revista Living Now 07

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Living NOW ANO 2 NÚMERO 7 CROÁCIA Com cerca de 50 ilhas paradisíacas, ex-república da Iugoslávia é destino em alta no turismo internacional MARCIO BARALDI Cartunista mais rock’n roll do Brasil revisa sua trajetória e analisa atual momento do ramo de HQs no país BENEDITO CALIXTO Considerado o maior mercado de pulgas de SP, praça localizada em Pinheiros reúne antiguidades e gastronomia popular CAMPO BELO Distribuição gratuita nos condomínios e comércio em geral 30 ANOS DE UMA CARREIRA MEMORÁVEL, MARCADA POR SUCESSOS ESTRONDOSOS, ROMPIMENTOS DOLOROSOS E FEITOS INESQUECÍVEIS TITÃS

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Revista de entretenimento e variedades, destinada aos moradores do bairro do Campo Belo, em São Paulo - Brasil

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Living NOW

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O 7

CROÁCIACom cerca de 50 ilhas

paradisíacas, ex-república da Iugoslávia é destino em alta

no turismo internacional

MARCIO BARALDICartunista mais rock’n roll do Brasil revisa sua trajetória e analisa atual momento do ramo de HQs no país

BENEDITO CALIXTOConsiderado o maior mercado de pulgas de SP, praça localizada em Pinheiros reúne antiguidades e gastronomia popular

CAMPO BELODistribuição gratuita

nos condomínios e comércio em geral

30 ANOS DE UMA CARREIRA MEMORÁVEL, MARCADA POR SUCESSOS ESTRONDOSOS, ROMPIMENTOS DOLOROSOS E FEITOS INESQUECÍVEIS

TITÃS

Living

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í n d i c e

[6] Editorial

[8] saúdE colchões e travesseiros

[16] modarendas

[38] gastronomiaPizzas

[41] divirta-sE

[24]

capa

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e d i t o r i a l

Primavera rock’n roll

Nesta edição da Living Now, apresentaremos a história de uma das maio-

res bandas brasileiras de todos os tempos (e não apenas da última semana): os Titãs. Com declarações do tecladista e vocalista Sérgio Brit-to, a matéria aborda toda a história da banda. Porém, destaques do texto fi-cam por conta das revelações sobre as brigas e tragédias que cercaram a banda durante os trinta anos de existência.

Do rock poderoso e contundente dos Titãs, passaremos para o mundo gráfico de Márcio Baraldi, um dos cartunistas brasileiros mais conhecidos. Além de falar de seus personagens fãs de rock, ele aborda também a crise da indústria de Hqs, dá de-talhes sobre seu processo de criação e home-nageia Rodolfo Zalla, um dos primeiros cartunistas tupiniquins.

Vamos contar também a história das pizzas: comida preferida dos paulistanos nos deliveries e restaurantes. Na parte de moda, falaremos sobre a renda, acaba-mento que faz a cabeça das mulheres desde a antiguidade.

Apresentaremos ainda um pouco dos roteiros turísticos da bela Croácia, ex- república da antiga Iugoslávia, que oferece paisagens paradisíacas e culinária surpreendente.

Por fim, mostraremos a você, leitor, como escolher o melhor colchão e traves-seiro, para proporcionar uma boa noite de sono e garantir mais saúde e disposi-ção. Afinal, um bom dia é resultado de uma boa noite de sono.

Além disso, daremos as tradicionais dicas de lazer e cultura para adultos, ado-lescentes e crianças.

Boa leitura.

Living ComuniCação

Diretor comercial

Lauro B. oLiveira

assessoria contábil

Fattor K

assessoria JúriDica

essenciaL assessoria

Revista Living nowano 2 – nº7 setembRo/outubRo 2012

conteúDo eDitorial

estiLo Livre comunicação

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revistalivingnow.com

eDitor De arte

renato canonico

Distribuição

espetaCuLaR tRanspoRtes

fale conosco

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S A Ú D E

O SONO DOS ANJOSAPRENDA A ESCOLHER COLCHÕES E TRAVESSEIROS QUE SE ADEQUAM A CADA BIOTIPO E TOME NOTA DE DICAS PARA ESCOLHER AS POSIÇÕES MAIS RECOMENDADAS PARA TER UMA NOITE DE SONO TRANQUILA

A hora de dormir é um momento importante e revigorante. Em média, esse ato dura oito ho-

ras ou 1/3 do dia. O hábito inevitável ajuda a recuperar o desgaste físico e mental. Por isso, deve ser levado a sé-rio. Qualquer acessório desconfortável ou interferência de luzes e barulho no quarto de dormir pode in� uenciar na qualidade do sono.

Para melhorar o desempenho do des-canso, é imprescindível escolher col-chões e travesseiros de boa qualidade. Mas a tarefa não é simples. Antes de adquirir produtos que se adequem ao seu biotipo, é importante levar em con-ta seus hábitos e a posição predileta na hora de dormir. Só assim, você descobrirá colchões e travesseiros que auxiliarão em um sono reparador.

COMO ESCOLHER O COLCHÃO O colchão ideal é o que permite que a coluna � que em uma posição ergonomi-camente correta e que ature o peso do corpo. O colchão precisa se adaptar bem às curvas do corpo. Pessoas pequenas e magras podem optar por uma densidade menor. As de maior peso devem dar pre-ferência aos de grande densidade.

A escolha de um colchão errado pode causar indisposição, cansaço, dores na cabeça, hérnias, problemas de coluna e até câncer. No momen-to da escolha de um colchão, peça ao vendedor que lhe informe o tipo de colchão levando em consideração seu peso e altura (quando o colchão for de casal, deve ser levado em con-sideração o cônjuge com maior altura e peso). Na loja, não tenha receio de deitar para experimentar o colchão. Muitas vezes, o material do produto pode não ser agradável ao seu corpo. E só passando um tempo deitado é que a pessoa sentirá esse desconforto. Mas se isso for notado após a compra, não há volta. Portanto, deixe a vergonha de lado ao adquirir um colchão. A� nal, o investimento é grande e você passará 1/3 de sua vida deitado sobre ele.

Porém, por mais caro que o produ-to tenha sido, tenha em mente que o colchão, assim como qualquer objeto doméstico, tem vida útil. É recomen-dável trocá-lo a cada cinco anos. Al-guns materiais são mais resistentes e podem durar o dobro (principalmente se o usuário for leve e pequeno).Dicas: colchões muito duros ou muito

moles não são recomendáveis. Os “fo-fos” só são confortáveis momentanea-mente. No decorrer da noite, não são resistentes o su� ciente para sustentar os músculos da coluna, comprimindo--os de um lado e distendo-os de outro. Esse tipo de produto pode sofrer com curvas ou distorções na superfície, o que desalinha a coluna e provoca pro-blemas posturais. Já os colchões estilo “tábua”, apesar dos mitos que o cer-cam, também são pouco recomendá-veis. Eles di� cultam o relaxamento do corpo e exercem pressão sobre a pele dos músculos, o que prejudica a circu-lação e causa câimbras.

O colchão ideal é aquele no qual a coluna se molda na posição correta, e sustenta o peso do seu corpo, propor-cionando descanso. Deite sempre em decúbito dorsal horizontal (de barriga para cima) ou em decúbito lateral (de lado). Evite deitar-se de bruços, nesta posição a coluna � ca sem apoio e tor-na-se dolorosa. Ao deitar-se de barriga para cima, use travesseiro � no; ao dei-tar-se de lado, use travesseiro médio, preenchendo o espaço entre a cama e a cabeça, de modo que o pescoço � que alinhado com o tronco.

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TIPOS DE COLCHÕESMolas: possibilita alto conforto, resistência e durabilidade para pessoas com até 150 kg. Pode-se ainda optar pelo sis-tema de molas pocket (ensacadas individualmente). Este sistema se baseia no sistema de suspensão usado nos veí-culos, onde a mobilidade de uma mola não afeta a de outra.Espuma: possuem várias densidades, cada uma indicada para uma determinada faixa de peso. Isso possibilita uma maior adequação do colchão à estrutura corpórea do usuá-rio, aumentando o conforto e a durabilidade.Látex: tem uma longevidade superior a todos os outros col-chões e não precisam de ser arejados, pois latex é borracha. Porém, são muito pesados e não indicados para pessoas com pouca força física para movê-los.Viscoelástico: este é um dos materiais sintéticos do futuro. Existe em várias qualidades e cores. Este material inteligente modela-se ao corpo exercendo pressões diferentes, o que su-aviza o assentamento do corpo em cima do colchão.

TRAVESSEIROSAcredite: no antigo Egito era costume dormir em travessei-ros feitos de pedra. Já no século XII, as orientais colocavam uma espécie de tijolo sob a cabeça quando se deitavam. A escolha dessas superfícies planas tinha um motivo tão ba-nal quanto surpreendente: não desmanchar os penteados. Ao longo dos anos, o travesseiro (e os produtos capilares)

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S A Ú D E

evoluiu até se tornar macio e confortável, e confeccionado com diferentes materiais e formatos, para atender a cada tipo e gosto dos consumidores.

Hoje, todos sabem que o travesseiro é parte fundamental da saúde da coluna. Sua função mais importante é alinhar a coluna cervical ao tronco, permitindo livre circulação san-guínea e dos estímulos elétricos enviados pelo cérebro aos órgãos do nosso corpo.Dicas: o travesseiro deve estar de acordo com o colchão utili-zado. Um travesseiro � rme sobre um colchão mole não é ade-quado. Essa combinação eleva mais a cabeça do que o corpo. Para manter o formato do produto, procure sacudi-lo ou batê-lo diariamente, além de deixá-lo em local bem ventilado com fre-quência, para evitar odores. Fique atento às instruções de lava-gem de cada travesseiro, pois nem todos podem ser lavados da mesma forma. Evite também expor o travesseiro ao sol direta-mente, pois isso compromete a resistência mecânica da espuma e acaba por diminuir a vida útil. Recomenda-se trocar o produto no máximo a cada dois anos, para evitar fungos e bactérias.

TIPOS DE TRAVESSEIROSEspuma compacta ou poliuretano - pouco macio, não cede facilmente ao peso da cabeça. Também não varia de altura durante a noite.Flocos de espuma - este travesseiro apresenta um espaço entre os pedaços de espuma, deixando-o mais macio. Os � ocos soltos podem se deslocar para os cantos da fronha durante a noite.

Espuma viscoelástica - é um tipo de espuma de última geração, que se adapta ao contorno e à temperatura do cor-po, facilitando a circulação sanguínea e prevenindo dores musculares.Espuma látex - este material recebe tratamento antiácaro e, por ter uma estrutura perfurada, favorece a ventilação do travesseiro. Ele é confortável e dispõe de apoio ideal para todas as posições. Entretanto, como é de “borracha”, exerce pressão contrária ao peso da cabeça, o que pode causar do-res na cervical quando a pessoa costuma mexer-se na cama durante a noite.Plumas e penas de ganso - estes são os modelos mais macios, moldáveis e leves de travesseiro. Eles se ajustam facilmente ao formato da cabeça e costumam estar presen-te nos ambientes mais so� sticados. Entretanto, são os que mais acumulam fungos, ácaros e bactérias, além de não se-rem estruturados o su� ciente para alinhar a cervical com o tronco quando deitamos de lado (posição mais comum). Se sua opção for essa, troque-os com muita frequência.Fibra e Micro� bra - também conhecido como pluma sin-tética de poliéster siliconada, é um material bem � exível, mas por ser sintético pode gerar calor em demasia, bem como reações dermatológicas.Proteção antiácaro - Travesseiros com esta proteção são essenciais para afastar o produto de ácaros e bactérias. Em seis meses de uso, um travesseiro comum pode acumular até 300 mil ácaros. •

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T U R I S M O

PRÓXIMA PARADAEX-REPÚBLICA DA IUGOSLÁVIA, CROÁCIA SE TRANSFORMA EM DESTINO TURÍSTICO CADA VEZ MAIS DISPUTADO POR QUEM PROCURA UM LOCAL COM BELEZAS NATURAIS, SOL E MAR

Por conta dos con� itos armados que culminaram na extinção da Iugoslávia, em 1992, até hoje as repú-blicas que formavam esse país sofrem com estereo-

tipações equivocadas. Por exemplo: ainda é comum estran-geiros considerarem esses países como locais perigosos e cercados de batalhas civis. O que não é verdade. O per-� l belicoso deixou de ser uma realidade nos últimos vinte anos. E a nação da região que mais se adequou para voltar a receber turistas foi a Croácia.

Convenhamos que não foi preciso realizar grandes es-forços para atingir esse objetivo. A� nal, trata-se de um dos locais mais abençoados pela natureza em todo o mundo. Seu território tem formato de ferradura e faz fronteira com Sérvia, Montenegro, Hungria, Eslovênia e Bósnia Herze-góvina. Apesar de parecer um local ermo, a Croácia é bem localizada. Está situada frente a frente com a Itália, apenas do outro lado do belíssimo e estreito mar Adriático. Tanto que uma das formas históricas de chegar à Croácia é atra-vessar o Adriático, saindo de Ancona, na Itália, e aportando em Split. Esse caminho foi feito por gregos, romanos, fran-ceses, húngaros, austríacos, bizantinos e turcos, que duran-te séculos disputaram cada porção de terra de uma área geogra� camente estratégica entre o Oriente e o Ocidente. E todos deixaram marcas que depois foram incorporadas

à cultura dos eslavos croatas, donos daquelas terras. Para quem parte do Brasil, porém, é mais fácil desembarcar no aeroporto de Zagreb, capital croata.

Essa cidade, aliás, é geralmente o primeiro contato dos turistas com o país. Apesar de arquitetonicamente bela (com destaque para a Catedral de São Marcos) e cultu-ralmente interessante, não representa uma ín� ma parte do que a Croácia pode proporcionar aos turistas. Lá, os desti-nos mais indicados são o litoral, os parques nacionais e as mais de mil ilhas paradisíacas existentes. Sim, mil ilhas. To-das banhadas pelas águas azul-turquesa do Adriático, com praias com orla composta por pedrinhas e plantações de pi-nheiro nos arredores (o que ajuda a perfumar o ar). “Quem visitou o litoral croata sabe que ele não deve nada ao grego. Aliás, até supera esse famoso ponto turístico. Como a Cro-ácia ainda é um destino emergente, atrai menor quantidade de turistas. Para quem procura por tranquilidade na via-gem, nada mais indicado”, comenta o engenheiro químico Daniel Farias. A seguir, um guia de como desfrutar os in� -nitos destinos turísticos croatas.

PONTO DE PARTIDASplit é o ponto de partida para explorar o país. Charmosa, a cidade é conhecida pelas suas casas de pedras brancas

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e bulevares. A principal atração é o Palácio do imperador Dioclesano. A construção demonstra a decadência já vivida pela Croácia. Tanto que, em seu interior, a construção ori-ginal já não existe mais. Durante a história, a estrutura in-terna do palácio deu lugar a cortiços. Na cidade, é possível também desfrutar da culinária típica croata. Surpreenden-temente, é muito semelhante à italiana. Massas, embutidos e molhos são os protagonistas dos cardápios.

Após se empanturrar, o turista pode caminhar até o mon-te Telegrim, de onde é possível avistar as ilhas próximas. A maioria delas � ca a cerca de 30 minutos de Split. A mais próxima é a de Solta, porém nada interessante. Já Korcula, vale uma visita por ter sido o local onde Marco Polo nasceu.

ILHAS O escritor irlandês George Bernard Shaw escreveu sobre a Croácia em 1929, poucos anos depois de ganhar um Prê-mio Nobel de Literatura. Para ele, algumas cidades croatas eram “o Paraíso na Terra” e as ilhas eram “lágrimas, estrelas e suspiros de Deus para coroar o trabalho da Criação”. Pura verdade. Quem quer comprovar a a� rmação, pode começar se dirigindo à paradisíaca ilha de Hvar. Hoje, ela é acla-mada como a nova Ibiza. Estrelas de Hollywood, como a atriz Gwyneth Paltrow, bilionários como Bill Gates e até o príncipe Harry, da Inglaterra, já se cansaram do burburinho de Saint Tropez, na França, e de Ibiza, na Espanha, e pas-

saram a aproveitar as férias na ilha, que � ca a uma hora de barco de Split. Hvar conta com baladas ao ar livre e outras atrações para quem está solteiro e à procura de um local com clima de azaração.

Cerca de 200 km ao sul está a imperdível Dubrovnik. A cidade, de apenas 50 mil habitantes, é cercada por mura-lhas construídas há séculos. Classi� cada como patrimônio da Humanidade pela Unesco, tem um centro histórico que impressiona. Nada se compara à visão da imensidão do mar do alto da muralha que circunda a cidade.

Já Zlatini Rat é considerada a praia mais linda da Croá-cia. Ela está situada na ilha de Brac, que � ca na cidade de Bol. A praia é em forma de seta, com mar dos dois lados e pinheiros ao centro. A maior surpresa em Zlatni Rat é que as pedras da orla são aconchegantes até para deitar e tomar sol. O mar é calmo e, como não poderia deixar de ser, tem uma linda coloração azul turquesa. Quem quer se aventurar, pode frequentar as praias vizinhas, que servem de base para atividades marítimas como mergulho, windsurf, passeios de barco e até de pedalinhos. A maioria dessas praias insulares são curtas, então não encorajam quem gosta de correr.

Para quem quiser � car em Bol, indica-se procurar o es-critório de informação turística e alugar um quarto em uma casa ou um pequeno apartamento com cozinha. Isso pode ser feito em qualquer cidade da Croácia. Lá, o turista não é refém de pousadas e hotéis caríssimos.

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T U R I S M O

Quem preferir uma estadia tranquila e romântica, o destino é Vis, a ilha habitada mais distante da costa e que, até 1989, era ina-cessível ao turismo por razões militares. Mas para aproveitar bem uma visita ao local, é preciso � car mais de um dia. Isso porque só a viagem de Split a Vis dura duas horas e meia. A localidade tem ótimos restaurantes, bares e casas pequenas e à beira-mar. Vale a pena alugar uma lambreta ou carro para chegar às praias mais bonitas, como Srebrna. Olhando o mapa da ilha, dá vontade de conhecer os lugares a pé, por conta da proximidade. Mas a aven-tura envolve subir e descer morros íngremes de quase 700m. Aí é necessário muito preparo físico para aguentar o tranco.

GUIA DE VIAGEM DA CROÁCIA

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA CROÁCIA A CROÁCIA TEM UMA FORMA GEOGRÁFICA PARECIDA COM UM BUMERANGUE, O QUE TORNA DIFÍCIL VISITAR TODO O PAÍS SEM ENTRAR E SAIR NA SUA VIZINHA BÓSNIA HERZEGOVINA. O PAÍS ESTÁ DELIMITADO PELO MAR ADRIÁTICO E FAZ FRONTEIRA COM A ESLOVÊNIA, HÚNGRIA, SÉRVIA, MONTENEGRO E BÓSNIA HERZEGOVINA.

QUANDO VIAJAR PARA ZAGREB E PLITVICEO INVERNO NÃO É ACONSELHADO POR CAUSA DO FRIO INTENSO. MAIO E JUNHO OU DA SEGUNDA QUINZENA DE SETEMBRO À PRIMEIRA DE OUTUBRO SÃO ÉPOCAS INDICADAS, COM CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS APRAZÍVEIS.

HOTÉIS EM ZAGREB E PLITVICENA CAPITAL CROATA HÁ INÚMERAS OPÇÕES DE ALOJAMENTO. NÃO SE JUSTIFICA PERNOITAR JUNTO AOS LAGOS PLITVICE, SENDO PREFERÍVEL VISITAR O PARQUE A PARTIR DE ZAGREB OU A CAMINHO DA COSTA DO ADRIÁTICO.

OUTROS DESTINOS NA EX-IUGOSLÁVIA OS PAÍSES VIZINHOS À CROÁCIA TAMBÉM RESERVAM ALGUNS BELOS PONTOS TURÍSTICOS. UMA MICROILHA NA ESLOVÊNIA É UM DOS DESTAQUES DA REGIÃO. CONHECIDA COMO BLED, ESSE É UM DOS DESTINOS DE VIAGEM PREFERIDOS DOS ESLOVENOS. LÁ, ENCONTRAM-SE CASTELOS, FLORESTAS, MONTANHAS E ESTAÇÕES DE ESQUI. MAS É A ILHAZINHA, BEM NO MEIO DO LAGO, QUE MAIS ATRAI VISITANTES DURANTE O ANO. MOTIVOS NÃO FALTAM: O LAGO E A ILHA SÃO OS ÚNICOS DO PAÍS, E CONTAM COM CASAS E CONSTRUÇÕES DE UMA ARQUITETURA ÚNICA. EM ESPECIAL O SANTUÁRIO DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, CONSTRUÍDO NO SÉCULO 15. JÁ A SÉRVIA É UM DESTINO INTERESSANTE PARA QUEM PROCURA SE AVENTURAR EM CAÇADAS. AO LONGO DO ANO, É PERMITIDO CAÇAR VÁRIAS ESPÉCIES DE ANIMAIS SILVESTRES. PORÉM, ANTES DE VISITAR A SÉRVIA ATRÁS DESSE ESPORTE, É PRECISO SE INFORMAR SOBRE COMO FUNCIONAM AS LICENÇAS PARA ESTRANGEIROS. A BÓSNIA-HERZEGÓVINA É UM PAÍS INTERESSANTE PELOS ASPECTOS CULTURAIS, POLÍTICOS E RELIGIOSOS DE SUA CAPITAL, SARAJEVO. A GUERRA NA IUGOSLÁVIA DEIXOU UM RASTO DE DESTRUIÇÃO NA CIDADE E QUEM É LIGADO EM HISTÓRIA VAI ADORAR CONHECER DETALHES DE UM DOS COMBATES MAIS INTENSOS DO SÉCULO PASSADO. MAS QUEM PREFERE CONTATO COM PONTOS TURÍSTICOS, RECENTEMENTE A CIDADE DE VISOKO TEVE UM AUMENTO INCRÍVEL EM SEUS TURISTAS, DEVIDO A SUPOSTA DESCOBERTA DAS PIRÂMIDES DA BÓSNIA, ATRAINDO 10 MIL TURISTAS NO PRIMEIRO FIM-DE-SEMANA DE JUNHO DE 2006.

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T U R I S M O

LAGOS PLITVICE O belíssimo Parque Nacional dos Lagos Plitvice é deslum-brante. Em todo o mundo, apenas um lugar se assemelha visualmente, do outro lado do globo terrestre: o Parque Natural de Jiuzhaighou, localizado na província chinesa de Sichuan e também ele classi� cado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Plitvice é um dos lugares mais surpreendentes de toda a Croácia. Saltam à vista os indescritíveis tons de azul das

águas que correm calmamente, a encantadora sequência de cascatas e lagos circulares, ao longo de um vale escarpado e verdejante, adornado por passadiços de madeira que tornam a caminhada mais fácil. Tudo parece tão perfeito que é como se as lagoas tivessem sido ali colocadas por mão humana, harmoniosamente, de forma irrepreensível. A visão do local lembra até mesmo os cenários do � lme Avatar.

Para conhecer Plitvice totalmente, demora-se cerca de quatro horas. O local � ca a 110km de Zagreb, a caminho de Split. •

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M O D A

RENDA-SE À MODAEM ALTA HÁ QUASE CINCO SÉCULOS, RENDA COMPÕE LOOKS QUE PODEM SER UTILIZADOS DURANTE O DIA NO TRABALHO E À NOITE, NA BALADA

A renda é provavelmente o tecido mais femi-nino, delicado e clássico da história do ves-tuário. Surgida há quase cinco séculos, na

Europa, nunca sai de moda e agrada mulheres de todos os estilos e idades. Sua versatilidade permite que o tecido seja empregado tanto em roupas sérias e indicadas para ambientes corporativos, como em vestidos sensuais.

Hoje, além de camisas e vestidos, também podem levar acabamento em renda os sapatos, acessórios e até as unhas. Atualmente, o tecido está extremamen-te ligado à moda boudoir (lê-se budoar), palavra fran-cesa usada para de� nir peças inspiradas no universo das lingeries. Portanto, é uma tendência sexy.

Mas para utilizar peças constituídas com renda é preciso bom senso. O abuso do tecido ou combina-ções com certos materiais pode ser desastroso. Por isso, a seguir compilamos dicas de como utilizar a renda da maneira mais chique possível.

NOS PÉSSim. Sapatos rendados é uma tendência atual. Como a aplicação é inusitada, um sapato com renda se des-taca na criação de um look. “Dita Von Teese, que é minha grande inspiração, utiliza sapatos desse tipo. Ainda não é simples de encontrá-los no Brasil, mas eu sempre procuro por modelos diferentes que usam renda, nem que tenha que importá-los”, comenta a publicitária Ana Maria Telles, 28.

PRETINHOSVestidos de renda preta são mais indicados para a noi-te, em festas e baladas. A modelagem pode ser retrô (para festas com temática dark e rock), clássica (para casamentos) e sexy (para baladas e festas ao ar livre). A produção também pode ser combinada com legging. “Costumo utilizar looks desse tipo para ir à Augusta e em ambientes com uma pegada mais lounge. Acredito que combina”, aposta a designer Catarina Magalhães, 30.

BRANCAMuito cuidado ao optar pela renda branca em vesti-dos. Isso porque as chances da pessoa � car parecida com uma noiva são grandes. Mas para isso não ocor-rer, é indicado apostar em modelagens diferencia-das (como ombro único e decotes) e em acessórios, como cintos, coletes, colares e pulseiras. NICOLE KIDMAN COM VESTIDO DE RENDA EM NOITE DE GALA

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Vá pa ra o litoral, sem sai r de São Paulo!

Lulas e Polvos • Peixes Camarões • MariscosOstras • CarangueijosMoqueca na panela de barro

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Almoço executivo de segunda à sexta das 11h ás 15h30.Aberto todos os dias das 11h às 0h30.

NUDEAplicar peças de renda colorida sobre tecido nude dá a im-pressão de falsa transparência. A combinação sexy é muito utilizada por celebridades. As famosas também mesclam as rendas e o nude com peças mais rudes, como botas de couro.

BLUSASHoje, a renda é mais utilizada em blusinhas. Para que a produção não � que cafona, é indicado equilibrar as blusas com peças descontraídas, como short jeans ou calça saruel. “Vou ao trabalho e frequento a igreja com blusinhas de ren-da. São lindas e combinam com outros tecidos. Por isso, considero uma peça coringa no meu guarda-roupa”, detalha a contadora Marina Mendonça, 42.

DETALHESQuem é mais conservadora, costuma usar renda apenas nos detalhes das peças. Mangas, alças, acabamentos e detalhes de vestidos e blusas costumam levar aplicações delicadas de rendas. Quando utilizada no decote, pode compor belos desenhos.

MEIA CALÇAMeia calça rendada não é só estilosa, mas também sexy. E ela é ótima opção para so� sticar os looks. O melhor de tudo é que combina com calçados de todos os tipos. MAGGIE GYLLENHALL APOSTA NA FALSA RENDA

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M O D A

FALSAS RENDAS Hoje, até mesmo peças em couro imitam o padrão da renda. Estampas que reproduzem o desenho das rendas também estão na moda e é uma maneira mais barata de utilizar esse padrão.

HISTÓRIA DA RENDA A renda é um tecido com padrão de orifícios e desenhos fei-tos à mão ou à máquina. Os tipos mais comuns são a renda

de bilros e a renda de agulha. A renda de bilros é criada pela manipulação de numerosos � os, cada um deles preso a um bilro, sendo em geral trabalhada sobre uma almofada.

A de agulha é confeccionada dando-se laçadas com o � o (estando uma extremidade presa a uma agulha e outra presa a uma base) em pontos simples ou complexos, o que resulta num padrão ou desenho preestabelecido. Acredita-se que renda de bilros seja originária de Flandres (região belga) e a de agulha, da Itália.

Nos séculos XVIII e XIX, os centros de produção de ren-das de bilros eram Chantilly e Valencienses, cada um com desenhos próprios. Alençon, Argentan e Veneza são centros associados à renda de agulha. De início, o uso das rendas restringia-se aos mantos do clero e da realeza, geralmen-te sob a forma de passamanaria dourada ou prateada. Nos séculos XVII e XVIII, a renda já era usada em adornos de cabeça, babados, aventais e enfeites de vestidos. No início do século XIX, era muito empregada em vestidos; vestidos de chá; véus; casaquinhos; luvas; e os adornos de guarda--sóis e regalos, bertas, � chus, lenços e xales também foram feitos de renda.

Antes do século XIX ela costumava ser produzida em � os de linho, mas o algodão tornou-se mais comum. A renda feita à máquina surgiu no � nal do século XVIII, embora não fosse patenteada até meados do século XIX.

Fonte:Livro – Enciclopédia da Moda – O’hara, Georgina.•

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N O S S A C I D A D E

PRAÇA BENEDITO CALIXTO É O PONTO DE ENCONTRO PARA AMANTES DE MODA, COLECIONADORES DE RARIDADES, APRECIADORES DE BOA MÚSICA E COMILÕES

São Paulo é conhecida pela sua vasta concentração de comércios populares de todos os tipos – desde venda de roupas até trocas de instrumentos musicais e ele-

trodomésticos. E, para quem é um colecionador de obras de arte, a cidade é um paraíso. Concentrada nas ruas de Pinheiros, a praça Benedito Calixto é um dos mercados de pulgas mais populares e ricos da cidade e o visitante que se aventurar por lá, pode encontrar relíquias e raridades a preço de banana.

Antes que o leitor se assuste, é bom deixar claro que o termo mercado de pulgas é uma expressão francesa, que de� ne um local onde diversos vendedores se reúnem para comercializar bens antigos, usados e outras mercadorias, inclusive de fabricação artesanal. A feira da Praça Benedito Calixto existe desde 1987 e o local se tornou um verdadeiro polo cultural. Além dos mais de 300 vendedores que mon-tam suas barracas por lá, o frequentador tem a possibilida-de de curtir música ao vivo, degustar delícias gastronômicas e conhecer uma galera bem cool.

A praça é uma espécie de corredor localizado entre as

CULTURA A CÉU ABERTO

ruas Cardeal Arcoverde e Teodoro Sampaio e a feira acon-tece todos os sábados, entre às 10h e 19h. Por se tratar de um polo cultural de uma megalópole, os frequentadores da feira são variados. Desde casais de idosos que moram pelas redondezas até jovens hypes com sede de adquirir objetos e roupas no estilo retrô. E peças antigas são as que mais entram na lei da oferta e da procura por lá. Fica difícil andar entre as barraquinhas e não se sentir nostálgico. As antigui-dades oferecem uma viagem ao tempo, já que são compos-tas por telefones da década de 50, máquinas de escrever do início do século e as primeiras TV´s que existiram no Brasil. Mas as barracas que mais enchem são as de brinquedos antigos. Nelas, os frequentadores podem achar verdadei-ras relíquias, como os primeiros bonecos do Comandos Em Ação lançados no Brasil.

Embora sejam cheias, poucos frequentadores gas-tam seu dinheiro nas barracas de brinquedos. Percebe-se que eles dão aquela olhadinha somente para relembrar a infância. E mais, normalmente os brinquedos vendidos tem um valor razoavelmente alto. A historiadora Marcelina Bel-gadino é uma das frequentadoras assíduas da Praça e expli-ca que os produtos “infantis” tem valor alto por conta de seu forte apelo emocional. “Quem não gostaria de entrar em uma máquina do tempo e voltar para a sua infância? É mais ou menos essa a sensação de quem adquire um brinquedo antigo. E, os que estão mais bem conservados são os mais caros”, analisa. A vendedora de brinquedos Joana Reith já está acostumada com o assédio dos transeuntes. “Estou na praça há 10 anos e todos os sábados sou questionada por frequentadores sobre o alto preço dos artigos. Explico que o fato histórico in� ui bastante no preço. Tenho um urso de pelúcia em perfeito estado que é do início do século 20 e é o item mais caro da minha banca”.

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N O S S A C I D A D EVESTIDOS DA VOVÓSe as barracas de brinquedos são as mais cheias, as que contém a maior quantidade de consumidores � utuantes são as de roupas – frequentadas por uma turma que curte moda retrô e sabe como garimpar a peça ideal para usar em baladas e no dia a dia. O designer Marcelo Russo é um � gurão que parece ter saído de uma pornochanchada da década de 70. Com tênis conga, calça de camurça e camisa social (todas as peças em tons pastéis), ele diz que a praça é o seu lugar preferido para comprar as roupas. “Com apenas R$50 consigo garimpar peças de roupas his-tóricas e compor um look fantástico. Apesar da moda retrô estar em alta, sempre me vesti com roupas antigas. Quem também curte essa vertente da moda, pode chegar à Praça que, com certeza, não vai sair de mãos vazias”, propaga.

Já a publicitária Leandra Ohio, não é adepta somen-te da moda retrô, mas quando decide usar um look da tendência, vai garimpar entre as barracas da Praça. “A diferença entre um brechó e a Praça é gritante. Aqui, além de ter uma variedade imensa de vestuário, as pe-ças são mais baratas. Vale a pena vir conferir”, comenta. “Tenho um vestidinho ao estilo Mary Tyler Moore que uso em diversas ocasiões. Vai bem para a balada ou para um dia tranquilo na agência. Paguei R$80 e não me arrependo”, comemora.

PEÇAS HISTÓRICASMas não é só de moda que a feira compartilha. Andando por lá você pode encontrar peças fantásticas de mobili-ário e até eletrodomésticos “pré-históricos”. Entre uma barraca e outra, é fácil achar aquelas vitrolas valvuladas que também serviam como móvel, da marca Phillips. Há tam-bém algumas máquinas de jukebox (a maioria precisa de um serviço de restauração) e até geladeiras da marca Ge-lomatic que, segundo o vendedor, funciona perfeitamente. “É só levar pra casa, ligar e colocar a cerveja para gelar”, brincou o comerciante.

Há também diversos acessórios colecionáveis entre as bugigangas que são vendidas por lá. A designer de jóias, Gigi Grandin, recorda da vez em que comprou garrafas de coca-cola e abridores da marca. “Fui sem a intenção de comprar nada, mas quando vi estes itens, não resisti. Sou doida pela marca Coca-Cola e não pude deixar passar. Além de raros, o preço estava em conta. Abri a carteira sem pen-sar duas vezes. A Feira tem o poder de não deixar as pessoas

que a visitam sair de mão vazias”, recorda. A estudante Fernanda Flud também, em certa ocasião, foi apenas a passeio, mas não resistiu aos acessórios. “Comprei um macacão de onci-nha para a minha � lha e um óculos da década de 50. Nesse mesmo dia, quis comprar um sofá vermelho de vinil, mas meu marido não deixou. Era uma peça muito linda”, lamenta.

O porteiro Valdir Cintra trabalha em um dos prédios da região e, todos os sábados, na hora do almoço, aproveita o tempo livre para rodar entre as “lojas” da Praça. Segundo ele, o saudosismo que sente ao ver os objetos do tempo que era criança o deixa muito feliz. “Venho aqui para lembrar da minha infância. De quando meu pai e eu ouvíamos os jogos da seleção brasileira e do Santos no rádio. Lembro também da cozinha da minha avó”, emociona-se.

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N O S S A C I D A D E

CHORANDO DE BARRIGA CHEIAAlém de todo o charme das lojas e barracas, há também uma turma de vovôs que se reúne por lá para descer o braço no bandolim e nos pandeiros. Há vários grupos que tocam o choro e podem ser encontrados em apresentações ao ar livre ou nos bares que ladeiam a praça. As apresentações começam por volta das 14h30 e vão até às 19h. O ponto alto gira em torno das 17h, onde jovens e senhores de idade se misturam e, entre goles de cerveja, trocam papo-furado. O grupo mais tradicional que se apresenta lá é o Quinteto Praça Benedito Calixto, que foi formado no início da década de 80 por Dorival (atual pandeirista); Américo (Bandolin); Wilson (atual violão 7 cordas); Zezinho (cavaquinho) e Rubão (cantor). “É uma delicia encontrar os amigos em uma bonita tarde de outono e, ao som de boa música, tomar uma cerveja e conversar sobre a semana. É um programa bem tranquilo”, comenta Fer-nanda. “O único porém é que a cerveja de garrafa está um pouco cara. Varia entre R$7 e R$10 nos restaurantes que � cam no entorno da Praça”, ressalta.

Já Gigi, prefere reunir os amigos em volta de uma mesa para apreciar a gastrono-mia. Entre os diversos restaurantes e bares, ela cita o Consulado Mineiro como o seu preferido. “O prato gira em torno de R$60, mas serve muito bem três pessoas. Quando vou com as amigas, sempre pedimos o � lé com requeijão. Já os meninos preferem o mexidão” comenta. Dos pontos negativos, ela ressalta a espera para ser atendida. “Isso não é um problema do restaurante em especial. Todos os lugares gastronômicos da praça são superlotados. A espera para ser atendida � ca por volta de 30 minutos. Até quem opta por comer um pastel nas barraquinhas de rua sofre com isso. A demanda de gente é muito grande, mas vale a pena”. “Se você for de carro, o conselho que eu dou é parar nas ruas próximas à feira. O valet de lá é muito caro”, aconselha. As opções de gastronomia são in� nitas e vão desde comida mineira à tiazinha que vende acarajé na barraquinha. Para todos os bolsos, gostos e requintes, a gastronomia da Praça é uma das mais ricas de São Paulo que, junto com a diversidade cultural e as riquezas e raridades escondidas entre as barraqui-nhas, compõe mais um curioso local paulistano. •

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Considerada uma das mais importantes bandas brasileiras de roCk, titãs Completa três déCadas de Carreira repleta de suCessos, polêmiCas e reviravoltas surpreendentes

30 anos históricos

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Em quase toda a história recente da humanidade, os grandes movimentos artísticos surgiram dentro de ce-nários sociais e políticos adversos. No Brasil, os discos

mais importantes da história foram lançados justamente du-rante o período em que imperou a Ditadura Militar.

A censura imposta pelos militares através de atos institu-cionais serviu de força motriz para que artistas inquietos e combativos lançassem obras primas contestando o momen-to político desagradável e nada democrático pelo qual o país passava. A Bossa-Nova, com seu aspecto gentil, cordial e pronta para embalar comercial de bancos e uma viagem de elevador até a cobertura de um condomínio de classe alta, perdeu importância e impacto quando surgiu o movimento Tropicalista. Com características cosmopolitas, regionais e africanizadas, serviu para lançar em cadeia nacional a car-reira de figuras desgrenhadas, como Caetano, Bethânia, Gal e Gil. Nascia ali um dos primeiros movimentos nacio-nais que combatia o status quo.

Na década de 80, esse papel contestador ficou nas mãos de rapazes brancos provenientes da classe média paulista,

brasiliense, gaúcha, baiana e carioca, principalmente. Ban-das que misturavam uma brasilidade ao rock, new wave e punk, foram importantes por questionar a ainda atuante ditadura. Entre as bandas que se destacaram nesse perí-odo pela postura questionadora, estão Legião Urbana, Ple-be Rude, todos os representantes do punk paulista (como Inocentes, Olho Seco e 365), além de bandas com grande influência da new wave, como os Titãs.

No caso da última, a contestação estava presente no som, nas letras e até mesmo nos trajes exóticos e andróginos. O Titãs era uma alternativa ao “cabecismo” da Legião Urba-na, ao escracho branco anencéfalo do Ultraje e à pose de dândis modernos dos integrantes do RPM (três das bandas de maior sucesso na segunda metade da década de 80). Praticamente, o Titãs foi uma opção a quem se identifi-cava com artistas influenciados pela contracultura e que previa, com anos de antecedência, a importância que a mú-sica eletrônica exerceria na cultura pop mundial a partir da década de 90. Prestes a completar 30 anos de carreira, a banda surgida em São Paulo no início da década de 80

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reconhece a importância de seu impacto social e musical no período. “Todo mundo é afetado pelo contexto histórico em que vive. No começo da nossa carreira, o país estava se redemocratizando, havia euforia, sede por novidades e en-tusiasmo no ar. Por outro lado, muita coisa ainda precisava ser conquistada. Tudo isso teve sua importância no trabalho que fizemos”, analisa o vocalista e tecladista Sergio Britto.

A formação dos Titãs aconteceu no Colégio Equipe, em São Paulo. Instituição educacional preocupada na formação cultural de seus alunos, sempre promovia shows de grandes astros da música nacional em seu ginásio e festivais de talen-tos entre os estudantes. Num desses eventos, batizado de “A Idade da Pedra Jovem” e ocorrido em 81, Sergio Britto, Ar-naldo Antunes, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Nando Reis, Ciro Pessoa e Tony Belloto tocaram pela primeira vez juntos. À época, a banda se chamava Titãs do Iê Iê.

A brincadeira se tornou séria. Logo, a banda estaria excur-sionando com certo êxito pelas principais casas de rock de São Paulo, com a inclusão de dois novos integrantes: Branco Mello e o baterista André Jung. Essa formação durou até a turnê do primeiro disco (Titãs, de 1984), quando Ciro Pessoa se desligou da banda e Jung (que depois fez parte da forma-ção clássica do IRA!) foi trocado por Charles Gavin (que, antes, havia integrado o mesmo IRA! e o RPM).

Com Sonífera Ilha bombando nas rádios, a banda logo en-controu espaço em programas populares de TV, como os de Chacrinha, Bolinha e Raul Gil. Mas o sucesso repentino não garantiu sossego e continuidade do êxito no lançamento do segundo álbum, Televisão (1985). Produzido por Lulu San-tos, o projeto foi um legítimo fracasso para a época. Vendeu

apenas 25 mil cópias e colocou o talento da banda em che-que entre executivos de gravadoras, contratantes de shows, críticos e público. “O nosso segundo disco, Televisão, foi li-teramente atropelado pelo Nós vamos Invadir a sua Praia, Do Ultraje a Rigor. Por conta dos números pífios, quase fomos dispensados da gravadora”, relembra Britto.

Mas tudo ainda iria piorar. No dia 13 de novembro de 1985, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes foram presos com heroína. Arnaldo passou 26 dias na prisão e ambos foram condenados. O cantor por tráfico (por ter passado heroí-na para o guitarrista), e Bellotto, por porte de droga. Sem antecedentes criminais, cumpriram a pena em liberdade. Porém, o fato fez a imagem da banda ficar relativamente manchada entre a parte mais conservadora da sociedade.

A condição adversa, contudo, serviu para uma reavalia-ção de carreira. Para gravar o terceiro CD, a banda con-vidou o produtor Liminha, que não aceitou de primeira. Isso porque Branco Mello havia citado em entrevista que jamais trabalharia com o ex-baixista dos Mutantes, pois todos os discos produzidos por ele soavam iguais. Antes de aceitar o convite, Liminha e Branco se acertaram e resolveram deixar as diferenças de lado. Todos só ganha-ram com essa atitude. O disco que Liminha ajudou a criar é até hoje o mais emblemático da carreira da banda. O nome dele, claro, é Cabeça Dinossauro, de 1986. O álbum, que trás composições incomuns e letras ácidas, já saiu com aura de cult, pois foi prontamente aclamado pela crí-tica especializada. Quem tem mais de 30, provavelmente ainda guarda sua cópia em vinil na estante de casa. “Não prevíamos esse sucesso estrondoso quando lançamos o

na década de 80, titãs era uma das bandas que mais ousava nas composições e no visual

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projeto. Até porque, ter essa noção é impossível. Era um disco que todos gos-távamos, as músicas funcionavam ao vivo, etc. Mas não tínhamos noção da importância que viria a ter na nossa carreira”, confessa Britto.

Entre as músicas que integram o disco, estão a faixa-título, AA UU, Bichos Es-crotos, O que, e as contestadoras Polícia, Igreja e Porrada. Onze das treze músicas desse disco foram lançadas como single (as exceções são A Face do Destruidor e Dívidas). Por conta de sua importância, o álbum foi relançado em vinil no ano passado e ainda ganhou uma turnê especial, na qual a banda interpreta todas as 13 faixas que compõem seu repertório, além de outros sucessos.

um momento de tranquilidade O período entre 1987 e 1992 foi o mais tranquilo da carreira da banda. Após tantos altos e baixos, prisões, brigas e polêmicas, os Titãs entraram no eixo. Para dar sequência ao sucesso de Cabeça Dinossauro, lançaram um novo projeto em parceria com Liminha. O também aclamado Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, de 1987, é o segundo disco de estúdio mais famoso do grupo e con-solida a aproximação com a música eletrônica, abusando de sintetizadores nos arranjos. Um ano depois, saiu o disco ao vivo Go Back. E a parceria entre a banda e Liminha durou até O Blesq Blom. Lançado em 1989, esse álbum tem como sucessos Miséria, Flores, O Pulso e 32 Dentes. Um dos destaques curiosos deste trabalho foi a participação especial do casal de repentistas pernambucanos Mau-ro e Quitéria, descobertos pela banda numa praia de Recife.

O período tranquilo chegou ao fim em 1991. A crise econômica do governo

branco mello: após o desligamento do baixista nando reis, o músico finalmente aprendeu a tocar um instrumento

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Collor atingiu em cheio o mercado fonográfico. Foi nessa época também que os Titãs lançaram Tudo ao Mesmo Tempo Agora, um disco pesado e que retomava a sonoridade que a banda havia imprimido em Cabeça Dinossauro. Produzido pelos próprios integrantes, é um projeto repleto de letras escatológicas e que foi aceito com ressalvas por público e crítica. O fracasso comercial culminou na debandada de Arnaldo Antunes da banda, em 92. Foi a primeira das muitas baixas que a banda sofreria em sua história.

Em 1993, os Titãs se aproximaram do grunge, ao gravar Titanomaquia. Pro-duzido por Jack Endino (Nirvana, Soundgarden, Bruce Dickinson), o disco tem uma sonoridade pesada. Apesar de melhor aceito, ainda assim teve vendas pífias. No mesmo período, para se desvencilhar de problemas internos, os integran-tes se envolveram em outros projetos. Em parceria com o jornalista e produtor Carlos Eduardo Miranda, a banda fundou o selo Banguela, de breve existência, mas que revelou Raimundos, Mundo Livre S/A, Maskavo Roots, Graforreia Xi-larmônica e a banda Kleiderman, formada por Branco Mello, Sergio Britto e a baterista Roberta Parisi. “Auxiliar na revelação desses artistas foi importante pra época. Uma pena o mercado ter mudado tanto e hoje não podermos fazer nada mais nesse sentido”, lamenta Britto.

Em paralelo, Nando Reis e Paulo Miklos lançaram os primeiros trabalhos solo. Tony Belotto deu início à sua carreira literária. Os demais integrantes aproveita-ram o segundo semestre de 1994 e o primeiro trimestre de 1995 para viver um período sabático. De volta ao estúdio, gravaram o CD Domingo, que foi puxado por um single homônimo e Eu Não Aguento (música da banda Tiroteio).

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O sistema de créditos coletivos para as canções da banda, que ficou em voga nos álbuns anteriores, deixou de ser usado em Domingo, onde cada faixa foi assinada pelos seus reais autores. Esta atitude era um indício de que houve um grande desequilíbrio emocional no tocante ao envolvimento dos integrantes no processo de criação das novas músicas. Sérgio Britto, rechaçado no crédito de canções antigas, assinou como co-autor de quase todas as faixas dessa safra, e deixou isso implícito no encarte do novo álbum. Nando Reis, demonstrando não ter se recuperado do choque estético que sofreu durante as gravações deTitano-maquia, quando tocava um estilo de rock mais pesado com o qual ele não tinha a menor identificação, pouco se envolveu com o grupo durante a fase de criação do repertório, aparecendo como co-autor de apenas três músicas (sendo O Caroço da Cabeça - a única canção do álbum em que ele assumiu o vocal principal - uma delas). Essa falta de afinidade com a banda,seria um dos fatores primordiais para a futura debandada de Nando. Tanto que, durante um longo período na década de 90, ele manteve contato apenas com Marcelo Fromer.

volta por cima Os Titãs se transformaram em uma “mega banda” quando resolveram desplugar os instrumentos e gravar o projeto Acústico MTV, em 1997. Com participações de Rita Lee (Televisão), Marisa Monte (Flores), Jimmy Cliff (Querem Meu Sangue), Fito Paez (Go Back), Marina Lima (Cabeça Dinossauro) e Arnaldo Antunes (O Pulso), foi gravado em março de 1997 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Vendeu mais de 1,7 milhão de cópias, batendo todos os recordes do formato.

No encalço desse sucesso inesperado, surgiu o disco Volume 2, com versões acús-ticas de outros sucessos da banda. O projeto alcançou a marca de 800 mil cópias

toni belotto: guitarrista desenvolveu bem sucedida carreira de escritor

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vendidas, alçando o grupo à posição de um dos mais importantes nomes da música brasileira na segunda metade da década de 90. Para fechar esse ciclo de sucesso, o projeto de covers As Dez Mais, de 1999, vendeu cerca de 500 mil cópias.

tragédias e reestruturação Em 2001, finalmente a banda voltou ao estúdio para gravar um projeto de músi-cas inéditas. Era uma nova fase. Os Titãs tinham acabado de fechar acordo com a Abril Music e estavam prestes a dar um tempo no lançamento de discos ao vivo, coletâneas e tributos. O projeto que colocou fim a essa fase foi A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana.

Apesar de ter emplacado a música título, Isso, Epitáfio e o Mundo É Bão Sebastião, esse não foi um projeto que só trouxe alegrias. Pelo contrário. Na fase de produção, a banda sofreu a pior baixa de sua história. O guitarrista Marcelo Fromer foi atropelado por uma moto em São Paulo, quando praticava cooper na avenida Europa (zona sul). Ele ficou internado durante dois dias e, em 13 de junho, não aguentou as múltiplas contusões e morreu.

A princípio, a gravadora cogitou que a banda pudesse desistir de gravar o novo CD. Mas os integrantes acharam melhor finalizar o projeto com Emerson Villani no lugar de Fromer.

Se não bastasse essa perda, que reduziu a banda a um sexteto, no ano seguinte Nando Reis anunciou sua saída. O músico passou por problemas de depressão, pois havia perdido dois dos seus maiores amigos: Fromer e Cassia Eller, que morreu em dezembro de 2001. Porém, no fundo, Nando já planejava o desligamento dos Titãs há nove anos. Há tempos que o direcionamento rock’n roll dos Titãs não o agradava. “Todo rompimento é, em alguma medida, traumático. Todas as vezes que isso acon-

sergio britto: com a saída de outros vocalistas, integrante virou principal cantor da banda

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CinCo disCos essenCiais do TiTãs (em ordem de imporTânCia)Cabeça dinossauro (1986) // Jesus não tem dentes no país dos banguelas (1987) // titãs (1984) // televisão (1985) // titanomaquia (1993) //

dez músiCas para enTender a evolução esTilísTiCa da bandasonífera ilha // insensível // o que // Corações e mentes // miséria // Clitóris // será que é disso que eu neCessito? // domingo // epitáfio // enquanto houver sol

as músiCas mais exóTiCas da bandaa faCe do destruidor // Cabeça dinossauro // todo mundo quer amor // biChos esCrotos // pavimentação // Clitóris // o Caroço da Cabeça // ridi pagliaCio // as aventuras do guitarrista gourmet atrás da refeição ideal // taxidermia

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c a p ateceu, procuramos olhar para frente. O instinto de sobrevi-vência da banda é muito forte. Eu, particularmente, acredito que existe uma ‘química’ entre nós. Sem essa parceria, deixa-ríamos de fazer muita coisa interessante. Acho que fazer parte da banda me enriquece como artista”, analisa Britto.

Como quinteto, os Titãs continuaram lançando discos com uma pegada mais pop rock. Como Estão Vocês, de 2003, foi mais um álbum bem aceito pelo público, mas malhado pela crítica. Com músicas de trabalho como Eu Não Sou Um Bom Lugar, Enquanto Houver Sol e Provas de Amor, a banda foi apontada como “vendida” e acusada de perder a mão no quesito “inovação”. Mas os integrantes do grupo discordam das avaliações. “Essa visão é, a meu ver, extremamente redutora. Veja bem, os nossos dois primei-ros discos eram predominantemente pop rock. As músicas em geral eram mais melódicas, leves e às vezes até diverti-das. Claro que alguns elementos mais ácidos sempre fize-ram parte do nosso vocabulário. Por outro lado, discos mais recentes, embora tenham ficado conhecidos pelas baladas (que fizeram muito sucesso) tem também canções pesadas e críticas. Vale lembrar que Vossa excelência por exemplo faz parte dessa safra mais recente. Enfim, a meu ver, somos uma banda inquieta, que se dá ao luxo de arriscar e falar sobre qualquer assunto”, determina Britto.

Na década passada, ainda deu tempo de lançar um MTV Ao Vivo e o disco de estúdio Sacos Plásticos, de 2009. O projeto marcou a primeira e única parceria entre Titãs e Rick Bonadio, produtor conhecido por estourar bandas com apelo entre os adolescentes, como Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., C.P.M. 22, Fresno e NX Zero. A banda também lançou projetos em parceria com Paralamas do Su-cesso e o grupo português Xutos & Pontapés.

Mas o grande lançamento relacionado ao Titãs nos últi-mos anos foi o documentário A Vida Até Parece Uma Festa,

de 2007. Dirigido por Branco Mello e Oscar Rodrigues Al-ves, o filme retrata a trajetória dos Titãs com imagens de arquivo e entrevistas exclusivas.

Apesar de consolidada e de ter atingido êxito nos últi-mos lançamentos, a banda não se viu livre de mais uma debandada. O último a deixar o grupo foi o baterista Char-les Gavin. Em 2010, o baterista alegou não ter mais dispo-sição para se manter em turnê e preferiu se envolver com produção e pesquisa musical. Desde então, o Titãs é um quarteto. Pela primeira vez, se aproximou de uma formação clássica de banda de rock.

30 anos loucos Em 2012, a banda completa 30 anos de carreia. Durante esse período, passou a maior parte do tempo desfrutando do sucesso. Mas também amargou fracassos e decepções. Se a convivência desgastou o relacionamento entre os integran-tes, a ponto de tantos músicos terem se mandado no meio do caminho, pelo menos entre os quatro remanescentes e alguns desertores ainda rola cordialidade e respeito profissio-nal. É o que confirma Sérgio Britto. “Uma banda é como uma gangue ou uma tribo. Dificilmente resiste a uma relação bu-rocrática. Não sei se somos grandes amigos ainda, mas com certeza respeitamos e admiramos uns aos outros. Isso talvez seja mais importante”, define o tecladista.

E o respeito mútuo pode ser presenciado nas comemora-ções aos 30 anos de banda, que ocorreram durante o ano de 2012. Além de terem tocado Cabeça Dinossauro na íntegra, fazem shows com a participação de integrantes originais. “O Arnaldo Antunes e o Charles Gavin toparam e já estão confirmados. O Nando Reis não tem disponibilidade de da-tas. Vamos fazer ao todo seis shows. Dependendo do resul-tado podemos, sim, lançar um registro da turnê e realizar mais shows”, comenta Britto. •

formação clássica dos titãs: debandadas e tragédias marcaram a história da banda

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Marcio Baraldi é um dos cartunistas mais requisi-tados do Brasil. Criador de personagens como o Roko-Loko e Adrina-Lina – um casal engraçado

que é fã de rock –, ele trabalha em revistas segmentadas há 16 anos e recentemente passou também a publicar livros com suas histórias. Marcio também foi o responsável por registrar em vídeo a obra de um dos primeiros cartunistas do Brasil, Rodolfo Zalla, através do documentário Ao Mes-tre Com Carinho. Em entrevista exclusiva à Living Now, Marcio rasgou o verbo e, sem rodeios, falou sobre a crise da indústria impressa, preconceito com cartunistas nacionais e seu processo de criação, entre outras coisas. Con� ra:

Living Now: Por que teve a iniciativa de fazer um documentário sobre o desenhista Rodolfo Zalla?Marcio Baraldi: Eu sou fã dessa geração do Zalla, cresci lendo os gibis dele e do Colonnese, Shimamoto, Fernando Ikoma, Osvaldo Talo, Claudio Seto e muitos outros.É a me-lhor geração da HQ Nacional, a que tinha valores mais no-bres e mais idealismo. Todos eles sempre lutaram para que o Quadrinho nacional fosse mais forte que o Quadrinho es-trangeiro. Isso infelizmente não chegou a acontecer, mas ti-vemos épocas bem legais, que geraram emprego pra muitos pro� ssionais e deram repercussão para muitos personagens brasileiros. Nos anos 60, quando parecia que o Quadrinho Nacional ia se consolidar, já estavam quase aprovando uma lei nacionalista de reserva de mercado, veio a ditadura mi-litar e jogou tudo por terra. Com a ditadura retrocedemos politicamente trocentos anos. Nos anos 80 o Quadrinho

Nacional ganhou um novo gás com pequenas editoras como Circo Press e a D-Arte, do Zalla, mas o levante tam-bém durou apenas alguns anos. Muitos da geração do Zalla faleceram, como o Jayme Cortez, Claudio Seto, Gedeone Malagola, Minami Keizi, e pouca gente conhece a história e a obra desses mestres. Eu já tinha há algum tempo a ideia de fazer um documentário com essa geração e quando vi que eles estavam morrendo, resolvi correr e fazer logo com o Zalla, pois ele já tem 81 anos. Esse documentário vai eter-nizar a obra dele e apresentá-la para as novas gerações. Ele é uma � gura-chave no quadrinho brasileiro , pois produziu uma obra imensa e variada , sempre com total personalida-de. Ele não seguiu padrões estéticos estrangeiros em seu quadrinho, pelo contrário, conseguiu criar um quadrinho com cara de sul-americano e não de gringo.Esse documentário será exibido em festivais de cinema?O DVD saiu da gravadora faz um mês. Agora que eu estou atrás dos festivais para inscrevê-lo. Vou en� á-lo em todo lugar que der (risos).Quem sabe a gente não fatura um premiozinho, né? O Zalla merece! O documentário também, pois � cou um trabalho muito pro� ssional e honesto. O próprio Zalla adorou.Há quanto tempo você trabalha pro� ssionalmente com quadrinhos e como descobriu esse dom?Desde pirralho já criava minhas histórias e personagens. Com 14 anos entrei na pro� ssão e nunca mais saí. Eu tenho a felicidade de nunca ter precisado trabalhar com outra coi-sa, sou cartunista full-time a mais de 20 anos. Comecei no Sindicato dos Químicos do ABC, lá em Santo André, minha terra natal. Estou na imprensa sindical e esquerdista.

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Suas HQ´s ilustram a última página da Rock Briga-de, uma revista de heavy metal, há mais de uma dé-cada. Como ocorreu essa aproximação entre você e a publicação?Em janeiro de 1996 eu bolei uma HQ com um casalzinho roqueiro e levei lá na redação da Rock Brigade e consegui vendê-la no ato. A historinha já saiu na edição seguinte, de fevereiro. Os caras gostaram tanto dos personagens que pe-diram pra fazer todo mês e nessas já se passaram 16 anos. O Roko-Loko e a Adrina-Lina � zeram tanto sucesso lá que viraram bonecos, camisetas, um vídeo-game pioneiro e qua-tro livros até o momento. Agora, infelizmente , a revista está passando por di� culdades e a periodicidade dela está mais espaçada. Mas é porque esse mercado da música em geral sofreu muitas mudanças nos últimos anos.É notório que a publicação impressa perdeu força. Acre-dita que isso tenha afetado diretamente você também?Pois é. De fato as revistas encolheram de tiragem, algumas viraram sites como a Dynamite e a Rock Press, outras fecha-ram como a Valhalla e a Metalhead. Uma pena mesmo, pois a gente chegou a ter a melhor imprensa roqueira do mundo! No auge desse mercado eu cheguei a colaborar com 11 revistas de rock, sendo uma de Portugal e outra do Equador. Nossa imprensa era referência para outros países. Mas a internet e o MP3, transformaram radicalmente o mercado. E não foi só

no mercado musical não. Outros mercados também. A Play-boy chegou a vender um milhão por mês , hoje vende 100 mil, quando vende. O Jornal do Brasil, que era um dos mais antigos e tradicionais do país, encerrou sua versão impressa e virou portal já há algum tempo. En� m, surgiu uma nova ge-ração, uma nova juventude que não esta muito interessada em livros, CDs, DVDs, gibis, etc. Tudo que eles querem é um Iphone pra jogar joguinhos, baixar músicas, assistir coisas na internet, e, claro, falar no telefone por horas (risos). Tudo isso praticamente de graça. É uma geração áudio visual , que prefere assistir do que ler. E por isso mesmo leem e escrevem muito mal. Mas a digitalização de tudo parece ser um caminho irreversível e talvez seja melhor assim, pois o planeta já está ju-diado demais e está cobrando seu preço por isso, na forma de terremotos, maremotos e furacões cada vez mais frequentes. Talvez seja mesmo melhor pararmos com o papel e pouparmos as árvores.De que forma você tem conseguido sobreviver à crise?Eu ainda não perdi meus empregos (risos). Ainda desenho para muitas revistas e jornais, todos impressos. Acho que a mi-nha geração ainda vai se aposentar nesse formato, mas as pró-ximas com certeza vão pegar um cenário cada vez mais digital, virtual, HD, 3D e sabe-se lá mais o quê. A informática não tem � m. A gente não sabe nem aonde isso vai parar. Claro que eu estou na net também, mas ainda não é lá que eu ganho grana.

OS CARTUNISTAS MARCIO BARALDI E RODOLFO ZALLA

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Como nasceu o Roko-Loko e sua tur-ma?Daquela maneira despretensiosa que te fa-lei. Simplesmente eu � z um única HQ com um casal roqueiro que não tinham nem nome e ofereci pra Brigade. Os editores adoraram e pediram mais. Eu criei os per-sonagens num momento bem interessante porque até então os roqueiros eram tratados na mídia como uns idiotas completos. Não existia sequer um personagem roqueiro ba-cana, bem humorado, com conteúdo. O Roko-Loko trouxe um humor original , inovador. Além dele e da namorada Adrina -Lina, os outros personagens são sempre bandas que realmente existem, além dos donos e funcionários da Rock Brigade. Essa fórmula acabou criando um quadrinho muito pessoal, do qual me orgulho muito. Os personagens também renderam o primeiro videogame roqueiro 100% nacional, o “Roko-Loko no Castelo do Ratozinger” que teve uma ótima exposição na mídia e até hoje a molecada baixa e joga.Seus personagens são direcionados a um público in-fantil ou adulto?É difícil precisar isso. Porque , o Roko-Loko eu sempre � z para uma revista de rock, cujo público vai dos 15 aos 50, mais ou menos. E de repente as crianças começaram a ado-

rar o personagem, porque o pai roqueiro levava a revista pra casa e os � lhos pe-quenos eram atraídos pelos quadrinhos coloridos e se divertiam com as trapalha-das do Roko. O vídeo-game também � z pensando em adolescentes , mas muita criança acabava jogando melhor que ca-ras mais velhos. Com os passarinhos Vapt e Vupt acontece a mesma coisa. Eles saem numa revista kardecista, a Espiri-tismo e Ciência, e são bem politizados,

mas a molecada entende tudo e acaba curtindo também. O problema é que as crianças hoje são muito mais espertas do que a gente era quando tinha a idade delas. Elas surpreen-dem a gente o tempo inteiro. Deve ser a tal “geração índigo” que tanto falam por aí (risos).O fato de você ter criado um personagem fã de rap foi uma tentativa de atingir um novo nicho?Foi mais ou menos. Eu criei o Rap Dez em 2003 pra revis-ta Viração, que é uma revista teen politizada. No começo ele fazia parte de uma turma de adolescentes e tinha uma participação mais modesta. Mas, cada vez que ele apare-cia, falando tudo em versos rimados, a molecada mandava e-mails dizendo que o adorava. Aí ele acabou virando o titular da série e os outros personagens � caram coadjuvan-tes. O Rap Dez foi um caso em que o próprio publico aju-

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dou a consolidá-lo. Com o tempo os leitores começaram a se entusiasmar e mandavam versos pra eu usar nas histo-rias. Eles queriam participar dos roteiros do personagem e acabou virando um personagem com esse canal interativo. A moçada manda muitos versos prontos e ideias pras his-tórias, eu adapto pro meu estilo e vou aproveitando tudo. Sem falar que ele também é uma sacada inédita e origi-nal. É o primeiríssimo personagem rapper dos quadrinhos mundiais e suas falas são 100% em versos rimados, desde a primeira aparição dele.Como rola o processo de criação e execução de uma história em quadrinhos? Você também é o roteirista?90% das vezes sou. Mas , às vezes ,em trabalhos comerciais, o cliente já manda um roteiro pronto ou um esboço de ro-teiro e você tem que ser � el àquele roteiro. A partir disso, construo os personagens e a história toda. Depois faço o desenho de� nitivo e arte � nal a nanquim. Por último, esca-neio e pinto no Photoshop. Não tenho ajudante nenhum. Tem caras que já desenham direto no computador com ca-netas digitais e mesa tablet, mas eu não gosto disso. Tenho o maior tesão em desenhar com lápis sobre papel. É o maior prazer da minha vida. Não quero mecanizar esse processo e perder esse prazer.Fora o lance de HQ, você atua em uma outra verten-te da área, como o gra� te ou tatuagem? Já pensou em se arriscar nesses lados?Tatuagem não faço porque não basta saber desenhar, é preciso realmente ter vocação. É muita responsabilidade. Se você � zer um desenho ruim no papel, basta jogar fora e fazer outro. Na pele de uma pessoa é bem mais difícil. Deixe isso para os pro� ssionais que nasceram para tal. Já o gra� te eu � z muito na minha adolescência, em Santo An-

dré. Deixei meus desenhos em muitos muros por lá(risos). Mas nunca fui pro� ssional disso , minha praia sempre foi o cartum e os quadrinhos.Ainda há muito preconceito dos consumidores de HQ´s em se tratando de artistas nacionais?Você sabe que propaganda sempre foi a alma do negócio, né? A cabeça do público é assim: quem tiver a mídia mais poderosa, leva. Então � ca muito difícil para os artistas e pequenas editoras nacionais competirem com empresas estrangeiras já consolidadas no Brasil há décadas – como Disney, Marvel, DC, etc. Essas empresas tem milhões de dólares pra investir em publicidade pros seus produtos, fazem � lmes, games, brinquedos, desenhos na TV , zi-lhões de badulaques e por isso se tornam conhecidos de todos. Já nós ,artistas brasileiros, não temos essa estrutura nem apoio de ninguém, por isso, mesmo se � zermos per-sonagens geniais, jamais vão emplacar como os gringos. É uma disputa completamente desleal. O que sobra pra gente é um público mais restrito, mais informado, que conhece nosso trabalho e o consome. Mas é uma fatia muito pequena do mercado. Nós � camos no “alternativo”. O “mainstream” � ca pros gringos, infelizmente.Por que um artista de HQ não é tão reconhecido como um escritor de livros ou compositor musical?Provavelmente porque a HQ foi tratada a vida inteira como subliteratura, como uma coisa sem valor, descartável param crianças. Se tivéssemos esse apoio do governo, a HQ nacio-nal poderia ser obrigatória nas escolas, do pré-primário às faculdades, assim como a literatura é.

É tudo uma questão de educar as pessoas e ensiná-las a dar o devido valor à Nona Arte, que é tão valiosa quanto o cinema e merecia ter o mesmo status. •

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Um bom paulistano não foge à regra e o cardápio das noites de sábado é sempre uma bela pizza. Desde os sabores mais tradicionais – como calabresa e

mussarela, até as rebuscadas e inventivas – como hot-dog e strogonoff, a redonda tem uma história curiosa e sua receita é pré-histórica.

Sem delongas, a receita atual da pizza não tem segredo nenhum. A massa é feita apenas de água, farinha de trigo e coberta com molho de tomate. A cobertura não segue uma regra especí� ca e � ca ao gosto de quem irá comer. Pouca gente sabe, mas a história da redonda nasceu na pré his-tória. O homem chegou à conclusão de que se a farinha resultante dos grãos de cereais (que ele moía com duas pe-dras) fosse misturada com água e a massa resultante fosse assada sobre uma pedra quente, era obtido um alimento ca-paz de saciar sua fome. Acredita-se que isso aconteceu na Mesopotâmia – atual Iraque – no Período Neolítico, cerca de 10 mil anos atrás, quando o homem já dominava o fogo e

TRADIÇÃO REDONDAA HISTÓRIA DA PIZZA É MUITO MAIS COMPLEXA DO QUE A MAIORIA DAS PESSOAS PENSA E, SE AGORA ELA TEM SABORES REBUSCADOS E EXÓTICOS, ANTIGAMENTE ELA ERA FEITA APENAS COM ÁGUA E TRIGO

a cerâmica, deixando de ser caçador para explorar uma nova atividade, cultivando cereais.

Na antiguidade, os egípcios descobriram a fermentação da massa através de fornos à lenha, ponto que fecha a receita da pizza que comemos hoje. Eles conseguiam enriquecer massas com ervas aromáticas e, em 7 a.c. os etruscos (povo que habitou a Etrúria, atual Toscana, na Itália), criaram o hábito e consumir vários tipos de coberturas com os discos de massa assados em pedra quente. Mas, só comemos a boa pizza graças aos gregos. Eles foram os primeiros a colocar as coberturas antes de assar a massa, iguaria que chamavam de “Planctunos” e levaram com eles quando se � xaram no Sul da Península Itálica e na Sicilia entre os séculos 7 e 5 a. C.

Os romanos adotaram as receitas e métodos de prepa-ração dos etruscos e gregos e chamaram esse alimento de “panis focacius” (do latim: “panis” = pão - “focus” = forno/fogo) e, ao longo de poucas centenas de anos o prato se tornou conhecido em toda a Itália, ganhando variações re-

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gionais, algumas das quais existem até hoje e, ainda são preparadas como naqueles tempos, sem tomates (que só chegou à Europa em 1552): a “Pizza Pugliese” da região da Puglia, o “Pitta Inchiusa” da Calábria, e o “Schiacciata” da Toscana região que fora ocupada pelos Etruscos. por conta das numerosas campanhas romanas, e acabou sendo ado-tado dentro das áreas conquistadas, chegando até a Gália.

PIZZA À BRASILEIRAA história da pizza no Brasil resume-se à sua chegada na cidade de São Paulo, trazida pelos imigrantes italianos no século 19. Há muita especulação sobre os primeios pizzaio-los paulistanos, mas alguns nomes reverberam na boca da velha guarda italiana. Há quem diga que o primeiro a fazer pizza em São Paulo tenha sido o napolitano Carmino Corvi-no. Ele mantinha sua cantina na esquina da Avenida Rangel Pestana com a Rua Monsenhor Anacleto, no Brás. A quem diga, no entanto, que mesmo antes do surgimento das pi-zzarias, via-se nas recém criadas ruas da cidade, italianos carregando tambores de cobre, que aqueciam brotinhos de pizza preparados previamente em casa. Carvões no fundo dos tambores tinham a incumbência de fornecer a tempera-tura necessaria para esquentar os pequenos discos na fren-te das pessoas, que ao passar pelas ruas, consumiam o ali-mento como lanche ou refeição rápida, na hora do almoço.

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nomes fora da nação italiana, sendo adotada por outros povos que também ali chegaram. Valentin Ruiz, confeitei-ro espanhol, abriu sua padaria, a Santa Cruz, na esquina da Celso Garcia com a Bresser. A Santa Cruz, acabou fazen-do nome e Valentin alcançou reconhe-cimento como pizzaiolo, tornando-se mestre de futuros pro� ssionais. Um dos quais, Giovanni Tussato, o Babbo.

Atualmente, existem em São Paulo quase 6 mil pizzarias, que fornecem cerca de 43 milhões de pizzas por mês

na cidade. De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Si-milares de São Paulo são consumidas (dados publicados em 2004) cerca de 43 milhões de pizzas por mês na Gran-de São Paulo, boa parte das quais são entregues em casa. Pelas contas do sindicato, existem em São Paulo 5.580 pizzarias, lanchonetes e padarias em que o alimento pode ser encontrado.

SABORES EXÓTICOSNão há muita regra sobre os sabores de

uma pizza. A redonda pode sair ao gos-to do cliente e, nessa corrida em des-cobrir o que as pessoas querem comer, as pizzarias inventam receitas malucas. Entre os cardápios, listam-se sabores como nozes com mel, folhas de mos-tarda, coração de frango, batata palha, picanha, entre outras. Há também as absurdas que parecem ter sido criadas através de brincadeira de criança. Esse é o exemplo do sabor da pizza de maçã verde, mel e cebola roxa, rapadura e, por fi m, pétalas de rosa. •

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O MESTRE DA BOEMIADavid Goodis foi um dos escritores mais injustiçados da década de 50. O cara detonava nos seus romances mas, como todo bom artista, só ganhou reconhecimento depois que morreu. Grande conhecedor da vida boêmia e um profundo entendedor das almas fracassadas que rondam os bares depois da meia noite, Goodis escreveu bons livros onde o “mocinho” sempre foi um perdedor inveterado. Devemos aplaudir a L&PM Pocket que, de tempos em tempos relança algum título do autor. 

A bola da vez é a Garota de Cassidy, que conta a história de um piloto de avião que só quer esquecer seu passado e ter um tempo tranquilo para amar. Porém o camarada não contava com a má sorte de cruzar o caminho de uma garota com uma má reputação e que fez da sua vida um grande inferno. Cassidy é um grande anti-herói que conquista o leitor com seu jeito triste e corajoso. Além de A Garota de Cassidy,a L&PM Pocket lançou outros livros de Goodis, como Atire no Pianista e Sexta-feira Negra. 

COMÉDIA NORDESTINA DE PRIMEIRADepois de três anos longe dos palcos, Lilia Cabral voltou ao teatro no espetáculo Maria do Caritó. O texto, escrito especialmente para a atriz por Newton Moreno, tem direção de João Fonseca. No elenco, Eduardo Reyes, Dani Barros, Fernando Neves e Silvia Pogge� i. 

A comédia revela valores, costumes e crendices que permeiam o imaginário do povo brasileiro. Maria do Caritó (Lilia Cabral) é uma solteirona chegando aos 50 anos que está decidida a se casar - ainda que para isso precise enfrentar a fúria do pai e de toda a cidade, que acreditam que ela é santa. 

Ao sobreviver no parto, em que sua mãe morre, Maria do Caritó foi prometida pelo pai ao Santo Djalminha. A cidade passa a acreditar que Maria é santa e faz milagres. Fininha é a fi el escudeira de Maria do Caritó, que ajuda a amiga a fazer simpatias para conseguir um marido.  Na trama, há também Dona Teodora, a proprietária do circo e Dona Cosma, uma beata que acredita que Maria do Caritó concebeu o milagre de fazer sua galinha voltar a botar ovos. A peça estreou no dia 10 de agosto, no teatro Faap, em Higienópolis, e a temporada se alonga até dezembro.

DIVA JUNKIE E TALENTOSAHá pouco mais de um ano morria a maior diva contemporânea, Amy Winehouse. E, para prestar uma singela homenagem à artista, a EdM 2001 lançou em DVD o show Live in France at Eurockeennes Festival 2007. O registro captou uma das melhores performances da diva depois que ela assumiu de vez o estilo junkie de ser.  No show, Amy interpreta grandes clássicos de sua breve carreira e é acompanhada por uma big band de primeira. Fica difícil citar uma ou duas músicas de destaque do Live in France, pois todas são muito boas. Mas, só para ter uma ideia, fazem parte do set Tears Dry on Their Own, Back to Black, Love is a Losing Game, You Know I´m No Good e o hino Rehab. 

O DVD é uma boa pedida para animar as festinhas de sábado à noite, pois o repertório vai do soul ao r&b com uma magnífi ca leveza e fl uidez. Então, corra para a loja, compre o Live in France e chame seus amigos. Mas só faça isso se tiver um bom estoque de garrafas de vodca (para as moças) e uísque (para os rapazes) – já aviso logo de cara que o show é inspirador para tomar algumas doses e relaxar. 

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DE ÓCULOS E APARELHOA molecada de hoje acabou deixando o livro físico de lado para fi car sentada à frente do computador. E, para não deixar que esse triste hábito emburreça seu pequeno, a boa pedida é incentivá-lo a ler livros virtuais. O mercado dos e-livros vem tomando grande proporção e, por incrível que pareça, estão bem mais baratos que os físicos. Uma boa dica é o título Óculos, Aparelho e Rock and Roll, de Meg Haston. A trama conta a história da super-rigorosa e cheia de estilo, Kacey Simon. A garota dita as tendências na escola Marque� e e, para coroar, tem seu próprio programa de TV no canal do colégio, onde dá conselhos e explica para seus colegas a verdade nua e crua - quer eles queiram ouvir, quer não.

Mas uma infecção ocular e uma visita ao dentista deixam Kacey com óculos fundo de garrafa, a boca cheia de metal. Rejeitada pelos amigos populares, ela despenca da pirâmide social e começa a andar com uma vizinha nerd e um garoto que leva a vida num ritmo próprio - na verdade, no ritmo do baterista de sua banda. Ele a quer como sua vocalista, mas ela está decidida a recuperar seu trono

O livro pode ser comprado nas grandes livrarias e deu origem à série de tevê How to Rock, recém-lançada pelo canal Nickelodeon

MORCEGÃO PARA TODOSCom o fi lme Batman – The Dark Knight Rises nas telonas, o mercado de games está eufórico para lançar novos produtos da marca e as crianças e adolescentes já estão doidos para comprá-los. Na pré-venda estão dois títulos que tem tudo para ser sucesso. O primeiro, destinado às crianças, é o Lego Batman 2. Com fácil jogabilidade e gráfi cos em cores vivas, o game inova em disponibilizar para o jogador um mundo aberto para explorar e o destaque fi ca por conta das boas dublagens em português. 

Agora, para os adolescentes, chega no mercado o game Batman: Arkham City - The Game Of the Year. O jogo tem versões jogáveis da Mulher-gato, Asa Noturna e Robin, bem como os pacotes de Skins (que incluem skins de Batman do Futuro e da versão dos quadrinhos de Cavaleiro das Trevas) e os Challenge packs. Além de tudo isso, o jogo também vai contar com a animação Batman – Ano um. Ambos os games estarão disponíveis em várias plataformas, incluindo as mais populares, como XboX, PS3 e PC. 

UMA MINHOQUINHA FAZ GINASTIQUINHAEstreia em setembro, nas telonas de todo o Brasil, a animação Minhoca (Worms). O personagem principal já é velho conhecido das crianças e o longa  conta a história de três minhocas – Júnior (11 anos), Linda (12 anos) e Neco (9 anos). Eles enfrentam o terrível tatu-bola Ninguém, ditador maníaco que, com a ajuda dos vermes da Gangue da Lama, pretende dominar todas as minhocas da terra através do hipnotismo e construir um Império onde os tatus-bola serão os senhores. Durante a aventura, Júnior antes um garoto mimado e inseguro, descobrirá o valor da amizade, da coragem e da confi ança em si próprio.

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