Revista grandes construções: Aeroportos
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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CONSTRUO, INFRAESTRUTURA, CONCESSES E SUSTENTABILIDADE
Disponvelpara download N 44 - Dezembro/2013 - www.grandesconstrucoes.com.br - R$ 15,00
INVESTIMENTOS PRIVADOS CHEGAM PARAAMPLIAR E MODERNIZAR INFRAESTRUTURA,
ELIMINANDO GARGALOS
AEROPORTOS
ESPE
CIAL
:
ANDR
ADEG
UTIER
REZ
65ANOS
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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A John Deere tem muito orgulho de trabalhar com os produtores brasileiros,
que hoje so lderes na produo mundial em diversas culturas. E, agora
que o pas caminha para um grande crescimento de infraestrutura, estamos
instalando duas fbricas que iro produzir equipamentos de construo de
alta tecnologia. Assim, vamos provar, mais uma vez, que o verde e o amarelo
formam uma combinao imbatvel POR GERAES.JohnDeere.com.br/PorGeraes
O Brasil no seria o mesmosem o verde e o amarelo.
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Dezembro2013/3
NDICEAssociao Brasileira de Tecnologia para
Construo e MineraoDiretoria Executiva e
Endereo para correspondncia:Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 gua Branca
So Paulo (SP) CEP 05001-000Tel.: (55 11) 3662-4159 Fax: (55 11) 3662-2192
Conselho de AdministraoPresidente:Afonso Mamede
Construtora Norberto Odebrecht S/A.Vice-Presidente:Carlos Fugazzola Pimenta
Intech Engenharia Ltda.Vice-Presidente:Eurimilson Joo Daniel
Escad Rental Locadora de Equipamentos para Terraplenagem Ltda.Vice-Presidente:Jader Fraga dos SantosYtaquiti Construtora Ltda.
Vice-Presidente:Juan Manuel AltstadtHerrenknecht do Brasil Mquinas e Equipamentos Ltda.
Vice-Presidente:Mrio Humberto MarquesAlusa Engenharia S/A.
Vice-Presidente:Mrio Sussumu HamaokaRolink Tractors Comercial e Servios Ltda.
Vice-Presidente: Mcio Aurlio Pereira de MattosEntersa Engenharia, Pavimentao e Terraplenagem Ltda.
Vice-Presidente:Octvio Carvalho LacombeLequip Importao e Exportao de Mquinas e Equipamentos Ltda.
Vice-Presidente:Paulo Oscar Auler NetoConstrutora Norberto Odebrecht S/A.
Vice-Presidente:Silvimar Fernandes ReisGalvo Engenharia S/A.
Conselho Fiscallvaro Marques Jr. (Atlas Copco Brasil Ltda. - Diviso Mining and Rock Excavation Technique) - Carlos Arasanz
Loeches (Loeches Consultoria e Participaes Ltda) - Dionsio Covolo Jr. - (Metso Brasil Indstria e Comrcio Ltda.)- Marcos Bardella (Brasif S/A Importao e Exportao) - Permnio Alves Maia de Amorim Neto (Getefer Ltda.) -
Rissaldo Laurenti Jr. (SW Industry)
Diretoria RegionalAmerco Ren Giannetti Neto (MG) (Construtora Barbosa Mello S/A) - Gervsio Edson Magno (RJ / ES) (Construtora
Queirz Galvo S/A) - Jos Demes Digenes (CE / PI / RN) (EIT Empresa Industrial Tcnica S/A) - Jos rico EloiDantas (PE / PB) (Odebrecht) - Jos Luiz P. Vicentini (BA / SE) (Terrabrs Terraplenagens do Brasil S/A) - Luiz Carlos de
Andrade Furtado (PR) (Consultor) - Rui Toniolo (RS / SC) (Toniolo, Busnello S/A)
Diretoria TcnicaArcio Colombo (Auxter) - Afrnio Chueire (Volvo Construction Equipment) - Agnaldo Lopes (Komatsu Brasil
Internacional) - ngelo Cerutti Navarro (U&M Minerao e Construo) - Benito Francisco Bottino (ConstrutoraNorberto Odebrecht) - Bls Bermudez Cabrera (Serveng Civilsan) - Cludio Afonso Schmidt (Construtora Norberto
Odebrecht) - Davi Morais (Sotreq) - Edson Reis Del Moro (Yamana Minerao) - Eduardo Martins de Oliveira(Santiago & Cintra) - Fernando Rodrigues dos Santos (Ulma Brasil - Formas e Escoramentos Ltda.) - Giancarlo Rigon
(BSM) - Gino Raniero Cucchiari (CNH Latino Americana) - Guilherme Ribeiro de Oliveira Guimares (ConstrutoraAndrade Gutierrez S/A.) - Ivan Montenegro de Menezes (Vale) - Jorge Glria (Comingersoll do Brasil Veculos
Automotores Ltda) - Larcio de Figueiredo Aguiar (Construtora Queirz Galvo S/A) - Luis Afonso D. Pasquotto(Cummins Brasil) - Luiz A. Luvisario (Terex Latin America) - Luiz Gustavo R. de Magalhes Pereira (Tracbel) - Marluz
Renato Cariani (Iveco Latin America) - Maurcio Briard (Loctrator) - Paulo Carvalho (Locabens) - Paulo Esteves(Solaris) - Paulo Lancerotti (BMC Brasil Mquinas de Construo) - Pedro Luiz Giavina Bianchi (Camargo Corra)
- Ramon Nunes Vazquez (Mills Estruturas) - Raymond Bales (Caterpillar Brasil Comrcio de Mquinas e PeasLtda.) - Ricardo Lessa (Schwing) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr Brasil) - Roberto Leoncini (Scania Latin America)
- Rodrigo Konda (Odebrecht) - Roque Reis (CNH Latin America Ltda. - Diviso Case Construction) - Srgio Barretoda Silva (Renco Equipamentos S/A) - Valdemar Suguri (Komatsu Brasil) - Wilson de Andrade Meister (Iva Engenhariade Obras S/A) - Yoshio Kawakami (Raiz Consultoria)
Diretoria ExecutivaDiretor Comercial:Hugo Jos Ribas Branco
Diretora de Comunicao e Marketing:Mrcia Boscarato de Freitas
Assessoria JurdicaMarcio Recco
Conselho EditorialComit Executivo: Cludio Schmidt (presidente), Norwil Veloso, Paulo Oscar Auler Neto,
Permnio A. M. de Amorim Neto e Silvimar F. ReisMembros: Aluizio de Barros Fagundes, Dante Venturini de Barros, Fabio Barione,
ria Lcia Oliva Doniak, Remo Cimino, Roberto Jos Falco Bauer, Siegbert Zanettini eTlio Nogueira Bittencourt
Planejamento Estratgico:Miguel de OliveiraEditor: Paulo Esprito Santo
Redao:Mariuza RodriguesPublicidade:Edna Donaires, Felipe Santos, Henrique Schwartz Neto,
Maria de Lourdes, Suelen de Moura e Suzana ScotineAssistente Comercial: Renata Oliveira
Operao e Circulao:Evandro Risrio Muniz
Produo Grfica & InternetDiagrama Marketing Editorial
Projeto Grfico e Diagramao:Anete Garcia NevesIlustrao: Juscelino Paiva
Internet:Fabio PereiraColaborador:Jos Ferreira
Grandes Construes uma publicao mensal, de circulao nacional, sobre obras de Infraestrutura(Transporte, Energia, Saneamento, Habitao Social, Rodovias e Ferrovias); Construo Industrial(Petrleo, Papel e Celulose, Indstria Automobilstica, Minerao e Siderurgia); Telecomunicaes;
Tecnologia da Informao; Construo Imobiliria (Sistemas Construtivos, Programas de HabitaoPopular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros.
Tiragem:10.500exemplares
Impresso: HR Grfica Filiado :
www. anatec . o r g . b r
EDITORIAL____________________________________ 4
JOGO RPIDO__________________________________ 6
ENTREVISTA__________________________________ 12A fora do nmero 3
Entrevista com Mrcio Magalhes, Membro do Comit Executivo do Grupo Andrade Gutierrez
ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ____________________ 22Histria de sucesso no Brasil e no mundoEstrutura para um novo ciclo de recuperaoBelo Monte, obra emblemtica para o sculo 21
AEROPORTOS - MATRIA DE CAPA___________________ 46Concesses em cu de brigadeiroGaleo: a hora do renascimentoConfins: R$ 3,5 bi para modernizaoAeroportos administrados pela Infraero
PAVIMENTAO________________________________ 54Usinas de asfalto adotam GLP
INTELIGNCIA DE MERCADO_______________________ 55Pesquisa da Sobratema aponta R$ 1,19 trilho em obras at 2018
MOMENTO M&T PEAS E SERVIOS__________________ 56EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUO: ANO POSITIVO
CONCRETO HOJE_______________________________ 58Novas tecnologias em pisos de concreto
ARTIGO_____________________________________ 60O Brasil desprotegido
AGENDA_____________________________________ 61Inovaes e tendncias para o mercado da construo civil
ENQUETE ONLINE______________________________ 66O leitor opina sobre as alternativas de explorao de petrleo no Brasil
www.grandesconstrucoes.com.br
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4 / Grandes Construes4 / Grandes Construes
EDITORIAL
O ano de 2014 chegou ao fim. E se tivssemos que tradu-zi-lo em uma nica frase, diramos que esse foi um perodode grandes incertezas. No d para dizer exatamente se elefoi bom ou ruim para a indstria da construo. As opiniesvariam de acordo com o segmento da indstria ou com oponto de vista pelo qual ele observado.
O ano comeou em clima de esperana de retomada daexpanso do setor, que em 2012 havia amargado severosrecuos. Medidas de estmulo adotadas pelo governo, comoa desonerao da folha de pagamentos, que reduziu o
custo da mo de obra; o Programa de Investimentos emLogstica, concebido para eliminar gargalos atravs de con-cesses da infraestrutura de transporte; ou as novas regrasde incentivo ao financiamento de projetos de investimentode longo prazo (Lei 12.715, de setembro de 2012) soaramcomo promessas de dias melhores. S que no renderam osresultados esperados em curto prazo.
Inicialmente, a estimativa do SindusCon-SP (Sindicato daIndstria da Construo Civil do Estado de So Paulo) e daFundao Getlio Vargas (FGV) era de que o PIB (Produto
Interno Bruto) da construo civil brasileira, em 2013, cres-ceria 4% sobre o ano anterior. Mas antes mesmo do fim doano, as previses recuaram para 2%, ficando abaixo atmesmo do crescimento do PIB do Pas, estimado em 2,5%.
Ainda com base nas estimativas do SincusCom-SP e daFGV, a taxa de investimento do setor dever fechar o anoem 19,3% do PIB, e o emprego formal na construo deve-r aumentar 1% em relao a 2012.
Construir ficou mais caro em 2013. O custo da cons-truo civil, calculado pelo IBGE, apresentou aumento de
0,45% no Brasil, em novembro. Considerando o acumuladodos ltimos 12 meses, a variao foi de 0,08%.
Para o setor de mquinas e equipamentos para a cons-truo, no entanto, os resultados so bem mais animado-res. Estudo feito pela Sobratema indica que mais de 74,1mil mquinas novas entraram no mercado em 2013, o querepresenta um crescimento de 5% sobre 2012, quando fo-ram comercializadas 70,3 mil unidades.
Vrios fatores contriburam para esse cenrio de incerte-
zas, tais como a queda dos investimentos do setor pblicopara a infraestrutura. Vrias obras do PAC patinaram em2013, apresentando baixo nvel de execuo. Das 42 maio-res obras citadas no primeiro balano do PAC, ao final de2007, apenas metade entrou em operao at hoje pelapreviso inicial, a esta altura, seriam 40 obras.
A suspenso de vrias obras rodovirias do Dnit (Depar-tamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tam-bm impactou o mercado. De um total de 1.153 contratosexistentes, 167 (ou 14%) esto paralisados hoje.
Em compensao, foi mantido o ritmo de contrataode moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida, o quedeu flego ao setor. Na segunda etapa do programa, maisde 1,9 milho de unidades foram contratadas de 2011 atagosto deste ano. Segundo o 8 Balano da segunda fasedo PAC 2, o programa alcanou 77% da meta, com 2,9 mi-lhes de moradias contratadas em todo Pas.
Um bom alento veio, tambm, da indstria do petrleoe gs. De acordo com o BNDES, os investimentos do setorno Brasil podem chegar a R$ 378 bilhes nos prximos trs
anos compreendendo explorao, produo, refino, trans-portes, gs e energia.
Tantas incertezas, com surtos de forte demanda alterna-dos por perodos de desaquecimentos do mercado, pode-riam ser evitadas se o setor no sofresse tanto as conse-quncias da inrcia e da falta de planejamento dos rgosgovernamentais, na implantao de programas de desen-volvimento para o pas. O Brasil necessita de quase US$ 2trilhes em investimentos para pr em ordem os serviospblicos nos prximos 30 anos. Isto significa muito traba-
lho pela frente, com competncia e seriedade, gerando em-pregos, renda e desenvolvimento para o Pas. Mas tem queter planejamento. Como costuma dizer o ex-presidente doInstituto de Engenharia, Aluzio de Barros Fagundes, Enge-nharia no commodity. Planejar preciso!
Paulo Oscar Auler NetoVice-presidente da Sobratema
Engenharia no commodity
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Viva o Progresso.
The Group
Liebherr Brasil Guindastese Mquinas Operatrizes Ltda.
Rua Dr. Hans Liebherr, no.1 - Vila BelaCEP 12522-635 Guaratinguet, SPTel.: (012) 31 28 42 42E-mail: [email protected]
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6 / Grandes Construes
JOGO RPIDO JOGO RPIDO
6 / Grandes Construes
ESPAO SOBRATEMA
BNDES FINANCIA ESTUDOS PARASANEAMENTO EM SERGIPE
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) aprovou
concesso de apoio de R$ 2 milhes Fundao Getlio Vargas (FGV) para
avaliar os meios e as competncias ao alcance do Estado de Sergipe para
o desenvolvimento de projetos de saneamento bsico em seu territrio, visando
universalizao do servio. A operao, no reembolsvel, foi contratada no
mbito do Fundo de Estruturao de Projetos (BNDES FEP) e contempla estudos de
viabilidade econmica, modelagem e implantao de possveis parcerias pblico-
privadas (PPPs), dentre outras opes. A metodologia a ser empregada pela FGV
abrange levantamento e anlise de informaes, diagnstico da situao atual,
definio do plano de metas e investimentos, discusso das opes de financiamento
e detalhamento das alternativas selecionadas pelo estado.
ARENA DA BAIXADA JCONCLUIU 83% DA OBRA
A Mills forneceu 19 torres de escoramento usadas para suportar as vigas
metlicas, com 200 m de comprimento, da cobertura da Arena da Baixada, no
Paran. O estdio est com 83% da reforma concluda, de acordo com o Clube
Atltico Paranaense, responsvel pelo empreendimento, e a entrega est prevista para o
final de dezembro.
A Mills est presente na obra desde o incio, com formas metlicas, andaimes tubulares,
escadas de acesso e escoramentos metlicos em Alumills, com o sistema Millsdeck, para
a execuo das arquibancadas. No total, foram colocados disposio da obra 400 t em
equipamentos, equipe com 20 montadores, um engenheiro e assistncia tcnica.
CERTIFICAOA Abendi (Associao Brasileira de Ensaios No
Destrutivos e Inspeo) e a Sobratema, por meio
do Instituto Opus, fecharam parceria para fornecer
rtificao aos profissionais que atuam no segmento de
mento e movimentao de cargas Rigger, Supervisor
de Rigging e Sinaleiro Amarrador.
MOBILIDADEverso exclusiva do Guia Sobratema de Equipamentos
013-2015 para tablets e smartphones, com sistemas
operacionais Android e iOS, possibilita acesso s
formaes de forma gil, em qualquer lugar e horrio.
aplicativo pode ser encontrado nas lojas Apple Store e
Google Play.
Informaes: http://www.guiasobratema.org.br/
M&T PEAS E SERVIOSA M&T Peas e Servios 2014 oferecer umaoportunidade mpar para mostrar a importncia e o
diferencial do setor de ps-venda na seleo de um
equipamento para construo e minerao. O evento
contecer entre 3 e 6 de junho de 2014, no Centro de
Exposies Imigrantes. Informaes:
http://www.mtps.org.br/
MERCADO DA CONSTRUOO evento estratgico Tendncias no Mercado da
Construo apresentou, em novembro, informaes
ditas sobre o segmento a cerca de 300 empresrios
e representantes de importantes entidades setoriaisresentes, e marcou o lanamento de trs publicaes
inditas da Sobratema. Informaes:
http://www.sobratema.org.br/tendencias/
AGENDA OPUSCursos em janeiro 2014
Data Curso Local
20-24 Rigger Sede da Sobratema
27-31 Supervisor de Rigging Sede da Sobratema
NOVO SITEGuia Sobratema de Equipamentos conta com um novo
site, que permite realizar, de forma gil, com poucos
liques, o comparativo entre modelos de uma mesma
lia de mquinas. O objetivo fornecer uma ferramenta
e consulta abrangente e tcnica, no qual o profissional
nsiga identificar e selecionar a melhor soluo para sua
obra. Homepage: http://www.guiasobratema.org.br/
NORMALIZAOatro novos manuais de normalizao de equipamentos
o sendo elaborados pela Sobratema: Minicarregadeira,
rator de Pneus, Carreta de Perfurao e Fresadora de
sfalto. Com isso, a entidade disponibiliza, ao total, 19
publicaes tcnicas para consulta em seu website:http://www.sobratema.org.br/Normalizacao
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8 / Grandes Construes
JOGO RPIDO
A JCB iniciou a fabricao do Rolo Compactador VM115, em sua planta
nacional, localizada na cidade de Sorocaba (SP). A nova mquina o primeiro
equipamento da linha de compactao produzido no Pas pela empresa, am-
pliando o portflio de produtos da JCB fabricados no territrio nacional. A fabricante,
entretanto, j vinha produzindo no Brasil as retroescavadeiras 3C e 4CX, as escavadei-ras hidrulicas JS 160 LC e JS 200 LC, os manipuladores telescpicos 535-125 HiViz e
540-170, e a p carregadeira 3CL.
A nova linha de montagem tem capacidade mxima para fabricao de at 60 mqui-
nas por ms e est totalmente equipada com o que h de mais novo para a produo
de equipamentos de compactao.
Principais caractersticas do Rolo Compactador VM115
Motor diesel JCB 444 TCA Turbo ps-resfriado com 125 HP.
Sistema vibratrio com duas amplitudes e frequncia para melhor ajuste de
compactao de terreno e massa asfltica.
Fcil acesso para os componentes do motor e sistema hidrulico ao nvel do solo. Sistema de trao dianteiro e traseiro equipado com freio de emergncia de
atuao automtica.
Depois de executadas as estacas para fundaes de portos e outras
obras de construo civil, necessrio quebrar sua parte superior,
deixando a ferragem intacta para que seja engastada na base queser colocada sobre essa pea. Esse trabalho comumente realizado de forma
manual, atravs de marteletes pneumticos. Atendendo a uma demanda
de mercado, a empresa Machbert acaba de lanar no Brasil o arrasador de
estacas da marca Mantovanibenne, que confere maior rapidez e preciso a esse
trabalho. O equipamento, em forma de colar, composto por cilindros que se
ajustam perfeitamente seo das estacas. Ele colocado em volta da estaca
e acionado hidraulicamente por uma escavadeira, degolando ou arrasando
a estrutura de concreto. A ruptura ou quebra da estaca se d por esmagamento
do concreto, com preservao das ferragens, evitando fissuras abaixo do nvel
de arrasamento.
MADE IN BRAZIL
ARRASADOR DE ESTACAS D NOVADINMICA AO SETOR DE FUNDAES
GERDAU E AOTUBODESENVOLVEM AOPARA O MERCADODE LEO E GS
A Gerdau, uma das
principais fornecedoras
de aos longos especiais
do mundo, em parceria com o
Grupo Aotubo, desenvolveu novos
produtos em ao para atender
demanda do segmento de leo e
gs. So barras redondas laminadas
e forjadas nas ligas SAE 4130
e SAE 8630, que foram criadas
especialmente para a produode equipamentos que bombeiam
o petrleo do poo, localizado no
fundo do mar, para as plataformas.
Fabricados em ao de alta
resistncia, esses produtos
suportam a exposio a condies
severas, atendendo s exigncias
da indstria offshore que segue
rigorosas normas tcnicas
internacionais. Alm disso,
contribuem para a elevao do
contedo nacional no mercado de
leo e gs.
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Dezembro2013/9
JOGO RPIDO
SOLUO PARARENOVAR A FROTA
A Confederao Nacional do Transporte (CNT) e
entidades do setor automotivo, da indstria metalr-
gica, entre outras, entregaram ao governo federal,
em 25 de novembro, uma proposta para renovar a frota
de veculos pesados no Brasil. Atualmente, cerca de 230
mil caminhes, com mais de 30 anos, circulam no Pas com
tecnologia ultrapassada, poluindo o meio ambiente e contri-
buindo para aumentar os acidentes e congestionamentos, j
que apresentam defeitos mecnicos com maior frequncia.
Os caminhoneiros autnomos representam 89% da frota
com mais de 30 anos e tm dificuldades para a aquisio
de um veculo novo. A expectativa da CNT e das outras
entidades que o governo disponibilize linhas de financia-
mento especiais, via BNDES, com mais facilidades de acesso
ao crdito. O texto, apresentado Casa Civil e ao Ministrio
do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, prope
que o caminhoneiro autnomo entregue o seu caminho de
mais de 30 anos a um centro de reciclagem, recebendo umcrdito tributrio de R$ 30 mil e uma certificao de que o
veculo foi destrudo. Com esse documento, ele adquire um
caminho novo em condies especiais de financiamento,
com juros baixos e prestaes mais atraentes. O cami-
nhoneiro autnomo pode ainda trocar o veculo por outro
caminho usado, com at 10 anos.
Se a proposta emplacar, a expectativa que em menos
10 anos a frota de caminhes nacional esteja renovada. O
governo federal ficou de analisar a proposta e apresentar
um cronograma de implantao do programa. www.dimibu.com.br
Telefone: (11) 2651.6719
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Dezembro2013/9
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10 / Grandes Construes
JOGO RPIDO
A Petrobras comemorou, no dia 8 de novembro, a
concluso das obras da plataforma P-58, do tipo FPSO,
que foi entregue no Estaleiro Honrio Bicalho, em RioGrande (RS), em cerimnia que contou com a presena da
presidente da Repblica, Dilma Rousseff.
Com capacidade para processar diariamente at 180 mil barris de
petrleo e 6 milhes de m de gs, a nova unidade ser interligada
a 15 poos produtores, do pr-sal e do ps-sal, e a nove poos
injetores dos campos de Baleia Franca, Cachalote, Jubarte, Baleia
Azul e Baleia An, por meio de 250 km de dutos flexveis e dois
manifolds submarinos de produo.
O escoamento de leo se dar atravs de navios aliviadores e o do
gs, atravs de gasoduto at a Unidade de Tratamento de Gs de
Cacimbas, no Municpio de Linhares (ES).
A P-58 ser instalada na Bacia de Campos, a cerca de 85 km
da costa do Esprito Santo, em guas com profundidade de
1.400 metros.
Caractersticas da P-58
Processamento de leo: 180 mil barris/dia
Tratamento de gs:6 milhes m3/dia
Contedo local: 60%
Tratamento de gua de injeo:58 mil m/diaCapacidade de gerao eltrica:100 MW
Profundidade de gua:1.400 m
Acomodaes:110 pessoas
Peso total da plataforma:63.300 t
A Petrobras anunciou que a partir do primeiro trimestre
de 2014, o Programa de Mobilizao da Indstria Na-
cional de Petrleo e Gs Natural (Prominp) vai retomar
a oferta de cursos de capacitao de mo de obra para atender
demanda da indstria fornecedora. O plano foi aprovado pela
Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis
(ANP), com um novo modelo, que contar com a participao
no processo das empresas fornecedoras de bens e servios. O
Prominp um programa do Ministrio de Minas e Energia.
Os processos de seleo sero conduzidos pelas prprias empresasfornecedoras de bens e servios do setor, de acordo com a dis-
ponibilidade de vagas, que sero anunciadas no site do Prominp
(www.prominp.com.br). Os fornecedores indicaro as categorias
profissionais que necessitam e tambm destinaro, junto com o
Prominp, recursos para qualificao dos trabalhadores.
A previso que, nesta nova fase do programa, sejam capaci-
tados mais 17 mil profissionais at 2017. Desde 2006, quando
comeou o trabalho de qualificao de pessoal, quase 100 mil
profissionais concluram os cursos.
Para o primeiro trimestre de 2014, est prevista a oferta de
vagas solicitadas por fornecedores de grandes empreendimen-tos da Petrobras. Entre eles, esto os estaleiros incumbidos da
construo de plataformas de produo, sondas de perfurao
e embarcaes de apoio, nas regies de Pernambuco, Esprito
Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, alm de
empresas que constroem o Complexo Petroqumico do Rio de
Janeiro (Comperj), em Itabora (RJ). Haver, tambm, qualifica-
o para tcnicos de operao e manuteno das plataformas
e sondas em produo, para as bacias de Campos, Esprito
Santo e Santos.
PETROBRAS CONCLUI OBRAS DA P-58 EM RIO GRANDE
MAIOR QUALIFICAOPARA A CADEIA DOPETRLEO E GS
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JOGO RPIDO
Comeou a funcionar a centralde concreto usinado do Parque
Olmpico e Paraolmpico do Rio
de Janeiro, que fornecer material para a
construo dos trs pavilhes esportivos
que integraro o Centro Olmpico de Trei-
namento (COT), o Centro Internacional
de Transmisso (IBC) e a infraestrutura
do local. A servio da Concessionria
Rio Mais, responsvel pelas obras, a
instalao tem capacidade de produzir65 m de concreto/hora, o que equivale
a oito caminhes betoneira.
A central suprir toda a demanda de
concreto da Rio Mais no Parque Olm-
pico, podendo alcanar o fornecimento
de mais de 305 mil m de concreto no
perodo. Trar ainda um ganho logs-
tico adicional, pois no ser precisodepender de fornecedores externos. A
produo interna de concreto tambm
assegura o controle de produo e o
cumprimento dos prazos.
Parte considervel das obras do Parque
Olmpico est sendo realizada pela
Concessionria Rio Mais, com coor-
denao da prefeitura, por meio da Em-presa Olmpica Municipal, da RioUrbe e
da Subsecretaria de Projetos Estratgi-
cos e Concesses de Servios Pblicos
e Parcerias Pblico-Privadas da Secreta-
ria Municipal da Casa Civil.
PARQUE OLMPICONO RIO INSTALACENTRAL PRPRIADE CONCRETO
BRPERI13.079
PontesobreoRioMBridge,NZeto,Angola
Cais Port Malabo, Port Malabo,
Guin Equatorial
Auto-estrada Marraquexe-Agadir,
Marraquexe, Marrocos
Solues em engenharia PERIPresente em grandes projetosde infraestrutura no Brasil e no mundo Formas
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www.peribrasil.com.br
Rio de Janeiro
Tel. +55 (21) 3269-5600
So Paulo
Tel. +55 (11) 4158-8188
Recife
Tel. +55 (81) 3455-8993
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12 / Grandes Construes
ENTREVISTA Entrevista com Mrcio Magalhes, Membro do Comit Executivo do Grupo Andrade Gutierrez
A fora do nmero 3Paixo, Excelncia e Desempenho Eco-
nmico formam a trade de valores defi-
nidos pelos trs amigos Gabriel Andrade,
Roberto Andrade e Flvio Gutierrez, que se
uniram h 65 anos para criar o que mais
tarde seria uma das maiores empresas do
Pas, a construtora Andrade Gutierrez.
Manter essa unidade e ao mesmo tem-
po crescer o desafio buscado todos os
dias, pelas trs geraes das famlias dos
fundadores, que dividem em partes iguais
o capital social da companhia e a respon-sabilidade de mant-la no topo. Cada fa-
mlia tem uma empresa ligada ao grupo.
As empresas So Miguel e So Estevo
so dos Andrade. E a SantAna, santa de
devoo de ngela, uma das acionistas,
representa a famlia Gutierrez.
Afora a mstica, o milagre da multipli-
cao da empresa tem como base uma
gesto fincada numa estrutura profissio-
nalizada. A empresa administrada por
um Conselho de Administrao, com-posto de nove conselheiros (trs repre-
sentantes de cada empresa scia), sendo
apoiado pelo Comit Executivo, formado
pela terceira gerao dos acionistas. Logo
em seguida est o board de executivos
que faz a gesto do dia a dia do grupo
(todos profissionais de mercado). Esse
board acompanha e orienta a aplicao
das decises do Conselho e do Comit
Executivo no cotidiano das empresas,
sendo responsvel por levar informaes
e relatar os resultados para os acionistas.
Se for necessrio, a instncia mxima da
empresa chamada a se manifestar.
Por sua disponibilidade mais perma-
nente e contato frequente com os execu-
tivos do grupo, os integrantes do Comit
Executivo (que hoje tambm conta com
dois profissionais de mercado) represen-
tam um canal de comunicao entre a
empresa e o Conselho de Administrao.
Mrcio Magalhes, executivo lapidado
Por Mariuza Rodrigues
"Executar determinadasobras chega a ser um
esforo sobre-humano. todo um modelo de
convvio que precisaser criado e dentro da
realidade do nosso pas."
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desde muito jovem pelas mos de Flvio
Gutierrez (um dos trs fundadores), um
dos integrantes do Comit. Ele assistiu
incrvel ascenso do grupo ao longo de
40 anos que, logicamente, tambm teve
os seus revezes.Numa entrevista de duas horas, ele
contou um pouco dessa trajetria, mes-
clando passagens sobre a empresa s de
sua prpria vida, num linguajar simples
e direto e, principalmente, cheio de pai-
xo. Vale a pena atentar para os con-
selhos de Magalhes, que ainda chama
de doutor cada um dos fundadores
Gabriel Andrade, Roberto Andrade e
Flvio Gutierrez e que no consegue
disfarar a admirao, o orgulho e a
emoo ao contar parte da histria do
Grupo AG, sob o seu ponto de vista.
Revista Grandes Construes Desde
quando o senhor trabalha na constru-
tora?
Mrcio Magalhes Eu entrei na em-
presa com uns 14 ou 15 anos. So cerca
de 40 anos de construtora. Isso para ns
uma cachaa, uma paixo. Tem um fun-
cionrio que fez at um museu em sua
casa, com peas da construtora, comoxcara, crach e muitas outras coisas. So
mais de 580 peas. Depois que ele saiu da
empresa, eu at achei que ele fosse mor-
rer. Trata-se de um apaixonado por isso
aqui. algo muito forte. Fazer parte des-
se grupo , de fato, fazer parte de uma
grande famlia.
GC Quando a empresa surgiu, o Bra-
sil era um pas bem diferente do que
hoje. No mesmo?
Mrcio Magalhes A empresa nas-
ceu a partir do encontro de dois amigos,
que se conheceram na faculdade, o Ga-
briel Andrade e o Flvio Gutierrez. O Ro-
berto Andrade, irmo de Gabriel, entrou
logo depois. Foi chamado por ser uns 10anos mais velho que o irmo e por ter,
consequentemente, mais experincia.
Hoje, o doutor Gabriel tem 87 anos.
O doutor Roberto teria uns 97 anos.
J o doutor Flvio morreu muito novo,
com apenas 57 anos. Eu fui muito pr-
ximo dele. Nossas famlias eram vizinhas
de muro. Eu e o Roberto Gutierrez, seu
filho, fomos criados praticamente juntos.
O primeiro escritrio da empresa foi na
garagem do pai dele. O doutor Flvio
era um ser humano raro. Acredito que a
cada milho de pessoas, nasa apenas
um como ele. Ou a cada 100 milhes.
Ele tinha a garra de fazer as coisas. Wan-
dick de Lima, o funcionrio nmero um
da empresa, que teve a primeira carteira
assinada pela Andrade Gutierrez, come-
ou a trabalhar aqui ainda menino. Ele,
praticamente, trabalhava raspando ca-
amba de caminho. Era analfabeto, mas
chegou a superintendente de terraplana-
gem da AG. Foi o brao direito de FlvioGutierrez. Os dois se gostavam muito.
GC Esse tipo de perfil empresarial
ainda encontra lugar no mundo de
hoje?
Mrcio Magalhes O Brasil passou
por uma grande transformao e ainda
temos muito que mudar. Mas a esco-
lha por um tipo de comportamento. O
prprio Wandick chegou l, descalo, 65
anos atrs. Mas foi sempre de uma dedi-
Os segredos do sucesso daAndrade Gutierrez, pela voz deMrcio Magalhes, que acompanhoua saga dos fundadores e a trajetriaascendente da construtora
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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14 / Grandes Construes
ENTREVISTA
X Trator-smbolo da companhia
est exposto na sede da empresa
em Belo Horizonte
cao e de um respeito enormes. Hoje,
o grande desafio nosso exatamente
esse: saber como tratar de gente. Temque saber tratar as pessoas, ficar amigo.
Foi esse sentimento que criou um bom
ambiente dentro da empresa. A gente,
hoje, faz de tudo para trazer isso at os
dias atuais.
GC Ao visitar um empreendimento
como as usinas de Santo Antonio e Ji-
rau, ou uma arena, ou do telefrico,
possvel imaginar a dificuldade que
coordenar o trabalho de mil ou cincomil trabalhadores, alocados em um s
lugar. Como seria, ento, algo como
Belo Monte, em que esto previstos 30
mil trabalhadores?
Mrcio Magalhes Executar deter-
minadas obras chega a ser um esforo
sobre-humano. Porque no se trata s
de equipamentos, tecnologia, salrio de
funcionrios. todo um modelo de con-
vvio que precisa ser criado e dentro da
realidade do nosso Pas. uma operao
envolvendo operrios, muitas vezes, seminstruo ou qualificao, e muitos ou-
tros problemas.
A Andrade Gutierrez, sem dvida, faz
parte da histria do Brasil, porque este-
ve presente em muitas de suas principais
obras. E isso que interessante, em es-
pecial quando o doutor Gabriel fala,
numa entrevista recente, do amor pelas
pessoas. o amor que faz, no tem ou-
tra maneira. Por exemplo, o doutor
Flvio presenteava cada filha de funcio-nria que casava com o vestido de noiva.
Na poca, era a coisa mais importante
para essas moas. Mas ele no s com-
prava o vestido como tambm ia l, pes-
soalmente, participar do casamento.
GC A empresa tem uma histria
com fatos bem marcantes, no ?
Mrcio Magalhes Sem dvida. O
primeiro trator da nossa empresa, co-
nhecido como Soberano, que est l na
sede at hoje, um exemplo da trajet-
ria da AG. Quando fomos fazer a BR-3,
a rodovia Belo Horizonte-Rio, ele sofreu
um acidente e ficou totalmente soterra-
do. Era a nica mquina da empresa, na
poca. Coincidentemente, o doutor
Flvio estava chegando justamente nahora do acidente com o Soberano. Ele
pulou para cima da mquina e comeou
a tirar a terra com as mos. A, ao ver esse
exemplo, os operrios fizeram o mesmo
e comearam a tirar a terra que estava
sobre a mquina. Em quatro ou cinco ho-
ras, o Soberano j tinha sido resgatado.
Exemplos, como este, so muito fortes.
GC E esses exemplos continuam
tendo significado ainda hoje?Mrcio Magalhes Mesmo hoje. Ali-
s, esse o nosso grande desafio. Sabe
quantas pessoas ns formamos em Belo
Monte at agora? Cerca de 6.500 pes-
soas. Muitas delas nem sabiam escrever.
Tornaram-se operadores de mquinas,
carpinteiros e muito mais. Em Santo An-
tnio, ns formamos mais de 20 mil pes-
soas. Sempre vai ter a pessoa dentro do
nosso negcio. Naquela poca, fazamos
isso sem pensar muito, porque precisva-
mos de gente. E hoje esta necessidade
ainda maior. A nossa viso sempre foi a de
valorizar o nosso time, a nossa famlia AG.
GC At hoje a questo da mo de
obra ainda est para ser resolvida.
Mrcio Magalhes Quando o dou-tor Flvio, o doutor Gabriel e doutor
Roberto comearam esse negcio, eles fa-
ziam isso (esse relacionamento) na prtica.
Era algo natural. No era algo estudado
para ser assim. Esse sentimento perma-
neceu na empresa por causa daquele tipo
de experincia que a gente viveu junto
no campo, no canteiro. uma experin-
cia muito forte, porque um momento
de muito sacrifcio. E isso vai passando e
ficando nos poros. Cada pessoa precisaentender isso, para estar dentro do con-
texto de uma obra, de um projeto e poder
ajudar. preciso conhecer o que a outra
pessoa est tentando dizer. Hoje, as coisas
esto mudando. As pessoas querem falar.
Pedem a palavra, do sua opinio. Por
qu? Seno, ela nem fica naquela empre-
sa, naquele trabalho. E a questo no a
de ser jovem ou velho. Se formos olhar a
cultura do Japo, por exemplo, os orientais
no ficam velhos, ficam sbios. A pessoa
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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Dezembro 2013 / 15
S Belo Monte, o desafio do sculo 21
mais velha da famlia a mais respeitada.
Todos querem saber sua opinio, antes
de tomar uma deciso. No porque seja
mais inteligente, no. porque ela viveu
mais, sofreu mais. Essa viso muito forte
no Grupo AG.
GC So boas lembranas que refle-
tem um ambiente familiar.
Mrcio Magalhes O doutor
Flvio chegava ao campo e dizia para o
supervisor: como que se chama aque-
le operador que est no moto scraper.
Se o supervisor no soubesse, ele dizia
qualquer nome, Antnio, por exem-
plo. Ento o doutor Flvio ia sozinho
at a pista e perguntava para o mesmo
operador, que respondia Raimundo.Ento, ele voltava para o supervisor e
dizia: Raimundo fala para ele o seu
nome, o nome da sua mulher, quantos
filhos voc tem. Depois disso, o super-
visor nunca deixaria de saber o nome do
operador. Eu aprendi isso tambm. Mas
como a empresa foi crescendo muito e
no dava mais para guardar nome de
todo mundo, eu cheguei ao cmulo de
anotar esses nomes num caderninho, e
depois adicionava no laptop. O doutor
Flvio chegava ao ponto de dizer: oi Jos,
como vai? E a dona Maria? O joelho dela
melhorou? As pessoas ficavam assim
espantadas, e pensavam: nossa, essecamarada realmente diferente. Este
um grande aprendizado.
GC Como pode ser isso numa com-
panhia global, como AG, presente em
tantos pases e obras?
Mrcio Magalhes Claro, eu acho
que as coisas vo mudando. Afinal, o
grupo tem 250 mil funcionrios. mais
difcil conseguir essa proximidade. Mas
hoje tambm temos a tecnologia. aquela histria do Pequeno Prncipe: tu
te tornas eternamente responsvel por
tudo aquilo que tu cativas. A ausncia
no medida pela distncia. Voc pode
estar ausente e estar muito presente,
pois contamos com telefone, internet,
etc. Tudo o que no tnhamos no passa-
do. Ento esse um dos segredos para o
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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16 / Grandes Construes
ENTREVISTA
sucesso da empresa hoje.
Eu respeito muito o empresrio. Prin-cipalmente, em pases que ainda esto
se desenvolvendo, como no Brasil. Ser
um empreendedor um destino. ser
diferente de um empregado. Ele tem
aquela fora pessoal. As empresas vo
crescendo, vm as novas geraes,
etc. No caso do funcionrio, a coisa
diferente. O bom funcionrio, para ter
sucesso, tem que ir disposto a ser de-
mitido todo dia. Isso no quer dizer que
ele deva ser insubordinado, no. queele deve dar para a empresa o que de
melhor tem. Que , justamente, falar.
assim que as pessoas crescem. Por que
voc vai ficar guardando algo com o
que no concorda? Voc tem o direito
de no concordar. Isso no precisa ser
feito de maneira mal educada, sem res-
peito hierarquia. O que importa a
sua atitude diante daquele fato.
GC O que muda com a entrada da
gerao internet nas empresas?Mrcio Magalhes Os jovens tra-
zem uma nova viso de mundo, uma
postura totalmente diferente de enxer-
gar e de enfrentar os problemas, e com
conhecimento. Eu acho essa nova ge-
rao fantstica. Ns estamos com um
programa intenso de atrao de novos
talentos, um programa de trainee, que
um sucesso extraordinrio. Criamos um
sistema em que a gente (a alta gesto)
divide a orientao desses trainees. Cadaum de ns o tutor de um deles. uma
coisa muito boa.
GC So engenheiros? O que se bus-
ca nesses profissionais?
Mrcio Magalhes So de todas as
carreiras e origens. Tem gente da Blgi-
ca, da Alemanha, dos Estados Unidos,
da frica. O que se busca gente com
conhecimento de mundo. Uma empresa
para ser global precisa ter pessoas glo-
bais. Todos ns temos que repensar os
nossos procedimentos. Eu por exemplo,
errei muito com os meus filhos, mas
deu tempo de consertar. Antigamente,
a gente criava o filho com rigidez, por-
que no tinha outro jeito. As crianas
nascem com vontade, mas a gente vai
falando no, no. E a quando vem o
problema, a gente se pergunta: o que que aconteceu? que a gente no deu
autoconfiana a eles. A autoconfiana
a coisa mais importante que um pai
pode deixar de herana para o filho. O
jovem tem que se achar capaz de tudo. E
importante que a gente observe isso.
um dos motivos para que uma empresa,
nascida nas montanhas de Minas Gerais,
possa ter chegado onde ela est hoje.
GC Mas as grandes obras do Brasil
no esto em So Paulo ou Rio de Ja-
neiro. Esto l na Amaznia, em luga-
res isolados.
Mrcio Magalhes O maior desafio
na Amaznia foi feito por ns. A An-
drade Gutierrez fez a Rodovia Manaus-
-Porto Velho, uma estrada de 800 km,
30 anos atrs, no meio do alagado da
Amaznia. Tinha que fazer aterro, pas-
sar a terra por um forno para secar. Ti-
nha uma funo que era um cara que
ficava em cima de uma rvore para
alertar sobre a chegada da chuva. L
embaixo, a gente corria e colocava um
plstico sobre a estrada para conseguir
secar. Tinha de tudo, mosquito, cobra,
jacar... A Transamaznica foi um desa-
fio to grande, por causa do eixo onde
foi construdo, que era algo impressio-
nante. Agora, imagine isso hoje.Depois fomos fazer o gasoduto Ma-
naus-Coari. Pegamos um trecho de 200
km praticamente dentro dgua. Foi um
negcio de louco. A empresa no que-
brou ali porque uma empresa muito
slida. Houve um erro do prprio pro-
jeto. Esqueceram de que naquela poca
os Andes estavam degelando. Para se ter
uma ideia, onde estava escrito que era
seco, estava com 17 m de gua.
GC - A empresa j atuou em vrios
pases com srios problemas polticos.
Como foi isso?
Mrcio Magalhes J fizemos obras
em Moambique e na Lbia. Quando
estourou a guerra na Lbia, tinha gente
nossa l. Para ter essa logstica, preciso
dededicao e respeito. Se voc chegar
frica, dependendo do lugar, cumpri-
mentar algum da maneira como se faz
aqui, o cara te mata. Quando ns fo-
X Doutor Gabriel Andrade, o nico dos
fundadores vivo uma vida inteira dedicada aos
mesmos propsitos: trabalho, desenvolvimento e
unidade com seus colaboradores
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18 / Grandes Construes
ENTREVISTA
mos para Manaus, tambm foi uma luta.
Os costumes so outros. Por isso a gen-
te tem muito respeito quando vai para
outro lugar. Na Amaznia, falvamos a
mesma lngua. No Vietnam, onde se al-
moa uma baratinha seca, voc vai l
e tem at que experimentar.
GC Quais so as obras principais bra-
sileiras nas quais a Andrade participou?
Mrcio Magalhes Ns sempre par-
ticipamos das grandes obras. Por exem-
plo, Itaipu, Manaus-Porto Velho, usina
nuclear de Angra dos Reis, um nmero
muito grande de estradas, como a Rio-
-Santos, que desce para o Guaruj. Sem-
pre foi assim. Antigamente, havia uma
espcie de reserva de mercado. Hojeno, hoje tem um atestado que compro-
va a sua experincia para fazer aquilo. Foi
assim na hidreltrica de Itaipu. A gente
entrou para o segmento de hidreltricas
depois de fazer uma pequena barragem,
para a Petrobrs, em Betim. Ento a gen-
te estava no lugar certo e na hora certa.
GC A construtora cresceu junto
com o Pas.
Mrcio Magalhes S que ns noficamos parados esperando o crescimen-
to do nosso Pas. Essa uma diferena
prpria das grandes empresas. Ns assu-
mimos desafios, fomos buscar as opor-
tunidades em outros mercados. Por isso
hoje a empresa mundial. E tem em-
presas mundiais que tambm vm para
o Brasil. muito difcil uma empresa vir
sozinha para c. Ela tem de procurar al-
gum aqui dentro para contar com sua
experincia. A gente tambm faz isso em
outros pases, para no corrermos todos
os riscos sozinhos.
GC E hoje o Brasil est mais para o
risco ou para a oportunidade?
Mrcio Magalhes Eu acho que o
Brasil est mais para a oportunidade. Mas
no tem oportunidade sem risco. O queh so oportunidades com mais risco, ou
com menos risco. Isso vai depender da sua
participao, do seu conhecimento. Eu
costumo dizer que todo negcio bom
e ruim. O que faz a diferena o tanto
que se entende do seu negcio. preci-
so ter uma equipe preparada para que
se consiga enxergar o problema e que se
consiga consert-lo a tempo. O problema
algo que voc no est entendendo. Na
hora em que se achar a soluo, aquilodeixa de ser problema.
GC Mas para uma construtora,
quais so os principais focos que po-
dem dar problema?
Mrcio Magalhes So vrios. Para
poder fazer uma obra, voc recebe um
projeto. Primeiro tem de verificar se o
projeto adequado e qual a sua res-
ponsabilidade na hora de construir. Se o
projeto estiver errado, tem de recalcular.
Ento tem de ter gente competente. Tem
de ter caixa. Se voc no tiver um caixa,
voc quebra. Pode ter patrimnio, mas
se voc no tem como pagar, e atrasar o
pagamento, voc quebra. Este um ne-
gcio muito amplo, so vrias as possibi-
lidades. Por exemplo, se fizer um preo
errado, se perder dinheiro sistematica-
mente. um contexto enorme. As possi-
bilidades de se perder dinheiro so muito
maiores do que as de ganhar.
GC Olhando hoje, quais so as
obras e as oportunidades que se pode
vislumbrar no Brasil?
Mrcio Magalhes Temos muito
que fazer no Nordeste. Por exemplo, ro-
dovias. O que est funcionando no Brasil
so as estradas concessionadas. Ento
esta uma oportunidade. Elas tm deser concessionadas um dia. que a ma-
S Manaus-Porto Velho, experincia na selva abriu novas oportunidades para a construtora em outros pases
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www.oempreiteiro.com.br19Dezembro 2013 / 19
neira de se concessionar uma estrada
de pouco trfego tem de ser diferente
da que tem muito trfego. Fazer a con-
cesso de uma Rodovia Dutra fcil. A
equao fecha. A tem um cara que fala
aqui o pedgio vai ser R$ 5,20. O merca-
do diz: no quero. Olha que ns temos
a maior empresa de concesso do Brasil,
a CCR. Tem de entender profundamente
do seu negcio.
GC So muitas as oportunidades
para uma empresa diversificada?
Mrcio Magalhes Tem a oportuni-
dade agora do pr-sal, que sem dvida
um grande desafio. Estamos falando de
7 mil metros de profundidade, abaixo do
nvel do mar. um negcio complicado.Mas a Petrobras uma empresa de porte.
Vai dar certo, pois precisa de condies
para poder fazer. Tudo d para fazer,
mas tem de ter muita parcimnia, muita
informao. Hoje a Andrade Gutierrez
um grupo enormemente diversificado.
Quando um setor est ruim, tem outro
para ajudar. Quando se tem um neg-
cio s, a chance de quebrar maior. Ns
estamos com empresa de concesses,
a terceira maior do mundo, com capa-
cidade espetacular. Hoje ns estamos
atuando na gesto hospitalar, atravs de
uma empresa chamada Logimed, que
focada em hospitais, pois percebemos a
necessidade que eles tm no que toca
parte relacionada a compras, negocia-
o, logstica. Tambm estamos na rea
de call center, com uma das maiores
empresas do Brasil. Tudo isso nasceu do
aprendizado da construtora.
GC Ento esses negcios so filho-
tes concebidos dentro da construtora?
Mrcio Magalhes Uma empre-
sa que tem estrutura, que tem equipe,
pode alar outros voos. por isso que
contratamos trainees de qualquer profis-
so. A nossa necessidade no por en-
genheiro, por um bom profissional que
possa ser preparado. No meu caso, por
exemplo, eu tenho trinta e poucos anos
de formao em engenharia. Desse tem-
po, talvez eu tenha exercido a funo de
engenheiro apenas uns cinco anos. De-
pois voc passa a ser um administrador,
um solucionador de problemas. isso
que importa.
GC - Ento essa falta de engenheiros
da qual se fala, no bem assim?
Mrcio Magalhaes Esto faltando
em casos especficos. A construtora tem
processo de recrutamento para todas asfases de construo. Ns temos um pro-
cesso de desenvolvimento muito forte.
Aqui ningum faz as coisas sem pensar.
So diversos processos de gesto e todo
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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20 / Grandes Construes
ENTREVISTA
mundo fica sabendo o que para ser fei-
to. Nosso negcio depende das pessoas,
do ser humano. Ns temos hoje uma
preocupao muito grande, que a de
fazer gente, formar pessoas.
Nosso programa de trainee foi limita-
do para a 25 profissionais no ano. No
queremos aumentar de jeito nenhum,
porque ns vamos perder em qualidade.
O comando da empresa se envolve direta-
mente com o treinamento dessas pessoas
por cerca de um ano. Eles conhecem to-
das as reas da companhia e tambm vo
conhecer as obras. No s no Brasil, mas
em outros pases tambm. A empresa
tem essa disponibilidade para investir em
profissionais. Recebemos 98 mil acessos
pelo site. Desses, 37 mil se inscreverame escolhemos apenas 25. No quer dizer
que a gente no erre. Mas a dedicao
muito grande. Tudo aqui tem um sis-
tema, um processo. Cada empresa tem
sua tecnologia, mas o importante o seu
sistema de acompanhamento.
GC H uma crtica de que o setor
ainda muito atrasado.
Mrcio Magalhes Eu no acho
que o setor seja atrasado. Eu acho que
tem um baixo nvel de cultura. Eu j tive
servente, armador, carpinteiro que se
formaram em engenharia, porque tive-
ram oportunidade. Voc no precisa ter
medo do crescimento da pessoa. A gen-
te tem de ir formando gente. Porque isso
uma cadeia, uma consequncia natu-
ral. Com tudo o que eu j passei, eu faria
tudo outra vez, no trocava nada. Nem
o fato de abrir mo de algumas coisas.
Esse o comportamento que aprendi
com o Flvio Gutierrez.
Eu lembro mais dele do que do meu
pai. uma relao muito forte. Eu seria
capaz at de morrer por ele. Tem um
episdio que mostra bem como ele era:
quando o meu sogro morreu, eu estava
no interior da Bahia tomando conta de
quatro obras. Levaram umas oito horas
para me encontrarem e para eu chegar
ao Aeroporto de Petrolina, em Pernam-
buco. Porque naquela poca no tinha
rdio, nada disso. Na hora que eu che-
guei ao avio, estava l o doutor Ro-
berto, filho do Flvio Gutierrez, o dono
da empresa. Ele no precisava ter man-
dado um avio me buscar e o seu filho
no precisava estar l. Eu fiquei at meio
constrangido. Mas ele me respondeu: o
que isso rapaz, nessa hora que agente tem de estar junto. A empresa
muito diferente nas atitudes. Por isso
eu faria tudo outra vez. E isso passou de
gerao para gerao.
GC Esse um fator determinante
para que a empresa seja o que hoje?
Mrcio Magalhes So 65 anos
de uma trajetria. Tem uma cultura
por trs disso, que est l definida nos
12 princpios da empresa. Se a pessoa
adotar isso, sempre que for tomar deci-
so, vai acertar. Veja a estrutura que foi
montada em obras como a das usinas
de Santo Antnio e de Belo Monte. Esta
ltima uma obra fabulosa. So cerca
de 30 mil homens confinados no meio
no nada. So 28 bois abatidos para 70
mil refeies por dia. Tudo tem que ser
muito planejado. Logisticamente, um
negcio monstruoso. Ns fazemos nos-
so papel, o governo sabe disso. O Pas
est crescendo e precisa se desenvolver.
Mas pode contar com a gente.
GC O Pas tem condies de aten-
der a esse volume de obras previstas?
Mrcio Magalhes A nossa enge-
nharia top. Ns fazemos tudo. Pode
ter diferenas de metodologias, algumas
coisas mais adiantadas em determinados
lugares. S isso.
GC Quais os projetos de destaque
da empresa hoje?
Mrcio Magalhes Ns estamos
fazendo uma usina nuclear, Angra 3. A
gente acabou de assinar um contrato
com a Vale, o projeto S11D, em Carajs,
que vai dobrar a capacidade de minrio
do Brasil. Foi uma concorrncia interna-cional e ns ganhamos. o maior con-
trato do mundo com um cliente privado.
Estamos em diversos lugares do globo. E
o mais importante, somos uma empresa
genuinamente brasileira.
GC possvel solucionar a defici-
ncia da infraestrutura brasileira.
Mrcio Magalhes A soluo se
cria de acordo com a necessidade. As
companhias brasileiras esto num pon-to muito bom. O negcio do pr-sal,
grandioso. Mas um negcio difcil, por-
que exige muita tecnologia. A Petrobras
cresceu muito, depois de Getlio Vargas,
e tem uma tecnologia de guas profun-
das que fantstica. Ento como que
a gente no consegue fazer uma estrada
at Amaznia? Hoje a Amaznia tem co-
nexo por terra com os pases vizinhos
e no tem com o resto do Brasil. Como
pode isso? Isso tem que ser pensado.
AG em Carajs, da Vale: contrataes passam de R$ 2 biA diviso AG Private, da Andrade Gutierrez, e a Vale assinaram, em setembro, o terceiro contrato de prestao de servios
para as obras do Projeto S11D, em Carajs, no Par. Essa considerada a maior do mundo, no setor. Com o novo contrato
de R$ 835 milhes, j chega a R$ 2,3 bilhes o montante de servios contratados pela mineradora com construtora. Os trs
contratos envolvem a construo de dois ramais ferrovirios de 50 km e uma usina de beneficiamento capaz de processar 90
milhes t/ano de minrio de ferro. O prazo de entrega 2018.
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CASE. UMA MARCA DE PESO.www.casece.com.br
PARA A CASE,A GRANDEZA DE UMA EMPRESA
DO TAMANHO DA SUA
CONTRIBUIO PARA O MUNDO.PARABNS, ANDRADE GUTIERREZ,
PELOS SEUS 65 ANOS.
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
22 / Grandes Construes
A Andrade Gutierrez completa 65 anos de importante participao na construoda infraestrutura brasileira, com vigor gerencial e sade financeira invejveis,
buscando agora consolidar sua atuao em novos mercados no exterior
HISTRIA DE SUCESSONO BRASIL E NO MUNDO
A Andrade Guierrez um grupo com presena global eoperaes e aividades comerciais em 44 pases da AmricaLaina, Europa, frica, sia e Oriene Mdio. Seu fauramen-o alcanou em 2012, limo balano divulgado, a casa dosR$ 16,829 bilhes 3,4% acima de 2011, alm de uma re-ceia lquida de R$ 13,980 bilhes e EBITDA de R$ 2,508bilhes. Esses resulados abrangem os conraos globais deengenharia e consruo e operaes no campo das conces-ses, elecomunicaes, energia, logsica de sade e sanea-meno. Na rea de consruo, a empresa lidera diversos dosmais imporanes empreendimenos em execuo, como ahidrelrica de Belo Mone e a usina nuclear Angra 3.
Essas informaes so de fao impressionanes. Mas noso suficienes para explicar como o sonho caboclo de rsmineiros ornou-se uma realidade alicerada por valores i-cos e uma filosofia de rabalho que, agora, espalha-se pelomundo. Para enender a rajeria da Andrade Guierrez preciso olhar para o Brasil de onem e de hoje. As duas his-rias so indivisveis.
Fundada em dois de seembro de 1948, a empresa fruodo sonho de rs jovens esudanes de engenharia da poca os irmos Gabriel e Robero Andrade e o amigo Flvio Gu-ierrez, que sem emer o amanho do desafio, arregaaram amangas e pariram para consruir uma empresa moderna em
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Dezembro2013/23
W Da esquerda para a direita: Gabriel Andrade, Flvio Gutierrez e Roberto
Andrade: os fundadores da AG ao lado do trator Soberano, smbolo da
trajetria vitoriosa da empresa
um pas arasado. Os rs queriam emergir do Brasil Ve-lho para o Brasil Novo. Robero e Flvio j so falecidos.
Mas sob a liderana de Gabriel Andrade os herdeiros,acionisas e funcionrios esforam-se para maner viva amesma chama.
Lcido, aos 86 anos de idade, Gabriel Andrade, um dosrs fundadores, lembra-se quando, aos 21 anos, raou osprimeiros passos do que viria a se ornar uma das maioresempresas do Pas no fuuro. O Brasil no inha inds-ria. O Plano Jopper insiuiu o Fundo Rodovirio Na-cional (FRN). Ns vimos que a consruo ia se ornaruma indsria. Procurei um colega que fosse amigo, ives-se dinheiro e disposio e convidei o Guierrez. Propusque comprssemos algumas mquinas para fazer esradas.Essa empresa comeou com o enusiasmo de dois esu-
danes de engenharia, e mais o irmo de um deles, queconribuiu com grande experincia, fazendo essa empre-sa que, me parece, um sucesso.
O Plano Jopper, a que Gabriel Andrade se refere, oDecreo no 8.463, de dezembro de 1945, publicado peloeno minisro do governo Gelio Vargas, Maurcio Jo-pper, da pasa de Viao e Obras Pblicas. O decreocriou o Fundo Rodovirio Nacional (FRN) e reesru-urou o DNER (Deparameno Nacional de Esradas eRodagem), ornando-o responsvel pela execuo da po-lica rodoviria federal e pela aplicao dos recursos dofundo 40% para a Unio e 60% para os esados.
Sob a uela de Gelio Vargas, o Brasil iniciaria umciclo de fore desenvolvimeno da infraesruura, com aconsruo de hidrelricas e a criao da Perobrs. Asobras rodovirias ganharam fore impulso com a criaosimulnea dos Deparamenos de Esradas de Rodagem(DER), no mbio dos esados, com papel semelhane aodo DNER. Em 1948, os municpios ambm passaram aser beneficirios dos recursos do FRN. De 1948 a 1988os recursos do fundo, oriundos do imposo sobre a vendade combusveis e lubrificanes, permiiram ao governofederal financiar a consruo de rodovias, provocandouma expanso da malha pavimenada da ordem de 12%anuais, no perodo 1956-80.
Ns comeamos com a vanagem de conar com a er-raplenagem mecanizada, enquano os ouros rabalhavam mo, ... mo e a carroa de boi. No precisava ser mui-o ineligene para ganhar vanagem num ambiene des-se, afirma Gabriel Andrade. E logo chegou o Soberano(raor Caerpillar) que es l homenageado na sede daAndrade. Foi o primeiro raor de erraplenagem da em-presa, cona o fundador, com carinho.
A primeira obra realizada pela Andrade Guierrez, em1948, seria a canalizao da Rua Rio Grande do Nore,a cargo da prefeiura de Belo Horizone. A empresa dis-punha eno de uma mquina, um raorisa e dois aju-
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24 / Grandes Construes
ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
danes. Em seguida, surgiria a obra deurbanizao das vilas Salgado Filho eSo Francisco e, em 1949, a Vila In-necco. Os primeiros anos da empresaseriam marcados por compulsiva roi-na de rabalho. Noies, dias e feriadosse emendavam. Os scios s pensavamem acerar o seu modo de rabalho,melhorando-o a cada dia. Eles divi-diam-se nas diversas arefas: Flvio eGabriel ficavam na linha de frene dos
caneiros. Robero comandava a esra-gia do negcio, conando, na rea-guarda, com o conador Waler Melo.
O quinto elementoO quino elemeno imporane do
grupo era jusamene o raor Caer-pillar D-6, conhecido como Sobera-no, o primeiro equipameno adquiri-do pela empresa e que operou sozinhoao longo de rs anos. Em 1949, a An-
drade Guierrez j avanava em suaprimeira obra fora da capial mineira:o aeroporo de Bambu, em Minas Ge-rais. O rabalho era pequeno, mas fo-ram necessrios seis meses para movi-menar 104 mil m3 de erra.
O Guierrez insisiu para no sepor nome (na mquina) como TopaTudo, Peio de Ferro, Homem de Ao.Ele queria sempre que as mquinas i-vessem nomes delicados, porque se ooperador achar que a mquina muiofore, ele comea a meer ela na pedrae, assim, quebra a mquina, explicaGabriel Andrade. No a oa que o ra-or Caerpillar D-6 em um lugar espe-cial reservado na sede original da em-presa, em Belo Horizone (MG), ondepermanece exposo como um rofu,depois de ser aposenado com 62.751horas, em 25 anos de uso. Como ummio, o equipameno manm viva amemria da empresa.
Para enender a imporncia do ra-or em uma empresa como a Andra-de Guierrez, basa volar nos idos de1950, quando os equipamenos eramodos imporados. S a parir de 1960, que o Brasil passaria a er primeirosraores nacionais. O passo decisivopara a fabricao das primeiras mqui-
S Gutierrez ao lado do ento presidente Juscelino Kubitschek: empresa surgiu com nfase na mecanizao
T Angra 3, um dos grandes projetos nesta dcada a cargo da AG
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ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
26 / Grandes Construes
nas no Pas ocorreria com a fundiodo primeiro bloco de moor diesel pelaSofunge, em 1955. A eno, pairavao mio de que seria impossvel fun-dir bloco de moor em pas ropical,porque em funo das condies cli-
micas, eles rincariam. O Brasil deeno era eminenemene agrcola: dos70 milhes de habianes, 38 milheshabiavam nas reas rurais.
No vcuo da modernizaoEm Minas Gerais, o lema do eno
governador Juscelino Kubischek eraenergia e ranspore. O binmio si-nalizava o que viria pela frene. Nesseperodo, a consruora assume a res-ponsabilidade ambm pelo recho
chamado Lagoa Grande, aual Lagoados Ingleses. A obra da BR-3 foi viabi-lizada pelo consrcio com a consruo-ra Alcino Vieira e consisiu na aberurade 12 km, o que para poca, e para o a-manho da Andrade Guierrez, era umdesafio fabuloso.
Com a BR-3, a empresa enrou de-finiivamene para o seleo mercadode obras federais. A consolidao vi-ria com a conquisa da obra da Rio--Bahia. Os desafios enfrenados eramindios, chuva consane e rnsio
inenso, represenando um marco parao amadurecimeno cnico da empresaque, j no incio de 1960, expandia suaauao por vrios esados. O modelosequencial de rabalho esava definido,garanindo grande velocidade: mona-
gem de acampameno, core, erraple-nagem e asfalo.
Enquano isso, o clima polico noPas esquenava. Em 1954, ocorre osuicdio de Gelio Vargas. Dois anosdepois, assume o novo presidene elei-o, Juscelino Kubischek, que marcariasua geso com seu perfil moderniza-dor. JK inicia, em 1956, o maior pro-jeo j viso na hisria do Brasil: aconsruo de Braslia, inaugurada em1960. So anos de grande desenvolvi-
meno em odos os seores, principal-mene nas reas indusrial e de rans-pore. O lema de JK, 50 anos em cinco,alavanca a consruo civil em odo oerririo nacional e as empresas or-ganizadas, como a Andrade Guierrez,aproveiam a boa mar.
So inmeras obras. Em vez deprocurar pessoas naquele ramo, ondeningum era o bom, porque a cons-ruo mecanizada era um ramo novono Brasil, ns procuramos pessoas queivessem boa ndole e muia vonade
de aprender, de progredir. Acho que ospees mesmo que invenaram isso:nhamos um personagem que era oMoia uma pessoa que ia aprenden-do com os ouros, mas os ouros nopodiam saber que esavam ensinando.
porque as pessoas s vezes no gos-am muio de ensinar, acham que oaprendiz pode ulrapass-lo. Eno, oMoia aprendia sem que o insruorsoubesse que esava ensinando, coni-nua Gabriel Andrade.
A empresa inha nascido na horacera, no lugar cero, inserindo-se de-finiivamene como um agene dessahisria. Mas para enfrenar os novosdesafios, os jovens fundadores sabiamque s conseguiriam avanar em am-
biene o agressivo se seus sonhos fos-sem ambm comparilhados por cadaum dos seus operrios. Esforaram-se,eno, para moiv-los a rabalhar comdedicao, agindo como se fossem osprprios donos do negcio, perseguin-do o melhor resulado. Para compor oime, oparam por conraar pessoasdisposas a aprender e fazer juno comeles. Adoaram como filosofia fazercom que odos se senissem pare doprojeo de consruo da empresa. Emrazo disso, escolheram gene engaja-
S Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, sede oficial do governo do Estado de Minas Gerais, um projeto com assinatura de Oscar Niemeyer
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da, compromeida e dedicada, um dosveores da companhia a hoje.
De 1948 a 1963, a consruora norecusou servio. Enrou em odas asconcorrncias pblicas lanadas noPas. Em janeiro de 1961, JK passa a
faixa presidencial a Jnio Quadros,ao mesmo empo em que a empresaimplana um sisema de conrole deracionalizao de odo o seu planeja-meno e das aividades operacionais.O objeivo era ober produividade.Passaram-se assim os primeiros 15anos de aividades da Andrade Gu-ierrez, alicerados no esprio empre-endedor de seus fundadores. Mais doque abrir esradas e aponar caminhos,eles queriam fazer pare da hi sria doPas. E conseguiram.
Expanso para So PauloNas dcadas de 1960 e 1970, a An-
drade Guierrez conquisa espao ereconhecimeno em So Paulo comobras como a do mer. Ela uma das
seis escolhidas para execuar a rodoviaCaselo Branco, primeira auoesradabrasileira , que se ornou um marco naengenharia rodoviria nacional. Dasprancheas dos projeisas salavam,alm de rodovias e pones, hidrelri-
cas como a Barragem de Ibir i, para aPerobrs, que abriria uma impor anebrecha para a compa nhia fora do seorrodovirio.
Ns pleieamos consruir usina hi-drelrica. No conseguimos, fomosdesprezados. O engenheiro hidrelri-co no se misura com o rodovirio. Aque a Perobrs foi fazer uma barragemna Refinaria Gabriel Passos (Regap).Ns conseguimos [o conrao] e, comisso, enramos para um seleo grupo deengenheiros que faziam barragem parahidrelricas. Ai ns paricipamos daconsruo de Iaipu, que seria a maiorhidrelrica brasileira orgulha-se oempreendedor.
A consruo da Iaipu Binacionalseria um dos primeiros grandes empre-
endimenos ocados pelo governo mi-liar, que alavancam uma srie de obrasde infraesruura, em momeno co-nhecido como Milagre Econmico. Oprojeo foi considerado um rabalho deHrcules pela revisa Popular Mecha-
nics, dos Esados Unidos. A empreia-da comeou em 1974, com a chegadadas primeiras mquinas ao caneiro deobras. Enre 1975 e 1978, mais de novemil moradias foram consrudas nasduas margens para abrigar os homensque auariam na obra. poca, Fozdo Iguau era uma cidade com apenasduas ruas asfaladas e cerca de 20 milhabianes. Em dez anos, a populaopassou para 101.447 habianes.
Aconece que as firmas mais pode-rosas fizeram um rabalho para que anossa proposa fosse recusada. Mas agene inha um documeno, provan-do a nossa capacidade para core empedra o boa quano a deles. O Ro-bero Andrade esava com medo dea gene ser rifado, e a a gene enrou
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28 / Grandes Construes
num avio com o Guierrez e fomosdescer l em Assuno, Paraguai. Go-zado que, andando na rua com o Gu-ierrez, uma pessoa nos cumprimen-ou na pora do hoel. Era o SebasioCamargo, que j esava l ambm. Ele
ficou o sem jeio que a chamou oGuierrez de Guierro. O RoberoAndrade que gosou e ficou uns diaschamando o Guierrez de Guierro.
Nos caneiros de obra, a primeira a-refa foi alerar o curso do Rio Paran,removendo 55 milhes de m3 de er-ra e rocha para escavar um desvio de 2km. No domnio da consruo civil,escavaes e obras civis, Iaipu aingiuum ndice de nacionalizao, de prai-camene 100%. Na rea de fabricao emonagem dos equipamenos, o ndice
de nacionalizao nunca foi inferior a85%. O oal de concreo despejadona barragem chegou a 12,3 milhes dem3, suficiene para concrear quarorodovias do pore da Transamaznica.
A primeira obra moderna que origi-nou a consruora foi um recho da es-rada Belo Horizone Rio, e foi um su-cesso. Depois eve a maior esrada quefoi Manaus-Poro Velho, uma esrada de
800 km, naqueles alagadios da Amaz-nia, e ouras esradas para o Sul e para oNordese, calcula Gabriel Andrade.
Durane o perodo do Milagre Eco-nmico, ainda que sob diadura miliar,o Produo Inerno Bruo (PIB) cresceu
a uma axa mdia de 10% ao ano e aconsruo civil, a 15%. A empresa am-pliou o nmero e o pore de suas obras.Firmou parcerias, a exemplo da Pero-bras. E enrou na floresa Amaznicapara mais um desafio: a consruo daBR-319, rodovia de ligao enre Ma-naus a Poro Velho.
A diversificao passou a ser a pala-vra de ordem: pones, barragens, me-r, refinarias, erminais marimos,hidrelricas e ferrovias passaram a serconsrudos. Em 1975, a Andrade Gu-
ierrez enrou na consruo da Ferro-via do Ao, conhecida como Ferroviados Mil Dias, ligando Belo Horizonea So Paulo e Barra Mansa. Ese seriaum dos limos projeos idealizadospelo governo miliar, mas realizado jna fase do governo civil de Jos Sarney.
Seu maior objeivo era faciliar oabasecimeno de minrio de ferropara as principais usinas siderrgicas
do Brasil a Cosipa (Companhia Si-derrgica Paulisa), em Cubao (SP),e a CSN (Companhia Siderrgica Na-cional), em Vola Redonda (RJ). A re-gio a ser aravessada pela ferrovia eraexremamene monanhosa. Muios
neis e viaduos iveram de ser cons-rudos. Mas, em meio crise policae econmica que se acirraria na ransi-o para os anos 1980, os recursos aca-baram e pare da ferrov ia j erminadaficou abandonada durane vrios anos.
Denre os diversos empreendimen-os de desaque da consruora doperodo eso a BR-116, ligando SoPaulo a Curiiba; a Usina Hidrelricade Salo Osrio; o projeo de irrigaodo Vale do Rio Moxo; o projeo deIrrigao Iiba Prpria; a Via Are-
rial Oese; o Complexo Indusrial dePoro de Trombeas; a Rodovia dosBandeiranes, em So Paulo; e a UsinaHidrelrica de Emborcao
A conquista do mercado externo
A dcada de 1980 foi marcada poruma nova ordem polica, com o mo-vimeno de redemocraizao do Pas.
S Aeroporto Ilha da Madeira, marco da trajetria europia
ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
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No mbio econmico, enreano, oBrasil mergulhava em um longo pro-cesso inflacionrio que obsruiria o-das as possibilidades de invesimenos.A Andrade Guierrez, como odas asempresas conemporneas do seor,
percebeu a necessidade de buscar al-ernaivas para coninuar sua rajeriade crescimeno. Essa foi a mola propul-sora de um plano arrojado: o AG 2000- o desafio da Renovao. Na prica,a companhia pariu para um inenso
processo de inernacionalizao, mes-mo sabendo que enfrenaria uma duracompeio com os grupos globaismais capializados.
O primeiro conrao inernacionalfoi firmado com o governo do Congo,
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ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
na frica, que eve como um dos epis-dios uma visia do minisro dos Trans-pores do Congo rodovia Manaus--Poro Velho. O primeiro desafio daempresa no exerior guarda semelhan-as com esse empreendimeno: 120
km ligando Epena-Impfondo-Dongou,nas floresas do pas africano. Desseoal, 26 km esavam siuados prai-camene denro de erreno alagadio.Prevaleceu a experincia de quem jhavia vencido a selva brasileira. A em-presa iniciaria as obras em 1984, com amonagem das duas vilas residenciais,com 700 brasileiros.
A primeira oporunidad e na Am -rica Laina surgiria em 1984, na Bol-via: um recho de 150 km da esradaChimor-Yapacani, para o Servicio
Nacional de Camios. Com o bomresulado alcanado na consruo darodovia, o caminho esava pavimen-ado para ouros empreendimenos.Depois foi a vez de oura rodovia,a Mendez-Morona, na froneira doEquador com o Peru. Na sequncia,vieram obras na Amrica Cenral ,como o Aeroporo Inernacional deNassau, nas Bahamas.
A gene seniu que conribuiu. Queno foi um simples explorador e apro-
veiador. Aproveiamos sim, as oporu-nidades saudveis. A gene inha essanoo de que esava abrindo caminhos
para a culura, para a civilizao, para ariqueza e formao de pessoas, diz ofundador da Andrade Guierrez.
Com a rpida expanso do braoinernacional, a companhia percebeua necessidade de organizar a gesonessa rea. Assim, em 1987, foi adqui-
rida a companhia poruguesa Zagope,de menor pore, mas basane con-ceiuada e especializada em obras de
are, pones e viaduos. Por meio daZagope e de consrcios com empre-sas francesas, espanholas e inglesas, aAG fincou def ini ivamene seu nomeno coninene europeu, sem perder ofoco no mercado brasileiro. Na Espa-nha, a Zagope execua a obra Tnel
e Galeria de Emergncia para a ObraPlaaforma do Corredor Nore-Noro-ese de Ala Velocidade.
ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
T Montagem de Forma de Suco da Casa de Fora da usina de Belo Monte
S Trainees AG, preparao dos futuros lderes
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ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
Na Arglia, na frica, por exemplo,a Zagope responsvel pelo ViaduoTransrhumel, na cidade de Consan-ine, considerada a mais imporaneobra de ranspore daquele pas. EmAngola , desacam-se as obras de infra-esruura, com obras de esradas e viasurbanas enre as provncias de Hula,Cubango 9 e Luanda. A expanso acompanhada por uma polica de in-vesimeno na conraao de mo de
obra local, para esimular a gerao derenda, principalmene em pases ca-renes da frica.
Na Amrica Laina, expande-se o n-mero de conraos. Um dos desaques a Siderrgica Nacional e do EsaleiroNor-Orienal para a PDV SA Naval, naVenezuela. No Peru, a companhia par-icipa, enre ouros projeos, do rechoda esrada San Alejandro-Neshuya e dasobras de infraesruura da mina Bayvar,localizada no vilarejo de mesmo nome,
no desero de Shechura. H ainda a Hi-drelrica de Las Placeas, na RepblicaDominicana, e os aeroporos de Quio eAngua, respecivamene no Equador eno Caribe.
Gabriel Andrade revela um segredodo xio da empresa: O sucesso danossa empresa muio se deve aos seusfuncionrios. O segredo es na convi-vncia, em conseg uir inspirar conf ian-a, fazer as pessoas se gosarem unsaos ouros, gosarem da companhia.
AG consolida vocao global.A parir de 1990, dissemina-se o
processo de globalizao da economia.
O Brasil vive novo ciclo polico, com a
eleio de Fernando Collor de Mello,
sucedido por Iamar Franco, e Fernan-
do Henrique Cardoso. O momeno
caracerizado pela aberura econmi-
ca, com o avano das privaizaes.A esabilidade da moeda, a parir de
1994, indica um novo cenrio para oPas. A Andrade Guierrez lana o planoAG 2000 - Plano de Modernizao, como objeivo de ampliar a compeiividadee consolidar seu perfil empreendedorno ambiene de negcios da poca. Operodo marca a diversificao do porf-lio de negcios da empresa.
Enre 1995 e 1996, elaborada a Es-ragia Corporaiva, que define focosde ineresse, parmeros de resulados ea organizao inerna para fazer freneaos desafios do mercado em consanemudana. nesse conexo que a An-drade Guierrez esabelece os pilaresque susenaria seu crescimeno fuuro:a companhia esabelece como veor deauao a rea de Engenharia e Cons-ruo, mas abre novas frenes passan-do a auar nos seores de Concesses eTelecomunicaes, cujas projees demercado eram animadoras.
Na rea de Engenharia, o avano acon-eceria por cona de projeos areladosao perleo e de obras de infraesruuracenradas. Ao mesmo empo, o grupo au-mena em muio sua paricipao em ou-ros pases da Amrica Laina e da frica,execuando projeos de infraesruura.
A primeira experincia de sucesso daAG Concesses foi por meio da CCR(Companhia de Concesses Rodovi-rias), em que enrou com parceirasesragicas, e que se ornou uma das
OS 12 SEGREDOS DAANDRADE GUTIERREZValores:Paixo, Excelncia eDesempenho Econmico
Princpios:
1. Dedique-se a Gente;
2. Seja Meritocrtico;
3. Tenha Esprito de Dono;
4. Pense Grande;
5. Busque o autodesenvolvimento;
6. Faa e Exija tudo Bem Feito e com
Qualidade;7. Trabalhe Duro;
8. Entenda profundamente seu Cliente etransforme isso em Valor;
9. Cultive Relacionamentos de Longo Prazo;
10. Cultive e Proteja nossa Reputao;
11. Lute incansavelmente porRentabilidade;
12. Defenda e Dissemine nossa Cultura,todos os dias, em todas suas aes.
T A partir do mercado europeu, construtora abriu novas frentes de atuao pelo mundo
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maiores conroladoras de rodovias sobconcesso, na Amrica Laina. A Pone
Rio-Nieri foi sua esreia nese nicho. AAG Concesses paricipa da adminisra-o de imporanes vias brasileiras, comoDura, Sisema Anhanguera/Bandeiran-es, Casello Branco e ouras.
Esse bem-sucedido modelo foi opono de parida para ouros invesi-menos. A AG Concesses enrou noseor de Saneameno por meio daDomin Holdings, ingressou comoacionisa da Companhia de Saneamen-o do Paran (Sanepar) e, mais arde,
na Waer Por, onde aua no sisema degua e esgoo no Poro de Sanos. Espresene na rea de Energia (Ligh) eem geso aeroporuria (CorporacinQuipor, responsvel pela geso doaual aeroporo e consruo do NovoAeroporo de Quio, no Equador).
Em paralelo, ouro fore brao de in-vesimeno ganhou corpo na AG, emdireo ao seor de elecomunicaes,quando foi esruurada a AG Telecom,em 1993. Em julho de 1998, a empresa
adquiriu, por meio do consrcio Te-lemar, do qual era lder, a Tele NoreLese, operadora de elefonia fixa em16 esados brasileiros, reconhecida na-cionalmene pela marca Oi.
No Brasil, a unidade Indusrial denegcios conquisou a primeira obra, aReduc (Refinaria Duque de Caxias), einiciou uma parceria de sucesso com aPerobras. Diversas obras foram soman-do-se ao porflio da empresa, comorechos do Rodoanel, a consruo do
poro da CSA (Companhia Siderrgica
do Alnico), o gasoduo Coari-Manause a execuo das usinas hidrelricas de
Simplcio (Rio Paraba do Sul) e de SoSalvador (Rio Tocanins).
J com os ps no sculo 21, o Brasi lsaboreia uma fase de bonana em suaeconomia. A demanda e o invesimen-o em infraesruura crescem, dandolugar a vrios empreendimenos. AAndrade Guierrez manm seu perf ilagressivo de crescimeno, inserindo-seem novos segmenos, como a logsicahospialar e o seor de defesa, conso-lidando-se na consruo brasileira e
inernacional.
Grande viradaDesde 2003, na fase conhecida como
A Grande Virada, a companhia pas-sou a aribuir maior imporncia paraa disseminao de seus valores, comouma forma de preparar a companhiapara as consequenes mudanas de es-ruura e expanso dos negcios. Pai-xo, Excelncia e Desempenho Econ-mico so elevados ao ulo de pilares
da companhia. Em paralelo, a empresareformula sua esruura organizacio-nal, esabelecendo novas unidades denegcios e ransferindo a sede de ges-o da consruora para So Paulo.
Anecipando a fore demanda por pro-fissionais que ocorreria no Pas, no incioda dcada, e seu papel compeiivo nomercado, a companhia cria a Direoriade Desenvolvimeno de Pessoas, voladaexclusivamene geso da carreira daequipe. So desenvolvidos programas e
projeos que aendem s necessidades de
evoluo de odos os profissionais, dosvrios nveis hierrquicos.
Numa oura pona de auao, em2006, criado o Fundo AG Angra, for-mado pelas empresas Andrade Guierreze Angra Parners, volado a financiamen-
os de infraesruura, um dos paricipan-es da empresa Sano Annio Energia,responsvel pela Usina Hidrelrica deSano Annio, em Rondnia. O empre-endimeno marca o incio da companhianos empreendimenos do seor.
Nova dcada2010. O Brasil vive um novo ciclo de
expanso de sua infraesruura, com a di-versificao dos invesimenos pblicose privados. A companhia paricipa dos
principais empreendimenos esragi-cos do governo federal, como a hidrel-rica de Belo Mone. Ouras obras pipo-cam por odo o Pas, como as obras deesdios que vo sediar a Copa do Mun-do de 2014 e as inervenes urbanasvinculadas aos Jogos Olmpicos de 2016,no Rio de Janeiro.
Sob o comando da erceira geraode acionisas da empresa, a AG desenhauma cara de princpios olhando para ofuuro. Ela foi reelaborada com base nos
ensinamenos e aprendizados de avs epais que j inham superado mais de 60anos de auao, diversos modelos degovernos e circunsncias econmicas.Surgiram assim os 12 princpios adoa-dos denro da companhia e um plano dedisseminao da culura organizacional,empregando processos e ferramenas deavaliao e moniorao que cobrem o-das as unidades denro e fora do Brasil.
Ao fecundar seus fuuros gesoresdenro da mesma filosofia dos funda-
dores, a companhia faz um mix enre opassado, o presene e o fuuro. E lanaas bases para que a Andrade Guierrezse perpeue em qualquer ambiene denegcio, em qualquer pare do mundo.Do alo de sua sabedoria, Gabriel An-drade desvenda o que considera maisum segredo de ano sucesso: de cer-a forma a meio piegas. Mas o amor,de querer o bem das pessoas, ao invsde sugar o sangue das pessoas. Quererraar como companheiro, como irmo.
Acho que o segredo s esse!
S Sistema Anhanguera- Bandeirantes, a cargo da concessionria CCR: empresa planeja aproveitar
oportunidades lanadas pelo programa de concesses do governo federal
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
35/68
A Isoeste se orgulha de ser uma empresa parceira da Andrade Gutierrez. Atualmente, desenvolvemos
importantes trabalhos conjuntos nas obras da Usina de Belo Monte (Consrcio CCBM), com aconstruo de alojamentos, refeitrios, cozinhas, centros mdicos e comerciais, portarias, vestirios,
enfim, uma pequena cidade que vai prover aos colaboradores deste imenso empreendimento com toda
a estrutura fsica necessria para viver e trabalhar com conforto e dignidade.Recentemente iniciamos tambm em conjunto o projeto S11D, uma nova frente de explorao de
minrios dentro do Projeto Carajs, localizado na cidade de Cana dos Carajs, fornecendo isopainise telhas isotrmicas e contribuindo para uma obra mais rpida, mais limpa e sustentvel.
A Andrade Gutierrez comemora
seus 65 anos de vida.E a Isoeste celebra esta parceria.
Rapidez e perfeio juntas.www.isoeste.com.br
Parabns Andrade Gutirerrez.No que depender da Isoeste estaremos
aqui, pelo menos, por mais 65 anos.
Vila Belo Monte | Altamira | PA | Assessoria CCBM
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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36 / Grandes Construes
ESPECIAL - ANDRADE GUTIERREZ
ESTRUTURA PARA UM
NOVO CICLO DE RECUPERAO
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7/21/2019 Revista grandes construes: Aeroportos
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Dezembro2013/37
Enquano 2012 foi considerado um ano difcil para os
novos invesimenos, 2013 foi percebido como um pero-do de recuperao visando s perspecivas de invesimen-o em infraesruura no Brasil e no mundo. A Andrade Gu-ierrez preparou-se para as mudanas o esperadas.
Ainda em 2011, a rea de Engenharia e Consruo foireesruurada, passando a conar com rs Chief OperaingOfficers (COOs), equivalene ao Direor de Operaes,que respondem pela operao mundial. A fora comerciales concenrada nas presidncias, que m auonomia eorganizao adequada para capurar projeos e oporuni-dades pelo mundo.
O rabalho dos COOs foremene apoiado pela Di-reoria de Negcios Esruurados, que ocupa um paa-
mar decisivo na forma pela qual a empresa se organizoupara crescer de maneira susenvel. uma rea vial parapensar novos formaos de negcios e orn-los realidade,com diviso de equipes e cadeia de negcios bem deli-neada, esudos, modelagem e formaao. A anlise deoporunidades conempla oda a engenharia financeira,da busca de fones de recursos aos planos de invesimen-os e pagamenos.
O Parque Olmpico no Rio de Janeiro, por exemplo, resulado desse novo formao. Traa-se da principal obrapara os Jogos Olmpicos: oda a infraesruura, em umarea de 1,1 milho de m para receber dispuas de 14
modalidades, o Cenro Principal de Imprensa e o CenroInernacional de Transmisses. Aps o eveno, haver orepasse escalonado de 80% do erreno Sociedade dePropsio Especfico (SPE) para invesimenos imobili-rios. O Valor Geral de Vendas (VGV) chega a R$ 12 bi-lhes, o que significa um dos maiores empreendimenosdo seor no Brasil. Na fase de comercializao, em 2016,a rea abrigar prdios residenciais (em sua maioria) ecomerciais. A AG paricipa da SPE que gere o negcio edo consrcio consruor.
A rea esuda e desenvolve Parcerias Pblico-Privadas(PPPs) no segmeno hospialar, nos moldes