Revista Negócios - Ed. 05

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das associações empresariais do Vale do Itapocu Ano 1 | nº 5 Janeiro, fevereiro e março de 2010 R$ 8,90 Tecnologia: Engenheiro agrônomo investe na produção de eucalipto Gestão: Os ensinamentos de Eggon João da Silva, fundador da WEG Hora de crescer Clélio Baggenstoss anuncia investimento dos supermercados Rancho Bom para a abertura de duas novas lojas da rede

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Revista empresarial da ACIJS, de Jaragúa do Sul. Produzida Pela Mundi Editora. Blumenau / SC

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das associações empresariais do Vale do Itapocu

Ano 1 | nº 5Janeiro, fevereiro e março de 2010R$ 8,90

Tecnologia: Engenheiro agrônomo investe na produção de eucalipto Gestão: Os ensinamentos de Eggon João da Silva, fundador da WEG

Hora decrescer

Clélio Baggenstoss anuncia investimento dos supermercados Rancho Bom para a abertura de duas novas lojas da rede

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ACIMA DE TUDOO SEU BEMESTAR .MORAR COM ESTILO ECONFORTO NA MELHORLOCALIZAÇÃO DEJARAGUÁ DO SUL

Apartamentos de padrão superior e estiloincomparável, áreas sociais e de lazer no

tamanho certo para o seu bem estar.

O EDIF ÍCIO13 pavimentos22 apartamentos2 coberturas duplexGaragensPortão e porteiro eletrônicosSalão de festas com barEspaço gourmet c/ churrasqueiraPiscinaPlaygroundAcademiaPrevisão para TV à caboInternet coletiva via Wi-FiLixeira c/ separação p/ coleta seletivaCentral de gásElevadores social e de serviçoTratamento acústico

O APARTAMENTOSala de estarSala de jantar3 suítesLavaboCozinha e copac/ churrasqueira

Área de serviçoMedidores de água individuaisPreparação para split2 garagens por apartamentoBox individual para depósito

I N C O R P O R A Ç Ã O

Rua Florianópolis - Centro.Jaraguá do Sul - SC 47 3275 9500

w w w. s e c u l u s . n e t

V E N D A S E X C L U S I V A S

120128

privativos

e

Imag

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amen

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PARCELASA partir de

Acabamento conforme memorial descritivoAcabamento conforme memorial descritivoAcabamento conforme memorial descritivo

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ACIMA DE TUDOO SEU BEMESTAR .MORAR COM ESTILO ECONFORTO NA MELHORLOCALIZAÇÃO DEJARAGUÁ DO SUL

Apartamentos de padrão superior e estiloincomparável, áreas sociais e de lazer no

tamanho certo para o seu bem estar.

O EDIF ÍCIO13 pavimentos22 apartamentos2 coberturas duplexGaragensPortão e porteiro eletrônicosSalão de festas com barEspaço gourmet c/ churrasqueiraPiscinaPlaygroundAcademiaPrevisão para TV à caboInternet coletiva via Wi-FiLixeira c/ separação p/ coleta seletivaCentral de gásElevadores social e de serviçoTratamento acústico

O APARTAMENTOSala de estarSala de jantar3 suítesLavaboCozinha e copac/ churrasqueira

Área de serviçoMedidores de água individuaisPreparação para split2 garagens por apartamentoBox individual para depósito

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Rua Florianópolis - Centro.Jaraguá do Sul - SC 47 3275 9500

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V E N D A S E X C L U S I V A S

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Dirigir uma entidade como a ACIJS foi uma experiência gratificante, poderia dizer, um privilégio, considerando o histórico e a contribuição

que a associação tem dado ao desen-volvimento de Jaraguá do Sul, do Vale do Itapocu e de Santa Catarina.

Graças à visão da classe empre-sarial, as diretorias que se sucederam desde que a entidade surgiu, em 1938, mantiveram como maior compromisso a busca por um ambiente de negócios capaz de proporcionar o desenvol-vimento da atividade produtiva sem perder o foco na qualidade de vida da comunidade.

Em nossa gestão, que estamos con-cluindo, percebemos que este desafio se mantém atual sete décadas depois que a ACIJS surgiu por iniciativa de um grupo de comerciantes. Do mesmo modo que naquela época os empre-sários buscavam soluções a questões que hoje podemos considerar reivin-dicações mais simples, o trabalho de agora também visa a dar sustentabili-dade à economia regional. Este esforço passa por uma ampla articulação entre

as associações da região, do trabalho integrado junto às outras formas de or-ganização de classes e ao Poder Públi-co. Nos últimos anos, temos buscado essa união dos municípios, mas ain-da percebemos que é preciso maior força de reivindicação, o que passa, necessariamente, pela efetiva repre-sentatividade política.

Acreditamos que sem uma mo-bilização de todos os segmentos da região, continuaremos órfãos de por-ta-vozes dos nossos interesses na As-sembleia Legislativa e na Câmara Fede-ral, pois sabemos que são estes fóruns que deliberam sobre questões que in-terferem diretamente no dia a dia de todos nós, empresas e cidadãos. Sem esse entendimento, nossa região per-manecerá forte e produtiva, mas sem receber o retorno no atendimento das necessidades de maneira proporcional ao que produz em riquezas.

A opinião de vários analistas é de que o Brasil vive um excelente momen-to, com a perspectiva de crescimento da economia. Ainda assim, há necessi-dade de ajustes, especialmente quanto às questões fiscal e trabalhista, as quais

se deve cuidar para que a produção não seja comprometida.

É preciso que a sociedade como um todo pense na responsabilidade que todos temos com o nosso presente e com o que desejamos para o futuro.

Guido Jackson BretzkePresidente da Associação

Empresarial de Jaraguá do Sul

O desafio da representatividade

editorial

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Criado há 83 anos, o Grupo Breithaupt é sinônimo de qualidade e empreendedorismo, estando intimamenteligado às fases de desenvolvimento do Vale do Itapocu

19. Uma marca ligada ao ValeCriada pelo engenheiro agrônomo Alfredo Frasson, a OuroVerde produz mudas de eucalipto e outras espécies exóticaspara alimentar a indústria e empresas de reflorestamento

22. Negócio em desenvolvimento

Empresa que nasceu em bairro de Schroeder vai investir R$ 4 milhões na abertura de duas lojas em Jaraguá do Sul. A primeira delas deverá entrar em operação ainda no primeiro semestre desse ano. A outra fica pronta em 2011, segundo o diretor Clélio Baggenstoss.

10.Rancho Bom expande a rede

sumário

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O empresário natural de Curitiba e radicado em Florianópolis, Alaor Tissot, presidente da Facisc, fala sobre a atuação da entidade que reúne as associações empresariais do Estado e do papel do empresariado na sociedade. Ele defende que a classe deve ter maior participação nas decisões que têm reflexo direto na vida dos catarinenses.

14. Entrevista

Eggon João da Silva, um dos fundadores da WEG, falasobre o sucesso na gestão de uma empresa familiar

24. Conhecimento de causa

Em Jaraguá do Sul, Luiz Henrique da Silveira fala sobre a atuação e os projetos do governo do Estado para a região.Ele esteve na cidade a convite da Associação Empresarial

28. O governador no Vale

Conselho EditorialBeatriz Zimmermann (ACIJS)Jean Carlo Chilomer (ACIAC)

Francisco Ricardo Schiochet (ACIAS)Rogério Souza Silva (ACIAG)

Ronaldo Corrêa (CEJAS)Danielle Fuchs (Mundi Editora)

Edição Danielle Fuchs (SC 01233 JP)

[email protected]

Texto Livre Serviços de Imprensa [email protected]

Fotos Ronaldo Corrêa, Flávio Ueta

e divulgaçãoFoto de capa

Daniel ZimmermannEditor de arte

Guilherme Faust Moreira [email protected]

Gerente comercial Eduardo Bellídio

[email protected] Danielle Fuchs

[email protected] executivo

Niclas Mund [email protected]

Rua Almirante Barroso, 712 - Sala 2

Bairro Vila Nova - Blumenau/SC Telefone: (47) 3035-5500

CEP. 89.035-401 www.mundieditora.com.br

Esta é uma publicação das associações empresariais do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul (ACIJS), Corupá (ACIAC), Guaramirim (ACIAG), e Schroeder (ACIAS). Mais informações no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (CEJAS), na

Rua Jorge Czerniewicz, 100 – (47) 3371-8190.

TIRAGEM 3.000 exemplares

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Nossa legislação traba-lhista é uma das que mais protege a ma-ternidade no mundo. Basta que se compare a licença maternidade do Artigo 392 da CLT – 120 dias (quase 18 se-

manas), com os principais países europeus: Alemanha – 14 semanas; Áustria – 16 se-manas; Dinamarca – 18 semanas; Grécia

– 16 semanas; França – 16 sema-

nas.

O Artigo 391 deixa claro que não constitui motivo justo para a rescisão do contrato de trabalho o matrimônio ou a gravidez, nem pode haver restrições em negociação sobre estes direitos. Antes do afastamento, garante-se mudança de função, para facilitar a atividade da mu-lher grávida, bem como ausência do servi-ço para seis consultas médicas. A mulher que adotar ou obtiver guarda judicial de criança tem direito à licença maternidade, pelos períodos descritos no Artigo 392-A. Se a prestação de trabalho for nociva à gravidez, pode a mulher rompê-lo sem justa causa.

Em caso de aborto não-crimi-noso, faz jus à licença

por dois meses. Para a amamentação, há o direito a dois des-

cansos de meia hora cada, em locais com

berçário, cozinha dieté-tica e instalação sanitá-

ria. O Sesi, o Sesc e a LBA manterão ou subvencio-

narão jardins de infância ou escolas maternais destinados

aos filhos de mulheres empre-gadas. Até diploma de beneme-

rência foi determinado pela lei aos empregadores que se distinguirem

pela organização e manutenção de creches.

A proteção é plena, generosa e abrangente. Basta que efetivamente

seja cumprida. Agora, projeto já aprovado pelo Senado prevê o aumento facultativo para seis meses da licença, com desconto do IR dos dois meses suplementares.

Estamos diante de mais uma demago-gia feita à custa de direitos dos trabalha-dores. Lei existe para proibir, ordenar ou permitir. Nunca para facultar.

Voluntariamente, não haverá adesão alguma. O aumento terá o mesmo des-

tino do FGTS do trabalhador doméstico. Quem o recolhe? A declaração de impos-to de renda é anual. Até que seja feita, o empregador financiará o pagamento de dois salários. Se tratar de micro, pequena ou média empresa, poderá haver abalo no capital de giro, até que haja a compen-sação. Com a carga tributária nas alturas, quem vai querer mais um ônus?

Se o Congresso Nacional quer de fato beneficiar o trabalhador brasileiro, então regule o Artigo 7º, I, da Constituição que atribui garantia no emprego. Ou o Artigo 7º, XI, que prevê a participação do traba-lhador na gestão da empresa. Faça uma reforma constitucional que elimine as ins-tâncias superiores da Justiça do Trabalho (TST e TRTs) e crie, em seu lugar, juizados especiais trabalhistas, com recurso apenas à câmara de juízes do próprio primeiro grau, onde se concentrariam todos os juí-zes do trabalho hoje existentes.

Com tais medidas, seriam economiza-dos dois terços do que hoje se gasta com a Justiça do Trabalho (R$ 8 bilhões anuais). Haveria menos ônus para as empresas e mais direitos para os trabalhadores: não só dois salários facultativos para a traba-lhadora grávida, mas escolas, saúde, aper-feiçoamento profissional e geração de emprego com duplicação de crédito para as micros e pequenas empresas, que são as grandes empregadoras do País.

A reforma trabalhista deve ser profun-da, real e tutelar naquilo em que o em-pregado precisa realmente ser protegido. Correr dos problemas sociais e acenar com simplificações só serve para afastar o trabalhador brasileiro dos verdadeiros direitos que a Constituição lhe concedeu e que o legislador não teve até hoje a co-ragem de concretizar.

direitos & deveres

Falso benefício Aumento da licença maternidade veio apenas para gerar mais ônus à empresa

Antônio Álvares da SilvaDesembargador do TRT-MG, Ouvidor do TRT-MG e professor-titular de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da UFMG

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canal aberto

Dois fatores seguem limitando o crescimento das exportações: a

lenta recuperação das economias de importantes parceiros comerciais catarinenses e o câmbio valorizado,

que é um entrave à exportação enquanto questões estruturais de

nossa competitividade, como a alta carga tributária, não são resolvidas

Glauco José Corte, presidente em exercício da Fiesc, avaliando os números da balança comercial catarinense, que fechou o primeiro bimestre do ano com saldo negativo de R$ 652,7 milhões, fruto do aumento de 13,8% nas exportações de fevereiro.

A HC Hornburg, fabricante de carrocerias frigoríficas, de Jaraguá do Sul, acertou contrato de venda de 21 unidades para a Mauricéa Alimentos, uma das maiores empresas do setor alimentício do Nordeste. As carrocerias ampliarão a es-trutura de transporte de produtos resfriados e congelados que abastecem o Nordeste brasileiro, onde a empresa alimentícia é uma das líderes do mercado. A Mauricéa Alimentos está presente, há mais de 20 anos, no mercado, abatendo mais de 300 mil aves por dia.

frase

A proposta de se criar um colegiado re-gional de Defesa Civil no Vale do Itapocu ganhou força na con-ferência regional reali-zada em fevereiro, em Jaraguá do Sul. Dentre as principais necessidades apontadas está a criação de um fundo para a Defesa Civil nas esferas municipal, es-tadual e federal; a criação de Núcleos de Defesa Civil (Nudecs) com capacitação dos integrantes; implantação de estações meteorológicas na região; elaboração de plano de contingência para prevenção e resposta aos desastres; prefeituras devem estruturar a Defesa Civil com integrantes efetivos e capacitados, são algumas das medidas propostas.

em alta X em baixa

Embora o Conselho de Desenvolvimento Regional te-nha aprovado os valores dos repasses que as corporações dos bombeiros voluntários da região receberão este ano, os municípios aguardam retorno de Jaraguá do Sul ao pedido de recursos para equipar um caminhão de com-bate a incêndio. O projeto havia sido aprovado há mais de um ano, mas permanece sem solução no governo do Estado. Já os recursos do Fundo Social serão liberados em três cotas – em maio, julho e outu-bro –, beneficiando Co-rupá (R$ 24.942,00), Ja-raguá (R$ 279.306,00), Massaranduba (R$ 26.949,18) e Guarami-rim (R$ 58.536,55).

Defesa Civil Repasses aos bombeiros

tribuna

Hornburg no Nordeste

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Com duas lojas em Schroeder, o empresário Clélio Baggenstoss confirma o que estudos da As-sociação Brasileira de Supermer-cados (Abras) tem indicado com

base no desempenho do setor em 2008 e 2009 (que em breve deve estar sendo di-vulgado pela entidade): os supermercadistas tiveram excelentes resultados.

Segundo a pesquisa Ranking Abras, a par-ticipação do autosserviço no Produto Interno Bruto (PIB) do País aumentou 0,3 ponto per-centual em 2008, voltando aos patamares de 2005, quando respondia por 5,5% do PIB, e a tendência para 2009 se mantém positiva.

Em valores absolutos, em 2008, o País gerou R$ 2,9 trilhões em riquezas, tendo sido o au-tosserviço responsável por R$ 158,5 bilhões, uma evolução de 16,3% em relação ao re-sultado do ano anterior. As 20 maiores em-presas do País foram responsáveis por mais da metade desse resultado, equivalente a R$ 82,2 bilhões, gerados por 2.098 lojas, ape-nas 2,8% do total de lojas do autosserviço.

Clélio não vê o desempenho global com surpresa, pois, no caso da Rancho Bom, o mercado tem sido positivo, com crescimento em torno de 25%, de 2008 a 2009. Afinal, como ressalta: “comida é algo que a gente sempre vai precisar”. As oscilações na ida do

cliente ao check-out, entende o empresário, afetaram mais os supérfluos, mas, em con-trapartida, a venda de produtos essenciais se manteve alta mesmo quando a econo-mia dava mostras de sentir os efeitos da crise.

“É claro que não se pode pensar em um negócio apenas por um lado e imaginar que a venda de comida vai garantir o faturamen-to. É um mix que se completa. Mas, nestas horas, a gente precisa ser criativo, oferecer alternativas aos clientes, realizar campanhas e promoções que compensem as perdas em determinados segmentos de produtos. Temos de ser impetuosos”.

Empresa de Schroeder planeja expansão e inclui Jaraguá do Sul no roteiro com duas novas lojas

destaque empresarial

Rancho Bom pensa grande

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Empresário Clélio Baggenstoss está

otimista com 2010

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Impetuosidade é uma característica que acompanha a trajetória pessoal de Clélio Baggenstoss. Técnico em mecânica, após traba-lhar por 10 anos na WEG ele decidiu, em 1990, encarar o desafio lançado pelo sogro, Érico Bori-nelli, e tocar o mercado que a família mantinha no Bairro Rancho Bom, uma comunidade tradi-cional de Schroeder. “Nos primeiros meses, foi um choque. Eu estava acostumado a trabalhar em fábrica; uma indústria como a WEG é algo totalmente diferente da rotina de um mercado, onde você conhece vários temperamentos de pessoas”, diz, com um sorriso de satisfação. “O que aprendi na indústria em termos de concei-tos de gestão coloquei em prática no mercado e as coisas foram se acertando. A WEG foi a faculdade que me ensinou a buscar caminhos naquele novo negócio”, afirma.

Claro que Clélio não está sozinho no empre-endimento. A esposa Gracia Borinelli Baggens-toss cuida da parte de compras e o ajuda na ad-ministração. E um dos dois filhos do casal, que cursa o Ensino Médio, nas horas vagas aprende o ofício.

Quando assumiu com a esposa a direção do negócio familiar, Clélio sabia que para que a empresa prosperasse era necessário investir. Com dificuldade, reaplicando tudo o que se conseguia de lucratividade, o mercado foi refor-mulado, em 1998.

O resultado animou a família e, em 2004, um novo desafio era lançado, com a construção da loja no Centro de Schroeder, inaugurada em 2007. No período de três anos entre o início do projeto e a inauguração, a Rancho Bom asso-ciou-se à Rede Top, uma entidade da qual fazem parte estabelecimentos de todo o Estado com o objetivo de ampliar as possibilidades de nego-ciação com os grandes fornecedores. “A com-pra em escala permite que o comerciante tenha uma negociação mais favorável e isso reverte ao consumidor, com promoções e preços competi-tivos. Além disso, há um marketing integrado e todos tiram proveito das estratégias. É um negó-cio onde todos ganham”, analisa.

O empresário, por sinal, garante que concor-rência não é motivo de preocupação. “Se me preocupar com o outro, não trabalho. O con-corrente é um amigo. Eu tenho que ser mais criativo e preciso ter capacidade para superá-lo na conquista do cliente”.

Novo desafio

Clélio Baggenstoss, Empresário

Não sou de desistir por qualquer motivo, sempre procuro manter o otimismo porque sei que

alguma solução a gente encontra. Isso vai depender da nossa criatividade e do empenho com que toda a equipe

enfrentará uma situação difícil que apareça”

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destaque empresarial

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Na loja do Centro, a Rancho Bom investiu cerca de R$ 2 milhões. O pré-dio tem 900 metros quadrados de área de vendas, mas o terreno de 14 mil metros quadrados oferece possibi-lidades de expansão. Estacionamento para 200 veículos, panificadora, açou-gue e as áreas de bazar e alimentos completam a estrutura do empreendi-mento.

Hoje, a Rancho Bom tem as duas unidades que dão emprego a cerca de 80 trabalhadores. Mas os planos incluem duas novas lojas, ambas em Jaraguá do Sul. “Nós sentimos que é preciso ampliar a loja do Centro, mas, ao mesmo tempo, buscar outras op-ções de expansão. Optamos por Jara-guá do Sul neste momento porque a logística fica mais facilitada e porque percebemos que há possibilidades de crescimento”.

O empresário guarda a sete chaves o local das novas unidades, mas adian-ta que a primeira deverá estar funcio-nando no primeiro semestre de 2010 e a outra no próximo ano. O investi-mento total será de R$ 4 milhões.

Em plenaexpansão

Planos para o futuro

Primeiro semestre de 2010: inauguração da terceira loja, a primeira em Jaraguá do Sul.

Em 2011: inauguração da segunda loja em Jaraguá do Sul.

Nos dois empreendimentos serão investidos R$ 4 milhões

Ampliação da loja do Centro de Schroeder

A empresa investiu R$ 2 milhões na loja do Centro, a segunda da rede

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A sua empresa um passo a frente.

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Page 14: Revista Negócios - Ed. 05

“Temos que escurecer a sala”Alaor Tissot, presidente da Facisc, defende maior envolvimento

do empresariado da região nas decisões catarinenses

Revista Negócios - Como é o desafio de presidir a Facisc? Alaor Tissot - O Estado é grande e temos uma série de ações que podem e devem ser feitas pelo empresariado e pela Federação. Temos que lutar pelo desenvolvimento do nosso Estado e das nossas empresas. Tenho certeza que presidir uma federação com o porte da Facisc é realmente um desafio que será encarado em equipe, pois temos uma diretoria grande que se comprometeu junto comigo a dar continuidade ao trabalho da Federação. Ou-tro desafio que temos como diretoria é a mobilização dos empre-sários. Nós precisamos participar mais ativamente das decisões que influenciam diretamente o desenvolvimento das nossas em-presas. Temos que escurecer a sala dos políticos para sermos ou-vidos, para eles verem quantos e quem somos, principalmente na hora de votar os projetos que impactam na classe empresarial.

O empresário Alaor Francisco Tissot, de Florianópolis, é presidente da Federação das Associações Em-presariais de Santa Catarina (Fa-cisc). Natural de Curitiba, desde

1968 mora em Florianópolis. Está envolvido com as causas empresariais desde o final da década de 1970, quando ingressou na Asso-ciação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e na Facisc. Aos 71 anos, pela primeira vez assumiu a presidência da Federação, da qual participa desde a sua fundação. Nesta entrevista, ele fala sobre a atuação da entida-de e o papel da classe empresarial.

entrevista

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RN - Como os empresários podem participar mais ativamente?AT - Nós temos de nos unir. Um exemplo de desunião foi a aprovação do salário mínimo regional. Nós não fizemos a conta de quanto esta apro-vação impactaria se fosse aprovada, e não nos deslocamos das cidades do interior para estar presentes nas vo-tações, nas discussões prévias sobre o tema. O resultado foi a aprovação. Nossa intenção não era de forma al-guma bater de frente com a classe laboral, que em termos de organiza-ção temos muito que aprender com eles. Nós tínhamos que ter mostrado a nossa força, ter aparecido mais, ter dito para todos entenderem que não queríamos a aprovação do mínimo. O próximo passo, agora, é mostrar que aprendemos com esta lição. Não podemos deixar, por exemplo, que a redução da jornada de trabalho seja aprovada. Precisamos ir a Brasília em um grande número de empresários. Mas sei que isso é uma mudança de cultura, pois sempre pensamos muito no momento, no nosso dia a dia, e não nos preocupamos com os impac-tos que essas medidas podem cau-sar. Nós pensamos no custo de uma viagem até Brasília, mas não pensa-mos no quanto teremos que pagar a mais se a redução da jornada for aprovada.

RN - Quais são suas metas à frente da Federação?AT - Tenho várias ideias para a Facisc. Assuntos como carga tributária, gas-tos públicos, infraestrutura e o forta-lecimento das associações continuam na pauta da Federação e precisam de cada vez mais atenção. A reforma tributária é uma necessidade urgen-te do Brasil, pois é necessário reduzir os custos das empresas para viabili-zar o desenvolvimento econômico. A redução da carga tributária é de extrema urgência. Nós, como a Fa-cisc, já fazemos a nossa parte quan-do oferecemos soluções empresariais que facilitam a vida das empresas e auxiliam na redução de gastos, como

o cartão de gestão de benefícios Útil Card, que permite a antecipação de vales aos colaboradores sem precisar de desembolso financeiro. Nossa in-tenção é estimular outras ferramen-tas que possam contribuir para esta redução. Também continuaremos na busca contínua pela excelência na gestão da Facisc. Lançamos em par-ceria com o Movimento Catarinense para a Excelência (MCE) o Programa de Excelência na Gestão de Entidade Empresarial. A Facisc, como entidade mãe, será o piloto deste programa. A Facisc já é reconhecida como uma das mais organizadas entidades do Brasil no sistema de associações em-presariais e esse programa aumenta-rá ainda mais a sua capacidade.

RN - O senhor tem falado em re-forma fiscal. Como a Facisc vai atuar neste sentido?AT - A Facisc pretende atuar nos pró-ximos dois anos em um projeto de re-forma fiscal. A proposta foi sugerida pelo presidente da Associação Em-presarial de Joinville (Acij), Carlos Ro-dolfo Schneider, e inclui a reforma tri-butária. Vamos atingir melhor nosso objetivo se o governo federal gastar menos. Assim, sobrará mais dinheiro para infraestrutura, saúde, educação e, inclusive, para reduzir a carga tri-butária. A Acij está elaborando a pro-posta de reforma fiscal ao País e, de-pois, a intenção é fazer uma grande mobilização nacional para aprová-la. As federações empresariais já estão mobilizadas através do Conselho das Federações Empresariais (Cofem). A Facisc já levou a ideia para a Confe-deração das Associações Comerciais e Empresariais (CACB) e todas as fe-derações estaduais. Queremos formar uma rede em prol do Brasil.

RN - A Facisc ampliará sua área de atuação?AT - Criamos quatro novas vice-pre-sidências para esta gestão: Projetos Especiais, Infraestrutura e Logística, Responsabilidade Social e Programa Empreender. A pasta de projetos es-

peciais está a encargo do empresário Mário Sérgio Zili Bacic, de Rio Negri-nho, e focará, entre outros projetos, no fortalecimento e implantação das cooperativas de crédito. A vice-pre-sidência de Infraestrutura e Logísti-ca foi criada com a intenção de dar mais foco nas ações desta área que são tão importantes para o desenvol-vimento empresarial. O empresário Ronaldo Baumgarten Junior, de Blu-menau, foi empossado no cargo. O Programa Empreender ganha uma vice-presidência específica pela di-mensão que o Programa tem na en-tidade e o ex-presidente Luiz Carlos Furtado Neves assumiu o cargo. Ne-ves está também como conselheiro da CACB no Sebrae Nacional e é de extrema importância para o trabalho com os núcleos setoriais. A pasta de Responsabilidade Social foi criada para difundir este conceito. Nossa intenção é que as empresas possam ampliar a responsabilidade que já fa-zem com a geração de empregos e benefícios aos seus colaboradores. Queremos que empresários de micro e pequenas médias e grandes empre-sas possam realizar ações socialmen-te responsáveis. RN - Como foi a sua trajetória pro-fissional?AT - Iniciou muito cedo. Ainda aos

Não podemos deixar que a redução da jornada de trabalho seja aprovada. Precisamos ir a Brasília

em um grande número de empresários. Isso é uma mudança de cultura, pois

pensamos no gasto da viagem, mas não no que

pagaremos a mais”

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13 anos comecei a trabalhar na Brah-ma, em Curitiba. Na empresa atuei como contínuo, trabalhei no setor de distribuição para o interior do Para-ná e na área de contabilidade. Foram dois anos. Com 15 anos, ingressei na Paraná Refrigerantes, a Coca-Cola. Aos 17 fui nomeado chefe de vendas de Curitiba e fiquei lá até 1961. Em 1963, montei meu primeiro negócio próprio junto com dois outros sócios. Em Arapongas, no Paraná, abri uma empresa para engarrafar refrigeran-tes. Em 1968, fechei a empresa e vendi os equipamentos para um gru-

po catarinense liderado pelo empre-sário Hercílio Aldo da Luz Collaço, de Florianópolis. A empresa não tinha conhecimento para iniciar o empre-endimento e me convidou para vir montar o negócio e acompanhar seu primeiro ano. Em 1969, após a inau-guração, fui convidado para me tor-nar sócio e concretizei meu primeiro empreendimento em Santa Catarina, a Catarinense de Refrigerantes LTDA. A empresa fabricava e vendia a Coca-Cola. Tinha quatro unidades: Florianópolis, Chapecó, Blumenau e Antonio Carlos. Em 1993, a Catari-

nense de Refrigerantes foi vendida para a Vonpar Bebibas. Da época da Catarinense, também comandei a transportadora Transbel, que era subsidiária da empresa. Atualmente, sou o presidente da Imperatriz Parti-cipações e Empreendimentos e atuo como investidor nos ramos hoteleiro, imobiliário e de reflorestamentos.

RN - E no associativismo?AT - Ao ser eleito presidente da Fa-cisc, reafirmo o compromisso e o comprometimento com o meio as-sociativista. Atuo desde o final da década de 1970 com as associações empresariais de forma voluntária e sou um grande entusiasta. Sempre gostei de me dedicar em prol das causas empresariais. Iniciei minha trajetória na Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e na Facisc ao ser convidado para participar pelo então presidente das entidades Ody Varella. Nessa época eu já viajava junto com a diretoria para as reuniões plenárias no inte-rior do Estado. Em 1984, fui eleito presidente da Acif, e com a reeleição fiquei até 1988 frente à entidade. De 1995 a 1997, fui vice-presidente da Facisc. De 2001 a 2005, voltei a ser presidente da Acif. De 2001 a 2009, exerci o cargo de vice-presidente re-gional da Facisc para a Grande Floria-nópolis. Todo esse tempo que atuei como vice-presidente regional foi de muito aprendizado e dedicação. Es-tive ao lado do presidente Antonio Rebelatto e do Luiz Carlos em vários momentos, e pude representar a Fe-deração na ausência deles por estar

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entrevista

O voluntariado faz bem paraquem se doa e para quem recebe. Seja no meio

empresarial, ou no meio social, precisamos atuar como voluntários para auxiliar no

crescimento das pessoas e no desenvolvimento econômico

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na Capital. Meu primeiro envolvimento foi pela luta para construção do novo aeroporto de Florianópolis. Lutei para termos o aeroporto que temos hoje e con-tinuo na luta pela sua melhoria em nome da Facisc e da Acif. Participei e organizei junto com uma comis-são de empresários e representantes do trade turístico de uma reunião com o então ministro da Aeronáutica mediada pelo ministro da Educação na época, Jorge Bornhausen. Realizamos um jantar com 400 pessoas para o ministro e autoridades políticas e conseguimos que Florianópolis tivesse um aeroporto melhor. Agora, lutamos novamente pela modernização e ampliação do aeroporto atual.

RN - Como é atuar como voluntário?AT - O voluntariado faz bem para quem se doa e para quem recebe a doação. Seja no meio empresarial, ou no meio social, precisamos atuar como voluntários para auxiliar no crescimento das pessoas e no desen-volvimento econômico. Eu atuo em diversas entidades e me sinto recompensado cada vez que um projeto dá certo, que conquistamos algum benefício e ven-cemos alguma luta. Além da Facisc, eu também atuo como voluntário na Irmandade Senhor Jesus dos Pas-sos (Hospital de Caridade), no Grande Oriente de San-ta Catarina Maçonaria, na ONG Floripa Amanhã, no Albergue Noturno Manoel Caudilho Vieira de Floria-nópolis, e no Lions Clube Florianópolis Norte. Mas já atuei também no Sindicato das Empresas de Transpor-tes e Cargas e da Federação das Empresas de Trans-portes e Cargas de SC (Fetrancesc).

RN - O senhor teve uma experiência no setor pú-blico. Como foi atuar do outro lado do balcão?AT - Apesar de não ser filiado a nenhum partido polí-tico, atuei como presidente da SC Parcerias de janeiro de 2007 a julho de 2008, convidado pelo governador Luiz Henrique da Silveira. A experiência foi boa, mas é difícil atuar no setor político. Tudo demora mais e é mais caro devido à burocracia. O próprio sistema cria-do trata todos como corruptos e a maioria das pesso-as honestas que atuam no serviço público paga pela minoria que não é.

RN - Quais serviços a Facisc planeja implantar para aumentar a oferta ao empresariado?AT - A Facisc busca na implantação de soluções em-presariais a autossustentabilidade das associações em-presariais. Como não temos uma renda compulsória, vivemos de contribuições espontâneas, precisamos gerar receita com essas soluções para mantermos nos-sas entidades fortes e representativas. Nossa solução mais legítima, que oriunda do Sistema Facisc, é a rede Útil Card de cartões de gestão de benefícios.

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Trabalhamos com o Útil Card, que permite às empresas a operacionali-zação de vales e desconto direto na folha de pagamento do colaborador, o Útil Alimentação, que permite ao colaborador comprar em supermer-cados e padarias com crédito pré-aprovado, e o Útil Refeição, que entra no mesmo sistema do Alimentação, porém dirigido para refeições em res-taurantes. Esperamos incrementar a utilização dos cartões ainda mais na nossa gestão, por se tratar de uma solução que beneficia as empresas, colaboradores, o desenvolvimento da cidade, pois incentiva o consumo lo-cal, as associações e a própria Facisc. Também estamos em negociação com a Unimed para o fechamento de um plano de saúde estadual para todo o Sistema.

RN - O que a Facisc precisa buscar para fortalecer todo o Sistema?AT - A Facisc busca dar todo o su-porte, seja na área institucional, de representatividade, no Programa Em-preender e para a autossustentabili-dade com as soluções empresariais para as associações empresariais, porém as entidades precisam procu-rar seus caminhos para a autorrepre-sentatividade junto à comunidade, sempre com o apoio da Federação. A Fundação Empreender precisa estar mais focada na formação. Nossa ideia é oferecer cursos específicos para a formação de mão de obra setorizada para os nossos associados, a exemplo do que é feito na Alemanha nas Câ-maras de Artes e Ofícios. Os núcleos setoriais têm todo o apoio da Facisc, seja na capacitação dos empresários, dos consultores que moderam as reuniões, na organização do setor, enfim, em todo o processo para que o núcleo seja forte e representativo do segmento. Nós temos um grande exemplo que é o Núcleo Estadual de Automecânicas, que reúne mais de 300 empresas em 30 núcleos. Este núcleo é autossustentável e um mo-delo a ser seguido para o fortaleci-mento dos segmentos e empresas.

RN - Quais as mudanças defendi-das pela Facisc quanto às leis tra-balhistas?AT - A Facisc defende uma reforma da CLT. Os encargos que oneram a contratação prejudicam diretamente a geração de empregos. Para as em-presas é impossível aumentar a remu-neração do colaborador e abrir mais vagas com os custos chegando até 102% a mais por colaborador. Sem essa reforma vamos ficar discutindo projetos de lei, como o da redução da jornada, o que só desgasta a relação entre empregadores e colaboradores. Nós temos é que lutar juntos por uma melhoria maior para o nosso País.

RN - O que a classe empresarial precisa fazer para concretizar a tão sonhada reforma tributária?AT - O que podemos fazer é escure-cer a sala. Precisamos mostrar a nossa força. Temos que ir a Brasília em ca-ravana com 2 ou 3 mil empresários e não apenas em dois ou três líderes. Só a união vai mostrar o que precisamos e o que queremos. Paralelo a isso, te-mos que contribuir com o nosso co-nhecimento. E foi isso que fizemos com a elaboração da proposta de um novo sistema tributário, que foi feita pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e, hoje, encam-pada em todo o País pelo sistema de associações empresariais. Esta propos-ta está tramitando na Câmara dos De-putados. A Facisc pretende atuar nos próximos dois anos em um projeto de reforma fiscal. A proposta foi sugerida pelo presidente da Associação Empre-sarial de Joinville (Acij), Carlos Rodolfo Schneider, e inclui a reforma tributá-ria. Já estamos percorrendo o Brasil e precisamos ter esta proposta termi-nada no ano que vem, para ver se o novo governo, falamos aí de União e Estados – principalmente União – topa incrementar um novo modelo, uma reforma fiscal mesmo, em que se tem a responsabilidade de todos os entes, para que sobre dinheiro para investi-mentos e possamos sair dos gargalos. A reforma fiscal vai dirigir percentual

de aplicação para cada área gover-namental. Assim teremos percentual para investir em infraestrurura e outros setores. Hoje não sobra dinheiro para investimento ou para tocar as grandes obras. Esse é o grande problema do Brasil. As Parcerias Público-Privadas (PPPs) pouco estão andando.

RN - Estamos vivendo um momen-to pós-crise, mesmo que o Brasil tenha sido menos afetado que ou-tros países. Qual é a situação das empresas de Santa Catarina nesse momento?AT - Na maioria dos casos é boa, com alguns setores enfrentando dificulda-des para se adequar a este momento, que começou no final de 2008 e início de 2009. Quem estava calçado com planejamento, ferramentas de gestão e se preparou quando começaram os rumores está ainda melhor.

RN - Que perspectivas o empresa-riado catarinense tem para 2010?AT - Boas e cheias de esperança. Es-peramos que os parceiros comerciais internacionais se recuperem o mais rápido possível, visto que o setor in-terno está de vento em popa. Mas como vivemos num mundo globali-zado, precisamos de equilíbrio para estar 100%.

“Hoje não sobra dinheiro para investimento ou para

tocar as grandes obras. Esse é o grande problema

do Brasil. As Parcerias Público-Privadas (PPPs)

pouco estão andando

entrevista

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Aos 83 anos, a Indústria e Comércio Breithaupt tem sua história intimamente ligada ao desenvolvimento do comércio e à organiza-

ção da então Associação Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul. Desde o início das atividades do pequeno es-tabelecimento fundado pelos irmãos Walter e Arthur Breithaupt, em 1926, a empresa mantém um forte vínculo com a comunidade. Do início como casa de secos e molhados que abas-tecia a colônia, o comércio se trans-formaria em um dos empreendimen-tos mais bem-sucedidos do Estado. A administração continua em família, sob a liderança dos netos de Arthur, Roberto e Bruno Breithaupt, e preser-vando o envolvimento da organização com a cidade e a região.

“Essa é, de fato, a característica mais forte da empresa. Sempre o prin-cipal foco do negócio foi o compro-misso de participar do desenvolvimen-to econômico e atuando de alguma maneira para a busca da qualidade de vida das pessoas, seja com a geração de empregos ou com o fornecimento

de produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes”, expli-ca o diretor comercial Roberto Brei-thaupt. Ele e o irmão Bruno, que res-ponde pela diretoria administrativa e financeira, são os dois principais exe-cutivos da empresa após a morte dos pais Heinz e Carmen Breithaupt.

Atualmente, as atividades da com-panhia se concentram em três áreas de negócios: a rede de lojas Comércio e Indústria Breithaupt, com 18 unidades espalhadas por Santa Catarina; um shopping center e a Importadora BR, mais novo empreendimento do grupo. No total, são 1,6 mil funcionários que trabalham nas revendas de materiais de construção, de eletrodomésticos e linha automotiva, supermercados, na admi-nistração do shopping e na distribuidora de artigos importados, como ferramen-tas profissionais e de uso doméstico.

Associativismo

Tão marcante quanto a atuação no comércio, o sobrenome Breithaupt se tornou uma referência nas entidades de classe. A inspiração herdada do avô

Arthur levou Roberto e Bruno a terem uma participação ativa na organização do comércio e da indústria catarinen-ses. Os dois já ocuparam a presidência da Associação Empresarial de Jaragua do Sul (ACIJS), Roberto também lide-rou a Federação das Associações Em-presariais de Santa Catarina (Facisc) e a Associação Nacional dos Comer-ciantes de Materiais de Construção (Anamaco); enquanto Bruno presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul e atualmente co-manda a Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio).

“É uma necessidade estar presente na comunidade. Penso que é uma ma-neira que as empresas têm não apenas de contribuir com a economia, mas de ajudar na qualidade de vida da comu-nidade da qual fazem parte. Quanto há uma melhoria na saúde, na edu-cação, é algo que beneficia a todos, e as entidades organizadas têm uma participação muito importante para que este bem-estar chegue a todas as pessoas”, afirma Roberto.

Roberto Breithaupt afirma que Ja-raguá do Sul só se desenvolveu com

Breithaupt: patrimônio regionalEmpresa tradicional é sinônimo de pioneirismo nas cidades do Vale do Itapocu

empreendedorismo

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qualidade porque teve o envolvimen-to da classe empresarial, atuando junto com os políticos. “Na verdade, a ACIJS sempre teve esse papel de li-derança, mas a comunidade, de ma-neira geral, sempre se antecipou para buscar o melhor e não ficar esperando que as coisas acontecessem”.

A gestão na ACIJS, de 1996 a 1998, teve como destaques a mobilização da comunidade empresarial para viabili-zar a criação do Centro de Ensino Pro-fissionalizante Geraldo Werninghaus, da construção do Centro Empresarial, fortalecimento do Projeto Empreender e a organização dos Núcleos Setoriais. Também se estabeleceu maior apro-ximação com a Facisc e com outros órgãos de classe no Estado, além de estreitar as relações com as entidades dos demais municípios para uma atu-ação integrada nos assuntos de inte-resse do Vale. “Esta sempre foi uma marca da associação. Não podemos perder essa característica de liderança e do entendimento dos vários seg-mentos da economia, porque, sem essa compreensão, fica mais difícil buscar junto ao governo as medidas necessárias em questões como a carga tributária, por exemplo”.

Maior representatividade

Mesmo com a reconhecida pu-jança econômica, Jaraguá do Sul e o Vale do Itapocu se ressentem de maior expressão política. Roberto Breithaupt concorda com o argumento de que a cidade perde muito sem uma base política forte. “O que se espera é que a classe política tenha a consciência da responsabilidade de elegermos candidatos da região. Se não houver esse entendimento, mais uma vez Ja-raguá do Sul vai ser prejudicada na representação estadual e federal. Os partidos precisam se conscientizar de que é fundamental lançar um número de candidatos compatível com o nú-mero de eleitores da região. Mas não é somente a Associação Empresarial, e, sim, a comunidade como um todo, que precisa se mobilizar e convencer os partidos da responsabilidade de dar à região uma representação à altura da nossa grandeza”, afirma.

O empresário entende que a cidade e a região precisam de representantes políticos em tempo integral, exercen-do os mandatos na Assembleia Legis-lativa e na Câmara Federal. Entende que, nos últimos anos, o Vale perdeu

muito com a ausência de mandatos efetivos. “Temos um deputado esta-dual que entrou no segundo tempo, não assumiu desde o começo do man-dato legislativo. Precisamos de alguém que seja dono do mandato e que não conviva com o humor do seu partido e das composições que as siglas reali-zam”, observa Roberto.

As reformas necessárias

Como ex-presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Mate-riais de Construção (Anamaco), hoje ocupando o Conselho Consultivo da entidade, Roberto Breithaupt caminha com desenvoltura pelos corredores de Brasília. A entidade faz parte do mo-vimento empresarial que pressiona o governo e as bancadas na Câmara e no Senado pela reforma fiscal. Enten-de que o maior problema é a falta de consenso em torno das implicações na mudança do modelo tributário na arrecadação de municípios, estados e União.

“Enquanto não houver um consen-so entre os empresários e o governo, o projeto de reforma permanecerá sem solução”. Breitahupt entende que o ano eleitoral prejudica o debate e teme ser preciso retomar todo o esfor-ço pela mobilização no próximo ano legislativo e nos debates com os novos governantes nos estados e no Palácio do Planalto.

Roberto entende que o ajuste fis-cal, ao lado de outras reformas, como a do sistema previdenciário e a traba-lhista, é essencial para a sustentabili-dade econômica do Brasil. “Estamos sentindo agora reflexos de investi-mentos que deveriam ter saído antes. Há reflexos de falta de investimentos, a expectativa de que isso ainda venha a acontecer. Mas, se o empresário, principalmente o investidor externo, não perceber segurança nos rumos da economia, isto não acontece”.

O setor de construção é o termô-

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empreendedorismo

LUTA PELO DESENVOLVIMENTO ECOMÔMICO E SOCIAL

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metro do comportamento da economia, avalia. Para o empresário, há boas iniciativas, mas os projetos do governo ainda não deslancharam. É preciso menos burocracia na liberação de recursos. “Há uma restri-ção de acordo com o tamanho das cidades, pois o valor varia de acordo com a população acima de 500 mil habitantes e abaixo de 500 mil. Mas é necessá-rio que estes índices sejam mais flexíveis, conside-rando a densidade demográfica média no território nacional”.

De qualquer maneira, o empresário elogia o em-penho em reduzir o custo de materiais de construção e de bens duráveis que foram beneficiados com re-dução de impostos. De maneira geral, aponta Rober-to Breithaupt, os preços do setor na base tiveram de-créscimo na faixa de 18% a 22% graças às medidas do governo federal e na diminuição do ICMS pelo governo estadual.

Os partidos precisam se conscientizarde que é fundamental lançar um

número de candidatos compatívelcom o número de eleitores da região

Roberto Breithaupt,empresário

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Aconclusão do curso de Agro-nomia na Universidade Fe-deral de Santa Catarina deu início à implantação do so-nho de Alfredo Frasson. A

vivência com o campo, acompanhando o pai que atuava como técnico na Secre-taria da Agricultura do Estado, cuidando da parte de desenvolvimento florestal, influenciou o garoto. O projeto de tra-balhar com mudas florestais teria início logo após a colação de grau. De carro, ele saiu em busca de um lugar aonde o sonho se concretizaria. O local escolhido, às margens da BR-280, em Guaramirim, é uma área de 10 hectares que abriga a Ouro Verde Mudas, dedicada ao cultivo de espécies exóticas, como o eucalipto.O calendário marca 10 anos desde que a história começou. De lá para cá, Al-fredo diz que o negócio avançou muito, mas que as expectativas são ainda mais otimistas para o futuro. Motivação que ele traz do estudo da logosofia, ao lado das plantas, outra paixão do engenhei-ro agrônomo. “A logosofia permite que nos conheçamos melhor e nos prepa-ra para lidar com os desafios, que são sempre oportunidades de aprendizado. Você direciona seu pensamento para metas concretas e isso evita que perca o foco”, diz Alfredo.

A Ouro Verde produz cerca de 3 mi-lhões de mudas, a maior parte de euca-lipto. Trabalha ainda com palmeira real, uma variedade que ganhou força depois que o palmito-juçara, tradicionalmente consumido, teve a extração restringida pelos órgãos ambientais. Produz ainda outras madeiras exóticas e recém-iniciou projeto para o desenvolvimento de plan-tas ornamentais.

O empresário conta que optou pela região devido à qualidade do solo e cli-ma favorável ao crescimento mais rápi-

Da escola para o campo A Ouro Verde produz eucaliptos para uso energético, indústria moveleira e para reflorestamento

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tecnologia

Alfredo Frasson está otimista com os projetos para o futuro do setor

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do do eucalipto. A proximidade com o mercado consumidor, neste caso as in-dústrias que compram a madeira para uso energético, também favoreceu a escolha. “Atendemos desde pequenos consumidores a empresas de grande por-te que precisam de maiores volumes”, diz Alfredo. A lenha para queima, entretan-to, é apenas um dos produtos derivados da atividade. “O eucalipto vem sendo valorizado muito pela aplicação na indús-tria moveleira, na construção civil ou em acabamentos em projetos arquitetôni-cos”. Uma das vantagens da espécie, diz Alfredo, é o tempo de desenvolvimento, que varia de três a 10 anos, dependendo da finalidade.

Para atender o mercado e não depen-der exclusivamente do desempenho das empresas que consomem o produto para queima, a Ouro Verde atua também nos plantios, fornecendo, além de mudas, a parte de implantação da floresta para

projetos de reflorestamento. Segundo Al-fredo, o plantio é um investimento de bai-xo custo e boa rentabilidade para quem tem uma área de terra ociosa. De certa maneira, assinala o agrônomo, esse novo mercado fez aumentar a concorrência, com o surgimento de novos viveiros na região Norte/Nordeste de Santa Catari-na. “Nesta região, ainda há muitas áreas propícias a plantios. Quando iniciamos a atividade, estávamos praticamente sozi-nhos no mercado, hoje, são mais de 20 fornecedores de mudas”. Mesmo assim, ele não se preocupa, pois acredita que o consumo também vai se elevar. Diante dessa perspectiva, a empresa deverá se transferir para outra área, pois há uma tendência de que o local onde o viveiro está localizado, às margens da BR-280, seja transformado em distrito industrial. Com a duplicação da rodovia, natural-mente, a região irá despertar interesse para a instalação de novas empresas.

Há 10 anos, Alfredo Frasson produz mudas de espécies exóticas em Guaramirim

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O nome Eggon João da Sil-va está associado a uma história de sucesso que dispensa maiores apre-sentações. O “E” que

está no centro do nome de uma das mais importantes companhias do Bra-sil não esconde o orgulho pela marca que construiu junto com dois amigos, Werner Voigt e Geraldo Werninghaus. Mas quem pensa que Eggon, embora hoje afastado do dia a dia da empre-sa, esteja totalmente distante da cena empresarial, engana-se. Aos 80 anos, completados em outubro de 2009, ele continua dando sua contribuição nas reuniões dos conselheiros não só da WEG, mas em outras empresas em que sua experiência é muito valiosa. Acima de tudo, Eggon continua um entusias-mado pelo empreendedorismo.

Natural de Schroeder, Eggon tem uma trajetória que se confunde com o desenvolvimento da região. A vida profissional começou aos 13 anos em um cartório e depois como office boy do antigo Banco Inco, de onde saiu 14 anos depois, após passar por vá-rios cargos, para ser sócio de João Wiest em uma fábrica de escapamen-tos. Quatro anos depois, Eggon dei-xaria a sociedade para arriscar-se em um projeto ousado, a fabricação de motores elétricos. Juntando a experi-ência como administrador ao talento de um mecânico e de um eletricista – Geraldo Werninghaus e Werner Voigt – nascia, em 30 de junho de 1961, a WEG Motores.

Do primeiro capital investido no negócio, que, segundo Eggon, cor-respondia ao valor de três Fuscas, a empresa se transformaria na maior fabricante de motores elétricos da

“Só nós podemos melhorar o que está errado”

Gestão

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Empresário Eggon João da Silva, um dosfundadores da WEG, afirma que planejamento é tudo

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América Latina, com atuação no mundo inteiro. Hoje, a WEG reúne plantas industriais espalhadas pelo Brasil, Argentina, México, Portugal e China, empregando mais de 21 mil pessoas.

A história da WEG, entretanto, não foi bem-sucedida por acaso ou por sorte, como ressalta Eggon Silva. Ele diz que olhando para trás percebe como foi importante o planejamento e a perfeita afinidade dos sócios.

“Desde o começo, tínhamos claro que os interesses da empresa teriam de estar acima dos interesses das fa-mílias. Já naquela época, percebemos que era necessário estabelecer metas e trabalhar com objetivos. Se você não souber para aonde quer ir, não vai a lugar algum”, afirma o empre-sário.

Há 18 anos, Eggon João da Silva deixou a diretoria-executiva da em-

presa para contribuir com o Conselho de Administração. Ao mesmo tempo, passou a integrar conselhos de outras companhias, interessadas no “jeito Eggon de administrar”, dentre elas grandes líderes em seus segmentos, como Tigre, Oxford, Marisol e Perdi-gão.

Na Perdigão, Eggon chegou a pre-sidir a empresa entre 1994 e 1995,

ajudando na recuperação financeira do grupo catarinense. “Este foi um grande desafio, pois tínhamos a res-ponsabilidade por 12 mil empregos diretos, 8 mil caminhoneiros que tra-balhavam com fretes para a empre-sa e 10 mil avicultores consorciados. Imagine se essa empresa viesse a falir, seriam 60 mil pessoas em dificulda-de”, diz o empresário.

Desde o começo, tínhamos claro que os interessesda empresa teriam de estar acima dos interesses

das famílias. Já naquela época, percebemos que eranecessário estabelecer metas e trabalhar com objetivos.

Se você não souber para aonde quer ir, não vai a lugar algum

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Gestão

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Em favor do associativismo

Eggon Silva não imprimiu sua mar-ca apenas na WEG e em dezenas de empresas, seja como sócio, conselheiro ou consultor informal sempre que cha-mado por amigos empresários. Fora do chão de fábrica, o empresário empres-tou sua liderança para a então Associa-ção Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul, quando a entidade passava por um momento difícil, na década de 1960, e precisava se reorganizar.

Na presidência da ACIJS de 1966 a 1970, Eggon dedicou a gestão para a busca de melhorias na educação e na infraestrutura. Uma das principais reivin-dicações da época, o ensino profissiona-lizante deu oportunidade para trabalha-dores de várias empresas e a jovens de famílias mais humildes a aprender um ofício. Temas que continuam atuais com o crescimento da cidade tiveram em Eggon um articulador junto ao Poder

Público, como na ampliação do forneci-mento de energia elétrica para Jaraguá do Sul e região, melhoria dos serviços bancários, entre outras questões.

A síntese da atuação empresarial e comunitária que marca a vida de Eggon pode ser encontrada na obra “Ideias e caminhos: a trajetória de um dos funda-dores da WEG”, quando o empresário define: “O líder precisa lutar para mudar o meio em que vive”.

Lições de Eggon João da Silva

Pequenas empresas “Uma empresa pode ser viável, independente do seu tamanho, mas isso vai depender do empreendedor ou

empreendedores que estiverem por trás dela. É preciso juntar as pessoas certas, com participações iguais desde o início”

Sucessão familiar

“Os erros e fracassos de empresas familiares acontecem quando não são estabelecidas regras bem claras sobre o papel de cada um na administração do negócio. Exemplos no Brasil não faltam. A WEG foi fundada em 1961 e em 1968 já estávamos organizando a questão da sucessão familiar”

Busca do aprendizado, sempre

“Um projeto como a WEG pode acontecer a qualquer momento. Evidentemente que deve se respeitar as características de cada tempo, de cada época. Você não pode querer mudar o mundo, mas tirar proveito do que existe e fazer melhor”

Brasil

“Eu acredito muito no País. Temos todas as condições favoráveis - clima, terras para a produzir alimentos, rique-zas naturais, indústrias. O Brasil tem um grande potencial e hoje é respeitado por países mais desenvolvidos”

Jaraguá do Sul “Politicamente, regredimos, mas Jaraguá está no caminho certo. Tanto na atividade empresarial como na polí-

tica há erros e acertos, mas é importante a participação de todos. Só nós podemos melhorar o que está errado”

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Lançamento

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A agenda distribuída pela ACIJS aos associados para o encontro com o governador Luiz Henrique da Silvei-ra informava que a pauta seria o rela-to sobre investimentos na região. Luiz Henrique falou sobre obras, sim. Mas quem acompanhou a apresentação teve a sensação de que acompanhava uma prévia do discurso do futuro can-didato a uma vaga no Senado.

Luiz Henrique defendeu a refor-ma tributária e o pacto federativo. Disse que se o País reduzisse a car-ga tributária, simplificasse o sistema e universalizasse a base contribuin-te, todos pagariam menos e haveria mais recursos para investimentos.

O governador disse que de tudo o que é arrecadado, o município fica com 13%, o Estado com 22% e a união com 65%. “O governo federal centraliza os recursos, quando o cor-reto seria união, Estado e municípios terem partes iguais. Temos exemplos

de países europeus que comprovam porque estão em nível de desenvol-vimento avançado. Se o Brasil fizes-se isso, o salto seria extraordinário”, comparou.

A descentralização administrati-va implantada no primeiro mandato é um modelo que tem dado certo, aposta. Luiz Henrique disse que o Governo do Estado está mais próxi-mo da população por meio das Se-cretarias Regionais e que as decisões passam pelos Conselhos de Desenvol-vimento Regionais que avaliam pre-

viamente os pedidos e investimentos feitos em cada região administrativa do Estado.

O governador apresentou núme-ros da arrecadação em Santa Cata-rina, que segundo ele dobrou em sete anos, sem aumentar a carga de tributos. Em 2003, a arrecadação do Estado era R$ 5,6 bilhões e fechou 2009 com R$ 11,3 bilhões. Aumen-tou 137,8% para uma inflação no período de 65,18%. No ano passa-do, a arrecadação aumentou 8,87% no Estado, a maior do País.

empresariado em foco

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Governador falaem obras emtom de campanha

Empresários lembram pedidos da região

Depois da exposição sobre o de-sempenho do Estado, Luiz Henrique falou sobre pedidos que vêm sendo feitos pela classe empresarial. Disse que a formatura de mais 300 policiais civis, dos quais alguns serão designa-dos para a região de Jaraguá, resolverá em parte a carência de efetivo. Outro anúncio foi da inauguração nos pró-ximos meses de mais um trecho da Rodovia do Arroz, em Joinville, e da conclusão da SC-474, no seu trecho inicial de intercessão com a BR-101, em Barra Velha.

Sobre a extensão da rodovia, des-de a intercessão com a BR-280 até a altura do Rio Branco, em Guaramirim, o governador determinou que os téc-nicos do Deinfra discutam o assunto com empresários e Prefeitura. Tam-bém a possibilidade de uma nova pon-te sobre o Rio Itapocuzinho, ligando a região próxima da empresa Zanotti com o bairro Imigrantes e melhorando o acesso para a BR-280 em direção a Joinville e BR-101, será discutida pelos governos estadual e municipal.

O presidente da ACIJS, Guido Bret-

zke, disse que a presença do governa-dor vinha sendo articulada há algum tempo. “Ele fez um relato muito ob-jetivo sobre as ações do Governo do Estado e vamos esperar que esse enca-minhamento tenha sequência. A atu-al administração estadual tem estado presente em questões como a saúde e desejamos que essa parceria continue com os investimentos nos hospitais São José e Jaraguá, mas também pre-cisamos de soluções para a questão da infraestrutura e a segurança pública”, observou.

Luiz Henrique falou a empresários do Vale do Itapocu a convite da Associação Empresarial

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institucional

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Desempenho do comércio satisfazAs campanhas de fim de ano ajudaram a alavancar as vendas nas cidades do Vale do Itapocu

O balanço foi positivo para o comércio da região. Impul-sionadas pelas campanhas para motivar os clientes a comprarem no comércio

do Vale, as vendas chegaram a índices animadores, como é o caso de Jara-guá do Sul. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) festejou um incremento de 10,3% nas vendas de fim de ano e agora contabiliza mais 1,1% de acrés-cimo em janeiro, comparando com o alcançado no primeiro mês de 2009. Pode ser pouco, mas Wanderlei Pas-sold, presidente da CDL jaraguaense, lembra que a média estadual foi de queda no começo de 2010.

Em Guaramirim, a ACIAG também comemora o sucesso da Campanha de Natal intitulada “Compra Premiada 2009”, que superou objetivos e metas traçadas pela diretoria. O diferencial de 2009 foi que cada empresa partici-pante presenteou um cliente com uma bicicleta, o sorteio de um carro 0Km e

um vendedor foi presenteado com um notebook. Outro fator que contribuiu foi a ampla divulgação.

A soma destas ações culminaram na grande participação dos consumi-dores de Guaramirim e região. Partici-param da campanha 67 empresas do comércio da cidade, que investiram aproximadamente R$ 80 mil, sendo R$ 30 mil em publicidade e R$ 26 mil em premiação (automóvel Palio Fire 0Km, uma TV LCD 32”, 67 bicicletas (uma por empresa participante) e um notebook). Durante os 75 dias de rea-lização da campanha, foram distribuí-dos 340 mil cupons.

Seguindo o exemplo dos lojistas da região, a CDL de Jaraguá do Sul apos-tou na campanha “Sonho de Natal”, com o sorteio de 57 prêmios que in-cluíram dois automóveis, cinco televi-sores e mais 50 vales-compra. “Esta-mos muito satisfeitos com a aceitação dos associados a essa iniciativa e com a resposta dos clientes. Foram emiti-

dos 1 milhão de cupons entregues às 250 lojas participantes, o que atesta o sucesso da campanha, que distribuiu mais de R$ 70 mil em prêmios. Nós acreditamos que essa movimentação contribuiu para que o comércio tives-se um bom desempenho de vendas, na ordem de 10,3%, o que demonstra que a população entendeu o apelo da CDL para que as compras fossem feitas no comércio da cidade”, afirma Wan-derlei Passold.

Além da campanha com o sorteio de prêmios, a CDL desenvolveu outras ações, como a decoração e iluminação natalina, a participação na programa-ção cultural do Município, e a campa-nha de recuperação de crédito. Para o vice-presidente Neivor Bussolaro, as ini-ciativas repercutiram positivamente.

“Hoje, o comércio de Jaraguá do Sul é responsável por mais de 8 mil empregos e todas as ações contribuem para que a atividade econômica se for-talecesse ainda mais”, afirma.

Em Jaraguá, Wanderlei Passold, da CDL, anunciou balanço positivo Guaramirim distribuiu 340 mil cupons durante a campanha

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Em Schroeder, a campanha “Compra Feliz” foi coordenada pelo Núcleo do Comércio da ACIAS. Participaram da promoção mais de 40 empresas dos diversos segmentos do comércio da cidade, com o sorteio de cinco prê-mios, incluindo um automóvel Palio 0Km. Foram distribuídos cerca de 750 mil cupons. A avaliação entre os empresários do núcleo é positiva, pois o objetivo foi atingido e as ven-das tiveram aumento significativo. Um dos aspectos positivos, confor-me a ACIAS, é o fato de que a maior parte das compras foi feita por mo-radores de Schroeder, prestigiando o comércio local, além de atrair clientes das cidades da região.

Em Corupá, a campanha “Natal Premiado 2009” também foi orga-nizada pelo Núcleo do Comércio da ACIAC, que contou com a participa-ção de 50 empresas, com o objetivo principal de incentivar as compras no município e valorizar os clientes com o sorteio de prêmios, incluindo um automóvel. Junto com o resultado da campanha de Natal, Corupá, também comemo-ra a queda no índice de inadimplência do comércio de 9,24% menos casos de inclusão de nomes de clientes no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O desempenho segue uma tendên-cia nacional, pois conforme dados do SPC Brasil, divulgados pela Con-

federação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), houve um aumento de 3,07% de consultas no SPC, re-fletindo um aumento no número de transações comerciais. O número de registros de inadimplentes apresen-tou uma queda significativa se com-parado ao no de 2008: 14,9%.

Vendas e recuperação do crédito

odorizzi

Corupá distribuiu prêmios e ainda comemorou queda na inadimplência

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institucional

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Em Schroeder, a posse de Leandro Bauer em subs-tituição a Ismário Bauer reuniu cerca de 200 pessoas entre empresários e lideranças da comunidade no final de fevereiro. “O desafio é muito grande, em-bora já viesse atuando como vice-presidente. Nosso objetivo é estimular a entidade na atuação voltada à melhoria da capacitação dos empresários e na ges-tão dos negócios, na ampliação do quadro de asso-ciados e no fortalecimento do programa de Núcleos Setoriais. Também defendemos que a região tenha maior representatividade política e uma melhor inte-gração dos governos federal, estadual e municipal para a realização de obras que o Município precisa, essenciais ao desenvolvimento da atividade produti-va”, disse Leandro.

O ex-presidente Ismário Bauer lembrou que, em 15 anos de existência, a entidade teve um grande crescimento. “É uma entidade jovem, mas com uma perspectiva de crescimento. Passamos de 100 para 155 associados nesta gestão. Temos uma sede mo-derna e estamos contribuindo para o crescimento do Município. A atuação na área de treinamento vem proporcionando resultados muito expressivos, pois as empresas contam com profissionais forma-dos na região e, com isso, podem dar continuidade aos investimentos. A associação cumpre seu papel de trazer as empresas, hoje 25% das empresas do Município estão na entidade”, disse.

Junto com Leandro, assumiram os coordenadores dos três núcleos setoriais e do Conselho Consultivo, formado pelos ex-presidentes e pelo presidente atual.

Associações renovam diretoriasO ano começa com mudanças na gestão das associações empresariais de Schroeder,

Jaraguá do Sul, Corupá e Massaranduba. Houve reeleição na diretoria da entidade de Guaramirim

Mulheres ocupam espaços

Em Guaramirim, a presidente Eluísa Hertel Maiochi foi re-conduzida para mais um período à frente da ACIAG. Em Mas-saranduba, a comerciante Eliane Bogo subsitui Valmir Silva na presidência da Associação Empresarial, buscando a maior inte-gração com o movimento organizado da região. “O Município tem no cultivo do arroz a sua principal atividade econômica, mas há outros segmentos que se desenvolvem. O trabalho da entidade é contribuir para o fortalecimento da atividade em-presarial”.

No final de março, também ocorre a posse da nova direto-ria da entidade de Corupá, com a posse de Renê Mahnke em substituição ao atual presidente Herrman Suesenbach.

Durval Marcatto assume a ACIJS

Empresário da área imobiliária, Durval Marcatto Júnior foi eleito em fevereiro para comandar a Associação Empresarial de Jaraguá do Sul no período 2010-2011, em substituição a Guido Bretzke. Conforme Marcatto, o objetivo é dar sequência aos projetos das diretorias anteriores da ACIJS. “É uma tradição da entidade que nenhum projeto ou ação iniciada em uma gestão fique sem solução. Então, vamos priorizar projetos que já aten-dam a essa condição, como é o caso da duplicação da BR-280 e o apoio às áreas de segurança pública, saúde e educação, que tiveram continuidade na gestão que está encerrando”.

Ele destacou a defesa da livre iniciativa e o em-penho que a classe pro-dutiva deve ter quanto à excessiva intervenção do governo nas relações entre trabalhadores e emprega-dores, como nos projetos de redução da jornada de trabalho, na fixação de sa-lários mínimos regionais e na carga tributária. Mar-catto ocupa a vice-presi-dência regional da Fiesc.

Leandro Bauer assumiu a ACIAS no lugar de Ismário Bauer, em cerimônia que reuniu 200 lideranças

Empresário Durval Marcatto

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pelo vale

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Em parceria com a PUC Paraná, o Centro Universitário de Jaraguá do Sul está oferecendo dois mestrados a partir de abril. Direcionados a professores e profissionais que já atuam no mercado, os cursos nas áreas de Administração e de Informática terão aulas no campus

da Unerj, mas os alunos contarão com o suporte da PUC no desenvolvimen-to de mais de 40 projetos de pesqui-sa. Também estão abertas as inscrições para seis novos cursos de pós-gradua-ção em nível de especialização, que te-rão diplomas emitidos pela PUC: Ges-

tão do Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas – T&D, Marketing, Gestão de Negócios, Comércio Exterior, Direi-to Civil Empresarial e Engenharia de Produção. Informações pelos telefo-nes (47) 3275-8200 / 3275-8295 e no www.unerj.br.

Começam os cursos de mestrado na Unerj

Boa notícia para a região. A consultora do Ministério da Edu-cação (MEC) Monize Carrara de Lima, avaliou o projeto de ins-talação do Centro de Educação Profissionalizante (Cedup), em Guaramirim, e aprovou o docu-

mento. Conforme informou, até maio, cerca de R$ 6 milhões se-rão liberados pelo MEC para a construção do prédio projetado para abrigar 1,2 mil estudantes. O terreno de pouco mais de 16 mil metros quadrados fica ao

lado do Parque de Eventos de Guaramirim, às margens da BR-280. A estrutura deve ter 12 salas de aula, ginásio, oito laborató-rios, biblioteca e auditório. Serão investidos cerca de R$ 2 milhões na compra de equipamentos.

Projeto do Cedup é aprovado

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O trânsito preocupa cada vez mais a princi-pal cidade do Vale, com reflexos em todos os demais municípios da microrregião. Para dar respostas à classe empre-sarial de Jaraguá do Sul, que sente o problema de estrangulamento da malha viária no tempo de chegada de matérias-primas e no escoamento da produção das indústrias, a prefeita Cecília Konell apresentou, em 8 de março, os planos da adminis-tração municipal na área de mobilidade. Ela disse que todos os projetos que estão sendo programados visam evitar que o trânsi-to no Município entre em colapso.

Uma das etapas é a construção da ponte ligando os bairros Centenário e Ilha da Figueira, cujas obras devem estar concluí-das no final de maio ou início de junho. O projeto contempla a extensão da Rua Rinaldo Bogo, paralela à Rua José Theodoro Ri-beiro, cujo trecho terá de ser indenizado, com custo estimado de R$ 5 milhões, além do custo da execução das obras. Na rótula que dá acesso a Schroeder, o DNIT construirá um elevado, com prazo de execução de 540 dias a partir da ordem de serviço.

Conforme o secretário de Obras, Aristides Panstein, outra obra vital para melhorar a circulação, já definida, é a construção de uma ponte interligando os bairros Rau e Amizade, e outra na área central, ligando a Rua Jorge Czerniewicz à Rua Esthéria Lenzi Friedrich. Aristides apresentou mapas de simulações de vias projetadas e de binários, mas que exigirão investimentos eleva-dos no futuro. Segundo ele, são necessárias novas pontes, além da ampliação da ciclovias e ciclofaixas e de melhorias nas passa-gens de pedestres.

A Prefeitura garante que tem recursos para a primeira etapa do projeto, como a conclusão da ponte e acessos entre os bair-ros Ilha da Figueira e Centenário, a ponte entre os bairros Rau e Amizade e a do centro da cidade. Ivo Konell, ex-prefeito e atual secretário da Fazenda, sabe que a questão viária é um gargalo para Jaraguá do Sul.

“São obras imprescindíveis. Sem estas soluções urgentes, te-remos problemas”, reforça Konell. Ele informou ainda que, em parceria com o governo do Estado será iniciado, em breve, o asfaltamento de seis quilômetros da Estrada Ribeirão Grande do Norte, em direção aos hotéis, e mais 7,1 quilômetros da estrada desde a Seara até o Rio da Luz Vitória.

Jaraguá busca alternativas para evitar o caos viário

A União Internacional para a Con-servação da Natureza (IUCN), com sede na Holanda, vai apoiar projeto de edu-cação ambiental do Instituto Rã-Bugio para Conservação da Biodiversidade, de Jaraguá do Sul, que será desenvol-vido em escolas públicas de Itaiópolis, no Planalto Norte catarinense. Germa-no Woehl Junior e Elza Nishimura Wo-ehl, diretores do Rã-Bugio, informam que o objetivo do projeto é envolver a comunidade por meio do trabalho com crianças e fazer com que as pes-soas percebam os benefícios das áreas preservadas de Mata Atlântica nas ca-beceiras do Rio Itajaí-Açu. A destruição dessas áreas provoca perdas irreversí-veis de biodiversidade e degrada os re-cursos hídricos. Também contribui para a acorrência de enchentes em cidades como Blumenau e compromete o de-senvolvimento sustentável da região.

A contrapartida deste projeto de educação ambiental será financiada pelo Programa Desmatamento Evitado da ONG SPVS, de Curitiba, em parce-ria com o Instituto HSBC Solidariedade (Banco HSBC - Seguros Carbono Neu-tro), que adotou parte da área da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, de proprie-dade dos fundadores do Instituto Rã-Bugio, o casal Elza Nishimura Woehl e Germano Woehl Junior, localizada em Itaiópolis.

Esta é a primeira captação no Exte-rior do Instituto Rã-Bugio para Conser-vação da biodiversidade, ONG ambien-talista fundada em 2003, que conta também com recursos do patrocínio da Bolsa de Valores de São Paulo (Bo-vespa), da empresa Johnson & Johnson e de um projeto aprovado pelo Fundo Especial de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fepema).

Ajuda holandesa ao meio ambiente

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Secretário Ivo Konell admite que são necessárias obras urgentes

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acontece

ACIJSCurso “Agenciamento internacional”Dia 6/04Local: CEJAS

Curso FMA - 4ª edição (Análise de Efeitos de Falha Potencial) Dias 7, 8/04Local: CEJAS

Curso “Aprenda a investir na Bolsa de Valores”Dias 13 e 15/04Local: CEJAS

Curso “PPCP - Planejamento, Programação e Con-trole da Produção”Dias 22 e 23, 28, 29, 30/04Local: CEJAS

Curso “O benchmarking como ferramenta diferen-cial”Dias 27 a 29/04Local: CEJAS

Curso “Gestão do tempo (Auto Gestão Pessoal e Profissional) Dias 4 a 6/05Local: CEJAS

Curso “Desenvolvimento do profissional de com-pras”Dias 7 e 8, 14 e 15, 21 e 22/05Local: CEJAS

ACIASReunião de diretoria/plenárias

Dias 22/03; 5, 19/04; 3, 17, 31/05Local: ACIAS

Curso de operador de caldeiraDatas: 18, 25 de março; 1º, 8, 15, 22, 29/04;

6, 13/05Local: ACIAS

Curso “Motivação e qualidade no atendimento ao cliente” - Emilio Muñoz Moya

Data: 12, 13, 14 e 15/04Horário: 19h às 22h

Local: ACIAS

Núcleo do ComércioDias 2, 16, 30/03; 13, 27/04, 11, 25/05

Local: ACIAS

Núcleo de Jovens Empresários - 9/22/03; 6, 20/04; 4, 15, 18/05

Local: ACIAS

Promoção “Sábado Feliz”Dias 1º/04 e 10/05

Local: Comércio de Schroeder

ACIAGReunião PlenáriaData: Todas as segundas-feirasLocal: Sala de Reunões

Posse diretoria gestão 2010/2011Dia 22/03Local: ACIAG

Consultoria BRDEDia 14/04Local: ACIAG

Promoção “Sábado Aberto”Dia 10/04Local: ACIAG

Reunião Núcleo dos ImobiliáriosData: 14, 28/04Local: Sala de Reuniões Térrea ACIAG Reunião Núcleo dos ContabilistasData: 07, 28/04Local: Sala de Reuniões Térrea ACIAG

ACIACPosse da nova diretoria

Dia 30/03

Reuniões do Núcleo de Meio Ambiente

Data: 24/03, 07 e 28/04, 12 e 26/05

Local: Centro Empresarial de Corupá

Curso de Cipa na área industrial

Data: 12 , 16/04 Local: Centro Empresarial de Corupá

Reunião Mensal com os Associados

Data: 27/04 Local: Centro Empresarial de Corupá

Realização do Planejamento Estratégico

Data: mês de abril (data e horário a definir)

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É consenso na sociedade brasileira a necessidade de reformas pro-fundas na Constituição aprovada em 1988 pela Assembleia Nacio-nal Constituinte. Convocada para

reorganizar, acabou por deixar uma série de lacunas na política, na economia, nas relações trabalhistas, no sistema previdenciário, e as-sim por diante.

Os últimos governos federais tiveram boas chances de implementar as reformas e as des-perdiçaram. Lula chegou ao poder em 2003, falando em alterar as aposentadorias dos fun-cionários públicos, em mudanças na legislação trabalhista e nas regras tributárias.

A reforma previdenciária jamais foi regu-lamentada e os mais de 100 mil funcionários que ingressaram no serviço público nos últimos seis anos mantêm o direito à aposentadoria in-tegral. A promessa de equiparar a aposentado-ria dos servidores públicos a dos trabalhadores da iniciativa privada não foi cumprida.

Frequentemente surge a pergunta: qual reforma estrutural é mais importante ou mais urgente? Qual reforma deve acontecer pri-meiro?

O ideal seria que todas já tivessem sido implementadas. Mas, em Brasília, o ideal vai além da utopia. Nenhuma das reformas pro-postas - Fiscal, Política, Trabalhista e Previden-ciaria - foi realizada.

Não há projetos efetivos de reforma. Ou melhor, não há projetos que proponham as mudanças que são realmente necessárias.

Não estão em pauta, pelo menos com evi-dência, a reforma do Judiciário e a reforma das Leis Trabalhistas. Não está em pauta a reforma fiscal, imprescindível para que possamos re-duzir a carga de impostos. Apenas uma pseu-do-proposta de reforma tributária, que está parada no Congresso Nacional e não passa de maquiagem.

Os governos parecem não estar dispostos a reduzir os gastos. Só aceitam uma reforma que não diminua a arrecadação. E reforma que não considere a redução da carga tributária é apenas um ensaio que poderá, na melhor das hipóteses, simplificar a atual grade de tributos e amenizar a guerra fiscal. Seria um avanço

importante, mas insuficiente. Políticos e go-vernadores de todos os partidos concordam com a necessidade de se fazer a reforma tri-butária, com a condição de que não se dimi-nua nenhum real da arrecadação. Essa posição vem da avaliação de que, em se reduzindo a arrecadação, não será possível cobrir as des-pesas existentes.

Por isso, a necessidade de mudarmos o foco para a reforma fiscal, que discuta e es-tabeleça as formas de reduzir as despesas da máquina pública, como pré-condição para a redução da arrecadação.

Igualmente incompleta e com aprovação improvável é a proposta de reforma política, que não mexe com questões que realmente podem contribuir para que tenhamos os pode-res mais transparentes, equilibrados e éticos em suas relações.

Nossa percepção é de que as demais re-formas dificilmente caminharão se não forem precedidas da reforma política. Somente com uma nova conduta dos nossos representantes no Legislativo e Executivo, que privilegie o respeito ao partido e às instituições, a trans-parência e a responsabilidade com a coisa pú-blica e o comprometimento com a sociedade, será possível deflagrar as demais mudanças, fundamentais para que o País possa ter o cres-cimento e os níveis de qualidade que precisa e merece.

Nossos políticos vivem num mundo de distorções que lhes garante segurança e tran-quilidade diante dos atos e crimes denuncia-dos todos os dias pela imprensa. A imunidade virou sinônimo de impunidade. A renúncia impede eventual cassação. A possibilidade de legislar em causa própria é mais um entre tan-tos outros absurdos.

Temas como voto distrital, cláusula de barreira, supressão do foro privilegiado, fide-lidade partidária e renovação obrigatória nos diretórios dos partidos poderiam estabelecer uma nova configuração no Congresso Nacio-nal, exigindo do parlamentar uma postura mais ética e coerente.

No momento tão controverso pelo qual passa o Senado, fica ainda mais difícil acre-ditar que mudanças profundas e importantes

possam acontecer. O descrédito do Legislativo Nacional e a impotência do mesmo em focar no que realmente é importante para o País nos levam a crer que muito pouco, ou nada, que dependa dos ares de Brasília terá algum poder transformador.

Diante desse quadro, a mobilização con-junta da sociedade organizada, em todo o País, é fundamental para que um novo pensamento e a necessária pressão sobre a classe política venham a ser exercidos.

Durval Marcatto JúniorVice-presidente regional e presidente

da Câmara de Relações Trabalhistas da Fiesc e presidente da ACIJS

A desilusão das reformas

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ponto de vista

Nossa percepção é de que as demais

reformas dificilmente caminharão se não forem

precedidas da reforma política

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