai assinar ali. Se isso está regulamentado eu confesso que não preocupei, eu me preocupo com as operadoras de saúde que aceitaram aquela assinatura. Não vou mais assinar no papel”, conta Milton Alves, diretor de TI e facilities do hospital. A advogada especializada em Direito Digital, Patrícia Peck, diz que o processo adotado pela instituição é legal. No contexto de mobilidade, a especialista alerta para políticas específicas, principalmente no caso do Sabará, que lida com crianças e adolescentes, em sua maioria portadora de dispositivos móveis. “O paciente já vem para o hospital com um aparelho, por isso é essencial uma norma clara de mobilidade mesmo quando se está usando nuvem. Do ponto de vista jurídico, quanto mais específica ela for, mais proteção legal existe frente ao Judiciário”, diz.

É muito mais do que adotar novas tecnologias, envolve a conscientização tão falada pelos executi-vos no debate. O digital, segundo Patricia Peck, gera mais rastreabilidade e contribui para o crescimento da prova jurídica em determinados casos. “Tem riscos que eu não tenho como evitar, mas tenho como provar que não houve negligência. Wi-fi é um exemplo de algo que não é do nosso negócio, é apenas para ser benefício para o cliente, então terceiriza. Não precisa estar no seu IP”, aconselha.

No papel ou no digital, a fraude no ambiente de trabalho merece atenção, pois é um câncer presente em praticamente todas as organizações. O percentual de companhias e a maneira como cada empresa é afetada variam de pesquisa para pesquisa. A Kroll Advisory, em recente trabalho, indica que 74% das companhias latino america-nas são afetadas por fraudes corporativas.

Um estudo internacional do Reino Unido mos-tra que quanto maior o uso do papel e interfe-rência humana no processo, sempre será maior o risco de fraude. Mas Patrícia destaca: “Isso não quer dizer risco de vazamento”. Porém, de acordo com a especialista, o digital, quando vaza, gera um nível de potencialização bem maior.

Para ser efetiva no combate à fraude é man-datório que a organização considere o processo de segurança da informação e que a tecnologia possa ser auditável.

“Precisamos que as políticas de SI sejam orga-nismos vivos. O Metrus é um exemplo de insti-tuição que antes de ser operadora é um fundo de pensão e, por isso, temos dois agentes regula-dores e somos auditados, em média, sete meses ao ano”, diz Efrain Saavedra. “A tecnologia é falível, por isso processos de auditoria e de con-formidade caminham juntos e possibilitam que a segurança da informação pertença às pessoas, para que elas possam ser nossos auditores no dia a dia. Isso garante muito mais que integridade.”

De fato, os participantes do debate possuem opiniões diferentes quando o tema é a paranoia digital. “O que está havendo é a descoberta do potencial de dano e a busca por soluções. O momento é de amadurecimento e compreensão do cenário”, avalia Simão, do Samaritano. Para ele, o que acontecerá daqui para frente é uma adequação dos papéis em relação aos cidadãos, sociedade como um todo e ao governo, cada um entendendo melhor qual seu papel e suas responsabilidades.

“Minha percepção como cidadão é que há uma leniência por parte do Judiciário em relação a crimes virtuais. Falta uma legislação fi rme, que represente efetivamente uma preocupação para o infrator. Hoje o violador está se sentindo tranquilo e seguro para praticar seja lá o que for, porque na pior das hipóteses, vai ter de arcar

Patricia Peck: Wi-� é um exemplo de algo que não é do nosso negócio, é apenas para ser benefício para o cliente, então terceiriza. Não precisa estar no seu IP

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

Entenda as regulamentações do CFMNo Brasil, o uso do PEP é regulamentado pela Resolução CFM n.º 1.821/2007. Principais Disposições:• Autoriza o uso de sistemas informatizados para a guarda e manuseio de prontuários de pacientes e para a troca de informações identificada em saúde, eliminando a obrigatoriedade do registro em papel, desde que esses sistemas atendam integralmente aos requisitos do Nível de garantia de segurança 2 (NGS2).• O Nível de garantia de segurança 2 (NGS2), exige o uso de certificados digitais ICP-Brasil.• Estabelece a guarda permanente para prontuários médicos arquivados eletronicamente, em meio óptico ou magnético e microfilmado.• Determina o prazo mínimo de 20 (vinte) anos para a preservação dos prontuários médicos em suporte de papel.• A ISO 27999 trata do acesso físico aos equipamentos que armazenam dados de saúde e informa que todas as informações sobre saúde precisam ser criptografadas

O que é preciso para implementar Saúde Digital:• Termo de Uso do Ambiente e vacinas legais para as interfaces gráficas;• Termo de Confidencialidade;• Termo de Coleta Biométrica;• Referência para extração de análises dos dados de Prontuário Eletrônico para fins estatísticos (não identificáveis);• Capacitação por meio de palestras e treinamentos para construção de uma cultura Paperless na Saúde, orientando médicos e equipes sobre o uso ético, seguro e legal do Prontuário Eletrônico;• Atualização do Código de Conduta Médica sobre novos temas.

com algumas cestas básicas”, conclui.A verdade é que há alguns anos quando se

falava de prontuário eletrônico havia receio se aquele dado uma vez informado podia ser alterado. Sempre houve esse temor, de acordo com Costa, da SBIS.

“Naquele momento, essa era uma paranoia com certo sentido, que poderia acontecer. Por outro lado, ainda há uma grandíssima quantidade de prontuário médico em vários lugares. Em consultórios, o cenário é ainda pior. Eles não usam banco de dados ou usam

um muito simples. Isso gerou certa paranoia justificada sobre esse assunto, com advento da internet e popularização da mídia social”, conta Costa. “A paranoia é sim um fato real. Existe o poder danoso de uma informação ser popularizada”, considera.

Milton, do Hospital Infantil Sabará, con-clui: “A responsabilidade nossa é muito maior, pois estamos herdando questões que os hospitais durante séculos deveriam ter resolvido para não chegarmos nesse mo-mento paranoico.”

Cláudio Giulliano da Costa, SBIS: A paranoia é um fato real

Efrain Saavedra, do Metrus: A tecnologia é falível, por isso processos de auditoria e conformidade devem caminhar juntos

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respeito a população.

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1. CIOs e especialistas de TI discutem a preocupação com a paranoia digital.

2. Confira a cobertura completa do encontro, com fotos e vídeo em www.saudeweb.com.br

3. Daniella Iglezia (IT Mídia) eCarlos Suslik (PWC).

4. Marcelo Fraile (T-Systems),Luiz Ladeira (Cerner), Marcelo Malzoni (IT Mídia) e Nilton Higuchi (T- Systems).

5. Será que a segurança da informação é apenas responsabilidade da TI? Questio-naram os debatedores.

6 e 7. No intervalo, pausapara relacionamento.

8 e 9. Representantes da indústriae CIOs estiveram presente no debate.

10. Lucrécia Oliveira e Roberto Mota (Benner) com Rodrigo Morais (IT Mídia).

Sua empresa está segura na era digital? Para debater o assunto, a IT Mídia reuniu

representantes do setor

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10Fotos: Ricardo Benichio

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Pesquisa “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” mostra que investimentos em TI são executados conforme planejado, mas ainda há dificuldades para implantar estratégias; profissionais também apontam gargalos como planos da área, resistência às mudanças e falta de mão de obra qualificada CIOPercalços doos

ealizado pela IT Mídia, o estudo “Antes da TI, a Estratégia em Saúde” apontou que 53% das instituições do setor estão executando os investimentos e iniciativas conforme o pla-nejado, mas ainda há dificuldades para implantar as estratégias e, por isso, a TI acaba sendo percebida como um gargalo. “Isso se deve a fatores como grau de automação insuficiente, processos dependentes de pessoas, integração inadequada dos sistemas e muitas planilhas para dar conta das informações”, comenta o consultor Sergio Lozinsky, parceiro da IT Mídia na pesquisa.

Os CIOs que participaram do debate sobre este assunto no Intercâmbio de Ideias do IT Forum+ , realizado na Praia Forte (BA), apontam, como fator de risco interno à implementação da estratégia, a resistência às mudanças. “Eventualmente, a TI não está contemplada nas macroestratégias das institui-ções de saúde. Esta resistência às mudanças soa como um lamento do CIO à estratégia organizacional, mais do que algum tipo de restrição dos usuários”, pondera o gerente de TI do Hospital Samaritano de São Paulo, Klaiton Simão.

Entre os fatores externos de risco está a falta de mão de obra qualificada, apontada por 53,55% dos profissionais que responderam à pesquisa. Além disso, os executivos percebem o impacto da chegada das novas gerações ao mercado de trabalho e o impacto que a TI pode ter na captação e retenção de talentos. “A Geração Y demanda TI sob o aspecto do RH. Estas pessoas não querem se en-quadrar nas regras da empresa e querem acesso às redes sociais, possibilidade de personalização do fundo de tela e do próprio local de trabalho, etc. Por isso, a TI e as polí-ticas de uso destas ferramenas têm influência na decisão de permanecer ou não no cargo”, diz o gerente de TI do Hospital Santa Catarina, Aécio Rodrigues da Rocha.

Estratégico ou crítico?O estudo aponta que a TI parece fazer parte dos planos

estratégicos das organizações de saúde: 52% dos profis-sionais que responderam à pesquisa se dizem ligados à presidência, 40,79% afirmam que a instituição vê TI como estratégico e, embora busque retorno sobre os investimentos realizados, cobra de TI uma postura de inovação e aplicação de novas tecnologias que tornem os negócios mais competitivos e inovadores, e 49,01% preparam o orçamento com base na estratégia de TI em vigor e o submetem à diretoria, para aprovação e eventuais ajustes.

Na visão dos CIOs, porém, pode haver uma confusão entre o entendimento do que é estratégico e o que é crítico. “Um caso que justifica esta resposta, por exem-plo, é o investimento no parque tecnológico da área de diagnóstico. O gestor não tem a intenção, mas precisa investir em TI para suportar estes equipamentos. Ele não acha que investir em TI é diferencial competitivo ou valor estratégico, mas entende como um recurso necessário para o dia a dia da operação”, exemplifica o diretor de TI do Hospital das Clínicas da Unicamp, Edson Kitaka.

“Em saúde, o perfil de TI é de formação técnica e não estratégica. O profissional de TI é aquele que atua no desenvolvimento e atendimento da demanda dos usuários, suporte e resolução de problemas e a dis-tância entre o CIO e a equipe ainda é muito grande”, complementa o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano Alves da Costa, também parceiro da IT Mídia no estudo.

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Grau de InfOrmatIzaçãO

acham que o fornecedor de TI é satisfatório para atender as demandas mais urgentes, mas pouco efetivo nas questões estratégicas

dos CIOs consideram que estas ferramentas atendem totalmente às necessidades do negócio

usam sistema de apoio à decisão

utilizam Prontuário Eletrônico do Paciente

dos respondentes utilizam prescrição eletrônica

afirmam que vão comprar soluções estratégicas em 2012, destes, 44% veem o investimento em Segurança da Informação como prioritário

das organizações já implementou um ERP e possui algumas aplicações em BI, mas ainda dependem de planilhas e aplicações legadas limitadas para suportar os processos do negócio

59,57%

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Aécio da Rocha, Hospital Santa Catarina: geração y demanda a TI

sob aspecto do RH

Cláudio Giulliano da Costa e Sergio Lozinsky: parceiros

da IT Mídia no estudo

Edson Kitaka, do Hospital das

Clínicas da Unicamp: gestor ainda não vê a TI como estratégia

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TI e Engenharia Clínica trabalham juntas para padronizar atendimento na Rede D’Or

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dadasassando por um forte processo de aquisição de hospitais por todo o Brasil, a Rede D’Or tem no trabalho conjunto entre as áreas de TI e Engenharia Clínica apoio para padronizar o atendimento, especialmente em diagnóstico

por imagem, nas unidades adquiridas, já existentes e em fase de planejamento.

Desde 2001, o grupo adotou a radiologia digital, com o objetivo de reduzir o consumo de insumos e facilitar a manipulação das imagens, distribuição dos resultados e busca de exames, modelo que hoje já é adotado por todas as unidades hospitalares. “A TI faz parte do comitê executivo e conhece a estraté-gia do negócio, por isso, sabe quando e quanto será demandada. Nas aquisições, TI e engenharia clínica participam da integração e fazem diagnósticos de todas as áreas do hospital. Depois, acompanhamos em reuniões semanais como tem sido esta interação. A locação orçamentária também é feita em conjunto. Quando surge a demanda por um novo equipamen-to, especialmente de imagem, a TI já é envolvida, porque se sabe que isso vai exigir um investimento da área”, explica o diretor de TI da Rede D’Or São Luiz, Marlon Oliveira.

Cabe à TI e à Engenharia Clínica fazer o estudo de demandas das unidades adquiridas, com o perfil das máquinas e volumes de exames, para enquadrá-las no padrão digital da rede, que usa uma solução própria de RIS Radiology Information System e PACS (Pictu-

re Archiving Communication System), já com padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Me-dicine). “Temos equipamentos de várias marcas e eles já conseguem conversar por este padrão. Nosso sistema próprio também permite integração com o HIS (Hospital Information System) e as imagens têm tráfego segrega-do na rede, para não impactar as outras áreas”, conta.

Para Oliveira, o sucesso da integração se deve tam-bém ao fato de a equipe de TI ter pessoas com visão de negócios e estar estruturada de forma a buscar a melhoria contínua de processos. “Quem encabeça a solução de RIS é um médico, que conhece a rede e tem visão de negócios. Também temos escritório de projetos e de processos dentro da equipe, com profissionais com certificação PMP/PMI (Project Management Professional / Project Management Institute), gerências médica, de sistemas, telecomu-nicações e tecnologia (banco de dados e infraestrutura) e de operações, composta por 200 pessoas, sendo 60 na área corporativa”, revela.

Entre as melhorias em estudo estão a criação de uma central de laudos, interface web e aplicativo mobile para acesso e distribuição dos exames.

Marlon Oliveira apresentou o case durante o Inter-câmbio de Ideias: Engenharia Clínica- Como estas duas áreas podem trabalhar alinhadas para aprimorar o uso dos recursos e prover os melhores resultados assistenciais e de negócios”, no IT Forum+, realizado pela IT Mídia, na Praia do Forte (BA).

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Marlon Oliveira, da Rede D´Or: Até a

locação orçamentária é feita em conjunto

Cylene Souza • [email protected]

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S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lO s m e l h O r e s c O n c e i t O s e p r á t i c a s d e g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i t a l

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RIS/PACSpatrocínio:

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saúde business school

i n t r o d u ç ã odepoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School continuamoS com o projeto. eSte ano, falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde

na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro ano do projeto saúde Business school o tema tecnologia da informação em saúde. ainda que exista literatura sobre o tema, a nossa função aqui é construir um manual prático para a geração de um ambiente de tecnologia hospitalar mais seguro, que auxilie e oriente as equipes

o projeto envolve oS SeGuinteS temaS:

módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais

módulo 2 - O papel do ciO

módulo 3 - governança de ti nos hospitais

módulo 4 - erps

módulo 5 - segurança dos dados

módulo 6 - terceirização de ti em hospitais

módulo7 - prontuário eletrônico

módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti

módulo 9 - riS/pacS

módulo 10 - gestão dos indicadores

módulo 11 - mobilidade nos hospitais

módulo 12 - cloud computing

na organização de seus departamentos de ti e na interação da área com os stakeholders.em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo para você. Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados em nosso site: www.saudeweb.com.br

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faBio roSSetto

a implantação do SiStema pacS

O sistema pacs (picture archiving and communication system - sistema de comunicação e arquivamento de imagens) refere-se a um sistema que lida com a digitalização, pós-processamento, distribuição e armazenamento de imagens médicas. as imagens são obtidas de equipamentos como os de ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada, endoscopia, mamografia, radiografia, entre outras modalidades de sistemas médicos.as principais funcionalidades do pacs são: facilidade e agilidade na busca de pacientes, worklist da estação de trabalho, integração entre sistemas, manipulação de imagens, acessibilidade, reconciliação de dados e segurança.O conceito de pacs começou a ser estruturado durante a década de 80 e foi apresentado como solução para o gerenciamento de imagens digitais em radiologia, possibilitando a troca de dados de manei-ra consistente e automática. de acordo com a definição da nema (american national association of electric machines), um pacs deve oferecer, dentre diversos aspectos, visualização de imagens em estações de diagnóstico remotas, armazenamento de dados em meios magnéticos ou ópticos para recuperação em curto ou longo prazo, comunicação em redes locais ou expandidas e informações departa-mentais que ofereçam uma solução integrada para o usuário final.com a revolução tecnológica ocorrida nas últimas décadas, observa-se no mercado um conjunto de sistemas que se propõe a realizar diversas tarefas específicas, desde o agendamento e cadastro do paciente até a execução dos exames e emissão de laudos. Os dados de um mesmo paciente ficam dispersos nas bases de diversos sistemas heterogê-neos, sendo necessária uma integração que assegure sua paridade referencial. a integração do pacs com os sistemas de informação em radiologia (radiology information system, ris) e de informação hospitalar (hospital information system, his), forma a base para o adequado funcionamento de um serviço de radiologia.

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sãO muitOs Os BeneFíciOs desta integraçãO, dentre eles:

• Registro único de paciente;

• Registro de acesso universal;

• Gerenciamento e distribuição de imagens;

• Eliminação de filmes radiológicos;

• Redução do impacto ambiental causado pela utilização do filme e reve-ladores químicos;

• Redução de custos;

• Redução do tempo de espera do paciente/corpo clínico para diagnóstico;

• Eficiência operacional;

• A substituição dos filmes radiográficos em favor da utilização das ima-gens digitais: a constante queda dos preços do armazenamento digital oferece uma crescente vantagem na relação custo/benefício do formato digital em comparação ao armazenamento em filme;

• Utilização da Telemedicina.

Outros resultados após integração com his são: a diminuição de erros de digi-tação, o aumento de produtividade, a redução do tempo de espera, a distribuição de cds (laudo e imagens) aos pacientes, além da agilidade nas consultas.para o sucesso desta integração, é necessário assegurar um ambiente de rede amplo e integrado, que permita não somente que os grandes volumes de dados gerados pelos sistemas digitais sejam completamente arquivados e disponibi-lizados eletronicamente, mas também a consulta eletrônica dos dados vincu-lados às imagens em cada base. para tanto, é fundamental - além da configu-ração adequada das tabelas - o adequado dimensionamento de banco de dados e de suas interfaces, uma arquitetura cliente/servidor bem estruturada com todos os serviços e a disponibilização de área de armazenamento (storage) adequada ao volume de informações. todos estes pontos são importantes para assegurar que a comunicação ocorra de maneira correta.

uma implantaçãO segura, tam-Bém deve FOcar alguns aspec-tOs impOrtantes, tais cOmO:

• Idealização da situação futura;

• Nível de adequação da capacitação dos colaboradores de TI;

• Nível de adequação da arquitetura empresarial (sistemas, dados, integra-ção, informação e infraestrutura);

• Identificação e priorização das ini-ciativas dentro dos níveis adequados de orçamento de TI;

• Levantamento e análise das soluções disponíveis no mercado, conforme necessidade do cliente.

O gerenciamento do projeto é outro aspecto importante para o sucesso na implantação do pacs, que visa assegu-rar a clareza na transmissão de ideias e alinhar expectativas em relação ao resultado. ele deve contemplar as fases de concepção, levantamento do projeto, análise do workflow, desenho da solução, implementação, teste do workflow, trei-namento e manutenção. O fato é que mesmo garantindo o olhar do gestor sobre todos os pontos de atenção supracitados, vale ressaltar que cerca de 65% dos problemas com a ferramenta pacs são decorrentes da falta de conhe-cimento do usuário no momento da utili-zação (fonte ge healthcare).atualmente nos eua, 93% dos hospitais

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de 500 leitos ou mais, já adotaram sistemas pacs, enquanto que 67% das instituições de 400 a 499 leitos também já adotaram tal tecnologia, ao passo que apenas 47% dos hospitais de 300 a 399 leitos possuem pacs.

O retorno sobre o investimento costu-ma ocorrer num período de 3 a 4 anos, entretanto nem sempre a tomada de decisão para investir ou não no siste-ma pacs deve-se ao retorno financei-ro, em função da possível diminuição ou eliminação de filmes, mas pelo impacto na qualidade assistencial, visto que um paciente que tenha pas-sado pela emergência, por exemplo, e necessite ser encaminhado emergen-cialmente para o centro cirúrgico pode ter não só suas imagens disponibiliza-das aos médicos cirurgiões, mas tam-bém seus dados clínicos, bem como histórico, por meio das ferramentas his (hospital information system) e ris (radiology information system).

do mesmo modo enfatiza-se a importância do pacs na definição de protocolos clínicos institucionais como, por exemplo, o protocolo de Bcp, onde é necessária a realização e liberação de raio-X de tórax em torno de 10 minutos. portanto, esta é uma ferramenta que colabora para a disseminação da cultura, por parte da área clínica, para a definição de protocolos que resultem na maior uniformidade da qualidade do aten-dimento ao paciente.

devido à complexidade para a implementação das soluções, há de se utilizar ferramentas e metodologias de suporte aos gestores que permitam mapear o cenário atual da instituição e estabelecer os objetivos mensuráveis para as metas de resultados no que tange produtividade de máquina, tempo de atendimento do paciente nas diversas etapas e, naturalmente, a produtividade da área médica.

no que tange a estratégia dos fabricantes de equipamentos e sistemas médicos há, indubitavelmente, uma convergência entre equipamentos capazes de fazer o diagnóstico, o tratamento e, ainda que essas indústrias passem a entrar em outras dimensões de tecnologia envolvendo o paciente, mais notadamente pela aquisi-ção de empresas e plataformas de desenvolvimento dos sistemas his (hospital information system) e ris (radiology information system).

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esta estratégia agressiva por parte das indústrias, no Brasil, pode ser constatada com as recentes aquisições, por exemplo, pela agfa healthcare e pela philips healthcare, mas globalmente todas as prin-cipais concorrentes já se posicionaram como provedoras não só de sis-temas e equipamentos médicos, mas também de softwares de gestão.

por trás dessa estratégia há, entre outros motivos, dois grandes fatores. O primeiro, evidentemente, diz respeito a adquirir base de clientes que possuam os sistemas de gestão hospitalar das empresas adquiridas e, consequentemente, ampliam o seu market share. O segundo, diz respeito aos constantes problemas de sistemas mul-tiplataforma e suas necessidades de integração acarretando grande desgaste de imagem junto aos clientes destas grandes indústrias multinacionais que preferiram correr o risco de assumirem sistemas legados que necessitam de grandes investimentos para atualização tecnológica à se desgastarem pela pouca usabilidade e produtivida-de dos seus sistemas quando integrados com sistemas de gestão em plataformas desatualizadas.

entendemos que o sistema pacs tem uma função tão relevante quanto às aqui já citadas que é a interferência positiva na reflexão e redesenho do processo do fluxo de paciente e na arquitetura organi-zacional correspondente.por fim, sugerimos que para a correta implementação deste sistema há de se revisitar todos os processos que influenciam direta e indi-retamente o fluxo do paciente, e reavaliar quais áreas tem ou não papel preponderante ou de responsabilidade sobre cada uma das atividades com a finalidade de aperfeiçoar a aderência entre proces-sos, pessoas e tecnologia.

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S o B r e o a u t o rautoreSfabio rossetto, diretor da área de life Science & healthcare deloitte – Formado em economia pela PUC Campinas, fez MBA em gestão empresarial - FGV/management, pós graduado em gestão do desempenho organizacional na Fgv-eaesp. com colaboração de erika shizukusa, ingrid Francesco e sheila mittelstaedt, integrantes da equipe de life science & healthcare deloitte

SoBra a empreSaa deloitte oferece serviços nas áreas de auditoria, consultoria, consultoria tributária, corporate Finance e Outsourcing para clientes dos mais diversos setores.

c a S o d e S u c e S S oda inteGração de dadoS À telemedicinaa necessidade de um sistema de sOluções integradas e integradOras à telecOnFerência ligada aO PRoCEsso AssIsTENCIAL E dE GEsTão FAz MãE dE dEUs oPTAR PoR RIs/PACsthaia duó[email protected]

em 2009 nasceram as primeiras conversas sobre a integração da rede mãe de deus, de porto alegre (rs). O plano, lançado a partir do cresci-mento do grupo, era não apenas integrar, mas disponibilizar a informação do paciente de forma adequada dentro dos requisitos de segurança e qualidade em qualquer uma de suas unidades. o foco estava bem definido: buscar uma solução RIs/PACs para a criação de uma sistemática que atendesse “a arte” em termos de tecnologia e que no mesmo sistema permitisse fazer telemedicina.O caminho percorrido não foi tão árduo. O desafio era dos fornecedores, em entender a necessidade de um sistema de soluções integradas e integradoras à teleconferência ligada ao processo assistencial e de gestão do mãe de deus. Outro aspecto considerado é que a solução deveria ser nativa e integrada ao erp da rede, fornecida pela mv sistemas. “não poderíamos perder tempo com integrações complicadas, com processos de desenvolvimento de aplicações. isso tudo gera perda de tempo, de dinheiro e insatisfação por parte dos profissionais”, conta o superintendente médico assistencial do hospital e do sistema mãe de deus, Fabio leite gastal. dois anos depois, com o processo de concorrência encerrado, o mãe de deus escolheu o sistema da microdata. atualmente, a rede está em fase final de infraestrutura e servidores, com várias experiências já em funcionamento. com 20 unidades assistenciais, nove hospitais e unidades ambulatoriais e de pronto atendimento, o grupo tem uma central de laudos, processo de atendimento de rádio e segunda opinião à distância, além de telepsiquiatria e telecardiologia em fasede testes. “O processo está começando a ocorrer na assistência e isso mostra que realmente a solução desenhada está correta em termos de custo-benefício e eficácia”, diz gastal.na área hospitalar, o projeto já está em fase de conclusão de servidores, renovação dos parques e dos terminais de monitores especiais para per-mitir que o radiologista e o especialista façam trabalho adequado da imagem com o equipamento. O processo deve ser concluído em toda a rede até o final de 2012.de acordo com o executivo, a partir de agora o mãe de deus pretende se tornar um grande player na área de sistemas com o acúmulo de experiên-cia em telemedicina.

Qualidade compartilhadaO caminho pavimentado pelo sistema porto-alegrense deve atrair os melhores talentos médicos a toda rede. para gastal, o hospital mãe de deus, com toda sua expertise, estará a serviço de todas as unidades do grupo. “Os nossos melhores radiologistas vão dar suporte aos profissionais que estão lá na ponta. eles discutirão casos com emergencistas e isso é o que esse sistema visa permitir, ousando colocar o que existe de melhor da medicina em pontos distantes da nossa rede, que antes do sistema não tería-mos condições por demandarem recursos escassos.” O executivo garante ter bons profissionais, mas que muitas vezes não têm essa diferenciação do corpo clínico da central do mãe de deus. “essa qualidade compartilhada hoje só é possível com a integração e capacidade de permitir o trabalho de telemedicina por meio do RIs/PACs.”

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Saúde BuSineSS Schoolsaúde Business school é uma iniciativa da it mídia.

todos os direitos reservados.

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Hospital do Subúrbio.Os baianos aprovam,o mundo reconhece.

O Hospital do Subúrbio foi reconhecido entre os 10 melhores projetos

de saúde do mundo e ainda ganhou o selo de primeiro hospital

público acreditado do Norte/Nordeste. Este resultado con�rma que

o Governo do Estado está investindo e trabalhando para garantir

a prestação de um serviço de saúde gratuito e de qualidade para

a população baiana, com pro�ssionais quali�cados e equipamentos

de última geração. Em dois anos de funcionamento, o hospital

já realizou mais de 340 mil atendimentos e mais de 12 mil internações

nas áreas de cirurgia, clínica geral, pediatria e UTI. É por isso que

a Bahia ganhou destaque mundial pela KPMG, organização

internacional que escolheu os 10 melhores projetos de investimento

em saúde do mundo. É o Governo da Bahia levando a saúde mais perto

de você e fazendo mais para quem mais precisa.

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Hospital do Subúrbio.Os baianos aprovam,o mundo reconhece.

O Hospital do Subúrbio foi reconhecido entre os 10 melhores projetos

de saúde do mundo e ainda ganhou o selo de primeiro hospital

público acreditado do Norte/Nordeste. Este resultado con�rma que

o Governo do Estado está investindo e trabalhando para garantir

a prestação de um serviço de saúde gratuito e de qualidade para

a população baiana, com pro�ssionais quali�cados e equipamentos

de última geração. Em dois anos de funcionamento, o hospital

já realizou mais de 340 mil atendimentos e mais de 12 mil internações

nas áreas de cirurgia, clínica geral, pediatria e UTI. É por isso que

a Bahia ganhou destaque mundial pela KPMG, organização

internacional que escolheu os 10 melhores projetos de investimento

em saúde do mundo. É o Governo da Bahia levando a saúde mais perto

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especial ti / indústria

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Fornecedores de vários países e missões comerciais começam a prospectar o mercado nacional em busca de clientes. movimento deve beneFiciar a proFissionalização e a adequação a padrões internacionais

Setoratraiestrangeiras

Por Gilberto Pavoni Junior • [email protected]

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mercado de saúde brasileiro tem atraído a atenção de empresas estrangeiras e novas marcas devem ajudar

os CIOs do setor na busca pela profissionalização e adequação dos negócios a padrões interna-cionais. Os sinais estão sendo per-cebidos desde o ano passado e está longe de mostrar arrefecimento. “O Brasil é a bola da vez na eco-nomia mundial e isso se reflete no segmento”, aponta o presidente da Sociedade Brasileira de Infor-mática em Saúde (SBIS), Cláudio Giulliano da Costa.

Nas últimas semanas, a entida-de recebeu a visita de pelo menos três missões comerciais de países distintos, que mostraram grande interesse no Brasil. Os consulados da França e Dinamarca, além de representantes de empresas espa-nholas, vieram sondar a possibi-lidade de trazer companhias de TI em saúde e a aceitação delas entre as instituições brasileiras. “É um primeiro passo, mais adiante é provável que comecem a participar

Ode feiras do setor e haja um evento próprio desses países para se mostrarem ao mercado”, diz Costa.

Segundo o presidente da associação, o Brasil está procurando produtos e serviços em TI que ajudem as empresas a enfrentarem pelo menos três grandes desafios para os próximos anos. O mais urgente é o aquecimento do setor, com a chegada de novos pacientes e a possibilidade de crescimento das em-presas. A entrada de novos equipamentos hospi-talares que geram um grande volume de dados e o crescente uso de dispositivos móveis são outras tendências que exigirão investimentos em controles e processos de TI. Por último, a profissionalização do setor, com a busca por adequação a normas e padrões internacionais.

“O mercado ficará aquecido e o CIO vai querer conhecer essas novas empresas, o que deve contri-buir para a qualificação da concorrência no setor e aumentar as oportunidades”, aponta. Para ele, há muito espaço para marcas brasileiras e estrangeiras crescerem, já que o Brasil está em um bom momento e com demanda suficiente para todos.

É o que aponta um estudo da Frost&Sullivan, que detectou que os gastos com TI na área de saúde devem totalizar US$ 471,5 milhões no Brasil neste ano. As empresas planejam investir cerca de 4% do orçamento em produtos e soluções desse tipo e o movimento deve continuar crescente até 2015, quando os gastos chegarão a US$ 713,9 milhões, representando um aumento de 51,4%. De acordo

com o estudo, o Brasil representa mais de 40% do mercado de saúde na América Latina e deve crescer a taxas de 12,2% entre 2012 a 2015. É esse aquecimento que tem despertado o interesse de empresas estrangeiras.

A americana Cerner é uma das recém chegadas. A companhia estudava a entrada no mercado brasileiro desde 2010. A operação começou em março de 2012, com a abertura do escritório local e a contratação dos primeiros funcionários. Para o ano que vem, a companhia espera um aumento das contratações e a efetivação dos primeiros contratos nacionais. “O mercado é muito promissor e as conversas que temos feito são muito entusiasmantes”, comenta o diretor regional, Luiz Ladeira.

A empresa espera ganhar mercado principalmente com soluções para quem já tem alguma infraestrutu-ra de TI e busca novidades e diferenciais competiti-vos. Dois produtos são considerados ponta-de-lança na estratégia de crescimento. O Smart Room, que conecta todos os equipamentos e fornece uma leitura completa do paciente e o Light House, que moni-

é o que o Brasil representa do mercado de saúde na américa Latina hoje

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Ti em saúde

US$ 471,5devem ser gastos com ti na área de saúde em 2012

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miLhões

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“O mercadO é muiTO prOmissOr e as cOnversas que TemOs feiTO sãO muiTO enTusiasmanTes”,

Luiz Ladeira, da cerner

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O momento econômico e a chegada de estrangeiras têm forçado as fornecedoras nacionais de TI a buscarem aumentar seu poder de fogo. De acordo com levantamento da KPMG, houve um aumento de 8,7% no número de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 50 transações, representando o maior volume semestral desde que a pesquisa começou a ser realizada no Brasil, em 1994.Fusões como a da catarinense Pixeon com a paulista Medical Systems devem se tornar mais comuns (veja mais no Conexão Saúde). A nova empresa, chamada Pixeon Medical Systems, já nasce com uma carteira de mais de 1.200 clientes espalhados por todos os Estados do Brasil, além de Argentina e Chile. A transação envolveu aporte da Intel Capital, braço de investimentos estratégicos da Intel, que já era acionista minoritária da Pixeon.A joint venture entre Alert e Benner já tinha sido um sinal de que as empresas nacionais buscariam ampliar o poder da operação. Ocorrido em maio, o acordo permitiu a criação de uma empresa com faturamento de R$ 300 milhões nos próximos três anos e portfólio abrangente e complementar.A chegada de novos investidores é outra tendência tida como certa. Operações como a entrada do fundo norte-americano de private equity Insight Partners na Bionexo e na MV devem ocorrer com mais frequência.

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

tora e mapeia os processos clínicos, fornecendo índices internacionais comparativos para que sejam buscadas me-lhorias contínuas.

“A medicina está diferente de há 10 anos, os hospitais estão mais informatizados e os médicos e pacientes têm acesso a mais informações, por isso os sistemas que irão equipar os hospitais precisam ser algo além da informática tradicional”, aponta Ladeira.

A portuguesa Ideal Clinical Software (ICS) é outra que che-gou recentemente ao mercado brasileiro. A empresa vem tra-balhando localmente desde o segundo semestre de 2011 e já tem planos de expansão. “A ICS tem feito e irá continuar a fazer uma forte aposta no mercado brasileiro, deven-do inaugurar, até ao final do ano, a representação da ICS e da Idealmed R&D no Brasil”, diz o diretor de Projeto Médico, Pedro Monteiro.

A companhia ainda vem buscando parceiros nas áreas técnicas, logísticas e científicas e promete anunciar clientes em breve nos setores público e privado. As expectativas são otimistas. A ICS espera que até 2014 o Brasil se torne o seu maior mercado, estimando que venha a representar cerca de 70% do faturamento global.

MoMento únicoAs estrangeiras chegam

num momento particularmen-te interessante do mercado brasileiro. Além do setor estar aquecido e buscando adequa-ção internacional, a TI como um todo está mais palatável às áreas de negócio e deixou de ser um mistério preso dentro de salas frias de CPD. Além

pedro monteiro, ics: espera que em 2014, o Brasil seja o maior mercado

da companhia portuguesa

fusões de Brasileiras Buscam musculaTura

disso, os preços para a infraestrutura básica vem caindo drasticamente, o que dá aos CIOS todas as condições de planejarem o crescimento baseado na inovação e no uso de soluções diferenciadas.

Segundo o presidente da SBIS, irá se sobressair no mercado a empresa que conseguir usar a TI de modo a aproveitar todas essa boa oferta e movimento favorável. “Não importa se o fornecedor é nacional ou estrangeiro, há espaço para todos”, completa.

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64

RECURSOS HUMANOS

TECNOLOGIA DATRANSFORMAÇÃO

combinação da melhoria das condições de vida dos pacientes com a necessidade das empresas de tornar o negócio mais efi ciente e rentável trans-

formou o mercado de saúde no Brasil e no mundo. Hoje, empresas do segmento estão buscando cada vez mais soluções tecnológicas que os auxiliem na sua gestão e os permitam oferecer soluções/alternativas inteligentes para os seus clientes. Neste cenário, a fi gura dos profi ssionais de tecnologia passou a ser mais valorizada pelas empresas, deixou de ser alguém puramente técnico e passou a ocupar cadeiras muito mais importantes nas diretorias executivas das empre-sas. Na verdade, as exigências quanto ao perfi l técnico destes profi ssionais são as mesmas, ou até maiores, mas as suas habilidades gerenciais estão sendo cada vez mais testadas e exigidas pelas lideranças atuais.

Neste contexto, os antigos gerentes/diretores de TI passaram a ocupar a cadeira de Chief of Information Offi cer (CIO), e como principal executivo de TI da empresa, eles têm que atender às demandas crescentes e descobrir novas maneiras de inovar em um cenário com recursos bastante es-cassos. Tudo isso, sempre alinhado às estratégias da empresa e garan-tindo que os altos investimentos no segmento sejam justifi cados pelo retorno/benefício. O CIO precisa mudar a imagem da área de TI, muitas vezes vista como geradora de custos, para geradora de valor, mostrando para todos os executivos que a tecnologia pode causar um impacto extremamente positivo para os resultados do negócio.

O grande desafi o do mercado brasileiro é atrair e recrutar este profi ssional. Isto acontece por diversos motivos dentre os quais estão à difi culdade de preparar tecnicamente o número de profi ssionais necessários para atender às demandas atuais e futuras e à difi culdade de tornar os técnicos qualifi cados em excelentes líderes.

É evidente e preocupante a atual batalha do mercado para recrutar talentos técnicos qualifi cados para assu-

mir cargos de bastante responsabilidade para o negócio. O Brasil amarga a segunda posição no ranking mundial com maior difi culdade para encontrar profi ssionais, atrás apenas do Japão. Aqui, 64% das empresas sofrem com a escassez de talentos (os técnicos em TI estão entre as top 10 das funções listadas). Infelizmente, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), este cenário não mudará nos próximos anos, onde o Brasil vai demandar o dobro de profi ssionais de TI do que as escolas vão conseguir formar.

Além da escassez de profi ssionais, o mercado tam-bém enfrenta enormes difi culdades em encontrar perfi s técnicos com potencial de exercer um papel de liderança para o negócio. O novo líder de TI tem necessariamente que interagir com todas as áreas da empresa, conduzindo a transformação em larga es-cala e garantindo que as informações geradas pelos sistemas possam de fato auxiliar os líderes na tomada

de decisão. Isto faz com que ele tenha de desenvolver habilidade interpessoal para que possa diaria-mente liderar por infl uência os seus subordinados, pares e superiores.

Neste crítico cenário, que preo-cupa a maior parte das empresas

do segmento, é curioso observar o fenômeno de “ex-portação” de talentos atual e previsto para o futuro. Apesar da real escassez de talentos no País, existe um crescente aquecimento da exportação de profissio-nais com este perfil para países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isto é reflexo do atual momento da economia brasileira, que está nos holofotes de todo o mundo.

Para os profi ssionais do segmento de tecnologia, os desafi os são grandes, mas os atrativos também. Por isso acredita-se que o pipeline de talentos que vão liderar o avanço da humanidade em diversos aspectos dará um salto signifi cativo. Assim, o sistema de saúde do Brasil será diretamente benefi ciado.

PARA OS PROFISSIONAIS DO SEGMENTO DE TECNOLOGIA, OS

DESAFIOS SÃO GRANDES, MAS OS ATRATIVOS TAMBÉM

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saúde corporativa

Thaia Duó • [email protected]

Como fabricante de alimentos, entre outros produtos, a Unilever trabalha a conscientização e treinamento de funcionários para manutenção da saúde; algo que tem engajado 70% de seu time. Uma das trilhas percorridas é a criação de uma política de nutrição

O caminhO parareter talentos

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certo que a qualidade de vida somada a horários fle-xíveis podem atrair e reter funcionários, pelo menos é o que o mercado tem

apresentado nos últimos anos. Mas como trabalhar a questão saúde cor-porativa em uma empresa do ramo alimentício, que faz a distribuição de produtos da própria marca para os seus colaboradores?

Na Unilever Brasil, isso não é consi-derado problema. Sem uma política de distribuição, a companhia confessa que, eventualmente, há oferta de alimentos aos colaboradores, mas não há uma re-gra única. Tudo depende de cada marca definir pela distribuição de amostras.

“Temos programas em várias frentes, como o de controle de saúde do colaborador, cumprin-do a realização de todos os exa-mes e acompanhamentos para que ele se mantenha saudável. Assim como incentivamos melhorias no ambiente de trabalho, no que diz respeito às questões de ergonomia e higiene ocupacional”, explica a diretora de medicina ocupacional de RH da Unilever, Elaine Molina.

Conhecida mundialmente por fa-bricar diversos produtos alimentícios,

É

“Nós, da área de saúde, acompaNhamos caso a caso, ofereceNdo suporte difereNciado para ajudar os colaboradores. temos parceria com eNtidades especializadas, o que tem Nos garaNtido boNs resultados Na redução dos casos de obesidade e sedeNtarismo”

ElainE Molina, UnilEvEr

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

a companhia diz se posicionar diante do quadro de fun-cionários de forma clara: tudo está descrito na política de nutrição. Nela, a executiva garante uma abordagem ponderada em relação às questões de saúde e lista algu-mas dicas de como criar uma “cartilha” correta:

• Estimule as pessoas a adotarem uma dieta balanceada com a quantidade correta de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais;

•Nunca promova o consumo em excesso;• Ajude as pessoas a entender os benefícios nutricio-

nais dos produtos próprios;• Crie produtos que reflitam o fato de que as pessoas

somente consomem alimentos que apreciam o gosto.Com o foco em prevenir doenças, a companhia também

criou alguns programas de conscientização e treinamento permanentes, que buscam a manutenção da saúde por meio da educação e de campanhas preventivas que abor-dam variados aspectos de saúde, segundo a executiva.

Todos os funcionários da empresa contam com aten-ção médica em todos os sites 24 horas por dia, com a presença de profissionais capacitados para dar auxílio aos funcionários em qualquer situação.

“Mantemos, em parceria com nosso programa de qua-lidade de vida, o Feel Good, que engloba ações voltadas para os maiores riscos da nossa população oferecendo avaliação física, exames laboratoriais anuais, etc.”

Ao analisar estes resultados, o time de Elaine é respon-sável por definir quais as prioridades serão trabalhadas naquele ano. Quando o assunto é obesidade e seden-tarismo, considerados temas permanentes das campa-nhas Unilever, são pensadas ações para estimular os funcionários a se manterem saudáveis e ativos.

O Feel Good mencionado por Elaine, oferece atividades para que o colaborador escolha a que mais se encaixa ao seu perfil e consiga mudar ou melhorar seu estilo de vida. “Nós, da área de saúde, acompanhamos caso a caso oferecendo suporte diferenciado para ajudá-los. Temos parceria com entidades especializadas, o que tem nos garantido bons resultados na redução dos casos de obesidade e sedentarismo”, diz.

Nos últimos três anos, o programa teve uma média de participação de funcionários de mais de 70%, com variação nos benefícios ofertados.

Práticas de qualidadeImplementado em 2004 na Unilever Brasil, o Feel

Good tem como principal objetivo fazer com que os funcionários sintam-se bem no trabalho. O programa está estruturado em alguns pilares, como o cuidado com saúde, treinos de corrida, nutricionistas, shiatsu, atividades físicas dentro da companhia; práticas flexíveis de trabalho; estímulo a criatividade: ciclos de leitura, aulas de canto e expressão corporal; praticidade no dia a dia, com prestação de serviços por meio de parcerias com estabelecimentos comerciais e lojinha com produ-tos Unilever com preços diferenciados. Para as mães, é estimulada a proximidade com a família: adesão à licença maternidade de seis meses e berçário no prédio para crianças com até dois anos de idade.

“Com o reconhecimento dos benefícios proporciona-dos pelo programa, estendemos a iniciativa às nossas fábricas e regionais de vendas pelo Brasil com algumas personalizações”, afirma a a gerente de RH e marketing regional da Unilever, Carolina Mazzieiro.

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Analice Bonato • [email protected]

Bons

xpansão geográfica e faturamento impulsionado pela geração de empregos. Esses são os dois aspec-tos que estão contribuindo para o crescimento da Tempo Assist no ano de 2012. Assim, a empresa já apresenta os bons frutos na comparação entre

o segundo trimestre do ano com o mesmo período de 2011: crescimento de 25,2% na receita líquida e de 30,8% no lucro líquido . A abertura de novas filiais no País, iniciada no final de 2011, também têm contribuído para os resultados da companhia composta pelas áreas de seguro saúde, planos odontológicos, assistências especializadas, home care e outras soluções em saú-de. De lá para cá, a companhia já abriu unidades em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF) e a última, no mês de julho, em Curitiba (PR). Essa expansão tem favorecido principalmente a Tempo Saúde Seguradora, com a conquista de novos clientes, que pode ser constatado

pelo seu crescimento desde 2009, atingindo 94 mil beneficiários até o segundo trimestre deste ano.

Já o segundo fator, presente no cotidiano de muitas opera-doras, uma vez que o aumento de empregos quase sempre impacta na entrada de pessoas nos planos de saúde, é reflexo do momento econômico aquecido com as grandes obras e os investimentos em infraestrutura, como os da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, em 2014 e 2016 e o PAC. “Esse momento se reflete na geração de empregos formais e, consequentemente, em benefícios mais competitivos, como forma de diferenciar as empresas na busca e retenção de talentos”, avalia o CEO da Tempo Assist, Marcos Couto.

Este investimento na retenção de talentos, além das melhorias na gestão e nos processos, foi necessário para que empresa continuasse crescendo financeira e regionalmente. “Tivemos uma série de mudanças desde a minha chegada à companhia.

Parcerias e Planejamento estratégico garantem resultados e exPansão à temPo assist

E

TEmpos

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raio-x

SegmentoS do grupo: tempo dental, tempo Saúde Seguradora, tempo uSS (aSSiStênciaS eSpecializadaS 24h), med-lar (atendimento domiciliar), tempo crc (ServiçoS de Saúde) e tempo afinidadeS (vendaS maSSificadaS).

filiaiS inauguradaS em 2011/2012: Salvador (Ba), Belo horizonte (mg), BraSília (df), porto alegre (rS) e curitiBa (pr).

lucro líquido conSolidado em 2011: r$ 32,1 milhõeS, creScimento de 12,5 % em relação aoS númeroS de 2010.

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Além de reposicionarmos nossos negócios de seguro saúde e de odontologia investimos no relacionamento com os corretores, por meio da presença regional, proporcionada pelo plano de expansão geográfica e pela campanha de incentivo à venda”, diz o executivo, que está na empresa desde maio de 2011.

Além da chegada de Couto à companhia, profissional que possui mais de 20 anos no segmento de segu-ros, no mesmo ano a Tempo Assist realizou algumas reestruturações em seu organograma. “Tivemos as contratações de Vitor Alt, Julio Felipe, Ruy Vasconcellos e Alex Silva. Esses executivos promoveram maior dinâmica comercial”, avalia.

Resultados e gestãoA companhia atribui o lucro ao crescimento na área de assistências especializadas por meio de uma

estratégia já antiga: a conquista de novos contratos. “Outro fator que vem impulsionando nossos negócios é a unidade de soluções em saúde, a qual provê soluções em tecnologia e administração para o mercado de saúde suplementar e, entre seus clientes, conta com a Caixa Seguros Saúde”, diz Couto. Os planos odontológicos também têm apresentado bons resultados, especialmente pelos negócios por afinidades, por meio de parcerias estratégias com empresas como varejistas, bancos, concessionárias de serviços públicos e emissoras de cartões.

Essa percepção de mudar sua gestão fez a companhia ampliar seu portfólio de produtos de seguro saú-de, com iniciativas segmentadas por região, para atender as suas demandas específicas. “Com a presença regional, a companhia espera aumentar sensivelmente sua percepção sobre as particularidades da região e do público local, oferecendo sempre soluções customizadas que englobam, além da classe social, também estudos variados, como os indicadores de sinistralidade e da região atendida”, afirma Couto.

Ainda segundo ele, a abertura de filiais tem contribuído para o relacionamento comercial e pós-venda da Tempo Saúde Seguradora e da Tempo Dental e também na captura de oportunidades para as de-mais áreas de atuação da companhia. “Pre-tendemos continuar o plano de expansão geográfica com a abertura de pelo menos mais duas filiais até o fim deste ano”.

acesso à infoRmação Com plataformas de gestão centraliza-

das e novos sites, a companhia tem traba-lhado para atender às demandas de seu público por acesso às informações. “Para nós, um dos desafios mais relevantes é a disponibilidade de acesso às informações aos usuários. Os avanços tecnológicos exigem a compreensão dos anseios desse público antes mesmo deles se tornarem uma necessidade”, diz o executivo.

Marcos Couto, da Tempo assist: Mais duas filiais

até o final de 2012

Foto: Divulgação

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GESTÃO

A GOVERNANÇA EM

SERVIÇOS DE SAÚDEquanto é empregada a Governança Corporativa nos serviços de saúde no Brasil? Não tenho o dado correto e defi nitivo, porém, reunindo algumas in-

formações, deduções e estimativas, não deve ultrapassar o número de 100 instituições. Destas, entre cinco e dez adotaram o conceito por conta da abertura de capital, por força de ações negociadas em bolsa de valores. Logo, restam em torno de 90 companhias, que por iniciativa e esforço próprio adotaram a modelagem organizacional e empresarial de governança.

O Brasil tem hoje 245 mil instituições de saúde ca-dastradas no Conselho Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), entre hospitais, clínicas, serviços de diagnóstico e tratamento e outros. Ou seja, 0,04% dos players do setor aplicam na prática a governança cor-porativa. 0,04%! Façam o cálculo – eu conferi o meu algumas vezes, tamanha a disparidade observada.

Ouso afi rmar que uma mudança para melhorar a penúria da maioria das instituições de saúde passa por medidas drásticas na gestão, a começar por quem as “encabeça”. É na alta administração que isso precisa começar, logo estamos falando da governança.

Lembro-me do caso muito comen-tado na época da mudança na gestão da Santa Casa de Porto Alegre, por volta de 1982, patrocinada pelo en-tão Secretário Estadual da Saúde, Jair Soares. Graças à atitude dele e de sua equipe, ofereceu à Mesa Administrativa do Hospital, apoio humano - pessoas capacitadas e qualifi cadas, - e tecnologia de gestão para salvar a centenária instituição, então em momento pré--falimentar. A entidade não só sobreviveu, sem dúvida apoiada pelas radicais transformações no seu modelo de gestão, como conseguiu em 2002, o Prêmio Nacio-nal da Qualidade (PNQ), até a ocasião o único hospital brasileiro detentor dessa honraria. Naquela época não existia a institucionalização da governança corporativa, mas os conceitos aplicados tinham tudo a ver com a estrutura e o modelo.

Pergunto: por quais motivos não temos difundido e implantado este modelo com mais tenacidade nas instituições de saúde?

Parece-me que podemos considerar duas causas. Primeira: uma razão de ordem histórica e cultural. A maioria dos hospitais foi fundada como entidades comunitárias e religiosas não-lucrativas. Diretores, presidentes e provedores, dessas instituições nor-malmente eram oriundos de associações, bancários, membros de igrejas, médicos do corpo clínico e muito raramente empresários com experiência em mercado, negócios ou gestão.

A gestão dessas instituições era e em muitos ca-sos continua sendo amadora. Sem planejamento, orçamentos, controles, indicadores e sem processos mapeados, documentados e cumpridos, tomando--se decisões de acordo com o soprar do vento ou ao sabor de quem estava e está no comando. Notem que, grande parte dos casos de sucesso ocorrem em organizações fundadas por membros de diferentes etnias, a saber: alemães, portugueses, israelitas, sírios libaneses, espanhóis e estas compostas por empre-sários afeitos a dirigir grandes empresas.

Certamente, com a prática da certificação de hospi-tais, clínicas e serviços de saúde, uma nova mentalidade começa a tomar corpo com prenúncios vantajosos e de rápida transfor-mação dessas entidades.

A segunda razão é, sem dúvida, a falta de gestores preparados. A Administração em Serviços

de Saúde é uma formação só muito recentemente oferecida ao mercado. Os primeiros cursos de espe-cialização em gestão de serviços de saúde e MBAs apareceram somente há cerca de vinte anos.

No entanto, para tais posições de governo nas ins-tituições não basta somente uma formação específica, mas também é valiosa e necessária a experiência. O ocupante desses cargos precisa obrigatoriamente ter um perfil de gestor, de líder e de algumas caracte-rísticas de empreendedor.

Com toda a certeza levaremos ainda algum tempo para chegar à plenitude de uma gestão empresarial profissional nos serviços de saúde. Obstinação e per-sistência são dois excelentes remédios.

OUSO AFIRMAR QUE UMA MUDANÇA PARA MELHORAR A PENÚRIA DA MAIORIA DAS

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE PASSA POR MEDIDAS DRÁSTICAS NA GESTÃO

O

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GENÉSIO KORBESSócio-diretor da Korbes ConsultingDiretor-associado da NP Consulting

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GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA

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hospital

neste ano, o Hospital Santa Marcelina, localizado na zona leste de São Paulo, completa 51 anos. Porém, mais significativo do que

o tempo de sua existência são os números que a entidade vem al-cançando durante sua trajetória.

A essência da instituição teve início em 1958, ano em que a Congregação Santa Marcelina ad-quiriu uma chácara em Itaquera para cuidar das irmãs idosas e doentes. No entanto, a vontade de zelar pelo próximo, ultrapas-saria as barreiras do território e a chácara seria transformada em um grande hospital. E foi com essa inspiração que a madre superiora Sophia Marchetti, que no futuro se tornaria a primeira administradora da instituição, decidiu começar a atender à população.

Em 1961, a obra foi fi nalizada. Na-quela época, o hospital tinha o obje-tivo de atender aos 60 mil habitantes da região. A operação tinha 150 leitos, um laboratório pequeno de análises clínicas, uma sala de parto, duas salas de cirurgias e duas salas de emer-gência. O corpo de colaboradores era composto por sete médicos, 30 funcionários e 20 irmãs, que realiza-vam a maioria dos trabalhos.

Ao longo do tempo, a região cresceu, e surgiu a necessidade

Considerado o maior hospital da zona leste paulistana, o Santa Marcelina acumulou grandes números em sua trajetória. Filantrópico, direciona 87% da sua atuação para o atendimento do SUS e lida com percalços como a falta de recursos. No entanto, esse fator não é sufi ciente para abalar sua vontade de fazer mudanças no setor da saúde 

de expandir o hospital, não apenas para suprir a demanda de moradores locais, mas também para servir de referência em atendimento para moradores de outras regiões.

“É o maior hospital da região leste paulistana”, afirma o administrador hospitalar da instituição, Fabrício Santana. E os números não mentem. O corpo clínico tem mais de 800 médicos entre con-tratados, residentes, internos e terceiros. São 4817 colaboradores, também incluindo os terceirizados, e o hospital possui 701 leitos sendo 77 direcionados à terapia intensiva. Com taxa de ocupação acima de 90%, o hospital realiza, anualmente, cerca de 30 mil internações e 17 mil procedimentos cirúrgicos. O Santa Marcelina é classificado como terciário-quaternário, por ser um centro universitário que atende demandas de alta complexidade.

Durante esses anos, a instituição passou por muitas mudanças estruturais, mas sua essência vem preva-lecendo ao longo dos anos. “Desde a sua fundação, as irmãs pregam que no Santa Marcelina não cui-damos da doença e sim de pessoas. Não queremos ter uma equipe de médicos robotizados que não se envolvem”.

O cuidado dedicado às pessoas extrapolou as ime-diações do hospital e, hoje, além da sua estrutura convencional, o Santa Marcelina é composto por mais três OSS (Organização Social de Saúde): o Hos-pital Itaim Paulista, Hospital de Itaquaquecetuba e Hospital Cidade Tiradentes (veja mais informações na tabela).

Na atenção primária, a instituição é responsável pelo Programa Saúde da Família (PSF), implantado em 1996 por meio de uma parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e, em 2001, com a Secretaria Municipal de Saúde.

Gigante pela própria natureza e, filantrópico, mantém 87% do seu atendimento dedicado ao SUS. O restante é direcionado à saúde suplementar, res-ponsável por cobrir dos custos gerados pelo aten-dimento público.

“Às vezes temos de fazer milagres. Como somos uma instituição filantrópica, fica difícil gerenciar os números. Há um déficit de R$ 36 milhões por ano. Parte desse valor é coberto com o atendimento das operadoras. Para fechar a conta, recorremos aos empréstimos bancários, caso contrário a matriz não permanece”, afirma Santana.

GestÃo em ProcessosO executivo sabe que não só de esperança se faz

uma boa gestão. E, diante dos custos da institui-ção, é necessário padronizar a rotina. Por isso, o hospital está implantando, nos últimos três anos, um sistema de gestão por processos. Este projeto engloba, principalmente, os setores que precisam ser melhorados como: centro cirúrgico, pronto-socorro e maternidade. “Quem trabalha com SUS precisa ter processos. Se isso não ocorre, não há como sabermos o que vai acontecer no mês seguinte”.

Para isso, o Santa Marcelina está com uma nova cultura de comportamento, que visa fazer com que os gestores administrem melhor o que está a sua volta e não apenas apaguem incêndios. E, mesmo com as atividades estabelecidas recentemente, já apresentam alguns resultados.

Uma das ações de destaque diz respeito à segurança do paciente. Com a adoção do Protocolo de Manchester, o hospital administra melhor no fl uxo pronto-socorro. Caso o paciente apresente fator de maior risco, o corpo clíni-co toma as devidas providências, direcionando-os para outro setor, onde pode receber os cuidados necessários.

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GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA

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Cínthya Dávila • [email protected]

A transmissão dos valores institucionais é trabalhada diariamente nas imediações do hospital. Mas não foi fácil colocá-la em prá-tica. Isso porque dentro do Santa Marcelina predominava o pensamento de que cada ges-tor tinha responsabilidade apenas pelas ques-tões relacionadas ao seu trabalho. “Devemos enxergar um hospital de forma sistêmica, os colaboradores precisam ter a consciência de que são parte de um todo”.

Essa política de unicidade foi implantada no departamento de compras. Ciente da relevância deste departamento e de seu potencial para geração de custos, o administrador decidiu in-

tegrar entre todo o complexo, incluindo todos os hospitais, rede de saúde e rede básica. Além disso, definir políticas de recursos humanos, qualidade, avaliação de desempenho e seguran-ça da informação são itens que estão no radar do Hospital Santa Marcelina para esse ano.

inFormatiZaçÃoPara suprir as demandas tecnológicas de sua

estrutura, o Santa Marcelina conta com todos os setores informatizados. Neste ano, a instituição passou a gerir os leitos com a ferramenta Kan Ban, que permite visualizar em um quadro, em tempo real, cada etapa do atendimento re-

alizado, localizando os gargalos que explicam a razão pela qual muitos pacientes ficam no hospital além do tempo esperado.

No Kan Ban é utilizado um quadro que re-presenta cada um dos pacientes. Eles são iden-tificados com cores distintas, considerando o tempo de permanência e mostrando também o diagnóstico e procedimentos pendentes.

A solução foi implantada no hospital como uma das iniciativas do projeto SOS Emergên-cia, ação do governo federal para qualificar o atendimento de urgência e emergência.

Santana conta que o Kan Ban contribui com a melhoria de processos, pois possibilita ter

as oss´s Hospital itaim paulista, Hospital cidade tiradentes e Hospital itaquaquecetuba: meta é fazer a integração administrativa fi nanceira das entidades e unidades básicas

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hospital

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uma visão ampla dos procedimen-tos realizados e, caso seja neces-sário interferir em determinado momento, é possível mobilizar o corpo clínico e agir. Além disso, a instituição conta também com o sistema MV, que trabalha para tor-nar o processo clínico-assistencial e administrativo mais ágil.

O hospital tem a meta de fazer uma integração administrativa- fi-nanceira com os outros hospitais e na rede básica. O objetivo é que quando um paciente passar por um hospital, possa ser identificado em todo complexo. Para esse plano virar realidade, será necessária a participação do poder público e a criação de um prontuário eletrô-nico único. “Queremos minimizar custos e aperfeiçoar o atendimen-to. Não queremos nossos pacientes repetindo exames desnecessários”.

Parceiros assistenciaisParceiros desde 2001, o Hospital

Santa Marcelina e a TUCCA – As-sociação para Crianças e Adoles-centes com Câncer, inauguraram, no fim do ano passado, o Centro de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma.

Conhecido como o tipo de tumor ocular mais comum na infância, essa enfermidade pode levar o pa-ciente à morte, conta Santana. Mas, se diagnosticado, precocemente, pode apresentar índices de cura de 90%. Para realizar o diagnósti-co da doença foram adquiridos de dois equipamentos, o RetCam3 e o Ultrassom A/B Wavestar.

A instituição também está cons-truindo uma Casa de Apoio à Criança com Câncer, destinada à acomodação de famílias e crianças que vem de fora do Estado. “Esse espaço vai ter estrutura de aten-dimento multiprofissional, para proporcionar conforto e bem-estar a esses indivíduos”.

Em consonância com seu propó-sito assistencial de ser referência em tratamento oncológico, o hospi-tal ganhou um mamógrafo Alpha ST fabricado pela GE do Brasil, em

parceria com a Américas Amigas, Associação da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicado a promover ações que combatam a mortalidade ligada ao câncer de mama. Segundo Santana, a instituição atendia cerca de 500 mulheres por mês com apenas um mamógrafo.

“Temos um volume de atendimento absurdo, que ultrapassa 13 mil atendimentos/dia. Infelizmente há um desgaste natural dos equipamentos. Por mais que exista planejamento e se adquiram novas má-

quinas, muitas vezes nosso orçamento não permite que essa vontade seja concretizada”.

orçamentoVontade de fazer a diferença há, mas apenas

ela não é suficiente para tirar uma instituição com mais de 50 anos do vermelho e a saída é a captação de recursos como nota fiscal paulista, parceria com pequenas empresas e campanhas. Mas para Santana, uma solução para esse gargalo

Hospital santa Marcelina eM

núMeros32.408 internações/ano 17.397 procedimentos cirúrgicos/ano95.157 pacientes/dia*150 transplantes de medula e rim/ano3.743 partos/ano800 médicos, entre contratados, terceiros, residentes e internos4.817 colaboradores próprios, Terceiros, Residentes, Internos e Estagiários 701 leitos, (590 deles do SUS) e 77 leitos de UTI

*Cálculo é feito em cima de todo período de permanência do paciente na instituição (inclui internações)

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Hospital santa Marcelina, mais de 50 anos na zona

leste de São Paulo

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seria a ampliação de formas de obtenção de capital.

“Acho que deveríamos ter leis de incentivo para a saú-de, pois as atuais ainda são muito precárias. Uma saída para os problemas orçamen-tários seria a criação de uma Lei Rouanet para o setor”.

O administrador não acredita que essa questão caiba apenas às entidades governamentais. Para ele, a saúde é um patrimônio social e deve ser visto desta forma. Sendo assim, o fi-nanciamento de parte desta conta poderia vir de gran-des empresas também.

EDUCAÇÃOEntre muitas metas estabele-

cidas pelas irmãs Marcelinas, o sonho de possuir uma escola para ensinar aos futuros mé-

dicos como atrelar profi ssio-nalismo e amor pelo paciente fi nalmente foi realizado. No último mês de julho, foi inau-gurado o curso de medicina na Faculdade Santa Marcelina.

“Pelo fato de o hospital ser universitário, acredi-tamos que podemos fazer

POR DENTRO DAS OSS´S

ITAIM PAULISTA ITAQUAQUECETUBA CIDADE TIRADENTES

Categoria SUS SUS SUS

Nº de Leitos 250 247 228

Nº Internações 15.434 12.358 13.299

*Paciente Dia 95.157 88.921 82.733

Média de Permanência 6,47 7,20 6,25

% Ocupação 92,07 92,28 99,42

Nº Cirurgias 4.748 4.091 4.427

Nº Partos 4.325 3.226 3.005

Atendimento Ambulatorial 60.240 33.084 13.488

Atendimento Pronto Socorro 200.870 133.008 199.359

Atendimento SADT e Procedimentos 803.768 511.195 501.719

Fundação 1998 2000 2007

*Cálculo é feito em cima de todo período de permanência do paciente na instituição (inclui internações)

com que os profissionais tenham um diferencial qualitativo para atender à população”.

O objetivo do curso, segundo o execu-tivo, é transmitir um bom conhecimen-to técnico e humanização na assistência. Na opinião dele, é preciso melhorar a capacitação dos médicos no Brasil. Ele é favorável à decisão do Conselho Re-gional de Medicina do Estado de São

Paulo (Cremesp) de instituir o exame obrigatório para os recém-formados. “É preciso melhorar a habilitação destes estudantes e fi scalizar, de forma mais atenciosa, os cursos disponíveis no mercado”.

Observando as dificuldades do sistema de saúde, o Hospital Santa Marcelina, em parceria com a fa-culdade, elaborou uma grade de ensino diferenciada em que os alunos serão inseridos no Programa Saúde da Família durante toda a sua formação.

Além disso, disciplinas que fazem parte da vida do médico, mas não são incluídas na formação clás-sica como gestão da saúde, introdução à pesquisa cientifica e medicina baseada em evidências farão parte da grade curricular.

Aspectos como humanização também serão con-templados, com a participação dos Doutores da Alegria. “Pretendemos mostrar uma atuação mais holística do médico com o paciente, principalmente na faixa etária pediátrica”, conta o coodenador do curso, Pedro Vital.

O curso conta com 50 vagas e alcançou nota máxi-ma na avaliação do MEC. Os alunos poderão fazer estágio e residência dentro do próprio hospital.

Em mais de 50 anos de trabalho, as irmãs marce-linas deixaram sua marca no sistema de saúde de São Paulo, e mais específicamente, na zona leste. E ainda mostram fôlego para estender essa trajetória por muitos e muitos anos.

“ACHO QUE DEVERÍAMOS TER LEIS DE INCENTIVO PARA A SAÚDE, POIS AS ATUAIS, AINDA SÃO MUITO PRECÁRIAS. UMA SAÍDA PARA OS PROBLEMAS ORÇAMENTÁRIOS SERIA A CRIAÇÃO DE UMA LEI ROUANET PARA O SETOR”

HOSPITAL HOSPITAL HOSPITAL

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INTERNAÇÃO DOMICILIAR

ATENDIMENTO DOMICILIAR

GERENCIAMENTO DE DOENÇAS

CRÔNICAS

PROMOÇÃO DA SAÚDE

PREVENÇÃO DE RISCOS E

DOENÇASCENTRAL DE REGULAÇÃO

MÉDICAATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

MÓVEL

TELEMEDICINA

UNIDADE EXTRA-HOSPITALAR

UCE

São Paulo * Baixada Santista * Campinas * Vale do Paraíba * Brasília * Rio de Janeiro * Salvador

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Cínthya Dávila • [email protected]

Diferente das tendências de mercado, o Centro Diagnóstico Schmillevitch, de São Paulo, não tem entre as suas principais pretensões o alto número de exames realizados. Sua preferência está em realizar atendimento personalizado e valorizar o público que freqüenta o laboratório há mais de 20 anos e já é considerado de casa

o sentido prático e teórico, uma palavra que pode descrever a personalidade do presidente do Centro Diagnóstico Schmillevitch, Joel Schmillevitch, é fidelização. Na teoria, ele enfatiza que ncantar as pessoas e passar-lhes segurança é a melhor forma de mantê-las por perto. Na prática, esse sentimento foi o responsável pela motivação para abrir sua rede de laboratórios e, desde então, tornou-se uma das suas principais estratégias para manter-se competitivo no mercado de medicina diagnóstica.

Graduado pela Faculdade de Me-dicina de Mogi das Cruzes e espe-cialização em ultrassonografia, Joel trabalhava como chefe do serviço de ultrassonografia no Hospital A.C Camargo, em São Paulo, quando decidiu montar o laboratório.

“Naquela época, além de traba-lhar no hospital, eu possuía um consultório próprio e os médicos me procuravam para fazer os exa-mes comigo. Percebi que essa era uma boa oportunidade para abrir o meu negócio”, lembra.

O empreendimento foi inaugura-do em1982, primeiramente na rua Itapeva, no bairro da Bela Vista. Com apenas três funcionários e um aparelho de ultrassom, o exe-cutivo conta que foi trabalhando ao longo dos anos para expandir

FidelizaçãoPOR PRincíPiOs

e fidelizar os médicos e pacientes que procuravam seus serviços, expandindo assim a atuação do laboratório.

Os anos se passaram e o laboratório então migrou para avenida Angélica, local que tornou-se a matriz do negócio. De três funcionários cresceu para 300, atuantes em outras seis unidades do Centro Diagnóstico Schmillevitch, todas localizadas na capital paulista.

Mesmo com a expansão dos endereços, Joel afirma que seu laboratório não tem pretensão de realizar um número elevado de exames e sim valorizar a qualidade das análises feitas. Para ele, esse é o segredo da fidelização.

“Primamos pela qualidade e não volume de atendimento. Por isso, procuramos ter um relacionamento personalizado com o público. Temos pacientes que fazem exames conosco há mais de vinte anos. Alguns clientes, quando agendam seus exames, pedem

para ser atendidos por médicos que já conhecem. É esse tipo de convivência que deve ser valorizada na saúde”.

Isso porque, na opinião de Joel, atender grandes volumes pode fazer com que o labora-tório peque no atendimento.

“Muitas vezes, uma empresa muito grande não tem como direcionar seus exames”, explica sobre a dificuldade de gerir alto volume com atendimento de qualidade. “Em um momento de fragilidade na saúde, o que um paciente mais procura é alguém que lhe passe confiança”, completa.

Ainda como principal administrador da instituição, Joel continua atendendo pacientes e acredita que, desta forma, mantém a equipe motivada e mostra dedicação aos pacientes.

TecnologiaAdquirir equipamentos para melhorar a experiência dos pacientes também tem

sido uma das ferramentas utilizadas. Para personalizar o atendimento, o laboratório foi o primeiro a trazer para o Brasil o equipamento de ultrassom doppler colorido e a máquina de ultrassom 3D, utilizada para a realização de exame de elastografia (alternativa à biópsia de fígado para pacientes com doenças hepáticas crônicas).

A mamografia digital também é utilizada na instituição.”Esse aparelho possui sensi-bilidade mais elevada entre as mulheres com menos de 50 anos, pacientes com mamas densas e também pessoas que estão no período pré-menopausal ou peri-menopausal”.

medicina diagnóstica

“Primamos Pela qualidade e não volume de atendimento. Por isso, Procuramos ter um relacionamento Personalizado com o Público”

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atuação: Análises clínicas, diagnóstico por imagem e métodos gráficos

anos de mercado: 30

número de funcionários: 300

Projeção de crescimento Para 2012: 15%

número de unidades: 7Público: operadoras, cooperativas, seguradoras, particular e plano popular

O centro de diagnóstico adquiriu re-centemente a tomografia multislice. O equipamento atua realiza até 8 cortes por segundo em reconstrução 3D.

olhar aTenToCom uma gestão familiar, o Schmille-

vitch não se rendeu às fusões e aquisi-ções do mercado, embora não descarte essa possibilidade. “Está nos nossos planos discutir fusões e aquisições, mas acredito que esses trâmites causam des-conforto nas operadoras. Os clientes e a classe médica também reclamam do atendimento realizado”.

Com uma projeção de crescimento de 15% para 2012, Joel acredita que, por enquanto, a empresa tende a continuar com poucos sócios.

A maior parte de atendimento do Schmillevitch provém da saúde su-plementar, realizando atendimento às cooperativas, convênios e seguradoras.

O laboratório também presta atendi-mento às clínicas particulares e possui um plano de pagamento particular com desconto para pacientes sem plano de saúde. No setor público, o laboratório realiza um serviço de apoio às prefeitu-ras, recolhendo os exames e trazendo para São Paulo, para a realização de análises clínicas.

Otimista com o futuro, Joel diz que pretende expandir a atuação em São Paulo e adquirir novos equipamentos e tecnologias.

joel schmillevitch, centro diagnóstico schmillevitch: previsão de 15% de crescimento em 2012

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CIÊNCIA E NEGÓCIO:SINERGIA INEVITÁVELEmpresas que se adaptarem à economia da informação juntamente com a molecular - composta pela biotecnologia, nanotecnologia e ciências de materiais -, largarão com vantagem na corrida pela perenidade

iência e negócio nunca es-tiveram dissociados, mas atualmente as sinergias entre eles tornaram-se mais evidentes. Diante de um

mundo cada vez mais complexo – em decorrência das próprias invenções científi cas, da quantidade de conhe-cimento produzido e da preocupação com a sustentabilidade dos recursos do planeta, as empresas começaram a reconhecer o papel fundamental dos cientistas para o aprimoramento dos modelos de negócios.

Entre cientistas, CEOs de empresas inovadoras, representantes do (Mas-sachusetts Institute of Technology) MIT - que participaram do Fórum HSM Novas Fronteiras da Gestão 2012 - o discurso é unânime. Sobreviverão ape-nas as empresas adaptáveis.

Dentro do conceito de adaptabilidade podemos falar em fl exibilidade, volatili-

Maria Carolina Buriti • [email protected] Souza • [email protected]

dade, inovação, inquietude, rebeldia, riscos, etc. Uma mescla de características como essas parece ser prepon-derante para o sucesso dos negócios no longo prazo.

Mas adaptáveis ao quê? Tudo indica que a uma economia da informação juntamente com a molecular, composta pela biotecnologia, nanotecnologia e ciên-cias de materiais. Para um dos fundadores da Monitor Talent e ex-CEO do Monitor Networks, Christopher Meyer, o desenvolvimento de ambas representará uma ruptura na forma humana de pensar. “Por que valorizamos processos estáveis? Eles são fatais. A Tecnologia da Informação muda a cada década e as companhias terão que se adaptar a isso”, completa.

De acordo com Meyer, os negócios serão estrutu-rados por meio de redes, com “fronteiras abertas”, o que deve alterar completamente a relação atual entre cliente e fornecedor.

“O crescimento da TI é exponencial e nosso cérebro está pautado sob o raciocínio linear, sujeito, portanto, a erros. A biologia vem junto nisso, pois os genes funcionam como se fossem softwares, afi rma o fu-turista Ray Kurzweil, evidenciando a proximidade da medicina com a TI.

Meyer cita pesquisa realizada nos EUA que apontou que empresas voláteis apresentam um crescimento de 30% na comparação com outras, consideradas estáveis, que obtiveram 13,1%.

HOMEM NO CENTRO Apesar do protagonismo da tecnologia, Walter

Longo - especialista em comunicação e inovação e presidente da New Energy -, ressalta que a imaginação do homem é a propulsora deste período de transfor-mação. Sendo a tecnologia apenas a consequência da expansão dessa imaginação.

Há quem retrate a atualidade como caótica, envolta em desastres ambientais, crises econômicas e dispa-ridades sociais. Longo prefere enxergar a abundância de oportunidades. “O homem sempre quis ir além. Chegar perto de Deus. O mundo digital está, sim, nos aproximando do divino”, afi rma o executivo durante palestra sobre gestão e inovação.

A possibilidade de qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta acessar pela internet praticamen-te todo o conhecimento humano é o que explica a afi rmação um tanto quanto polêmica do executivo.

ESPECIAL

Ray Kurzweil: genes funcionam como softwares

Walter Longo, New Energy: O digital está próximo do divino

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“Estamos no fi m dos limites de expres-são. Os talentos podem aparecer. Antes muitos fi cavam escondidos”, ressalta.

E, para aproveitar tal momento, as empresas precisam “esquecer tudo e reciclar as ideias”. O executivo fala em deixarmos de pensar de forma pira-midal, preocupados com a detenção de controle.

SAÚDE E TI NO FUTURO A rapidez e o barateamento com que

um genoma é sequenciado hoje são fa-tos impensados há poucas décadas.

Impressoras 3D, hoje, já imprimem objetos como uma colher, faca e até um pequeno coração. Estima-se que em dez anos tais equipamentos poderão imprimir órgãos humanos a partir de células troncos.

“Será possível colocar dispositivos computadorizados no corpo humano para curar doenças ou, até mesmo, recriar um pâncreas, por exemplo”, afi rma Kurzweil.

Por trás de experimentos como esses estão vertentes da ciência como inteli-gência artifi cial, nanotecnologia, bio-tecnologia, entre outros.

Já é possível, por exemplo, experi-mentar óculos Ray Ban de casa por meio do conceito de realidade aumentada.

Christopher Meyer, um dos fundadores da Talent e ex- CEO do Monitor Networks: as “froteiras abertas”

devem alterar a relação cliente e forncedor

Fábio Gandour, IBM: equilíbrio entre

ciência e pesquisa

PECULIARIDADES DO NOVO MODELO

-Financeiro: o planejamento fi nanceiro deve ser feito minuciosamente. “Aquela história de cortar custos a qualquer custo não funciona”, diz o cientista-chefe da IBM Research Division, Fabio Gandour, que apresentou a palestra: “Ciência como negócio: como transformar a inovação em algo prático e efetivo para impactar a competitividade de sua empresa”.

-Recursos Humanos: no modelo de ciência como negócio, o insumo é o pesquisador e o cientista. E eles não respeitam as fronteiras do pensar. “É um bicho indomável que deve ser alimentado com carinho”, diz Gandour. Outro desa� o é qual o mecanismo para atrair novos talentos e os custos na formação de um PHD.

-Regras materiais: as regras podem ser as mesmas, mas a aplicação é de outra forma. Os recursos para a ciência como negócio, segundo Gandour, “são os neurônios”.

-Operação: onde abrir o laboratório? Para o executivo, é ideal que seja um lugar que permita a reclusão e, ao mesmo tempo, a proximidade com os familiares.

-Cientista x Pesquisador: É preciso ter um equilíbrio entre as duas fi guras. O primeiro tem fundamentos sólidos de várias áreas e possibilidade de melhorar com elas. O segundo consegue se dedicar com profundidade em um fenômeno específi co. “O sucesso depende de um balanço equilibrado da visão macro e da visão micro”.

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indústria

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Verena Souza • [email protected]

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Depois de GE Healthcare e Philips,

chegou a hora da alemã Siemens

inaugurar complexo industrial para a produção de

equipamentos de imagens. Instalado em Joinville (SC), a

fábrica produzirá 300 unidades por ano

s investimentos das gigantes de equipamentos médicos convergem para o mesmo objetivo: tornar o Brasil polo de fabricação. Depois da GE Healthcare e Philips, a Siemens inaugurou seu primeiro complexo industrial e de logística para produção de equipamentos de imagens no Brasil e na América Latina no final de agosto. O empreendimento faz parte de um pacote de expansão de R$ 50 milhões de investimentos.

Sediada em um condomínio industrial na cidade de Joinville (SC), a fábrica é a primeira voltada para o mercado de Saúde das 14 do grupo, que atua no País também em áreas como energia, indústria, infraes-trutura e cidades há mais de 100 anos.

Com seis mil m² de área construída, a unidade vai montar e produzir equipamentos de Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, Raios-X Analógico e Digital. Cerca de 30% dos diagnósticos digitais por imagem no Brasil são feitos pela alemã, que produzirá aproximadamente 300 máquinas por ano.

Até que fornecedores locais se desenvolvam, as peças serão importadas para serem montadas nacional-mente. “Esse é um processo gradual que visa iniciar uma atividade de localização e, depois, ao longo dos anos vamos evoluir para a verticalização local”, afirma Paulo Stark, o Presidente e CEO da Siemens no Brasil.

O diretor de Healthcare da Siemens, Armando Lopes, enfatizou que a companhia vai seguir o Processo Produtivo Básico (PPB), que define a quantidade de componentes, partes e peças nacionais que os fabricantes

OFabricação NacioNalFabricação NacioNal

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“EssE é um procEsso gradual, quE visa iniciar uma atividadE dE localização E, dEpois, ao longo dos anos, vamos Evoluir para a vErticalização local”

Paulo Stark, da SiemenS

magnEtom spectra:a Siemens Healthcare está

introduzindo no mercado a e a ressonância magnética maGnetom Spectra. o início da produção será a

partir de 2013.os sistemas rm de 3 tesla

até o momento foram usados principalmente para pesquisa

clínica. Com o maGnetom Spectra, a Siemens traz o rm de 3 tesla para hospitais e consultórios. de acordo

com a Siemens, a tecnologia permite redução significativa do custo total de propriedade do sistema (tCo) – que inclui, entre outras coisas,

requisitos de espaço e energia além de preço de compra.

devem utilizar para terem direito a benefícios fiscais.

Nos últimos dez anos foram in-vestidos mais de US$ 700 milhões na criação de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e expansão da capacidade produtiva no Brasil. Atualmente, a Siemens conta com sete centros de P&D para os diversos setores em que atua. De acordo com os executivos, a instalação de uma unidade como essa para a Saúde virá atrelada ao desenvolvimento dos fornecedores.

Para continuar expandindo em to-dos os segmentos, o grupo possui um orçamento de US$ 1 bilhão até 2017. O Brasil é hoje o sexto principal mercado de produtos para a área de saúde do mundo e a perspectiva é se tornar o quinto de maior relevân-cia para a companhia nos próximos cinco anos.

Stark dá uma dica, mas não divul-ga os dados de crescimento da em-presa. "A demanda do mercado vai fazer com que nosso negócio cresça acima de dois dígitos percentuais em Saúde. Porém, não estou falando que seja perto de 10%".

De acordo com o CEO, a investida no País em tecnologias de diagnósti-co está em linha com a necessidade de tratamento precoce e de qualida-de, tendo em vista o envelhecimento da população e novos entrantes no sistema de Saúde.

Competição Com estratégia semelhante, a GE

Healthcare também investe na con-solidação de sua fabricação local. Tal medida, segundo o vice-presidente

da GE Healthcare, Daurio Speranzi-ni – em entrevista durante a Jornada Paulista de Radiologia de 2012 - é a melhor forma de o Brasil se destacar entre emergentes como a China, que é o “quintal de fabricação do mun-do” e a Índia, referência em serviços devido à mão de obra barata.

A fábrica da companhia, em Con-tagem (MG), inaugurada há dois anos, recentemente obteve o aval de órgãos reguladores para a fabricação de tomógrafos de 16 a 128 slices e aguarda a liberação de outros apa-relhos de imagens. Atualmente, ela está em plena operação produzindo raios-x analógicos e digitais.

Entre as fabricantes, a Philips é a que possui o maior portfólio na-cional: cerca de 70% dos aparelhos vendidos são produzidos localmen-te. Entre eles estão: a linha completa de raios-x, ressonância magnética de 1,5 e 3 Tesla, tomógrafos de 16 e 64 cortes, linha de monitores Dixtal e de anestesia.

Seguindo a tendência dos concor-rentes globais, a Toshiba Medical também decidiu pela fabricação local. A fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inau-gurada até o fim deste ano, em Cam-pinas (SP). O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equi-pamentos.

“Há dez anos, 80% das multina-cionais tinham sedes no exterior. Agora, quase 90% delas possuem uma sede na América Latina, onde o principal alvo é o Brasil”, enfatiza o presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, Ricardo Baaklini.

multiX select dr:disponível para todas as aplicações

clínicas radiológicas, o raio-x digital é indicado para todos os

tipos de hospitais desde pequeno a grande porte, bem como clínicas que pretendem entrar no universo digital. de acordo com a empresa

alemã, o novo equipamento permite aos médicos ou operadores obterem imagens de alta qualidade rapidamente; em até 9 segundos a imagem está disponível na estação

de trabalho.

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LIVROS

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Hipertensão 2ª EdiçãoConsiderado o livro mais abrangente sobre hiper-tensão arterial sistêmica, a segunda edição desta obra discute os desafi os e as novas propostas da medicina para o tratamento de doenças cardiovas-culares. Entre os temas abordados, Hipertensão reúne as informações mais recentes da doença, a evolução em crianças, idosos e mulheres, além de um caderno de ilustrações.

Autor: Andréa A. Brandão, Celso Amodeo e Fer-nando NobreEditora: ElsevierNúmero de páginas: 560 Preço sugerido: R$ 199

Doenças de Alzheimer - Uma Perspectiva do Tratamento Multipro� ssionalEste livro transmite os conhecimentos adquiridos para o tratamento da doença de Alzheimer por meio do Programa do Centro de Reabilitação do Hospital-Dia, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - IPq HCFMUSP. A questão central do livro é a intervenção familiar mediante treinamento para assistir e cuidar do doente em parceria com o cuidador. Como a doença de Alzheimer é marcada pelo declínio gradual e crescente das capacidades cognitiva e funcional, que leva seu portador à dependência total de outras pessoas, particularmente os parentes mais próximos.

Autor: Orestes Forlenza, Deusivania Falcão, Meire Cachioni e Paula Villela NunesEditora: AtheneuNúmero de páginas: 182Preço sugerido: R$ 77

Ecocardiogra� a Dinâmica O material combina livros-texto, casos clínicos e recursos multimídia para expor os mais recentes avanços na ecocardiografi a, especialidade que se desenvolve com rapidez.

Autor: Roberto M. Lang, Steven A. Goldstein,Itzhak Kronzon e Bijoy K. Khandheria Editora: ElsevierNúmero de páginas: 504Preço sugerido: R$ 389

Medicamentos de A a ZA publicação tem o objetivo de facilitar o cotidiano do profi ssional e ajudá-lo na busca por informa-ções. A edição inclui remédios lançados no merca-do brasileiro nos últimos dois anos e informações sobre administração da dose, interações medica-mentosas, infl uência de alimentos, conservação e preparo, gravidez e lactação.

Autor: Elvino BarrosEditora: ArtmedNúmero de páginas: 560 Preço sugerido: R$ 74

Terapêutica Oncológica para Enfermeiros e Farmacêuticos Dividida em 11 capítulos, a publicação serve como um guia para pro-fi ssionais de saúde que atuam em oncologia e estão envolvidos com o tratamento e a segurança de pacientes com câncer.

Autor: Edva Moreno Aguilar Bonassa e Maria Inês Rodrigues GatoEditora: Atheneu RioNúmero de páginas: 644Preço sugerido: R$ 187

Manual de Prevenção e Controle de Infecções para Hospitais – 2012Organizado em duas partes, a publicação possibilita a identifi cação e compreensão dos riscos de infecção nos hospitais e oferece orientações que auxiliarão a equipe de assistência à saúde na prevenção e no controle de infecções no dia a dia dos hospitais. Desenvolvida pela Joint Commis-sion Resources, a publicação coloca o leitor em contato com as práticas de prevenção e controle de infecções que precisam ser implantadas em todo o hospital, como: vigilância; higiene das mãos; equipamentos de proteção individual; seleção, exames e imunização da equipe; além dos riscos e as estratégias para evitá-las em diferentes departamentos da unidade hospitalar, incluindo informações específi cas sobre departamentos com elevado fl uxo de pacientes e profi ssionais, entre outros.

Autor: Susan M.Slavish e Joint Commission Resources (JCR) Editora: ArtmedNúmero de páginas: 252Preço sugerido: R$ 79

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VITRINE

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PURIFICA O CLIMADesenvolvido pela Medinovação, o purificador e umidificador de ar foi especialmente pensado para clínicas e ambientes hospita-lares. O aparelho combina duas funcionalidades: elimina vírus, bactérias, fungos e outras impurezas do ar enquanto umidifica o ambiente, graças ao reservatório com água, que exerce a função de climatizador.

ALTERNATIVA CERTAA Caneta Safe-Inject é um aplicador de insulina sem agulha, fabricado na Alemanha, que serve como alternativa aos procedimentos convencionais para o tratamento de diabetes em crianças e adultos. No Brasil, o produto é comercializado pela Hemocat, importadora e distribuidora de produtos na área de saúde.

APOIO À GESTÃOPara acompanhar o ritmo das ne-cessidades clínicas associadas ao gerenciamento de pacientes com doenças cardíacas, como doença valvar, cardiopatia congênita e insuficiência cardíaca, o sistema de ultrassom inteligente iE33, da Philips, oferece quantificações e aquisições de imagens 2D com-plementares e volumétricas e 3D em tempo real. Essas ferramentas ajudam a obter informações deta-lhadas relacionadas à gestão de doenças cardíacas: estrutura, efi-ciência, tamanho, fluxo e função.

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ste negócio do viral motivado pelas redes sociais é uma coisa incrível. O que antes estava ligado à doença, hoje tem uma nova

conotação, de algo que se multiplica “como uma virose”. E fi co assombrada com a velocidade com que isso acontece. Ainda sou daquelas que se surpreende com este tipo de coisa por mais que atue na cobertura jornalística da área de Tecnologia da Informação e interaja em meu dia a dia com uma equipe extremamente jovem, com idade variando de 25 a 30 e poucos anos, e com meus fi lhos, todos os três recém-entrados no mercado de trabalho.

Um viés interessante de toda esta história é a colaboração, que corre na velocidade da internet. Antes restrita às paredes da empresa, e acontecen-do tradicionalmente dentro do departamento para num segundo estágio extrapolar e incluir áreas afi ns, a colaboração, conceito e ato que muitas vezes não faz parte do dicionário corporativo, hoje não tem mais limites, literalmente.

Exemplo prático foi o da Fiat, que lançou no Brasil o projeto Fiat Mio, que resultou em um carro concebido em cima do desejo dos consumidores, a partir de ideias enviadas pelos próprios para o site da companhia. O projeto contou com mais de 2 milhões de visitantes únicos e 17,8 mil cadas-trados, que mandaram mais de 10 mil sugestões.

A construtora Tecnisa lançou o portal colabo-rativo Tecnisa Idéias, que reúne sugestões para melhorar a vida das pessoas, unindo o nome da construtora ao conceito de inovação. As melhores ideias concorreram a um prêmio de US$ 5 mil.

Recentemente, tive contato com alguns sites que buscam colaboradores que queiram contribuir com projetos com os quais se identifi cam. Pode ser um projeto cultural, social ou em qualquer outra esfera. A página na web tem o papel de aglutinar essas pessoas e, ao invés de fundos de investimento, quem banca os projetos são estes apoiadores.

Um exemplo é um projeto que contemple uma ação social que necessita de verba, apresentado no site, juntamente com as opções de valores para contribuição, e há um objetivo comum de alcançar uma meta dentro de determinado prazo para que ele se realize. Se o objetivo é conquistado, o valor é entregue ao organizador, para que então se via-bilize, e este retribui como achar mais adequado, com um presente, brinde etc. Este tipo de atividade já patrocinou diversos projetos, como a realização de fi lmes e mesmo de iniciativas sociais. Caso o valor mínimo não seja atigido, cada contribuinte recebe seu dinheiro de volta.

O trabalho colaborativo aproveita o que as pessoas têm de melhor, seu conhecimento e ex-periência. Nas empresas, leva à geração de ideias, criação de projetos e agilização de processos, por meio do potencial de cada um. E como hoje extrapola os limites físicos, pode ser colocado em prática, também, entre empresas. Voce já experi-mentou? Se sim, e se puder compartilhar como foi escreva para [email protected].

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Stela LachtermacherDiretora Editorial IT Mídia

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