Revista Giro SP

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Edição 4 – Ano 1 – Outubro 2013 R$ 12 sp revista Falando de gente... Edição 4 - Ano 1 - Outubro 2013 Falando de gente...

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Edição 4 da Revista Giro SP, da qual fui jornalista responsável e coordenei o projeto gráfico

Transcript of Revista Giro SP

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é uma publicação mensal da Comander Editora

Diretora Geral:Erika Pedrosa

Diretor Administrativo Financeiro

Asael Prando

Departamento JurídicoErico Olivieri

Jornalista ResponsávelYone ShinzatoMTB 49976

JornalistasFelipe RibeiroNatália PrietoRonnie Arata

CoordenaçãoCamila Ferreira

Denis Le Senechal KlimiucFelipe Ribeiro

Departamento de arteAline InforsatoYone Shinzato

Projeto Gráfico e MarketingComander Assessoria

e Marketing

ColaboradoresCarolina Cordeiro, Christiane Alves,

Leandro Sampaio (SP Turis)

Fotos Ana Carolina Fernandes,

Carlos Nader, Cybele Lisboa, Ed Morais, José Cordeiro,

Marcio Baraldi, Paulo Madjarof, Valter Campanato, Victor Miguel

Administração, redação e publicidade

Rua Jacirendi, 395 Tatuapé – São Paulo – SP CEP: 03080 -000 Tels.: 011

2023 0400 / 011 2685 1765 www.revistagirosp.com.br

Canais de comunicação

A Revista GIRO SP não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios, por eventuais mudanças em datas de programação e pelas ofertas veiculadas, sendo de responsabilidade dos anunciantes. As opiniões emitidas nas matérias são de responsabilidade de seus autores.

Ninguém está autorizado a fazer cobrança de anúncios em nome da Revista GIRO SP ou em nome de qualquer outra empresa do grupo.

Focamos no que São Paulo tem de melhor: Gente

Toda edição é especial, inédita, pois a Giro SP escreve para você, leitor, que é gente como a gente, independente de cor, raça, idade, credo, orientação sexual, política, religião e outros, porque somos todos iguais. Todos nós temos uma participação neste mundo, representamos uma sociedade, cada um de nós tem uma profissão, uma função. Rico ou pobre, dependemos sempre de alguém. Não existe empresa se não houver empregado, não existe patrão se não houver funcionário, não existe artista se não houver o apreciador da arte e assim por diante. No entanto, exis-te um profissional o qual ninguém fica sem seus serviços e, nos dia de hoje, é considerado Herói: o “Professor”! Nosso Mestre. Dentro da diversidade que transita entre as culturas em nossa cidade, abordaremos a situação dos professores que levam conheci-mento ainda que teórico para formar gente de sucesso que faz e que serve, além da influência nordestina que foi essencial para a construção de São Paulo. Acolhedora de todos os portos, não hesitou em transformar -se nos braços que envolvem outros cos-tumes. Seja por necessidade ou objetivos de gente que faz acon-tecer, seja pela perseverança daqueles que agarram a oportuni-dade e se tornam inspiração. São Paulo é feita e construída por gente, gente de fé e coragem, gente que faz de seus objetivos nosso conforto, que nos serve, que cozinha, gente que saboreia, nos faz rir, nos ensina, constrói, que cria, que controla, que escreve e que lê, que canta, que encanta, que nos dá coragem, que nos fazem felizes e outras que nos fazem tristes, mas o maior patri-mônio do mundo são as pessoas, que fazem e se eternizam pelas suas obras. Só existem produtos e serviços, porque são feitos e executados, porque há demanda. A Giro SP fala sobre você, sua profissão, sua arte, música, comida, beleza, ensino, porque fala-mos de pessoas, falamos de sucesso, fazemos de você e da sua história a nossa história! A história da gente!

Erika Pedrosa

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ÍNDICE

ARTE, CULTURA E LAZER30 Quadrinhos engajados e cheios de atitude 34 A Desvalorização do Professor e sua luta pela educação48 Projeto poesia todo dia: 365 poesias e o fim do anonimato50 Um Giro de pau de arara em Sampa60 Motociclistas de final de Semana62 Feirinha da Liberdade: um caldeirão cultural à paulistana com toque oriental76 Woody Allen – Uma carreira de neuroses e genialidades

FIQUE POR DENTRO08 30 programas imperdíveis em SP 10 Sala São Paulo

14 64

58

50

30

40 Estreias de outubro46 Preconceito ou saúde? Gordinhos no trabalho 64 Ode ao corpo humano – Fisiculturismo73 Ondas de superação78 Reny Ryan: Confissões de uma depiladora brasileira nos EUA 83 A sensualidade histórica do batom 88 Internet: Do “boom” dos blogs à “Bigbrotherização” da vida cotidiana

CRONICAMENTE PAULISTA57 O que os escritores têm com o café?

NEGÓCIOS13 1º Passo: ambiente de marketing – macro e micro

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KIDS19 Entrvista com as crianças: O futuro do Brasil está em nossas crianças26 Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações? 44 Por que e quando procurar um psicólogo para o seu filho?

COMIDA E BEBIDA16 Doce! Doce! Doce!

ACONTECE EM SP14 Elvis in Concert 28 Shopping Anália Franco apresenta: Evita Perón – Figura, mulher e mito 36 A arte de se mover por obstáculos68 S.O.S. bandas independentes

74 Monsters of Rock 84 “Mem de Sá, 100”92 Expomusic não é Teodoro Sampaio94 Comédia com Tudo é garantia de riso até para o mais sisudo dos espectadores NA NOITE58 Passeio noturno ao Parque Zoológico de São Paulo

AONDE VOCÊ QUER IR HOJE?98 Roteiro de passeios

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Mercado Municipal

1Mosteiro de São Bento

2

FIQUE POR DENTRO

Parque do Ibirapuera

10

Cantinas do Bixiga

15Oscar Freire e Shopping

Iguatemi

16Restaurante

Skye do Hotel Unique

17Jockey Club

18

Terraço Itália

7Grandes museus

da cidade

8Bares e baladas

9

Texto Divulgação/SP Turis

Autódromo de Interlagos

23Estádio do Pacaembu

24Mega livrarias

25Exposições da cidade

26

30programasIMPERDÍVEIS

SPem ➢

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Sala São Paulo

3Torre do Banespa

4Página 10

Musical da Broadway

525 de Março,

Brás eBom Retiro

6

Padarias 24 horas

11Avenida Paulista

12Museu da Língua

Portuguesa e Pinacoteca

13Zoológico e

Jardim Botânico

14

Pizzarias

22

Cafeterias internacionais

27Centro Histórico

28Centro de

convenções paulistano

29Quadra de escola de

samba

30

Pico do Jaraguá

19Spas com ofurô

e massagem relaxante

20Feiras:

Liberdade e Praça Benedito

Calixto

21

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FIQUE POR DENTRO

Sala São Paulo

Construída com estrutura de concreto e al-venaria de tijolos no estilo Luis XVI, com escul-turas e minuciosos detalhes, a Júlio Prestes seria a estação inicial da Estrada de Ferro Sorocabana, a principal veia de transporte de café em São Paulo. Ocupando área total de 25 mil m², seu projeto arquitetônico, de auto-ria de Cristiano Stockler das Neves e Samuel das Neves, chegou a ser premiado no III° Con-gresso Panamericano de Arquitetos, de 1927.

Em 1930, foram entregues ao público a ala das plataformas e o concourse. Em seguida houve nova paralisação decorrente dos refle-xos trazidos pela Revolução de 1932 e, dois anos depois, inaugurou -se a estação, já com o nome de Estação Júlio Prestes.

O fim da era de ouro do café, somado à de-gradação da região central de São Paulo e do transporte ferroviário no Brasil, levaram a estação ao esquecimento, aos maus tratos e, mais tarde, ao semiabandono. Subdividido em três, parte de seu prédio abrigou, duran-te o regime militar (vigente no Brasil entre os anos de 1964 e 1983), o Departamento de Or-dem Política e Social (Dops), um órgão gover-namental que, como diz o nome, mantinha a ordem política e social do estado de São Paulo (na prática, cuidava da repressão de oposito-res ao regime). Outra parte do edifício seguiu destinada ao transporte, sendo utilizada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o que ocorre ainda nos dias de hoje.

Em 1990 surgiu a proposta de se recuperar a estação e transformar parte de seu belo edifício

Texto Leandro Sampaio/SP TurisFotos José Cordeiro

3Assistir a um concerto na ➢➢

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na sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Sala São Paulo, hoje considerada a melhor sala de concertos da América Latina.

Para elevar a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) a um padrão de quali-dade internacional, a orquestra precisaria de uma sede própria, com a infraestrutura ne-cessária para o funcionamento de uma gran-

de orquestra. Depois de uma longa pesquisa para decidir qual seria o local mais apropria-do para a construção da sala, um acaso fez com que o grande hall da Estação Júlio Pres-tes fosse escolhido. O espaço apontou simi-laridade entre a volumetria, a geometria e as proporções encontradas em reconhecidos espaços de concertos mundiais, como a do

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FIQUE POR DENTRO ➢➢ Na próxima edição, confira a Torre do Banespa

Boston Symphony Hall, nos Estados Unidos, e a de Musikreinsaal, em Viena. Nasce ali a casa definitiva da Osesp.

No dia 9 de julho de 1999, sob a regência do maestro carioca John Neschling, a Osesp apresenta a peça inaugural Sinfonia nº 2, Res-sureição, de Gustav Mahler (1860 -1911). Diante de uma plateia de convidados embevecidos, entre eles Fernando Henrique Cardoso, a Sala São Paulo inaugura também o momento de ressurreição de toda a região do bairro da Luz.

Dezoito meses de obras que aliaram cen-tenas de operários, técnicos especializados, procedimentos artesanais de longa tradição e as mais modernas tecnologias transforma-ram a área central da estação (um enorme hall em forma de caixa de sapatos, com pé di-reito de 24m) em uma das mais belas, moder-nas e completas salas de concerto do mundo:

A Sala São Paulo. A coexistência com uma estação ferroviária requereu uma laje flutu-ante. Inaugurada em 1999, ela ainda possui um forro móvel (motorizado, composto por diversos blocos independentes), que permite à acústica do local uma adaptação a diver-sos tipos de música a serem executados. É possível testemunhar a beleza do prédio em dias de concertos ou por visitas previamente agendadas.

Serviço:Sala São Paulo Endereço: Praça Júlio Prestes, s/n, Luz – Centro (Metrô Luz)Tel.: (11) 3367 ‑9500E ‑mail: [email protected]: salasaopaulo.art.brHorário: Bilheteria – segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado, das 10h às 16h30; e domingo, das 15h às 17h

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NEGÓCIOS Texto Denis Le Senechal Klimiuc

Para conhecer o mercado de consumo, é necessário estudar dois ambientes de Marketing, o Microambiente e o Macroambiente, pois, a par-tir do conhecimento de cada um, será mais fácil visualizar seu negócio – haverá base necessária para prosseguir com um Plano de Marketing bem estabelecido.

Microambiente: Foco inicial dos estudos:

primeira análise que deve ser feita;

Conhecimento do ambien-te de inserção da empresa;

4 P´s Produto: o que será inserido

no mercado; Praça: onde será inserido

Preço: qual será o preço praticado

Promoção: como será a di-vulgação

Também deverão ser ava-liados aspectos como forne-cedores, intermediários, clien-tes, concorrentes e o próprio público -alvo.

Macroambiente: Não há formas de modificar

o macroambiente, mas sim adaptar -se a ele

Estudo PESTPolítico: avalia a legislação e

situação relacional do país com o restante do mundo, além de avaliar internamente sua influ-ência sobre o produto/serviço a ser comercializado;

Econômico: são reflexo da

1º Passo ambiente de marketing –

macro e micro

situação pela qual o país passa, assim como possíveis estímulos que influenciem a organização e seu produto/serviço

Sociocultural: define os costumes e cultura, que pode ser fator decisivo, por exem-plo, quando há diferenças de acordo com a região

Tecnológico: pode interferir em processos de produção e até mesmo comunicação, re-fletindo, em consequência, no produto/serviço oferecido.

Como elaborar um bom Plano de

Marketing em 10 passos

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IN CONCERT

Uma superprodução. Assim pode ser definido o show “Elvis Presley in Concert”, o surpre-endente espetáculo que reúne no palco uma banda comple-ta, que tem em sua composi-ção vários músicos e cantores que trabalharam com Elvis originalmente, e projeções re-masterizadas em telões de alta definição das principais apresentações do cantor. O espetáculo dá ao público a sensação de estar realmen-te participando de um show do cantor. O sucesso é tanto que “Elvis Presley in Concert” já entrou para o Livro dos Re-cordes Guiness como a maior turnê já realizada no mundo todo de um artista não vivo.

O show tem como base uma coleção de alguns dos melho-res concertos do cantor que existem em filmes e vídeos, que tiveram todo o som da filmagem excluídos, com ex-ceção da voz de Elvis – que foi totalmente remasterizada. As imagens são projetadas em telões de led gigantes. No pal-co, uma orquestra de 16 artis-tas, que inclui vários músicos originais de Elvis, apresenta--se ao vivo. Toda a música ou-vida na produção do concerto é ao vivo, exceto a voz de Elvis. A sensação é mágica. Para o público é como estar em um show real do artista.

Os vídeos utilizados no show são extraídos principalmente

do material filmado para o es-pecial de TV conhecido como “Elvis 68 Comeback Special” (de 1968) e para os concer-tos “Elvis, That’s the Way It Is”, (de 1970), “Elvis on Tour” (de 1972) e do histórico especial de televisão “Elvis: Aloha from Hawaii” (de 1973), além do es-pecial de TV conhecido como “Elvis 68 Comeback Special” (de 1968). Este último con-tém algumas das melhores performances do cantor em sua carreira. Outro critério principal para a seleção des-sas imagens é que elas foram originalmente gravadas no sistema multi -track. Assim, os produtores são capazes de deixar de fora todo o som da

ACONTECE EM SPTexto Divulgação Fotos Paulo Madjarof

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filmagem, isolando somente a voz do cantor.

A energia e os principais hits de Elvis, cantados pelo públi-co como se o próprio ocupas-se o palco, poderão ser vis-tos agora em oito shows em sete capitais, de norte a sul do país: a nova turnê nacio-nal começa em outubro e, em São Paulo, acontecerão dois show, em 25 e 26/10, no Gi-násio do Ibirapuera.

Entre os músicos que se apresentam estão vários ex companheiros de palco de El-vis, como o guitarrista James Burton, considerado um dos melhores do mundo pela re-vista Rolling Stone, e que tam-bém faz parte do Rock and Roll Hall of Fame desde 2001. Outro é o baterista Ronnie Tutt, que tocou com Elvis em 1969 até sua morte. O pianis-ta Glen D. Hardin participou de todos os três filmes cujas imagens foram selecionadas para o “Elvis in Concert”. Nor-bert Putnam participou como baixista da maioria das gra-vações dos discos de Elvis, enquanto Joe Guercio era o diretor musical das apre-sentações do cantor. Estelle Brown foi integrante do grupo Sweet Inspirations e partici-pou de todas as últimas tur-nês e shows do cantor com backing -vocal. Joe Moscheo e Terry Blackwood são dois dos integrantes originais dos Im-perials, o quarteto gospel que

fez vocal de apoio nas apre-sentações ao vivo e sessões de gravação de Elvis Presley, nos anos de 1969 a 1971.

“Elvis in Concert” foi lança-do em 16 de agosto de 1997, marcando a ocasião do vigé-simo aniversário da morte de Elvis, apresentado no Coliseu do Centro -Sul, em Memphis, Tennessee, com ingressos es-gotados. O show apresentava um grande encontro de mui-tos dos instrumentistas e vo-calistas que haviam trabalha-do no palco e no estúdio de gravação com Elvis ao longo dos anos. Esta produção se tornou o protótipo para “El-vis – The Concert”, uma pro-dução de menor escala que viajou extensivamente desde o início de 1998, sendo, em 2006, reintitulada “Elvis Pres-ley in Concert”.

Dias: 25 e 26 de outubro (sexta ‑feira e sábado)Hora: 21hLocal: Ginásio do IbirapueraEndereço: Rua Manoel da Nóbrega, 1361 – IbirapueraAbertura dos portões: 19h30Classificação etária: 12 anosVendas online: ingressorapido.com.brInformações e compra: 4003 1212

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COMIDA E BEBIDATexto Felipe Ribeiro Fotos Divulgação

Não é de conhecimento de todos mas vale um registro interessante antes de co-meçarmos a falar da novi-dade que promete adoçar a vida do paulistano. São Paulo conta com nada mais, nada menos, do que 12 mil restau-rantes, onde o morador ou turista pode experimentar pratos e culinárias de mais de 52 países.

Mesmo sendo uma metró-pole mundialmente conheci-da e respeitada, as atrações da cidade não são os gran-des prédios e monumentos milenares, tampouco osten-tamos uma paisagem natural de que possamos nos invejar. Com essa visão e ciência, dois empresários decidiram unir a paixão pela gastronomia, uma de nossas maiores ban-deiras turísticas, para criar a empresa Savor São Paulo, que oferece, desde sua cria-ção o passeio gastronômico Sweet Flavor Tour.

Ao adquirir o ingresso, que custa módicos R$ 46, o turis-ta pode experimentar doces iguarias em estabelecimen-tos renomados da região dos Jardins. Por ser um projeto ainda no início, as opções e locais ainda estão concentra-dos, mas a ideia, segundo os organizadores, é de expandir os roteiros.

Passe por algumas das melhores docerias da cidade de maneira diferente e descontraída com o Sweet Flavor Tour, uma nova modalidade de turismo que surge em São Paulo

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“Temos como grande mis-são oferecer uma oferta de serviços a um preço justo para os padrões paulistanos. As visitas duram cerca de três horas e as porções po-dem chegar a até 15 doces no total. É muito vantajoso”, explica Eduardo Stefanini, um dos idealizadores.

A Savor São Paulo conta com nove parceiros para o tour doce. O passeio, no en-tanto, permite que seis de-las sejam visitadas, sempre a pé, um dos trunfos do tour.

“Queremos mostrar para as pessoas que São Paulo pode ser explorada a pé e que isso pode ser muito divertido. No final das contas, vendemos experiências e entretenimen-to com o que há de melhor na cidade”, revela Stefanini.

E não para por aí. A Savor São Paulo prepara o Gour-met Flavor, um tour nos mes-mos moldes do Sweet, mas ao invés de doces, os pratos típicos de diversos lugares do mundo serão experimen-tados. Por enquanto, quatro

estabelecimentos estão es-calados para o passeio. Em cada casa, será degustada uma receita do país em que o restaurante baseia sua culi-nária. A degustação é acom-panhada por uma bebida, que varia entre suco, cerveja e vinho.

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Pub Crawl São Paulo foi o precursor do projetoPara os mais boêmios e agitados, a pedida

é o tour por bares e baladas que deu origem aos projetos do Savor São Paulo. O Pub Crawl São Paulo é um serviço muito parecido com o gastronômico, mas os quitutes e doces mara-vilhosos dão lugar a cervejas, vinhos, bebidas e muita diversão.

O tour funciona da seguinte maneira: os crawlers (participantes do passeio) se reú-nem em uma casa preparada pela organi-zação, chamado de “meeting point”. Lá, du-rante uma hora, podem consumir bebidas e petiscos à vontade. Passada essa recepção, eles são levados a dois bares, geralmente na regiões da Augusta e Vila Madalena e, por fim, a uma das principais baladas da cida-de, com tratamento VIP. O percurso é feito

sempre a pé e a interação é a marca regis-trada do passeio, já que é frequentado por paulistanos, brasileiros de diversos estados e gringos do mundo todo.

PreçosOs dias de Pub Crawl são Terça, Quinta,

Sexta e Sábado. Na terça -feira, os valores são R$30 para homem e R$ 20 para mulher, com o roteiro “Augusta Free Pass” Na quinta, o roteiro se repete, mas o valor aumenta em R$ 10 para cada gênero.

As estrelas do tour, porém, são sexta e sábado, onde o crawler conhecerá o que a Vila Madalena tem de melhor em bares e ba-ladas. Os valores são R$60 para homens e R$40 para mulheres..

Serviço:Savor São Paulo – Sweet Flavor TourData: todas as sextas (Turma única) e sábados (Turma A e Turma B)Horário do tour:• Sextas ‑feiras: 14h00• Sábados: TURMA A às 13h30 e TURMA B às 14h00.Solicitamos aos participantes que cheguem no Ponto de Encontro15 minutos antes do horário marcado. O tour começará pontualmente no horário marcado.Duração do tour: aproximadamente 3 horasTotal de locais visitados: 6 doceriasValor: R$40,00 + taxa de conveniência do site ingresso.com. Os ingressos poderão ser adquiridos no dia do evento NO LOCAL DO TOUR SOMENTE SE houver vagas.Número de vagas: 15Ponto de encontro: Verificar no ingresso.

COMIDA E BEBIDA

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KIDS Texto Erika Pedrosa

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nhos e o que pensam a respeito de família, motivo pelo qual o final de ano é tão repre-sentativo para elas – a união familiar é es-sencial para sua felicidade. Então, através de fatores determinantes para quem, mesmo com pouca idade, sabe o que é o sucesso e já estabelece metas para alcançá-lo.

Sinta-se à vontade para voltar no tempo e rememorar a sinceridade e espontaneidade com a qual esses novos formadores de opi-nião lidam com suas vidas de maneira tão natural!

A Giro SP conversou com seis crianças e, para este mês, no qual é comemorado o seu dia, garantimos que os depoimen-tos surpreendem até o mais sábio de nós! A experiência de tão pouca idade, além de nos brindar com as nostálgicas formas de brincadeiras e o que mais gostam de fazer, nos disseram o que esperam do mundo em mensagens emocionantes.

Cheios de atitude, a criançada soltou o ver-bo sobre o que pensam em relação à cultura e à escola, além de como realizarão seus so-

Entrevista com as Crianças: O futuro do Brasil está em nossas crianças

Com depoimentos espontâneos, a criançada fala sobre futuro, sonhos e sucesso

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KIDS

Giulia

Idade10 anos.

Série escolarSexta série do ensino fundamental.

HobbyViajar.

Brincadeiras que gostaPega-pega, detetive e jogos online.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Maquiagem e moda.

O que quer ser quando crescer?Veterinária ou bióloga.

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?Eletrônicos.

Passeios que gostaPraia e campo.

Esporte preferido. Pratica algum?Natação. Sim, a pratico.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por que?

Artes e Educação Fisica são as minhas preferidas, porque as aulas são bem divertidas e sempre tem coisas legais para fazer. Mas a que não gosto muito é Matemática, porque a aula é meio complicada!

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Sim, pessoalmente e pela internet, quase todos os dias!

Comida preferida?Hambúrguer com fritas.

Palavras da entrevistada sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Oi! Tudo bem, galera? Esse mês tem a nossa data preferida, o dia das crianças! E desejo a todas as crianças do mundo que sejam felizes sempre! Para as criancinhas que não têm pai ou mãe e estão no orfanato, desejo do fundo do meu coração que consigam arrumar uma família e sejam felizes nesse dia tão especial! Só isso! Beijos e feliz dia das crianças!

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BryanIdade10 anos.

Série escolarQuinta série do ensino fundamental.

HobbyJogar futebol.

Brincadeiras que gostaBrincar de pega-pega, jogar banco

imobiliário e andar de bicicleta.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Internet.

O que quer ser quando crescer?Jogador de futebol.

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?

Eletrônicos, como videogames e tablets.

Passeios que gostaPasseios ao ar livre, em parques.

Esporte preferido. Pratica algum?Gosto de futebol e pratico esse esporte.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por que?

A que mais gosto é inglês e a que menos gosto é português, porque a professora é chata.

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Sim, mas somente aos finais de semana, quando encontro a galera toda.

Comida preferida?Macarrão e pizza.

Palavras do entrevistado sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Para o mundo, gostaria que houvesse menos violência contra o ser humano, mais compreensão com os idosos e dedicação às crianças, para um futuro melhor.

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João Victor

Idade10 anos.

Série escolarQuinta série do Ensino Fundamental.

HobbyJogar futebol e videogame. Brincadeiras que gostaFutebol.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Futebol.

O que quer ser quando crescer?Ainda não sei, mas minha mãe quer que eu

seja médico. Mas não gosto de sangue!

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?

Eletrônicos.

Passeios que gostaIr para parques aquáticos ou de diversão.

Esporte preferido. Pratica algum?Sim, futebol.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por que?

Eu gosto mais de Matemática e não gosto de Geografia e História, pois acho que são chatas.

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Sim, através do Facebook e, às vezes, por telefone.

Comida preferida?Bolo de chocolate com brigadeiro.

Palavras do entrevistado sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Gostaria que não existissem mais assaltos e que ninguém mais passasse fome.

KIDS

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Laisa

Idade10 anos.

Série escolarQuinta série do Ensino Fundamental.

HobbyViajar com meus pais e minha irmãzinha e ir

a parques. Brincadeiras que gostaPega-pega, andar de bicicleta e pular

corda.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Sobre brincadeiras e falar do que assisto. Um assunto que gosto muito também é falar de culinária e de música.

O que quer ser quando crescer?Médica ou professora.

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?

Eletrônicos, como tablets.

Passeios que gostaIr a shoppings e parques.

Esporte preferido. Pratica algum?Vôlei, futebol e basquete.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por quê?

Que gosto é ciência, pois ela ensina sobre o corpo humano, e a que eu menos gosto é matemática, porque exige muitos cálculos.

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Sim, através de telefone e Facebook, praticamente todos os dias.

Comida preferida?Lasanha, pizza e McDonalds.

Palavras do entrevistado sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Sou uma criança feliz e realizada, tenho uma família maravilhosa e o desejo de ver o mundo melhor, sem guerra e sem crianças passando fome e com moradias para todos. Hoje, o que mais vejo são crianças no farol pedindo dinheiro. Desejo a todas um feliz dia das crianças e que o desejo de todas se realizem.

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KIDS

Lorenza

Idade11 anos.

Série escolarSexta série do Ensino Fundamental.

HobbyIr ao cinema. Brincadeiras que gostaBrincar de casinha e de boneca.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Balé.

O que quer ser quando crescer?Zoóloga.

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?Brinquedos.

Passeios que gostaIr em parques e em cinemas.

Esporte preferido. Pratica algum?Meu esporte preferido é balé, mas pratico

também, além de balé, jazz e natação.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por que?

A que mais gosto é Ciências, porque quero ser zoóloga. A que menos gosto é Matemática, porque tem que fazer muitos cálculos.

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Sim, todos os dias, através de visitas, telefonemas ou por redes sociais.

Comida preferida?Lasanha.

Palavras do entrevistado sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Eu gostaria de falar para as pessoas que não maltratem nem os animais, nem as plantas, porque eles também são seres vivos. E também que as pessoas acreditem mais em Deus. Porque tem muita gente por ai, nas ruas, usando drogas e pensam que Deus não é ninguém, mas ele salvará todos de qualquer coisa e tirará eles daquele buraco.

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Lucas

Idade7 anos.

Série escolarSegunda série do ensino fundamental.

HobbyBrincar de carrinho e assistir desenhos e

filmes.

Brincadeiras que gostaVideogame, mexer no tablet e brincar de

esconde-esconde.

Gosta mais de conversar sobre qual assunto?

Sobre brincar.

O que quer ser quando crescer?Piloto de cavalo e de moto.

Prefere ganhar brinquedos ou eletrônicos?

Eletrônicos.

Passeios que gostaIr aos shoppings, parques e praias.

Esporte preferido. Pratica algum?Adoro e pratico natação.

Matéria que mais gosta? E a que menos gosta? Por que?

Educação Física e Informática são as que mais gosto. E as que menos gosto são Matemática, Português, Ciências, apostilas, provas e lição de casa, porque é muito chato.

Mantém contato diário com os colegas fora da escola? Como?

Não, só na escola.

Comida preferida?Lasanha, arroz com feijão e salsicha e

“miojo”.

Palavras do entrevistado sobre algo que gostaria de falar para as pessoas.

Que meu pai e minha mãe parem de brigar.

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KIDS Texto Natália Prieto

Com a chegada do Dia das Crianças, muitos pais começam a pensar sobre o presente ide-al para dar aos filhos. Entre tantos pedidos, os aparelhos eletrônicos ganham cada vez mais espaço nas prateleiras e no gosto da criança-da. O uso desses itens, no entanto, provoca uma série de discussões e debates acerca dos problemas em um eventual excesso por parte das crianças, que geralmente não se preocu-pam muito com isso. É normal que o avanço da tecnologia desperte nos jovens a curiosidade e a vontade, mas os pais devem estar atentos ao horário, situação e frequência com que os pequenos interagem com os aparelhos.

A imensa oferta de produtos no mercado, como tablets, celulares, games e computa-dores, atraem a atenção da garotada e os profissionais da saúde e comportamento logo

alertam os pais sobre os prejuízos da falta de controle sobre as tecnologias.

De acordo com Thalita Tomé, psicopedago-ga e máster franqueada da rede Ensina Mais, a tecnologia pode ser uma excelente aliada ao desenvolvimento da criança se utilizada de maneira correta. “Cabe aos pais impor limites para o uso de celulares e computadores. As ferramentas tecnológicas proporcionam a in-teração entre pessoas e a disseminação de conhecimento, mas isso não significa que os pequenos devem estar imersos nesse univer-so digital o tempo todo”, comenta.

A inclusão digital proporcionada pelo uso dessas ferramentas é um dos grandes atra-tivos não só para as crianças, mas adultos também. Por isso o cuidado dos pais deve ser redobrado e o exemplo deve partir dentro da

Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?

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Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?Aparelhos eletrônicos: presentes ou distrações?

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própria casa. “Não adianta nada os pais co-brarem atenção e interação da criança se na primeira oportunidade correm para o celular ou computador”, reforça a psicopedagoga.

Ainda de acordo com a profissional, é per-feitamente saudável que esses novos “brin-quedos” dividam a atenção com bonecas e carrinhos, e todo caso deve ser avaliado individualmente levando em consideração questões como merecimento, maturidade e idade da criança.

Thalita ressalta que antes de dizer “sim” ou “não” para o desejo de seu filho, é necessário conversar com ele, entender suas vontades e deixar claras quais são as regras a serem respeitadas.

“Não há nenhum problema em dar um novo game em vez de comprar bonecos de su-

per heróis, por exemplo, pois a preocupação com os prejuízos do excesso da tecnologia não deve ser o fator determinante para uma decisão. Seu filho pode aprender muito com essas novas possibilidades e explorar ainda mais seu potencial pessoal e intelectual. O melhor remédio para evitar que problemas maiores afetem o comportamento da criança sempre foi, e sempre será, um bom, direto e contínuo diálogo dentro de casa”.

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Texto e Fotos Divulgação

Um acervo de fotografia e interpretações de joias e vestidos de um dos maiores ícones de elegância do século 20, a argentina Evita Perón, compõem a exposição inter-nacional “Evita: figura, mulher e mito”, trazida com exclusivi-dade para o Brasil pela Mul-tiplan. A mostra será exibida no Shopping Anália Franco, de 28 de setembro a 15 de outubro, marcando o início da temporada de lançamen-tos das coleções Primavera Verão.

A exposição, que já percor-reu países como Estados Uni-dos, Rússia e China, é com-posta por mais de 100 réplicas de joias de Evita produzidas em prata e pedras precio-sas, com fotos da líder política usando os valiosos acessó-rios originais. A mostra traz também miniaturas de inter-pretações de vestidos usa-dos pela ícone argentina em momentos marcantes de sua vida, que tanto serviram de inspiração para os mais con-sagrados estilistas da época.

O acervo foi produzido pelo designer argentino Marce-lo Toledo, conhecido por seu trabalho para grandes esti-listas como Christian Dior e Ralph Lauren, além de clien-tes como a rainha Elizabeth, da Inglaterra, a cantora Ma-donna e Barack Obama, pre-sidente dos Estados Unidos.

A exposição fica em cartaz, no Shopping Anália Fran-co, entre os dias 28 de se-tembro e 15 de outubro, e, em 2014, será atração no MorumbiShopping, em São

ACONTECE EM SP

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Paulo, e RibeirãoShopping, no interior do Estado. So-bre Evita Maria Eva Duarte de Peron, conhecida como Evita, nasceu na Argentina em 1919, foi atriz e primeira--dama da Argentina.

Em 1944, conheceu Juan Domingo Perón, então vice--presidente da Argentina e ministro do Trabalho e da Guerra. No ano seguinte, Pe-rón foi preso e Evita, então apenas Eva Duarte, organi-zou comícios populares que forçaram as autoridades a libertá -lo. Pouco depois se

casou com Perón, que se ele-geu presidente em 1946.

Evita era famosa por sua elegância e carisma, con-quistando o apoio da popu-lação pobre ao peronismo. Sua carreira politica mete-órica fez de Evita uma das mulheres mais importan-tes e poderosas do mundo.

Ela faleceu aos 33 anos, em 1952, de câncer de útero.

Serviço: Exposição “Evita: Figura, mu‑lher e mito”Período: de 28/09 a 15/10/2013Local: Piso LírioPreço: gratuitoEndereço: Av. Regente Feijó, 1.739 – Tatuapé – São PauloHorário: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h

Inédita em São Paulo, a mostra reúne fotografias e peças inspiradas em joias e vestidos de um dos maiores ícones de elegância do século XX

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Marcio Baraldi praticamente nasceu dese-nhando. Sua paixão pelo mundo dos cartuns começou cedo e, aos cinco anos, já inventava os próprios personagens e histórias. Fã de-clarado do bom e velho rock, o estilo musical sempre esteve presente em seu repertório criativo. O chargista iniciou sua carreira ainda adolescente na imprensa alternativa em jor-nais do ABC.

Desde então, ele construiu uma sólida car-reira de mais de 20 anos dando vida a per-

sonagens como os roqueiros Roko -Loko e Adrina -Lina para a revista Brigade, o rapper negro, morador da periferia e dançarino de break Rap Dez para a publicação Viração, en-tre muitos outros, também socialmente en-gajados.

Baraldi, formado em artes plásticas, é car-tunista das antigas: prefere o bom e velho pa-pel para desenhar, faz tudo na raça, embora tenha se rendido à tecnologia digital para co-lorir suas charges e tratar imagens. E dá um recado: não adianta querer parecer “desco-lado” e “high tech”, dominando os softwares gráficos, se você não tiver criatividade e estilo próprio.

Em uma descontraída entrevista concedida à Revista GIRO SP, ele fala mais sobre os de-safios da profissão no Brasil, curiosidades so-bre sua trajetória artística e sua rotina nons-top. Confira!

GIRO SP: Conte -nos um pouco de sua traje-

tória. O dom veio desde a infância ou foi sen-do desenvolvido aos poucos? Teve influência de algum familiar? Quais são suas grandes referências no mundo dos quadrinhos?

Marcio Baraldi: Todo cartunista que se preza já nasce desenhando e comigo não foi dife-rente. Com uns cinco anos, eu já criava meus próprios personagens e histórias e pedia para minha mãe escrever os balões. Quando tinha essa idade, fiquei hipnotizado pelos gibis e as histórias. Tanto que quando entrei na escola, com seis anos, já lia perfeitamente graças aos

Texto Yone ShinzatoFotos Divulgação/Marcio Baraldi

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quadrinho. Acho essa pro-fissão muito bacana porque a gente compartilha nossas ideias, emoções, nossa visão de mundo com as pesso-as em geral. E é muito legal quando alguém que você nem conhece diz que gos-tou ou se identificou com um quadrinho seu. É uma profis-são humanista.

GIRO SP: Você criou vá-rios personagens como o Roko -Loko, Rap Dez,Tattoo Zinho,Vapt e Vupt e Euriko e Ritalinda. O interesse por esse viés, abordando temas socialmente engajados, sem-pre foi seu forte?

Marcio Baraldi: Acho que isso está no meu sangue, pois

nunca me considerei um cara realmente feliz. Sou mais sa-tisfeito por fora que por den-tro. Desde moleque sempre

quadrinhos. Adorava Turma da Mônica, Pererê (do Ziral-do), Disney, Hanna Barbera etc. Enfim, lia qualquer gibi que caísse em minhas mãos. Depois descobri os super--heróis e parei de ler os in-

fantis. Com uns dez anos já me achava grande, um adul-to (risos). Como eu tinha vo-cação pra desenhar, fui me arriscando no mercado de trabalho e achando meu ca-minho. Aos 14 anos já estava na profissão. Comecei no Sin-dicato dos Químicos do ABC, como chargista nos jornais de lá. Sou do ABC paulista, filho de metalúrgicos, neto de imi-grantes italianos, ou seja, meu perfil tinha tudo a ver com a imprensa sindical. Identifiquei--me tanto que construí uma sólida carreira e nela estou até hoje. Na minha família nin-guém mais tinha vocação ou

trabalhava com arte, eu fui a ovelha negra! (risos).

GIRO SP: Qual a relação da sua arte com o rock? Seus gostos pessoais estão direta-mente ligados a ela? Pode -se dizer que seu cotidiano inspi-ra muito sua criação? E quais suas bandas favoritas?

Marcio Baraldi: Bom, acho que já nasci roqueiro tam-bém (risos). Porque, desde criança, estilos como samba e MPB não me interessavam nem um pouco, mas quando eu ouvia uma guitarra e um ritmo agitado, pirava. Era um moleque muito turbulento e precisava de uma trilha so-nora igualmente turbulenta. A primeira banda que me fez entender o que era rock foi o Queen, quando eu tinha uns dez anos de idade. Depois veio o Kiss e, em seguida, o punk rock e o hard/metal. Mas também gosto de pop de atitude como Blondie ou Police e das raízes do rock, nos anos 50 e 60. Acho que é obrigatório ouvir Doors, Beatles e Elvis Presley, por exemplo. O meu trabalho de chargista baseia -se mui-to nas notícias do dia a adia; tudo que estiver acontecen-do o cartunista joga no liqui-dificador, coloca um humor, uma crítica pessoal e mis-tura tudo numa charge ou

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me incomodei com a pobreza e injustiças de qualquer espé-cie. Quando criança achava que podia consertar o mun-do, mas hoje sei que não pos-so. O que está a meu alcance é tentar contribuir com meu trabalho para que as pesso-as reflitam um pouco, ques-tionem o que é certo ou er-rado nesse planeta. A grande maioria está controlada pela grande mídia; ela nos diz o que se devemos beber, co-mer, vestir, no que devemos acreditar. Nós deveríamos ser todos vegetarianos para libertar os animais dessa es-cravidão e genocídio diário

do qual são vítimas. Deverí-amos nos alimentar melhor, não usar drogas, álcool ou

cigarros. Não deveríamos ser escravos do dinheiro. Deverí-amos todos ter mais educa-ção e consciência política e social. Deveríamos ser mais espiritualizados, mais evolu-ídos. Mas infelizmente ainda estamos muito longe disso tudo. Eu trabalho na impren-sa alternativa a vida inteira e acredito que nosso trabalho é fazer as pessoas questio-narem que sociedade é essa que acabamos criando.

GIRO SP: Como é ser cartu-nista no Brasil? A profissão é devidamente valorizada?

Marcio Baraldi: Ser artis-ta ou atleta no Brasil sempre foi difícil. Conheço muitos ca-ras que não conseguem viver só disso e precisam trabalhar em outras coisas ao mesmo tempo. Vivo exclusivamente disso desde a adolescência, mas em compensação traba-lho como um escravo (risos). É uma profissão pela qual se você não for apaixonado, tende a abandoná -la. Sem-pre tive isso muito claro em minha mente, que nasci pra fazer isso. E lutei muito para me estabelecer, para ser eu mesmo e fazer o que sempre quis e gostei. Hoje não tenho do que me queixar, sinto -me

realizado, cumprindo minha missão com paixão e razão. Essa encarnação eu tirei pra

ser cartunista, quem sabe na próxima eu nasça rico e não precise passar por isso de novo! (risos)

GIRO SP: Conte -nos um pouco como é o seu proces-so criativo. Que tipo de ma-terial costuma utilizar para trabalhar? Prefere o bom e velho papel ou já está bem adaptado às mesas digitali-zadoras e aos programas de ilustração digital?

Marcio Baraldi: Continuo desenhando no bom e velho papel e não gostaria de pa-rar com isso nunca, pois é o maior prazer da minha vida. Rabiscar um papel é um te-

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*Saiba mais sobre o cartunista em: marciobaraldi.com.br

são, só quem faz isso sabe como é bom(risos). Vejo ar-tistas por aí desenhando direto no computador, mas para mim o traço de todo mundo fica igual, você não sabe mais quem é quem. Prefiro não me preocupar em parecer moderninho e ser eu mesmo. Sempre tive traço, humor e estilo muito característicos e não gos-taria de perder tudo isso só para parecer “moderno”, “descolado” ou “high tech”. Eu uso o Photoshop para colorir e dar um tratamento à ima-gem, mas quero desenhar com meu traço, não com o do computador. Numa socie-dade cada vez mais padro-nizada e descaracterizada,

vou me permitir ter persona-lidade própria.

GIRO SP: Costuma acom-panhar a arte digital/ilustra-ção digital atual? Tem algo a dizer para quem deseja se tornar ilustrador profissional?

Marcio Baraldi: Vejo coisas interessantes por aí, mas acho que o grande desafio desses artistas digitais é conseguir ter personalidade, diferenciar -se do mar de profissionais idênti-cos que existe. O que eu diria pra um artista iniciante é exa-tamente isso: não se preocu-pe apenas com a técnica, mas com a personalidade do seu trabalho. Não deixe a primei-ra matar a segunda. É preciso, acima de tudo, ser verdadeiro.

Seu trabalho é sua impressão digital, sua marca única nesse planeta.

GIRO SP: E o Baraldi fora desse fantástico mundo das HQs? Como é sua rotina, seu dia a dia?

Marcio Baraldi: Trabalho, trabalho e mais trabalho! Estou produzindo um docu-mentário sobre o Quadrinho Brasileiro, então, quando não estou desenhando, estou gravando entrevistas com autores, editando, separando e tratando imagens etc. Tam-bém entrevisto muitos mú-sicos para revistas de rock. Enfim, é uma vida bastante perigosa, não tentem fazer em casa! (risos).

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Texto Natália Prieto

Problemas como drogas, violência, baixo investimento na escola, materiais precários, poucos recursos e desinteresse de pais e alunos são cada vez mais frequentes dentro das salas de aula de todo país. Como reflexo dessa situação, profissionais cada vez mais desmotivados abandonam seus empregos em busca de maior qualidade de vida ou sim-plesmente abdicam das escolas com medo, revolta ou tristeza.

Ao final dos cursos de formação de docen-tes muitos alunos preferem arriscar -se em concursos públicos a encarar a rede de en-sino, mas há aqueles que vão na contramão dessa corrente e ainda lutam por uma edu-cação melhor e mais digna. Gilvanete San-tos, educadora do Ensino Fundamental I da Escola Estadual Professora Hermínia Lopes Lobo, em Santo André, escolheu a educação

de base justamente para atuar na formação dos estudantes e, dessa forma, ajudar a mu-dar a situação nas salas de aula.

“Acredito que a educação é o futuro de qualquer país, de qualquer sociedade, pois do contrário não somos capazes de instruir cida-dãos pensantes e transformadores. Somente com um ensino de qualidade conseguiremos lidar com problemas como falta de moradia, desemprego, pobreza e desigualdade social”, afirma a educadora.

Ainda de acordo com Gilvanete, o fator de-cisivo para afastar os profissionais das esco-las são os problemas de relacionamento entre pais e alunos. “A falta de educação em casa reflete diretamente dentro das salas, pois se as crianças não aprendem a respeitar os pró-prios pais não conseguirão entender e obede-cer aos limites fora do ambiente familiar”.

Com média salarial avaliada em R$1.500, os professores de São Paulo hoje enfrentam dificuldades que vão além das baixas perspectivas de crescimento na carreira.

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Longe de ser valorizada em terras nacio-nais, a profissão de educador ocupou a 53ª posição no Programa Internacional de Avalia-ção de Alunos (Pisa) de 2009 – realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico (OCDE) sobre o reconhe-cimento do mercado e o respeito que estes profissionais recebem e exercem em seu país.

Há mais de um ano tramitando no Congres-so Nacional, o futuro Plano Nacional de Edu-cação (PNE) tem como um de seus objetivos a valorização do magistério, mas nem ações como esta ou como a Lei do Piso, instituída em 2008 e que garante aos profissionais a proteção de uma regulamentação nacional, foram capazes de melhorar o índice de satis-fação ou permanência nas escolas.

Longe de se concretizarem ou se tornarem decisivas para efetivas mudanças, ações como

essas alimentam as esperanças daqueles que ainda lutam pelo romantismo da profissão e batalham diariamente para fazer a diferença no mundo e na vida de milhões de pessoas.

A professora finaliza ressaltando que mes-mo com todos esses obstáculos as batalhas por melhorias devem ser constantes e enfáti-cas. “Ainda sonhamos com o reconhecimento de governos e da simples gratidão de nossos alunos, pois enfrentamos todos os dias uma guerra para conseguir entrar em sala, ensinar o conteúdo e fazer com que alunos aprendam e se desenvolvam por meio da educação. Isso é muito triste e desolador, mas enquanto houver docentes empenhados e comprometidos com o futuro de nossos jovens, e pessoas que brigam e reconhecem o poder de nosso papel, ainda haverá esperança para uma mudança positiva e uma sociedade mais justa para todos”.

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ACONTECE EM SPTexto Denis Le Senechal Klimiuc

Em São Paulo, é comum en-contrarmos alguém que pos-sua alguma restrição física sofrer pelas ruas, calçadas e degraus paulistanos. Com seu tamanho desproporcio-nal à sua ergonomia, a cidade oferece, ainda, poucos aces-sos adaptados aos cadeiran-tes ou outros indivíduos que necessitem de rampas, sina-lizações e outros adereços que os inclua em uma vida social comum, como lhes é de direito.

Ao caminhar em São Paulo podemos nos deparar com inúmeras irregularidades e peculiaridades de nossas cal-çadas, a começar por bura-

A Arte de se

mover por obstáculos

cos em extremidades onde deveriam haver rampas, ou até mesmo jardins com pro-porções maiores do que as necessárias. Esses proble-mas evitam um fluxo mais natural - e maior - de cadei-rantes, que muitas vezes se veem obrigados a desviar pela rua. A falta de padrão entre as passagens também é um obstáculo a ser supera-do por essas pessoas. Qual-quer acidente causado por essas descaracterizações pode ser irreversível.

Assim é a vida das dezenas de milhares de deficientes que vivem e passam por São Paulo. Para melhor compre-

ender a situação deles, deve-mos esclarecer o que é a de-ficiência: é perda de alguma estrutura que comande fun-ção anatômica, psicológica ou fisiológica. A palavra encontra significado, enquanto repre-sentante de característica do ser humano, à limitação apa-rente de determinada parte biológica.

A própria Organização Mun-dial de Saúde encara as de-ficiências como atributo falho dos seres humanos, que lhe confere determinadas limi-tações, como físicas (braços, pernas, mãos), motoras (au-dição, visão) ou mentais. Tais deficiências acarretam em

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uma incapacidade, que é qualquer restrição ou falta de habilidade que seja resultante dela, para realizar uma atividade sem gran-des entraves ou dificuldades. Em consequên-cia, uma incapacidade gera uma desvanta-gem, limitando sua participação em um papel que seria considerado rotineiro para um indi-víduo, como a dificuldade de locomoção em calçadas, para os cadeirantes, ou piso tátil – que facilita o uso de bengalas em calçadas, para deficientes visuais.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de brasileiros com algum tipo de deficiência, de acordo com grupos de idade, estão, em sua maioria, em pessoas com 65 anos ou mais, representa-dos por 67,7% dos entrevistados; em segundo lugar, estão cidadãos na faixa etária entre 15

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e 64 anos, representados por 24,9%; e crian-ças e adolescentes entre zero e 14 anos, ocu-pam o terceiro lugar da pesquisa (7,5%).

Dentre tantos empecilhos encontrados, é admirável, então, reparar em pessoas que seguem suas vidas, mesmo encaixadas no grupo citado, por se permitirem viver de ma-neira normal – independente do preconceito formado sobre suas capacidades. Pois dificil-mente encontraremos determinações maio-res do que daqueles que insistem em estu-dar, trabalhar e ter suas famílias, como todo cidadão tem o direito a fazer.

Por isso, a Giro SP homenageia o cidadão paulistano deficiente por sua bravura, força de vontade, perseverança e garra – adjetivos os quais se tornam corriqueiros diante da ba-talha diária enfrentada por eles.

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ACONTECE EM SP

Desproporcional entre estrutura física e oferta de arte, cultura e lazer, a cidade de São Paulo oferece diversas opções de atividades disponíveis com acessibilidade. Dentre tantas, destacamos uma em cada região da capital paulista.

Como se divertir

em são Paulo

MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo – Região Sul

O Museu de Arte Moderna de São Paulo foi fundado em 1948 e, até hoje, mantém programação anual de exposições volta-das àqueles que desejam conhecer o al-cance da arte sobre um público que deseja interagir com atividades culturais, cursos, oficinas e visitas, além de contar com 65 mil títulos disponíveis em sua biblioteca. Sua preparação para o público deficiente é eficaz, pois abrange desde intérpretes de Libras, eventuais legendas em closed cap-tion, altura de suas instalações acessíveis

a cadeirantes, acervo em Braille, percurso tátil até materiais com audiodescrição.

SESC Itaquera – Região LesteO SESC Itaquera possui imensa área verde

para recreação, abrangendo longos grama-dos, brinquedos inventivos, quadras poliespor-tivas, restaurante, piscinas com preparação para crianças e tobogãs e locais preparados para o preparo de churrasco. Inaugurado em 1992, ainda conta com salas de exposições e convenções e praça de eventos. Para o públi-co deficiente, oferece profissionais com for-mação em Libras, recursos de vídeos para

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surdos, banheiros adaptados para cadeiran-tes, sinalização visual em Braille e ampliada, além de eventuais materiais com audiodes-crição e profissionais capacitados para lidar com diversas ferramentas acessíveis.

Biblioteca São Paulo – Região NorteAnexada ao Parque da Juventude, a Biblio-

teca São Paulo foi inaugurada em 2010 com um acervo digital com cerca de 90 mil títulos, dispostos em diversos computadores dis-poníveis ao visitante. Com uma arquitetura funcional, tal biblioteca oferece centenas de livros e DVDs para quem quiser ler ou assis-tir, separados em categorias de acordo com autor e gênero, respectivamente. Além disso, conta com “puffs” para quem quiser relaxar à leitura de um bom livro. Para deficientes visuais, a Biblioteca São Paulo disponibiliza materiais nos formatos DAYSY e LIDA, além de recursos acessíveis através de softwares. Sua estrutura é toda preparada para cadei-rantes, além de contar com colaboradores capacitados para orientar esse público.

Memorial da América Latina – Região OesteEm uma área de 84.480 m², o Memorial

da América Latina foi inaugurado em 1989, com a função de difundir manifestações artísticas latino -americanas, com intuito, também, de integrar ações sociais, políticas e econômicas em um único bloco cultural. Com isso, o sociólogo Darcy Ribeiro, junto a Oscar Niemeyer, projetou e organizou o espaço para conter o maior aproveitamen-to possível entre a arquitetura exuberan-te do mestre e a funcionalidade proposta pela ideia. Contém toda a preparação para deficientes, desde rampas até material au-diovisual preparado para todos os públicos, além de 6 lugares reservados para cadei-rantes nos auditórios.

Sala São Paulo – Região CentralCom 1484 lugares e 22 camarotes, a Sala

São Paulo faz parte do Centro Cultural Jú-lio Prestes que, inaugurada com a estrada de ferro na época em que a capital paulista era destino do resultado das fazendas de café, passou a ser considerado ponto primordial a todos que apreciam boa música – em especial, a clássica. Reformada em 1999, a atual sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Pau-lo (OSESP) é uma das salas de concerto mais modernas e equipadas do mundo. Por sua vez, o público deficiente possui disponibilização de intérprete em Libras, entrada acessível e 2 ba-nheiros adaptados, elevador com dispositivo sonoro para andares e sinalização em Braille.

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FIQUE POR DENTRO Texto Denis Le Senechal Klimiuc

EStrEiaS dEOUTUBRO04/10

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Tá Chovendo Hambúrguer 2 (Cloudy With a Chance of Meatballs 2)

De: Cody Cameron e Kris Pearn. Com vozes de: Bill Hader, Anna Faris, Neil Patrick Harris, James Caan e Terry Crews.

Depois do sucesso do primeiro longa, “Tá Chovendo Hambúrguer 2” retoma a história de Flint quando, após ter de deixar sua cidade natal em decorrência da mudança que sua máquina causou – transformando todo o local em comidas gigantescas – partindo em fuga quando percebe que, além do tamanho, suas comidas criaram vida! Agora a nova empreitada é a tentativa do protagonista em sal-var a todos de suas próprias criações.

Rota de Fuga (Escape Plan)

De: Mikael Hafstrom. Com: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Jim Caviezel, Amy Ryan, Vincent D’Onofrio, Vinnie Jones, Sam Neill e Curtis ’50 Cent’ Jackson.

Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger se unem e transformam “Rota de Fuga” em um acelerado thriller, no qual ambos aproveitam suas longas carreiras em filmes de ação para despontar em um filme para o fã de ambos! A história abrange a autoridade de Ray Breslin (Stallone) em segurança e, após sofrer um golpe, vai parar em uma prisão de segurança máxima criada por ele mesmo.

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De: Woody Allen. Com: Cate Blanchett, Alec Baldwin, Louis C.K., Sally Hawkins, Peter Sarsgaard e Michael Stuhlbarg.

O novo filme de Woody Allen, que lança uma obra anualmen-te, é a trajetória da epifania de Jasmine, uma mulher rica que perde sua fortuna e é obrigada a viver com sua irmã, em São Francisco. O problema é que a adaptação da protagonista pode ser mais difícil do que ela pensava, passando por diver-sas agruras em relação às suas convicções e conceitos. O di-retor, que se acostumou a mudar de ares desde “Match Point” (2005), explora a psique humana em outras regiões, passando por Londres, Barcelona, Paris, Roma e, agora, São Francisco.

De: Alfonso Cuarón. Com: George Clooney e Sandra Bullock.

Alfonso Cuarón ganhou destaque no cinema após dirigir o polêmico “E Sua Mãe Também”, mas o orçamento só foi libera-do para ele após o sucesso de crítica e público de “Harry Pot-ter e o Prisioneiro de Azkaban”, o que gerou uma obra -prima, em 2006, “Filhos da Esperança”. Agora, com confiança, dinhei-ro e expectativas, Cuarón se arrisca na ficção científica e, pelo trailer cujo resultado é o arrepio em nossas espinhas e a his-tória, mantida distante de nossa curiosidade, culminando com a presença de George Clooney e Sandra Bullock como apenas a cereja em cima de um apetitoso e elaborado bolo.

De: Heitor Dhalia. Com: Juliano Cazarré, Júlio Andrade, Sophie Charlotte, Wagner Moura e Matheus Nachtergaele.

Heitor Dhalia se mostrou versátil e seguro em suas obras: o sucesso de crítica em “Nina” (2004), o peculiar “O Cheiro do Ralo” (2007), a mistura de nacionalidades em “À Deriva” (2009), o fracasso hollywoodiano de “12 Horas” (2012) e, agora, “Serra Pelada”, contando a história de Juliano e Joaquim, paulistas que se encantam com as possibilidades financeiras, geradas pela descoberta da Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, no Pará. Mas a ambição de ambos transformará suas vidas e gerará conflitos maiores do que esperavam, mudando a história da dupla tanto quanto mudou a história do país.

Blue Jasmine(mesmo título)

Gravidade(Gravity)

Serra Pelada(Nacional)

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FIQUE POR DENTRO

O Quinto Poder (The Fifth Estate)

O Conselheiro do Crime (The Counselor)

De: Bill Condon. Com: Benedict Cumberbatch, Daniel Brühl, Laura Linney e Stanley Tucci.

“Deuses e Monstros”, “Kinsey – Vamos Falar de Sexo”, “Dreamgirls” e os dois últimos filmes da saga “Crepúsculo” – a filmografia de Bill Condon é tão variada quanto o re-sultado final de cada obra. Entre erros e acertos, o diretor parece prestes a acertar novamente com “O Quinto Po-der”, inspirado na influência assustadora do WikiLeaks – e a relação entre seus fundadores Daniel Domscheit -Berg e Julian Assange, além do confronto com o governo dos Estados Unidos e a disseminação de tantas informações confidenciais. Mas o que tem chamado a atenção é a in-terpretação de Benedict Cumberbatch, vivendo Assan-ge, cuja carreira tem se mostrado versátil diante de sua competência cada vez mais notável.

De: Ridley Scott. Com: Brad Pitt, Michael Fassbender, Javier Bardem, Cameron Diaz, Penélope Cruz, Dean Norris, John Leguizamo, Goran Visnjic, Bruno Ganz e Rosie Perez.

O veterano Ridley Scott une um elenco invejável – Brad Pitt, Michael Fassbender, Javier Bardem, Cameron Diaz, Penélope Cruz, John Leguizamo, Bruno Ganz – para contar a história de um advogado que se envolve com o tráfico de drogas, mas se envolve em diversas minúcias para se livrar dos problemas que a vida lhe trouxera. Além da di-reção do consagrado diretor, o roteiro é do escritor reno-mado Cormac McCarthy, dono de obras como “Onde os Velhos Não Têm Vez” e “A Estrada”.

As datas de estreia podem ser alteradas de acordo com o cronograma das distribuidoras

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GirOsprevi

sta

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Por que e quando procurar um psicólogo para o seu filho?

É uma pergunta que muitos pais se fazem.

Hoje em dia é bem comum os pais trabalharem fora e deixarem seus filhos aos cui-dados de uma escola integral, de empregados, ou familiares, como avós e tios. Diante deste cenário, sempre ausentes na maior parte da vida do filho, estes pais perdem momentos preciosos de seu crescimento.Em consequência disso, para suprir tal ausência, acabam permitindo atitudes as quais seriam reprovadas se houves-sem os limites necessários.

O relacionamento familiar torna -se estafante, pois não há contato suficiente com os filhos, impedindo uma apro-ximação para evitar que problemas que englobam a família, como a chegada de um novo irmão, o processo de divórcio, a ausência de um dos pais ou até mesmo de ambos, além de luto e per-das, quer sejam materiais ou emocionais, tornem -se mo-tivos para traumas e outras consequências psicológicas.

Com a preocupação latente dos problemas que atingem uma geração, entrevistamos Ana Carolina Monteiro Gras-so, psicóloga pós -graduanda em Psicoterapia Junguiana, especializada em lidar com crianças e adolescentes.

Giro SP: Por que procurar um psicólogo?

Ana Carolina: São diversos os motivos. Qualquer sintoma que esteja causando sofri-mento na criança e na sua fa-mília é motivo para procurar um psicólogo. Não é neces-sário um diagnóstico médico para procurar um psicólogo. Basta reconhecer o proble-ma e estar disposto a realizar esse tratamento.

Giro SP: Quando e como identificar o problema para procurar um psicólogo?

Ana Carolina: Procurar um psicólogo para seu filho é ne-cessário em diversas situ-ações que podem causar grande sofrimento na criança como sintomas recorrentes de tristeza, depressão, ansieda-de, obsessão compulsiva, iso-lamento, angústia, nervosismo,

agressividade, impulsividade. Medos, fobias e crises de pâ-nico também são fatores pre-ocupantes, além de problemas mais graves, como a suspeita de que o filho tem Autismo ou Síndrome de Aspeger.

Giro SP: Como é feito o diagnóstico?

Ana Carolina: Após conhe-cer os pais e a criança, o psi-cólogo faz um diagnóstico e verifica se a demanda do pa-ciente é somente de atendi-mento psicológico ou de ou-tra ordem, como psiquiátrica, neurológica, fonoaudiológica, pedagógica, entre outras es-pecialidades. Eventualmente pode encaminhar um ou am-bos os pais para psicotera-pia individual ou até mesmo familiar. Se a demanda for psicológica, o profissional es-tabelece a frequência que a criança comparecerá à tera-pia, podendo variar de uma a três vezes na semana.

Caso seja ne-cessário o en-volvimento de outro pro-fissional, o

KIDS Texto Erika Pedrosa

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psicólogo procura realizar seu trabalho man-tendo contato com aquele. Apesar das ses-sões serem realizadas apenas com a crian-ça, a psicoterapia infantil se constrói em uma articulação entre criança, família e em alguns casos com a escola e médicos.

Giro SP: Como funciona o tratamento?Ana Carolina: A terapia da criança funciona

da seguinte maneira: as primeiras entrevistas são realizadas somente com os pais. Nesse momento, os pais são questionados sobre os motivos pelos quais procuram o psicólo-go para o filho. O histórico da criança, desde a gravidez, até o período atual é de extrema importância para o trabalho posterior do psi-cólogo, pois o profissional necessita colher informações detalhadas sobre a vida dessa criança, sobre sua rotina, lugares que fre-quenta, o que gosta de fazer, hobbies, brin-cadeiras preferidas, etc.

Giro SP: Os pais participam das seções?Ana Carolina: No período de terapia, são rea-

lizados encontros periódicos com os pais. Esse trabalho em conjunto é de extrema importân-cia, pois muitas vezes o sintoma que a criança vem apresentando é reflexo de conflitos fami-liares, que muitas vezes podem ser inconscien-tes, ou seja, os pais não conseguem enxergá--los e precisam da ajuda de um profissional.

Giro SP: Como o Psicólogo consegue desco-brir o que as crianças pensam ou sentem?

Ana Carolina: Durante as sessões de psico-terapia, o psicólogo utiliza recursos diferencia-dos para o atendimento da criança, como brin-

quedos, jogos ou desenhos. É através desses materiais que o psicólogo consegue

entrar no mundo da criança e entender

suas questões mais profundas, conscientes, pré -conscientes e inconscientes, podendo as-sim analisar e fazer interpretações pertinentes para que a criança elabore a sua questão.

Giro SP: Baixo rendimento escolar pode ser um problema psicológico?

Ana Carolina: Existem problemas psicológi-cos que se refletem na escola, como dificul-dade de aprendizagem, déficit de atenção, adaptação em uma nova escola ou mesmo uma mudança de sala de aula, bem como quando a criança está sofrendo ou provocan-do o Bullying. Outra possibilidade é quando a criança apresenta uma dificuldade em aceitar limites ou regras, impostos pelos professores ou pelos pais, recusando -se a fazer deveres de casa, enfrenta, desafia e discute com os pais e/ou professores frequentemente.

Giro SP: Qual o tempo médio do tratamento?Ana Carolina: O tratamento é a médio ou

longo prazo. Tudo depende da demanda da criança e a disponibilidade da família em auxi-liar nesse processo.

Na próxima edição, a Dra. Ana Carolina Monteiro Grasso nos falará sobre Autismo, com detalhes sobre a condição e explicações sobre características, sintomas e tratamen-to de como conviver com isso. Se você é pai, mãe ou tem interesse em saber mais sobre os assuntos abordados por ela, escreva para a Giro SP!

Ana Carolina Monteiro Grasso CRP 06/108458Psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana MackenziePós Graduanda em Psicoterapia Junguiana

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Texto Denis Le Senechal Klimiuc

Uma empresa americana notificou seus funcionários de que levariam multas de 50 dólares mensais quan-do se recusassem a conce-der o peso, índice de massa corporal e nível de glicose no sangue. A medida tomou pro-porções internacionais e, no Brasil, refletiu com a realidade dos trabalhadores locais, cuja irresponsabilidade alimentar também pode ser refletida em seus corpos – ou não.

Com isso, empresas de todo o mundo sentem -se respon-sáveis pela saúde de seus co-laboradores, desde que eles não estejam negligenciando a si mesmos. Mas a propor-ção que o assunto tomou gerou polêmica e, assim, se espalhou com ainda mais fa-cilidade. Empresas de todo o mundo criticam funcionários que estão acima do peso por proporcionarem a ela maio-res custos em relação à saú-de, além de ter sido provado, através de estudo científico, que funcionários que estejam acima do peso custam mais às empresas justamente por utilizarem com maior recor-

Preconceito ou saúde? Gordinhos no trabalho

rência seus planos de saúde.

Mas, independente de custos abordados por departamentos financeiros e de recursos humanos mundo afora, o que chama a atenção do indicativo de que a saúde dos funcionários é pauta cons-tante em discussões sobre o desenvolvimento corporativo é que, acima de quaisquer pon-tos voltados à profissão de um indivíduo, as pessoas necessi-tam de atenção ao compor-tamento diante de sua alimen-tação e hábitos relacionados a atividades físicas – e isso indica que grande parte da popula-ção, seja dos Estados Unidos ou do Brasil, está acima do peso. Na terra tupiniquim, aliás, outro apontamento indicou que 51% dos brasileiros estão com so-brepeso, o que é preocupan-te, tendo em vista que, diante da visão de outras nações, o Brasil ainda é considerado um país subdesenvolvido e, por isso, o contraste gritante em sua desigualdade é ainda mais alarmante. Enquanto parte da população passa fome, outra parte – e não necessariamen-

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FIQUE POR DENTRO

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Preconceito ou saúde? Gordinhos no trabalho

te a parte rica – en-frenta problemas

alimentares.Tal distorção levanta,

ainda, uma discussão sobre a fragilidade dos hábitos ali-mentares dos brasileiros. Por um lado, milhões passam suas vidas correndo atrás de com-promissos enquanto se ali-mentam, quando podem, de lanches que não adicionam em nada à necessidade diária de ingestão de vitaminas, proteí-nas e até mesmo carboidrato na medida certa; por outro lado, parte da população bus-ca alimentação básica e, com isso, não se condiciona a pro-porcionar a si mesma os ali-mentos indicados para sobre-viver com saúde – claro que sua responsabilidade sobre a própria alimentação é limitada a partir do momento em que não há oportunidade para tal.

Nessa argumentação, en-tão, torna -se difícil equiparar os hábitos alimentares dos brasileiros com o dos norte--americanos. Por questões de saúde, é fácil igualarmos as necessidades de alimentos corretos, mas a realidade polí-

tica e econômica de nosso país dá consequências diferentes até mesmo à vida dos profis-sionais que, em meio a trans-portes públicos cheios, lanches rápidos e ausência de casa por mais horas do que a medicina recomenda – e, em igual reco-mendação, menos horas de descanso do que o devido – a prática de preconceito diante do sobrepeso de colaborado-res é tão irrisória quanto a ne-cessidade subliminar de alte-ração dos hábitos alimentares.

Dentro das possibilidades de cada país, há as possibili-dades de cada um. E a rea-lidade brasileira só é possível àqueles que com ela estão acostumados. Se as empre-sas insistirem em avaliar suas equipes de acordo com os tais hábitos, é esclarecedor para elas o fato de que o am-biente sociocultural brasileiro se difere justamente por sua população só aderir a hábi-tos alimentares e físicos es-cassos por não conseguirem adequar sua saúde à vida profissional. E a adaptação a novos hábitos, aqui, é passível de ambos os lados.

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Dia 20 de outubro é o dia do poeta, mas, com o livro colabo-

rativo, produzido através do concurso cultural “Poesia Todo Dia”, temos mais um motivo para apreciar a 6ª arte durante um ano inteiro. O livro será lançado no dia 4 de outubro, às 15h, na APAE de SÃO PAULO, que fica na Rua Loefgreen, nº 2109.

Projeto Poesia Todo Dia:

365 poesias e o fim do anonimatoAproveitamos a coinci-

dência no mesmo mês para falar com Rodrigo Abreu, sócio -presidente da Alpha-Graphics – e responsável pelo projeto, sobre essa ideia e o lançamento da obra impressa.

Giro SP: O que é o concur-so cultural “Poesia Todo Dia” e como surgiu a ideia?

Rodrigo: O concurso colabo-rativo “Poesia todo Dia” surgiu com o objetivo de ajudar mui-tos poetas a realizarem o so-nho de ter suas poesias publi-cadas em uma obra impressa, ainda que não possuam poe-sias suficientes para compor um livro próprio, ou que não tenham recursos para lançar um livro próprio devido ao cus-to elevado de investimento.

O nosso projeto baseia -se na construção coletiva e cola-borativa de um livro de poesias que será publicado e vendido nas lojas da AlphaGraphics, no site do projeto: poesiatododia.com.br; e no agBook: agbook.com.br.

A participação foi livre, tanto para os mais de 1000 poetas que já fazem parte do agBook como para os demais autores, inclusive para escritores com pseudônimos. Os direitos au-torais serão 100% destinados para a APAE de SÃO PAULO

Texto Ronnie Arata Fotos DivulgaçãoARTE, CULTURA E LAZER

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Projeto Poesia Todo Dia:

365 poesias e o fim do anonimato

que, inclusive, será o local de lançamen-to do livro, com a participação das crianças atendidas pela instituição.

Giro SP: O que é um livro colaborativo? Quantas pessoas participaram do concurso?

Rodrigo: O livro colaborativo pode agregar textos de diversos autores, que se unem em torno de um mesmo estilo, ou tema, para contribuir com a composição de uma obra literária. Ao longo do concurso “Poesia todo Dia” contamos com a participação de mais de 520 poetas e recebemos mais de 1.100 poesias enviadas por autores independentes de todo o Brasil.

Giro SP: A seleção das poesias foi difícil?Rodrigo: A seleção exigiu análise cuidadosa

das poesias, mas acreditamos que chegamos a um resultado incrível. As 365 poesias se-lecionadas, uma para cada dia do ano, pas-seiam pelos mais diversos temas e questiona-mentos e com certeza serão capazes de, em algum momento, emocionar todos os leitores.

Giro SP: Depois de ter o livro publicado, quais serão os próximos passos do projeto?

Rodrigo: O livro será lançado no dia 4 de outubro, às 15h, na APAE de SÃO PAULO (Rua Loefgreen, 2109 – Auditório). Neste evento de lançamento, as crianças aten-didas pela instituição nos ajudarão com o manuseio das obras. A partir desse dia, o livro já poderá ser comprado em unidades AlphaGraphics, no site Poesia Todo Dia (po-esiatododia.com.br) e no agBook (agbook.com.br) e seus direitos autorais serão re-vertidos à APAE de SÃO PAULO. Aliás, já estamos pensando na segunda edição para 2014.

Giro SP: Dizem que de médico, músico e lou-co, todo mundo tem um pouco... e de poeta, na sua opinião?

Rodrigo: Com certeza, dentro do seu próprio estilo ou jeito de se expressar. Ao publicar o li-vro, a poesia fica eternizada e disponibilizada a todos. Com o concurso Poesia Todo Dia, acre-ditamos que a poesia contemporânea brasi-leira continua ativa e criativa.

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Texto Felipe Ribeiro e Natália Prieto

Um giro de pau de araraem Sampa

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Um giro de pau de araraem Sampa

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Foto Valter Campanato

Conheça um pouco da história da migração nordestina para São Paulo e seu relacionamento com a cidade

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O fluxo migratório brasileiro teve início no começo do século passado. Habitantes do norte e nordeste, muito em função da si-tuação econômica precária da região, que sofre com as secas e a falta de emprego, saíram de suas casas em busca de me-lhores condições de vida nos estados do centro -sul do Brasil, mais especificamente nos do sudeste.

São Paulo, em franca ascensão devido ao auge das plantações de café e da industria-lização, era o destino preferido desses mi-grantes. Hoje, com quase cem anos após o início desse êxodo, a principal cidade do País colhe os frutos desse processo, que foi de fundamental importância para o seu desen-

volvimento e construção, mesmo que o seu cidadão tradicional, muitas vezes, não reco-nheça tal feito. Fato é que, juntamente com os europeus e japoneses, os nordestinos são alguns dos grandes responsáveis pela nossa cidade ser o que é: Majestosa.

O início Em estatística feita em 1959 pelo Gover-

no do Estado de São Paulo, constatou -se que o processo migratório para São Pau-lo começou em 1901. Naquele primeiro ano, o registro de migração doméstica apontou 1.434 pessoas. No mesmo período, o nú-mero de estrangeiros aportados em São Paulo foi de 70.348 pessoas. Foi, então, em

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1923 que teve início a inten-sificação do fluxo de migran-tes para São Paulo, com, 12 anos depois, no governo Armando Salles de Oliveira, que os nordestinos tiveram um maior destaque.

Inicialmente, a mão de obra barata era o que mais

seduzia o governo paulis-ta para atrair os nordesti-nos que, por sua vez, viam em São Paulo a chance de suas vidas, sonhando com uma vida mais digna, com mais condições de trabalho e moradia, além, é claro, de alimentação.

O destino, no entanto, eram as cidades interiora-nas, que concentravam, na época, as lavouras de café. O fluxo mudou de manei-ra mais drástica no início da década de 50, no perío-do pós -guerra. Incentivada pela política de industrializa-ção e pela Lei 2/3, que esta-belecia uma cota mínima de trabalhadores nacionais, a migração nordestina se tor-nou essencialmente urbana. Ela forneceu a mão de obra necessária ao desenvolvi-mento urbano e industrial de São Paulo constituindo uma massa de trabalhado-res de reserva, o que pos-sibilitou manter a despesa com a mão de obra em ní-veis baixos.

Outro fator determinante foi a conclusão da Estrada

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Rio -Bahia em 1949, o que veio facilitar bastante essa migração. Foi por esta ro-dovia que surgiu o “pau -de--arara”, transporte de mi-grantes feito por caminhões de carga, precariamente adaptados para o transpor-te de seres humanos. Os mi-grantes se espalharam por todo o estado, mas a região metropolitana de São Paulo se apresentou como a mais importante área de atra-ção populacional, tendo as migrações contribuído com 56,6% do crescimento da população local no período 1960 – 1970.

Estilo de vida adaptado à metrópole

Em uma cidade com ta-manhas misturas de etnias, origens e hábitos, fica difícil distinguir e unificar o compor-tamento e as influências que o povo de São Paulo absorve. No entanto, quando falamos dos nordestinos, a coisa muda de figura. Quem é que não conhe-ce um “Paraíba” ou um “Baia-no” no seu bairro? Ou quem nunca tomou uma cervejinha gelada no bar do “Ceará”?

O povo nordestino trouxe para a cidade não só a sua mão de obra e força de von-tade, mas também hábitos que ajudaram a formar o nos-

so cotidiano e transformá -lo em algo, digamos, até, mais agradável, já que a vida em uma metrópole como São Paulo muitas vezes nos con-some. Aquela famosa cochi-lada após o almoço, comer banana junto ao arroz e fei-jão, dormir na rede... Enfim, pequenas coisas que adota-mos no nosso dia a dia e que foram trazidas pra cá junto com esses migrantes.

Desde a literatura, forte-mente incorporada e difun-dida em São Paulo, até a culinária e entretenimento, o paulista aprendeu ao longo deste período, mesmo que de forma inconsciente, a pro-pagar e absorver costumes típicos nordestinos que hoje estão espalhados pelos qua-tro cantos da cidade. Nomes

como João Cabral de Melo Neto, Nelson Rodrigues, Jor-ge Amado, Graciliano Ramos e Manuel Bandeira são ape-nas algumas personalidades que não só nos abriram os olhos sobre os encantos e dificuldades dos nordestinos, mas ajudaram a escrever a história de São Paulo.

A música, como o forró, ma-racatu, axé e o baião também se fazem presentes em ba-res, restaurantes e baladas de diferentes regiões, agra-dando tanto o público mais simples quanto o mais elitista.

As decorações de esta-belecimentos e detalhes de roupas, confeccionados ar-tesanalmente com rendas e palha, deixam nos locais e nas pessoas o toque nordestino tão acolhedor e caprichoso.

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Em cada esquina de São Paulo é possível encontrar um pedacinho do Nordeste. Seja na mão de obra dos intermináveis arranha--céus da cidade ou na simplicidade de lojis-tas, comerciantes e pessoas que prospera-ram na capital, os traços marcantes desse povo se espalham pela nossa cultura por meio da música, danças, filme, de trejeitos, da moda e gastronomia, enriquecendo ain-da mais nossa história.

Preconceito, dificuldades e superaçãoTachados e estereotipados injustamen-

te, muitos nordestinos sofrem na pele com o preconceito de algumas pessoas. Em busca de uma vida melhor na capital, eles contribuem efetivamente para o cres-cimento da cidade e seu funcionamen-to ininterrupto. A ida de migrantes, e imigrantes, para as grandes cidades acarreta problemas como superlo-tação, desemprego e falta de mo-radia e assistência básica, origem infundada de todos os preconceitos, visto que tais situações decorrem da falta de investimento público, uma vez

que nada se relaciona com as característi-cas e os costumes do povo nordestino.

Mesmo assim, muitos não se abatem e continuam sua caminhada por aqui. Vendo obstáculos e ganhando cada vez mais es-paço e respeito, os nordestinos ajudam a fazer São Paulo um lugar melhor e cada vez mais ativo e pulsante. Na cidade onde nin-guém dorme muitas histórias já se cruza-

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ram, mas com certeza a contribuição nor-destina foi além disso, pois ela foi, acima de tudo, parte fundamental de sua construção e manutenção.

Culinária irresistívelNem o mais conservador dos paulistanos é

capaz de resistir às delícias da cozinha nor-destina. Sempre com muita fartura e pratos que arrebatam até o maior dos estômagos, essa culinária reúne características próprias, com ingredientes muitas vezes encontrados apenas na região Nordeste, e com sabores

exóticos, nem sempre palatáveis sob o exi-gente gosto paulistano.

Hoje, na região metropolitana, é possível en-contrar restaurantes típicos com facilidade, para todos os bolsos e gostos. Contudo, é nas populares “Casas do Norte” que se pode pro-var, quem sabe, o verdadeiro sabor nordestino.

Os pratos mais comuns pedidos pelos pau-listanos são as moquecas, bacalhau à baiana, feijão de corda, carne de sol, entre outros. Os doces também são lembrados, como o doce de abóbora, o quindim e a sempre popular e prática cocada.

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Cheguei à populosa Rodo-viária do Tietê às 19h de uma sexta feira. Estava a passeio para uma cidade no inte-rior de SP. Ao chegar na fila da cabine para comprar a passagem, fui surpreendido pela lotação dos três próxi-mos ônibus. Fiquei sabendo, instantes depois, ouvindo as conversas alheias na fila, que um rodeio estava para acon-tecer em uma cidade vizinha ao meu destino. Sem ter muito o que fazer, comprei a passagem para as 21h e decidi comer algo enquanto esperava.

Eu estava sentado, calmo... quieto! Sozinho, tinha tempo para observar ao redor... e observei. Vi muitas pessoas também na espera, algumas lendo livros, outras lendo re-vistas, mas, logo a mesa ao lado, um senhor, com... eu di-ria.. seus respeitáveis 70 ani-versários, que segurava uma caneta tinteiro na mão e ob-servava sua xícara de café há um bom tempo, me cha-mou mais a atenção.

Ele estava sentado, calmo… quieto! Sozinho, ele também tinha tempo, mas não obser-vava ao redor. Ao contrário, buscava palavras dentro de si e rabiscava um guardana-po que, na normalidade, seria usado para a higiene e não para rascunhos.

O mais interessante não foi a caneta velha, ou o café que esfriava. Na verdade, a com-binação de todo aquele am-biente me fez lembrar como café e poesia formam uma

CRONICAMENTE PAULISTA

Texto Ronnie Arata

boa dupla. De uma ma-neira tão deliciosamente estranha, muitas vezes, temos essa sensação, mas não conseguimos explicar. Chega até a beirar o clichê.

É como gostar de dormir com chuva...

Depois de muitas tentativas e versos falhos, ele esvaziou a xícara, deu a típica torcida no nariz, de quem toma café frio e não gosta, se levantou e foi embora lamentan-do: “de dia não consigo escrever nada! Mas o café do Café Donuts daqui, me agrada muito!”.

Cada escritor tem sua mania, cada poesia tem o seu sentido e cada café tem o seu aroma. Mas, não é de hoje, esses três elementos têm algo em comum! Não têm?

Faltavam alguns minu-tos para as 20h ainda. O que mais poderia me distrair ali? Pedi um café também!

O que os escritores têm com o

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NA NOITE

lássico passeio de todo cidadão paulistano, o

Parque Zoológico de São Paulo é considerado como uma das principais atrações da cidade que, reunindo de-zenas de espécies de animais de todos os tipos, tornou -se parte da cultura de todo indi-víduo que passou pelo ensino fundamental na cidade e re-dondezas. Sua importância é concomitante, então, à histó-ria de muita gente que, gra-ças ao zoológico, tem muita história pra contar.

Porém, poucas pessoas conhecem uma atração que o Parque Zoológico oferece há dez anos: o Passeio No-turno. Nele, é possível conhe-cer melhor várias espécies de animais de hábitos cre-pusculares e noturnos, que muitas vezes encontram -se menos ativas durante o dia. No mesmo passeio, ainda é possível desfrutar de outras atrações, voltadas ao es-tudo das atividades desen-volvidas pelos animais que costumam estar bastan-

Texto Divulgação Fotos [1] Carlos Nader [2] Cybele Lisboa

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te despertos à noite, como hipopótamos, tamanduás--bandeira, onças, leões e tigres, todos podendo ser alimentados pela equipe do “Programa de Enrique-cimento Comportamental Animal”, que tem como ob-jetivo estimular os animais cativos a desenvolverem comportamentos mais na-turais e explorarem melhor seus recintos.

Apesar de grande parte da população ainda desco-nhecer o Passeio Noturno, a programação para o segun-do semestre de 2013 já está esgotada! O interessado em realizar essa inesquecível visita, deve ficar atento ao calendário com novas datas para 2014, quando houver divulgação no site do Parque Zoológico de São Paulo – zoologico.com.br.

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ARTE, CULTURA E LAZERTexto Denis Le Senechal KlimiucFotos Divulgação

dE final dE SEMana

dE final dE SEMana

MOtOCi-CliStaS

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A extensão de São Paulo impõe limites ima-ginários àqueles que ousam se sobrepor à sua magnitude. Devido ao dia a dia corrido, muitos paulistanos exigem de si mesmos atitudes que os retirem de um transe autoimposto de es-tresse e problemas respiratórios e gastroeso-fágicos para se entenderem com a natureza, o esporte, o vento batendo em suas cabeças.

Em alguns casos, o vento é levado a sério. E, assim, a autoestrada se torna o quintal da-queles que anseiam por uma válvula de es-cape ambulante, alucinógena em relação aos sentidos de estabilidade – estagnação. Esses, senhoras e senhores, são os motociclistas de final de semana.

Executivos, professores, publicitários, mecâ-nicos ou trabalhadores voluntários. Não há dis-tinção entre motociclistas que ousam desbra-var as estradas do interior paulista em busca de autoconhecimento e reflexões em prol de pensamentos leves. A diferença está apenas em cada motocicleta utilizada, pois sua fun-ção – acompanhar seu dono em momentos de solitário esboço de novas possibilidades – não está embasada em alternativas fáceis de serem aceitas: a correria da vida em São Pau-

lo não permite momentos mais do que breves de entretenimento. Por isso, o cuidado com a preciosa de duas rodas é gigantesco, contra-pondo a atenção minuciosa aos pequenos de-talhes que cada viagem exige.

Porém, as rodovias paulistas sofrem com a quantidade quase absurda de acidentes com motociclistas, minando um campo com o qual supostamente era possível casar a rotina da cidade com a tranquilidade desejada de um final de semana. Será falta de sinalização? Abuso por parte de motociclistas? Automó-veis que não respeitam as leis de trânsito? Sim, sim e sim. Mas é injustificável culpar ape-nas um dos fatores e livrar -se do “mea culpa”. O preço de uma consciência, limpa ou suja, não paga uma vida.

É necessário, portanto, estar atento aos lo-cais que se pretende frequentar, realmente respeitar as leis de trânsito (10 km/h a mais fazem diferença!) e desfrutar do que o roteiro inicialmente propunha: relaxar paralelamente ao que a cinza São Paulo oferece. Absorver o verde e visualizar, como único ponto cinzento, o asfalto a ser comido por uma motocicleta em busca de aventura.

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Feirinha da Liberdade Texto e fotos Yone Shinzato

Um caldeirão cultural à paulistana com toque oriental

Feirinha da Liberdade De segunda a sexta, é des-

tino para os que trabalham e estudam na região. Aos finais de semana, transforma -se em opção de lazer àqueles que buscam variedade gas-tronômica, admirar a deco-ração tipicamente oriental ou só fazer compras inusitadas. Antes reduto de japoneses e descendentes, o bairro da Li-berdade reflete hoje o caldei-rão cultural que é São Paulo.

Praticamente na frente da estação de metrô, a tradi-cional “Feirinha da Liberda-de”, como é mais conhecida, não poderia ser diferente. Funcionando há mais de 30 anos aos sábados e domin-gos, atrai visitantes de todos os cantos e idades. Famílias inteiras, turistas, fotógrafos, curiosos e fãs de anime (os famosos desenhos japone-ses) disputam espaço entre as inúmeras barracas de co-mida e artesanato e, inde-pendente da temperatura que faça, o local está sempre abarrotado.

Na parte gastronômica há de tudo um pouco: culinária chinesa, japonesa e brasileira.

No entanto, os carros -chefes são, sem dúvida, o yakissoba, o tempurá e o guioza (uma espécie de pastel que pode ser recheado com carne suí-na, bovina ou de verduras va-riadas). Para quem não é mui-to fã de comida oriental, é só dar mais uma vasculhada que logo encontrará outras igua-rias como, por exemplo, pas-téis, espetos, doces, entre ou-tras variedades. Após comer bem, se sentir sede, não se aflija: haverá sempre por per-to uma barraca amigável ser-vindo refrigerantes, cervejas

e sucos. Caso tenha reserva-do um dinheirinho extra, você pode se deliciar com um fro-zen yogurt logo ali na frente, a poucos metros da feirinha.

O artesanato também é uma atração à parte com exposição de produtos como réplicas de peças do Egito, China, Japão e Índia, quebra--cabeças em metal e madei-ra, brincos, móbiles de pare-de e mesa, enfeites (origami e mesa), luminárias, trabalhos em pedra, rótulos diversos das décadas de 1920 a 1960, entre muitos outros.

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Caso seu interesse por ar-tesanato não seja tão gran-de, o bairro da Liberdade oferece ainda inúmeros es-tabelecimentos como mer-cados com produtos típicos orientais, pequenos shoppin-gs que vendem toda sorte de bugigangas e roupas e livra-rias japonesas e chinesas.

Por a feirinha estar sem-pre cheia, principalmente aos domingos, procure ir cedo e com tempo. Use roupas e calçados confortáveis por-que você passará algumas horas em pé, pois, mesmo para comer, não há lugares para se sentar, a não ser que prefira se arriscar em algum dos restaurantes próximos à região. Dê preferência ao uso do transporte público, pois o acesso à região de carro, nos

finais de semana, costuma ser difícil.

Como o passeio é ao ar li-vre, caso chova e não queira perder a viagem, arrisque--se a dar uma passada no

Bunkyo, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, que fica entre as estações São Joa-quim e Liberdade do metrô, e cuja programação cultural é sempre movimentada e interessante (mais informa-ções abaixo).

ServiçoFeirinha da Liberdade (funciona aos sábados e domingos)Praça Da Liberdade, S/N – Liberdade – São Paulo (em frente à Estação Liberdade do metrô)Tel.: (11) 3208 ‑5090

Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência SocialR. São Joaquim, 381 – Liberdade São Paulo, 01508 ‑900Tel.: (11) 3208 ‑1755Consulte a programação em: bunkyo.bunkyonet.org.br

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Acompanhamos, em diversos momentos de nossas vidas, pessoas cuja estrutura corporal ultrapassou diversas barreiras físicas normais e se tornou a forma exaltada da capacidade humana em criar e cultivar músculos. Em mui-tos momentos, não compreendemos a ne-cessidade, mas admiramos, às vezes incons-cientemente, a perseverança de indivíduos que buscam se manter sempre musculosos.

Poucas pessoas imaginam que, no primeiro concurso reconhecido de fisiculturismo, cujo título foi “O Físico mais Fabuloso do Mundo”, em 1901, em Londres, um dos jurados foi o lendário Arthur Conan Doyle (“Sherlo-ck Holmes”). Desde então, diversas lo-calidades promoveram seus eventos, culminando em uma unificação que resultou, por exemplo, na vitória de Schwarzenegger por sete vezes – su-perexpondo a prática de maneira midiática.

Difícil compreender o que não conhecemos, mas mais difícil ainda é a aceitação do que tememos como consequência do que é di-ferente. Justamente por isso, a Giro SP ho-menageia os fisiculturistas brasileiros que se mantêm em constante destaque.

Em entrevista com Victor Bortoletto, de Pi-racicaba, vencedor do Campeonato Paulista e 5º lugar no Campeonato Brasileiro, a revista explica como é a vida desse atleta.

Giro SP: Como surgiu o interesse por fisicul-turismo?

Victor Bortoletto: O interesse pelo Fisicultu-rismo, na verdade, foi uma consequência da admiração que eu tinha pelos ídolos da minha infância. Sempre fui fã de HQs como do Hulk, Thor, Conan... E cresci vendo os filmes de ação do Arnold Schwarzenegger. O que todos eles

Texto Denis Le Senechal Klimuc Fotos Victor Miguel

Ode ao Corpo Humano

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FIQUE POR DENTRO

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tinham em comum era o físico muito bem desenvolvido e o meu ídolo do cinema por aca-so tinha sido Mr. Olympia sete vezes (a copa do mundo do bodybuilding). O interesse pela cultura física partiu daí! A prá-tica esportiva sempre esteve presente na minha vida; fui jogador de futebol e sempre levei o treinamento físico mui-to a sério! Acredito que seguir como atleta de fisiculturismo surgiu em meio a tudo isso.

Giro SP: Qual foi a primeira iniciativa que teve para seguir essa prática?

Victor Bortoletto: Comecei a treinar musculação aos 13 anos de idade, como forma de aprimorar minha condição

para o esporte que pratica-va na época, que era o fute-bol. Então me matriculei numa academia voltada para o fi-siculturismo com alguns atle-tas e, a partir disso, comecei a pegar gosto pela prática competitiva da musculação (fisiculturismo/bodybuilding). E a primeira iniciativa após en-cerrar minha curta carreira no esporte foi me informar mais sobre o que era necessário para melhorar meu físico e um dia ter condições de competir.

Giro SP: Como foram os pri-meiros esforços?

Victor Bortoletto: Creio que meu maior esforço foi buscar informação de quali-dade. Apesar de estar numa

O que é fisiculturismo? É simples: hipertrofia dos músculos que, após forçados

constante e especificamente, são construídos com a fina-lidade de expor o corpo humano como cultivo possibilitado de saúde que ultrapassa os limites preestabelecidos como alimentação e exercícios regulares. É a superação de limi-tes, como alcance em perseverança e força de vontade.

A Federação Internacional de Fisiculturismo indica que, para participar do concurso mundial, é necessário seguir um treino extremamente intenso, com foco na resistên-cia a pesos; uma alimentação adequada deve ser segui-da à risca – há o costume de cinco refeições diárias; e um descanso de oito horas, para recuperação (e cresci-mento) dos músculos.

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academia voltada para o esporte nunca tive incenti-vo de ninguém e mantinha a vontade de competir den-tro de mim – tendo isso em vista fiz tudo que podia para aprimorar meu conhecimen-to (até me forçou apren-der outro idioma já que as melhores informações vi-nham de publicações norte--americanas e europeias, onde o esporte já estava em um nível muito mais avança-do), além de poder aplicar a metodologia necessária nos aspectos que envolvem o desenvolvimento físico.

Giro SP: Você pensou em desistir em algum momento? Se sim, o que o fez continuar?

Victor Bortoletto: Pensei em desistir em vários momentos. O esporte amador não dá uma condição para sobrevi-ver do mesmo, ainda mais um esporte que você depende não somente de duas horas de treino por dia – refeições precisamente programadas e com frequência tomam muito tempo e dinheiro. Mas acredi-to que todo atleta passa por isso. Eu tive que me adaptar para ter uma profissão ao mesmo tempo em que con-duzia minhas atividades como atleta. Ainda hoje faço isso.

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Não é fácil, mas é necessário e eu amo muito o esporte, pois faço isso com prazer, apesar das dificuldades.

Giro SP: E quanto tempo le-vou para chegar ao resultado final?

Victor Bortoletto: Não exis-te um “resultado final” no fi-siculturismo. Estamos a cada dia tentando nos aprimorar, a cada competição trabalha-mos meses para apresen-tar uma forma melhor que a anterior, acredito que essa é

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a beleza do esporte e o que nos faz seguir em frente.

Giro SP: Como são os trei-nos?

Victor Bortoletto: Existe uma periodização que visa às competições. As sessões de treino duram cerca de uma a duas horas depen-dendo do grupo muscular que está sendo trabalhado, eu treino com uma frequên-cia de quatro a cinco vezes durante a semana, no inicio dessa preparação, e de sete a oito vezes na fase final. E essa preparação dura cer-ca de 20 semanas e termina geralmente na semana de competição quando atinjo o auge da minha forma.

Giro SP: O que sua família e amigos pensam sobre você ser um fisiculturista?

Victor Bortoletto: A minha família, apesar de não estar muito acostumada com o esporte, sempre me apoiou; meus amigos são na maio-ria envolvidos também com o esporte e também me apoiam.

Giro SP: Como as pessoas te tratam em locais públicos, como shoppings ou filas de bancos?

FIQUE POR DENTRO

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Victor Bortoletto: Tratam--me muito bem (risos)! Algu-mas pessoas não estão acos-tumadas a ver uma pessoa com uma condição corporal que eu apresento (115 kg com baixo percentual de gordu-ra) e se assustam, às vezes; existe também o preconcei-to, como existe para qualquer pessoa diferente do padrão socialmente aceito. Mas que

de forma alguma me atrapa-lha, a não ser quando entro num ônibus ou numa poltrona menor – aí sim eu tenho difi-culdades (risos).

Giro SP: Quem te inspirou?Victor Bortoletto: Arnold

Schwarzenegger, na minha infância; vários atletas mais tarde me inspiraram, sendo que um deles treinava na mi-

nha academia – meu grande amigo Celso Reis.

Giro SP: Como é a rotina?Victor Bortoletto: Acordar, se

manter positivo, fazer as re-feições na quantidade certa e na hora certa, treinar, dormir... Mas é lógico que poucos vivem do esporte, e tem rotina de trabalho e estudos em meio a tudo isso.

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S.O.S.

Texto Ronnie ArataFotos Arquivo pessoal

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Bandas

ACONTECE EM SP

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O título desta matéria teve que sofrer al-teração depois das conversas que aconte-ceram com as bandas Régio Primata, Buffalo Machine e Black Tekila.

Poderíamos chamá -las de bandas “de ga-ragem”, no entanto, a imagem de uma banda de garagem sempre será daquelas em que três pessoas, ou mais, se unem na casa de alguém para, simplesmente, ligar os instru-mentos e “deixar o som rolar”.

Sem desmerecer ninguém, na verdade, po-demos considerar que, se há uma maneira de uma banda começar, e todas têm que come-çar de um jeito, a garagem provavelmente é a mais divertida delas.

No entanto, usamos a palavra “indepen-dentes”, que não se resume apenas a não ter contratos assinados com gravadora e produ-toras, mas a independência, aqui, representa a forma de não ficar na espera por uma chan-ce única de ouro para continuar a compor, se apresentar e, principalmente, se divertir.

Em cenários não muito diferentes, Régio Primata, Buffalo Machine e Black Tekila, nos contaram como é a vida de banda deles e a rotina que se cria para manter uma meta. Há quem considere isso apenas um hobby, mas, do outro lado, tem gente que leva a coisa muito mais a sério.

É muito difícil buscarmos voluntariamen-te por músicas novas; de modo geral, somos conduzidos pelo o que as rádios nos transmi-tem, o que não é pecado nenhum! Porém, po-demos aproveitar a oportunidade em que há amigos compondo, tocando e se apresentan-do em casas de show com preços acessíveis, o que pode ser um ótimo programa.

Portanto, é viável lembrarmos que muitas grandes bandas começaram em garagens e em barezinhos e, hoje, talvez não fossem tão reconhecidas sem o apoio dos amigos no início.

Inde-

penden

tes

Bandas

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REgio PrimataDepois de um tempo sem se apresentar, a

banda Régio Primata planeja voltar a fazer shows em 2014, antes conhecida como “Win-chester”, a banda decidiu atualizar o nome junto com a nova fase que está por vir.

A saída de alguns integrantes dificultou a continuidade plena da banda, mas isso não foi motivo para congelar as atividades com-pletamente. William Estrela e André Vieira se-guiram, então, com gravações feitas em casa. Posteriormente, essas gravações serviriam tanto para a gravação no estúdio, quanto para guiar os novos integrantes, Felipe e Pe-dro Marcenari, vindos de outra banda já co-nhecida por William e André.

Em 2009, Felipe e Pedro, haviam tocado em um mesmo dia e local que a Winchester. Uma banda foi com a cara da outra e os contatos voltaram recentemente. William convidou os dois e formou a composição atual.

Ainda antes da volta das apresentações, a ideia é investir na gravação em estúdio das músicas próprias. Uma brincadeira que co-meça em R$6.000,00, segundo eles.

Para conhecer:palcomp3.com/regioprimatafacebook.com/regioprmata

Já se apresentaram:Blackmore Rock Bar – blackmore.com.brCervejAzul Music Club – cervejazul.comManifesto Bar – manifestobar.com.brTribe House

Componentes:William Estrela – VocalAndré Vieira – Guitarra e BackingPedro Marcenari – BaixoFelipe Marcenari – Bateria

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ACONTECE EM SP

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Black TekilaA banda Black Tekila tem um repertório bas-

tante singular para um vocal feminino. Apesar de contar com músicas de Janis Joplin, Alanis Morissette e Tina Turner, Leila Silva ainda traz para a sua voz Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath e AC/DC.

Composta também pelos integrantes Daniel Lopes, Nadson Gonçalves e Caio Zappa, o novo baterista, Black Tekila tem a proposta de tocar os clássicos do rock como podemos perceber na panorâmica do repertório. E a primeira gra-vação da banda comprova isso, o vídeo, que pode ser conferido no site blacktekila.com, dá uma nova cor para a música Separate Ways, da banda americana Journey.

Sobre os gastos, a banda disse que, no mo-mento, prefere investir em equipamentos, pois preza pela qualidade de som, tanto nos ensaios quanto nas apresentações.

Ainda antes da Leila entrar para a formação, a banda chegou a tocar em locais como o Kaze-bre, Chopperia Lolla Palooza e Castelo Rock Bar.

Para conhecer:blacktekila.comfacebook.com/bandablacktekila

Já se apresentaram:Emporio Music BarKomb BarTopic Rock barKazebre – okazebre.comPompeus Rock Bar – pompeusrockbar.com.brChopperia Lolla Palooza – novolollapalooza.com.br/Castelo do Rock

Componentes:Leila Silva – VocalDaniel Lopes – GuitarraNadson Gonçalves – BaixoCaio Zappa – Bateria

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Buffalo MachineDe todos os gêneros e subgêneros que a

música cria ao longo do tempo, a banda Bu-ffalo Machine se destaca em um dos estilos pouco conhecido, Stoner Rock!

Escute as músicas compostas pela banda e você não só entenderá este gênero, como também aprenderá a “brindar no inferno”. “Drink in Hell” é o nome da primeira música e reflete bem o clima divertido da banda, porém, apesar das brincadeiras, o som é pra valer.

“...naquela noite tocavam as bandas Black Drawing Chalks / Hellbenders / Grindhouse Hotel, o som era cru e dançante com uma mistura de Blues, Grunge e Hard Rock, eis o que despertou nos meninos a vontade de fa-zer algo daquele tipo, a dose injetada foi tão estrondosa que na semana seguinte já nas-cia a primeira música autoral da banda.”

Há quase um ano juntos, a banda já se apresentou bastante pela região do ABC, mas segundo eles, atualmente, estão “arru-mando a casa”.

Como os vizinhos do André começaram a re-clamar demais, os ensaios passaram a aconte-cer em um estúdio da namorada do Felipe, que também tem uma banda, chamada Maldiva.

Para conhecer:buffalomachine.wix.com/buffalomachinefacebook.com/banda.buffalo

Já se apresentaram:Central Rock Bar – centralrockbar.comCidadão do Mundo – facebook.com/coletivocidadaodomundoDynamite Rock Bar – dynamite.com.br/pubFormigueiro Isis Bar – isisbar.com.brNewz Club – facebook.com/newzclub

Componentes:André Roddsan – Guitarra e VocalFelipe Paravani – Guitarra e VocalLucas Bueno – Baixo e VocalBruno Prado – Bateria

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ACONTECE EM SP

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Texto Felipe Ribeiro Foto Arquivo Pessoal

A cidade de São Paulo é ca-paz de nos reservar histórias únicas e tocantes em diversos setores de atividade. Fui pego de surpresa, é verdade, com a notícia de que um radialista estava passando por dificulda-des após ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral) e que um grupo de radialistas e comunicadores decidiu ajudá--lo. No papel de jornalista e, no caso da Giro SP, de veículo de comunicação, nosso dever e obrigação é o de transmitir ao público a realidade, sempre com um tom de positividade, ainda mais com esse episódio.

A vida de Marcos Andrade, conhecido como Super Luxo, renderia, sem sombra de dúvi-das, um belo livro recheado de superação e risadas, mesmo com o problema que o afligira há alguns anos. Ele nos confi-dencia seus planos em curto prazo para voltar a ter a vida de antes e retomar, aos pou-

cos, a carreira. Suas dificulda-des motoras ainda o impe-dem de voltar ao Rádio, mas, com ajuda de seus colegas e amigos, um estúdio domésti-co será montado para que, ao menos, sua voz possa ser es-cutada em outros trabalhos.

“Graças a ajuda dos meus grandes amigos vou poder voltar a trabalhar. Não como antes, por enquanto, mas pelo menos vou recuperar um pou-co da normalidade, pagar as contas”, comenta Andrade, com seu vozeirão aveludado e marcado por trabalhos em al-gumas das maiores emissoras de São Paulo, como Antena 1, Transamérica, Globo FM, Eldo-rado, América, Capital, Alpha FM e TV HBO Brasil.

A festa organizada para an-gariar fundos para ajudar na reestruturação de sua vida e carreira aconteceu no Bar Bi-roska, conhecido reduto de ra-dialistas e o ambiente propício para o ressurgimento de um dos mitos do microfone pau-lista. Profissionais das rádios onde Andrade passou foram os responsáveis por todo o processo de produção e pro-moção do evento “Noite da

Amizade – Amigos do Rádio”.O Super Luxo fez questão de

lembrar -se de seu início e deu dicas para quem está prestes a iniciar uma nova carreira, so-bretudo com locução. Para ele, o recomeço traz lembranças da época em que morava em Ribeirão Preto, sua cidade na-tal, e deu os primeiros passos rumo ao sucesso. “Comecei na Rádio Diário, depois passei pela Cultura até chegar à Tran-samérica. Dali, minha carreira decolou”, relembra. “Eu ‘meti as caras’ para atingir o meu objetivo e creio que essa deve ser a postura de quem quer in-gressar nessa área”, completa.

A história e vida da Marcos Andrade é uma clara demons-tração de que podemos sem-pre tentar de novo, mesmo com adversidades que pare-cem intermináveis. A cidade de São Paulo, pujante e generosa com seus trabalhadores, pro-porciona o recomeço a muitas almas que precisam, a cada dia, de um novo horizonte em suas vidas. Pela garra e luz mostradas pelo Super Luxo, creio que não vamos demorar para ouvir sua bela voz nova-mente pelas ondas do rádio.

Após sofrer um AVC e ter sua carreira comprometida, o locutor Marcos Andrade recebe ajuda de um grupo de radialistas para retomar seus trabalhos, numa clara demonstração de garra e superação

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FIQUE POR DENTRO

Ondas de superaçãOOndas de superaçãO

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Monsters of rock

Nos dias 19 e 20 de outubro, São Paulo vol-ta a sediar o maior festival de rock em “estado puro” que já existiu: o mítico Monsters of Rock está de volta, em sua quinta edição brasileira, 15 anos após sua última passagem pelo país. Con-siderado um dos principais festivais de música de todo o mundo, o Monsters of Rock foi cria-do na Inglaterra em 1980 e se consagrou por não fazer concessões: ao contrário da grande maioria dos outros eventos do gênero realiza-dos em todo o planeta, o Monsters só inclui em seu line -up bandas de hard rock e heavy metal.

Na Inglaterra, o festival aconteceu até 1996, tendo uma nova edição em 2006. No restante do mundo, as últimas versões aconteceram em

2008, no Chile e na Espanha. No Brasil, onde teve quatro edições memoráveis, lembradas até hoje por milhares de fãs, o Monsters sem-pre foi um dos festivais mais esperados e pedi-dos pelo público, nunca esquecido mesmo após um hiato de 15 anos. Em outubro, finalmente um sonho se realizará para os milhares de fãs brasileiros do gênero, quando a capital paulista for dominada pelo mais puro rock and roll.

A quinta edição brasileira do Monsters of Rock – mais uma realização da XYZ LIVE – aconte-ce na Arena Anhembi, com a previsão de re-ceber um público de 40 mil pessoas em cada dia. No dia 19 se apresentam Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswitch Engage, Hatebreed, Goji-

ACONTECE EM SP Texto Divulgação Fotos Divulgação

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ra e Hellyeah; no dia 20 é a vez do Aerosmith, Whitesnake, Ratt, Buckcherry, Queensrÿche (featuring Geoff Tate plus guests), Dokken, Dr Sin e Doctor Pheabes.

Além do grande line -up confirmado, o fes-tival contará com Eddie Trunk como Mestre de Cerimônia desta edição. O historiador e apresentador norte -americano do conceitu-ado The Metal Show, do canal VH1, irá apre-sentar todas as bandas. Trunk é um expert em música – mais especificamente em heavy metal e hard rock -, rádio, bandas, cantores e personalidades do rock, além de ser conside-rado pela mídia mundial um dos mais concei-tuados críticos de música da atualidade. Em

2011, ele lançou o livro “Eddie Trunk’s Essen-tial Hard Rock and Heavy Metal” onde ele lista suas bandas e CDs favoritos, os bastidores de várias bandas, além de vários contos do rock e as figuras mais icônicas do metal.

SERVIÇOMonsters of RockDias: 19 e 20 de outubro (sábado e domingo)Local: Arena AnhembiEndereço: Av. Olavo Fontoura, s/nHorário do show: 19/10, às 13h; 20/10, às 13h30Classificação etária: 16 anosVendas: livepass.com.brTel: 4003 1527Bilheteria no Estádio do Morumbi, 10h às 18h, de segunda a domingo

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Uma carreira de neuroses e genialidades

Texto Denis Le Senechal Klimiuc

Famoso por caracterizar a cidade de Nova York como uma de suas personagens mais famosas, Woody Allen concretizou, ao longo de mais de 50 anos e 40 filmes, uma carreira brilhante, podendo ser considerado o Diretor/Roteirista com maior quanti-dade de personagens neuró-ticos da história do cinema.

Desde o final da década de 50, Allen costuma nos brindar com suas teorias psicóticas a respeito de relacionamentos neuróticos. É um dom que ele trata com ironia refinada, atra-vés de personagens carentes de atenção ou de outro afeto que o leve a buscar constan-temente por supri -lo em largas escalas de neuroses, além de debates que incluam sua rela-ção filosófica com a psicanálise e a intelectualidade burguesa de seu país. Allen trata assim a todos os humanos, assim como a sua Nova York.

O relacionamento do diretor com tal cidade é tão marcan-

te quanto seus longos diálogos expositivos, o que faz com que sempre tratemos a cidade, assim como seus persona-gens, como uma figura basea-da em pura ironia. Suas obras se embasam, sempre, em filo-sóficas referências e detalhes escondidos em insinuações que, à primeira vista, parecem frívolas, mas o diretor geral-mente não desperdiça diálo-gos e sim os utiliza para au-tossatisfazer sua necessidade de nos colocar dentro de sua cabeça, o que significa atin-girmos um nível quase surreal de neurose. Sim, ele provoca, mas sua leveza e comicidade

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ARTE, CULTURA E LAZER

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Uma carreira de neuroses e genialidades

são referenciadas de tal ma-neira que, quando ousa desa-fiar nossas mentes, é com um corte brusco que nos entrega sua obra e deixa para nós um gosto por vezes amargo, por vezes agridoce.

Adepto de longas parcerias com atrizes, ele também fi-cou famoso por sua coleção de musas inspiradoras, com as quais realizou filmes re-petidamente. Dentre elas, as mais escaladas foram Mia Farrow, Diane Keaton e Scar-lett Johansson. Enquanto com algumas delas ele criou barreiras até mesmo pesso-ais, com outras apenas es-tabeleceu parcerias limita-das; enquanto passou a se envolver com a filha adotiva de uma, com outra criou uma carreira despertada para tantos trabalhos quanto fo-tos vazadas na internet.

Se na década de setenta, com o início de sua consagra-ção como diretor e roteirista, ele se diversificou em obras como “Tudo o Que Você Que-ria Saber Sobre Sexo Mas Ti-nha Medo de Perguntar”, “Noi-vo Neurótico, Noiva Nervosa” e “Manhattan”, foi na déca-da seguinte que seu nome se tornou sinônimo de reco-nhecimento mundial – além de notoriamente um escritor preocupado com a psique em

situações corriqueiras – com “Sonhos Eróticos de Uma Noi-te de Verão”, “A Rosa Púrpu-ra do Cairo”, “Hannah e Suas Irmãs” e “Crimes e Pecados”.

É visível que a diversidade em sua filmografia se revela como grande ponto atrativo de Woody Allen, pois sua as-censão como realizador en-controu, na década de 90, temas ainda inéditos para ele, o que proporcionou algumas outras realizações memo-ráveis, como “Tiros na Bro-adway”, “Todos Dizem Eu Te Amo”, “Desconstruindo Harry” e “Poucas e Boas”. Com isso, o cineasta encerraria uma longa carreira de incursão na men-te do espectador tal como o inversamente proporcional é válido. Até aquele ponto de sua carreira, ele denotou grande capacidade criativa e direção segura, apesar de simples, sem escapar de uma elegância contumaz. E, então, os anos 2000 chegaram...

Iniciando o novo milênio com alguns tropeços, como “O Es-corpião de Jade”, “Dirigindo no Escuro” e “Igual a Tudo na Vida”, a genialidade de Allen foi posta em jogo, com ata-ques à sua fonte de criativi-dade que possivelmente se-cara, mesmo com o grande e interessante acerto “Melinda e Melinda”. Mas Woody preci-

sou deixar sua querida Nova York e partir para os ares eu-ropeus, onde rodou, em 2005, “Match Point” – e a posição de obra -prima desse trabalho deixou os agressores do dire-tor de boca aberta, mas sem palavras detratoras.

A partir da metade da primeira década dos anos 2000, então, Allen tornou--se reconhecidamente gênio, mestre do cinema, mas que eventualmente tropeça e, por se tratar de um cineasta que lança um filme por ano, sua competência deixou de ser questionada. Hoje, Woo-dy Allen ainda conta com “Vi-cky Cristina Barcelona”, “Tudo Pode Dar Certo” e “Meia Noi-te em Paris” como outros três representantes de sua inquestionável habilidade como roteirista e contador de histórias.

Neste ano, será lançado seu novo trabalho em mea-dos de outubro, “Blue Jasmi-ne”, no qual ele escolheu Cate Blanchett como protagonista de sua nova empreitada por outra cidade (desta vez será São Francisco). E assim, Allen Stewart Konisberg, no alto de seus 77 anos (completará 78 em 1º de dezembro), sucede a si mesmo constantemente como o cineasta mais inventi-vo em atividade.

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A história de vida de uma pessoa pode indicar diversas estradas para tantos ou-tros indivíduos. Às vezes, somos guiados por exemplos, cuja estrutura nos fortalecem por possuírem resiliência, termo bastante atual, para estruturarem suas vidas e se reestrutu-rarem quando necessário. A vitória de nossos modelos inspiradores nos garante esperan-ça, o que facilita a condução de nossos pro-blemas a fim de nos prepararmos para lon-gas batalhas na estrada chamada vida.

Com uma história recheada de altos e baixos, a brasileira Reny Ryan soube lidar com tantos percalços, aproveitando -os para escalar em sua vida rumo ao sucesso. Em uma entrevista especialíssima à Revis-ta Giro SP, ela nos conta como deixou de sofrer abusos por parte de um ex -marido até se tornar a depiladora pioneira nos Es-tados Unidos, apresentando a anônimos e celebridades as vantagens da renomada “Brazilian Bikini”.

FIQUE POR DENTRO Texto Erika PedrosaFotos Arquivo Pessoal

Confissões de uma depiladora

brasileira nos EUA

Giro SP: Como começou essa virada em sua vida?

Reny Ryan: Eu saí do Brasil e fui para a Cali-fórnia com Cr$ 1,200 no bolso, sem falar uma palavra em inglês, com meu coração cheio de esperança, estava decidida a vencer. O dia 27 de Julho de 1984 marcou um momento de-cisivo em minha vida: Geraldine Ferraro der-rubava barreiras sendo a primeira mulher a candidatar -se ao cargo de vice-presidente dos EUA, a emoção dos jogos Olímpicos eclodia e eu e meu filho aterrissávamos na tão sonhada America, “terra da oportunidade”, lugar o qual eu, ate então, só conhecia através dos filmes de Hollywood.

Giro SP: Conte -nos sobre as mudanças ocorridas, os sacrifícios tomados. Como se tornou essa mulher que serve de exemplo para tantas outras?

Reny Ryan: Aos 18 anos engravidei de meu pri-meiro namorado no Brasil. Casamos -nos e nos

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mudamos para longe de minha família. Meu novo lar era pe-queno e muito simples e após alguns meses morando nela fiquei sabendo pelos vizinhos que minha casinha havia sido, ate então, um galinheiro – lite-ralmente falando. Abuso ver-bal nas mãos do meu marido logo se tornou físico e por três longos anos sofri uma existên-cia miserável, amedrontada por seu vício, sua infidelidade e sua fúria. Infelizmente a cultura brasileira “autoriza” o homem a trair e a maltratar e ainda se sentir orgulhoso de tudo, ao passo que a mulher é forçada a ser submissa e estar sempre pronta para servi -lo. Indife-rente ao que ditava a cultura brasileira, me recusei a aceitar um papel de esposa submissa e, cansada da violência diária, encarei meu marido e pedi o divórcio. Com seu ego machu-cado ele se tornou ainda mais violento, porém, diante da fir-meza de minha decisão não lhe restou outra opção senão conceder -me a separação.

Giro SP: E o que fez após o divórcio? Como soube lidar com a situação?

Reny Ryan: Divorciada e sa-boreando o gosto da liberdade vendi tudo que tinha, agarrei meu filho e fui para longe da fú-ria de meu ex -marido. Mudei--me para a Califórnia. A alegria

de finalmente poder escapar dele superou a dor e tristeza de deixar meu Brasil, minha fa-mília e meus amigos para trás. Claro que muitas vezes senti--me sozinha, cansada e com medo, mas ao mesmo tempo sentia -me superpoderosa e tal sentimento compelia -me a seguir em frente.

Giro SP: Como foi passar por abusos em sua própria casa? E como se sentiu ao visualizar uma vida completa-mente diferente?

Reny Ryan: Somente aqueles que já sofreram abuso físico, emocional e psicológico – em casa ou no trabalho – sabem que nesse processo o que nos permite sair de situações di-

fíceis é o reconhecimento de que todos nós somos seres hu-manos e merecemos respeito. Eu estava pronta para assumir minha vida e decidida a enfren-tar qualquer obstáculo. Acima de tudo, eu estava feliz por fi-nalmente estar em paz comigo mesma e orgulhosa pela minha habilidade de cuidar do meu fi-lho e de assumir minha própria vida. Como sobrevivente, sin-to que a vida é um privilégio e devemos vivê -la totalmente. Após chegar aos EUA fiz o que todo imigrante faz para viver uma vida decente e honesta: fui babá, faxineira, motorista, jardineira e cozinheira. Tudo o que eu mais queria era paz de espírito e um lugar seguro para mim e meu filho.

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Giro SP: E como fez para se adaptar a essa nova vida? Como foi o começo?

Reny Ryan: Em 1985 co-nheci meu atual marido, que é o amor da minha vida, e em 1988 nos casamos e tive mais dois filhos. Resolvi então ten-tar algo novo para mim mes-ma e resolvi começar meu próprio negócio. No final dos anos 80, atraída pelo apare-cimento dos spas e sabendo o quanto me sinto bem lidan-do com o público, resolvi me matricular numa escola de estética. Fazer amigos e aju-dar as pessoas a se sentirem bem era algo que eu tinha certeza que sei fazer. Voltar à escola após tantos anos longe dos bancos escolares foi algo maravilhoso e senti que tinha tomado a decisão certa. Mas meu momento de glória chegou quando duran-te uma das classes, ao as-sistir um vídeo antigo sobre depilação. Após o término, mencionei à professora que eu, por ser brasileira e devi-do ao fato de que aprendi a depilar muito jovem, desen-volvi minha própria técnica. Intrigada, ela pediu que eu demonstrasse à classe e, quando acabei ela jogou o ví-deo fora e passei a ser sua assistente. Hoje, passados quase 13 anos, ainda ensino

as alunas sobre como fazer nosso estilo de depilação: o “Brazilian Bikini” – não só em minha antiga escola como também em outros spas.

Após passar no exame do estado da Califórnia e conse-guir minha licença, abri meu próprio salão. Dentro de um ano, a depilação ultrapassou todos os outros serviços ofe-recidos. Eu me tornei “Reny, the Brazilian Bikini Waxer” um título dado quando meus amigos e clientes se deram conta de como fico feliz em depilar de 10 a 15 clientes por dia e notam minha paixão pelo meu trabalho. Muito an-tes das celebridades come-çarem a falar sobre o “Bra-zilian” eu já tinha oferecido às minhas clientes, as quais

pouco a pouco iam perden-do a inibição, e aproveitando a sensação macia em suas partes íntimas. Minha cliente-la aumentou gradativamente – jovens, idosos, heterosse-xuais, homossexuais, enfim, pessoas de todas as idades e classes sociais.

Giro SP: Após a explosão inicial, como soube lidar com tanto sucesso? Como seus clientes reagiam quando viam a diferença causada pela Brazilian Bikini?

Reny Ryan: Atribuo meu su-cesso a todos os meus clien-tes, os quais me recomen-dam a todos os seus amigos e familiares sempre dizendo como eles se sentem à von-tade comigo e como confiam

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maratonas para perder peso enquanto ou-tras confessam se sentirem mais sensuais.

E, para quem pensa que o “Brazilian Bikini” e só para jovens, sinto desapontá -lo. De acor-do com minhas clientes mais maduras, o sexo se torna mais prazeroso na meia idade e vejo com satisfação tal clientela aumentando dia após dia. O “Brazilian” não só aumenta a au-toestima, mas também a estima sexual de qualquer um.

Giro SP: Após o reconhecimento e estabe-lecimento no mercado norte -americano de beleza e saúde, como se sente ao ter sido pioneira em algo que faz parte cada vez mais de nossas rotinas?

Reny Ryan: Consequentemente, hoje, devi-do à transformação em minha vida pessoal e profissional, vejo depilação como um espelho. Uma vez depiladas, minhas clientes admiram--se no espelho e veem alguém bonita e dig-na. Algumas encontram algo que as mesmas não sabiam existir ou que se recusavam a ver. No final, todas são unânimes em afirmar que este simples e rápido tratamento de beleza

no meu trabalho. Claro que essa característi-ca se deve por minha cultura brasileira, onde aprendemos a respeitar nosso corpo e a nos sentirmos confortáveis com tudo que diz res-peito ao mesmo. Para quem nunca se aven-turou, o “Brazilian Bikini” é muito mais do que uma simples remoção de pelos das partes pubianas. Em minha clínica de estética, tenho a chance de ver a transformação em cada cliente quando, após a sessão, eles se admi-ram no espelho, sorrindo por terem vencido uma barreira cultural. Muitos deles confes-sam que nunca imaginaram como tinham ne-gligenciado seus próprios corpos e, ao notar suas partes íntimas limpas, resolvem melhorar outras partes também. Muitos se matriculam em uma academia ou resolvem participar de

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faz com que se sintam feli-zes com si mesmas. Em ou-tras palavras posso dizer que o “Brazilian Bikini” oferece um efeito positivo e certamente terapêutico. Atualmente de-pilo uma média de 1.500 clien-tes por ano e amo cada minu-to que passo com eles. Há um tempo, algumas de minhas clientes sugeriram que eu co-meçasse a escrever algumas das situações engraçadíssi-mas que acontecem durante a sessão, quando todos estão nus e em posições constran-gedoras. Por algum tempo re-sisti, mas finalmente comecei a fazê -lo e em 2008 “Confes-sions of a Brazilian Bikini Wa-xer” foi lançado. O livro conta histórias sobre a primeira vi-sita de tímidas clientes, mari-

dos que insistem que tal gasto faça parte da “manutenção mensal obrigatória” e também conta como esse tratamento de beleza, que antes perten-cia aos ricos e famosos e a in-dústria pornográfica, hoje em dia faz parte do cotidiano de homens e mulheres em todo lugar. O mais importante de tudo: é um livro que celebra a nós mesmos, nossas vidas e nossas conquistas!

Giro SP: Você olha para seu passado e sente que tudo valeu a pena?

Reny Ryan: Às vezes, quan-do estou no trabalho, penso no meu passado e relembro com carinho quando junta-mente com minhas irmãs fa-zíamos a maior meleca nos

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depilando. Penso em minha triste existência com meu marido e a energia quase sobre -humana que precisei para sair do Brasil, recome-çar minha vida e saborear o resultado daquele passo co-rajoso. Hoje, passados quase 30 anos após minha chega-da aos EUA, olho para trás e penso naquela jovem auda-ciosa que resolveu mudar seu próprio destino e que hoje se sente orgulhosa, feliz e aben-çoada. Por todos esses anos, no dia 27 de julho, me olho no espelho e digo: “Olá, pode-rosa! Parabéns por mais um ano!” – e jogo um beijo para aquela mulher cheia de vida olhando para mim.

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A sensualidade histórica do batomFIQUE POR DENTRO

Na Grécia, no século II, ha-via uma lei que impedia que as mulheres usassem batom antes do casamento. Na Es-panha do século VI, só usa-vam batom mulheres das classes mais nobres. Em 1921, o batom ganhou o formato atual de estojo, e começou a ser comercializado em Paris. Miss Pearl Pugsley, nos EUA, aos 17 anos, foi notícia ao ter que retornar para casa, vinda do colégio, por utilizar batom. Em um giro por sua história, pode -se notar que o batom se tornou objeto do

desejo e sucesso – foi tama-nha a curiosidade que, em 1930, os batons dominaram o mercado americano e daí se espalharam pelo mundo afora. Há quem diga que o seu formato em bastão foi baseado na sexualidade fe-minina: foi baseado na forma do membro masculino para aumentar a sexualidade fe-minina e estimular as ven-das com o formato inovador dando mais prazer em fazer uso do mesmo toda vez que pressiona o bastão para fora tocando -o em seus lábios.

Texto Carolina Cordeiro

A sensualidade histórica do batom

Aí vão algumas dicas:1. Se seus lábios estiverem ressecados, faça uma esfoliação leve e os hidrate com balms ou mesmo manteiga de cacau.

2. Contorne com lápis retrátil cremoso, espalhe com um pincel para a parte inferior dos lábios até preenchê -los.

3. Aplique a Bala do Batom diretamente na boca até preenchê -la com a cor.4. Passe uma camada de pó fácil nos lábios (Isso ajuda a segurar a cor por mais tempo)

Pronto! Você está preparada para qualquer evento.A minha dica para quem quer se arriscar com o batom

vermelho e fazer uma pele perfeita é usar bastante máscara para cílios, essa dupla é a que mais combina com o batom! E outra: para dar um ar mais sexy finalize com um gloss incolor!

Que o batom vermelho sem-pre foi um tabu entre algumas mulheres é fato. Mesmo na época da maravilhosa Ma-rylin Monroe, ele era, e conti-nua sendo para mulheres que sabem se impor e encaram o estilo pesado da cor.

Muitas não acertam por medo, ou nem mesmo arris-cam, mas, para aquelas que gostam desse estilo o batom vermelho dá o ar de poder. Este item possui estilo “meni-na” até o famoso “femme fa-tale”. Tenha o poder começan-do pelos seus lábios. Arrisque!

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Entre os dias 1º e 31 de outubro, São Paulo recebe a exposição individual da fotógrafa Ana Carolina Fernandes. O ensaio, intitulado Mem de Sá, 100 é composto por 17 fotos e estará ex-posto na DOC Galeria, na Vila Madalena. Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra é fruto

do trabalho que a artista desenvolveu nos últi-mos dois anos, convivendo com a comunidade de travestis do centro do Rio de Janeiro.

Ana Carolina sempre trabalhou como fotojor-nalista e há cerca de quatro anos resolveu con-tar histórias mais longas, como documentarista. O primeiro contato com o casarão Mem de Sá, 100 (nome da exposição) aconteceu em 2003, quando conheceu a travesti Luana Muniz, tam-bém conhecida como “A Rainha da Lapa”. Lu-ana é a dona do casarão e aluga quartos para outros travestis morarem e, eventualmente, fazerem programas, já que todas trabalham se prostituindo. Em março de 2011, a fotógrafa começou a frequentar o lugar.

“Cheguei ao casarão sem nenhum julga-mento ou moralismo. Muito pelo contrário, tinha simpatia pelos travestis. Só comecei a

ACONTECE EM SP Texto Divulgação Fotos Ana Carolina Fernandes

Exposição da fotógrafa Ana Carolina Fernandes, inaugura dia 1º de outubro na DOC Galeria

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fotografar depois que elas começaram a ter total confiança em mim, o que ocorreu mui-to rápido e logo depois veio a cumplicidade. Sempre foi um trabalho feito com muita ver-dade e isso ficava muito claro,” conta Ana Ca-rolina. “Muito mais do que dar voz a um grupo de pessoas que vivem na exclusão e à mar-gem da sociedade, eu queria dar um corpo e mostrar a beleza delas”, complementa.

Sobre Ana Carolina FernandesÉ formada em Fotografia na Escola de Artes

Visuais do Parque Lage. Fotojornalista desde os 19 anos, quando entrou no jornal O Globo, Ana Carolina Fernandes (1963) já passou pe-las redações do Jornal do Brasil, Agência Es-tado e Folha de S. Paulo, onde ganhou dois

prêmios Folha, em 2000 e 2002. Na década de 90, dedicou-se ao teatro e cinema, docu-mentando festivais internacionais de teatro e fazendo stills de filmes, curtas, documentário e vídeo clipes. Atualmente desenvolve ensaios pessoais e fotografa quase que diariamente as praias do Rio de Janeiro. É colaboradora de vários jornais e revistas.

Serviço:Exposição:“Mem de Sá, 100”Abertura: 1º de outubro, a partir das 19h00Período: 1º a 30 de outubro de 2013Visitação: de segunda à sexta das 11h às 13h e das 14h às 19h, sábado das 11h às 14hOnde: DOC GaleriaEndereço: Rua Aspicuelta, 662, Vila Madalena, SP.Quanto: GratuitoClassificação: livre

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Quem nunca comparti-lhou uma foto no Instagram, marcou um encontro com os amigos pelo Whatsapp, deu aquela checada nas redes sociais ou email logo pela manhã? Com a populariza-ção dos smartphones e da internet móvel, estar conec-tado se tornou hábito muito comum entre os brasileiros. Além disso, o acesso à infor-mação é muito mais facilita-do, pois o internauta tem a seu alcance a uma infinida-de de fontes: sites de notí-cias, blogs especializados, podcasts etc.

No entanto, nos primórdios da World Wide Web, não era bem assim que funcionava. O uso da internet não era tão demo-cratizado, pois poucos tinham computadores, a velocidade

da conexão deixava a desejar e a quantidade de boas pági-nas ainda era escassa.

Nesta edição, a GIRO SP preparou uma entrevista es-pecial com Alexandre Inagaki, jornalista, blogueiro do Pen-sar Enlouquece, Pense Nisso e consultor de comunicação em mídias digitais. Ele vai nos contar sobre sua carreira e desenvolvimento profissional, que estão diretamente liga-dos a essa transformação da internet: do “boom” dos blogs, no início dos anos 2000, à “big-brotherização” da vida cotidia-na, exposta nas redes sociais.

GIRO SP: Você começou a

escrever numa época (1999 a 2001) em que a internet engatinhava no Brasil. Conte--nos um pouco a respeito do

Spamzine. Era um grupo de amigos? Que tipo de textos costumava escrever?

Alexandre Inagaki: Era um fanzine eletrônico, cujos ar-quivos podem ser encontra-dos em pensarenlouquece.com/spamzine, inspirado no CardosOnline (qualquer.org/col), que era enviado por e -mail, todo domingo, para pessoas cadastradas no site. Cada edição continha quatro ou cinco textos, entre crôni-cas, poemas e contos, mais algumas seções fixas, como Virunduns (mostrando exem-plos de músicas cantadas de forma errada por aí, tais como “Scubidu dos sete ma-res” ou “Alagados, tristão, fa-vela do Avaré”), Papo -Aranha (em que os leitores se apre-sentavam e enviavam textos

FIQUE POR DENTRO Texto Yone ShinzatoFotos Divulgação/Alexandre Inagaki

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à procura de uma namorada ou namorado) e Navegar Im-preciso (com dicas de links).

O e -zine foi criado por mim e pelo Ricardo Sabbag, jornalis-ta residente em Curitiba. Mas toda semana convidávamos amigos para colaborarem com o SpamZine. Durante os quase três anos em que circu-lou, foram distribuídas 93 edi-ções com textos de mais de uma centena de colaborado-res. Dentre eles, diversos au-tores que depois se tornaram escritores de sucesso ou rotei-ristas, como Cecilia Giannet-ti, João Paulo Cuenca, Fabio Danesi Rossi, Márvio dos An-jos, Paula Pimenta e Indigo Girl. Foi uma época bacana, mas aos poucos o senso coletivo dos e -zines foi sendo trocado pela urgência dos blogs, mais simples e práticos de serem atualizados. Escrevia textos de tudo quanto é tipo: poe-mas, crônicas, contos.

GIRO SP: Em que ano preci-samente começou a escrever o Pensar Enlouquece? Como surgiu a ideia de criar o blog? Quais temas costuma tratar?

Alexandre Inagaki: O Pen-sar Enlouquece entrou no ar em agosto de 2002, mas não foi minha primeira experiência com blogs. Antes, fui um dos autores do blog coletivo “Lo-gopeia” (fimdamente.org/lo-gopeia), criado em 2000, e o SpamZine também tinha um.

Mas a transição dos e -zines para blogs foi natural. Afinal, enquanto o trabalho de se-lecionar textos enviados por dezenas de pessoas, fazer a formatação de uma edição e mandá -la para os mais de 3.000 assinantes dava um trabalho e tanto, criar um blog era algo que não de-mandava mais do que 15 mi-nutos. Publicar textos na in-ternet tornou -se uma tarefa simples, você já não precisava entender de HTML ou outras ferramentas de programa-ção para postar alguma coisa e, já em questão de minutos, receber comentários de lei-tores. Outra coisa bacana de se ter um blog é a liberdade editorial. Não tenho deadline definido, não tenho limitação de caracteres e nem pautas pré -definidas. Além disso, os posts não passam antes por um editor, e tenho o controle total sobre o texto final. Gra-ças a essa liberdade, escrevo sobre qualquer assunto que me dê na telha no Pensar En-louquece; posso falar sobre cinema, política, Guarani Fu-tebol Clube, rock argentino, a vida sexual das minhocas da República Dominicana, a Vida, o Universo e tudo mais.

GIRO SP: Você é jornalista de formação, no entanto, por seis anos, trabalhou como bancário. Como conciliou sua formação e a “profissão ofi-

cial”, já que, em uma entrevis-ta, você afirma ter trabalha-do, ao mesmo tempo, como freelancer?

Alexandre Inagaki: Na épo-ca em que a World Wide Web surgiu, eu trabalhava como caixa no banco Nossa Caixa, num posto do Poupatempo, das 7 às 13 horas. Portanto, eu tinha tempo livre para me dedicar a atividades que me motivavam, e a WWW não poderia ter surgido em me-lhor hora. Além dos projetos que tocava na web, escrevia matérias para o Correio Bra-ziliense e a revista do Instituto Itaú Cultural.

GIRO SP: Como foi a transi-ção de trabalhar como funcio-

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nário público e, depois, com mí-dias sociais e o blog? As coisas foram surgindo aos poucos?

Alexandre Inagaki: Quando e -zines e blogs surgiram no Brasil, era utópico imaginar que aqueles projetos des-compromissados um dia po-deriam render dinheiro. Mas, ao longo dos anos, foi surgin-do um mercado para publici-dade online, e graças a isso fui chamado, em 2006, para trabalhar em uma agência digital chamada Riot. Topei: larguei o meu emprego de caixa e passei a trabalhar full time com internet, desenvol-vendo projetos de blogs cor-porativos e divulgando cam-panhas publicitárias por meio de contratação de publiedi-toriais em blogs e ações de PR 2.0. Essa oportunidade surgiu graças às atividades online às quais me dedica-

va nas horas vagas. O dono da Riot, Pedro Ivo Resende, foi um dos muitos autores que convidei para colaborar no SpamZine. Desde aque-la época ele acompanhava meus projetos na web, sabia que eu tinha contato com os principais blogueiros da épo-ca e conhecia a qualidade dos meus textos, e por isso me chamou para trabalhar com ele.

GIRO SP: Atualmente você dá consultoria para agên-cias de publicidade e grandes empresas na parte de gera-ção de conteúdo para blogs e gestão de mídias sociais? Pode falar mais um pouco a respeito do seu trabalho?

Alexandre Inagaki: Além de atualizar o Pensar Enlouque-ce, presto consultorias de criação, planejamento e ges-

tão de projetos online ligados a publicidade, ações de re-lacionamento com stakehol-ders, gestão de perfis cor-porativos em mídias sociais e desenvolvimento de projetos editoriais. Atendo empresas como Sony Pictures Bra-sil, Bradesco, O Boticário e Coca -Cola, além de agências publicitárias como W3Haus, W/McCann, DPZ e Virtual-Net. Sou curador de eventos de cultura digital como you-PIX Festival e Curitiba Social Media, e ministro palestras e workshops sobre comuni-cação digital. Graças ao meu histórico com internet, tra-balho atualmente em home--office, fazendo meus horá-rios e, mais importante, com o que eu gosto.

GIRO SP: As pessoas es-tão cada vez mais conecta-

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das em seus smartphones, tablets, notebooks, e toda sorte de aparatos digitais. Há um despejo constante de informações nas redes sociais, criando nos inter-nautas uma necessidade de se manterem atualizados o tempo todo. Como você en-cara essa tendência, esse exagero?

Alexandre Inagaki: Há uma ansiedade cada vez mais onipresente em pessoas que ficam o tempo todo conec-tadas, viciadas em consumir notícias, bisbilhotar redes sociais, compartilhar expe-riências pessoais e receber “likes”, “RTs” e compartilha-mentos de seus conteúdos. O fato é que toda essa ava-lanche de informações dis-ponibilizada constantemen-te pela internet faz com que seja fomentado o DDA que há em todos nós. Como dizia aquela música do Kid Abelha, “tenho pressa e tanta coi-sa me interessa, mas nada tanto assim”. Mas creio que toda essa ansiedade tam-bém reflete o fato de que os avanços tecnológicos estão sendo disruptivos demais e estão chegando numa velo-cidade na qual a gente mal tem tempo de assimilá -las; simplesmente engolimos in-formações sem mastigá -las e digeri -las direito. Ainda es-

uma busca no Google. E como essas opiniões agora têm um registro por escrito que é facil-mente localizável, a repercus-são, junto com suas eventuais consequências, torna -se mui-to maior do que antes. Dois exemplos do que digo: o pro-cesso sofrido pela estudante de direito Mayara Petruso, por ter expressado em um post no Twitter ofensas a nordestinos e a demissão do estilista John Galliano da Dior, por causa de comentários antissemitas que ficaram registrados em um ví-deo veiculado na web. É o tipo de consequência sofrida por pessoas que, provavelmente, já tinham opiniões racistas, mas que não sairiam da es-fera particular caso seus pon-tos de vista não tivessem sido externados ao mundo através da internet.

tamos aprendendo a nos adaptar nesta época fast--forward, um dia espero que a gente consiga chegar a um equilíbrio entre o 8 e o 80.

GIRO SP: Além da necessi-dade de se manterem infor-madas, as pessoas passam a se expor com mais frequência, emitir opiniões, suas vidas pes-soais e profissionais. Até que ponto isso pode atrapalhá -las ou favorecê -las?

Alexandre Inagaki: Opiniões todos sempre tiveram de so-bra, a grande diferença é que se antes palpitavam sobre as-suntos que mal entendem em mesas de bar ou conversas com vizinhos, agora deixam comentários em notícias de portais e tweets, lugares nos quais eventuais disparates tornam -se encontráveis com

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Por outro lado, a web, com seu aspecto de democrati-zação da comunicação, tam-bém trouxe essa pluralização de formadores de opinião. Se antes você precisava ter uma coluna num jornal, revista ou TV para poder externar suas opiniões a milhares de pes-soas, agora você tem a opor-tunidade de se tornar o Ro-berto Marinho de si mesmo criando seu próprio veículo de comunicação, na forma de blog, vlog, fanpage ou e -zine. Pessoas que forem capazes de emitir opiniões bem arti-culadas, com bons argumen-tos e carisma, destacam -se e ganham novas oportuni-

dades profissionais graças a este admirável mundo novo.

GIRO SP: Em canais como o Youtube, é muito grande a proliferação de webcelebri-dades, canais de humor, ví-deos de crianças ou animais “fofinhos” que acabam se tornando grandes hits com milhões de visualizações. Expor -se acaba se tornan-do, às vezes, um fetiche, uma necessidade, ou algo des-proposital que, com o tempo, acaba tomando grandes pro-porções?

Alexandre Inagaki: Vivemos tempos em que as pessoas bigbrotherizam suas pró-

prias vidas, por meio de fo-tos “selfies” no Instagram, postagens confessionais em blogs e mídias sociais, vídeos de webcam que são compar-tilhados com o mundo todo. E isso ocorre, dentre outros motivos, porque as noções de privacidade são cada vez mais tênues e a sociedade di-gital recompensa aqueles que se expõem com mais follo-wers no Twitter e Instagram, “likes” no Facebook, audiência maior em blogs e vlogs. Além disso, há aquela vontade de compartilhar momentos fe-lizes ou especiais vida afora. Que atire o primeiro iPhone aquele que nunca bateu uma

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foto no meio de um show ou de uma viagem bacana com o objetivo de postá -la na in-ternet para dividir aquele mo-mento com os amigos e cau-sar uma invejinha básica. No fim, toda essa história narci-sista faz parte da natureza humana desde que Narciso descobriu que achava feio o que não é espelho. E a inter-net acaba sendo uma espécie de megafone da vida offline, amplificando a visibilidade de comportamentos que a hu-manidade sempre teve.

GIRO SP: Além da superex-posição, as redes sociais tam-bém democratizaram o com-partilhamento da informação. Que cuidados os internautas devem ter ao compartilhar posts/notícias/informações? Você já viu algum caso em que uma notícia equivocada foi amplamente divulgada, sem a fonte ser devidamente checada, inclusive pela mídia tradicional?

Alexandre Inagaki: Não se deve aceitar balas nem com-prar de olhos fechados infor-mações que foram postadas por estranhos. Antes de ficar retuitando e compartilhan-do qualquer coisa que você clicou por aí, é imprescindível fazer uma apuração básica a fim de checar se aquela infor-mação é factível.

Notícias equivocadas sem-pre foram veiculadas pela mí-

dia tradicional, não vejo gran-des novidades nisso. Muito antes da internet, uma revista como a Veja já dedicou espa-ço em suas páginas à criação de um “boimate”, por ter caído numa pegadinha de 1o de abril da revista New Scientist. Por isso, não imputo somente às redes sociais casos recentes como a história de que o Grê-mio teria contratado um jo-gador fictício chamado Enrico Cabrito. Erros de apuração no jornalismo não são novidade.

GIRO SP: Apesar de viver-mos numa “sociedade de ex-cessos”, as pessoas sabem quando chega o momento de se desplugar, ou seja, voltar à vida offline para ver o que ocorre ao seu redor, ir passear com o cachorro, dar uma volta no quarteirão e fazer as ati-vidades usuais? Encurtando, elas estão sabendo separar a vida online da offline?

Alexandre Inagaki: Como es-crevi antes, a gente ainda está tendo que aprender a lidar com tantos avanços tecnoló-gicos, é como se tivéssemos saído do ensino fundamental diretamente para o primeiro ano de MBA. Por isso, certa-mente haverá pessoas que exagerarão na dose. Mas, se uma pessoa conseguir pas-sear com o cachorro, atualizar seu perfil no Facebook e com-binar uma balada com amigos usando o Whatsapp ao mes-

mo tempo, sem deixar de re-colher as fezes do seu animal de estimação e sem ser atro-pelado por aí, não vejo porque ela não possa fazer coisas ha-bituais do cotidiano sem estar conectada.

GIRO SP: Para finalizar, o Inagaki online sabe a hora cer-ta de se desplugar do mun-do virtual ou é do tipo que se mantém 24h conectado?

Alexandre Inagaki: Sou da-quelas pessoas que vivem quase o tempo todo conecta-das. No meu caso, até tenho um bom álibi: eu trabalho com internet e preciso obrigatoria-mente ser heavy user e early adopter de todas as novida-des tecnológicas que pipocam por aí. Mas posso afirmar que consigo apreciar a vida, viajar bastante e conciliar internet com namoro e vida social.

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Um dos objetivos da Giro SP é indicar bons lugares para que nossos leitores possam vi-sitar e curtir. Porém, outra atividade muito importante para o aspecto profissional, é mantê -los informados sobre feiras, eventos e congressos, que acontecem em São Paulo, nos principais centros de exposições.

A Expomusic, no entanto, é uma das feiras em que é possível unir as duas coisas: negó-cios e diversão. Para isso, o evento reserva um período apenas para os profissionais do ramo. Normalmente, como aconteceu este ano, os dois primeiros dias, 18 e 19, foram os escolhi-dos. Já na sexta seguinte, dia 20, até o domin-go, 22, foram três dias de muitos acordes, riffs de guitarra e apresentações de novos artistas, entusiastas e visitantes – além, é claro, de mui-ta gente famosa como Kiko Loureiro, guitarrista da banda Angra, e a banda Tihuana e o virtuo-so guitarrista e compositor Pepeu Gomes.

Obviamente, os dois primeiros dias foram menos agitados, mas, se você visitar a feira

quando ela abre para o público geral, corre sé-rios riscos de se perder em meio a tantas pes-soas, principalmente, grupos de jovens de ca-belo comprido e camisetas de diversas bandas.

Ao passear entre os estandes de marcas menores e das grandes conhecidas também, é perceptível que o público, na maioria, é como dizem por ai, “do rock”. Isso, porém, não nos im-pede de descobrir algumas particularidades.

Entre quilômetros e quilômetros de guitarras e baterias de variados modelos e marcas, vi duas

Texto e Fotos Ronnie Arata

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ACONTECE EM SP

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cenas que mais me chamaram atenção. Na pri-meira delas, um dos músicos tocava uma viola amplificada, com um som bastante nordestino, muito bem tocado! Em outra, vi uma dupla que tocava, sem parar, músicas populares, como Palpite, de Vanessa Rangel, de um jeito bastan-te singular. O cantor estava equipado de violão elétrico, com cordas de nylon, e o outro acom-panhava com uma bateria compacta.

Também não faltaram samplers e pick -ups para batidas eletrônicas, instrumentos para as crianças, tampouco os acessórios: encor-doamentos, correias personalizadas, pedes-tais de microfone, canhões de luz, amplifica-dores, line arrays e muito mais.

Visitar uma feira desse porte para ver ape-nas o que já é visto em qualquer loja de rua é aproveitar pouco. Gastar R$20,00 para fazer

o mesmo que visitar a Teodoro Sampaio em um dia normal não condiz com o espírito do evento. Não estou dizendo que não é válido passar tempo admirando os infinitos mode-los de guitarras Les Paul ou os violões Tagima e Martin. Eu mesmo devo ter perdido bons minutos olhando as guitarras brilhantes da Phoenix. Mas este mercado é tão grande, e tem tantas variantes da música juntas, que, por estar ali, merecem mais da atenção do visitante do que apenas uma batida de olho.

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CoMéDIa CoM TuDo é gaRanTIa DE RISo

aTé PaRa o MaIS SISuDo DoS ESPECTaDoRES

Texto Yone ShinzatoFotos Ed MoraisACONTECE EM SP

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Em cartaz desde agosto, a peça faz fusão entre teatro de revista, stand ‑up comedy e circo

A maioria dos paulistanos tem a rotina ata-refada com muitos compromissos ao longo do dia e pouco tempo de lazer que, geralmente, é relegado aos fins de semana.

Assistir a uma boa peça e dar muita risada pode ser uma ótima maneira de desestressar e, de quebra, deixar de lado, nem que por uns instantes, os problemas do dia a dia.

A Comédia Com Tudo, que está em cartaz desde 3 de agosto no Teatro Ruth Escobar, na Sala Miriam Muniz, foi concebida exatamente para tirar as pessoas desse cotidiano estafan-te. “Já faço uma peça que tem mais ou menos a mesma linguagem. Na época do teatro de re-vista, entre um ato e outro, entrava um cômico para entreter a plateia enquanto eles monta-vam os cenários. Esses cômicos eram de canto, dança e mágica, enfim, nós adaptamos esses quadros antigos e demos uma nova roupagem a eles”, diz Mineirinho de Maceió, ator, dançarino, coreógrafo e diretor do espetáculo.

A fusão entre o emergente stand-up com o teatro de revista e circo para criar a peça

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deu tão certo que, desde sua estreia, tem apresentações lotadas e um público que, ao final, sai satisfeito e com um largo sorri-so no rosto.

A sintonia de Mineirinho com Marcelo di Mo-rais e Tadeu Pinheiro é perceptível pela re-ação da plateia que interage e corresponde aos atores. “Apesar de termos um roteiro prévio, também buscamos muito o improviso, de acordo com a reação das pessoas. Para mim, o stand -up é tranquilo, mas o que o Mi-neirinho quis fazer comigo (risos)... raramente uso bermuda, e ele vai e me coloca vestido de He -Man!”, completa di Morais.

“Enquanto estivermos nos divertindo, preten-demos manter a peça em cartaz. Só não faze-mos aquilo que não nos diverte e não nos traz satisfação, apesar dos erros que cometemos. Até assim, tudo acaba se tornando engraça-do”, finaliza Mineirinho. Se depender do público, muitas gargalhadas continuarão por vir.

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AONDE VOCÊ QUER IR HOJE?

ShowsADRIANA CALCANHOTTOLocal: HSBC BrasilEnd.: R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo AntônioData: 11/10Horário: 22hIngressos: de R$40 a R$240Bilheteria: seg – sáb, das 12h às 22h. Dom e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212hsbcbrasil.com.br / ingressorapido.com.br

ZIZI POSSILocal: HSBC BrasilEnd.: R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo AntônioData: 15/10Horário: 21h30Ingressos: de R$50 a R$120Bilheteria: seg – sáb, das 12h às 22h. Dom e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212hsbcbrasil.com.br / ingressorapido.com.br

FREJATLocal: HSBC BrasilEnd.: R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo AntônioData: 25/10Horário: 22hIngressos: de R$50 a R$240Bilheteria: seg – sáb, das 12h às 22h. Dom e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212hsbcbrasil.com.br / ingressorapido.com.br

MARIA BETHÂNIALocal: HSBC BrasilEnd.: R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo AntônioDatas: 01/11, às 22h, e 03/11, às 20hBilheteria: seg – sáb, das 12h às 22h. Dom e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212hsbcbrasil.com.br / ingressorapido.com.br

TeatroOS HOMENS SÃO DE MARTE É PRA LÁ QUE EU VOULocal: HSBC BrasilDia: 13/10Horário: 20h End.: R. Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo AntônioBilheteria: seg – sáb, das 12h às 22h. Dom e feriados: das 12 às 20h.

Telefone: 4003 1212hsbcbrasil.com.br / ingressorapido.com.br

RISO NERVOSO – AS OLÍVIAS EM 5 HISTÓRIAS NEURÓTICASTeatro ViradalataEnd.: Rua Apinajés, 1387 – Sumaré – São Paulo – SPBilheteria: Ter: 17h às 22h; Sáb: 14h às 22h; Dom: 9h às 19hIngressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)Telefone: (11) 3868 ‑2535

O REI LEÃO, DA DISNEYTeatro RenaultEnd.: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela VistaSessões: qua – sex, às 21h; sáb, às 16h30 e 21h; dom, às 14h e 18h30.Ingressos: De R$ 50 a R$ 280Bilheteria: das 12h às 20h (em dias de espetáculo, funciona até o início da apresentação) Ingressos online: premier.ticketsforfun.com.br/

ALL YOU NEED IS LOVE – AO VIVO NA INGLATERRATeatro Bradesco (Bourbon Shopping São Paulo)End.: Rua Turiassú, 2100, 3º piso, PompéiaData: 24 de outubro, quinta ‑feiraHorário: 21hPreço: de R$50 a R$160Duração: 120 minClassificação: Livreteatrobradesco.com.br Ingresso Rápido: 4003 ‑1212

PROJETO TERÇA INSANATeatro ItáliaEnd.: Av. Ipiranga, 344 – CentroTemporada por tempo indeterminadoIngressos: R$ 80,00 / R$ 40,00 meiaBilheteria:terça a domingo – das 15h ás 21hDuração: 70 minutos Classificação: 14 anos278 lugares www.teatroitalia.com.brIngressos online: compreingressos.com

PROCURANDO FIRME! (KIDS)Teatro Cacilda BeckerEnd.: Rua Tito, 295, Lapa ‑ São PauloData: 19/10 a 24/11. Sáb. e domHorário: 16hIngressos: R$ 10 Duração: 50 minutosClassificação: LivreTelefone 3864‑4513.

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SE CHOVE, NÃO MOLHA! (KIDS)Teatro Alfredo Mesquita.End.: Av. Santos Dumont, 1.770, Santana – São Paulo Data: 19/10 a 24/11. Sáb. e domHorário: 16hIngresso: R$ 10Duração: 60 minutosClassificação: +5 anos.Telefone: 2221‑3657.

ParquesProjeto FiShing – o DeSign em LocaL PúbLicoParque Burle ‑Marx, São Paulo – SPData: 27/10 Horário: das 10h às16hEntrada gratuita

FRONTEIRAS INCERTAS: ARTE E FOTOGRAFIA NO ACERVO DO MAC USPLocal: MAC USP Nova Sede End.: Av. Pedro Álvares Cabral, 1301Abertura: 28 de setembro, a partir das 11 horasEntrada gratuitaTelefone: 11 2648.0254mac.usp.br

Comida e BebidareStaurante coco bambu – jK Av. Antonio Joaquim de Moura Andrade, 737, Itaim BibiTelefone: 11 3051 ‑5255Capacidade do local: 550 lugaresHorário: seg à qua: 11h as 15h / 18h as 0h; qui: 11:30h as 15h / 17:30h as 01h; sex, sáb e feriados: 11:30 h as 02 h (sem intervalo). dom. das 11:30 as 0h (sem intervalo)restaurantecocobambu.com.br.

UNI RESTAURANTEAv. Paulista, 1578, subsolo do MASPTelefone: 11 3253 ‑2829.Capacidade: 160 lugares.Horário: seg a sex, das 11:30h às 15h; sáb e dom, das 12h às 16h. Feriados das 12h às 16h.

CANTINA NELLO’SR. Antonio Bicudo, 97, PinheirosTelefone: 3082 ‑4365 / 7874 ‑1651Capacidade: 150 lugaresHorário: Ter. a Qui.: 12 às 15h e 19 às 0h. Sex: 12 às 15h e 19 à 01h. Sáb: 12 às 16h e 19 à 01h, Dom: 12 às 17h e 19 às 23h. Delivery: Ter. a Sex.: 12 às 15h e 19 às 23h. Sáb. e Dom.: 12h às 16h e 19h às 23hnellos.com.br

ExposiçõesFUSÕESLocal: Centro da Cultura Judaica.end.: rua oscar Freire, 2500 − Sumaré − São Paulo. Data: até 9 de fevereiro de 2014.Horário: de terça a domingo, das 12h às 19h.Entrada gratuitaTelefone: (11) 3065 ‑4333.www.culturajudaica.org.br

MUSEU ANCHIETA (KIDS)End.: Praça Pateo do Collegio, 2 – Centro – São PauloHorário: Ter. a dom., das 9h às 17h. Ingresso: R$ 5 (inteira), R$ 2,50 para estudantes, R$ 1 para alunos de escola pública; Gratuito para crianças de até sete anos e idosos acima de 60 anos.Para visitas monitoradas é preciso agendar de seg a sex, das 13h às 17h.Tel.: (11) 3105 ‑6898.pateocollegio.com.br

OficinasO MAR ESTÁ PRA PEIXE (KIDS)Biblioteca Pública Mário SchenbergRua Catão, 611, Lapa, Zona Oeste. Data: 30/10Horário: 14h Entrada GratuitaCoord.: Mad Science.Telefone: 3672‑0456

MúsicaO NOME DELE É… PEIXONAUTA (KIDS)Auditório Ibirapuera – plateia externa (atrás do Auditório)End.: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, (portão 3), IbirapueraData: 12/10 Horário: 11hEntrada gratuita (não é necessário retirar ingresso)Duração: 90 minTel. 3629‑1075.

ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO (KIDS)Theatro Municipal de São Paulo. End.: Praça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro.Duração: 90 minData: 12/10 Horário: 17hIngresso: R$ 10 a R$ 40Telefone. 3397‑0300 / 3397‑0327 (bilheteria)

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Job: CLARO-POS-PAGO-01-08-2013 -- Empresa: Ogilvy -- Arquivo: 27638-13-Claro-An-Revista-Giro-20.2x26.6_pag001.pdfRegistro: 130644 -- Data: 11:58:12 29/08/2013