Revista Mineira de Engenharia - 17ª Edição
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ANO 3 | EDIÇÃO 16 | FEV -MAR - 2013
IMPRESSO ESPECIAL
991 22 55 307- DR/MG
SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROSCORREIOS
P&D PARA CRIAR NOVOS PRODUTOS | RESPONSALIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
ENGENHARIA DE INCÊNDIO | MEIO AMBIENTE E MUITO MAIS.
RAIO X DAS AGÊNCIAS REGULADORAS:TÉCNICA X POLÍTICA
ENTREVISTA
Bernardo Figueiredo,
presidente da EPL fala sobre
investimentos em logística
ENGENHEIRA DO ANO
Maria das Graças
Foster recebe
homenagem da SME
CHINA X BRASIL
Artigo de João
Camilo Penna
Passados os primeiros
dias de comoção pela
tragédia de Santa Maria
(RS), é hora de uma re-
flexão sobre o episódio
e seus desdobramentos. Muitas análi-
ses foram feitas por especialistas, re-
forçando a sucessão de erros e
omissões que levaram à morte pre-
matura de dezenas de jovens. Neste
momento, muitos dos sobreviventes
seguem internados lutando pela vida
em um leito de hospital.
As marcas dessa tragédia ficarão para
sempre na história do Brasil e da pa-
cata cidade gaúcha, que se transfor-
mou em manchete dos principais
jornais do mundo. Permanecerão
na memória dos brasileiros e estão
como ferida viva no seio das famílias
que perderam seus filhos.
Ao contrário do que possa parecer o
risco de sinistros como esse não está
ou estava localizado, no caso da boate
Kiss, apenas em solo gaúcho, mas en-
contra-se espalhado pelo território
brasileiro. Por negligência, omissão,
ganância ou simples vista grossa, nem
sempre são cumpridas as exigências
legais mínimas contidas nas Normas
Técnicas Brasileiras de engenharia
para a construção e implantação de
empreendimentos com áreas comuns
ou não.
As normas são objetivas e o cumpri-
mento das mesmas constitui uma das
etapas essenciais para se colocar em
funcionamento qualquer estabeleci-
mento seja comercial, residencial, de
lazer ou esportivo. A exigência de um
profissional de engenharia responsável
pela obra é regra e não há exceção.
O uso de novas tecnologias de maté-
rias e de equipamentos, de controle
de acesso em ambientes públicos é
uma prática indispensável em qual-
quer projeto. As ferramentas existem
e precisam ser bem utilizadas. Por-
tanto, não havia e não há ensinamento
necessário no horror vivenciado, em
Santa Maria, para que esse conjunto
de elementos seja observado na base
de projetos de engenharia.
Se isto não ocorre, poderíamos infe-
rir, por outro lado, que a fiscalização
é insuficiente ou inexiste, o que tor-
naria inútil a ideia de bem estar, de
conforto e segurança, porque esta-
ríamos envolvidos em um jogo ab-
surdo de sorte e azar. A vida não
pode ser tratada como peça de um
joguete macabro, mas um campo de
sonho, de esperança, de alegria, de
projetos a serem realizados e que
foram brutalmente interrompidos,
tragados pelas chamas na noite de
Santa Maria.
Além de punição para os responsáveis
pela tragédia no município gaúcho,
acreditamos que a sociedade brasileira
deve exigir o cumprimento e/ou aper-
feiçoamento de instrumentos legais
que estabelecem ou regulamentam as
relações entre aquilo que é de inte-
resse da população e aquilo que é de
interesse e responsabilidade de todos
que participam dessa sociedade, seja
na área pública ou privada.
Em meio à dor, fazemos a defesa in-
transigente de que cada cidadão,
cada família, de que a sociedade não
aceite ver os jovens, adultos ou
crianças terem suas vidas ceifadas
por negligência e descaso.
4
EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE
O cumprimento de normas em respeito à vida
Ailton Ricaldoni Lobo
Presidente da SME
PARCERIAS INTERNACIONAIS
Garanta-se no mercado: EXECUTIVE MBA Gestão Econômica de Recursos Minerais
TURMAS ABERTAS 2013UNIDADE BH
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6
Compromisso com Você!
A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua
equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para aten-
der cada vez mais e melhor a cada um dos associados.
Em seus 82 anos de existência,
a SME trabalha para integrar,
desenvolver e valorizar a Enge-
nharia, a Arquitetura, a Agronomia
e seus profissionais, contribuindo
para o aprimoramento tecnoló-
gico, científico, sociocultural e
econômico.
Produtos e Serviços
Em nosso site há uma série de produtos e serviços como
cursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gama
de convênios que você poderá desfrutar.
São descontos de até 20% em academias, empresas
automotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes,
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óticas, planejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos,
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Compromisso com o futuro
Aprimoramento profissional e inova-
ção tecnológica também têm sido
uma das grandes bandeiras da SME
para oferecer os melhores produtos
e serviços para você e sua família.
Por meio de nosso site, da revista,
dos eventos e da participação nas
redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um
canal aberto para ouvir suas sugestões e para representar
seu interesse.
Seja um associado da SME
Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]
PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo
VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão
José Luiz Nobre Ribeiro
Victório Duque Semionato
Alexandre Francisco Maia Bueno
Délcio Antônio Duarte
DIRETORESLuiz Felipe de Farias
Diogo de Souza Coimbra
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Marcílio César de Andrade
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José Flávio Gomes
Fabiano Soares Panissi
Janaína Maria França dos Anjos
Normando Virgílio Borges Alves
Clemenceau Chiabi Saliba Júnior
SUPERINTENDENTE José Ciro Mota
CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela de Sant'Anna
Teodomiro Diniz Camargos
Jorge Pereira Raggi
Flavio Marques Lisbôa Campos
Rodrigo Octavio Coutinho Filho
Paulo Safady Simão
José Luiz Gattás Hallak
Alberto Enrique Dávila Bravo
Cláudia Teresa Pereira Pires
Márcio Tadeu Pedrosa
Sílvio Antônio Soares Nazaré
Felix Ricardo Gonçalves Moutinho
Levindo Eduardo Coelho Neto
Fernando Henrique Schuffner Neto
Ivan Ribeiro de Oliveira
CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva
Nilton Andrade Chaves
Carlos Gutemberg Junqueira Alvim
Alexandre Rocha Resende
Wanderley Alvarenga Bastos Júnior
CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz
Janaína Maria França dos Anjos
Fabiano Soares Panissi
José Ciro Mota
Ronaldo José Lima Gusmão
Coordenador EditorialRonaldo José Lima Gusmão
Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira
MG 05203 JP
Projeto Gráfico Blog Comunicação
Marcelo Távora
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Belo Horizonte | Minas Gerais
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(31) 3309 1036 | (31) 9133 8590
Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação
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Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral
Distribuição GratuitaVia Correios e Instituições parceiras
Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros
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Belo Horizonte | Minas Gerais
CEP - 30170-001
Tel. (31) 3292 3962
Fale conosco Contato [email protected]
ApoioPublicação
8ENGENHEIRA DO ANO
MARIA DAS GRAÇAS
FOSTER, PRESIDENTE
DA PETROBRAS
14CAPA
AGÊNCIAS REGULADORAS 46
GESTÃO
DJALMA MORAIS ESTÁ
ENTRE OS 30 MELHORES
GESTORES DO MUNDO
32MEIO AMBIENTE
COMITÊS DE
BACIAS HIDROGRÁFICAS
INOVAÇÃO
P&D PARA CRIAR NOVOS
PRODUTOS E SERVIÇOS
36ENTREVISTA
BERNARDO FIGUEIREDO,
PRESIDENTE DA EPL FALA SOBRE
INVESTIMENTOS EM LOGÍSTICA
44
48
RESPONSABILIDADE SOCIAL
ARTIGO SÉRGIO CAVALIERI,
PRESIDENTE DA ALE
34
50SME HISTÓRIA
LEGADO DE PAULO
NEWTON DE PAIVA FERREIRA26
MESTRES DA ENGENHARIA
FREDMARCK
GONÇALVES LEÃO24ENGENHARIA DE INCÊNCIO
O LADO TÉCNICO
DA TRAGÉDIA
52NOVOS ENGENHEIROS
GUSTAVO RIENTE ANDRADE
54 ARTIGO CHINA X BRASIL
JOÃO CAMILO PENNA
SEGURANÇA E TECNOLOGIA
PROTEÇÃO CONTRA
SURTOS DE RAIOS
56 CAUSOS
DE ENGENHARIA
8
EVENTO | ENGENHEIRO DO ANO 2012
Com aquele tipo de cerimônia calorosa que
só mesmo os mineiros sabem preparar
para seus conterrâneos que estão fora do
Estado, a Sociedade Mineira de Engenhei-
ros (SME) homenageou, no último dia 18 de dezembro,
no Hotel Mercure Lourdes, em Belo Horizonte, a en-
genheira química e presidente da Petrobras, Maria das
Graças Foster com a Medalha Sociedade Mineira de
Engenheiros – Engenheiro do Ano 2012. Pela primeira
vez em três décadas, uma mulher entrou para a seleta
lista de notáveis que tiveram seu trabalho e dedicação
destacados pela Sociedade.
Acompanhada por membros da diretoria da entidade,
pelo ex-presidente da entidade, chanceler da Medalha
e presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho
Neto e pela secretária de Estado de Desenvolvimento
Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck e o
secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Senese
desde a entrada do hotel, a executiva que já foi eleita
a terceira mulher de negócios mais poderosa do
mundo não escondeu a emoção pela homenagem ca-
rinhosa preparada pela SME.
Com auditório lotado, o presidente da SME, Ailton
Ricaldoni, abriu a solenidade agradecendo aos enge-
nheiros que, de forma voluntária, participam dos
trabalhos das Comissões Técnicas da entidade.
“O pensamento do engenheiro e sua criatividade se
manifestam no dia a dia e não apenas nas edificações,
mas em diversas outras áreas da atividade humana,
como a de petróleo e gás, muito bem representada
pela nossa homenageada de hoje, que simboliza o
que a Engenharia tem de melhor”, afirmou.
Maria das Graças Foster recebe a medalha de Engenheiro do Ano 2012Pela primeira vez em 30 anos, uma engenheira recebe a honraria
Repercussões
O chanceler da Medalha Enge-
nheiro do Ano 2012, José da Costa
Carvalho Neto, lembrou que Maria
das Graças Foster construiu uma
carreira robusta na Petrobras, onde
trabalhou em diversos setores.
Com o conhecimento acumulado,
galgou diversas posições de lide-
rança, até ser convidada, pela pre-
sidenta Dilma Rousseff, a ocupar a
presidência da maior empresa bra-
sileira em fevereiro de 2012.
“Ela é focada em resultados, tem
conhecimento técnico, inconteste
liderança e sensível poder de nego-
ciação. Tem o coração maior que a
produção de petróleo da Petro-
bras”, elogiou Costa que agrade-
ceu, ainda, a honra de ter sido o
chanceler da Medalha Engenheira
do Ano 2012, pelo reconhecimento
a Maria das Graças Foster, uma
profissional que, formada para ven-
cer desafios, tem incentivado enge-
nheiros dentro e fora da Petrobras.
Além de engenheira e executiva de
sucesso, Maria das Graças Foster é
uma mulher comum, com família, fi-
lhos, gostos adquiridos ao longo do
tempo, como ir a praia. Torcedora
do Botafogo, ela é figurante da Es-
cola de Samba União da Ilha, que
fica no bairro em que morou du-
rante anos. “É muito bom olhar
pela janela do avião e ver que estou
chegando na minha terra. Belo Ho-
rizonte é a terra de minha mãe, Te-
rezinha e essa homenagem da SME
tem um significado especial para
mim, mineira de Caratinga mas ca-
rioca do Morro do Adeus, no
Complexo do Alemão, depois da
Ilha do Governador e, mais re-
cente, de Copacabana e Ipanema.
Eu costumo dizer que sou uma mi-
neira carioca”, ressaltou.
Ela disse, também, que o seu per-
curso de vida não foi fácil. “Tenho
orgulho das minhas escolhas, uma
delas a de ser engenheira”, desta-
cou a homenageada. Ela dividiu o
reconhecimento da SME com a
equipe de profissionais que a asses-
soram e subsidiam de informações.
Para Maria das Graças Foster, a
empresa tem grandes desafios,
assim como o país, que apesar
das inúmeras políticas sociais e
da estabilidade econômica, ainda
tem muito a avançar. “Eu me sinto
feliz em participar desse período
de mudanças que o país tem ex-
perimentado nos últimos anos”,
analisou.
Ela encerrou o discurso “abrindo
as portas” para que outras enge-
nheiras mineiras, como ela, pos-
sam ingressar na lista de
Engenheiros do Ano da SME. “Será
que, em 30 anos, nenhuma enge-
nheira mereceu essa medalha?
Isso não é possível”, questionou.
José da Costa Carvalho Neto, chanceler
da Medalha e presidente da Eletrobras
Engenheira do Ano e Dorothea
Werneck, Secretária de Estado de
Desenvolvimento Econômico/MG
Homenageada Maria das Graças Foster
e Ailton Ricaldoni, presidente da SME
Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
“Maria das Graças Foster simboliza o nível de qualidade da engenharia brasileira,
reconhecida em todo o mundo por sua excelência. A belíssima carreira que construiu na
Petrobras, onde entrou como estagiária e chegou à presidência, revela a sua dedicação e
compromisso com a profissão. O título de Engenheira do Ano 2012, que lhe foi concedido
pela Sociedade Mineira de Engenheiros, é, portanto, justa e merecida homenagem que a
Federação das Indústrias de Minas Gerais subscreve e aplaude. Parabéns à SME
pela escolha! Parabéns à presidente Graça Foster pela conquista!”
“Não poderia ser mais oportuna a indicação do nome da Dra. Graça Foster para Engenheiro do
Ano 2012. Mais do que as valiosas contribuições ao campo da Engenharia, a Dra Foster se destaca
por sua atuação brilhante e decisiva para o desenvolvimento da indústria de gás natural no Brasil
e, notadamente, em Minas Gerais, tendo sido homenageada, em 2011, no aniversário de 25 anos
de fundação da nossa Gasmig”.
José Carlos de Mattos, presidente da Gasmig
“Eu achei que a Sociedade Mineira de Engenheiros está de parabéns por
homenagear engenheira mineira que milita há muitos anos na Petrobras
e que, pelo seu valor, mostrou que pode ocupar o cargo de presidente
da maior empresa do Brasil. Outra felicidade da SME foi ter indicado o
José da Costa para ser o chanceler da Medalha. Foi uma noite memorável!
A diretoria da SME está de parabéns.”
Tarcio Primo Belém Barbosa, ex-presidente da SME, ex-presidente do
CREA-MG, ex-secretário de Obras Públicas e atualmente presidente AAEMG-UFMG
“A SME foi muito feliz ao escolher a Graça Foster como Engenheira do ANO 2012. É uma profissional
que engrandece a nossa classe. Pessoa de notável capacidade de planejamento, execução e obtenção
de resultados. Conheço e acompanho de perto sua carreira há cerca de dez anos. Atualmente preside a
Petrobras, a maior empresa da América Latina, onde está resgatando os conceitos mais puros da engenharia:
planejamento, engenhosidade, controles, produtividade, qualidade, segurança, padronização. Com certeza
será muito bem sucedida e os resultados aparecerão em pouco tempo.”
Sérgio Cavalieri, presidente do Grupo Ale,
“Foi importante a escolha da presidente da Petrobras para este prêmio:
se há no Brasil uma mulher que mereceu esta homenagem é ela, pela
sua história de luta, determinação e competência. O seu discurso foi o
de uma verdadeira estadista: focado, envolvente e objetivo. Penso, ainda,
que a presença dela em Belo Horizonte poderia ter sido mais divulgada,
pois merecia mais destaque na mídia e no público empresarial pelo que
ela representa para o Brasil como técnica, executiva e mulher.”
Flávio Campos , presidente Leme Engenharia e vice-presidente da SME
“Entregou o livro da historia da engenharia para ela. Falar da nobreza da
premiação que a SME tem feito e as indicações são pessoas que tem grande contribuição para
MG e para o Brasil como um todo. Louvando a iniciativa da SME. Incentivo para alunos da enge-
nharia porque a Petrobras representa para o Brasil e a aspiração dos alunos, uma das pos-
sibilidades mais cobiçadas é ingressar na Petrobras pelo que representa para o país e
desenvolvimento da carreira do aluno.”
Benjamin Rodrigues Menezes, diretor da escola de engenharia da UFMG
“Desde que Maria das Graças Foster assumiu o comando da Petrobras,
no início de 2012, ela já mostrou que não lhe faltam coragem, determi-
nação, conhecimento e foco para lidar com a complexidade desde gigante
que é a Petrobras. Existe muita coisa a ser feita, com benefícios impor-
tantes para o Brasil. Fico feliz de, neste momento de transformação e
evolução, uma engenheira como nós estar à frente da empresa da qual
a Mendes Júnior tem sido parceira importante há décadas. Nós,
engenheiros, estamos sempre focados em fazer acontecer, em aplicar conhecimento e inteligência
na obtenção de grandes resultados. É o que a Petrobras e o Brasil precisam. É o que Maria das
Graças Foster está fazendo.”
J. Murillo Valle Mendes, presidente da Mendes Júnior e
Engenheiro do Ano pela SME em 2009
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: Val
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nôm
ico
Patrocínio
La via Jentzsch, Ana Rosa Lourenço, João Lourenço,
Andréia Mohallem e Tarik Mohallem
Ederson Bustamante, Raimundo Fernandes,
Antônio Lombardo e Hélio Nonato
Levindo Coelho,
José da Costa, Mariana CoelhoMurilo Mendes
e Roberto Braga
Regina Marinho e
Roberto Marinho
Fabiano Panissi, Alexandre
Resende e Bayron Drumond
José Ciro Mota, Marcelo Mota,
Aurélia Sica, Wagner Almeida BarbosaWedson Luiz, Luciana
Sampaio e Marcelo Távora
Daniel Marinho
e Michelly Girundi
José Carlos de Matos, Paulo
Henrique e Rodrigo Coutinho
A solenidade teve a participação de lideranças empresarias e políticas, engenheiros, formadores de opinião e diretores da SME
ENGENHEIRO DO ANO 2012SME
Ronaldo Gusmão, Ailton Ricaldoni, Jalmelice Luz,
Fabiano Panissi, José Luiz Nobre Ribeiro e Alexandre Resende
Aloisio Vasconcelos, Victório
Seminonato e Murilo Mendes
Ailton Ricaldoni, Fabio Tito,
Marcos Carvalhaes, José da Costa
Antônia Sônia Cardoso, Maria das
Graças Foster e Janaina França
Maria Luiza Pimenta,
Adalberto Resende e Ronaldo Gusmão
André Martins Carvalho, Paulete
Martins e Antônio Humberto
Sérgio Cavalieri
e Werner Rohlfs
Antônia Sônia Cardoso,
André Luiz e Angela Menin
Marcelo Mota, Maria das Graças
Foster e Ciro Mota
Breno Assis e Cássia Milanez
Maria das Graças Foster
e Alexandre Resende
Maria Eugênia Valente, Heloisa Paiva, Isis Carvalho,
Ana Elisa Lobo, Numa Jentzsch, Regina Coelho
Eduardo Mota, Marcos Jeber,
Fábio Dutra e Jairo de Jesus
Ronaldo Gusmão,
Alexandre Resende e Sérgio Cavalieri
Olavo Machado, Lucas Gerken, Felipe Mota,
Aloisio Vasconcelos
Murilo Mendes e
Ailton Ricaldoni
14
Como acontece anualmente, o
Sistema de Informações de
Defesa do Consumidor (Sindec),
que reúne dados coletados pelos
Procons de 23 Estados e também
do Distrito Federal, acaba de divul-
gar o ranking dos setores que mais
receberam reclamações em 2012.
Das 2,3 milhões de queixas regis-
tradas em todo o país, 19,7% a
mais que no ano anterior, mais
uma vez, a telefonia celular, ser-
viço público explorado pela inicia-
tiva privada, foi o mais “lembrado”
pelos consumidores brasileiros
com 172.119 reclamações, ou
9,17% do total.
Em uma típica relação de “amor
e ódio” , a Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel),
responsável pela regulamentação
e fiscalização do serviço, tanto
castiga quanto absolve as quatro
empresas que exploram o setor –
Claro, Oi, Tim e Vivo – mediante
promessas de investimentos e
ampliações de redes que, pela
constância na lista dos serviços
mais criticados há muitos anos,
ainda não se tornaram realidade.
Da mesma forma, às vésperas da
Copa do Mundo, o atraso nas obras
do setor energético podem resultar
em apagões nas capitais que
sediarão a competição. E a Agência
Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), nesses casos? Basta apenas
detectar a existência de problemas?
Como solucioná-los a tempo?
A qualidade e a gestão da malha
rodoviária brasileira e dos aero-
portos, também são problemas
que o país pretende solucionar
recorrendo às concessões a
iniciativa privada. O processo,
conduzido pela ANTT, está acelerado.
Criadas no governo Fernando
Henrique, entre dezembro de 1996
e setembro de 2001, para garantir
a estabilidade regulatória dos ser-
viços públicos concedidos pelo go-
verno federal à iniciativa privada
como telefonia, energia e transpor-
tes, as agências reguladoras per-
deram autonomia, transparência
e, consequentemente, credibili-
dade nos últimos anos, passando
a moeda de troca política que, na
maioria das vezes, não avalia os
reflexos e riscos para a popula-
ção. Falta de recursos, terceiriza-
ção da mão de obra, mudanças
nas regras de aprovação dos
novos diretores e o lobby agres-
sivo dos setores regulamentados
estão entre os fatores que expli-
cam essa “mudança de curso”.
Antes de ser empossado como o
primeiro presidente da Agência
Nacional de Transporte Terrestre
(ANTT), engenheiro civil com
mestrado em Economia, José Ale-
xandre Nogueira Resende, rece-
beu a incumbência do Palácio do
Planalto de fazer o esboço da lei
que criou a agência, em 2002. Em
seis anos no cargo, ele teve a
oportunidade conhecer, também,
o trabalho executado pela ANEEL,
CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS
Serviços em crise, atuação técnica comprometida
da ANTAQ e da ANP e de experi-
mentar, de perto, a pressão exer-
cida pelos concessionários para
driblar a fiscalização e as multas, ou
seja, a regulamentação. “Minha sa-
batina, no Senado, durou cinco
horas e eu não sabia o que seria
perguntado ou por quem. Atual-
mente, essa cerimônia que avaliaria
o notório saber do candidato, es-
colhido de acordo com o seu cur-
rículo vitae, foi transformada em
uma apresentação formal, com rá-
pida aprovação”, comenta.
Para ele, a agência reguladora,
hoje, não segue as diretrizes ini-
ciais de regular e fiscalizar os con-
tratos de concessões do poder
público para a iniciativa privada.
“O princípio básico da agência é
regular esses setores que são ex-
plorados por poucos players e,
por isso, não são autocompetiti-
vos por si só”, resume. No setor
de transportes, como há apenas
uma Rodovia Presidente Dutra
para ligar São Paulo e Rio de
Janeiro, existe uma relação típica
de monopólio, o que deve ser
combatido, assim como a for-
mação de cartéis e os abusos do
poder econômico.
De acordo com o engenheiro,
conceder e privatizar são a
mesma coisa. No final, o ganho
será para o poder federal, mas
durante a validade de contratos
que são de longo prazo – entre
20 e 35 anos – é preciso fazer
ajustes de acordo com a dinâ-
mica do mercado e demanda
pelo serviço. Por isso, a indepen-
dência das agências é essencial,
do ponto de vista técnico e tam-
bém político. “O regulador tem
que fiscalizar muito bem. Essa
estrutura tem que ser muito
bem montada”, afirma.
Segundo Resende, nos primeiros
anos de funcionamento, as agências
faziam regulamentações que,
antes de serem votadas e aprova-
das por diretorias colegiadas, pas-
savam por audiências públicas.
A ideia era mesmo reduzir a par-
ticipação do Estado em todas as
decisões, principalmente aquelas
de caráter técnico.
Durante o governo de Luis Inácio
Lula da Silva houve a mudança
ideológica no conceito dessas
entidades. “Parece que o Partido
dos Trabalhadores (PT) não acei-
tava muito bem a ideia de agências
independentes, como se isso re-
presentasse a perda de poder do
executivo”, aponta.
A criação de outros órgãos e de
aparelhos políticos anexos para
tratar dos mesmos problemas
resultou no enfraquecimento da
atuação das agências e da sua
credibilidade. “É preciso refun-
dar as agencias reguladoras”,
recomenda.
José Alexandre Nogueira Resende, ex-presidente da
ANTT, engenheiro civil com mestrado em Economia,
recebeu a incumbência do Palácio do Planalto de
fazer o esboço da lei que criou a agência, em 2002
16
Ele não tem críticas em relação à
composição do corpo técnico das
agências reguladoras. Resende
defende os funcionários con-
cursados pela qualificação que
apresentam. Com a estabilidade
do cargo, têm maior autonomia
para atuar, diferente dos muitos
contratados.
Geralmente, o corpo técnico é
composto por engenheiros, eco-
nomistas e advogados, em uma di-
visão de 30% para cada categoria,
cada um com uma atribuição
complementar. Afinal, o que está
em jogo são contratos.
Apesar dos problemas estrutu-
rais, o engenheiro defende as
agências reguladoras. “Antes da
criação da ANTT era o Departa-
mento Nacional de Estradas de
Rodagem (DNER), que aplicava as
multas. Só que elas não eram
pagas porque o procedimento era
juridicamente questionado sob o
argumento de que não havia direito
de defesa. Na minha época, tive-
mos um corpo jurídico para criar
resoluções a esse respeito e os
fiscais tinham autoridade para
multar, notificar a autuar, mas tudo
com base legal, de acordo com os
contratos”, argumenta.
No “olho do furacão” quando se
fala em melhoria da infraestrutura
brasileira, a agência é coordenada
por funcionário público, ex-treina-
dor de um time de basquete e
três funcionários de carreira da
ANTT.
Graduado em Engenharia Elétrica,
mas com bagagem acumulada na
área de Telecomunicações e Infor-
mática, o ex-presidente da Agên-
cia Nacional de Telecomunicações
(Anatel), Pedro Jaime Ziller de
Araújo, também é um defensor
das agências reguladoras, embora
reconheça que há muitos proble-
mas a serem resolvidos para que
elas atuem de acordo com suas
atribuições originais.
Ele ficou no cargo por um ano e
depois foi conselheiro da agência.
“Quando entrei, em janeiro de
2004, não tínhamos funcionários
concursados. Aqueles que estavam
lá eram “emprestados da Telebrás”,
recorda. Para o engenheiro, o que
garante a independência das agên-
cias é a autonomia dos técnicos.
Araújo deixou a Anatel no final do
governo Lula e percebeu que,
desde então, houve avanços, como
o incentivo à competição do
setor, rigor na fiscalização mas
ainda há falhas a serem corrigidas.
“A agência precisa se desenvolver
melhor para forçar as empresas a
prestarem melhores serviços
de telefonia para usuários”, reco-
nhece.
Os últimos trabalhos do enge-
nheiro à frente da Anatel foram
sobre portabilidade e sobre a
separação da banda larga da
concessão, uma questão que
prejudica a atuação da agência
CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS
Pedro Jaime Ziller de Araújo, engenheiro elétricista,
mas com bagagem acumulada na área de Telecomu-
nicações e Informática, ex-presidente da Anatel,
também é um defensor das agências reguladoras
17
porque, quando há mistura,
mais complexos são os contra-
tos e o controle dos serviços
fica dificultado, já que não é
possível saber o montante que
está sendo investido em uma
área ou em outra, ou se há,
realmente, aportes já realiza-
dos, conforme acordado entre
as partes.
Atualmente a Agência possui 496
servidores com formação em
engenharia de um total de
1.583 servidores, ou seja, os
engenheiros correspondem a
31,33% do quadro total. O Con-
selho Diretor, composto por
cinco profissionais, dos quais
dois engenheiros, dois advoga-
dos e um economista.
O currículo do ex-presidente da
Sociedade Mineira de Engenhei-
ros (SME), ex-presidente da
Eletrobras e da subsidiária fran-
cesa Alstom, focada nos setores
de energia e transportes e, ainda,
funcionário da Companhia Ener-
gética de Minas Gerais (Cemig)
por uma década, da qual seis
anos como engenheiro e quatro
ocupando cargos de gestão,
engenheiro Aloísio Vasconcelos,
o credencia para falar sobre as
agências reguladoras sob outro
enfoque, o de regulado.
“Sempre fui defensor das agên-
cias reguladoras porque elas são
autônomas, ou pelo menos deve-
riam ser. A agência trabalha para
a sociedade e não é um órgão
vinculado ao governo”, defende.
Para o engenheiro, a atuação
das diretorias colegiadas é es-
sencial para que as agências
realmente consigam cumprir a
sua função primordial, que é
regular o mercado. “Os enge-
nheiros são os mais habilitados
para gerenciar. O engenheiro é
eclético e vê todos os ângulos
de um problema e, por isso,
pode sugerir soluções”, enfatiza.
Na China que é o grande mo-
delo para o mundo hoje em
desenvolvimento, a maioria
dos ministros são engenhei-
ros. No Brasil, infelizmente,
não há muitos engenheiros no
primeiro escalão do governo.
Nas agências, “é claro que
isso não é obrigatório” aque-
las que têm engenheiros apre-
sentam melhores resultados.
Para fechar a discussão, uma
frase de efeito. “As agências são
iguais àquele remédio que tem
contra-indicações. Ruim com
elas, pior sem elas”, conclui.
Aloísio Vasconcelos é
ex-presidente da SME,
ex-presidente da Eletrobras e da Alstom
“As agências são iguais àquele remédio
que tem contra-indicações. Ruim com elas, pior sem elas”
18
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
Atualmente a agência possui 496 servidores com for-
mação em engenharia de um total de 1583 servidores,
31,33% do quadro total. O Conselho Diretor da agência
tem mandato de cinco anos.
Presidente do Conselho Diretor – João Batista de Re-
zende é economista com mestrado em Economia pela
PUC-SP.
Conselheiro - Jarbas José Valente é engenheiro
eletrônico e de telecomunicações graduado pela UnB,
é especialista em análise de sistemas, em comunicação
de dados e em marketing de serviços e, ainda, diversos
cursos internacionais.
Conselheiro - Marcelo Bechara de Souza Hobaika é ad-
vogado pós- graduado em Direito da Economia e da
Empresa (FGV) e especialista em Direito de Tecnologia.
Conselheiro - Roberto Pinto Martins é engenheiro
eletricista pela UnB com mestrado em Engenharia
Elétrica na área de concentração da Computação
Gráfica (Unicamp).
Conselheiro - Rodrigo Zerbone Loureiro é advogado
pela (UFES) e servidor de carreira, tendo sido especia-
lista em políticas públicas e gestão governamental do
poder executivo federal desde 2006.
Agência Nacional de Transportes Aquaviários(ANTAQ)
Com 191 funcionários terceirizados, a agência tem,
hoje, 58 engenheiros que não atuam, necessaria-
mente, na sua atividade.
Diretor-geral substituto - Pedro Brito, economista,
graduado pela UFCE e mestre em Administração
Financeira pela Coordenação dos Programas de
Pós-Graduação de Engenharia (COPPE) da UFRJ.
Foi ministro de estado da Secretaria de Portos da
Presidência da República, de maio de 2007 a janeiro
de 2011, e ministro de estado da Integração Nacio-
nal, de março de 2006 a março de 2007, onde tam-
bém exerceu as funções de chefe de gabinete e
secretário executivo, de abril de 2004 e março de
2006.
Diretor - Fernando José de Pádua Costa Fonseca,
engenheiro civil pela Escola de Engenharia do Triân-
gulo Mineiro, com sede em Uberaba tem Especiali-
zação em Engenharia Econômica pela AEUDF MBA
em Regulação e Concessão de Serviços Públicos
(FGV); Gestão Ambiental no Setor Transportes –
Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB,
MBA em Defesa da Concorrência, CADE–FGV.
Diretor Interino – Mário Povia, advogado, pertence
a quadro efetivo da Agência e é especialista em regula-
ção de serviços aquaviários.
Quem é quemnas agências reguladoras
CAPA | AGÊNCIAS REGULADORAS
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Dos servidores concursados, que totalizam 533, 154
são graduados em Engenharia, ou seja, 29% do
total. Em janeiro foi realizado concurso público para
preenchimento de 152 vagas
Diretora Geral – Magda Maria de Regina Cham-
briard é engenheira civil pela UFRJ e pós graduada
em Engenharia Química pela mesma instituição e
em Engenharia de Reservatórios e Avaliação de
Formações, pela Universidade Corporativa da
Petrobras.
Diretor – Helder Queiroz Pinto Jr. é economista pela
UFRJ com mestrado em Planejamento Energético pela
mesma instituição e doutorado pelo Instituto de
Economia e Política de Energia da Universidade
de Grenoble (França).
Diretor – Florival Rodrigues de Carvalho é engenheiro
químico pela UFPE com especialização em Engenharia
de Segurança, mestrado e doutorado em Engenharia
Química pela Unicamp.
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
Diretor geral - Nelson Hubner é engenheiro eletricista
formado na UFF, com pós-graduação em Matemática.
Foi ministro interino de Minas e Energia por oito
meses, entre 2007 e 2008 e também secretário-execu-
tivo da ex-titular Dilma Rousseff entre 2005 e 2007,
como chefe de gabinete (2003 a 2005) e como as-
sessor do Departamento de Política Energética
(2002). Na ANEEL, foi assistente da Superintendência
de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) de
2000 a 2001.
Diretor - Edvaldo Santana, é graduado em Engenharia
Elétrica pela PUC-RJ. Mestre e doutor em Engenharia
da Produção pela UFSC e professor licenciado da
mesma instituição.Atua na ANEEL desde 2000, no
cargo de superintendente de Estudos Econômicos de
Mercado. Doutor em Engenharia da Produção
trabalhou durante 17 anos na Eletrosul nas áreas de
engenharia, planejamento e financeira.
Diretor - Romeu Rufino é formado em Ciências Con-
tábeis e pós-graduado em Contabilidade Gerencial pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV), atuou durante 15 anos
na área econômica e financeira como contador e
assistente da diretoria da Eletronorte. Foi audi-
tor durante cinco anos na PriceWaterhouse Auditores
Independentes.
Diretor - Julião Coelho é advogado e procurador do
Distrito Federal. Atuou como Procurador Federal junto
à ANEEL entre agosto de 2002 e novembro de 2004.
Entre 2005 e 2009 atuou como advogado em questões
de Direito de Energia Elétrica.
Diretor - André Pepitone é engenheiro civil com espe-
cialização em Geotecnia. Está na Agência desde 2000,
onde trabalhou nas áreas de concessões e autorizações
da geração e estudos econômicos de mercado. A partir
de 2005, passou a ocupar cargo efetivo de Especialista
em Regulação.
Agência Nacional de Transportes Terrestes(ANTT)
Diretor geral em Exercício - Ivo Borges de Lima
é graduado em Serviço Social com pós-graduação em
Comunicação Social pelo CEUB. Foi assessor parla-
mentar e secretário de Trabalho do Distrito Federal no
governo de Maria Abadia (PSDB) em 2006.
Diretor - Jorge Luiz Macedo Bastos - administrador de
empresas com pós-graduação em Gestão de Negócios
(FGV), era diretor da equipe de basquete Universo, que
pertencia ao ex-senador Wellington Salgado em 2010,
quando seu nome foi indicado para o cargo.
Diretora Interina - Ana Patrizia onçalves Lira é servi-
dora da ANTT desde 2002 é pós-graduada em Direito
Tributário pela Escola Superior de Advocacia (ESA) e
em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ.
Diretor Interino - Carlos Fernando do Nascimento é
servidor de carreira da ANTT desde 2006, é advogado,
especialista em Direito Administrativo e Processo
Administrativo pela Universidade Cândido Mendes e
em Regulação de Transportes Terrestres pela UFRJ.
Diretora Interina - Natália Marcassa de Souza é ser-
vidora de carreira da ANTT desde 2006, é mestre
em Economia pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), possui especialização em Transportes
Terrestres pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e é bacharel em Economia pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL-PR).
20
Agência Nacional das Águas (ANA)
Diretor-presidente - Vicente Andreu Guillo é
estatístico, foi Secretário Nacional de Recursos
Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do
Meio Ambiente. Funcionário de carreira da
Companhia Paulista de Força e Luz, presidiu
ainda a Usina Termoelétrica Nova Piratininga
Ltda. e secretário de Desenvolvimento Urbano
e Meio Ambiente de Campinas.
Diretor - João Gi lber to Lotufo Conejo é
engenheiro civil com especialização em hidráulica
e mestre em Engenharia Hidráulica
Diretor - Dalvino Troccoli Franca é arquiteto pela
UFPe, tem longa experiência no setor urbano e em
atividades de natureza multidisciplinar como gestão
dos recursos hídricos, preservação ambiental
e promoção do desenvolvimento rural.
Diretor - Paulo Lopes Varella Neto é geólogo pela
UFRN com especializaão em Hidrologia Subterrâ-
nea pela Universidade Politécnica de Barcelona.
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
Entre os servidores concursados, excluindo-se
aqueles cedidos a outros órgãos, existem atualmente
cerca de 330 engenheiros, o que corresponde a
aproximadamente 30% do total.
Diretor –presidente - Marcelo Pacheco dos Gua-
ranys é graduado em Direito e em Ciências Econô-
micas, é mestre em Direito Público pela UNB e
especialista em Direito Econômico e das Empresas
pela FGV.
Diretor de Operações de Aeronaves - Carlos
Eduardo Magalhães da Silveira Pellegrino é Oficial-
Aviador pela Academia da Força Aérea-AFA
é graduado em Análise de Sistemas pela PUC-RJ
e em Engenharia Eletrônica pelo ITA. É mestre em
Ciências Aeroespaciais pela UNIFA.
Diretor de Aeronavegabilidade - Cláudio Passos
Simão é oficial engenheiro da FAB, pelo CPORAER
de São José dos Campos-SP e graduado em
Engenharia Aeronáutica pelo ITA, está no seu
segundo mandato nessa diretoria.
Diretor de Regulação Econômica - Ricardo Sérgio
Maia Bezerra é advogado graduado pelo UDF e em
Administração de Empresas pelo Centro de Ensino
Unificado de Brasília (CEUB), tem pós-graduação
em Gestão da Aviação Civil pela UnB.
Diretor de Infraestrutura Aeroportuária - Rubens
Carlos Vieira é advogado. Foi corregedor-geral
da ANAC entre 2006 e 2010, é procurador da
Fazenda Nacional e professor de Direito Admi-
nistrativo da Universidade Federal de Rondônia
(UNIR) e da FACIC/SP. Tem, ainda, mestrando em
Direito Administrativo na PUC/SP.
Agência Nacional de Saúde (ANS)
O diretor-presidente (interino) e diretor e Normas
e Habilitação dos Produtosda agência é o médico
cardiologista André Longo.
O diretor de Fiscalização, Diretor de Gestão (inte-
rino) é o advogado e procurador federal Eduardo
Sales.
Diretor de Desenvolvimento Setorial, Diretor de
Normas e Habilitação das Operadoras (interino) -
Bruno Sobral é engenheiro civil pela UnB, onde tam-
bém fez o mestrado em Economia. Ele completou o
MBA na Georgetown University, nos Estados Uni-
dos, em 2009. É servidor da carreira de especialista
em Políticas Públicas e Gestão Governamental do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
desde 1998.
Agência Nacional do Cinema (Ancine)
Não há engenheiros na composição da diretoria da
agência.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa)
Não há engenheiros na composição da diretoria da
agência.
GESTÃO | AGÊNCIAS REGULADORAS
22
CARREIRA | AGÊNCIAS REGULADORAS
Ao que tudo indica, o governo fe-
deral resolveu investir mais nas
agências reguladoras. Neste ano,
haverá pelo menos três possibilida-
des de ingresso, via concurso pú-
blico, para esses órgãos.
A Agência Nacional de Transpor-
tes Terrestres (ANTT) abriu 63
vagas para especialistas em regu-
lação de serviços de transportes
terrestres e 17 vagas para analista
administrativo (nível superior),
com salários que variam entre
R$ 9.623,20 a R$ 10.019,20.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) também pre-
tende cobrir 100 postos para
especialista em regulação e vigi-
lância sanitária e outros 20 para
analista administrativo (nível su-
perior), com os mesmos valores
salariais.
Durante este ano, quatro agên-
cias reguladoras devem realizar
concursos. A Agência Nacional
do Cinema (Ancine), vai abrir
62 vagas para analista adminis-
trativo e especialista em regula-
ção (nível superior), com salário
de R$ 10 mil.
A Agência Nacional de Saúde Su-
plementar (ANS), que regula os pla-
nos de saúde, vai ofercer 26 vagas
para especialista em regulação de
saúde suplementar e 31 para ana-
lista administrativo (nível superior),
com salário de R$ 10 mil.
"Os engenheiros interessados
devem ter em mente, no entanto,
que podem não trabalhar em suasá-
reas de origem. E essa já é umaprá-
tica vigente nas agências. Na Agência
Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ), por exemplo, há 58 en-
genheiros de diversas especialidades
que atuam em outros cargos."
A Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC) é outro exemplo de
agência na qual os engenheiros
nem sempre atuam na sua carreira
de origem. Criada em 2005 para
substituir o Departamento Nacio-
nal de Aviação Civil, tem a difícil
função de regular e fiscalizar as ati-
vidades de um setor que, embalado
pela estabilidade econômica brasi-
leira, tem experimentado demanda
maior que a oferta dos serviços.
A ANAC possui em sua carreira 4
cargos: Técnico Administrativo,
Analista Administrativo, Técnico
em Regulação e Especialista em
Regulação. Apenas para o último,
em algumas especialidades, é
obrigatória a formação em Enge-
nharia. No momento, entre os
servidores, excluindo os que
foram cedidos a outros órgãos,
há cerca de 330 profissionais da
área, o que corresponde a cerca
de 30% do total.
Deles, 155 estão lotados na
Superintendência de Aeronave-
gabilidade (SAR), 64 na Superin-
tendência de Infraestrutura e
63 na Superintendência de Segu-
rança Operacional (SSO). O
restante está dividido em ou-
tros 12 setores da ANAC.
Na Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), que realizou concurso nos
primeiros dias de janeiro para 152
novos postos, as oportunidades são
inicialmente para engenheiros e
geólogos com especialização nessa
área. Atualmente, dos 533 concur-
sados, 154 são graduados em Enge-
nharia, ou seja, 29% do total, o que
segue a média nacional.
Agências reguladoras promovem concursos públicos em 2013
DESENVOLVIMENTO. HÁ 7 DÉCADAS ESSA É A NOSSA MARCA.Neste ano comemoramos 71 anos de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do Brasil
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MESTRES DA ENGENHARIA | FREDMARCK GONÇALVES LEÃO
Além de formar estudantes de Engenharia durante
mais de 40 anos, o professor Fredmarck Gonçalves
Leão, 81 anos, engenheiro eletricista e mecânico
pelo antigo Instituto Eletrotécnico de Itajubá, hoje
ainda atua na Universidade Federal de Itajubá, em
1957 é parte da história de duas das mais impor-
tantes e conceituadas instituições de ensino supe-
rior do sul do Estado.
Ele entrou na sala de aula pela primeira vez em
1954, para dar aula de Matemática no antigo cien-
tífico do Instituto Moderno de Educação e Ensino,
em Santa Rita do Sapucaí, já extinto. Estudante uni-
versitário, aproveitou a oportunidade para ganhar
experiência.
Depois de formado e de atuar profissionalmente
como engenheiro, Fredmarck Leão fez o exame de
suficiência do Ministério da Educação e Cultura em
1959.
Como professor, não mediu esforços para ensinar.
“Sempre tive ótimo relacionamento com os alunos
e sempre procurei levar para a sala de aula as ino-
vações e novas tecnologias”, destaca.
Habilidade para ensinar e conhecimento andaram
juntos na trajetória do professor que deu aulas em
diversas disciplinas e para variados cursos de
Engenharia. Entre elas, Oficinas de Tecnologia
Mecânica e Instalações Mecânicas, Mecânica
Aplicada e Tecnologia I.
O professor também lecionou “Materiais e Processos”
na EFEI e mais uma vez fundador da disciplina
“Química” dos cursos de Engenharia Elétrica do
Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa
Rita do Sapucaí (Inatel) e da mesma disciplina, para
a Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá, atual
Centro Universitário de Itajubá, mantido pela
Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI).
Mas a sua vocação não se restringiu às aulas.
Além de professor fundador e ex-diretor do
INATEL, entre 1966 e 1970, o engenheiro tor-
nou-se membro da Comissão de Especialistas do
Ensino de Engenharia (CEEENG) do Ministério
da Educação (SESU-MEC), o que rendeu contri-
buições preciosas para diversas instituições
universitárias brasileiras.
24
Da formação de novosprofissionais até a qualificaçãodos cursos de Engenharia
Aposentado desde 1999, ele continua a ser lem-
brado pelos engenheiros e instituições nas quais le-
cionou. “Presidi mais de 20 formaturas e escrevi um
juramento para os formandos”, comenta. A sua
preocupação com a qualidade dos profissionais re-
sultou no “Decálogo Desejado ao Perfil do Futuro
Engenheiro” que lista as características que aqueles
que ingressam na carreira devem observar.
“Eu acho que a Engenharia é importante para a
sociedade porque 70% do Produto Interno
Bruto (PIB) passa pelas Engenharias e áreas
afins. É por isso que é preciso que eles tenham
conhecimento técnico, competência e ética pois
só assim farão projetos bem elaborados que não
impactem o meio ambiente ou prejudiquem as
pessoas”, enfatiza.
Essa é a lição que ele daria aos jovens professo-
res de Engenharia, que têm a responsabilidade
de formar – e bem - homens e mulheres que
vão construir o Brasil.
25
““ E u acho que a Engenharia é importante para a sociedadeporque 70% do PIB passa pelas Engenharias e áreas afins. É por isso que é preciso que eles tenham conhecimentotécnico, competência e ética pois só assim farão projetos bem elaborados que não impactem o meio ambiente
ouprejudiquem as pessoas
Professor Fredmarck
Gonçalves Leão, 81 anos,
engenheiro eletricista e
mecânico pelo antigo
Instituto Eletrotécnico
pela Universidade Federal
de Itajubá
SME HISTÓRIA – PAULO NEWTON DE PAIVA FERREIRA
26
Foram os ex-colegas do curso de
Engenharia Civil da Escola de En-
genharia da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), onde se
graduou em 1968, que apresenta-
ram Paulo Newton de Paiva Fer-
reira à Sociedade Mineira dos
Engenheiros (SME). “Eu não per-
tencia aos quadros da SME e, por
essa razão, não frequentava seu
ambiente ou participava de suas
atividades e programação”, lembra.
Mas os tempos de abertura polí-
tica do Brasil também envolviam
os engenheiros que, na década de
1980, se reuniam para discutir es-
tratégias para o fortalecimento
das entidades de classe para
reafirmar vocações tradicionais
como a cidadania e a defesa dos
interesses da sociedade.
“Nas reuniões, concluímos que
seria indispensável estabelecer
uma pauta de trabalho, cobrindo
todos os espaços nos quais po-
deríamos ter voz, visão e estra-
tégias adotadas pela SME para a
auxiliar o Brasil a redefinir o seu
caminho nos âmbitos municipal,
estadual e federal”, resgata.
A liderança de Paulo Newton de
Paiva Ferreira foi reconhecida
pelos demais e, em 1983, ele foi
eleito presidente da SME para
um mandato de dois anos. “Não
sei a que atribuir a minha eleição,
mas quando se iniciou o processo
eleitoral, fui agradavelmente sur-
preendido pela indicação do meu
nome, ao lado de companheiros
abnegados e comprometidos”,
afirma.
Ser a “cabeça” da gestão de uma
entidade de classe, naquele mo-
mento, configurou-se como um
grande desafio para o enge-
nheiro que desenvolveu diversos
projetos, cada um com a sua im-
portância para o que a SME pre-
tendia. “Eu posso falar que o
principal conceito da nossa ges-
tão foi o de “casa aberta”, com
auditório, salas de reuniões e de-
mais espaços acessíveis para
qualquer órgão ou entidade li-
gada a Engenharia, como forma
de incentivo para que os profis-
sionais se unissem para discutir
e/ou analisar problemas e propor
soluções”, avalia.
O resultado desses encontros
pode ser comprovado de diver-
sas formas. De acordo com Paulo
Newton Ferreira, muitos sindica-
tos tiveram origem ali, durante
reuniões realizadas na sede da
SME. Da mesma forma, entidades
já fundadas, tiveram ali, espaço
para se fortalecer e participar
ativamente do processo de aber-
tura política do Brasil. A reaber-
tura do restaurante foi outro
passo importante para propor-
cionar reuniões que homenagea-
ram autoridades merecedoras
do respeito dos engenheiros.
Presidir uma instituição tradicio-
nal como a SME, para o enge-
nheiro, foi uma experiência de
vida fantástica. “Em primeiro
lugar, não carrego piano sozinho.
Experimente abrir um pedacinho
e você verá como mais gente se
aproxima para ajudar, principal-
mente se entenderem a impor-
tância da mudança em curso”,
destaca.
Durante 36 anos, Paulo Ferreira
foi presidente do Centro Uni-
versitário Newton Paiva, ven-
dido há alguns anos. Ele também
foi militante do Sinduscon-MG e
do Sicepot-MG. Afastado do
setor, o engenheiro percebe a
pujança da atividade para a qual
se formou, bem como perspec-
tivas positivas.
Na Plenária Solene que ocorreu,
em dezembro de 2012, ao final
do exercício anual e em come-
moração do Dia do Engenheiro,
o presidente do Crea-MG,
Jobson Nogueira de Andrade,
prestou homenagem aos conse-
lheiros da entidade que obtive-
rem maior pontuação no
exercício de suas atribuições pela
seriedade e compromisso. Dois dos homenageados são membros
efetivos da SME: engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Silvio
Piroli, que preside a Comissão Técnica de Engenharia de Segurança
e o engenheiro Mecânico Ro-
naldo Emílio Simi que represen-
tam a SME junto ao Crea-MG. Foi
entregue aos homenageados uma
placa comemorativa de “Conse-
lheiro Destaque 2012” em que o
Crea-MG reconhece o envolvi-
mento e a participação ativa dos
conselheiros em prol do desen-
volvimento das áreas profissionais.
Na sessão plenária solene foi realizada no dia 6 de dezembro de
2012.
28
A Mendes Júnior assinou, em janeiro, um novo contrato para as
obras de Integração do São Francisco. A empresa será responsável
por um trecho de aproximadamente 130 km, desde a cidade
de Cabrobó (PE) até Jati (CE). Entre as atividades, estão a execução
de três barragens, dois diques, 21 pontes, seis tomadas d´água, canais
de condução, galerias, passarelas, um túnel e a embocadura do canal
no rio São Francisco.
Com duração prevista de 30 meses, o projeto terá em seu pico
cerca de 1.600 empregados.
Além desta obra, a Mendes Júnior é responsável pelo Lote 8
da Integração, onde já está em andamento a construção de
três estações de bombeamento.
Amaro Guatimosim, diretor da Mendes Júnior, e Fernando
Bezerra, Ministro da Integração Nacional, assinam contrato
para mais uma etapa de obras da Integração do São Francisco
Mendes Júnior conquista novo contrato nas obras de Integração do São Francisco
Os integrantes da bancada da SME que par-
ticipam das Câmaras Especializadas do
CREA-MG fizeram a primeira reunião deste
ano para definir calendários e atividades. A
reunião presidida pelo engenheiro Clemen-
ceau Chiabi Saliba Júnior e contou com a
participação dos engenheiros Dilvar Oliva
Salles, Flávio de Azevedo Carvalho, Marcus
de Resende Kfoury, Marita Arêas de Souza
Tavares, Ronaldo Emílio Simi, Hélio Nonato
de Oliveira e Waldir de Castro Drumond.
As Câmaras são instâncias deliberativas que
representam um espaço especializado para
que os profissionais e as empresas se infor-
mem, tirem dúvidas e resolvam todas as
pendências no exercício de suas profissões
e atividades. Elas têm por finalidade apreciar
e julgar os assuntos relacionados à fiscali-
zação do exercício profissional e sugerir
medidas para o aperfeiçoamento das ativi-
dades do Conselho Regional, constituindo
a primeira instância de julgamento no âm-
bito de sua jurisdição.
O Instituto de Educação Continuada (INBEC/MG) está com ins-
crições abertas para dois cursos de pós-graduação lato sensu:
MBA em Construções Sustentáveis e MBA em Infraestrutura de
Transportes e Rodovias. Os cursos de 480 horas serão ministra-
dos em quatro módulos com aulas presenciais. Por meio de con-
vênio, os associados da SME poderão ter desconto de 25% nos
nossos cursos de especialização e 15% nos cursos de aperfeiçoa-
mento. As inscrições podem ser feitas pela internet no endereço
eletrônico: http://www.inbec.com.br/mg.
Bancada
Jobson Andrade e Silvio Piroli
Homenageados
Cursos
Jobson Andrade e Ronaldo Emílio Simi
29
Reunião EPL
Os membros do Conselho Consultivo da Empresa de Pla-
nejamento e Logística (EPL) participaram da primeira reu-
nião de 2013 com o presidente da estatal Bernardo
Figueiredo, realizada na sede da SME, no início de janeiro.
O ponto principal do encontro foi sobre quais as contri-
buições que as entidades poderão oferecer nos projetos
de infraestrutura no Brasil. Bernardo Figueiredo disse que
é preciso mudar as condições da engenharia no Brasil, co-
locando um padrão de qualidade nas construções e rever-
tendo a situação de investimentos em infraestrutura.
A EPL foi criada pela presidente da República, Dilma Rous-
seff, em dezembro de 2012, para reorganizar e definir a lo-
gística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias
brasileiras. Participaram da reunião o presidente da SME,
Ailton Ricaldoni Lobo; Francis Bogossian, presidente do
Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; Jaime Sunye Neto,
presidente do Instituto de Engenharia do Paraná; Renato
Pavan, diretor do Instituto de Engenharia de São Paulo; o
engenheiro e assessor da EPL, Alessandro Pacheco; Hebert
Urbano Resende e Jaime Garcia Rubi, representantes da
Indra Brasil; Geraldo Dirceu de Oliveira, presidente da Co-
missão Técnica de Transportes da SME; José Ciro Mota, su-
perintendente da SME; Maurício Fernandes, assessor do
Crea-MG; Dirceu Carneiro Leão, membro da Comissão de
Transportes e Alexandre Rocha Resende, integrante do
Conselho Fiscal da SME. A próxima reunião está prevista
para o final de fevereiro e deverá ser realizada ou no Rio
de Janeiro ou em Brasília.
O Ministério da Integração Nacional
assinou um acordo para prevenção de
desastres naturais com a Agência de
Cooperação Internacional do Japão
(Jica). Com o objetivo de prevenir e
minimizar os efeitos causados por de-
sastres naturais, a ação compreende
a transmissão de novas técnicas utili-
zadas pelos japoneses na prevenção
de catástrofes para aprimorar a atua-
ção da Defesa Civil. Outros ministé-
rios, como o da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCT), das Cidades e das
Relações Exteriores (MRE), integram
o acordo. Segundo o combinado, o
projeto-piloto beneficiará os municí-
pios de Nova Friburgo e Petrópolis,
no Rio de Janeiro, e de Blumenau, em
Santa Catarina, por um período de
quatro anos. As cidades foram sele-
cionadas com base em critérios téc-
nicos, como impacto socioeconômico
do desastre e capacidade de execu-
ção. Também foram considerados ris-
cos de enxurradas e deslizamentos.
Desastres naturais
O incêndio que matou dezenas de pessoas na boate
Kiss, em Santa Maria (RS), levou a Prefeitura de Belo
Horizonte a mudar o procedimento para a concessão
de alvarás. Desde 30 de janeiro de 2013, os interes-
sados em obter o documento para uma boate, casa
de show ou outra atividade de alto risco que exija Es-
tudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deverão apre-
sentar um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros
(AVCB). A exigência do documento está prevista em
Minas Gerais desde 2002, mas somente após a tragé-
dia a prefeitura baixou decreto para que a lei estadual
seja cumprida na capital. Até então, a concessão do Alvará de Localização e Fun-
cionamento (ALF) para estabelecimentos com atividade de risco exigia apenas
um laudo técnico para sistema de prevenção e combate a incêndio e pânico ela-
borado e assinado por um profissional habilitado.
Concessão de alvará Mineirão pronto
Após reforma, o Mineirão é o se-
gundo estádio brasileiro a ser
inaugurado para os jogos da
Copa do Mundo de 2014. A obra
iniciada em 2010 para adequar a
arena aos critérios da Fifa custou
cerca de R$ 670 milhões. O pro-
jeto básico de arquitetura é do
escritório Gustavo Penna Arqui-
teto & Associados e o escritório
BCMF Arquitetos assina o pro-
jeto executivo. A obra incluiu a
cobertura, novos assentos e ou-
tras adequações internas do Mi-
neirão, além da construção de
uma esplanada com capacidade
para 65 mil pessoas, onde fun-
ciona o estacionamento e área de
serviços do estádio, e de uma pas-
sarela de 15 metros de extensão
até o Mineirinho.
Participe envie notícias e novidades para: [email protected]
30
ART | A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO
De acordo com a Lei Federal 6496, de 07 de
dezembro de 1977, todo contrato para prestação
de serviços por engenheiro,
agrônomo, geógrafo e meteo-
rologista, seja ele profissional
autônomo ou com vínculo
empregatício, está sujeito à
Anotação de Responsabili-
dade Técnica - ART.
O documento deve ser
preenchido e assinado pelo
profissional e pelo seu contra-
tante, para registro no Conse-
lho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA
da região onde os serviços serão executados.
Além de ser uma necessidade legal, o profissional,
ao registrar os projetos de sua autoria no CREA
ao longo da carreira, forma um acervo técnico de
propriedade legal, reconhecido
pelas empresas na análise de
seu currículo.
Parte da taxa recolhida para o
registro da ART é destinada à
entidade de classe escolhida
por opção do profissional,
para aplicação em projetos de
valorização da profissão e do
profissional e de outras ativi-
dades associadas às suas ativi-
dades. O formulário para preenchimento dos
dados está disponível no site do CREA-MG, mas
o registro pode ser feito pela internet.
ART-0086
LEMBRE-SE! Ao preencher o campo
“entidade de classe” na ART,escolha a SME através do
código 0086. Assim, você ajuda aSME a representar a engenharia
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3232
MEIO AMBIENTE | SUSTENTABILIDADE
Inscrições para o processo eleitoral
dos Comitês de Bacias Hidrográficas
do Estado já estão abertas
Entidades da sociedade civil,
como é o caso da Sociedade
Mineira de Engenheiros (SME),
podem se inscrever para parti-
cipar do processo eleitoral
promovido pela primeira vez
em 2013, pelo governo do
Estado, para a escolha dos
representantes dos Comitês
de Bacias Hidrográficas (CBH).
De acordo com o Instituto Mi-
neiro de Gestão das Águas -
IGAM/SISEMA, são 35 comitês
que vão renovar seus membros
até junho deste ano, para o
mandato de 2013-2017. O
processo envolve 2.500 con-
selheiros. A eleição só não
acontecerá no Comitê da Bacia
Hidrográfica Verde Grande, que
engloba municípios baianos, e
que, por isso, segue delibera-
ções nacionais.
As vagas serão divididas entre
representantes do poder
público estadual, do poder
público municipal, dos usuários
de recursos hídricos (indústria,
mineração etc) e de entidades
da sociedade civil, cuja atuação
esteja relacionada aos recursos
hídricos. Os Comitês são
formados, portanto, por con-
selheiros eleitos de forma de-
mocrática e nomeados pelo
governador, com a responsa-
bilidade pela gestão local das
águas.
É importante ressaltar que o
número de vagas e o calendário
eleitoral, como o período de
inscrição, variam para os 35 co-
mitês e estão especificados em
seus respectivos editais de con-
vocação para as eleições. Mas
todos devem encerrar o pro-
cesso eleitoral em junho de
2013, conforme Deliberação
Normativa do Conselho Esta-
dual de Recursos Hídricos nº
30/2009. Já foram publicados
33 editais.
Comitês
O Estado de Minas Gerais pos-
sui 36 comitês de bacias hidro-
gráficas, um para cada unidade
de planejamento e gestão de
recursos hídricos do Estado
(UPGRH), que é a divisão
territorial adotada no Estado
para a gestão das águas. Todos
os 853 municípios mineiros
estão na área de abrangência
de uma ou mais UPGRHs. Isso
acontece porque a área de um
município pode estar inserida
em mais de uma bacia, em fun-
ção da hidrografia. Por exem-
plo: o município de Contagem
abrange as bacias dos rios das
Eva
ndro
Rodney
3333
Velhas e Paraopeba, uma vez que o município
tem divisores de água em seu território (morros
e serras). Para visualizar o mapa de UPGRHs do
Estado, acesse http://comites.igam.mg.gov.br/uni-
dades-de-planejamento.
Competências
Os Comitês de Bacias são organismos de Es-
tado, com poder de decisão local no que tange
a gestão das águas. Eles são compostos por re-
presentantes do poder público estadual, do
poder público municipal, dos usuários de recur-
sos hídricos e de entidades da sociedade civil.
Ressalta-se que todos os órgãos representados
nos comitês têm o mesmo peso e são co-res-
ponsáveis e parceiros na gestão participativa
das águas.
Entre as principais competências dos comitês
estão: julgar, em primeira instância administra-
tiva, os conflitos relacionados ao uso da água na
bacia; aprovar a outorga dos direitos de uso de
recursos hídricos para empreendimentos de
grande porte e com potencial poluidor e esta-
belecer mecanismos de cobrança pelo uso da
água, sugerindo valores a serem cobrados e
aprovando planos de aplicação de recursos
oriundos da cobrança.
Eva
ndro
Rodney
Empresainveste em P&Dpara criar novosprodutos e serviços
34
MERCADO DE TRABALHO | INOVAÇÃO
Inovação não é apenas um
conceito, mas a oportunidade de
negócios que, ao longo que
quase 11 anos de atividades, tem
garantido não apenas a sobrevi-
vência mas a ampliação do Insti-
tuto de Inovação, hoje, Grupo
Instituto de Inovação.
De acordo com o sócio-fundador
Alexandre Alves, o Instituto de
Inovação foi criado inicialmente
para reduzir o espaço entre os
pesquisadores e o setor produ-
tivo. Naquele momento, em 2002,
quando pouco se falava em ino-
vação, os empreendedores se
associaram a pesquisadores e a
empresas nascentes para gerir
os negócios e/ou captar recursos
junto às linhas disponíveis.
Mas o negócio evoluiu. Hoje, o
Grupo Instituto de Inovação
tem outras frentes de negócios.
A primeira empresa é a Inventta,
especializada em consultoria
para a inovação. A unidade de
gestão de fundos, (Inseed), inte-
gra o consórcio do maior fundo
de capital semente do Brasil, o
Fundo Criatec, com R$ 100 milhões
de capital comprometido.
A empresa coordena estruturas
regionais para prospecção, in-
vestimento, gestão de empresas
investidas e desinvestimento da
carteira. “Somos especializados
em investimentos e assessoria
financeira para empresas em es-
tágios iniciais, com perfil inovador
e elevado potencial de cresci-
mento”, ressalta Alexandre.
Além de abrir horizontes para
pesquisadores e empresas que
já descobriram a importância da
inovação, o Grupo Instituto Ino-
vação também é oportunidade
para engenheiros que, de al-
guma forma, queiram ingressar
nesse segmento. De acordo
com o empresário, a habilidade
35
de “engenheirar” é fundamental no processo de
desenvolvimento e divulgação do conceito de
inovação para o mundo. “A engenharia se tornou
campo vasto para esses profissionais, das mais di-
ferentes especialidades”, afirma.
Em quase 11 anos, o Inovação implementou mais
de dez projetos, alguns como acionista direto e ou-
tros através da Inseed e, ainda, iniciativas que usa-
ram a Inventta. Entre eles, Alves destaca a empresa
de biotecnologia Ecovev. Há também a Rizoflora,
que atua no segmento de nanotecnologia.
Para 2013, há novos projetos. Afinal, quem trabalha
com inovação sabe que, sem ela as possibilidades
de crescimento ficam comprometidas em algum
momento. “Teremos o novo Fundo de Investimento
em Participações na Área de Inovação e Meio Am-
biente (Fima), a escola de inovação, Tropos e, ainda,
apoio à constituição de uma entidade sem fins lu-
crativos para desenvolvimento de atividades junto
a instituições de ciência e tecnologia”, listou.
O mais importante, em tudo isso, é continuar di-
vulgando o conceito de inovação no país, para
todos os setores econômicos e também para a so-
ciedade, para a qual tais soluções são pensadas e
transformadas em produtos e/ou serviços.
Para Alves, alcançar o posto de oitava economia
mundial com o atual patamar de inovação confi-
gura-se como um gargalo para o país. A expecta-
tiva é de que o Brasil se consolide como player
mundial também nesse segmento de negócios, am-
pliando o movimento neste início de século,
quando centros de P&D têm se instalado em
novos parques tecnológicos.
O futuro da empresa depende da inovação, um pro-
cesso em constante construção. De acordo com o
empresário, há espaço para realizar ainda mais a
missão de ser ponte que une ideias e oportunida-
des, projetos e negócios rentáveis, desejo de inovar
e equipes afinadas, para transformar o mundo para
o bem e sua concretização.
Alexandre Alves,
sócio do Instituto de Inovação
“O Instituto de Inovação
foi criado inicialmente
para reduzir o espaço
entre os pesquisadores
e o setor produtivo”
““
A mais nova estatal brasileira, a Empresa de Plane-
jamento e Logística (EPL), criada para estruturar e
qualificar, por meio de estudos e pesquisas, o pro-
cesso de planejamento integrado de logística no
país tem manifestado o interesse na participação
ativa dos engenheiros brasileiros nesse que é um
dos mais aguardados projetos públicos para o país.
Em nove de janeiro, o presidente da companhia,
ex-diretor da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) e economista Bernardo Figuei-
redo, reuniu-se com dirigentes de diversas entida-
des que representam os engenheiros brasileiros e
com membros da Comissão Técnica de Transportes
da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), em
Belo Horizonte para enfatizar que a colaboração
técnica das entidades é imprescindível para que o
governo federal possa, de fato, construir um
projeto logístico sustentável capaz de dar suporte
ao crescimento do país nos próximos cinco anos.
“Queremos que essas entidades que são tão im-
portantes para o Brasil e precursoras do Conselho
Federal de Engenharia (Confea) pensem juntas.
Temos que mudar o tratamento que as questões
de Engenharia têm no país. Será que é o Tribunal
de Contas da União (TCU) que define o padrão de
uma obra de Engenharia? Fazer mais com menos
recursos, penso, só transigindo a qualidade e isso
não é mais possível”.
Nesta entrevista, Figueiredo fala sobre os planos
nacionais de logística definidos para o país a partir
de 2013, e também sobre a retomada do modal
ferroviário, para gerar competitividade para a
economia nacional.
36
ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO
O Programa de Investimentos em Logística foi criado para solucionar
problemas estruturais como a falta de integração de diferentes modais
EPL pretende mudar o tratamento queas questões de Engenharia têm no país
Bernardo Figueiredo, economista
presidente da EPL e ex-diretor
da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT)
Dilg
ulg
ção S
ME
MENDES JÚNIOR.HÁ 60 ANOSCRESCENDOCOM AS PESSOAS.
Coragem, determinação, conhecimento e a capacidade
de lidar com a complexidade são características das
pessoas que constroem a história da Mendes Júnior.
Essa é a nossa essência e, por isso, contribuímos com
grandes resultados para o desenvolvimento do Brasil.
GREC
ODES
IGN
www.mendesjunior.com.br
TAB
R-A
RA
CR
UZ
(ES)
O Programa de Investimentos em Logística, lançado
pela presidenta Dilma Rousseff em 2012, pretende
solucionar problemas estruturais do Brasil, como
infraestrutura e a falta de planejamento logístico
capaz de integrar os modais disponíveis – rodoviá-
rio, portos e aeroportos. O plano também vai
investir na malha ferroviária.
Temos um programa muito agressivo de investimento
a ser contratado em 2013. Temos R$ 220 bilhões
em aportes para os próximos cinco anos, para
portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Esse
montante será contratado em 2013.
Um dos destaques é a construção de 10 mil km de
ferrovias e a concessão de 7,5 mil km para a iniciativa
privada. Esse investimento é fundamental porque a
questão logística, hoje, não se restringe ao modal
rodoviário. Os caminhões que circulam pelas estradas
do país são muito antigos, com idade média de 18 anos.
A produtividade depende da infraestrutura. A ideia é
duplicar todos os principais eixos rodoviários do Bra-
sil nos próximos cinco anos e construir malha ferro-
viária moderna para tirar a carga do caminhão que,
na longa distância, é pouco competitivo. Na longa
distância, a ferrovia é a forma mais barata de trans-
porte.
Quais os desafios de mudar a cultura logística do país?
Eu defendo Juscelino Kubsticheck no que ele fez.
Naquele momento, a década de 1950, a rodovia era
o transporte mais moderno e competitivo.
O JK tinha visão de que o Brasil tinha que interio-
rizar o desenvolvimento e isso não seria feito com
ferrovias. A forma mais racional, eficiente e moderna,
naquele momento, era a rodovia.
Agora, o erro que o país cometeu e não adianta
olhar para trás para encontrar culpados, é que não
foi feito um sistema de transportes integrado.
A ferrovia foi abandonada e achou-se que, com as
rodovias, tudo estava resolvido. Nos anos 70, com
o primeiro choque do petróleo, o problema foi
diagnosticado e foram feitos diversos estudos para
modernização da malha ferroviária do Brasil. Só que
isso não saiu do papel.
A principal questão hoje é mudar a matriz de
transporte, criar condições de ter um transporte
mais barato e sustentável a longo prazo. Hoje, a
malha ferroviária em operação está nas mãos de
monopólios que não atendem à demanda nacional.
Então, esse Programa consiste na construção da
malha ferroviária moderna. Até maio, vamos
contratar a construção dos 10 mil km de ferrovias
e até abril, a concessão do trecho de 7,5 mil km.
A EPL não vai parar por aí. Vamos estudar o passo
seguinte porque o Brasil não precisa só de 10 mil
km de ferrovias, mas de muito mais que isso.
Até julho o programa vai estar todo contratado e
queremos ter outro, no final do ano, para manter
o país investindo todo ano para zerar o passivo e
deixar de reclamar do passado.
Como estão os outros modais, na sua avaliação?
Quando se faz ferrovia, é preciso olhar se os portos
têm capacidade de receber a mercadoria transpor-
tada, por exemplo.
Hoje, o transporte aéreo de carga é muito pobre, em-
bora existam mercadorias para as quais o esse modal
é mais competitivo, como é o caso dos eletroeletrô-
nicos e demais produtos de alto valor agregado. Os
nossos aeroportos não tem estrutura para receber
cargas, sem falar nos problemas diários enfrentados
pelos passageiros que usam esse serviço. Temos que
olhar os aeroportos nessas duas frentes.
38
CoOm
ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO
Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo.O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.
A ideia é começar a olhar a lo-
gística de forma integrada para mon-
tar a melhor rede de atendimento.
Por isso, os investimentos do go-
verno de Minas Gerais têm caráter
complementar aos do governo
federal. São articulados o que é
muito positivo.
Minas Gerais, pela sua loca-
lização estratégica, vai rece-
ber investimentos?
Dos 10 mil metros de ferrovias
que serão construídos a partir
de 2014, entre 2 mil e 3 mil vão
passar por Minas Gerais, com
aporte de R$ 30 bilhões. Uma
delas vai ligar Belo Horizonte a
Salvador e Recife e a outra vai
sair de Lucas do Rio Verde, no
Mato Grosso, passando por
P a racatu e Unaí , Corinto,
Ipatinga, para fazer a ligação
com a ferrovia Vitória-Rio.
Ao cruzarem com outras linhas,
Minas terá ligação também com
as outras regiões do país, como
a Norte e sul.
E Belo Horizonte nesse projeto
ferroviário?
O projeto, para Belo Horizonte,
é fazer com que a ferrovia possa
atravessar a capital. A solução
passa pela liberação da linha
ferroviárias dentro de BH para
um programa de transporte
metropolitano de passageiros e
encaminhar soluções para o
transporte de cargas na RMBH.
Essa nova malha ferroviária vai
permitir que as indústrias trans-
portem seus produtos para
todas as regiões do país. Minas
Gerais vai passar a ter ligação
moderna ferroviária onde o
trem desempenha velocidade
de 70 a 80 km/h. Hoje a veloci-
dade não passa de 20 km/h.
A promessa do governo federal
é de que o sistema ferroviário
será mais competitivo.
O transporte de mercadorias vai
ficar mais competitivo. As ferro-
vias não terão um operador mo-
nopolista e o serviço será
prestado pela iniciativa privada
que será a empreendedora,
construtora e responsável pela
operação do sistema.
40
ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO
GGGGGrraammaaddoo--RRSS || 2222001133 || DDee 99 aa 1144 ddee sseetteemmmbbrrroooooo
LLLLLEEEEEGGGGGGGGIIIIIIIISSSSSSSLLLLLLLLAAAAAAAÇÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃOO AAPPEERRRRFFEEEEEEEIIIIIIIÇÇÇÇÇÇÇÇÇOOOOOOOOOAAAAAAAAADDDDDDDDAAAAA:::::VVVVVVAAAAALLLLLLLLOOOOOOOOOORRRRRIIIZZZAAAÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃOOOOO PPPPPPRRRRRROOOOOFFFFFIIIIISSSSSSSSSSIIIIIOOOOONNNNNAAAAALLLLL EEEEE PPPPPRRRRROOOOOTTTTTEEEEEÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃOOOOO ÀÀÀÀÀÀ SSSSSSSSOOOOOOOCCCIIIEEEDDDDAAAAAAAADDDDDDEEEE...
ÇÇÇÇ ÇÇÇÇÇ
wwwwwwwwwwww..ssssoooeeeeaaa..ooooorrrrggggg..bbbbrrr
MarMarco co legleggalal -- comcompetpete êncência ia proprofi sfi ssiosionalparpara oa oo dedesensenvolvolvimvimentento no naciacionanan l.
42
ENTREVISTA | BERNARDO FIGUEIREDO
Na prática, os investidores que quiserem se habilitar
para operar o sistema, participarão de processo de
licitação. Em contrapartida, o governo federal ga-
rante para o investidor que vai vender 100% da ca-
pacidade de circulação nas ferrovias. A EPL já está
fazendo a contratação do licenciamento ambiental
dos empreendimentos. Os estudos estarão adianta-
dos em 2014, quando as obras começarem.
No primeiro momento, para divulgar o sistema, vão
comprar toda a capacidade de circulação para ofe-
recer o menor preço para o mercado. O que sobrar,
o governo vai bancar porque, dessa forma, cria um
estímulo para o uso do modal ferroviário. Com o
aumento da produção, o sistema vai ser tornar au-
tossustentável.
Como os engenheiros entram nesse projeto?
Em todos os estágios, desde a confecção dos proje-
tos e definição de custos até a manutenção e gestão
da malha ferroviária brasileira. Diferente do que se
diz, não se formam profissionais para estoque, para
ficarem “na prateleira” até que sejam necessários.
Hoje, os engenheiros têm excelentes oportunidades
de carreira na área de Transportes do setor público.
O nosso projeto tem R$ 220 bilhões para investir e
não temos profissionais disponíveis. De início, vamos
tirar os aposentados de casa, reciclar os engenheiros
que não têm a qualificação necessária e, ainda, mo-
vimentar a mão de obra que está subutilizada.
Temos que lembrar, também, que há muitos enge-
nheiros atuando em outros segmentos econômicos
como o financeiro, por exemplo. Projetos como
esse, de logística, abrem oportunidades reais de car-
reira para os profissionais nas áreas de projeto,
construção, manutenção, operação e
planejamento/gestão. Temos a possibilidade, ainda, de
importar mão de obra.
Da mesma forma, a indústria nacional também vai se
preparar para as próximas demandas, já que inicial-
mente, vamos importar trilhos. O raciocínio serve para
locomotivas, vagões, sistemas de gestão etc.
Temos que lembrar, também, que há muitos engenheiros atuando em outros
segmentos econômicos como o financeiro, por exemplo. Projetos como
esse, de logística, abrem oportunidades reais de carreira para os profissionais
nas áreas de projeto, construção, manutenção, operação e planeja-
mento/gestão. Temos a possibilidade, ainda, de importar mão de obra.
44
Atualmente os empresários estão
buscando uma nova maneira de ad-
ministrar, não somente restrita a
visão financeira, mas também voltada
para a responsabilidade social. O
valor econômico aliado a criação de
valor social, é um novo conceito que
está se formando nas empresas. A
Responsabilidade Social Empresarial
é a forma de gerir as empresas de
maneira a criar uma sinergia com re-
lação a todas as partes interessadas
e envolvidas, assim como os grupos
que se relacionam com a empresa, a
fim de colaborar efetivamente com
o desenvolvimento econômico, so-
cial, cultural, pessoal e espiritual das
pessoas que compõem estes grupos
de interesse. O conceito atual é
muito amplo e envolve os chamados
stakeholders diretos ou convencio-
nais, funcionários e suas famílias,
clientes, fornecedores, comunidade,
investidores, governo, gerações futu-
ras, meio ambiente, concorrentes, e
ainda os não convencionais como
ONGs, mídia e redes sociais.
Responsabilidade Social não é ajudar
entidades assistenciais e divulgar o
marketing desta ajuda, nem manter
programa de voluntariado dentro
das empresas. É uma tarefa dos acio-
nistas e dos principais executivos,
que não pode ser delegada, pois
deles devem emanar esta forma de
gestão, esta postura empresarial que
atinge todos da organização e passe
a fazer parte do DNA da empresa,
que terá esta prática como uma es-
tratégia empresarial e não como
função de exigências legais. A em-
presa que atua desta forma é reco-
nhecida e admirada por todos os
públicos como uma organização que
pratica o bem e que sabe equilibrar
a necessidade do lucro com as ne-
cessidades da sociedade e do desen-
volvimento social. As empresas têm
um papel insubstituível nas comuni-
dades que é o de gerar a máxima ri-
queza sem causar prejuízos, ao
contrário, a riqueza criada deve be-
neficiar as próprias pessoas destas
comunidades. A engenharia é a ciên-
cia de inventar, engenhar, edificar e
construir condições melhores para
o ser humano, e quando ela não
cumpre este papel está falhando
com seu princípio e propósitos mais
básicos, daí a íntima relação com a
Responsabilidade Social Empresarial.
É fundamental para a engenharia de-
senvolver uma visão sistêmica do
mundo onde ela se reconheça como
agente de transformação social.
As empresas e a Responsabilidade
Social Empresarial não podem pres-
cindir da engenharia e a engenharia
não deve atuar sem as práticas da
Responsabilidade Social Empresarial.
Um grande desafio no qual a enge-
nharia pode contribuir de forma de-
cisiva, é na melhoria no nível de vida
das pessoas, reduzindo a disparidade
e promovendo a inclusão social, sem
comprometer as gerações futuras.
Trata-se do maior desafio que a hu-
manidade já enfrentou, pois, mesmo
com cerca de 20% das 7 bilhões de
pessoas que habitam o planeta
abaixo da linha da pobreza, o nível
total de consumo já é insustentável
para a natureza. Hoje os seres hu-
manos já demandam mais recursos
naturais que o planeta é capaz de su-
prir, e se todas as pessoas tivessem
o padrão de consumo dos norte
americanos seriam necessárias três
terras para suprir os insumos neces-
sários para a vida.
ENGENHARIA | RESPONSABILIDADE SOCIAL
Responsabilidade Social e Engenharia
45
Como promover a inclusão de mais
1,4 bilhão de pessoas? Primeiro é
necessário a conscientização huma-
nitária e individual. Não podemos
mais seguir adiante com níveis ver-
gonhosos de exclusão social, de dis-
crepância de renda, da falta de
oportunidades, de qualidade de vida
desumanas e vergonhosas de um
grande contingente de pessoas
sobre a terra. Não é possível que tão
poucos tenham tanta abundância e
ainda gastem com bens supérfluos,
exaurindo os recursos naturais des-
necessariamente, sacando contra o
futuro e contra sua própria descen-
dência, enquanto uma grande parcela
não tem quase nada para atender
suas mínimas necessidades materiais
e de sobrevivência.
Para as empresas é também uma
questão de pensamento estratégico,
pois, para sobreviverem, precisam
do reconhecimento da sociedade
como entidades amigas do mundo,
admiradas, para as quais a sociedade
concederá a licença social para ope-
rarem, para continuarem existindo.
Nós engenheiros aos abraçarmos
esta carreira concordamos em aten-
der a estes dois quesitos. Primeiro,
o moral e ético da nossa profissão
atuando em prol do ser humano,
pela sua qualidade de vida, bem
estar, crescimento pessoal, intelec-
tual, cultural e espiritual. Segundo,
com nossa inteligência e com os co-
nhecimentos da engenharia sermos
capazes de pesquisar, “engenheirar”,
inventar, projetar, produzir, distribuir
bens e serviços em larga escala, com
tecnologia, custo cada vez mais bai-
xos e acessíveis ao maior número
de pessoas, com máxima produtivi-
dade, menor uso de recursos natu-
rais, de energia, gerando o menor
impacto ambiental, exercitando a
engenharia na sua plenitude da
criatividade e compromisso com a
eficiência.
A engenharia é sem dúvida uma das
atividades capazes de resolver os
problemas sociais da humanidade e
os problemas ambientais do planeta.
A Responsabilidade Social Empresa-
rial depende em boa parte de nós
engenheiros, pois as empresas só
conseguirão atuar dentro desta
nova maneira de agir se baseadas
em valores e inovação. A Responsa-
bilidade Social Empresarial depende
da boa prática da engenharia, tem-
perada com uma visão humanizada
do mundo, da sensibilidade do pro-
pósito social do trabalho do enge-
nheiro, pois a engenharia pela
engenharia é vazia, como o sonho
sem ação, apenas um devaneio.
Sérgio Cavalieri é engenheiro Civil,
presidente do Conselho da ALE Combustíveis e
presidente da ADCE/MG e Brasil
A Responsabilidade Social Empresarial depende em
boa parte de nós engenheiros, pois as empresas só conseguirão atuar dentro desta nova maneira
de agir se baseadas em valores e inovação.
““
Diz o ditado popular
que um raio não
cai duas vezes no
mesmo lugar. Mas,
essa máxima não vale para o Brasil
que tem a maior incidência do fe-
nômeno no mundo. Caem em solo
brasileiro cerca de 50 milhões de
descargas elétricas atmosféricas
por ano, segundo dados do Insti-
tuto Nacional de Pesquisas Espa-
ciais (INPE). Há a observação de
que este número está crescendo e
deve triplicar nos próximos anos
devido a fatores como a intensa ur-
banização e as alterações climáticas.
Embora o fenômeno do raio seja
bastante conhecido, estudado e até
previsível, ainda é atribuído a ele
(raio) a culpa por acontecimentos
bem terrenos: apagões que geram
prejuízos de toda ordem e a
queima de aparelhos eletrodomés-
ticos. A saída apontada em orien-
tações técnicas para evitar esses
supostos malefícios das descargas
elétricas seria simples, mais da
ordem do senso comum. Quando
o tempo literalmente fechar, com a
formação de nuvens pesadas
(Cumulonimbus na melhor tradu-
ção científica. Do Latim: Cumulusque significa "acúmulo" e Nimbusque significa nuvem.) à população
caberia apenas desligar as tomadas,
privando-se, por exemplo, do úl-
timo capítulo daquela novela imper-
dível, de uma bebida gelada ou de
uma boa ducha.
Contudo, essas perdas e descon-
fortos poderiam ser reduzidos a
praticamente zero com a desmis-
tificação do fenômeno que teve
sua natureza elétrica descoberta,
no século XVIII, por Benjamin
Francklin, mas que ainda produz
muito fascínio. Os estudos avança-
ram muito ao longo dos séculos.
Atualmente, os mais variados ins-
trumentos, como câmeras digitais
de alta velocidade, detectores de
radiação eletromagnética são utili-
zados na pesquisa desse fenômeno
atmosférico.
De acordo com o meteorologista
Ruibran dos Reis, diretor regional do
Instituto ClimaTempo, o fenômeno é
detectado com até 72 horas de an-
tecedência. O monitoramento das
áreas mais atingidas em tempo real
permite ao Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET) o envio de
alertas até três horas antes das des-
cargas elétricas ocorrerem para que
as medidas de proteção sejam acio-
nadas. A principal delas é a blindagem
do sistema elétrico, bem como das
residências, com tecnologia de pro-
teção eletromagnética eficiente, os
para-raios. São equipamentos contra
os efeitos térmicos, mecânicos e elé-
tricos associados às descargas elétricas.
46
Empresa mineira produz tecnologiade proteção contrasurtos de raios
SEGURANÇA | TECNOLOGIA
Ruibran dos Reis, diretor regional
do Instituto ClimaTempo/MG
Ruibran dos Reis lembra que em pesquisa realizada
durante dez anos e, nos levantamentos que vem efe-
tuando, a Região Metropolitana de Belo Horizonte
(RMBH) é uma das mais atingidas por raios muito
em função da intensa urbanização, em que a concen-
tração de concreto e de estruturas metálicas nas
construções criam condições propícias para a fre-
quência do fenômeno. A alternativa, diz o especia-
lista, é buscar a proteção.
Em recentes episódios de interrupção de energia no país,
os chamados apagões, a presidenta Dilma Rousseff não
poupou críticas aos que apregoam o poder quase mítico,
contra o qual nada se pode fazer, que os raios teriam. De
maneira enfática e irônica diz que em caso de apagão a
“falha é humana” e que é preciso proteger o sistema para
evitar prejuízos calculados em mais de um bilhão de reais.
Como ciência e o bem estar devem andar juntos, são
grandes também os avanços de tecnologias para pro-
teção de possíveis efeitos danosos associados às des-
cargas elétricas. Em Minas, a empresa Clamper
especializada na pesquisa, desenvolvimento e fabricação
de DPS – Dispositivos de Proteção contra Surtos elé-
tricos está lançando no mercado novos modelos de
para raios para uso residencial e corporativo. São esta-
bilizadores de energia que, em caso de pico de luz ou
surto elétrico, a eletricidade é desviada ou amenizada,
impedindo que o equipamento eletrônico, seja ele re-
sidencial ou comercial, estrague.
O diretor técnico da Clamper, Wagner Almeida Bar-
bosa, informa que o mix da empresa conta com mais
de 300 modelos de produtos destinados a interrom-
per os surtos. Dois outros equipamentos estão em
desenvolvimento, um deles uma espécie de para raio
que será colocado no mercado a preço acessível. “O
produto é de fácil instalação e protege as residências”,
afirma o diretor. O outro é um dispositivo ligado à
internet, que além de proteger a residência, monitora
a voltagem que circula na casa. “O usuário pode fazer
o monitoramento via computador ou de um aparelho
celular”, explica. O novos modelos de para raios da
Clamper, que é líder no segmento de proteção de
equipamentos contra sobretensões elétricas transitó-
rias, chegam ao mercado, no primeiro trimestre deste
ano, com certificação do Instituto Nacional de Metro-
logia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Declarações da presidenta da República, Dilma Rousseff, de-
pois de seguidos apagões que atingiram vários Estados, em
2012, em que descartou a existência de uma crise de energia
no país, atribuindo os apagões à falha humana. A declaração
foi feita em encontro de fim de ano com jornalistas, no
Palácio do Planalto.
"Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia"
Dilma criticou a tentativa de
colocar a culpa em fenômenos
naturais, como raios.
"No dia que falarem que houve
interrupção de energia porque caiuum
raio, vocês gargalhem."
"Raio cai todo dia. Um raio não pode desligar
o sistema. Se cai, é falha humana. Não é sério
dizer que o sistema caiu por causa de um raio".
Sobre a proteção do sistema de
distribuição de energia:
"Tem que ser resistente ao raio, isolar e recuperar.
Tem que ter bloqueio, estar blindado".
Avaliação da presidente de um apagão que
atingiu o Aeroporto Internacional Tom
Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, em de-
zembro passado, provocando atrasos em
19 voos.
"No Galeão, foram duas coisas: falha
humana, porque deveriam ter trocado o
ar condicionado que estava velho, e so-
brecarga, por causa da temperatura alta".
Dilma disse que é preciso se antecipar e
adequaros equipamentos para possíveis
riscos.
"Planejar é isso."
divu
lgaç
ão w
ww
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jaud
efat
o.co
m.b
r
48
Os incêndios sempre estiveram entre
as catástrofes mais desafiantes de todos
os tempos. Contam com nossa inércia
e descaso para ceifar vidas sem piedade.
Dessa vez, as vítimas foram os jovens
de Santa Maria (RS). Mas, antes, muitos
outros sucumbiram às suas armadilhas.
A sociedade se revolta. Quer nomear
culpados e trazê-los a julgamento pú-
blico. Embora mereça respeito a dor
dos que perderam filhos e amigos, ne-
nhuma intenção, verdadeira ou bravata,
será capaz de aplacar a fúria das chamas.
Contra a surpresa do fogo, é preciso
usar de vigilância. Não uma vigilância que
impeça o sono, mas aquela que se infiltra
nas regras de convívio e se materializa
em rotinas de aprovação de projetos e
de concessão de alvarás e licenças.
Não devem ser meros atos burocráti-
cos, diluídos na responsabilidade de
bombeiros raros e prefeituras muitas,
porque eles criam o que agora se que-
brou: a ilusão de segurança. A vigilância
não prescinde da educação, especial-
mente da cívica, que responsabiliza cada
um pela segurança de todos.
Mas, a segurança oficial das normas não
basta: é também ilusão de segurança,
porque as normas técnicas existentes,
muitas vezes, carecem de bases justa-
mente técnicas.
O esforço de normalização da segu-
rança contra incêndio empenhado
pelos corpos de bombeiros merece re-
conhecimento público, mas existe uma
engenharia de incêndio, ou uma ciência
dos incêndios, que não lhes está ao al-
cance e que é pujante em outros países.
No Brasil, tem inexpressivo lugar nas
academias. Apenas o foco da proteção
passiva de estruturas merece estudos,
ainda não avançados, em várias univer-
sidades e em um laboratório da Univer-
sidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Dessa ciência, emanam novas tecno-
logias e métodos de projeto, que tor-
nam as edificações materialmente
mais seguras.
Muitos vão dizer o que faltou à boate
Kiss. Pode ser que tudo o que digam
tenha mesmo faltado, mas o principal
antecede esse fatídico evento: são estu-
dos brasileiros de comportamento hu-
mano em pânico; pesquisas brasileiras
de reação ao fogo de materiais; estudos
brasileiros da densidade de ocupação
das edificações e de sua carga de incên-
dio; pesquisas brasileiras de planos efe-
tivos de escape em condições de pânico.
Bombeiros têm lutado por isso e para
efetivar a normalização técnica. Mas o
atendimento de nenhuma norma pres-
critiva brasileira, sejam elas oficiais ou
convencionais, como as da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
pode dar à edificação a segurança que
projetos responsáveis de engenharia de
incêndio proporcionam.
Nesse momento de consternação, pen-
semos em nossas centenas de escolas,
boates, cinemas, shoppings, estádios e
edifícios: todos vivem a doce ilusão de
segurança. É necessário fazer algo mais
que nomear culpados pós-tragédia; é
necessário viabilizar novos centros de
pesquisa em engenharia de incêndio.
O país, como os seus vizinhos, não
tem um só cone calorímetro, equipa-
mento que está para o engenheiro de
incêndio como o microscópio está
para o biólogo. É preciso repensar as
bases legais do trabalho de prevenção
dos bombeiros, ao mesmo tempo em
que é urgente flexibilizar os projetos
de edificações, dando vez à engenharia
de incêndio.
Infelizmente, em todo o mundo, as re-
voluções da engenharia de incêndio se
iniciaram após grandes tragédias. O epi-
sódio do edifício Joelma, em 1974, deu
início ao movimento por uma normali-
zação ampla da segurança contra incên-
dio no Brasil; que seja aprofundado com
a boate Kiss de Santa Maria.
Antonio Maria Claret, 57, pós-doutor
em engenharia de incêndio pela Univer-
sidade de Lund (Suécia), é professor da
Universidade Federal de Ouro Preto -
UFOP
O lado técnico da tragédiaMenosprezada no Brasil, a engenharia de incêndio oferece uma segurança a edificações de que nenhuma norma técnica é capaz
Fonte
- F
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ão P
aulo
ARTIGO | ENGENHARIA DE INCÊNDIO
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Fonte
- F
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aulo
50
ENERGIA | GESTÃO
Djalma de Morais, presidente da Cemig está entre os 30 melhores gestores do mundo
Há 14 anos à frente da
Companhia Energé-
tica de Minas Gerais
(Cemig), o enge-
nheiro mineiro de
Comunicações pelo Instituto Militar
de Engenharia (IME), Djalma Bastos de
Morais ocupa a 26ª posição do ranking
da revista Havard Business Review, que
mediu a performance de presidentes de
empresas e CEOs de todo o mundo.
Além dele, outros nove executivos
brasileiros figuram na mesma listagem.
A inclusão de Djalma Morais no ran-
king acontece em um momento desa-
fiador para a companhia, que, de
acordo com o executivo, está se pre-
parando para mais um processo de
adequação, desta vez, motivado pela
Medida Provisória (MP) nº 579, que
prorroga as concessões do setor elé-
trico e, ainda, reduz a conta de luz,
conforme determinação da presidente
da República, Dilma Rousseff. O plano
de expansão continua a ser prioridade
para em 2013, com novas aquisições.
“Esse reconhecimento é consequên-
cia de uma empresa bem adminis-
trada. Temos grande preocupação
com a qualidade da gestão, dos servi-
ços que prestamos à sociedade”, en-
fatiza o executivo, para quem não há
uma característica particular que jus-
tifique a presença do seu nome no
ranking. Para ele, o mérito é das diver-
sas gestões que já passaram pela
Cemig. “Eu acredito que o governo do
Estado, enquanto controlador da
companhia, fez uma boa aposta”,
aponta. Ainda conforme Morais, a qua-
lidade técnica dos profissionais e ges-
tores e a forma profissional como o
executivo estadual participa da gestão
são fatores que também explicam o
sucesso alcançado pela companhia
junto ao mercado e ao consumidor
dos serviços prestados. O segundo
controlador da Cemig é o grupo An-
drade Gutierrez.
Além de figurar no Índice Dow Jones
de Sustentabilidade (DJSI) desde a sua
criação, em 1999, a empresa é uma das
mais admiradas de Minas Gerais e do
Brasil, com um projeto de cresci-
mento que agrega valor ao seu patri-
mônio, priorizando o cuidado com o
meio ambiente, a remuneração dos in-
vestidores e a valorização dos traba-
lhadores para oferecer um serviço de
excelência para a sociedade. “Assim
como a empresa, a sua administração
tem evoluído.Vamos continuar expan-
dindo a Cemig neste ano”, afirma.
Cemig
A Cemig é um dos mais sólidos e im-
portantes grupos do segmento de
energia elétrica do Brasil, participando
em mais de 100 empresas, além de
consórcios e fundo de participações.
Companhia de capital aberto contro-
lada pelo Governo do Estado de
Minas Gerais, possui 114 mil acionis-
tas em 44 países. Suas ações são ne-
gociadas nas Bolsas de Valores de São
Paulo, Nova York e Madri.
O Grupo Cemig é reconhecido tam-
bém pela sua dimensão e competên-
cia técnica, sendo considerado a
maior empresa integrada do setor de
energia elétrica do Brasil. Em Minas
Gerais, responde por 96% da área de
concessão, com mais de 7 milhões de
consumidores, em 774 municípios. É,
ainda, a maior fornecedora de energia
para clientes livres do País, com 25%
do mercado, e um dos maiores gru-
pos geradores, responsável pela ope-
ração de 65 usinas, com capacidade
instalada de 6.925 megawatts.
A atuação da Cemig estende-se a 22
estados brasileiros, além do Distrito
Federal, e ao Chile, com a operação
de uma linha de transmissão em con-
sórcio com a Alusa. Tornou-se contro-
ladora da Light, ampliando
participação na distribuidora que
atende o Rio de Janeiro e outras ci-
dades fluminenses. Também possui
participação em empresas transmis-
soras de energia elétrica (TBE e
Taesa), investimentos no segmento de
gás natural (Gasmig), telecomunica-
ções (Cemig Telecom) e eficiência
energética (Efficientia).
Seguindo a política de investimentos
em alternativas energéticas, a Cemig
adquiriu participação acionária em
três parques eólicos da Energimp S.A.
(Impsa), com capacidade instalada de
99,6 megawatts, no Ceará. Essa aqui-
sição veio resgatar o pioneirismo da
Companhia que, em 1994, construiu a
primeira usina eólica com geração co-
mercial no Brasil. A Empresa também
investe em outras fontes renováveis,
como biomassa, pequenas centrais hi-
drelétricas, energia solar e projetos de
cogeração.
Ranking divulgado em janeiro deste ano comprova que a Cemig está no caminho certo
Djalma Bastos de Morais é engenheiro de
Comunicações pelo Instituto Militar de
Engenharia – IME. Durante sua carreira,
ocupou posições de destaque em grandes
corporações. Foi ainda ministro de Estado
das Comunicações de 1993/1994.
Em 1995, assumiu a vice-presidência da
Petrobras Distribuidora S. A., cargo
ocupado até 1999, quando assumiu a
presidência da Cemig.
A partir de 1999, quando assumiu a pre-
sidência, a Companhia passou por uma
completa reestruturação, tornando-se
um grupo formado por mais de 100
sociedades e 16 consórcios. Atualmente,
a Cemig é a maior distribuidora de
energia elétrica do País e está presente
em 23 estados brasileiros, além de operar
uma linha de transmissão no Chile.
Em 2011, ele foi agraciado pela Sociedade
Mineira de Engenheiros com a Medalha
Lucas Lopes.
52
Engenheiro civil graduado pela Uni-
versidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e sócio-diretor da Transi-
tus Engenharia de Transporte Ltda,
empresa do Grupo Tectran especia-
lizada em transporte regional e
logística, Gustavo Riente de An-
drade, 29 anos, foi um dos premia-
dos na 17ª edição do Prêmio SME
de Ciência e Tecnologia, realizado
em 2007.
O trabalho “Modelo Integrador
para Desenvolvimento e Gestão
Rodoviária Calibrado para as Con-
dições Brasileiras” foi o resultado
de um projeto de pesquisa que ele
propôs à universidade, na forma de
projeto de iniciação cientifica, com
bolsa concedida pelo CNPq. O
mesmo projeto também recebeu
da UFMG/CNPq o Prêmio por Re-
levância Acadêmica (2008). Foi por
meio desse tipo de iniciativa que o
engenheiro tem desenvolvido
habilidades importantes para os
profissionais da área como a capa-
cidade de engenhar, projetar e criar
soluções ou novas alternativas para
as sempre caóticas áreas de trânsito
e mobilidade urbana.
Mas esse gosto pela pesquisa come-
çou antes do ingresso na universi-
dade. Em 2004 e 2005, ele foi o
vencedor estadual do Desafio Se-
bare, jogo de empresas promovido
no Brasil e América Latina pelo
Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) e COPOE-UFMG e o
sétimo e segundo lugares na etapa
nacional, respectivamente.
“Após a conclusão do mestrado,
em 2012, a dissertação que teve
como tema a engenharia de trans-
porte e tráfego foi premiada pela
Confederação Nacional do Trans-
porte (CNT) com o Prêmio CNT
de Produção Acadêmica. De volta
ao trabalho, no Grupo Tectran,
outro projeto, desenvolvido por
Gustavo de Andrade e sua equipe,
intitulado Calibration of the Hourly
Flow-Frequency Distribution Model
Used by HDM-4, venceu o “HDM-
4 User Group Competition“
(www.hdmglobal.com), concurso de
artigos técnicos e científicos pro-
movido pelo HDM Global, consór-
cio internacional baseado na
Inglaterra e França que gerencia o
modelo Highway Development &
Management, idealizado e finan-
ciado pelo Banco Mundial desde a
década de 60 para auxiliar países
em desenvolvimento na formulação
de estratégias, programas e proje-
tos em rodovias.
“O prêmio SME representou um
incentivo à iniciativa e ao esforço
despendido no projeto”, recorda-
se. Naquele ano, o Modelo Inte-
Engenheiro investe empesquisa para o aprimoramentoprofissional contínuo
NOVOS ENGENHEIROS | GUSTAVO RIENTE ANDRADE
53
grador foi aplicado como parte da
metodologia usada pelo Plano Estra-
tégico de Transporte de Minas Ge-
rais (PELT MG), desenvolvido para o
Governo do Estado pelo Grupo
Tectran, em parceria com a Funda-
ção Instituto de Pesquisas Econômi-
cas (FIPE-USP), o que comprova que
pesquisa e desenvolvimento, quando
bem conduzidos, tem aplicação prá-
tica, em soluções para o dia a dia.
Após retornar do mestrado, o enge-
nheiro passou a coordenar o serviços
de consultoria para dar suporte à
montagem do Escritório do PELT
(EPELT), um novo órgão dentro da Se-
cretaria de Transportes e Obras Pú-
blicas (SETOP), com o objetivo de
sistematizar a metodologia do PELT e
do Modelo Integrador nos processos
de planejamento e tomada de decisão
do estágio. A conclusão desses traba-
lhos está prevista ainda para este ano.
À frente da Transitus, Gustavo
Andrade atua nos setores público e
privado, em projetos e estudos em
transporte multimodal e dentro do
mercado de concessões, especial-
mente no segmento rodoviário.
“A vontade de empreender veio na-
turalmente, a partir do crescimento
dentro do Grupo Tectran e do inte-
resse pelo dinamismo do mundo
corporativo. Destaco também o
papel do Desafio Sebrae na minha
formação como universitário, que
ajudou a despertar o interesse pelo
mundo dos negócios e do empreen-
dedorismo”, explica.
Gustavo de Andrade não esconde a
paixão que tem pela Engenharia. Ao
atuar como pesquisador e também
como empreendedor da área, ele
reafirma que o seu interesse é inato.
“Meus brinquedos prediletos na in-
fância era o Lego e o jogo Sim City.
Também pesou muito a carreira de
sucesso do meu pai como enge-
nheiro, ainda que ele sempre tenha
reafirmado que eu era livre para es-
colher a minha profissão”, considera.
O futuro passa pela empresa e pela
melhoria contínua dos projetos
desenvolvidos para fidelizar a
clientela. Mas o engenheiro nem
cogita a hipótese de parar de
estudar. “Acredito que a ligação
entre o conhecimento e a boa prá-
tica é e sempre importante”, aponta.
Casado há um ano, ele ainda não
tem filhos. Nas horas de lazer, de-
dica-se à família e aos amigos. Nos
finais de semana, gosta de ficar em
casa com a esposa e de cuidar do
aquário marinho de 400 litros.
Livros, filmes e jogos eletrônicos
também estão entre suas diversões
preferidas.
O currículo de
Gustavo é recheado
de prêmios e ele
quer novos desafios!
A China, grande e profunda, em 4 mil
anos de história registrada, passou por
invasões, fomes, humilhações e retoma-
das. Como bambus, os chineses vergam
e voltam. Em 18 dos últimos 20 séculos,
foi a maior economia do mundo, logo
voltará a ser a primeira em PIB, mas não
em poder. Hoje, é a segunda, com 12%
do PIB e 20% da população mundial em
território da grandeza dos EUA e na
mesma faixa de latitudes.
Não buscam os chineses colônias, conten-
tam-se com comércio mundial e investi-
mento externo. Seguem os ensinamentos
de aprendizado e harmonia, de Confúcio,
e da constatação de que o poder baseia-
se em recursos econômicos e científico-
tecnológicos. Crescem com visão milenar
e esperança sem ânsia. Realizam trabalhos
coletivos superando tempos de vida indi-
vidual. O Partido Comunista pratica socia-
lismo chinês, um quase capitalismo.
Planejam ir de uma economia de baixos
salários para uma de alta tecnologia.
Presente no Conselho de Segurança da
ONU e na Organização Mundial do Comér-
cio (OMC), a China tem o maior comércio,
US$ 3 trilhões. Cresceu de 7% na indústria
mundial em 2000 para 17% em 2011,
enquanto o Brasil ficou parado em 1,7%.
São características da China: um governo
autocrático, mão de obra em grande
quantidade, escala de produção, inovação,
ciência e tecnologia, atração de capitais
estrangeiros, boa infraestrutura, grande
crescimento, excesso de Estado, má
distribuição de renda, desemprego, um
filho por casal, corrupção e poluição.
Desvaloriza a moeda em até 25%, atrai
capital, inclusive pela busca de salário
baixo. Investiu fora US$ 250 bilhões e
recebeu US$150 bilhões. Falta água. In-
veste muito com sua mão de obra na
África, onde o Brasil emprega africanos
e leva a Embrapa.
Em 2011, exportamos-lhe US$ 44 bi-
lhões, 88% em minérios e produtos bási-
cos; enquanto importamos US$ 30 bilhões,
sendo 60% de manufaturados. O preço
médio da exportação à China é de US$
120/tonelada, e aos EUA é US$ 800/to-
nelada. Colonialismo chinês! A China in-
vestiu no Brasil cerca de US$ 49 bilhões.
São características do Brasil: democracia,
legislação não competitiva e sem atenção
à ciência e tecnologia. A China, por sua
vez, tem apenas um partido político,
legislação competitiva, inovação, desen-
volvimento científico. A China crescia
mais de 10% ao ano, hoje, entre 6% e 7%.
O Brasil, de 1900 a 1980, teve um dos
melhores crescimentos do mundo e a
China vivia em revoluções. Em 1981 o
Brasil entrou em baixo crescimento e a
China acelerou. De 1994 a 2002, o Brasil
crescia media da América Latina, 2,3%
ao ano. De 2003 a 2010, a 3,8% ao ano;
a AL, a 4,8%. Em 2012, o Brasil a 1%, e a
AL, a 3,2%.
O Brasil tem 8,550mil km², 195milhões
de habitantes, 1,6 engenheiros por 10 mil
habitantes. PIB de US$ 2,5trilhões. Tribu-
tos, 37% do PIB. Poupança, 18% do PIB,
PIB per capita US$ 12.800, e 38 minis-
tros, nomeados por indicações políticas.
A China tem 9,6 mil km², 1,33 bilhão de
habitantes, 4,6 engenheiros por cada 10
mil habitantes. PIB de US$ 8,8 trilhões. Tri-
butos representam 24% do PIB, a pou-
pança é de 45%do PIB; e o PIB per capita,
US$5.800. Tem 22 ministros, com cientis-
tas e engenheiros. Frase do empresário
Aguinaldo Diniz: “Queria ver preços de
têxteis chineses, se produzidos no Brasil!”
A China, com superávit em conta-cor-
rente e reservas de US$ 3,2 trilhões,
preocupa-se com o abismo fiscal dos
EUA, que arrecada US$ 3 trilhões e gasta
US$ 4,2 trilhões ao ano – déficit 8% do
PIB –; emite moeda e desvaloriza o dólar.
A China investe reservas, compra ativos
e commodities, agrega valor, exporta a
baixo preço, sofre ações antidumping.
Indústrias daqui, sob impostos altos, moeda
valorizada e custo Brasil, ao competir com
custos chineses e moeda desvalorizada,
perdem mercado interno e em terceiros
países, umas fecham ou vão para lá.
Na China, a indústria de transformação
atinge 40% do PIB. No Brasil, ela caiu,
em tendência mundial, de 25% do PIB a
13% em 2011; a sua exportação caiu.
Na expansão industrial entre 2011 e
2012, o Brasil é o 25º dos emergentes.
Cabe ao governo desvalorizar o real,
prestigiar a defesa comercial, reduzir a
despesa publica e a tributação, com dimi-
nuição da pressão inflacionaria; e prover
mais infraestrutura. Cabe ao empresário
a competitividade interna.
O governo chinês quer liderança, harmo-
nia e poder brando. Espera-se que cuide
do meio ambiente. Hoje, EUA e China,
inebriados, apoiam-se mutuamente em
um consumismo ameaçador. Já com
grande reserva, a China volta ao mercado
interno pobre. Investimentos caem de
48% do PIB para 34% em 2025, o con-
sumo vai de 52% do PIB para 66%. Listou
em 2012 produtos que poderá comprar
daqui. Para competir no mundo, lem-
bremo-nos de que “o conhecimento vem
da práxis”. Dialoguemos e negociemos
com a China e outros países, com o FMI
e a OMC, sobre desvalorizações e distor-
ções no comércio exterior. Façamos o
que nos cabe para maior produtividade e
a competitividade que dela deriva.
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ARTIGO | JOÃO CAMILO PENNA
Lições da China para competir
João Camilo
Penna,engenheiro,
ex-presidente
da Cemig,
ex-ministro
da Indústria
e Comércio
Somos o que construímos
www.paranasa.com.br
Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil indus-trial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores cons-trutoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da respon-sabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.
LF/ M
erca
do
Merca
do/ F
LF
56Par ticipe e envie seu “causo” para jornal [email protected]
Na década de 40, dois cariocas se aventuraram a
vir de carro até Itajubá para prestar o famoso ves-
tibular do Instituto Eletrotécnico de Itajubá – IEI,
hoje Universidade Federal de Itajubá - Unifei.
Como sempre, em época de muita chuva. Pas-
seando pela cidade, chegaram à entrada da chá-
cara do Prof. João Luiz, onde atolaram o carro.
Chamaram, então, um senhor que se encontrava
nas proximidades:
- Ó seu Zé! Dê uma empurradinha aqui! - E o seu
Zé disse: Esperem aí! Vou apanhar uma enxada
para raspar o barro, a fim de aumentar o atrito
para que o carro saia com maior facilidade.
Os vestibulandos deram boas gargalhadas, fazendo
chacotas daquele homem tão simplório. Ao
desatolarem o carro, após a raspagem do barro
e sem a necessidade de empurrá-lo, os jovens lhe
deram algumas moedas, recomendando-lhe que
com elas tomasse algumas pingas e comprasse
uma enxada nova. Humildemente, seu Zé colocou
as moedas no bolsinho do surrado colete.
No dia seguinte, logo cedo, teve início a prova oral
de Física daquele vestibular. O examinador
principal era quem? Exatamente aquele homem
simplório e ninguém menos que o Prof. João Luiz
Carneiro Rennó, agora vestido elegantemente
com seu terno e colete, gravata e abotoaduras.
Ao chamar um dos concorrentes constatou ser
ele um dos que ocupavam o carro atolado na vés-
pera, que entretanto não o reconheceu devido à
mudança de sua indumentária. Como o exame era
vago, sem sorteio de questões, formulou a ele
uma pergunta bem cabeluda sobre “atrito”, mas o
coitado do examinado nem abriu a boca. Depois
de alguma espera, como nada saía mesmo, enfiou
a mão no bolso do colete tirando aquelas moedas
- que eram para a pinga e a enxada nova – di-
zendo-lhe:
- Tome essas moedas, volte para sua casa, compre
livros de Física, estude bastante “atrito” e retorne
no próximo ano quando lhe farei perguntas sobre
o mesmo tema, um pouco mais difíceis, é claro!
Seu colega, percebendo o que se passava, sumiu.
E até hoje não se sabe do paradeiro desses dois
cariocas.
História enviada pela Engenheira Marita Arêas de Souza Tavares,que foi aluna do Prof. João Luiz Rennó.
Fórmula do Atrito
ACONTECEU EM UM EXAME VESTIBULAR
CAUSOS DA ENGENHARIA
Petrobras e AG Óleo e Gás.Abastecendo o Brasil de soluções.
A Andrade Gutierrez se orgulha de dizer que a parceria entre a AG Óleo e Gás e
a Petrobras possibilitou a realização de diversos projetos importantes para o
desenvolvimento do Brasil, como o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a Refi naria Gabriel
Passos (Regap) e a Refi naria de Paulínia (Replan). Por isso, hoje a AG faz questão de
agradecer à Petrobras pela confi ança depositada em cada uma destas obras. E reafi rma
sua crença de que esta parceria ainda tem muito a contribuir com o crescimento do País.
Onde tem aço Gerdau, tem a realização de um sonho.
www.gerdau.com
A Gerdau vibra junto com os brasileiros quando entrega uma nova obra. Participar da construção de estádios de futebol, fornecendo desde vergalhões até telas para concreto, é capacitar o país para sediar grandes eventos e conquistar o sonho de novas vitór ias.
Todo mundo tem um sonho. O da Gerdau é tornar o seu possível.