Revista MUD! Edição 01/2011

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mud! Verão 2012 Streetwear Sonho Picadeiro Nome Próprio Niemeyer Corpo e Alma ano 1 | edição 1 | 2011 R$10,00

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atracoes 11 De corpo e alma 20 As curvas de Niemeyer 28 Streetwear é luxo 34 O espetáculo da vida 40 No picadeiro, as cores do verão 54 I have a dream 58 Meu nome não é Johnny 60 Longo Verão

Transcript of Revista MUD! Edição 01/2011

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Verão 2012

StreetwearSonho

PicadeiroNome Próprio

NiemeyerCorpo e Alma

ano 1 | edição 1 | 2011

R$10,00

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Botucatu R. Amando de Barros, 560 - Tel: 3814-5209

São Manuel R. Batista Martins, 215 - Tel: 3842-2684

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Dr. Costa Leite, 507, Centro | Botucatu, SP | F. 14 38134494

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trupe

Longo Verão

Streetwear é luxo

De corpo e alma

Meu nome não é Johnny

I have a dream

O espetáculo da vida

As curvas de Niemeyer

No picadeiro, as cores do verão

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RealizaçãoBotucatu Especial

Material mud!Fotos Malu Ornelas

Produção de Modae Maquiagem

Maria Pia OrnelasAssistentes

Lilian OrnelasMurilo Murback

Projeto Gráfico Joel Nogueira

AssistenteVinicius Cassetari

ColaboradoresGlauco Sabino

Fabi Berto

PublisherSandro Coltri

Dpto. ComercialEdgar Marcos Paim

Modelo da Capa Suelen Ramos

Malu Ornelas

Revista mud! | R. Prof. Renato da Silva Cardoso, 113

Vl dos Médicos | Botucatu SP | 14. 3354 [email protected] | www.revistamud.com.br

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2011 | Revista mud! | Todos os direitos reservados

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Av. Dom Lúcio, 586 Lj [email protected]

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o centro do picadeiro, o apresentador anuncia: “Respeitável público, o espetáculo vai começar...” Diante do olhar atento da platéia, mágicos, palhaços, contorcionistas, dançarinos, malabaristas e trapezistas iniciam suas apresentações.

Assim como o picadeiro é pequeno demais para a alegria, a necessidade e entusiasmo para fazer uma revista de moda sobressaem às páginas deste primeiro exemplar que você tem em mãos.

Trouxemos o novo e todo o seu espanto, provocando sensações tão quentes como o verão e tão lúdicas quanto às luzes que iluminam a tenda de um circo.

A ilusão não só encanta, aparece como figura aparentemente inofensiva, ilustrando como pano de fundo a necessidade de se reinventar, projetando sonhos em paredes muitas vezes descascadas pela realidade dura do dia a dia.

Produzimos uma revista de corpo e alma, com crenças e descrenças, gente de atitude que mudou de vida, de nome e de quebra mudou a vida de muita gente.

Neste espetáculo da vida, trouxemos não somente a moda que acontece em Milão ou Nova York, mas também a moda que sai do seu guarda-roupa direto para as ruas.

Ao centro, as luzes iluminam as matérias que divertem e questionam, encantando a todos os presentes.

Agora é a hora da mud! ocupar o picadeiro da moda, um local onde todos os temas se encontram para

serem abordados, provocando a platéia, que são os que fazem o espetáculo valer a pena.

Uma revista feita de sonhos, comportamento, ousadia e atitude, tudo para o melhor do espetáculo que, para nós, é você leitor.

Fica o comunicado aos vivos: pode vir quente que o verão vai ser longo e está fervendo!

só o que está morto não muda

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R. Amando de Barros, 342-BBotucatu SP | 14. 3882 0280MEL LIMÃO

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R. João Passos, 507 - Centro - 3882 4215

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de corpo e alma

Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos.

John F. Kennedy

atitudes que preservam o planeta, dilatam a mente e transformam o coração

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acerdote da igreja católica e especialista em psicologia criminal e em como a experiência religiosa pode modificar e ressocializar um adolescente que se envolveu com o crime, com formação em Roma, na Itália, Emerson Rogério Anizi participa ativamente desde 1996 de um projeto desenvolvido junto à instituição que chamava-se Febem e que em 2005 teve seu nome alterado para Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente). A gestão compartilhada iniciou-se na cidade de Iaras/SP, em 2007, com 112 adolescentes no projeto denominado Casa Madre Teresa de Calcutá, estendendo-se a todas as unidades da Fundação Casa.Os internos da Fundação Casa cumprem as medidas socioeducativas pelos mais diversos delitos, tais como furto, roubo qualificado, tráfico e homicídio qualificado. Nessa situação, a maioria dos adolescentes pensa que não tem mais solução, que estão no fundo do poço, por assim dizer. É aí que entra o trabalho realizado pelo projeto: ajudar a resgatar a auto-estima desses jovens, fazendo-os enxergar que é totalmente possível mudar.Os três pilares fundamentais que sustentam o projeto e que são trabalhados com os internos:Razão: Levar o adolescente a tomar consciência do ato praticado e de sua responsabilidade perante o ato, passando assim a ter consciência de sua própria história de vida e por fim tornando-se protagonista de sua nova história.Amor: O amor apresentado é o amor pedagógico, que é capaz do perdão para um recomeço. Ele precisa sentir-se amado para dar início a sua mudança.Religião: Foca-se na importância de acreditar em Deus e traçar um caminho para chegar até Ele, independente da crença religiosa de cada um, sem uma denominação concreta.Realiza-se com os adolescentes um trabalho psicossocial, ajudando-os a encontrarem ou retomarem a área profissional e também para recuperar a vida acadêmica do mesmo, sempre incutindo no adolescente que ele pode mudar, ele conseguirá mudar. O trabalho estende-se às famílias desses internos, evitando que, após anos de dedicação para reestruturar o adolescente, ele se perca novamente ao voltar para o convívio anterior, muitas vezes num ambiente sem infra-estrutura física e emocional. Torna-se necessário estruturar também a família, além do adolescente.

santos rebeldes

Anizi relata que foi desenvolvido um novo programa para os adolescentes que se destacam e demonstram real desejo de mudar de vida, que disponibiliza em Botucatu uma casa república para que possam residir aqui, cursar a universidade e trabalhar, oferecendo suporte para quem quer mudar. Assim eles aprendem a controlar seus horários, seguir regras, administrar seu próprio dinheiro e evitar situações que possam levar a recaídas.A importância da estrutura familiar é destacada ainda mais em outro projeto desenvolvido por Emerson Anizi na cidade vizinha de São Manuel, uma casa abrigo denominado Casa Santa Maria, onde são atendidas crianças de 0 a 14 anos vítimas de abuso sexual e violência dentro de suas próprias casas. Para mudar a história dessas crianças é preciso mudar a concepção que elas tem do ser humano, para elas verem que nem todo ser humano é um monstro, mas que existem pessoas boas e que se importam com elas. Muda-se a concepção do que é o amor de verdade e também a concepção do que é uma família e como podem ter ótimos relacionamentos.Os dois projetos (Casa Madre Teresa de Calcutá e Casa Santa Maria) se misturam em determinado momento, levando os adolescentes da Fundação Casa até a Casa Santa Maria, com o objetivo de trabalhar a paternidade deles, fazendo-os ver os frutos de uma paternidade falida, para que não repitam o mesmo erro.Esse trabalho realizado sem denominação religiosa encontra sua maior dificuldade na indiferença de algumas pessoas, na ausência de sentimento. “O olhar de indiferença é a maior barreira. Quando um ser humano olha para outro com aquele olhar: Eu sou melhor, isso é um lixo. É pior que o preconceito, pois a pessoa não sente nem preconceito, é indiferente”, relata Anizi.Embora muitos saiam marcados devidos a atos realizados que causam indignação a todos, esse suporte oferecido mostra que é possível mudar, e os bons resultados já obtidos dão cada vez mais ânimo para continuar. Emerson conta com orgulho sobre vários ex-internos que mudaram totalmente suas vidas, alguns constituindo família, outros cursando universidade e ainda outros se destacando em suas funções dentro de empresas da cidade. É possível vencer o desafio de fazê-los acreditar que podem mudar e recuperar a base e a estrutura de família, o respeito e o amor.

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poluição nos preocupa, mas não só as grandes indústrias poluem o meio ambiente, mas nós também, cidadãos comuns, ao jogarmos lixo em locais incorretos e óleo vegetal pós-fritura na pia da cozinha.Para tentar mudar o mau hábito de descartar o óleo de cozinha incorretamente, foi idealizado o projeto Óleo Fora D'água.O projeto existe desde 2007, sendo de autoria de Sílvio Prearo, tendo sua irmã Silvana Prearo como co-autora e Sônia Prearo, outra irmã, atuando como gestora, todos ambientalistas. O trabalho é realizado principalmente junto às escolas, visto que todos os envolvidos no projeto são professores da rede pública municipal. O objetivo principal é transformar os hábitos das crianças, pois a mudança começa com elas. “Acreditamos muito nas crianças e sabemos que para transformarmos o meio em que vivemos, tornando nosso planeta melhor, precisamos transformar o modo de pensar e os hábitos dos jovens”, enfatiza Silvana Prearo.O trabalho, realizado principalmente com crianças de 04 a 15 anos da rede municipal de ensino, incentiva a destinação correta do óleo de cozinha pós-fritura. Conta também com a participação de diversas indústrias da cidade preocupadas com o meio ambiente, que recolhem e encaminham para o projeto todo o óleo de cozinha utilizado.Para se ter uma idéia do impacto ambiental causado pelo óleo de cozinha descartado de forma incorreta, tenha em mente que apenas 1 litro de óleo contamina 40 milhões de litros de água.Apenas em nossa cidade são descartados mensalmente 60 mil litros de óleo no meio ambiente. Faça os cálculos e tenha uma pequena dimensão dos danos causados aos nossos reservatórios de água.E, ao contrário do que muitos pensam, não jogar o óleo na pia da

"oleando" para o futuro

cozinha e jogá-lo na terra não resolve o problema, mas sim o potencializa, pois a contaminação atinge diretamente os lençóis freáticos.O projeto já conseguiu recolher 25 mil litros de óleo, que por sua vez é destinado para a usina de biodiesel de Botucatu, patrocinada pela Sabesp e pela Prefeitura Municipal. O biocombustível produzido nessa usina será usado para movimentar toda a frota do transporte escolar do município, visto que o projeto é apoiado pelo prefeito municipal, João Cury, adepto das causas ambientais.Dez por cento desse óleo também é destinado para a fabricação de um sabão especial, ecológico, que pode ser usado para lavar utensílios domésticos e roupas. Esse sabão é dado para as crianças em troca do óleo que conseguem recolher em suas casas. É um incentivo para desenvolverem esse hábito dentro da família.Outro incentivo promovido pelo projeto é uma gincana entre as escolas participantes, que premia os alunos que mais coletaram, os professores que mais incentivaram a coleta e a escola que mais coletou, tudo realizado com o objetivo de incentivar a prática da destinação correta do óleo de cozinha.Não jogue mais o óleo usado na pia ou na terra, mas sim acondicione em garrafas pet e encaminhe para o Projeto Óleo Fora D'água, no ponto de coleta localizado na Rua Dr. Cardoso de Almeida, 555 (fundos), que funciona das 8h às 12h e das 14h às 17h. O telefone de contato é (14) 3814-5179 ou se preferir, toda escola da rede municipal de ensino também funciona como posto de coleta.Divulgue a ideia entre seus vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Num cantinho de seu quintal, guarde a garrafa cheia de óleo e entre em contato com o projeto.

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Bauru, viveu um momento especial de sua vida em viagem ao continente africano. Essa experiência teve início com sua vida cristã, seguindo ensinamentos como: serviço, liderança, amor ao próximo, respeito, fé e mudança.Dedicando grande parte de sua adolescência entre estudos e o trabalho na igreja, aos poucos sentiu uma necessidade de entender o que mais poderia fazer pelos outros além do que fazia e de qual maneira seu trabalho poderia ser mais parecido com o que Jesus Cristo fez na Terra, algo mais prático do que teórico.Foi nesse estágio de sua vida que conheceu uma ONG chamada “Jovens com uma Missão” (JOCUM – YWAM em inglês) e participou de alguns treinamentos que mudaram radicalmente seu conceito de vida cristã. O talento e o tempo que dedicava exclusivamente ao serviço dentro da igreja poderiam ser mais bem aproveitados fora dela, e assim renovou seu conceito de vida e amor ao próximo.O começo dessa renovação de visão ocorreu pouco tempo antes da viagem para a África, quando teve oportunidade de desempenhar alguns trabalhos em comunidades carentes de Jacareí/SP, cidade do Vale do Paraíba, e duas favelas em Teresópolis/RJ. Como membro de uma equipe de mais 9 pessoas, dedicou dois meses de muito trabalho braçal e teórico com as comunidades mais carentes dessas duas cidades – foi um treinamento.Ainda como voluntário dessa ONG, recebeu o convite de levar uma equipe para trabalhar com crianças de um orfanato, algumas igrejas e bairros no continente africano, e dividir o tempo entre Luanda e Johannesburg. “Passamos o primeiro mês de nossa viagem em Luanda, capital da Angola. Trabalhamos com crianças em um orfanato, algumas tinham os pais vivos, mas não moravam com eles e outras os perderam. Outra parte do trabalho era com a igreja que havia nos convidado oficialmente. O foco eram as crianças, mas a novidade de se ter brasileiros hospedados na região atraia a atenção de mais jovens e alguns adultos”, relata Marcelo.O trabalho consistia em manter relacionamento com jovens, apresentação de danças, teatros e palestras com a oportunidade

arcelo Bueno Júnior, 24 anos, jornalista na Record

para viver, mudar é preciso

de compartilhar um pouco da fé e das mudanças que sentiam que o ideal de verdade que possuem havia feito em suas histórias.Geralmente, os brasileiros que trabalham em Angola têm uma boa condição de vida e acabam morando em regiões mais nobres ou afastas da periferia, mas a idéia do projeto era aproximar os visitantes cada vez mais da comunidade local e por isso locaram uma casa atrás de um mercado em um dos bairros mais afastados do centro de Luanda, onde a água tinha que ser comprada em baldes e carregada por alguns metros, e a energia elétrica era fornecida por um gerador apenas na parte da noite.A segunda etapa da viagem foi em Johannesburg, na África do Sul. A infra-estrutura de país de primeiro mundo trouxe um pouco de conforto para a equipe que continuou com os trabalhos em parceria com igrejas e o bairro em que moravam.Buscando uma renovação em sua forma de ver o mundo, Marcelo voltou completamente transformado. Estar em outro país, principalmente um país com maiores limitações estruturais que o seu, ter de se adaptar a outra cultura, aprender a valorizar aquilo que é importante para eles, optar por deixar sua vontade de lado para que a vontade de outros possam ser atendidas, experimentar uma comida típica por educação, acreditar que investir em pessoas sempre vale a pena e mergulhar de cabeça na vida dos outros foram os principais desafios que essa viagem trouxe. Marcelo relata que voltou mais generoso, com saudades, mais grato pelo que tem, com mais amigos e com um desejo imenso de transformar o mundo através do amor, do serviço e da fé.“Quando me encontrei desmotivado com o trabalho que desempenhava e não conseguia ver possibilidades de fazer diferença na vida de outras pessoas, decidi ir mais longe. E foi pra longe que fui. A viagem me trouxe mudanças significativas e hoje, dois anos após o retorno, ainda percebo as marcas que um tempo dedicado ao serviço voluntário me trouxeram. Talvez o leitor da revista mud! não tenha o privilégio de fazer uma viagem como voluntário por inúmeros motivos, mas tenho a certeza que existem possibilidades próximas para que você exercite a generosidade e o serviço, principalmente naquilo que traz benefício para outros. Aconselho que você faça isto!”

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Tel. 38158774

Avenida Dom Lúcio, n. 424

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uando recebi o convite da Malu Ornelas para participar de um editorial para a estreia da revista mud!, aceitei no

mesmo instante, afinal um trabalho com as Ornelas é sempre irrecusável.Minha satisfação ficou completa ao ser informada de que este artigo seria uma homenagem a um dos maiores gênios da arquitetura moderna de todos os tempos: Oscar Niemeyer.Imagine só! A ideia era associar a mudança do universo feminino às suas obras. As curvas de Oscar Niemeyer se

tornaram uma referência e sua preferência ao romantismo e amor pelas mulheres sempre foi de reconhecimento público, fato que mudou o conceito arquitetônico em todo o mundo.Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Filho nasceu no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907. Sua obsessão por curvas deu a ele uma característica pioneira na arquitetura mundial contemporânea. Com mais de um século de vida, Niemeyer afirma que o uso ousado e habilidoso das curvas ainda é uma descrição básica da sua obra.“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida...”Acredito que Niemeyer também vê nas curvas femininas o poder de re-criação, uma fonte de novas possibilidades, já que a natureza se mostra sempre curvilínea e ninguém representa melhor tudo isso como ele. Oscar Niemeyer consegue mudar o imutável da maneira mais sutil e linear possível. Basta prestarmos atenção em suas inúmeras obras que sempre remetem a uma curva feminina associada a um toque de carmim delineado em um traço de descompasso único e intrigante. Talvez seja por isso que o seu mundo seja tão fascinante e admirável.Mudar o imutável é mesmo uma atitude para poucos. Só mesmo para uma lenda viva como ele para tornar este feito possível.

as curvas de Niemeyer por Fabi Berto

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Cardoso de Almeida, 1388Botucatu/SP CentroFone: (14) 9607-7325

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Spazzio BiancoDr. Cardoso de Almeida, 330

Centro - Botucatu SP | F. (14) 3813 5399

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LOJA I - Rua Amando de Barros, 817 - 3882 4244LOJA II - Av. Dom Lúcio, 269 Centro - 3814 1943LOJA III - Pç Cav. Virgílio Lunardi, 166 - 3814 4687

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A última temporada de desfiles do Fashion Rio e do São Paulo Fashion Week confirmaram, para a alegria dos ligados em streetwear, uma característica que há tempos pipoca nas passarelas: as grifes estão se sofisticando. Marcas de grande apelo comercial, como Cavalera, V.Rom e Redley cada vez mais agregam interpretações luxuosas às referências que vêm das culturas jovens urbanas.Quem também manifesta essa tendência nas coleções são Alexandre Herchcovitch e Oscar Metsavaht (da Osklen), que, aliás, consolidaram suas marcas com elaborações autorais do streetwear e da moda esportiva. "Estamos olhando para o desejo do consumidor e oferecendo um produto que supere as expectativas do cliente", afirma Alberto Hiar, o Turco Loco, diretor da Cavalera. Este “desejo do consumidor” a qual se refere Alberto talvez esteja relacionado a uma nova concepção do que é luxo. Cada vez mais é possível notar que as pessoas de maior poder aquisitivo e antenadas com a moda fogem do luxo, digamos, burguês. Porque certamente ostentar virou algo cafona. O legal, hoje em dia, é o despojado sofisticado. Por outro lado, há também quem não tenha muito dinheiro, mas que deseja um produto moderno e que não custe muito. É aí que entra o novo streetwear.Streetwear é o nome que se dá aos vários modos de vestir, principalmente, dos jovens das grandes cidades, indo da moda hip-hop ao estilo dos skatistas. Segundo o jornalista e um dos grandes especialistas brasileiros no assunto Lula Rodrigues, o conceito firmou-se para a indústria nos anos 90, mas desde os 60, as ruas influenciam as passarelas. Para ele, a busca do luxo pelo streetwear "é uma prova de como as fórmulas desse segmento se esgotaram, o que leva os estilistas a procurarem novas referências, e, é claro, novos consumidores”.No histórico desfile às margens do rio Tietê, a Cavalera, por exemplo, explorou volumes inusitados (formas amplas, como iglus e casulos) e misturou delicados cetins de seda com tecidos menos nobres: malhas de lã estampadas, jeans e moletons. Já a Osklen faz sempre as mais comentadas apresentações a cada temporada. No inverno 2008, por exemplo, mergulhou no neogrunge, nos criativos garotos de Tóquio e no clima das grandes cidades. Porém, essa forte pegada street foi apresentada em looks altamente sofisticados na modelagem (capas amplas com maxigolas, calças sarouel com pregas, vestidos acinturados com minissaia godê), na produção (fuseau listrada sob vestido de seda estampado) e nos tecidos (fibras tecnológicas, confortáveis e com motivação ecológica).

Lula Rodrigues ressalta que, além de atender às expectativas do consumidor brasileiro, as marcas sofisticam seu streetwear de olho no mercado externo. “Se o estilista não trabalha o design, o gringo nem se liga na marca”, explica. Prova disso é o sucesso da Osklen no exterior, como lojas em grandes capitais do mundo (Nova York, Lisboa, Roma, Tóquio e Genebra), além de Alexandre Herchcovitch, com um endereço no descolado bairro de Shibuya, em Tóquio.Graças ao seu streetwear sofisticado, ambos são duas de algumas poucas exceções de um cenário desfavorável a fabricantes e

Para gringo ver

lojistas brasileiros. No ano passado, a indústria têxtil e de confecção registrou exportações da ordem de US$ 1,4 bilhões enquanto as importações atingiram cerca de US$ 4,9 bilhões, segundo dados da Abit (Associação Brasileira de Indústria Têxtil). Esses números representam um saldo negativo na balança comercial do setor na ordem de US$ 3,5 bilhões de dólares e comprovam que apostar na produção de peças luxuosas – seja no streetwear, seja em outros segmentos – é a melhor alternativa para alcançar o sucesso lá fora.“Muito já se falou que para a moda brasileira se destacar no exterior é preciso que as marcas invistam em design. Fazer um streetwear mais sofisticado faz parte dessa linha de pensamento. E é por isso que, agora, a Cavalera está iniciando contatos internacionais”, diz Alberto Hiar, que ainda completa: “O streetwear brasileiro está evoluindo para um estilo com mais personalidade. E isso é muito importante, pois reflete a cultura do nosso país”.

Mas será que o consumidor assimila bem o streetwear de luxo? Para o editor de moda da revista GQ Sylvain Justum, a resposta é sim. “O mais bacana da sofisticação do streetwear é que mesmo o consumidor sendo clássico, ele pode pinçar alguma peça de influência mais street e ficar bem, com um visual que não é adolescente e que tem muita informação de moda”, afirma.Ou seja, mesmo que o estilo do consumidor seja dos mais clássicos, investir num moletom – um tecido extremamente street - com corte de alfaiataria pode ser um jeito simples e discreto de atualizar o guarda-roupa. Uma garota que só usa vestidos pode agregar muito mais informação de moda no visual com uma despretensiosa jaquetinha de modelagem mais militar. É bonito, é atual e dá vontade de usar. Basta treinar o olhar.

Quem ganha é o consumidor

Moda com inspiração esportiva muda, ganha interpretações luxuosas e cai no gosto dos consumidores

Por Glauco SabinoStreetwear é luxo

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Mesmo tendo a década de 60 como o grande marco inicial da moda de rua influenciando as passarelas, o streetwear, acredite, começou bem antes, na década de 40. “Nessa época surgiram os Zazous, na França”, conta Lula Rodrigues. Tratava-se de um grupo de jovens contra o regime pós-Segunda Guerra Mundial, que procurava expressar sua individualidade – essência do streetwear – através de um visual específico: ternos compridos com ombros acentuados e lapela grande, calças amplas e meias coloridas, basicamente.Já nos anos 50, o surgimento do rock and roll provocou na juventude norte-americana o desejo pela sua própria moda. Era a década dos rockabillies. Assim, apareceu o estilo colegial, que teve origem no sportswear. O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo jovem da época.Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Os jovens começavam a se opor à sociedade de consumo vigente, iniciando uma transformação radical na forma de se vestir. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e não era mais derivada dos mais velhos. Um dos grandes marcos desse período são os mods, garotos londrinos que “usavam paletó cintado, gravatas largas e botinas”, conta Lula. Marcado pelo movimento hippie, a década de 70 é, sem dúvida, um dos mais importantes períodos da história do streetwear. Foi no começo do período que o hip-hop, surgido no final dos anos 60 começou a se consolidar. Com ele, jovens negros e latinos dos

Senta que lá vem a história subúrbios nova-iorquinos ganharam voz e sua maneira de se vestir – com roupas esportivas e tênis (para facilitar a prática do break dancing) – conquistou visibilidade.Com o nascimento da MTV na década de 80, o hip-hop atinge outro patamar. “O videoclipe passa a exigir um figurino mais sofisticado por parte dos rappers, fazendo surgir até a profissão de stylist, que fazia essa ponte entre as ruas e a televisão”, conta Lula. Famosos e com dinheiro, esses músicos passam a querer exibir o status alcançado com roupas cada vez mais caras e chamativas: casacos de pele e muitas jóias em ouro viram uniforme. Alguns cantores criam até suas próprias grifes. Na Inglaterra, não podemos esquecer, surgia também o movimento punk, que com seu estilo peculiar chacoalhou as estruturas da moda mundial.Nos anos 90, o estilo hip-hop divide atenções com outra corrente que estava nascendo: a moda grunge. Essa, novamente influenciada pela música e pelo comportamento jovem das ruas. O streetwear se impôs de uma tal forma que a situação acaba por se inverteu totalmente. O ateliê que guardava as idéias a sete chaves antes de lançá-las nas passarelas passa a se inspirar no que os jovens já estavam usando, reinterpretando para uma proposta mais sofisticada. Outros grupos também se impõem, todos eles com o caráter de underground. As subculturas, os excluídos e os desfavorecidos passam a ser o referencial.Hoje, marcas consideradas de “alta moda” ganham bilhões desenvolvendo coleções mais cool. D&G, de Dolce Gabbana, tem boinas, bonés, testeiras, pulseiras e até bandanas. A Dior passou a utilizar algumas modelos negras, colocou dreads nelas e até usou trilha sonora de rap em um dos desfiles. Louis Vuitton tem viseiras e mochilas. E em qualquer desses shows, a primeira fila tem sempre algum representante do rap. Mary J., P.Diddy, Lil' Kim são algumas dessas figuras.

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TransparênciaAmando de Barros, 350 - Loja 1

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o espetáculo da vidada redação | fotos malu ornelas

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a era da internet e jogos virtuais com extrema violência, o circo chega trazendo o lirismo em seus containers, cores carregadas de sonhos na maquiagem e uma proposta tão sincera quanto o sorriso de uma criança.Olhos que vêem e sentem, olhos que revelam. Que captam o principal e abandonam o secundário. Que N

são capazes de encantar tal como o circo, seja uma mega estrutura ou qualquer circo mambembe de beira de estrada, que nos devolvem a infância e aquilo em que Platão via a origem de todo o conhecimento: o espanto.Bem-vindo ao grande espetáculo do mundo e do circo.

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ma vida em constante mudança. A vida no circo muda, mas muda apenas de local físico. Os sonhos e ideais permanecem inalterados. O sonho de Fernanda (sim, apenas Fernanda, como prefere ser chamada), desde sua infância, era fazer parte desse mundo mágico que é o circo. A história dela parece ser o inverso do desejo de muitas jovens: ela começou como modelo, atuando em vários editoriais e passarelas, trabalhando para diversas marcas e lojas, depois deixou esse trabalho de lado para dedicar-se ao circo, sua verdadeira vocação. Ela conta que ao apresentar-se no circo com um espetáculo de balet em sua cidade natal, Ponta Grossa, no Paraná, acabou conhecendo os envolvidos no espetáculo, e assim nunca mais parou de se apresentar, aprendendo novos números. Apesar de ter apenas 23 anos de idade, Fernanda atua no circo há 7 anos, fazendo lindos movimentos na lira e nos tecidos. O que mais impressiona é que Fernanda não vem de uma família de artistas circenses, como é comum nesse meio. Apenas ela em sua família atua no circo, mas recebe o apoio de todos que, sempre que possível, a visitam e passam alguns dias com ela na cidade em que está, embora o momento de escolha pelo circo ter sido um choque inicial para sua mãe

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principalmente, pois ela estava bem encaminhada em sua carreira como modelo, prestes a participar de uma seleção para o São Paulo Fashion Week. Conheceu seu marido no circo, o que também a influenciou a dedicar sua vida às artes circenses, e o sonho do circo acabou falando mais alto.Fernanda gosta do fato de estar a cada período em uma cidade diferente, e é disso que ela mais gosta: conhecer novos lugares e pessoas, apesar de assim não conseguir cultivar amizades, somente através das redes sociais na internet. As crianças que nascem e crescem no circo também tem que se adaptar a essa vida de mudanças, sendo matriculadas em uma escola diferente a cada cidade. A maior dificuldade encontrada é a falta de estrutura em algumas cidades visitadas, às vezes ficando sem água e sem energia elétrica.Para suas apresentações, Fernanda se produz e se maquia, transformando-se num personagem que muitas vezes se mistura com a própria artista, que, assim como no picadeiro faz inúmeros movimentos com o corpo e se desdobra com o ritmo de mudanças constantes.Cair e levantar também faz parte da vida de todo artista circense, mas ele nunca se deixa abalar, pois o show tem que continuar.

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no picadeiro,as cores do verão

Resgatando os bons tempos, a moda ganha vida com as tendências da estação.Com os looks coloridos e descontraidos da temporada,o verão pede ousadia e criatividade para a alegria do responsável público.

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Suelen veste vestido

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Mauro veste camisa pólo CataVento

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saia CataVento

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Rayara veste vestido MAMP, Alessandro veste camisa Happy, camiseta Happy e calça MAMP

Maria Júlia veste bata, cinto Transparência e óculos Óticas Roberto, Ingrid veste saia longa Sabrina Taufic e camiseta MAMP, Rayara veste vestido Happy e camisete jeans Happy

Rayara veste bata masculina Happy e

óculos Óticas Roberto

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Helen veste body Transparência

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Helen veste vestido Mel e Limão e calça Rodeo Way

Ingrid veste blazer curto Visto, shorts Happy

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Maria Júlia veste camisete Rodeo Way,shorts Visto e óculos

Ótica Santa Luzia

Rayara veste vestidofesta Spazzio Bianco

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Ricardo veste camisa Happy, camiseta Happy e óculos Óticas Carol

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shorts MAMP

Helen veste blusa Moça Bonita e shorts Happy

Ingrid veste camisa jeans Rodeo Way, camiseta Sabrina Taufic, shorts Cores da Moda

e óculos Ótica Santa Luzia

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Suelen veste vestido Sabrina Taufic

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Rayara veste vestido festa Spazzio Bianco

Helen veste bata Moça Bonita e calça jeans Rodeo Way

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Ingrid veste vestido Transparência

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Suelen veste vestido Sabrina Taufic

Maria Júlia veste vestido Moça Bonita

Maria Júlia veste blusa Mel & Limão, shorts Visto e óculos Ótica

Santa Luzia

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Rayara veste camisa masculina Spazzio Bianco, colete masculino

Spazzio Bianco e mini saia HappyIngrid veste macacão Visto

Maria Júlia veste calça jeans Sabrina Taufic e colete Transparência

Helen veste blusa Happy e calça Cores da Moda

Helen veste vestido Happy e óculos Ótica Santa Luzia

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fotos Malu Ornelasmaquiagem Maria Pia assistentes Lilian Ornelas | Murilo Murback

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Da esquerda para a direita:

Mauro veste colete Spazzio BiancoHelen veste vestido Mel & Limão

Ricardo veste camiseta Happy e calça social Spazzio BiancoMaria Júlia veste vestido de noiva Spazzio Bianco

Alessandro veste camiseta happy, calça social spazzio biancoSuelen veste vestido Cores da ModaIngrid veste vestido Spazzio Bianco

Rayara veste vestido Moça Bonita

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imone dos Santos Leal, mais conhecida como Preciosa, tornou-se um patrimônio municipal na principal rua comercial de Botucatu. Diariamente vendendo seus deliciosos sonhos para os clientes que conquistou com sua simpatia e com o sabor de seus doces, é também um exemplo de vida e dedicação.Com 33 anos, casada, mãe de três filhos, Simone começa cedo sua rotina, mais precisamente às 4h da manhã, quando começa a preparar a massa dos sonhos, que precisa de tempo para estar pronta a ser frita, às 8h30. Nesse intervalo, cuida da casa, dos filhos que precisam ir para a escola e do marido que é surdo.Essa rotina se repete há 10 anos, desde que aprendeu a preparar os sonhos que hoje em dia são comprados até mesmo pela pessoa que a ensinou a prepará-los. Todos esses anos vende praticamente no mesmo lugar, sem contar os 2 anos que vendeu na Unesp em Rubião Júnior.Nascida no Paraná, Simone reside em Botucatu desde a infância, após seu pai falecer e ela ser obrigada a sair de sua casa para evitar ser molestada sexualmente por seu padrasto e seus próprios

parentes que deveriam cuidar dela. Embora sempre restem mágoas, ao invés de usar a amargura como desculpa para usar drogas legais e ilícitas ou se embebedar, decidiu enfrentar a vida

com dignidade, sempre com muita fé de que poderia mudar sua história.“A fome e a necessidade despertam a inteligência no ser humano. Eu achava que não era

capaz de aprender a fazer os sonhos, até que a extrema necessidade me levou a aprender e hoje sustento minha família e pago meu aluguel com o meu trabalho”,

relata Simone.Segundo ela, o segredo do sucesso dos seus sonhos é o amor com que são preparados e o segredo para atender bem os clientes atualmente é usar de psicologia. Sim, as pessoas sentem uma grande necessidade de conversar e ela está sempre disposta a ouvir e dar conselhos.O apelido carinhoso “Preciosa” surgiu após Simone ler um versículo bíblico que dizia que todos são preciosos para Deus. A partir desse momento, passou a chamar todos que encontrava de “precioso” e acabou tornando-se uma de suas marcas registradas.

Alguns, infelizmente, já tentaram por várias vezes impedir Simone de trabalhar, até que ela conseguisse uma autorização definitiva para

poder exercer com tranqüilidade seu meio de vida. Muitos que a perseguiam por fim se arrependeram e pediram desculpa por tentar impedi-la de vender seus sonhos, e hoje ela trabalha feliz em seu espaço merecidamente conquistado.

A desigualdade social ainda causa frustração em Simone, que convive diariamente com todo tipo de pessoas e sente na pele a indiferença de boa parte da população. Mas apesar disso, ama o

que faz e diz que não saberia viver sem sua profissão e sem o contato próximo com seus milhares de clientes, com os quais

as vezes chora junto e muitas vezes sorri junto.Será que a crise financeira atingiu os sonhos? “Vendo um

sonho por R$ 2,00. Para alguns esse dinheiro não irá fazer falta, mas uma mãe de família sem muitos

recursos prefere usar esse mesmo dinheiro para comprar cinco pães. Ninguém deixa de comprar cinco pães para comprar um sonho. Todos nós somos atingidos pela crise, de uma forma ou de outra”, analisa Simone.Mas, mantendo sempre um tom positivo, esse exemplo de vida nos mostra que é possível mudar nossa própria realidade, com muito esforço, trabalho e determinação. Não abandone seus sonhos, nunca.

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o Brasil, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, permite que a pessoa transexual troque de nome, após passar pela cirurgia de mudança de sexo. Mas em nossa região, Botucatu é a primeira cidade a emitir um decreto municipal no qual se permite que travestis sejam chamados pelo nome social.

A medida foi criada a fim de evitar constrangimentos ao serem atendidos em órgãos públicos e outras instituições. Assim, as repartições municipais devem adotar o nome social para os homossexuais. Esse seria o novo nome, que foi escolhido pela pessoa depois de assumir a nova orientação sexual.

O nome social deve ser colocado em primeiro lugar e entre parênteses antes do nome do registro de nascimento e na hora de se referir a elas, os funcionários dos órgãos estaduais deverão utilizar os nomes sociais e não mais os que constam no registro de nascimento.

O travesti Vivian Ferreira de Andrade, além de fazer uso do nome social ao utilizar as repartições públicas ainda faz uso do mesmo no próprio trabalho como agente de saúde, sendo identificado no crachá pelo nome social. Nasceu como Marcos Vinicius, mas desde os 18 anos escolheu o nome Vivian para ser chamado.

Segundo Vivian, o nome social confere mais dignidade ao travesti e homossexual, mas ainda não elimina o preconceito de boa parte da sociedade.

“O preconceito existe, está instalado na sociedade. E não apenas preconceito contra o homossexual, o travesti e o transexual. Ele existe também contra a mulher, o gordo, o negro. Mas quem fica se preocupando muito com isso demonstra na verdade fraqueza, afinal não adianta ficar reclamando. Ele existe de fato e não sou eu quem vai acabar com ele de uma hora para outra, então eu não penso muito nisso”, diz Vivian.

Ela relata que até mesmo no trabalho enfrentou dificuldades no início, mas hoje, após 4 anos, os colegas de trabalho a respeitam como pessoa e usam o seu nome social. Se alguém o procurar por seu nome de batismo em sua repartição, ninguém saberá de quem se trata.

O fato de ser travesti até mesmo ajuda em partes no seu trabalho, visto que Vivian trabalha com prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HIV e hepatites virais, sendo que a principal população atendida são as profissionais do sexo, travestis, homossexuais e usuários de drogas. Por ser uma população que já enfrenta regularmente o preconceito, mesmo problema já enfrentado por Vivian, o contato acaba se tornando mais fácil.

“Eu mudei muito e esse trabalho expandiu minha mente. Conheci coisas que achei que nunca fosse conhecer, passei por cima de meus próprios limites próprios e hoje sou uma pessoa totalmente diferente do que eu era quando comecei a trabalhar a quatro anos atrás. Aprendi muita coisa e muitos que trabalham comigo também aprenderam, deixando de lado o estereótipo e quebrando preconceitos. Hoje tenho várias amigas e pessoas que tem um carinho muito grande por mim”, finaliza Vivian.

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próximo verão vem com ares de anos 70 e traz as saias longas de volta com ele. Nas passarelas internacionais, elas apareceram em vários desfiles, como na Louis

Vuitton, Miu Miu, Hermès, Elie Saab e Chloé. Não que todas essas grifes estivessem embarcando numa viagem hippie. Como explica a stylist Manu Carvalho, responsável por vestir cantoras e celebs nacionais: “esse estilo é reinterpretado de acordo com o perfil de cada marca e da intenção de cada estilista para a coleção”. Para aderir à tendência e não errar, ela diz que o melhor é sempre ter em mente a proposta básica desse tipo de silhueta: “A saia longa está mais ligada ao campo, à inspiração étnica. Portanto, tem um apelo mais casual. No trabalho, por exemplo, dá até para usar. Mas, somente se o ambiente permitir esse clima mais relax”. Nesses casos, opte por tecidos opacos, aqueles “tecido de dia”, como tricoline, malha, sarja, algodão, brim e jeans. Já para a noite, dá para ousar em tecidos mais leves ou brilhantes, como sedas e rendas. Tudo, claro, dependendo do ambiente e da sua intenção. “Penso em saia longa naquele momento chopp com os amigos, num barzinho, combinado com brincões, uma bolsa molenga... Se a balada pede uma produção mais sexy ou sua intenção é ser mais apimentada, os comprimentos mais curtos ainda são imbatíveis”, opina a stylist. Outro bom motivo pra usar saias longas no dia a dia é que esses modelos deixam a silhueta mais alongada, até mesmo para as baixinhas. Mas para isso o comprimento ideal é na altura do tornozelo ou até mais comprido que isso. Se ela termina no meio da batata da perna, o efeito é contrário, deixa baixinha e mais cheinha. “Também não podemos esquecer daquela regra de proporção: linhas verticais alongam e linhas horizontais achatam a silhueta”, ensina Manu. Para ajustar e minimizar esses “cortes horizontais”, vale investir numa saia longa de pregas verticais,

Longo verãopor Glauco Sabino

numa malha canelada ou ainda em sobreposições que adicionam essas linhas verticais ao visual, como um colete sobre camiseta. Outro truque já bem conhecido das mulheres para alongar e emagrecer vale no uso das saias também: construa um look monocromático, com as duas peças na mesma cartela de cores (uma peça pode ser mais escura que a outra, desde que sejam do mesmo tom). “A maioria das atrizes são mais baixas do que a gente pensa, mas quando elas se utilizam desses truques, temos a impressão na foto ou no vídeo de que elas são bem mais altas”, brinca. Quanto aos acessórios, pense em brincos e colares compridos que ajudam nessa sensação visual mais alongada. Cuidado somente com os cintos: “cintos largos e de cores contrastantes com a roupa, cortam o visual no meio. Cintos mais finos, no mesmo tom do look, ficam quase invisíveis, acrescentam charme e não dividem a silhueta”. Já para os sapatos, Manu acredita que as rasteirinhas são as melhores opções, já que seguem o clima dessa proposta mais relaxada das saias. O calçado pode ter tiras grossas, aplicações de pedras, tachas... Daí, vai do seu gosto e estilo pessoal. “Apesar de pessoalmente não gostar, já vi mulheres de salto e saia longa. Não fica ruim, mas é tudo questão de estilo”, finaliza a stylist.

Glauco Sabino é colunista do iG e roteirista do programa GNT Fashion. Em seu blog www.descolex.com divide seus achados de moda e arte urbana. Twitter: @descolex

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