Revista MÊS 21

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Editora MÊS Ano 2 - nº 21 Outubro de 2012 circulação GRATUITA I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT SEU ESPELHO Pesquisa exclusiva mostra de que forma suas escolhas de hoje vão refletir em 3 vezes mais chances de alcançar a longevidade Eleições 2012 ACOMPANHE A ANÁLISE SOBRE O RESULTADO DAS VOTAÇÕES PARA PREFEITO E VEREADORES, EM CURITIBA Economia INDÚSTRIAS DO SUL APRESENTAM 177 PROJETOS DE LOGÍSTICA PARA REDUZIR GASTOS DE R$4,1 BI/POR ANO Turismo CONHEÇA OS 5 RESORTS INDICADOS PELA MÊS PARA PROGRAMAR SUAS FÉRIAS NO FIM DO ANO

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setembro 2012

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Editora MêsAno 2 - nº 21Outubro de 2012

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SEU ESPELHOPesquisa exclusiva mostra de que forma suas escolhas de hoje vão

refletir em 3 vezes mais chances de alcançar a longevidade

Eleições 2012AcompAnhe A Análise sobre o resultAdo dAs votAções pArA prefeito e vereAdores, em curitibA

Economia indústriAs do sul ApresentAm 177 projetos de logísticA pArA reduzir gAstos de r$4,1 bi/por Ano

Turismo conheçA os 5 resorts indicAdos pelA mÊs pArA progrAmAr suAs fériAs no fim do Ano

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Mais do que ver. Ser visto.

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Mais do que ver. Ser visto.

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“A negociação é com o Plano de Saúde”Um dia é pouco, 14 é bom, 15 é demais. É nessa premissa que os médicos do Paraná e de todo o Brasil estão se baseando para reivindicar reajuste nos contratos com os planos de saúde e a adequação de irregularidades identificadas pela classe médica. No ano passado, foi realizado um movimento nacional em que os médicos se recusaram, por um dia, atender os planos de saúde. Na opinião da classe: foi pouco. “Não teve o efeito esperado”, diz o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho. Quatorze dias é o tempo máximo que os planos têm para atender aos seus usuários quando é consulta com especialista. Regra estabelecida pela Agência Nacional de Saúde (ANS), desde 2011. Por isso, neste ano, entre os dias 10 e 25 de outubro (15 dias), os médicos que são conveniados a determinados planos de saúde deixarão de atender. Quem se consultar nesse período pagará o valor estabelecido pelo médico em consulta particular e precisará pedir reembolso aos próprios planos ou recorrer aos órgãos competentes. Veja como isso funcionará e conheça a posição de Baracho, presidente da AMP.

Quais os principais fatores que afe-tam os médicos no exercício atual da profissão?

João Carlos Baracho (JCB) - Nós es-tamos percebendo uma diminuição do equilíbrio econômico financeiro dos contratos entre os médicos e os planos de saúde. Enquanto ocorre um reajuste anual desses valores para os usuários, esse mesmo valor não tem sido repas-sado em termos de reajuste do valor da consulta. Em termos de honorários médicos, alguns planos de saúde ainda estão baseando sua tabela na Associa-ção Médica Brasileira de 1992. Vinte anos de defasagem. Na consulta médi-ca, quando existe um aumento de valor

Arieta Arruda [email protected]

Colaborou Mariane Maio [email protected]

entrevista João Carlos Baracho

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tante espaço, até para que a opinião pública também seja elucidada a res-peito disso tudo.

Se os planos de saúde cederem à reivindicação, esse custo não será repassado à população?

JCB - O grande problema é que as próprias empresas dos planos de saú-de fazem seus balanços com lucros fantásticos, exorbitantes. Boa parte desse lucro vem da exploração de uma classe que ficou quieta por mais de 10 anos, que é a classe médica. Não existe plano de saúde sem médico. Se eles praticam reajustes aos fornece-dores, do próprio consumidor, vão ter de colocar nessa balança toda, talvez diminuir sua margem de lucro para colocar a reivindicação da classe mé-dica. Outra bandeira importante, que surgiu aqui na Associação Médica do Paraná, é a possibilidade da Agência Nacional de Saúde ter como produto para os planos de saúde, planos com desvinculação da consulta médica. A consulta seria paga de forma particu-lar, e no contrato teria ou não o tipo de ressarcimento. E isso faria com que os planos fossem 30%, 40% mais barato do que hoje é.

Isso já existe em outros países?

JCB - Não. Algo novo pensado aqui. Essa seria uma possibilidade também de acabar com o problema de alguns planos de saúde que tiveram recen-temente o seu direito de permanecer ofertando à população o plano de saú-de, que não cumpriu os prazos de sete dias para consulta, o prazo estabele-cido para conseguir o exame. Porque o que a gente tem percebido com o movimento é que os médicos, indivi-dualmente, estão saindo dos planos de saúde. Algumas especialidades es-pecíficas é muito difícil de encontrar.

Quais?

JCB - Endocrinologia tem uma difi-culdade grande. Pediatria tem uma

de consulta, no máximo de 2004 para cá chegou a um reajuste próximo de 45%, enquanto o reajuste para o usu-ário foi de 130%. A nossa luta é pela qualidade no atendimento à população e uma remuneração digna. Mas nesse ponto principal, que o que a gente está chamando atenção, é que os contratos atuais estão fora dos padrões legais.

Quais são as irregularidades apontadas?

JCB - Não consta, na maioria deles, a cláusula de reajuste anual, que deveria fixar um índice. O que a gente tem ne-gociado é o reajuste pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. O que a gente conseguiu no decorrer des-ses dois últimos anos: dois acordos, um com a fundação Copel e com a Sanepar. E o nosso valor de consulta que a gente considera como próximo do ideal seria a R$100. [Hoje está em] R$32, R$45, R$42, bem defasado. E alguns aumen-taram para R$52, R$53.

Qual a orientação nacional que foi dada à AMP para essa manifestação?

JCB - Nós estamos dizendo que é uma suspensa do atendimento aos moldes hoje praticados. Mas não vai haver de-sassistência. A ideia é que, nesse perío-do, se o paciente procurar o médico, vai ser atendido, terá a consulta cobrada no valor que a gente reivindica, os R$100, será emitido um recibo e esse recibo vai ser entregue na mão do paciente, e esse paciente vai ao plano de saúde em bus-ca desse ressarcimento. A negociação é com o plano de saúde. Se o paciente se sentir lesado, pode recorrer ao Procon ou diretamente à Agência Nacional de Saúde [ANS] se houver negativa nesse processo de negociação, que é de direi-to desse usuário.

Qual o número de pessoas que deve ser atingido?

JCB - O que a gente quer é que a popu-lação perceba que a classe médica está unida e que não consegue mais manter o atendimento aos moldes como tem

sido feito até hoje. No ano passado, a gente fez um dia de suspensão de atendimento, em 07 de abril. Repetiu isso em setembro, e percebeu que um dia de manifestação não foi suficiente para mostrar aos planos de saúde que eles precisam sentar e negociar com a gente. Não teve o efeito esperado. O que a gente quer é contar com a com-preensão da população. Nesse perío-do, a gente quer uma adesão da imen-sa maioria dos médicos que atendem plano de saúde. A gente sabe que cerca de 70% da população utiliza o Sistema Único de Saúde [SUS]. Os outros 30% da população estão envolvidos ou em planos de saúde, medicina suplemen-tar e privada, que é em torno de 45 milhões de brasileiros. Como o movi-mento é nacional, é nessa fatia que a coisa vai acontecer.

Quais as principais reivindicações?

JCB - A nossa bandeira é que não haja consulta abaixo de R$80. O ideal é chegar próximo a R$100. E a partir daí que haja reajuste anual, com algum ín-dice. Isso é um ponto. O outro é a utili-zação da versão atualizada da CBHPN [Classificação Brasileira Hierarquiza-da de Procedimentos Médicos], como referencial para honorários médicos. Nós já estamos na sexta edição [de va-lores] e tem uns que estão na terceira. Têm os extremos, que estão 20 anos atrasados, e esses outros agora que es-tão há 6 anos atrasados. E um capítulo à parte é a Unimed, porque é uma coo-perativa de médicos.

Qual deve ser a aderência dos mé-dicos em Curitiba?

JCB - A gente espera que haja uma adesão bastante grande de 70%, 80%. Aqui tem uma caixa de repercussão muito grande, por causa dos meios de comunicação. A gente consegue bas-

O que a gente percebe hoje é o shopping da saúde

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co atividades em locais diferentes e está sempre correndo de um lado para o outro. Então, o que a gente percebeu é que o senso crítico do médico ficou um pouco adormecido pela correria e pela necessidade de subsistência na busca do seu patamar de necessida-des. E fez com que a classe médica ficasse quieta por muitos anos. Então, dessa maneira, o médico acabou fi-cando refém nesse sentido. Mas ago-ra, com todo esse reposicionamento da classe médica, [estamos] estimu-lado principalmente por esse médico, como profissional de valor, campanha aqui do Estado do Paraná.

Quais outros passos que devem to-mar depois dessa manifestação?

JCB - A gente quer que a partir desses quinze dias de suspensão de atendi-mento, que a gente consiga obter uma rodada de negociação com os planos de saúde, para que a gente consiga chegar próximo à reivindicação. A gente tem conseguido colocar para os planos de saúde a possibilidade desse reajuste ocorrer no decorrer do tempo, até, por exemplo, julho de 2013. A par-tir do momento que eles não venham conversar, aí nós vamos ter de reunir a classe médica novamente para saber exatamente o que pretendemos fazer. Mas, lembrando sempre que a opção de descredenciamento é individual, você consegue manter o seu consultó-rio sem plano de saúde. Porque existe uma normativa, a Colsul nº8 que diz o

dificuldade bastante grande. Então, como é que o plano de saúde vai ofer-tar, dentro daquele prazo estipulado pela ANS, se não existe o médico in-teressado. A situação está caminhan-do para que isso aconteça em breve.

Em relação à ANS, ela tem tido uma postura firme nesse processo?

JCB - Nós fizemos denúncia à Agên-cia Nacional de Saúde quanto a não fiscalização dos reajustes daqueles contratos que tinham a cláusula de reajuste. E a ANS demorou muito tempo para se posicionar e, de fato, não fez esse tipo de cobrança. A gen-te percebe que existe uma morosida-de no processo, que a ANS poderia ser mais incisiva, mas que ainda lá, na diretoria da ANS, existe até certo conflito, porque vários diretores são oriundos dos planos de saúde.

A ANS colocou em consulta públi-ca a proposta de criar Ouvidorias nos planos de saúde. Isso seria uma arma para o usuário ou uma falsa sensação?

JCB - Nós acreditamos bastante na eficácia da democracia. As entidades médicas têm de estar atentas para sa-ber se isso realmente vai acontecer. A outra coisa importante é a opinião pública, a consciência da própria po-pulação de saber utilizar, e saber co-brar todos os seus direitos. Por isso, é importante ler todo o seu contrato. E uma das coisas que a gente tem percebido é que alguns oferecem, mas, de verdade mesmo, o plano na hora da assinatura não tem exata-mente aquilo que é a propaganda.

Desse modo, a classe médica se con-sidera refém dos planos de saúde?

JCB - A medicina é uma profissão que inclui estar dentro de um consultório. Ela é bastante solitária. Ao mesmo tempo, em hospitais, existem as con-versas de corredor, mas tem muito médico que tem dois, três, quatro, cin-

seguinte, você pode consultar seu mé-dico particular, mas você tem direito a exames e procedimentos pelo plano de saúde, de qualquer médico. Então, eu não preciso ser médico do plano de saúde para pedir um exame e obter o exame através do plano de saúde. Se você acreditar, a classe médica não sabia até o ano passado [disso]. A gen-te acabou computando, no ano passa-do, até cerca de dois mil pedidos de descredenciamento individuais. Prati-camente não tem endócrino no plano de saúde, o anestesista, a cirurgia car-díaca. Então, a situação está realmen-te ganhando uma proporção bastante grande. Se você me disser assim, qual o próximo momento? Eu acho que o médico vai pensar se vai querer ficar no plano de saúde.

Como fica a população nessa situação?

JCB - Nós acreditamos muito no res-gate de uma coisa muito simples na prática médica, que é a volta da re-lação médico x paciente, com a con-fiança no seu médico. Porque o que a gente tem percebido também, e que tem onerado muito os planos de saú-de, é que um mesmo paciente recorre a três, quatro, oito médicos e cada um pede um exame diferente. Talvez pela pressa do atendimento, pela falta do vínculo, e o paciente tendo a facilida-de no plano de saúde de ter consultas ilimitadas, você acaba que o sistema fica absolutamente oneroso. Talvez da população, o que a gente pudesse esperar é assim: tente escolher o seu médico. Vai levar mais de década para começar a mudar o comportamento do próprio usuário. O que a gente per-cebe hoje é o shopping da saúde. Você realmente quer consumir. Nada me-lhor que a mudança do estilo de vida. Ter um estilo de vida saudável. Tem sistemas de saúde, como o canadense, que existem check-ups específicos por faixa de idade. Talvez fosse uma saí-da interessante. Procurar na internet e depois sair querendo fazer todos os exames. Como chama isso? Cibercon-dria. Descobri outro dia.

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mensagens do(a) leitor(a)

SegurAnçAExistem muitas deficiências de estru-tura em construções de habitação po-pular no que se refere à segurança, por exemplo. No Tatuquara, há centenas de sobradinhos populares do programa Minha Casa, Minha Vida, que não têm qualquer hidrante dos bombeiros. Seja nos conjuntos Boa Esperança I e II, seja também no Conjunto Boa Esperança III, com 312 unidades que estão para ser entregues à população. Todos loca-lizados na Rua Presidente João Goulart, Bairro Tatuquara, em Curitiba. Será

Tem sugestões de pauta? Uma ideia

para fazer uma reportagem? Envie sua sugestão também para

[email protected]

Aplicativo da MÊSComeça pelo fato de ser gratuito, o que faz com que seja ainda mais atrativo. Tem uma ótima navegação, é super rápido! Infelizmente, não consegui comentar através do iPad, somente através do site! De forma geral, principalmente, sendo ainda um “bebê”, estão de parabéns pela iniciativa do aplicativo! Muito rápido e com matérias diferentes, bem interessante! Obrigada pela abertura ao leitor, isso mostra que a Revista MÊS se importa com os seus leitores.Camila Nardino, no e-mail

Envie suas mensagens para a Revista MÊS pelo

[email protected] | Twitter: @mes_pr |

Facebook: MÊS Paraná. Participe!

que o Departamento de Urbanismo e o próprio CREA, e os bombeiros não fiscalizam? Nem inspecionam estes grandes empreendimentos de aglomera-dos populares?José Espindola

Ponto de ÔniBuSFaltam assentos nas estações tubo do transporte coletivo de Curitiba, e quem sofre são mulheres com crianças de colo e idosos. Sabemos que a qualida-de no sistema teve significante queda, superlotação e o tempo de espera nestes “fornos envidraçados”, é em certos horários, intolerável. Célio Borba

PAutASugiro uma reportagem com o Trio La-mara, que toca samba às quintas no Bar Baran, Rua Augusto Stelfeld, 795, a par-tir das 19h30. É incrível o sucesso que eles vêm fazendo. Vale a pena conferir.Beatriz Malucelli

PArABénSGostaria de parabenizar a equipe da Revista Mês pelo trabalho que vem fazendo na revista. Já tive a oportuni-dade de receber o exemplar três vezes, e percebi que os conteúdos são muito interessantes, bem escritos e fundamen-tados, e também variados. Parabéns!Amanda Ribeiro Macedo

e-mail

Aline Vonsovicz - O blog da @mes_pr está muito bom! Super atualiza-do e uma opção para se informar sobre tudo. revistames.wordpress.com

Iris Alessi - Hoje recebemos leitores na redação @mes_pr

Ligia Valente - Adorei a reporta-gem da vacina da gripe!

Jimi Rosales Vargas - Nossa, vocês são D+ ! Cada reportagem! Conhecimento e informação certa na medida! Parabéns a todos.

Corretor Wolff - Olá recebi a minha Mês Paraná e achei muito boa, com ótimas matérias ao que se trata de nós Curitibanos. Continuo parabe-nizando a esta revista mensal que nos traz a melhor informação, assine também a sua, não irá se arrepender.

Bianca Rebolho - Parabéns por esta nova edição. A matéria sobre

@meS_Pr/mÊS ParanáCuritiba ser considerada como teste é muito interessante. Realmente, acho que o povo curitibano é muito exigen-te, mas embora façam os testes aqui, muitas coisas são lançadas no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Porque não aqui? Parabéns mais uma vez a Redação pela escolha das reportagens e design da revista. Não vejo a hora de receber a minha.

Jéssikah Borges - A revista MÊS está com as melhores matérias do nosso cotidiano, para que seus leitores estão super antenados e super bem informados, como por exemplo, a ma-téria da alergia que atinge a maioria das pessoas com algum tipo delas. À vocês da Revista estão de parabéns, a 20º edição está ótima...

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FOTOGramaTiago Muller

Curitiba do alto funde-se em luzes frias e quentes, e em movimentos e calmaria

Caso queira ver também sua foto publicada na coluna Fotograma, envie sua imagem em alta resolução para o [email protected]

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MAtériA de CAPA

ConquiSte SuA SAúde

4 entreviStA

10 MenSAgenS doS leitoreS

11 FotogrAMA

36 5 PerguntAS PArA: eSther CriStinA PereirA

62 diCAS do MÊS

64 oPiniÃo

PolítiCA

18 vitóriA dA oPoSiçÃo eM CuritiBA

CidAdeS / SegurAnçA

22 hoMiCídioS deFlAgrAM FAltA de eStruturA

oPiniÃo

25 voCÊ ACreditA nA JuStiçA?

CidAdeS / eConoMiA

26 A “griFe” doS BAirroS de CuritiBA

eConoMiA

28 eConoMiA FAvoreCe trABAlho teMPorário

eConoMiA

30 eixoS de uM Sul MAiS CoMPetitivo

AgroPeCuáriA

32 PArAná CoMo reFerÊnCiA

eduCAçÃo

34 duPlA inFAlível nA eduCAçÃo

SAúde

38 Pele SoBre Pele

teCnologiA

40 JogoS nA PontA doS dedoS

Meio AMBiente

42 o vAlor de Ser SuStentável

CoMPortAMento

44 MAiS ConSuMo gerA MAiS ProBleMAS e reClAMAçõeS

sumário

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CoMPortAMento

46 A Morte viStA Por várioS ânguloS

internACionAl

48 olhAr eConÔMiCo nA diSPutA AMeriCAnA

turiSMo

50 SoMBrA e águA FreSCA

eSPorte

52 eSPorte PArA A Mente

AutoMóvel

54 ProntA PArA quAlquer terreno

ModA&BelezA

56 A BelezA de CAdA uM

CulináriA&gAStronoMiA

58 PAlAdAr gerMâniCo

CulturA&lAzer

60 PAlCo de CenAS hiStóriCAS

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á reparou como a regra dos 3 funciona para quase tudo? não menciono aqui a matemática quântica. mas a matemática da vida, que mostra como isso pode ser levado em conta. na

natureza, por exemplo, pode-se ver isso na criação de um novo ser, em que o óvulo (fator 1) encontra o espermatozoide (fator 2), formando um terceiro elemento, o bebê (fator 3).

em nossa sociedade isso também funciona. não é à toa que muitos livros rendem trilogias. Dessa forma também trabalha o cinema. e, ainda, tem aquela famosa frase que toda história tem 3 lados: o seu lado, o lado dele(a) e a verdade. não que se esgote em 3 fatores, porém é como se fosse a perfeita ligação entre as pontas de um triângulo.

nessa mesma sintonia triangular é que a edição de Outubro foi construída. De pautas interessantes, foram apuradas informações, resultando em reportagens repletas de conteúdo. Dá só uma olhada como a dinâmica funcionou bem na 21ª edição.

a matéria de Capa traz como pilares três elementos, que podem ajudar a sua vida. injete exercícios regulares em sua rotina, adicione ingredientes saudáveis em sua alimentação e voilà: longevidade. assim terá 3 vezes mais chances de ultrapassar os 80 anos de idade. a prova é de uma pesquisa inédita realizada por médicos paranaenses que a mÊS traz com exclusividade a você.

aproveitando o gancho do ineditismo, nas eleições 2012, a combinação foi uma campanha que surpreendeu a maioria (fator 1), com votos nas urnas (fator 2) e o resultado (fator 3) que você confere nesta editoria de Política.

Já na matéria de moda&Beleza, a combinação triangular segue a lógica: uma pessoa procura um profissional de beleza, que vai trabalhar sua imagem conforme suas prioridades e personalidade. Pronto! O resultado é a técnica visagismo.

Em Economia, foram elaboradas duas “trilogias”. Uma é do debate que combina o fim de ano + compras = aumento do trabalho temporário. a outra trata dos gargalos diagnosticados pelas indústrias do Sul, combinados aos projetos de melhorias, que agora precisam de investimentos para dar maior competitividade à região. Veja como isso será possível.

Outra combinação perfeita na regra dos 3 está na editoria de educação. Seríamos uma nação ideal se os pais, junto às escolas, dessem condições para melhorar a formação de seus filhos. assim como Curitiba também seria um lugar melhor para se viver, se não faltasse estrutura para os policiais e tivéssemos menos criminalidade. Questão abordada em Cidades.

São muitos outros debates importantes para o Paraná que a mÊS apresenta nesta edição. aproveite para ler a publicação impressa (modo 1), compartilhe o site (modo 2) e baixe o aplicativo para tablet e celular (modo 3). Desculpe, mas a regra de 3 pega mesmo...

Boa leitura!

editorial

expedienteA Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: [email protected]ÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Bianca Nascimento, Roberto Dziura Jr. e Iris Alessi; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Distribuição: Sandro Alves e Agência Focar (distribuição nos semáforos) agenciafocar.blog.com; Publicidade: Lucile Jonhson - [email protected] – Fone: 41.3223-5648 e 41.9892-0001; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Tiago Muller, Rogéria Dotti e Karina Reis.

a famosa regra dos 3J

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matéria de capa

Conquiste sua SaúdePesquisa inédita de médicos paranaenses aponta qual o fator mais favorável para se chegar aos 80 anos com qualidade de vida; saiba qual é e aplique a sua vida

Paraná está entre os estados com uma das maiores expectativas de vida do País. Represen-

ta a sexta posição do ranking elabo-rado pelo Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPPUC também indica que 48,25% é o número do crescimento da população idosa (mais de 60 anos de idade) no Estado. São mais de 64.470 novos idosos entre 2000 e 2010. É, meu caro leitor, não tem como fugir deste cenário, a população, incluindo você, está envelhecendo.

Diante disso, já pensou qual o legado que deixará para você mesmo quando

oenvelhecer? Ou se já está na melhor idade: qual o estilo de vida que leva nessa fase da vida? São questões de um caminho sem volta. O tempo cor-re e inevitável mesmo na vida é ama-durecer. Mas trabalhar hoje em prol da sua saúde fará toda a diferença quando chegar à melhor idade.

Pesquisa

Médicos curitibanos, da clínica Quan-ta Diagnóstico e Terapia, trabalha-ram por mais de cinco anos em uma pesquisa que pode mudar a forma de encarar sua saúde e a velhice. Os re-sultados foram apresentados no último mês, pelos médicos João Vitola, dire-tor da Quanta e o cardiologista Rodri-go Cerci, coordenador do Serviço de

Angiotomografia Cardíaca. A apresen-tação deste estudo foi no Congresso Americano de Cardiologia Nuclear 2012, que é um dos maiores eventos de cardiologia nuclear do mundo, em Baltimore (Estados Unidos), em se-tembro, e a comunidade médica mos-trou bastante interesse na pesquisa.

A Revista MÊS traz os resultados com exclusividade, antes mesmo da publicação em revistas científicas ou jornais da área.

De acordo com os médicos, a clínica tinha à disposição uma base de da-dos de 40 mil pacientes ao longo de uma década. Destes, elegeu-se 1.358 pacientes com idade superior a 75 anos para acompanhar durante cinco

Arieta [email protected]

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anos, sendo 54% de mulheres e 46% homens. Cerca de 16% dos pacientes morreram durante o estudo. O restan-te, com média de idade de 79 anos, ao final dos cinco anos, foram alvo de análise do coração, indícios da não mortalidade e dos fatores que indica-riam um caminho para a longevida-de, com qualidade de vida. Seria uma chave mágica para a juventude?

Definitivamente, não. “Aqui nós es-tamos batalhando, exatamente, para valorizar variáveis simples de gran-de relevância”, afirma o pesquisador Dr.Vitola. “Temos tentado tirar essa ideia de que a gente vai ter um mi-lagre para não envelhecer. Essa é a principal ideia que mais prejudica”, aponta ainda a presidente da seccio-nal do Paraná da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Debora Christina de Alcantara Lopes.

Assim, o que se mostrou absolutamen-te eficaz na pesquisa foi uma simples iniciativa que durante a melhor idade resumirá as escolhas que fez durante a sua vida. “O que surgiu e que cha-mou muito a atenção da comunidade internacional foi o simples fato do paciente conseguir fazer um exercício da esteira”, diz o médico João Vitola.

É isso mesmo! O objetivo traçado foi colocar esses pacientes em um cor-riqueiro exame de esteira, e seriam analisados os batimentos cardíacos e a qualidade de funcionamento do coração. Dos 1.358 pacientes, 558 conseguiram fazer o exame na estei-ra e atingiram a frequência mínima exigida para o exame, dependendo da idade. Outros 210 precisaram ingerir medicamentos e, ainda assim, conse-guiram subir por algum tempo na es-teira. Mas 590 dos pacientes só con-seguiram ser examinados por meio de farmacológicos (remédios). “Aquele que consegue se exercitar, chegar aos 79, conseguindo se exercitar, ele vai ter em torno de três vezes mais chan-ce de estar vivo num período de cinco anos”, explica Vitola.

resultadoAssim, chegou-se à principal conclu-são. “Nós que trabalhamos com alta tecnologia, médicos e população fi-quem atentos! Que o simples fato de conseguir subir na esteira, estamos identificando como o mais forte pre-ditor para alguém estar vivo depois de cinco anos. Estudando uma popu-lação propositalmente de altíssimo risco, com uma mortalidade maior, porque é uma população idosa”, con-clui o pesquisador.

Para quem não tem essa idade ou está longe disso, a pesquisa continua sen-do de grande valia, de acordo com o pesquisador Rodrigo Cerci. “Hoje eu

tenho 55, tenho 40, tenho 30 anos. A informação é que para eu chegar aos 75 anos bem, é a capacidade de eu estar fazendo exercício físico. Então, eu te-nho que me preparar para chegar aos 75 com a possibilidade de me exercitar.”

“Ninguém chega aos 60 com saúde, levando uma vida desregrada, com ál-cool, cigarro, sedentarismo. É impor-tante que você viva de uma forma sau-dável durante a vida toda. O principal problema hoje no Brasil é a doença cardiovascular”, completa ela.

O índice de mortalidade quando se tem problemas no coração é alto, é a maior causa de mortes por doença no mundo. Chega a 30% das mortes por problemas cardiovasculares e, no Bra-sil, o valor cresce para 32%. Todos os profissionais ouvidos pela reportagem são unânimes em afirmar que essa doença é a mais preocupante nos dias atuais. “Você pode ter feito uma plás-tica no rosto, mas o seu coração pode não funcionar”, comenta a geriatra.

A receita não é mágica, não é mesmo?! Nem instantânea. Parece ser conheci-da por quase todos, mas praticada de fato por poucos durante toda a vida. Mas certamente os frutos serão colhi-dos na última fase da vida. Um exem-plo disso são os japoneses. “Onde é que está a maior longevidade? Japão. A expectativa de vida de uma mulher no Japão está em torno de 85 anos. Se você olhar onde está a maior porção de centenários lá é Okinawa. [Segre-do] é andar. Não estamos falando em correr uma maratona, estamos falando de andar, ir ao mercado. Sair da inér-cia”, compara Vitola.

Fator cultural

Isso também revela outro resultado da pesquisa ao mostrar que isso tam-bém pode ser um indicativo cultural. “Uma das reações fortes [da comuni-dade internacional] é que dos nossos pacientes no Brasil, 60% dos pacien-tes nós conseguimos colocar na

Segundo os médicos João Vitola e Rodrigo Cerci, chegar perto dos 80 anos com capacidade de fazer o teste na esteira é o principal indício de longevidade

Elegeu-se 1.358 pacientes com idade

superior a 75 anos para acompanhar durante

cinco anos, sendo 54% de mulheres e 46% homens

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Para Natálio, o exercício físico vem de dentro para fora. “Você quando co-meça a fazer exercício físico, nunca vai melhorar a parte externa. Primei-ro, você melhora sua parte cardiovas-cular, você começa a ter resistência, melhora a qualidade e quantidade da atividade física e a partir daí, ajudado com a alimentação correta, ele come-ça [a melhorar] a parte externa.”

três pilares

Para que o corpo sempre esteja ativo, é preciso manter três fatores em dia, segundo os pesquisadores do estudo. Trabalhar a força muscular, a flexibi-lidade e exercício aeróbico (cardior-respiratório). Isso reduzirá em maior grau o nível de mortalidade e dará a você a qualidade de vida que almeja na terceira idade.

É o que faz a ex-professora de por-tuguês, Célia Virginia Ramos Rodri-gues (61), aposentada há 15 anos. Ela

esteira. Na população americana, 60% considerando todas as idades, inclusive os jovens, precisaram de teste farmacológico”, aponta o médi-co Vitola. “Existe uma série de fato-res de risco que a gente vai acumu-lando no sistema cardiovascular. Não quer dizer que tudo que você faz vai se acumular”, pondera Cerci.

No entanto, priorizar sua saúde é de fato o melhor remédio em qualquer fase da vida. “Exercício é um remé-dio, só que ele leva uma hora para tomar e são três vezes por semana. Vários tipos de doença, você elimina-ria com muita tranquilidade”, atesta o educador físico Tadeu Natálio, que sempre foi ligado ao esporte e hoje aos 56 anos se apresenta com uma vi-talidade de dar inveja. Ele que conta-biliza mais de 100 mil km andados, o que, segundo ele, daria para dar mais que uma volta ao mundo, dá como testemunho seu gosto pela prática es-portiva. “Me sinto feliz e satisfeito.”

pratica três vezes por semana yoga, faz esteira quase que diariamente e faz alongamento logo que levanta e quando vai dormir. “A vida para mim é o dia a dia. Faço aquilo que eu gosto. Tenho prazer em tudo em que faço”, diz Célia.

E não dá para dormir no ponto. A hora de começar a mexer o corpo é agora. “O nosso corpo humano foi feito para ser trabalhado. Quem disser que vai ficar dormindo 25 anos da sua vida e vai viver 100 anos. Não vai”, comple-ta o educador físico. “O resultado da saúde é um resultado em longo pra-zo”, também indica Vitola.

tempo

Uma das grandes questões apontadas pelas pessoas como fator impedidor

matéria de capa

Tadeu Natálio diz que já influenciou mais de três mil pessoas a praticar o exercício físico

FAçA voCÊ MeSMo

SeMPre ingerir

COnheça 10 DiCaS Para uma aTiViDaDe FíSiCa aDeQuaDa:

Para manTer O COrPO hiDraTaDO

Beba oito copos diários de água (1,5 litro/dia), complete com chás e sucos

Fonte: Preparador físico Tadeu Natálio

1. Fracionar as atividades (3x por semana)2. Meia-hora por vez 3. Constância intercalada4. Impor objetivos e superação 5. Baixar a intensidade e a longa duração 6. Saber praticar da forma correta o esporte escolhido7. Dois a três meses continuamente, são ideais para acostumar o corpo8. Não pode desistir, antes de tentar9. Liberar endorfina é a principal razão do prazer no exercício físico10. Melhorar a aparência física

Fonte: Nutricionista Tanira da Silva

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que também não é novidade, mas sempre vale a pena destacar. De acordo com a nutricionista, Tanira da Silva, da clínica de estética Onodera, alguns alimentos naturais auxiliam o organismo a diminuir os efeitos do envelhecimento (veja box).

“O que tenho notado muito, acho que a geração de pais hoje é muito dife-rente da geração de pais do que era antes. O estímulo pela alimentação saudável diminuiu, pela praticida-de”, alerta também o médico pesqui-sador Cerci. Por isso, é necessário, encontrar a medida certa. “Achar o equilíbrio entre os macronutrientes, que são carboidratos, proteínas e lipí-dios”, avalia Tanira.

As clientes de Tanira, em geral, são mulheres entre 30 e 60 anos, vão à clínica em busca de melhorar a parte estética. Mas é essencial que se bus-que uma harmonia entre três ingre-dientes, apontados pela nutricionista, como essenciais: alimentação saudá-vel, atividade física e a estética para envelhecer com qualidade e de bem consigo mesmo.

Mais uma informação importante é que “as pessoas não têm hábito de be-ber líquido. Se tem um alimento que nos ajuda a não envelhecer, é ter um corpo hidratado”, diz Tanira.

Mente sãComo é inevitável envelhecer por mais que você possa negar esse fato, o me-lhor caminho é se preparar para essa fase da vida. “[O processo] é desestru-turante para qualquer pessoa”, aponta Michelle Fillus, psicóloga da Paraná Clínicas. “Essa é uma queixa bem co-mum na clínica”, diz. “Por mais que você tente adiar, você pode amenizar, mas não vai conseguir eliminar esse processo. Toda vez que o ser humano não tem controle é que gera a situação de problema, a angústia. É em cima dis-so que a gente trabalha”, complementa.

Isso ocorre, pois a cada término do ci-clo de vida, se entra em um processo de luto. Outro fator que desencadeia a não aceitação da velhice é que culturalmen-te “não temos respeito por nossos ido-sos. Por isso, ninguém quer envelhecer para não ser tratado assim”, comenta a geriatra. É aí que entra a tal da síndro-me de Peter Pan, que muitas pessoas gostariam de possuir a receita para a ju-ventude eterna. “A gente se choca sim. Mas depois a gente vai se aceitando. A coisa vai devagar, não acontece de uma vez só”, comenta Célia, que diz lidar bem com essa fase da vida.

“A dica é viver cada contexto. Então, tentar trabalhar nem fixado no passado, nem no futuro. Tentar transitar pelas fa-ses da vida de uma maneira mais tran-quila”, orienta a psicóloga cognitiva comportamental. “Por mais óbvio que isso pareça, as pessoas negam profun-damente até que elas cheguem nesse momento que não dá mais para negar.”

Por isso, trabalhe a tolerância a suas limitações, a capacidade de lidar com a vinda das rugas, exercite o aprendi-zado em cada fase da vida e chegue com serenidade e sabedoria na melhor idade. Para isso, o seu elixir da juven-tude será entender que a saúde está na mente sã e no corpo são, derivados das escolhas que fez durante toda sua vida. Não há mistério. Há conscienti-zação e ação. Mexa-se!

da atividade física regular, é a falta de tempo. Ok, você pode até concor-dar com isso. Mas, segundo o médi-co Cerci, “em geral, a gente encontra tempo para tudo”. É uma questão de se priorizar. Numa conta rápida, o cardiologista aponta as seguintes ta-refas diárias: 8h para dormir, 8h para trabalhar. Sobram ainda 8h para fazer outras atividades. Incluir o exercício físico em um horário conveniente al-guns dias da semana é essencial para uma qualidade de vida melhor e pode garantir a longevidade.

O cardiologista Cerci dá esse conse-lho a seus pacientes e relata que ao incluir exercícios na rotina de seus pacientes, eles dizem: “parece que o dia fica mais longo. Apesar de parecer que você está perdendo tempo, o dia fica mais longo”.

Podem ser caminhadas para ir ao trabalho, por exemplo. Ir ao merca-do. Andar com o cachorro ou mesmo brincar com seus filhos. Mas cuidado para não achar que tudo é atividade física. “Andar em shopping, não é atividade física”, brinca o personal trainer. Isso porque precisa ter uma continuidade de no mínimo 30 mi-nutos sem interrupção e numa rotina de exercícios físicos semanais (veja box), de preferência com orientação médica regular e acompanhamento de um profissional.

Alimentação

Outro importante fator para manter--se bem durante a vida e, principal-mente, ver os resultados durante a melhor idade é a alimentação. Item,

evite ingerir

Para COmBaTer O exCeSSO De PeSO

Açúcar, gorduras saturadas e farinha branca

AliMentAçÃo SAudávelalimenTOS anTiOxiDanTeS: reTarDam O enVelheCimenTO

vitAMinA e

Suco de uva, castanhas, amêndoas e nozes

vitAMinA C

Acerola, limão, kiwi e frutas vermelhas

ÔMegA 3 e 9

Azeite de oliva e peixes

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política

vitória da oposição em CuritibaNeste segundo turno, Ratinho Jr. deve fortalecer seu eleitorado e aprofundar suas propostas de renovação; Gustavo Fruet vai buscar os eleitores de Ducci e Greca, apostando na experiência

lguns números, no do-mingo (07), das Eleições Municipais em Curitiba prenunciaram resulta-

dos. A cidade ensolarada teve máxi-ma de 31,6ºC. A temperatura eleva-da já avisava que a disputa seria de tempo quente. Ratinho Junior (PSC) foi o primeiro a votar entre os can-didatos. Primeiro também ele esteve nas urnas, com 332.408 votos, o que representou 34,09%. “Lutamos como um leão, porque tínhamos três minu-tos de televisão para enfrentar dois grupos poderosos”, diz Ratinho Jr.

Em quase 25 anos, pela primeira vez um prefeito candidato não se reelege ou está fora do segundo turno. Foi o caso do candidato do PSB, Luciano Ducci. Uma quebra de paradigmas. Uma eleição histórica. Uma derro-ta do grupo político, liderado pelo governador Beto Richa (PSDB). “A agenda política teve uma série de causas principais [na derrota]. Uma causa que foi muito apontada nas pes-quisas qualitativas, é a saúde, consi-derando que ele [Ducci] é médico”, observa o cientista político, Ricardo Costa de Oliveira.

O que fugiu da lógica numérica das pesquisas e surpreendeu mesmo foi

A

o segundo colocado. Durante todo o momento da apuração, Gustavo Fruet (PDT) figurava no segundo lugar, oscilando entre 26 e 27%. Diferen-temente do cenário apontado pela maioria das pesquisas durante toda a campanha. Foram 265.451 votos,

Arieta [email protected]

Ratinho Jr. terá mais tempo na TV e Rádio e

diz que campanha deverá ser mais

igualitária neste 2o turno

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da margem de erro. Erro de metodo-logia ou seguimentos do eleitorado que não foram bem avaliados”, ana-lisa Oliveira.

Alianças

Até o fechamento desta edição, não haviam sido fechadas as alianças para a disputa do 2º turno. Mas a tendên-cia demonstrada nos bastidores era de que o governador Beto Richa (PSDB), que antes estava com Ducci, iria levar apoio à Ratinho Jr. “Não abro mão da minha independência política”, colo-ca Ratinho Jr., mesmo mostrando sua intenção em ampliar as alianças. Já Greca (PMDB) pode ser que apoie o Fruet, mas ainda nada definido.

A campanha agora deverá seguir em termos mais iguais, já que os candida-tos terão o mesmo tempo de TV e po-derão debater as propostas e mostrar o que os diferencia. “Nos dá a oportuni-dade de apresentar as nossas propostas com mais clareza e com mais tempo. Vamos agora organizar um programa apresentando nossas propostas de ma-neira muito mais didática”, conclui Ratinho Jr. “Espero que a tendência dessa eleição, seja menos desigual de estrutura [...] Tempos iguais vai im-pedir que frases de efeito tenham re-sultado. Vai exigir muito dos candida-tos: consistência, conteúdo, postura e aprofundamento em alguns debates”, se posiciona Fruet.

eleitorado

De acordo, com eleitores ouvidos pela reportagem no dia da votação, existem ainda basicamente dois per-fis de cidadão na hora das Eleições. Aquele que estuda o passado do can-didato, analisa as propostas e, o ou-tro, que pouco acompanha a política e decide na última hora seu voto. Essa tendência deve continuar neste pleito.

“Foi fácil escolher meu candidato. [Votei] entre o ‘menos pior’. Foi um voto embasado, pesquisei muito

27,22% do eleitorado. “É a primeira vez que há um sentimento forte de mudança na Capital”, afirma Fruet.

“Cabe a crítica a algumas pesquisas de opinião, que não conseguiram an-tecipar os resultados, mesmo dentro

Gustavo Fruetfoi apontado como melhor nos últimos debates na TV, o que pode ter ajudado no resultado, aponta o cientista político

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Nas ruas, muito lixo deixado pelos candidatos, mas o que se viu foi um ambiente de tranquilidade. “Se há uma expressão que a gente pode dizer no dia de hoje [07] essa palavra é tranqui-lidade”, disse Cid Vasques, secretário estadual de Segurança. O mesmo clima é o que se espera no dia em que será es-colhido o prefeito da cidade. O segun-do turno ocorre no dia 27 de outubro.

CâMArA

Depois dos escândalos envolvendo vereadores da Câmara de Vereadores de Curitiba no ano passado, a Casa precisa construir sua credibilidade e mostrar a que veio. É o desejo da população que mostrou renovação dos quadros da Casa, com 18 novos eleitos. Ainda assim, possui 20 reeleitos nos quadros desta vota-ção. “Teve a correia de transmissão das candidaturas do Ratinho e do Fruet, elas contribuíram para ban-cadas mais expressivas. E o PSDB encolheu, com a derrota de Luciano

VereaDOreS renOVam a CaSa

Ducci”, diz professor Oliveira. O candidato mais votado foi Cristia-no Santos (PV) com 14.819 votos. Ele também é um dos mais novos vereadores, tem apenas 32 anos de idade. “Nossa principal bandeira é a segurança pública”. O primeiro projeto do vereador deverá ser uma proposta de implantação de clíni-cas de recuperação contra drogas, mantidas pela Prefeitura.

Conheça os vereadores de Curitiba, eleitos para os próximos quatro anos.

Mestre Pop ................................ PSC Tiago Gevert ............................. PSC Ailton Araújo ............................ PSCBruno Pessuti ............................ PSC Carla Pimentel .......................... PSC Rogério Campos ....................... PSC Aurício Ignácio ......................... PSB Colpani ...................................... PSB Helio Wirbiski ...........................PPS

Professor Galdino .................. PSDBSerginho do Posto .................. PSDB Felipe Braga Cortes ............... PSDBBeto Moraes ........................... PSDB Professora Josete .........................PT Jonny Stica ...................................PT Pedro Paulo ..................................PT Sabino Picolo .......................... DEM

Paulo Rink .................................PPS Pier ............................................PTBGeovane Fernandes ..................PTB Jorge Bernardi ...........................PDT Cacá Pereira ........................... PSDC Chicarelli ................................ PSDC Cristiano Santos .......................... PV Toninho da Farmácia ................... PP Chico Uberaba .........................PMN

Julieta Reis .............................. DEM Aladim ........................................ PV Paulo Salamuni ........................... PV Tico Kuzma .............................. PSB Dona Lourdes ........................... PSB Noemia Rocha ......................PMDB Jairo Marcelino .........................PSD

Fonte: TRE-PR

eleitoS

reeleitoS

a Ficha Limpa, o que fez e as propos-tas”, comenta Liane Holzbach Sach-ser, psicóloga. Já a contadora Mônica Freiria, confessa que não acompa-nhou muito essa campanha. “Fiquei em dúvida entre dois candidatos. [Decidi] há poucos dias”, afirma.

Curitiba possui 1.172.939 eleitores que vão experimentar novamente a

As urnas biométricas foram implantadas com tranquilidade em Curitiba

votação por meio do sistema biométri-co neste segundo turno. Durante a pri-meira fase no último dia 07, o princi-pal crime registrado foi boca de urna. “O que demonstra uma maturidade da população”, disse o Comandante--Geral da PM, coronel Roberson Luiz Bondaruk. A Polícia Militar colocou nesta operação um efetivo 20% a mais do que na última eleição municipal.

Roberto Dziura Jr.

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ábado de sol, 8h da manhã. Os policiais civis da De-legacia de Homicídios de Curitiba chegam para mais

um plantão e recebem a notícia de que a noite anterior havia sido agita-da. A prova disso era a presença de vários jornalistas na Delegacia para uma entrevista com o delegado titu-lar, Rubens Recalcatti. Foram cinco locais de morte, uma ocorrência de

Reportagem da MÊS acompanhou plantões da Delegacia de Homicídios, em Curitiba; assassinatos diminuíram nos últimos anos, mas falta de equipamentos ainda prejudica o trabalho de investigação da Polícia Civil

S

Homicídios deflagram falta de estrutura

Mais conhecido como Meg, ele morava de favor atualmente no bairro Fazen-dinha. Segundo a dona do imóvel, ele era usuário de drogas e costumava con-sertar celulares. Para ela, este“ofício” havia levado Meg à morte. “Apareceu um cara aqui, que deixou um celular pra ele arrumar e eles discutiram”, re-lata a moradora. Meg levou os tiros na esquina da casa em que morava. Suas pernas também apresentavam fraturas, o que pode ter sido consequência de um atropelamento.

lesão corporal e uma de suicídio na noite anterior. A equipe que acabava de chegar, não sabia se alguma morte aconteceria em seu turno, mas de uma coisa tinham certeza: teriam muito trabalho pela frente.

Perto das 10h do mesmo dia, chega a família de um dos rapazes morto na noite anterior. Precisavam liberar o corpo para enterrar a vítima. Após muitos telefonemas e três tentativas, acharam onde o rapaz estava morando.

Delegacia de Homicídios de Curitiba conta com

75 profissionais para quase 2 milhões de habitantes

cidades / segurança

Mariane [email protected]

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Três dias depois, outro grupo de poli-ciais, responsável por dar andamento aos BOs daquele plantão, retornou ao local do crime. Uma câmera de vídeo havia sido localizada na vizinhança, porém, as imagens não mostravam nada. Muitas testemunhas ouvidas, nenhuma pista concreta.

investigação que segue

A investigação deste caso continua, assim como os 600 casos que estão sob responsabilidade apenas desta equipe, formada por dois investigado-res, seis no plantão e dois escrivães. Destes inquéritos, só cerca de 50 de-vem estar concluídos. Alguns estão esperando encaminhamento e outros 60 são ordens de serviço aguardando para serem cumpridas.

A Revista MÊS ouviu fontes ligadas à Polícia Civil, que identificaram um dos pontos mais frágeis da segurança na Capital: a deficiência na solução dos homicídios. Um sistema defasa-do, pouca colaboração da população, que tem medo de retaliação, e falta de pessoal para solucionar os homicí-dios são alguns dos fatores para deli-near este cenário.

Falta de estrutura

Apesar dos esforços dos profissionais da Delegacia de Homicídios, a falta de estrutura é evidente no trabalho diário deles. Viaturas, armamentos, equipamentos de informática e siste-mas estão visivelmente ultrapassados. Alguns dos policiais adquirem equi-pamentos por conta própria para ga-rantir sua segurança e melhor atuação.

“Equipamentos são muito ruins. Sis-tema de internet é lento, devagar. A renovação dos computadores demora muito tempo. A cada dois anos tinham de estar renovando, como um veículo. Estamos 10, 12 anos com um veículo rodando. Eu tenho veículo aqui com 200 mil quilômetros”, conta o delega-do titular, Dr. Rubens Recalcatti.

Além disso, para ele, o sistema de in-teligência precisa ser mais avançado. “Você precisa checar o nome de um morto, por exemplo, você tem de en-trar em mais de 10 ferramentas pra levantar as informações. Quando se você tivesse uma ferramenta só que você jogasse lá o nome dele, CPF, RG e surgisse tudo, isso simplificaria o ca-minho da investigação em 70%”, diz.

Contingente policial

O ex-diretor geral da Secretaria Pú-blica do Paraná entre 2003 e 2004, advogado e professor da UniBrasil, Marco Berberi, confirma esses pro-blemas. “O contingente policial é pe-queno? É. Será sempre? Pela perspec-tiva que se tem sim. O investimento em segurança pública sempre vai ser pequeno. Quanto mais você investe, mais irá precisar. Mais é necessário se atualizar. A polícia sem tecnologia é uma polícia que não se sustenta. A polícia tem de trabalhar cada vez com tecnologia mais apurada.”

Entretanto, em relação ao pessoal, o delegado Recalcatti se mostra mais

satisfeito. Atualmente, cerca de 75 pessoas fazem parte da equipe da de-legacia para atender uma população de quase dois milhões de habitantes. “Eu não posso reclamar do meu número de policiais [...] Outras épocas foram muito difíceis. Claro, não é o ideal, mas é razoável”, afirma Recalcatti.

Outro problema é que os investimen-tos em segurança não acompanharam o crescimento da cidade, aponta o de-legado titular. “A cidade cresceu e a evolução da segurança não cresceu. Isso atrapalha muito”, garante.

Os números apontam que ainda é pre-ciso mais esforços para atender todos os casos. Segundo o Mapa da Violência 2012, divulgados pelo Instituto Sanga-ri, Curitiba passou da 20ª posição em 2000, para a 6ª em 2010, Capital com mais homicídios por 100 mil habitan-tes, perdendo apenas para Maceió, João Pessoa, Vitória, Recife e São Luís.

De acordo com o mapa, em 2010, fo-ram 979 homicídios em Curitiba, sen-do que estes dados eram preliminares. Dados mais recentes, cedidos

Após uma tentativa de assalto a um policial civil e sua namorada,

um dos assaltantes acaba morto na troca de tiros e as vítimas são

encaminhadas ao hospital

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pela Delegacia de Homicídios, mos-tram uma diminuição deste índice nos últimos dois anos. Em 2011, fo-ram 688 homicídios e neste ano, até agosto, havia sido registrado 424. A estimativa de Recalcatti é de chegar até 650 homicídios neste ano. Segun-do os policiais, cerca de 85% desses crimes têm relação com o uso ou ven-da de drogas ilícitas (veja box).

de plantão

Em outro plantão, que a reportagem acompanhou, tudo parecia calmo. Era dia do jogo do Brasil e Argentina na televisão. Nesta situação, normalmen-te, brigas de bar são esperadas, mas não foi o que ocorreu naquela noite.

Quatro assaltantes aproveitaram a oportunidade para roubar uma casa no bairro Cajuru. O que não espe-ravam era abordar um policial civil e sua namorada. Durante o assalto, houve troca de tiros, um dos assaltan-tes foi morto e o policial civil e sua namorada também foram baleados e encaminhados a um hospital. Apesar da quantidade de ferimentos – 12 ti-ros na moça – a informação é de que eles passam bem.

Os outros três rapazes que participa-ram do assalto, apesar de terem con-seguido fugir do local, pareciam não conformados com a morte do amigo. Durante a madrugada, eles foram até o hospital em que o policial baleado estava e ameaçaram o rapaz. No dia seguinte, a equipe da Delegacia de Homicídios foi até o local para re-quisitar as imagens da câmera de se-gurança do hospital. Com o material, encaminhou o caso à Delegacia de Furtos e Roubos, que é a responsável em prosseguir com as investigações. Inquérito que segue em andamento.

Diante da ousadia dos criminosos, fica evidente que a impunidade gera mais mortes na cidade. Ao mesmo tempo, provoca menor poder de in-vestigação nos casos ainda não con-cluídos, com a visível falta de estru-tura para agilizar o trabalho.

Para o novo secretário de Seguran-ça Pública do Paraná, Cid Vasques, o número de homicídios é elevado e ele garante que o Governo está atento a esta questão. “Evidentemente que para os padrões curitibanos é um nú-mero alto. Mas isso é um problema que o Governo do Estado está em-penhado em resolver em função do número de policiais militares e civis, resultante de um processo de degra-dação da segurança pública que foi encontrada desde o começo da admi-nistração”, diz. Para melhorar o cená-rio, Vasques garantiu a contratação de mais cinco mil no Estado. “Estamos

Cerca de 85% dos homicídios de Curitiba têm relação com o uso/venda

de drogas ilícitas

A meta do delegado titular Dr. Rubens Recalcatti é de não ultrapassar os 650 homicídios em 2012

cidades / segurança

2011 2012*

Homicídio 688 424Lesões corporais seguidas de morte 18 17

Confronto 48 13Latrocínio 24 19Homem 675 431Mulher 103 42Arma de fogo 642 377Arma branca 65 37Agressão 45 27Outros 26 32Usuário de drogas 307 162Envolvimento tráfico 145 36Passional 36 21Rixa 141 75Vingança -- 29Acerto de contas -- 10Bala perdida -- 5Outros 149 1360/14 anos 12 615/25 anos 299 19826/35 anos 253 13636/45 anos 123 6846 ou mais 78 44Idade não definida 13 21

Fonte: Delegacia de Homicídios*Até agosto

eStAtíStiCAS de MorteS violentAS eM CuritiBA

apenas esperando a definição do pro-cesso da Secretaria de Fazenda”, diz.

É o que espera a população de Curitiba que traz o item da violência como o se-gundo mais preocupante para os mora-dores da cidade. Em pesquisa realiza-da pelo Data Folha, em julho, 31% das pessoas apontaram a Segurança como o pior problema da cidade, perdendo apenas para a Saúde. Além disso, para 25% dos entrevistados, o investimento nesta área deve ser prioridade do pró-ximo governo municipal.

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opiniãoRogéria DottiMestre em Direito Processual Civil e membro da Comissão de Liberdade de Expressão da OAB/PR, advogada

amentavelmente, a Justiça no Brasil vem apresentando baixo índice de credibilidade. Uma recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apurou que as pessoas preferem an-

tes confiar nas Forças Armadas, Igreja Católica, Mi-nistério Público, grandes empresas e imprensa. Nessa ordem de confiabilidade, o Poder Judiciário aparece apenas na sexta colocação.

O levantamento, feito no primeiro trimestre de 2012, consta do Relatório ICJ Brasil (Índice de Confiança na Justiça no Brasil). Ele apurou que apenas 42% da po-pulação confiam nos tribunais. O número, por si só, é alarmante. Ele demonstra que mais da metade dos ci-dadãos estão desiludidos com a atuação do Judiciário. E isso é preocupante na me-dida em que, desde o mono-pólio da jurisdição – com a consequente vedação à jus-tiça privada – atribuiu-se ao Poder Judiciário a função de garantir a segurança e a har-monia na vida em sociedade. Logo, pela própria orga-nização do Estado, a confiança nos juízes deveria estar em primeiro lugar.

Por sua vez, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem pesquisando e apresentando estatísticas a respeito do volume de trabalho em primeira e segunda instância. Os dados desanimam: no primeiro grau, a taxa anual de congestionamento é de 58% para as ações e de 84% para as execuções. Isso significa que de cada 100 ações novas, 58 não são julgadas dentro de um ano. Não é à toa que a população mostra-se descrente.

Mas, nem tudo é ruim. Há também boas notícias. A crescente atuação do próprio Conselho Nacional de Justiça e o esforço das corregedorias na busca de efi-ciência e celeridade são claros exemplos disso. Eles demonstram uma relevante aproximação entre o Ju-diciário e a população. Isso porque, até pouco tempo, não se tinha sequer conhecimento dos números en-volvendo o atraso jurisdicional. Agora, a partir dos levantamentos oficiais e da conscientização, surgem alternativas para a solução. As estatísticas constituem assim, ao menos, um sopro de esperança para que os anseios do povo ganhem voz e repercussão perante as cortes.

A divulgação pela mídia de importantes decisões ju-diciais vem também con-tribuindo para um cresci-mento da confiança. É o que se vê, por exemplo, por meio dos debates e comentários sobre o jul-gamento da Ação Penal

nº 470 (“Mensalão”). A opinião pública vem acom-panhando a atuação do Supremo Tribunal Federal e sentindo o efeito das decisões.

Como consequência natural desse debate, surge a per-gunta: “Apesar das dificuldades, é possível acreditar na Justiça?” Muitos – felizmente – ainda pensam que sim. Afinal, Justiça é imprescindível. Valem aqui as palavras sábias do jurista italiano Piero Calamandrei: “Para encontrar a justiça, é preciso ser-lhe fiel. Como todas as divindades, ela só se manifesta àqueles que nela creem”.

lvocê acredita na justiça?

Div

ulga

ção

Curitiba recebeu nos dias 27 e 28/09 o Seminário: “O Futuro da Justiça”, organizado pela OAB-PR

A divulgação pela mídia vem também contribuindo para um

crescimento da confiança

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omo é formado o status de um bairro como Ipanema e Leblon no Rio de Janei-ro? E o Itaim e Vila Nova

Conceição, em São Paulo, que são re-giões imobiliárias das mais valoriza-das do Brasil?* Por ruas bem estrutu-radas, bom planejamento urbanístico, fácil acesso ao centro, alto padrão dos empreendimentos, pontos comerciais interessantes? Sim.

Porém, além disso, existe o desafio de tornar áreas mais distantes e novas da cidade, atraentes aos olhos do consu-midor. A capacidade de criar o desejo de morar nessas regiões da cidade é um dos combustíveis desse mercado.

Assim, bairros antes pouco visados transformam-se em marcas conceitu-adas para morar e investir. “De janei-ro de 2010 a março de 2012, houve uma variação de 43% no preço médio de venda dos imóveis em todo o Bra-sil”, diz estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que

Não existem no papel, nem são reconhecidos pela Prefeitura, mas alguns nomes ganham fama e “alimentam” parte do mercado imobiliário

C

A “grife”dos bairros de Curitiba

cidades / economia

cado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR). Mas para ele, isso não tem uma exata relação com a valorização ou não do imóvel.

Hoje, o metro quadrado da região do “Neoville”, por exemplo, está entre R$ 3.839,00 (para apartamen-tos residenciais de 01 dormitório) e R$ 4.482,00 (para 03 dormitórios). “Como é uma área nova na cidade, precisa desenvolver o mercado. Cha-mar atenção”, completa Selig.

outros bairros

Já consolidados na cidade com a chancela de maior requinte foram o Champagnat (do bairro Bigorrilho), o Ecoville (do bairro Mossunguê), o Batel Soho (do bairro Batel) e o úni-co que mudou de nome efetivamente em Curitiba por força dessa “marca”, o bairro Jardim Botânico. “Trata-se do antigo bairro do Capanema, que mudou de nome, em 1992 [...] To-dos os outros exemplos citados são na verdade uma espécie de “grife” criada pelo mercado imobiliário para

sustenta ainda a teoria que existe uma “bolha” sendo formada no mercado imobiliário brasileiro, segundo Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida. A inflação medida pelo Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, do IBGE) para o mesmo pe-ríodo fixou-se em 25%.

exemplo na Capital

Assim como em outras cidades, em Curitiba esse fenômeno não é novo. Mas com o surgimento da nomencla-tura “Neoville”, o tema ganhou reper-cussão na cidade. Esse bairro nomea-do pela “população”, e não de forma oficial pela Prefeitura, compreende os bairros Capão Raso, Novo Mundo e CIC (Cidade Industrial de Curitiba). Foi a mais recente região que ganhou a “grife imobiliária”.

“Geralmente, esses bairros novos é onde têm muita disponibilidade de área, o que faz com que se consiga fa-zer muitos lançamentos”, afirma Gus-tavo Selig, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mer-

Arieta [email protected]

Neoville é o nome dado à região entre os bairros Capão Raso, Novo Mundo e CIC

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estimular vendas em determinadas regiões da cidade”, informa a Secre-taria de Comunicação Social da Pre-feitura de Curitiba.

“Muitas vezes, o mercado imobiliário acaba por batizar algumas regiões de forma que soe mais bonito aos ou-vidos das pessoas ou que seja mais ligada a uma cultura popular local”, afirma João Auada Jr., diretor de ne-gócios da Tecnisa.

A empresa Tecnisa está de olho nes-sa estratégia, já que pretende lançar ainda neste ano um empreendimento de alto padrão na cidade. Será o “The Five”, na região central de Curitiba, priorizando a “grife” para desenvol-ver o projeto. Serão cinco usos em um só empreendimento. Versão única na cidade, segundo a empresa. Terá uma rede de hoteleira não presen-te por aqui, uma parcela de salas de escritório, outra parte destinada ao mundo corporativo e mais uma por-ção referente às residências e lojas.

“A cidade é dinâmica e é legal a po-pulação que está usando a cidade, que

acabe usando esse tipo de dinâmica. Em São Paulo isso é comum, em Nova York, isso é comum. Às vezes, isso parte do mercado imobiliário, às vezes, isso parte de lojistas, não é ne-cessariamente o mercado imobiliário. Mas, sem dúvida, para quem tem um imóvel na região ou para quem tem um comércio acaba trazendo valori-zação”, completa Auada.

Posição divergente

Em contraponto, está o vice-presi-dente de Locação e Administração Imobiliária do Secovi-PR, Luiz Val-dir Nardelli. “Efetivamente, se você inventa o nome, ele pode criar um diferencial. Mas eu não acredito que

seja uma coisa de muito peso para o mercado imobiliário [...] O tipo de habitação [de alto padrão ou não] é que dá peso à região. Não o nome”, contesta Nardelli.

Para o vice-presidente do Secovi-PR, só a estrutura agrega valor ao imóvel e não a “grife” formada. Mas em um ponto Nardelli concorda com Auada, no que diz respeito ao mercado curiti-bano que continua aquecido, em menor ritmo, é verdade, mas com abundância de crédito, maior renda e o sonho da casa própria ainda muito consolidado. “Numa visão global de Curitiba, está com um bom crescimento e com uma boa valorização do mercado imobiliá-rio como um todo”, concorda também o presidente da Ademi-PR.

Tendência que reflete o cenário na-cional. “A relação crédito habitacio-nal-PIB no Brasil, embora ainda seja baixa, comparada aos demais países desenvolvidos, tem crescido mui-to nos últimos anos. O crédito para a compra da casa própria alcançou R$205,8 bilhões em janeiro de 2012, segundo dados do Banco Central do Brasil”, traz ainda o estudo do Ipea.

Para locação

Se para as vendas essa estratégia pode render mais comercialização, na loca-ção isso não é tão efetivo, de acordo com Marise Hartman, gerente-geral da Galvão Locações. “Acho que para a venda, faz uma diferença. Mas na locação, você tem dois perfis de clien-tes, então ele vai buscar um bairro que fique de fácil acesso ou, quem não é daqui, tem os mitos de bairros que te-nha status”, atesta Marise.

A estratégia do mercado de locação na cidade obedece ao maior fluxo em oferta de imóveis em determinado bairro. “[Incentiva] de acordo com aqueles imóveis que se tem na cartei-ra”, explica a gerente.

* Fonte: Lopes Inteligência de Mercado

vAloreS

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PreçO mÉDiO DO meTrO QuaDraDO PriVaTiVO DOS aParTamenTOS reSiDenCiaiS nOVOS em CuriTiBa - Jul/2012

Dormitór. 1 2 3

Ecoville 6.324 4.865 5.511

CIC --- 2.396 3.673

Jardim --- 5.477 4.837Botânico

Capão 3.839 4.028 4.482Raso

Novo 3.971 4.169 3.960Mundo

Bigorrilho 5.551 5.862 6.165

aParTamenTOS nOVOS em CuriTiBa (VenDa) - Jul/2012

Ecoville 1.378

CIC 432

Jardim Botânico 360

Capão Raso 688

Novo Mundo 617

Bigorrilho 571

Fonte: Ademi-PR

Curitiba possui

75 bairros, que foram

criados desde 1975 em decreto

nº 774/75Imag

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Brasil é o terceiro país no mundo que mais contrata trabalhadores temporá-rios. Este foi o resultado

da pesquisa da Confederação Inter-nacional de Trabalho Temporário e Terceirização (Ciett). A entidade, que reúne 50 países, divulgou o ranking com base nos dados de 2010. Outu-bro é o mês que começa a temporada desse tipo de trabalho com vistas ao aquecimento das vendas de final de

Pesquisa mostra que o Brasil é o terceiro maior contratante de mão de obra temporária no mundo

o

economia favorece trabalho temporário

ano, com o Dia das Crianças e a pro-ximidade do Natal.

Com a média mensal de 900 mil con-tratos temporários, o Brasil subiu duas posições e ficou atrás apenas dos Estados Unidos e da África do Sul. O boom de vagas abertas no país africano se deve ao período do gran-de evento esportivo. O que também acontecerá no Brasil daqui dois anos (Copa do Mundo/2014).

Por enquanto aqui, o principal fator para a terceira colocação é a economia favorável. “Apesar de ter passado por uma crise, é um País que vem crescen-do e, consequentemente, o trabalho temporário entra neste momento”, ex-plica Jismália de Oliveira Alves, pre-

sidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem). Diversos setores vão abrir vagas tem-porárias em maior grau a partir deste mês, o comércio e a indústria devem absorver o maior número.

Ano passado, segundo a Asserttem, no período um pouco antes do Na-tal, por exemplo, foram abertas 147 mil vagas temporárias no Brasil. A estimativa é que, neste ano, sejam contratados 155 mil trabalhadores temporários. Taxa 5,5% maior que no mesmo período de 2011. Desses 155 mil, cerca de 15% dos trabalhadores temporários deverão ser efetivados, o que representa 23 mil pessoas. É um valor 4,05% acima do registrado

economia

Neste fim de ano, a estimativa é de que a contratação seja de igual número em relação ao ano anterior, que foi de 9 mil trabalhadores no PR

Bianca [email protected]

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no ano passado. O Paraná contratou mais de nove mil trabalhadores tem-porários no mesmo período.

Cuidados na contratação

De acordo com a Lei n° 6.019, o tra-balho temporário “é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou ao acréscimo extra-ordinário de serviços”. Ou seja, em-presas que precisam cobrir férias de outros funcionários ou aumentam o fluxo de serviços em datas sazonais, como o Natal e a Páscoa.

Diante desta situação favorável do consumo interno, as empresas con-tratantes devem estar preparadas. Um dos cuidados refere-se ao contrato que vai fazer com o futuro funcionário.

De acordo com Christian Schramm Jorge, advogado trabalhista do es-critório Marins Bertoldi Advogados Associados, a contratação temporá-ria deve também seguir o rigor da lei trabalhista. “O contrato temporário, geralmente, é feito em empresa de trabalho temporário que vai fornecer a mão de obra”, explica.

A empresa prestadora de serviços deve estar também regulamentada no Minis-tério do Trabalho e Emprego (MTE). “A empresa contratante deve avaliar

se esta empresa é idônea. Ela deve ser sólida no mercado e estar devidamente regulamentada”, alerta Jorge. O con-trato temporário pode ser feito com prazo máximo de 90 dias, podendo ser prorrogado por igual período.

Além disso, a empresa que vai con-tratar funcionários temporários deve discriminar no contrato todos os va-lores recebidos pelo empregado que tem como direito: salário, folga e fé-rias proporcionais, décimo terceiro proporcional ao período trabalhado, adicional por hora extra, proteção

previdenciária e registro na carteira de trabalho, entre outros benefícios. “A empresa pode aplicar penalidades como aplica a qualquer outro funcio-nário, como se ele faltar injustifica-damente. Pode, inclusive, fazer uma rescisão por justa causa do contrato de trabalho”, ressalta Jorge.

empresas contratantes

O que muitas empresas fazem tam-bém é recrutar um funcionário tem-porário por meio do contrato de expe-riência. Ano passado, uma companhia de produtos de maquiagem optou por esta alternativa. Contratou quatro funcionários em novembro e dezem-bro, meses mais movimentados para esta empresa que tinha apenas um ano de mercado.

Este tipo de contrato foi escolhido pela empresa, pois já havia intenção de efe-tivação dos funcionários. “Fizemos uma seleção e os pré-selecionados passaram por treinamentos, avaliações e entrevistas para a vaga temporária como se fosse para uma vaga normal”, explica a gerente da loja, Ana Costa. Ela admite que o recrutamento foi deixado para última hora e, por isso, adverte as demais empresas que rea-lizem este processo com antecedência para não haver problemas.

Outra empresa de calçados em Curi-tiba, que existe há 25 anos, tem expe-riência em contratações temporárias. No final do ano, eles chegam a dobrar o número de empregados, que sempre foi em média de oito funcionários.

Segundo a gerente da loja, Rossana Palomo, o principal critério utilizado pela empresa na hora de contratar são as referências do empregado. “Geral-mente, contratamos por indicação e quando não, avaliamos até mesmo os antecedentes criminais desta pessoa”, explica. Como há grande rotatividade nestas vagas, a empresa acaba também contratando ex-funcionários que já tra-balharam temporariamente na loja.

A loja onde Ana Costa é gerente

optou pelo contrato de experiência, uma

das alternativas

De acordo com o advogado trabalhista Chrtistian Schramm Jorge, as empresas que abrem vagas temporárias devem contratar por intermédio de uma agência de recursos humanos

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30 | REVISTA MÊS | OUTUBRO DE 2012

O Sul Competitivo apresenta projetos prioritários de infraestrutura logística que podem reduzir os custos em até R$4,1 bilhões por ano para os três estados da região

eixos de um Sul mais competitivo

o final de agosto, a Con-federação Nacional da Indústria (CNI), junto com as Federações da In-

dústria do Sul (Fiep, Fiesc e Fiergs), lançaram o Projeto Sul Competitivo, estudo que avalia detalhadamente as condições de infraestrutura da região

n

e propõe soluções. O resultado de um ano do estudo apresentou a necessi-dade de investimentos da ordem de R$70 bilhões em 177 projetos, nos eixos apontados pelo levantamento.

O principal foco está em resolver os gargalos logísticos do Sul, o que au-mentaria a competitividade do setor produtivo local. Centenas de projetos fazem parte de 18 mil linhas de fluxo. Cada linha de fluxo é o caminho que um produto pode percorrer até chegar ao seu destino final, seja no Brasil ou no exterior.

Ao todo, o estudo elencou 18 cadeias produtivas e 100 produtos diferentes,

“analisando como estava a situação atual, onde eram os polos produtores, onde eram os polos consumidores, quanto dessa produção era exportada, quanto era importada, produção inter-na e consumo interno, ou seja, tudo o que era consumido na região vindo de outras regiões. Conseguimos analisar os principais fluxos”, explica o sócio da consultoria responsável pelo estu-do Macrologística, Olivier Girardi.

gargalos prioritários

Se forem executados, os 177 proje-tos poderiam gerar uma economia anual de R$4,1 bilhões. Mas, de to-dos os projetos, o Sul Competitivo

economia

Iris [email protected]

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destacou 51, em oito eixos de in-tegração, considerados prioritários para a região. O que demandaria o investimento de R$15,2 bilhões. A economia gerada seria de R$3,4 bi-lhões anuais. Essa taxa representaria um retorno do investimento em pou-co mais de quatro anos.

Os eixos cruciais para a região Sul localizam-se nas rodovias da BR-116, BR101, BR 285. Há, também, os novos eixos da Ferrovia Norte-Sul, o eixo ferroviário Guaíra/São Francis-co do Sul/Paranaguá e o rodoviário da Boiadeira, saindo de Porto Camar-go até Paranaguá.

“Nós achamos importante que a BR-101 seja estudada com mais detalhes. Um estudo que possa levar a ligação que vem ali de Santa Catarina, de Garuva, que possa subir pelo Para-ná, que hoje ela não existe”, afirma o consultor de Logística e Infraestru-tura de Transportes da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mario Stamm. O consultor também salienta a importância da implantação dos ei-xos ferroviários e duplicação das BR-153, 158 e 163.

“Aqui, tanto a BR-101, como o ajuste que eles vão fazer na BR-116, como aquele trecho que vem de São Paulo até Buenos Aires, é super importante. Então, essa integração com o Sul e com o Mercosul é extremamente re-

levante. Ou seja, o gargalo eles pega-ram”, afirma a professora do Programa de Mestrado em Organizações e De-senvolvimento da FAE, Liana Car-leial. Para ela, a escolha de projetos prioritários é essencial. “Eles deram uma noção de objetividade e de facti-bilidade”, diz. Outra prioridade sob a visão de Liana está no interesse do Pa-raná em recuperar a malha Ferroviária.

Para chegar aos oito eixos prioritá-rios, Girardi afirma que foi levado em consideração o impacto que um de-terminado projeto logístico teria em termos de redução de custo de trans-porte para a região. “Então se de re-pente você coloca uma nova ferrovia, tendo em vista que a ferrovia tem um custo de frete menor que uma rodo-via e, uma vez que você colocou essa nova ferrovia, a carga passe a deixar as rodovias para começar a transitar pelas ferrovias, você vai ter uma re-dução de custo de transporte. Quando você multiplica essa redução unitária,

o volume que vai ser transportado vai ter grandes economias anuais”, pon-dera Girardi.

investimento

O transporte logístico também po-deria ajudar a resolver o problema da capacidade saturada das estradas brasileiras. De acordo com o estudo, umas das importantes ligações entre o Sul e o restante do País (na BR 116) já opera acima de sua capacidade atu-al que é de 54,8 mil toneladas. Hoje passa por esse eixo Curitiba/São Pau-lo168 mil toneladas ao dia, o que sig-nifica 307% acima do previsto.

A perspectiva, segundo o estudo, é que em 2020, o uso diário chegará a 258,8 mil toneladas, 472% acima da capacidade atual. Além da BR-116, mais 14 rodovias estariam operando acima da capacidade.

A especialista Liana diz que a resolu-ção desses pontos não vai resolver to-dos os problemas de desenvolvimento da região. Outros fatores precisam ser levados em conta. “A infraestrutura da forma como eles observam é ape-nas a infraestrutura econômica, por-que a infraestrutura envolve também as pessoas, as famílias, os indivíduos e etc. Então, você tem de facilitar a vida não só da produção, mas dos in-divíduos”, salienta a professora.

Grande parte dessas obras já está in-cluída no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal. Para o restante, Stamm aponta no projeto que o objetivo é de reunir forças políti-cas e econômicas para viabilizá-las. “Há uma boa vontade para que esses projetos saiam do papel”, diz Stamm.

A ligação entre Paraná e São Paulo (na BR 116) já opera 307% acima de sua capacidade atual, que é de

54,8 mil toneladas

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ProJetoS PrioritárioSenTre OS 51 PrOJeTOS PriOriTáriOS alGunS SãO nOVOS eixOS Que DeVem Ser COnSTruíDOS, SenDO DOiS FerrOViáriOS e um rODOViáriO.

novoS eixoS:

Novo Eixo de Integração da Ferrovia Norte-Sul/Trecho Sul

Novo Eixo de Integração Ferroviário Guaíra/São Francisco do Sul/Paranaguá via Anel ferroviário no Litoral e Serra

Novo Eixo de Integração Rodoviário da Boiadeira Porto Camargo/Par anaguá via Campo Mourão e BR 487

Fonte: Projeto Sul Competitivo

“É tão uma proposta política que eles propõem uma força-tarefa para implementar”, diz Liana

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importância que a agri-cultura tem para o Es-tado do Paraná é in-discutível. Tanto que o

agronegócio representa 33% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do Pa-raná que é um dos maiores produtores de grãos do Brasil. Mas não é apenas em números que o Paraná tem repre-sentatividade no setor primário.

A experiência e iniciativas locais na agricultura agora servirão como refe-rência para diversos países, principal-mente da África e da América Lati-na. Essa possibilidade surgiu com a proposta da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimen-tação (FAO) de descentralização de suas estruturas em países como o Brasil e a Índia.

Um desses escritórios será instala-do no Paraná, mais precisamente,

Trabalhos de sucesso desenvolvidos no Paraná podem ser plantados e estão servindo de exemplo em outros locais do mundo

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Paraná como referência

agropecuária

no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). A descentralização começou neste ano com o projeto desse escritório,

Iris [email protected]

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“O escritório vai organizar trabalhos eestudos, sistematizar, promover redes deintercâmbio”, diz Bianchini

segundo o secretário nacional de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e um dos realizadores desse projeto da FAO para o Sul do Brasil, Valter Bianchini. A possibilidade, porém, de “exportar” as boas práticas começou antes. “Das visitas que a própria FAO fazia, nós poderíamos levar essa ex-periência para outros lugares”, infor-ma Bianchini, que já trabalhava com protocolos de intenções desde que ele era secretário da pasta no Estado.

Práticas

O escritório no Paraná vai produzir cartilhas e vídeos de boas práticas que terão a recomendação da FAO. Dentre os exemplos que poderão ser aplicados a outros países está o cooperativismo e projetos como o “Cultivando Água Boa” e a geração de energia de biomassa da Itaipu. O que se segue é a formação de redes e a elaboração de um conjunto de prá-ticas sistematizadas sob a rubrica da FAO e a partir daí divulgar esses ma-teriais com a experiência paranaense.

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“O escritório vai organizar trabalhos e estudos, sistematizar, promover redes de intercâmbio, a gente está falando em levar experiência, mas podemos também trazer experiências de outros países também”, explica Bianchini.

O representante da FAO sabe que na utilização das práticas não é apenas adaptar, mas utilizar os exemplos que se têm aqui para mostrar a diver-sidade nas pequenas e grandes coo-perativas. “O que nós vamos fazer é mostrar um Estado que avançou muito”, diz Bianchini. “Contar de uma forma sistematizada a nossa tra-jetória e que eles possam aproveitar parte dessa experiência.”

novos cultivares

Experiência também tem o Paraná no desenvolvimento de novas cultivares. Muitas dessas, desenvolvidas dentro do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), não foram plantadas apenas em solo paranaense, mas crescem também em solos estrangeiros. Um bom exemplo são algumas variedades de feijão. Ao todo, 29 cultivares dessa leguminosa já foram colocados à dis-posição dos agricultores pelo Iapar.

Uma das variedades que é plantada até na Argentina e na Venezuela é o IPR Uirapuru. “É a cultivar hoje do grupo preto mais plantada no Brasil inteiro. Faz 12 anos que foi lançada e detém o primeiro lugar”, explica a engenheira agrônoma e pesquisadora do Iapar, da Área de Melhoramento Genético, Vania Moda Cirino.

Para alcançar esse destaque nacional foi preciso desenvolver uma semente que conseguisse agregar um potencial de rendimento elevado, resistência a doenças, tolerância a fatores climáti-cos, entre outros fatores. Além disso, precisa ser um produto de qualidade tanto comercial quanto de culinária. “São características que têm de ser levadas em consideração, pois não adianta o feijão ser bom de roça e não

ser bom de panela. E não adianta ser bom de panela e ruim de roça”, enfa-tiza a pesquisadora. Além do Uirapu-ru, também tem destaque nacional as variedades IPR Tuiuiú de feijão preto e IPR Tangará do tipo carioca.

Maçãs

Outro produto tipo exportação do Ia-par, que também ganhou campos dis-tantes, são os cultivares de maçã que estão sendo plantados no Norte do Paraná, no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. E ainda em testes em outros países, revela Claudine de Bona, pes-quisadora da Área de Fitotecnia, do Programa de Pesquisa em Fruticultu-ra do Instituto.

Entre os diferencias das variedades desenvolvidas pelo Iapar está a “bai-xa exigência em frio, o que possibilita seu cultivo em regiões mais quentes, e a entrada em produção antecipada-mente, colocando o fruto no mercado antes e permitindo uma maior renda ao produtor”, explica Claudine.

O sucesso dessas cultivares em ou-tras regiões é “a alta qualidade e pro-dutividade dessas espécies e maior resistência a doenças”, completa a pesquisadora. Para Claudine, ter esse destaque na agricultura e na pesquisa coloca o Paraná entre os grandes es-tados de importância agrícola, junto com São Paulo e Rio Grande do Sul.

embalagens

Referência também tem o Paraná para o recolhimento de embalagens vazias

de agrotóxicos. Os números mais re-centes do Instituto Nacional de Proces-samento de Embalagens Vazias (Inpev) mostram que foram feitas a logística reversa 3.248 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Pa-raná. Foi registrado alta de 6% entre janeiro e agosto deste ano ante ao mes-mo período de 2011. Isso representa 12% do total no Brasil. “O agricultor [paranaense] é bem consciente”, afir-ma o Coordenador Regional do Paraná do Inpev, Caio Fernandes.

Segundo Fernandes, há um compro-metimento muito grande de toda a cadeia produtiva no Paraná. Outro diferencial é o recolhimento itineran-te. Trata-se de um posto de recolhi-mento que recebe essas embalagens passando por determinados pontos da zona rural, onde não há central de recolhimento e facilitando a vida do agricultor. Como exemplo, Fernandes cita a central de Francisco Beltrão, na qual 95% das embalagens recolhidas vêm do recolhimento itinerante. Isso resulta em números positivos para o meio ambiente, com menor poluição dos solos, água e descarte correto das embalagens plásticas.

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Fonte: Inpev

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Volume 2011 (t) 3.062 24.970

Volume 2012 (t) 3.248 26.019

Crescimento 6% 4%

O feijão IPR Uirapuru (preto) e IPR Tangará

do tipo carioca são alguns dos cultivares

criados no Paraná

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dupla infalível na educaçãoA importância dos pais na educação dos filhos e o entendimento com a escola é essencial para uma trajetória educacional de sucesso

educação

tem problema na escola, justamente, porque a escola não atende o perfil dela,” explica Maria Luzita de Saria, pedagoga, especialista em Educação Infantil e fundadora da Inspiração Consultoria Pedagógica. “Dos pais que atendo aqui de Curitiba, cerca de 90% quer uma escola que prepare para o vestibular, mas o filho ainda é uma criança”, completa Maria Luzita.

Outro detalhe importante é que os pais não devem transferir totalmente a edu-cação para a escola. Para a pedagoga

É na educação dos filhos que se revelam as virtudes

dos pais”, disse Coelho Neto, escri-tor e professor do século XIX. Você já deve ter ouvido dizer também que “educação começa dentro de casa”. O fato é que, apesar de nem sempre presentes, os pais precisam estimular, incentivar e disciplinar seus filhos. Três elementos que, juntos, fazem a diferença para qualquer criança.

Neste mês, começam as matrículas escolares. É neste momento que os pais devem observar alguns pontos e saber que certas coisas não podem ser deixadas a cargo da escola.

A participação dos pais precisa come-çar na escolha de uma escola. É preci-

so que a escola tenha o mesmo perfil da criança e da família. Em Curitiba, existe uma gama de perfis muito di-ferentes de escolas. Por isso, os pais devem sempre avaliar a linha pedagó-gica e atividades que a escola oferece antes de bater o martelo na decisão.

É possível, ainda, recorrer a serviços de consultoria pedagógica, que auxi-liam neste momento de escolha. “Tem pais que me procuram com ideias fi-xas e não entendem o que o filho re-almente precisa. Às vezes, a criança

Bianca [email protected]

Para a pedagoga Cláudia dos Santos, o rendimento escolar está ligado ao trabalho dos pais dentro de casaFo

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O casal Marialina da Fontoura Feuser e Aloísio Feuser dê olho em seus filhos

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PArA ler e APrender COnheça alGunS liVrOS Que PODem aJuDar nOS DeSaFiOS DiáriOS DOS PaiS:

PAiS e eduCAdoreS de AltA PerForMAnCeOrienta como saber separar o papel dos pais e da escola.Autor: Içami Tiba | Editora: Integrare

dePende de voCÊSaiba como fazer seu filho(a) um vitorioso nos estudos e na vidaAutora: Andrea Ramal | Editora: LTC Editora

Cláudia dos Santos, a presença deles na educação escolar é importante, pois o rendimento dos filhos no ambiente escolar está diretamente relacionado à disciplina, orientação e trabalho em casa. “A criança ou adolescente sozi-nho não têm maturidade para desen-volver hábitos de estudo e rotina esco-lar e, por isso, a presença dos pais se torna imprescindível”, explica.

dentro de casa

Os oito primeiros anos de vida da criança são essenciais. Nesta fase, ela é como uma “esponja’ que absorve toda informação e tem vontade e dis-posição de aprender. “Fazer se apai-xonar pelo processo de aprendizagem começa desde sempre, criando o hábi-to e o gosto por estudar, pesquisar, ler; depois, tudo fluirá, porque isso estará intrínseco a ela”, ressalta Cristina.

Assim, em casa, a criança precisa ter tranquilidade e uma estrutura adequa-da, dentro do possível. Muitas vezes, fazem de qualquer jeito as tarefas e não cuidam da postura, por exemplo, ou fazem várias coisas ao mesmo tem-po em que estuda. Isso é prejudicial e os pais precisam cuidar disso. Apesar de as crianças terem nascido em um mundo digitalizado, é importante ain-da que os livros de papel sejam a fon-te principal na pesquisa do estudante, não a internet, orienta a especialista.

regras e horários

Outro fator determinante são os horá-rios. A escola junto com os pais pode estabelecer horários de estudo entre os alunos da mesma classe para servir como motivação e estímulo a todos. Quando não há dever de casa, os pais devem incentivar a leitura e o estudo de conteúdos apresentados durante a aula.

A família também deve estar sempre em contato com a escola. Um diálogo franco é essencial. Esse convívio deve ir além do que ir à reunião de pai. Os pais devem entrar em contato com a

escola por meio de e-mail, telefone-mas ou fazendo-se presente para saber como está o comportamento do filho.

As atividades extracurriculares são im-portantes ferramentas para contribuir no aprendizado da criança. Seja a práti-ca do esporte ou o aprendizado de uma segunda língua, no contraturno escolar, são essenciais para a formação.

Desde que seus filhos eram pequenos, o casal Marialina da Fontoura Feuser e Aloísio Feuser já sabia a importân-cia da educação. Os filhos sempre foram estimulados ao estudo e disci-plinados com horários. “Eu deixava claro que escola é compromisso sé-rio, assim como trabalho é para nós adultos. Não tem como deixar de fa-zer uma tarefa”, revela.

Para o pai, essa disciplina dos filhos foi essencial em suas vidas. “Não existe aprendizado sem disciplina no sentido de organização”, diz. Hoje, já na adolescência, os pais percebem que essa atenção sempre dada à edu-cação de Klaus e Nicole fez diferen-ça. Reflexo disso foram sempre boas notas e respeito entre eles e a escola.

Prática do homeschool

Mesmo proibida no Brasil, a prática do homeschool pode ser vista por aqui e também em outros países. Trata-se do ensino doméstico, ou seja, os pais educam os filhos em casa em vez de leva-los às escolas convencionais. As razões para esta prática são inúmeras, como religião ou mesmo insatisfação dos pais com o sistema de aprendi-zado formal, dificuldade de acesso à escola, entre outros fatores.

Foi assim durante um ano na vida de Alexandre Herbst. Seus pais se muda-ram para o interior do Estado, quando ele ainda era pequeno e iria cursar a primeira série. A escola mais próxi-ma era em Telêmaco Borba e ficava a duas horas de onde morava. Foi aí que Maristela Kelm, mãe de Alexan-dre, resolveu ensinar o filho em casa.

Por já ser professora, foi até a escola mais próxima e explicou a situação. “Eu propus a escola matriculá-lo, mas ensinar meu filho em casa. As provas ele fazia na escola.O engraça-do é que ele tinha uma das notas mais altas da turma”, revela.

Maristela Kelm ensinou durante um ano seu filho dentro de casa; ela garante que esse período não prejudicou o desempenho escolar de Alexandre

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quando a escola e os pais abraçam os filhosEsther Cristina Pereira é pedagoga do Colégio Atuação, em Curitiba. Em sua experiência profissional, sabe da importância dos pais na educação dos filhos. Para ela, escola e a família devem caminhar juntas, na mesma sintonia. Com sua experiência escolar e estudos, escreveu o livro: “Escola e família”, para mostrar que a parceria dá certo e como os dois agentes fazem a diferença na vida escolar e no aprendizado dos seres mais importantes para os pais: seus filhos.

Qual a importância dos pais na educação dos filhos?

Os pais devem estar atentos 100% na educação das crianças desde a educa-ção pedagógica até a educação de va-lores, conceitos, condutas e compor-tamento. Eu acho que o pai e a mãe são a estrutura do filho, são como uma estaca em uma construção de um prédio que segura a estrutura. Os pais são essa estrutura, essa segurança da criança, independentemente se eles são separados ou não, têm que estar perto, falando a mesma língua, por-que a criança precisa desse conduzir de um adulto.

Como os pais podem incentivar e estimular os filhos nos estudos?

Começa desde pequeno. A família tem que perceber que o momento de estudo é divino e importante. A im-

5 perguntas para: esther Cristina Pereira

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portância daquele momento que ele está levando a lição, ele tem espaço de silêncio para fazer, horários? Isso é disciplinar. É como um leque, a criança vai abrindo desde pequenini-nho e a tendência é ser disciplinado para o estudo desde tenra idade. A lição, por exemplo, não é nem lição de casa, é um dever, é uma obrigação dela, é o primeiro trabalho dela. Fazer essa criança ter paixão pela leitura.

Como deve ser o tempo de estudo para uma criança e o ambiente?

Colocamos o tempo de estudo de acordo com a idade. Uma criança de jardim um não lê, mas pode ter um momento de leitura por meio das fi-guras de uma história. Mas já grande, com dez anos, por exemplo, uma hora e meia é essencial para ela refletir no conteúdo da escola quando não tem dever de casa. A criança hoje é mul-tifacetada, estuda escutando música e vendo TV, são de uma geração di-gitalizada. Ela deve ter um lugar para estudar, onde tem coisas que ela pre-cisa, como livros, cola, tesoura, lápis e sempre utilizar mais livro do que a internet. É importante a criança ter na sua casa um cantinho para o estudo, onde tenha as coisas dela.

Como os pais podem disciplinar sem pressionar os filhos?

Os pais têm muita dificuldade com disciplina, quando os filhos não dão o que eles gostariam que ele desse.

A grande dificuldade é avaliar isso e conseguir trabalhar. Muitas vezes, os pais jogam em cima da criança o que eles sonharam como futuro para eles. Eu vejo muitas crianças com doze ou treze anos que diz que seu pai não é feliz, porque ela não vai bem ou não tem medalhas, chega a ficar doen-te por isso. A fase da adolescência é o momento em que o filho tem que ser tratado com carinho e ter diálogo. Não é que não vai cobrar, mas esta fase é normal as notas abaixarem, por causa das mudanças, dos hormônios.

Como escola e pais podem cami-nhar juntos?

A escola é uma parceira da família e essa é uma das grandes dificuldades das famílias entenderem, perceberem que a escola está com elas. Esta inter--relação é bem complexa. Se é uma fa-mília disciplinada, por exemplo, deve procurar uma escola mais disciplina-da. Na hora de procurar, tem que saber o que quer da escola, que tipo de valo-res essa escola trabalha. O processo de aprendizagem flui com leveza quando escola e pais conseguem ficar juntos. A escola só vai saber o que acontece com a criança, se a família trouxer os problemas e a dificuldades dela.

Bianca [email protected]

Os pais têm muita dificuldade com disciplina, quando os filhos não dão o

que eles gostariam

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á quase sete anos, a en-genheira ambiental Paola Miccelli estava na uni-versidade quando perce-

beu algumas manchas vermelhas nas pernas. Não deu importância. Quando resolveu procurar um dermatologista, veio a notícia. O que Paola tinha era psoríase. Uma pomada resolveria o problema? Infelizmente, não foi as-sim: as manchas se estenderam para o corpo inteiro nos seis anos seguintes.

Assim como Paola, 3% da população mundial tem psoríase. É uma doença ainda pouco conhecida e não é conta-giosa. Mas a falta de informação acar-

Mesmo pouco conhecida, a psoríase é uma doença de pele que atinge 3% da população mundial

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saúde

Pele sobre pele

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reta muitos problemas para quem tem essa doença, principalmente, em rela-ção ao preconceito. O Dia Mundial da Psoríase (29 de Outubro) é uma data criada justamente para tornar esta doença mais conhecida.

Trata-se de uma inflamação crônica na pele e pode atingir também algu-mas articulações do corpo. Começa “de mansinho”, como no caso de Paola e pode se manifestar tanto da forma simples como em toda super-fície corporal, causando grande des-conforto e feridas.

Em geral, a psoríase inicia-se com lesões avermelhadas. À medida que se alastram, estas manchas criam ex-

cesso de produção de pele. Pele so-bre pele. Mas existem vários tipos de psoríase. Por exemplo, quando é invertida, são lesões mais úmidas e aparecem em regiões como couro ca-beludo, joelhos e cotovelos. Quando surgem em quase todo o corpo, ou seja, 75% ou mais da superfície cor-poral é chamada de psoríase eritro-dérmica. Este tipo totaliza 20% dos casos, sendo que a maioria é da forma mais simples. Suas lesões também podem aparecer nas unhas, palmas da mão e solas dos pés.

Causas da doença

Não existe uma causa principal para o aparecimento dela. Mas diversos fatores contribuem para o surgimento desta doença, tornando-se, por isso, uma enfermidade multifatorial. De acordo com o dermatologista, Anber Tanaka, quem já tem uma pré-dis-posição genética, ou seja, alguém na família com a doença tem mais chan-

Bianca [email protected]

A psoríase é uma doença na pele sem cura e pouco conhecida

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ces de desenvolvê-la. “Cerca de 30% dos casos são de histórico familiar de psoríase, mas existem outros fatores ambientais e que também contri-buem”, revela.

Dentre os fatores estão os emocio-nais, traumatismos, situações de es-tresse e até mesmo alguns medica-mentos podem ajudar a desenvolver a psoríase ou agravá-la.

Pessoas que fumam e bebem estão também mais suscetíveis. Os dois picos da doença aparecem entre 20 e 50 anos de idade. Tanto em homens e mulheres, ela aparece de forma igual. Já nas crianças, que representam pou-cos casos, a diferença é que as lesões aparecem no rosto, o que nos adultos não é comum.

A doença surge e pode levar anos para se manifestar em todo o corpo. “A doença tem evolução longa e de-morada. Existem exceções de pesso-as que tem o acometimento extenso e surgimento abrupto”, explica Tanaka. Pessoas que têm alguma infecção e também já têm a psoríase, podem desenvolvê-la rapidamente. O que é comum de acontecer é que logo no começo, muitas pessoas, não dão im-portância e quando descobre a doença

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pode já estar avançada. Tanaka lem-bra que o diagnóstico é muito simples e “pode ser feito após uma consulta e depois com exames”.

tratamento e cuidados

Apesar de ainda não ter cura, exis-tem tratamentos muito eficazes no

controle. “Eles são realizados através de medicamentos via oral, que fazem imunomodulações que irão tentar controlar a imunidade do portador de psoríase e externos com pomadas e cremes”, explica a dermatologista Rossana Hurtado.

Um mito ainda divulgado é que tra-tamentos alternativos ou dietas es-peciais podem curar ou amenizar a doença, segundo a dermatologista, isso não é verdade.

Diferentemente do que muitas pes-soas também podem pensar, o sol é

um fator benéfico contra a doença. Os raios ultravioletas agem como um anti-inflamatório. Mas quem não tem tempo para ficar em exposição ao sol, existe um tratamento fotoquimioterá-pico conhecido como PUVA. “É uma cabine com lâmpadas que emitem raios ultravioletas, simulando o sol”, explica Rossana. O PUVA deve ser feito em pacientes que possuem pso-ríase em grande parte do corpo.

Além dos tratamentos, outros cuida-dos são fundamentais para o psorí-aco. Como a pele fica muito seca, é importante sempre hidratá-las. Essa hidratação já causa uma melhora de 30% nas lesões. Banhos curtos e não muito quentes também são recomen-dados. Como o fator emocional tam-bém determina a doença, manter a mente tranquila, ter uma boa alimen-tação e praticar exercícios também são práticas recomendadas.

Casos de psoríase

A própria Paola, personagem desta reportagem, já sofreu muito com o preconceito referente à doença. Por seis anos, ficou com psoríase qua-se no corpo todo. “Tive fases que não queria que ninguém me encos-tasse, já chorei porque não podia ir pra praia e usar saia. Tinha medo de rejeição”, revela Paola que, com a doença, aprendeu também uma lição. “Eu aprendi a conviver com a pso-ríase e quem tem deve se conhecer melhor e não desistir. Deve melhorar o interno para conseguir melhorar o externo.” Para resolver o externo, Paola fez tratamentos com medica-mentos e PUVA. Já chegou a gastar mais de R$ 200 mensais, com cremes e remédios. Atualmente, a doença da engenheira reduziu seus efeitos e res-taram somente algumas manchas na pele, mas ela continua a se tratar.

Em média, os tratamentos variam de preço diante de cada quadro clínico. Alguns remédios são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dia 29 de Outubro é o Dia Mundial de combate

aos preconceitos e divulgação de informação

sobre a psoríase

Para o dermatologista Anber Tanaka, cerca de 30% são de casos com histórico na família

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tecnologia

Tecnologias touch deixaram os jogos mais intuitivos e fáceis para o entretenimento dos pequenos

acesso aos jogos eletrô-nicos há muito tempo se resumia apenas aos computadores e aos con-

soles. No entanto, recentemente, uma nova plataforma está conquistando o público, principalmente, o infantil. São as plataformas móveis, como os smartphones e os tablets que trou-xeram mais intuição para os jogos e alcançaram um público que até então tinha dificuldades de encarar os joys-ticks repletos de botões e ferramentas.

oAs empresas que desenvolvem esses games têm trabalhado em diversos te-mas voltados ao público infantil que vai desde a história de um livro até joguinhos de competição.

Para os menores, numa faixa etá-ria que ainda não sabe ler, o diretor técnico da Lalubema, empresa que desenvolve aplicativos para celular, William Tadeu Silveira, explica que os jogos precisam ter mais cores e sons. “Neste momento, as crianças normalmente não sabem ler, ou se sabem estão numa fase inicial. Tem

Jogos na ponta dos dedosainda uma formação de vocabulário e pouca coordenação motora”, comple-ta o diretor.

intuitivos

Por isso, os jogos precisam ter uma interface mais amigável. “Como es-tamos falando de jogos para crianças, não foge muito os de animais e de mundo mágico. Hoje, o que as mu-lheres mais jogam é casual games. E esses casual games também têm esse apelo mais mágico”, salienta CEO da Hive, líder no desenvolvimento de

Iris [email protected]

O game Club Penguim faz sucesso entre a criançada

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advergames do Brasil, Mitikazu Koga Lisboa. Esses jogos são considerados de aprendizado fácil, rápido e de pou-co envolvimento.

Na faixa até os oito anos de idade, os games precisam ser mais intuitivos, pondera o professor do curso de Jo-gos Digitais do Centro Tecnológico Positivo, Michael Bahr. Incentivar a imaginação é um dos principais fato-res trabalhados no desenvolvimento de games para crianças. Ele recorda que na época de infância havia diver-sos tipos de programas que mexiam com o imaginário. Hoje, esse meca-nismo é transportado para os games.

“Porque, hoje, a criança vive o jogo e não mais a TV. Muito mais web e jogo, então aí você tem de pensar em fazer jogo para Ipad fazer jogo para tablet, em geral, que é onde eles estão. Fazer com que a criança tenha essa imaginação”, completa o professor.

Competição

Para Bahr, é a partir dos nove anos que já é possível inserir as crianças nos jo-

gos com estratégias. E aí as crianças vão mais longe que os próprios adul-tos. “Eles desenvolvem esse raciocí-nio mais fácil que muito adulto para jogar”, diz.

Mas com uma infinidade de games no mercado para todas as plataformas,

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t/ os pais devem ficar atentos ao que cada filho pode jogar. O psicólogo comportamental, Carlos Esteves, ex-plica que não há uma regulamentação para isso no Brasil e também que é di-fícil fazer o controle do que as crian-ças têm acesso.

Assim, ele ressalta que é importante que os pais façam parte da introdução dos filhos no mundo dos games. “Por-que eu acho que no início do processo é importante os pais interagirem e a partir dali ir dando um modelo para os filhos em relação aos jogos.”

Isso porque quase todos os jogos têm a proposta de desenvolver algo na criança. E uma das habilidades de-senvolvidas no ato de jogar é a com-petição. “Jogar é bom, tanto é que as crianças optam por isso, então estar junto e ir ajudando a criança a apren-der a lidar com isso de outra forma, de uma forma acompanhada, seria um bom caminho”, afirma Esteves. O psicólogo explica, ainda, que é pre-ciso encontrar um meio termo em re-lação ao tempo dedicado à atividade e mesclar com a convivência de co-legas e com adultos, para exercitar a socialização e reforçar valores.R

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Para Bahr, a imaginação é um fator trabalhado no desenvolvimento de games para o público infantil

rede SoCiAl de gAMESPara quem gosta de jogar, mais uma novidade chegará ao Brasil em breve. É o Gree, site criado pelo japonês Yoshikazu Tanaka. A rede social voltada aos jogos ainda não chegou ao Brasil, mas em breve deve estar por aqui. Ele tam-bém já lançou um site em inglês (http://product.gree.net/us/en/) e, ainda, uma plataforma beta. Atenção: os mais curiosos já podem ver como ela funciona.

Página da rede social Gree, ainda em japonês

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opção pela etiqueta: “eco-logicamente correta” está cada vez mais em voga no mercado. Por outro

lado, a produção nem sempre é a mais barata. Mesmo assim, tanto empresas

Produtos sustentáveis ainda são mais caros no mercado, no entanto, a maior durabilidade e a capacidade de reutilização dos recursos fazem o “produto verde” mais interessante

A

o valor de ser sustentável

meio ambiente

como os consumidores têm valoriza-do esse fator na decisão de compra.

Assim, apesar do maior custo, ações em prol da sustentabilidade e produ-tos mais corretos tornaram-se um ca-minho sem volta para o setor produti-vo. Já dizia o filósofo, Leonardo Boff,

“sustentabilidade é toda ação destina-da a manter as condições energéticas, informacionais, físico-químicas que sustentam todos os seres, especial-mente a Terra viva, a comunidade de vida e a vida humana, visando a sua continuidade e ainda a atender as ne-cessidades da geração presente e das

Iris [email protected]

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futuras de tal forma que o capital na-tural seja mantido e enriquecido em sua capacidade de regeneração, re-produção, e coevolução.”

Assim, as empresas que pensam na longevidade de suas marcas não pode-rão fugir dessa questão, mesmo se isso em curto e médio prazo determinar um aumento no custo da produção.

“A pergunta que eles [empresários tem de] pensar é o seguinte: quanto tempo a minha empresa ou o meu pro-duto vai conseguir se manter no mer-cado sem que eu leve em considera-ção os pontos da sustentabilidade?”, diz a conselheira e coordenadora de Meio Ambiente da Câmara Alemã, Cris Baluta. Depois de entender essa necessidade, que não é mais um luxo (ou efeito de marketing da marca) é que a empresa conseguirá ter sucesso no mercado.

Fábrica verde

Inaugurada em agosto, uma nova planta da fábrica da Coca-Cola, em Maringá, é considerada uma das mais sustentáveis do Brasil. A empresa de-senvolveu um projeto dentro dos pi-lares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico). “É uma fábrica que respeita todos os aspectos am-bientais, seja legal do ponto de vista Federal, Estadual, Municipal, como também algumas outras coisas”, afir-ma o superintendente de Indústria e Logística da Spaipa, Mário Veronezi.

Dentre as inovações da fábrica, está a utilização da luz natural, a captação de energia solar e a captação da água da chuva. Também está o reuso de toda a água na produção, em um sis-tema de tratamento de efluentes. Com isso, a empresa consegue atender to-das as legislações vigentes e ainda pensar lá na frente.

“Hoje, a gente já reusa a água. Grande parte da água não é mais jogada. Ela é usada, porque a fábrica teve uma con-

cepção de projeto zero”, explica Ve-ronezi. Ele estima que o investimento para construir essa planta tenha sido 5% maior, mas acredita que “é uma questão de sobrevivência futura.”

Fornecedores

De olho nesse futuro, é que as empre-sas precisam se preocupar no modo como produzem os produtos e no con-ceito da própria mercadoria. Mesmo que isso represente um custo maior.

Além das vassouras, foram feitas substituições de outros produtos de limpeza nas empresas da Higi Serv. “O que é fundamental nesse momen-to é separar o modismo da funcionali-dade prática e da sua responsabilida-de perante a sustentabilidade do meio ambiente”, afirma o diretor-presiden-te da HigiServ, Adonai Arruda.

Para isso, foi instalado dentro da hol-ding um Departamento de Biologia, em 2010. “A gente já começou a fa-zer pesquisas de mercado, desses pro-dutos diferenciados ‘eco eficientes’, nessa área de sustentabilidade”, diz a bióloga responsável pelo Departa-mento da HigiServ, Priscilla Arruda. Como diferencial, alguns produtos se mostraram capazes de substituir ou-tros ou de serem mais duráveis, o que, em longo prazo, podem representar uma economia para a companhia.

outro exemplo

Foi o que também aconteceu na troca das lâmpadas do Quality Hotel Curi-tiba. De acordo com a gerente geral do Hotel, Márcia Coelho, dois fatores foram importantes para a mudança das lâmpadas de LED: redução dos custos de energia e diminuição do descarte das lâmpadas. Antes, elas duravam até seis meses, já as LEDs duram três anos.

A mudança significou um custo de R$200 mil para a empresa. “Esse re-torno vai ser em 19 meses. Só que a vida útil é de três anos. Então, tem um ganho em cima disso de mais ou me-nos 20%”, analisa Márcia.

A tendência é que os preços possam baixar mais para frente. “Tudo hoje de ecológico é mais caro, porque são inovações que estão começando”, pondera Priscilla.“É agora que se começa a viabilizar recursos para se investir em tecnologias mais verdes [...] Enquanto tudo isso não se ali-nhar, os produtos acabam custando mais”, completa.

As empresas precisam se preocupar no modo

como produzem os produtos e no conceito da própria mercadoria

Na HigiServ, alguns produtos foram substituídos por novos que são biodegradáveis e mais eficientes, explica Arruda

Como as vassouras utilizadas pela holding paranaense Higi Serv. Feitas de PET reciclado, elas têm um custo de cerca de 10% mais que as vassou-ras comuns, no entanto, o produto tem uma durabilidade maior.

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comportamento

elo 8º ano consecutivo as famílias brasileiras consu-miram mais. É o que aponta o IBGE. No ano passado,

este crescimento foi de 4,1% em re-lação a 2010. Com mais consumo, é crescente também o número de con-sumidores insatisfeitos com as em-presas ou produtos adquiridos.

No Procon do Paraná, em 2010, fo-ram registrados cerca de 130 mil atendimentos. Um ano depois, esse número já tinha saltado para 136 mil.

As pessoas estão recorrendo a diversos meios para exigir seus direitos; internet e mídias sociais se mostram como grandes aliados

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Mais consumo gera mais problemas e reclamações

“Se você tem mais gente consumin-do, vai ter mais questões a discutir, não necessariamente as empresas pio-raram”, afirma Paulo Henrique Prado, especialista em Comportamento do Consumidor e professor da Universi-dade Federal do Paraná (UFPR). Para ele, as pessoas estão mais exigentes na medida em que gastam mais na compra de produtos e serviços.

Agências reguladoras

Prova disso são as recentes medidas adotadas pelas agências reguladoras em prol dos consumidores. Algumas

companhias aéreas sofreram restri-ções da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Conforme informou a assessoria de imprensa do órgão, a Gol teve um caso de suspensão de fretamento de aeronaves (2010), a Tam foi punida com duas suspensões de venda de bilhetes (2006 e 2010) e um “aviso” para possível suspen-são (março/2012). Da mesma forma, a BRA foi suspensa por duas vezes para venda de bilhetes (2007). Já a OceanAir sofreu a mesma suspensão em 2008 e a Webjet em 2010.

Neste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também entrou em ação e bloqueou a venda de 268 planos de saúde administrados

Mariane [email protected]

A consumidora Natália teve

problemas recentes com sua TV

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Após várias tentativas de solucionar o caso e quatro meses de espera, ela resolveu chamar a atenção da empre-sa de outra forma: pelo Twitter. “Eles postaram alguma coisa ‘você gostaria de ter uma super TV na sua casa’ e eu respondi que ‘eu queria mesmo que a que eu já tenho funcione’ ”, conta. Logo em seguida, recebeu um retorno da empresa e foi reembolsada com o valor pago do produto.

Canais eficientes

Para o especialista, a internet e as mí-dias sociais são importantes canais de reclamação. “De forma geral, elas [empresas] estão preocupadas com o que estão acontecendo nas mídias sociais. Tem gente que fica o tempo inteiro monitorando. Por conta dessa negatividade da informação, elas ten-tam resolver rápido”, diz.

O analista de Marketing, Eric Hen-drius Schueda Pecharki (26), é um consumidor que sempre busca seus direitos da forma que for possível. Depois de tentar algumas vezes pelo SAC, descobriu que pelo Twitter re-solvia os problemas com a NET mais facilmente. Com a loja de roupas Makenji precisou apenas enviar um e-mail pelo site. Já com a TIM, seis meses depois de ter cobranças inde-vidas, escolheu abrir um processo judicial. O desfecho deste caso ainda é desconhecido, mas a promessa é que os seus direitos sejam garanti-dos, respeitando o Código de Defesa do Consumidor.

por 37 operadoras. Mais recentemen-te foi a vez da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) suspen-der a venda de chips e modens das operadoras TIM, Oi e Claro em vá-rios Estados do Brasil por consequên-cia da baixa qualidade de serviço e alto número de queixas.

No site Reclame Aqui, em que os con-sumidores postam suas reclamações a espera de uma resposta da empresa, a mais citada nos últimos 12 meses é a TIM, com 32.404 reclamações. A Claro fica em terceira colocação com 27.653 e, a Oi, em sétimo lugar com 20.531. Quando se analisa as empresas que tive-ram mais reclamações no último mês, a TIM mantém a classificação com 2.991. A Claro cai para quarto lugar, com 2.138 reclamações, e a Oi sobe para o 5º lugar, com 2.118 registros.

novos e velhos meios

Apelar para a internet e as mídias sociais para resolver o problema tem sido uma tática comum entre os consumidores. Já que por este meio, os consumidores costumam ter um resultado menos burocrático e, por vezes, mais rápido do que pelas vias administrativas ou judiciais.

A engenheira de alimentos Ana Letícia Fernandes (27) foi uma destas consu-midoras que recorreu ao site “Recla-me Aqui” para conseguir solucionar seu problema com a City Lar. Ela comprou um umidificador em julho do ano passado e teve problemas com o aparelho seis meses depois. Após ter levado o produto duas vezes à assis-tência, descobriu que não havia peça para conserto. Apesar do tempo des-perdiçado, menos de um mês depois de ter cadastrado a reclamação no site,

recebeu um e-mail da loja dizendo que seria enviado um novo produto, o que foi feito pouco tempo depois.

O jornalista Roger Pereira (29) usou as mídias sociais para mostrar sua insatisfação com seu smartphone da LG. Duas semanas após ter com-prado o aparelho, o celular parou de funcionar. Na segunda vez em que levou à assistência técnica, recebeu uma ligação dizendo que o aparelho estava com problema de fabricação, por isso a empresa iria reembolsá--lo. Isso não aconteceu. Ao procurar uma resposta ouviu que não havia nenhuma ocorrência com seu nome. Depois de um mês tentando resolver o problema pelo telefone, postou uma reclamação no microblog Twitter e 10 minutos depois recebeu uma ligação da LG. Uma semana após o ocorrido, teve o dinheiro de volta.

Quem também conseguiu resolver seu problema com a LG e pela mes-ma rede social foi a empresária Thaís Costa Vaurof (27). Dois meses após ter acabado a garantia da sua televisão, o aparelho começou a desligar sozinho.

O consumidor está mais exigente, pois está consumindo mais, diz Prado, especialista em Comportamento do Consumidor

No site “Reclame Aqui”, a TIM é a empresa com mais reclamações nos

últimos 12 meses

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comportamento

s vésperas do Dia de Fi-nados, no dia 2 de no-vembro, o assunto morte e o luto ganham evidên-

cia. Apesar de uma hora ou outra, todo mundo ter de conviver com as perdas, a maneira com que isso ocorre é bas-tante diferente em diversas culturas.

“O que leva as pessoas a enxergarem o luto ou a própria morte de maneira diferenciada é que as várias culturas têm uma visão diferente em relação ao tempo. Nós, ocidentais, enxerga-

A perda da vida e o luto são encarados de diferentes formas dependendo da cultura; o luto é considerado normal pela psicologia até os seis meses depois da perda

À

A morte vista por vários ângulos

mos o tempo enquanto uma linha reta, que ela vai de um ponto ao outro, sem possibilidade de retorno”, explica o professor de Antropologia da UniCu-ritiba, Sérgio Czajkowski Jr.

Para ele, essa maneira com que os ocidentais percebem o tempo faz toda diferença na forma com que se encara a morte. “Se você enxerga o tempo de maneira linear, a ideia da morte acaba representando um fim”, diz.

Outra diferença na cultura ocidental é que existe um apego muito grande à questão do corpo. “A morte não é

só não ter mais a pessoa em termos de sentimento, de relacionamento, mas é não ter o corpo físico também. Então isso é o que mais dificulta, essa separação, esse rompimento”, afirma a psicóloga da Faculdade Evangélica do Paraná, Ana Lúcia Ivatiuk.

Apesar de ser a única certeza que te-mos durante a vida, no Brasil, tam-bém é comum essa rejeição à morte. “As pessoas ficam tão em função disso, que ficam presas. A gente não fala sobre isso, mas também não vive bem. Porque fica sempre preocupada, se eu morrer, se eu morrer. As pessoas

Mariane [email protected]

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Jr. “A gente não fala

sobre isso, mas também não vive bem”, afirma a psicóloga Ana Lúcia

esquecem de viver a situação de fato. Existe um medo, mas ninguém esca-pa. As pessoas têm de lidar com natu-ralidade”, sugere a psicóloga.

Mexicanos

Já na cultura mexicana, a morte é feita de uma maneira mais festiva. No Dia dos Mortos, celebrado por eles também no dia 2 de novembro, eles preparam um altar em sua casa para receber os mortos. Neste local, eles colocam comidas e bebidas que o falecido gostava, porque acreditam que este irá visitá-los. “Faz parte da nossa identidade celebrar a morte. É uma forma de diversão, respeito e não tomar a morte como um mal ou como um inimigo, mas como parte do nosso equilíbrio natural, brincar com ela. Nós nos divertirmos nesse dia, fazendo piadas sobre a morte”, conta o mexicano León Ocampo.

No país de Ocampo, também há uma cerimônia para enterrar ou cremar os mortos, porém muitas famílias con-tratam músicos mariachis para tocar

no cemitério, como uma forma de ho-menagem à vítima. “[Os mexicanos] tiveram uma dominação forte por parte da Espanha, mas ao contrário do que aconteceu aqui no Brasil, eles tiveram uma sobrevivência da cultu-ra indígena pré-colombiana. E essa questão está ligada aos traços pré-co-lombianos, que são anteriores à pró-pria vinda dos ocidentais aqui para a América”, afirma Czajkowski Jr.

entre os japoneses

“No caso da cultura japonesa, a morte não é uma questão de perda, eles con-tinuam acreditando que os antepassa-dos continuam entre eles. Para eles, a própria relação de deixar de existir fisicamente não é só uma perda. É uma maneira de compensar uma falha sua durante a vida. A relação de sui-

cídio, diferente da gente, é uma prova de força. Eu pratico o suicídio, uma maneira de preservar minha honra e impedir que aquilo que eu fiz de erra-do fique uma mancha para a família”, esclarece o professor.

A japonesa Yumiho Takaba conta que faz parte da cultura budista (orienta-ção religiosa da maioria dos japone-ses) convidar os amigos e familiares para velar a pessoa e depois cremar o corpo. “Tem que tirar os ossos usan-do pauzinhos e colocar em uma cai-xa, levando esta caixa para sua casa. Quarenta e nove dias depois tem uma nova cerimônia, em que o sacerdote e família são convidados. Após a ceri-mônia, todos comem juntos, retornam ao cemitério e colocam os ossos no túmulo. Esse tempo é dado, pois por 49 dias, não se sabe para onde irá o corpo. O karma da pessoa determina as leis do inferno e a família dese-ja que vá para o céu. Depois de 100 dias, um ano, três anos, 33 anos, e no dia dos mortos (Osoushiki), a família se reúne para fazer uma cerimônia”, lembra Yumiho.

Formas de luto

Independentemente de como a cultura encara a morte, o processo de luto é natural. Aqui no Brasil, o sofrimento, muitas vezes, depende de como veio essa morte. “Se for a morte de um ido-so, isso é encarado de uma forma bem tranquila. Agora, quando eu tenho a morte de uma criança, ou que vem através de uma tragédia, a gente vê que é muito mais difícil de enfrentar esse período”, esclarece a psicóloga.

Mas quanto tempo seria preciso para superar o luto? “É considerado nor-mal até seis meses a pessoa se sentir mais triste, ter menos vontade de sair, ainda ter certo apego às coisas do ente querido. Se passar esse período e isso perpetuar, aí a gente começa a ver isso como um problema. Mas é muito di-ferente como cada um vai lidar com a morte”, analisa Ana Lúcia.

Independentemente de como a cultura encara a morte, o processo de

luto é natural

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internacional

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disputa eleitoral ame-ricana comumente po-larizada entre dois par-tidos – Democratas e

Republicanos –, neste ano, deve ser mais acirrada. Muito diferente do que aconteceu em 2008, quando Bara-ck Obama foi eleito com 52,9% dos votos e contava com o entusiasmo da população para uma mudança, nes-te ano, devido a não resolução dos problemas econômicos, que ainda assombram os norte-americanos, e a estagnação do índice de desemprego, que está em torno de 8%, a disputa está ainda mais equilibrada.

Números recentes de pesquisas elei-torais apontam um empate técnico entre o atual presidente, o democrata, Barack Obama e o republicano Mitt Romney. Assim, a tendência é de que a decisão deva ficar por conta dos vo-tos dos indecisos, avalia o professor de História do curso de Relações In-ternacionais da UniCuritiba, Renato Augusto Carneiro Jr. “Os democratas estão tentando reverter uma situação que não foi gerada por eles [da crise]. Mas os republicanos conseguiram co-lar no Obama a imagem que ele pouco fez nesse meio tempo”, diz o profes-sor. E a disputa deve continuar acir-rada até a votação, que ocorre no dia 06 de novembro, já que os candidatos devem continuar explorando acusa-ções e trocando farpas publicamente.

CampanhaPara o advogado e especialista do Instituto Millenium, Renato Pacca,

No debate central das eleições presidenciais dos Estados Unidos, está a crise econômica do País; herança do Governo Bush, que Obama ainda não conseguiu resolver

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olhar econômico na disputa americana

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parte desse empate é porque acabou o “oba-oba” em torno de que o Obama seria a salvador da pátria e poderia revolucionar tudo. Pacca acredita que se esperava de Barack Obama uma revolução que não aconteceu, pois ele não tinha condições de fazer isso.

Pacca, que considera Obama um go-vernante mediano, afirma que ele fez coisas dentro do possível, como por exemplo, a reforma no sistema de saúde, que foi aprovada com dificul-dades no país. “Mas o que move o eleitorado é que eles têm uma noção muito pragmática, eles querem me-lhores condições de vida, querem que a economia ande”, salienta.

Talvez aí more o equilíbrio, já que os republicanos, menos intervencionis-tas na economia, têm fama de fazer a economia crescer de uma forma mais fácil. E é essa a bandeira explorada por Romney. Para Carneiro, o discur-so republicano é mais liberal, com menos ingerência do Estado e defesa da supremacia norte-americana.

economia

Além das diferenças partidárias, há também as disparidades na história pessoal entre os candidatos. “O Oba-ma representa uma classe média que venceu, como disse Michele, ele pro-vou do sonho americano, então ele sabe o que está falando, enquanto que Mitt Romney é um legítimo represen-tante dessa camada mais abastada da população, que acha que todos têm de competir e a rede de proteção do Es-tado é mais prejudicial do que benéfi-ca à população”, completa Carneiro.

Pacca complementa que a economia deve ser o ponto forte do debate elei-toral e que Romney deve atacar afir-mando que Obama e os democratas tiveram quatro anos para resolver os problemas da economia do país e não o fizeram. No entanto, já existe um otimismo e uma perspectiva que a economia americana está tentando se recuperar. Para Pacca, há um horizon-te melhor para a economia americana, pois ela não está no mesmo patamar de estagnação que a União Europeia.

economia internacional

Já em relação à economia interna-cional, e principalmente para o Bra-sil, tanto Carneiro Jr., quanto Pacca avaliam que a melhor opção em longo prazo seria a manutenção de um de-mocrata no poder.

“Com os democratas da maneira que vai, a gente pode ter uma perspectiva de ter uma melhora à frente”, afirma o professor. Ele avalia ainda que em um tempo mais distante isso seria bom para todo o mundo.

Pacca salienta o nacionalismo dos re-publicanos, mas pondera que com a forma de gerir do governo brasileiro não haveria muitas mudanças, já que o Brasil não tem uma política externa alinhada aos Estados Unidos.

Iris [email protected]

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Carneiro: com o democratas, há uma perspectiva de ter uma melhora à frente da economia

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No Brasil, a busca por pacotes em resorts aumentou nos últimos anos; dicas dos melhores lugares no País, você encontra aqui na MÊS

turismo

Sombra e água fresca

Brasil conta com mais de 100 resorts à disposição dos turistas. A procura aumentou em 8% nos úl-

timos anos. Contudo, os empresários deste setor, no Paraná, e os próprios paranaenses exploram pouco este tipo de turismo.

Segundo pesquisa inédita da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Re-sorts), os paranaenses representam somente 5% dos hóspedes nos resorts em alta temporada. O levantamento ouviu mais de 1.000 turistas em cerca de 40 resorts em 11 estados do Brasil.

“Apesar de terem um poder aquisiti-vo e nível de cultura alto, o paranaen-se ainda não explora tanto os resorts, por uma questão de cultura e de cos-tume”, diz o presidente da Resorts Brasil, Dílson Jatahy Fonseca.

O principal destino procurado pelos paranaenses e pelo restante dos bra-sileiros (32%) é, sem dúvida, o Nor-deste, por conta, principalmente, do clima agradável o ano inteiro. Já em

obaixa temporada, os turistas do Para-ná preferem resorts mais próximos, na própria região Sul.

resorts no Paraná

Opções por aqui também não faltam. O Estado conta com pelo menos oito resorts, segundo o cadastro do Minis-tério do Turismo. Eles estão espalha-dos por Foz do Iguaçu, Apucarana, Cornélio Procópio, Verê e Curitiba. “O público paranaense é de famílias que buscam descanso e lazer para to-

dos. Cada resort é diferente, com lu-gares para descanso, recreação e am-bientes mais verdes”, avalia Fernanda Grzybowski, gerente e vendedora de pacotes turísticos da agência de via-gens Interlaken Turismo, em Curitiba.

A empresária e chef de cozinha, Va-léria Alves, é daquelas que adora se hospedar em um resort. Ela frequenta resorts em todo País há pelo menos 18 anos. Valéria tem como destino principal, no Paraná, os resorts de Foz do Iguaçu. “De dia, se aprovei-ta as Cataratas [do Iguaçu] e à noite, têm cassinos na Argentina, que fica bem próximo da fronteira”, indica. A empresária, que vai em média duas vezes por ano em resorts, gasta entre R$10 mil e R$15 mil por ano, para pacotes de duas pessoas.

Bianca [email protected]

O principal destino procurado pelos paranaenses e o resto dos brasileiros (32%)

é o Nordeste

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oS 5 MelhoreS do BrASil Para VOCÊ CurTir a alTa TemPOraDa, a eQuiPe Da mÊS elaBOrOu uma liSTa COm OS CinCO reSOrTS maiS PrOCuraDOS nO BraSil. OS PreçOS DOS DeSTinOS SeleCiOnaDOS Variam De r$500 a r$1.000 a Diária Para um CaSal, DePenDenDO Da DaTa eSTaBeleCiDa.

nAnnAi BeACh reSort – PernAMBuCoCom um pé na areia. É assim que você se sente no Nannai Beach Resort, que fica de frente para o mar na praia de Muro Alto, perto de Porto de Ga-linhas (PE). O lugar mais parece um “paraíso particular” e oferece mais de 6.000m² de lâmina d’água cristalina com diferentes profundidades, além de piscinas naturais. O Nannai foi vencedor do prêmio O Melhor de Viagem e Turismo 2011/2012, da Revista Viagem e Turismo, eleito como o Melhor Resort de Praia do Brasil. www.nannai.com.br

BeACh PArk – CeAráEsse é para toda a família e para todas as idades. O complexo Beach Park possui o Aqua Park (maior parque aquático da América Latina); o Beach Park Suítes (hotel com 182 apartamentos à beira-mar), o Beach Park Acqua Resort (mais de 13 mil m² de área à beira-mar e 123 apartamentos) e o Beach Park Praia (uma imensa área à beira-mar com alimentação e lazer). Entre as atrações principais estão o Maremoto, a maior piscina de ondas da América Latina e o Insano, o mais alto tobogã do mundo. www.beachpark.com.br

CoStA BrASiliS reSort – BAhiAO Costa Brasilis Resort é uma opção com pacotes mais econômicos e visuais deslumbrantes. Voltado à natureza, o lugar, que é à beira-mar, tem a riqueza da Mata Atlântica e uma enseada com 13 km de praias semivir-gens. A estrutura conta com 122 apartamentos, espaços para jogos, spa, sauna, redário e diversos serviços. O Costa Brasilis também oferece Day Use e tarifas diferenciadas para grupos e eventos. www.gjphoteis.com.br

CoStÃo do SAntinho – SAntA CAtArinAO Costão do Santinho fica situado na Praia do Santinho, ao norte da Ilha de Florianópolis, em Santa Catarina. O lugar conta com dunas, trilhas e sítios arqueológicos. No resort, além de spa e lazer, há um campo de golf, complexo esportivo náutico e o maior conjunto de piscinas internas e externas em resorts do Brasil. O local já é hexacampeão de prêmios pela Revista Viagem e Turismo, com seis títulos consecutivos entre 2005 e 2010 como Melhor Resort de Praia do Brasil. www.costao.com.br

MABu therMAS & reSort – PArAnáPara quem quer um ambiente mais tranquilo e perto de uma das sete ma-ravilhas do mundo (Cataratas do Iguaçu), deve conhecer o Mabu Thermas & Resort, localizado em Foz do Iguaçu. O lugar possui a maior fonte de águas termais do planeta e as águas ficam a 36°C todo o ano. Além disso, o Mabu Thermas & Resort conta com estrutura para toda família, com espaços esportivos, festas temáticas e espaços para relaxar. www.hoteismabu.com.br

O resort possui salão de beleza, boutiques, biblioteca, spa e serviços de passeios pelas praias

O Beach Park já ganhou diversos prêmios como o Melhor Parque Temático pelo Guia 4 Rodas

O Resort é tão reservado à natureza que para chegar ao lugar, somente com balsas

O Costão do Santinho promove festas durante todo o ano, no Natal e no Carnaval, principalmente

As águas termais estão localizadas sobre o Aquífero Guarani, maior reserva de águas do mundo

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Para ser esporte não precisa estar relacionado ao exercício físico, o xadrez é prova disso; o esporte olímpico requer disciplina e treinamento para se alcançar bons resultados

esporte para a mente

uando os olhares de grande parte da popu-lação se voltaram para Londres na Olimpíada 2012, outro evento es-

portivo de mesmo nome passou pra-ticamente desapercebido por grande parte das pessoas. Quem pensou na Paralimpíada se enganou. Foi a 40a Olimpíada de Xadrez, que acontece a cada dois anos e, neste ano, foi em Istambul (Turquia), entre os dias 27

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esporte

Roberto Dziura Jr. [email protected]

de agosto e 10 de setembro. O evento esportivo contou com a participação de 149 países, incluindo o Brasil.

Por mais que não tenha tradição mun-dial, o Brasil possui Grandes Mes-tres enxadristas e um dos destaques nacionais é Alex Fier (24), natural de Joinville (SC), mas radicado em Curi-tiba. “Comecei quando via meus pais jogando e depois que aprendi peguei gosto e nunca mais parei. Participo de competições oficiais desde os seis anos. Quando terminei o ensino mé-dio já estava entre os top 10 do Brasil e resolvi me dedicar exclusivamente ao xadrez, conseguindo o título de Grande Mestre aos 18 anos.”

Como para qualquer esportista, a vida de um enxadrista é feita de muita dis-ciplinada e treino. “Estudo mesmo

quando não participo de torneio. Du-rante uma competição, a rotina é bem pesada, com várias horas de estudos”. Fier já participou de torneios em di-versos países e entre as suas conquis-tas estão: campeão latino-americano (2011), brasileiro absoluto (2005), vice-mundial, em 1998, e vencedor por cinco vezes o panamericano (sub-10, sub-14, sub-18).

xadrez, esporte?

Embora nunca tenha participado de uma Olímpiada tradicional, o xadrez é sim um esporte olímpico e sua Fe-deração é filiada ao Comitê Olímpi-co Internacional (COI). “O esporte atende todos os requisitos necessários para ser Olímpico, entre eles, está a popularidade mundial e o fato de ser praticado em todos os continentes,

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tendo mais de 150 países filiados à Federação Internacional de Xadrez”, explica Acyr Rogério Calçado, presi-dente do Clube de Xadrez de Curitiba.

Além de popular, o xadrez adiciona outros ingredientes interessantes. Es-tudando a relação desse esporte com a educação há mais de 20 anos, o pós--doutor, professor e coordenador do Clube de Xadrez Erbo Stenzel, Wil-son da Silva, comprova isso e afirma que há um aumento considerável na concentração e raciocínio por parte dos praticantes. “Os jogadores de xa-drez quando submetidos a problemas que envolvam o pensamento lógico tem um desempenho acima da média. Além de sua contribuição pedagógi-ca, sua prática ajuda na desaceleração das doenças neurodegenerativas da terceira idade.”

Para jogar

Além das competições com Grandes Mestres, o esporte possui muitos tor-neios para não profissionais. Um de-les acontece desde 1958 e é promovi-do pela Biblioteca Pública do Paraná (BPP) – entre seus campeões está o curitibano Jaime Sunyé Neto, um dos ícones do esporte no Brasil. “Nos úl-

timos 11 anos, nosso torneio passou a ser somente para jogadores com até 12 anos. Além dessa competição anual, a Biblioteca possui um espa-ço para a prática de xadrez e ensino básico”, conta Bruno José Leonardi, chefe da Sessão Infantil da BPP.

O Clube de Xadrez Erbo Stenzel, existente há 30 anos e mantido pela Fundação Cultural de Curitiba, tam-bém possui curso básico. “Soma-se a isso os treinamentos enxadrístico com mestres da Federação Interna-cional. Entre os torneios, realizamos a Copa Sunyé. As competições esco-lares curitibanas têm uma tradição já consolidada”, acrescenta Silva.

Outro espaço curitibano dedicado ao esporte, o Clube de Xadrez de

Curitiba, com 74 anos de atividade, é um dos mais tradicionais do Brasil e também promove diversos torneios e encontros ao longo do ano. “Um dos desafios do Clube é entrelaçar os competidores escolares com os pro-fissionais”, diz Calçado.

Além de popular, o xadrez adiciona outros ingredientes interessantes:

concentração e raciocínio lógico

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soal“O xadrez me fez

conhecer o mundo ao participar de diversas

competições”, diz Alex Fier

loCAiS de PrátiCASe VOCÊ TamBÉm FiCOu animaDO em PraTiCar, COnheça alGunS lOCaiS Para JOGar xaDrez:

CluBe de xAdrez de CuritiBARua XV de Novembro, 166, 9º andar. Fone: (41) 3222-4539

CluBe de xAdrez erBo StenzelGaleria Júlio Moreira. Fone: (41) 3323-7899

BiBlioteCA PúBliCA do PArAná Rua Cândido Lopes, 133. Fone: (41) 3221-4900

“O esporte contribui para o desenvolvimento teórico”, analisa Acyr Calçado, presidente do Clube de Xadrez de Curitiba

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mecânico Vinícius Maestrelli, apai-xonado por veículos desse tipo e pro-prietário de três modelos: uma Land Rover Defender 110, um Cherokee Sport e uma Pajero Sport.

O local escolhido foi uma pista de teste dentro de uma propriedade par-ticular que fica entre os municípios de Campo Magro e Almirante Taman-daré. “Com certeza é um carro que tem condições de chegar a qualquer lugar. Tem robustez, flexibilidade de suspensão, tecnologia para garantir a tração do carro, mesmo em locais não tão planos e, com isso, ele per-

automóvel

desafio do mês é testar a nova versão off-road (fora de estrada) da Ran-ge Rover Sport. Para

isso, a equipe da MÊS pediu ajuda e literalmente saiu da estrada. Para in-tegrar o time, foi convocado o técnico

Pronta para qualquer terrenoA nova Range Rover Sport vem com câmbio de oito velocidades, motor com 256 cavalos bi-turbo diesel e enfrenta qualquer desafio

o

mite chegar a pontos como esse que a gente está aqui, no topo de uma montanha, com uma paisagem linda, próximo da natureza e com segurança e conforto”, garante Maestrelli.

A Range Rover fez bonito. Percorreu toda a pista, subiu e desceu barrancos e até mesmo passou por riachos sem nenhuma dificuldade. A potência e a estabilidade do carro chegam a im-pressionar até mesmo os mais expe-rientes. “Me impressionou bastante a capacidade de performance, mesmo em terrenos lisos e ondulados, a po-tência do motor e, principalmente, a

Mariane [email protected]

Riacho próximo ao Morro da Palha, em Campo Magro

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.preocupação que o carro demonstra fazendo com que, em condições onde a segurança é o principal ponto, ele dá indicações para você que está corren-do algum tipo de risco. De pronto, ele sinaliza e faz as alterações necessárias para que você consiga realizar seu tra-jeto com segurança”, diz o expert.

Mudanças

O carro tem transmissão de oito velo-cidades ZF 8HP70 e motor 3.0 SDV6 bi-turbo diesel. Com esta ampla gama de marchas, a condução fica mais con-fortável e eficiente. “É igual a um vio-lão. Se você tiver um violão de duas cordas, consegue fazer poucas notas. Na medida em que você vai pondo mais cordas, consegue fazer mais va-riações no som. Aqui é a mesma coi-sa”, explica o técnico mecânico.

A potência também ficou maior. Os 245 cavalos deram espaço a 256, nes-ta nova versão. “Qual é o equilíbrio ideal em um carro? Motor forte, câm-bio bem relacionado e um diferencial longo. Para você tê-lo tanto com boas respostas a baixa velocidade, tanto com alta velocidade. Você tem um motor de 256 cavalos, uma enorme relação de marchas, que permite rela-cionar isso tudo”, completa.

diversos terrenos

O sistema Terrain Response, que per-mite escolher entre cinco terrenos di-

adaptativos com assinatura em LED e lâmpada auxiliar para curvas, sistema de som Harman-Kardon™ com 11 autofalantes de 380W, com subwoo-fer e conexão USB/iPod e sistema de navegação (GPS).

Na versão top de linha, a HSE, tem ainda aquecimento nos bancos dian-teiros e traseiros, iluminação interna em LED, sistema de entretenimento traseiro com duas telas de 8” em LCD e dois fones de ouvidos sem fio, aber-tura elétrica do porta-malas, geladei-ra no console central e câmera de ré.

Esta versão custa R$405 mil em uma concessionária de Curitiba. Já a versão de entrada, a SE, sai por R$359 mil. “Ele carrega os traços históricos da Land Rover e traz consigo linhas que remetem a toda a história da marca. Tem design que permite tanto andar no barro, quanto ir para eventos de maior glamour”, completa Maestrelli.

ferentes (estrada, chuva, terra, areia e pedras) também veio com novidades nesta nova versão. Agora é acionado por botões e o processo de mudança leva apenas dois segundos. Além disso, o carro tem controle de instabilidade, que deve ser utilizado em todos os mo-mentos, até mesmo na cidade e um para terrenos mais difíceis. Neste caso, se acionado, o carro é que determina a ve-locidade e potência que deve proceder.

luxo

Além de toda a potência, a tecnologia do carro também se ateve ao conforto e luxo interno, apesar do design pou-co amigável na parte externa. O carro conta com teto solar, faróis de xenon

O carro tem, entre outros diferenciais,

sistema de som com 11

autofalantes, conexão USB/iPod e sistema de navegação

Acostumado com a vida off-road, Vinícius Maestrelli disse ter se impressionado com a performance do carro

veJA MAiSaSSiSTa aO VíDeO Que a mÊS PreParOu COm O DeSemPenhO Da ranGe rOVer SPOrT

youtube.com/revistames

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Visagismo é uma técnica que ajuda a definir o corte de cabelo, a maquiagem e roupas adequadas para cada indivíduo; a MÊS testou e aprovou

Revista MÊS resolveu mudar de foco. Deixou de lado um pouco as tendências ditadas pela

Moda e Beleza vigentes para se per-sonalizar. A reportagem foi em busca do Visagismo, uma técnica que está sendo divulgada e segue a linha cus-tomizada de ser.

Em geral, as pessoas procuram por uma padronização estética. Mas a be-leza em determinada pessoa não pode ser reproduzida em outra. Por isso, especialistas da beleza estão apli-cando a técnica de Visagismo e mos-tram que a imagem pessoal deve ser compatível às características físicas e emocionais de cada um.

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Assim, a padronização deixa de exis-tir para focar na individualidade e objetivos. “É a arte de criar uma ima-gem pessoal que revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo com suas características físicas e os princípios da linguagem visual (har-monia e estética), utilizando a ma-quiagem, o corte, a coloração e o pen-teado do cabelo, entre outros recursos estéticos”, afirma o criador da técnica Philip Hallawell.

Colocando em prática

Para ver se a teoria funciona na prá-tica, a reportagem se personalizou e encarou as transformações. Busquei profissionais, ambos especialistas em Visagismo, para aplicar e explicar a técnica em mim.

O hairstylist e responsável pelo Health Care, Bruce Bomfim, ficou com a produção do meu cabelo e da maquiagem. Já a assessora de ima-gem, Audrey Slomp, tinha a função de me ajudar com dicas no figurino.

A beleza de cada um

moda&beleza

Primeiro, foi a vez de Bomfim na aná-lise do rosto para indicar a maquiagem e o cabelo adequados. A experiência começou com uma sabatina de per-guntas para saber sobre minha aparên-cia e em qual aspecto da minha vida estava focada no momento. Podia ser no trabalho ou na vida pessoal. Esse objetivo, inclusive, é fundamental no Visagismo, para o especialista ter ba-ses para determinar a linha a seguir.

Depois da conversa, objetivo traçado! Tinha de ser uma imagem que pas-sasse mais credibilidade, o que é es-sencial para a profissão de jornalista. Bomfim, então, me sugeriu um corte quadrado na altura do ombro, mas re-picado para dar flexibilidade e poder usá-lo de forma mais descontraída. O corte escolhido levou em considera-ção também o aspecto do meu cabelo, com química.

Maquiagem

Já a maquiagem selecionada por Bomfim foi leve. Para ele, o des-

Mariane [email protected]

Encontro com amigas Estilo Balada Moda Praia Para o Trabalho

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PArtiCiPeDeSCuBra Qual É Sua imaGem e manDe Sua OPiniãO SOBre O ViSaGiSmO:

Facebook: Mês Paraná

Twitter: @mes_pr

[email protected]

Site: www.revistames.com.br

taque deve ficar na área dos olhos. “São muito expressivos”, afirmou o visagista. Uma sombra salmão na pálpebra móvel, com o côncavo mais marcado e uma sombra clara para ilu-minar a margem da sobrancelha. Esse foi o conceito passado por ele.

Além disso, um lápis preto do can-to externo ao interno diminuindo a grossura e depois esfumaçando era a receita ideal para o meu tipo de olho. “Máscara para cílios e a sobrancelha

Diante desse perfil, a consultora mon-tou alguns looks. São quatro opções para você também se inspirar. Com-posições para trabalho, festa, praia e encontro com amigas.

resultado

A experiência foi interessante. A téc-nica parece ser uma espécie de con-sultoria pessoal, aliada a uma trans-formação no visual. Era como se eles me conhecessem há muito tempo ou tivessem me escutado falar por horas em um divã.

Mas faltava saber se, para os outros, isso também estava claro. A respos-ta foi quase imediata. Ao retornar à Redação, um de meus colegas do ad-ministrativo, e sem ter ideia da repor-tagem, não me reconheceu. Ao olhar novamente disse: “Não vi que era você com esse novo corte de cabelo. Você está com uma cara mais séria. Ganhou uns cinco anos”. Não precisava dizer mais nada. Objetivo cumprido.

APlique A téCniCA

Fonte: Philip Hallawell

ViSaGiSmO SePara O TemPeramenTO DaS PeSSOaS em 04 TiPOS. QualQuer PeSSOa Tem um POuCO DeSSaS OPçõeS aBaixO, maS em GrauS DiFerenTeS. uma DaS CaraCTeríSTiCaS Será PreDOminanTe em VOCÊ.

BElEzA FlEuMáTICAA beleza fleumática é serena e espiritualizada. Meiga, acolhedora e abnegada. É também diplomática e amigável. Ligada ao éter, sua cor é o roxo. Transmite segurança e paz.

BElEzA MElANCólICAA beleza melancólica é elegante, sensível e artística. Profunda, charmosa e sofisticada. É ligada à água, sua cor é o azul. Transmite calma e organização.

BElEzA COléRICAA beleza colérica expressa muita atitude. Poderosa, passional e independente, é também líder. Ligada ao coração, sua cor é o vermelho. Transmite força, coragem e determinação.

BElEzA SANguíNEAA beleza sanguínea é luminosa e vibrante. Dinâmica, festiva e motivadora. É também destemida e criativa. Ligada ao sol, sua cor é o amarelo. Irradia alegria e entusiasmo.

preenchida com um lápis marrom, sempre”, disse Bomfim. A prepara-ção da pele foi feita com corretivo e base. O blush escolhido deve ser em tons marrons ou cobres, indicou o profissional. Na boca, o ideal é um batom nude, com o contorno marca-do e um lápis. Tudo para passar um ar de seriedade.

roupas

A segunda parte do trabalho foi feita por Audrey Slomp. Antes do encon-tro, enviei as respostas de um questio-nário de três páginas com perguntas pessoais e fotos de rosto e corpo de frente e perfil. O ponto de encontro foi em uma loja, após a transformação do cabelo. “Nossa, como você está dife-rente”, se entusiasmou Audrey.

Foi então que ela me entregou um dossiê com a análise do meu perfil com indicações de cores, roupas, ca-belos e maquiagens.

Em relação ao meu biótipo, identifica-do como triângulo, algumas das reco-mendações foi usar golas volumosas ou lenços e detalhes no colo, sempre chamando a atenção para os ombros, colo e rosto. Além de vestidos marca-dos na cintura e cores claras na parte superior e escura na parte inferior. Mi-nha pele, outono profundo, combina mais com as cores: vermelho alaran-jado, amarelo dourado, cor de tijolo e jeans. Dentre os tons mais neutros estão o verde musgo e o caramelo.

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Encontro com amigas Estilo Balada Moda Praia Para o Trabalho

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Paladar germânico

culinária&gastronomia

Bianca [email protected]

A gastronomia alemã atravessou séculos e territórios; no Brasil, ainda mantém suas receitas autênticas e festas tradicionais

Sul foi a região mais co-lonizada pelos alemães no Brasil. Cidades como Pomerode e Blumenau,

em Santa Catarina, são exemplos dos típicos costumes germânicos ainda preservados. No Paraná, apesar de existir uma miscelânea maior entre europeus, há municípios como Mare-chal Cândido Rondon e Rolândia onde imigrantes de diversas regiões da Ale-manha também deixaram seu legado. Um dos tesouros foi a gastronomia.

A presença da culinária alemã no Paraná é muito significativa, atesta Carlos Roberto Antunes dos Santos, professor titular de História do Bra-sil da Universidade Federal do Pa-raná (UFPR) e presidente da Slow Food Paraná. “Eles estão em todos os lugares do Paraná e, por isso, por onde passam, deixam uma influência expressiva na cultura e gastronomia, com uma série de pratos doces e sal-gados”, explica Santos. “Tanto des-cendentes alemães, como a sociedade paranaense aderiram à gastronomia alemã, principalmente, em cima de alguns pratos que têm história e tra-dição e se tornaram patrimônio ima-terial da cozinha do Paraná.”

Pratos alemães

Diversidade é o que não falta para a mesa dos alemães, que se diferencia de região para região no país europeu. Em geral, a carne suína é uma das

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um POuCO Da alemanha nO Sul DO BraSil

Diversas festas típicas alemãs acontecem todos os anos no País. Em Mare-chal Cândido Rondon (PR) será realizada entre os dias 19 e 28 deste mês a Oktoberfest. Mas uma das maiores e mais famosas festas alemãs no País é a de Blumenau (SC). O evento, inspirado na festa de mesmo nome que acontece em Munique, atrai também muitos paranaenses. São 18 dias de fes-ta (10 a 28/10), com muitas atrações em um cenário tipicamente alemão. A gastronomia não poderia faltar, assim como a cerveja alemã. No ano passado, a festa recebeu mais de 563 mil pessoas que consumiram cerca de 626 mil litros de chopp. Mais informações: www.oktoberfestblumenau.com.br

Gastronomia alemã é forte no Paraná e em outras regiões do Sul

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Selma Tonatto do Prado, chef de co-zinha e proprietária do Bar, conta que todas as receitas são preserva-das. “Todo o modo de preparo, nós preservamos e fazemos de modo ar-tesanal. Nós defumamos a carne de porco e nosso bacon é sequinho e defumado e a salsicha é envolta com tripa natural, tudo como é feito lá”, explica. Descendente de alemães, Selma lembra que todas as memórias gastronômicas foram guardadas e re-passadas em suas receitas. “Não tem diferenças, é tudo como eu comia na minha infância.”

O alemão Andreas Hoffrichter, vice--diretor da Câmara e Cônsul Honorá-rio da Alemanha em Curitiba, confir-ma essa originalidade da gastronomia alemã no Brasil. Para ele, apesar dos pratos conhecidos aqui não represen-tarem “nem de longe a quantidade de pratos de lá”, os que são servidos aqui seguem os sabores e ingredientes tra-dicionais alemães. “Em um modo ge-ral, a gastronomia alemã aqui é boa e o gosto é tão bom quanto os servidos na Alemanha”, afirma Hoffrichter.

Cervejas alemãs

A cultura alemã é também muito mar-cada pelas cervejas. “As vantagens das cervejas alemãs são os produtos de excelente qualidade disponíveis e os equipamentos que usam”, revela o beer Sommeliere e-commerce do Clu-be do Malte, Marcos Camargo.

Para ele, mesmo assim, as cervejas na-cionais de “estilo alemão” não ficam para trás. “Elas também possuem ex-celente qualidade e algumas já ganha-ram medalhas nos campeonatos mun-do afora, como a Eisenbahn Dunkel, uma Schwarzbier (estilo Alemão) que é a cerveja nacional mais premiada.” Estas são algumas marcas: Paulaner Salvator, Schneider TAP 1 MeinBlond, Schlenkerla Marzene Hof Brausão. A Jever Pilsner é recém-chegada por aqui e já virou referência na Alemanha, sen-do muito consumida em Munique.

mais populares por lá e está presente em vários pratos alemães. As carnes de boi e de aves também são muito apreciadas, especialmente em embu-tidos. São mais de 1.500 tipos.

Uma das mais conhecidas é a salsicha Bratwurst. Feita com carne de por-co, vaca ou vitela é servida grelhada ou cozida. A salsicha, geralmente, é acompanhada por chucrute e batata.Também pode ser servido com pão e mostarda picante. O chucrute, outro prato bem característico da Alema-nha, é um preparado de repolho fer-mentado em conserva.

A carne de porco ganha ainda novos preparos. O Eisbein, que significa joe-lho de porco, é usado em diversos pra-tos. Assado ou cozido, o joelho suíno pode ser servido com batatas, chucru-te e a salsicha. Parte do pescoço e do lombo de porco, salgados e defuma-dos, é usada para compor outro prato conhecido como Kassler, servido com purê de batata e também com chucrute.

As carnes de pato e javali também fazem parte da lista. O Gefüllte Ente, que quer dizer “marreco recheado” é outro prato tradicional desta gastro-nomia. Repolho roxo, batatas e purê de maçã fazem a composição desta seleção mais agridoce, em que a mis-tura está presente em muitos outros pratos germânicos.

doces e acompanhamentos

Entre os doces, o Apfelstrudel é uma sobremesa germânica muito tradicio-

nal. O doce é um folhado de maçã cortada em cubos, que leva canela e uvas passas. A receita pode ser ser-vida morna com sorvete de creme. Além de sorvete, também pode ser servido com um molho de baunilha conhecido por um nome bem compli-cado: Kanarienvogelmilch.

Além de a mostarda ser um acompa-nhamento tradicional na gastronomia alemã, outra marca é o queijo Quark. É um tipo de queijo cremoso que faz parte do cotidiano dos alemães.

Preservação gastronômica

As receitas alemãs originais são tam-bém conservadas no Paraná. Podem ser degustadas em diversos restau-rantes e bares especializados em gas-tronomia alemã que levam à risca as receitas típicas. Em Curitiba, o famo-so Bar do Alemão, que existe há 33 anos, é um desses exemplos. D

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Doce típico alemão: Apfelstrudel

Joelho de porco, com diversos

acompanhamentos

Os pratos que são servidos no Brasil seguem os

sabores e ingredientes tradicionais alemães

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cultura&lazer

O Centro Cultural Teatro Guaíra ganha primeira revitalização, a fase agora é de elaboração do projeto, as obras começam no início de 2013

Palco de cenas históricas

uem tem a oportunidade de subir no palco prin-cipal do Teatro Guaíra e olhar de frente para a plateia entende a magia

deste lugar. Quem entende de acús-tica também sabe identificar neste teatro os mais baixos ruídos em lon-gas distâncias, devido a seu formato e estrutura exemplares. E para quem não tem nenhum conhecimento téc-nico também consegue mergulhar em uma catarse ao simplesmente apreciar os espetáculos.

qCom o maior palco da América Latina, no coração da cidade e uma das me-lhores acústicas do País, este principal cenário cultural de 17 mil metros qua-drados em Curitiba ganhará uma grande revitalização. “Uma reforma geral, nós nunca tivemos. O que a gente sempre

faz é basicamente manutenção”, afirma Sérgio Izidoro, coordenador do setor de Arquitetura do Teatro Guaíra.

“O Guaíra antes de ser um teatro é um órgão público. A gente tem essa dificuldade de pauta. Mas como tea-tro ele é um dos melhores teatros do Brasil”, comenta Fábio Neves, um dos sócios da Seven Entretenimento, que comenta ainda sobre a dificuldade e a burocracia em agendar espetáculos no Guaíra e também a respeito da falta de estrutura de alguns itens, como salas de camarim, área de alimentação, tele-fone e internet sem fio adequados.

As melhorias vão desde os banheiros, passando pelo palco, a rampa de carga e descarga, as cadeiras,

chegando até a recepção

Arieta [email protected]

O palco principal abriga 2.167 cadeiras entre plateia, primeiro e segundo balcões

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AniversárioNeste ano, o Guaíra completa 60 anos desde o início da construção do pri-meiro auditório: o Guairinha (1952). O arquiteto Rubens Meister foi o autor da obra, que compreende três auditórios: Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão), Salvador de Ferran-te (Guairinha) e Glauco Flores de Sá Brito (Miniauditório).

A obra passou por um grande incên-dio, em 1970; já teve espetáculos cen-surados durante a Ditadura Militar; também foi o único teatro brasileiro a receber a apresentação completa da Companhia de Balé Imperial da China. Já teve a honra de receber alguns dos mais renomados artistas brasileiros, como Paulo Autran e Tônia Carrero.

Também apresentou grandes festivais, como o Projeto Pixinguinha, que con-tribuiu para popularizar a MPB (Mú-sica Popular Brasileira) no País. Pos-sibilitou a formação de muitos grupos artísticos, além de ser referência para estreias nacionais todos os anos.

licitação para reforma

No mês passado, a PJJ Malucelli ArquiteturaS/S Ltda deu início ao pro-

jeto executivo das obras. A ganhadora da licitação realizada pelo Governo do Estado terá seis meses para entregar o projeto. Esta fase está orçada em R$ 1,2 milhão. Depois, serão abertas di-versas licitações em paralelo para exe-cutar as obras, divididas em setores.

As melhorias vão desde os banheiros, passando pelo palco, a rampa de carga e descarga, as cadeiras, chegando até a recepção. A iluminação, a coxia, as-sim como a modernização de equipa-mentos, a instalação de elevadores de

palco e ampliação da segurança contra incêndio estão previstas na revitali-zação, que ocorrerá também na parte externa, com a restauração da fachada.

Alguns itens poderão ser reformados e outros, como as cadeiras que foram feitas exclusivamente para o Guaíra, terão de receber uma minuciosa res-tauração. Outro ponto delicado será o isolamento acústico. “Em função do projeto original é a alteração mais se-vera, por causa da evolução tecnoló-gica”, diz Izidoro. Isso porque “quan-do foi criado o complexo, com esses auditórios, não se imaginava que um dia você ia ter equipamentos gerando som no nível e nas frequências que existem hoje. E outra, não se imagi-nava que um dia as pessoas iam ouvir sons com limites muito acima do que a saúde determina”, explica o arquite-to responsável.

O trabalho, que deve começar em 2013, ainda não tem prazo para ter-minar, nem verba definida, porém o patrimônio tombado será garantido, possivelmente em etapas, como acre-dita o arquiteto Izidoro. Para quem acha que terá prejuízos no decorrer dessa reforma, o arquiteto tranquili-za: “não vamos fechar o teatro para fazer essa reforma”, afirma.

O complexo arquitetônico possui 17 mil metros quadrados e três auditórios

Para viabilizar a obra, serão realizadas licitações específicas para cada setor, explica Sérgio Izidoro, arquiteto responsável do Teatro Guaíra

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Mariane Maio - [email protected] do mês

Biografia Autor:

Mauro BetingEditora:

Universo dos Livros

nunca Fui SantoO recém-aposentado goleiro do Palmeiras, Marcos, deve ter escolhido este ano para deixar sua história registra-da. Com o anúncio de “pendurar as chuteiras”, Marcos deu muitas entrevistas à imprensa, em que registrou sua trajetória, marcada também por muitos episódios na Seleção Brasileira. Mas é na biografia recém-lançada, escrita pelo jornalista esportivo Mauro Beting, que ele apresenta suas maiores confissões. Assim, ele rejeita o título de “santidade”, mostra uma vida simples e de decisões difíceis, como ter negado proposta para jogar em Londres para ficar perto da família.

PoesiaAutora: Angela Regina Ramalho XavierEditora: Livro Pronto

Palavras pedem passagemNo mês em que se comemora o Dia do Poeta, a leitora da MÊS, Ângela Xavier, recebe a homenagem, que se estende também aos demais poetas. Com seu livro “Palavras pedem passagem”, ela ousa contrariando até mesmo os consagrados nomes: Vinícius de Mora-es e Fernando Pessoa. É um livro político, de cordel, autobiográfico, de reflexões sobre a vida, filosófico, de recordações, de apego às raízes, religioso, humorístico, de questionamentos, de apologia à liberdade e predomi-nantemente romântico. São essas as denominações da própria autora.

memóriasAutora:

Isadora Lenzi MichelEditora: In Verso

Bicicletas e tulipasA obra conta a história de uma garota de Curitiba que embarcou em um intercâmbio na Holanda. Até aí tudo normal. Mas durante essa viagem, Isadora produz um blog para compartilhar suas histórias com quem ama. Depois, veio a necessidade de registrar suas aventuras e experiências da viagem. “E, por fim, foi este o caminho que encontrei para me entender, para dar vazão aos meus sentimentos e processar tudo que estava aconte-cendo”, conta a autora. Em tom confessional, Isadora derrama lágrimas e alegrias em páginas de uma obra aberta que é a vida.

FicçãoAutora:

Editora: In Verso

os recadosNão adianta se esconder dos fantasmas, porque eles fatalmente voltarão. É esse o drama vivido pelos irmãos Daniel e Zac Coleman, que durante toda a infância e a adolescência sofreram com uma mãe perturbada e violenta. Já adultos, bem sucedidos e morando na agitada Nova York prometeram a si mesmos que nunca mais retornariam a sua cidade natal, Peoria. Porém, o reaparecimento da irmã mais nova nesse enredo fez com que eles tivessem de enfrentar a dor do passado, que tanto lutaram para esquecer. Trata-se de uma “história de resgate de valores e redenção”, registra a autora.

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indie rock/mPBCícero LinsGravadora: Independente

Canções de Apartamento O jovem cantor, mas com certa experiência, vem ganhando destaque no cenário nacional com prêmios e atenção dos críticos da música nos últimos tempos. Com seu trabalho de estreia em carreira solo, Cícero imprime suas linhas com uma levada intimista. Há quem diga que suas canções são para se ouvir em dias nublados, o que, cá entre nós, combina bem com Curitiba. Suas canções podem ser baixadas gratuitamente pelo site. As composições lembram bem o simplis-mo e a melancolia de Los Hermanos. De um cara aparentemente tímido vem uma doçura e leveza nas cantigas.

POPTulipa Ruiz Gravadora: Independente

tudo tantoElogiadíssimo pela crítica especializada, o novo e segundo CD da cantora Tulipa Ruiz ganhou destaque na última edição do Prêmio Multishow de Música Brasileira, como Disco do Ano, no mês passado. Agora, com mais maturidade e energia na estrada, Tulipa se diz mais segura musicalmente. Dançante e embala-do por uma batida mais forte, este álbum traz 11 faixas de canções compartilha-das na web. A cantora da nova cena musical canta letras sobre o cotidiano, amor e tons sensuais e envolventes. Confessa que tem influência dos Novos Baianos e alguns artistas contemporâneos.

mPBDjavan Gravadora: Luanda Records/Universal Music

rua dos AmoresUm dos grandes ícones da Música Popular Brasileira (MPB) lançou no mês passado músicas de composição própria. Com algum tempo sem escrever suas notas e letras, cantar essa “Rua de amores” foi o trabalho deflagrador de toda sua veia autoral que estava adormecida. Como não poderia deixar de ser, o assunto principal é o “amor”, sem que isso se esgote nessas 13 músicas inéditas. Com metais espertos e com uma música tradicionalmente aconchegante, a cada faixa você se apaixona mais e mais por sua voz lúdica. A turnê desse trabalho começa em novembro.

POPChristina Aguilera Gravadora: Sony Music

lótus Com o single “YourBody”, lançado há poucas semanas, a cantora Christina Aguilera promete novidades com o álbum completo chamado “Lótus”, programa-do para meados do próximo mês. Ela define este trabalho como “autoexpressão e liberdade”. Quer voltar às raízes, como tem comentado pela imprensa, e assim dar um up em sua carreira, já que no último trabalho intitulado “Bionic”, Christina não teve muito êxito, nem destaque em tempos de muitas vozes pops surgindo pela web. Para os fãs, é esperar, ouvir e curtir. Para os críticos, resta conferir.

dicas do mêsArieta Arruda - [email protected]

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opiniãoKarina ReisMembro da Sociedade Brasileira de Coaching e diretora executiva da Cannoh Coach

ivemos em um mundo em que a busca pelo sucesso é, basicamente, a razão de existir de muitas pessoas. O sucesso, na maioria das ve-zes, está ligado à realização de um propósito e,

com isso, à concretização de um objetivo. Entretanto, se pararmos para pensar nos nossos sonhos e metas, sempre haverá pessoas envolvidas. Temos a necessidade do apoio de alguém, seja um amigo, familiar ou colega de trabalho, para que algo aconteça. Essa dependência acontece por-que nós, seres humanos, somos seres sociáveis que têm por necessidade básica a aceitação ao nos relacionarmos com outras pessoas. Importante ressaltar que, ter prazer, alegria e plenitude nesses relacionamentos é algo que se escolhe. Tal escolha ocorre quando se permite aceitar que será necessário ter cuidado, habilidade e muita paciência para se relacionar com outros. Caso contrário, objetivos tão sonhados passarão a ficar cada vez mais distantes sem que se saiba o porquê e muito menos o que fazer.

Estamos vivendo a Era da Consciência: a demanda é mui-to maior do que a oferta. As pessoas buscam estar mais ali-nhadas ao que se quer, ao que se sonha e, principalmente, ao que se é. Com isso, as empresas precisam estar atentas à qualidade, tanto dos produtos e serviços, como do aten-dimento e à satisfação do cliente interno x cliente externo. Mesmo já estando em pleno século XXI, nos deparamos com imensos problemas ao se relacionar e, especialmente, ao se comunicar.

Um dos grandes desafios para todo ser humano é a co-municação. Ela deve acontecer sem que se lancem expec-tativas para o ouvinte. Quando se leva a palavra à outra pessoa também não se pode criar expectativas sobre ela. Para uma comunicação efetiva é preciso falar claramente,

mas também saber ouvir. Mesmo porque tudo aquilo que criamos, imaginamos ou esperamos que o outro nos dê ou faça por nós, pertence a nossa mente, aos nossos desejos, ao nosso mundo pessoal. E a este mundo, o outro (o ou-vinte) não tem acesso e, muitas vezes, não está disposto a entrar. Entender, aceitar e, principalmente, dar a oportuni-dade e não trazer para o pessoal as questões profissionais do dia a dia faz com que o indivíduo tenha mais foco nos seus resultados.

Uma vez estabelecido o que é do compromisso de cada um, é necessário, então, se desafiar a ir além. Isso está ligado à intensidade que se coloca em cada ação desenvol-vida dentro das tarefas do cotidiano.

Vejo todos os dias pessoas se portando como recursos humanos e, um dia por mês, agindo como seres huma-nos, normalmente no dia do pagamento. Enquanto as pessoas se comportarem

como recursos humanos, serão tratadas como recursos. Para ter sucesso nas relações ou em qualquer outro pro-pósito, pessoal ou profissional, é necessário se comportar como SER humano. Para isso, o indivíduo precisa ter cla-ro o que quer e porque quer, e em seguida, como obter.

Saber reconhecer seus valores, talentos, pontos fortes e porque não suas fraquezas, assumindo um olhar voltado para dentro, para si e não de julgamento para o outro, mas de crescimento pessoal, em que as relações com sucesso mútuo são prioridade, é o que faz o sucesso de qualquer pessoa acontecer. O grande desafio de homens e mulheres, seja na vida pessoal ou profissional, é se conhecer, saber qual seu real propósito e fazê-lo acontecer. O que separa o agora da realização de qualquer pessoa é a decisão de entrar em ação.

vvocê sabe se relacionar?

Para ter sucesso nas relações ou em qualquer outro propósito, pessoal

ou profissional, é necessário se comportar como SER humano

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