Revista Indústria Capixaba 322

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Jan/Fev 2016 • Distribuição gratuita • nº 322 • IMPRESSO Com economia sem rumo e indicadores em queda, 2016 necessita de ajustes para o país voltar a crescer Um ano desafiador Entrevista Benjamin Baptista e os novos passos da ArcelorMittal Sustentável A busca por novas fontes de energia Gestão A importância do líder

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Revista Oficial da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo - Jan/Fev 2016

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Jan/Fev 2016 • Distribuição gratuita • nº 322 • IMPRESSO

Com economia sem rumo e indicadores em queda, 2016 necessita de ajustes para o país voltar a crescer

Um ano desafiador

EntrevistaBenjamin Baptista e os novos passos da ArcelorMittal

SustentávelA busca por novas fontes de energia

GestãoA importância do líder

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Expediente

Indústria Capixaba – Findes

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos ReggianiVice-presidentes: Aristóteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: José Augusto Rocha2º diretor administrativo: Sérgio Rodrigues da Costa1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi

Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniçali, José Angelo Mendes RambalducciSuplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro

Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi

Serviço Social da Indústria – SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano ComperSuplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Orlando Bolsanelo Caliman Representantes das atividades industriaisTitulares: Sebastião Constantino Dadalto, Houberdam Pessotti, Jose Carlos Bergamin, Valkinéria Cristina Meirelles BussularSuplentes: Sergio Rodrigues da Costa, Gibson Barcelos Reggiani, Eduardo Dalla Mura do Carmo, Luiz Carlos Azevedo de AlmeidaRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústriaTitular: Luiz Alberto de CarvalhoSuplente: Lauro Queiroz RabeloSuperintendente: Luis Carlos de Souza Vieira

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano RaizerMouraSuplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta NetoRepresentantes do Ministério do TrabalhoTitular: Alessandro Luciani Bonzano ComperSuplente: Alcimar das Candeias da SilvaRepresentante do Ministério da EducaçãoTitular: aguardando indicação do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Vandercy Soares NetoSuplente: aguardando indicação da UGT Diretor regional: Luis Carlos de Souza Vieira

Centro da Indústria no Espírito Santo – CindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani2º vice-presidente: Aristóteles Passos Costa Neto3º vice-presidente: Houberdam PessottiDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos, Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior, Helio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro MachadoConselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Helcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – IdeiesPresidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos GuerraMembro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio MalanquiniMembro representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES:Luis Carlos de Souza VieiraMembro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos:Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade CientíficaAcadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo ReisDiretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

Instituto Euvaldo Lodi – IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Luis Carlos de Souza Vieira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Aristóteles Passos Costa Neto e Aureo MameriConselho Fiscal: Egidio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos e Sérgio Rodrigues da CostaSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

Instituto Rota Imperial – IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Adenilson Alves da Cruz, Benízio Lázaro, Jose Carlos Bergamin, Edmar Lorencini dos AnjosConselho DeliberativoTitulares: Marcos Guerra, Baques Vladimir Carvalho Sanna, Celso Siqueira Júnior, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, José Augusto Rocha, Tharcicio Pedro BottiSuplentes: Maely Guilherme Botelho Coelho, Eustáquio Palhares, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Gervásio Andreão Junior, Henrique Angelo Denicoli, Elias Cavalho SoaresMembros natos: Aristóteles Passos Costa Neto, Ernesto Mosaner Júnior, Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro Titulares: Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentavel da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de TurismoSuplentes: Cristhine Samorini, Levi Tesch, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Tullio Samorini, Valter Braun, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi, Agrotures - Associação de Agroturismo do Estado do Espírito SantoConselho Fiscal Efetivos: Egidio Malaquini, Sergio Brambilla, Altamir Alves MartinsSuplentes: Antonio Tavares Azevedo de Brito, Mariluce Polido Dias, Raphael Cassaro

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Condomínio do Edifício Findes (Conef)Presidente do conselho: Marcelo Ferraz Goggi

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats)Coordenador geral: Gibson Barcelos Reggiani

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e BebidasPresidente: Claudio José RezendeCâmara Setorial das Indústrias de Base e ConstruçãoPresidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam PessottiCâmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel MendonçaCâmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCâmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Jose Carlos Bergamin

Conselhos TemáticosConselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso MenegueliConselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcílio Rodrigues MachadoConselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna MameriConselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino DadaltoConselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade BertolloConselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec)Presidente: Franco MachadoConselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson CabralConselho Temático de Educação (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temático de Energia (Conerg)Presidente: Nélio Rodrigues BorgesConselho Temático de Economia Criativa (Conect)Presidente: Jose Carlos Bergamin

Diretorias e Núcleos RegionaisDiretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol NetoNúcleo da Findes em Barra de São Francisco e regiãoVice-presidente institucional da Findes: não definidoDiretoria da Findes em Cariacica e VianaVice-presidente institucional da Findes: Rogério Pereira dos Santos Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio GiacominNúcleo da Findes em Guaçuí e região:Vice-presidente institucional da Findes: Bruno Moreira BalariniDiretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José Carnieli

Núcleo da Findes em Santa Maria de Jetibá e regiãoVice-presidente institucional da Findes: Denilson PotratzNúcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Diretoria da Findes em Serra:Vice-presidente institucional da Findes: José Carlos ZanotelliNúcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio BrambillaDiretoria da Findes em Vila VelhaVice-presidente institucional da Findes: Vladimir RossiDiretoria da Findes em VitóriaVice-presidente institucional da Findes: não definido

Diretores para Assuntos Específicos e das EntidadesDiretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de CastroDiretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba:Paulo Roberto Almeida VieiraDiretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais:Paulo Alexandre Gallis Pereira BaraonaDiretor para Assuntos de Relações Internacionais:Rodrigo da Costa FonsecaDiretor para Assuntos do IEL:Aristóteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do Ideies/CAS:Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes:Aristóteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do IRI:Adenilson Alves da CruzDiretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos BergaminDiretor para Assuntos do Senai:Benízio Lázaro

Sindicatos da Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristóteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de AlmeidaSincafé: Egidio Malanquini | Sindmadeira: Luiz Henrique ToniatoSindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiSindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Pablo José MiclosSindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano MarimSindirepa: Eduardo Dalla Mura do Camo | Sindicopes: José Carlos ChamonSindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Tales Pena Machado | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti SandisSindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Levi TeschSindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindiolarias: Ednilson CaniçaliSindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Sinvel: Delson Assis Cazelli | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini Sindilates: Claudio José Rezende | Sindipesca: Mauro Lúcio Peçanha de Almeida Sindividros: Arisson Rodrigues Ferreira | Sinrecicle: Romário José Correa de Araújo

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Nesta Edição

Indústria Capixaba – Findes6

INDÚSTRIACom a finalidade de alavancar e incrementar o consumo de itens capixabas, a campanha “Produto Capixaba”, da Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas da Findes, traz para 2016 a promessa de empregos, renda, impostos e melhoria da oferta de mercadorias ao público.

Nesta Edição

CENÁRIOApós um 2015 difícil para a economia, qual é o cenário que as empresas devem enfrentar no ano que começa? A despeito da crise, a indústria tem motivos para acreditar em uma fase de recuperação. No Espírito Santo, a ordem é seguir com o dever de casa, em um ajuste de contas que manteve o crescimento e mostrou que é possível ter um 2016 no azul.

24+ INDÚSTRIA Sempre pautado pela missão de desenvolver as indústrias, o Sistema Findes acolhe novas entidades representativas. Conheça o Sindijoias, o Sinaes, o Sindienergia, e o Sindirações, respectivamente sindicatos patronais dos setores de joias, audiovisual, energia e alimentação animal.

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20ENTREVISTAO presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Mário Baptista, fala sobre o trabalho ambiental da empresa, aborda a situação hídrica do país e comenta a crise e os seus desdobramentos para o segmento do aço e para a indústria nacional.

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34+ INDÚSTRIA Adotada pelo Sistema Findes, a Conecta é um modelo pioneiro de comunicação corporativa e que torna a troca de informações no ambiente interno mais dinâmica, inteligente e segura.

Edição nº 322 Jan/Fev 2016

Conselho Editorial – Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastião Constantino Dadalto, Aristóteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benízio Lázaro, Eugênio José Faria da Fonseca, Annelise Lima, Fábio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Arêas.

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Diego Pinto, Fábio Martins, Fernanda Neves, Milan Salviato, Natália Magalhães e Rafael PortoGerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

Depto. Comercial – URM/Findes Tel: (27) 3334-5791– [email protected]

Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Cláudia LuzesEditoração: Michel SabarenseCopidesque: Marcia RodriguesTextos: Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Ivy Coutinho, Luciene Araújo, Lui Machado e Nadia BaptistaFotografia: Jackson Gonçalves, Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial Impressão

Publicação oficial do Sistema Findes Jan/Fev – 2016 • nº 322

facebook.com/sistemafindes twitter.com/sistemafindes

GESTÃOA palavra convence, o exemplo arrasta. Em tempos de tantas incertezas na economia, as características do líder são ainda mais valorizadas dentro do ambiente corporativo. Saiba como jogo de cintura, estratégia e boa comunicação fazem toda a diferença na motivação da equipe e no resultado de uma empresa.

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SUSTENTÁVELFundamental para o desenvolvimento da sociedade, a energia elétrica se coloca como assunto de vital importância no mundo atual. Com o crescente engajamento global pela sustentabilidade, a busca por novas fontes é algo imperativo. Conheça a viabilidade dessas alternativas no Estado, da força eólica ao gás natural.

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Editorial

Indústria Capixaba – Findes8

Que 2016 queremos construir?

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

U m novo ano de desafios começou para a indústria capixaba. Encerramos 2015 com crescimento de apenas 4,4% na produção física, após registrarmos

salto de 17,2% durante o primeiro semestre. A queda no fim do ano, causada também pela paralisação das atividades da Samarco, mostrou o peso da indústria extrativa no desempenho da economia capixaba. Em janeiro, uma nova e desagradável surpresa colocou em xeque nossas certezas e perspectivas.

A interdição repentina das atividades em dois píeres do Complexo de Tubarão, operados por Vale e ArcelorMittal, trouxe insegurança para a classe industrial brasileira. Ainda que estejamos enfrentando um dos momentos mais deci-sivos para o futuro de nosso país, novos entraves surgem diariamente diante de quem luta para gerar riquezas e opor-tunidades para a população. Falta reconhecimento pelo papel que desempenhamos.

E mesmo com as intempéries que marcaram 2015, a indús-tria mostra resiliência e dá sinais de que é possível acreditar em um ano melhor. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu 2,8 pontos no Espírito Santo, chegando a 38,5 em janeiro – ainda muito abaixo da linha de 50 pontos que indica otimismo. A pequena melhoria, no entanto, revela disposição para mudar o atual quadro de desindustrialização, agravado nos últimos 10 anos.

O Governo Federal, por sua vez, insiste na volta da famige-rada CPMF para cobrir um rombo de R$ 114 bilhões, fruto da má administração – a exemplo do aumento de 19,5% do custeio em plena crise. Nem mesmo o recorde de mais de R$ 2 trilhões registrado pelo Impostômetro ao final de 2015 é capaz de diminuir o apetite da União. A classe industrial tem sido onerada com novos impostos, que em nada auxi-liam na construção de soluções para o momento atual.

É por isso que faremos de 2016 um ano de entregas. O plano de investimentos de nossa gestão trouxe novo ânimo aos industriais e às entidades do Sistema Findes. Aumentamos em 64% o total de matrículas ofertadas nos últimos anos, ampliamos nossa presença no interior

com novas diretorias regionais, novas unidades de ensino, criamos novos sindicatos e temos sido consultados em todos os momentos decisivos para a economia capixaba. Crescemos em número e em relevância institucional.

O ano de 2016 será um marco para nossa indústria. Com 11 obras em andamento na Grande Vitória e no interior, o Sistema Findes está dialogando com todas as lide-ranças dos setores produtivos do Estado. Construindo as bases para uma indústria mais inovadora, competitiva, com produtos de maior valor agregado e conteúdo tecnológico, estamos preparando o Espírito Santo para as mudanças que desejamos realizar em nosso parque industrial.

Precisamos estar otimistas e trabalharmos juntos para construir o dia de amanhã. Não fechando os olhos para as dificuldades e ignorando os problemas que enfrentamos, mas planejando – sempre de forma assertiva e cons-ciente – os passos que daremos na direção oposta à crise. Acredito que o Espírito Santo tem condições para ser um exemplo de desenvolvimento e reindustrialização. O Sistema Findes sempre estará ao lado da indústria capixaba nessa luta.

Boa leitura!

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Indústria Capixaba – Findes10

Cenário

2015 (finalmente) acabou. E agora?

por Fernanda Zandonadi

A despeito dos entraves econômicos e políticos do país, indústria capixaba estima crescer 1% em 2016

O ano de 2015 não foi fácil: as empresas, que já amar-gavam alta nas despesas com frete e energia elétrica (itens cuja alta, para a indústria, chegou a 30% só no

ano passado), viram o desejo de compra da população des-pencar: em dezembro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 36%, na compa-ração ao mesmo mês de 2014. A inflação, que também pesa na capacidade de aquisição das pessoas, fechou 2015 em 10,67%, muito acima do teto de 6,5% da meta estipulada pelo Governo.

E quando as indústrias vendem menos, têm que produzir menos. Então, entram em cena as demissões: a taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro de 2015 cresceu para 9% no país, ante 6,6% em igual período de 2014. A redução das vagas de trabalho fecha um círculo vicioso que agrega mais uma pitada de dissabor à história. Sem dinheiro, não há consumo. Sem consumo, a produção cai ainda mais. Caindo as vendas, mais desemprego.

Em um cenário tão pessimista, fica mais arriscado investir, e o resultado é que falta otimismo aos industriais brasileiros. O Índice de Confiança do Empresário Industríal (Icei)

Cenário

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“Já esperávamos que 2015 fosse um ano ruim, mas não tão ruim quanto se mostrou. O setor industrial entende que 2016 será um ano desafiador, por isso, se planejou melhor” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

economia capixaba, altamente dependente do comércio internacional. Por fim, a seca, que assolou boa parte do Sudeste, em particular o Espírito Santo, ator-mentou empresários, cidadãos e autoridades ao ponto de, em outubro, o Governo do Estado se ver obrigado a restringir o uso de água para indústria e agricultura, priori-zando o abastecimento humano e animal.

O drama econômico se espalhou país afora. Mas, se há alguma luz no fim do túnel, pode-se dizer que as empresas do Espírito Santo estão no início da fila para vislumbrá-la. Em 2014, a indústria capixaba cresceu 5,6% ao passo que a a do país decresceu 3,2%. Em 2015, o PIB da indústria do Estado deve fechar no azul, em torno de 3%, enquanto o da indústria brasileira tem previsão de um tombo de -8%.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o Estado andou na frente, a passos largos. “Precisamos manter, este ano, o crescimento. Acredito que nossa indústria deve fechar 2016 no azul, com crescimento de até 1%”.

Mesmo com saldo positivo, o desaquecimento em 2015 mostrou-se mais intenso do que o previsto pelos empre-sários, segundo Guerra. “Já esperávamos que 2015 fosse um ano ruim, mas não tão ruim quanto se mostrou. O setor industrial entende que 2016 será um ano desa-fiador, por isso, se planejou melhor. A indústria está enxuta e o número de demissões que tivemos em 2015 não crescerá muito em 2016. Claro que não teremos a repo-sição de vagas, mas a indústria está mais ‘pé no chão’,

fechou dezembro em 35,7 pontos, sendo que um indi-cativo abaixo de 50 já aponta falta de confiança. A baixa foi por conta tanto do cenário atual quanto pelas expec-tativas para os próximos seis meses. Para se ter ideia de o quanto o ano foi difícil, o mesmo índice, em dezembro de 2014, fechou em 45 pontos. Uma retração, portanto, de 9,3 pontos em 12 meses.

Para piorar, o dólar iniciou uma trajetória ascendente e oscilante que o levou a chegar ao final de dezembro beirando os R$ 4 – e, já no primeiro dia útil do novo ano, bateu em R$ 4,03, trazendo mais incertezas para a

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Indústria Capixaba – Findes12

Cenário

estimando que a crise econômica vá até o final deste ano, pelo menos. Temos um problema grave no Brasil, que é a questão política. Percebemos que as indústrias brasileira e capixaba são sadias, mas as questões políticas atrapalham muito os processos decisórios do Governo Federal, que são lentos e burocráticos”, avalia.

Com a economia na corda bamba e o dólar oscilante, companhias exportadoras e importadoras do Espírito Santo são especialmente atingidas. Há as que ganham, mas há as que perdem. E o sobe e desce da base de cálculo, sem dúvida, deixa margem para muita insegurança nas negociações, nem sempre favoráveis aos empreendedores do Estado.

“Para empresas de mármore e granito, o dólar a R$ 4 está muito bom, assim como para a indústria de commodities, de forma geral, pois representa um importante contraponto para a baixa de preço das commodities minerais nos últimos anos. Mas o ideal é a estabilização da moeda norte-americana. Se está a R$ 4, que se mantenha aí. O problema é que, quando o importador estrangeiro percebe o dólar elevado no Brasil, ele também nota que há margem para ganhos mais altos pelo exportador brasileiro, e começa a pressionar para que este baixe seus preços. Negociando um preço mais baixo em dólar, quando a moeda dos EUA oscila e baixa, há perdas. No meu caso particular, eu exporto e fecho o preço em real. Só transformo em dólar quando embarco o produto. Essa seria a melhor opção, negociar na data. Dá mais segurança para trabalhar, principalmente quando não temos margem de erro para perdas que não estejam no planejamento”, esclarece Marcos Guerra.

O presidente da Findes destaca ainda um outro gargalo que tem preocupado: a possibilidade de aumento de impostos para o setor produtivo. E argumenta: enquanto a indústria e as empresas “cortam na carne”, fazendo

rígidas contas para chegar ao final do mês com o orça-mento em dia, o Governo Federal simplesmente tenta expandir a receita elevando ou criando novos impostos. “Esse tipo de raciocínio deve ser abandonado pelo Governo, que precisa entender que carga tributária alta dificulta a vida das empresas. É evidente que sua pauta principal não vai ao encontro do desenvolvimento do país. O Governo não ouve o setor produtivo. E vamos lutar contra qualquer investida governamental no sentido de aumentar impostos. Não se resolve problema de déficit de caixa do país com imposto, mas com corte de despesas, que é o que as empresas estão fazendo.”

Bom cobrador, mau pagador

A perda do grau de investimento pelo Brasil, rebaixado pelas agências de risco Fitch e Standard & Poor’s, também repercutiu de forma negativa para o Espírito Santo, na formação de cujo PIB (Produto Interno Bruto) têm grande peso negócios exportadores de commodities. A inércia do Governo Federal e seus embates com o Congresso em nada contribuíram para diminuir o impacto de o país entrar na lista dos potenciais caloteiros.

“Em 2015, Congresso Nacional e Governo Federal atra-palharam muito o desenvolvimento nacional. Pensaram muito mais em si próprios, no aparelhamento da máquina pública, enquanto o país era rebaixado no ranking das nações indicadas para se investir. E a indústria ficou à mercê disso. No nosso Estado, temos meia dúzia de grandes empresas que contribuem de forma significativa para o PIB industrial. Em cada rebaixamento, essas empresas globalizadas são afetadas diretamente, e o Estado também”, assinala Marcos Guerra.

Além disso, reformas importantes, como o ajuste fiscal – a tentativa de equilibrar as contas do Estado brasileiro

Estimativas para a economia nacional (jan a dez/16)

-2,6%

PIB

-4,5%

PIB industrial

-0,80%

-9,40%

Déficit público nominal

(% do PIB)

Superávit público

primário (% do PIB)

-3,3%

Consumo das famílias

Formação bruta de

capital fixo

12,3%

Taxa de desemprego

11%

Inflação

6,8%

Taxa nominal de juros

14,25%

Dívida pública líquida

(% do PIB)

70,6%

Taxa real de juros

5,6%

Fonte: CNI

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Propostas da indústria

A CNI divulgou um documento com as propostas da indústria para a melhoria do ambiente de negócios no país. São ideias de baixo impacto fiscal e que estimulam a competitividade, a fim de ajudar o Brasil a sair da crise. Veja as principais:

1. Ajuste macroeconômico e equilíbrio fiscal de longo prazo

• Reduzir os gastos públicos• Rever as regras automáticas de aumentos das

despesas públicas• Buscar o equilíbrio fiscal de longo prazo, impedindo

medidas que aumentem os gastos públicos• Fazer a reforma da Previdência 2. Tributação

• Evitar a criação de novos impostos ou a elevação das alíquotas dos tributos existentes

• Simplificar e desburocratizar o sistema de arrecadação de impostos

• Harmonizar as regras do ICMS• Rever as contribuições ao PIS-Cofins• Ampliar os prazos de recolhimento de IPI e PIS-Cofins

3. Relações do trabalho

• Modernizar a legislação trabalhista• Valorizar e estimular as negociações coletivas• Regulamentar a terceirização• Rever a Norma Regulamentadora 12, que trata da

segurança de máquinas e equipamentos

4. Comércio exterior

• Buscar acordos de facilitação do comércio com outros países e blocos econômicos

• Dar prioridade para os acordos comerciais com o México e a União Europeia

• Não conceder à China o status de economia de mercado

5. Infraestrutura

• Criar condições para garantir rentabilidade e segurança aos investidores privados nas obras de infraestrutura

• Acelerar o arrendamento de áreas portuárias públicas• Estimular a produção de gás natural em terra• Revisar o papel da Petrobras nas licitações do pré-sal• Simplificar os processos de licenciamento ambiental• Estabelecer novas regras para as agências reguladoras 6. Produtividade e inovação

• Preservar os instrumentos de apoio às atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D)

• Estimular o desenvolvimento de startups e pequenas empresas de base tecnológica

• Incentivar a formação de recursos humanos para a inovação• Promover parcerias entre universidades, centros de

conhecimento e empresas

Fonte: CNI

e voltar a fechar no azul – ficaram em segundo plano, afetando direta e negativamente a confiança dos empresá-rios e, claro, o crescimento. E o Brasil precisa de reformas urgentes para recuperar o grau de investimento e voltar a avançar, ressalta o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. “O Brasil tem condições de fazer as mudanças necessárias para recuperar a confiança dos investidores.”

A Operação Lava Jato, com seus desdobramentos, foi outro fato que interferiu na economia do país, garante Marcos Guerra. “E o maior prejuízo disso tudo foi relacio-nado ao índice de confiança do empreendedor industrial, que caiu muito. Começamos a olhar o Brasil como um cantinho da Venezuela, onde tudo pode. Não é esse o país que queremos. Queremos um país com olhar de primeiro mundo. Se não tomarmos cuidado, isso se expande. Só espe-ramos que quem tem culpa seja punido, seja quem for”.

Ano novo nada felizConforme a CNI, a previsão é de que a economia brasi-

leira encolha 2,6% em 2016, depois de um 2015 duro, com previsão de estimativa de 3,3% do PIB, na análise da entidade. “Encerramos um ano muito difícil, e não há pers-pectivas de melhora em 2016. Vivemos uma situação muito complicada”, afirmou Andrade. Segundo ele, a solução para a economia depende da superação da crise política, o que não se vislumbra no curto prazo. “Isso desanima os empre-sários”, completou.

Para o dirigente, o ajuste fiscal depende de três fatores. “O Governo precisa acreditar, ter vontade política e o apoio do Congresso. Mas hoje não temos isso. Está difícil

“O Brasil tem condições de fazer as mudanças necessárias para recuperar a confiança dos investidores” Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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Indústria Capixaba – Findes14

Cenário

trabalhar com o Congresso.” Robson Andrade destacou ainda que um dos ingredientes necessários à receita do ajuste é a reforma da Previdência. Ele lembrou que a idade média de aposentadoria no Brasil hoje é de 54 anos e que, se isso for mantido, não haverá dinheiro para o pagamento futuro dos aposentados. “Os grupos corporativistas que hoje resistem à reforma da Previdência podem ficar sem o paga-mento da aposentadoria no futuro”, frisou.

Outra oportunidade importante para a recupe-ração da economia, citou, é o estímulo às exportações. Para isso, o Brasil precisa ampliar os acordos comerciais com outros países e blocos econômicos. Além disso, ele aponta que é preciso modernizar a legislação trabalhista e dar segu-rança jurídica para os investidores.

Estimativas para a economia nacional (jan a dez/16)

Exportações (US$ bilhões):

Importações (US$ bilhões):

Saldo comercial (US$ bilhões):

Saldo em conta-corrente (US$ bilhões):

Taxa nominal de câmbio

198 161 37 -39R$/US$ 4,40

Fonte: CNI

Além de toda a crise nacional...

O Espírito Santo, dependente do dinheiro dos royalties e das receitas dos empregos gerados pelas grandes plantas industriais, tem outros desafios além do dólar e da inflação. O projeto do Governo do Estado prevê a descentralização econômica, uma busca por novas formas de elevar postos de trabalho e recursos. “O Governo vem trabalhando em ações específicas para aumentar a competitividade do Estado, como na manutenção do equilíbrio fiscal, na melhoria do ambiente de negócios para simplificação e desburocrati-zação de novos projetos, incentivos a tecnologia e inovação, apoio às exportações em período de alta do dólar, e ainda na licitação de duas novas parcerias público-privadas, em áreas a serem definidas”, explicou o secretário de Estado de Desenvolvimento, Eduardo Azevedo.

Ele observa que no Espírito Santo o “dever de casa” foi feito mesmo em um contexto difícil, mas o ajuste das contas manteve a credibilidade do Estado. “Embora o ano de 2016 não aponte facilidade para a economia brasileira, nossa expectativa é de que algumas empresas se concretizem, entre início de obras e de operações. A Oxford, por exemplo, fábrica de porcelanas que está se instalando em São Mateus, deverá começar suas operações, entre outras oportuni-dades que movimentarão a economia. Podemos destacar os projetos enquadrados no programa Invest-ES em 2015 e que se instalarão nos próximos anos: 25 novas empresas, que deverão gerar R$ 670 milhões em investimentos privados em quatro anos e 2.600 empregos; já o Compete-ES atraiu 287 novas empresas, que devem abrir mais de mil oportuni-dades nos próximos anos”, revela.

Acidente em Mariana

Mas antes que o ano acabasse, o que já parecia bem ruim piorou. O rompimento de uma das barragens da Samarco,

“Embora o ano de 2016 não aponte facilidade para a economia brasileira, nossa expectativa é de que algumas empresas se concretizem, entre início de obras e de operações” Eduardo Azevedo, secretário de Estado de Desenvolvimento

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em Mariana (MG), levou uma enxurrada de lama e rejeitos de mineração para o Rio Doce, mais importante bacia hidrográfica do Estado, responsável por abastecer resi-dências, empresas e propriedades rurais da região norte do Espírito Santo. “Estamos trabalhando para minimizar as consequências do desastre ambiental gravíssimo provocado pela Samarco. Junto com os governos federal e do Estado de Minas Gerais, o Espírito Santo está empenhado em atuar na recuperação da bacia do Doce”, explicou o secretário.

Além da crise socioambiental, o incidente provocou a paralisação da planta industrial da Samarco em Ubu, no município capixaba de Anchieta. As consequências são graves: a empresa é a maior geradora de receita para a cidade e responde pelo emprego direto de 3 mil pessoas, além dos terceirizados. Sem perspectivas de reinício dos trabalhos, a mineradora propôs aos funcionários o chamado lay off – período durante o qual os trabalhadores ficarão, temporariamente, responsáveis pela limpeza pela manu-tenção das unidades, além de fazerem cursos de qualificação. Nessa situação, os salários sofrem decréscimo, mas a garante

a manutenção dos postos de trabalho ficou garantida pelo menos até 25 de abril deste ano. Depois disso, não se sabe.

Dependente do dinheiro dos royalties do petróleo e da pelotização do minério, o Estado se vê em uma encruzi-lhada. “Desde o início da atual gestão, o Governo Estadual está retomando um forte trabalho de diplomacia ativa e atração de novos investimentos, no intuito de diversificar a economia capixaba e torná-la cada vez menos dependente de commodities”, afirmou o secretário Eduardo Azevedo.

Para o presidente da Findes, Marcos Guerra, é preciso empenho para a volta da atuação da planta operacional, já que ela responde por nada menos que 14,5% do PIB da indústria capixaba e mantém as atividades de vários empreendimentos fornecedores de bens e serviços. “O episódio de Mariana passa por três fases: o socorro às vítimas, o cuidado com o meio ambiente e o trabalho, em conjunto, para o retorno da empresa. Precisamos unir forças para isso, instituições, Governo e socie-dade. A Samarco tem que voltar a funcionar, até porque há um passivo com a sociedade, e ela só conseguirá pagar isso se estiver em ação, gerando riquezas”.

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Artigo

Indústria Capixaba – Findes16

“A Educação é, portanto, não somente a base da democracia, mas a própria justiça social”.

O ensinamento de Anísio Teixeira (1900/1971), considerado o mais importante educador brasileiro, aponta o único caminho possível para construirmos uma sociedade mais justa.

Se muitos se apavoram só de pensar no mundo que estamos legando a nossos filhos e netos, é fundamental uma conscientização: todos temos responsabilidade e devemos participar de movimentos que assegurem as bases de uma educação inovadora, que gere igualdade de oportunidades para todos.

Até porque o nosso país continua patinando num modelo de educação ultrapassado. Com ensino enfadonho e escolas chatas. Um em cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental abandona a escola antes de completar a última série.

Para além de lamentar, devemos trabalhar para mudar a realidade. No Espírito Santo, empresários estão investindo o próprio tempo e recursos financeiros em educação, em um ensino inovador, que não vem necessariamente da implantação de ferramentas tecnológicas.

Inovação requer coragem para mudar velhas atitudes, dando lugar a aulas mais participativas, nas quais o aluno seja ouvido e haja interação entre ambos, de maneira que ele se sinta uma peça fundamental no processo de aprendizagem.

Um exemplo é o modelo de educação em tempo integral que está sendo implantado há um ano no nosso Estado. Temos unidades na capital e com previsão de expansão para Vila Velha, Serra e outros municípios do interior.

A escola em tempo integral privilegia o protagonismo dos alunos, incentivando a sua autonomia, dando possibilidades para eles tomarem as suas decisões. A escola não prepara só para a formação acadêmica e

profissional, mas, principalmente, para as formações pessoais.

O método tem como base o projeto de vida do aluno, e as aulas formais apresentam uma concepção mais adaptada ao perfil do estudante. Elas acontecem em meio a muitas atividades artísticas e de socialização. O modelo, desenvolvido pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), ainda inclui orientação de estudos e disciplinas eletivas que têm a interdisciplinaridade como um dos eixos metodológicos.

O Instituto é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha no desenvolvimento de ações que promovam a qualidade do ensino e da aprendizagem na escola pública. O projeto foi aplicado pela primeira vez em Pernambuco, em 2004, e hoje é replicado em São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro e mais três estados, com um total de 857 escolas adotando o modelo.

Em todos os estados, houve resistências na primeira fase. Mas depois os próprios alunos passaram a ser os defensores da “carga integral”. Alguns estudantes de Pernambuco vieram ao Espírito Santo para falar sobre isso e deixaram uma mensagem simples: esta nova escola nos mostrou que podemos sonhar e acreditar num futuro digno.

Por isso, há cerca de dois anos, o Espírito Santo em Ação começou a estudar e trazer este modelo para o Espírito Santo. Foram inúmeras visitas, treinamentos, reuniões e hoje ele é um dos principais projetos em andamento no Espírito Santo em Ação.

Recentemente, ao ser pautado para escrever sobre o assunto, um desconfiado jornalista não resistiu e perguntou sem hesitar: que vantagem o empresário está buscando ao investir recursos nessa iniciativa?

A resposta foi curta: queremos apenas dar nossa colaboração para a necessária e urgente construção de uma sociedade melhor e mais justa.

Educação: o único caminho

LUIZ WAGNER CHIEPPE é presidente do Espírito Santo em Ação, diretor de Relações Institucionais do Grupo Águia Branca e presidente do Conselho de Administração da Divisão Logística do Grupo. Também atua como vice-presidente da Federação das Empresas de Transportes do Estado do Espírito Santo (Fetransportes) e conselheiro do Instituto Líderes do Amanhã

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Artigo

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Indústria em ação

SESI E SENAI INVESTEM EM PLACAS NAS RODOVIAS DO ESTADO Com a premissa de estabelecer uma comunicação ainda melhor com o público-alvo das suas entidades, Sesi e Senai investiram em um projeto de instalação de megaplacas nas estradas do Espírito Santo. Foram colocadas 18 placas de 22mx7m em pontos estratégicos das rodovias em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, São Gabriel da Palha, Colatina, São Domingos do Norte, Baixo Guandu, Linhares, São Mateus, João Neiva, Fundão, Ibiraçu, Guarapari, Domingos Martins, Serra, Vila Velha e Viana. A instalação do material nos trechos que dão acesso às unidades do Sesi e do Senai confere mais destaque para as regiões, ajuda na divulgação da interiorização como um dos pilares da atual gestão, possibilita a otimização dos recursos financeiros das duas entidades e comunica sobre a oferta de produtos e serviços.

PLATAFORMA DA INDÚSTRIA CRIATIVA É LANÇADA EM VITÓRIA

Um trabalho desenvolvido com 10 indústrias dos setores de confecção, móveis e rochas ornamentais e que aplicou os conceitos da economia criativa por meio da inovação no modelo de negócio dessas empresas. Esse é o perfil da Plataforma Metodológica da Indústria Criativa, que teve a sua primeira etapa apresentada em evento ocorrido no Salão da Indústria do Edifício Findes, em Vitória, no dia 1º de dezembro. Uma ação do Sistema Findes, por meio do Sesi-ES e do Senai-ES, juntamente com o Sebrae-ES, o estudo foi reali-zado em um período de dois anos e meio, levando os conceitos de design e o uso de plataformas audiovisuais ao processo de produção, promovendo bons resultados no alcance de mercado dessas empresas e aumentando o perfil de seu público-alvo. A meta é ampliar o estudo para outros setores e estados do país. “A Plataforma oferece uma saída inovadora para que as empresas possam crescer”, falou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Durante o encontro, três empresas abordadas no estudo exploraram seus casos de sucesso.

ESTUDO APONTA COBERTURA DE 80,9% DA REDE DE ÁGUA NO ESTADOEm um relatório inédito, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou a situação sobre os serviços de coleta, tratamento de esgoto e abastecimento hídrico no país. Divulgado no dia 11 de janeiro, o estudo “Burocracia e Entraves no Setor de Saneamento” mostrou que o Espírito Santo tem 80,9% de sua área com rede de água. De acordo com o levantamento, o Estado possui 41,82% do território com coleta de esgoto, 32,36% em tratamento de esgoto e 34,39% em perdas de água. Já a média nacional de perda de água alcança 37%. Segundo números recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Brasil registra atualmente 48,6% de coleta de esgoto. No entanto, a disparidade é um desafio para os próximos anos: enquanto no Sudeste o índice é de 77,3%, no Norte chega a apenas 6,5%. Para alcançar todos os lares do país com água tratada e coleta de esgoto, o Brasil precisaria investir R$ 274,8 bilhões.

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WORKSHOP DA CNI ACONTECE NO ESTADO Com a finalidade de criar uma aproximação entre coordenadores de custos, gerentes de negócios e interlocutores das áreas de mercado dos departamentos regionais na análise e gestão dos custos de produtos e serviços do Sistema Indústria, aconteceu entre 10 e 11 de dezembro, no Hotel Comfort Suítes, em Vitória, o workshop “Processo de Custos e Resultados – Região Sudeste”. Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o evento apresentou uma maneira técnica e digital para a realização da análise de custos que, muitas vezes, envolvia procedimentos manuais, e permitiu que os participantes se exercitassem dentro desse novo modelo e ainda sinalizassem mudanças para melhorar a ferramenta. Estiveram presentes o diretor regional do Senai e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira, e o superintendente corporativo do Sistema Findes, Marcelo Ferraz. “Precisamos nos conhecer para saber como abordar o mercado. Saber quanto custamos para saber o quanto devemos cobrar é essencial”, disse Ferraz.

CONEXÃO MUNDO ENVIA ALUNOS AOS EUAEm um mundo cada vez mais sem fronteiras, ter uma experiência cultural em outro país pode abrir muitas portas. E seis alunos do Sesi-ES começarão 2016 em uma jornada de muito aprendizado em Denver, no Colorado (EUA). A viagem, viabilizada pelo programa “Conexão Mundo”, prevê 13 dias de atividades, com visitas a indústrias, universidades e high school, além de passeios culturais, entre 30 de janeiro e 13 de fevereiro. Os estudantes ficarão hospedados em casas de famílias voluntárias. Tudo isso é mais uma oportunidade de os jovens aprimorarem a experiência com a língua inglesa, adquirida no âmbito do programa, realizado nas unidades do Sesi, e terem uma visão ampla e real do mercado global.

GUAÇUÍ RECEBE ORQUESTRA DO SESI A noite de 13 de dezembro foi de música clássica na Igreja Matriz São

Miguel Arcanjo, em Guaçuí. A Orquestra Camerata Sesi promoveu um concerto que deu início aos festejos de Natal do município. Uma realização da Diretoria da Findes em Guaçuí e região, a apresentação teve um pout-pourri de algumas composições de nomes como Beethoven, Mozart e Vivaldi, entre outros. Para o vice-presidente institucional da Findes em Guaçuí e região, Bruno Moreira Balarini, o evento foi um presente de final de ano para a população. “Muitas pessoas que não têm como ver os concertos na Grande Vitória puderam apreciar o rico repertório apresentado na abertura do Natal em nossa cidade”, falou. A orquestra foi mais uma vez regida pelo maestro Leonardo David, que ficou impressionado com o público. “A igreja estava lotada de pessoas receptivas à música clássica. No interior, muitos acabam não tendo acesso à cultura, e os moradores dessas regiões nos cobram por mais apresentações”, frisou.

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Artigo

Indústria Capixaba – Findes20

Entrevista

Benjamin Mário Baptista Filho

O cenário é de crise, e a tempestade, perfeita. Com essas palavras, o presidente da ArcelorMittal Tubarão, Benjamin Mário Baptista Filho, descreve a situação que

as empresas brasileiras de commodities enfrentaram no último ano e o que vem por aí. Com os preços do minério de ferro, insumo da produção siderúrgica, cada vez mais baixos, era de se esperar que uma exportadora de aço estivesse tranquila com as contas. Mas outras nuances, como a valorização do dólar (a matéria--prima é cotada nessa moeda, mesmo em compras internas), limitam o crescimento dessas indústrias. Some-se a isso um mercado doméstico em franca deterioração (construção civil em recuo, queda na fabricação e venda de carros e eletrodomésticos em queda), e o drama está formado. O jeito, segundo Baptista, é apertar o cinto, postergar investimentos e tentar atravessar a crise com as finanças em dia. Nesta entrevista, o executivo fala também sobre a operação da Polícia Federal que interditou píeres para importação de carvão e exportação de minério de ferro no Complexo de Tubarão, em Vitória, administrado pela Vale. É por um desses píeres que entra o carvão mineral utilizado pela indústria em seus processos fabris.

O país e o mundo passam por um período difícil. Por aqui, inflação em alta, crescimento em baixa. Lá fora, queda histórica nos preços das commodities. Como a ArcelorMittal Tubarão está encarando o desafio de se manter competitiva em um cenário como esse?

O cenário é desafiador para o setor siderúrgico como um todo. Estamos vivendo duas crises distintas. A primeira é uma situação internacional complicada, com processo de deflação de preços de todas as commodities. Isso faz com que a situação das empresas fique difícil, principalmente aquelas que, como nós, atuam fortemente no mercado internacional. E há ainda uma situação predatória também no cenário doméstico, quer dizer, com a deflação lá fora, a queda de preços também chega aqui e afeta a situação local. É uma estratégia competitiva dos compradores. A segunda crise, interna, é de confiança. No Brasil, estamos vivendo um processo inflacionário, enquanto o mundo está deflacionário. Temos ainda a crise econômica, decorrente do déficit fiscal das contas do Gover-no, com crescimento negativo – em torno de 4% no ano passado e com algumas instituições financeiras projetando baixa no PIB

(Produto Interno Bruto) entre 2% e 4% em 2016. A própria pre-visão do FMI (Fundo Monetário Internacional) é muito negativa. É um fenômeno que traz perda de credibilidade na política eco-nômica. Com isso, o dólar se ajusta e há uma escalada da moeda. Tivemos, agora, a notícia da manutenção da taxa Selic (14,25% ao ano) pelo Copom. Quer dizer, temos uma tempestade per-feita. Por todo lado há desafios e dificuldades. É neste cenário que estamos trabalhando.

O senhor falou da escalada do dólar. Como exportadores, a alta da moeda não compensa a queda nos preços do aço lá fora?

A desvalorização cambial ajuda, sim, as exportações brasileiras, e é mais ou menos bem-vinda. Mas para quem vende também para o mercado doméstico, o dólar alto tem um efeito perverso. Grande parte das matérias-primas que utilizamos no processo siderúrgico são cotadas em dólar. Aliás, todo o processo é dolari-zado. Então se eu pago um preço pelo minério com dólar baixo, se o dólar sobe, esse preço aumenta. O problema é quando eu não consigo transferir esse aumento de custos e a margem de lucros da empresa fica reduzida. E se a desvalorização cambial acaba compensando a queda das cotações das commodities em dólar, também cria uma situação complicada no mercado do-méstico. No nosso caso, em especial, o impacto não é tão grande, já que exportamos 60% da nossa produção, mas é um momento delicado. Podemos citar ainda a queda da demanda brasileira. Nossos clientes sofrem com problemas semelhantes. O aço é vendido hoje para construção civil, setor automotivo, fábricas da linha branca e de máquinas e equipamentos, áreas que conso-mem até 80% do que é produzido, mas que não estão comprando. A redução de compra é muito expressiva no mercado interno, em torno de 17% na demanda de 2015. É um cenário difícil.

A projeção é de que este ano será de recessão, quer dizer, a produção vai cair e a inflação vai subir. Qual a perspectiva da empresa?

Não vemos melhorias na perspectiva para 2016. Também será um ano complicado e com um agravante, que é a queda ainda maior no consumo de aço no mercado doméstico. Estamos cheios de interrogações, mas a tendência é de piora, não melhora.

“Temos uma tempestade perfeita. Por todo lado há desafios e dificuldades. É neste cenário que estamos trabalhando”

por Fernanda Zandonadi

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“Precisamos de fornecedores e prestadores que reconheçam a dramaticidade do momento e se tornem a cada dia mais eficientes e competitivos”

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Indústria Capixaba – Findes22

Entrevista

“A estratégia é: tudo o que não conseguimos vender no mercado doméstico, mandamos para o mercado internacional”

Diante de um ano difícil, como foi 2015, de perspectivas pessimistas para 2016, qual a estratégia da empresa para atravessar este momento de crise econômica?

Aqui em Tubarão, temos uma escala grande de produção e mui-ta facilidade para exportar, já que temos nosso terminal portuário. Além disso, fazemos parte do ArcelorMittal e temos operações em mais de 60 países. Isso significa que temos uma capacida-de de exportação muito superior à de outros players do merca-do brasileiro. A estratégia é: tudo o que não conseguimos vender no mercado doméstico, mandamos para o mercado internacional. Usamos toda nossa capacidade para manter nossos custos baixos, isso para sermos competitivos no mercado internacional. É preciso manter a excelência na produção, quer dizer, produtos de qualidade com otimização do processo. Hoje, com este cenário que se monta no Brasil e no mundo, não estamos ganhando dinheiro, mas esta-mos perdendo pouco, o que já é uma vitória. O fato concreto é que quem conseguir ficar com a cabeça para fora da água no momento da crise vai ter uma recuperação bem mais rápida e simples quando ela passar. Essa é nossa estratégia.

Muitas empresas precisaram cortar pessoal em 2015. Como a ArcelorMittal lidou com isso? Vocês já demitiram? Há risco de cortes de vagas para este ano?

É fato que o nível de empregos é decorrente do nível de produ-ção. Se uma empresa desativa uma unidade, as pessoas empregadas para essas funções ficam disponíveis. É um processo perverso, mas que estamos vendo no país. O desemprego, sem dúvidas, tende a aumentar nos próximos meses. A última informação que tivemos é que o nível de desemprego chegou aos 8% e pode chegar aos 10%.

É um processo agressivo e que gera uma situação difícil. Mas em Tubarão, nós não estamos, felizmente, enfrentando esse problema, já que estamos em plena produção. Nossa ideia hoje para minimizar custos é procurar melhorar a produtivi-dade, com novos processos, tecnologias. A ideia é mesmo re-duzir o custo de operação para nos mantermos competitivos. Além disso, não é nada fácil formar mão de obra qualificada. Nossa planta é automatizada, quer dizer, nossos profissionais são supervisores ou trabalham na manutenção. São extremamente especializados. Uma mão de obra difícil de formar.

Qual a opinião do senhor sobre os rumos que a economia está tomando em 2016? Há algo a fazer para melhorar os índices?

Neste ano, na minha opinião, já não há muito o que fazer. Não há tempo de corrigir os rumos. Isso demora. Agora, o país tem que trabalhar sua credibilidade lá fora. Se a Dilma (Rousseff, presidente da República) conseguir resgatar essa credibilidade, talvez tenhamos uma estabilização. Mas todos os caminhos são traumáticos.

A falta de água foi um sério problema enfrentado nos últimos anos, tanto pela indústria quanto pelos consumidores. Como a ArcelorMittal está lidando com a escassez desse recurso?

Entre os anos de 2014 e 2015, reduzimos nosso consumo de água em 30%. A ideia foi realmente se esforçar para preser-var os potenciais recursos hídricos para a população. E um dos nossos investimentos foi exatamente na reforma das estações de tratamento de água de reúso. Em Tubarão, nós usamos água bruta. Quer dizer, captamos a água diretamente do Rio Santa Maria, lembrando que quem faz a captação é a Cesan, que nos repassa. Mas é água bruta, não tratada. Aqui na planta nós tra-tamos a água, seja para a área industrial, seja para o consumo interno. Como temos uma estação de tratamento, nosso nível de recirculação de água doce é altíssimo. Reaproveitamos cerca de 98% do que captamos. Para dar uma ideia, são perdidos 2% com evaporação, já que a água é usada no resfriamento industrial. O restante é todo reaproveitado, circula novamente na empresa. Outra coisa que vale a pena ser dita é que a maior parte da água usada na planta vem do mar: 94%. Usamos a água salga-da para refrigerar a água doce na forma de troca de calor, em um sistema sem conectividade. Depois que usamos a água do mar, a devolvemos, com um pequeno gradiente de tempera-tura, mas sem qualquer mudança na água. É interessante que, como há esse gradiente de temperatura, no canal por onde passa

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“A desvalorização cambial ajuda, sim, as exportações brasileiras e é mais ou menos bem-vinda. Mas para quem vende também para o mercado doméstico, o dólar alto tem um efeito perverso”

“A estratégia é: tudo o que não conseguimos vender no mercado doméstico, mandamos para o mercado internacional”

um prestador de serviço e é lá que descarregamos o carvão mineral que usamos em nossa planta.

O que gerou a interdição foi o pó preto. O que a ArcelorMittal faz para minimizar o problema da poluição do ar e do mar? Quais investimentos foram e estão sendo feitos em prol do meio ambiente?

Em nossa planta, em Tubarão, temos um plano na área ambiental que começou em 2014, com investimentos de US$ 100 milhões em novos equipamentos e reformas de outros, a fim de controlar as emissões durante o processo. Parte desses investimentos já foi realizada. Um deles foi a reforma dos Precipitadores Eletrostáti-cos da Sinterização Primária. Esse investimento ficou pronto em 2015 e, com a reforma, tem maior capacidade para reter as emis-sões poluentes. Recentemente, terminamos a reforma do sistema de despoeiramento da Coqueria, iniciada em 2015. Ainda temos vários investimentos importantes em andamento, como a instala-ção de filtros para reduzir de forma substancial os particulados e a visibilidade da pluma que sai das chaminés. Essa pluma tem efeito ótico, dependendo da estação do ano, da hora do dia e da posição do observador, parece que estamos jogando fumaça preta no ar. Estamos contratando equipamentos e acordando prazos com au-toridades ambientais. Também estamos fazendo a troca do sistema de descarregamento do carvão na Coqueria. Está em construção, e a instalação deve ocorrer já nos próximos meses. Isso encerra o ciclo de US$ 100 milhões, mas é claro que, na área ambiental, queremos sempre aprimorar os processos visando a uma operação mais sustentável.

Para finalizar, qual o conselho que o senhor, como gestor de uma grande empresa, dá aos empreendedores neste momento de crise financeira?

Na minha opinião, todos devemos fazer nas empresas o que fazemos em nossas casas quando há uma crise. Apertar o cinto, evitar despesas supérfluas, concentrar-se no ponto forte do negócio. Essas medidas mantêm a operação sustentável. É preciso proteger o caixa e gerar dinheiro para aguentar o tranco, para crescer de novo depois. Tenham foco no cliente, foco no custo e foco na qualidade de produção. Tratem de segurar ao máximo os gastos que podem ser postergados, isso é importante e é o que fazemos dentro de casa. E também importantíssimo é: evitem, a todo custo, o endividamento com os bancos. Os juros são altíssimos. E isso vale para a empresa e também para a vida pessoal de cada um.

a água devolvida ao mar há um berçário de tartarugas marinhas. Elas são atraídas pelas águas mais quentes que saem pela de-volução. É um local onde há muitas algas e vida marítima. Trabalhamos isso junto com o Projeto Tamar. Uma coisa bo-nita de se ver.

Há toda uma cadeia de fornecedores em torno da ArcelorMittal Tubarão. Quais são as premissas básicas para trabalhar em parceria com a empresa?

Precisamos de fornecedores e prestadores de serviços que reconheçam a dramaticidade do momento e se tornem a cada dia mais eficientes e competitivos. Isso é uma exigência. Se nos-sos clientes nos querem mais competitivos e isso nos permite sobreviver no mercado, também precisamos da cooperação e competitividade dos nossos fornecedores.

Recentemente, a Polícia Federal interditou píeres do Complexo de Tubarão, em Vitória, administrado pela Vale, em função da poluição por pó preto que atinge o ar e o mar. ArcelorMittal Tubarão e Vale foram, ainda, multadas pela Prefeitura de Vitória em R$ 68 milhões. Qual a posição da empresa em relação a isso?

De fato, a Justiça Federal decretou uma medida cautelar interditando as operações de um dos terminais de minério de ferro da Vale e também um píer para importação de carvão. Ambos são da Vale e operados pela Vale. Não são de ges-tão da Arcelor em nenhum ponto. A decisão cautelar afeta diretamente a Vale, e não a nós. Não tivemos nada interdi-tado, mas estranhamente fomos notificados. Digo estranha-mente porque não há nada que possamos fazer sobre o tema, que é de responsabilidade da Vale. Lembrando que a Vale é

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes24

A tenta às demandas da economia e com o intuito de envolver todos os segmentos por meio dos sindicatos patronais, a Federação das Indústrias do

Estado do Espírito Santo (Findes) está abrindo suas portas e agregando outras entidades representativas. As novas adesões são dos setores de joias, audiovisual, energia e alimentação animal. Atualmente, a Findes abrange 32 sindicatos filiados, outros três encontram-se nesse processo de vinculação, e quatro estão sendo constituídos.

Segundo o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o contato com as áreas produtivas é primordial. “Desde o início de nossa gestão, buscamos intensificar o trabalho de

Findes integra novos sindicatosSindirações, Sindijoias, Sinaes e Sindienergia estão entre as novas entidades patronais que serão filiadas à Federação

“Desde o início de nossa gestão, buscamos intensificar o trabalho de interiorização das ações do Sistema Findes e de aproximação com os setores produtivos”

Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

interiorização das ações do Sistema Findes e de aproximação com os setores produtivos. Quando começamos a ouvir mais as demandas de cada região do Estado, percebemos muitas atividades com potencial de crescimento que estavam limitadas dentro de um ‘guarda-chuva’ que abrigava muitas e diversas indústrias. Desmembrando esses setores, fortalecemos a atuação específica de cada um deles e tivemos excelentes resultados. Foi assim com o Sindividros, o Sindipesca e o Sindilates, por exemplo, que hoje são muito mais fortes institucionalmente. A chegada do Sindirações, do Sindijoias, do Sindienergia e do Sinaes reforça a importância da Findes como entidade representativa e traz novas ideias e conceitos para nossa federação”, explicou.

O diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial, Egídio Malanquini, afirma que todos os segmentos da indústria precisam ser representados por sindicatos para se fortalecer. “A criação de novos sindicatos é um dos pilares da gestão do presidente Marcos Guerra. Entendemos a necessidade de que todas as áreas tenham seus representantes sindicais. Com a criação dos sindicatos, os setores passam a ter voz nas decisões do Sistema Findes e junto ao Governo do Espírito Santo, a fim de defender os interesses

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“Com a criação dos sindicatos, estes setores passam a ter voz nas decisões do Sistema Findes e junto ao Governo do Espírito Santo, a fim de defender os interesses de seus associados e fortalecer o sistema industrial Estado” Egídio Malanquini, diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial

Conheça os novos sindicatos associados:

Em processo de filiação

• Sindicato das Indústrias de Vidros do Estado do Espírito Santo (Sindividros-ES);

• Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Espírito Santo (Sindilates);

• Sindicato das Indústrias da Pesca do Estado do Espírito Santo (Sindipesca-ES).

Em processo de constituição

• Sindicato da Indústria de Alimentação Animal do Estado do Espírito Santo (Sindirações-ES);

• Sindicato das Indústrias de Geração, Distribuição e Transmissão de Energia do Estado do Espírito Santo (Sindienergia);

• Sindicato da Indústria Cinematográfica do Estado do Espírito Santo (Sinaes);

• Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Extração e Lapidação de Gemas do Estado do Espírito Santo (Sindijoias).

de seus associados e fortalecer o sistema industrial do Estado. A partir disso, todos saem ganhando com novos projetos, feiras e missões, fazendo com que o setor passe a ser reconhecido pela sociedade e pelos associados e ganhe visibilidade local e até nacional, o que aumenta seu espaço comercial e fortalece os negócios - um dos principais objetivos nesse projeto de associativismo”, disse.

Para José Waldyr Machado Vasconcellos Junior, presidente do Sindicato da Indústria de Alimentação Animal do Estado do Espírito Santo (Sindirações-ES), a criação da entidade que passou a comandar é um passo importante do segmento, já que o Estado possui participação ativa e relevante na área de rações para animais domésticos e de produção, com destaque para a avicultura, a suinocultura e a bovinocultura, além das indústrias que produzem alimentos para pássaros, suplementos vitamínicos e matérias-primas. “A união do setor centralizará as demandas dos fabricantes, que até então eram dispersas, motivando a busca pela criação de um ambiente mais competitivo e igualitário em

termos de acesso a matérias-primas e condições tributárias favoráveis às indústrias instaladas no Estado”, afirma.

O presidente do Sindicato da Indústria da Energia no Estado do Espírito Santo (Sindienergia), Fabrício Cardoso Freitas, conta que a criação da entidade visa a unir a atividade no Estado, buscando melhores condições para a implantação de novos projetos e uma estrutura mais favorável para os já existentes. “O Brasil passa por momentos muito difíceis em sua economia. Essas dificul-dades afetam vários segmentos, sendo que o de energia é diretamente atingido. A falta de políticas públicas consis-tentes e seguras e a burocracia para se implantar qualquer projeto de geração, transmissão e distribuição de energia estão afetando a economia, e no Espírito Santo não é dife-rente. Somos um Estado que importa energia e paga caro por ela. Estamos enfrentando uma dificuldade enorme com os problemas que a Petrobras vem passando – justa-mente quem detém hoje o monopólio da exploração e da distribuição de gás natural no país, um insumo impor-tante para a geração de energia. Atualmente, está sendo desenvolvido no sul do Estado um novo polo de geração de energia e, da mesma forma que o Governo do Estado, estamos apoiando integralmente esse projeto. Com ele, o Espírito Santo poderá passar a ser um Estado autossufi-ciente em energia, gerando novos empregos, renda e receita. Estamos discutindo com os órgãos competentes, prefeituras, Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Ministério Público e Governo Estadual uma melhor forma de apoiar e autorizar esses investimentos privados”, informou.

O presidente Marcos Guerra ressalta que a criação de novos sindicatos só trará benefícios, tanto para as empresas, quanto para o mercado. “Ouvindo novas demandas, poderemos criar novos projetos, cada vez melhores e mais assertivos, para o desenvolvimento da indústria capixaba”, finaliza.

“A união do setor centralizará as demandas dos fabricantes, que até então eram dispersas, motivando a busca pela criação de um ambiente mais competitivo e igualitário”

José Waldyr Machado Vasconcellos Junior, presidente Sindirações-ES

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Artigo

Indústria Capixaba – Findes26

Indústria em ação

JOVENS INTERNOS RECEBEM CURSOS DO SENAI-ESAdolescentes que cumprem medida socioeducativa nas Unidades de Internação do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) estão recebendo uma oportunidade que pode representar uma grande mudança de vida. Por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), 116 adolescentes participam de cursos profissionalizantes ministrados por docentes do Senai-ES. Em Cachoeiro de Itapemirim, a Unidade de Internação Regional Sul (Unis Sul) conta com um do curso profissionalizante de mecânico de motocicleta; enquanto na Unis Norte, em Linhares, a oportunidade se deu através da unidade móvel de panificação. Já no Centro Socioeducativo (CSE) de Cariacica, estão sendo oferecidos cursos de gesseiro, mecânico de automóveis mecânico de motocicleta e padeiro. Ao final das atividades, os jovens ganham um certificado de conclusão do curso.

LEI ANTICORRUPÇÃO É TEMA DE PALESTRA A corrupção tem graves desdobramentos não só na esfera política, mas também para a iniciativa privada. Para debater o assunto e convidar os industriais a uma reflexão, o Sistema Findes e o Sindicato da Indústria Mecânica do Espírito Santo (Sindimecânica) promoveram, no dia 8 de dezembro, a palestra “A Lei Anticorrupção e os Impactos nas Empresas Brasileiras”, ministrada pela advogada Nara Borgo. O evento foi realizado no Plenário do Edifício Findes, em Vitória. Referência no tema, Borgo destacou informações preocupantes. Segundo recente pesquisa da consultoria Ernst & Young, cerca de 15% dos executivos brasileiros admitiram estar dispostos a pagar propinas para conseguir ou manter um negócio. De acordo com a advogada, os riscos do envolvimento das organizações com a corrupção passam por perdas econômicas, despesas com litígio, reação negativa do mercado, ausência de novos investimentos e sanções judiciais e administrativas que podem resultar na total inviabilidade de um negócio. Com a lei, as empresas podem recuperar sua reputação após o envolvimento com corrupção ou reduzir os riscos de que isso aconteça, como os “programas de integridade”.

VERÃO DO SESI-ES É MARCADO POR EXERCÍCIOS FÍSICOS

Verão combina com sol, mar e corpos em movimento, seja nas praias ou seja academias. A Divisão de Vida Saudável do Sesi-ES fez a sua parte no incentivo a hábitos sadios e montou uma tenda para quem passou pela Praia de Itaparica, em Vila Velha, durante os meses de janeiro e fevereiro. A estrutura serviu para orientar as pessoas na prática de exercícios físicos, aliando saúde e qualidade de vida. Quatro profissionais de educação física se dividiram durante o dia fazendo avaliações, dando dicas de alongamento e de uma alimentação saudável, além de como elaborar um programa de exercícios individual. O espaço criado pelo Sesi foi aberto a todos e de forma gratuita. As aulas aconteceram até o dia 5 de fevereiro.

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Artigo

Jan/Fev • 322 27

A temática da economia criativa tem estado no foco das discussões de organismos e comunidades internacionais nos

últimos anos, destacando-se como estratégica para o avanço econômico e social de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Essa nova economia tem potencial para assumir um papel significativo na geração de oportunidades para a abertura de novos empreendimentos e negócios criativos, capazes de integrar a utilização de tecnologias digitais e sociais associadas à criação de conteúdos de base cultural a partir de processos inovadores.

A economia criativa é baseada na abundância, pois seu insumo principal parte da criatividade e do conhecimento humano, que são infinitos; é reconhecida como a economia do simbólico, e por isso está diretamente associada à diversidade das expressões culturais, seu maior valor. Além disso, tem como forte característica sua função colaborativa, pois apresenta uma série de arranjos entre pessoas, instituições e governos. Também é rede e, por último, é uma economia cada vez mais potente na medida em que reconcilia estratégias nacionais com processos internacionais globais.

Como desafios fundamentais para a potencialização e o desenvolvimento dessa economia, podemos destacar:

1. O levantamento, a sistematização e o monitoramento de informações e dados sobre a economia criativa para a formulação

de políticas públicas ajustadas às realidades locais e regionais do país.

2. O fomento à sustentabilidade de empreendimentos dos setores culturais e criativos, fortalecendo a sua competitividade e a geração de trabalho e renda.

3. A oferta de formação adequada para o preparo de gestores e profissionais atuantes nos setores culturais e criativos.

4. A institucionalização de políticas públicas de economia criativa efetivas. O desenvolvimento local e regional dos territórios exige uma concertação entre organizações públicas, empresas e instituições representantes da sociedade civil, com modelos de governanças democráticos e eficientes.

5. A criação e a adequação de marcos legais e infralegais necessários para o fortalecimento dos setores criativos, seja em aspectos associados ao direito trabalhista, seja tributário, seja administrativo etc.

Esses desafios estruturam o programa da Secretaria de Estado da Cultura denominado de “Espírito Santo Criativo” e têm a finalidade de formular e implementar políticas públicas no campo da economia da cultura consistentes para o desenvolvimento do Estado e de suas potencialidades culturais e econômicas por meio da integração de políticas, agendas e programas de múltiplos órgãos governamentais, institutos, agências de fomento e demais parceiros.

Espírito Santo criativo

RICARDO SAVACINI PANDOLFIé subsecretário de Estado da Cultura

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Indústria Capixaba – Findes30

Indústria

Produtos capixabas

por Ivy Coutinho

Indústria

Iniciativa da Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas da Findes pretende impulsionar o consumo de itens locais

C riada com a finalidade de impulsionar o consumo de alimentos e bebidas produzidos no Espírito Santo, ampliando o número de vagas de emprego, a receita

das empresas e o recolhimento de impostos, a campanha Produto Capixaba chega para apresentar ao comprador novas opções e incentivá-lo a priorizar os artigos da terra e a atividade econômica, ao mesmo tempo em que estimula o incremento da produção local.

Com a iniciativa, que ainda está em fase de planejamento, a Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias (Findes), responsável pelo projeto, acom-panhará as ações para o desenvolvimento pleno da mobilização, formulando políticas, fixando diretrizes e prioridades e buscando recursos.

Segundo Cláudio José Rezende, presidente da Câmara Setorial, a expectativa é elevar a produção capixaba nessas áreas. “No Espírito Santo, há 919 empresas de fabricação de produtos alimentícios e 47 de bebidas que geram,

respectivamente, 21.400 e 1.436 empregos. A produção é diversificada e envolve vários segmentos alimentícios. Além do café, considerado uma de suas grandes riquezas, o Estado produz água, refrigerante, biscoito, macarrão, leite, manteiga, queijo e mais uma infinidade

“É importante que o consumidor observe que os produtos locais geram não só riquezas que permanecem no Estado, mas ajudam a manter os empregos e aumentar a arrecadação de impostos”

Egídio Malanquini, diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial da Findes

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estocar mercadorias em casa, aproveitando promoções. Os itens de marcas próprias e embalagens econômicas vêm ganhando espaço, e 70% das compras passaram a ser de abastecimento ou reposição. Supérfluos já não conseguem espaço no carrinho. A classe C deixou de comprá-los e trocou a marca líder pela segunda colocada, enquanto as classes A e B buscam ganhar em promoções e prazos para não abrir mão de produtos premium.

“Portanto, em tempos de crise, devemos usar apelos emocionais, estimular o ‘bairrismo’, mostrar as vantagens desse consumo local. Lançar mão de um garoto-propaganda capixaba também pode ajudar, afinal queremos valorizar os produtos da terra”, diz o presidente da Câmara Setorial.

Rezende ressalta que as ações nos pontos de vendas são fundamentais nesse sentido. “De nada adianta estimu-larmos o consumo do produto capixaba se o consumidor não consegue identificá-lo no ponto de venda (super-mercado, hipermercado, mercearia, padaria, entre outros).

de alimentos que fazem parte da rotina de todos. Apesar do amplo leque de opções, ainda é possível notar que a percepção do público interno em relação a esses itens é muito pequena. Não existe, ainda, por parte da popu-lação, a consciência de que o consumo dos produtos locais pode ser uma ferramenta de desenvolvimento susten-tável, geração de renda, riqueza, empregos e tributos. A matemática é simples: produção + consumo = círculo virtuoso, em que todos ganham. Quem produz, quem vende, quem consome e o Estado”, explica.

Rezende avalia que é preciso, mais do que nunca, resgatar a importância, para o público doméstico, de adquirir o que é feito em solo capixaba, transformar esses produtos em opção número um para o consumidor e aumentar a adesão das indús-trias locais, dando a elas apoio em todas as fases que compõem o seu processo operacional. “Chegou o momento de dar ao Espírito Santo um lugar de destaque entre os grandes produ-tores do país”, frisa. “Para que o comprador priorize a marca capixaba, ele terá de abandonar, por vezes, a preferência por uma marca já consumida ou por preços menores”.

Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a iniciativa fortalece a indústria local. “O projeto vai ao encontro do que o Sistema Findes pratica desde o início de nossa gestão. Temos sempre adquirido produtos e serviços capixabas, além de capacitarmos as pequenas e médias indústrias para que as grandes plantas aqui instaladas aproveitem o máximo de nosso potencial produtivo”. afirmou Guerra.

EstudoDe acordo com pesquisa da Tiendeo (site, com mais

de dois milhões de usuários únicos mensais no Brasil que fornece informação atualizada sobre ofertas, lojas e produtos) realizada em março de 2015, está havendo uma mudança no comportamento da população, que volta a

Os números da Tiendeo

dos pesquisados compram marcas dos supermercados

preferem pacotes menores ou packs de ofertas (embalagens econômicas)

aproveitam promoções para estocar produtos em casa

dos consumidores afirmaram recorrer mais a cupons de desconto e promoções em 2015

No site da Tiendeo, a pesquisa por palavras-chave como “informática” e “eletrônicos” caiu 63%, enquanto palavras-chave como “leite” e “arroz” aumentaram em volume de buscas em 168% e 139%, respectivamente

O levantamento foi feito com 2.800 respondentes e comparou julho de 2014 com julho de 2015, mês em que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 27,9%, em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio.

50,2% 66,9% 67,3% 79,8%

123456

123456

“Não existe, ainda, por parte da população, a consciência de que o consumo dos produtos locais pode ser uma ferramenta de desenvolvimento sustentável, geração de renda, riqueza, empregos e tributos” - Cláudio José Rezende, presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas

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Indústria Capixaba – Findes32

Indústria

A ideia é que os produtos capixabas sejam diferenciados dos demais para facilitar sua localização e comerciali-zação. Se a proposta envolver promotoras no local, esses recursos devem estar descritos – e orçados – no plano. A preferência é por identificar as gôndolas e as ilhas de produtos. Pesquisas indicam o sucesso do agrupamento de opções visando à oferta de cestas inteligentes aos clientes com base em seus interesses de compras. As vendas chegam a aumentar 30%, segundo matéria da revista “Super Hiper”, publicada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Pode-se, portanto, criar ilhas e gôndolas exclu-sivas para exposição dos produtos capixabas, com o mote da campanha. Outros recursos que colaboram para seu sucesso são aplicativos de celular, hot site e divulgação nas redes sociais, capazes de despertar o ‘bairrismo’ na popu-lação e ajudá-la a identificar os produtos locais à venda nos diversos estabelecimentos”, esclarece.

O diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial da Findes, Egidio Malanquini, acredita que todo esse processo contribuirá para a sustenta-bilidade do setor. “É importante que o consumidor observe que os produtos locais geram não só riquezas que perma-necem no Estado, mas ajudam a manter os empregos e aumentar a arrecadação de impostos. Isso tudo fará com que ele valorize o produto da terra. Temos indústrias com capacidade para desenvolver produtos de alta quali-dade. Então, acreditamos que com esses objetivos iremos alcançar a sustentabilidade, principalmente da pequena e média indústria de alimentos”, diz.

A expectativa, para Egidio, é que todos os setores se envolvam na campanha. “Precisamos alcançar o varejista,

“Também precisamos oportunizar relacionamentos

comerciais com fornecedores regionais idôneos e com

capacidade técnica comprovada, incentivar e promover campanhas

promocionais no ponto de venda e na mídia, fazendo

com que o consumidor valorize nossos produtos”

Hélio Hoffmann Schneider, superintendente Acaps

o supermercadista, o panificador, a fim de que eles sejam parceiros no projeto. É um trabalho que envolve todas essas cadeias, não é só a indústria. Com a campanha, podemos elevar o faturamento das indústrias locais, levando ao consumidor um produto de alta qualidade e mostrando que o Espírito Santo tem competência de produzir itens de qualidade. Nossa intenção é que a iniciativa seja permanente, tendo como parceiros os sindicatos filiados à Findes, o Governo e muitos outros. Acredito que esse é um grande projeto. Quando se fala em valorização, observa-se que a sociedade reage bem. Temos experiências bem-sucedidas já ocorridas em outros estados, que têm feito um trabalho fantástico nesse sentido. O Espírito Santo também tem potencial para que isso aconteça, principalmente porque há uma rede de varejo que é praticamente 90% capixaba. Isso facilita a realização da campanha”, destaca.

SupermercadistasNa opinião do superintendente da Associação Capixaba

de Supermercados (Acaps), Hélio Hoffmann Schneider, a campanha Produto Capixaba apresentará resultados satisfatórios a partir do momento em que o consumidor voltar sua atenção aos produtos locais. Para isso, é preciso, segundo ele, manter os itens regionais com qualidade e preço competitivos em relação aos de fora do Estado. “Uma das grandes vantagens competitivas do produto regional é a questão da logística mais barata. Também precisamos oportunizar relacionamentos comerciais com fornecedores regionais idôneos e com capacidade técnica comprovada, incentivar e promover campanhas promocio-nais no ponto de venda e na mídia, fazendo com que o consumidor valorize nossos produtos e dando oportuni-dade a todos os produtores - independentemente do porte econômico da empresa - a participar do projeto e manter unidas todas as partes envolvidas”, avalia.

Para Hélio, o trabalho só trará benefícios ao setor super-mercadista. “Haverá o fortalecimento econômico do nosso parque industrial e a geração de empregos com utilização de mão de obra interna, o que será desmembrado em outras vantagens, que são a geração de renda e o aumento do consumo, favorecendo não só produtores e supermercados, mas também outros segmentos que podem se beneficiar da adesão desse público. Também vamos atrair indústrias de outros estados, que poderão ter interesse em se instalar aqui ao perceberem que há um mercado que mobiliza o consumo”, conclui.

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes34

É impossível pensar na comunicação atual sem envolver as redes sociais nessa tarefa. Tais canais revolucionaram a forma como as pessoas interagem, a ponto de ser

quase impossível deixar de usá-los, inclusive, no ambiente de trabalho. Pensando nisso, o Sistema Findes implantou, no dia 28 de setembro, a Conecta, um novo modelo de comunicação corporativa que deverá tornar a troca de informações no ambiente interno mais dinâmica, inteligente e segura.

Uma das vantagens de se implementar uma rede social corporativa como a Conecta está no fato de que ela fomenta a inovação de forma multidisciplinar, isto é, com a partici-pação de profissionais de diferentes formações e áreas, o que agiliza e aprimora o processo de criação. Além disso, facilita a promoção de um ambiente colaborativo de forma horizontal, fomentando o aprendizado e a troca de ideias.

Para Márcio Salomão, gerente de Suprimentos da Findes, a nova rede interligou as unidades operacionais e a sede corpo-rativa nos processos de aquisição, financeiros e de TI, entre outros. “Essa maior proximidade permitiu mais velocidade nos atendimentos dentro de todas as unidades. Por exemplo, no caso da licitação de um determinado produto, como material para persianas, eu consulto, por meio da Conecta, todas as unidades e vejo quem pode me atender, fazer o levantamento de preços e confirmar a demanda. Com isso, o sistema cria um documento interno e iniciamos o procedi-mento licitatório”, explica Salomão.

Outra vantagem, de acordo com ele, é que as unidades da Findes que ficam distantes da sede (Cachoeiro ou São Mateus, entre outras) podem acompanhar esse processo mais de perto. “Às vezes, um trâmite mais demorado cria uma ansiedade para saber como está. Com a Conecta, eles podem acompanhar cada processo, demandas e licitações sem precisar ligar para a sede”, conta.

O novo modelo de interação usa a solução IBM Connections Cloud S1 e tornou o Sistema Findes um caso nacional de sucesso. De maneira geral, a Conecta é uma rede social corpo-rativa que configura um ambiente tecnológico de colaboração, servindo de suporte ao planejamento, à execução, do moni-toramento e à avaliação dos principais processos produtivos do Sistema Findes.

Para que os colaboradores entendam como funciona a ferra-menta, a Findes organizou workshops em que o novo modelo de comunicação foi apresentado às unidades de Laranjeiras, Aracruz, Campo Grande, Porto de Santana, Cobilândia e Vila Velha, além da própria sede e das unidades do Sesi de Jardim da Penha e Maruípe e do Senai Vitória.

CaracterísticasSegundo Marcelo Ferraz, superintendente corporativo da

Findes, a grande diferença entre a Conecta e as outras redes corporativas é que ela congrega todas as ferramentas neces-sárias para que as competências dos colaboradores possam ser

Novo modelo de comunicação da Findes, Conecta é caso de sucesso

Pela inovação, a Conecta foi apresentada como caso de sucesso no “Connect 2016”,

realizado nos EUA pela IBM

Pioneirismo é a marca da rede social corporativa adotada pelo Sistema Findes

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Jan/Fev 2016 • 322 35

expostas em perfis à disposição das organizações, conforme as necessidades que se busca satisfazer, com muita liberdade cria-tiva, mas sem conflito com a disciplina dos padrões processuais das organizações. “Além de atender aos melhores requisitos tecnológicos, a Conecta permite a valorização explícita das pessoas pelos perfis com que se apresentam suas competên-cias”, explica Ferraz.

Em outras palavras, a Conecta permite que haja a mesma agilidade das redes sociais populares, como Facebook ou WhatsApp, mas de forma muito mais segura e profissional, uma vez que as redes sociais abertas se prestam a finalidades específicas de comunicação e relacionamento com o público externo. “Redes corporativas ainda são uma grande novidade como plataformas de gestão empresarial, seja nos processos finalísticos ou seja nos processos de suporte. A Conecta é um ambiente tecnológico de colaboração em rede que serve de suporte ao planejamento, à execução, ao monitoramento e à avaliação dos processos produtivos”, afirma Marcelo Ferraz.

Ainda segundo ele, a ferramenta também se diferencia porque os requisitos de uma rede corporativa não são os mesmos de uma rede social aberta, já que a primeira precisa estar orientada a serviço da cultura organizacional. “Precisa ser um instrumento de otimização dos processos de produção da organização, conectando pessoas, promovendo redes de colaboração, organizando agendas, métodos e metas, tudo a serviço do aumento de produtividade esperado”, explica. Ou seja, a rede corporativa precisa ser um ambiente que estimule a produção, motive os profissionais e gestores, além de melhorar as relações interpessoais.

E se, para muitas empresas, a atenção dada às redes sociais tradicionais parece um ‘’vício’’ que reduz a produtividade e deve ser combatido, cada vez mais o mercado tem mostrado que a atitude das companhias mais inteligentes é exatamente investir em suas próprias redes corporativas, onde o foco são trabalho e o objetivo principal, a integração dos funcionários e a colaboração.

Além disso, uma rede como a Conecta facilita a troca de informações, que ocorre de forma muito mais ágil do que a

tradicional troca de e-mails, e evita incômodos comuns, como caixas de entrada abarrotadas de mensagens grupais, cada uma falando de um assunto, e nem sempre direcionadas às pessoas certas.

Na Findes, havia a necessidade de uma rede mais ágil e com menos limitações. A conta de e-mail tradicional usada anteriormente, prin-cipal meio de comunicação corporativa do Sistema Findes, causava pequenos transtornos aos usuários, com um limite de armazena-mento muito pequeno, o que obrigava os colaboradores a “limpar” constantemente suas caixas de entrada.

Com a nova rede, a possibilidade de compartilhamento de telas em ambientes virtuais e a capacidade de armazenamento de arquivos, da ordem de 1Tb para cada licença, são avanços importantíssimos em relação ao sistema anterior. “Tudo isso na nuvem, sem a necessidade de investimentos na ampliação da infraestrutura de TI, especial-mente no que tange ao armazenamento de dados, voz e imagens”, afirma Ferraz.

Caso de sucessoA característica de pioneirismo da rede fez com que o Sistema

Findes se tornasse um caso referencial, porque a instituição é precur-sora e inovadora no uso das ferramentas de social business para fins corporativos, com um escopo de projeto que supera em muito as tradicionais intranets. Por isso o Sistema Findes participou no início de fevereiro do “Connect 2016”. Realizado nos EUA pela IBM, o evento contou com painel de discussão com representantes de empresas da Índia, Suíça, Arábia Saudita, EUA e Brasil. O Sistema Findes foi representado por Marcelo Ferraz e pelo gerente da Divisão de Tecnologia da Informação (DIT), Bruno Mafra.

De acordo com Ferraz, porta-voz da instituição no evento, os participantes ficaram impressionados com a forma como a Conecta é utilizada. “A nossa estratégia de implantação foi muito bem avaliada. O fato de você primeiro despertar a curiosidade dos empresados, fazer um plano de comunicação bem feito e implantar a partir de um projeto piloto, criar um ‘grande dia” para o lançamento, gerar e acumular uma curva de aprendizado, instituir uma rede de facilita-dores para que depois pudessem dar suporte às pessoas e, em seguida, levar os nossos processos de produção para dentro da rede, foi algo que deixou todos os presentes encantados”, disse ele.

“Toda a gestão corporativa, que envolve o relacionamento diário das 21 unidades de negócios com as áreas de suporte aos negócios, hoje é mediada pela Conecta”Marcelo Ferraz superintendente de Tecnologia da Findes

A Conecta possui

• Possibilidade de compartilhamento de telas em ambientes virtuais;

• Caixa de e-mails com 1Tb de capacidade de armazenamento para cada licença;

• Compartilhamento e armazenamento em nuvem;

• Possibilidade de armazenamento de dados, voz e imagens.

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Indústria Capixaba – Findes36

Sustentável

Energia: o grande desafio do mundo moderno

por Luciene Araujo

Sustentável

A necessidade de utilização de fontes limpas mostra-se cada vez mais urgente

H á duas verdades incontestáveis no mundo de hoje. A primeira delas é que a energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento dos países e para a qualidade

de vida das pessoas. A segunda é que a exploração e o consumo irracionais dos recursos naturais trouxeram consequências tão graves que chegam a colocar em risco a própria sobrevivência da espécie humana.

A questão é que os aspectos ambientais estão ligados aos âmbitos sociais e econômicos, e de sua adequada interação depende o futuro do planeta. Daí a importância de mudanças urgentes nos paradigmas de desenvolvimento e a consequente necessidade de um engajamento global pela sustentabilidade.

Mudar a forma de se fazer negócios e adotar novas ações em relação ao meio ambiente é uma importante estratégia de sustentabilidade do capital. E governos, empresários e

sociedade em geral já entendem que esse caminho passa obri-gatoriamente pelo desenvolvimento de tecnologias para a utilização de novas fontes energéticas.

As instalações termelétricas respondem por, aproximada-mente, 80% de toda a energia elétrica gerada no mundo, e 41% desse total têm como origem o carvão, extremamente poluente. Considerando as fontes renováveis, as hidrelétricas aparecem em primeiro lugar, representando 16,6%, enquanto as energias eólica e solar encaregam-se apenas de 2,7% e 0,6% respectiva-mente, mas nos últimos anos são as que registram os maiores percentuais de crescimento.

Segundo a Agência Internacional de Energia, a matriz ener-gética mundial tende a ficar mais limpa até 2035: a participação das fontes renováveis vai pular dos 13% contabilizados em 2011 para quase 18% em 2035. E o gás natural subirá de 21,3% para

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“O empresário que pretende implantar um sistema de energia fotovoltaica irá pagar um ICMS de 33% sobre o custo do projeto. Claro que isso afasta o empreendedor” Nélio Rodrigues Borges, presidente do Conselho Temático de Energia da Findes

biomassa, acrescentando-se ainda a geração hídrica já conhe-cida. “Energias que já podem ser geradas com custos vantajosos para a diversificação da matriz e como resposta para o desen-volvimento sustentável diante da problemática do aquecimento global”, enfatiza.

Energia solar

No Brasil, há cerca de 500 sistemas fotovoltaicos (energia solar) em uso, contra 1,4 milhão na Alemanha. Mas a expec-tativa é de que esses números cresçam bastante. Para o Espírito Santo, porém, antes é preciso resolver uma barreira legal. “Nosso Estado está um passo atrás de outros sete que já legalizaram o incentivo de isenção de ICMS para o mercado de energia solar. Aqui, o empresário que pretende implantar um sistema de energia fotovoltaica em seu empreendimento ou na sua residência irá pagar um ICMS de 33% sobre o custo do projeto. Claro que isso afasta o empreendedor”, explica Nélio Rodrigues Borges, presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

E essa isenção chegou a ser avaliada como positiva pela Agência de Energia Pública do Estado (Aspe), mas não foi aprovada pela Secretaria da Fazenda. A titular da pasta, Ana Paula Vescovi, afirmou ser favorável à expansão do uso de energia fotovoltaica, mas ressaltou que é preciso levar em consi-deração alguns itens importantes. “Primeiramente, estudar se a regulação nacional está adequada ao interesse de utilizar essa energia em uma escala maior, pois isso deve vir antes de qual-quer incentivo fiscal.” Vescovi destacou ainda que, atualmente, para os estados, o momento é delicado para renunciar receita, devido à grave crise que o país tem atravessado.

Gás natural O Espírito Santo produz 50% dos 1.800 MW de energia

elétrica que consome, e o restante é importado por meio dos links de transmissão conectados ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais. Por outro lado, que 12,5 milhões de metros cúbico de gás natural e consome somente 35% desse volume.

23,69%. Mas, apesar do forte avanço das fontes renováveis, como eólica e solar, os combustíveis fósseis devem continuar isolados na liderança até lá.

“Entre 2009 e 2014, os leilões da União contrataram, somente de energia eólica, em torno de 14 GW em novos projetos, o que poderá aumentar a capacidade de geração dessa modalidade em quase três vezes o montante gerado em 2014. Isso significa um patamar superior a 16 GW em 2020 e investimentos de mais de R$ 40 bilhões”, detalha o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e especialista da área, Luiz Fernando Schettino.

Para o especialista em sustentabilidade, havendo incentivos fiscais, não há grandes obstáculos à modalidade renovável no país, visto que, além do conhecimento científico e tecnoló-gico, há grande potencial tanto solar, quanto de ventos e de

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Indústria Capixaba – Findes38

Sustentável

Na avaliação do diretor da Aspe Henrique Mello de Moraes, a melhor opção para o Estado é conseguir que a Petrobras disponibilize o consumo local para o gás natural produzido aqui.

“Pode-se dizer, sem risco de errar, que o Espírito Santo é o Estado mais adequado para abrigar a instalação de termoelétricas a gás. O problema é que dois terços de nossa produção são exportados e, assim, os empresários inte-ressados em instalar essas termoelétricas não conseguem garantir o fornecimento de gás da Petrobras, o que inviabi-liza o negócio”, destaca.

O gás natural hoje exportado seria suficiente para implantar duas unidades termoelétricas (UTEs) de 600 MW, o que iria garantir a segurança energética do Estado. “Essas termoelétricas tornariam o Espírito Santo autos-suficiente em energia elétrica, evitariam investimentos na infraestrutura de gasodutos e do sistema de transmissão, com vantagens para todo o país. Também geraria empregos, renda e uma receita tributária da ordem de R$ 200 milhões por ano em ICMS sobre o gás natural”, reforça o diretor. Por isso, o Governo do Estado trabalha para conseguir essa garantia de fornecimento de gás local e aproveitar a opor-tunidade de atrair investidores em março deste ano, quando haverá um leilão de energia A-5, aquele em que o ganhador tem prazo de cinco anos para disponibilizar a instalação.

Energia eólicaNo Brasil existem 349 usinas eólicas instaladas, com capa-

cidade de gerar 8,71 GW, o que deverá ocorrer até 2017. Isso representa uma redução de 15,6 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que corresponde ao gás carbônico lançado por cerca de mais de 9 milhões de automóveis. Mas por que não vemos grandes investimentos nessa área no Espírito Santo?

O presidente do Conerg, Nélio Borges, explica que o fato de o rendimento médio dos ventos no Estado ficar abaixo de 40% deve atrasar, ainda por algum tempo, a vinda de

aportes significativos, uma vez que estados como Ceará, Rio Grande do Norte e os estados da Região Sul registram patamares acima de 50%.

Schettino observa que a chegada de qualquer empre-endimento segue a lógica de mercado, por isso, os locais com maior potencial de geração pelo vento ou por qual-quer outro meio e/ou mais incentivos de qualquer natureza são sempre priorizados pelo empreendedor. “Mas o Espírito Santo possui bons potenciais, sendo questão de tempo receber investimentos em energia eólica e mesmo solar e da biomassa de forma mais robusta”, defende o professor.

Segundo o diretor-geral da Aspe, as condições de atração de aporte eólicos no Espírito Santo estão melhorando, em função de que em nosso Estado há facilidade de conexão dos parques com a rede básica de transmissão do Sistema Interligado Nacional – SIN e pelo fato de importarmos 50% da energia elétrica que consumimos. Assim sendo, a geração local evita investimentos na malha de transmissão, com ganhos para o sistema como um todo.

Geração energia elétrica por fonte

Renovável Renovável RenovávelNão renovável Não renovável Não renovável

2012

31%

33%

8%5%

26%

2013

23%

20%

11%20%

2014

29%

19%

14%

“A instalação de qualquer empreendimento segue a lógica de mercado, mas o Espírito Santo possui bons potenciais, sendo questão de tempo ter investimentos em energia eólica e mesmo solar e da biomassa de forma mais robusta no território estadual”

Luiz Fernando Schettino, professor da Ufes e especialista na área

24%

45% 54% 62%55% 46% 38%

Hidráulica HidráulicaHidráulica

Térmica renovável

Térmica renovável

Térmica renovávelTGP

TGP - Térmica gases de processo - (aciaria, coqueria, alto-forno) TGN - Térmica gase naturais TOC - Térmica óleo combustível

TGPTGP

TGN

TGN TGN

TOCTOC TOC

19%

18%

Fonte: Balanço Energético Nacional 2015; Elaboração: EPE

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Jan/Dez 2016 • 322 39

Minigeração distribuída Em novembro do ano passado, a Diretoria da Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou aprimoramentos na Resolução Normativa nº 482/2012, que criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo que o consumidor instale pequenos geradores (tais como painéis solares fotovol-taicos e microturbinas eólicas, entre outros) em sua unidade e troque energia com a distribuidora local, o que possibilitará uma redução no valor da sua conta de luz.

Segundo as novas regras, que começam a valer a partir de 1º de março deste ano, será liberado o uso de qualquer fonte renovável, além da cogeração qualificada, com potência até 5 MW (sendo 3 MW para a fonte hídrica), conectadas na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras. Quando a quan-tidade de energia produzida em determinado mês for superior à consumida naquele período, o cliente fica com créditos que podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes. As novas regras ampliaram o prazo de validade dos créditos de 36 para 60 meses e autorizam o autoconsumo remoto - abater o gasto de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora.

Energia que vem do lixoA tecnologia hoje existente pode transformar o lixo, grande

“vilão” da sociedade, em “mocinho”. E a indústria defende a

utilização de ferramentas que transformem o lixo em energia, proposta apoiada pelas universidades. “A geração de energia por resíduos sólidos é possível e importante, pode ser feita de várias formas, inclusive no meio rural, e ser aproveitada em aterros sanitários. Pode atender a fins domésticos/particulares, rurais e industriais, tanto por produtores independentes quanto por empreendedores com fins comerciais, mas precisa ser sempre acompanhada pelos órgãos ambientais e de regulação”, destaca Schettino.

O presidente do recém-formado Sindicato das Indústrias de Geração, Distribuição e Transmissão de Energia do Estado do Espírito Santo (Sindienergia), Fabricio Cardoso Freitas, reitera que a falta de políticas públicas consistentes e seguras, ao lado da buro-cracia para se implantar qualquer projeto de geração, transmissão e distribuição de energia, tem afetado, e muito, a economia nacional, e também a capixaba. “Por isso criamos o sindicato, a fim de viabilizar ações que favoreçam novas investimentos”, disse Cardoso. Ele cita que vem sendo desenvolvido no sul do Estado um novo polo de geração de energia e que está sendo discutida com os órgãos competentes, prefeituras, Iema, Ministério Publico e Governo, a melhor forma de apoiar e autorizar investimentos privados.

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes40

O s capixabas começaram o ano de 2016 com o anúncio de cursos gratuitos nas áreas de construção civil, alimentos e bebidas, gestão, automotiva e

tecnologia da inovação. As novidades acontecerão dentro do projeto Ocupação Social e marcam uma parceria assinada entre o Senai-ES e o Governo do Estado no dia 19 de janeiro. No total, serão 23 cursos – como almoxarife, auxiliar de logística, carpinteiro de obras, confeiteiro industrial e padeiro, entre outros – com até 400 horas de duração. Estão

Programa gera oportunidades para os capixabasParceria entre Senai-ES e Governo do Estado, projeto Ocupação Social oferecerá cursos em diversas áreas

previstas 5 mil vagas até 2018, para atender à demanda de pessoas com idades entre 16 e 24 anos, de nove municípios. Já este ano deverão ser ofertadas mil chances.

Os cursos foram apresentados ao governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, e pelo diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luís Carlos Vieira, em encontro no Palácio Anchieta. “Nós estamos prontos para iniciar o programa. Queremos colaborar e temos como oferecer um número variado de cursos gratuitos para atender

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“Queremos colaborar e temos como oferecer um número variado de cursos gratuitos para atender à demanda dessa população mais jovem e vulnerável”Luís Carlos Vieira, diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES

Municípios e bairros contemplados pelo programa Ocupação Social

• Cachoeiro de Itapemirim Bairro Zumbi

• Cariacica Nova Rosa da Penha, Nova Esperança, Flexal II e Castelo Branco

• Colatina Ayrton Senna e Bela Vista

• Linhares Aviso e Interlagos

• São Mateus Bom Sucesso e Vila Nova

• Serra Feu Rosa, Vila Nova de Colares, Jardim Carapina, Novo Horizonte, Planalto Serrano, Bairro das Laranjeiras e Central Carapina

• Vila Velha Barramares, Ulisses Guimarães, Boa Vista, São Torquato e Santa Rita

• Vitória Nova Palestina

à demanda dessa população mais jovem e vulnerável”, explicou Vieira, que destacou ainda a capacidade do Senai em levar as opções de formação profissional a todo o Estado, por meio de suas 15 unidades móveis.

Também esteve presente na reunião o secretário de Estado extraordinário de Ações Estratégicas e coordenador do projeto, Evaldo Martinelli. Segundo ele, uma prévia da pesquisa que está sendo realizada com os jovens que moram nos bairros abrangidos pelo Ocupação Social e que estão fora da escola apontou que 79% deles querem fazer algum curso de qualificação. “Outros 76% querem empreender, abrir um negócio próprio; enquanto 89% desejam voltar a estudar”, enfatizou. O levantamento foi organizado com a ajuda do Instituto Jones dos Santos Neves, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (Sectti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes). “Esses dados fortalecem a necessi-dade de oferecermos o que esses jovens querem. São eles que estão apontando quais as ações e os projetos que serão levados para esses bairros, fundamentais para que a gente consiga alcançar nossos resultados”, disse.

Para o governador do Estado, Paulo Hartung, trata-se de um marco social, beneficiando comunidades carentes e até então sem grandes perspectivas no Espírito Santo. “Este ano de 2016 será o ano da oportunidade para essa população moradora de áreas de maior risco social. Cabe a nós, Governo e sociedade civil, a mobilização em favor dessas pessoas”, frisou.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, pontua que educação e interiorização são prioridades de sua administração. “O Sistema Findes, desde o início de nossa gestão, tem interio-rizado as ações de qualificação profissional, saindo da Reta da

Penha rumo às regiões que mais precisam de apoio. Temos feito este movimento em direção ao interior, mas também na Grande Vitória, abrindo diretorias em Cariacica, Vila Velha e Serra. Sabemos do valor que a educação tem como ferramenta de transformação. Investimos para dar oportunidades aos nossos jovens, gerar renda por meio da qualificação profissional e melhorar a qualidade de vida dos capixabas. A parceria com o Governo do Estado reforça o nosso compromisso”, disse Guerra.

Conhecendo o projeto

Criado com a finalidade de reduzir a taxa de homicí-dios de jovens entre 16 e 24 anos, o Projeto Estruturante Ocupação Social também contempla a diminuição do abandono escolar e o aumento no percentual de jovens estudando ou trabalhando.

A Secretaria de Estado Extraordinária de Ações Estratégicas (Seae) atuará principalmente na articu-lação de ações e mobilização entre poderes públicos e sociedade civil nos nove municípios incluídos. São áreas que foram escolhidas por concentrar, histo-ricamente, o maior número de homicídios, e 17 dos 25 bairros contemplados estão na Grande Vitória. No inte-rior, as oportunidades estarão disponíveis em Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e São Mateus. Pinheiros, que também será beneficiado, ainda aguarda a escolha da região.

As ações do projeto são baseadas em estudos de campo, que devem começar seus levantamentos em mais 13 bairros até fevereiro deste ano. Os dados do diagnós-tico territorial incluem o mapeamento dos logradouros dos bairros, georreferenciando comércios, equipamentos públicos, áreas de lazer, igrejas e projetos sociais, entre outros; e uma pesquisa com jovens moradores que estão fora da escola. A previsão é de que o trabalho seja concluído até junho.

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Artigo

Indústria Capixaba – Findes42

Indústria em ação

MONTADORA ANUNCIA MIL EMPREGOS NO ESTADOApesar da crise, algumas empresas seguem investindo e aumentando o seu quadro de funcionários. Uma unidade de negócios da Marcopolo e montadora de miniônibus localizada em São Mateus, Norte do Espírito Santo, a Volare divulgou no dia 14 de janeiro a geração de aproximadamente mil novos postos de trabalho até 2020. O anúncio foi feito durante uma visita técnica do governador Paulo Hartung à sede da empresa. Com essa demanda, o Senai formulou cursos para atender diretamente ao setor. Dos alunos formados nestes cursos em 2015, 60 foram constratos pela Volare e a expectativa é que o número chegue a 300 em 2016. Após atuação de forma experimental desde 2013, a inauguração oficial da Volare em terras capixabas acontecerá ainda no primeiro semestre. “Somos a primeira montadora do Espírito Santo e atualmente estamos em fase final de adequações da planta para funcionamento a partir de março deste ano. Nossos produtos vão de cinco a 10 toneladas e transportam de 13 a 36 navegantes com diferentes modelos”, disse Gelson Luiz, diretor do Negócio da Volare.

IMPOSTÔMETRO ATINGE RECORDE DE R$ 2 TRILHÕES Em tempos de grave crise econômica, os impostos bateram um novo recorde em 2015. Prova disso é que o Impostômetro localizado em frente ao Edifício Findes atingiu o patamar de R$ 2 trilhões em dezembro. Os números representam o total de encargos municipais, estaduais e federais pagos no país desde o dia 1º de janeiro e apontam uma marca histórica. A carga tributária consome nada menos que cinco meses de trabalho do brasileiro. Em maio de 2015, o Impostômetro alterou a forma de medição, em função da mudança na metodologia do cálculo do PIB implementada pelo IBGE. Os valores exibidos pelo painel passaram a considerar novos dados de arrecadação de Imposto de Renda retido dos funcionários públicos estaduais e municipais e novas taxas e contribuições federais determinadas pela Lei nº 13.080/2015. Gasolina (53% de imposto), água mineral (44%), roupas (35%) e açúcar (32%) foram alguns itens com alto peso.

EMPRESÁRIOS DISCUTEM OS DESAFIOS TRIBUTÁRIOS

Em uma palestra realizada pela Diretoria da Findes em Serra, no dia 7 de dezembro, os atuais desafios da área tributária para as empresas foram apontados pelo advogado e diretor regional do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Alexandre Buzato Fiorot. Organizada pelo vice-presidente institucional da Findes em Serra, José Carlos Zanotelli, a palestra contou com a presença de lideranças empresariais da cidade. Fiorot destacou que a carga tributária brasileira atual é de 35,42% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com cálculos do IBPT. Segundo ele, de cada R$ 10 produzidos pelo país, R$ 3,50 são recolhidos em forma de impostos aos cofres da União, dos governos estaduais e municipais. Se a CPMF com alíquota de 0,2% for aprovada, o valor subirá para R$ 3,60. Conforme especialistas, cargas tributárias de 30% do PIB são preocupantes e acima de 35% são indesejáveis porque travam o crescimento da economia. “O empresário deve se atualizar sempre sobre as mudanças na legislação tributária”, alertou.

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C onsiderada a maior feira do segmento de rochas orna-mentais das Américas e uma das quatro principais do mundo, a Vitória Stone Fair – Marmomacc Latin

America reunirá, de 16 a 19 de fevereiro, no Pavilhão de Carapina, em Serra, grandes representantes do mercado global do setor. Promovida pelo Sindirochas e pela Cetemag e realizado pela Milanez & Milaneze em parceria com o Grupo Verona Fiere, o evento deverá superar os 24 mil visitantes nacionais e estrangeiros da edição anterior. São esperadas 420 empresas expositoras de vários países, como Turquia, China, Egito e Itália, entre outros, especializadas em extração, beneficiamento e comercialização de rochas, além de fornecedores de insumos e máquinas, designers, construtoras, arquitetos, importadores e exportadores de pedras.

O trabalho de divulgação da programação foi reforçado e teve o apoio de embaixadas e entidades de vários países. “Esta feira é sempre motivo de orgulho e tem significado especial como fator de alavancagem do mercado, já que atrai as atenções de todos que têm interesse no segmento. Apesar da turbulência da economia mundial, nossa expectativa e otimismo se renovam com mais essa edição. O fato de ser o primeiro evento mundial do setor no ano é um diferencial”, afirmou o presidente do Sindirochas, Tales Pena Machado.

José Antônio Guidoni, presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), falou sobre a importância da iniciativa como vitrine para o setor. “Para os exportadores, existe sempre a expectativa de bons negócios. Os destaques com certeza deverão ser os mármores. Muitas empresas estão com materiais muito belos”, disse.

NovidadesObservada por importantes mercados, a Vitória Stone

Fair apresentará mais uma vez as novidades internacionais. “Como é tradição, a grande expectativa são os lançamentos. Todos os anos as empresas lançam na feira pedras que ainda não estão disponíveis no mercado e ainda vão ser comercia-

Vitória Stone Fair deve receber mais de 24 mil visitantes

Vitrine para bons negócios: evento acontecerá entre 16 e 19 de fevereiro, no Pavilhão de Carapina, em Serra

“Os segmentos de equipamentos, insumos e serviços também trazem os principais avanços tecnológicos e científicos da cadeia produtiva” Cecília Milanez, diretora da Milanez & Milaneze

lizadas. A ampla diversidade da produção de rochas brasileiras estará exposta na feira são centenas de tipos, com diferentes texturas, cores e utilidades. Os segmentos de equipamentos, insumos e serviços também trazem os principais avanços tec-nológicos e científicos da cadeia produtiva. Para criar mais oportunidades de negócios, o projeto ‘Clube de Compradores’ trará ao evento grupos empresariais de países potencialmente compradores de rochas brasileiras, como Alemanha, Polônia, Austrália e Canadá, entre outros”, destacou Cecília Milanez, diretora da Milanez & Milaneze. Além da exposição de pro-dutos, a Feira contará com uma palestra dos arquitetos Luiz Eduardo e Guto Índio da Costa, da Índio da Costa Arqui-tetura, Urbanismo, Design e Transporte. Já James Hieb, vice-presidente executivo do Marble Institute of America, fa-lará sobre a utilização das rochas brasileiras em obras no mer-cado norte-americano.

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Cenário

Indústria Capixaba – Findes44

Conduzindo para o sucesso

por Nadia Baptista

Gestão

Atuação dos líderes incentiva equipes e influencia os resultados das empresas

D iante de um cenário econômico de incertezas e de mercados com alta competitividade, é cada vez mais necessário aumentar a produtividade, garan-

tindo resultados positivos. Muitas vezes, o diferencial entre o sucesso e o fracasso de um projeto pode estar na maneira como a organização lida com seus colaboradores. Alinhar o pensamento e a atitude das equipes aos objeti-vos da empresa é um caminho relevante para o alcance de resultados satisfatórios, que deve ser trilhado com maestria pelas lideranças. Mais do que apenas determinar o norte de cada empregado e seu papel na concretização de um projeto, o líder tem a missão de despertar em cada trabalhador o comprometimento com os objetivos da organização.

“As pessoas são elementos essenciais dentro da empresa, que depende delas para obter resultados. O gestor é o condutor desse processo. Sua responsabilidade é maior

“A principal atitude de alguém que ocupa um cargo de liderança é o exemplo. Sua equipe será o espelho daquilo que você é”

Haroldo Massa, presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Findes

não só em termos de conseguir os resultados esperados, mas também em tornar a equipe coesa e unida dentro do propósito organizacional”, ressalta o consultor do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) Elcio Teixeira.

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“Buscar o crescimento da empresa é a única maneira de fazermos com que as pessoas também cresçam. Aqui reside a visão do líder: preparar a companhia para o crescimento, motivando e capacitando pessoas para participar desse projeto” - Carlos Augusto Lira Aguiar, ex-presidente da Fibria

um cargo de liderança é o exemplo. Sua equipe será o espelho daquilo que você é”, pontua Haroldo Massa.

Compartilhar os objetivos da organização com os colabora-dores, fazendo com que eles os tomem para si, é um dos grandes desafios enfrentados por qualquer liderança. “Caso a empresa tenha na sua missão estender seus resultados a todos que participam de seu alcance, o relacionamento construtivo, parti-cipativo, profissional e qualificado é quesito obrigatório nessa influência positiva e na busca desses resultados”, frisa o presi-dente do Consurt. “A influência positiva de um líder sobre sua equipe vem do relacionamento construtivo, do conhecimento dos anseios profissionais dos membros da equipe, das propostas e metas estabelecidas e comprometidas com a alta administração, da observação e da correção dos desvios dos resultados inter-mediários e, não menos importante, do reconhecimento formal, com destaque para a meritocracia”, complementa Haroldo.

Delegar e saber ouvirIdentificado ao longo de sua trajetória profissional como

um grande líder, Carlos Augusto Lira Aguiar representou um papel fundamental na formação da Fibria e se tornou seu primeiro presidente, em 2009. Hoje membro do Conselho de Direção da empresa, ele ressalta a capacidade de delegar como uma das características que o favoreceram no alcance de saldos positivos pelas equipes que esteve à frente. “Minha principal característica nas posições que ocupei, desde um novato engenheiro de processo até a presidência de uma grande empresa, foi a confiança nas pessoas, dando--lhes delegação para fazerem o seu melhor, passando meu exemplo de dedicação, aprofundamento, estudo, e transmi-tindo valores como integridade, transparência e ética nos negócios”, afirma.

Partilhar com clareza os objetivos da empresa, enten-dendo o que motiva cada um dos colaboradores, também deve estar entre as posições adotadas. “Uma boa liderança tem de inspirar pessoas, ser exemplo, praticar aquilo que prega para toda a organização. Ter credibilidade, abertura para ouvir genuinamente os diversos níveis, deixar claros os

Para ele, um dos papéis mais importantes dos líderes é alinhar a equipe e garantir que todos saibam e se compro-metam com os objetivos. Para comandar, o gestor deve deixar de lado a posição de chefe. “O chefe dá ordens diretas e incontestáveis. Nessa realidade, os colabora-dores fazem suas tarefas sem envolvimento, muitas vezes sem entender o propósito e, consequentemente, sem dar o seu melhor. O líder, por sua vez, envolve a equipe, trazendo os seus colaboradores para um processo de alinha-mento em que cada um conhece o seu papel diante da estratégia da empresa e pode contar com o suporte cons-tante do seu gestor”, salienta Elcio.

O relacionamento de um gestor com seus colaboradores deve se dar por meio de um canal aberto, possibilitando que os empregados participem não só a partir de suas ações rotineiras, mas também usufruindo de espaços para ques-tionamentos que possam contribuir para os resultados desejados. Um líder deve estar aberto às opiniões e às suges-tões de seus trabalhadores. “Enquanto um chefe ordena que seu subordinado faça o que ele manda e guarde o que sabe, um líder abre espaço para que o seu colaborador (ou lide-rado) apresente suas ideias, construindo juntos uma linha de ação para a equipe. Um ‘chefe’ sempre será mais auto-ritário, já um ‘líder’ será companheiro, parceiro”, destaca o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Findes, Haroldo Massa.

Importância do exemploPor possuir papel central em uma equipe, a liderança está

em evidência a todo momento. O exemplo é destacado por especialistas como um grande diferenciador entre os gestores identificados como “líderes” e aqueles tidos apenas como “chefes”. Enquanto a atuação dos últimos limita-se a manter a ordem entre a equipe, fiscalizando o cumprimento das atividades e dos processos, os primeiros são conhecidos pelo poder de influência que têm junto a seus liderados. Líderes valem-se da hierarquia para direcionar a atuação da equipe mas, muito mais que isso, estimulam seus subordinados por meio do exemplo. “A principal atitude de alguém que ocupa

Ferramentas oferecidas pelo IEL-ES

• Diagnóstico de potencial: pontos fortes e limitações. Realizado com uma das ferramentas americanas: Birkman, MBTI ou EQI-2.0;

• Coaching Executivo individual ou Coaching em Grupo;

• Treinamento e workshops específicos para desenvolvimento de habilidades de liderança;

• Imersão em programas de liderança em grandes Universidades Internacionais.

Fonte: IEL-ES

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Indústria Capixaba – Findes46

Gestão

objetivos da empresa a seu pessoal, mostrando os problemas quando surgirem, da mesma forma que mostramos as vitórias - sem mistificações, inverdades ou usando dois pesos e duas medidas. É importante disseminar os valores da empresa e agir conforme tais valores, trazendo-os para o dia a dia de seus empregados, para que se sintam felizes e seguros em seu ambiente de trabalho. Valores como integridade, trans-parência, verdade, justiça e modelos como meritocracia, metas, medições, cobranças, entre outros, tornam a lide-rança mais verdadeira e inspiradora. Dados e fatos devem ser usados tanto para elogios quanto para a busca da melhoria das pessoas”, avalia o ex-presidente da Fibria.

Conhecer sua equipe também é importante. “Ouvir as pessoas, ter uma boa noção do que pensam sobre elas, sobre suas vidas, sobre o ambiente de negócios e sobre suas aspi-rações faz com que o executivo aumente sua credibilidade. Procurava ouvir atentamente o que pensava nosso pessoal interno e, assim, pude dar um toque mais humano às relações do trabalho. Dessa forma, as pessoas passam a perseguir as metas com mais entusiasmo e certeza. A gente gosta de saber por que está batalhando, e isso dá a motivação para vencer os maiores desafios”, acredita Aguiar.

Desafios para crescerAgindo da maneira correta, a liderança é capaz de

inspirar o cumprimento de metas e a superação de desafios. “É importante colocar metas desafiadoras, mas possíveis

As características de um líder

Aqueles que ocupam cargos de liderança devem desenvolver algumas características e adotar as posturas adequadas para garantir o sucesso dos projetos que lideram.

• Inspirar confiança é uma das características-chaves; afinal, alguém embarcaria num avião sem confiar no piloto?

• Boa comunicação também é relevante e essencial para que a equipe entenda com clareza os propósitos e as demandas. Comunicação ruim é um dos pilares do fracasso.

• Atitude positiva e bom humor são importantes, pois possuem um poder gigantesco de contágio, além de fortalecer a confiança da equipe e melhorar a energia e atmosfera do ambiente organizacional.

• Saber delegar beneficia o colaborador, que se sente mais valorizado e útil para a organização, e permite ao líder ter mais tempo para desempenhar o seu papel estratégico.

• Intuição e tato para perceber qualquer desalinhamento dos objetivos demandados e trazer a equipe e as tarefas para a trilha desejada.

• Capacidade de inspirar. Afinal, todos querem poder lidar com pessoas que lhes façam sentir valorosos e especiais. O bom líder tem esse recurso.

Fonte: Elcio Teixeira, consultor do IEL-ES

“As pessoas são elementos essenciais dentro da empresa, que depende delas para obter resultados. O gestor é o condutor desse processo”

Elcio Teixeira, consultor do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES)

de serem alcançadas com muito trabalho. Desafios, e não ameaças. Buscar o crescimento da empresa é a única maneira de fazermos com que as pessoas também cresçam. Aqui reside a visão do líder: preparar a companhia para o crescimento, motivando e capacitando pessoas para parti-cipar desse projeto”, lembra Carlos Augusto.

“O mundo moderno exigirá cada vez mais executivos que tentam liderança, e não simples chefias, que mandam e os demais obedecem. No mundo da informação instan-tânea, ninguém mais aceita ordens, mas conclamações para atingir objetivos. O líder ensina, aprende, ajuda, encontra caminhos, se municia de pessoas competentes, sem medo da concorrência, pois sabe que precisará dos melhores para atingir metas cada vez mais audaciosas. E os subordi-nados se sentem à vontade e emitem suas ideias e opiniões com confiança. E serão dezenas de opiniões que poderão trazer melhores resultados ao líder. O chefe se limita a fazer cumprir certas missões de curto prazo. Olha para a árvore, mas não vê a floresta. Não sabe orientar, pois vive de dar ordens, e o respeito e a credibilidade se dão mais pelo receio das pessoas do que pelo que possa lhes inspirar”, explica Carlos Augusto.

Um verdadeiro líder deve ter uma visão holística, que envolva não somente a atuação de sua equipe, mas as estra-tégias adotadas pela empresa e a forma como ela se relaciona com seus públicos de interesse. “Não descuidei do envolvi-mento da empresa com a sociedade, com as comunidades, e sempre busquei essa integração. A liderança passa a ter um envolvimento mais completo e mais atuante, gerando respeito e credibilidade”, ressalta o ex-presidente da Fibria.

Para que um gestor assuma o papel de líder, em vez de chefe, deve, primeiramente desenvolver o desejo de se tornar mais efetivo, obtendo resultados que lhe permitam fazer a diferença na organização. Para isso, é importante, muitas vezes, buscar ajuda de especialistas, para apri-morar seus pontos fortes e desenvolver seus pontos críticos. “Essa busca pelo autoconhecimento e aperfeiçoamento é essencial para a conquista de novos horizontes pelo gestor. O IEL-ES possui recursos para ajudá-lo nessa trilha, que incluem desde oferecer ao mercado as melhores ferra-mentas para avaliação de líderes no mundo, até coaching e um programa integrado de treinamento que cobre todas as áreas de desenvolvimento de liderança”, esclarece Elcio Teixeira.

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Artigo

Indústria Capixaba – Findes48

“J ornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. Assim o jornalista e escritor George Orwell definiu com

perfeição aquela que é uma das atividades mais importantes em uma democracia. O direito à livre informação, exercido com foco em interesse público, seriedade, ética, competência e responsabilidade. E é isto que o Prêmio Findes de Jornalismo busca: a reportagem elevada ao estado da arte.

Na cerimônia de entrega da edição 2015 dos troféus, realizada no dia 4 de dezembro no Itamaraty Hall, importantes nomes do jornalismo capixaba estiveram presentes, motivados não apenas pela premiação em si, mas também pelo reconhe-cimento pela celebração de seu ofício. Afinal, nunca é demais lembrar que, se é o homem quem muda o mundo, por sua vez é a informação que muda o homem.

O Prêmio Findes de Jornalismo 2015 contemplou os me-lhores trabalhos nas categorias Fotojornalismo, Jornalismo Im-presso, Radiojornalismo, Repórter Cinegrafista, Telejornalismo e Webjornalismo, além do Grande Prêmio Rubem Braga, que distingue de forma especial a melhor reportagem entre todas inscritas no ano. O grande vencedor da noite foi o repórter do jornal A Gazeta Patrik Camporez. Ele ficou em primeiro lu-gar na categoria Jornalismo Impresso e levou o Grande Prêmio Rubem Braga, com a reportagem “Agrotóxico deixa rastro de intoxicação e mortes”. A premiação foi patrocinada pela Arce-lorMittal, Fibria, Samarco e Vale.

Nas demais categorias, Edson Chagas, também de A Gazeta, conquistou o troféu de Melhor Fotografia, Rafael Zambe, da TV Gazeta, o de Melhor Cinegrafista. Ainda pela TV Gazeta, a matéria “Expedição diagnóstico científico do Rio Doce” ficou com a primeira colocação na categoria Telejornalis-

Prêmio Findes de Jornalismo apresenta o que há de melhor da imprensa capixabaNa sua segunda edição, prêmio é um reconhecimento da importância do papel da imprensa e da qualidade dos profissionais do Espírito Santo

Homenagem

Durante a cerimônia, a Federação das Indústrias também homenageou o jornalista Luiz Trevisan pelos 40 anos de dedicação ao exercício da profissão. Nascido em Castelo, Trevisan deixou o emprego na antiga Companhia Vale do Rio Doce, em 1974, para se tornar “foca” da editoria de Polícia de A Gazeta, onde mais tarde escreveria a coluna “Victor Hugo”. Também foi colunista no jornal A Tribuna, assinando a “Plenário”. Foi ainda redator, editor e comentarista de televisão, entre diversas outras funções que desempenhou. Com o reconhecimento ao “Jornalista Destaque”, a Findes parabeniza aqueles que trabalham diariamente para aprimorar a profissão.

Indústria em ação

mo. No Webjornalismo, Natália Bourguignon e Aglisson Lopes, do portal Gazeta Online, venceram com “A Guerra de Guara-pari”. Já no Radiojornalismo a vencedora foi Terezinha Jovita, da Rádio Espírito Santo, com a reportagem “Reciclar lixo e re-colher respeito: dignidade e renda nas associações de catadores do Espírito Santo”.

Ao todo, o concurso distribuiu R$ 115 mil em prêmios. Os primeiros colocados receberam R$ 10 mil; os segundos, R$ 3 mil; e os terceiros, R$ 2 mil. E o vencedor do Grande Prêmio ganhou R$ 15 mil pelo trabalho.

Criado em 2013 para valorizar os bons profissionais que atuam em todas as regiões do Espírito Santo e divulgar novas ações e projetos, o Prêmio Findes de Jornalismo já é considerado o mais importante dessa atividade no Estado. Segundo o presidente

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da Findes, Marcos Guerra, trata-se de um reconhecimento não só ao papel e compromisso da imprensa com o desenvolvi-mento local, mas também de um incentivo ao profissional capi-xaba, destacando os talentos do Espírito Santo.

Para a editora de Economia do jornal A Tribuna, Isabela La-mego, a iniciativa é um merecido reconhecimento à importân-cia da imprensa na sociedade e no Espírito Santo. “Sem dúvida, é uma forma de reconhecimento aos bons profissionais que se dedicam diariamente ao ofício de informar e transformar vi-das”, afirma ela, que considera o evento um ótimo incentivo à elaboração de grandes reportagens no processo de democrati-zação e de disseminação de informações.

Elias Carvalho, dono do jornal Folha do Caparaó, lembra que os prêmios servem para, além de valorizar o bom jornalista, des-cobrir novos talentos da imprensa. “Ele faz com que novos ta-lentos se sintam encorajados para participar, ter um trabalho in-dicado, e é claro que isso ajuda na promoção da profissão e na descoberta de novos profissionais talentosos”, avalia.

“É mais um incentivo para que o trabalho seja bem-feito, pelos profissionais e pelas empresas. O resultado disso sempre será positivo. Além disso, mostra a qualidade dos jornalistas que temos no Estado”, acrescenta o diretor de jornalismo, de Rede Vitória, Fernando Machado.

De acordo com o diretor de Jornalismo do Metro e da TV Capixaba, Antônio Carlos Leite, o principal aspecto do Prêmio Findes é o modo como afeta positivamente a sociedade com o trabalho jornalístico bem elaborado. “O prêmio é a valorização do trabalho bem-feito, com ética e seriedade. Ter um evento como esse é sempre muito positivo para o Jornalismo e quem ganha com isso é toda a sociedade”, opina.

A Rede Gazeta foi a que mais levou troféus para casa. Das seis categorias, cinco primeiros lugares foram para profissionais da empresa, além do Grande Prêmio Rubem Braga. Para o diretor de Jornalismo da Rede, Abdo Chequer, o Prêmio é o mais importante para jornalistas no Espírito Santo. “Os profissionais premiados se sentem reconhecidos ao ver suas carreiras alavancadas, ou se consolidando ainda mais. As empresas de jornalismo se sentem da mesma forma, vendo seus repórteres, editores, fotógrafos e cinegrafistas reconhecidos no desenvolvimento de sua missão maior: fazer jornalismo de qualidade, que melhore a vida das pessoas, das comunidades onde vivem, fortalecendo a cidadania e, consequentemente, a democracia”, afirma.

Prêmio Findes de Jornalismo 2016Em 2016, a premiação terá algumas mudanças. A começar

pela não exigência de uma temática específica. A intenção é privilegiar o jornalismo de excelência e as boas iniciativas, incentivar ainda mais a concorrência. Assim, qualquer matéria que cause grande repercussão e impacto na sociedade poderá concorrer. Já o Grande Prêmio Rubem Braga de Jornalismo será destinado à melhor matéria sobre as boas práticas do setor industrial.

As datas também sofrerão mudanças. Para não coincidir com outros eventos e festas de fim de ano, a cerimônia será antecipada para novembro. Com isso, o período de publicação ou veiculação dos trabalhos jornalísticos terá como limite o dia 11 de setembro de 2016. As inscrições deverão ser feitas entre 12 de setembro e 2 de outubro de 2016. Já o anúncio dos trabalhos finalistas será em 1º de novembro. Os grandes vencedores vão ser conhecidos em 18 de novembro.

Primeiros lugares

Fotojornalismo - Edson Chagas, A Gazeta “É sempre um incentivo para que a produção local se renove e os profissionais busquem cada vez mais desenvolver bons trabalhos. Não que isso não se faça independentemente do Prêmio, mas é um estímulo ao profissional.”

Telejornalismo Vinicius Baptista, TV Gazeta “Para mim, foi muito gratificante, acho que é a vitória de um trabalho duro e árduo. Fizemos uma série de reportagens em que fiquei uma semana dentro do Rio Doce, e foi muito difícil. Então, o prêmio foi importante para coroar o esforço de toda a equipe.”

Webjornalismo - Natália Bourguignon e Aglison Lopes, Gazeta Online “Foi uma matéria histórica e em profundidade, duas coisas que não são normalmente associadas ao jornalismo on-line. E deviam ser. Sobre o prêmio, eu acho que na nossa profissão a gente tem tanto trabalho e às vezes não é reconhecido. O que você faz num dia é esquecido no dia seguinte. Então, o Prêmio está aí para mostrar que existe conteúdo bom e que precisa ser valorizado.” Natália Bourguignon.

Radiojornalismo - Terezinha Jovita, Rádio Espírito Santo “Fiquei muito feliz, é muito gratificante, porque vou fazer 30 anos de jornalismo. Então, isso significa muito para a minha carreira. E é particularmente especial porque o Prêmio veio para a Rádio Espírito Santo, e nós temos uma série de limitações que precisamos superar. Fazer esse trabalho com qualidade e ser reconhecida é muito bacana!.”

Repórter cinegrafista Rafael Zambe, TV Gazeta “Fiquei muito feliz. É a primeira vez que sou premiado, então fico muito honrado. A premiação traz prestígio aos profissionais, e isso nos motiva a melhorarmos cada dia mais o nosso trabalho.”

Jornalismo impresso e Prêmio Rubem Braga Patrik Camporez, jornal A Gazeta “Levar o Grande Prêmio Rubem Braga foi uma honra. Foram quase quatro meses de produção e o primeiro desafio foi chegar até a essas famílias. Ouvi relatos emocionantes e percebi que ali tinha uma boa história a ser contada. Essa premiação vem como incentivo para outras reportagens a serem bem produzidas.”

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Indicadores

Indústria Capixaba – Findes50

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do Espírito Santo, pesquisa realizada pelo Sesi/Senai/ES,

por meio de sua Gerência Executiva de Economia Criativa, e pelo Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou avanço em janeiro de 2016, em relação ao mês anterior (+2,8 pontos), contudo permanece abaixo da linha divisória de 50 pontos (38,5 pontos). O crescimento foi influenciado tanto pelo indicador de condições atuais, como pelo indicador de expectativas para os próximos seis meses. Na comparação de janeiro de 2016 com janeiro de 2015, quando estava em 43,9 pontos, o Icei recuou 5,4 pontos.

O indicador de condições atuais, que é apurado com base na percepção dos industriais capixabas em relação à econo-mia, ao Estado e à própria empresa, apresentou acréscimo de 2,7 pontos em janeiro de 2016 em comparação ao mês anterior, entretanto continua na faixa inferior a 50 pontos (29,6 pontos). O aumento foi impulsionado por dois dos três itens que integram o indicador, condições do Estado (+1,9 ponto) e condições da empresa (+4,2 pontos); a exceção foi o

O Icei da indústria brasileira se expandiu em janeiro de 2016, em relação a dezembro. O crescimento foi de 0,5 ponto, e o índice passou a se posicionar em 36,5 pontos. Esse resultado demonstra que, apesar da suave

alta, permanece a falta de confiança do empresário. Tal elevação foi influenciada apenas pelo indicador de expectativas que obteve avanço (+1,1%). Em oposição, o indicador de condições atuais encolheu (-0,7%). Frente a janeiro de 2015 (44,4 pontos) o índice de confiança da indús-tria nacional caiu 7,9 pontos.

O Icei do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O Icei do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Índice de Confiança do Empresário Industrial Icei – Espírito Santo e Brasil

Tabela 1

Ago/15 Set/15 Out/15 Nov/15 Dez/15 Jan/16

Brasil 37,1 35,7 35,0 36,4 36,0 36,5

Espírito Santo 36,9 36,2 36,5 38,5 35,7 38,5

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

ANO DE 2016 INICIA COM ACRÉSCIMO NA CONFIANÇA EMPRESARIAL

Percepção do empresário industrial – condições atuais

Índice de Confiança do Empresário Industrial - Icei-ES(em pontos)

Gráfico 1

Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNIA média histórica considera o período de fev/2010 a ago/2015

6560555045403530

abril/11 out/11 abr/12 out/12 abr/13 out/13 abr/14 out/14 abr/15 jan/16

Média histórica - 53,9

38,5

indicador da economia brasileira que se manteve estável. Todos se mantêm bem abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia (21,0 pontos), condições do Estado (26,4 pontos) e condições da empresa (33,1 pontos). Na comparação com os resultados de janeiro de 2015, verificou-se expressivo declínio no indicador de condições atuais (-8,3 pontos), bem como em todos os itens que o compõem.

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Jan/Fev 2016 • 322 51

Percepção do empresário industrial – expectativas para os próximos seis meses

- Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/), a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.

- O Icei varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.

- A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 91 empresas capixabas (23 pequenas, 46 médias e 22 de grande porte). Destas, 26 pertencem à indústria da construção.

Notas

A pesquisa de janeiro de 2016 mostrou uma pequena melhora na perspectiva do empresário industrial capixaba, pois o in-dicador de expectativas em relação aos próximos seis meses avançou 3,1 pontos frente ao mês anterior, porém permanece um pouco abaixo da linha divisória de 50 pontos (42,9 pontos). A alta da expectativa foi influenciada por todos os indicadores que a constituem: expectativas com relação à economia brasileira (+0,3 ponto), com rela-ção ao Estado (+3,7 pontos) e com relação à empresa (+3,4 pontos). Todavia, ainda assim, todos os indicadores continuam posiciona-dos na faixa inferior da linha divisória de 50 pontos: expectativa da economia brasileira com 30,7 pontos, do Estado com 38,7 pontos e da empresa com 47,1 pontos. Frente a janeiro de 2015 observou-se redução de 4,0 pontos, influenciada por todos os itens formadores desse indicador.

O indicador de expectativas da indústria nacional registrou acréscimo em janeiro de 2016, em relação ao mês anterior (-1,1 ponto), contudo ainda se situa na faixa inferior a 50 pontos (40,9 pontos). Esse resultado foi impactado pelos dois itens que o compõem:

Indicador de expectativas para os próximos seis meses Tabela 3

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jan/15 Dez/15 Jan/16 Jan/15 Dez/15 Jan/16

EXPECTATIVAS ² 46,9 39,8 42,9 48,7 39,8 40,9

Com relação a:

Economia brasileira 35,8 30,4 30,7 38,6 29,9 30,4

Estado 44,3 35,0 38,7 - - -

Empresa 50,0 43,7 47,1 53,8 45,0 46,5

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI2 - Para os próximos seis meses

Indicador de condições atuais Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jan/15 Dez/15 Jan/16 Jan/15 Dez/15 Jan/16

CONDIÇÕES ATUAIS ¹ 37,9 26,9 29,6 35,7 28,3 27,6

Com relação a:

Economia brasileira 28,5 21,0 21,0 26,7 19,3 18,7

Estado 34,5 24,5 26,4 - - -

Empresa 41,1 28,9 33,1 40,3 32,9 32,2

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI1 - Em comparação com os últimos seis meses

“com relação à economia brasileira” (+0,5 ponto) e “com relação à empresa” (+1,5 ponto), ambos também continuam abaixo da linha divisória de 50 pontos. Na comparação de janeiro de 2016 com janeiro de 2015 observou-se expressiva redução no indicador de expectativa (-7,8 pontos), por influência dos dois itens que o integram.

A indústria brasileira iniciou 2016 com queda no indicador de condições atuais, que se posicionou em 27,6 pontos. Em janeiro de 2016, em relação ao mês anterior, o decréscimo de 0,7 ponto foi influenciado pelos dois itens que o formam: condições da economia brasi-leira (-0,6 ponto) e condições da em-presa (-0,7 ponto), com isso ambos per-manecem na faixa inferior a 50 pontos. No confronto do resultado de janeiro de 2016 com janeiro de 2015, notou-se significativa redução no indicador de condições atuais (-8,1 pontos), bem como nos dois itens que o integram.

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Fatos em fotos

Indústria Capixaba – Findes52

Prodfor certifica 28 empresas

Referência em todo o Brasil, o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) certificou no dia 17 de dezembro, no MS Buffet, em Vitória, um grupo de 28 empresas capixabas, sendo 23 delas no Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF), três em Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSS) e outras duas em Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Com as certificações, essas organizações ganham ainda mais destaque no mercado. Criado em 1997, o Prodfor promove a capacitação dos fornecedores locais, por meio da realização de um sistema devidamente articulado. Participam da iniciativa, como mantenedoras, ArcelorMittal, Canexus, Chocolates Garoto, Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Fibria, Espírito Santo Centrais Elétricas (EDP Escelsa), Petrobras, Samarco Mineração, Technip e Vale. O apoio institucional é exercido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a coordenação técnica pela Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).1 – O gerente geral de Suprimentos da Fibria, Alber Martins de Almeida, e o coordenador executivo do Programa, Luciano Raizer Moura. 2 – O coordenador de Conteúdo Local e Relacionamento com o Mercado Fornecedor da Petrobras, José Eduardo Cruz Del Esposti; o diretor de Suprimentos da ArcelorMittal Brasil, Marcelo Marino Pena Luz; e o coordenador geral do Prodfor, Alexandre da Silva Dias José. 3 – Benildo Denadai, diretor técnico do Sebrae-ES, e o vice-presidente do Sistema Findes e diretor para Assuntos do IEL-ES, Aristóteles Passos Costa Neto. 4 – O gestor de Contratos da CMC Serviços Industriais, Wagner Luiz Carlesso, recebe a placa de destaque da empresa na Certificação do SGQF em 2015 das mãos do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; do vice-presidente do Sistema Findes e diretor para Assuntos do IEL-ES, Aristóteles Passos Costa Neto; e do coordenador geral do Prodfor em 2015 e gerente geral de Inteligência e Excelência Operacional da ArcelorMIttal, Alexandre da Silva Dias José. 5 – Também destaque no evento, na manutenção da Certificação do SGQF do Prodfor do Grupo de 2014, a GSN Distribuidora de Materiais Elétricos foi representada por seu diretor comercial, Gilberto Santana Nascimento. 6 – Empresas SPG Negócios e AP Utility do diretor Antônio Poyares em noite de certificação. 7 – Equipe da Rhopen Consultoria: alegria e satisfação com a certificação. 8 – Equipe Survine Training mostra seu certificado. 9 – O gerente de Operações da Sirtec, Onir Trindade Figueiredo, discursa no evento. 10 – Representantes das mantenedoras do Prodfor e gestores do Sistema Findes reunidos: além de Luciano Raizer, Alexandre Dias, Fábio Dias e Aristóteles Passos Costa Neto, estiveram presentes o diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai; o gerente de Compras Locais e Amoxarifado da Grande Vitória da ArcelorMIttal Brasil, Celem Saiter Garrocho; o gerente industrial da Canexus Química, Cristiano Ramella; o administrator da Cesan Vitor dos Santos e Silva; a analista de Gestão de Fornecedores senior da EDP Escelsa, Cláudia Barbosa da Silva; o gerente geral de Suprimentos da Fibria, Alber Martins de Almeida; a coordenadora de Suplly Chain do grupo Technip, Maria Aparecida Costa; o coordenador de Conteúdo Local e Relacionamento com o Mercado Fornecedor da Petrobras, José Eduardo Del’Espoti; e o gerente de Suprimentos da Vale, Giovanni Eustáquio. 11 – Estrelas da noite, o grupo das fornecedoras celebra a conquista, após um ano de empenho e trabalho.

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Artigo

54 Indústria Capixaba – Findes

C omo consequência da profunda crise política, econômica e ética que paralisou o país nos últimos meses de 2014 e

durante todo o ano de 2015, estima-se que perto de 1,5 milhão de trabalhadores perderam seus empregos no Brasil.

Trata-se do efeito mais grave e perverso deste triste período de nossa história, marca-do, sobretudo, por demissões não desejadas, impostas por uma realidade recessiva extre-mamente dura (a mais intensa dos últimos 25 anos), causada por políticas econômicas desastradas do Governo. Seus impactos sa-crificam toda a sociedade, mas, sobretudo, os que perdem o emprego.

A taxa de desemprego, apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), está prevista para fechar 2015 em 10%, e vai piorar, podendo superar os 12% ainda no primeiro semestre de 2016. O contingente de desempregados já se aproxima de 9 milhões de pessoas.

Acontece que o trabalho, que é um bem de todos, “condiciona o desenvolvimento não só econômico, mas também cultural e moral, das pessoas, da família, da sociedade e de todo o gênero humano” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 269). Assim, o nosso desenvolvimento pleno está atrelado às condições de recuperação do emprego, dever que se constitui, nos próximos anos, na principal prioridade dos brasileiros que servem ao país tanto no setor público quanto no privado.

Enquanto não se restabelecem essas condições, temos a responsabilidade de

enfrentar o problema da qualificação técnica e profissional dos desempregados, capacitando-os para as oportunidades que surgirão com a retomada do crescimento. Como sempre acontece, os menos qualificados são os primeiros a perder o emprego e os últimos a reconquistar um novo posto de trabalho.

Além de seu importante lado social, o investimento na educação é, também, fator crítico para a competitividade, pois as empresas precisam de profissionais qualificados para se tornarem mais inovadoras. Diferenciar-se virou pré-condição para a sobrevivência num ambiente em que o chamado Custo Brasil retira a capacidade da maioria dos setores de disputarem mercado com estratégias de preço baixo.

Os industriais brasileiros, heróis de uma guerra desigual, defendem mais governança e menos Governo, mais determinação e menos burocracia, para que seja possível avançar em relação a algumas reformas cruciais, como a tributária e a trabalhista, para criar um ambiente institucional menos hostil ao investimento e à produção. Por outro lado, os industriais aprenderam que não adianta esperar pelo Governo. Por isso, em meio à severa conjuntura já definida para 2016, as empresas estão olhando também para dentro de si mesmas, revendo, atualizando e aperfeiçoando processos, na busca da máxima eficiência. Mas sem deixar de lado os investimentos em educação e inovação, os quais criarão as condições que permitirão sair mais rápido da crise e fazer de 2016 um ano melhor.

Educação e inovação para fazer frente a um ano desafiador

GLAUCO JOSÉ CÔRTE é presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde ocupa atualmente também os cargos de presidente do Conselho Temático Permanente de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico, e vice-presidente do Conselho Temático de Educação

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