Posicionamentos e mud posição 2010

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Curso de Formação Prestação de cuidados a pessoas idosas e a dependentes 1 Curso de Formação Prestação de Cuidados a Pessoas Idosas e a Dependentes Fisioterapeuta Armanda Rodrigues E-mail: [email protected] Licenciada em Fisioterapia Pós-Graduação em Gerontologia

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Curso de Formação – Prestação de cuidados a pessoas idosas e a

dependentes

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Curso de Formação

Prestação de Cuidados a Pessoas Idosas e a

Dependentes

Fisioterapeuta

Armanda Rodrigues

E-mail: [email protected]

Licenciada em Fisioterapia

Pós-Graduação em Gerontologia

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dependentes

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Conteúdos Programáticos

Índice geral

1. Posicionamentos e Mudanças de Posição

2. Síndrome de Imobilização

3. Treino Funcional

3.1 Técnicas de mobilidade (utentes dependentes/muito

dependentes e semi-dependentes)

3.2 Técnicas de transferência (utentes semi-dependentes)

3.3 Acompanhamento (utentes independentes mas com

necessidade de vigilância ou acompanhamento próximo)

4. Prevenção de quedas nos idosos

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1. Posicionamentos e Mudanças de Posição

Nas fases em que o utente necessite de períodos de acamamento, o seu bom

posicionamento e uma mobilidade adequada, facilitará a manutenção da integridade

da pele, das amplitudes articulares e do movimento.

Este é o período de maior risco do desenvolvimento de zonas de pressão. Estas

devem-se essencialmente a:

o Alterações circulatórias

o Alterações respiratórias

o Alterações do movimento e das amplitudes articulares

Embora a Fisioterapia tenha um papel primordial na prevenção, facilitação e

ensino, ao utente e à sua família ou outros cuidadores, das melhores condutas a seguir,

cabe a todos os o papel de estar atento e alertar aqueles que possam agir.

a. Posicionamentos

São utilizados para evitar:

Contracturas

Encurtamentos

Perca de amplitude articular

Complicações respiratórias e/ou circulatórias

Zonas de pressão

Estas complicações podem ocorrer como consequência da hipertonia, alterações

da mobilidade articular e do mau posicionamento. A idade é um factor importante a

considerar, uma vez que a actividade global tem tendência a diminuir.

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Um posicionamento eficaz deve:

o promover o conforto; deve adaptar-se o posicionamento às necessidades do

doente, e sempre que possível ter uma acção conjunta com o mesmo.

o prevenir as alterações do tónus muscular, movimento e amplitudes

articulares; o posicionamento escolhido deve facilitar a mobilidade e

mobilização do utente e a estimulação sensorial e proprioceptiva.

o prevenir zonas de pressão

b. Úlceras e Zonas de Pressão

Podem ter etiologia diversa, sendo as mais frequentes:

Alterações da sensibilidade e dos movimentos voluntários

Alterações do controle vasomotor (ie, as alterações da circulação produzem

uma diminuição da resistência à pressão)

Posicionamentos (sabe-se que as zonas de pressão se desenvolvem sobretudo

nas proeminências ósseas, especialmente nas posições de sentado e de

deitado).

Fases de desenvolvimento

1ª fase

Distúrbio circulatório com produção de eritema e edema, esta inflamação

desaparece em 48h, se for aliviada a pressão.

2ª fase

Existência de lesão tecidular a nível cutâneo ocorre estase vascular com

rubor, o descongestionamento da área não desaparece à descompressão. Levando ao

desenvolvimento de úlcera e necrose superficial

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3ª fase

Existência de uma necrose extensa com destruição do tecido subcutâneo,

fascia, músculos e osso. A infecção estende-se ao osso, periósteo e osteomelíte, que

pode resultar em destruição articular.

Em casos muito graves pode conduzir à septicemia e morte.

Preservação da integridade da pele

Em conjunto com outros profissionais de saúde o fisioterapeuta dispõe de

estratégias de prevenção:

Boa higiene da pele

Colchões e outros materiais anti-escara

Camas articuladas

Permitem a alterar o decúbito

Posicionamentos correctos (recorrendo a)

Decúbitos

Meios auxiliares

Decúbito dorsal Almofadas

Decúbito ventral Talas

Decúbito lateral Gaiolas

Semi-decúbito Cama articulada

Colchões e outros materiais anti-escara

...

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Mudanças de decúbito (posição)

o dependendo da tolerância da pele

o no máximo de 3 em 3 horas

Arranjar estratégias para que todos os cuidadores saibam a que horas

foi feita a última mudança de decúbito e qual o posicionamento

anterior.

As zonas de pressão são comuns na posição de deitado e de sentado e

localizam-se sobretudo na região das proeminências ósseas.

Ao localiza-las podemos preveni-las com mais facilidade.

Posicionamento em decúbito dorsal

Ter em conta:

o Curvaturas fisiológicas

o Descarga das zonas de pressão

o Alívio total das zonas de pressão quando existir o mínimo sinal de alarme

o Membros superiores ligeiramente abduzidos

o Cotovelos semi-flectidos, dedos ligeiramente abertos e semi-flectidos

o Tíbio-társica em posição neutra (evitar o peso da roupa)

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Devemos dar especial atenção às regiões indicadas e protege-las com

auxiliares que minimizem a pressão.

Suporte da região poplíteia, manutenção dos membros em posição neutra,

evitar a flexão plantar (colocar gaiola, sempre que necessário). Se o utente é

totalmente dependente devem ser protegidas todas as regiões acima indicadas, sempre

que se verificar alterações na tonalidade a pele, ou quaisquer sinais de

desenvolvimento de zona de pressão.

Exemplos:

Totalmente dependente

o Colocação em posição neutra da cabeça, tronco e membros

o 1 almofada na cabeça e

ombros

o 1 almofada em cada membro

o evitar o contacto dos

calcâneos

Parcialmente dependente

Segue os mesmos princípios

da posição anterior, no

entanto não necessita de tanto

suporte do lado menos

dependente.

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Posicionamento em decúbito lateral

Ter em conta

o Cabeça -/segmento cervical suportado

o Membro superior em apoio

o Membro superior contra lateral semi-flectido sobre o tronco ou apoiado

sobre uma almofada

o Posicionamento funcional da mão

o Membro inferior em apoio (anca em extensão, tíbio-társica suportada e

bem posicionada tendo em atenção o maléolo externo)

Ao colocarmos um utente nesta posição devemos proteger as regiões onde a

pressão é maior, tal como indicado na figura.

M.I. Supra-lateral, deve ser suportado por almofadas com anca e joelho a 90º e

posição neutra

M.I. infra-lateral, extensão da anca e joelho, em posição neutra.

Estabilizar a pélvis com almofadas

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Exemplos:

Totalmente dependente

o almofada entre as costas e a

cama

o manter o ombro infra-lateral

ligeiramente anteriorizado

o suportar a mão infra-lateral na

almofada da cabeça

o manter o membro supra-lateral

ao nível do ombro

o manter os joelhos em flexão com uma almofada entre os dois

Lateral com suporte apenas nos membros inferiores

Posicionamento em Semi-decúbito

Pode ser um bom auxiliar quando o utente é muito dependente ou totalmente

dependente, uma vez que passa muito tempo no leito e com o passar dos dias fica

saturado dos posicionamentos clássicos, ajudando a aliviar a pressão.

O posicionamento é semelhante ao decúbito lateral, o que difere é a

estabilização da pélvis, que pode ser feita nos 45º posteriores ou 45º anteriores.

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Exemplos:

Semelhante à imagem anterior, mas com suporte apenas dos membros superiores

Semelhante à anterior com suporte apenas nos membros inferiores

Decúbito ventral

Por vezes, é necessário colocar o utente na posição de ventral, embora não seja

comum dado ser pouco confortável. No entanto, também neste decúbito existem

regiões mais sensíveis, que é necessário proteger.

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Sentado

Quando o utente se encontra

numa cadeira de rodas, ou simplesmente

numa cadeira é necessário ter em

atenção, para além do seu ajustamento, o

tempo em que permanece na mesma e os

pontos em que podem desenvolver-se

zonas de pressão.

Actividades na cadeira ou cadeira de rodas para aliviar as zonas de pressão

Nestes utentes é importante realizar e/ou que estes realizem algumas

actividades como forma de reduzir o risco de desenvolver zonas de pressão.

Estas podem ser realizadas pelo próprio, sempre

que possível ou por terceiros. Em seguida, mostramos

alguns exemplos de exercícios que podem ser

realizados. Salienta-se que não é só na cama que o

utente necessita de ser movimentado, num máximo de 3

horas, mas que também aqueles que permanecem

sentados precisam desse apoio.

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2. Síndrome de Imobilização

a. Descrição

Embora não me pareça correcto fazer uma descrição pormenorizada, de um

modo simples caracteriza-se por um somatório de situações que se vão

acumulando, como por exemplo: sedentarismo, falta de visão, perda da

capacidade de se deslocar fora da habitação,… e que levam em última estância ao

acamamento, à perda de função, diminuição das amplitudes articulares, perda da

força….

b. Prevenção

A melhor forma é manter a pessoa activa à medida que o tempo passa, quer

física quer psiquicamente. O que pode ser feito através de actividades autónomas ou

assistidas.

Quando essas actividades não são possíveis cabe a terceiros zelar pela

manutenção das amplitudes articulares estimulando toda a actividade possível, por

menor que seja. Nestes casos a mobilização tem um papel fundamental, uma vez que

vai estimular a função dos segmentos ajudando a manter as suas amplitudes, o que se

torna fundamental uma vez que nunca se sabe quando o utente vai recuperar a função.

Abaixo estão descritas formas de prevenção desta síndrome e de auxílio

àqueles que de alguma forma tenham incapacidade (contudo os temas acima

abordados também contribuem para prevenir esta situação).

c. Importância da mobilização

A manutenção das amplitudes articulares e do comprimento muscular, além do

objectivo implícito, têm um papel fundamental na prevenção de contracturas

musculares, estimulação da circulação e manutenção da integridade intra-articular

além de facilitarem a higiene.

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É particularmente importante preservar:

Extensão do cotovelo

Flexão das metacarpo-

falângicas (mínimo 90º)

Facilita a mobilidade e a acção

tenodeses

Comprimento dos flexores da

anca Facilita a posição de pé

Possível marcha Mobilidade da rótula

Abdução

Mobilização passiva

Deve fazer-se mobilização passiva de modo que as amplitudes referidas sejam

mantidas. Esta deve ser lenta, suave e rítmica, tendo em consideração a

estabilidade do utente, sendo fundamental evitar amplitudes extremas.

Ombro Não ultrapassar 90º de flexão e abdução

Anca

Não ultrapassar os 90º de flexão da

anca, e joelho.

Não ultrapassar 45º de abdução da anca

Mobilização activa ou activa-assistida

É realizada pelo próprio e por vezes com o auxílio de terceiros e tem a mesma

finalidade que a passiva. Devem ser feitos os mesmos movimentos sejam eles

puros ou realizados em actividades. Ao contrário da passiva estes permitem

melhorar ainda a força muscular e a coordenação do movimento. Aumentando

assim os seus benefícios.

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Posição de pé (Levante e aspectos importantes para manter a posição

de pé)

Todos os utentes, independentemente de virem a realizar marcha ou não,

devem ser encorajados a colocarem-se na posição de pé com regularidade. Pois

esta posição trás benefícios em relação:

Contracturas nos membros inferiores

Osteoporose

Circulação sanguínea

Função renal

Espasticidade

Tensão arterial

Preservação da integridade da pele

Manutenção da função respiratória

Reeducação do equilíbrio

Fortalecimento muscular

Readaptação a posição

Marcha e sua importância

Além de todos os benefícios da posição, a marcha é um importante factor na

independência do utente, auxiliando em muito as tarefas do cuidador. Esta mesmo

que realizada com dificuldade e incorrecção é um estímulo para o utente e um

factor importante na sua auto-estima. É fundamental que o cuidador estimule o

utente nesta actividade, para que seja mantida o máximo de tempo possível.

Tendo em conta os aspectos focados, as actividades referidas (mobilização,

posição de pé...) devem iniciar-se o mais cedo possível de forma a manter ou

melhorar a força, a amplitude muscular e articular e como forma de prevenção da

síndrome de imobilização.

Esta é uma importante abordagem de maneira a promover uma melhor

performance física, para posterior fase de reabilitação activa no caminho da

funcionalidade e do aumento da qualidade de vida.

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3. Treino Funcional

3.1 Técnicas de mobilidade

Iniciar a mobilidade do utente precocemente, facilita o bom desenvolvimento de

padrões de movimento, independência e auto-controlo. Ao utilizar técnicas de

facilitação da mobilidade na cama, tal como nos posicionamentos devemos ter em

atenção os seguintes aspectos:

o Não arrastar o corpo na cama

o Não puxar articulações

o Evitar amplitudes extremas

o Solicitar o máximo de actividade possível ao utente

o Manter as articulações bem posicionadas durante as mudanças de posição

Técnicas de mobilidade na cama para utentes totalmente

dependentes ou muito dependentes

Deslocar o utente deitado no sentido cefálico ou caudal

2 assistentes

2 assistentes, com lençol

1 assistente

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Sentar o utente na cama

2 assistentes

1 assistente

Mover o utente sentado no sentido cefálico ou caudal

2 assistentes

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1 assistente

Mover o utente sentado no sentido caudal + deitar

2 assistentes

Passar da posição de deitado para a posição de sentado com as pernas

fora da cama

2 assistentes, ajuda total

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1 assistente, ajuda parcial

Passar da posição de sentado com as pernas fora da cama para a posição

de deitado

2 assistentes, ajuda total

1 assistente, ajuda total

3.2 Técnicas de transferência

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Transferência do utente

A transferência do utente de uma superfície para outra, pode ser realizada pelo

próprio ou por terceiros da forma mais segura possível. As estratégias de

transferência, devem ser adequadas ao tipo de superfície para a qual o utente vai ser

transferido, e estar de acordo com seu o nível funcional.

As transferências mais básicas são da CRcolchão/cama, com as diferentes

abordagens: obliqua, com os pés no colchão; as da CR sanita, CR banheira e CR

carro.

Se o utente tem um maior nível de independência podem ser ensinadas

transferências mais avançadas, como: CRchão, e outro tipo de abordagem:

anterior/obliqua, subida de costas e de frente.

As transferências podem ser realizadas de forma correcta ou/incorrecta

Riscos e benefícios

Uma transferência é feita de forma correcta quando:

respeita a fisiologia do ser humano,

o centro de gravidade cai sobre a base de sustentação

é realizada com o mínimo esforço possível

X

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Vamos então munir-nos de técnicas que:

aumentem o braço da alavanca

aumentem a base de sustentação

diminuam o esforço necessário

Minimizando os riscos e aumentando a vantagem mecânica

Cuidados a ter:

avaliação da condição do utente

trabalho em equipa, sempre que possível

estabelecer estratégias de transferência antes de abordar o utente

comandos de voz

postura

segurança nossa/utente

comodidade do utente

confiança

a. Cadeira de rodas

Diâmbulação em cadeira de rodas Acamados

Com autonomia Totalmente Dependentes

Com ajuda de terceiros

Utilizada por utentes semi-dependentes, que

deambulam a maior parte das vezes acompanhados.

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Na actualidade existem inúmeros tipos de cadeiras de rodas, desde a cadeira

universal, a de liga leve, de comando eléctrico, de desporto,...

Conhecer a cadeira de rodas e os seus componente tem como objectivo a melhor

escolha, face à função, patologia e incapacidade do utente. É igualmente importante

saber as características do local onde vai ser usada e como.

A sua dimensão deve ser adequada para que proporcione uma postura correcta,

a maior independência possível e uma mobilidade fácil.

A sua prescrição deve ser feita por um profissional competente, seguindo

regras especificas e não comprada por familiares que se deslocam às lojas.

Transferências da cama/cadeira e vice-versa em utentes semi-

dependentes

Transferência da cama para a cadeira

2 assistentes, ajuda total

1 assistente + tábua de transferências

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1 assistente (sem tábua)

1 assistente (partindo da posição de sentado com as pernas fora da cama)

Transferência da cadeira (de rodas) para a cama

2 assistentes, ajuda total

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1 assistente + tábua de transferências

1 assistente, (partindo da posição de sentado com as pernas fora da cama)

Passagem da posição de sentado para a posição de pé

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Deambulação com cadeira de rodas

Subir passeios

1ª forma

2ª forma

Descer passeios

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Subir e descer escadas

Entrar no carro

3.2 Acompanhamento

Acompanhamento de Marcha

Andarilho

Como se regula a altura

Esta é uma tarefa relativamente

complicada, uma vez que os critérios para

regular a sua altura dependem de vários

factores (equilíbrio, postura...), geralmente

se o utente tiver uma postura “normal” a

cintura é o ponto de referência, uma vez

que os utentes com andarilho adoptam

uma postura curvada, com deslocação do

centro de gravidade para a frente.

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Como andar

O andarilho é um dos auxiliares de marcha que dá mais apoio ao utente.

Normalmente é necessária apenas supervisão.

O andarilho com rodas, avança em simultâneo com o utente. No caso de

um andarilho sem rodas, avança primeiro o andarilho e só depois os membros

inferiores. Quando existe um membro lesado este deve avançar em primeiro

lugar, caso o andarilho seja apenas um suporte da marcha é indiferente qual

dos membros avança.

Como acompanhar

De lado, no caso de ser necessária apenas supervisão ou ligeiramente

atrás e ao lado se houver necessidade de suporte (que deve ser dado na

cintura).

Canadianas / tripés / quadripés / bengalas

Como se regula a altura

Deve colocar-se o indivíduo em pé, sendo que o nível do apoio

da canadiana (pega) deve ser regulado ao nível da saliência do

grande trocânter (salvo raras excepções – cifoses acentuadas,

membros superiores curtos). O indivíduo em canadianas deve ficar

com os cotovelos ligeiramente flectidos e canadianas ligeiramente

afastadas na base (+/- um palmo para a frente e para o lado dos pés).

Andar

O tipo de marcha adoptado depende do grau de dependência do utente.

Esta pode ser realizada a 2, 3 e 4 pontos, sendo a mais comum a primeira. O

tipo de marcha a adoptar é da responsabilidade do serviço de medicina física e

reabilitação, devendo as suas indicações ser respeitadas e adaptadas a cada

situação, para segurança do utente e da responsabilidade de quem o

acompanha.

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Com uma canadiana / tripé / bengala

Esta deve ser utilizada do lado são. Avançando em

primeiro lugar o auxiliar de marcha, de seguida o membro

lesado e por fim o membro são.

Subir e descer degraus

Esta depende do tipo de marcha adoptado. Consideremos para exemplo a

marcha a 2 pontos, por ser a mais usual.

- Subir degraus

1. Suba a perna boa;

2. Depois a perna lesada (nunca deixar este membro sem apoio);

3. E por fim as canadianas (devem ficar bem no meio no degrau).

- Descer escadas

1. Ponha as canadianas no degrau de baixo;

2. Desça a perna lesada;

3. E por fim desça a perna boa.

Quando falamos de utentes que usam apenas um auxiliar de marcha, devem

sempre que possível utilizar o corrimão. No caso da sua inexistência os princípios são

os mesmos que os utilizados com dois auxiliares.

Acompanhar

Devemos sempre que necessário, acompanhar os utentes que

necessitam de auxiliares de marcha para locomoção, do lado não lesado no

caso de lesões ortopédicas, ou do lado lesado se falarmos de uma lesão

neurológica. Quando houver necessidade de ajudar o utente, o auxílio

deve, sempre que possível, ser feito por trás e ligeiramente para o lado do

utente apoiando-o na cintura, de modo a facilitar a transferência de peso

para o pé de apoio, libertando o membro que vai iniciar movimento.

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Se falamos de lesões neurológicas com alteração da percepção e da

linguagem podemos abrir uma excepção e acompanhar o utente de frente

uma vez que ao comunicarmos com o utente, nas suas costas, ele não nos

perceberá ou terá dificuldade. As mãos deveram dar apoio na cintura

lateralmente e não dar as mãos ao utente, uma vez que tendencialmente o

vamos puxar e não conduzir.

Ao acompanhamos o utente nas escadas devemos colocar-nos de lado,

se o utente apenas necessitar de supervisão. No caso de o utente necessitar

de auxilio devemos colocar-nos um degrau abaixo deste, com a excepção

dos casos neurológicos com alterações de percepção da linguagem, em que

podemos colocar-nos à sua frente (no entanto o nível de segurança

diminui).

Utente independente mas com dificuldade na locomoção

Nestes casos apenas a prática clínica nos ensinará a melhor forma de tirarmos

partido do nosso corpo no auxílio do utente. No entanto, na apresentação serão

dadas algumas dicas facilitadoras dessa tarefa. Abaixo fica espaço em branco para

que tome notas.

como acompanhar

como deixar cair

como levantar

Em todo o treino de marcha é muito importante ter atenção ao centro de

gravidade, principalmente no levante e acompanhamento.

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4. Prevenção de quedas

Quedas e Síncopes

Uma fraqueza muscular, bem como a osteoporose, as desordens de mobilidade

e/ou equilíbrio aumentam o risco das quedas, fracturas e da dependência funcional.

A perda de qualquer actividade física tem um efeito catastrófico sobre a força

muscular. Como exemplo, após uma intervenção cirúrgica ao colo do fémur, existe

uma perda de 40% da força muscular, dos músculos extensores da coxa oposta à

fractura.

É necessário que os idosos mantenham um treino físico sistemático, que

permita aumentar ao mesmo tempo:

A força muscular

A capacidade funcional

A velocidade de se deslocarem

A facilidade de subir e descer degraus.

Para prevenir quedas é importante desenvolver uma actividade física adequada

ao utente, permitindo aumentar a força e a coordenação muscular, a distância das

caminhadas e o equilíbrio. Este é um importante factor na estratégia de prevenção.

Causas de quedas recorrentes:

1. Relacionadas com a idade – andar irregular

2. Devidas a alterações sensoriais

a. alterações da visão – cataratas, glaucoma, próteses oculares sujas

b. alterações da audição e do equilíbrio – tonturas frequentes, síndrome

vertiginoso

3. Alterações da locomoção

a. por défice neurológico (ex. AVC)

b. por alterações articulares (ex Osteoartroses)

c. por alterações musculares (ex. Miopatia próximal)

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4. Alteração da perfusão cerebral

a. de causa cardíaca – alteração do ritmo, alteração auriculo-ventricular,

estenose aórtica

b. de causa cerebrovascular – acidente vascular transitório do tronco

c. por síncopes secundárias - à micção, tosse, hipersensibilidade do seio

carotídeo

d. por “drop attacks”

5. Epilepsia

6. Secundárias a fármacos

a. sedativos – alteram a percepção e o equilíbrio

b. vasodilatadores – hipotensão arterial ortostática

c. arritmias cardíacas e alteração da condução - BAV

7. Outras causas médicas – anemia, doença de Parkinson...

8. Relacionadas com o ambiente

a. os idosos vivem geralmente em instalações velhas e inadequadas

b. piso irregular frequente

c. mudanças recentes ou variadas de residência

d. ansiedade e depressão relacionadas com o novo domicílio agravam a

instabilidade

Quedas

Mais frequentes nas mulheres acima dos 85 anos e em idosos não

institucionalizados. As complicações mais frequentes são as fracturas, queimaduras,

lesões das partes moles, escaras, perda da autoconfiança, ansiedade e depressão,...

Normalmente está associado um historial de patologias várias e como tal o

desejável é identificar as causas para reduzir os riscos.

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Sincopes

Se episódio único – enfarte do miocárdio, embolia pulmonar,

hemorragia gastrointestinal...

Se episódios recidivantes – alterações do ritmo cardíaco, alterações da

condução aurículo-ventricular, estenose aórtica, hipotensão arterial

ortostática, hipersensibilidade do seio carotídeo...

Uma vez que geralmente têm causa orgânica é necessário realizar o despiste,

identificar a causa para minimizar a sintomatologia.

Como forma a minimizar os riscos a que o utente está sujeito, para além de

um tratamento individualizado o fisioterapeuta dá alguns conselhos práticos de modo

a minimiza-los.

Alguns conselhos que podem ajudar a Prevenção das quedas

Tipo de sapatos

o Sola de borracha

o Suporte do pé

o Não usar chinelos ou sapatos abertos

o Usar sapatos de saltos baixos

Deve dar-se atenção à iluminação e verificar se os interruptores estão

acessíveis.

Se é costume ter tonturas, e dificuldades na marcha, não hesite em usar uma

bengala ou mesmo uma canadiana.

Tenha atenção às irregularidades do piso na rua e em casa, evitando tapetes.

Quando subir ou descer escadas apoie-se no corrimão.

Use tapetes ou fitas de borracha aderentes em todas as superfícies que possam

ficar molhadas.

Na casa de banho instale barras na parede junto à banheira, chuveiro e sanita.

Sente-se enquanto se veste ou calça.

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Bibliografia

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