Revista MÊS 01

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I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT circulação GRATUITA Editora Mês Ano 1 - nº 1 Janeiro de 2011

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Trabalho realizado em Dezembro de 2011

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Editora MêsAno 1 - nº 1Janeiro de 2011

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“É o momento de realizações, de colher as sementes que eu plantei”Artista por natureza e por sobrevivência. Maria Regina Vogue completa 50 anos de carreira e, em comemoração, lança, este ano, sua biografia e uma peça de teatro para ilustrar as cenas de sua própria trajetória. Algo que chama de transformar as tragédias da vida em comédia. Mulher de fibra, alto astral e otimista, Regina Vogue é conhecida e reconhecida por seu trabalho em prol da arte paranaense, mais especificamente, do teatro infantil. Apesar de catarinense, natural da cidade de Caçador (SC), Regina foi criada em Porto Alegre (RS) e se considera paranaense. Essa mistura cultural agrega à sua personalidade um ar sulista muito peculiar. Uma espontaneidade ímpar e muitas aventuras no currículo. Em entrevista exclusiva à Revista MÊS, ela conta alguns detalhes dos capítulos de sua carreira e impressões sobre a vida que estarão impressas em sua obra que, possivelmente, terá como título: “Ensina-me que eu aprendo”. Confira a seguir:

entrevista Regina Vogue

Arieta Arruda - [email protected]

Como nasceu seu amor pela arte?

Regina Vogue (RV) - Desde meni-na sempre quis ser bailarina e a fa-mília não apoiava de jeito nenhum, porque achava um bicho de sete ca-beças naquela época. Imagina isso há 60 anos, isso ainda era tabu, era prostituição, digamos. E eles eram todos de igreja e eu era meio que a “ovelhinha negra” da família. Sem-pre querendo algo diferente e em busca. Queria fazer teatro amador e eles não me deixavam. Tinha os gru-pinhos de teatro amador, como hoje em dia, nem escola de teatro amador existe mais, mas grupos experimen-tais, teatro cabeça. Pra mim, acho

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que tudo é válido, acho que o importante é fazer arte.

Quando foi seu primeiro contato com o meio artístico?

RV - Foi quando eu fui com o circo. Eu resolvi quando fiz 16 anos, nem tinha feito ainda, ia fazer. Fui passear em Santa Ca-tarina na casa de uma madrinha e de lá eu debandei. Era um circo bem simples, sabe aquele de cuspidor de fogo, o mágico, a contorcionista. Eu entrei e disse assim: “quero aprender”. Eu tenho muito essa filosofia de vida: me ensina que eu apren-do. Eu tenho isso. O meu livro, talvez seja esse o título, será lançado no ano que vem [2011]. Minha peça vou estrear em março e o livro queria fazer junto. Então, aque-le circo era bem simples, mas considero como uma cartilha. Ali que eu comecei a dar meus primeiros passos na vida artísti-ca, junto com o circo eu não sabia de nada. Fiz força capilar, que me pendurava lá em cima e me rodava. O primeiro [número] foi partner de mágico. Eu achava tudo muito bonito, pra mim era uma festa.

De lá, foi ser toureira, como foi essa ex-periência?

RV - Aventureira. Eu era muito louca. Aí o dono do circo disse: “Escuta, você quer mesmo? Você tem coragem? Olha, você sabe como o touro faz?” A tourada lá era assim, não é que nem lá na Espanha, mas é assim, pegar o touro na unha. O touro vem, você mexe, provoca ele, nisso ele chega e bate no estômago da gente. Não tem como aprender na prática isso aí, é só na explicação. Aí você tem que ir com a cara e com a coragem. Não tinha nem tamanho para cortar a unha do boi. E eu falei: “Não, eu faço!” Aí terminou um dia o pessoal do espetáculo e ele [dono do circo] me colocaram lá atrás na arena onde tava guardado o touro e disse: “En-tão vamos fazer. Vamos praticar um pou-quinho.” O touro me pegou, me juntou e me jogou do outro lado. Eu fiquei lá, meio desmaiada e ele disse: “Vou anunciar a mulher toureira na cidade.” E anunciou. E aí tinham os ricos da cidade, ele ofereceu para um cara e o cara deu uma grana fede-ral para ele, só que eu nunca vi o dinheiro. Esse dinheiro ficou para ele. E eu ganhei a fama e ele ganhou a grana. (risos)

Qual foi sua primeira peça de teatro?

RV - Foi “O direito de nascer”. Eu fiz uma empregada que levava uma carta

para senhora Helena da Caridade. [Na estreia] Eu passei o dia inteiro decorando duas frases, porque o diretor falou: “Você articule bem, não olhe para a plateia. Você tem que entrar e dizer: ‘uma carta para senhora Helena da Caridade’, daí vira as costas e sai”. Eu fiz tudo ao contrário. Dei uma olhada para a plateia, tinha um rapaz bem bonito. Eu ainda dei uma piscadinha para ele. Depois já comecei a fazer uma santa da “A canção de Bernadete”, que era essas peças que ficava ali paradinha. E todo mundo rezando e chorando. Aí teve “Gangue”, que tinha a juventude transvia-da e eu fazia parte de uma das gangues. E andava de lambreta em cena. Eu tinha meus 18 anos.

Como levou a carreira adiante?

RV - Fui aprendendo. Daí claro, fui pe-gando papéis, fui tomando o jeito da coi-sa, foram confiando em mim. Fui enten-dendo o que era um teatro. Achando cada vez mais lindo. Eu sempre tive uma coisa na minha vida, ainda até hoje: a investi-gação de tudo. Eu acho que a gente nunca deve parar e nunca se sentir realizada na vida. Então eu não estou realizada ainda. Eu já tenho um teatro, um monte de coi-sa. E estou recebendo tanta homenagem. O Guaíra [Teatro] vai me dar uma placa com o meu nome lá. Quer dizer, para chegar a isso, eu passei por tanto, eu tive que aprender tanta coisa e ainda estou aprendendo. Quer dizer, não estou pronta para nada ainda. Eu acho que ainda estou aprendendo. Acho que é o momento de realizações, de colher as sementes que eu plantei muito. É uma colheita.

O que é arte?

RV - É uma coisa simples, mas ao mes-mo tempo a simplicidade também é muito linda. Eu acho que a arte é tudo para mim. A arte para mim é a base de tudo. É vida. Eu acho que eu sem a arte eu não viveria. Não sei. Eu odeio férias. Aí quando vai chegando o fim do ano e vai todo mun-do... Eu vou ficando depressiva. Porque eu gosto disso. Tem uma frase que eu digo: “A arte é minha vida e o teatro é

a minha casa.” Falo a vida toda. Então a arte para mim é tudo.

Como encara a arte paranaense?

RV - Eu acho que em qualquer lugar sempre tá faltando alguma coisa. Aqui, no Rio, São Paulo. Eu acho que aqui, as pessoas,quando unem a classe, elas con-seguem às coisas. A gente tem esse poder quando se une realmente. Só que de vez em quando a classe se dispersa. Cria--se grupos aqui, ali. Ultimamente, eu to sentindo, graças à Deus, que as pessoas estão percebendo que precisa de mais união. Que sozinho ninguém vai a lugar nenhum. Eu sempre tenho essa filosofia comigo. Eu preciso de parceiros aqui no teatro, sem parceiros eu não sou ninguém. Pra me ajudar a tocar isso aqui. Quer di-zer, Deus me colocou na mão, me deu a vara para pescar. Eu tenho que ir à luta.

Por que escolheu trabalhar com tea-tro infantil?

RV - Comecei a fazer pra criança por necessidade. Aí foi paixão e virou mis-são. Hoje eu considero o fazer teatro para criança uma missão. E que eu não tenho que simplesmente fazer, eu tenho que buscar. E sou muito solidária. Como eu fui muito ajudada, eu queria um bar-racão, para trazer essas crianças menos favorecidas. Trazer as crianças, nem que seja descalças no meu teatro. E Deus, acho que me deu esse teatro, justamente porque pensava assim. E hoje as crian-ças entram aqui no meu teatro e eu gosto dessa coisa. Admiro quem leva a arte até as escolas, mas eu prefiro trazer elas até o teatro. Num ambiente diferente onde oferece mais condições . Isso para mim é uma vitória.

Família. Qual o significado disso para a senhora?

RV - Os meus filhos são sementes, que hoje eu considero eles minhas asas. Eles trabalham comigo – os dois – isso é ba-cana. Um cuida da parte burocrática, projetos. E o outro é artista, é diretor, é ator, é cantor, que é o Mauricio Vogue e o Adriano Vogue. Então eles são a minha família. O dia que eu saí da minha casa, eu deixei a minha família. Hoje alguns de-les vem me visitar. Acredito que eles têm [orgulho]. Mas eu que acho que criei uma barreira. Não tenho mágoa nenhuma deles, até agradeço à minha família. Eu acho que cada um nasce com o seu destino e busca.

“Comecei a fazer pra criança por

necessidade. Aí foi paixão e virou missão.”

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Eu busquei o meu. Era isso que eu queria. Então hoje eu sou ídolo deles. Mas acho que a minha família são meus filhos. Não é egoísmo, mas o tempo deu conta disso. E o teatro é a minha casa.

Quais foram as principais dificuldades que já passou?

RV - Passei fome. Porque teatro de pavi-lhão é assim: você trabalha hoje para co-mer amanhã. Porque entra numa praça, aí não sabe se vai ser boa, se vai ter público, se vai ser bem aceito. Às vezes, a gente tá montando um teatro e nesse período de montagem, ninguém tá ganhando. São famílias que moram ali. No começo era só eu, depois já tinha dois filhos pequenos. Sempre falo que a produção não foi independente, mas a criação foi. E aí eu criei meus filhos sozinha e tinha essa outra preocupação. Daí eu passei a ter um pouco mais de medo na minha vida. Não ser mais tão aventureira, mas de responsabilidade. Era a responsabilidade dos filhos e medo que eles me largassem como eu já fiz. Mas graças à Deus eles estão aí comigo. E foi difícil, foi muito di-fícil. Teve dia que não tinha o que comer.

Por que escolheu Curitiba para viver?

RV - Porque Curitiba eu amo de paixão, quando eu já estava em teatro tinha gente que eu conhecia aqui. Era o meu point. Quer dizer, vinha, voltava. Aí tava de saco cheio lá, anoitecia, amanhecia, tava em Curitiba. Amor à primeira vista. Eu es-colhi Curitiba. Eu acho que se dissessem: “De onde que você é?” Sou paranaense. Então, eu sou nascida em Santa Catarina, com os hábitos dos gaúchos, mas queria ser paranaense. É muito louco, mas acho que conquistei Curitiba. Porque é difícil. O paranaense, o curitibano é fechado, é individualista. Em qualquer lugar que você entre é difícil se entrosar, mostrar quem é você. A quê você veio. Então, eu descrevo o paranaense assim... Eles não chegam de cara para a pessoa, eles che-gam de lado. Mas a partir do momento que você conquista essas pessoas, elas te dão. Elas abrem a porta.

Quais são seus medos?

RV - Tenho medo até de atravessar [a rua], medo da violência. Tenho medo por mim, medo pelos meus filhos, pelos meus ami-gos. Eu acho que tenho medo por tudo. A

saber não passar por cima de ninguém. É passar do lado, se puder. Mas eu tenho essa filosofia, não sou uma santa, ao contrário, eu brigo pelo meu espaço, mas eu tenho muito essa coisa da honestidade.

Regina Vogue por Regina Vogue

RV - Sou muito positiva. Muito pra cima. Para mim, não tem mágoas. Eu sou uma pessoa que ama a vida. Acredito muito no ser humano! Não pode não acreditar. Por que se você não acredita, o que você vai fazer? Claro, eu sou assim, se vem uma pessoa, me prova o contrário, que ela não é aquilo que eu pensava, aí eu me afasto. Aí na boa, sem briga, sem grito, sem nada.

50 anos de carreira, é um ciclo que se fecha?

RV - É, você sabe, que cai a tua ficha de um monte de coisas que a gente até fazia. “Ai, porque que eu fazia aquilo?” É refle-xão mesmo. É muito louco. Um dia você vai passar por isso. E que bom que a gente passa. Eu acho que se eu chegar aos 80, acho que vou pensar outra coisa. Eu acho que isso é renovação para mim.

Quais são seus novos projetos?

RV - Tenho muitos. Eu quero ainda ter um museu. Aquilo que eu falo – eu sou um pouco mística – então sonho e o meu sonho, eu concretizo.

gente sempre tem. Eu não consigo ver hoje uma pessoa que não tenha medo. Até mes-mo de um país... do governo. O que é que vai acontecer com a gente daqui um tempo? Cla-ro que a gente sempre tem um, mas eu pro-curo levantar a cabeça e tocar pra frente. Eu tenho uma coisa comigo, eu ando pra frente.

Arrepende-se de alguma coisa?

RV - Eu acho que não. Claro que tem uma coisinha ou outra, mas eu penso “Por quê? Não vou me arrepender, não vou sofrer por isso”. Porque eu acho assim, que se acon-teceu, se eu errei é porque eu tinha que er-rar pra acontecer outra coisa. Talvez arre-pendimento... Acho que a única coisa que eu me arrependo é de não ser tão aberta. Chegar para alguém e dizer: “Eu gosto de você.” “Você precisa de ajuda?”

Como trabalha sua religiosidade?

RV - Eu acredito em Deus. Eu sou um pou-co mística até. Eu acredito que a gente tem que acreditar num ser muito poderoso. Eu acho que se você ama as flores, você ama a natureza, você já tá acreditando em Deus. Se você ama os animais, isso para mim é Deus. Não sou frequentadora de igreja. Já fui. Já fui evangélica, já fui de tudo quanto é igreja, mas hoje eu acho que pra orar, pra falar com Deus, até num banheiro. Basta a tua fé. Então, eu acredito muito, muito em Deus. Eu acho que o importante é você

entrevista Regina Vogue

“Passei fome. Porque teatro de

pavilhão é assim: você trabalha hoje para comer amanhã.”

Divulgação

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MATÉRIA DE CAPA 14

NA oNDA Do VERão

4 ENTREVISTA

12 MIRANTE

24 5 PERguNTAS PARA: PAulo BERNARDo

25 ColuNA

64 lIVRoS

65 ÁlBuNS

66 oPINIão

67 FoTogRAMA

CIDADES / MARINgÁ26 o VERDE BASTANTE DISTANTE

CIDADES / MATINHoS30 MATINHoS: ENTRE o VERão

E o ESQuECIMENTo

ECoNoMIA38 EMBARQuE No TREM

DA PRoSPERIDADE

EDuCAÇão32 NA AulA, o MuNDo A

uM ClIQuE

SAÚDE36 A DoR No FEMININo

INTERNACIoNAl42 PARA oNDE VAI A VENEzuElA?

TuRISMo / ESPoRTE50 PElAS CoRRENTEzAS Do RIo RIBEIRA

PolÍTICA20 A “NoVA” AlEP

22 IMPACTo No PARANÁ

CulINÁRIA E gASTRoNoMIA52 NA CAlADA DA NoITE

sumárioEditora MêsAno I – nº 1Janeiro de 2011

ESPoRTE54 uM SAlTo PARA A DEMoCRATIzAÇão

Roberto Dziura

CulTuRA E lAzER58 JANEIRo MuSICAl EM CuRITIBA

MEIo AMBIENTE56 lIxo: uM PRoBlEMA DE ToDoS

AuToMÓVEl62 NoVo FuSCA = NEw BEETlE, MAS BEM REESTIlIzADo

MoDA E BElEzA60 ENTRE BABADoS, CoRES E FloRES

TECNologIA48 loNDRINA SE AFIRMA CoMo

Polo TECNolÓgICo

AgRICulTuRA44 CooPERATIVISMo IMPõE

METAS E DESAFIoS

46 AgRICulToRES DE olHo EM “lA NIñA”

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no Novo, nova década e um novo projeto que chega ao Paraná. Essa época do ano é propícia para traçar novos objetivos e apostar em novas

ideias. Por isso, de energia renovada e com muito orgulho de sermos paranaen-ses de nascimento e coração, começamos 2011, com um grande objetivo: retratar os paranaenses em páginas impressas. Este será o desafio da equipe da Revista MÊS, que chega em suas mãos, com fatos e fotos, análises e humor, críticas e muita informação sobre o Paraná e o Brasil.

Queremos comemorar com você o Reveillón, que significa em francês: despertar. Assim, esperamos que este “despertar” da Revista MÊS seja acompanhado de sua parceria, leitura e participação.

Se é como dizem que “a primeira impressão é a que fica”, a 1ª Edição está com a cara do Paraná: muita diversidade cultural, temas ecléticos e conteúdo de qua-lidade sobre nossa gente. Para começar, a reportagem de capa é sobre o Verão, essa estação tão cativante, quente e festiva. Confira as dicas, dados e histórias nas páginas da MÊS.

Mas a edição também apresenta a economia paranaense, uma das mais ricas do País, traz análises políticas, mostra iniciativas na área de educação e esportes. Apresenta as belezas do Paraná, com alternativas de turismo, mostra gente que faz, aponta comportamentos e tendências em diversos cantos do Estado na edi-toria de Cidades.

A revista também vai te brindar com opções de gastronomia, novidades de tecno-logia, avanços e desafios no meio ambiente, destaques do campo, dicas de bem--estar e melhorias na saúde, assuntos internacionais, dicas de livros, música e la-zer. Um leque completo para trazer a você, leitor e leitora, o espelho do Paraná.

Temos a certeza de que a partir de agora seu MÊS virá com muito mais informa-ção e prazer em olhar para nosso o Estado.

Boa leitura!

editorial

expedienteA Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente.É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA.Rua Comendador Araújo, 565, Centro – Curitiba (PR) – Fone / Fax: 41 3223-5648 – e-mail: [email protected] REDAÇÃOEditora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815 / PR); Repórteres: Mariane Maio e Iris Alessi; Diagramação: Tércio Caldas; Projeto Gráfico: Carlos Nascimento Neto; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Departamento comercial: [email protected] – Fone: 41 3223-5648; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Wallace Nunes, Eduardo Bentivoglio, Bruno Cassucci, Edson Rogério Cardoso e Will Leite

Um mês de novidadese um ano inteiro para conhecer

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Agricultura avançaA safra nacional de grãos do ciclo 2010 / 2011 deve chegar a 149,4 milhões de toneladas. Isso repre-senta um aumento de 0,1% ou cerca de 212 mil toneladas sobre a safra anterior. Os dados são de um levan-tamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no último mês de dezembro. A área plantada deve atingir 48 milhões de hectares, o que representa um acréscimo de 1,3% em relação à área cultivada no período passado.

Tudo em casaO cientista político Emerson Cervi foi enfático ao comentar a composição do governo de Beto Richa (PSDB): “um governo que adota o ‘familismo’ não é um governo que se pode chamar de moderno”. E olha que os tucanos sempre condenaram a indicação de companheiros para alguns cargos no governo petista do Presidente Lula.

Nepotismo

Eleições 2012O deputado federal Dr. Rosinha (PT) tem grandes chances de tornar-se o candidato do Partido dos Trabalhado-res à Prefeitura de Curitiba em 2012. Dois pontos contam a seu favor. O primeiro e muito importante: ele quer ser candidato; e segundo, ele conta com apoios importantes entre os re-presentantes do Partido que tem voto. Dizem que ele já está em campanha.

mirante

“ossos” duros de roerBem cotado no governo de Lula, o ministro Paulo Bernardo já entra com moral no governo Dilma. Mas nem tudo serão flores. Ele terá pela frente grandes desafios para comandar a partir da pasta do Ministério das Comunicações: reestruturação dos Correios, aprovação do Plano Nacional de Banda Larga para democratização do acesso à internet e o novo Marco Regulatório das Comunicações, são algumas das “pedreiras” a serem enfrentadas pelo ministro paranaense.

Base do governoO reforço da base de sustentação do governador Beto Richa (PSDB) na As-sembleia Legislativa do Paraná pode ter tido um custo bastante elevado. Foi uma debandada geral para o ninho tucano antes mesmo da posse. Depu-tados que até ontem faziam campanha contra (ou diziam que faziam), hoje são secretários, líderes no Legisaltivo e fervorosos defensores do tucano.

Márcia lopes em londrinaA ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Lula e também ex-vereadora de Londrina, Márcia Lopes, está cotadissíma para ser a can-didata do PT à prefeitura de Londrina. O principal representante da cidade com man-dato, o deputado federal André Vargas, tem declarado que Márcia é a sua aposta para 2012. A cidade pode ganhar muito, pois Márcia Lopes é irmã de Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República do Governo Dilma.

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orçamento negociadoA aprovação do orçamento estadual no ano passado pode não ter o desfecho alardeado por deputados governistas. O aumento dos recursos para o Poder Judici-ário – tão criticado pelo governador Beto Richa (PSDB) – foi aprovado de forma condicionada ao aumento da Receita Estadual. Oras bolas, é claro que a receita vai aumentar. O Brasil crescerá entre 4 e 5,5% neste ano.

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Caiu a máscaraA história do Wikileaks poderia até virar roteiro de filme. Uma mistura de suspense, ação policial e crítica social. O “portal da transparência” causa furor no meio político, alimenta a imprensa e desnuda a diplomacia norte-americana em suas relações com líderes de todo o mundo. Muitos vilões com cara de mocinhos foram revelados. A pressão política e diplomática sobre seu fundador australiano, Julian Assange, só não foi maior que a ira de hackers a seu favor em vários países. Mais surpresas vêm por aí, promete Julian, para o 1º semestre.

Segurança pública no ParanáDentre os muitos desafios a serem enfrentados pelo novo governo do estado na área da segurança pública, o número de homicídios de jovens em Foz do Iguaçu é o que mais se destaca. O IHA (Índice de Homicídios de Adolescentes) indica que para cada grupo de mil ado-lescentes de 12 a 19 anos há 11,8 homicídios (dados de 2007). Com certeza, a grande causa dessas mortes deve estar relacionada com o tráfico e com o consumo de drogas, principalmente, o crack. O novo secretário de Segurança Pública, o delegado federal Reinaldo de Al-meida César, precisa se debruçar urgentemente sobre esse problema.

“Defendo uma oposição que não faça concessões.”Álvaro Dias, senador (PSDB)

“Seria bom para o Paraná eu adotar uma postura semelhante em relação ao governo do Beto Richa? Precisamos de

mais trabalho e menos discurso.”Gleisi Hoffmann, senadora (PT)

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matéria de capa

Na onda doEspecialistas de diversas áreas orientam você em como aproveitar da melhor maneira o verão, sem passar por aqueles famosos inconvenientes

Mariane Maio - [email protected]

verão do ano passado não foi muito bom para o estudante João Antônio Pickler Neto (12) e sua mãe, a auxiliar de

laboratório Eliete Pickler (45). Dos sete dias que reservaram às férias e a viagem à praia, quatro foram praticamente perdidos

oe cheios de preocupação. O garoto exage-rou nos mergulhos no mar e desenvolveu uma otite. Se já não bastasse a infecção no ouvido, João teve também uma intoxi-cação alimentar.

A mãe conta que precisou levar o filho ao médico na praia, pois os sintomas eram muito fortes. A viagem de volta também

foi bastante conturbada e o menino teve ainda de retornar ao médico na sua cida-de, em Cascavel (PR). “Eu não conseguia nem dormir. Ainda estraguei as férias da minha mãe também. Este ano, estou me cuidando mais. Primeiro não vou comer mais tapioca e também não estou mais mergulhando”, conta.

Nada fora do comum. Quase toda família tem alguma história dessas para contar. Intoxicação alimentar, insolação, carros quebrados na rodovia, são dificuldades

verão

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Câncer de pele é o mais comum no Brasil,

segundo dados do Inca

que muitos enfrentam, às vezes, por falta de cuidados básicos. Este ano, o Carnaval será em março, por isso, pra muita gente as férias serão mais longas. E para que você consiga deixar os problemas do ano passado para trás e comece o novo com o pé direito, a Revista MÊS preparou uma série de cuidados que você deve ter, para que sua viagem não se torne um pesadelo.

SolO sol é o grande aliado desta estação do ano. Mas, se faltar cuidados, também pode se transformar no grande vilão. Alguns desses malefícios podem ser per-cebidos em curto prazo, como as insola-ções. Já outros problemas vão se mani-festar ao longo da vida, como o câncer

de pele. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que o câncer de pele, não melanoma, é o mais comum no Brasil, representando 25% dos casos. No ano passado, a estimativa de novos casos era de 113.850 mil.

Para a Sociedade Brasileira de Dermato-logia (SBD), esses resultados devem-se em grande parte à falta de cuidado dos brasileiros. Um levantamento realizado entre 1999 e 2009, na Campanha Nacio-nal do Câncer de Pele, mostra que 66,3% das pessoas se expõem ao sol sem qual-quer tipo de proteção. Também foi apon-tada uma incidência maior em pessoas de pele clara (63%) entre os 55 e 65 anos. Os homens apresentaram o maior número de casos, com 61,6%, contra 38,4% das mu-

lheres. E a região Sul foi a que teve mais casos concentrados, com 10,44%.

“O mais eficaz é adotar um conjunto de medidas no cuidado com a pele para a pre-venção primária, incluindo não só o filtro solar como também o uso de chapéus, óculos e roupas adequadas para reduzir os efeitos da radiação solar, principalmente, no horário de maior incidência dos raios UVB, das 10h às 15h”, assegura a coor-denadora da campanha, a médica derma-tologista, Selma Cernea. Para ela, outro aspecto importante é que os cuidados não devem ser tomados apenas nos dias de ex-posição direta ao sol, como na praia. “A proteção é indispensável em qualquer lu-gar e em qualquer situação, por exemplo, o exercício de atividades profissionais ao ar livre”, alerta.

Esses cuidados são extremamente ne-cessários, pois os riscos que o sol pode causar à pele são inúmeros. Segundo o dermatologista, Alessandro Vieira, hoje existem produtos que incentivam a pig-mentação. “Não justifica ficar no sol para queimar”, diz o médico explicando que além do câncer, um dos resultados do ex-cesso do sol é o envelhecimento precoce da pele. Ele ainda faz um alerta: “o prote-tor ajuda, mas não protege 100%”.

O médico cirurgião, Ézio Augusto Amaral, é bastante contundente ao falar sobre o sol. “O filtro solar só ajuda quem não se expõe. Colocar o filtro solar e ficar lá que nem uma lagartixa na praia ao meio dia não vai te proteger”. Para ele, quem gosta de se ex-por ao sol, deve assumir o risco. “O fumo faz mal? Faz. É sua opção fumar ou não. Beber faz mal? Faz. É sua opção. O sol é opção das pessoas também. Mas elas têm de saber o mal”, ilustra o médico.

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matéria de capaAlimentaçãoO cuidado com os alimentos é algo que devemos ter o ano todo, mas devem ser intensificados no verão, devido ao au-mento da temperatura. “A tendência é de que estraguem mais facilmente, porque ficam dentro de uma temperatura de risco entre 30 a 40 graus”, explica o biomédi-co Roberto Figueiredo, mais conhecido como Dr. Bactéria.

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS) de 1999 a 2010, 1.804.932 de pes-soas foram expostas às Doenças Trans-mitidas por Alimentos (DTA). Destas, 133.954 ficaram doentes e 88 foram a óbi-to. Na região Sul, é onde existe a maior concentração de casos notificados, com 48,7%. O Sudeste aparece em segundo

lugar, com 32,3%, seguido do Nordeste (10,2%), Centro-Oeste (6,6%) e da região Norte (2,1%).

Quando as pessoas estão em férias, aca-bam por deixar de lado alguns cuidados do cotidiano. Segundo o Dr. Bactéria, os cinco maiores pecados cometidos nessa época do ano são: descongelar os alimen-tos em temperatura ambiente, deixar ali-mentos perecíveis por mais de duas horas fora da refrigeração, comer ovos crus ou semi-crus, como na maionese caseira, não lavar as mãos adequadamente e achar que as bactérias tiram férias. E para que “elas” não acabem com a sua folga, algumas me-didas simples podem ser adotadas.

A primeira delas é quanto a sobra dos alimentos. Elas devem ser colocadas na

refrigeração ainda quentes e descobertas. E detalhe: não estragam a geladeira. A vedação deve ser feita apenas duas horas depois. Além disso, essas sobras devem ser re-consumidas por no máximo cinco dias, após esse período o alimento deve ser colocado no freezer. Quando for reuti-lizar o alimento, este deve ser esquentado até sair vapor, o que equivale entre 75 e 80 graus. Não se deve comer produtos com data de validade vencida e nem que tenham insetos por cima, mesmo que se-jam “apenas” formigas. E mais uma dica: nenhum tipo de carne deve ser lavada. Fora os cuidados com a manipulação e conservação dos alimentos, nas épocas mais quentes também devemos prestar atenção na qualidade da alimentação. Se-gundo a nutricionista e educadora física, Neila Wendling, deve-se procurar manter uma alimentação saudável, por mais que seja um momento festivo. “Se alimentar deve ser algo natural. Não se pode sair para as férias e ficar preocupada que saiu da dieta. O ideal é fazer compensações ao longo dos dias. Se exagerou no almoço, manera na janta”, afirma.

Caso o exagero seja inevitável, Neila recomenda uma dieta de desintoxicação por uma ou duas semanas após o período de excessos. “O certo é ter alimentação saudável como hábito e não como obri-gação”, diz. Para que isso aconteça, as frutas e verduras devem estar presentes na alimentação. “Quanto mais colorido for o prato, melhor”, explica. Quem vai para o litoral deve também aproveitar a grande oferta de peixes e frutos do mar. Frituras, molhos pesados, bebidas ricas

DE olHo NoS PET’SNão só os humanos precisam tomar cuidados especiais na estação mais quente do ano. Os bichos de estimação, como cachorros e gatos, também ne-cessitam de atenção, que começam no simples “passear”. Segundo o veteri-nário Fábio Siqueira, os horários mais adequados para as caminhadas são os menos quentes, ou seja, antes das 10h ou depois das 17h. “Os cães também sofrem com os efeitos dos raios solares UVA e UVB, principalmente aqueles com a pele e pelagem claras”, explica. Para resolver esse problema, além de cuidar com o horário, o protetor solar de uso veterinário é um bom aliado.

Apesar dos animais não fazerem troca de calor por meio da pele, o veterinário garan-te que a tosa pode ser benéfica nos períodos mais quentes. “Realmente animais de pelos longos sofrem mais com o calor. Quando os vemos ofegantes, provavelmente, estão cansados ou com calor”, observa Siqueira, explicando que os bichinhos perdem o ca-lor, principalmente, por meio da respiração. Os donos também devem ficar atentos à hi-pertermia, que é bastante comum e qualquer raça pode ter. “Nada mais é do que a eleva-ção da temperatura corpórea acima do limi-te superior. A exposição ao sol e ambientes muito quentes podem causá-la”.

Para Siqueira, o maior problema nes-te caso é quando há a intermação. “É a

síndrome que envolve a hipertermia de-corrente da incapacidade do corpo em se resfriar. Quem mais sofre são os animais obesos, peludos e os braquicefálicos, ou seja, animais de focinho chato e trato res-piratório curto, como o Lhasa Apso”, es-clarece. Nesse caso um veterinário deve ser procurado imediatamente, pois trata--se de uma urgência.

Outro hábito comum de levar os animais na areia e no mar, devem ser evitados. “Os cães e gatos têm alergias assim como os homens e algumas são sazonais, fican-do mais evidentes no verão. Se o animal fica úmido, a pele e os ouvidos ficam vul-neráveis, predispondo a desenvolver der-matites e otites”, comenta o veterinário.

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Nas férias não podemos “achar que as bactérias tiram férias”, afirma Dr. Bactéria

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em cafeínas e alcoólicas devem ser evi-tados. Beber com moderação e que isso seja feito, de preferência, à noite. “Nas altas temperaturas o álcool causa desidra-tação”, revela.

E a desidratação não acontece só neste caso. Muitas pessoas ficam longos perío-dos fora de casa e acabam se esquecendo de se hidratar durante o dia. “A sede nun-ca é boa conselheira. Sempre que se está com sede é sinal de desidratação”, expli-ca a nutricionista. Por isso, os idosos e as crianças devem consumir líquidos de 15 em 15 minutos e os adultos com interva-los de no máximo 30 minutos. “O ideal é ingerir líquidos para evitar a sede”, diz. O ideal é a água ser tomada gelada, pois tem absorção mais rápida no organismo.

Veículo na estrada Para sua viagem não acabar antes mes-mo de começar, ou ter um final trágico, os veículos também precisam de cuida-

dos preventivos. De acordo com Everson Garcia Barreto, chefe de oficina de uma concessionária em Curitiba, antes de pe-gar a estrada deve-se verificar o níveis dos óleos e água, as luzes, extintor, pneus, freios, além de fazer balanceamento e ali-nhamento. Barreto afirma que o ideal é que as revisões sejam feitas de seis em seis meses ou a cada 10 mil quilômetros rodados. Mas ele alerta: “mesmo que faça isso é importante verificar todos os itens novamente antes de uma viagem”.

É o que faz o aposentado Altair Piloto (69). Morador de Curitiba e frequenta-dor das praias ele diz sempre se preocu-par com os cuidados do carro. “Minha próxima revisão é daqui um ano, mas eu sempre venho antes, pois o óleo vence a cada seis meses”, conta. Para ele, essa é a forma de garantir uma viagem tranqui-la. “Nunca tive problemas com o carro, pois sempre cuidei bem. Assim, não gasto muito e garanto tranquilidade para mim e para minha família”.

Para o chefe de oficina, a pessoa que faz a manutenção preventiva gasta, aproxi-madamente, metade daquela corretiva. “Além disso, na preventiva você consegue se programar e prever desgastes futuros”, explica ele dizendo que uma manutenção fica em torno de R$300. Apesar de ainda não ser costume da maioria, nos meses de novembro e dezembro há um aumento de 21% nas revisões dos veículos, segundo Gilmara Navarro, gerente de pós-venda de uma concessionária em Curitiba.

Os cuidados com os veículos nas estradas não param por aí. Depois de feitos os

E por mais que você só deixe seus bici-nhos dentro de casa, também é preciso atenção. “Existem doenças que tem in-cidência somente em regiões litorâneas. Uma delas é a Dirofilariose, mais conhe-cida como verme do coração. É transmi-tida pela picada de um mosquito, então, não necessariamente o animal precisa ir ao mar ou à praia para contrair a enfer-midade. Outro grande problema são as pulgas. Ovos de pulgas podem ser viá-veis por um longo período e começarem a eclodir na época do calor e chuvas.”

E para quem quer viajar e não pode levar seu animal de estimação, hoje existem hotéis específicos para eles. Fábio garante que por mais falta que o animal sentirá da

família, essa alternativa também pode ser prazerosa. “Algumas dicas para saber se pode confiar no estabelecimento são: exi-gência de vacinação, incluindo a poliva-lente, anti-rábica e da gripe (no caso dos cães), vermifugação em dia e medicação ectoparasiticida, para assegurar a ausên-cia de pulgas e carrapatos”, diz.

É muito importante também que todo esse acompanhamento seja feito por um médico veterinário. Outra dica importante, segun-do Fábio Siqueira, é “não esquecer de dar vermífugo para o seu amigão. Ele passeou, lambeu e cheirou muitas

coisas diferentes. Até aquelas que você nem viu”, finaliza.

lEVE E SABoRoSAPara curtir esse verão da melhor forma possível, o Chef Aguinaldo Monteiro, preparou uma receita leve e muito sa-borosa. Anote e bom apetite:

RElISH DE FRuTAS E lEguMES CoM CAMARõESIngredientes

80g de pimentão amarelo cortado em fatias finas

80g de pimentão verde cortado em fatias finas

80g de pimentão vermelho cortado em fatias finas

80g de salsão cortado em fatias finas 50g de camarão limpo 20ml de azeite de oliva Uma manga tommy grande batida no liquidificador

Uma maçã verde sem casca, corta-da em cubos

Gengibre em pó (opcional) Sal e pimenta a gosto

Modo de preparoPasse o camarão em água fervente por 2 a 3 minutos e imediatamente em água fria para interromper o cozimento. Tem-pere o camarão com sal, pimenta, suco de limão e azeite de oliva. Reserve. Misture os pimentões, o salsão, a man-ga e a maçã e adicione sal, pimenta e gengibre. Monte em uma travessa. De-core com os camarões e sirva.

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matéria de capa

reparos, o segundo passo é tomar atitudes preventivas nas rodovias. De acordo com o capitão Anderson, da Polícia Rodoviá-ria, de janeiro a outubro de 2010 foram registrados 9.775 acidentes nas estradas do Paraná, causando 624 mortes e 7.819 feridos. Para ele, é possível afirmar que 95% destes acidentes acontecem por fa-lhas humanas, como excesso de veloci-dade, ultrapassagens perigosas e falta de atenção. Além disso, muitos estão asso-ciados ao uso de algumas substâncias. “Não se tem estudos conclusivos a res-peito, mas há quem diga que pelo menos 50% dos acidentes envolve utilização de álcool, drogas ou medicamentos”, afirma.

Para o capitão, alguns cuidados básicos de-vem ser tomados, como não dirigir cansado, respeitar limites de velocidades e sinaliza-ção, não realizar ultrapassagens perigosas, não desviar atenção do trânsito, redobrar cuidados e diminuir velocidade em climas ruins e em congestionamentos. “Você não tem como fazer parar de chover ou acabar com a neblina. Então se eu saio de casa pra viajar e está chovendo, não é a chuva que tem de parar, sou eu que tenho de diminuir a velocidade”, reflete o capitão.

Os quase 4,5 milhões de carros do Paraná circulam nos 12.500 quilômetros de estra-das estaduais o ano todo, sem contar os

carros de outros estados que passam por aqui. Nas férias, esse movimento é ainda maior. Segundo o policial, o aumento do fluxo de veículos nas estradas paranaen-ses é de 25% a 30% no período de férias de verão. No litoral, o aumento chega a 80%. Por isso, todos esses cuidados, que devem ser tomados em qualquer viagem, devem ser redobrados nessa época mais agitada nas estradas.

Economia domésticaTodo final de ano, os gastos extras e con-tas são maiores, o que acaba por tornar-se uma preocupação no início do outro ano. Para que isso não faça parte da lista de fim de ano, o engenheiro da Computação, Thomy Güttges (27), toma alguns cuida-dos. “Estipulamos com antecedência um valor médio para os presentes. Além dis-so, procuramos também planejar as des-pesas do cartão de crédito, relacionamos todos os itens que queremos comprar e definimos uma prioridade para cada um”, explica. Com as viagens, os gastos tam-bém são planejados. “Analisamos os des-tinos e estipulamos valores máximos para gastar”, conta. Tudo isso para terminar e começar o ano sem dívidas.

Thomy faz a tarefa de casa. Para a pro-fessora Ana Paula Mussi Cherobin, do

departamento de Administração da Uni-versidade Federal do Paraná, tudo tem de ser colocado no papel para evitar surpre-sas posteriores. “Não posso achar que o Papai Noel vai trazer um saco de dinhei-ro”, brinca. Em relação à viagem de férias ela acredita que deve estar dentro do or-çamento da família, além disso, um valor deve ser planejado para gastos do local. “As pessoas tem de ser organizadas e con-trolar seus impulsos senão vão começar o ano devendo”, diz.

Para conseguir esse sucesso, Güttges diz ter uma regra básica: pagar as contas pri-meiro. “Todo mês logo depois de receber o meu salário pago tudo e depois retiro uma parte e invisto. Para que isso seja possível é necessário seguir outra regra básica, a de gastar menos do que se ga-nha, pois só assim sobra algum dinheiro para investir”, analisa.

Uma dica importante da professora é que o orçamento deve ser discutido com toda a família. “As despesas da casa devem ser discutidas no coletivo, as individuais fi-cam por conta da família” explica. Para Thomy a economia doméstica é funda-mental para dar traquilidade e segurança. “O dinheiro por si só não traz felicidade, mas é impossível ter uma vida feliz estan-do cheio de dívidas”, acrescenta.

Dados mostram que 95% destes acidentes nas estradas

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política

as últimas eleições no Para-ná, a disputa para Governo do Estado e também para a Assembleia Legistativa do

Estado do Paraná (Alep) foi, de modo geral, disputada por duas grandes coli-gações. Uma formada pelos partidos que apoiaram o governador eleito Beto Richa (PSDB) e outra que apoiou o candidato Osmar Dias (PDT). Após o resultado das eleições, o que as urnas apuraram, junto com a vitória do governador Beto Richa, foi a eleição de muitos deputados esta-duais da coligação opositora.

No final da apuração dos votos, dos 54 deputados eleitos, 23 deputados faziam parte desta coligação de oposição forma-da pelo PMDB, PT, PDT, PCdoB e PR. O PMDB foi o partido que mais elegeu deputados no Estado. Ao todo 17 parla-mentares do partido tomarão posse em fevereiro. O cenário político pós-elei-ções apontava que o governador eleito teria uma grande bancada de oposição no Legislativo paranaense. No entanto, muitos parlamentares eleitos do PMDB não farão oposição ao governador tuca-no. Um dos exemplos é o deputado Luiz

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A “nova” Alep Em meio a muitas indefinições, os deputados eleitos terão o desafio de recuperar a credibilidade da Casa de Leis paranaense

Iris Alessi - [email protected]

Carlos Romanelli (PMDB) que assumirá a Secretaria de Estado do Trabalho Em-prego e Promoção Social (SETP).

O deputado Valdir Rossoni (PSDB), que é o nome mais cotado para presidir a As-sembleia Legislativa, acredita que o go-verno Beto Richa terá uma grande maio-ria na Casa. “Vai ter toda a tranquilidade para poder governar e fazer as mudanças que são necessárias”, aponta o Rossoni. Segundo ele, este será um momento di-ferente, já que antes eles eram oposição e agora farão parte do governo.

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oposiçãoAs definições de bancadas de oposição e de apoio ao Governo só devem ser melhor conhecidas a partir do início de fevereiro. A reportagem da Revista MÊS procurou os deputados eleitos para saber a posição de cada um nesta legislatura, porém, por causa do período de recesso da Casa, ape-nas os deputados Douglas Fabrício (PPS), a cantora Mara Lima (PSDB) e Artagão Filho (PMDB) deram retorno.

O deputado o PPS e a deputada do PSDB, segundo suas assessorias, farão parte da bancada de apoio ao Governo. Já segundo a assessoria de imprensa do deputado es-tadual Artagão Júnior (PMDB), a compo-sição de base aliada ou de oposição deve começar a ser discutida quando a Casa vol-tar a funcionar. Existe também a discussão sobre a presidência da Mesa Diretora da Assembleia que está mais adiantada.

Para o deputado estadual Caito Quintana (PMDB), a composição para as eleições da Mesa Diretora da Assembleia Legisla-

tiva e a base de apoio do governo são duas questões diferentes. “A questão de base de apoio do governo é mais complicada, porque existe um número significativo de deputados que se elegeram apoiando o governador Beto Richa e existem alguns deputados, mesmo do PMDB, que mos-traram o desejo de formar a base de apoio do governo”, aponta Quintana.

É difícil apontar como serão formadas as bases do governo e de oposição para esta legislatura. O deputado estadual e presi-dente estadual do Partido dos Trabalhado-res (PR-PR), Enio Verri, aposta que, con-siderando ser uma visão otimista, quinze deputados farão oposição neste próximo mandato. Já Quintana, não apontou nú-meros que formarão a oposição e a base de apoio do Governo do Estado.

Para o deputado Enio Verri (PT) a opo-sição terá grandes dificuldades em sua atuação na Assembleia ao se confirmar a adesão em massa de deputados ao blo-co governista. “Só com uma aliança, uma articulação cotidiana com a sociedade pa-ranaense vamos conseguir aprovar proje-tos e defender iniciativas que coloquem o Paraná nos trilhos do crescimento eco-nômico com inclusão social que o Brasil está seguindo”, sentencia o líder petista.

DesafiosNa última legislatura, a Alep passou por muitas denúncias e escândalos que colo-caram em xeque a credibilidade da Casa. Os deputados eleitos têm como grande desafio mudar a imagem e moralizar a Assembleia. Neste período, o Poder Legislativo do Paraná trouxe também várias mudanças como a Lei da Trans-parência – que coloca no portal da ins-tituição (www.alep.pr.gov.br/) os gastos realizados pela Casa –, a instalação de um painel eletrônico para controle de votos e a criação da TV Assembleia para a trans-missão das sessões.

Segundo o deputado Caito Quintana, a Assembleia já passou pelo desgaste que tinha que passar, por isso ele espera que a nova executiva aperfeiçoe os métodos de controle. Segundo o deputado do PMDB, a expectativa para a próxima legislatura é que os deputados possam recuperar o prestígio que o Poder Legislativo precisa ter. É isso também o que diz acreditar o deputado do PSDB, Valdir Rossoni. Para ele, esta nova legislatura terá como obje-tivo recompor a imagem da Casa que só será recuperada com “atitudes”.

Caito: alguns deputados mostraram desejo em ser da base do governo Verri acredita que haverá mais ruídos nas negociações da Alep

As bancadas de apoio e oposição seguem indefinidas até a retomada

das atividades pelos deputados

Os deputados eleitos têm como grande desafio

mudar a imagem e moralizar a Assembleia

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política

ImPACto no ParanáObras previstas pelo PAC2 devem transformar o Estado em um canteiro de obras, com recursos da ordem de R$ 579,1 milhões para os municípios

Iris Alessi - [email protected]

abe ao Governo Federal, por muitas vezes, ser o protagonis-ta dos grandes investimentos, principalmente, nos pequenos

municípios. É a força da União que gera o desenvolvimento regional, com grandes obras sociais e de infraestrutura. Esse é um dos grandes objetivos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em sua segunda fase, o programa pode transfor-mar o Paraná em um grande canteiro de obras. Para que isso ocorra, é preciso haver bons projetos. A verba está garantida.

“Tanto o ex-Presidente Lula quanto a Pre-sidenta Dilma já destacaram a importância do PAC2 exatamente para garantir a previ-sibilidade de recursos para que essas obras de infraestrutura se organizem da maneira mais rápida possível para sustentar o cresci-mento do País”, disse Miriam Belchior em sua primeira coletiva de imprensa depois de receber o cargo de Ministra do Planejamen-to das mãos do ministro Paulo Bernardo.

Antes “mãe” do PAC, Dilma Rousseff, como Presidenta, passou a menina dos olhos do Governo Federal, função que era da Casa Civil, para a pasta do Pla-nejamento, coordenada por Miriam Bel-chior. Miriam, que integrava a equipe de Lula na gestão do PAC1, já sinalizou em seu discurso de posse no início do mês que dará continuidade ao mote deste governo: justiça social. “A Presidenta privilegiou o PAC ao mantê-lo nas mes-mas mãos com as quais estiveram desde

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oBRAS Do PAC2 NAS RoDoVIAS PARANAENSESR$ 75,5 MIlHõESpara construção de um trecho de 50,5 quilômetros da BR 153 entre Alto do Amparo e o entroncamento da BR 373

R$ 185 MIlHõESpara adequação de trecho de 92,6 quilô-metros entre Paulo Frontin e a divisa entre Paraná e Santa Catarina

R$ 280 MIlHõESpara adequação do trecho de 147 quilôme-tros da BR 163 entre Cascavel e Guaíra

R$ 327,9 MIlHõESpara construção e adequação da Estrada da Boiadeira (BR 487) entre Porto Camargo a Campo Mourão

R$ 146 MIlHõESBR 158 entre Campo Mourão a Palmital

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o PAC2A segunda fase do Programa de Ace-leração do Crescimento (PAC2) foi lançado pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2010. Para essa fase do Programa são estimados investimentos de R$ 1,59 trilhão. Os recursos são divididos em duas fases. A primeira entre os anos de 2011 e 2014 e a segunda no período pós-2014.

Os principais investimentos do PAC2 são para solucionar os problemas de aglomeração nas grandes cidades, além de projetos de nas áreas de habitação, saneamento e mobilidade urbana. Es-tão previstos também investimentos no programa Minha Casa, Minha Vida,

com a construção de dois milhões de habitações em todo o Brasil.

No PAC2 ainda estão previstas as obras de investimentos em transporte público, visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro. Dentre os projetos no Paraná que terão consequências para receber o maior nú-mero de turistas no período de realiza-ção destes eventos esportivos está a am-pliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, e do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e também a construção da ter-ceira pista do Afonso Pena.

o inicio de 2007, exatamente para não perder a experiência de condução desse projeto”, observa Miriam.

Chamado em seu lançamento pela atu-al Presidenta, Dilma Rousseff, à época ministra-chefe da Casa Civil, de “herança bendita” para o próximo sucessor, o Pro-grama já liberou ao Paraná R$ 579,1 mi-lhões para projetos nos municípios. E é aí que mora o perigo! A boa elaboração dos projetos é de suma importância para o su-cesso e a execução das obras.

O administrador com especialização em Gestão Pública e mestrando em Gestão Urbana, Arilson Chiorato, explica que há duas formas de conseguir recursos junto a União: por meio de projetos ou via emen-das de deputados federais. Para ele, os recursos conseguidos através de projetos permitem que os municípios invistam de forma planejada.

Os recursos federais do PAC2 são libe-rados aos poucos, conforme os projetos técnicos e os planos de execução das obras são apresentados ao Governo pelos municípios. Segundo informações do Mi-nistério do Planejamento depois da verba garantida, é necessário que os municípios apresentem projetos técnicos e planos de execução das obras para a verdadeira li-beração do recurso. “São nos projetos que muitos municípios, principalmente, os pequenos têm dificuldades. Muitas prefei-turas trabalham com um quadro reduzido de funcionários”, lembra Chiorato.

Para o administrador, uma saída para os pe-quenos municípios é “formar um consórcio para contratar profissionais e equipamentos. Se unir para buscar os recursos e os inves-timentos necessários para o seu município”. No PAC2, para as cidades com menos de 100 mil habitantes, os investimentos previs-tos são de R$ 207,11 milhões.

grandes municípiosAos municípios paranaenses com mais de 100 mil habitantes e aqueles da Região Me-tropolitana de Curitiba (RMC) está garanti-do o valor de R$ 371,99 milhões, já selecio-nados em vários projetos pelo PAC2.

A capital paranaense teve projetos apro-vados em várias áreas. Um deles é o de manejo de águas pluviais no valor de R$ 144,41 milhões. Curitiba também contará com projetos de urbanização e reassenta-mento que atenderão 3,1 mil famílias em

10 áreas irregulares da cidade. O valor to-tal dos repasses para obras em habitação na capital é de R$ 30,67 milhões.

As demais cidades paranaenses ainda vão receber, pelo PAC2, a construção de 32 creches em todo o Estado. O edital para construção de 520 delas em todo o Brasil foi assinado pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu último dia de manda-to. Além das creches, mais 4 quadras polies-portivas serão construídas no Paraná.

InfraestruturaOutros projetos de infraestrutura também estão previstos no PAC2 para o Estado. São projetos de construção, pavimentação e reformas de rodovias federais no Esta-do. (ver tabela)

Para a professora chefe do Departamento de Transporte do Setor de Tecnologia da UFPR, Gilsa Ferndandes Blasi, todos os investimentos no Paraná são importantes,

“porém muitos não são prioritários”. A professora afirma que é preciso investir mais no sistema ferroviário para resolver o problema de gargalo que existe de Ponta Grossa até Paranaguá no escoamento da produção paranaense. Se consolidado, o corredor da Ferroeste que passa pelo Pa-raná e vai até Dourados, no Mato Grosso, haveria uma redução nos custos dos trans-portes de cargas, aponta a professora.

Ainda em relação ao sistema de transpor-tes serão incluídos recursos para projetos em fase de estudos, projeção e custos ainda não determinados. Entre eles estão: a Ferrovia Norte-Sul e o trem de alta ve-locidade entre São Paulo e Curitiba, este último para transporte de passageiros.

Já há recursos previstos para melhorias no canal de navegação da Hidrovia Rio Paraná, com investimentos de R$ 131 mi-lhões. Obras que devem trazer ao Paraná o impacto necessário ao desenvolvimento econômico e social.

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5 perguntas para: Paulo Bernardo

“A Presidenta Dilma dará continuidade a boa relação com os municípios”O ministro Paulo Bernardo Silva, representante do Paraná no governo Dilma e ex-ministro do Planejamento do governo Lula, afirma que a continuidade da boa relação com os municípios será uma das tônicas do novo governo. Atual ministro das Comunicações fala com exclusividade à Revista MÊS sobre os investimentos do PAC2, no Paraná

faltaram projetos prontos, em condições de execução. Isso, inclusive, atrasou o anda-mento de várias linhas de recursos, até que projetos fossem elaborados.

Quais são, em sua opinião, os grandes projetos estruturantes que o Paraná precisa tocar para reduzir os gargalos de seu desenvolvimento?

Comecemos pela área de transportes. São inúmeras as necessidades. Em vários modais de transporte: rodovias, ferro-vias, porto, aeroportos. No PAC2 há um volume enorme de recursos para rodo-vias. Duplicação de rodovias existentes, ampliação de capacidade (construção de terceiras pistas, alargamento de pontes e até construção de novas rodovias fede-rais, como é o caso da BR-153, que corta os Campos Gerais, da BR-158, na região central do Estado e da BR-470 (estrada Boiadeira). Vamos projetar a construção da Ferrovia Norte-Sul, que já está sendo licitada até o interior de São Paulo e con-tinuará até o Rio Grande do Sul, cortando o Paraná. Há, também, recursos para a construção da terceira pista do Aeroporto

Internacional Afonso Pena e a ampliação do Aeroporto de Foz do Iguaçu.

Esses projetos contam com recursos fe-derais do PAC ou de outros programas do Governo Federal?

Estou falando apenas de obras com recur-sos totalmente federais. Há projetos e de-mandas na infraestrutura do Estado, mas me referi somente aos federais.

Qual a previsão de aporte de recursos federais com vistas à Copa do Mundo no Paraná?

O Governo Federal investirá nas obras de infraestrutura federal, como aeroportos, não apenas na infraestrutura, mas também na melhoria dos serviços. Por exemplo, na informatização do atendimento, para agilizar a chegada e a saída de passagei-ros. Além disso, liberamos recursos finan-ciados para o Governo do Estado e para a Prefeitura de Curitiba investirem em infraestrutura urbana. E, ainda, em finan-ciamentos para construção ou ampliação dos estádios, públicos ou privados.

O governo Lula se pautou por uma re-lação direta e privilegiada com os muni-cípios. Isso continua no governo Dilma? Como se traduziu no Orçamento Fede-ral de 2011 esta visão municipalista?

Com certeza, a Presidenta Dilma dará continuidade a essa boa relação com os municípios. No Orçamento para 2011, já incluímos os primeiros projetos do PAC2, negociados em 2010, com os prefeitos: a distribuição das creches (isso é um programa inédito, a inclusão de escolas de educação infantil em todos os gran-des projetos urbanos do PAC), estamos começando o PAC Cidades Históricas, incluímos na Saúde as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e as Unidades Básicas de Saúde (são os postos de saúde municipais). Esses são apenas alguns pro-jetos incluídos no orçamento para conso-lidar as parcerias com os municípios.

Como fazer para que os municípios aproveitem melhor os recursos disponí-veis no orçamento da União? Dar um suporte maior para elaboração de pro-jetos pode ser uma dessas medidas?

Uma coisa importante é a elaboração de bons projetos. A experiência recente mos-trou que, quando o Governo Federal resol-veu apoiar mais fortemente os municípios,

Iris Alessi - [email protected]

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sobre a política

Por Tiago Oliveira

Pra que serve um senador

O PT da década de 80 parece que fez escola. Tudo bem que os alunos estão colocando os ensinamentos em prática com duas décadas de atraso. Refiro-me à postura desconexa com o nosso tempo da “oposição pela oposição”, acreditando ser este o caminho de crescimento partidário ou, no caso dos alunos, de crescimento pessoal.

Nos últimos dias de dezembro, o senador Álvaro Dias (PSDB) declarou que fará oposição sistemática e intransigente ao governo da Presidenta Dilma Rousseff (PT). Não se trata de uma grande novidade. Basta olhar para os últimos oito anos do mandato do senador para perceber que essa tem sido a tônica de sua atuação. Contudo, essa afirmação nos dá a oportunidade para falarmos sobre a função de um senador.

Sabemos que o que move o senador Álvaro Dias, hoje tucano, mais do que suas convicções ideológicas e políticas (já trocou de partido inúmeras vezes), são os espaços que este comportamento xiita de oposição à direita lhe rende junto à grande mídia nacional. Vaidoso, sabe que este comportamento acende sobre ele inúmeros holofotes e abre uma quantidade ainda maior de microfones.

Mas o que ganha o Paraná com essa postura? Quais as vantagens para o nosso Estado ter um representante que atue dessa forma? Estaria o senador realmente atendendo aos desejos e anseios do povo paranaense? Saberiam os leitores identificar uma grande contribuição que o senador Álvaro Dias tenha trazido para o Paraná? Isso mesmo, não peço mais do que uma única contribuição. Sei que deve estar sendo difícil encontrar.

Antes de seguir em sua trilha do “contra tudo e contra todos”, o senador deveria lembrar-se de que ainda representa o Estado do Paraná. O mandato não é do nobre senador. Ele não pode fazer com o mandato o que bem entender. Assim, deve antes se posicionar em defesa dos interesses de toda a população, de todas as cidades, de todas as regiões do Estado.

Nada o impede de ser oposição ao Governo Federal. Isso é legítimo. Mas deve ter o bom senso de fazer

mediações na busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram aqui no Paraná. O senador Álvaro Dias, em respeito às pessoas que votaram nele, deveria pensar muito em suas atitudes.

Já é de conhecimento de todos que ele não tem muita vontade em ajudar o governador Beto Richa (PSDB), que apesar de ser do seu partido, não contou com seu apoio nas últimas eleições e, por isso, não tem o melhor diálogo com o PSDB paranaense. Durante as eleições é público que não fez campanha para o candidato do seu partido. Nessa relação turbulenta partidária, o Paraná perde.

Da mesma forma, o Paraná perderá com sua disposição em fazer oposição sistemática e intransigente ao governo da Presidenta Dilma. O Governo do Estado depende de recursos federais para realizar inúmeras obras que são fundamentais para o nosso desenvolvimento. E muito está para ser liberado, como podemos ver em reportagem publicada nesta edição da MÊS. E a articulação e o diálogo são fundamentais para que mais recursos venham para cá. O Paraná já perdeu muitos investimentos por conta das brigas dos políticos, quase sempre, movidas por egos e não pelo interesse público.

Esperamos que a fala do senador sobre fazer oposição intransigente ainda seja reflexo de um lavar de feridas após a terceira derrota de seu partido em eleições presidenciais e que sua postura seja republicana e em defesa do Brasil e do Paraná. É esperar para ver.

Senador deve representar seu estado e não fazer oposição pela oposição

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o verde bastante distanteApesar de ser considerada uma das cidades mais ecológicas do País, com 26 m² de área verde por habitante, moradores de Maringá carecem de áreas que possibilitem o contato com a natureza

do Meio Ambiente. É que os moradores pouco podem desfrutar do contato com essa área. Considerada uma das cidades mais ecológicas do País, os 26 m² de área verde por habitante têm ficado distante do cotidiano e de momentos de lazer da população. A maioria dos parques da ci-dade encontra-se fechado e os que estão abertos, ou não estão em boas condições de conservação ou não têm atrativos nem atividades de lazer.

uem mora ou conhece a cida-de de Maringá, no Noroeste do Estado, sabe da fama de cidade verde. Mas, atual-mente, os maringaenses vi-

vem uma relação controversa com os qua-se 7 mil m² de área verde, 90 alqueires de mata nativa e 19 áreas de reserva, núme-ros fornecidos pela Secretaria Municipal

QDestaque para o Parque Alfredo Nyfel-ler, também conhecido como “Buracão da Morangueira”. Dos poucos espaços abertos à população, o parque possui uma lista de reclamações, que vão desde a falta de manutenção, segurança, até a limpeza. A dona de casa Fátima Alves, moradora da região, costuma frequentar o parque e levar a filha para brincar nos finais de se-mana. Apesar de gostar do local, ela conta que existem muitos problemas, principal-

Mariane Maio - [email protected]

cidades / Maringá

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ouTRAS oPÇõES

Outra boa opção para suprir a carência de áreas verdes disponíveis para a população em Maringá, seriam praças voltadas ao la-zer. “Lembro que durante os Fóruns Am-bientais que participei, houve sugestão de criação de parques lineares nas margens dos córregos. À medida em que a popu-lação aumenta e a cidade cresce, maior é a busca por áreas verdes para descanso e lazer”, conta a bióloga Maria Conceição de Souza. Essa necessidade é tão latente, que segundo a dona de casa Geisla Maria Guimarães, aos finais de semana, muitas famílias recorrem ao Cemitério Parque para ficar em contato com a natureza.

Responsável pela política ambiental da cidade, a Secretaria de Meio Ambiente

mente, na questão da segurança. “Tenho medo. Já recebi ameaça para sumir da-qui”, confessa a dona de casa. A profes-sora Rosângela de Fátima também afirma que diversas vezes viu pessoas fumando maconha dentro do parque.

O espaço, que é a segunda área mais utili-zada pela população depois do Parque do Ingá, atrai pessoas de vários bairros. Mo-radora do Mandacaru, a gerente de con-tas Lizie Patrícia Coli, atravessa a cidade quase todos os finais de semana para ficar em contato com a natureza. “Lá não tem nada perto. Gosto da tranquilidade, de vir descansar e observar o movimento”, diz. Mesmo com esses atrativos, Lizie tem di-versas reclamações quanto ao local.

(Sema), admite a necessidade e garante que estão pensando no assunto. “Marin-gá necessita investir mais em projetos que aproximem a população ao poten-cial ambiental existente. Alguns pro-jetos estão sendo viabilizados para um futuro próximo, porém o sucesso destes só serão possíveis se houver um intenso trabalho de conscientização, a fim de que a população possa ‘experenciar’ o potencial dessas áreas verdes, tornando--se parceiros do poder público, fiscali-zando e auxiliando no cuidado com a natureza”, explica Sérgio Viotto, diretor da Sema. É o que todos esperam. “Afi-nal, quem não gostaria de viver em uma cidade verde e ecológica, de verdade?”, pergunta Conceição.

O Parque do Ingá está restrito a pista de caminhada

construída do lado de fora

Quando reaberto, local terá entrada gratuita e cobrança

da maioria das atividades

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“Falta guarda, uma lanchonete em funcio-namento, corte de grama e os banheiros estão horríveis. A gente sai do outro lado da cidade para poder vir aqui e espera que esteja bem cuidado”.

Parque do IngáO Parque do Ingá é um dos exemplos de parques públicos que estão restritos às atividades no entorno e fechado para visitantes. Para uso da população, possui uma pista de caminhada e Academia da Terceira Idade (ATI), construídas do lado de fora. Fechado desde abril de 2009 por confirmações de casos de febre amarela em macacos, o parque mais famoso da cidade deixou de ser uma opção para os moradores e visitantes. Dados da Secreta-ria de Meio Ambiente mostram que entre as décadas de 70 e 80, o local chegou a re-ceber até 60 mil pessoas por mês. Apesar desse número ter diminuído ao longo dos anos, pelo aumento de opções de lazer aos moradores, como os shoppings centers, o Parque do Ingá ainda era o local mais pro-curado pela população.

Porém, mesmo depois de resolvida a questão da morte dos animais no interior do parque, a Prefeitura decidiu manter o local fechado, para reformas já previstas anteriormente. Com diversos problemas estruturais e ambientais, a Administração

Municipal convidou o Núcleo de Pesqui-sas em Limnologia e Aquicultura (Nupé-lia), da Universidade Estadual de Marin-gá (UEM) a elaborar um Plano de Manejo para o parque. Desde então está em obras e com previsão de reabertura parcial no início deste ano. Antes mesmo de ficar pronto o Parque do Ingá, que promete ser um novo atrativo à população, já está en-volvido em algumas polêmicas.

Além das obras necessárias e indicadas pelo Plano de Manejo, como a drenagem fluvial e a retirada dos animais do zooló-gico, a Prefeitura optou por instalar ativi-dades como tirolesa, arvorismo, pista de mini-golfe, anfiteatro e espaço zen. Ape-sar de em um primeiro momento a nova arquitetura agradar a maioria, essas mu-danças podem acarretar alguns problemas ecológicos e sociais. O primeiro deles se refere a algumas das novas atividades, que não seguem as indicações feitas pelos pesquisadores da UEM. Segundo a biólo-ga, Maria Conceição de Souza, respon-sável pelo Plano de Manejo, “o Nupélia apenas realizou a pesquisa e apresentou resultados, fazendo sugestões voltadas

à educação ambiental dos visitantes e à conservação. Fomos contra qualquer tipo de novas construções que explorassem novas áreas, bem como a utilização do lago para lazer, devido à toxicidade de-tectada em suas águas e à implantação de qualquer equipamento nas árvores, para uso em arvorismo, por exemplo”, explica.

O outro problema é que a maior parte das atividades será cobrada. Apesar da entra-da não ser paga, muitos acreditam que o “novo” Parque do Ingá irá excluir as pesso-as com menor poder aquisitivo. O vereador e relator da Comissão Especial de Estudos (CEE) sobre o Parque do Ingá, Humberto Henrique (PT), é uma das pessoas que acre-dita nessa consequência. Para ele, a área irá se tornar um ponto de comércio. “Quando for aberto será praticamente um parque pri-vado e não terá a tranquilidade que oferecia. O turismo perde e Maringá perde”, enfatiza Henrique. O vereador entende que todas essas mudanças não eram necessárias. “A população praticamente não terá acesso. Porque vão cobrar e não será barato. O mu-nicípio devia oferecer atividades para cha-mar a população”, afirma o vereador.

Proibido Mais um costume que, provavelmente, será excluído dos maringaenses é o fa-moso piquenique. Quando o parque for reaberto será proibida a entrada de co-mida e bebida, ficando restrita a compra nas lanchonetes locais. O estudante Ra-fael Xavier se lembra dessa época com saudades. “Meu pai trazia a gente de 15 em 15 dias. Fazíamos piquenique, an-dávamos de pedalinho e admirávamos a paisagem”, conta.

Por isso, para a bióloga Maria Concei-ção, o projeto da Prefeitura é excludente. “Sendo uma Unidade de Conservação há de haver orientação sobre o uso responsá-vel da área e contratação de orientadores para proporcionar tais informações.”

Segundo o diretor da Secretaria Muni-cipal de Meio Ambiente (Sema), Sérgio Viotto, a Prefeitura teve a iniciativa em fazer essas mudanças, pois pesquisas di-ziam que os jovens não se sentiam atraí-dos pelo Parque. Questionado sobre o valor das atividades, Viotto explica que a empresa que for responsável por elas vai pensar nessa questão. “O município pre-tende desenvolver projetos para outras ca-madas da população. O Parque não pode ser um local exclusivo”, assegura.

Polêmicas envolvem o Parque do Ingá antes mesmo

de sua reinauguração

No Parque Alfredo Nyfeller abandono e falta de manutenção são evidentes

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Matinhos: entre o verão e o esquecimentoDestino de muitos veranistas, Matinhos tem o desafio de desenvolver o turismo durante o resto do ano e investir em infraestrutura para os moradores

Iris Alessi - [email protected]

nicialmente colonizada por italianos e portugueses, a cidade de Matinhos recebe turistas de vários sotaques. Tornou-se um dos destinos turísti-

cos paranaenses mais procurados duran-te o verão. Mas moradores e veranistas sentem a falta de infraestrutura e de in-vestimentos do empresariado na cidade. Necessidades estas que são minimizadas durante o verão, mas muito lembradas du-rante o restante do ano.

Nesta época do ano, Matinhos e os de-mais municípios do litoral paranaense re-cebem apoio do Governo Estadual com a Operação Verão. O coordenador geral da Operação Verão do Governo Pessuti, José Maria Correia, explica que desde o fim do ano passado foram feitas a limpeza, dra-gagem e desassoreamento dos rios como uma das ações realizadas em parceria com o município.

Segundo José Maria, outro investimento no litoral paranaense foi a instalação de

estações de tratamento de água nos mu-nicípios do litoral. Em Matinhos, cerca de 55% das casas estão ligadas à rede de saneamento básico.

A Operação Verão também engloba segu-rança pública, com mais de três mil ho-mens das Polícias Militar e Civil e Força Verde no litoral, no combate ao tráfico de drogas, na saúde, com plantões médicos e 15 ambulâncias para atendimento da população, além de ações da vigilância sanitária e de entretenimento, Matinhos recebe palcos e tendas para atividades esportivas e para diversão dos veranistas.

Apesar de receber um grande número de pessoas no verão, cerca de 2,2 milhões de

cidades / Matinhos

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Matinhos: entre o verão e o esquecimentoturistas, segundo a Agência de Desenvol-vimento do Turismo Sustentável do Lito-ral do Paraná (Adetur Litoral), são turis-tas que gastam pouco dinheiro e muitos deles não respeitam e acabam depredando o patrimônio da cidade, aponta a morado-ra de Matinhos, Fernanda Schmitz.

TuristasApesar dos investimentos de pessoal e es-trutura durante a temporada, depois que o calor vai embora, o olhar para a cidade também desaquece e a cidade não conse-gue atrair muitos turistas. Há 50 anos o li-toral paranaense recebe a maior parte dos turistas na época de “sol e praia”. “Um milhão de turistas vem durante o Natal e

o carnaval e gera uma série de consequên-cias. Falta saneamento, estrutura”, aponta do professor do curso de Gestão do Tu-rismo e integrante da Câmara da UFPR Litoral, Luiz Ernesto Brambatti.

O professor Luiz Ernesto Brambatti lem-bra que o grande crescimento de Matinhos se deu quando o município incorporou o Projeto Caiobá que atraiu a elite parana-ense a investir. “Mas com a falta de obras isso foi caindo e as pessoas foram procu-rando outros destinos, como o Nordeste, Santa Catarina”.

Para a moradora Fernanda, há ainda mui-to que melhorar. “Precisa despoluir o mar, incentivar o turismo para a cidade crescer. Fazer uma obra grande”. Ela lembra tam-bém que o problema de alagamento e falta de balneabilidade, apesar de ser menor, ainda persiste. O aposentado e frequenta-dor de Matinhos há 10 anos, Julio Cesar da

Silva, diz acreditar que é preciso uma “in-fraestrutura um pouco melhor. Acho que o governo precisa investir um pouco mais.”

InvestimentosO Governo Federal já disponibilizou cer-ca de R$ 30 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para a engorda da praia (ampliação da faixa de areia), com contrapartida do Governo do Estado para atender uma rei-vindicação de pelo menos 20 anos. Porém, a previsão que antes era de iniciar em no-vembro do ano passado,agora só deve ter início este ano para que as melhorias sejam vistas no ano que vem. A reportagem da Revista MÊS procurou a Prefeitura para buscar informações sobre as obras e inves-timentos, mas não obteve retorno.

O especialista Brambatti, alerta que é preci-so incentivar o turismo em outras estações do ano e qualificar o atendimento aos turis-tas durante o “sol e praia”. De acordo com ele, a Universidade e a Adetur Litoral, estão incentivando eventos fora da temporada. Ele também indica a construção de casas noturnas na cidade, ligação entre Matinhos e Morretes, como opção extra de turismo e também mais qualificação dos profissionais de gastronomia e serviços para que o boom de desenvolvimento desça a serra e chegue às praias de Matinhos.

José Maria Correia, coordenador geral da Operação Verão: 55% das casas em Matinhos estão ligadas à rede de tratamento de esgoto

Apesar dos investimentos na limpeza e dragagem dos rios e canais, muitas ruas de Matinhos ainda alagam

Ainda há muitos pontos

impróprios para banho no

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educação

Na aula,

ma pacata cidade do inte-rior do Paraná poderá servir de exemplo nacional para a Educação. Você conhece

Santa Cecília do Pavão? O município de 110 km² fica na região Norte do Estado e possui 3.646 habitantes, de acordo com dados do Censo 2010 (IBGE). Esta cida-de paranaense é a única do Sul do Brasil a receber o projeto Um Computador por Aluno (UCA) do Ministério da Educação (MEC) para toda a rede de ensino munici-pal e estadual.

um cliqueA cidade foi escolhida para aplicar o pro-jeto-piloto do MEC por ter características especiais. Santa Cecília do Pavão é uma cidade digital e já considerada Território Livre do Analfabetismo. Toda a cidade tem acesso à internet wireless gratuita-mente e já atingiu um índice de analfabe-tismo inferior a 4%. Antes, a cidade tinha uma taxa de analfabetismo de 23%. Hoje, Santa Cecília do Pavão reduziu este índi-ce para 3,93%. A rede pública de ensino compreende um grupo de 873 alunos e cerca de 80 professores.

Imagine cada aluno ter seu próprio computador em sala de aula, comparado a um livro didático? Parece algo distante, mas nas escolas de Santa Cecília do Pavão isso será realidade já neste ano

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Arieta Arruda - [email protected]

Com as mesmas características de atender a toda a rede escolar da cidade, o UCA Total também chega a outros cinco mu-nicípios do Brasil de diferentes regiões, com investimento total do Governo Fede-ral de R$ 82 milhões.

Cidade digitalSegundo o prefeito da cidade, Edimar Santos (PTB), Santa Cecília do Pavão iniciou em 2005 o projeto para disponi-bilizar para toda a cidade o acesso à web.

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“Antes era discada e Santa Cecília vivia numa escuridão”, afirma o prefeito. A transmissão via rádio é feita por equipa-mentos localizados no centro da cidade e conta ainda com mais quatro torres para retransmissão do sinal para toda a cidade e alguns pontos da zona rural.

Os computadores, apelidados de Uqui-nhas, já chegaram à cidade em outubro do ano passado. No entanto, os cerca de mil novos “moradores” serão distribuídos para os alunos no início deste ano letivo, para serem utilizados em sala de aula, ga-rantem a Secretaria Estadual de Educação (SEED), o Núcleo Regional de Tecnolo-gia na Educação (CRTE - Cornélio Pro-cópio) e a Prefeitura da cidade.

Em 2010, os professores pavonenses pas-saram por uma série de treinamentos para saber lidar com a nova ferramenta dentro de sala de aula. Os docentes das escolas tiveram curso de informática básica, as-sessoria pedagógica in loco, atendimento

individualizado pelos assessores e o Cur-so de Extensão oferecido pela Universi-dade Federal do Paraná (UFPR) em par-ceria com a SEED / MEC.

DesafiosPara muitos, pode parecer natural e até corriqueira a utilização de um compu-tador para cada aluno no dia a dia, mas para uma população que até bem pouco tempo atrás só via o computador na casa de pouco mais de 30 famílias da cidade, os desafios serão muitos e o impacto so-cial também. De um lado, a empolgação dos alunos com o novo equipamento; de outro, professores preocupados com mais essa “lição de casa” – aprender a inserir essa tecnologia como material didático.

Também de cabeça quente estão os dire-tores das escolas e educadores envolvidos nessa nova sistemática. “A direção tem a preocupação do roubo, da quebra dos equipamentos, da segurança dos alunos no trajeto da escola para a casa”, aponta alguns dos aspectos Elizabete dos Santos, diretora de Tecnologia Educacional da Secretaria Estadual de Educação.

Alguns também apontam a questão da superficialização do aprendizado. Se-gundo a análise do Núcleo de Cornélio Procópio, responsável pelo acompanha-mento do projeto em Santa Cecília do Pavão, o perigo disso ocorrer é pequeno. “Eles [os professores] estão cientes que precisam cada vez mais aprofundar seus conhecimentos teóricos a respeito do uso das tecnologias, assim utilizarão com responsabilidade e coerência este novo equipamento”, atesta a equipe.

De acordo com o prefeito Edimar Santos, o trabalho de conscientização está sendo

CoMPuTADoR uCAMarca CCE, com sistema operacional Linux e softwares livres, desenvolvidos pela Metasys. Com câmera acoplada, entrada USB, cabo de internet, sistema para conexão de wireless. Custou cerca de R$ 600 por unidade e pesa em torno de 1,5 kg. Com alça em couro acoplada. Leve, design moderno nas cores branca, cinza e azul (alça). Capacidade de 1.6 GHZ. Bateria com duração de 4 horas.

Cada aluno terá um computador para trabalhar

em sala de aula

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realizado e também oferecido aos alunos, para que haja a responsabilidade e o com-prometimento desse público, assim como o da família também. “Precisam entender a importância para ter responsabilidade com a ferramenta. O computador é para ser usado como ferramenta tecnológica e não para causar problemas”.

À época do recebimento dos equipamen-tos, Elizabete dos Santos conta que em Santa Cecília do Pavão, os professores ti-veram um misto de mobilização, somado ao receio.“Mas os alunos tinham o senti-mento de mobilização e euforia para usar”.

Na mesma sintonia está Rosimeire Faus-tino, diretora da Escola Estadual Vicente Galvão , da zona rural de Santa Cecília do Pavão. “Os alunos estão muito contentes, principalmente, os da zona rural, que não tem contato nenhum [com o computador], só na escola, na aula de computação. Fi-caram ansiosos.” A diretora disse acre-ditar que será muito bom para o ensino trazer essas inovações e ressalta: “quando puderem levar para a casa. Será uma in-clusão digital para a família toda”.

Para casaMas essa não é uma questão fechada. Ainda não se sabe se as escolas vão per-

mitir que o aluno carregue na mochila o Uquinha. Caso essa seja a opção adotada, o computador – desenvolvido especifica-mente para o projeto – tem um disposi-tivo de rastreamento e bloqueio de suas atividades caso não volte a escola dentro de alguns dias, como forma de segurança.

De opinião contrária, a mãe de um estu-dante, Zélinda de Sá Aiala, não concorda com a opção de levar para a casa. “De iní-cio, não estão preparados. Qualquer coi-sinha na rua, eles já jogam a mochila pra lá e pra cá. Jogam uns nos outros, quando brigam”, afirma a mãe de José Henrique Aiala, que tem 13 anos e cursa a 7ª série na Escola Estadual Vicente Galvão.

FuturoPara o Núcleo Regional de Tecnologia na Educação, este projeto deverá somar com as outras tecnologias que já existem nos espaços escolares, “pois o uso do laptop como ferramenta pedagógica vem para promover a inclusão digital dos alunos di-

namizando e qualificando os processos de ensino e aprendizagem”.

Inovação mais do que necessária, segun-do a opinião da mãe de José Henrique, que também é conselheira tutelar. “A maneira com que o ensino é hoje é muito antiga, ultrapassada. A criança tem mais informação fora da escola, que dentro da sala de aula. Mas acho que precisa expe-rimentar para ver. Porque toda novidade gera polêmica”.

Para Tania Fatima Calvi Tait, professora e chefe do Departamento de Informáti-ca da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o uso dos computadores em sala pode gerar muitos benefícios, tais como: grande volume de informações; contato com pessoas de outras culturas e possibi-lidade de ampliar as pesquisas dos traba-lhos escolares.

Mas a professora alerta: “não basta for-necer os computadores, há necessidade de projeto pedagógico para que o aluno realmente faça bom uso do computador e favoreça o processo de ensino e aprendi-zagem”. Muitas serão as consequências para o futuro da Educação com a inclusão dessa nova ferramenta. O fato é que o ca-minho será longo e não linear, pois será pelas ondas da Web.

Santa Cecília do Pavão recebeu cerca de mil

computadores

Elizabete dos Santos, da SEED, conta que Uquinha causou reações opostas entre professores e alunos durante lançamento do projeto

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saúde

Genética, hormônios e condições sociais contribuem para que as mulheres sintam mais dores que os homens; no caso da Fibromialgia a proporção é de oito mulheres para cada homem

e você é mulher, possivelmente, vai se identificar com o assun-to. Se não é, vai quebrar alguns paradigmas e entender melhor o

sexo feminino quando o assunto é a dor. As comuns reclamações de dor por parte das mulheres têm fundamento. Sim, “as mulheres sentem mais dores do que os homens”. Essa é a afirmação do médico reumatologista, Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas de Curitiba.

Um exemplo emblemático disso é uma síndrome chamada Fibromialgia. Trata-se de uma doença muito relacionada à dor, à fadiga e à indisposição. Já foi comprova-do que para cada homem, oito mulheres sofrem dessa síndrome, segundo aponta Paiva. Apesar dessa diferença entre os sexos ser observada na prática, o moti-vo ainda é desconhecido. “O que a gente sabe é que sente mais dor, mas ainda não sabemos o porquê disso”, afirma.

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A dor no feminino

Mariane Maio - [email protected]

FIBRoMIAlgIA?

o que é A palavra Fibromialgia deriva do la-tim fibro (tecido fibroso: tendões, fás-cias), do grego mio (tecido muscular), algos (dor - algós) e ia (condição). No começo era chamada de Fibrosite, mas como não tinha inflamação, não tinha a “ite”, acabou virando Fibromialgia. É uma doença conhecida há bastante tempo, mas foi melhor definida na dé-cada de 80.

A característica é de uma dor generali-zada. Para Eduardo Paiva a Fibromial-gia é uma síndrome que causa uma dor diferente. “Vendo o cérebro da pessoa

funcionar, descobriu-se que ela sente dor porque tem uma amplificação do sintoma. As sensações que vem do corpo, em vez de serem interpretadas como sensações normais, como o toque, são interpretadas como dor, de forma amplificada”.

o que acarreta A doença acarreta além de dor, cansaço, in-disposição, fraqueza e distúrbios do sono.

como é o diagNóstico Como não existem exames laboratoriais para detectar, o diagnóstico é apenas clí-nico. Para isso, o paciente tem de estar dentro de alguns critérios estabelecidos

pelo Colégio Americano de Reumato-logia, como sentir dores por mais de três meses consecutivos e apresentar dor em 11, dos 18 pontos verificados no corpo. Além disso, o médico deve analisar o histórico do paciente e fazer alguns exames para afastar outras pos-sibilidades de doenças.

como trataO tratamento é feito com acompanha-mento médico, psicológico e fisioterá-pico, dependendo do caso. E a prática de esportes é uma grande aliada na di-minuição das dores. Milhões de novos postos de trabalho em todo País.

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De acordo com o médico, estima-se que 1% da população brasileira e 2% da mundial tenham a doença. O cálculo dis-so significaria dizer que das cerca de 1,9 milhão de pessoas que sofrem de Fibro-mialgia no Brasil, 1,7 milhão são mulhe-res. Já no Paraná, o número de pessoas seria 105 mil e dentre esse universo, 92 mil são do sexo feminino.

PesquisaUm estudo recente feito em São Luis do Maranhão (MA) pelo anestesiologista, especialista em dor e presidente da So-ciedade Brasileira de Estudos da Dor, João Batista Garcia, comprovou que ser do sexo feminino é um “fator de risco” para a dor crônica. Para ele, isso pode ter origem tanto social, já que as mulheres são criadas em um meio mais fragilizado, quanto hormonal.

A psicóloga Giovana Tessaro atribui essa diferença a questão cultural. Para ela, a sociedade sempre exigiu que as mulheres fossem mais resguardadas. “Sempre tive-ram de se fechar demais, sobrecarregando o sistema [nervoso] parassintático”, ex-plica a psicóloga.

A médica otorrinolaringologista, Brenda Shwabe, é uma dessas mulheres que convi-vem com a doença. Brenda, que se descreve como sendo uma pessoa bem humorada, ati-va e dinâmica, não costumava sentir dores e sempre praticou exercícios. “Se eu tomava um Dorflex por ano era muito”, lembra. Há quase quatro anos essa realidade mudou e ela passou a sentir dores constantes por todo o corpo. “Tudo dói, parece que você foi atropelada”, explica a paciente.

Apesar das limitações causadas pela sín-drome, ela garante que procura não se abater por conta da Fibromialgia. “É uma coisa que acontece e precisamos saber lidar. Acredito que 10% da vida é o que vem e 90% é como você reage. Se tenho um limão não faço uma limonada, faço logo uma caipirinha”, brinca. Há dois

anos com a doença diagnosticada, Bren-da faz tratamento com remédios e muito exercício físico.

DificuldadesMas nem todo mundo consegue levar a vida numa boa. A funcionária pública Ju-liana (nome fictício para resguardar sua identidade), de 31 anos de idade, sente dores desde os 22. No último ano da fa-culdade, ela conta que não conseguia nem copiar a “matéria”. Trocar de roupa, la-var o cabelo e ir ao mercado também não eram atividades simples. “Tinha dia que acordava e não conseguia vestir a calça sozinha. Precisava pedir ajuda ao meu marido”, diz a funcionária pública, que também já teve de faltar diversas vezes ao trabalho por conta da doença, que era encarada como frescura.

O quadro de Juliana evoluiu e os sintomas, que no início eram apenas nos membros su-periores do lado direito, foram aumentando até que a dor se tornasse generalizada. Por conta de todo esse sofrimento, a pacien-te procurou vários médicos, fez exames e tomou muitos remédios até diagnosticar o problema. Só em 2008 foi comprovado que se tratava de Fibromialgia. Com isso, ela conseguiu focar no tratamento adequado, com medicação e exercícios físicos. No ano passado, aliado a esse tratamento, Juliana procurou ajuda de um psicólogo, indicação de tratamento para muitos pacientes.

Em menos de um ano de tratamento, por meio das técnicas Dessensibilização e Re-processamento por meio dos Movimentos Oculares (EMDR) e Brainspotting, Ju-

liana afirma estar ótima e não precisar mais de remédios constantes. “Me sinto 95% recuperada. Sei que ainda preciso trabalhar isso e também pegar firme nos exercícios, para manter esse bem-estar”, confessa. A primeira técnica consiste em movimentos frequentes, principalmente oculares, para atuar no cérebro. O efei-to se dá pelo trabalho, por meio da esti-mulação sensorial bilateral, em áreas do cérebro onde a dor fica armazenada no presente, “transferindo” essas dores para o passado e alinhando a razão, emoção e ação. Já na segunda, algumas regiões do cérebro são super estimuladas, trazendo assim o equilíbrio para o paciente. O tra-balho deve ser orientado por um psicólo-go e as duas técnicas podem ser aplicadas paralelamente, explica Giovana Tessaro.

A zootecnista May Bell Ferreira também teve de mudar o modo de encarar a vida para controlar os efeitos da doença. “Hoje estou emocionalmente estabilizada, faço exercícios, fisioterapia e tomo diariamente os remédios”, conta. Ela diz acreditar que a Fibromialgia foi causada por motivos emocionais. May Bell, admite que sempre foi muito perfeccionista. Conta que quan-do algo saía de seu controle, sofria muito. Uma depressão, após perdas de familiares, pode ter desencadeado a doença.

Dor x emoçãoAliás, no caso da Fibromialgia essa re-lação entre a dor e a emoção é muito estreita. De acordo com Eduardo Paiva, por muito tempo se acreditava ser uma doença psicossomática, em que o corpo só respondia a um estresse. “Hoje vemos que é tudo a mesma coisa. Dor e emoção são difíceis de separar”, relata. Para João Batista Garcia traumas ou depressão po-dem desencadear a doença em pacientes que já são suscetíveis, seja por alguma modificação genética ou por ambiente desfavorável, como por exemplo, a vio-lência sofrida em algum episódio da vida.

Isso porque, segundo Paiva, “toda dor que sentimos é baseada nas experiências que tivemos desde a infância até aquele momento”. Conforme explica a psicóloga Giovana Tessaro, é normal que na vida se tenha uma série de experiências difí-ceis. O problema é que o cérebro de uma pessoa com Fibromialgia armazena essas experiências do passado como se fossem do presente. “Se não consegue processar, o sentimento vai continuar vivo, como se tivesse acontecendo de novo”, explica.

Pontos sensíveis nas pessoas com Fibromialgia

Para Eduardo Paiva a

Fibromialgia é uma síndrome

que causa uma dor diferente

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aneiro de 2011. Entrada de muitas novidades e oportunidades. A come-çar pelo início de uma nova década e novos representantes nos governos

e no legislativo. Também o País vai entrar em uma nova fase demográfica, que trará com ela novas configurações para a econo-mia e exigirão ações eficientes de médio e longo prazos do Poder Público e também da sociedade para que não se perca o bonde. É preciso “aproveitar o momento da econo-mia, aliada a questão demográfica”, adverte o economista do Dieese, Sandro Silva.

De acordo com os dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geo-

Embarque no trem da

prosperidadeBrasil começa uma nova fase na economia e precisa saber

aproveitar este momento para colher os frutos no futuro,

quando teremos o envelhecimento em massa da população

Arieta Arruda - [email protected]

economia

grafia e Estatística (IBGE), fechamos a primeira década do século XXI com uma população de 190.732.694 pessoas e o Pa-raná com 10.439.601 de habitantes.

Os dados apontam ainda que nossa popu-lação já não é tão jovem como anos atrás. Houve diminuição da natalidade (em mé-dia, dois filhos por família) e o crescimen-to da expectativa de vida para 73 anos de idade. Por consequência, vivemos um fe-nômeno chamado por especialistas como bônus demográfico.

Trata-se de dois terços da população es-tar em idade produtiva. A faixa economi-camente ativa, que vai de 15 a 64 anos de idade, corresponde a 130 milhões de

Jbrasileiros. Essa característica da pirâmi-de demográfica brasileira indica novos trilhos que o Brasil deverá percorrer por pelo menos 20 anos e que é preciso cons-truir um motor capaz de levar o País à frente numa velocidade maior e constante para aproveitarmos essa janela de oportu-nidades, em que tem-se novos consumi-dores e contribuintes. O Brasil do futuro chegou.

Mas, para aproveitarmos as oportunida-des e enfrentar os desafios, algumas en-grenagens dessa locomotiva precisam ser analisadas, tais como a geração de empre-gos, ritmo da economia, novas tendências de mercado, reformas governamentais, oportunidades e riscos do futuro.

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de trabalho. O economista aponta que um dos problemas de contratação são o baixo salário e condições ruins de trabalho.

O presidente Rodrigo Rocha Loures tam-bém comenta que se faz necessária a re-forma tributária, além de uma revisão na política macroeconômica. “Precisamos realizar reformas estruturantes. Na questão da produção, consumo, e emprego, é vital promover urgentemente três reformas: tri-butária, previdenciária e trabalhista. Mo-dernizar estas legislações vai influenciar positivamente nosso desempenho econô-mico. Caso contrário, vamos aprofundar o processo de desindustrialização que já afli-ge o País”. Conforme lembra, a geógrafa Gislene Santos, os dados do IBGE de hoje são valiosos. “São dados que tem de sair do papel para políticas públicas.

Nesse cenário em que teremos mais gen-te em idade produtiva, a economia deve acelerar para que mais pessoas possam embarcar nesse trem da prosperidade. Para tanto, Sandro Silva diz que também é pre-ciso ter um controle maior das finanças públicas. Controle mais rígido do capital estrangeiro, especulativo, e um aperfei-çoamento do sistema tributário brasilei-ro. “Atualmente num sistema recessivo, os tributos brasileiros causam uma carga maior entre os mais pobres.”

Outros aspectos importantes para acele-rar a economia são a modernização de

zação do real e do salário mínimo.“Assim, a economia voltou a crescer, o que acaba gerando mais renda, mais emprego e mais consumo, é o chamado ciclo virtuoso”. Os juros, que ainda são altos, já atingem os menores níveis da história, conforme apontou Sandro Silva. Para este ano, a pre-sidente Dilma Rousseff sinalizou que deve fixar a taxa de juros em um teto de 2 e 3% acima da inflação. E o crescimento do ano anterior foi acima de 7% e isso confirma o melhor resultado desde 1986. Este ano, a economia não deve crescer com tanto fôle-go, mas devemos ficar numa taxa positiva entre 4,5 e 5,5%.

ParanáDentro desse contexto, o Paraná é um Es-tado de destaque no cenário econômico brasileiro, segundo o presidente da Fe-deração das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures. “Temos crescido mais que o País porque somos donos de uma agroindústria forte, a produtividade agrícola é excelente, o parque industrial é diversificado e setores de comércio e ser-viços são muito dinâmicos”. De acordo com informações da entidade, houve uma evolução de 62% nos números de postos de trabalho entre 2000 e 2010. Ficamos atrás apenas de Santa Catarina.

No entanto, uma questão preocupante ainda é a informalidade e os problemas relacionados à rotatividade no mercado

Emprego“A questão que se coloca é se esta população eco-nomicamente ativa está inserida na taxa de desem-prego ou não. A popula-ção está na idade, mas tem

emprego? O desafio do presente é inserir a juventude nesse processo“, analisa espe-cialista Gislene Santos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged), essa questão está nos trilhos. Foram criados mais de 2,5 milhões de empregos no ano passado, um desempe-nho inédito do mercado de trabalho em sua série histórica. No Paraná, os dados apon-tam mais de 174 mil no ano.

A economia brasileira ficou quase duran-te três décadas sem crescimento. Muitos economistas dizem que a década de 1990 foi uma década perdida. De acordo com Sandro Silva, no final do século passado tínhamos uma desvalorização da nossa moeda e poucas ações para a área social, o que fez toda a diferença. “Tínhamos o Estado menor, tivemos privatizações que foram ruins para o mercado de trabalho. Em 2003, o Lula mudou a visão do papel do Estado e do mercado interno. Houve uma mudança de visão do Estado. Avanço positivo”, observa Silva.

O Brasil hoje vive uma fase importante de fortalecimento do mercado interno, valori-

Estamos vivendo o ciclo virtuoso na economia brasileira: mais trabalho, renda e mais consumo

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equipamentos de forma intensificada, con-tinuidade nos investimentos em infraestru-tura, e ainda, um olhar atento para a pre-paração da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016), no Brasil.

oportunidadesEstes dois eventos esportivos poderão ser oportunidades de negócios para a economia paranaense. À frente, a Copa, pois a Capi-tal do Estado será uma das cidades-sede. O estudioso de oportunidades da Copa no Brasil, Ramiro Gonçalez, afirma que Curitiba tem “12 pontos críticos para es-truturarmos e atendermos bem os turistas na Copa”. Três são importantes gargalos que precisam ser observados – hotelaria, transporte e alimentação.

Gonçalez entende que tem de haver plane-jamento do governo e cobrança da popula-ção no andamento das obras, mas também precisa partir dos empresários paranaenses e da sociedade civil organizada alternati-vas para atender a demanda que será criada para o evento esportivo. “Precisamos en-contrar soluções inteligentes para atender essa demanda. Não ficar esperando o go-verno”, conclui o executivo.

A estratégia precisa ser pensada para que a experiência da Copa do Mundo seja agra-dável, alerta Ramiro Gonçalvez. Por isso, o primeiro passo é entender as deficiên-cias. “Há um desconhecimento do mode-lo de negócios que a Copa pode gerar. O evento será um gatilho de oportunidades”.

Novas tendênciasTambém vivemos em um momento de transição. “Hoje, se solidificam estilos de vida mais conscientes do custo ambiental e social da produção e consumo. Em todo o lugar, a sustentabilidade está virando o novo nome do desenvolvimento”, comen-ta Rodrigo Rocha Loures. Assim, mudan-ças na produção e na visão de negócios também devem se modificar. “Nós, em-presários, precisamos despertar para esta nova era, cooperar e agir. A palavra-chave é inovação”, aponta o presidente da Fiep.

Para tanto, os mercados em maior cresci-mento, de acordo com a Fiep, são os bens de consumo corrente, como alimentos, por exemplo. E aí que entra nossa gran-de força. Temos um destaque nacional na produção agroindustrial, o que nos leva a um passo de vantagem. Por conseguinte, outras áreas são alavancadas por essa ati-

vidade econômica, como setores de papel, plástico e maquinário.

Mas é no mercado da Internet onde pode--se encontrar também uma mina de ouro. Muitos negócios estão surgindo por conta de novas demandas geradas pelo mundo web. “Uma nova tendência é o mundo ser mais colaborativo. Tudo compartilhado. As pessoas procuram experiências no-vas”, afirma Andrea Greca Krueger, sócia da empresa Berlin Cool, focada em en-contrar novas tendências de mercado.

De olho nesse novo “trem” de oportunida-des estão os empresários Luiz Rodrigues Fantini e Fábio Caetano Andrade Bacarin, formados em Ciências da Computação. Eles criaram no último ano a empresa 3W Móbile. O negócio dessa dupla é trabalhar com esse mercado web e produzir blue-tooth marketing, móbile sites e aplicati-vos. Eles entendem que esse é o grande momento do setor e para isso é preciso ter “criatividade e inovação, elementos im-portantes para esse setor”, afirma Fábio.

Para inovar, Andrea orienta os empresá-rios de que “é preciso contratar ou pes-quisar novas tendências, sair do escritó-rio e ter interesse em mudar, não ficar acomodado. A curiosidade é uma arma para se aproveitar.”

Consumidor Estudar bem o mercado é muito importan-te, pois o consumidor está mais exigente. “É como eu costumo dizer: Antes o rei era a marca. Hoje o rei é o consumidor”, ob-serva Andrea. Por isso, ela comenta sobre uma característica peculiar dos paranaen-ses, proporcionada pela colonização. É preciso perceber traços dos paulistas, na região Norte; dos gaúchos, na região Oes-te e Sudoeste e dos cosmopolitas, que se limitam à capital e à Região Metropoli-tana de Curitiba. “Ou seja, o Paraná não tem muita identidade cultural. É comple-xo de se avaliar as características cultu-rais daqui”, disse Andrea.

Outras tendências de mercado é verificar as características da geração Y. Jovens que nasceram na década de 1980 e que estão em busca de valores reais. “Querem qualidade de vida. Estão revendo os con-ceitos sociais”, afirma a consultora. Por isso, uma necessidade de mercado é esta-belecer uma relação do ganha-ganha.

Segundo Paulo Tadeu Graciano, consultor do Sebrae / PR, o empresariado precisa perceber as mudanças dos consumidores e incorporar isso. Precisa observar as no-vas exigências de mercado. Identificar o novo consumidor, que tem novos paradig-

Em 10 anos, o PR cresceu 62% no número de postos de trabalho. No cenário nacional, só atrás de SC

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mas, novos conceitos. “Os empresários paranaenses em geral são conservadores, mas isso está mudando. Tem muitos jo-vens empreendedores que estão estudan-do, se capacitando e modernizando as em-presas”. Por isso, a Educação pode fazer toda a diferença. É fundamental ser uma estratégia estabelecida das empresas e de qualquer profissional que quer ter uma carreira de sucesso.

NegóciosUma boa alternativa num cenário em que mais gente estará no mercado de trabalho, dado comprovado pelo bônus demográ-fico, é empreender. Isso tem se tornado mais forte nos últimos anos. “As pessoas querem se arriscar mais, abrindo negócios pequenos. Formar hubs de trabalho, espé-cies de cooperativas de trabalho. Querem crescer juntos com liberdade”, afirma Paula Foletto Abbas, sócia de Andrea.

Foi essa necessidade, identificada por Ri-cardo Dória, jovem publicitário, que o levou a montar, no fim do ano passado, a primeira coworking do Paraná. Localizada em Curitiba, é uma espécie de escritório colaborativo, em que os usuários pagam pelo espaço e benefícios, como internet,

telefone e tempo de uso. É o caso dos em-presários de tecnologia, que utilizam o es-paço. “Procuramos [a Aldeia Coworking] em busca de contatos, networking, parcei-ros. Colaborar com a parte criativa. É uma grande oportunidade de troca de experiên-cias”, afirma Luiz Fantini.

Ricardo Doria conta que “a ideia surgiu há cinco anos no mundo e hoje já são cer-ca de 600 espaços no mundo todo. Ano passado eram 500 espaços. A ideia é que as pessoas trabalhem no que gostem e fa-çam seu tempo”.

Vinte anos à frenteDepois de algumas análises macroeconômi-cas e conjunturais do País e mais especifica-mente do Paraná, o fato é que a idade chega para todos. Então, como consequência do bônus demográfico, o País terá nos próxi-mos 20 anos, o envelhecimento em massa da população. Quem estava produzindo de forma ativa e consumindo assiduamente, vai passar a utilizar o sistema previdenciá-rio, ter novas necessidades e provocar uma nova mudança social. A curva do cresci-mento e da prosperidade para todos deverá desacelerar. Será a hora de colher os louros que foram plantados dentro desse período.

Hoje “no Brasil temos mais gente con-tribuindo para que os idosos possam ter o direito à previdência assegurado. Essa conta me parece ainda sustentável”, afirma Samira Kauchakje, cientista so-cial, professora do curso de Sociologia e Gestão Urbana da PUC. “Parece-me que hoje a nossa previdência tem como principal fonte a contribuição direta, e isso deve ser revertido para que se possa ampliar os direitos”. Ela acredita que é preciso ampliar a solidariedade social. O Estado precisa gerir o bem-estar à sua população agora, com vistas para essa nova realidade que será deflagrada da-qui 20 anos. As soluções precisam ser aplicadas neste momento, “para que não haja soluções de susto, no afogadilho”, conclui Samira.

A geógrafa, Gislene Santos, também ad-verte de que é preciso planejar os próxi-mos 20 anos. “Interessante pensar num planejamento urbano, social e cultural para essa nova fase. Agora já nos alerta e nos dá condições de planejamento. Já tivemos avanços, com o próprio estatuto do idoso, mas as nossas cidades não são preparadas para o idoso, em relação à mobilidade e acesso”. E você, como vai aproveitar seus próximos 20 anos?

Os empresários Luiz Fantini e Fábio Bacarin começam o ano com novo negócio para aproveitar o crescimento da Internet

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internacional

população está completa-mente desorientada. De um lado, aliados à Hugo Chávez apoiam as determinações do

Presidente; de outro, veículos de comuni-cação e universitários lutam pela liberda-de de expressão.

Mas o que não se vê nessa disputa é que quem sofre é a população que ainda não entendeu o que se passa com o País. Desde 1999, quando Chávez foi eleito Presiden-te, o dia-a-dia dos venezuelanos tornou-se uma verdadeira luta pró-sobrevivência. Há desabastecimento de produtos bási-cos nos supermercados, como carne, leite e açúcar. E para piorar, o governo criou uma tabela de preços – ao estilo do Plano Cruzado adotado no Brasil nos anos 80 – que não está sendo respeitada.

É um contrasenso falar em crise econômi-ca num país que fatura cerca de US$ 70 bilhões por ano com a venda de petróleo – e que usa parte dessa receita para dar

Próspero em petróleo, país vizinho vive uma crise de produção de alimentos, onda de protestos e descontentamentos com a direção política do governo Hugo Chávez

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Para onde vai a Venezuela?

Wallace Nunes - [email protected] ajuda financeira aos vizinhos mais pobres da América Latina. A economia venezue-lana tem do petróleo 90% da receita total do país, com a venda do produto. Mas a própria reação do Presidente venezuelano revela a gravidade do problema.

Alvo de críticas em todo o mundo, por tentar implantar seus preceitos ditos “bo-livarianos, Chávez foi deposto em 2002 e retomou o poder com uma visão ainda mais radical de distribuição de renda.

Com isso, nasceu uma briga entre gover-no – que acusa os varejistas e revendedo-res de alimentos de tirarem carne e outros itens das prateleiras dos supermercados com o objetivo de elevar artificialmente os preços – e comerciantes alegando que, com o preço fixado e a inflação alta, estão perdendo dinheiro.

Vendo os preços subirem e as prateleiras vazias, Chávez tem ameaçado estatizar açougues e supermercados que vendem acima do preço tabelado. Acusa os Estados Unidos e venezuelanos exilados em Miami

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de organizarem uma “conspiração” e disse que começaria a expropriação pelas em-presas maiores do setor alimentício.

ReclamaçõesA reportagem da Revista MÊS foi ao país nos primeiros dias do ano, e visitou super-mercados em Caracas. Em quatro deles haviam produtos à venda acima do preço tabelado, vimos das venezuelanas recla-mações, muitas reclamações.

Martha Escobar Gavíria, colombiana de nascimento, mas residente em Caracas, disse que se não fosse pelo trabalho – em uma multinacional de produtos químicos, já não estaria mais na Venezuela. “Peço todos os dias para meu chefe me transferir para o Brasil ou para Europa. Aqui não aguento mais”, conta. Outro dia, segundo a administradora, ficou horas na fila de uma feira para poder comprar frango im-portado do Brasil. “É muito bom, mas não dá para perder tanto tempo assim”.

A primeira medida adotada pela admi-nistração foi tabelar os preços, publican-do no Diário Oficial uma lista com os valores máximos que poderiam ser co-brados. A ideia era controlar a inflação, que chegou perto dos 20% no ano passa-do – para comparação, o índice no Brasil fechou 2006 em 3,14%.

Chávez tem tomado medidas que gera-ram muitas polêmicas. Desapropriação de áreas de empresas multinacionais, atraso

da RCTV, outros cinco canais foram im-pedidos de ir ao ar.

A RCTV era o principal canal de opo-sição ao governo venezuelano. É ela o porta-voz daqueles que não concordam com as medidas de Chávez e lutam para que o “socialismo” não seja implantando na Venezuela. Em 2002, a RCTV foi a responsável por conclamar o povo ve-nezuelano a marchar até palácio de Mi-raflores, sede do governo venezuelano, para derrubar Hugo Chávez, que havia retomado o poder.

O endividamento do governo, a queda das receitas com o petróleo e a intenção pró--industrialização nacional, são alguns dos motivos pelos quais o Presidente Chávez alavancou o Bolívar, afirmam analistas. Tal medida poderá elevar a inflação do país ainda mais. Em 2010, essa taxa al-cançou, segundo o governo, os 25,1%.

RacionamentoHospedada em casa de amigos por alguns dias, a reportagem da Revista MÊS consta-tou racionamento de energia. A infraestru-tura é ineficiente na rede elétrica venezue-lana. Os investimentos na área de energia são escassos, entretanto, Chávez destina o dinheiro para a construção de estradas, pontes e metrô, a fim de industrializar a Venezuela. O corte de energia funciona diariamente e é a cada quatro horas. Na véspera de Ano Novo não havia luz horas antes de bater os sinos de 2011.

de 30 minutos no horário oficial da Vene-zuela, instituição de ensino socialista nas escolas, são algumas das determinações do Presidente que levaram milhares de manifestantes às ruas.

A sua última determinação polêmica não foi diferente. Após censurar a im-prensa, proibindo o sinal da emissora de TV RCTV, maxidesvalorizar o Bolívar, moeda venezuelana, e racionar a energia, Hugo Chávez faz do controle de preços, uma verdadeira cruzada pró-alimentos.

Ele tenta engajar os milhões de vene-zuelanos na luta contra a inflação. Re-crutamento voluntário da população para atuar como fiscais do tabelamento de preços – nos mesmos moldes dos fis-cais do Sarney no Plano Cruzado – são realizados semanalmente.

Ainda sim, os contrários à medida pro-testam. Recentemente, milhares de ma-nifestantes, muitos jovens, mulheres, idosos, protestaram pelas ruas de Cara-cas exigindo o direito à liberdade. Esse princípio foi atingido veementemente quando Chávez determinou que o con-trato de concessão de sinal não fosse renovado com a emissora RCTV. Além

A Venezuela vive momentos turbulentos com a política

de Hugo Chávez

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Um por todos, e todos por um!” A frase que ficou conhecida na

obra “Os Três Mosqueteiros”, de Alexan-dre Dumas, resume bem o conceito de cooperativismo. Essa força conquistada pela união é confirmada com o sucesso de muitas iniciativas surgidas nas lavou-ras paranaenses. A Central Frimesa é um exemplo disso. O grupo agrega cinco co-operativas agroindustriais (C. Vale, Lar, Copacol, Primato e Copagril). São 2.300 pessoas que tiram o pão de cada dia e, as-sim, integram uma roda econômica muito ativa no Estado. Esse valor corresponde

Metade do potencial agrícola do Estado deve-se às cooperativas, que em 2010 arrecadaram na casa dos R$23,8 bilhões, e agora terá de lidar com desafios e metas

Cooperativismo impõe metas e desafios

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agricultura

a 15% da mão-de-obra do município de Medianeira, cidade localizada no Oeste do Estado. Cerca de 25% dos tributos da cidade são gerados pela Central.

“O Paraná é o primeiro Estado em repre-sentação econômica e é um modelo de gestão”, garante o diretor executivo da Frimesa, Elias José Zydek. A importân-cia desse modelo para o agronegócio no Paraná se traduz em números e produti-vidade. Por todo o Estado, os agricultores se agrupam em interesses comuns e, por isso, aproximadamente, 50% do potencial agrícola do Estado deve-se a essas coo-perativas. “Hoje a agricultura do Paraná

não sobreviveria sem as cooperativas”, afirma o gerente técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra.

No total são 129 mil agricultores associa-dos a 82 instituições, que no ano passado faturaram R$23,8 bilhões e investiram R$1 bilhão em armazéns, tecnologia, in-formatização e agroindustrialização. O sistema emprega 63 mil pessoas e gera 900 mil postos de trabalho de forma in-direta. Para Flávio Turra, em alguns mu-nicípios esse sistema é fundamental, pois normalmente são os maiores geradores de emprego e renda.

Mariane Maio - [email protected]

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2015 esse núme-ro chegasse a seis mil cabeças. Com o projeto adian-tado, em 2011, a previsão é de que se alcance 4,5 mil cabeças por dia.

DesafiosCom ótimas expec-tativas do setor, os desafios também são muito grandes. De acordo com Ro-berto Rodrigues, engenheiro agrôno-mo e ex-ministro da Agricultura, um es-tudo da FAO (Food

and Agriculture Organization of the Uni-ted Nations – tradução livre: Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) revela que para suprir a necessidade mundial, em 10 anos, a pro-dução de alimentos terá de aumentar em 20%. Para Rodrigues, o Brasil será res-ponsável por 40% desse aumento. “Não é um desafio trivial e sim substancial, que temos condições de resolver”, afirma ele mostrando que nos últimos 20 anos a produção de grãos aumentou em 154% com apenas 25% mais de área. “Isso foi possível porque temos uma tecnolo-gia altamente sustentável e a melhor do mundo”, garante.

Para Flávio Turra, o Brasil está apare-cendo como o país que terá destaque no aumento da produção de alimentos. “Es-tamos confortáveis com o contexto de que o Brasil será a bola da vez”, assegura. Mas, para isso, alguns problemas ainda precisam ser resolvidos. O primeiro deles é vinculado à melhoria de infraestrutura. No Brasil, os custos com transporte são muito altos, inviabilizando algumas ope-rações. Além disso, segundo o diretor da Frimesa é preciso que sejam feitas as re-formas tributária e trabalhista.

“O Brasil não é mais um país qualquer, subdesenvolvido e pequeno. É um país res-peitado. Temos uma política pública con-solidada”, diz Rodrigues, garantindo que o que precisamos agora é de uma estratégia interna dos novos governantes para que o Brasil lidere esse movimento mundial. “A história nos dá uma oportunidade rara de governar o mundo. E o mundo e a agricul-tura estão diretamente ligados”.

no campo. Essa é uma dica que apren-deu com o cooperativismo. “O leite dá renda mensal, com os suínos a receita ingressa a cada 90 dias, com as aves a cada 50 dias e os grãos dão renda anu-al”, explica Zydek.

MetasDepois de consolidar o sistema, o coope-rativismo já definiu seu modelo de gestão: a industrialização. Transformando a maté-ria-prima em produto final, além de atingir diretamente o consumidor é possível agre-gar valor ao produto. Segundo a Ocepar, hoje, 38% da produção é industrializada. A meta é chegar a 2015, com 50%.

Criada em 1977 justamente para promo-ver essa agroindustrialização do campo, a Frimesa já está presente em mais de 20 países e no Brasil ocupa posição de destaque, estando entre as maiores in-dústrias de alimentos do País. No ano de 2009, a Central produziu 322 mil tone-ladas de alimentos, com um faturamento de R$777 milhões. No ano passado, ape-sar dos dados ainda não serem conclu-sivos, a previsão de faturamento era de cerca de R$860 milhões.

Para este ano, o diretor executivo Elias José Zydek promete mais agressividade. “Esperamos um crescimento de 21%, o que representa um faturamento de pou-co mais de R$1 bilhão”. Essa expansão será possível devido aos resultados já obtidos com o Projeto Carne, elaborado pela Frimesa em 2005. Naquele ano, a cooperativa abatia 1,7 mil cabeças por dia, e fez investimentos para que em

ViabilidadePara Zydek, da Frimesa, o cooperativis-mo é o sistema econômico ideal para a sociedade, por compreender três grandes virtudes. A primeira delas é a viabilidade, já que é sustentável e não utiliza dinheiro público. O segundo aspecto é a contribui-ção de impostos. E por último, é um gran-de gerador de empregos formais. “Sempre se discutiu dois grandes sistemas econô-micos no mundo: o capitalismo e o socia-lismo. Acredito que o cooperativismo seja a mediana dos dois”, conclui.

“É um grupo de agricultores que se so-mam, sem importar a renda e o tamanho da sua propriedade”, afirma o agricultor Ade-mir Beathalter, de Santa Helena, no Oeste do Estado. De acordo com ele, a vantagem de ser associado está na maior oportuni-dade de entrar no mercado e agregar valor ao produto. A produtividade de um asso-ciado a uma cooperativa é 20% maior do que quem trabalha sozinho, garante Flávio Turra. Essas vantagens têm contribuído para diminuir o êxodo rural. Jovens de Santa Helena tem saído do município para estudar, mas acabam voltando ao campo em busca de boas oportunidades.

Com uma pequena propriedade, Bea-thalter investe em três atividades: aves, suínos e grãos. A diversificação faz com que a receita do agricultor não fique vinculada a uma fonte só, sofrendo me-nos com os impactos e riscos de perdas

Para Roberto Rodrigues o Brasil tem a melhor tecnologia na produção de alimentos

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Agricultores de olho em “la Niña”Estimativas indicam que o Paraná terá poucos efeitos nas lavouras com o fenômeno climático La Niña. Porém, é preciso ficar atento ao céu

Arieta Arruda - [email protected]

erão de 2011, sob o efeito do La Niña. Para a agricultura, ter essas informações e pla-nejar-se em condições climá-

ticas são fatores estratégicos para obter su-cesso na colheita e minimizar os riscos nas lavouras. A safra 2010 / 2011 tem sofrido influências desse fenômeno climático, que ao contrário do El Niño, provoca períodos de estiagem no Sul do Brasil.

O efeito La Niña se caracteriza pelo res-friamento fora do normal das águas do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. Ou seja, as águas de lá, influen-ciam as chuvas daqui. “A bacia do Pacífico

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muda o regime de chuvas e as temperatu-ras podem ser alteradas. São chuvas mais irregulares, menos volume”, analisa o me-teorologista do Simepar, Reinaldo Kneib.

De acordo com especialistas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os efeitos típicos desse fenômeno no Brasil são a tendência de chuvas acima da média na Região Norte e parte da Região Nordes-te e redução das chuvas na Região Sul. Po-rém, com a alta tecnologia que dispomos hoje, a assertividade da previsão do tempo e o profissionalismo dos agricultores, os efeitos desse fenômeno climático poderão ser minimizados com grande êxito.

EfeitosApesar de atingir o Sul com períodos de estiagem, a intensidade é diferente entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. O estado do Paraná deve ser privi-legiado na questão climática, quando se re-fere ao La Niña. De acordo com Francisco

Simioni, diretor-geral do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricul-tura (Deral), “os estudos e pesquisas têm indicado que o Paraná será menos afetado pelo La Niña. É possível que aqui o fenô-meno ocorra de forma menos acentuada”, disse Simioni. Reinaldo Kneib, do Sime-par, tem a mesma posição. “No Paraná é geralmente menos forte, pois nossas chu-vas são formadas, geralmente, no Paraguai e no Mato Grosso do Sul. Os outros esta-dos do Sul sofrem mais com o La Niña”.

Mesmo assim, desde o segundo semestre de 2010, o Paraná tem sofrido algumas influências do La Niña e as consequên-cias devem se estender até meados deste ano. De acordo com o meteorologista, no ano passado, tivemos outubro com qua-se normalidade de chuvas, já novembro foi abaixo do normal. Em dezembro, a previsão era que fosse um período de es-tiagem, o que não se confirmou, o fim do ano apresentou-se com chuvas regulares e bom volume no campo paranaense.

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Segundo Nelson Harger, engenheiro agrônomo e coordenador Esta-dual da Emater da Cadeia Produtiva de Grãos, a orientação aos agricultores no início era de escalar épocas de plantio com diferentes tipos de ciclos de cultivares. “Isso dilui o risco climático. É bom es-colher culturas mais rústicas, que fica melhor em períodos sem água”. A soja é uma dessas culturas, por isso, o Estado teve aumento da área plantada e deve apresentar boa safra desse grão. Já o milho, que precisa de mais chuva, teve sua área plantada diminuída.

No ano passado, a Secretaria de Agricultu-ra e do Abastecimento (Seab) também fez uma série de recomendações para os agri-cultores visando a prevenção ou diminui-ção dos riscos com La Niña. Dentre elas estão fazer a semeadura escalonada dentro das épocas recomendadas pelo zoneamen-to agrícola, contratar um seguro agrícola para proteção contra eventos climáticos extremos e diversificar as culturas.

ColheitaDe acordo com Francisco Simioni, do Deral, nesta safra, o Paraná terá uma produção estimada de 19,8 milhões a 20 milhões de toneladas de grãos, como carro-chefe: a soja. “A maior expressivi-dade será a produção de soja, com 13,8 mil toneladas. Tivemos um aumento da área plantada de 3%, passando assim de 4,37 milhões de hectares para 4,5 milhões de hectares”. Em nível nacional, confor-me levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita é estimada em 68,5 milhões de toneladas, pouco inferior que o recorde de 68,7 mi-lhões de toneladas da safra passada.

Da mesma forma, o Paraná não deve repetir o ótimo resultado da temporada anterior. “A produtividade média 2009 / 2010 foi excepcional, o clima favoreceu desde o plantio até a colheita, a assistên-cia técnica contribuiu e o calendário pro-posto pelos profissionais da Seab foi bem aplicado. Vale destacar o profissionalismo dos produtores, que está cada vez maior”,

analisa Simioni. O Paraná alcançou na sa-fra passada a marca de 21,3 milhões de toneladas, principalmente, com o recorde no cultivo de soja. “Ficamos em primei-ro lugar no cenário nacional”, lembra o diretor do Deral. Este ano, os resultados talvez sejam mais modestos.

De olho no céuTrabalhar com um “olho” na terra e outro no céu é essencial para os agricultores. Os ins-titutos de meteorologia são grandes aliados para o trabalho de antecipar com segurança as condições climáticas. A Emater do Paraná é um dos responsáveis por essa ponte entre agricultor e a previsão do tempo. “O meteo-rologista passa as informações e nós adapta-mos para o agricultor, interpretando para o uso no plantio e manejo dos grãos. Informar previamente ajuda a tomar as decisões, mi-nimizar os riscos e ver oportunidades”, afir-ma o coordenador, Nelson Harger.

De acordo com Har-ger, os agricultores precisam fazer a li-ção de casa: tornar a análise climática tarefa cotidiana. É o caso, da família Gonçalvez, que

cultiva diversas cul-turas, em Marialva,

Noroeste do Paraná. Marta e José Gonçalves

Filho, que plantam priori-tariamente uva de mesa, cul-

tura típica da região, não deixam de analisar o clima para poder melho-

rar a produtividade e acertar no plantio e manejo. “Somos agricultores conscientes, vemos a previsão pela internet para nos prevenir”, disse a agricultora Marta.

IntensidadeAinda segundo Nelson Harger, da Emater, os agricultores paranaenses já estão mais atentos às condições do tempo para progra-mar suas plantações e manejo das culturas. Isso traz ao Estado um avanço competitivo. “Tem acesso à informação com muita ante-cedência e projetam medidas para diminuir os riscos de prejuízos na lavoura”.

Por exemplo, produtores do Oeste do Es-tado precisam ficar atentos com o risco de períodos de estiagem. Harger afirma que as chuvas devem ficar abaixo da média histórica. Por isso, é preciso trabalhar di-ferentes táticas de manejo para minimizar os prejuízos, caso essa baixa no volume de águas se confirme. “É importante ter medidas pró-ativas. Os agricultores estão mais atentos”.

As perspectivas dos agricultores paranaen-ses são boas para este ano. É o que con-firma o agricultor Moacir José Ferri, que tem propriedade em Campo Mourão. Ferri, que foi um dos fundadores da cooperativa Coamo, planta soja e milho numa proprie-dade de 600 hectares. “Graças a Deus está chovendo certo, está sendo maravilhoso. Soubemos que teríamos o La Niña por meio da cooperativa. Mas, pela evolução da lavoura até agora, está maravilhosa-mente bem. Vamos esperar que continue assim”, conclui o agricultor. No mesmo clima de otimismo, está o agricultor e produtor de leite Franke Djkstra, de Ponta Grossa. Ele planta soja e milho, em um 1,5 mil hectares. “Até hoje está excelente, melhor não podia ser. A chuva está caindo na medida certa.” Que assim seja.

O La Niña provoca o resfriamento extra nas

águas do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental

Agricultores devem tornar a análise do clima tarefa estratégica para o sucesso da lavoura, alerta Nelson Harger, engenheiro agrônomo da Emater

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tecnologia

um futuro, nada distante, camisetas não serão apenas roupas e jogos eletrônicos servirão para além do sim-

ples entretenimento. Essas situações, que em um primeiro momento podem parecer cenas de filme de ficção, estão mais per-to da realidade do que se imagina. Estão sendo desenvolvidas por pesquisadores de Londrina, no Norte do Paraná.

No próximo mês, a empresa Gelt Tecno-logia e Sistemas deve lançar no mercado nacional e internacional um produto que vem desenvolvendo há cinco anos. O novo aparelho, em formato de uma ca-miseta, tem o objetivo de fazer diagnós-ticos cardiológicos em tempo real e com isso diminuir o tempo de atendimento a um paciente com problemas cardíacos. A vantagem é que a tecnologia desenvolvi-da é sem fio (3G ou Bluetooth), fazendo com que seja portátil. Segundo o sócio--fundador da empresa, Tony Philip Sel-

mer Novaes, a ideia de afixar os sensores do aparelho em uma camiseta segunda pele surgiu para facilitar a usabilidade. Assim, os pacientes com problemas car-díacos, atletas ou qualquer pessoa que queira monitorar seu coração, poderá usar diariamente, sem incômodos.

O conceito, que foi desenvolvido pela Nasa para monitorar os astronautas em missões espaciais, foi adaptado pelo gru-po londrinense para ser aplicado em uma situação urbana. Depois de muitos estudos e testes, Tony garante que conseguiram chegar a um aparelho inédito e comple-to. Além de ser um eletrocardiograma de 12 canais, o dispositivo tem um marcador de eventos (que registra atividades diárias do paciente), serve como holter e também tem GPS e um software de inteligência artificial adaptado, analisando o estado do paciente. Caso haja algum problema, uma mensagem é enviada ao médico, mostran-do inclusive a localização do paciente. “Se ele estiver desmaiado, por exemplo, não conseguiria pedir ajuda”, justifica Novaes.

N

Londrina se afirma como polo tecnológicoCom financiamento público e união, empresas desenvolvem soluções de ponta no Norte do Paraná

Segundo Tony, que é formado em Enge-nharia da Produção, Processamento de Dados e Educação Física, quem se interes-sar por esse controle diário, pode adquirir o aparelho ao custo de R$1.200, mais os serviços médicos do monitoramento. O dispositivo não tem prazo de validade, de acordo com engenheiro, e funciona como um celular, precisando apenas carregar a bateria. A GELT ainda não tem a previsão de faturamento com a venda do aparelho, mas de acordo com o sócio, a expectativa de lucros é grande.

Construção civilOutra novidade paranaense, que deve ser lançada no meio deste ano, é um labora-tório móvel, com jogos eletrônicos para treinar funcionários da construção civil. Segundo um dos sócios da empresa Flo-ckin e idealizador do projeto, Fernando Kakagawa, qualquer funcionário conse-guirá absorver o conhecimento, pois os jogos serão simples e não exigirão habili-dades específicas ou coordenação motora.

Mariane Maio - [email protected]

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“A ideia é cativar pela história, sonhos e imagem”, explica Nakagawa. Os jogos servirão como parte do treinamento de profissionais como pedreiros, serventes, azulegistas, para promover a capacitação de forma efetiva e mais divertida.

De acordo com o sócio, a meta da Flo-ckin é atingir 72 empresas e faturar mais de R$500 mil em três anos, somente com este projeto. O preço final do produto ain-da não está definido, mas poderá variar de R$1 mil a R$30 mil, podendo até ultra-passar esse valor, dependendo do porte da empresa e da quantidade de funcionários.

IncentivosPara concluir esses dois projetos, as duas empresas receberam recursos da Finan-ciadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério de Ciên-cia e Tecnologia. Segundo Tony Novaes, da GELT, essas subvenções foram funda-mentais para que o projeto pudesse en-fim virar uma ideia inovadora. A empre-sa recebeu em 2008, aproximadamente, R$2,3 milhões da Finep para desenvol-ver o produto e, em 2010, foi contempla-da com mais R$294 mil pelo Consórcio Pappe-Subvenção Paraná.

Este último, que tem como gestores o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Paraná (SE-BRAE / PR), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP / PR) e o Ins-tituto Brasileiro da Qualidade e Produ-tividade no Paraná (IBQP), serviu para melhorias no produto já desenvolvido,

ajudando-o a colocar no mercado. A em-presa Flockin também foi selecionada pelo Pappe, recebendo cerca de R$220 mil. Esses recursos são de natureza não--reembolsável, ou seja, as empresas não precisam devolver ao governo, mas têm a obrigação de gerenciá-lo e prestar con-tas de como foi gasto.

CidadeAnos depois de “perder” o título de Ca-pital do Café devido a uma grande geada em 1975, a cidade de Londrina está cada vez mais ganhando destaque na área tec-nológica. Com aproximadamente 500 em-presas de Tecnologia da Informação (TI), o município conta com uma estrutura para dar suporte à área e grandes perspectivas de crescimento. Além das universidades e instituições de ensino superior, Londrina tem associações, sindicatos, conselhos e outros órgãos que atuam no setor.

Um deles é o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação (APL de TI). Esse foi criado em 2006 por uma iniciati-va do Ipardes com apoio da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que iden-tificou um aglomerado de empresas do setor na região. Segundo o presidente do APL, Lúcio Kamiji, essa união de forças se traduz em um excelente ambiente para

o setor. “A TI como área transversal, que atende todas as demais áreas, tem se tor-nado cada vez mais estratégica para uma gestão eficiente e eficaz. Por termos todos esses fatores trabalhando em prol de um bem comum, acredito que estamos num dos momentos mais favoráveis para o nosso setor”.

Opinião também compartilhada pelo re-presentante da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) em Londrina, Jeison Are-nhart de Bastiani. Para ele, toda a região Norte do Paraná está se transformando em único polo tecnológico e Londrina é o centro. “A cidade conta com um dos melhores ambientes no Brasil, principal-mente, pela união das entidades, institui-ções de ensino, poder público e empresas que estão buscando criar um ambiente tecnológico propício a inovação, cresci-mento e desenvolvimento.”

Para Jandira Guenka, dona da empresa de Desenvolvimento de Softwares Guenka, ter um APL significa ter mais força para influenciar políticas que propiciem o de-senvolvimento do setor, conhecer o traba-lho do outro e traçar alianças estratégicas, apoio para capacitação em gestão e área técnica, além de vantagens financeiras. “Existem benefícios que só são possíveis quando as empresas estão associadas à APL, como financiamentos com juros reduzidos, que ajudam na expansão da empresa e subsídios para a contratação de consultorias em grupo de empresas que buscam certificação de qualidade”, con-clui a empresária.

Londrina desponta como polo tecnológico e se une em APL para fortalecer

Parece apenas blusas, mas na verdade são aparelhos de diagnósticos cardiológicos em tempo real

As informações do paciente são captadas e enviadas para

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Pelas correntezas do rio Ribeira

turismo / esporte

A menos de 100 quilômetros de Curitiba, paranaenses podem praticar Rafting e conhecer um pedacinho do Paraná, pouco explorado

Mariane Maio - [email protected]

s Cataratas do Iguaçu, o Par-que de Vila Velha, o Canyon do Guartelá e a Ilha do Mel são cartões de visita do Para-

ná e conhecidos nacionalmente. Isso todo mundo já sabe. Mas o Paraná reserva ou-

ADICAS Os Raftings devem ser agendados antecipadamente. Os horários de saída são às 8h30, 13h30, 16h30 e 20h.

Opções- Iniciante, leva 2h e custa R$62- Trecho Expedição, leva 5h e custa a partir de R$119 (recomendado para quem

já praticou)- Noturno, leva 2h e custa R$84 com café regional incluído

Contatos Praia Secreta(41) 3256-3333(41) 8402-5918 - plantão finais de [email protected] www.praiasecreta.com.br

O que levar- Roupa para molhar (bermuda, camiseta),

podendo ser lycra ou neoprene (curto);

trajeto demorado. Por isso, recomenda-se sair com cerca de 2h30 de antecedência de Curitiba para garantir à chegada no ho-rário combinado. Aviso: pessoas que tem problemas em viagens de carro devem es-tar preparadas, pois as curvas demoram a acabar e podem causar certo desconforto. Mas o caminho também vai desvendando paisagens ímpares.

Passados esses “desafios”, é chegada a hora de encontrar a base da empresa Praia Secreta, responsável pela realização do passeio, que fica um pouco à frente da ci-dade de Cerro Azul. O caminho é simples e seguimos um mapa.

tros recantos e oportunidades de aventura. E para mostrar a você uma bela alternati-va paranaense, a equipe da Revista MÊS embarcou em sua primeira aventura e vai te levar nessa também. Destino escolhi-do: o município de Cerro Azul, a pouco menos de 100 km de Curitiba. Com quase 17 mil habitantes, a cidade é cercada por montanhas e permeada pelo Rio Ribeira. Nosso objetivo: praticar Rafting, um co-nhecido esporte de aventura.

Viagem marcada, a emoção já começa no percurso. Apesar de o trecho percorrido ser curto para quem parte da Capital, o caminho nos reserva muitas curvas e um

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RaftingPara a realização do Rafting é necessário um grupo mínimo de 12 pessoas. Para isso você pode juntar um grupo de amigos ou até mesmo entrar nessa, com outros aven-tureiros. Foi o caso da jornalista Juliana Hasse que participou do passeio com mais cinco amigos. “Nunca me imaginei fazen-do esse tipo de esporte. A coisa mais radi-cal que tinha feito até então foram aulas de circo, e lá tinha colchão embaixo e bastan-te proteção. Algumas amigas minhas mais ousadas comentaram durante um encontro que iam praticar Rafting e eu pensei que poderia ser uma oportunidade”.

Apesar de não se considerar uma pessoa radical e das apreensões iniciais, Juliana achou o resultado da “brincadeira” inte-ressante e simples. “Quando comecei a ler as recomendações da organização, quase desisti. A parte de instrução do responsá-vel também me deixou um pouco assus-tada. Mas depois que começou, pude per-ceber que, na verdade, é bem tranquilo.”

Isso por que o nível do Rafting escolhido foi o II ao II+, que corresponde a uma ca-tegoria indicada a iniciantes. Segundo o sócio da Praia Secreta e instrutor de Raf-ting, Paulo Blun Spinelli, as corredeiras podem ser classificadas de I a VI. O risco e a dificuldade de cada uma é o que deter-mina essa numeração, que quanto maior, mais radical fica o passeio.

Para a amiga de Juliana, a jornalista An-drea Cortes, o mais interessante foi estar em um grupo de amigos. Andrea, que atualmente mora em Cuiabá (MT), apro-veitou a viagem à Curitiba para se reunir com os amigos nessa aventura. “Eu já ti-nha feito Rafting em Jaciara (MT). Quan-do você está em grupo, se torna mais di-vertido”, afirma Andrea.

As expectativas são muitas. “Muita gente vem em busca de emoção e uma grande parte chega apreensiva. A maioria sai tran-quila e satisfeita com vontade de voltar”,

observa Paulo Blun Spinelli. Ele também explica que o esporte de aventura é dife-rente de ser radical, onde há riscos maio-res. Além disso, os guias têm preparo para levar o grupo e também para avaliar pesso-as com muito medo, tendo a opção de fazer um percurso que passe por menos quedas. “Cada grupo é único”, garante Spinelli.

TrajetoDurante as duas horas de Rafting, algu-mas regras são combinadas entre os in-tegrantes de cada bote. A primeira delas é que os participantes precisam remar na mesma direção, comando dado pelo ins-trutor à bordo, e de forma coordenada e com a mesma intensidade.

A aventura é complementada com um grito de guerra, definido logo na saída. Outra prá-tica comum é a competição entre os botes que estão participando do mesmo trajeto. Assim, jogar água uns nos outros também faz parte da brincadeira e da competição. Por falar em água, além de se molhar du-rante todo o trajeto, no meio do caminho os botes param, para que as pessoas possam mergulhar no rio e curtir a natureza.

Por isso, cada integrante deve ir com tra-jes apropriados para a descida pelo Rio

Ribeira e que possam molhar e sujar. Usar tênis também é obrigatório. Além disso, recomenda-se passar protetor solar e re-pelente contra insetos. Os outros mate-riais indispensáveis, como o colete salva--vidas, capacete e remos, são cedidos pela empresa. Para garantir a segurança, cada bote tem um instrutor, além de mais um ou dois que vão de caiaque acompanhan-do o trajeto e registrando esse momento, tirando fotos.

Boa opçãoO Rafting no Rio Ribeira para iniciantes é uma boa opção para quem quer come-çar em esportes de aventura e até mesmo conhecer mais uma opção de turismo que o Paraná oferece. O rio está encravado na Serra Geral, numa região chamada de “re-gião serrana de Açungui” em uma altitude de cerca de mil metros acima do nível do mar. A prática do rafting é possível pela característica acidentada do rio e seus afluentes. Durante a descida pelas corre-deiras, curte-se a paisagem com uma na-tureza intocada de animais e flora nativos.

Em apenas um dia e pouco investimento (ver box), é possível ter uma opção dife-rente para o final de semana, e de quebra, ainda pode reunir os amigos. “Já indiquei para várias pessoas, meu irmão vai fazer no início do ano”, conta Juliana.

Depois dessa primeira experiência, a jor-nalista diz que já pensa em procurar ou-tros esportes de aventura. “Acho que é o tipo de coisa que basta um estímulo para começarmos a nos interessar”. Andrea também já pensa nas próximas aventuras. “Quero fazer um Rafting com mais emo-ção e escalar”.

- Tênis para molhar (uso obrigatório);- Elástico para prender cabelos compridos.- Toalha de banho;- Repelente- Protetor solar;- Máquina fotográfica;- Roupas e tênis secos para a volta;- Sacos plásticos para roupas molhadas;

- Sugerimos já ir pronto com a roupa que usará para fazer o rafting. O que não levar

- Anéis, pulseiras, correntes (não são recomendados);

- Óculos (somente em caso de extrema necessidade. Deve estar amarrado ao corpo).

Antes de começar, o instrutor passa as regras a seguir durante o trajeto para mais diversão e segurança

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culinária&gastronomia

curitibana e estudante de Biotecnologia, Noéle Bet-tez Pereira, 18 anos, assim como qualquer jovem, adora

sair para a balada, divertir-se com os ami-gos e o namorado. E depois da diversão comumente bate aquela fome. Por isso, é depois da balada que Noéle costuma pas-sar em outro lugar para comer um lanche, antes de pegar o caminho de volta para casa. Assim como Noéle, muitos jovens repetem esse itinerário, uma tendência de consumo que tem se consolidado entre os jovens. São inúmeras as opções na ma-drugada curitibana.

É geralmente na sexta-feira e no sábado que os amantes da vida noturna aprovei-tam para aliar a diversão e a alimentação. A Revista MÊS fez um levantamento pe-las redes sociais na internet e verificou que muita gente se encaixa nesse perfil. É o caso de Renata Toledo, 29 anos, pu-blicitária e curitibana que gosta de comer temaki depois da balada. Esse tipo de op-ção tem como predomínio o público fe-minino. “Cerca de 70% é público femini-no”, garante o gerente da temakeria King Temaki, Diego Rafael Cardoso. Ele conta que o movimento nos finais de semana é entre 300 e 400 pessoas. “O giro da casa é bastante grande. As pessoas saem da ba-lada e vem aqui fazer um lanche rápido”, analisa Cardoso. Os picos de atendimen-to são até às 2h e depois volta a se intensi-ficar a partir das 4h30 da manhã.

24 Horas“Em Curitiba tem tudo que eu procuro para comer depois [da balada]”, conclui o advogado Rafael Augusto Pagani, 27 anos, que com certa frequência visita a Capital. Já a advogada curitibana, Fabyel-le Nascimento, 26 anos, comenta sobre a

Depois da balada, bate aquela fome. O que fazer? Ir à caça do roteiro gastronômico pode ser divertido e saboroso na madrugada de Curitiba

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Na caladada noite

Arieta Arruda - [email protected]

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essa opção em lanches vegetarianos, presentes em barraquinhas em alguns pontos de Curitiba. “Mas acho que fal-tam opções diferentes. Prefiro algo mais leve que um sanduíche enorme e gordu-rento, afinal, sempre vou nesses lugares quando estou indo para casa dormir”, conclui Andressa.

Agora que você já pode apreciar algumas das opções da gastronomia na calada da noite em Curitiba, sirva-se à vontade do cardápio e escolha seu lugar preferido ou crie o seu jeito de matar a fome depois de sair à noite. Comer na madrugada pode ser muito divertido e saboroso.

CARDÁPIo

sente falta de degustar um saboroso ca-chorro-quente na cidade onde vive. Cris-tina mora na Áustria, na cidade de Wörgl. “Aqui é muito raro achar um lugar para comer [na madrugada]”.

A secretária Sayonara Tavares , 21 anos, gosta de baladas de rock e também não dispensa o bom e velho cachorro-quen-te. A facilidade e a conveniência da lo-calização são diferenciais. “Sempre tem uma próxima a balada”. Mas, ela abre o jogo: “gostaria de comer algo mais leve, uma salada de frutas ou sanduíche na-tural”. A curitibana e designer, Andres-sa Cordoni Savi, 24 anos, já encontrou

O japonês temaki tornou-se prato requisitado na noite e madrugada curitbana

Saiba aqui algumas opções para comer na madrugada em Curitiba

cachorro-queNte Barraquinhas espalhadas pela cidade.

AU AU • Al Dr Carlos Carvalho, 990 - CentroCarrinhos (todos os dias) de domingo à quarta (das 11h às 2h30); quinta (das 11h às 5h); sexta, sábado e véspera de feriado (das 11h às 6h)Fone: 41.3092-0800Valor inicial: R$ 4,60.

BARRACA DO CLAUDIO• Avenida República Argentina, 2560 – Portão. 18h / 2h30 (sexta e sábado até 6h). Fone: 41.3329-9900

• Rua Victor Ferreira do Amaral, 352Bairro: Tarumã. 11h / 2h (qua. e qui. até 3h; sex. e sáb. até 6h; dom. 18h / 1h)Fone: 3262-0777Valor inicial: R$ 4,50

café da maNhã BABILônIA GAStROnOMIA Al Dom Pedro II, 541 - Batel - Horário: 24 horas - Fone: 41.3566-6464Valor inicial: R$ 16,90 na sexta, sábado e domingo.

LaNches BURGER KInG Rua Bispo Dom José, 2340 - Batel - Fone: 41.3079-5526 Valor inicial: R$ 10,00 o lanche, com batata frita e refrigerante pequeno.

temaki KInG tEMAKIRua Gutemberg, 17 - BatelSexta e sábado, das 19h às 6h - Fone: 41.3014.5533Valor inicial: R$ 7,90 (pequeno)

churrascariaCOStELÃO DO GAúChORua Júlio César Ribeiro de Sousa, 627 - Vila Hauer De segunda a segunda - 24 horas - Fone: 41.3377-2704Valor inicial: R$ 16 (inclui rodízio de costela, com acompanhamentos, salada, arroz, maionese e frango e lingüiça. Fora bebidas) e dia de semana é R$ 15,00.

falta de opções na cidade que comercia-lizam doces. “Faltam opções para comer depois da balada, especialmente, doces”, conclui Fabyelle. Ela por vezes come de-pois da balada em rodízios de costela, lin-guiça, leitão, que ainda tem como acom-panhamentos, arroz, salada e maionese.

Geralmente, abertos 24 horas, esses lu-gares que oferecem rodízio de carnes são um chamariz para quem está com uma fome “avassaladora” já altas horas da madrugada. A proprietária, Mariza Corso Griz, conta que resolveu abrir na madru-gada seu estabelecimento (na década de 1980), por pedidos dos clientes, e des-de então atende jovens e trabalhadores. “Vem aqui jovens, depois da balada, mas também trabalhadores que tem horários não convencionais e querem comer.” Nos finais de semana, Mariza chega a receber cerca de 100 clientes na madrugada.

SimplicidadePorém, quase unanimidade entre os entre-vistados foi a escolha do simples cachor-ro-quente. Sucesso total entre os jovens, as barraquinhas de cachorro-quente estão espalhadas por Curitiba. É o que procu-rava a patobranquense Cristina Maria Boldrini, 25 anos, fisioterapeuta, quan-do vinha a Capital. Atualmente, Cristina

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ão é de hoje que a ginástica vem se destacando no Brasil e revelando grandes atletas. Fei-tos inéditos nos últimos Jogos

Olímpicos na China (2008), somados aos resultados dos últimos anos, são capazes de provar a força que o esporte tem no País. Fo-ram medalhas em etapas de Copa do Mun-do, em Sul-Americano, Pan-Americano e o Mundial, sendo que esses dois últimos ren-deram ao Brasil a classificação para Jogos Pan-Americanos, de Guadalajara, e para o Pré-Olímpico, eventos que serão realizados este ano. E esse quadro só tende a melhorar com a descoberta de novos talentos e o in-centivo ao esporte de base.

Desde 2008, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), com patrocínio da Caixa Econômica Federal, mantém 23 Centros de Excelência Caixa-Jovem Promessa de Ginás-

esporte

um salto para a democratização Projeto dissemina a ginástica pelo País de olho em novos talentos e futuros campeões olímpicos

NMariane Maio - [email protected]

tica, que atendem gratuitamente cerca de três mil crianças em 14 estados brasileiros nas modalidades de ginástica artística e rítmica.

Segundo a vice-presidente da CBG e coor-denadora nacional do projeto, Eliana Cecília dos Santos, é a primeira vez que um projeto de iniciação de ginástica atinge tantos estados brasileiros. “Queremos que em todos esses lugares tenham crianças praticando ginástica de qualidade”, afirma. Além da massificação e popularização do esporte, os Centros têm o objetivo de inclusão social e de detectar novos talentos, explica Eliana. Esse último aspecto poderá ser sentido na prática certa-mente daqui dois anos. Para Eliana, é preciso no mínimo cinco anos para revelar um forte candidato a campeão olímpico.

IncentivoMas, para que isso seja possível, os talentos já estão sendo detectados e incentivados. No final do ano passado, junto com o tradicio-nal Circuito Caixa dos atletas profissionais, foi realizado o 1º Circuitinho, com os atletas selecionados em todos os Centros de Exce-lência Caixa-Jovem Promessa de Ginástica. A estudante da 5ª série, Fernanda da Cunha Albini, foi uma das representantes do Para-

ná que participou do evento. A atleta, que começou a praticar ginástica artística há três anos, mudou para a categoria rítmica há um ano e já foi selecionada para representar o seu Centro. Para o pai da atleta, Gilberto Albini, a seleção de sua filha para a compe-tição foi uma grande surpresa.

A história de Fernanda com a ginástica co-meçou quando ela viu atletas na televisão e disse para a mãe, Lilian da Cunha Albini, que gostaria de praticar o esporte. A família começou então a buscar locais que ofere-ciam o treinamento. Foi aí que o Centro de Excelência de Ginástica Artística de Curiti-ba foi encontrado como uma boa opção. A mudança de categoria, segundo Gilberto, aconteceu por uma questão de perfil. “Para praticar ginástica artística ela já estava velha e alta”, diz. Para o pai, o Centro é uma refe-rência em qualidade e treinamento. “Minha visão é de que o centro da Caixa é um dos melhores”, afirma.

O sonho de Fernanda é continuar treinando, ser famosa e competir pela seleção. Para o futuro mais distante, já que a vida como gi-nasta é curta, ela pensa em fazer Educação Física e dar aulas. Os pais, que sempre in-centivaram a prática de esporte das filhas, dizem acreditar que tudo começa como la-zer, mas garantem que se evoluir para algo profissional, continuarão apoiando. “Se vi-rar carreira, deixa que vire”, brinca Gilberto.

De acordo com Vicélia Florenzano, presidente da Federação Paranaense de Ginástica (FPG), ex-presidente da CBG e idealizadora do pro-jeto, nos Centros existem crianças que podem ser atletas das Olimpíadas de 2020. “Por isso

Ricardo Bufolin

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tem de começar cedo. Não existe improviso na formação de um atleta”, garante.

TalentoAtualmente rodando o mundo como artista do conhecido Cirque du Soleil, a ex-ginasta Camila Comin, foi uma das grandes revela-ções do Centro. A garota, que nasceu em São Paulo, mas mudou-se à capital paranaense com cinco anos de idade, começou a prati-car ginástica na Praça Oswaldo Cruz. Logo depois foi selecionada e encaminhada ao Colégio Paranaense e pouco tempo depois já estava treinando no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná (Cegin), o primeiro Centro, localizado em Curitiba (ver Box).

Segundo ela, essa mudança foi essencial para se tornar uma atleta de sucesso. “Foi a combinação do talento, equipamentos próprios e técnico que deram suporte ao seu crescimento”, afirma. Com 13 anos, Camila fazia parte da seleção brasileira de ginástica, com a qual participou de oito mundiais, sendo três deles classificatórios para as Olimpíadas de Sidney, Atenas e China.Essa ultima Olimpíada apesar de ter ajudado a classificar, Camila não participou. “O atleta sabe a hora de parar, tem de parar no auge, achei q era a hora certa”.

Após sua “aposentadoria” como ginasta, em 2007, Camila foi convidada para fazer um teste para o Cirque du Soleil. “Fui pra São Paulo fazer teste e em 2008 recebi o contra-to”, conta Camila, explicando que ele é váli-do até 2012. Apesar dessa data, ela não pensa em parar. “Estou super bem, é uma continu-ação da minha carreira. É isto que eu quero: não parar de ensinar ou de aprender”, diz.

No futuro, Camila quer “investir em crian-ças”. Para ela, a educação e o esporte são duas bases muito importantes na infância. “Se tivesse uma filha eu colocaria para fazer

ginástica. É um esporte básico que desenvol-ve todas as habilidades da criança”, garante. Já pensando nisso, no final de 2010, Camila inaugurou em Curitiba, no bairro Cajuru, um espaço para a prática da modalidade.

A ideia surgiu quando ela foi convidada por uma equipe de TV para conhecer uma escoli-nha de ginástica que funcionava na sede da As-sociação de Moradores deste bairro. “Quando eu vi a situação das crianças, que elas dividiam um local que era da comunidade, usado para fazer velório, atividades para idosos, pensei ‘vou tentar ajudar pra fazer um espaço pras crianças e outro pra comunidade’”, conta.

Democratização“O esporte é um dos instrumentos poderosos na vida e na formação da cidadania”, afirma Vicélia Florenzano. Para ela, a vantagem da ginástica é que ela exige muita atenção e dis-ciplina, portanto ajuda as crianças em diversas áreas na vida. Adriana Maria Wan Stadnik, vice-presidente da Federação Paranaense, acredita que mais importante do que descobrir um talento, os Centros são ricos culturalmen-te e possibilitam a prática do esporte. “Aqui é um espaço de socialização. É um processo de democratização do esporte”, garante.

Uma das professoras do projeto, Deise Mer-cer, foi ginasta por 10 anos e dá aulas do esporte desde 1987. A ginástica mudou sua vida e a carreira de forma positiva. Deise, que costuma receber alunas com histórico familiar conturbado, diz acreditar que par-ticipar do projeto é uma forma de evitar que elas tomem caminhos equivocados. “Aqui elas têm a oportunidade de ver o outro lado, [ver] coisas boas”. A ex-ginasta da seleção brasileira e hoje treinadora, Caroline Moli-nari, acredita na disseminação do esporte. “O legal do projeto é que ele está espalhan-do a ginástica para o Brasil inteiro e propi-ciando que mais pessoas o conheçam”.

oNDE TuDo CoMEÇouTransformar a ginástica, que por muito tempo foi um esporte elitizado, em es-porte para a massa era o objetivo da ex--presidente da Confederação Brasileira de Ginástica por 18 anos e atual presi-dente da Federação Paranaense, Vicélia Florenzano. Foi com essa premissa que ela inaugurou um Centro de Treinamen-to em Curitiba há mais de 20 anos, que depois veio a ser o precursor dos outros 22 Centros, espalhados por todo o Brasil.

“Eu tinha certeza que nós tínhamos de ter projeto com característica de massa, pois na massa você encontra os talentos e [para isso] precisa ter lugares especiais, como um Centro de Treinamento”. Vicélia conta que sempre fez dezenas de projetos, mas que a maior dificuldade era a viabilida-de financeira. “Minha convicção era tão forte que eu perseguia as pessoas com os projetos debaixo do braço”, lembra.

Hoje ela garante estar muito emocionada por ter realizado esse antigo sonho e por saber que outras pessoas deram conti-nuidade. “Vejo que outras pessoas estão sonhando o quanto eu sonhei. Quanto mais pessoas, a realidade é mais fácil de estabelecer”, conclui.

A família Albini está orgulhosa com a rápida

evolução de Fernanda na ginástica rítmica

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ortões fechados. O aterro sani-tário da Caximba, que foi alvo de tantas polêmicas nos últimos anos, parou de receber lixo de

Curitiba e boa parte da Região Metropolita-na (RMC). No dia 1º de novembro de 2010, passou a operar em regime de urgência, em outros dois locais para atender a demanda que deixou de cair em solo curitibano.

Uma garrafa pet – material reciclável – foi o primeiro objeto depositado no aterro da Estre Ambiental, localizado em Fa-zenda Rio Grande. A empresa passou a atender a Prefeitura de Curitiba e mais 18 Prefeituras da Região Metropolitana, que fazem parte do Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urba-nos. Recebem cerca de 2,3 mil toneladas de lixo doméstico por dia, em 200 cami-nhões. E a Essencis Soluções Ambientais, empresa situada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), é responsável por rece-ber somente material de varrição e poda, aproximadamente, 100 toneladas / dia.

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meio ambiente

lixo: um problema de todosO aterro da Caximba, que atendia Curitiba e mais 18 municípios da Região, foi fechado. Porém, a questão do lixo está longe de ter um destino adequado

Arieta Arruda - [email protected] Apesar de Curitiba ser considerada a mais verde da América Latina, segundo a pu-blicação The Economist, a cidade não consegue resolver um dos mais graves problemas ambientais da vida urbana: o lixo. Assim, apesar de deslocado o lixo para outros locais com maior vida útil; os problemas continuam.

Desde a conscientização ambiental da popu-lação até os problemas judiciais e políticos fazem paralisar qualquer solução que seja eficiente para o lixo doméstico da Capital paranaense e Região. “Acabamos de autori-zar a construção de dois novos aterros. Ou seja, uma nova bola de neve paga pela popu-lação por essa mesma modalidade”, afirma o procurador de Justiça do Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato dos Santos.

AterrosAs duas empresas foram acionadas por problemas na licitação do projeto do Con-sórcio Intermunicipal na implantação do Sipar (Sistema Integrado de Processamen-to e Aproveitamento de Curitiba), que seria

instalado na região de Mandirituba. “Uma tecnologia ainda inexistente na América do Sul. Mas na licitação houve diversos pro-ponentes que estão aguardando na Justi-ça”, explica o secretário do Meio Ambien-te de Curitiba, José Antonio Andreguetto.

Com muitos interesses políticos e econô-micos envolvidos, a questão do lixo do-méstico é alvo de muitas críticas e poucas soluções. “Estamos à beira do caos. O mu-nicípio foi incompetente para cuidar dis-so”, acusa o vereador Pedro Paulo (PT), in-tegrante da Comissão Especial do Lixo da Câmara de Vereadores de Curitiba. Tudo porque “a indústria do lixo é muito lucrati-va. O lixo dá dinheiro”, observa o vereador ao comentar que encontrou diversas irre-gularidades nos contratos com as empresas que trabalham com o lixo da RMC.

SoluçãoEm solução apontada pelo procurador de Justiça, Saint-Clair Honorato, cada muni-cípio deveria cuidar do seu lixo. Enquan-to isso não acontece, as prefeituras vão

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depositando os resíduos em aterros par-ticulares e com pouco reaproveitamento.

Em uma visita aos aterros é possível veri-ficar objetos sendo jogados sem o devido reaproveitamento. Dinheiro que poderia ser gerado está indo para o lixo. Essa é também uma constatação da própria Estre Ambiental, que pretende implantar usi-na de reciclagem, instituto de educação ambiental e um corredor ecológico como área de preservação ambiental. “Reciclar, o mais rápido possível para agregar valor ao lixo”, afirma Antonio Carlos, gerente operacional da Estre Ambiental.

Porém, ao que tudo indica deixar como está é mais rentável para alguns. É o caso da prestadora de serviços da Prefeitura de Curitiba, a Cavo Gestão Ambiental, do grupo Camargo Corrêa, que não atendeu ao pedido de entrevista à reportagem da Revista MÊS.

Outra saída seria inovar em tecnologia, mas isso requer esforços e investimen-tos iniciais altos. O projeto do Sipar, por exemplo, que foi apontado por es-pecialistas como importante avanço. “O Consórcio elaborou o projeto do Sipar, conseguimos prever um valor de R$ 51 por tonelada, onde se aproveita 85% do lixo coletado em algum reciclado. Mas o processo está parado na Justiça”, disse o secretário de Meio Ambiente.

CaximbaNem cá, nem lá. Ainda não existe a au-torização para construção da Sipar e nem o desfecho correto para a Caximba. Se-gundo o secretário Andreguetto, o moni-toramento da Caximba está sendo feito. “Tudo já está em andamento. Estamos a todo vapor”. De acordo com ele, já foi fei-to um plano de encerramento e de moni-toramento. “Já estamos com obras de im-plantação. Teve um aumento dos drenos, da destinação do chorume”.

No entanto, de acordo com Jadir Souza, presidente da ONG Aliança para o De-senvolvimento Comunitário da Caximba, a área está abandonada e sem obras para o encerramento adequado da área. Houve um vazamento de chorume preocupante, alvo de denúncia encaminhada ao Minis-tério Público. “Já consideramos abando-no”, analisa Jadir Souza.

Agora, a população local reivindica uma audiência pública para cobrar a contra-

partida para a região. “Queremos a re-cuperação ambiental. O poder público tem obrigação de recuperar a área que durante 20 anos ajudou a receber o lixo de quase 20 municípios”. Consequências não faltam.

De acordo com o presidente da ONG, um dos problemas mais graves já verificados foi na saúde das gestantes da região. “Te-mos graves consequências, como o abor-to. Fizemos uma pesquisa de 47 casas aqui, 24 casos de aborto e quatro anencé-falos, sendo três da mesma mãe.”

Outro problema é a questão dos resíduos ainda presentes na região. É um material que precisará ser administrado por mais 500 anos, segundo o procurador de Jus-tiça. “Então, são mais 500 anos em que a população pagará”.

AlternativasElas existem, como observa a professo-ra do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Flávia Locateli Godoi. Alternativas, como usina para transformar o metano – gás gerado pela decomposição do lixo – em energia elétrica. “O aterro dos Ban-deirantes (SP) consegue alimentar uma população de 400 mil pessoas por um pe-ríodo de 10 anos. O investimento inicial é alto, por isso, os investidores, geralmente, são estrangeiros. Os brasileiros ainda não atentaram para isso”.

Outras alternativas são unidades de cole-ta de lixos perigosos, co-processamento, logística reversa e incinerarão. Em Bar-celona, por exemplo, como conta a pro-fessora, tem a coleta subterrânea que não

utiliza o transporte do lixo por caminhões e diminui o consumo de sacos plásticos.

DesperdícioUma das características do lixo da Capital é o alto teor de material reciclável, con-forme resultado de trabalho dos estudio-sos Lucas Araújo de MeloI; Klaus Dieter SautterII e Paulo Roberto JanissekII. No estudo, verificou-se que são produzidos 40,5% de material que poderia ser reci-clado e 47,9% de matéria orgânica.

A conclusão do estudo é de que três fren-tes melhorariam o gerenciamento dos resíduos da Capital: 1) sensibilização da população priorizando-se a não geração e minimização; 2) abrangência do setor comercial e industrial nos programas de coleta seletiva; 3) maiores investimentos em sistemas de reciclagem.

Para que essa questão ambiental tenha, re-almente, um destino adequado é preciso a participação consciente da população. “A questão do lixo, é um problema de todos. Não se pode ficar esperando. Precisa par-tir de nós mesmos”, acrescenta a profes-sora da UFPR.

Investir em programas de informação, de conscientização ambiental é essencial, conforme aponta o especialista José Cor-tes, químico ambiental. Ele, que trabalha para reduzir a geração de resíduos de em-presas, é taxativo: “precisa haver educação ambiental de forma efetiva e constante. O fato é que a sociedade cada vez mais consu-mista precisa articular uma solução em que haja a participação de todos”. “Temos um papel extremamente relevante na diminui-ção do lixo”, conclui Ana Flávia Godoi.

Curitibano produz, em media, 800 gramas diariamente de

resíduos domésticos. Na década de 50, eram

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cultura&lazer

Há 29 anos, Curitiba torna-se neste mês um grande palco musical, com shows, apresentação de orquestras, cursos de música e outras atividades para profissionais e população em geral

Janeiro musical em Curitiba

o primeiro mês do ano, Curi-tiba faz jus, mais do que nunca, à música que leva seu nome “Curityba, Curityba,

Curityba”, do compositor Paulo Hilário. Com versos simples e apaixonados escri-tos na década de 90, Hilário já mostrava a grande relação que a capital paranaense tem com a música. “Vem cá, vem dançar, que eu vou te contar, esta cidade, linda, linda, mil versos vão dar, é Curitiba, é mi-nha vida, meu mundo enfim, na rua das

da Oficina, desde os anos 60, Curitiba tem tradição com festivais de música. Para ela, a Oficina “tem uma grande importância na memória e na agenda do músico brasileiro”.

gente de foraMuito disso deve-se ao intercâmbio feito entre participantes. Na edição deste ano professores de mais de 15 países e cinco estados brasileiros irão trocar conhecimen-to com os alunos que, muitas vezes, tam-bém vem de longe. Este é o caso do mú-sico Luis Fernando Figueiredo, que mora

NMariane Maio - [email protected] flores, no largo da ordem, ou em qualquer

outro lugar, vamos passear, bem juntos cantar [...]”, descreve a canção.

Há 29 anos, sempre em janeiro, a cidade é palco de um grande encontro de músi-cos renomados e aprendizes muito inte-ressados. A Oficina de Música de Curiti-ba, realizada pela Fundação Cultural, traz à cidade 1.500 alunos, que participam de 115 cursos dos mais variados instrumentos e estilos, além de atividades como shows e orquestras para a população em geral. Segundo Janete Andrade, diretora geral

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Troca de ideiasO também trompetista e veterano no quesito “Oficina de Música de Curitiba”, Eduardo Alexandre, percebe no evento a rica oportunidade da troca de ideias. “Dá um ânimo maior para continuar aprenden-do e praticando música da melhor forma possível”. Graduado em música pela Es-cola Belas Artes, Eduardo é professor da Fanfarra do Centro Integrado de Educa-ção Toute de Andrade, em Curitiba, e par-ticipa da Orquestra Filarmônica de Metais e Percussão. De acordo com ele, Curitiba é reconhecida nacionalmente no cenário da música. “Até brincamos que quando algo começa aqui se espalha com facili-dade”, lembra o professor.

Além de um grande celeiro musical, a Oficina também oferece atividades para a população que gosta de apreciar um bom som, ou até mesmo ver filmes sobre o tema. Quem tiver interesse em presti-giar o evento, fique atento à programação abaixo ou entre no site www.oficinade-musica.org.br.

fabricar violinos, apesar de não ter convi-vido com ele. O músico, que resolveu se profissionalizar na música, estuda de três a quatro horas e meia por dia e diz acredi-tar que além do conhecimento, a Oficina é importante pela possibilidade de fazer con-tatos com profissionais da área e a perspec-tiva de oferecer novas oportunidades.

Foi assim com o estudante do ensino mé-dio, Samuel Salowyj, de Curitiba. Samuel, de 17 anos, toca trompete desde os nove anos de idade. Em 2010, participava pelo terceiro ano consecutivo da Oficina de Música quando recebeu um convite de seu professor para ir à França participar de um curso. Além de uma excelente oportuni-dade, Samuel ganhou também da organi-zação do evento o alojamento e a alimen-tação, tendo apenas de custear o valor da passagem. O jovem pretende fazer facul-dade na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e seguir carreira na área.

em Maceió (AL). Há 13 anos o maestro da orquestra da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) faz questão de vir ao Paraná participar da Oficina, que ocorre de 9 a 29 de janeiro. “Curitiba é um berço da música no Brasil e está desempe-nhando um papel fundamental para todos os músicos”, explica Figueiredo que ainda completa: “a Oficina tem uma parcela mui-to grande no meu aprendizado”.

O estreante no evento, Sandro Blonski, também concorda com Luis Fernando. Para ele, Curitiba é a segunda cidade do Brasil com mais importância no cenário musical, perdendo apenas para São Paulo. Integrante da banda CWBSax e estudan-te do Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba, Sandro parece ter a música no sangue. Desde pequeno sonha-va em fazer parte da fanfarra do colégio, aprendeu sozinho diversos instrumentos e para completar “puxou” do avô o dom de

Sandro Blonski, estreante no evento, acredita que a Oficina traz aprendizado e oportunidades

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Saiba o que está em alta e as tendências do verão, a estação mais quente e ousada do ano. Aproveite para encaixar as opções ao seu estilo pessoal

moda&beleza

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Entre babados, cores e floresmoda consegue traduzir em tecidos, cores e cortes, alguns comportamen-tos sociais. Os estilistas são os escri-tores, responsáveis por levar do cam-

po das ideias às roupas, o estilo e as necessidades atuais. A cada duas estações, inúmeras novidades. Nesta coleção Primavera / Verão 2010 / 2011, as novas tendências já estão nas vitrines, nas ruas e vestindo as mulheres em cada esquina. E para você se conectar nas tendências, a Revista Mês

Arieta Arruda - [email protected] te ajuda com algumas dicas do que está em alta nesta estação mais quente e ousada do ano.

“Antes de tudo é preciso dizer que a moda é demo-crática. Você pode dar uma pincelada em todos os estilos. Hoje, as pessoas têm mais consciência, são menos escravas da moda”, observa Andrea Neiva, personal stylist. Essa dica valiosa também é con-firmada pela consultora de imagem Adriana Izumi. “Nem tudo que está na moda pode valorizar todo tipo de pessoa. Antes de mais nada, você precisa se conhecer para tirar o melhor de cada estação”. É o que também acredita Cintia Castaldi, consul-

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tora de imagem. A democracia da moda está no seu poder de escolha. “As coleções permitem que todos se vistam bem e que o verão seja uma estação tão elegante quanto o inverno. É só ter paciência em escolher a peça certa para você”, conclui Cintia.

TendênciasDito isso, vamos às opções. O que está em alta na moda do Verão? Conforme infor-mam as consultoras de imagem, a tendência é uma releitura das décadas de 50 e 70. Dos anos de 1950, com um ar retro, as roupas ganham babados, pregas, lingeries à mos-

tra – no estilo boudoir – e os tons nude e pastéis, continuam em alta. Encontram-se nas vitrines muitas peças de tecidos flui-dos, como é o caso das variações da seda e o linho. É a feminilidade, com um tom sensual – mas não vulgar – que vai tomar conta dos look’s a partir dessas referências.

“Pra não dizer que não falei das flores”, parafraseando a famosa música de Geral-do Vandré, elas estarão também muito em alta neste verão. Estampas florais grandes ou pequenas – não importa – o fato é que o “jardim” será diversificado. Variado tam-bém estarão os comprimentos. Segundo Adriana, os vestidos devem ser mínis ou muito longos. Shorts, seja de alfaiataria ou jeans (estilo boyfriend), mais longos ou mais curtos e saias godê, com tecidos coloridos e leves, serão importantes para seu guarda-roupa, conforme comenta a vendedora de uma loja na Capital, Elia-na Carmona, que ainda lembra: “os shorts vem para o dia e para a noite”.

Outra tendência é uma visita à década de 1970. Isso se mostra nas franjas e na utiliza-ção do couro. “O romantismo com muitos babados, florais, mix de couro e franjas”, analisa Adriana Izumi. Algumas peças co-ringa também podem ser os casaquetos e blazers para acompanhar a composição, conforme comenta a consultora Cintia.

Uma novidade também serão as tendên-cias étnicas e o macacão, peça que de

acordo com a vendedora Eliana, ainda não tiveram muitas vendas. “Macacão, pode ser uma aposta, mas ainda não pe-gou. Às vezes, têm coisas que demoram duas coleções para pegar.”

CoresO verão também permite cores muito vi-brantes, como o amarelo, laranja, pink, verde, assim como o coral e o turquesa, que estarão em evidência nesta coleção. Nos pés, a consultora Cintia orienta que “abotinados e meia pata continuam com tudo e em tudo. Eu, particularmente, amo porque são muito confortáveis e versáteis, uma vez que usamos o ano todo.

Não podemos deixar de falar dos acessó-rios. Marizete Lopes Ribeiro, empresária, destaca sua paixão pelos adereços. “Sou antenadíssima na moda e adoro acessó-rios. E qual a mulher que não gosta? Dá uma levantada no visual. Acho as flores bem interessantes em acessórios”, co-menta Marizete. Os laços também estarão muito presentes na composição do visual em tiaras, cintos e sapatos.

De acordo com Cintia Castaldi, as ten-dências lembram muito o glamour e o estilo da eterna diva Grace Kelly, íco-ne da moda. E assim, cada um com seu estilo, o importante é trazer à tona sua beleza na estação mais alegre do ano. Viva o verão.

Abotinados e calçados meia pata continuam com tudo no Verão

Cuidado! A moda deve se adequar ao estilo e características de cada um

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automóvel

irigir um veículo com câmbio tiptronic de seis marchas não é novidade para os carros fa-bricados pela alemã Volkswa-

gen. Os novos Golf e Bora utilizam desse sistema e quem é proprietário desses veí-culos sentem-se muito satisfeitos.

Com um escalonamento de marchas mais suave, a montadora alemã introduziu o sis-tema no New Beetle e o sucesso é igual-mente grande. Conforto, beleza e estilo chamam muito a atenção desse veículo que completa 11 anos de existência em 2011.

Na época em que foi lançado o automóvel apresentava um design bastante diferen-

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Novo FuscaVolkswagen anuncia que o automóvel entra no último ano de produção e ganhará versão especial

Wallace Nunes - [email protected], Sandro Alves

= New Beetle, mas bem reestilizado

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A Revista MÊS testou a versão 2010 deste modelo e pode-se afirmar que, numa avaliação geral ficou bastante sa-tisfeita. Como pontos positivos o veículo apresenta nível de equipamentos bons. Câmbio automático de seis marchas, aquecimento nos bancos dianteiros, roda especial, o que dá um ar de esportivida-de e teto solar elétrico. Seu motor é 2.0, adequado para o tamanho (peso) do au-tomóvel. Sua estabilidade é boa, mesmo com o automóvel com velocidade eleva-da. A posição para o motorista guiar o veiculo é muito atraente.

Pontos que chamam a atenção é o elevado consumo de combustível, tanto na estrada quanto no campo. Observamos que o lim-pador de para-brisa, lado direito, quando ligado termina em uma posição bem em frente da visão do motorista, atrapalhando bastante a visibilidade.

ciado e exclusivo e que chamava muito a atenção. Atualmente, o seu brilho já não é o mesmo.

Fabricado na unidade de produção da VW na cidade mexicana de Puebla, o New Beetle tem a mesma plataforma do novo Golf, do qual também herda o conjunto mecânico. Isso implica em uma distância entre eixos mais larga e uma versão es-portiva equipada com motor 2.0 turbo de 210 cavalos, com suspensão multilink no eixo traseiro para melhorar a estabilidade.

Internamente, o veículo é espaçoso, tem linhas angulosas, mas seu porta-malas, cuja capacidade é de apenas 180 litros, deixa a desejar. Agora a montadora ale-mã promete o New Beetle reestilizado com motorização elétrica e totalmente inofensiva ao meio ambiente. O teto virá pintado de preto e seu conjunto óptico

inclui faróis com leds, lanternas traseiras mantendo o mesmo formato, mas com um layout mais atraente e luzes diurnas na dianteira, uma aplicação bastante em moda nos recentes veículos lançados pe-las companhias.

Tipo do combustível: .. GasolinaTipo de corpo: ............ CoupéTração: ........................ Parte dianteiraModelo feito desde: .... 1999

Deslocamento: ............ 1984 cm³Cilindros: .................... 4Poder: ......................... 115 CV @ 5400 RPMTorque: ....................... 166 Nm @ 2600 RPMFuro: ........................... 82.50 mmCurso: ......................... 92.80 mm

Comprimento: ............. 4090 mmLargura: ...................... 1730 mmAltura: ........................ 1510 mmWheelbase: ................. 2510 mmCx: .............................. 0.38Peso: ........................... 1230 kgTanque de combustível: 55 l

Velocidade máxima: ... 186 km / hAceleração 0-100km / h: 11.80 sConsumo de combustível médio: ........................ 10.31 km / l (9.7l / 100km)

Fonte: Volkswagen

As lanternas do New Beetle apresentam ar futurista e

mais aerodinâmica

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Reedição do histórico Fusca, New Beetle é um carro cheio de histórias e estilo

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leitura e lazer: uma alquimia possívelO livro tem como tema principal o hábito da leitura e apresenta uma série de reflexões sobre o assunto. A obra apresenta o percurso da autora na realização de em um trabalho no parque Miami, em Santo André (SP), transformando o lugar onde antes a leitura era lazer periférico em um bairro-leitor. Maria Helena buscou fazer com que a literatura se tornasse além de uma obrigação curricular, um sinônimo de lazer para os moradores daquela região.

Editora: Paco EditorialAutor: Maria helena negreirosPáginas: 192Preço: R$36,90

Sabres e utopiasA obra reúne artigos, ensaios e docu-mentos do escritor peruano Mario Var-gas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura deste ano. Nesta seleção de textos, Llosa aborda diversos temas relacionados à América Latina, como política, direitos humanos, literatura, economia e história e mostra que, além do talento literário, é um grande crítico político.

Editora: ObjetivaAutor: Mario Vargas LlosaPáginas: 432Preço: R$49,9

FicçãoPerácio Relato PsicóticoO roteirista Bráulio Mantovani, consagrado pe-los sucessos nacionais Cidade de Deus e Tropa de Elite, estreia na literatura com uma perturba-dora história. O romance, que mistura ficção e realidade, se passa em torno de entrevistas com ex-agentes da ditadura, que perderam a sanidade entre uma ou outra tortura ou assassinato. Levantando mais dúvidas do que respostas, o livro promete prender o leitor do início ao fim.

Editora: LeyaAutor: Bráulio MantovaniPáginas: 224Preço: R$39,90

DunaA editora Aleph relança o livro considerado uma das maiores obras de ficção científica de todos os tempos. Duna foi publicada pela pri-meira vez em 1965 e já ganhou inclusive uma adaptação para o cinema. A história se passa em um futuro distante e explora as complexas interações entre política, religião, ecologia, tec-nologia e emoções humanas ao contar a vida de Paul Atreides. Após a visita de uma mulher misteriosa, o jovem é obrigado a deixar seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo de Arrakis, o Planeta Deserto.

Editora: AlephAutor: Frank herbertPáginas: 544Preço: R$56

Bruno Cassucci - [email protected] do mês

Minha vida é um livro abertoCom essa percepção, o guitarrista, uma lenda do Rock, conhecido por não ter papas na lín-gua, Keith Richards, lançou uma autobiografia no ano passado, chamada Life (Vida). Uma obra que promete não ser blasé, ao contrário. A história de vida e as impressões do músico já chegaram causando muitas polêmicas. No livro, o músico de Rolling Stones relata sua história com a banda, prisões, romances, o uso frequente de drogas e algumas brigas com seu companhei-ro de banda, Mick Jagger. Várias revelações e versões foram impressas nesta obra.

Editora: Globo EditoraAutor: Keith Richards e James FoxPáginas: 672Preço: R$49,90

Biografia

Não-Ficção

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Eduardo Bentivoglio - [email protected]álbuns do mês

Pop e soulCee lo green

the Lady Killer Warner Music

Quando o grupo Gnarls Barkley estourou com o sucesso Crazy, em 2006, muitos se perguntaram quem era o dono de uma das vozes mais peculiares e originais dos últimos tempos. Cee Lo Green deu a resposta definitiva com este seu segundo álbum em carreira solo. Misturando referências do soul e do funk americanos, o intérprete consegue levar o ouvinte para a pista de dança sem perder o estilo e o ritmo característicos. As faixas F**k You e It’s OK puxam o disco lançado em novembro de 2010.

RockArcade Fire

the Suburbs Universal Music

Violinos, canções líricas, guitarras distorcidas e melancolia. Uma mistura promissora mas nem sempre bem sucedida. O casal canadense Win Butler e Régine Chassagne colocou à prova todo o talento já demonstrado com o ótimo Funeral, de 2004, e o consolidador Neon Bible, de 2006, neste que foi considerado por muitos o melhor disco de 2010. E, realmente, o álbum lançado em agosto não é só um dos melhores do ano passado, mas da década. Ouvidas uma após a outra, as incríveis canções como We Used to Wait e Ready to Start, tornam a experiência de The Suburbs única.

mPBManuel Filho

Raízes Independente

O cantor, compositor e escritor Manuel Filho é natural de São Bernardo do Campo e lançou em 2010 este seu segundo álbum, onde revisita poetas e compositores nacionais em busca das origens culturais do nosso País. A faixa Rapaz Folgado homenageia Noel Rosa e outros aspectos do malandro brasileiro clássico. Olavo Bilac, Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy também foram celebrados por Manuel, que recebeu o Prêmio Jabuti em 2008 pela obra Deserto Verde.

Blues e Jazz

Amy no BrasilÍcone da música mundial, Amy Winehouse está no Brasil. É a primeira vez que a cantora dos hits “Back to black” e “You know I’m no good” vem ao País. Ela faz sua turnê pelas capitais: Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e termina em São Paulo. De voz peculiar e tom melancólico, a cantora já foi bastante lembrada não por suas canções, mas por suas farras regadas à drogas e álcool. Nos shows, Amy cantou sucessos de seu último álbum Back to Black, de 2006. Agora, os fãs estão à espera do lançamento já anunciado de seu terceiro trabalho para este ano. Vamos aguardar pra ouvir o que vem por aí!

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uritiba é uma cidade que a cada ano se renova, buscando na criatividade e na excelência de traba-lho a força para a inovação contínua, sempre em busca da melhoria da qualidade de vida. Fecha-

mos a primeira década deste milênio com diversas conquistas para a cidade, com vários prêmios nacionais e internacionais em muitos setores, como saúde, educação, transporte e meio ambiente, e também com a aprovação de Curitiba para ser uma das sedes da Copa do Mundo da FIFA 2014.

Curitiba cresce, os novos de-safios surgem, as pessoas re-novam a confiança em uma cidade que sempre soube se superar. E 2011 promete ser um ano especial para a cidade e para a população de Curitiba.

Será um ano de muitas transformações, principalmente, na área de mobilidade urbana, um dos grandes desafios do mun-do atual. As ruas de Curitiba ganham atualmente 900 novos carros a cada semana, O que da faz nossa capital a cidade mais motorizada do País, com um automóvel para cada 1,4 habitante, contra um carro para 1,5 habitante em São Paulo.

Com esse cenário, melhorar as condições do trânsito tornou-se um imperativo nos últimos anos. Em 2011, as obras e ações de mobilidade urbana serão ampliadas. As regiões de Santa Fe-licidade e norte da cidade terão um novo eixo viário, com as revitalizações das avenidas Fredolin Wolf e Toaldo Túlio.

Vamos fazer o Anel Viário, um eixo de circulação alternati-vo ao Centro da cidade, estimulando os motoristas a evitar a região central. A avenida das Torres está ganhando uma trin-

cheira, onde será implantado o binário Chile-Guabirotuba. Teremos a segunda parte do eixo CIC-Tatuquara. Na antiga BR 116, está em construção a trincheira Gustavo Rattman e também iniciaremos a Linha Verde Norte.

Neste ano, também começaremos várias obras para a Copa do Mundo de 2014. A avenida Cândido de Abreu vai ser transformada no segundo grande calçadão de Curitiba. A avenida das Torres, o terminal Santa Cândida e a Rodoferro-

viária serão revitalizados. Implantaremos o Sistema Integrado de Mobilidade, uma rede inteligente de organização de trânsito. Também estamos revitali-zando a avenida Marechal Floriano, que terá a primei-ra ciclofaixa da cidade.

Na área de saúde, serão 26 novos equipamentos, entre eles o Hospital do Idoso Zilda Arns. Em educação, dezenas de novas creches e mais vagas nas escolas. Para esporte e lazer, Centros da Juventude, mais Clubes da Gente com piscinas e novas academias ao ar livre.

Serão dezenas de grandes obras e também centenas de peque-nas obras nos bairros, melhorando a infraestrutura em todas as regiões da cidade.

O ano de 2010 foi muito bom; 2011 será ainda melhor. Curitiba continuará firme no seu caminho de superação e promoção do desenvolvimento, com trabalho, inovação e melhoria na qualidade de vida. A cidade tem de ser maior que seus desafios.

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“Será um ano de muitas transformações, principalmente, na área de mobilidade urbana, um dos grandes desafios do mundo atual”

opiniãoLuciano DucciPrefeito de Curitiba

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A cidade tem de ser maior que seus desafios

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REVISTA MÊS | JANEIRO DE 2011 | 67

FoTogRAMAEdson “Cowboy” Cardoso

O astro rei pouco dá as “caras” na Capital, mas quando resolve aparecer, enche de charme o horizonte em meio a arranha-céus da metrópole paranaense

Page 68: Revista MÊS 01

Rua Desembargador Motta, 2981 / Curitiba / 41 3323-1303