Revista Negócios Industriais

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 1 MINAS CHEGA AO MAR MESMO A 500 KM DOS ESTALEIROS, INDúSTRIAS DO VALE DO AçO FORNECEM PARA SETOR DE NAVIPEçAS. UM GRANDE PASSO PARA O BILIONáRIO MERCADO DO PRé-SAL Flaviano Gaggiato: Viga Caldeiraria fabrica blocos de navio para STX e abre mercado regional ANO 1 . NÚMERO 1 . JUN/AGO 2010 . R$ 5,90

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A revista Negócios Industriais busca com uma linguagem simples e um visual agradável descrever a importância da atividade industrial para a sociedade.

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 1

MINASCHEGAAO MARMesMo a 500 kM dos estaleiros, indústrias do Vale do aço forneceM para setor de naVipeças. UM grande passo para o bilionário Mercado do pré-sal

Flaviano Gaggiato: Viga Caldeiraria fabrica blocos de navio para STX e abre mercado regionalAN

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TOTVS. Igual, sendo sempre diferente.Conheça as soluções TOTVS para sua empresa.Acesse www.totvs.com ou ligue (31) 3822-5016 (Ipatinga) | (33) 3271-7010 (Gov. Valadares).

Por que um V no lugar do U?

A TOTVS é uma das maiores empresas de software do mundo, mas muita gente se pergunta por que um V no lugar do U?

Bem, porque TOTVS é latim e porque, em latim, TOTVS se escreve assim, com V, e significa tudo, todos. E é exatamente isso que nós fazemos: software que todas as empresas podem ter, soluções para todo mundo.

Tem gente que pensa que trocamos nosso U pelo V só para dizer que nossa missão é ser vitoriosa, é criar valor, é ser verdadeira. Mas no fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de ver esse V no lugar do U só para lembrar que, no nosso negócio, tudo pode parecer igual, mas tem sempre um jeito de ser diferente.

Agroindústria | Saúde | Jurídico | Financial Services | Manufatura | Varejo | Educacional | Distribuição e Logística | Construção e Projetos | Serviços | Small Business

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Unidade Leste de Minas

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TOTVS. Igual, sendo sempre diferente.Conheça as soluções TOTVS para sua empresa.Acesse www.totvs.com ou ligue (31) 3822-5016 (Ipatinga) | (33) 3271-7010 (Gov. Valadares).

Por que um V no lugar do U?

A TOTVS é uma das maiores empresas de software do mundo, mas muita gente se pergunta por que um V no lugar do U?

Bem, porque TOTVS é latim e porque, em latim, TOTVS se escreve assim, com V, e significa tudo, todos. E é exatamente isso que nós fazemos: software que todas as empresas podem ter, soluções para todo mundo.

Tem gente que pensa que trocamos nosso U pelo V só para dizer que nossa missão é ser vitoriosa, é criar valor, é ser verdadeira. Mas no fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de ver esse V no lugar do U só para lembrar que, no nosso negócio, tudo pode parecer igual, mas tem sempre um jeito de ser diferente.

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Unidade Leste de Minas

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A Revista Negócios Industriais é uma publicação trimestral produzida e comercializada pela Letra de Forma Comunicação Empresarial

P2SA COMUNICAÇÃO LTDA | CNPJ 07.291.053/0001-58Rua Marília, 33 A, Bela Vista, Ipatinga-MG CEP 35160-194

EDITORPaulo Assis | MG [email protected]

REDAÇÃOAline Alves e Paulo [email protected]

CRIAÇÃOGabriel Tôrres e Paulo [email protected]

PUBLICIDADEDaniele Assis(31) 3823-1316 | [email protected]

FINANCEIROKátia Kristina(31) [email protected]

FOTO DA CAPARodrigo Zeferino/Grão [email protected]

CARTAS À REDAÇÃOComentários sobre o conteúdo editorial, sugestões, releases e critícas às matérias - [email protected]

ASSINATURASPara receber a Revista Negócios Industriais entre em contato pelo telefone 31 3823-1316. Valor anual: R$ 25,00 (4 edições).

TIRAGEM2.000 exemplares

IMPRESSÃOGráfica Damasceno

O anúncio da descoberta de jazidas de minério de ferro em Itabira, em 1908, mudou o traçado da Estrada de Ferro Vi-tória Minas, criada, inicialmente, para ligar Vitória a Dia-mantina. Os trilhos só chegaram ao destino final em 1942, mas, enquanto era construída, trazia o desenvolvimento eco-nômico e a industrialização. Interessadas nas riquezas mine-rais, empresas instalaram-se em João Monlevade e Coronel Fabriciano.

No início, carvão para a Belgo Mineira, depois obras para construir a Acesita, a Usiminas e a Cenibra. Nascia o Vale do Aço, um pólo industrial cravado entre as montanhas de Minas e uma extrema reserva natural, o Parque Estadual do Rio Doce. Com as indústrias maiores, sugiram pequenos e médios fornecedores, desenvolveu-se o comércio e a presta-ção de serviços.

A revista Negócios Industriais surge com esse propósito: mostrar como a atividade industrial está inserida em nos-so dia-a-dia. Não é uma publicação técnica. Pelo contrário. Busca com uma linguagem simples e um visual agradável descrever a importância da atividade industrial para a socie-dade.

Para isso, a Letra de Forma Comunicação conta com uma equipe que, há cinco anos, vive o mundo empresarial do Vale do Aço. O lançamento da revista não poderia ser numa data melhor: o Dia da Indústria. É uma data que, via de regra, passa quase que esquecida pela comunidade e pelas indús-trias regionais, mas que merece sempre ser lembrada.

Obrigado e boa leitura!

Paulo AssisEditor

trilHos dodesenVolViMento

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luciano araújo fala dos projetos e realizações na fiemg Vale do aço

Entrevista07

saiba como descartar e tratar os lubrificantes

pneus velhos viram asfalto em timóteo

resíduos do aço inox dão vida através do agrossilício

o gás natural e as vantagens para o meio ambiente

EspecialMeio Ambiente

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preço da celulose em alta no mercado mundial

Painel11

Mais indústrias são obrigadas a usar a nota fiscal eletrônica

Legislação16

nova metodologia para ponto eletrônico aumenta custos das empresas

Burocracia19

empresas do pólo Metalmecânico ingressam na indústria naval

Negócios22

grandes eventos esportivos e retomada da atividade industrial geram otimismo

Panorama28

depois do tac da construção civil, é hora de recuperar o prejuízo

Mercado36

Minas gerais receberá r$ 18 bilhões de investimentos para a mineração

Bate-papo38

inspetores de solda são cada vez mais valorizados pelo mercado

Qualificação40

ginástica na empresa aumenta produtividade

Saúde43

olavo Machado, o novo presidente do sistema fiemg, fala de seus projetos

Entrevista46

Índice

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 7

Em 1995, depois de 15 anos no setor financeiro, o jovem Luciano Araújo, então com 33 anos, decidiu ingressar na área industrial. Adquiriu a Provest Uniformes, empresa fundada em 1983. “Eu tinha um sonho de ser empresário da indústria. Queria transformar e não apenas revender alguma coisa”, explica.

Em poucos anos, o sucesso profissional o levou à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Primeiro, foi vice-presidente da Regional Vale do Aço. Em 2006, assumiu a presidência regional. Neste mês de maio, após quatro anos de mandato, Araújo renova seu compromisso à frente da entidade.

Em seu mandato, a região recebeu Centros de Formação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), viu a expansão do Serviço Social da Indústria (Sesi), recebeu palestras de nível internacional e projetos de qualificação empresarial. As conquistas se refletem no dia-a-dia das indústrias e em negócios.

Nesta entrevista à “Revista Negócios Industriais”, Luciano Araújo comenta as conquistas para a classe industrial, os desafios, os projetos e analisa a conjuntura econômica.

entrevista

QUatro anosde eVolUçÃoPresidente da Fiemg Regional Vale do Aço renova mandato por mais quatro anos e faz um balanço das conquistas da indústria em sua gestão

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Por que mais quatro anos à frente da Regional Vale do Aço da Fede-ração das Indústrias do Estado de Minas Gerais?

O convite foi feito pelo nosso novo presidente, o Dr. Olavo Machado, durante a composição de sua chapa. É importante entender que os vice-presidentes regionais, como somos chamados, fazem parte da chapa es-colhida para o Estado. Acredito que as conquistas nestes últimos quatro anos foram o motivo deste convite.

O que o empresário do Vale do Aço conquistou?

A Federação das Indústrias sem-pre trabalha em parceria com os sin-dicatos patronais associados, como o Sinpava, o Sindimiva, o Sindivest, o Sime e o Sinduscon. Atendendo a uma reivindicação histórica da in-dústria regional, o Sistema Fiemg implantou, com o apoio da Prefei-tura de Ipatinga, um Centro de For-

mação Profissional do Senai, além do apoio das respectivas Prefeituras para implantação de um Senai em Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo. Ainda na área de qua-lificação profissional apoiamos a implantação do Projeto Cidade da Solda em Coronel Fabriciano, que beneficia jovens de baixa renda, que este ano passará a ser uma unidade do Senai e agora estamos discutindo

com o município de Timóteo uma unidade do Senai na cidade.

O Sistema Fiemg patrocinou missões empresariais, eventos de prospecção de mercado, encontro de Comércio Exterior – Encomex e trouxe projetos de gestão empre-sarial, como o Peiex, que oferece consultoria gratuita para empresa, o Prêmio Regional de Qualidade Vale do Aço e implementamos o Núcleo de Estágio Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi. Com o Sesi, expandi-mos ainda mais. Apenas a título de exemplo, há quatro anos tínhamos 30 funcionários no Sesi. Hoje são cerca de 300 para atender projetos como o Atleta do Futuro, Indús-tria Saudável, Saúde e Segurança e tantos outros. A atuação do Sistema Federação das Indústrias de Minas Gerais no Vale do Aço ainda é rela-tivamente nova, tem pouco mais de 10 anos. Acredito que conseguimos construir um novo elo desta corrente do desenvolvimento industrial, que teve como antecessor nosso compa-nheiro Luiz Campelo Filho.

Quais ações ainda não foram im-plantadas?

Sem dúvida, nosso objetivo é or-ganizar o setor gráfico e moveleiro no Vale do Aço. Logo no início de nossa gestão, implantamos uma de-legacia do Sinduscon, o Sindicato da Indústria da Construção Civil. É sempre um trabalho difícil mostrar ao empresário que o concorrente da esquina pode ser um grande aliado na identificação de oportunidades de negócios, compras em conjunto, soluções de problemas. Há quatro anos o Pólo Metalmecânico iniciou um trabalho neste sentido, como apoio de entidades como Sindimiva, Sebrae, Fiemg, e hoje as empresas fazem compras conjuntas e também atendem serviços em conjunto. So-zinhas não teriam força para entrar em mercados como a cadeia de pe-

tróleo, gás e indústria naval.

Quando se fala em sindicalismo empresarial, quais os maiores desa-fios na região?

As entidades precisam melhorar a comunicação com os associados e não associados. Apresentar aquilo que podem oferecer, as vantagens de se associar. São incríveis as van-tagens, inclusive financeiras, quan-do uma empresa é associada a um sindicato. Um bom exemplo é um programa de saúde e segurança que o Sesi começou a oferecer para as associadas em 2009. Na prática, há uma economia de até 87% com o serviço de PCMSO e PPRA.

Em 2009, a crise atingiu prin-cipalmente o setor siderúrgico regional. Quais outros setores da economia do Vale do Aço sofreram os impactos da crise?

Os diversos setores da economia são todos ligados. Se uma indústria reduz a produção e precisa dispen-sar colaboradores, claro que isso irá afetar o comércio, a prestação de ser-viços, enfim. Essa é uma dinâmica normal da economia. Na indústria regional o maior impacto, é inegá-vel, foi nas indústrias siderúrgica, metalmecânica e metalúrgica. Como houve uma queda no consumo de aço no mundo – onde os efeitos da crise foram até mais intensos que os verificados no Brasil -, isso atingiu todo o Pólo Metalmecânico (produz estruturas metálica, caldeiraria, atua com usinagem) que, tradicional-mente, fornecia, sobretudo, para os setores siderúrgico e de mineração. Mas é importante frisar que o setor metalmecânico não viu essa situação e ficou parado. Foi um divisor de águas. O Sindimiva, que é o sindica-to do setor associado ao Sistema Fie-mg, promoveu ações de prospecção de mercado, se inserindo na cadeia de petróleo e gás, agora busca ven-

Os diversos setores da economia são todos

ligados. Se uma indústria reduz a produção e precisa

dispensar colaboradores, claro que isso irá afetar o comércio, a prestação

de serviços, enfim. Essa é uma dinâmica normal da

economia.

ENtrEviStA

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der para a indústria naval e também se mobilizou: criou uma central de negócios que permite às pequenas e médias empresas, comprar e vender em grupo, obtendo, assim, vantagens competitivas.

Como a economia regional deve-rá evoluir daqui para a frente?

A indústria regional já estava ope-rando com quase 91% da sua capa-cidade, quase seis pontos percentuais acima daquilo que foi registrado no início da crise, conforme os números da nossa pesquisa mensal, a Index Regional. Recentemente os números do Caged mostraram que em Ipa-tinga a geração de novos empregos vem crescendo. Lógico que existem questões sazonais, novos projetos, demandas reprimidas, mas a Fiemg acredita sim numa evolução da in-

dústria regional. Os empresários es-tão aprendendo que devem se capa-citar e diversificar o mix de clientes. Isso por si só já é um ponto muito importante. Do outro lado vemos os tradicionais setores de mineração e siderurgia se recuperando. Além disso, como disse anteriormente, as empresas regionais estão buscando se inserir na cadeia de petróleo, gás e naval que, sem dúvida, será a gran-de propulsora do Produto Interno

Bruto brasileiro na próxima década. Bom, mas como a economia regio-nal vai evoluir? Isso vai depender da conscientização dos empresários. As condições favoráveis, o apoio, um mundo de oportunidades está se mostrando. Agora, o gestor deve se inovar sempre, se atualizar. Afinal, o que são as empresas senão um grupo de pessoas?

Quais setores da indústria regio-nal apresentam melhores perspec-tivas de crescimento?

À primeira vista aqueles liga-dos à cadeia de petróleo e gás, em virtude da bilionária demanda do Pré-Sal. Mas os empresários preci-sam se inovar, ver oportunidades de negócios porque a economia é uma complexa rede inter-relacionada. Se aumentarem as encomendas, o setor de embalagens é impulsionado, as empresas de distribuição terão sua demanda aumentada, os revendedo-res de combustíveis ganharão e até o setor de publicidade e marketing ganhará mais com uma disputa de mercado pelas empresas. Está ven-do? Oportunidades existem. Temos que saber encontrá-las.

Pré-sal, pré-sal, pré-sal... E o resto da indústria?

Em hipótese alguma devemos deixar de lado setores como siderur-gia, mineração e celulose. A integra-ção da indústria regional à cadeia de petróleo e gás não pressupõe deixar de lado a base de nossa economia regional. Na Usiminas, o projeto de construção da nova usina em San-tana do Paraíso foi somente adiado, não cancelado. O novo presidente da Cenibra, Paulo Brant, assumiu no início de abril e já falou na re-tomada do plano de duplicação da capacidade produtiva da empresa de Belo Oriente, um projeto de 1,8 bilhão de dólares. No setor de mi-neração vemos o Governo de Minas

assinar protocolos de investimentos no Estado que passam da dezena de bilhões de reais. São, sem a menor dúvida, sinais de negócios para a in-dústria regional.

O empresariado nacional con-tinua preocupado com o possível apagão de mão-de-obra qualifi-cada para atender a toda essa de-manda. A situação no Vale do Aço é diferente?

Não digo que estamos 100% pre-parados, mas estamos com melhores perspectivas. O Sistema Fiemg, jun-to com os sindicatos associados, rea-lizou diagnósticos para identificar as necessidades das indústrias regionais. Em dois anos de funcionamento do Senai Vale do Aço já qualificamos mais de 2 mil pessoas nas áreas me-talmecânica, vestuário, construção civil e alimentação. Através do Proje-to Cidade da Solda, em Coronel Fa-briciano, inserimos no mercado sol-dadores qualificados pelo Senai e o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Na-tural). É claro que existem profissões que o mercado vai demandar que não são ofertadas aqui. Na Bahia, no Es-pírito Santo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o Senai, em parceria com a Petrobras, está oferecendo o curso de operador de sonda. Cada Estado, cada município, cada pólo produtivo tem um perfil específico e ele preci-sa ser respeitado quando se fala em implantar um projeto de qualificação profissional.

A indústria regional já estava operando com quase

91% da sua capacidade, quase seis pontos

percentuais acima daquilo que foi registrado no início

da crise.

Se aumentarem as encomendas, o setor de embalagens é impulsionado, as empresas de distribuição terão sua demanda aumentada, os revendedores de combustíveis ganharão e até o setor de publicidade e marketing ganhará mais com uma disputa de mercado pelas empresas.

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10 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

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CELULOSEOs preços de referência da fibra curta saltaram para US$ 920 por tonelada na Amé-rica do Norte, US$ 890 na Europa e US$ 850 na China e no resto da Ásia. No início do ano, o preço de referência estava no pamtar de US$ 700.

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PARCERIAA concessionária Guiau-to Chevrolet e a Fiemg Regional Vale do Aço fir-maram parceria no final de maio. Os associados serão contemplados com descontos que podem chegar a 18%, de acordo com o modelo de veículo escolhido, explicou Leo-nel Guimarães, diretor da concessionária.Os benefícios se estendem aos sindicatos patronais associados Sindimiva, Sinpava, Sinduscon, Sin-divest e Sime. Informa-ções na concessionária.

Painel

Valorização transforma celulose em um “novo minério” para Minas

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AÇO PARA NAVIOSA Usiminas desbancou os chineses e venceu licitação internacional para fornecimento de 7,7 mil toneladas de aço para o Estaleiro Mauá Petro Um (RJ). O aço será utilizado na construção de navios para transporte de produtos claros e integra o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef ), coordenado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras. Com esse resultado, a Usiminas já possui contratadas 40 mil toneladas de aço para os navios do Promef, o que representa 32% de todo o aço que já foi comprado até aqui – 123,6 mil toneladas.

BAILE dOS PANIFICAdORESO Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Alimentação, Panificação, Confeitaria e de Massas Alimentícias do Vale do Aço (Sinpava) promove no dia 6 de agosto mais uma edição do Baile dos Panificadores, no Clube Morro do Pilar. As homenagens aos panificadores começam em julho, com uma missa especial na Igreja do Bairro Horto, no dia 7. Mais informações no Sinpava, pelo telefone 31 31 3824-2334.

Foto Palace

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 13

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14 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 15

Muito se fala de funcionários competentes, mas como medir se real-mente uma pessoa é competente naquilo que faz?

As organizações definem um comportamento desejado de seus em-pregados com relação aos seus papéis através da descrição de cargos e salários, arrolando os deveres e responsabilidades que devem ser cum-pridos por seus ocupantes.

É importante para a organização conhecer o desempenho real de um funcionário, tomando-se como base a descrição das responsabilidades do cargo, através de um sistema tecnicamente elaborado de avaliação deste desempenho. Esta é uma maneira de evitar que a avaliação seja feita de forma superficial e unilateral, do chefe com relação ao subor-dinado e, tratando-se de um dos princípios científicos, possibilita-se uma abordagem mais racional do ser humano, livre de distorções próprias da avaliação feita apenas no senso co-mum.

A razão de se implantar uma avaliação de de-sempenho é a possibilidade de se desenvolver os recursos humanos da organização, definindo o grau de contribuição de cada empregado para a organização e identificando as pessoas com qualificação superior para o cargo, a contribui-ção do programa de treinamentos para a me-lhoria do desempenho dos empregados, além de promover o autoco-nhecimento e autodesenvolvimento dos empregados e obter subsídios para realinhamento dos cargos e seus ocupantes.

Um sistema de avaliação de desempenho bem estruturado permite que a organização desenvolva um sistema de remuneração e promoção jus-to e fidedígno ao desenvolvimento pessoal dos funcionários compro-metidos, permitindo ainda a criação de planos de ação corretivos para desempenhos insatisfatórios.

Para o sucesso do programa de avaliação de desempenho é importante que se tenha um elevado grau de envolvimento da alta administra-ção, uma definição clara dos objetivos a serem alcançados, preparo da equipe para administrar pessoas (gerentes), realização contínua com parâmetros claros e o envolvimento dos empregados no processo de formulação da avaliação.

desempenho, como medí-lo?

POR CHARLES MAGALHÃESDiretor da Essentiali Consultoria e [email protected]ão

É importante para a organização conhecer o desempenho real de um funcionário, tomando-se como base a descrição das responsabilidades do cargo, através de um sistema tecnicamente elaborado de avaliação deste desempenho.

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Aos poucos as pilhas de papéis e toneladas de livros fiscais começam a desaparecer do dia-a-dia das empresas mineiras. No Estado, 35 mil empresas já são obrigadas a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) iniciado pela Receita Federal há dois anos.

Na Usiminas, maior empresa do Vale do Aço, que inte-grou a fase piloto do Sped, nada menos que 343 mil folhas deixaram de ser preenchidas em apenas um ano. Em empre-sas menores, como a Ramac Indústria Mecânica, situada em Timóteo, a expectativa também é de agilidade na área fiscal, desburocratização e redução do consumo de papel.

“Teremos uma resposta mais rápida, redução de papéis, além da concorrência transparente, com isso os sonegadores tenderão a sumir do mercado”, avalia o proprietário da em-presa, Carlos Afonso de Carvalho. A assistente de faturamen-to da Delta Engenharia e Manutenção Industrial, Daniele Patrícia Lima Marçal, completa que o novo sistema oferece maior segurança. “Além de reduzir custos, com a obrigatorie-dade entrando em vigor em dezembro, ainda temos tempo de familiarizar com o sistema e adquirir confiança para evitar erros”.

De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda de Mi-nas Gerais, ao longo de 2010 diversos setores cumprirão ca-lendário fixado para a obrigatoriedade do certificado digital, começando sempre no primeiro dia de julho, de outubro e de dezembro. Para a coordenadora de fiscalização da delegacia fiscal de Ipatinga, Vilma Mendes Alves Stoffel, os contri-buintes, consumidores e sociedade só têm a ganhar com a nova emissão de nota.

“Além de o Fisco poder acompanhar, em tempo real, a atividade econômica e a integração de informações com as Secretarias de Fazenda dos estados com a Receita Federal, o contribuinte será beneficiado com redução de custos admi-nistrativos, tempo de impressão de documentos fiscais, pa-dronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas, redução de erros de escrituração devido à eliminação de erros de digitação de notas fiscais; além de diminuir despesas com a racionalização, entre outros ganhos”, afirmou.

Contribuintes do ICMS que se enquadram ou desenvol-

fiM da papeladaNota Fiscal Eletrônica já é obrigatória para 35 mil empresas mineiras. Até final de 2010, adesão será total

LEGiSLAção

Marcos Auad e Jairo Barros, da Totvs Leste de Minas: soluções

para empresas de todos os portes

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 17

vam atividade industrial; de comércio atacadista ou de distri-buição; pratiquem saídas de mercadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a admi-nistração pública, terão que se adequar à nova realidade.

Em Minas Gerais, a obrigatoriedade do Fisco estabeleceu-se através dos protocolos 10/2007: para contribuintes do ICMS e protocolo 42/2009: para contribuintes do ICMS que se enquadram ou desenvolvam atividade industrial; atividade de comércio atacadista ou de distribuição; pratiquem saídas de mercadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a administração pública.

SOFTWARESA adoção dos softwares para a emissão das notas geralmente

independe do porte da empresa, informa Vilma. De acordo com ela, instituições de médio e grande porte preferem adotar soluções próprias, já disponibilizadas pelos fornecedores de software em seu Sistema Integrado de Gestão, ou ERP, na sigla em inglês.

Este é o caso da maior parte dos quase 100 clientes da Uni-dade Leste de Minas da Totvs, maior empresa de softwares aplicativos dos países emergentes e sétima maior do mundo no segmento. “Nossas soluções para gestão de empresas em geral já contemplam a Nota Fiscal Eletrônica, desde que a lei foi instituída ”, explica Marcos Auad, diretor de atendimento e relacionamento da unidade Totvs no Leste Mineiro. Auad explica ainda que empresas menores também podem optar por sistemas próprios. “Existem soluções de gestão empresa-rial para todos os bolsos”, frisa.

Quem não está disposto a investir em uma solução de ges-tão, pode adotar o sistema Emissor de NF-e desenvolvido pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo que servirá a todos os contribuintes do país, gratuitamente. De acordo com a Receita Estadual, são duas as versões desse aplicativo: emis-sor de NF-e para o ambiente de produção, que gera, efetiva-mente a NF-e (com validade jurídica) e o emissor de NF-e para o ambiente de homologação, onde o contribuinte poderá efetuar vários testes, pois esse gera documentos sem validade jurídica. Esses aplicativos estão disponíveis no endereço: www.fazenda.mg.gov.br.

Para as empresas que não emitirem a nota fiscal eletrônica a punição implicará na devolução da mercadoria por parte do consumidor. “O risco maior envolverá a área de transportes, pois a nota será desclassificada e será cobrada tributação mais multa por transporte descoberto de documento fiscal”, confir-ma Vilma.

A lista de contribuintes mineiros obrigados à emissão da Nota Fiscal Eletrônica está disponível no endereço http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br/empresas.html.

Mais informações no site www.fazenda.mg.gov.br ou envio de perguntas para o e-mail: [email protected].

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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18 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Até algum tempo atrás, a maioria das empresas tinham o profissional da contabilidade, necessário para manutenção das obrigações fiscais, tributárias e previdenciárias da sua empresa, como mais uma despesa ou como dizem: “um mal necessário”.

Porém, o tempo se encarregou de mudar esta his-tória. Com o avanço tecnológico, a informação que antes demorava horas, dias ou até mesmo meses para ser processada, hoje se faz em milésimos de segundo.

Há 15 anos a informática gerava benefícios para as poucas empresas que tinham um gestor visionário que acreditava no retorno financeiro a partir da re-visão e automação dos principais processos e uma situação financeira favorável. Atualmente a tecno-logia está para todos. Queiram ou não.

Digo isto porque a informatização dos principais processos de uma empresa deixou de ser diferencial competitivo. Hoje é uma obrigatoriedade para boa parte das empresas.

A Nota Fiscal Eletrônica atingirá todo o setor in-dustrial e atacadista no ano de 2010. Para se ter uma idéia, somente em dezembro de 2009 mais de 75 milhões de documentos eletrônicos foram emitidos. É um caminho sem volta: a Era da Desmaterializa-ção de documentos fiscais.

Com o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, o fisco passa a ter acesso a toda a informa-ção contábil e fiscal das empresas (entrada de mer-cadorias e matérias primas, estoques, saída de pro-dutos e informações sobre cada nota fiscal emitida e recebida), isto tudo em uma base de dados com-partilhada por diversos órgãos (Receita Federal do Brasil, Secretarias da Fazenda Estaduais, BACEN, CVM, entre outros).

Com isto, poderão identificar fraudes como “meia nota”, “nota calçada”, contrabando, falsificações, numa velocidade e eficiência nunca antes imagi-

nada. Se está achando muito, há ainda a previsão de inclusão no SPED de outras informações como financeiras, trabalhistas e previdenciárias.

Já não precisa ser nenhum “guru” para prever que o jeitinho brasileiro dará espaço para as melhores prá-ticas de gestão. Como diria o meu amigo Professor Roberto Dias Duarte: “Planejamento, controle, in-tegração, parcerias, análise, contabilidade, auditoria, capacitação e desenvolvimento. Estes termos subs-tituirão rapidamente alguns jargões do undergroud empresarial.”

Se informatização deixou de ter um mero papel ad-ministrativo e gerencial, e passou também a forne-cer informações para o fisco, é hora de escalar novos profissionais para este jogo. A participação efetiva de um contador passou a ser imprescindível na implantação de um ERP. Com o fisco ligado no negócio, uma empresa não pode correr o risco de emitir documentos eletrônicos errados ou enviar informações de forma incorreta, impre-cisa ou incompleta.

É preciso que os gestores passem a enxergar o con-tador como um grande parceiro. Capaz não somen-te de dar segurança e suporte ao processo de im-plantação de uma ERP e adequação ao SPED, mas principalmente como peça chave na construção de informações gerenciais para a tomada de decisões. Atender as exigências legais é premissa, assim como o oxigênio é para a vida.

Uma boa base de informações contábeis poderá promover projeções, previsões, simulações e cons-truções de cenários. Pontos fundamentais para re-alização de um bom planejamento empresarial e tributário.

era do conHeciMento:de contador de despesa para parceiro estratégico

POR NATHANIEL J.V. PEREIRASócio-administrador da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial e coordenador da Câmara Setorial de Contabilidade do Vale do Aço

Contábil

A informatização dos principais processos de uma empresa deixou de ser diferencial competitivo. Hoje é uma obrigatoriedade para boa parte das empresas.

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 19

Uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vem tirando o sono de muitos empresá-rios e promete afetar o orçamento das empresas nos próximos meses. Isso porque a rotina de entrada e saída dos empregados das empresas com mais de 10 funcionários será alterada a partir do dia 20 de agos-to, conforme determina a portaria nº 1.510/09, que visa regulamentar o sistema eletrônico de controle de ponto.

Pela nova regra os equipamentos

noVo cUstoàs eMpresasNovos equipamentos de ponto eletrônico implicarão em mais gastos, desperdícios e mais burocracia para as empresas

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

BuroCrACiA

Carlos Luppi: Ministério do Trabalho dá pouca esperança de

que vá alterar data de vigência da nova metodologia

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20 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

que registram a chegada e a saída dos empregados terão que incluir uma impressora para emitir com-provantes que deverão ser arquiva-dos por cinco anos. O governo pre-tende coibir adulterações e reduzir o número de reclamações envolvendo horas extras. A Secretaria de Inspe-ção do Trabalho estima que R$ 20,3 bilhões não estão sendo pagos aos trabalhadores brasileiros.

Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a portaria se resu-me em aumento de custos e tendên-cia das empresas abandonarem o re-gistro eletrônico de ponto, voltando a utilizar processos obsoletos, como o registro manual e o mecânico, para posterior digitação dos dados. Pelo lado dos trabalhadores, o descon-forto será inevitável, com longas es-peras nas filas para o registro, já que será necessário aguardar a impressão do comprovante.

Estima-se que o volume de com-provantes chegue a um bilhão por ano, sem contar nos prejuízos ao meio ambiente. Líder do mercado

nacional em soluções para contro-le de acesso, a Dimep Sistemas de Acesso, Segurança e Ponto prevê que cada bobina terá capacidade de atender 120 trabalhadores durante

um mês (5.000 tickets mensais). A previsão, segundo a empresa, é que mais de 400 mil árvores sejam der-rubadas por ano para suprir o consu-mo do papel.

Com esses argumentos, a CNI encaminhou recentemente requeri-mento ao MTE solicitando a sus-pensão urgente da medida e propon-do a criação de um grupo tripartite para propor mecanismos mais efi-cientes de controle. A CNI partici-pou também de audiência na Casa Civil da Presidência da República, quando apresentou os problemas que a medida trará para empresas e trabalhadores.

Para o gerente geral da Sankyu em Ipatinga, Kleber Divino Muratori, a portaria deveria ser revista e repen-sada, pois é inviável para as empresas fazerem um investimento tão alto. “Hoje trabalhamos com o ponto eletrônico, modelo tradicional, te-mos 2.300 funcionários e cerca de 50 equipamentos. Adequando ao novo sistema, teremos um acúmulo de funcionários num período curto de tempo”, diz.

O motivo é simples. A legislação determina uma tolerância máxima de cinco minutos na entrada e saí-da para evitar o pagamento de horas extras. Como o trabalhador terá que esperar a emissão do cupom, a ten-dência é a formação de filas.

De acordo com Rodrigo Feitosa Chagas, da MCR Assessoria, Con-sultoria e Treinamento Empresarial, que presta consultoria para o Sin-dicato da Indústria da Construção Civil em Minas Gerais (Sinduscon), o controle eletrônico é opcional. “No artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) faculta o uso de registro de ponto manual ou mecâ-nico, porém se o meio eletrônico for adotado, deverão ser seguidas às ins-truções da portaria nº 1.510/2009”, explicou.

Segundo a portaria do MTE, en-

O Brasil terá grande impacto com a implantação

da Portaria 1.510, já que possui cerca de 1 milhão

de relógios de ponto informatizados. Deste total,

60% serão trocados para atender à nova legislação

e 40% voltarão ao sistema mecânico.

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Rodrigo Feitosa: empresários sentirão no bolso o peso dos

novos equipamentos, que chegam a R$ 5 mil

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 21

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tre os requisitos que o novo equi-pamento deverá apresentar está um mecanismo de impressora em bo-bina de papel, de uso exclusivo do equipamento, que permita impres-sões de comprovantes, com durabi-lidade mínima de cinco anos.

Vale destacar que as organizações que optarem pelo controle de ponto eletrônico pode preparar o caixa, pois as despesas terão alto custo. “Cada aparelho custa em torno de 3.500 a 5.500 reais, sem contar nos gastos com manutenção das máquinas, bo-bina e certificações em equipamen-tos sofisticados para o armazena-mento de informações, impressoras integradas, porta padrão USB exter-na para captura de dados armazena-dos por fiscais, e baterias capazes de funcionar 1.440 horas, em caso de falta de energia”, informou.

A Dimep, líder do mercado nacio-nal, prevê um investimento nacional

de R$ 1,8 bilhão de reais. “O Brasil terá grande impacto com a implan-tação da Portaria 1.510, já que pos-sui cerca de 1 milhão de relógios de ponto informatizados. Deste total, 60% serão trocados para atender à nova legislação e 40% voltarão ao sistema mecânico. Como o custo médio para adquirir o novo equipa-mento é de aproximadamente 3 mil reais, estima-se 1,8 bilhão de reais irá movimentar a economia brasilei-ra”, explica Dimas de Melo Pimenta III, vice-presidente da Dimep.

O custo também incidirá sobre as empresas prestadoras de serviço, que atuam em outras empresas. “O uso do REP é restrito por empresa. Portanto, nas organizações nas quais estão alocados fisicamente funcio-nários de mais de uma empresa do grupo, será necessário um equipa-mento para cada uma delas”, explica Dimas.

Apesar do valor do investimento, Rodrigo Feitosa, da MCR Assesso-ria, aconselha as empresas que ado-tam o sistema eletrônico a não re-gredirem. “Em tese não há nenhum problema legal, mas a fiscalização com certeza irá se perguntar por que a empresa optou por voltar ao siste-ma manual ou mecânico e não in-vestir num sistema mais moderno.”

ESPERAApesar da mobilização da classe

empresarial, o governo federal não parece querer ceder aos apelos. O Ministério do Trabalho já iniciou a homologação dos equipamentos. O problema é que, mesmo quem quiser se adequar, terá que esperar. Fabricantes estimam que o prazo de entrega seja superior a 60 dias. Em muitos casos, as empresas ainda pre-cisarão investir em treinamento de pessoal.

BuroCrACiA

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22 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

naVios Made inVale do açoPólo Metalmecânico inicia fornecimento de peças para setor naval e inclui indústria regional na cadeia do Pré-Sal

Os navios de apoio as sondas de perfuração de pe-tróleo, ou pelo menos parte deles, estão sendo fabri-cados no Distrito Industrial de Santana do Paraíso. Cinqüenta funcionários da Viga Caldeiraria traba-lham em seis blocos da cabine do BO 26, erguido pelo estaleiro STX Europe, de Niterói (RJ).

As pecas juntas somam 90 toneladas de aço que se-rão parte das cabines do navio. A encomenda é con-siderada pequena para a capacidade produtiva das empresas do Pólo Metalmecânico do Vale do Aço, mas carrega um enorme simbolismo: a inclusão das pequenas e médias indústrias regionais na bilionária cadeia do pré-sal.

“Ela é fundamental porque está abrindo o mercado. Não será só para a Viga. Além de criar uma opor-tunidade para nós, o estaleiro já sinalizou que serão feitas mais encomendas, pois estão gostando do nosso trabalho”, afirmou o diretor-presidente da Viga Cal-deiraria. “É apenas o primeiro estaleiro. Quando os outros ficarem sabendo da qualidade dos nossos ser-viços, com certeza virão mais encomendas.”

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NEGóCioS

Flaviano Gaggiato: distância entre o Vale do Aço e o litoral não é

obstáculo

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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24 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

NEGóCioS

Na CMI Montagem Industrial, parceria com a Arcon Refrigeração para produzir dutos de refrige-ração para o Estaleiro Mauá. De acordo com o proprietário da CMI, Aiton Duarte, encomenda será entregue em julho

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 25

Na Viga, que ocupa uma área de 40 mil metros quadrados nas proxi-midades do aeroporto da Usiminas, a expectativa é por novas e maiores encomendas, de 100 a 200 toneladas mensais. A indústria já planeja adap-tar um de seus galpões – que somam 6 mil metros quadrados - numa linha especifica de montagem das estrutu-ras dos navios.

Além da área física, outras adap-tações já foram feitas. Funcionários da empresa fizeram treinamentos no STX para adquirir toda expertise.

A Viga não esta só. Em 2009, Mu-niz Indústria Mecânica, Ramac In-dústria Mecânica e Líder Indústria Mecânica se uniram para fornecer portas de navio para o mesmo STX. “É um aprendizado que abre mer-cados. O Pólo Metalmecânico já é reconhecido no fornecimento para outros setores. A partir dessas enco-mendas seremos reconhecidos tam-bém pelo setor naval”, diz Gaggiato.

Agora, Arcon Refrigeração e CMI Montagem Industrial, ambas de Ipatinga, desenvolvem 167 dutos de refrigeração para o Estaleiro Mauá. “Essa parceria foi idealizada na for-mação de um grupo com intenção de somar competências, ser atrativo e ter condições de atender as demandas, além de oferecer soluções integradas para nossos clientes”, afirmou Ailton Duarte, proprietário da CMI.

De acordo com Ailton, os dutos são quadrados com seções variando em dimensões de até 1300x1300 mm com peso de aproximadamente 20 toneladas e serão concluídos em julho. “Além desses dutos, estamos com expectativa de mais três pedidos deste mesmo porte e perspectiva de agregar outras tecnologias”.

Parceira da Usiminas Mecânica, a CMI pretende com a expansão do mercado, ampliar o número de clien-tes neste segmento para atender aos setores de plataformas, refinarias e extração de petróleo. “Com as opor-

tunidades associadas aos novos clien-tes e o setor em expansão, esperamos obter uma carteira com diversos seg-mentos (siderurgia, mineração, pe-tróleo e gás, celulose e naval)”.

E trata-se de um mercado em fran-ca expansão. De acordo com o Sindi-cato Nacional da Indústria de Cons-trução e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), a cada sonda de perfuração é construída uma plataforma que de-manda entre 4 e 5 navios de apoio. Já foi confirmada a encomenda de 28 sondas para o mercado interno.

INCENTIVOA distância do mar não é o maior

obstáculo para vender e levar as mer-cadorias para o litoral. Os quinhen-tos quilômetros e três dias de viagens nem se comparam à elevada carga tributária e a um custo do transporte do aço entre BH e o Vale do Aço.

Estados como Rio de Janeiro, Per-nambuco e Rio Grande do Sul dão isenção total de ICMS. As empre-sas mineiras pagam 12%. Segundo os empresários regionais, não existe margem de lucro que atinja esse pa-tamar. Hoje, reclamam, trabalham quase que de graça para abrir um novo mercado. Em abril o gover-nador Antônio Anastasia ouviu o clamor dos empresários e prometeu estudar o caso das pecas para o setor naval.

“A perda de receita seria inexisten-te porque hoje não existe produção para o setor naval. É uma situação diferente da cadeia de petróleo, na qual o Estado deveria renunciar re-ceita”, avalia Flaviano Gaggiato. A lógica é que ao concorrer com outros estados haverá geração de empregos e incentivo ao comércio, gerando im-postos.

Esse é um problema que depende do governo estadual e da Assembléia Legislativa. Agora, outro entrave pode ser resolvido por empresas re-gionais: a instalação de um centro de

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26 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

O investimento já possui licença de instalação e o início da operação está previsto para 2011. A fábrica terá ca-pacidade de fabricar até 18 módulos simultâneos, que podem ser trans-portados e instalados diretamente nas plataformas offshore utilizadas pela Petrobras para extração de pe-tróleo.

A Usiminas Mecânica também irá produzir painéis e blocos para na-vais, para serem utilizados em navios

cargueiros produzidos no País. A intenção é fazer com que, a exem-plo dos estaleiros internacionais, os empreendimentos brasileiros apenas montem o navio, deixando o proces-samento das peças em aço a cargo da própria siderúrgica. Hoje, o Brasil conta com 26 estaleiros de grande e médio porte, com grande potencial de crescimento através dos cerca de R$ 6 bilhões de investimentos pre-vistos no Promef.

NEGóCioS

distribuição de aço na região. Hoje, o frete entre a capital e o Vale do Aço custa cerca de 1300 reais. A situação chega a ser cômica, pois o aço é fabri-cado na Usiminas e de lá volta para a região.

As indústrias regionais solicitam a Usiminas a criação de uma distri-buidora local. A área provisória já foi oferecida por uma empresa de Santa-na do Paraíso, mas a siderúrgica ain-da não se posicionou oficialmente.

AÇO ESPECIALA Usiminas está instalando na

usina de Ipatinga (MG), mediante investimentos de R$ 650 mil, uma tecnologia que vai possibilitar a pro-dução de aços de alta resistência para fornecimento aos setores ligados à cadeia produtiva do pré-sal. Essa tecnologia ampliará o atendimen-to da empresa aos segmentos naval, de plataformas offshore e de tubos de grande diâmetro. O uso do novo processo está alinhado à estratégia da Usiminas de agregação de valor ao aço.

O “Resfriamento Acelerado de Chapas Grossas” possibilita a pro-dução de chapas grossas com alta resistência, ideais para uso nesses setores. A Usiminas será a primeira siderúrgica fora do Japão a usar esse método, desenvolvido pela Nippon Steel. A previsão da Usiminas é que o equipamento entre em operação no 3º trimestre de 2010, com capacida-de de produção de 300 mil a 500 mil toneladas por ano. A prioridade será o atendimento ao mercado interno.

Além disso, A Usiminas Mecânica está investindo US$ 200 milhões na construção de uma fábrica de mó-dulos para plataformas marítimas, também mirando os investimentos previstos para a exploração da cama-da pré-sal.

A unidade será instalada em Cubatão, em terreno de 200 mil m² anexo à usina da Usiminas na região.

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 27

Agência Petrobras

No dia 7 de maio, o presidente Lula lançou ao mar o primeiro navio do Programa de Moder-nização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no porto de Suape, em Pernambuco. Trata-se da primeira embarcação de grande porte construída no Brasil a ser entregue ao Sistema Petrobras em 13 anos.

frotAAtuAL

NovASENCoMENdAS

FROTA PRÓPRIACom o Promef, a frota da Transpetro, hoje de 52 navios, chegará a mais de 100 navios em 2014. Esse número deve aumentar com o Promef III, a terceira fase do programa, que será lançada este ano. O Promef III levará em conta o aumento de produção de petróleo e gás advindo dos campos do pré-sal, e a entrada em funcionamento das quatro novas refinarias no Nordeste e do Comperj, o complexo petroquímico em Itaboraí, no Grande Rio.

ENCOMENdAS Dos 49 navios do Promef, 46 foram licitados, com 38 já contratados. Os últimos três navios estão em fase final de licitação.

NAVIPEÇASCada navio encomendado pela Transpetro é composto de 2 mil a 3 mil diferentes itens. Cerca de 70% das navipeças já são fabricadas no Brasil ou podem vir a ser fabricadas em um prazo relativamente curto. São itens como chapas e perfis de aço, tintas e solventes, amarras, tubulações, acessórios de casco, caldeiras, válvulas comuns e bombas centrífugas.

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28 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

tsUnaMi deotiMisMoA Copa do Mundo e a as Olimpíadas criam um ambiente favorável para investimentos em infraestrutura e o Vale do Aço quer pegar essa onda

PANorAMA

Alexandre Torquetti Jr, da Emalto: indústria com planta em Timóteo investiu R$ 25 milhões na construção de uma nova unidade, com foco em estruturas metálicas, de olho na demandas de infraes-trutura com a Copa e as Olimpía-das

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 29

Até a primeira quinzena de outubro de 2008, a eco-nomia do Vale do Aço estava em euforia. Um novo ciclo de investimentos na região e no Leste Mineiro injetaria R$ 25 bilhões na economia, criaria 60 mil empregos diretos e indiretos e muitas oportunidades de negócios. Duplicação da produção na ArcelorMit-tal João Monlevade, novo aeroporto em Bom Jesus do Galho, nova unidade da Usiminas em Santana do Paraíso, ampliação da capacidade produtiva da Ceni-bra e instalação da Aracruz em Governador Vala-dares.

Como num efeito dominó, a concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, o quarto maior dos Estados Unidos, expôs uma ferida da economia norte-americana e espalhou uma crise de desconfi-ança pelo planeta. O resultado foi desemprego, queda no consumo, falta de crédito e estagnação econômica. Não demorou para que empresas como Cenibra e Aracruz anunciassem, ainda em outubro de 2008, a suspensão de qualquer projeto de expansão industrial. Mas ainda havia mais água fria para ser jogada na cabeça de muita gente.

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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30 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Sem demanda, a Usiminas, maior empresa da região, iniciou um pro-cesso de demissões e suspendeu (em nenhum momento ele foi cancelado) o plano de investimento. Numa rea-ção em cadeia, as pequenas e médias empresas regionais, fornecedoras dos setores de siderurgia, celulose e mi-neração, viram seus negócios por um fio. Houve empresa tradicional que zerou todo o quadro funcional, pre-servando somente o nível adminis-trativo – e ainda assim com cortes.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Ge-rais (Fiemg), em janeiro de 2009 o uso da capacidade instalada das empresas do Leste Mineiro atingiu 74%. Em setembro, antes do esto-pim da crise, o índice era de 94,99%. “É como se uma empresa, que tem capacidade de produzir 100 mil pe-ças por mês, estivesse produzindo 95.000 antes da crise e em três meses visse sua produção cair em 21.000 unidades”, explica o gerente da Fie-mg Regional Vale do Aço, Wantuir Caires.

Nesse período teve gente que fe-chou as portas. Mas também teve aqueles que arregaçaram as mangas e foram em busca das oportunida-des onde elas estavam. As empresas do Pólo Metalmecânico do Vale do Aço, por exemplo, viram a demanda de setores tradicionais, como side-rurgia e mineração, cair drastica-mente. A alternativa? Viajaram País afora prospectando mercados de gás, energia elétrica, petróleo e naval. Aquilo que parecia contraditório, hoje é uma realidade: mesmo dis-tante do mar, o Vale do Aço fornece peças para navios e embarcações.

No final de 2009, Muniz, Ramac e Líder, indústrias mecânicas localiza-das em Ipatinga e Timóteo, já forne-ciam portas de navio para o estaleiro STX Europe. “É uma ação conti-nua; visitamos potenciais clientes periodicamente, apresentando nos-

sa capacidade e qualificação como um grupo de empresas, capazes de atender as mais variadas demandas”, explica Ronaldo Soares, analista de prospecção de mercado do Sindimi-va (Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço), associado ao Sistema Fiemg e que reúne 90 empresas.

Até na distante Porto Velho, em Rondônia, o grupo esteve, em se-tembro de 2009. “Nenhum merca-do é distante se as condições foram favoráveis para se investir. A crise reforçou que sempre se deve ino-var, ampliar seu mercado”, completa Ronaldo. Apesar dos dados e pano-ramas favoráveis, são poucos empre-sários que, abertamente, falam sobre o fim da crise. O certo é que agora existe uma nova onda de desenvol-vimento.

NOVO MILAGREEm duas semanas, no dia 11 de

junho, às 16h na África do Sul (11h horário de Brasília), a bola rola no Soccer City Stadium, em Johanes-burgor. A partida entre as seleções da África do Sul e do México marca o início da Copa 2010. Milhares de telespectadores pelo mundo estarão ligados no maior espetáculo do fu-tebol. No Brasil, que em quatro anos recebe o torneio, a estratégia de mi-lhares de empresários não terá nada a ver com as partidas, o gol, a taça. O plano tático buscará um outro resul-tado: aproveitar as oportunidades de negócios dos torneios esportivos que o Brasil receberá (a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016).

O apito inicial já foi dado e, nes-te jogo, a bola rola há algum tem-po. Instalada há 36 anos na cidade de Timóteo, a Emalto Indústria Mecânica investiu R$ 25 milhões num processo de modernização e na criação da Emalto Estruturas Metá-licas.

Divulgação/Governo de Minas

PANorAMA

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 31

“A demanda por estruturas metá-licas em todos os estádios e outras construções para atender tanto a Copa do Mundo de 2014 e as Olim-píadas de 2016 serão muito grandes e a Emalto já está preparada para atender parte desta demanda prin-cipalmente com a inauguração da Emalto Estruturas Metálicas, que terá uma linha de fabricação total-mente automatizada com capacidade de produção de 1.500 ton/mês, que

serão somadas à sua capacidade atu-al”, explica o diretor administrativo da Emalto, Alexandre Torquetti Jr.

A Usiminas está com grandes ex-pectativas com relação à demanda de aço que serão geradas devido a Copa e Olimpíada. O foco são está-dios, aeroportos, pontes, estações de metrô, dentre outras obras de infra-estrutura, que podem utilizar o aço fornecido pela empresa.

Para fazer a construção dos está-

Mineirão 2014: estádio será revitalizado e entra na briga para sediar abertura da Copa do Mundo

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32 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

dios, por exemplo, a Usiminas iden-tificou oportunidade de negócios em oito cidades-sede dos jogos da Copa de 2014, com potencial não apenas na construção de reformas e estádios, mas também em obras de infraestrutura.

“A empresa como um todo, não só para Copa e Olimpíada, terá in-vestimentos de R$ 5,6 bilhões em 2010/2011, esse valor supera a soma dos dez anos anteriores. Para suprir esse mercado, a Usiminas deve do-brar sua produção de tubos de aço por meio da Soluções Usiminas, em-presa criada em 2009. As aplicações de tubos de aço em grandes obras de infraestrutura são amplas, abrangem

coberturas, pilares, estruturas metá-licas, oleodutos e gasodutos, entre outros. Com o extenso portfólio da Soluções Usiminas é possível aten-der às mais variadas necessidades do setor de construção civil, incluindo as obras relacionadas com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016”, detalha a siderúrgica, por meio de sua assessoria de imprensa.

Até o momento, o Instituto Aço Brasil (IABr, antigo IBS) não pos-sui uma estimativa sobre o consumo adicional de aço por causa das de-mandas da Copa e das Olimpíadas. Os números sobre os investimentos em infraestrutura também não estão

finalizados, mas, apenas para a Copa do Mundo, se fala em algo na casa de 80 bilhões de reais nas 12 cida-des-sede (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Ma-naus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

Os investimentos serão em diver-sos segmentos da economia, mas, os analistas concordam, a infraestrutu-ra do País será a grande beneficiada. A conta inclui reforma em 16 ae-roportos, construção (ou reformas) em todos os estádios, sem falar na melhoria do sistema de transporte urbano.

Tanta demanda requer prepara-ção. Na ATA Indústria Mecânica, a

maior preocupação é quanto à falta de profissionais para atender ao in-cremento produtivo.

“As empresas “blue chip” das áreas de mineração, siderurgia, petróleo e gás, entre outras, estarão em pro-cesso de expansão, demanda forne-cimento referenciado em qualidade e prazo. Também a matéria-prima e insumos deverão apresentar alguma turbulência devido limitantes diver-sos na cadeia de fornecimento”, ana-lisa Anízio Tavares Filho, diretor da empresa.

Segundo o empresário, o caminho é o investimento em treinamentos do pessoal existente e ações juntos às

entidades de formação de mão-de-obra para o planejamento de cursos, escalonados até 2014, para suprir a demanda e possibilitar o forneci-mento nos padrões necessários e exigidos pelos clientes.

RETOMADADesde outubro de 2008, com a

suspensão de projetos regionais, o Pré-Sal e os eventos esportivos de 2014 e 2016 tornaram-se centro das atrações. Quase dois anos depois, parece que a tempestade passou e agora vem a bonança. Em sua posse, em abril, o novo presidente da Ce-nibra, Paulo Brand, disse que a em-presa de Belo Oriente irá retomar os estudos para a duplicação da planta de produção, com um aporte de 1,2 bilhão de dólares. “Olhando para o mercado mundial, acreditamos que é hora de revisitar o projeto de expan-são. Os acionistas estão abertos para isso”, disse.

Em João Monlevade, o cenário também é de otimismo. A boa no-tícia foi dada pelo “rei do aço”, o indiano Lakshmi Mittal, durante o Congresso Brasileiro do Aço, pro-movido pelo Instituto Aço Brasil. Para Ipatinga, a siderurgia também está otimista. O novo diretor-presi-dente da Usiminas, Wilson Brumer, já adiantou que o projeto de cons-trução da nova usina em Santana do Paraíso volta à pauta do Conselho de Administração da empresa em agosto. “Nós do conselho já vínha-mos discutindo essa questão, que foi interrompida durante a crise. As negociações já estão avançadas e em agosto isso volta à mesa”, disse.

Todos os projetos são aguarda-dos com grande expectativa. Afinal, a economia regional é pautada pela indústria e vive uma verdadeira teia: se a indústria vai bem, toda uma cadeia regional de fornecedores é beneficiada, gerando emprego e ren-da que é reinvestido no comércio,

de janeiro a março de 2010, a microrregião de Ipatinga

gerou 4,5 mil novos empregos, conforme dados do Ministério do

Trabalho e Emprego. Fevereiro teve a maior alta: foram 2 mil vagas

EvoLuçãodo EMPrEGo

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 33

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34 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Meados de 2008: A Crise do Sub-prime americano dá sinais de vigor e começa a espalhar seus efeitos pelo mundo desenvolvido. Com a velocidade das epidemias, a Europa, a China e os demais países do BRIC começam a ser afetados pela falta de deman-da, consumo incipiente e retração de investimentos. Indícios de recessão econômica se instalam nos EUA coincidindo com a posse do primeiro presidente ne-gro, Barack Obama. A AIG, a maior seguradora do mundo, o Lemann Brothers, o Citybank e outros gi-gantes bancos de investimentos precisam ser socor-ridos com dinheiro público para fazer frente a uma iminente quebradeira que insistia em se instalar nas terras do Tio Sam e que traria efeitos inimagináveis para toda a economia mundial.

Em 2008, o Vale do Aço desfrutava, especialmente as indústrias de pequeno e médio porte do segmen-to metalmecânico (sobretudo, devido às cadeias pro-dutivas da mineração e siderurgia) de um momento ímpar em sua história: capacidades fabris em plena carga, inadimplência em níveis controlados, liquidez e oferta farta de crédito. Preparávamos para receber os investimentos que visavam, de forma emergen-cial, instalar uma nova unidade fabril da Usiminas em Santana do Paraíso o que, por “tabela”, exigiria a transferência do atual aeroporto para outro lugar.

De forma proativa, as entidades de classe, em espe-cial as que representam o 1º setor, começava a en-tender a necessidade de ver reconhecida a qualidade das indústrias de transformação de nossa região em outros mercados e inserí-las em outras cadeias pro-dutivas. Buscou, com o apoio do Sebrae, Fiemg e ou-tros órgãos de fomento, recursos para iniciativas que possibilitariam apresentar produtos e serviços que as possibilitasse romper as fronteiras do mercado do-méstico e, com isto, diminuir a vulnerabilidade e a

inteligência empresariale marketing industrialEsta combinação ajudou as indústrias pequenas e médias do Vale do Aço a enfrentar os efeitos da crise financeira mundial

alta concentração da carteira de pedidos.

Houve investimentos para a aquisição conjunta de serviços de B.I. (Business Intelligence) que passariam a monitorar todo o macroambiente econômico: In-vestimentos privados e públicos em infra-estrutura, grandes projetos de implantação, adequação, expan-são e reformas de plantas fabris, construção de gran-des equipamentos, embarcações, aeronaves, etc, assim como as alterações do mercado financeiro, em espe-cial a bolsa de valores.

POR RONALdO SOARESEspecialista em Marketing, autor do Blog “Negócio Já” . e-mail: [email protected]

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 35

um segundo movimento propiciasse o complemento essencial: Ações diferenciadas de Marketing Indus-trial que possibilitasse o reconhecimento de poten-ciais fornecedores cujo foco era mais que o simples fornecimento, mas a proposição de soluções que im-pactassem na otimização de processos e conseqüente aumento de competitividade.

Com esta estratégia, foi levada as expertises das in-dústrias mecânicas do Vale do Aço ao Complexo Industrial e Portuário do Suape, em Pernambuco, à Unidade de Exploração e Produção de Sergipe e Alagoas, ao complexo Hidrelétrico do Rio Madeira em Rondônia, à Refinaria Gabriel Passos em Be-tim/MG, à indústria naval do Rio de Janeiro, entre outros. Com isto, conseguimos fabricar, a partir de Minas Gerais, mais precisamente do Vale do Aço, um bloco de navio. Ou seja, conseguimos fazer com que um navio fosse construído em Minas Gerais.

Mas, como isto se tornou possível? Tornou-se pos-sível porque a crise é uma oportunidade para sair da zona de conforto, buscar novos desafios e tornar o improvável, realidade. Tivemos que elaborar um plano logístico que viabilizasse a entrega deste bloco em uma ilha na cidade de Niteroi/RJ. A inquietude e liderança empresarial do presidente do Sindimiva, Jéferson Coelho, e a experiência da Viga Caldeira-ria em fabricação de embarcações para a navegação no Rio São Francisco, em Pirapora/MG, foram ele-mentos indissociáveis e de importância estratégica para o proposto. Mas, o mais importante é o que está por trás destas iniciativas: a B.I. (Inteligencia Competitiva) ao alcance das pequenas e médias or-ganizações e as ações de Marketing Industrial que possibilitaram mergulhar de cabeça nos gargalos do cliente para que se estabelecesse parceria estratégica para o fechamento de novos negócios.

Outras oportunidades surgirão (a porta simples-mente foi aberta) e que todos os órgãos de fomen-to, sobretudo, os que trouxemos para o dia-a-dia da nossa região (Onip, Prominp, Redepetro, IEL, ABDI e Sinaval, etc) apoiem cada vez mais as pe-quenas e médias organizações para que cheguem à condição de grandes organizações. Não só pelo fa-turamento, mas pela postura visionária que qualquer ser humano empreendedor precisa para transformar sonhos em idéias, idéias em iniciativas e estas em resultados.

O ponto de partida foi a cadeia de Petróleo e Gás. Perpassou pelos projetos estruturantes do Nordeste brasileiro, de energias renováveis e até se esboçou o fornecimento para a indústria de pequenas aero-naves (helicópteros). Empresas foram identificadas, esmiuçados todos os seus fluxos internos de comu-nicação, sua logística interna, seu pessoal-chave. Pesquisas a respeito de tudo o que a grande mídia havia relatado a respeito de projetos, intenções, di-recionamento estratégico foram essenciais para que

Divulgação / Sindimiva

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36 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Hora de recUperar o preJUízo

O ramo da construção civil em Ipatinga enfim começa a tomar fôlego após seis meses de insatisfação, demissões e obras e projetos estagnados. Em dezembro passado, o Ministério Público obteve uma liminar suspendendo a expedição para licenças de construção. Agora, com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), construtores, enge-nheiros e profissionais do ramo se adequam às novas mudanças no setor.

Decisão judicial deixou construção de novos prédios paralisada cinco meses em Ipatinga. Com regras mais rígidas, empresários buscam alternativas

MErCAdo

Wallace, da Associação dos Construtores: mudança radical vai

encarecer imóveis

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 37

Hora de recUperar o preJUízo

Um dos setores que mais gera empregos e movimenta a economia do município, passou por meses de incertezas após o Ministério Público detectar irregularidades no processo de elaboração das leis complementa-res ao Plano Diretor e atos que ge-raram perigo de dano ao meio am-biente e à ordem urbanística.

Depois de muita discussão, a Pre-feitura assinou o TAC. “Desde o início estávamos de acordo com a modernização dos parâmetros urba-nísticos para Ipatinga. Não concor-dávamos com a maneira abrupta que estava sendo proposta a realização desta transição. Prevaleceu o bom senso de todos”, declarou Wallace Barreto, presidente da Associação dos Profissionais da Construção Civil do Vale do Aço (APCCVA) e proprietário da WR Construtora.

Para a engenheira civil Andréa Machado Rocha, a imposição da Justiça foi radical. “O município de Ipatinga tem um código de obras muito antigo, datado de 19 de fe-vereiro de 1973, e precisa ser refor-mulado, quanto às novas leis, tanto de uso e ocupação do solo como de meio ambiente, mas a forma que a Justiça impôs só provocaria retro-cesso no crescimento do município”, assegurou.

Apesar da assinatura do termo, prejuízos foram contabilizados nes-se período. “Para quem estava ter-minando sua obra e não teve o seu próximo alvará neste período de sus-pensão, teve que demitir seu quadro de funcionários e suspender o seu trabalho, o prejuízo é irrecuperável. Só nos resta acreditar nas nossas au-toridades para nos dar segurança e estabilidade de agora em diante para empreendermos e levarmos adiante um trabalho que gera moradia, em-prego, inclusão social, renda e que movimenta uma cadeia enorme de empresas das mais variadas que con-ta em média com 30.000 empregos

diretos e indiretos na nossa região”, afirmou Wallace.

TACCom a assinatura do TAC, está

previsto um calendário para a discus-são pública e implementação das leis complementares. Para evitar diver-gências no setor, até que sejam apro-vadas as mudanças legais, os alvarás a serem concedidos a partir de 27 de abril deverão atender ao termo.

Dentre as mudanças estabelecidas está a proibição de novos projetos de ocupar a linha de decisão entre os lotes, assim as construções deve-rão obedecer a uma distância de 2,5 metros das divisas, para evitar em-parelhamento de prédios e também acabar os fossos comuns nos prédios com mais de dois pavimentos.

Essa decisão foi tomada porque os prédios “colados” uns nos outros, do-tados apenas de fossos, não garantem a necessária iluminação, ventilação de ambientes e até a privacidade em quartos e salas, tornadas insalubres por causa do clima quente de Ipa-tinga somando a poluição industrial em vários bairros. Outra mudança é referente aos lotes com 360 metros. Neles só poderão ser construídos prédios de até três pavimentos.

De acordo com Wallace, neste mo-mento de transição as construtoras passarão por mudanças profundas no conceito de obras. “Os preços de lotes e casas antigas, que são vendi-das para demolição, serão reduzidos, pois nenhum novo empreendimento conseguirá absorver os custos destes imóveis hoje. O aproveitamento por lote será muito reduzido devido aos afastamentos das divisas e ao menor coeficiente de aproveitamento (CA), ou seja, hoje se construirá pouco mais da metade do número de apartamen-tos que se construía anteriormente. E a tendência é uma valorização nos preços dos apartamentos, pois seu custo vai ficar maior”, explicou.

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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38 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

BAtE-PAPo

Quais projetos na área de mine-ração o Estado receberá na próxi-ma década?

Com o objetivo de tornar-se um

dos principais players do mundo em minério de ferro, a Ferrous Resour-ces do Brasil Ltda, vem adquirindo empresas de mineração e/ou direitos minerários no Estado. Entre 2010 e 2016, implantará cinco minas, loca-lizadas nos municípios de Itatiaiuçú, Itabirito, Congonhas e Brumadinho, que, juntas, terão capacidade produ-tiva de 50 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro.

Até 2017, a Anglo Ferrous Mi-nas-Rio Mineração S.A. colocará em operação o mineroduto Minas-Rio, com capacidade de transporte de 50 Mtpa de minério de ferro. A instalação passará por 21 municí-pios mineiros, três do Rio de Janeiro e contemplará o trecho de Mimoso do Sul até Presidente Kennedy, no Espírito Santo.

Já a Vale, irá executar o projeto Apolo, que consiste no desenvol-vimento de mina e implantação de uma usina de beneficiamento para a produção de minério de ferro não aglomerado (sinter feed e pellet feed). Como parte do empreendi-mento, também será construído um

ramal ferroviário de 25 km, interli-gando a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) à usina Apolo.

O início da implantação está pre-visto para 2010, com término em 2013. A produção será de 24 mi-lhões de toneladas de minério de ferro por ano. Inicialmente chama-do de Maquiné-Baú, o Apolo está localizado entre os municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima, Raposos e Barão de Cocais.

Devido ao grande potencial para extração de minério de ferro no Norte do Estado, a Mineração Mi-nas Bahia (MIBA) deve implantar, entre 2011 e 2014, uma unidade minerária, uma usina de concen-tração de minério de ferro e de um corredor logístico, nos arredores dos municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas.

A empresa realizou 13 mil metros de sondagem e calcula a existência de um volume de 1,5 bilhão de to-neladas de minério, com um teor médio de 37% de ferro. Novos estu-dos devem ser efetuados para con-firmar a reserva e, dentro de cinco anos, deve ser iniciada a produção.

Outro destaque é o investimento da Companhia Siderúrgica Nacio-nal (CSN), já em andamento, para expandir a mineração Casa de Pedra,

em Congonhas. Com a ampliação, a capacidade instalada de produção da Casa de Pedra será aumentada de 16 milhões para 55 milhões de toneladas por ano de minério de ferro.

Quanto eles representam em va-lores e geração de empregos?

A soma dos investimentos rela-

cionados a esses projetos totaliza, aproximadamente, R$ 18 bilhões. Com os empreendimentos, devem ser criados cerca de 22 mil empre-gos diretos.

Como a indústria do Vale do Aço

pode aproveitar esses investimen-tos?

O incremento da mineração re-presenta para o segmento siderúr-gico oportunidade para ganhos em agilidade e competitividade, uma vez que, a maior oferta de insumos no mercado pode resultar em ma-téria-prima com melhores preços e mais facilidade para comercialização e entrega. Assim, o desenvolvimen-to do setor minerário proporciona o crescimento da cadeia produtiva e agrega valor à economia de Minas Gerais.

MineraçÃo:r$ 18 bilHÕes

Minas Gerais vive um novo boom do setor minero-siderurgico. Numa rápida conversa com Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de Desenvolvimento Minero-metalúr-gico e de Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), confira quais são as perspectivas para a indústria mineira de mineração.

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 39Agência Vale

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40 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

ascensÃo parainspetoresde soldageM

Carros, viadutos, navios, estruturas metálicas de prédios e shoppings: você sabe qual a seme-lhança entre esses objetos? Se a resposta é não, ai vai a dica. A semelhança está no procedimento de fabricação, ou seja, todos passam pelo proces-so de soldagem. Na fabricação, seja em indústrias de petróleo e gás, siderurgia, naval, aeronaval, aeronáutica e automobilística, um profissional é essencial para a qualidade final do produto: o inspetor de soldagem, que pode ser classificado em Nível I e Nível II. O que difere um nível do outro é a certificação.

QuALifiCAção

Glen Jones/Fotolia

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 41

De acordo com a Fundação Bra-sileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS), o inspetor de soldagem nível I é o inspetor de campo que tem a função de verificar se o que foi estabelecido em procedimento está sendo obedecido, baseado nos parâmetros e instruções de execução e inspeção de soldagem.

Já o inspetor nível 2, além das atribuições do inspetor nível 1, é responsável pela elaboração das ins-truções de soldagem, qualificação de procedimentos de soldagem e solda-dores.

Com o rápido desenvolvimento tecnológico e econômico nas indús-trias do ramo metalmecânico, gerou-se a necessidade de formação profis-sional urgente, ou seja, o mercado expandiu-se mais rápido do que a velocidade de formação de mão-de-obra qualificada.

Esse crescimento deve se aos seg-mentos de petróleo, gás e indústria naval e investimentos em longo pra-zo, como a vinda da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil. Motivos que fazem com que o inspetor de solda-gem seja cada vez mais solicitado e valorizado pelo mercado.

“Hoje o mercado está extrema-mente favorável”, declara Ricardo Luiz dos Santos, engenheiro de soldagem nível 2 . “Esperamos um aquecimento do mercado, abrindo portas para profissionais novos, e também melhores oportunidades para profissionais mais experientes”, destacou.

Otimista, Bruno Milagres, pro-prietário da Servtec, acredita que os investimentos beneficiarão diversos setores. “Será muito bom para nós empresários e também para os pro-fissionais qualificados. Além disto, não podemos esquecer das melhorias que acontecimentos como a Copa e a Olimpíada trarão na rede viária, na mobilidade urbana e na rede hos-pitalar, investimentos em segurança

pública, qualificação da mão de obra, geração de emprego e renda, moder-nização da rede hoteleira, reurba-nização das cidades-sede, fortaleci-mento do setor de serviços, aumento da arrecadação e elevação da auto-estima da população”.

Outra promessa de empregabili-dade vem da Petrobras que já anun-ciou investimentos de 174 bilhões de dólares até 2013, além da previ-são de dobrar a produção até 2020, o que elevaria a participação do petró-leo no PIB de 10 para 20%. A estatal também apontou a necessidade de

qualificar cerca de 2.500 inspetores de soldagem, entre 2010 e 2013.

Com isso os profissionais quali-ficados e com vasta experiência ga-nham ainda mais força no mercado, conseguindo negociar os melhores salários e locais para se trabalhar. “É o que vem acontecendo com os inspetores de soldagem que estão qualificados e certificados, pois além de conseguir melhorar de vida con-seguem melhorar a sua capacidade profissional e se tornam profissionais diferenciados no exigente mercado”, ressaltou o engenheiro de soldagem, André Luiz Moreira.

Segundo Alfredo Barbosa, supe-rintendente executivo do departa-mento de certificação da qualidade

“atualmente temos 2.690 inspetores de soldagem certificados, sendo 231 em Minas gerais. a carência é maior principalmente com relação aos inspetores nível 2 que hoje compreendem apenas 261 no território nacional”

Alfredo Barbosa, superintendente executivo do departamento de certificação da qualidade da fbts

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42 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

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A Servtec - Prestadora de Serviços Técnicos - foi constituida com o anseio de se tornar uma empresa parceira e provedora de soluções para sua cartela de clientes. Fundada em 2005, porém, conta com profissionais de bastante experiência no ramo em que atua.

Melhoria no Processo de Soldagem Qualificação de Soldadores Líquido Penetrante Partículas Magnéticas Ultrasson Visual de Solda Dimensional Diligenciamento Inspeção de Pintura

A solução para a sua empresaServTec

LETR

A DE

FORM

A|P2

SA

da FBTS, os números comprovam a carência desse profissional. “Atu-almente temos 2.690 inspetores de soldagem certificados, sendo 231 em Minas Gerais. A carência é maior principalmente com relação aos ins-petores nível 2 que hoje compreen-dem apenas 261 no território nacio-nal”, afirmou.

Apesar de tratar de um mercado cada vez mais exigente e complexo, o salário costuma ser um dos atrati-vos para as pessoas se especializarem nessa área. Segundo Alfredo Barbo-sa, a média salarial via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) varia entre R$4 mil a R$6 mil para inspe-tor de soldagem nível 1 e R$ 9 mil a R$ 12 mil para inspetor de soldagem nível 2, lembrando que esses valores podem variar conforme a realidade de cada região.

O superintendente executivo do departamento de certificação da

QUALIFICAÇÃODe acordo com a FBTS, única instituição acreditada pelo Inmetro, respon-sável pelo processo de certificação de inspetores de soldagem no Brasil, a certificação compreende o atendimento aos requisitos: escolaridade; experiência profissional em uma das seguintes áreas: Projeto (Soldagem), Controle da qualidade/inspeção (Soldagem), Produção (Soldagem), Cons-trução e montagem de equipamentos (Soldagem), Manutenção (Solda-gem), treinamento e um exame de qualificação composto de provas te-óricas e práticas, conforme especificada na Norma Brasileira (NBR 14842) que estabelece os critérios para qualificação e certificação de inspetores de soldagem. Mais informações: www.fbts.com.br

qualidade da FBTS ressalta que a experiência é um pré-requisito obri-gatório para se candidatar à certifi-cação, sendo válida por cinco anos, desde que atendidos os requisitos de manutenção de 30 (trinta) meses. Após este prazo, a certificação pode ser renovada por igual período desde que o inspetor de soldagem comple-te, com sucesso, o exame simplifica-do.

QuALifiCAção

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 43

coMbUstíVel paraa prodUtiVidadeInvestir em programas de saúde ocupacional reduz faltas, aumenta satisfação e a eficiência da equipe

Trabalhar oito horas por dia, quarenta por semana, em ritmo frenético não significa produtividade em alta para a empresa. Postura inadequada, luminosi-dade inadequada, acomodações inapropriadas somadas a hábitos nada saudá-veis de vida: doenças ocupacionais são responsáveis por 65% das ocorrências registradas pela Previdência Social. O resultado? Faltas constantes, queda no rendimento e, claro, prejuízo para o empresário.

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

Carlos Magno, da Korpus: dissertação de mestrado sobre os

benefícios da ginástica na empresa

SAÚdE

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44 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

SAÚdE

dos”, sustenta Carlos Magno Xavier, mestre em Educação Física e Saúde, em sua dissertação de mestrado “Gi-nástica na empresa: percepção do trabalhador.”

De acordo Alberto Ogata, pre-sidente da ABQV, entre as iniciati-vas mais comuns, estão a formação de equipes para participação em corridas e outros eventos esporti-vos; academias no local de trabalho; momentos de exercícios coletivos. “Muitas organizações, conscientes de sua responsabilidade, já desenvol-vem programas de qualidade de vida focados no incentivo à atividade físi-ca e combate à obesidade”, afirma.

Tamanho não é desculpa para dei-xar a saúde da equipe de lado. Na Le-tra de Forma, agência instalada em Ipatinga e que possui clientes como Fiemg Vale do Aço, Senac Minas e Totvs Leste de Minas, a idéia foi in-centivar a prática esportiva em troca de “desconto” na jornada de trabalho. Os colaboradores vão para a acade-mia, jogam tênis, andam de bicicleta. A conseqüência é uma equipe moti-vada, produtiva e pró-ativa.

No Vale do Aço, desde 2000, o Sesi oferece o Programa Sesi Ginás-tica na Empresa. Ex-presidente da Fiemg Regional, o empresário Luiz Campelo Filho logo decidiu im-plantar o projeto em sua indústria, a Macam. “Percebemos que nossos funcionários diminuíram o estresse, o que possibilitou, inclusive, um au-mento da produtividade. Além disso, estimulou a adoção de um estilo de vida mais saudável”, conta.

As atividades do Sesi Ginástica na Empresa são adaptadas segundo as realidades profissionais de cada empresa. Em geral, antes de iniciar o trabalho, os funcionários praticam atividades físicas entre 10 e 15 mi-nutos. A participação é voluntária, mas Campelo garante que a adesão é grande. “Todos fazem questão de renovar as energias.”

Para a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), o am-biente de trabalho constitui-se em espaço privilegiado para o combate ao sedentarismo e a obesidade. A entidade afirma que por meio de programas de qualidade de vida e até mesmo outras iniciativas, as empre-sas podem colaborar para a redução dos problemas decorrentes da falta de atividade física, que afetam pro-fissionais de diversos segmentos.

Uma pesquisa do Serviço Social da Indústria (Sesi) – chamada Sesi Indústria Saudável -, realizada em todo o País sobre o estilo de vida e hábitos de lazer dos trabalhadores em 2.775 empresas comprovou que a situação é preocupante: 34,7% es-tão cansados após o trabalho, 40,5% tem sobrepeso e 45,4% não realizam qualquer atividade física.

Investir na qualidade de vida da equipe e criar um ambiente de traba-lho mais agradável não é uma bon-dade ou extravagância. É um inves-timento em produtividade. “Quanto melhor for a disposição do trabalha-dor, mais se retarda o aparecimento da fadiga, bem como a sua atividade, iniciando em padrões mais eleva-

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 45

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46 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

O novo presidente, que concorreu em chapa única, obteve 122 votos dos sindicatos representados. Olavo Machado Jr. substitui o empresário Robson Braga de Andrade, que preside a Fiemg desde 2002, eleito por dois mandatos consecutivos. A transmissão de cargo acontece neste dia 27 de maio de 2010, durante as comemorações do Dia da Indústria.

O presidente eleito, empresário do setor elétrico, é diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vice-presidente da Fiemg e presidente do Centro Industrial Empresarial de Minas Gerais (Ciemg). Engenheiro elétrico, formado pelo Instituto Politécnico da PUC-MG, Olavo Machado Jr. foi secretário-adjunto de Indústria e Comércio de Minas Gerais, presidente do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e atua na diretoria da Fiemg desde 1978.

Olavo Machado Jr. declarou que seu esforço estará concentrado em dar continuidade ao trabalho realizado por Robson Braga de Andrade. “Não há motivos para grandes mudanças. Vamos seguir na mesma trilha do que vínhamos realizando na gestão do Robson Andrade”, disse Olavo Machado Jr., feliz por ter conseguido montar uma chapa de unidade. “É muito bom trabalhar entre amigos”, comemorou.

Empresário de destacada atuação na preservação do meio ambiente e em responsabilidade social, Olavo Machado Jr. lançou, em abril, programa inovador para a indústria na área de sustentabilidade, chamado Minas Sustentável. Garantiu que sua gestão será voltada para os empresários, as empresas e o desenvolvimento integrado da indústria de Minas e do Brasil. Confira a entrevista.

fieMg teMnoVo presidenteOlavo Machado assume entidade máxima da indústria mineira no Dia da Indústria. Robson Braga será presidente da CNI

ENtrEviStA

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 47

Fotos Sebastião Jacinto Jr.

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48 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Como foi sua caminhada até chegar à presidência da Fiemg?

Minha trajetória profissional é

toda ligada ao trabalho na indústria e pelos interesses do empresariado mineiro. Comecei com meu pai, aos 17 anos, na Bell Brasil Eletrônica Ltda. Estudei no Instituto Politéc-nico da PUC-MG para me formar engenheiro eletricista. Alguns anos depois fundei, junto com o enge-nheiro Antônio Carlos Corrêa, co-lega de faculdade, minha primeira empresa, a Machado Corrêa Enge-nharia Indústria e Comércio Ltda.

Por acreditar no potencial do empresariado mineiro, e por defen-der a necessidade de um trabalho conjunto feito por esses empre-sários, busquei a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, em 1978. A filosofia de tra-balho da instituição sempre esteve em linha com minhas crenças e va-lores. Pouco antes, no mesmo ano, também comecei a atuar com o Centro das Indústrias das Cidades Industriais de Minas Gerais (Cici-MG). De lá para cá, participei de mais de uma dezena de diferentes empreendimentos e instituições. Nos últimos anos, como presidente do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais e vice-presidente do Sistema Fiemg, fiz parte da di-retoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Hoje, eleito presidente do Siste-ma Fiemg, sinto que meus colegas acreditam que o desenvolvimento sustentável da economia mineira só é possível com o empresariado unido. Creio que por isso conse-gui reunir amigos e parceiros para chegar à presidência. Agora, espero que a liderança exercida pelo meu companheiro Robson Braga de Andrade tenha continuidade. Tra-

balharei para isso. Quais suas principais metas à

frente da Fiemg? Trabalharei para garantir o de-

senvolvimento sustentável das empresas do estado e a geração de bons e lucrativos negócios para a indústria mineira.

Para isso, darei continuidade ao trabalho de sucesso do presidente Robson Braga de Andrade. Não é por acaso que hoje a Federação pode contar com o reconhecimento e o apoio dos sindicatos patronais, dos empresários, do setor público e da sociedade. Essa forma de tra-balho precisa ser mantida. Vamos seguir o mesmo ritmo. Estou certo de que o empresariado espera que o diálogo, as parcerias e a defesa dos interesses da indústria mineira per-maneçam como as principais mar-cas da atuação do Sistema Fiemg. E, como candidato de consenso que fui, é claro que me pautarei por esses valores para conduzir as ações desenvolvidas pela instituição. No meu entendimento, esse é o rumo apontado pelos empresários minei-ros.

O que representa para Minas, e

em especial para a Fiemg, a elei-ção do empresário mineiro Rob-son Andrade para a CNI?

A tradição é que o dirigente da

CNI seja do nordeste. E tivemos bons presidentes de lá. A confe-deração congrega toda a indústria nacional e algumas vezes foi inte-rinamente dirigida por empresários paulistas, que também a valoriza-ram.

O Presidente Armando Montei-ro, com muita competência, uniu a todos e mostrou que o Brasil é

um só e que a nossa causa é a mes-ma, independentemente da região. Hoje, ele e colegas das demais ins-tituições que formam o Sistema Indústria vêem a Fiemg como um exemplo a ser seguido em uma série de ações, o que é um prêmio para o trabalho desenvolvido por nós em Minas Gerais, liderados pelo presi-dente Robson.

Para o próximo mandato, sob a direção do nosso Dr. Robson, ter-ceiro mineiro a dirigir a CNI, esta-mos todos unidos do sul ao norte, do nordeste ao oeste, com o apoio e participação firme da Fiesp, lidera-da pelo seu presidente.

O governo espera que a indús-

tria brasileira feche este ano com um crescimento anual de 8%. Po-demos esperar o mesmo em Mi-nas?

Hoje, os nossos setores indus-

triais mais relevantes já dão sinais de recuperação acentuada. Tan-to a indústria extrativa quanto a de transformação e a construção apresentam índices de crescimento próximos aos verificados no perío-do pré-crise.

Esperamos que a indústria de Minas cresça acima da média do Brasil, por causa do perfil de nos-sas empresas. Como fomos mais afetados pela crise de 2009 do que outros estados, vamos recuperar os níveis de atividade com mais velo-cidade. A expectativa da Fiemg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%.

Quais os principais desafios da

indústria para o segundo semes-tre?

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 49

Podemos recuperar os níveis de atividade pré-crise. Mas, mais do que isso, queremos que a produção industrial vá, de forma sustentá-vel, além daquele patamar. Estou convicto de que Minas Gerais pode ter um salto de qualidade se alguns desafios forem superados com ações de governo e da inicia-tiva privada.

Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. Somente após ela teremos as demais. A necessá-ria reforma tributária pode equi-librar a elevada carga que incide sobre o empresariado, identificada como o principal entrave para um crescimento maior da atividade in-dustrial. Além desses impostos, os juros excessivos também precisam ser combatidos, e não ampliados, como feito na última reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central.

Para a iniciativa privada, o prin-cipal desafio é o de seguir o ritmo de investimentos para melhora dos produtos fabricados em Minas. No Sistema Fiemg, temos a certeza de que o incentivo à inovação e à edu-cação é o caminho certo para que nosso parque industrial cresça de forma sustentável. É também com esses dois ingredientes que pode-remos buscar maior diversificação e qualidade no que vendemos para outros estados e países.

O cenário em que qualidade e diversidade de produtos estão alia-das a menores custos para investi-mentos é o ideal para a perenidade e sustentabilidade das atividades industriais. Queremos exatamente isso, para conseguirmos ampliar a geração de bons negócios para o empresário e de emprego e renda para os profissionais da indústria e de sua cadeia produtiva.

a expectativa da fiemg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e que a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%.

Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. somente após ela teremos as demais.

para a iniciativa privada, o principal desafio é o de seguir o ritmo de investimentos para melhora dos produtos fabricados em Minas.

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Boas idéiasNo dia 5 de junho comemora-se o Dia do Meio Ambiente e a Revista Negócios Industriais dedica um espaço especial para o tema. São boas idéias para implantar na sua empresa.

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tolia

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Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo.O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.

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A lubrificação é essencial nas atividades industriais. Por outro lado, sua utilização agrega riscos da aplicação – lugares perigosos ou de difícil acesso, sem falar nos riscos ambientais.

A administração da empresa que utiliza ou aplica lubrificantes e afins está sujeita a penalidades caso ocorra algum acidente ambiental. Assim sendo, deve-se intro-duzir procedimentos adequados para evitar acidentes e suas respectivas punições que afetam tanto a imagem da empresa, quanto derrubar o valor agregado ao seu produto, como também afetar seriamente o bolso do empreendedor, e claro o meio ambiente.

A Resolução do CONAMA, n° 362-05, que faz referência ao descarte de óleos lubrificantes e afins, cita claramente que o descarte do produto usado ou emulsões oleosas para o solo ou cursos d água gera graves danos ambientais. Esta também proíbe quaisquer descarte em solos, águas superfi-ciais, subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de es-goto ou evacuação de águas residuais; qualquer forma de eliminação que provoque contaminação atmosférica.

Sua exigência é que todo lubrificante usado deve ser desti-nado à reciclagem e devem ser adotadas medidas que evi-tem a contaminação do óleo usado com produtos estranhos ao uso. E considera o rerrefino como instrumento prioritário na gestão ambiental.

Cabe então à administração da empresa assegurar que lubrificantes sejam manipu-lados para eliminar qualquer tipo de contaminação ambiental e sejam coletados de maneira segura, sem contaminação adicional, e destinados à reciclagem. O óleo usa-do não pode ser queimado, usado como combustível ou alienado de forma ilegal.

Uma alternativa ao rerrefino é o co-processamento em fornos de cimento. Ali os óleos são utilizados como substitutos parciais de combustíveis, garantindo o poder calorífico dos fornos e destruindo também o resíduo industrial a um custo baixo.

A preocupação com resíduos é sempre grande, pois se deve lembrar que o gerador é responsável por seus resíduos até a completa destruição dos mesmos, que vai além da destinação final. Caso algum terceiro exerça atividades relacionadas aos resíduos gerados na empresa, ele também é responsável no caso de qualquer gestão inadequa-da e, então, co-responsável ao dano.

Gerir resíduos exige planejamento. Uma opção ao gestor é a Bolsa de Resíduos que busca transformar o rejeito de uma empresa em matéria-prima de outra.

gestão ambientaldos lubrificantes

Ambiental POR dANIELE LIMAEngenheira Sanitarista e [email protected]

Todo lubrificante usado deve ser destinado à reciclagem e devem ser adotadas medidas que evitem a contaminação do óleo usado com produtos estranhos ao uso.

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54 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

MEio AMBiENtE

Em Timóteo, pneu velho já não fica mais em terrenos baldios servindo de criadouros de mosquitos da dengue ou assoreando os rios e córregos da cidade. É que desde setembro de 2008, a cidade conta com o serviço de coleta, armazenamento e envio de pneus para a reciclagem, sem custo para o município e comunidade.

Além de um Ecoponto, instalado no pátio da Ascati (Associação dos Catadores de Material Reciclável de Ti-móteo), a Prefeitura de Timóteo realiza um trabalho de conscientização ambiental, sobretudo, junto às empresas de transporte e borracharias que já armazenam e encami-nham o material para posto de coleta.

O destino do material é a reciclagem que transforma pneus velhos em matéria prima para produção de asfal-to, impermeabilização de lajes, recapagem de pneus e até produção de vasos ornamentais.

Hoje, os pneus são encaminhados para duas indústrias especializadas em reciclagem de borracha, coletados são encaminhados para as duas usinas de reciclagem - em

Matozinhos e Betim - sem custo para a administração.A iniciativa faz parte do compromisso sustentável que

a Prefeitura de Timóteo tem com a preservação do meio ambiente. A natureza precisa de mais de 600 anos para decompor um pneu. Já a fumaça gerada a partir da quei-ma da borracha, é tóxica e poluente. Até o mês passado, o município conseguiu retirar de circulação mais de 200 toneladas de pneus velhos.

SERVIÇOSEcoponto: Rua 61, 601, bairro Alegre (pátio da ASCA-

TI). O funcionamento é de segunda à sexta-feira, de 7h às 17h. Todos os tipos de pneus são aceitos, basta entregá-los secos.

Nas residências: última sexta-feira de cada mês. Nas empresas: conforme volume de material armazenado. A coleta deve ser solicitada junto ao Departamento de Meio Ambiente de Timóteo. Informações: 3847-4786

pneUs VelHosViraM asfaltoTimóteo já retirou mais de 200 toneladas de pneus velhos de circulação

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56 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Toneladas de dióxido de carbono, principal gás responsável pelo efeito estufa, estão deixando de ser jogadas ao ar devido à produção do aço inoxidável. Parece contraditório, mas não é. Em 2001, uma empresa da cidade de Timóteo, onde fica localizada a usina da Arcelor Mittal Inox Brasil, antiga Acesita, introduziu no mercado uma tecnologia para transformar a escória do pro-cesso siderúrgico em um produto agrícola denominado como Silicato de Cálcio e Magnésio.

Patenteado como Agrosilício, o corretivo de acidez do solo – também usado como fertilizante – é produzido a partir da es-

reJeitada?QUe nada!

Utilização de produto derivado da escória do aço inox na agricultura aumenta produtividade e reduz

emissão de gás carbônico

MEio AMBiENtE

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Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais 57

cória do aço inox gerado pela Arcelor. Utilizado em substituição ao calcário, que é explorado diretamente da na-tureza, o produto criado pela empresa Harsco Minerais Ltda - antiga Rec-mix, evita a emissão do CO2.

Conforme estudo feito pela Univer-sidade Federal de Viçosa (UFV), para cada 100 toneladas de calcário apli-cadas no solo, há uma geração de 44 toneladas do dióxido de carbono que são lançados na atmosfera provocando o efeito estufa. No caso do Agrosilício, por se tratar de um silicato de cálcio e magnésio não há geração de dióxido de carbono.

De acordo com estudo feito pela ANDA – Associação Nacional de Di-fusão de Adubos o Silicato é aproxi-madamente 7 vezes mais solúvel que o Carbonato, o que na prática represen-ta entre outras, as seguintes vantagens: (1) Correção da acidez do solo mais rápida; (2) Correção da acidez do solo em maior profundidade, resultando no maior aprofundamento do sistema ra-dicular e conseqüentemente as plantas se fixam melhor ao solo e absorvem mais água e nutrientes e (3) Forne-cimento adicional do micronutriente silício.

A empresa está desenvolvendo no-vas linhas do Agrosilício, adicionan-do à formulação existente, nutrientes variados tal como o enxofre, o que possibilitará um maior enriqueci-mento do solo e conseqüente au-mento de produtitividade.

Desde o início de sua comerciali-zação, já foram vendidas mais de 1 milhão de toneladas do produto, o que significa menos gás carbônico na atmosfera proveniente do processo agrícola.

Segundo Cristiane Alves Julião, Analista de Qualidade e Meio Am-biente da Harsco Minerais, o ganho ambiental não fica apenas na questão da poluição do ar.

“A destinação de resíduos é um problema de difícil solução para as

indústrias dos mais variados ramos, o que se aplica também para as si-derúrgicas de aço que geram grande volume de escórias tradicionalmente destinadas a aterros. Com o benefi-ciamento da escória de aço inox, re-cuperamos 99,7% do metal contido na escória que é retornado para Si-derúrgica, reduzindo a utilização de ligas e minérios gastos por esta. O agregado resultante deste processo é um produto rico em cálcio, magnésio e silício que após processado recebe o nome comercial de Agrosilício, o que significa um aproveitamento de 100% da escória.”

A transformação da escória do aço inox em outros produtos significa menor exploração de minas e jazi-das de calcário. “A sustentabilidade exige revisão de padrões de consumo da empresa”, escreve João Meirelles Filho na obra “O Livro de Ouro da Amazônia”.

Reutilizar e transformar a escória não é apenas um negócio ambiental-mente viável. Do ponto de vista eco-nômico também é interessante, in-clusive para o consumidor. Diversos órgãos de pesquisas têm comprovado que com a utilização do Agrosilício, os produtores atingem maior produ-tividade.

De acordo com os estudos agro-nômicos, os resultados positivos são decorrentes do elemento silício, que, aumentando a resistência da parede celular das plantas (na forma de síli-ca), propicia os seguintes benefícios: aumento da capacidade fotossintéti-ca devido à melhoria da arquitetura foliar (plantas mais eretas), aumento da resistência ao ataque de pragas e doenças pela maior proteção das fo-lhas, aumento da resistência à seca devido à menor perda de água por transpiração. Resultados assim mos-tram que esta escória nada tem a ver com “a parte mais desprezível” de um produto, um dos muitos significados dos dicionários.

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58 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

Atualmente são consumidos 1,7 milhão de m3/dia de gás natural no Estado de Minas Gerais. Esse consumo equivale à queima de 1.700 toneladas/dia de óleo combustível. O uso do gás natural pelas indús-trias mineiras implica na redução de aproximadamente 460 toneladas de poluentes que deixam de ser liberados diariamente na atmosfera. Além disso, há a redução do trânsito de cerca de 340 caminhões/dia, utilizados para transportar o óleo combustível.

Com a expansão ora em curso da rede de distribuição para o Sul de Minas e Vale do Aço, o volume fornecido deve chegar aos 8 milhões de m³/dia. Desta forma, cerca de 2 mil toneladas/dia de poluentes deixarão de ser lançados na atmosfera.

Em geral, os poluentes liberados pelos com-bustíveis geram e agravam os males respira-tórios e as doenças cardíacas. Podem causar também irritação nos olhos e propiciar o apa-recimento de alergias, afetando principalmen-te as crianças. Entre as principais doenças as-sociadas com a poluição atmosférica podemos citar: renite, faringite, bronquite, asma, enfise-ma pulmonar, inflamações graves nas mucosas e câncer de pele.

O gás natural é um energético de queima limpa que propiciará a di-minuição paulatina dos prejuízos à saúde humana nos grandes centros urbanos, além de beneficiar a flora, a fauna e materiais em geral, que também sofrem danos com a poluição do ar.

A tabela abaixo apresenta a quantidade de poluentes que deixam de ser lançados diariamente na atmosfera com a substituição do óleo com-bustível e outros combustíveis pela distribuição de 1,7 milhão de m³/dia de gás natural em Minas Gerais.

o gás natural e o meio ambiente

Energia POR JOSÉ GÓES JUNIORGerente de Captação de Clientes da GASMIG

O uso do gás natural pelas indústrias mineiras implica na redução de aproximadamente 460 toneladas de poluentes que deixam de ser liberados diariamente na atmosfera

Poluentes evitados

SO2 Particulados NOx CO2

10,55 t/dia 0,72 t/dia 3,35 t/dia 442 t/dia

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60 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010

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Daniele Lima

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