Revista Forum Democratico

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Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi • Nº 125-126 Ano XIV - Março / Abril 13 - R$ 10,00 PODE SER ABERTO PELA ECT E MAIS: ENTREVISTA • HISTÓRIA ITALIANA • TURISMO • CINEMA • ARTES PLÁSTICAS • FOTOGRAFIA

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Nº 125 - 126 - Ano XIV - Março / Abril 13 - R$ 10,00

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Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi • Nº 125-126 Ano XIV - Março / Abril 13 - R$ 10,00

PODE SER ABERTO PELA ECT

E MAIS: ENTREVISTA • HISTÓRIA ITALIANA • TURISMO • CINEMA • ARTES PLÁSTICAS • FOTOGRAFIA

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A N U N C I ECONOSCO

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D E M O C R A T I C O

NOSSA CAPA

A n o X I V - N o 1 2 5 - 1 2 6 - M a r ç o / A b r i l 2 0 1 3

05 agenda cultural

05 Os melhores eventos estão aqui.

18 “Il sorriso del Presidente” di Ermete Treré.

18 encarte

10 Panna Cotta com calda de frutas vermelhas

10 gastronomia

turismo1212 Bento Gonçalves: Belo e hospitaleiroMarisa Oliveira

09 Congiuntura Italia.

08 Congiuntura Brasile.

08 comunità

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06 editorial

06 A centro-esquerda é a mais votada, mas não tem maioria no senado: Itália sem governo estável. Napolitano reeleito Presidente.Andrea Lanzi

17 “O discurso do amor rasgado”, de William Shakespeare / tradução de Geraldo Carneiro e “A vida não é justa”, de Andréa Pachá.

17 literatura

cultura30

Artes Plásticas34 Marcelo Moscheta, “Admirável mundo novo”.Marisa Oliveira

Fotografia30 “Fundo Infinito”, ensaio de Zeka Araújo.

38 “Arte ou Convencimento”, ensaio de Vicente de Percia.

22 Italia

22 Esperienze di radicamento e di cooperazione in Brasile: Il caso dei pré-vestibular comunitari.

Storia italiana

26 Alberto Chirone - Um italiano em Roraima

Emigrazione

Marisa Oliveira

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f o r u mD E M O C R A T I C O84 Março / Abril 13

La rivista Forum Democratico è una pubblicazionedell’Associazione per l’interscambio culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi.

Comitato di redazione Giorgio Veneziani, Andrea Lanzi, Arduino Monti, Mauro Attilio Mellone, Lorenzo Zanetti (em memória).

Direttore di redazione Andrea Lanzi

Giornalista ResponsabileLuiz Antonio Correia de Carvalho (MTb 18977)

RedazioneAvenida Rio Branco, 257/1414 20040-009 - Rio de Janeiro - [email protected]

Pubblicità e abbonamenti Telefax (0055-21) 2262-2934

Revisione di testo (portoghese)Marcelo Gargaglione Lopes, Clara Salvador.

Hanno collaborato: Marisa Oliveira, Vicente De Percia. Logotipo: concesso da Núcleo Cultura Ítalo Brasileira Valença

Stampa: Gráfica Opção Copertina: Tiago Morena

Impaginazione: Tiago Morena Patrícia FreitasSambacine ProduçõesAna Maria Moura

Dados internacionais de catalogação

na fonte (CIP) Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia -

Forum Democratico/ Associazione per

l’insterscambio culturale italo-brasiliano

Anita e Giuseppe Garibaldi - No.0 (mar.

1999) - Rio de Janeiro: A Associazione,

1999 - v. Mensal. - Texto em português e

italiano - ISSN 1516-8123 I. Política - Itália

- Brasil - Periódicos. 2. Difusão cultural -

Itália - Brasil - Periódicos. I. Associazione

per l’interscambio culturale italo-brasiliano,

Anita e Giuseppe Garibaldi.

CDU 32:316.7(450 + 81)(05)

A paisagem e a relação do homem com o espaço natural são os temas que predominam nos trabalhos do artista plástico Marcelo Moscheta.

Dimensão e infinitude (entre outros) como elementos de construção: um novo mundo, um mundo novo. Novo e belo (Artes Plásticas).

Na dimensão da política, por sua vez, a Itália continua sendo o centro do debate e das reflexões do editorial, pois também se almeja para ela e seus cidadãos novas perspectivas, que possam gerar riqueza econômica e social e que a transformem em nação-cidadã deste mundo complexo, exigente e caprichoso em seus contextos multivariados.

A seção Emigração nos traz o relato do italiano Alberto Chirone “diretamente” de Roraima. Muitas histórias contadas... E por falar em histórias, Andréa Pachá, juíza de Família, nos conta várias delas, interessantes e sensíveis, em seu livro A vida não é justa. Vale conferir.

Como dica de turismo, a Forum Democratico escolheu Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Acreditem, Bento, como carinhosamente é chamada a cidade, oferece beleza e gastronomia para ninguém botar defeito e muitas experiências relacionadas à uva e ao vinho e às origens das populações italianas que chegaram à cidade no final do

século XIX. E, no inverno, as temperaturas podem chegar a três graus negativos... O chef Luciano Boseggia, do restaurante Alloro, nos ensina como preparar uma deliciosa receita de panna cotta com calda de frutas vermelhas e três exposições indicadas na Agenda Cultural vão compor a programação dos amantes da arte contemporânea e da fotografia:

Arquitetura de Vidro (Marcos Cardoso), Sala de Espera (Carlito Carvalhosa) e FotoLivros Latino-Americanos (Horacio Coppola, Boris Kossoy e outros).

e x p e d i e n t e

Carta do leitor

Nota do Editor

“Por sorte, li, atrasado, na casa de amigos, o artigo Ponta de Faca, Excremento de Urubu: o Enigma da Arte, na revista Forum Democratico, Nov/Dez/2012, do crítico de arte e escritor Vicente de Percia. Ótimo texto, elucidativo e embasado acerca das questões que envolvem a arte contemporânea e a globalização da arte. O autor é parcial, bem posicionado e expressa dados seguros para que possamos refletir e nessa estratégia crítica aciona o rever da produção artística, assim como os seus vínculos, erros, qualidades e desafios a serem vistos e superados. Parabéns, extensivo aos editores e responsáveis.”Patrick Kerr, por email, em 27/02/1013

Como dica de turismo, a DemocraticoAcreditem, Bento, como carinhosamente é chamada a cidade, oferece beleza e gastronomia para ninguém botar defeito e muitas experiências relacionadas à uva e ao vinho e às origens das populações italianas que chegaram à cidade no final do

também se almeja para ela e seus cidadãos novas perspectivas, que

O chef Luciano Boseggia, do restaurante Alloro, nos ensina como preparar uma deliciosa receita de panna cotta com calda de frutas vermelhas e três exposições indicadas na Agenda Cultural vão compor a programação dos amantes da arte contemporânea e da fotografia:

Arquitetura de Vidro (Marcos Cardoso), Sala de

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agenda cultural

Arquitetura de Vidro, mostra do artista Marcos Cardoso, apresentará 26 esculturas (Série Maquete Visual), reunindo, no total, 450 mil palitos de fósforo, seis pinturas em grandes dimensões, produzidas com tiras de chinelos de borracha e cinco xilogravuras. Há 20 anos pesquisando produtos industriais, Marcos Cardoso agora os relaciona aos tradicionais meios de expressão plástica: a gravura, a escultura e a pintura. Na gravura, a pesquisa se dá no campo da pré-indústria, utilizando como matrizes madeiras ordinárias de construção civil. Na escultura, trabalhos elaborados para um espaço de transparência e luminosidades, palitos de fósforo recriando espaços urbanos, e, na pintura, o dinamismo da indústria em sua multiplicação.

MAM – Av. Infante Dom Henrique, nº 85, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 2240-4944; Horários: de 3ª a Dom., Abertura: 4 de maio de 2013, às 17h. Ingressos no local. A mostra fica em cartaz até 04 de agosto de 2013.

IMS – Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, RJ. Tel.: (21) 3284-7400; Horários: de 3ª a Dom., das 11h às 20h, Ingresso: Entrada franca, classificação livre. Até 16 de junho de 2013. Mais informações: www.ims.com.br

Sala de Espera

Arquitetura de vidro

MAC USP Nova Sede – Av. Pedro Álvares Cabral, 1301, São Paulo, SP, Tel.: (11) 5573-9932; Horários: de 3ª a Dom., das 10h às 18h, Ingressos: Entrada franca, classificação livre. Até setembro de 2013.

EXPOSIÇÃO

Para inaugurar o anexo do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP), no Ibirapuera, novo local dedicado à intervenção de arte contemporânea, foi escolhida Sala de Espera, assinada por Carlito Carvalhosa. A instalação dialoga com diversos trabalhos de caráter institucional desenvolvidos pelo artista há vários anos, com desdobramentos mostrados em locais como Salvador, Havana, Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro, nos quais oferece ao espectador imersões sensoriais de grande delicadeza e impacto. Em Sala de Espera, o artista trava um embate sutil com o espaço amplo, vazio e intocado projetado em 1950 por Oscar Niemeyer, através de um único e potente material: a madeira. Em torno das claras sucessões de colunas brancas, que sustentam e dão uma precisão geométrica ao espaço, distribuiu cerca de 80 postes, de 9 a 12 metros de comprimento, que um dia serviram de sustentação para a iluminação pública. O conjunto cria uma paisagem estranha, provocativa, construída na horizontal. Quase como uma “floresta deitada”, segundo Carvalhosa.

A mostra é a seleção de fotolivros, considerados os melhores da América Latina desde os anos 1920 até a atualidade. Serão exibidas 66 publicações, 119 fotografias e 8 vídeos produzidos a partir de imagens dos livros presentes na mostra. Mais do que uma história da fotografia no continente, a exposição funciona como um panorama estético, social e cultural da América Latina. A curadoria é de Horacio Fernández. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Nicarágua, Peru e Venezuela foram os países pesquisados, trazendo artistas como Horacio Coppola, Claudia Andujar, Boris Kossoy, Paz Errázuriz, Manuel Alvarez Bravo, Miguel Rio Branco, entre outros. Em maio, haverá seminário sobre fotolivros, com as presenças já confirmadas de Miguel Rio Branco, Sergio Burgi, Joaquim Marçal e alguns mais. Como temas, história e propaganda, fotografia urbana, literatura e fotografia, ensaios e fotolitos fotográficos e América antes da América.

FotoLivros Latino-Americanos

Por Marisa Oliveira / Fotos: Divulgação

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f o r u mD E M O C R A T I C O86 Março / Abril 13

e d i t o r i a l e

Rispetto alle elezioni politiche del 2008 il partito di Berlusconi ha

perso 6 milioni di voti, la Lega si è dimezzata, il Pd ha perso 3 milioni

e mezzo. I montiani hanno guadagnato il 2 per cento rispetto all’Udc e

al partito di Fini che avevano l’8 e ora sono scomparsi. Il movimento di

Grillo ha ottenuto 8 milioni di voti mentre nel 2008 non esisteva. Nella

Camera dei Deputati, grazie alla legge in vigore, il centro sinistra con

il 29,55% dei voti ottiene 340 seggi pari al 55%. Al Senato – dove il

premio di maggioranza è assegnato su base regionale – il centro sinistra

con il 31,63% dei voti ottiene 121 seggi (che arrivano a 125 con i 4 seggi

conquistati all´estero) ben al di sotto della maggioranza necessaria per il

voto di fiducia necessario a formare il governo in un sistema politico par-

lamentare. Nella situazione di stallo seguita alle elezioni, il centro sinistra

è riuscito comunque ad eleggere come presidenti della Camera e del

Senato due personaggi non provenienti dal mondo politico, ma espressio-

ne della società civile; rispettivamente, Laura Boldrini, ex portavoce ONU

per i rifugiati politici, e Piero Grasso, ex procuratore nazionale antimafia. Il

Partito Democratico è riuscito anche ad ottenere per il proprio lider, Pier

Luigi Bersani, il mandato esplorativo per tentare di formare il governo da

parte del Presidente della Repubblica; ma dopo alcuni giorni di consulta-

zione con le forze politiche e sociali, Bersani ha informato il Presidente

Napolitano di non avere raggiunto i consensi per formare il governo. Da

una parte il Movimento 5 Stelle, guidato dall´attore Beppe Grillo, forte

del 25,55% dei voti, si rifiuta di appoggiare un qualsiasi governo che non

sia presieduto da un suo esponente; dall´altra Berlusconi, che si è fermato

a meno di un punto percentuale di distanza dal centro sinistra, con il

29,18% dei voti alla Camera, propone un governo basato su un accordo

politico con il centro sinistra; sapendo che è una proposta non ricevibile,

e quindi già pensando alla prossima campagna elettorale. Le elezioni sono

state caratterizzate dallo straordinario risultato del Movimento 5 Stelle

– che sarà costretto a trovare le forme per esprimersi come una forza

politica anche se si è presentato come movimento contro i partiti; e anche

dalla scomparsa politica del terzo polo centrista; la Lista per Monti

ha infatti assorbito gran parte dei consensi dell´UDC di Casini ed

ha addirittura fatto scomparire dal Parlamento Futuro e Libertà

dell´ex presidente della Camera Gianfranco Fini. Il Presidente

Napolitano ha assunto una iniziativa mai prima adottata: la creazio-

ne di due commissioni di saggi sulle tematiche istituzionali e quelle

economiche e sociali che hanno elaborato proposte possibilmente

condivisibili da un largo arco di forze politiche; di fatto il tentativo di

Bersani di formare il governo è passato in secondo piano rispetto

all´elezione del nuovo presidente della Repubblica. Le votazioni,

iniziate il 18 aprile, hanno sconvolto il quadro politico; i candidati

di Bersani, prima Franco Marini e poi Romano Prodi, non hanno

raggiunto il quorum; Bersani si è dimesso da segretario del Partito

Democratico e insieme a Berlusconi e al primo ministro Monti ha

chiesto al Presidente Napolitano di essere disponibile ad essere rie-

letto. La rielezione ha avuto il voto di 738 grandi elettori. Secondo

molti commentatori, il Capo dello Stato darà un mandato per un

“governo di scopo” per realizzare le proposte contenute nel docu-

mento dei “saggi”; a partire da legge elettorale, riforma del Senato,

finanziamento dei partiti, una politica economica mirata alla crescita

e all’equità. Ancora non si sa se sarà il “governissimo”, auspicato da

Berlusconi, oppure un “governo del presidente”.

IL CENTRO SINISTRA È IL PIÙ VOTATO, MA NON HA LA MAGGIORANZA IN SENATO: ITALIA SENZA GOVERNO STABILE. NAPOLITANO RIELETTO PRESIDENTE. Andrea Lanzi

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e d i t o r i a le d i t o r i a l

Em comparação às eleições políticas de 2008, o partido de Berlus-

coni perdeu 6 milhões de votos, a Liga Norte ficou pela metade,

o Partido Democrático perdeu 3 milhões e meio. A chapa do primeiro

ministro Monti teve aumento de 2% em comparação à UDC e ao partido

do Fini, que juntos tinham 8% e agora desapareceram. O Movimento do

Grillo, que em 2008 não existia, atinge 8 milhões de votos. Na Câmara

dos Deputados, graças a lei em vigor, a centro-esquerda, com 29,55%

dos votos, obtém 340 cadeiras, 55% do total. No Senado – onde o

prêmio de maioria é contabilizado em nível regional – a centro-esquerda

com 31,63% dos votos obtém 121 cadeiras (que viram 124 com as quatro

vagas obtidas no exterior), bem abaixo da maioria necessária para o voto de

confiança, indispensável para dar vida ao governo em sistema parlamentar.

As últimas eleições foram caracterizadas pelo extraordinário resultado do

Movimento 5 Estrelas – que terá que aprender a se comportar como uma

força política, apesar de ter se apresentado como uma força anti-partidos; e

pelo desaparecimento político do terceiro polo centrista; a chapa de Monti

de fato absorveu a maioria dos votos da UDC de Casini e até fez sumir do

parlamento Futuro e Liberdade do ex-Presidente da Câmara, Gianfranco

Fini. No contexto do empate pós-eleições, a centro-esquerda conseguiu,

de qualquer modo, eleger como presidentes da Câmara e do Senado

duas personalidades não provenientes do mundo político, mas expressão

da sociedade civil; respectivamente, Laura Boldrini, ex-porta-voz da ONU

para os refugiados, e Piero Grasso, ex-procurador nacional anti-máfia. O

Presidente da República concedeu a Pier Luigi Bersani do Partido Demo-

crático o “encargo para explorar” a possibilidade de formar o governo,

mas depois de uns dias de consulta com as forças políticas e sociais, Bersani

informou ao Presidente Napolitano não ter conseguido os consensos para

dar vida ao governo. De um lado o Movimento 5 Estrelas, liderado pelo

ator Beppe Grillo, com a força dos 25,55% dos votos, se nega a apoiar

qualquer governo que não seja presidido por um seu representante; do

outro lado Berlusconi, que com 29,18% dos votos chegou à Câmara com

menos de um ponto percentual de distância da centro-esquerda, propõe

um governo baseado num acordo político com a centro-esquerda; sabendo

que a proposta já foi rejeitada e que não é recebível; e, então, já se pre-

parando para a próxima campanha eleitoral. Nesta situação, o Presidente

Napolitano, tomou uma iniciativa nunca antes realizada: a criação de duas

comissões de sábios sobre os temas institucionais e econômico-sociais, que

deveriam elaborar propostas possivelmente aceitas por um amplo leque de

forças políticas; de fato a tentativa de Bersani de formar o governo passou

em segundo plano em relação à eleição do novo presidente da nação. As

votações, iniciadas no dia 18 de abril, desestabilizaram o quadro político; os

candidatos de Bersani, no início Franco Marini e depois Romano Prodi, não

conseguiram o quórum; Bersani se demitiu do cargo de secretário do Parti-

do Democrático e, junto com Berlusconi e o primeiro ministro Monti pediu

ao Presidente Napolitano de ser disponível para ser reeleito. A reeleição

teve o voto de 738 dos 1007 “grandes eleitores”. Na opinião de muitos co-

mentaristas, o Chefe do Estado conferira um encargo para um “governo de

resultado” para realizar as propostas incluídas no documento dos “sábios”;

em primeiro lugar a lei eleitoral, a reforma do Senado, o financiamento

dos partidos, uma política econômica voltada ao crescimento e a equidade.

Ainda não está claro se teremos um “governissimo”, como quer Berlusconi

ou um “governo do presidente”.

A CENTRO-ESQUERDA É A MAIS VOTADA, MAS NÃO TEM MAIORIA NO SENADO: ITÁLIA SEM GOVERNO ESTÁVEL. NAPOLITANO REELEITO PRESIDENTE.

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f o r u mD E M O C R A T I C O88 Março / Abril 13

c o m u n i t à

Congiuntura Brasile.

SEMINARIO ITALIA BRASILE SULLO SVILUPPO DELLE INFRASTRUTTURE.

BRASILIA

L’Ambasciatore italiano Raffaele Trombetta – da poco insediatosi in sostituzione di Gherardo

La Francesca – ha sottolineato le grandi oppor-tunità che il piano di sviluppo delle infrastrutture brasiliane offre alle imprese italiane. Il seminario a cui ha partecipato il ministro dell’Ambiente Corrado Clini, ha visto la presenza di oltre 50 imprese brasiliane e di oltre 70 gruppi italiani; fra le imprese presenti, Azimut, Cogip, ENEL, Ghella, Impregilo, RINA e Trevi. Il presidente dell’ICE, Riccardo Monti, ha annunciato l’apertura di una nuova antenna a Rio de Janeiro, dopo la colpevole chiusura operata qualche anno fa.

Nei sondaggi di opinione continuano elevati i consensi alla Presidente Dilma e al governo.

Per le elezioni presidenziali, del parlamento e dei governi degli Stati del 2014 le grandi manovre dei partiti sono già cominciate. Nel PSDB esistono ancora resistenze alla candidatura di Aécio Neves da parte soprattutto del gruppo legato a José Ser-ra; il PPS ha convocato un congresso straordina-rio per sancire il distacco dal PSDB e la proposta di fondersi con il Partito Socialista Brasiliano, del

Marina Silva Lula e Eduardo Campos

Dilma Roussef e Raffaele Trombetta

governatore di Pernambuco Eduardo Campos; il vice presidente del PSB, Roberto Amaral, ha risposto sprezzante che il partito di Roberto Freire, in costante calo di consensi, farebbe bene ad unirsi alla destra dei DEM (ex partito liberale). Eduardo Campos, comunque, si sta comportan-do sempre di più come possibile candidato alla Presidenza non in opposizione al governo – di cui continua a far parte – ma in base all’esigenza di “fare di più”, di più ambiziosi traguardi. Marina

Silva dopo essere uscita dal Partito Verde sta costruendo un nuovo partito, la Rete, raccoglien-do in tutto il paese le firme necessarie. Dilma, con una mini riforma ministeriale, ha rinsaldato l’appoggio del PDT e del PR alla sua rielezione, sostituendo il ministro del Lavoro, Brizola Neto, con il collega di partito Manoel Dias, e nominan-do César Borges ministro dei Trasporti in sosti-tuzione di Paulo Sérgio Passos, attuale occupante del ministero con profilo tecnico.

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f o r u mD E M O C R A T I C O 9Março / Abril 13

c o m u n i d a d e

Congiuntura Italia.

Dopo le elezioni, la situazione politica continua indefinita. Il segretario del Partito Demo-

cratico, Pier Luigi Bersani, ha avuto l’incarico di formare il nuovo governo ma è stato costretto ad informare il Presidente della Repubblica di non avere raccolto i consensi necessari (vedi editoria-le). L’attenzione si è momentaneamente spostata sull’elezione del Presidente della Repubblica; le votazioni del parlamento in seduta congiunta, con la presenza dei rappresentanti delle regio-ni, inizieranno il 18 aprile. Il centro sinistra ha dichiarato di voler tentare un percorso condiviso con le altre forze politiche anche se avrebbe i numeri per eleggere comunque il proprio can-didato. Bersani ha confermato a questo riguardo che si incontrerà con Berlusconi. Scomparso

È stata inaugurata a San Paolo presso la “Casa da Cultura Judaica” (rua Oscar Freire, 2500)

la mostra intitolata “Carlo Levi, Pittore, Scrittore e Antifascista”. L’esposizione, organizzata da “Mu-seu a Céu Aberto” e dalla “Associazione di amici-zia Italia Brasile”, rimarra aperta fino al 23 giugno. Le 53 opere sono state messe a disposizione dalla Fondazione Carlo Levi di Roma, la curatoria è di Antonella Lavorgna. Più conosciuto per la produzione letteraria – si ricorda il suo libro più famoso “Cristo si è fermato a Eboli”- Carlo Levi è autore di una vasta opera pittorica che non era mai stata esposta in Brasile.

politicamente il terzo polo; Futuro e Libertà di Gianfranco Fini non entra in parlamento, mentre l’UDC di Casini esce dalle elezioni pesantemen-te ridimensionata, annunciando un congresso straordinario per decidere sul proprio futuro. La situazione sociale continua molto difficile, con oltre un milione di persone che hanno perso il lavoro nel 2012 mentre la disoccupazione giovanile supera il 30%. È ripresa l’emigrazione di massa degli italiani all’estero, mentre molta manodopera straniera lascia l’Italia per rientrare nei propri paesi con l’eccezione di gruppi etnici che si sono specializzati in prestazioni lavorative particolari, quali la raccolta di prodotti agricoli o le badanti degli anziani.

Pier Luigi Bersani

RISULTATI ELEZIONI ITALIANE ALL’ESTERO.

Il MAIE di Ricardo Merlo, alleato dell’UDC e rappresentante in America Meridionale della

Lista Monti, si conferma la forza politica principale in questa circoscrizione; elegge due deputati e un senatore. Ma è il Partito Democratico il grande vincitore tornando ad essere il secondo partito in questa area geografica, con una campagna eletto-rale molto difficile e con mezzi economici molto inferiori a quelli degli avversari; il PD elegge alla Camera Fabio Porta (riconfermato a riprova di un ottimo mandato parlamentare) e al Senato Fausto Longo; entrambi i candidati provengono dal Brasile dove il PD è il primo partito. Il risultato è il frutto dell’accordo politico del PD con il Partito

Fabio Porta e Fausto Longo

Socialista Italiano, che ha indicato Fausto Longo, il Partito Socialista Argentino e il movimento associativo AISA. Eletta alla Camera anche Renata Bueno per l’USEI, lista personale del faccendiere Sangregorio; per capire dove è andata a sfru-golare la dirigente del PPS, questo Sangregorio dopo essersi presentao nelle precedenti elezioni per l’UDC, era diventato fino a pochi mesi fa il coordinatore del PDL di Berlusconi in Argentina. Renata Bueno prima di approdare all’USEI aveva insistentemente chiesto al PD, a cui era iscritta, un posto in lista; a fronte di una negativa era passata a SEL che pure non aveva concesso la candidatura.

MOSTRA CARLO LEVI.

SAN PAOLO

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D E M O C R A T I C O8 f o r u m10 Março / Abril 13

Panna Cotta com calda de frutas vermelhas

Alloro RistoranteAv. Atlântica, 1020, Leme, RJ.Térreo do Hotel Windsor AtlânticaTel.: (21) 2195-7857

Horário de funcionamento: de segunda a domingo: das 12h a 0h.

Aceita todos os cartões de créditoEstacionamento Valet Park (R$ 10,00)

www.allororistorante.com.br on.fb.me/YcUEhM

É com uma receita de sobremesa que Luciano Boseggia, chef do Alloro, restaurante gastronômico da Rede de Hotéis Windsor, vai deliciar os

leitores da Forum Democratico.

No Brasil há 27 anos, Boseggia trouxe para o Rio de Janeiro os famosos risotos que o consagram - o de frutos do mar, o de aspargos e stracciatella, o de cogumelos e o bêbado com linguiça - e trouxe também as polentas

inesquecíveis, como a de gorgonzola doce com nozes e a de ragú com pato. Mas delícias por delícias, que não se deixe de mencionar as massas - tortelli de abóbora com ragu de camarão e amêndoas, trofie aglio e olio com ragu de cherne e bottarga.

Mas vamos à panna cotta, que um pouco de doce não faz mal a ninguém.. (Por Marisa Oliveira).

Ingredientes

Base 600 ml de creme de leite fresco90 g de açúcar refinado1 fava de baunilha5 folhas de gelatina sem sabor

Calda300 g de frutas vermelhas (amoras, mirtillo e framboesa)100g de morangos70 g açúcar refinado

Coloque em uma panela pequena o creme de leite e o açúcar. Abra a fava ao meio e raspe-a com uma faca. Adicione a fava na panela junto ao creme de leite e ao açúcar. Leve a panela ao fogo baixo até levantar fervura. Em outro recipiente, coloque as folhas de gelatina para hidratar em água filtrada com pedras de gelo. Após 5 minutos, retire as folhas da água e dissolva no creme de leite ainda quente. Mexa bem! Em forminhas individuais ou uma forma média, distribua o conteúdo da panela. Cubra com plástico filme.Leve à geladeira por 2 horas.

Preparo da caldaJunte todos os ingredientes numa panela média e leve ao fogo baixo por 20 ou 25 minutos. Separe 1/3 das frutas cozidas e passe em uma peneira grossa. Leve à geladeira até o momento de servir. Bon apetit!

Modo de preparo Serviço

Foto: Divulgação / Prima Press

G a s t r o n o m i a

Page 11: Revista Forum Democratico

Como gestor você tem um papel importante no combate à dengue. Sua participação nas ações de

mobilização, controle e assistência é fundamental. Para melhor coordenar o processo de enfrentamento

da dengue, veja algumas ações para serem planejadas e desenvolvidas no seu espaço de atuação:

•Reorganizaraassistênciaàsaúdenosdiversosníveisdeatenção;

•Reforçaravigilânciaemsaúde,especialmenteadecontroledevetoresemonitoramentodecasos;

•Promoveracapacitaçãoeeducaçãopermanentes,remanejandopessoas,quandonecessário;

•Planejaraçõesdecomunicaçãoemobilização,comomutirõesdelimpezanacomunidade;

•Realizarplanejamentoestratégicoparaprogramareacompanharasações;

•Assegurarofuncionamentopermanentedosserviçosdecoletaetratamentodelixo.

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Page 12: Revista Forum Democratico

D E M O C R A T I C O8 f o r u m12 Março / Abril 13

t u r i s m o

Page 13: Revista Forum Democratico

f o r u mD E M O C R A T I C O 13Março / Abril 13

t u r i s m o

Bento GonçalvesBelo e hospitaleiro Marisa Oliveira

Foto: Maria Fumaça / acervo Giordani Turismo

Page 14: Revista Forum Democratico

D E M O C R A T I C O8 f o r u m14 Março / Abril 13

Um pouco de históriaBento Gonçalves tem origem na Colônia Dona Isabel, a qual, em 1870, era conhecida como “Região da Cruzinha” devido a uma cruz rústica, cravada sobre a sepultura de um possível tropeiro ou traçador de lotes coloniais. Época do escambo, da troca de mercadoria por mercadoria. A Colônia Dona Isabel sediava um pequeno comércio, no qual os tropeiros faziam paradas para descanso. Foi na Encosta Superior do Nordeste, em 1875, que os italianos começaram a chegar e se instalaram nas Colônias Dona Isabel (Bento Gonçalves), Conde D’Eu (Garibaldi) e Nova Palmira (Caxias do Sul). Naquele ano, chegou ao núcleo do Planalto uma leva de imigrantes e, em 1876, pioneiros oriundos do Tirol Austríaco e da região do Vêneto, Itália, instalaram-se na esplanada, onde hoje se situa a Igreja Matriz Cristo Rei.

A Colônia de Dona Isabel se separou do município de Montenegro em 1890, passando a se chamar Bento Gonçalves, em homenagem ao chefe da Revolução Farroupilha. Em 1950, principais atividades econômicas eram as do setor agrícola. Contudo, começaram a surgir várias indústrias, como de acordeões, laticínios,

Foto: Rota Cantinas Históricas - Faria Lemos / Irineo Dall’Agnol

móveis, curtume, fábrica de sulfato e vinícolas. Em 1967, Bento Gonçalves passa por uma grande transformação, considerada um marco histórico. Nessa época, deu-se início à I Festa Nacional do Vinho e, pela primeira vez, a cidade recebe a visita de um presidente da República, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Com isso, o principal produto de Bento Gonçalves torna-se conhecido nacional e internacionalmente e descobre-se a vocação da cidade para o turismo. A cidade

é reconhecida como um dos maiores polos moveleiros do sul do Brasil e considerada a Capital Brasileira da Uva e do Vinho. Desde 2007, é um dos 65 Destinos Indutores do Brasil, escolhida pelo Ministério do Turismo (MTur). O pavilhão do Parque de Eventos onde ocorreu a I Fenavinho, em 1967, hoje conta com 50.000m² de área construída, totalmente climatizada, competindo com o Parque do Anhembi, em São Paulo. A cidade se constitui num atrativo de Eventos Internacionais.

Foto: Ferradura, Vale do Rio das Antas / Almir Dupont

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t u r i s m o

Aconchego e belas paisagens Localizado na Serra Gaúcha, a 115 km de Porto Alegre – Rio Grande do Sul, Bento, para os “íntimos”, possui um dos mais altos índices de desenvolvimento humano (IDH) do Rio Grande do Sul, o que enfatiza a qualidade de vida usufruída pela sua população e, consequentemente, pelo turista que aqui busca aconchego e lazer, numa das mais importantes regiões turísticas do Brasil. O certo é que o turista, cercado de aconchego e belas paisagens, chega para conhecer e degustar o vinho produzido em Bento, primeira região a obter a Indicação de Procedência pelo Vale dos Vinhedos.

Rotas e Roteiros Vale dos Vinhedos: primeiro e mais importante destino enoturístico do Brasil, proporciona ao visitante a contemplação da paisagem vitivinícola, bela nas quatro estações. Excelentes estruturas vinícolas, contato com a cultura da imigração italiana, culinária diferenciada e hospedagem em meio ao aroma das uvas no verão e à

beleza das brumas do inverno.

Caminhos de Pedra: um dos mais importantes roteiros de turismo cultural no meio rural. Passeios interativos com imigrantes italianos, contato com as atividades práticas desenvolvidas, tais como a moagem da erva mate, a elaboração de produtos à base de leite de ovelha, o ofício da tecelagem e a elaboração de massas, com direito à degustação gastronômica em restaurantes instalados em casas de pedras.

Vinhos de Pinto Bandeira: cenário encantador, paisagem deslumbrante. É o que exprime o visitante ao conhecer Pinto Bandeira, distrito onde se localiza a rota Vinhos de Pinto Bandeira. Roseiras, pessegueiros e ameixeiras floridas ou frutadas. Excelentes vinhos de cantinas de pequeno porte. Risotos exóticos.

Rota Cantinas Históricas: um dos mais tradicionais distritos na elaboração de uvas de cepas diferenciadas. Rotas em estradas

de relevo acidentado no Vale Aurora. Bons vinhos e culinária italiana: Rota Cantinas Históricas.

Vale do Rio das Antas: em plena Serra Gaúcha, uma paisagem tropical em um vale que se funde com o rio das Antas. Na região, são produzidos em harmonia o vinho e a cachaça, a massa e a rapadura.

Maria Fumaça: Diversão para todas as idades. Uma locomotiva do século XIX leva o visitante a percorrer um trajeto de 23 km cheio de surpresas a cada estação, shows folclóricos, degustação de queijos e vinhos e de espumantes.

Além desses roteiros, Bento oferece outros atrativos, tais como o parque temático Epopeia Italiana e o museu do Imigrante. Com paisagens bordadas de parreiras, Bento, com sua vocação turística e industrial, é um dos mais interessantes destinos do sul do Brasil. No inverno, as temperaturas chegam até três graus negativos e as estações são bem definidas, proporcionando diferentes e belas paisagens ao longo do ano. Destino de fácil escolha, pela malha rodoviária que o atende e localização próxima de aeroportos, quem escolhe Bento não se arrepende: hospitalidade, gastronomia, boa hospedagem, e, claro, excelentes vinhos.

Foto: Caminhos de Pedra / Almir Dupont

Foto: Vale dos Vinhedos / Almir Dupont

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f o r u mD E M O C R A T I C O816 Março / Abril 13

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c u l t u r a

Marisa Oliveira

O discurso do amor rasgado

T ítulo bem expressivo para essa reunião de sonetos e trechos de clássicos de William

Shakespeare que fala de amor: amor amor, amor poético, amor por Shakespeare, amor pelas des-cobertas feitas ao longo de 30 anos pelo tradutor Geraldo Carneiro.

O discurso do amor rasgado é uma obra para quem ama livros e autores; para quem seja capaz de entender a paixão expressa de Carneiro, de novo, pelo amor e pelos escritos que o traduzem.

Sonetos e extratos de textos traduzidos vêm acom-panhados de suas formas originais, modo singelo de expor o objeto do amor - sem pudor!

O discurso do amor rasgado é livro para se ter à mão e a qualquer momento curtir um dito, uma ideia, um sentimento. É um livro para quem ama a vida, para quem ama o amor, para quem ama o que faz. A glória para os eternos apaixonados. A motivação para se buscar o amor romântico, que nos faz sentir vivos.

Quem é Geraldo Carneiro?

Natural de Belo Horizonte, Geraldo Carneiro é poeta, roteirista e compositor. Participou ativamente da geração dos poetas marginais, tendo publicado seu primeiro livro em 1974. Como roteirista, ganhou em 2012 o prêmio Emmy – o maior da televisão mundial – pelo remake da novela O astro, de Janete Clair, exibida em 2011, na TV Globo. Como compositor, teve suas canções interpretadas por Ney Matogrosso, Lenine, Gal Costa, Olivia Byington, além de parcerias com outros grandes nomes da música, como Egberto Gismonti, Astor Piazzolla, Francis Hime e Wagner Tiso.

O discurso do amor rasgado Autor: William Shakespeare Tradutor: Geraldo CarneiroEditora: Nova Fronteira Páginas: 136 Preço: R$ 39,90

A vida não é justa

Q ue a vida não é justa todos nós sabemos. O que não sabemos, talvez, é que a balança da

Justiça é regulada por muitos “fiéis” - os persona-gens que comparecem às barras dos tribunais, os juízes, os advogados, e, sobretudo, o imponde-rável e muitas vezes o inimaginável - elementos intangíveis que prevalecem nos sentimentos, nas atitudes, nas decisões, na roda que faz girar o mundo.

A autora Andréa Pachá, juíza de Família, reuniu na obra A vida não é justa uma infinidade de histórias sobre as audiências que presidiu. Pequenos contos. Breves, pungentes, extraordinários na sua simplicidade, na forma de revelar a natureza humana com suas paixões e contradições.

Merecem ser lidos. Todos. Sem exceção, pois em cada um deles, com a mesma carga de inten-sidade, é possível refletir, compreender e aceitar que somos todos diferentes, desiguais, criaturas e contextos; que caminhamos muitas vezes no sentido oposto à razão, movidos pelo irracional dos sentimentos, dos desejos, até mesmo sem nos dar conta. E se a vida não é justa em sua essência, naquilo que nos revela caso a caso, dia a dia, de outra maneira é absolutamente igualitária, digamos assim, na essência da natureza humana. Somos todos iguais. Como juntar essas duas pontas - a igualdade e a eterna desigualdade? Andréa Pachá pode ajudar...

A vida não é justaAutor: Andréa PacháEditora: AgirPáginas: 192Preço: R$ 29,90

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l i t e r a t u r a

f o r u mD E M O C R A T I C O 17Março / Abril 13

Quem é Andréa Pachá?

Andréa Maciel Pachá é juíza de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi Conselheira do Conselho Nacional de Justiça, res-ponsável pela criação do Cadastro Nacional de Adoção, pela Comissão de Conciliação e Acesso à Justiça e pela implantação das Varas de Violência contra a mulher em todo o país, entre outras atividades relevantes no âmbito da Justiça. Andréa também é convidada para dar palestras sobre casos de violência doméstica e tráfico de mulheres. Foi produtora de teatro e trabalhou com Amir Haddad, Aderbal-Freire Filho, Luis Arthur Nunes e Rubens Correa.

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“Il sorriso del Presidente”(Ermete Treré Remix/Version 1.0)

iQuesto proverbio italiano viene usato sempre da chi è solito alzarsi presto la mattina o da chi vuole esortare qualcuno a farlo.’Quando si usa dire ‘il mattino ha l’oro in bocca’ significa che è buona norma sfruttare le ore del mattino perché esse porteranno ottimi risultati nel campo produttivo e lavorativo..iiTra le tante varietà di marmo, questa presenta macchie o stirature di vari colori, diversi da quello del fondo.iiiMarca di famose macchine per fare il caffè espresso nei bar.ivGiornale venduto nelle edicole tutti i giorni.vDal verbo ‘rammaricarsi’, ossia dolersi, rincrescersi, esprimere il proprio dispiacere. viDalla parola ‘arrembaggio’, ossia assalto ad una nave nemica dopo che è stata abbordata. In termini scherzosi, si usa nella frase ‘all’arrembaggio!’, ossia ‘Alla conquista!’, di cose o persone, con foga e entusiasmo. Il discorso del presidente è, quindi, ‘arrembante’, ossia ‘che conquista’.

vii L’allocco è un uccello rapace notturno, dagli occhi grandi e rotondi, della famiglia degli Strigiformi. Ma significa anche una persona stupida, di aspetto poco intelligente.

e n c a r t e

Capitolo 1di Ermete Treré

giovedì 20 settembreLorenzo Carta aprì gli occhi e vide che fuori dalla finestra, attraverso i rami frondosi degli abeti piantati in giardino, filtrava la luce d’una giornata tersa. ‘Il mattino ha l’oro in bocca’i, scriveva senza sosta un determinato autore dai nervi in frantumi e, proprio come quel tizio, Lorenzo Carta era uomo incline a riporre fiducia nelle massime e nei proverbi. E poi gli piaceva, la mattina. Si sentiva giovane, curioso e quasi invulnerabile. Scendeva in strada, e anche in strada era tutto nuovo, carico di promesse intatte. Le studentesse in attesa alla pensilina del bus apparivano indifese e autentiche come fili d’erba tenera cresciuti sul fianco d’una collina, e Lorenzo Carta entrò, come faceva ogni giorno, nello spazio angusto del bar. Il Ragazzo lo salutò e dispose sul bancone in marmo screziatoii il piattino e un piccolo bicchiere di acqua minerale; si girò verso la Gaggiaiii e Lorenzo Carta costeggiò il bancone per tutta la sua lunghezza, superò il grande frigo dei gelati e andò a raccogliere il giornale dalla mensola incorporata alla parete opposta all’ingresso. La copia del quotidianoiv locale che il Ragazzo acquistava per il bar, alle sette di mattina era già fredda, spiegazzata e resa unica da ricche fioriture, presso i margini inferiori della pagina, di impronte riconducibili a una quantità di polpastrelli. Alcune erano solo ombre, altre ricordavano carte topografiche in miniatura. La prima pagina era dedicata per intero all’arrivo in città del Presidente, previsto per quella domenica, e al timore per le manifestazioni annunciate dai contestatori. L’editorialista si rammaricavav che, in uno stato di diritto, “quattro gatti amici di Osama Bin Laden” potessero prendersi la libertà di rovinare la giornata al Presidente, ala giunta comunale e alla cittadinanza desiderosa di ammirarne in pace le nobili fattezze, l’arrembantevi eloquio, l’intatto sorriso. Lorenzo Carta starnutì, si pentì di avere starnutito e poi, gli occhi lucidi, massaggiandosi

l’attaccatura del naso aprì il giornale alla pagina degli annunci economici. - Si riprendono, i fottuti telefonici dei paesi emergenti? - domandò il Ragazzo depositando la tazzina fumante sul rotondo occhio di ceramica del piattino. – Otto milioni di vecchie lire, mi sono già bruciato, per colpa della maledet-ta SombreroTel. Otto milioni, dottore, e sto per toccare il fondo. - Bisogna avere pazienza, - mormorò Lorenzo Carta fissando le cornee infiammate del Ragazzo. Doveva dormire pochissimo, quel giovane. - Se l’anno pros-simo in Messico le amministrative vanno come crede il sottoscritto, - disse con il tono fermo di una persona impermeabile al dubbio, - vedrai se fanno il botto o no, le nostre azioni. - Beato lei che capisce la politica, dottore, - disse il Ragazzo. - Io all’inizio credevo che giocare in borsa fosse roba per scommettitori, invece è tutta una faccenda costruita intorno alla politica. Lo-renzo Carta mormorò che sì, per avere successo nel mondo degli affari era fondamentale tenersi informati giorno dopo giorno, ma mentre scrutava la metà inferiore della pagina riservata alle offerte di lavoro la voce gli usciva per conto suo, bianca, smorta e fuori sincro rispetto ai pensieri. Lo vide subito, l’annuncio che cercava, evidenziato da una cornice nera che poteva racchiudere tutte le possibilità del futuro.‘Azienda internazionale settore cosmetico’, recitava in grassetto l’intestazio-ne, e dopo la cesura di uno spazio bianco, ‘seleziona’ era scritto ‘numero un addetto settore commerciale. Richiesta buona conoscenza russo e francese. Carriera commisurata a capacità ed esperienze personali’. Dicono che l’aria, in quanto aria, deve andare, ma per il tempo di un battito di cigliaLorenzo Carta annaspò senza ossigeno. La voce del Ragazzo arrivava da lontano, così come remoto era stato il tinnìo della ceramica, e l’aroma stesso del caffè giungeva alle narici simile a un ricordo. Lorenzo Carta con-siderò di nuovo i caratteri in grassetto dell’intestazione, la scritta ‘seleziona’ allineata verso destra e, il cuore che batteva dispari, sorrise all’idea del caro Gennaio che, una volta spinti a casa clienti e praticanti, alla luce rossastra

I n t r o d u z i o n e a l la lettura

f a s c i c o l o L X X X

di brevi testi in Lingua Italianaa cura di Cristiana Cocco

D E M O C R A T I C O8 f o r u m18 Março / Abril 13

di Ermete Treré

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della lampada indonesiana a forma di piramide che regnava sulla scrivania da avvocato di successo, preparava di suo pugno l’annuncio da pubblicare. Bevve il caffè e, scrutando l’espressione rallentata del Ragazzo intento a preparare un cappuccino, per un attimo provò il desiderio di spiegare, con calma e scegliendo le parole una a una, in che senso non si occupava affatto di titoli telefonici. Lorenzo Carta avrebbe spiegato che, secondo il suo più intimo avviso, la borsa era solo una trappola per allocchivii, come le lotterie e i casinò, invece sorrise in modo sommesso e al Ragazzo non raccontò nulla di sé, né di quando l’uomo cui doveva la vita, l’avvocato Porzio Migliori, uno degli ottimati della città, l’aveva abbracciato presen-tandosi come Gennaio. Era Gennaio che si occupava di risvegliare le brave persone addormentate. E lui, Lorenzo Carta, era stato costretto a diventare una brava persona fin da giovane. Pensò che doveva andare alla buca e che doveva andarci in fretta. Prese la vecchia Polar e, con la strada libera dai camion, arrivò al passo in meno di un’ora. Parcheggiò nel solito spiazzo dove di giorno si fermavano solo i raccoglitori di funghi e, fermandosi ad ogni svolta del sentiero per controllare che non lo seguissero, marciando all’ombra dei faggi raggiunse il prato che si apriva di fronte alla facciata del rudereviii. Era da prima dell’inverno che non tornava, e traversando il prato notò i segni dell’erba calpestata di recente. Il rudere conosceva una quantità di segreti, ma le quattro pareti umide, e le marce travi che sostenevano il tetto non avevano bocca per raccontare. Lorenzo Carta respirò a fondo e varcò la soglia che immetteva nell’orbita buia dell’ingresso. Conosceva il posto da molto tempo, e la poca luce che filtrava attraverso gli occhi delle finestre era sufficiente per orientarsi. Ai piedi del muro orientale del rudere, coperto da pochi palmi di terra smossa, era interrato il tubo di cemento che gli serviva da casella postale. Lorenzo Carta s’inginocchiò nella penombra e prese a scavare a due mani per liberare dalla terra il coperchio di piombo che chiudeva la sommità del tubo. Sollevò per la maniglia il coperchio e lo depositò sul terreno. Den-tro il tubo, interrato in verticale e profondo meno d’un braccio, gli uomini di Gennaio avevano lasciato una busta imbottita e un piccolo zaino di tela bruna che doveva contenere una scatola o un astuccio. Non poteva starci un’arma lunga, lì dentro, neppure smontata dal fabbricante in persona. Lorenzo Carta si domandò se avrebbe trovato una pistola da riportare al rudere, una volta portato a termine il lavoro, o una pistola da dare in

pasto ai giornali. Nel buio del suo cuore buio di brava persona, pregò che non fosse una pistola di quelle che parlano da sole, né una di quelle co-mandate a sparare levandosi sopra un mare di teste. Tanto valeva non farsi domande. Dentro la busta, in ogni caso, avrebbe trovato le risposte che gli servivano. Sfilò dalla buca la busta con i documenti e la nascose in una tasca del giaccone, poi prese lo zainetto e sigillò di nuovo il tubo con il coperchio di piombo. Nascose il coperchio lavorando con i piedi la terra smossa, poi sistemò in spalla il piccolo zaino e, con l’incedere cauto e diagonale della brava persona appena risvegliata, uscì all’aperto e imboccò a ritroso il sentiero. Quando giunse allo spiazzo, il profilo di lucido pesce della vecchia Polar si stagliava solitario e fedele contro la quinta d’alberi.

Capitolo 2di La Peggio Bestia20 settembreLorenzo Carta arrivò all’altezza del civico 16 poco prima delle dieci. Lo oltrepassò e adocchiò un posto per l’auto poco distante, in un viuzza laterale d’una cinquantina di metri che s’immetteva direttamente su corso Tricampo. Veloce, poco trafficato. Perfetto. Parcheggiò la Polar. Raccolse la busta gialla dal sedile, la piegò e la mise nella tasca del giaccone. Ebbe un moto di disgusto che scacciò subito. Prima di attraversare aspettò che pas-sasse una Punto molto lenta. Qualche secondo per guardarsi attorno: finte villette divise in due, tre appartamenti, finestre chiuse, cancelli avvolti da rampicanti. Un vecchio con la spesa. Tutti al lavoro. Silenzio. Solo l’incedere incalzante di quella suite del Kronos Quartet che gli piaceva ascoltare nelle occasioni importanti. Anche a Borgo Maggio il piccolo stereo aveva suonato spesso quelle note. Attese la fine del fraseggio, poi spense l’autoradio, sfilò la cassetta e scese. Il civico 16: pessima imitazione d’un cottage. Con la coda dell’occhio notò una 145, parcheggiata poco più in là. Il tizio alla guida rideva di un ragazzo che tentava di aprire la portiera, con un sacchetto di carta stretto fra il mento e lo sterno e due caffè in mano, uno sull’altro. Non è possibile - pensò - ma non mi piace lo stesso. Sul citofono un solo nome. Il “problema” di Gennaio: Marcello Della Ghiaia. Carta aprì il can-cello con la chiave che aveva trovato nello zainetto. Percorse i cinque metri fino alla porta sperando di non farsi sentire. Prese la pistola, avvitò il silenzia-tore e premette l’orecchio destro (quello buono) contro il legno della

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Ermete Treré.

Nel Gennaio 2004 si concludeva Ipertra-

me, un laboratorio di scrittura collettiva

on-line. Autore (o meglio coordinatore)

del racconto lungo “Il sorriso del Presi-

dente” è Ermete Treré, sorta di Cerbero

capitoli, la giuria ne seleziona tre, gli utenti di virgilio votano quello

più adatto a portare il racconto un passo più in là. Stesso metodo per

il capitolo tre, mentre il quattro è di nuovo opera di Ermete, così

come il penultimo, il numero sette. L’ultimo, l’ottavo, è un capitolo

multiplo, non c’è scelta della giuria né votazione popolare: chiunque

lo scriva viene accolto come possibile ‘finalista’ tra i tanti. Ma prima,

tra il sette e l’otto, Ermete si assume il compito di dare ordine a

quanto scritto, sulla base delle indicazioni che emergono dal blog.

Wu Ming 2, è Giovanni Cattabriga.

Enrico Brizzi, Nasce a Bologna nel 1974. Frequenta il liceo Galvani

(che diventerà storpiato in “Caimani” nel primo libro). Esordisce non

ancora ventenne con il romanzo Jack Frusciante è uscito dal gruppo,

tradotto in ventiquattro paesi e divenuto film nel 1996. A seguire

Bastogne, Tre ragazzi immaginari, Elogio di Oscar Firmian e del suo

impeccabile stile.

Carlo Lucarelli esordise nel 1990 con il giallo Carta bianca; a seguire

Almost Blue, Laura di Rimini, fra gli altri. Scrive anche per diversi

giornali o riviste ed è conduttore del programma televisivo Blu notte.

con gli occhi di Enrico Brizzi, Carlo

Lucarelli e Wu Ming 2. In breve: Ermete

scrive il capitolo iniziale di una storia, e

invita chiunque voglia farlo a prosegui-

re, con l’aiuto di un blog dove mettere

a confronto le idee. Arrivano oltre 70

Enrico Brizzi Carlo Lucarelli

Março / Abril 13

viii Una casa in rovina. ix Espressione che, come auto civetta – ossia l’auto privata usata da polizia e carabinieri per agire di sopresa – significa un appartamento in cui risiedono, nascoste, forze dell’ordine per indagare qualcuno o per nascondere qualcuno, come in questo caso.

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porta. Girò la chiave ed entrò. Il maggiore Alfano studiò con attenzione il poster di un gruppo di capelloni che una scritta sbilenca identificava come ‘Grateful Dead’. Si era sempre domandato chi cazzo fosse che arredava gli appartamenti-civettaix, se li lasciavano così com’erano o se magari questi Grateful Dead piacevano sul serio a qualche collega più giovane. Sentendo-si uno degli uomini più stanchi del mondo, prese a massaggiarsi l’attaccatura del naso e ripassò mentalmente le ultime novità da includere nel rapporto di mezzogiorno. La sera precedente, sul divano del salotto, davanti a una celebratissima bottiglia di Barolo, Della Ghiaia si era confidato col suo nuo-vo legale. Chi di dovere aveva smesso di coprirgli il culo. Minacciavano di darlo in pasto ai giudici se non tirava fuori la verità sulla faccenda Lossanto. Lui non cedeva, ma chi di dovere era gente pericolosa. Per questo Della Ghiaia aveva indicato al legale dove teneva nascosti determinati documenti, pagine e pagine di dichiarazioni autografe, testimonianze stralciate e foto-grafie, tutto radunato in un maledetto disco-zip arancione, l’unico oggetto al mondo in grado di salvargli la vita. - Porca puttana! Maggiore, succede qualcosa! - urlò il tenente Morfeo, premendosi le cuffie sulle orecchie. Il maggiore Alfano si chiuse la lampo e corse via senza tirare l’acqua. - Che cazzo è stato? - chiese, agguantando il paio di cuffie che Morfeo sventolava col braccio alzato. - Non lo so, sembra che è entrato qualcuno. - Come sembra? Molosso e Pignatelli cazzo fanno, dormono? - disse Alfano. Mise le cuffie. “…calmo, devi stare calmo. Non succede niente. Alzati lenta-mente”. Una voce senza inflessioni. Controllata. Alfano si chiese subito: è armato? - E chi cazzo è questo? Passami la ricetrasmittente - ordinò a Morfeo. - Pigna, ci siete? - Comandi, maggiore. Questo minchione si è rovesciato il caffè... - Pigna, stammi a sentire, - lo interruppe Alfano. - Avete visto entrare qualcuno? - No, tutto tranquillo. - Tranquillo il cazzo, Pigna! In casa c’è un uomo! - strillò Alfano. - Che facciamo, maggiore, interveniamo? - chiese Pignatelli. - State pronti. Se entriamo e poi non è niente, pensò Alfano, va a puttane l’operazione al secondo giorno. Riprese ad ascoltare. Stava parlando Della Ghiaia. Alterato. No, impaurito. “…va bene, va bene, ho capito!”. “ Forza, finisca di vestirsi”. Fruscio. Il rumore della fibbia di una cinta. Passi. Della Ghiaia che ripeteva: cazzo, cazzo. “ Ma tu chi cazzo sei?” “ Non ha importanza. Lei sta mettendo a dura prova la loro fiducia. E loro hanno bisogno di sapere se possono contare davvero sul suo appoggio. Visto che non sembra capace di rassicurarli, hanno dovuto prendersi una specie di… garanzia. Le devono qualcosa, adesso” “Non capisco di che…” “Le devono qualcosa. Però, sia chiaro: in cambio della buona volontà, una certa signorina che oggi non era a scuola, tornerà a casa senza altri problemi. E per mostrarle quanto sono scrupolosi, hanno già cominciato a riportargliela. Ecco, guardi. E mi scusi, ma per essere sicuro che non urlerà, devo chiederle di aprire bene la bocca”. “Cosa?!” “Apra la bocca e guardi dentro la busta”. - Maggiore, ma che cazzo dicono? Apri la bocca…ma che sono, froci?, - disse Morfeo a bassa voce. - Non lo so, tenente, però nel culo ce l’abbiamo noi - rispose Alfano. - Se questo l’ammazza, Cadorna ci cava gli occhi. Non è un ladruncolo. Né un suo amico. Non è un guappo di merda. Alfano si sentiva mancare il respiro. Silenzio. Fruscio di carte. Della Ghiaia stava aprendo la busta. Con una pistola ficcata in bocca. Alfano lo pensò, ma non lo disse. “Stai calmo, respira col naso. Respira col naso sennò ti strozzi. Hai capito cos’è? Basta un cenno della testa. Uno solo” L’altro continuava a mugolarex. “Un cenno solo. Se fai un cenno io capisco

e me ne vado. Tu sabato ti svegli, fai quello che devi e tutto torna a posto. Un cenno, avvocato” Bene così. Forse non lo uccideva. “Fai il bravo e avrai il resto”. Passi. Se ne sta andando, pensò Alfano. Se ne va, non è successo niente. “Avvocato… ha dato una mano di vernice ultimamente?” La sua voce: nitida, vicina. Troppo. Porca… L’audio si interruppe di colpo. - Mer-da. Ha staccato il microfono. Dì a quei due di intervenire - sbraitò Alfano, gettando via le cuffie. Fuori dalla stanza. Morfeo disse qualcosa, ma lui non sentì. Era già oltre la porta, giù per le scale. Gli scalini due a due. Troppo lento. Tre a tre. Mezza rampa alla volta. L’ultima: un solo salto. Non riuscì a fermarsi e finì contro il portone. Uscì in strada correndo. Vide Molosso e Pignatelli scendere allora dalla 145, a cinquanta metri da lui. Una fottuta enormità. Vide un uomo con un giaccone nero attraversare la strada di cor-sa. Urlò: - Fermatelo! Lo stronzo col giaccone li vide. Molosso e Pignatelli videro lui. Entrò rapido in una stradina laterale. Non gli intimarono l’altxi, si misero a correre e sfoderarono le pistole. Quando furono a venti passi, lui si sporse da dietro l’angolo e sparò, col silenziatore. Loro ebbero l’istinto di abbassarsi e coprirsi la testa con le braccia. - Andategli dietro - urlò a Mo-losso e Pignatelli. Sarebbe dovuto andare con loro, ma c’era qualcosa di più importante che doveva fare. Doveva controllare se il disco-zip arancione era ancora dove aveva detto Della Ghiaia, o se lo stronzo col giaccone s’e-ra preso anche quello. Nel qual caso, lo stronzo sapeva un po’ troppe cose e i microfoni in casa Della Ghiaia non parlavano solo con lui e il tenente Morfeo. Un piccolo dettaglio che meritava chiarezza. Tornò indietro, aprì il cancello, esitò un attimo davanti alla porta. Poi la sfondò con un calcio. Seguì il pianto di Della Ghiaia. Lo trovò in ginocchio. Singhiozzava. La saliva gli colava sulla maglia. A terra, una busta di carta gialla. Nelle sue mani a coppa, un dito femminile mozzato, con l’unghia smaltata di rosso. Consola-re le vittime non era il suo forte. Appena il tenente Morfeo varcò la soglia, il fiato spezzato dalla corsa, Alfano gli raccomandò di occuparsi dell’avvocato e imboccò deciso il corridoio che conduceva allo studio.

Capitolo 3di Petebondurant20 e 21 settembreScarafaggi, fuoristrada e Sorriso. La campagna che sfilava dal finestrino era butterata di capannoni, villette con i nani di gesso in giardino, centri commerciali con parcheggi invasi da fuoristrada simili a enormi scarafaggixii. “Gli scarafaggi, in caso di guerra atomica, sarebbero l’unica specie a sopravvivere: hanno un’incredibile resistenza alle radiazioni e una capacità di adattamento che li rende invulnerabili. - pensò Carta - Anche i guidatori di quei fuoristrada gobbuti e arroganti erano a loro modo invulnerabili: nessuna rivoluzione, nessun cambiamento era mai riuscito a distruggerli” “Invecchio”, pensò ancora Lorenzo Carta, “Invecchio e mi rincoglionisco. Adesso lavoro per gli scarafaggi, perché si possano comprare fuoristrada sempre più grandi e goffi. Anche Della Ghiaia, suo malgrado, lavorerà per loro. E dire che una volta, prima di Borgo Maggio, noi li schiacciavamo, gli scarafaggi…” Rallentò, svoltò in una strada circondata di officine, aziende meccaniche e vigne. Pausa pranzo: tutti in mensa. Fermò la Polar in uno spiazzo circondato da pioppi, punteggiato di bottiglie rotte e preservativi. Scese, aprì la portiera della Punto, mise in moto e partì. - Alfano, lei si rende conto della gravità della cosa? - disse Cadorna senza nemmeno

xi La polizia o i carabinieri intimano l’alt, ossia gridano ‘Alt!’ o ‘Fermo!’, ordinando alla persona che fugge di fermarsi.xii Insetti che, come le blatte (baratas), denunciano un luogo sporco o non abitato da tempo e sono sinonimo di resistenza anche in ambienti estremi.xiii Servizi intesi come ‘servizi di sicurezza, o segreti’.

x Quando si riferisce ad una persona, significa gemere, lamentarsi.

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xiv Dare un tiro ad una sigaretta significa, in portoghese, ‘dar uma tragada’.xv Si dice sempre nell’espressione al negativo ‘non fare lo schizzinoso’. Lo schizzinoso è colui che non è facilmente contentabile o ha gusti troppo esigenti e difficili.

guardarlo in faccia. Se ne rendeva conto? Oh, sí, non era uno stupido. Da quando era venuto in chiaro che lo stronzo col giaccone penetrato in casa Della Ghiaia era un uomo dei servizixiii, sicuro di sé al punto di muoversi su un auto con targa pulita, Alfano si rendeva conto di molte cose. Lorenzo Carta, un uomo dei servizi con un passato remoto di terrorista rosso. - Sto parlando con lei, maggiore, - Cadorna disse lisciandosi i baffi ancora corvini. – Si rende conto che il soggetto da proteggere, controllato a turno da dodici uomini, ha rischiato di essere massacrato dentro casa dal primo fanatico di passaggio? Fanatico ‘sti cazzi, penso’ Alfano. Lorenzo Carta era un ex del gruppo di fuoco di Borgo Maggio. Fra morti ammazzati ed ergastolani, Carta era l’unico della banda recuperato nel corso degli anni al servizio dello stato. Non esattamente il pupillo di Cadorna, in teoria, ma per qualche motivo Cadorna aveva deciso di coprirlo. - Sí signore, mi dispiace…- borbottò Alfano, in piedi davanti alla scrivania. C’era una punizione, nell’aria, e quella punizione sarebbe toccata ai servi fedeli. - Troppo tardi per dispiacersi - Cadorna disse. - Lei è sospeso insieme a tutti i suoi uomini. Faccia le valigie: va in Sicilia, immediatamente. Da lì, lei e la sua squadra sarete trasferiti e assegnati ai gruppi di Intelligence attiva, come supporto operativo alle nostre truppe, in Iraq. Lì scoprirete quanto sia importante tenere sempre gli occhi aperti. Anche mentre si dorme. Può andare, maggiore. Alfano uscì in silenzio, gambe e braccia rigide come rami secchi, un sapore amaro in bocca: “Intelligence attiva, infiltrarsi e colpire, se si riesce…Da due anni, dall’Iraq, si tornava solo con una bandiera in faccia. E tutto per un caffè…” Cadorna si accese una sigaretta, mentre la porta si chiudeva alla spalle di Alfano. Prese in mano il rapporto. Troppo assurdo per non essere vero. Diede un ultimo tiroxiv, poi sollevò il ricevitore e com-pose un numero di telefono sulla linea protetta. Gennaio aveva tutti i motivi per essere incazzato, e la sua voce sprezzante aggredì Cadorna mandando all’aria il preambolo che aveva meditato. - Che razza di gioco stai facendo? Mi avevi assicurato mezz’ora pulita per fare entrare e uscire il mio uomo… - Sono esterrefatto quanto te, amico mio - replicò Cadorna con il registro di voce premuroso che gli veniva in soccorso. - Non è il primo errore che i militari commettono in buona fede e in ogni caso qualche mese nel triangolo sunnita schiarirebbe le idee a chiunque. - Il mio uomo poteva restare sul terreno - Gennaio disse, - come potevano restarci i carabinieri, o un cazzo di passante. E questo non ce lo possiamo permettere, Cadorna, a nessun costo. Non si spara in mezzo alla strada… non in questa città, non oggi e non sotto casa di Marcello Della Ghiaia. Mancavano solo le teleca-mere. E tu, dopo vent’anni che ci conosciamo, mi racconti che è stato un errore. - Stai tranquillo, amico mio. Non c’è in giro nessuna gazzella con l’identikit del tuo uomo sul cruscotto. - Le regole le conosci, - disse Gennaio con una voce che a Cadorna apparve prima di ogni altra cosa mortalmente stanca. - Se vuoi fottere Carta lo devi chiedere prima al sottoscritto. - D’accordo d’accordo d’accordo, - disse Cadorna. - Un giorno verrò a scusarmi da te indossando un maledetto saio. Lo giuro sui miei figli. Adesso, però, non lasciamo che gli incidenti ai manovali offuschino la visione dell’opera. Della Ghiaia sta per intonare la sua canzone. - È commovente, la fiducia che riponi in uno come Della Ghiaia. - Quello che sa basta a rovinare un uomo per sempre. Altroché conti segreti alle Barbados, questa volta. Lo sai che quando ci sono i morti di mezzo, i giornalisti impazziscono. - Se penso che quel cesso della Landi diventerà

una specie di eroe nazionale – Gennaio disse, - mi viene voglia di lasciar perdere tutto. Cadorna scoppiò a ridere di naso. - Così ti riconosco, amico mio. E poi, dentro la cesura di una risatina d’assestamento, riordinò le poche idee che, simili a antichissime creature dell’abisso, nuotavano nella sua testa lucida. - Avrai nuovi uomini, dopo. Migliori di Carta e migliori di tutti gli altri che da Roma abbiano mai inviato nel tuo magnifico presepe di città. Cervelli splendidi, lo giuro. Ragazzi d’oro. - Me li vedo, Cadorna - scandì Gennaio. - Già me li vedo. Forse lo stava prendendo in mezzo? Aveva sempre da parte un preambolo, e se quell’altro lo stava prendendo in mezzo, lui poteva sempre riciclare il preambolo e combinarlo con nuove considerazioni, anche argute. - Ci siamo - disse con voce sostenuta dal fervore. - Della Ghiaia è pronto a cantare la canzone che spegnerà il sorriso del Presidente. - La tua magnifica intelligenza ti sostiene, - Gennaio disse. - Ti ha sostenuto fin qui e continua a farlo in maniera ammirevole. - Oh, non farai tanto lo schizzinosoxv, - gli andò sulla voce Cadorna intenzionato a fare sfracelli. - Non farai tanto lo schizzinoso quando i tuoi amici che da ragazzi picchiavano i celerini saranno di nuovo a palazzo. Lascerai di corsa il tuo presepe e correrai a Roma per vegliare da vicino sul centro delle cose. - Ci vedremo più spesso, allora - sospirò Gennaio. - Per-ché soprattutto a te, dovranno essere grati, onorevole. Onorevole no, si disse Cadorna. Essere chiamato onorevole da Gennaio prima del tempo lo mandava in bestia, ma l’altro ormai era incontenibile. - Per un lavoro di questa impressionante portata, chiedere meno di un seggio in parlamento significa farsi fregare. Tanto, di questi tempi, la storia di Borgo Maggio non la ricorda più nessuno, vero, onorevole? Ecco. Il maledetto l’aveva costretto alle corde, e adesso infieriva. - Non capisco, amico mio, - mugolò. - Stiamo per dare un volto più presentabile al Paese e tu prendi a minacciarmi. - Conosci la mia storia e quella dei miei uomini. E tutti noi conosciamo abbastanza bene la tua. Cadorna provò, senza successo, a deglutire. Per farsi forza, pensò che a minacciarlo era un uomo che non sapeva di essere già morto. - Hai messo a lavorare il boscaiolo, - disse Gennaio con voce sprezzante. - Adesso, Cadorna, goditi il rumore dell’albero che cade. Marcello Della Ghiaia pensò a dove avrebbe portato sua figlia, alla fine di quell’incubo: a Zurigo c’era una clinica specializzata in chirurgia ricostruttiva. Riattaccavano mani, braccia e gambe, come si fa con le bambole. Marcello Della Ghiaia pensò a domenica, a quando avrebbe rivisto il Presidente, sul palco imbandierato di piazzale Aldo Moro. Erano ormai due anni che non lo vedeva o sentiva di persona, due anni emarginato dalla Corte dei Miracoli, due anni a scontare una colpa non sua, due anni sacrificati perché il Presidente potesse ancora parlare in televisione, andare allo stadio, cantare la sera e di giorno accusare gli altri di sabotarlo. Due anni nei quali l’amico di un tempo aveva accumulato ancora più potere e denaro; ma anche due anni in cui tutto gli era andato storto: l’economia, la politica internazionale, la guerra, la gente in piazza a milioni. Nemmeno le cariche feroci della polizia e l’informazione più inginocchiata del mondo, erano riuscite a nascondere lo sfacelo di quel piccolo impero in putrefazione. Ma a Marcello Della Ghiaia tutto questo non interessava più. Vincitori, perdenti. Combatteva solo per sua figlia, oramai. Non era odio, ricchezza o voglia di tornare al potere ciò che avrebbe spento per sempre il ghigno compiaciuto del Presidente. Era soltanto l’amore di un padre.

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D E M O C R A T I C O8 f o r u m22 Março / Abril 13D E M O C R A T I C O8 f o r u m22

i t a l i a

Premessa Questo testo raccoglie note, osservazioni, riflessioni,

maturate nel corso di alcuni viaggi in Brasile, com-

piuti a partire dal 2002 da alcuni studiosi dell’U-

niversità della Calabria insieme a membri di una

associazione di volontariato italiana. I viaggi hanno

avuto come principale riferimento la missione delle

irmãs minimas da Paixão, appartenenti a una piccola

congregazione religiosa sorta a Cosenza nei primi

decenni del secolo scorso, e presente in Brasile da

circa venticinque anni. In questi ultimi tempi, le irmãs

hanno dato vita a due comunità, una a Rio de Janei-

ro, nella favela del Terreirão, e l’altra a Pancas, nello

Stato dello Espirito Santo. Si tratta di due comunità

che non gestiscono opere proprie e che hanno fatto

sin dall’inizio la scelta di radicarsi nei contesti sociali

in cui vivono, ponendosi accanto ai più poveri. Il

contatto stabilito con le suore è servito a verificare

insieme a loro la eventualità di progettare percorsi

possibili di collaborazione. Questi viaggi hanno

rappresentato anche una occasione preziosa per

avviare una riflessione sui caratteri degli interventi

di protezione sociale nelle realtà più periferiche del

Brasile. A questo riguardo, ci siamo chiesti: chi sono

i soggetti in grado di mobilitarsi? In che misura le

categorie messe a punto in Occidente per definire

i contenuti delle politiche sociali possono essere

utilizzate per inquadrare le attività di promozione

del benessere in quei contesti? Per altro verso, cosa

si può imparare osservando ciò che accade nelle

zone considerate?

1. Per una definizione minima delle politicbe sociali. Definire le politiche sociali non è affatto agevole.

Nell’Occidente economicamente sviluppato, i diversi

orientamenti degli studiosi che si occupano di questa

disciplina si possono ricondurre, approssimando

molto, a due concezioni: una più ristretta, l’altra più

ampia. La prima circoscrive l’ambito delle politiche

sociali agli interventi dello Stato diretti a correggere

le disfunzioni della società e dell’economia. Tali in-

terventi fanno esclusivamente riferimento, pertanto,

alla situazione dei poveri, degli emarginati, di quanti

vivono ai bordi della vita sociale. La seconda conce-

zione considera azioni di politica sociale quelle poste

in atto principalmente dalle istituzioni pubbliche, e

che hanno come obiettivo il benessere di tutti i citta-

dini1. Promuovere il benessere vuol dire favorire lo

sviluppo della vita personale e di quella

sociale, in tutte le loro dimensioni; vuol

dire anche perseguire il miglioramento

delle condizioni di vita di ogni persona,

consentendo a tutti di fruire concreta-

mente dei diritti sociali di cittadinanza:

il diritto alla salute, alI’istruzione, al

reddito minimo, al lavoro, alla casa,

all’ambiente, ecc. Secondo tale imposta-

zione, alle istituzioni della sfera pubblica

compete la responsabilità di garantire

ad ogni persona l’effettivo esercizio di

questi diritti. Nel nostro sistema politico,

ad esempio, la carta costituzionale (art.

3) assegna alle istituzioni pubbliche il

compito di eliminare gli ostacoli che

impediscono la piena partecipazione

delle persone agli ordinamenti politico,

economico e sociale, e che, perciò,

determinano situazioni di disuguaglian-

za sostanziale (o delle condizioni di

partenza). Nei Paesi occidentali, sono

considerati soggetti in grado. di produrre

politiche sociali, accanto alle istituzioni

pubbliche, anche la famiglia, le reti di vi-

cinato e le realtà comunitarie in genere, i

gruppi di volontariato, le associazioni, le

cooperative sociali (insieme a tutte le organizzazioni

riconducibili entro la galassia del terzo settore), tutte

le volte in cui tali strutture pongono in essere azioni

capaci di incidere sul benessere delle persone, in-

teso nel senso che abbiamo precisato. Gli interventi

attraverso i quali si esplicano concretamente tali poli-

tiche sono sostanzialmente i trasferimenti monetari e

le integrazioni del reddito (i sussidi, il reddito minimo

di inserimento, i vaucher per l’acquisto di servizi,

ecc.), e poi l’organizzazione e la gestione di servizi

alle persone. Le norme giuridiche, le consuetudini, i

valori che regolano il funzionamento di queste azioni

vanno considerati anch’essi come elementi costitutivi

delle politiche sociali. Le caratteristiche dei sistemi

di welfare realizzati nei singolí Paesi a economia più

avanzata, attraverso l’attuazione delle politiche socia-

li, dipendono da vari fattori. Uno di essi è rappresen-

tato dalla quantità della spesa sociale, che, spesso, al

contrario di quello che si potrebbe pensare, non è

direttamente proporzionale alla quantità del reddito

pro capite prodotto. I casi degli Stati Uniti e del

Giappone sono eclatanti: si tratta infatti di Paesi che

si collocano tra quelli che producono più ricchezza,

ma che meno investono nelle politiche sociali. Le

linee di tendenza che si vanno affermando in tutto

il mondo occidentale in materia di politiche sociali

procedono nella direzione di modelli di protezione

sociale sempre più compressi. Ci si muove un po’

dappertutto verso una riduzione consistente della

spesa, per cui i livelli di protezione sociale si abbas-

sano sempre di più. Tutto ciò in una situazione in cui

i bisogni delle persone, in Italia come altrove, non

solo non diminuiscono, ma ne affiorano sempre di

nuovi; bisogni che, nella maggior parte dei casi, non

sono legati a condizioni di precarietà economica,

ma alla frantumazione delle relazioni tra le persone,

soprattutto dei legami primari, quelli che più danno

senso e orientamento alla vita2. Stando così le cose,

possiamo ipotizzare che nei Paesi economicamente

più sviluppati ci sarà un futuro per le politiche sociali

se la tendenza alla contrazione della spesa verrà bi-

lanciata da una adeguata maturazione della coscienza

politica. È urgente, cioè, che cresca la consapevolez-

za che lo sviluppo e la qualità delle politiche sociali

non dipendono solo dalla quantità di risorse econo-

f o r u mD E M O C R A T I C O822

Pietro Fantozzi e Giorgio Marcello

Espe r i enze d i rad i camento e d i c o o p e ra z i o n e i n B ra s i l e .

Il caso dei pré-vestibular comunitari.

Março / Abril 13

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f o r u mD E M O C R A T I C O 23Março / Abril 13 f o r u mD E M O C R A T I C O 23

i t á l i as t o r i a i t a l i a n a

miche investite o dall’utilizzo di competenze e

tecniche di intervento particolarmente raffinate.

Ma dipendono anche dalla capacità di tutti i

soggetti (formali e informali) di intercettare il

bisogno di comunità, di relazioni significative, che

sta alla radice dei problemi sociali vecchi e nuovi;

e di promuovere esperienze di socialità, fondate

sull’attenzione e sul senso di responsabilità degli

uni verso gli altri. Se i bisogni sociali si vanno

sempre più scomponendo, esigendo sempre

«nuovi relazionamenti» 3; se e vero, cioè, che la

condizione dei più vulnerabili è marcata non solo

e non tanto da esigenze di natura economica,

ma soprattutto da bisogni relazionali; se questa

lettura è fondata, è evidente la necessità che la

promozione del benessere si innesti su azioni

di radicamento sociale, che assumano come

prospettiva quella di contribuire alla tessitura di

relazioni significative, dense di senso, là dove il

tessuto sociale si presenta più sfilacciato.

2. La protezione sociale possibile nelle perife-rie brasiliane. La prospettiva del radicamento.Ritorniamo ora agli interrogativi da cui siamo

partiti. Abbiamo visto come nei Paesi occiden-

tali per promozione del benessere si intenda il

complesso degli interventi realizzati per elimi-

nare, o contenere, i fattori economici e sociali

che determinano situazioni di disuguaglianza

sostanziale, e per determinare pari condizioni di

esercizio della libertà personale di scelta4. Se così

stanno le cose, chi promuove il benessere in una

realtà come quella brasiliana, enorme e densa

di contraddizioni? A questa domanda, mi pare

si possano collegare almeno tre questioni, che

hanno poca rilevanza per chi è convinto che le

politiche di welfare coincidano senza residui con

l’azione istituzionale; come per chi ritiene che

la promozione del benessere al di fuori dell’Oc-

cidente sviluppato costituisca una irriducibile

aporia. Prima questione. Sia dal punto di vista

concettuale che da quello delle pratiche sociali,

la riflessione riguardante i modi di produzio-

ne del benessere, o del bem-viver5, va ormai

posta tenendo presente un orizzonte globale.

Il contatto diretto con una realtà come il Brasile

aiuta a capire tutto ciò. Nell’intero Occidente è

sempre più urgente interrogarsi sulle prospettive

del welfare, prestando attenzione a tutto quello

che accade nei Paesi in via di sviluppo. Un’atten-

zione responsabile, e non una curiosità generica o

superficiale. Si tratta di interrogarsi sui mecca-

nismi che hanno determinato, e determinano

ancora nel nostro pianeta, il benessere di alcuni

(una minoranza) e l’impoverimento di molti (la

maggioranza delle persone); e poi di assumerne

la responsabilità concreta, a tutti i livelli della vita

f o r u mD E M O C R A T I C O 23

sociale e istituzionale6, nella

consapevolezza dei nessi

di interdipendenza che ci

tengono legati gli uni agli

altri. Seconda questione.

I bisogni sociali del Brasile

non sono i bisogni di un

mondo «altro». In Brasile

possiamo cogliere la mani-

festazione macroscopica,

radicalizzata e diffusa di

bisogni che sono il frutto di

gravi disuguaglianze sociali

ed economiche e di una

paurosa frantumazione del-

le relazioni. La differenza

riguarda non tanto la natura

dei bisogni, quanto l’inci-

denza di essi. Da questo punto di vista, la realtà bra-

siliana ci dice quale è lo scenario verso cui potremmo

rischiare, anche in Italia, di scivolare, se non si troverà

una risposta adeguata ai fenomeni di vulnerabilità diffusa

che attraversano trasversalmente tutta la compagine

sociale e che si manifestano attraverso la precarizzazio-

ne dei sistemi di welfare e del lavoro e la progressiva

frantumazione delle relazioni7. Come sostiene Boff - citando un testo di Davis8 in cui si presentano dati relativi al processo di favelizzazione che sta avanzan-do rapidamente ovunque - in un futuro nemmeno troppo lontano «la vera guerra di civiltà sarà fra la città organizzata e l’infinità di favelas nel mondo»9. Se questa intuizione è fondata, cercare una risposta adeguata, in un quadro sociale che si va sempre più frammentando, vuol dire cercare una risposta politica. Si tratta di spe-rimentare e alimentare nuove solidarietà; di assumere gli uni la responsabilità degli altri. Terza questione. In Brasile, l’azione istituzionale in materia di politiche di welfare è largamente insufficiente. Né essa potrà da sola bastare a incidere in modo significativo sul terreno della produzione del benessere, data la vastità geografica e la proporzione dei problemi sociali. Una speranza, per il presente e per il futuro, è rappresentata da persone, famiglie, gruppi, associazioni, comunità, pezzi di chiesa, organizzazioni di economia solidale10, che hanno scelto la via del radicamento sociale in mezzo ai più poveri. Che hanno scelto, cioè, di mettersi accanto a chi vive ai bordi della vita sociale e di promuovere esperienze di ascolto, accompagnamento, coscientizzazione11, e di resistenza. E che operano per alzare il livello dell’istru-zione, della sanità, delle condizioni abitative, per una più equa distribuzione della terra, per uno sviluppo sociale ed economico alternativo al capitalismo dominante, per una crescita della partecipazione responsabile. L’impressione è che chi si radica, più di altri riesce a rag-giungere i più poveri e a interpretarne dal di dentro la condizione. Immaginiamo che le prospettive di sviluppo delle politiche di promozione del benessere in Brasile passeranno attraverso la crescita dell’azione istituzio-nale e, insieme, l’espansione di questo movimento di

realtà che si radicano nel territorio. Crediamo che, in considerazione di come si presenta oggi la que-stione sociale e alla luce di quelli che sono i caratteri delle nuove disuguaglianze, anche in Italia può essere utile tenere presente nel dibattito culturale sulle prospettive del welfare, e nelle esperienze concrete di lavoro sociale, la dimensione della politica come radicamento sociale. Abbiamo constatato diretta-mente come nelle realtà del Brasile con le quali abbiamo stabilito dei contatti (una favela di Rio de Ja-neiro e una cittadina all’interno dello Espírito Santo), la presenza delle istituzioni pubbliche sia impalpabile. Il livello di protezione sociale da esse garantito alle persone è insufficiente. Si è già accennato al fatto che, in quei contesti così travagliati, si ha l’impres-sione che solo chi accetta di correre il rischio di radicarsi nel territorio appare in grado di tentare di farsi carico delle persone più in difficoltà. In quegli ambienti, dove le disuguaglianze sociali sono estre-me, le presenze che si radicano pongono il segno - sia pure debolissimo, a volte quasi impercettibile, però concretissimo - della politica possibile ai poveri: quella che meglio riesce a interpretare le attese di quanti vivono ai margini della vita sociale. Le due comunità di irmãs minimas che ci hanno accolto e guidato in questi primi approcci al Brasile hanno costruito una solida radice negli ambienti in cui sono inserite. Le presenze come la loro, nelle periferie metropolitane, come nelle zone più interne del Paese, costituiscono spesso l’unico riferimento per intere fasce di esclusi. Questi percorsi di radicamen-to pongono le condizioni per la costruzione di uno spazio civile che renda possibile la promozione della vita personale e sociale dei più deboli. Ci troviamo di fronte a strutture embrionali di politiche sociali; a forme di welfare incipiente, realizzate da poveri che si mettono accanto ad altri poveri; a interventi che si dispiegano nel micro-livello rappresentato da reticoli di amicizia fraterna e di solidarietà; a percorsi che non disconoscono la necessità dell’intervento istitu-zionale, ma ne costituiscono la necessaria premessa, in situazioni di sofferenza sociale estrema.

Editrice: Rubbettino A cura di Vittorio Cappelli e Alexandre Hecker

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D E M O C R A T I C O8 f o r u m24 Março / Abril 13

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3. Tessere reti di collaborazione. Il sostegno a un progetto di pré-vestibular comunitario

I contatti con le esperienze missionarie delle irmãs hanno dato luogo anche a una piccola esperienza di cooperazione, che ha visto il coinvolgimento attivo di alcuni membri di una associazione di volontariato italiana. Tale esperienza si è rivelata preziosissima per capire che tentativi di questo genere non posso-no essere calati dall’esterno, ma devono necessa-riamente inserirsi nel solco tracciato da presenze - ed esperienze - radicate. L’iniziativa intrapresa è consistita nell’organizzazione di un pré-vestibular, ovvero di un corso di preparazione al vestibular, che è l’esame che bisogna superare per entrare all’uni-versità statale. È una prova quasi inaffrontabile per gli studenti che provengono dalla scuola secondaria pubblica. La speranza è che la crescita del livello culturale dei più giovani possa produrre un migliora-mento della qualità della vita sociale. L’organizzazio-ne di questo corso ha consentito di stabilire contatti con altre realtà analoghe, più radicate, operanti in diverse città del Brasile. Tutto ciò ha permesso di scoprire che la realtà dei pré-vestibular si va ramifi-cando su tutto il territorio, a partire dalle periferie dei centri urbani più grossi. Si tratta di un movimen-to promosso a partire dalla fine degli anni Ottanta da settori del movimento studentesco e da gruppi della pastorale afro della chiesa cattolica brasiliana, che coinvolge, ogni anno, migliaia e migliaia di giovani in tutto il Paese. Sono esperienze autogestite, che si mantengono con il contributo degli studenti stessi, e con l’apporto di insegnanti che, il più delle volte, sono volontari. L’aspetto fondamentale non è, tut-tavia, quello finanziario, e neanche la percentuale di approvazione al vestibular delle università pubbliche; l’obiettivo di fondo e quello di favorire la matura-zione di una coscienza critica nei giovani coinvolti, con riferimento non solo al sistema dell’istruzione, ma a tutta la struttura socio-economica brasiliana. Negli ultimi anni, i pré-vestibular stanno assumendo

un carattere sempre più comunitario, vanno cioè maturando strategie di radicamento in comunità deterrninate e di coscientizzazione dei piu deboli all’interno di esse. Particolarmente interessante è stato l’incontro con i responsabili del pré-vestibular comunitario del bairro Oswaldo Cruz, a Rio de Janeiro. I corsi vengono tenuti nei locali di una scuola pubblica. Gli obiettivi sono quelli di riflettere insieme ai giovani corsisti sul sistema dell’istruzione statale, di lottare per il miglioramento della sua qualità, di favorire l’accesso all’università degli studenti meno abbienti. La programmazione prevede incontri di cultura e di cidadania, nel corso dei quali si affron-tano temi relativi alla vita sociale ed economica brasiliana; sono previste inoltre riunioni per mettere sempre meglio a fuoco gli obiettivi del progetto. Gli studenti dei pré-vestibular comunitari, provenienti dalle classi umili, vengono aiutati dai loro insegnanti a prendere coscienza della loro situazione di esclu-sione e vengono accompagnati lungo un percorso, il quale permette loro di scoprire che possono mutare la loro condizione di vita e collaborare colletti-vamente al miglioramento dell’istruzione e delle condizioni sociali di chi è escluso. Essi sono perciò stimolati a sentirsi parte attiva del progetto: parte-cipano non solo - se, e nella misura in cui possono - con un contributo mensile, ma anche scrivendo bollettini periodici, suggerendo temi per gli incontri di cidadania e collaborando alla manutenzione delle sedi frequentate. Lo studente è considerato non solo come alunno, ma come costruttore permanen-te. Tali organizzazioni comunitarie si configurano, pertanto, come dei luoghi di resistenza, laboratori di coscientizzazione politica, che alimentano di giorno in giorno il desiderio di costruire cammini alternativi a una struttura sociale escludente.

4. Conclusioni

Il progetto di collaborazíone con le irmãs, somma-riamente descritto, ha assunto la sua configurazione

definitiva «sul campo», cioè in seguito a una verifica delle sue condizioni di fattibilità operata sul posto, con le persone che vivono e lavorano nei contesti in cui si intendeva intervenire. Le vicende che hanno accompagnato la preparazione e la realizzazione del progetto hanno confermato che qualsiasi intervento di promozione sociale e culturale, sia pure di portata modesta, deve nascere dall’interno delle realtà in cui si vuole operare, secondo le modalità dell’ascolto e del radicamento, sollecitando, valo-rizzando e supportando innanzitutto l’impegno e la responsabilità degli attori sociali locali, ed evitando, per quel che è possibile, di attivare dall’esterno circuiti di dipendenza o puramente assistenziali. Tale esperienza di cooperazione ha permesso di prendere contatti con tantissime persone, situazioni, ambienti. In particolare, la ricerca ha consentito l’affaccio su altri percorsi di radicamento, come quelli dei pré-vestibular comunitari. Questi gruppi si vanno diffondendo sempre di più, soprattutto nelle periferie delle medie e grandi città del Brasile, e mobilitano ormai migliaia di persone, tra insegnanti e collaboratori volontari, giovani che frequentano i corsi, le loro famiglie. Ci sembra che tale esperienza consenta di cogliere bene la funzione e il valore delle azioni di radicamento sociale nel territorio e rap-presenti un segno di speranza per il Brasile. Come evidenziato nel paragrafo precedente, la funzione dei corsi non è quella di supplire alla profonda inade-guatezza della scuola pubblica, ma quella di formare attori sociali consapevoli e responsabili. Consapevoli delle profonde disuguaglianze che spaccano non solo il sistema dell’istruzione, ma tutta la struttura sociale ed economica del Brasile; e disponibili ad assumersi la responsabilità di agire personalmente e collettivamente per il cambiamento. Il valore più significativo di questa esperienza ci pare rintraccia-bile proprio nella sua dimensione politica. I gruppi di pré-vestibular intervengono politicamente con una azione rivolta innanzitutto alla maturazione di una coscienza politica diffusa, proponendosi come

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altrettanti laboratori di cittadinanza responsabile. La speranza è che questo processo di crescita culturale e di coscientizzazione possa favorire, nel tempo, la diffusione di pratiche di democrazia sostanziale - a tutti i livelli della vita sociale, economica e istituzio-nale - in grado di superare o mitigare il carattere profondamente duale della società brasiliana12.

Il confronto con queste esperienze di lavoro sociale portate avanti oltreoceano è utile anche per mette-re meglio a fuoco il bisogno di radicamento sociale nell’Occidente benestante. In Italia, come in tutti i Paesi economicamente avanzati, lo Stato sociale è in crisi, soprattutto finanziaria. La ridefinizione delle politiche di welfare sta passando attraverso una ricalibratura delle interazioni tra Stato, mercato e organizzazioni di terzo settore. Queste ultime hanno ora, e avranno sempre più in futuro, un ruolo centrale sul piano della progettazione e gestione dei servizi alla persona. Nel linguaggio e nella operatività di quanti si impegnano, a vario titolo, nell’ambito del lavoro sociale sembra di cogliere riferimenti sempre più marcati ai criteri dell’efficienza, della competen-za, della razionalità organizzativa e, al tempo stesso, una profonda crisi della dimensione politica. La divaricazione che si sta aprendo in questo ambito tra «identità» e «servizio», cioè tra motivazioni ideali ed esigenze organizzative, potrebbe determinare la ri-duzione dell’impegno sociale con i più deboli a mero esercizio di competenze tecniche. Un esercizio asettico, che non tiene conto della complessità dei problemi e, soprattutto, della necessità di agire «po-liticamente», andando innanzitutto alla ricerca delle cause che determinano le situazioni di emarginazio-ne e di disagio, per eliminarle o ridurle. In un quadro del genere, emerge perciò il bisogno di radicamen-to sociale, inteso nel senso delle esperienze che abbiamo cercato di descrivere, cioè come recupero di quella radice dell’impegno sociale rappresentata dalle motivazioni interiori, dalla ricerca personale e comunitaria di senso, dal desiderio di promuovere quanti vivono ai margini della polis. E inteso anche come scelta concreta di mettere radici accanto ai piccoli e ai poveri, cercando di comprendere dal di dentro la loro condizione e di promuovere non cammini autoreferenziali, né logiche funzionali ad au-toriproduzioni di gruppo, ma una presa di coscienza sempre più diffusa dei problemi sociali e delle loro cause, ponendo dal basso i segni di un modo nuovo, più solidale e fraterno, di abitare la città. Il percor-so di radicamento delle irmãs minimas di cui si è raccontato ha seguito questo itinerario. Di fronte al carattere macroscopico delle disuguaglianze e delle diversità etniche, religiose e culturali, esse hanno assunto come orientamento consapevole quello di stare accanto ai più poveri, vivendo assieme a loro, fianco a fianco13. In contesti in cui le istituzio-ni appaiono debolissime, esperienze come quella delle irmãs e quella dei pré-vestibular comunitari, si concretizzano in pratiche sociali fatte di attenzione responsabile nei confronti delle realtà periferiche, di ascolto profondo dei poveri, di presa di coscien-za dei problemi e delle cause che li scatenano, di condivisione, di tessitura di relazioni comunitarie e

fraterne. Tali pratiche possono contribuire a pianta-re il seme di una convivenza nuova, anche se su un terreno accidentato. Si tratta infatti di esperienze che anticipano i segni di quella che Revelli ha definito «politica del futuro»14.

Riflettendo sulla crisi del «paradigma politico della modernità», centrata sul mito della forza - paradig-ma dal quale discende il concetto della politica come tecnica della conquista e gestione del potere - 1’au-tore citato individua alcuni esempi di «tracimazione» oltre questa concezione. E li trova sia sul piano della riflessione sia su quello dell’esperienza. Nelle conclusioni del suo lavoro, Revelli così afferma: Decine, forse centinaia di migliaia di donne e di uomini sono al lavoro, negli interstizi del disordine globale, per “riannodare i nodi”, ricucire le lacerazioni, “elaborare il male”. Per sciogliere i grumi di inimicizia che i dislivelli planetari (il ritorno feroce dell’ineguaglianza), i conflitti identitari (etnici, religiosi, la degradazione della “poli-tica delle tribù”), lo spettacolo osceno dell’ingiustizia rappresentato sul palcoscenico del sistema- mondo, vanno con velocità crescente addensando. Li si trova a Banja Luka e a Prjedor come a Baghdad o in quella terra che solo con impietosa ironia si può continuare a definire “santa”, nella miseria radicale delle favelas la-tinoamericane come nel fetore delle periferie africane, nel cuore di Kabul come nelle banlieux di Parigi, o negli slum di New York o di Londra, tra le macerie di Grozny e la polvere di Mogadiscio, a riparare dal basso i danni che i flussi sradicanti dell’economia e della politica (del Mercato e dello Stato) producono15. Queste esperienze di tessitura dal basso di relazioni comunitarie nelle fratture del nostro tempo appa-iono all’autore come «1’unico embrione, fragile, esposto, di uno spazio pubblico non avvelenato o devastato nella città planetaria»16. Si tratta di ten-tativi circoscritti, debolissimi, esposti al fallimento, «perché l’odio è ormai a un limite tale da sommer-gere ogni alternativa. O semplicemente perché non troveranno il lessico, la capacità di racconto e di rappresentazione di sé, per trasformare un’espe-rienza in un modello. Ma sarebbe una sconfitta. Per

tutti»17. Se questo è vero, vale la pena, allora, di ri-costruire e raccontare le esperienze di radicamento come quelle di cui ci siamo occupati in questo testo. Vale la pena di rintracciare e mettere in evidenza le motivazioni profonde che le animano, la ricerca di senso che le sorregge, perché tali contenuti espri-mono un valore che va al di là dei risultati che quelle esperienze riescono a realizzare, dei cambiamenti che sono in grado di produrre e che riguarda anche chi è impegnato nella ricerca di vie nuove per l’im-pegno sociale e politico sotto ogni latitudine.

1 M. Hill, Le politicbe sociali. Un’analisi comparata, il Mulino, Bologna 1999. 2 C. Ranci, Le nuoue disuguaglianze sociali in Italia, il Mulino, Bologna 2002. 3 P. Donati (a cura di), Sociologia del terzo settore, La Nuova Italia Scientifica, Roma 1996. 4 A.K. Sen, La libertà individuale come impegno socia-

le, Laterza, Roma-Bari 2007.5 E.A. Mance, La rivoluzione delle reti. L’economia solidale per un’altra globalizzazione, Emi, Bologna 2003. 6 S. Latouche, Giustizia senza limiti, Bollati Borin-ghieri, Torino 2003.7 C. Ranci, op. cit 8 SM. Davis, Il planeta degli slum, Feltrinelli, Milano 2006.9 L. Boff, Brasile ma non solo, in «il Manifesto», 24 agosto 2007.10 A. Mance, op. cit11 P. Freire, La pedagogia degli oppressi, Mondadori, Milano 1971.12 F. Lazzari, Le solidarietà possibili. Sistemi, movi-menti e politiche sociali in America Latina, Franco Angeli, Milano 2004. 13 G. Marcello, Disuguaglianze e radicamento, Rub-bettino, Soveria Mannelli 2004.14 M. Revelli, La politica perduta, Einaudi, Torino 2003.15 Ivi, p. 135.16 Ivi, p. 137.17 Ibidem

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ItáliaNasci em Roma, em 1956. Meu pai, Raffaele Chirone era empregado público, mas era uma pessoa muito criativa, gostava de pintar, construir brinquedos de madeira para mim e vendia livros para melhorar o orça-mento da família. Minha mãe, Adalgisa Pilosu, dona de casa, gosta muito de ler, é pessoa religiosa e, ainda hoje,

e m i g r a z i o n e

Romano, Alberto Chirone tem muitas histórias para contar. Tanto assim, que não se ateve à fórmula das perguntas e contou sua história do seu jeito, passo a passo.

Marisa Oliveira

Alberto ChironeUm italiano em Roraima

frequenta a paróquia. Minha irmã Marina é psicóloga. Aos cinco anos,

quando entrei para a prima elementare, aconteceu um fato que me marcou muito: por pegar o lápis com a mão esquerda e me recusar a trocar de mão para escrever, a freira comunicou aos meus pais que eu era deficiente. Fui levado ao psicólogo Professor Bollea, que determinou, após ter me aplicado alguns testes, que era justo o oposto, minha inteligência estava acima da média. A freira foi obrigada a aceitar minha diferença e desde então me posiciono radical-mente contra toda forma de racismo. Nessa escola, as freiras nos mostravam fotos da África, pois tinham uma missão lá, e comecei a me interessar pelos problemas do continente e pelas lindas mulheres africanas.

Aos 10 anos pretendi me tornar sacerdote, mas a ordem dos

jesuítas do Padre Alberto, com quem eu conversei, só aceitava vocações adultas. Os anos seguintes que passei no Istituto Macantonio Colonna foram decisivos para minhas vocações, pois identifiquei como preferidas as disci-plinas Italiano, História e Filosofia. Na década de 70, comecei a me interes-

sar por política, época em que na Itália eram os anos do 68 e Piazza Fontana. Marcaram-me os assassinatos de Mar-thin Luther King, Kennedy e Allende e havia o dilema de conciliar fé católica com movimentos de esquerda.

Ainda no Liceo, entrei em contato com duas ordens missionárias: os Combonianos e os Padres Brancos. Os Combianos dirigiam a revista Nigri-zia, onde, alguns anos depois, publi-quei os meus primeiros artigos.

Pouco depois, em 1977, me filiei ao Partido Comunista Italiano, o PCI. O PCI era dividido em sezioni; a mais próxima de minha casa era a Sezione Pesenti, localizada na Praça Vimer-cati bem perto do Pontifício Ateneo Salesiano. Eu continuava católico praticante. Na época, isso não era um problema, muito pelo contrário, era a época do Compromisso Histórico, o Secretário do Partido era Enrico Berlinguer, último grande líder do PCI. Na Pesenti, conviviam os companhei-ros com mais experiência: Aguzetti, Biagioni, Taormina e nós jovens; entre eles lembro o casal Paolo e Renata, Sandro e sua namorada Roberta, Alberto e Alfredo. A difusão do jornal l’Unità, manifestações e intermináveis reuniões, foram momentos de forma-ção fundamentais para mim, aos quais acrescentava a leitura diária do l’Unità

Alberto Chirone

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e do semanário Rinascita. Neste período, frequentava a Universidade, iniciada em 1975.

Tenho a laurea em Sociologia na Università degli Studi di Roma “La Sa-pienza”. Entre os professores lembro: Franco Ferrarotti, Vittorio Lanterna-ri, Armando Catemario, Vincenzo Padiglione, Massimo Canevacci e Franco Bianco este último, junto com seu assistente Piacenti, orientaram a minha tese sobre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. A tese foi avaliada em 1º de dezembro de 1982. Entre 1981 e 1982, prestei o Serviço Militar em Massa, cidade localizada no norte da Toscana. Foi um período difícil amenizado graças à ajuda de militares amigos entre eles: Pucciarelli, Casazza e Andreatta.

Um pouco de ÁfricaNunca esqueci a África e fui, no mês de julho de 1979, para Cabo Verde com um grupo de empregadas do-mésticas que iam de férias. Duas delas Marta e Maria se tornaram minhas amigas e passei a frequentá-las na volta a Roma. Após o serviço militar me aproximei da paróquia do meu bairro de residência: San Frumenzio.

Na época (1982) era pároco Padre Carlo, que faleceu ainda jovem. Ajudavam-no o Padre Enrico, hoje na Charitas de Roma e o Padre Gaspa-re, atualmente missionário no Peru. Eram paroquianos algumas persona-lidades: Luciano Tavazza ( importante funcionário público e, em seguida responsável pela ong FIVOL), Carlo Gavarini (professor de engenharia na

universidade “La Sapienza”,), Franco Bentivogli (dirigente sindical da CISL e, em seguida presidente do ISCOS--CISL), Ettore Masina (jornalista da RAI e, em seguida deputado no Par-lamento em Roma). Nanni, Gabriela, Livia, Ada, Luigi e Patrizia, são amigos de juventude. Os últimos dois hoje são casados e os visito nas férias que passo em Roma. Quis trabalhar em Cabo Verde, mas não consegui. Logo em seguida, aproximei-me da Coope-razione per il mondo in via di sviluppo - COMI, ong próxima aos padres Oblati, o que me fez ir ao Senegal, em 1985, para visitar um projeto. Entre os integrantes desta ong lembro Gianni del Bufalo. No mesmo ano, decidi deixar de lado a procura de um proje-to na África e entrei em contato com o Movimento Laici America Latina -

Da esq. para dir.: Giovanna Gisella (filha), Adriana (esposa), Alberto Chirone e Joanna (sobrinha).

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e m i g r a z i o n e

MLAL. Fui escolhido para realizar um projeto em Boa Vista, Roraima, em colaboração com a Diocese daquele estado. Durante a segunda metade de 1985, passei me preparando em Verona, na sede do Conferenza Epis-copale Italiana America Latina- CEIAL. Ali passei meses inesquecíveis entre os amigos daquele tempo lembro: Pier-luigi, Carla, Augusta, Enzo Melegari (já falecido), padre Giulio Battistella e a minha professora de português, Monica Corazza.

BrasilA atividade que devia desenvolver, em Roraima, tinha sido iniciada, entre o final da década de 70 e o início da dé-cada de 80 por Vincenzo Pira e Ema-nuele Amodio. Eu viajei para o Brasil no final de janeiro de 1986. Cheguei

em Salvador para participar do encon-tro dos voluntários do MLAL, chefia-dos por Emilia Ceolan. No início de fevereiro, fui para São Paulo visitar a minha professora de português em Verona, Monica Corazza, já regressa-da no Brasil. Cheguei em Boa Vista, Roraima, em 7 de fevereiro de 1986, para ficar três anos. Me lembro que era o voo de meio dia. Quando co-mecei a descer a escada do avião senti todo o calor do equador. Para piorar a situação, apesar de ter avisado da minha chegada, ninguém estava me esperando no aeroporto. Percebi, logo, que não seria fácil...

RoraimaNa Diocese de Roraima, todos o padres eram do Istituto Missioni Con-solata, inclusive o bispo, Dom Aldo

Mongiano, defensor dos direito dos índios. O bispo indicou padre João Saffirio, que tinha acabado de termi-nar um curso de Antropologia nos Estados Unidos, como meu colabo-rador. Juntos fundamos o Centro de Informação da Diocese de Roraima - CIDR. Graças ao MLAL, compramos mimeógrafos e contratamos alguns jo-vens. Um deles, Bartô, era um ótimo desenhista e, hoje, vive deste trabalho. No início, começamos publicando Igreja a Caminho, boletim da Diocese. Nos anos que permaneci chefiando o CIDR (1986 - 1990) chegamos a ter muitas publicações diferentes, desde folhetos de ajuda aos movimentos sociais nascentes, até publicações bilíngues (português - macuxi) e textos mais amplos como: Afrobrasileiros: o caminho da libertação, publicado em

Alberto Chirone

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1988, por ocasião dos 100 anos do fim da escravatura. Para difundir Igreja a caminho pedi ajuda aos jovens das paróquias e da paróquia São Bento veio uma linda jovem: Adriana Regina.

O NamoroComecei a namorar Adriana em 4 de julho de 1986, casamos em 16 de maio de 1987; em 16 de maio de 1988 nasceu Rafael Vicente e em 12 de fevereiro de 2002 nasceu Giovan-na Gisella. Essa é a minha família. Por isso, aquela que devia ser uma estadia de três anos se transformou numa escolha de vida. Quando terminei a minha colaboração com a Diocese de Roraima, procurei outro trabalho e o encontrei como professor visitante na UFRR (Universidade Federal de Rorai-ma). Na época havia o Reitor Ha-milton Gondim e o vice-reitor Paulo Aukar. Aqui lembro o professor Carlos Cirino com o qual elaborei o projeto para o curso de Antropologia Social (antes disso nos anos do CIDR, graças ao professor Romanul, pró-reitor de Graduação, tinha conseguido fazer aprovar o curso de Comunicação voltado para o jornalismo). Permaneci na UFRR em 1991 e depois, de 1992 a 1996, com um parêntesis de seis meses.

No período passado na UFRR, publi-quei alguns artigos em Textos & Deba-tes, a revista da instituição. Em 1994, naturalizei-me brasileiro, sem perder a nacionalidade italiana.A década de 90 foi caracterizada por colaborações com dois importantes sindicatos italianos que realizaram projetos em favor das populações indígenas de Roraima. O primeiro foi o SPI-CGIL entre os seus dirigentes lembro, com saudade, Sergio Giu-lianati (falecido em 4 de fevereiro de 2013). Quando voltava à Itália de férias, ia sempre visitá-lo. Publiquei

artigos na revista Libertà e fiquei amigo de Aldo Gara, jornalista desta importante publicação sindical. O outro é o ISCOS-CISL (ong da CISL). Publiquei artigos em suas publicações, Popoli Insieme, e ANDES, entre os dirigentes do ISCOS lembro: Franco Bentivogli, Gianni Italia e Gianni Alioti. Visito este último quando, durante as férias na Itália, passo uma semana, em Genova, na casa de uma família amiga. Final do século XXEntre os anos de 1997 e 2000, ensinei em escolas de segundo grau, principalmente no Ayrton Senna. 1997 foi um ano importante por dois motivos. Antes de tudo chegou em Boa Vista a família Nanni, para reali-zar um gesto de solidariedade com o Conselho Indígena de Roraima - CIR. O segundo motivo é a minha filiação ao Partido dos Trabalhadores. Hoje o PT-RR conta com uma senadora elei-ta: Angela Portela. Titonho, hoje no INCRA, já foi eleito vereador e depu-tado estadual. Eu estou mais próximo, politicamente falando, dos companhei-ros: André Vasconcelos (hoje na chefia da FUNAI-RR) e Evangelista Siqueira (professor e radialista). CUT, muitos livros e programa de rádioDesde adolescente sempre gostei de escrever. Até 1998, tinha publi-cado só artigos ligados à atualidade. A partir de 1997, comecei a redigir, também, textos literários. O primei-ro deles foi Conselhos paritários uma peça para participar, publicado pela Diocese de Roraima, cujo bispo era Dom Apparecido Dias. Em maio de 2000 e até 2002, fui formador da Central Única dos Trabalhadores. Era presidente da Central Suênia. Foi um período muito proveitoso: visitei as capitais do norte (à exceção de Rio

Branco). A sede da Escola Sindical era em Belém, para onde viajei quase dez vezes. Li quase 50 livros, dos 645 que li até agora em minha vida. Publiquei muito, inclusive o capítulo Saber ser, saber transformar, no livro Educação popular na Amazônia (2001). Pouco antes comecei minha colaboração com a Forum Democratico. Desde 1999 iniciei a colaboração com a Associazione per l’Interscambio italo--brasiliano Anita e Giuseppe Garibaldi e sua publicação Forum Democratico. Desta revista guardo, quase todos os números desde o número zero, de março de 1999. Faltam só alguns números de 2012 que ainda não che-garam. Na Forum publiquei muitas notícias de Roraima, por isso agradeço ao diretor Andrea Lanzi. Em 2003, comecei a lecionar na Faculdade Roraimense de Ensino Superior- FA-RES, instituição particular de Roraima. Neste semestre, 2013.1, ensino filosofia no curso de Enfermagem. Em 2009, escrevi o meu primeiro conto, ainda não publicado, Ginestra. Em dezembro de 2012, começou o meu programa* semanal de italiano: Impa-riamo no ar aos domingos, às 17h30 (horário de Boa Vista).

* Impariamo vai ao ar pela emissora Rádio Monte Roraima (www.monte-roraimafm.com.br) (107.9). O pro-grama tem duração de 15 minutos. Alberto Chirone começa pela gramá-tica, em italiano com explicações em português, em seguida é apresentada uma canção, e depois é lido um texto (ultimamente foi lida uma receita pu-blicada na revista Forum Democrati-co). Alberto Chirone sempre finaliza o programa com uma oração. A emisso-ra é ligada à Diocese de Roraima.

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Fundo InfinitoEnsaio de Zeka Araújo

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Fundo Infinito apresenta uma pesquisa na área fotográfica desenvolvida por Zeka Araújo, realizada com aparelho de telefone celular.

O uso dele permite estar invisível e fotografar o que está esquecido, mas que tem o que dizer.

São detalhes geralmente não notados, abandonados, importantes na sua totalidade e não isoladamente.

Parte de cada foto sua tem como base referências pictóricas e parte é abstração.

Cada imagem será definida de acordo com o banco de imagens da pessoa que a visualiza, que possibilitará esta ou aquela leitura de acordo com as suas memórias visuais e experiências vividas.

Um pintor começa a sua tela num espaço em branco.

Buscando a visão poética em cada objeto, a tela em formação do Zeka é feita procurando e descobrindo o novo na próxima esquina em branco.

Por Marcio RM

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D E M O C R A T I C O8 f o r u m34 Março / Abril 13

c u l t u r a a r t e s p l á s t i c a s

D E M O C R A T I C O8 f o r u m34 D E M O C R A T I C O8 f o r u m34

M a r c e l o M o s c h e t aAdmirável mundo novo

Marcelo Edmilson Moscheta nasceu em São José do Rio Preto, São Paulo, em 1976. Formou-se em Educação Artística e é mestre em Artes Visuais (Unicamp). O trabalho de Moscheta merece ser explorado nos endereços indicados. Talvez a partir daí se possa apreender um pouco da sua dimensão e compreender o que move o artista e o leva a produzir, eu diria, paisagens - afetivas, geográficas, geológicas, urbanas. Todas novas paisagens - talvez um novo mundo ou um mundo em construção. Antigas (novas) paisagens - recriação de lugares, a partir de cartões postais e fragmentos variados, como fotografias e anotações pessoais. Nesse último caso, encontram-se as primeiras séries de trabalho de Marcelo Moscheta, que se relacionam à memória afetiva do avô italiano, nascido na região do Vêneto, o qual nunca conheceu. Com vários prêmios na bagagem, Moscheta já residiu e produziu no exterior: França (Bolsa Iberê Camargo 2007), Portugal, Chile, Noruega.Marisa Oliveira

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minha ligação com os espaços abertos e a necessidade de viajar para criar. FD - De que técnicas o sr. mais se utiliza? Qual delas considera de maior efeito ou a qual delas o sr. tem mais apego? MM - Gosto muito de dese-nhar com grafite sobre PVC expandido. Acredito que esta técnica seja algo bastante original, nunca vi ninguém desenhando assim. Mas também tenho feito muitos desenhos com papel carbono usando a técnica da monotipia, onde uma matriz é perdida e a estampa perma-nece única. Mas gosto de manipular materiais diversos e eles surgem pela necessida-de do conceito. Agora estou pesquisando cerâmica, pois quero fazer uma instalação que tenha muitas cópias do mesmo objeto. Então “corro atrás” para co-nhecer bem como se faz. Gosto de usar de tudo, desde algodão e caixas de bombom até aço inox e motores. FD - O que tem mais relevância nas suas obras?MM - Não entendi a pergunta...

FD - Que artistas exerceram ou exer-cem influência na sua arte? MM - Robert Smithson, Anselm Kiefer, Anna Bella Geiger, Richard Long, Richard Serra, Olafur Eliasson, estão entre os que mais gosto. Mas muitos outros são importantes.

FD - Tornar-se um artista plástico acon-teceu em que momento da sua vida? Outras vocações concorreram com as Artes? MM - Eu sempre quis ser artista, sempre desenhei muito, desde criança. Minha mãe é artesã e meu pai, biólogo, também sem-pre desenhou... Isso tudo me inspirou de alguma forma. Quando foi chegando a hora de definir sobre a universidade, vi que aque-le me parecia o único caminho possível, apesar de ter tentado publicidade. Mas ainda bem que só passei no curso de Educação Artística da UNICAMP. Hoje eu vejo que a arte pode agregar muitas outras áreas e isso é fantástico! Quero fazer um movimento inverso e partir para estudos de geografia e geologia, biologia e física, matérias também me despertam grande interesse, pois tenho trabalhado no limite dessas áreas com a arte.

FD - Fale-nos da sua formação como artista? MM - Eu estudei Educação Artística na UNICAMP, me formei em 2000. Depois fiz mestrado em Artes Visuais também na UNICAMP e concluí em 2006. Trabalhei uns três anos no MASP e no Instituto Tomie Ohtake como montador de exposições e depois no setor educativo do museu. Isso me deu um grande conhecimento dos bastidores de exposições. Foi aí que eu tive a plena certeza de que queria viver somente de arte e nada mais. Mas um projeto de vi-sita a artistas ainda na faculdade foi de extre-ma importância, pois conheci muitos artistas brasileiros e travei contato com seu dia a dia no atelier. Também ganhei a bolsa Iberê Camargo, que me levou para a França em 2007 e lá pude desenvolver uma pesquisa sobre a paisagem. Esse foi o começo da

FD - Qual o passo a passo na sua produ-ção artística? Ao final da produção, há emoção? MM - Eu trabalho das 8h às 18h, de segunda a sexta em meu atelier, mas isso não vale quando estou viajando, é claro... Procuro me concentrar no que faço e ter das viagens a minha pesquisa e combustível. Se há emoção? Sempre! Estou lidando com uma matéria que é subjetiva e nada planejada e por mais que se tenha uma estratégia de produção e montagem, sempre se perde o controle das coisas. E isso é bom... então, me emociono sempre, mas principalmente quando chega o fim da obra.

FD - Quais são os temas que predomi-nam na sua arte? MM - A paisagem e a relação do homem com o espaço natural.

FD - Que elementos que o sr. considera que se destacam nas suas obras? MM - Não vejo dessa forma, pois meus tra-balhos são muito variados. Eu estou agora pesquisando uma produção em cerâmica para minha próxima exposição, que é algo que eu nunca fiz. Então , estou estudando, pesquisando, conversando e aprendendo muito com quem faz cerâmica. A necessida-de traz a busca, o conceito norteia a forma e assim vai... Acho que consigo dizer que a paisagem é o que me importa mais, aliada à busca constante de novos materiais e suportes. Isso me interessa muito.

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f o r u mD E M O C R A T I C O836 Março / Abril 13

c u l t u r a

FD - O que é arte para Marcelo Moscheta?MM - Arte é um dos meios possíveis de se falar de algo, de produzir conhecimento, de mostrar o mundo de outra forma, de tocar e de transformar os outros.

FD - Qual a sua sensibilidade sobre o conceito que o público tem sobre arte? O público que frequenta ou comparece a exposições, em um momento que arte é muito diferente dos grandes clássicos, em que temos instalações, a imaginação e criatividade pulando os muros consagra-dos das técnicas de pinturas, esculturas.MM - Depende do público. Eu acho que é preciso dar uma formação para a grande maioria dos brasileiros. Nós não temos en-sino de História da Arte e nem sensibilização estética nas escolas, com pouquíssimas ex-ceções!! Mas, no geral, o brasileiro não trava um contato com arte contemporânea porque o acesso a ela é muito recente. Não temos o estofo cultural da Europa, que sabe conviver com museus há pelo menos uns cinco sécu-los. Ou o acesso que um norte americano tem, por exemplo. Isso dificulta a fruição das obras, um abismo acaba se fazendo porque a arte contemporânea não é de fácil apreensão mesmo. É preciso tempo, envolvimento e uma bagagem histórica, contextual às vezes, para se conseguir uma aproximação no míni-mo adequada. Mas quando essas ferramentas são usadas e você tem, por exemplo, uma visita de uma escola carente da periferia numa exposição sua, onde vai acontecer uma conversa, um bate-papo com o artista,

o resultado é maravilhoso, porque com o mínimo de referência os alunos, crianças ou não, conseguem extrair da exposição visões fantásticas que podem ir muito além do que o próprio artista espera do público. Esse contato é edificante para ambos, público e artista.

FD - Você exerce outras atividades profissionais?MM - Não, eu trabalho só no meu atelier,

procuro me concentrar muito e ter todo o empenho em minha produção.

FD - Marcelo Moscheta nos próximos cinco anos...MM - Quem sabe? Quero produzir e continuar sendo feliz com o que faço. Não sei para onde vou, não tenho planos. Só gostaria de continuar viajando, produzindo e fazendo residências artísticas.

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f o r u mD E M O C R A T I C O 37Março / Abril 13

c u l t u r a

M a r c e l o M o s c h e t aLivro de cabeceira: BíbliaPrato preferido: Toda comida bem feitaArtista que desponta: Tem muita responsabilidade...Local para viver: Ouro PretoLocal para trabalhar: ParisPróxima exposição: Plataforma Atacama, na Galeria Leme, em São Paulo, dia 09/05/2013

Conhecendo melhor Marcelo Moscheta www.marcelomoscheta.art.brwww.facebook.com/exposicaonortewww.vimeo.com/marcelomoschetawww.galerialeme.com

Mostras mais recentes de que participou: 2012 — NORTE, Paço Imperial, Rio de Janeiro.2011 — ATLAS, Galeria LEME , São Paulo.2010 — MARE INCOGNITUM, Centro Universitário Mariantonia, São Paulo.2010 — CONTRA.CÉU, Capela do Morumbi, São Paulo.2009 — TERRA INCOGNITA, Galeria Riccardo Crespi, Milão, Itália. 2009 — GRAVITY, Galeria LEME, São Paulo. 2009 — A NEW METHOD FOR ASSISTING THE INVENTION IN THE COMPOSITION OF CLOUDS, British Council, São Paulo.2008 — LATITUDE, Galerie Anita Beckers, Frankfurt, Alemanha.

Veja no site da Forum Democrático um vídeo sobre

a última exposição de Marcelo Moscheta, NORTE

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Vicente de [email protected]

A busca pela identidade na arte seja ela centralizada em

valores regionais, ou além dos espaços territoriais, no

qual a obra de arte é criada, envolve uma avaliação mais

objetiva de observação para se desvencilhar de opiniões

desgastadas e pela sedução da chamada cultura global

de massa. É de praxe para os defensores das realiza-

ções artísticas nacionais que a criação esteja atrelada ao

comprometimento das raízes de um povo e ao mesmo

tempo, enfatize suas posturas e qualidades duradouras. Em

contrapartida a esse posicionamento; a “artificialidade” de

uma arte passageira que aglutina várias tendências e não se

diferencia dos vários processos criativos e ateliers.

Ao avaliar os dois posicionamentos diferenciados é fácil

perceber que há um subjetivismo e forte parcialidade por

parte dos defensores das duas correntes. Frases e regras

são divulgadas, postas em prática, com certeza em função

de ressalvar o cenário artístico em crise de conhecimen-

to do que em aproximar e elucidar o público nas suas

dúvidas e distanciamento. Sempre se afirma: “o mundo

está mudando e com isso a arte deve mudar” porém,

os interessados não se atêm com mais perseverança à

pluralidade cultural dos povos e a individualidade do artista

que é aprisionada pelo “ ímpeto do novo” e influenciado

pelo mercado de arte vigente. A qualidade da obra no

circuito da arte é medida, em parte, pelo alto valor obtido

no mercado.

Muitas curadorias se atrelam a um conjunto plural, multifa-

cetado de obras que são influenciadas pela velocidade nos

meios de comunicação e na tecnológica incontida. Elas se

posicionam a favor de um conjunto de estratégias e logísti-

cas para estarem vinculadas a um tema, montar um cenário

que dê alicerce à mostra. Contudo por mais que sejam

amplamente defendidas essas formas de escolher, legitimar

os novos métodos e influenciar a produção da obra de

arte, não se sustenta com credibilidade sem pesquisa. Em

parte examinando a globalização nas suas diversas fontes.

Existem desafios e obstáculos que não são facilmente supe-

rados entre eles: a complexidade de explicar a identidade

da obra; o embate do artista e sua relação com uma era

mais globalizada; a competição internacional mediante os

padrões de comunicação, via TV, internet, celulares e os

criadores que estão expostos mais à tecnologia do que aos

valores culturais.

É importante mostrar que o mundo está mudando em

uma velocidade extrema e com isso promover estudos e

debates acerca dessas mudanças e suas influências na vida e

na arte. Com isso um ponto de partida para a compreen-

são dos prós e contras dos pareceres atuais é firmado.

Ao afirmar, atualmente, que não há distinção entre as

obras de arte, ou seja, independente do seu suporte e

ter como exemplo que a pintura como a fotografia se

confundem no seu processo criativo é confirmar que a

globalização na arte é irreversível. Como se houvesse uma

contaminação crônica e direcionada no ato de criar.

A exploração da tecnologia e sua expansão no mercado

internacional permitiram que novos sistemas de comu-

nicação trouxessem influências para o artista, o que não

significa que só aprimorasse a realização da arte, muito lixo

também foi absorvido nessas descobertas e utilização de

novos aparatos.

A polêmica que a fotografia trouxe para o circuito da arte

décadas atrás, muitos não a consideravam uma arte plena,

serviu para vislumbrar e fortalecer novas contribuições na

tarefa artística. O mais importante é permitir a criatividade:

olhar com outros olhos e dar acesso a novas idéias sem

improvisação. Afirma-se que hoje o artista é um experi-

mentador, um provocador e não apenas um curioso, com

isso muito se apropriou das imagens, dos seres vivos ou

mortos como sua obra de arte: um casal despido, um ele-

fante vivo, um tubarão embalsamado como obra de arte.

O imenso fluxo de imagens de informações que o Homem

recebe motiva uma reflexão, ou mesmo a diversidade

de captação dos valores sócio-culturais. Em 1965, Hans

Haacke utiliza a arte para explicar os processos físicos

como a condensação e evaporação da água. A questão de

identidade na arte requer um planejamento no mínimo em

médio prazo. As infra-estruturas das cidades identificam os

principais problemas e sua sustentabilidade no futuro. A

arte está inclusa nessas mudanças de crescimento, costu-

mes e comportamento e mediante a uma logística aliada

ARTE OU CONVENCIMENTO

Vicente de Percia, crítico de arte, artista plástico, escritor: prêmio Master de Literatura. Membro da Bow Art International e da Associação Brasileira e Internacional de Críticos de Arte. Pesquisador da Bienal de São Paulo com várias publicações sobre o tema.

às necessidades da população. Sem dúvida a durabilidade

das “obras” será mais duradoura e significativa. Nessa

Bienal o individual do artista dialoga com a sociedade, suas

diversidades e semelhanças revelam aspectos dos embates,

transições, semelhanças poéticas, impactos, escalas

cromáticas, arquétipos, tabelas existentes. O senso-crítico

desperta segmentos dionisíacos e apolíneos da existência

humana. A montagem, uma das melhores já vistas de Mar-

tim Corrullon, contribui e facilita a visita dos presentes no

pavilhão criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Sobrevivências, Alterformas, Derivas, Vozes e Reverso

são os títulos de cada um dos módulos que dão forma ao

nome oficial da bienal: “A IMINÊNCIA DAS POÉTICAS”.

O primeiro: faz analogias entre contemporâneo e obras

assinaladas; o segundo: indaga a própria arte e suas defor-

mações; o terceiro: são as propostas marginais; quarto:

aponta as multiplicidades; o quinto: tenta dialogar com as

mostras paralelas que se sucedem em outros espaços fora

da bienal.

As obras expostas, a maior parte, foram feitas para essa

Bienal, ou comissionadas especialmente para a exposição.

A investigação da produção cultural brasileira é sem dúvida

um dos alicerces dos primórdios da Bienal, e a sua relação

com o contexto internacional se presentifica desde a sua

primeira edição, em 1951. O objetivo da Bienal internacio-

nal de São Paulo sempre teve desafios, desde a catalisação

de recursos econômicos até os “interesses” do circuito das

artes, o que não descarta: Galerias, marchand, curadorias

e as múltiplas influências coercitivas negativas. Aprofundar

uma avaliação sobre sua trajetória requer a necessidade de

ponderar as experiências passadas e, também, os deslizes

que não contribuíram para uma base sólida desejada, ou

seja, fortalecer uma entidade de interesse coletivo com

compromissos com a arte e a formação e esclarecimento

de opiniões.

Page 39: Revista Forum Democratico

Nossos ObjetivosIntercâmbio entre Brasil e Itália: Divulgar o patrimônio histórico, artístico e cultural das diferentes regiões italianas, incentivando as

trocas mútuas.

Resgate cultural: Valorizar a relação entre os dois povos ao longo da história e na base das regiões de origem dos emigrantes italianos.

Propagar a presença da Itália no Brasil em todos os âmbitos.

Criar oportunidades de negócios entre o Brasil e a Itália, a partir da área cultural e

artística.

Invista no 3o Brasitalia:

PRONAC no 129693 do Ministério

da Cultura, autorização de

captação R$ 1.437.838,00 pelo

artigo 18 da Lei Rouanet, que

permite o desconto de 100% do

valor do patrocínio.

2013

Rio de Janeiro (Fundição Progresso, de 18 a 20/10),

São Paulo, Roma e Bolonha

www.brasitaliario.com.br

www.youtube.com/BrasitaliaRio

Page 40: Revista Forum Democratico

REMETENTE:Associação Anita e Giuseppe GaribaldiAv. Rio Branco, 257 sala 1414 Cep. 20040-009 Rio de [email protected]