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AS OBRAS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS DE DESTAQUE NAS FRONTEIRAS REGIONAIS Novos shoppings revelam força do consumo fora dos grandes centros Ano LIV - Outubro 2015 - Nº 546 - R$ 15,00 www.revistaoempreiteiro.com.br

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AS OBRAS INDUSTRIAIS E COMERCIAISDE DESTAQUE NAS FRONTEIRAS REGIONAIS

Novos shoppings revelam força do consumo fora dos

grandes centros

Ano LIV - Outubro 2015 - Nº 546 - R$ 15,00w w w. r e v i s t a o e m p r e i t e i r o . c o m . b r

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ANO LIV - Nº 546 - Outubro 2015

Capa: De cima para baixo, imagens com destaque para as soluções construtivas de cobertura da DânicaZipco (Unidade da Shineray do Brasil, em Suape-PE), Isoeste (Centro de Distribuição do Boticário, em São Gonçalo dos Campos-BA) e Regional Telhas (Allianz Parque, em São Paulo-SP)

Editorial4 A indignação está no limite

Fórum da Engenharia6 Governo paulista pretende seguir modelo britânico de PPPs

Dimensões10 As lições no diálogo entre três mestres da engenharia

Newsletter Global12 TBM escava primeiro túnel em Riad

Construção Industrial14 Bons projetos modernizam e flexibilizam plantas industriais

Construção Industrial | PE16 Inovações aceleram execução de cervejaria em Itapissuma (PE)

Construção Industrial | BA20 Uma planta química vertical - gêmea de outra

construída na China

Construção Industrial | SC22 Metodologia otimiza construção da primeira fábrica da

BMW no Brasil26 Projeto da fábrica da BMW vence prêmio de excelência alemão

Construção Industrial | MA28 Fábrica de celulose difunde cultura industrial em Imperatriz (MA)

Logística | RJ30 Pátio intermodal adota a metodologia lean construction34 1° galpão do complexo será entregue em 2016

Edificações | RJ36 Empreendimento materializa projeto de Niemeyer

da década de 195037 Complexo com três torres interligadas surge na Cinelândia

Shopping | GO42 Áreas envidraçadas garantem iluminação natural e

integração com o verde da capital goiana

Shopping | SP46 Sistema de industrialização dá velocidade às obras da estrutura49 BIM facilita visualização e previne interferências

Shopping | MG50 Ventilação natural torna a operação mais econômica

Desenvolvimento Urbano51 Ribeirão Preto (SP) constrói hotel 4 estrelas em

área de expansão

Obras Subterrâneas54 O dia-a-dia de quem usa MND para ampliar redes

Indústria de Máquinas56 Centro de distribuição de peças da John Deere

quase dobra de tamanho

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Diretor Editorial: Joseph YoungConsultor Editorial: Nildo Carlos Oliveira

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Redação: Guilherme Azevedo - [email protected] José Carlos Videira - [email protected]

Publicidade: Ernesto Rossi Jr. (Gerente Comercial),

José Ferreira, Marcelo Sousa, Marcia Caracciolo e Wanderlei Melo

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Arte: Fabiano Oliveira [email protected]

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Sede: Rua Paes Leme, 136 - 10º Andar – Conj. 1005

Pinheiros - CEP 05424-010 - São Paulo - SP - Brasil

Telefone: (11) 3895-8590 A revista O EMPREITEIRO é uma publicação mensal, dirigida, em circulação controlada, a todos os segmentos da indústria de construção imobiliária e industrial, e aos setores público e privado de infraestrutura, obras de transporte, energia, saneamento, habitação social, telecomunicações etc.O público leitor é formado por profissionais que atuam nos setores de construção, infraestrutura e concessões: construtoras; empresas de projetos e consultoria; montagem mecânica e elétrica; instalações; empresas que prestam serviços especializados de engenharia; empreendedores privados; incorporadores; fundos de pensão; instituições financeiras; fabricantes e distribuidores de equipamentos e materiais; órgãos contratantes das administrações federal, estadual e municipal.

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Tiragem total: 15.300 exemplares

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O EMPREITEIRO foi editado de 1962 a 1968 como jornal e desde 1968 em formato de revista.

Diretor Responsável: Joseph Young

VLTs licitados por RDC e atrasados por falta de verbas federais

DERs de SP, BA e CE tocam programas de obras rodoviárias com financiamento do BID e recursos estaduais (assunto

tratado em edições recentes de O Empreiteiro)

Empreendedores privados com visão de longo prazo continuam investindo em seus negócios, mesmo a um ritmo menor (veja

nesta edição obras privadas nas diversas fronteiras regionais)

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A indignação está no limiteO Brasil continua mergulhado numa crise polí-

tica sem precedentes, como decorrência das inves-tigações da Polícia Federal e do Ministério Público para apurar ilicitudes nos contratos da Petrobras, simultaneamente a uma profunda crise econômi-ca. O governo frustrou a confiança da iniciativa privada e da população, os investimentos públicos minguaram, os pagamentos das obras executadas estão atrasados, e a inflação e o câmbio perderam o rumo.

A quebra da confiança no governo também se re-flete numa crise moral, quando a sociedade se sente lesada com tantas denúncias de desvio de recursos públicos, pagamento de propinas e outras práticas antiéticas. Isso provoca a náusea dos brasileiros dian-te do quadro político. É que nenhum partido revela disposição de articular um programa anticrise – co-locando a população e a iniciativa privada relegadas à própria sorte.

O Brasil é afortunado pelas suas dimensões conti-nentais e pelo mercado interno de 200 milhões de ha-bitantes. Mesmo com todo o desincentivo demonstra-do por parte do governo federal, os empreendedores continuam tocando os seus programas de investimen-to de longo prazo, sejam fábricas para matérias pri-mas essenciais, produtos de consumo e bens duráveis, shopping centers fora das grandes cidades, centros logísticos e multimodais, edificações empresariais ou residenciais etc.

As administrações estaduais e municipais, cons-cientes de que representam o governo perante a po-pulação pela proximidade física e maior identificação com os eleitores, mantêm os seus programas de infra-estrutura e outros investimentos para atrair os empre-endimentos privados às suas regiões. Sabem que para sobreviver dependem disso.

É nesse cenário que o Senado aprovou a Medida Provisória 678/15, estendendo o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) a praticamente todos os seg-mentos da infraestrutura. Originalmente, ele foi cria-do apenas para a contratação de obras prioritárias da

Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do ano que vem no Rio de Janeiro.

O balanço da construção dos estádios da Copa do Mundo mostra que eles foram entregues no prazo, na sua maior parte, mas a um custo substancialmente maior do que os orçamentos inicialmente apresenta-dos. Porém, a maioria das obras de mobilidade urbana atrasou e não ficou pronta para o evento global. O RDC não fez nenhuma diferença para elas, nem para outras megaobras como a Transposição do Rio São Francisco, cuja conclusão tem sido continuamente postergada.

O atraso na maior parte das obras públicas do País, nos três níveis de governo, se deve a problemas de gestão, que incluem demora nas desapropriações e na liberação das licenças ambientais. O uso do RDC ou da lei 8.666 nas licitações não são os principais fatores responsáveis pelas absurdas falhas de gestão, que começam na au-sência de projeto executivo na documentação da con-corrência, obrigando as construtoras a orçar uma obra à base de meras estimativas. O regime RDC insiste nesse erro grosseiro porque entrega para uma mesma empresa a responsabilidade do projeto e da execução.

O cenário faz lembrar a fábula do menino-pastor que simulava ataque de lobos a seu rebanho, por mera brincadeira. Um dia constatou que ninguém mais acudia quando chegaram os lobos de verdade para comer suas ovelhas.

Os governantes e políticos, habituados a fazer tra-palhadas, quando não manipulações e outras escusas, vão descobrir uma hora que seus eleitores vingar--se-ão deles nas urnas, o que poderá acontecer nas eleições de 2016 e 2018. Dizem por aí que o eleitor brasileiro tem memória curta e que acaba votando sempre nos mesmos candidatos, a despeito de suas fi-chas pouco respeitáveis. Mas é bom lembrar como os protestos de ruas, em junho de 2013, surpreenderam o governo e o legislativo. A indignação dos eleitores está a ponto de explodir.

Num colégio eleitoral, como o brasileiro, três milhões de eleitores podem mudar de opinião e fa-zer história.

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A futura Parceria Público-Privada (PPP) que deve gerir a operação da expansão da Linha 5 - Lilás do Metrô vai seguir princípios do modelo inglês de concessão, assim que a obra for entregue pelo governo paulista, segundo a última previsão, em 2018. Esse será o primeiro resultado prático de uma consulto-ria que o governo do Estado de São Paulo recebe, desde abril, patrocinada pelo governo da Grã-Bretanha, para a melhoria da qualidade e da eficiência dos processos de PPPs no Estado.

Por meio do chamado Prosperity Fund, aplicado em países para melhoria da infraestrutura, a Arup, empresa global de engenharia consultiva, escolhida pelo governo britânico para o projeto, iniciou os trabalhos de avaliação e de melhoria nos processos de gestão das PPPs paulistas.

O trabalho dura um ano, e vai até o final de março do ano que vem, coincidindo com o ano fiscal inglês. “Vamos entender o processo dentro do governo do Estado de São Paulo e propor melhorias no modelo, com base em como o governo britânico avalia e conduz esse tipo de projeto”, explica o diretor de Infra-estrutura e Transaction Advice do escritório paulista da Arup, o engenheiro Gustavo Loiola.

Com isso, segundo Loiola, o processo de condução de PPPs fica mais alinhado com o que se faz internacionalmente, o que pode ajudar a atrair capital estrangeiro para as concessões pau-listas. “Quanto mais for aceito como melhores práticas interna-cionais, mais atrativo fica o processo para o capital estrangeiro”, afirma o diretor da Arup.

Vertentes Loiola conta que o trabalho de consultoria da Arup é baliza-

do por cinco grandes vertentes, baseadas no modelo britânico de PPPs. A seguir ele detalha cada uma delas:

1 – Value for Money – quanto custa e quanto o Estado se beneficia se deixar de gastar com a operação de determinado serviço (benefício direto). Qual a melhoria na qualidade do servi-ço, comparando operação total com o Estado ou operação total com o setor privado (benefício indireto);

2 – Reequilíbrio econômico e financeiro do contrato – Quem assume riscos, e de que forma são indenizados. A ideia é retirar subjetividades e imprevisibilidades, dar mais transparên-cia e objetividade no papel de cada um dos atores no processo. “Os contratos que regem PPPs, normalmente, são de longo prazo e precisam ficar mais claros e garantir segurança jurídica”, destaca Loiola;

3 – Value for capture – O que se captura de valor para o projeto de forma indireta. Quando se implanta uma linha de me-

trô em determinado local, muda-se o perfil da região e as carac-terísticas de ocupação (valorização imobiliária, menos poluição do ar e sonora etc.) “Coloca-se tudo isso na equação para ver se vale a pena ou não fazer pelo lado público ou privado”, diz;

4 – Inovação tecnológica – Incorpora-se na análise os ganhos de eficiência com novas tecnologias que estão surgindo e que podem ser agregadas ao longo do tempo, num projeto que dura 30 anos;

5 – Estrutura organizacional da parte pública – Avaliação de todo o arcabouço institucional envolvendo o projeto, como o Estado se organiza para tomar as decisões, a quais órgãos as PPPs estão subordinadas, como é a composição desse staff, se são todos da administração pública ou não, e se há agências reguladoras envolvidas.

Manual de PPPsSegundo Loiola, a ideia do governo paulista é criar um

manual para PPPs com base nessa consultoria. Ele conta que a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi contratada pela Arup para trabalhar como agente de disseminação do conhecimento. “Por intermédio de curso ou treinamento mais aprofundado”, desta-cou o diretor da Arup.

A Arup promove workshops com representantes do governo envolvidos em processos de PPPs para conhecer de perto a situação, e discutir as propostas com as áreas responsáveis direta e indireta-mente com concessões. Loiola conta que um primeiro workshop foi realizado em setembro, com procuradores do Estado, Secretaria de Planejamento e Gestão e agências reguladoras. Outro evento está programado para novembro, e deverá reunir mais de 50 partici-pantes, incluindo outras áreas do Estado e até mesmo algumas prefeituras, com a participação da FGV. (José Carlos Videira)

Governo paulista pretende seguir modelo britânico de PPPs

A SH abriu em Bogotá, na Colômbia, sua primeira filial fora do Brasil. A fornecedora de fôrmas para concreto e escoramentos metálicos investiu inicialmente cerca de US$ 50 mil na unidade.

A nova unidade contará com as principais soluções fornecidas pela empresa no Brasil, voltadas para obras residenciais e comerciais. A SH afirma que o carro-chefe da filial será a fôrma para lajes Topec SH, já utilizada no Brasil desde 1995.

Segundo a empresa, a escolha da Colômbia foi estratégica, já que o país apresenta grandes oportunidades para o segmento. O brasileiro que cuidará da operação, Matheus Perié, diz estar oti-mista. “Enxergamos o mercado da Colômbia como uma possibili-dade real de utilizar equipamentos que já possuímos e, no médio prazo, ter o resultado que alcançamos em nossas unidades no Brasil”, afirma.

PPP da futura operação da Linha 5 já deverá incorporar inovações

Empresa de fôrmas abre na Colômbia primeira filial fora do Brasil

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Galeão opera com obras em cursoO Aeroporto do Galeão (RJ) ampliará para 6.450 o

número de vagas de estacionamento. A Ulma Constrution é uma das empresas envolvidas na tarefa. As vagas são resultantes principalmente da construção de quatro novos pavimentos do edifício garagem do Terminal 2.

O desafio foi executar a obra neste terminal, sem eli-minar vagas para a colocação de escoramentos. “A solução foi utilizar treliças que não utilizam escoramentos e levam as cargas das lajes diretamente aos pilares novos”, conta o gerente da filial da Ulma no Rio de Janeiro, Giordano Wechenfelder. Ao todo, foram fornecidas 900 t de treliças, num prazo de atendimento muito curto.

As treliças MK da Ulma viabilizaram a construção com agilidade. A solução permite ajustar o comprimento e a altura das treliças nas dimensões que a obra necessita, além de conter acessórios que dão praticidade no esco-

ramento e na desforma. As rodas MK garantem ainda facilidade no transporte, eliminando a necessidade de desmontagem. O MK possui todo o sistema de guarda--corpo e proteção perifé-rica dos operários, além de possibilitar o encaixe da contra-flecha.

Sistema de estabilização de solo evita interrupção de tráfego na BR-101/SC

O TECCO, da empresa suíça Geobrugg AG, é um sistema de proteção que utiliza malha de aço de alta resistência para faceamento de solo grampeado. Tem sido internacionalmente aplicado nos serviços de estabilização de encostas. Segundo o fabricante, um único cabo de aço tem a resistência de mais de 1.770 N/mm2 , limitando o lasseamento e mantendo a malha altamente pré-tensionada. Um software proprietário, o Ruvolum, ajuda nos cálculos do correto dimensionamento do sistema, conforme o projeto.

No Brasil, uma aplicação importante do sistema TECCO aconteceu na recuperação e estabilização de taludes na BR-101, no município de Balneário Camboriú (SC). Especificamente no km 140,7 da rodovia (foto), o emprego do sistema TECCO, associado à utilização de vigas de coroamento e estacas-raiz cravadas em pares, contornou a necessidade, apontada em estudo, de remoção de solo do talude de 40 m de altura e possibilitou a correção geotécnica sem a interrupção do tráfego local.

Prateleiras e prumadas para cabos na montagem de Angra 3

A Mopa produziu e entregou à Eletronuclear o sistema de prateleiras e pru-madas para cabos, conjunto de materiais para sustentação de fios e cabos da Usina Nuclear Angra 3. Com a instalação deste material, consolidou-se o início da montagem eletromecânica da nova usina.

Pelo alto nível de segurança que este empreendimento requer, também estes equipamentos foram objeto de exigências extras, pois sua estrutura deve garantir a integridade dos cabos de alimentação dos equipamentos e sistemas vitais à segurança do empreendimento.

A fase de pré-produção, minuciosamente realizada, foi fundamental para que todos os materiais produzidos tivessem 100% de aprovação nas inspeções realizadas pela Eletronuclear.

Nesta fase de preparação da produção pela Mopa, houve atuação coordenada que incluíram os seguintes passos: programação de aquisição das matérias primas especiais; elaboração e aprovação de todos os desenhos de produtos e montagem dos conjuntos na obra; desenvolvimento de manuais técnicos para execução de inspeções e os de embalagem e armazenamento; elaboração dos planos e procedimentos de sol-dagem e o treinamento e requalificação específica de todos os soldadores; fabricação de modelos protótipos e execução de testes comprobatórios de resistência às cargas especificadas, além do planejamento completo de toda a produção até a entrega.

Fábrica em Juiz de Fora (MG) fornece perfis e chapas para construção

Braço da Brafer Construções Metálicas mas com estrutura inde-pendente, a Perfiminas iniciou suas atividades no Centro Industrial de Juiz de Fora (MG). Está instalada em fábrica com 26 mil m² de área construída, sobre terreno de 100 mil m². “A Perfiminas fabricará perfis soldados, perfis laminados e chapas já cortados e furados e demais peças de aço, prontos para o uso do mercado de construção”, afirma Marino Garofani, diretor-presidente da Brafer.

A capacidade de produção inicial é de 1 mil t por mês. Ao atingir a capacidade plena, a fábrica deverá processar 30 mil t de aço ao ano, gerando 380 empregos diretos e 120 indiretos. A edificação, com 90 m de largura, 294 m de comprimento e pé-direito livre de 12 m, se subdi-

vide em quatro naves: uma para estoque e outras três para fabricação.Segundo Marino Garofani, a abertura da nova unidade demonstra

confiança no crescimento do mercado brasileiro e já vem com um diferen-cial: a experiência acumulada pela Brafer nos seus 40 anos de atividades.

Para a produção e manipulação de chapas, por exemplo, a Perfiminas dispõe de máquinas CNC 3D, com capacidade máxima de 150 mm de espessura e 24 m de comprimento. Este equipamento é capaz de realizar cortes com plasma ou oxicorte, com qualquer geometria, chanfros X, Y, K e furos cortados.

Errata: Diferentemente do publicado na página 41 da edição nº 542 de junho deste ano, Solotrat é o nome correto da empresa que executou o serviço de solo grampeado na obra do Via Café Garden Shopping, em Varginha (MG).

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Aditivos para a durabilidade do concretoPara auxiliar construtoras na solução de problemas de revitalização e

durabilidade de estruturas de concreto, a MC-Bauchemie vem apresentan-do ao mercado produtos de alta tecnologia agregada.

É o caso do Xypex Admix C-500 NF, aditivo cristalino que deve ser dosado no concreto autocicatrizante, proporcionando o selamento de fissuras de até 0,4 mm, causadas, por exemplo, pela retração autógena ou pela secagem. O mecanismo autocicatrizante é disparado no momento da penetração da água pela fissura, sendo que a reação de recuperação ocorre em 21 dias.

“É preciso lembrar que materiais autocicatrizantes já estão sendo utilizados em outros setores, como em pinturas de carros e celulares e até na engenharia eletrônica com circuitos integrados. Este é um conceito que tende a se desenvolver cada dia mais”, afirma Emilio Takagi, gerente da MC-Bauchemie no Brasil.

A multinacional alemã tinha realizado importante consultoria e produção de solução para a Concessionária Maracanã, para revitalização do concreto do estádio. Para o empreendimento, foi desenvolvida solução específica para obra, intitulada Emcekrete 50 Maracanã (microconcreto fluido de baixo módulo com inibidor de corrosão integrado), além do Zentrifix CR (argamassa de reparo com adesivo integrado que dispensa a ponte de aderência e a pintura anticorrosiva cujas características possibilitam ganhos de produtividade na obra) e o Zentrifix KM 130 (argamassa de reparo especialmente formulada para superfícies sujeitas à vibração e fissuramento, que foi empregada na recuperação e nivelamento das rampas do estádio).

Software é adotado em comissionamento de instalações

O software Sohar, desenvolvido pela MCA, empresa espe-cializada em consultoria, auditoria e gestão, pode tornar mais rigoroso (e preciso) o planejamento e o controle de uma fase crítica de empreendimentos industriais de variados portes: a de comissionamento, isto é, de testes das instalações, equipamen-tos e sistemas, para a entrada efetiva em atividade.

Segundo a MCA, o maior diferencial do Sohar é a interação com as ferramentas de planejamento disponíveis no mercado, como Project, Primavera e Excel, permitindo o acesso a todos os documentos, relatórios e check-lists do empreendimento, incluindo a fase de implantação. O Sohar também trabalha com ou sem acesso à internet e pode rodar em dispositivos móveis.

“O principal objetivo do comissionamento é atingir a performance estabelecida nos projetos de engenharia. O Sohar vem para facilitar a realização do comissionamento, trazendo agilidade, rastreabilidade das informações e flexibilidade de uso ao trabalhador”, resume o engenheiro Renato Gomes, da MCA.

Hoje, na carteira de clientes da MCA Auditoria e Geren-ciamento, estão empresas como Vale, Unimed-BH, CHS, Algar Agro, ArcelorMittal, Anglo Gold e Anglo American.

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Frase da coluna

“O homem que se decide a parar até que as coisas melhorem, verificará mais tarde que aquele que não parou está tão adiante que jamais será

alcançado”. Frase em uma plaqueta que o prefeito Faria Lima (1909-1969), engenheiro militar, mantinha em sua mesa de trabalho, no Ibirapuera, no

período de sua administração (1965-1969).

As lições no diálogo entre três mestres da engenhariaFato raro, quase inédito, um encontro com três engenheiros da

velha guarda – e põe velha guarda nisso – em um escritório no Rio. Um objetivo comum – falar do Bruno Contarini para a biografia dele, a ser lançada ainda este ano – permitiu o diálogo entre o engenheiro José Carlos Filizola, em seu escritório, na avenida Presidente Wilson, e seus colegas Carlos Alberto Fragelli e Godart Sepeda. Fragelli formou-se em 1953, Godart foi aluno de Contarini na PUC-Rio em 1969 e Filizola formou-se em 1968, todos no segmento da engenharia estrutural.

São engenheiros com ampla quilometragem de experiências, em suas vertentes de trabalho, cada um com seu histórico. Os relatos confluem para os estudos, projetos e soluções que os tornaram, dentre outros, vários dos quais já fora de cena, nomes dos mais representativos da evolução da engenharia brasileira. O diálogo que se segue é um documento para a História.

Fragelli: O pessoal mais experiente está saindo. Está deixando a cena – ou o canteiro – para os mais novos.

Godart: Os mais novos chegam, mas não têm uma boa formação. E, enquanto os velhos saem, porque não há trabalho ou por causa da idade, os mais novos correm o risco de não contar com a experiência dos mais velhos. Uma falha terrível.

Filizola: Mas não é de hoje que os mais velhos estão saindo de cena. O tempo se encarrega de provocar esse distanciamento. Vejam vocês: Depois que me formei fui trabalhar na Machado da Costa Engenharia, fundada pelo engenheiro Machado da Costa na década de 1930.

Fragelli: Há quanto tempo, Filizola. Isso pode ser um exemplo de que tem faltado, ao longo do tempo, um canal de transmissão do conhecimento de uma geração para outra.

Godart: Naquela época – na época do Bruno, digamos assim - era absolutamente obrigatório que, ao se formar, o jovem engenheiro tivesse a sua iniciação dentro de um escritório de projeto de estrutura.

Filizola: Verdade. Ficávamos estagiando dois ou três anos – e mais quatro ou cinco – vendo os engenheiros da velha guarda difundirem sabedoria. Refiro-me ao Costa Nunes, Dirceu de Alencar Veloso, Sílvio Coelho da Rocha.

Godart: Seria bom acrescentar os nomes do Sidney dos Santos e o seu, Fragelli. Os engenheiros calculistas de hoje não são formados com o

mesmo padrão dos engenheiros que estamos citando. E, tem mais: o jovem engenheiro compra um computador e o manual, senta e calcula. Se a obra fica em pé na tela, ele manda o projeto pra frente. Essa falta da experiência, que deveria ser obtida no contato com a geração mais velha, provoca milhões de interfaces. Acho que a engenharia de hoje precisa e deve ser repensada.

Fragelli: Tomemos o exemplo do Bruno. Diante de um projeto complexo, ele imaginava como colocá-lo em prática segundo a realidade objetiva. Porque o projeto pode parecer muito bonito. Mas, na hora da execução as coisas podem mudar. Por isso, ele invertia o processo: primeiro a realidade e os dados objetivos para executar o projeto. Portanto, cada projeto, segundo a sua realidade.

Filizola: Esse viés que o Fragelli coloca é sumamente importante. Porque essa coisa de você saber, por antecipação, como constrói uma obra, é uma coisa que acabou. O projeto precisa estar casado com a obra. Isso de chegar no canteiro e dizer que o projeto está bom, mas que tem de bolar outro modo de distribuir a armadura ou de usar outro tipo de perfil metálico, nos remete àquela necessidade de se poder contar com a sabedoria da velha guarda.

Godart: Quando não pudermos contar mais com um Bruno Contarini, um Mário Franco, com o José Luiz Cardoso, Fragelli, Filizola e outros, lamentaremos a falta que esses gênios da engenharia vão nos fazer para sempre. Outra coisa: como diz o Bruno, engenharia é inteligência. E, inteligência, não é computador. Computador é apenas um instrumento da inteligência.

Foi só um diálogo. Em favor da engenharia.

Memória da arquitetura e da engenhariaAo completar 41 anos de operação (foi inaugurado no dia 14 de setembro de 1974), o metrô paulistano celebra a ampla abertura que proporcionou à arquitetura brasileira e à engenharia, em suas múltiplas modalidades. Haja vista o exemplo da estação Vila Prudente, projetada em 2008 e inaugurada em 2010, com área construída de 19.129,63 m². Contudo, o metrô quarentão continua muito aquém da demanda

A construção da Editora Mandadori (projeto de Niemeyer) embasa princípios estruturais que os engenheiros observam nos trabalhos de Bruno Contarini

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Estão jogando a 8.666 no lixo• A Câmara Federal aprovou proposta, conforme acerto entre o

relator, deputado Jovair Arantes (PTB/GO), e o ministro Ricardo Berzoini, das Comunicações, para estender o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) a obras e serviços de mobilidade urbana ou infraestrutura logística – metrô, estradas, portos e por aí em diante.

• Carlos Eduardo de Lima Jorge (foto), presidente da COP/CBIC, diz que, com tal medida, o governo dá mais um passo atrás contra os aprimoramentos dos instrumentos de licitação. Alguns parlamentares – e empresários da construção – acham que esse passo atrás é um desrespeito para com o País. Entendem que o governo está jogando a Lei 8.666 no lixo.

Aeroporto CatarinaA JHSF pretende inaugurar, no segundo semestre de 2016, o

Aeroporto Executivo Catarina, em construção no km 60 da rodovia Castelo Branco, em São Roque. Esse aeroporto privado terá capacidade para receber até 77 mil pousos e decolagens/ano e jatos executivos de grande porte. Ele fará parte do Complexo Comercial Catarina, que inclui um centro comercial, com prédios para escritórios, centro médico e hotel, além de um shopping com lojas de grife.

Obras da SabespO consórcio formado pelas empresas Serveng-Civilsan, Engeform

e PB Construções tem prazo de 14 meses para executar as obras de interligação entre as represas de Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, do sistema Cantareira. A interligação permitirá a transferência de vazão média de 5,13 m³/s de Jaguari para Atibainha. O contrato é da ordem de R$ 555 milhões.

Parque Tecnológico de Jundiaí

Estão em andamento as obras do Parque Tecnológico de Jundiaí (SP). José Dimas Gonçalves (foto), presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCTI), informa que as obras de infraestrutura vêm sendo discutidas com a CPFL, AE e Comgás. O parque, em terreno da ordem de 215 mil m², deverá funcionar a

partir do ano que vem e poderá abrigar cerca de 100 empresas. A verba inicial do governo do Estado, para as obras, é de R$ 18 milhões.

Linhão do Juruá • Começaram, enfim, no Acre, as obras sob responsabilidade

da Eletronorte, do Linhão do Juruá, que vai integrar os municípios de Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó e que deverá entrar em funcionamento em 2017. Ele terá 632 km de extensão e custará R$ 370 milhões.

• Convênio entre o governo acreano e a Eletronorte deverá permitir o uso da fibra ótica do linhão para levar internet banda larga para a população daquele e de outros municípios da região.

Polo corporativo A Porte Engenharia, com sede em São Paulo (SP), pretende implantar

o que chama de polo corporativo do Tatuapé. É um conjunto de oito torres, com salas a partir de 35 m², tudo somando mais de 300 mil m², distribuído em áreas paralelas à Radial Leste. A diretoria da empresa informa que serão investidos no empreendimento, a ser concluído em cinco anos, cerca de R$ 1,5 bilhão.

Parques eólicosA Votorantim Energia avisa que está começando a construção de sete

parques eólicos no Nordeste contando, para esse fim, com um aporte de recursos da ordem de R$ 1,1 bilhão. A empresa vem, há cerca de 100 anos, investindo na geração de energia no País.

CopelA Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) começou este

mês a operação comercial de mais um parque eólico no Rio Grande do Norte. Com 27 MW de potência instalada, o Parque Asa Branca 3, na cidade de Parazinho, é o 9º parque eólico da empresa a entrar em funcionamento na região, somando 223,6 MW de capacidade instalada.

Energia asseguradaA Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou o

orçamento e o cronograma de desembolso apresentado pela Light Serviços de Eletricidade S/A para fornecimento temporário de energia elétrica às instalações do International Broadcast Center (IBC) para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O orçamento é de R$ 39,1 milhões.

Concessões em MGCerca de 80 empresas construtoras

revelaram interesse em participar da reestruturação e exploração, via concessões, de uma parte da malha viária de Minas Gerais. O secretário Murilo Valadares (foto), de Transportes, diz que o prazo de concessão será de 30 anos. A taxa interna de retorno, bem como os sítios das praças de pedágio, devem ser propostos pelos interessados e

encaminhados à Secretaria de Transportes até o dia 16 de novembro próximo.

Governo federal deve R$ 1,8 bilhão em obras rodoviárias

A Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor) informa que as empreiteiras que operam nesse segmento estão há mais de 120 dias sem receber pelos contratos firmados e cumpridos. Ela está cobrando uma dívida de R$ 1,8 bilhão, junto ao governo federal. Já houve uma redução de 40%, em 252 contratos, no ritmo dos trabalhos.

Aviso Está em vigência, desde o dia 15 deste mês (outubro), a Portaria

957/2015 do Comando da Aeronáutica, que altera a altura máxima de novas edificações no entorno de aeroportos em todo o País. Em um raio de 4 km, a partir da cabeceira da pista, a limitação de altura dos edifícios, que era de 75 m, passa a 45 m de altura, o equivalente a um prédio de 15 andares.

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12 | O Empreiteiro | Outubro 2015

A ENR é uma publicação da Dodge Data & Analytics, editora com mais de 100 anos de atividades e a principal no mundo com foco em Construção, Infraestrutura e Arquitetura. A revista O Empreiteiro é parceira editorial exclusiva da ENR no Brasil. Mais informações: www.enr.com

TBM escava primeiro túnel em RiadO primeiro dos inúmeros túneis a serem escavados pelo TBM (tunnel bo-

ring machine), para implantação de seis linhas de metrô na capital da Arábia Saudita, foi concluído. Ele integra a linha 5 e possui 1,2 km. No total, serão 176 km de rede a serem construídas em Riad.

O contrato é de US$ 7 bilhões para construção das linhas 4, 5 e 6, represen-tando 65 km de obras, e que estão sendo executadas pelo consórcio Fast.

O Consórcio Fast é liderado pela espanhola Fomento de Construcciones y Contratas, e inclui ainda empresas da Coreia do Sul, França, Holanda e Inglaterra.

Porém, o maior contrato está nas mãos de um consórcio liderado pela norte-americana Bechtel. Ele envolve a construção das linhas 1 e 2 e o valor gira em torno de US$10 bilhões.

BP pagará US$ 6 bi em projetos na costa do Golfo

Uma parte dos US$ 20,8 bilhões que serão pagos pela empresa petrolí-fera BP, em acordo assinado com o governo por conta do derramamento de óleo provocado pela empresa no Golfo do México, em 2010, será destinada a revitalizar diversas áreas da costa atingida pelo acidente.

Serão pelo menos US$ 6 bilhões direcionados a financiar projetos am-bientais na região. Trata-se de um das maiores iniciativas no mundo de revi-talização de área, acreditam as autoridades norte-americanas.

O objeto do acordo ainda depende de aprovação da Justiça, após 60 dias de sugestões públicas. Grupos ambientalistas disseram em nota que o recurso será “vital para a saúde ecológica da região a longo prazo”.

Os projetos de revitalização e recuperação da costa do Golfo incluem obras de infraestrutura em áreas pantanosas e de proteção ambiental.

Drones serão usados para inspecionar obras em Minnesota

Para economizar tempo e dinheiro em inspeção, o Departamento de Transportes (DOT) de Minnesota, nos Estados Unidos, está propondo o uso de drones para realizar a tarefa. O DOT tem testado a tecnologia e, segundo o órgão, os resultados são promissores.

A primeira fase de testes visou avaliar os custos da utilização do equi-pamento. A segunda fase, que começa em novembro, empregará um drone específico para inspeção, de origem suíça.

Na primeira fase, o DOT de Minnesota utilizou um drone de origem militar, cujo modelo enfrentava dificuldades para enviar sinais e filmar em determinados pontos de estruturas inspecionadas.

O novo drone a ser utilizado possui câmera de 360° e outras funcionali-dades de elevada capacidade de avaliação.

O DOT precisará de autorização do órgão federal de aviação dos EUA para operar o equipamento de forma regular.

Agência aplica US$ 400 mi em projeto solar na África

O U.S. Overseas Private Investment (OPIC) irá aplicar US$ 400 mi-lhões em projeto de energia térmica solar de 100 MW. A iniciativa fica na África do Sul e tem custo total de US$ 700 milhões.

O projeto está sendo desenvolvido pela norte-americana SolarReserve, a saudita Arabian Company for Water and Power e instituições sul-africanas. O projeto será implantado em Postmasburg, no norte do país.

Fábrica da Fiat-Chrysler em Goiana (PE) conquista Best Project Award

O Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), foi o vencedor do prêmio Global Best Projects Awards 2015, na categoria Best Project, Manufac-turing (Melhor Projeto, Indústria). É uma das principais premiações in-ternacionais na área de engenharia e construção, oferecida anualmente pela revista especializada ENR – Engineering News Record, dos Estados Unidos, parceira editorial da revista O Empreiteiro. Foi o único projeto executado no Brasil incluído entre os 20 ganhadores, anunciados em setembro último.

Com investimento de R$ 7,1 bilhões, o polo foi inaugurado em abril deste ano, depois de 26 meses de obras lideradas pelo consórcio formado pelas empresas Construcap, do Brasil, e Walbridge, dos Estados Unidos.

O júri do Global Best Projects Awards 2015, formado por especialis-tas da indústria da engenharia e construção, considerou as dificuldades que precisaram ser vencidas para o sucesso do projeto: 1) a localização remota do sítio, dificultando a chegada da mão de obra e dos insumos; e 2) a colaboração entre equipes que falavam línguas diferentes (portu-guês, inglês e italiano). O primeiro obstáculo exigiu gestão intensiva do fluxo de trabalho e do ritmo de entregas dos fornecedores. O segundo foi contornado com a adoção privilegiada de comunicações gráficas, mais visuais, por exemplo, sobre os avanços das execuções. As imagens garan-tiam o correto entendimento da mensagem, minimizando as diferenças linguísticas.

O Project of the Year (Projeto do Ano) desta edição foi o do novo edifício do campus da Universidade Politécnica da Flórida (EUA), que concentrará atividades educacionais relacionadas à tecnologia, ciência e inovação.

Com contrato global de US$ 60 milhões, o projeto, assinado pelo badalado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, foi executado pela sub-sidiária local da construtora global sueca Skanska, entre março de 2012 e junho de 2014. (Guilherme Azevedo)

Edifício da Universidade da Flórida é o Projeto do Ano

N e w s l e t t e r G l o b a l

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14 | O Empreiteiro | Outubro 2015

Nildo Carlos Oliveira

Sidonio Porto (pai) e Márcio Porto (filho), ambos responsáveis pelo escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, que tem um portfólio de algumas das mais modernas e criativas plantas

industriais do País, concordam: beleza é fundamental, mas precisa estar associada a outros diferenciais, tais como sistemas construtivos e mate-riais, de modo a que o conjunto arquitetônico e o fluxo operacional da planta resultem “impactantes e eficientes”.

Eles afirmam que o setor industrial de um país, diretamente ligado à infraestrutura que ele disponibiliza e precisa manter permanentemente atualizada, é essencial ao processo de sua política de desenvolvimento e soberania. Lastimavelmente o Brasil não vem dando importância “a esse aspecto”. Está deixando de fazer o dever de casa.

Contudo, algumas empresas têm buscado se firmar e mostrar que a sua evolução industrial está casada com o empenho voltado para a modernização. “É o caso de alguns de nossos clientes”, diz Márcio Por-to, “que, por intermédio de bons projetos, vêm colocando suas marcas em evidência”.

Ele diz que uma das formas de se conseguir um bom efeito arqui-

Bons projetos modernizame flexibilizam plantas industriaisComeça a ficar no passado o perfil daquelas plantas industriais pesadas. Aos poucos, arquitetura e engenharia, combinando novas técnicas e materiais, conferem-lhes leveza e estética, sem sacrifícios das especificidades de seus produtos e operações

tetônico é através da estrutura do edifício. “Sob esse aspecto, o cálculo estrutural é fundamental para se obter o objetivo desejado, com vãos generosos, componentes estruturais delgados e ligações bem resolvidas. Isso, no entanto, precisa estar articulado com o trabalho de projetistas de instalações capazes de propor soluções compactas, econômicas e ino-vadoras. E, os parâmetros encontrados na norma de desempenho, bem como nas certificações de prédios sustentáveis, são boas referências com as quais temos procurado trabalhar”, informam.

Industrialização da construção. Sidonio e Marcio acreditam que a evolução das plantas industriais está intimamente vinculada à industria-lização da construção. Sobre isso, dizem:

• Todo o esforço no sentido de tornar a construção civil dotada de um maior grau de industrialização será importante, pois além de ativar o próprio setor industrial, também possibilita uma melhoria na gestão da qualidade de toda a obra.

• É necessário atender rapidamente a grandes demandas por infraestrutura, capaz de suprir o próximo ciclo de crescimento. Volume e rapidez são possíveis através de componentes construtivos industrializados. Da mesma forma, a mão de obra, mais capacitada a atuar nesse tipo de canteiro, fará jus a uma melhor remuneração e a uma melhor qualidade de vida.

Os dois arquitetos dizem que a evolução de plantas industriais se dá a partir da pré-fabricação. “Inicialmente os painéis de laje Pi e as cana-letas de cobertura em concreto complementavam o conjunto de pilares e vigas. Mas os sistemas mistos, compostos por outros materiais, como o metal e a madeira, entraram em cena. Com o tempo, a indústria do aço passou a disponibilizar peças estruturais mais leves, para vencer grandes vãos de cobertura, e as próprias telhas metálicas.

Estética e leveza oferecidas pela arquitetura das instalações da

Brazilglass, conforme perspectiva elaborada pelos autores do projeto

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“E, por sua vez, as telhas metálicas, que eram placas simples, passaram a ser produzidas no formato sanduíche, possibilitando melhor conforto termo acústico. Então vieram as telhas zipadas que possibilitam a cobertura de grandes vãos com emendas longitudinais seladas impedindo goteiras. E as lajes tipo steel deck passaram também a ganhar espaço no mercado.”

Há também os sistemas de paredes em dry wall, que são leves para fechamentos internos e externos, em contrapartida às alvenarias de blo-cos, pesadas e que demandam mais tempo de execução.

“Atualmente”, informam, “temos aprofundado pesquisa dos compo-nentes pré-fabricados leves, executados a partir do concreto de alto de-sempenho, buscando soluções que possam ser adotadas por intermédio da industrialização de ciclo aberto. Com isso, acreditamos poder con-tribuir com opções criativas, possíveis de serem compostas com marcas distintas e sistemas construtivos”.

Sustentabilidade. Eles acham que, em razão da questão da sus-tentabilidade, as empresas vêm procurando dotar suas edificações de sistemas que melhorem o desempenho e, consequentemente, o custo de manutenção e operação de suas instalações. A adoção das certificações para as edificações não deixa de ser um passo além para obtê-las e man-tê-las, o que implica controle maior por parte de uma entidade isenta.

“Sob esse aspecto”, assinalam, “a indústria de materiais foi uma das primeiras a se posicionar quanto à questão da sustentabilidade ambiental”.

Com a preocupação voltada para o destino final dos resíduos da cons-trução e com o material proveniente das obras de retrofit, a indústria de materiais criou o conceito de engenharia reversa. “Segundo essa lógica”, diz Márcio, “as indústrias de carpete, por exemplo, passaram a retirar as placas com prazo de validade vencido, reciclá-las e a utilizar o material proveniente da reciclagem na produção de novas placas.” O conceito de engenharia reversa está por trás de todas as indústrias de materiais pro-tagonistas no mercado, segundo ele. Outro ponto para o qual ele chama a atenção diz respeito aos aspectos inovadores provenientes do uso de sistemas mistos e híbridos, que combinam materiais múltiplos.

Sidonio e Marcio mostram, como exemplos de projetos realizados com a mais ampla dedicação e esforço em favor da criatividade, os projetos da fábrica da Ipel, em Cajamar (SP), que recebeu o prêmio Rino Levi, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 2002, e o Prêmio BTicino, em 2003. É uma fábrica com área construída de 4.000 m², com estrutura metálica da Projecta.

Outra obra é a fábrica da Flextronics, construída pela Racional Enge-nharia, com área construída de 30.000 m².

E, uma obra recente, é a fábrica da Brazilglass, com unidade industrial executada pela Protendit. Os arquitetos informam que desde a concepção arquitetônica e estrutural, até a possibilidade de obtenção de uma certi-ficação de edifício sustentável, essa planta se firmará, com sua imagem, como uma marca muito forte, no cenário da arquitetura e da construção.

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16 | O Empreiteiro | Outubro 2015

Guilherme Azevedo

A segunda fábrica do Grupo Petrópolis no Nordeste, em Itapissuma (PE), município do Litoral Norte distante 45 km da capital Reci-fe, foi executada em cerca de dez meses, prazo considerado pelo

proprietário recorde para obras do gênero. A construção se iniciou em junho de 2013 e se encerrou em março do ano seguinte, sob liderança da construtora Odebrecht Infraestrutura, responsável pelo contrato. O pico das obras reuniu 1,7 mil trabalhadores.

A nova unidade fabril, situada às margens da BR-101 e com 185 mil m2 de área construída, emprega hoje cerca de 800 funcionários e pode produzir 600 milhões de litros de cerveja da marca Itaipava ao ano. Abastece os Estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, além da região Norte. O investimento total foi de R$ 600 milhões. A inauguração oficial ocorreu em abril deste ano, embora a produção local tenha se iniciado no primeiro semestre do ano passado. A fábrica dispõe de equipamento completo para produzir cerveja e duas linhas automatizadas de envase (para garrafas e para latas), conjunto completo fornecido e montado pela empresa Krones.

ExperiênciaA velocidade da execução da obra pode ser atribuída à experiência

da Odebrecht e de outros parceiros com plantas industriais do Grupo Petrópolis (Itapissuma é a sexta fábrica do grupo no Brasil). A unida-de de Pernambuco foi a terceira do currículo da Odebrecht, que tam-bém respondeu pela construção das fábricas de Alagoinhas, na Bahia,

Inovações aceleram execução de cervejaria em Itapissuma (PE)Sexta unidade fabril do Grupo Petrópolis foi construída em menos de um ano com o auxílio de novas tecnologias de formas

entregue em 2013, e de Rondonópolis, no Mato Grosso, concluída em 2008. Pelos serviços de montagem da cobertura e fechamentos laterais realizados em Alagoinhas, a Isoeste também foi selecionada para atuar em Itapissuma. “Tem praticamente a mesma configuração da fábrica em Alagoinhas”, compara o engenheiro Luiz Carlos Morais Filho, supervisor de obras da Isoeste na unidade pernambucana.

Também contribuiu para acelerar as obras o fato de a maior parte da fábrica ser constituída de estruturas pré-moldadas de concreto e a in-corporação de novas tecnologias para melhorar a produtividade. Segun-do a Odebrecht, a obra de Itapissuma rendeu a inscrição de nove pro-jetos no Programa Odebrecht de Inovação Tecnológica, organizado pela própria empresa para identificar e incentivar novas e eficientes maneiras de construir. “Utilizamos formas de papelão para os pilares retangulares moldados in loco, e trouxemos da Alemanha uma nova tecnologia de forma para a execução dos elementos de fundação, conhecida como Pecafil, uma forma plástica com elementos de aço”, aponta Ana Carolina Farias, diretora de contrato da Odebrecht em Itapissuma.

“Envelopamento”Contratada para fornecer material e executar a tarefa de “envelopar”

o empreendimento, a Isoeste combinou, nos edifícios que abrigam as principais atividades da fábrica, telhas zipadas do tipo sanduíche com telhas zipadas convencionais (TP40), intermediadas por chapas termoi-solantes constituídas de lã de rocha. O objetivo é preservar os processos rigorosos e equipamentos decisivos para a produção, envase e estoque da cerveja.

Na execução da cobertura, e também na maior parte do fechamento, foram utilizados 35 mil m² de telhas zipadas do tipo sanduíche, 7 mil m² de telhas zipadas do tipo standard e 26 mil m² de telhas TP40. O fechamento lateral da nova fábrica, especificamente, empregou 3,5 mil m2 de painéis Isofachada (constituídos de espuma rígida de poliuretano e revestidos com placas de aço). Na sala de quadros, o “cérebro” da produ-

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Unidade fabril, às margens da BR-101, tem capacidade de produção de 600 milhões de litros de cerveja

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18 | O Empreiteiro | Outubro 2015

ção, onde se concentram comandos automatizados dos equipamentos, situada dentro do edifício de envase, na linha divisória dos envases de garrafas e de latas, a escolha recaiu sobre painéis Isojoint SL (sala limpa). Com facilidade de encaixe, superfície lisa e feitos de espuma rígida, são indicados para áreas onde a climatização correta e constante importa.

Cronograma aceleradoSegundo Luiz Carlos Morais Filho, supervisor da Isoeste na obra em

Itapissuma, a cobertura e os fechamentos laterais exigiram contingente incomum para obras do gênero por causa da pressão do tempo. “Mas, apesar do prazo apertado, conseguimos cumprir o cronograma”, come-mora. A Isoeste levou para o canteiro cerca de 30 profissionais, divididos simultaneamente entre os prédios coligados, quando normalmente pre-cisa, em obras como essa, de seis a 15 funcionários, no máximo.

Contou a favor também o fato de a Isoeste manter unidade de ne-gócios próxima ao sítio, em Vitória de Santo Antão (PE), de onde vieram insumos e equipamentos. “Em menos de duas horas já estavam na obra”, frisa o engenheiro Morais Filho. O uso extensivo de telha zipada contri-buiu com o prazo e a qualidade do acabamento, uma vez que é feita de forma contínua no próprio canteiro, na medida desejada (a mais longa ali utilizada alcançou 40 m de comprimento), não tem emendas e apre-senta, portanto, estanquidade completa.

A fábrica de Itaipava em Itapissuma se soma a outros empreendi-mentos industriais recém-inaugurados ou em fase final de execução, como a Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, para confirmar a nova vocação fabril do Nordeste brasileiro. É o desenvolvimento neces-sário contra atrasos econômicos e sociais herdados ainda da época colo-nial, que a industrialização está eliminando.

Ficha Técnica – Fábrica do Grupo Petrópolis em Itapissuma (PE)

- Propriedade: Grupo Petrópolis (fábrica de cerveja Itaipava)- Investimento total: R$ 600 milhões- Área construída: 185 mil m2

- Construção: Odebrecht Infraestrutura- Cobertura e fechamentos laterais: Isoeste- Projeto de produção de cerveja, fornecimento de equipamentos e montagem: Krones

Projeto Etileno XXI conquista prêmio

A obra do projeto Etileno XXI, que será o maior complexo pe-troquímico da América Latina, em Coatzacoalcos, México, recebeu o importante Prêmio de Segurança e Sustentabilidade Dupont, em sua 12ª edição.

A construção é liderada pela Odebrecht Engenharia & Cons-trução Internacional – Engenharia Industrial, que ainda conta no consórcio com as empresas Technip, da Itália, e ICAFluor, do México.

Os desafios para a implantação de uma cultura de segurança foram consideráveis, por tratar-se de um empreendimento com 17.055 mil co-laboradores no pico da obra, e mais de 26 mil ao longo da construção, de 29 diferentes nacionalidades. A construção teve início em 2012 - desta-ca-se que couberam à empresa brasileira GeoCompany os trabalhos de sondagens e preparação do sítio para a implantação das obras.

O projeto Etileno XXI conquistou a láurea pelo seu desempenho em segurança industrial, registrando a maior pontuação reconheci-da na história da premiação. A Odebrecht atribui o prêmio à gestão respaldada pelo compromisso da alta direção.

Foi estabelecido um Sistema de Gerenciamento de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), baseado em comportamento, per-cepção de risco dos integrantes e mudança de atitude em relação à prevenção. Os treinamentos personalizados, programas de segu-rança baseados no comportamento humano, comunicação efetiva, indicadores preventivos avaliados pela direção do projeto, e o re-conhecimento das pessoas foram fundamentais no caminho para a meta zero de incidentes na obra.

O empreendimento será operado pela Braskem-Idesa, empresa me-xicana formada pela brasileira Braskem (braço petroquímico do Grupo Odebrecht e a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas) e o Grupo Idesa, importante empresa do setor petroquímico no México.

Resultado de um investimento de US$ 4,5 bilhões, o complexo iniciará as operações em dezembro deste ano, e terá capacidade de processamento de 66 mil barris por dia de etano, produzindo anualmente 1,05 milhão de t de etileno, matéria prima para a pro-dução de 750 mil t de polietileno de alta densidade e 300 mil t de polietileno de baixa densidade.

Na área de envase foram usados painéis para manter climatização adequada e constante

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20 | O Empreiteiro | Outubro 2015

Inaugurada no dia 19 de junho deste ano, a nova unidade industrial da Basf no Brasil, o complexo acrílico, no Polo de Camaçari (BA), é o maior investimento já feito pela empresa na América do Sul e

emprega 230 trabalhadores. Foram mais de € 500 milhões aplicados nas novas instalações, que têm capacidade para produzir 160 mil t de ácido acrílico por ano.

Ali dois produtos da cadeia de valor do ácido acrílico são produ-zidos: polímeros superabsorventes, utilizados na fabricação de fraldas para bebês e de outros itens de higiene, e acrilato de butila, base de produtos químicos para construção e tintas decorativas.

“Este complexo vai garantir o abastecimento nacional e regional de produtos que atualmente são importados”, destaca Ralph Schweens, presidente da Basf na América do Sul. A multinacional acredita que a nova unidade vai impactar positivamente a economia local, incentivar o investimento e a inovação na região e atrair novas empresas para o polo.

IntercâmbioA unidade de Camaçari segue modelo de outras fábricas da Basf no

mundo, mas se liga mais intimamente com o complexo acrílico NASA, em Nanjing, China. A construção do projeto chinês da Basf foi anunciada simultaneamente à de Camaçari, com o mesmo investimento de € 500 milhões – as obras se iniciaram em março de 2012 em Camaçari. Um diálogo entre as duas equipes encarregadas das construções foi então mantido, sobretudo pela intervenção da WorleyParsons, a gerenciadora global das empresas atuantes nas duas plantas.

A planta da Basf em Camaçari se subdivide em três grandes áreas: o GAA (para produção do ácido acrílico); o SAP (para produção de polí-meros superabsorventes); e o BCI (unidade fabril de acrilato de butila). Uma estrutura se destaca no processo: a coluna C310, conjunto feito de aço inoxidável, onde se purifica o ácido acrílico. Tem 456 t de peso, 62,4 m de altura e 8,9 m de diâmetro e levou cerca de um ano para ser produzido na China, de onde veio para o Brasil de navio e, até o sítio de Camaçari, sobre veículo ultrapesado. O posicionamento da C310 no sí-tio foi outro capítulo importante na execução do empreendimento, pois exigiu plano de rigging próprio, com dois guindastes (um capaz de içar 1.350 t e outro para até 40 t) atuando conjuntamente.

De fato, do ponto de vista da engenharia, a obra em Camaçari pode

Uma planta química vertical — gêmea de outra construída na ChinaA nova unidade da empresa no Brasil, em Camaçari (BA), com investimentos de € 500 milhões, nacionaliza a produção de ácido acrílico

ser caracterizada como aérea. No pico, 5 mil trabalhadores colaboraram nos canteiros com o auxílio de 40 guindastes. Plataformas elevatórias, posicionadas a 16 m, 24 m e 42 m de altura, deram suporte à montagem das grandes estruturas. Um trabalho feito com a liderança da Niplan e para o qual não houve registro de nenhum acidente com perda de tempo.

De acordo com José Aparecido Garcia, da Niplan, a profundidade da relação entre a sua empresa, responsável pela montagem eletromecâni-ca, testes e pré-comissionamento da planta, a australiana WorleyPar-sons, gerenciadora da obra, e a Basf, foram essenciais.

“Foi necessária grande interação para o atendimento dos elevados padrões de qualidade e segurança que um projeto deste tipo exige, já que alguns equipamentos são exclusivos, sendo necessária total atenção para sua instalação”, destaca o engenheiro da Niplan.

Willi Naas, vice-presidente de infraestrutura da Basf para a Amé-rica do Sul, resumiu a diretriz do investimento: “Com certeza estamos implantando em Camaçari a planta mais moderna do Brasil nesse setor”.

Ficha Técnica – Complexo Acrílico Basf em Camaçari (BA)

- Localização: Polo Industrial de Camaçari (BA)- Área total do terreno: 148,37 mil m2

- Investimento total: € 500 milhões- Gestão da obra: WorleyParsons- Serviços complementares de construção civil, montagem de estruturas metálicas, montagem eletromecânica, testes e pré-comissionamento: Niplan- Construção civil: BCL e NM- Transporte em solo: Megatranz

Obra aérea contou com auxílio de 40 guindastes nos canteiros de obras

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22 | O Empreiteiro | Outubro 2015

A primeira fábrica da BMW no Brasil se apoiou em métodos racio-nalizados de gerenciamento e de construção para ser edificada em apenas dez meses, de dezembro de 2013 a setembro de 2014,

quando o primeiro automóvel foi produzido localmente.Situada em Araquari (SC), município de cerca de 30 mil habitan-

tes no norte do Estado, a 170 km da capital Florianópolis, a fábrica é uma estrutura com 115 mil m2 de área construída e 488 mil m2 de área pavimentada, sobre terreno de 1,5 milhão de m2 que margeia a BR-101. O prédio principal (assembly, montagem) soma 53 mil m2 de área, com pé-direito de 10,5 m. Outros três edifícios também abrigam processos produtivos: de 21,6 mil m2 (paint shop, pintura), de 19,9 mil m2 (body shop, montagem de carroceria) e de 4,9 mil m2 (body stacker, estocagem de carroceria). A planta ainda se constitui de re-feitório, estação de coleta e tratamento de água e esgoto, subestação de energia e pátio de veículos para 1.820 unidades. A unidade bra-sileira difere um pouco da tradicional planta internacional, pois não tem área de estamparia.

O gerenciamento das etapas de construção da unidade, a primeira da BMW no Brasil e a trigésima no mundo, coube à Concremat Engenha-ria, contratada para a tarefa por R$ 12,2 milhões. A empresa também foi contratada para a realização de serviços de engenharia do proprietário (owners engineering), pelo valor de R$ 11,7 milhões. O custo da parte da empreiteira, a Perville Engenharia, foi de R$ 265 milhões, mais um aditivo de R$ 12 milhões. A fábrica tem capacidade de produzir 32 mil automóveis por ano.

Do ponto de vista da construção, o emprego majoritário de peças pré-moldadas de concreto armado (blocos de fundação, colunas, vigas Y e vigas-calha), fabricadas pela própria construtora e trazidas prontas

Metodologia otimiza construção da primeira fábrica da BMW no BrasilCombinação de lean construction com pré-moldados e gestão tecnológica garante prazo e racionaliza recursos

para o canteiro, favoreceu a velocidade e a qualidade da execução e reduziu o número necessário de operários no canteiro. Os pré-molda-dos estão presentes em 70% do total da área construída, e o pico das obras não exigiu mais do que a colaboração de 900 trabalhadores, entre engenheiros, técnicos e operários. A construtora credita o suces-so da execução também ao fato de poder ter escolhido seus parceiros estratégicos logo na fase de orçamento, vantagem de quem projeta e também executa, e ainda à metodologia lean construction, que trata um projeto de grande porte dividindo-o em pequenas obras e possibi-litando melhor controle e racionalização. Aliás, todos os profissionais

Ficha Técnica - Fábrica BMW em Araquari (SC)

- Gerenciamento: Concremat Engenharia e Tecnologia- Construção: Perville Engenharia- Projeto de arquitetura: HS Arquitetos- Projeto de engenharia: OA Engenharia- Projeto de instalações elétricas: Zilli Engenharia- Projeto de instalações hidráulicas: OA Engenharia- Projeto de paisagismo: GPSkal e Lübke Garden- Projeto de HVAC: Michelena Climatização- Projeto preventivo hidráulico, redes de gás natural, combustível, água Industrial e ar comprimido: Neoplan Projetos Industriais- Projetos de infraestrutura (terraplenagem, drenagem profunda, es-goto, pavimentação e sinalização): Azimute Consultoria e Projetos de Engenharia- Coordenação de engenharia: GPSKAL Assessoria e Projetos- Projeto de sprinklers: Minimax do Brasil- Terraplenagem: Triunfo Engenharia- Fundações: Geotesc- Montagem industrial: Luzville e Hidroved- Principais fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insu-mos: Engemix e Nortec Guindastes

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envolvidos, de empresas contratadas ou subcontratadas, receberam treinamento na disciplina, a cargo da Porsche Consulting. O lean cons-truction permitiu também que não houvesse estocagem de materiais no sítio, com a fabricação de pré-moldados obedecendo a rigoroso ritmo de produção e entrega.

Diálogo e tecnologiaDo ponto de vista do gerenciamento das etapas de construção

e montagem, a história da primeira fábrica da BMW no País come-

çou em agosto de 2012, na Alemanha. Profissionais da Concremat discutiram então com o proprietário os as-pectos de viabilidade do empreendimento e esboçaram estudos de engenharia básica.

No canteiro, os profissionais da Concremat (foram 25, no pico) estabeleceram a prática do control board, isto é, de reuniões diárias com os envolvidos (clientes, gestores e empreiteiras), de modo a antecipar e encaminhar pos-síveis problemas. A tecnologia da informação foi um item importante para o gerenciamento intensivo. O software Team Member, instalado em tablets, permitia a atualiza-ção imediata de informações da obra. Esses dados eram ainda incorporados à maquete eletrônica em 4D, dentro

do programa Oracle Primavera. Tudo era complementado com imagens ao vivo captadas por oito câmeras de vídeo, distribuídas em pontos ne-vrálgicos do canteiro. O conjunto de ferramentas ainda contemplava a evolução temporal dos avanços, com simulações pelo software Synchro. A combinação de todos esses recursos permitiu visões muito próximas do real e evitou surpresas.

A obra da BMW em Araquari é, portanto, exemplo de planejamento, gestão e execução coordenados, com o suporte de estratégias claras e de tecnologia de ponta.

Modelagem BIM e acompanhamento eletrônico do cronograma em tempo real foram essenciais para eliminar imprevistos

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Uma das mais importantes láureas de gerenciamento de pro-jetos do mundo, o German Project Excellence Award, pre-miou no final deste mês (outubro) a nova fábrica da BMW,

erguida em Araquari (SC), sob gerenciamento da Concremat Enge-nharia e construção da Perville Engenharia.

Mauro Viegas Neto, presidente executivo das empresas Concre-mat, ressaltou o trabalho que levou à conquista na Alemanha. “Ali ocorreu algo raro de se ver. Um alinhamento profundo entre as quatro principais partes de um empreendimento: cliente, engenharia do pro-prietário/gerenciadora, projeto e construção”, afirma.

“O planejamento de um ano, boa parte na Alemanha, permitiu es-gotar os principais requisitos do projeto e decidir pela melhor estrutura e modalidade de contratos para a etapa de construção. A construtora Perville, com competência, postura de inovação e empenho em fazer o que fosse necessário para entregar a obra por menos e no menor prazo possível, foi também grande contribuinte”, relatou Mauro.

Emerson Edel, diretor de Operações da Perville, ressaltou a im-portância da parceria para a conquista. Segundo ele, a BMW teve papel fundamental nesse entrosamento.

“Muitos acertos na construção da fábrica são anteriores ao início da obra. Tudo foi preparado antes. Houve, por exemplo, a preocupação em ser criado um escritório compartilhado no canteiro para o cliente, a engenharia do cliente e a construtora. A existência dessa estrutura assegurou velocidade na troca de informações, encurtando o tempo de resposta na resolução de problemas”, destaca Emerson.

O projeto concorreu na final com mais três empreendimentos. Foi o único que chegou à decisão sem ser uma iniciativa realizada

Projeto da fábrica da BMW vence prêmio de excelência alemão

na Alemanha. Foram analisados 120 projetos alemães pelo mundo. A descrição da organização do prêmio sobre o projeto vencedor da

fábrica da BMW destaca a inovação do trabalho: “Outro continente, outro país. Gerenciamento de construção ino-

vador. A BMW participa (do prêmio) com a construção de nova fábrica no Brasil. Não perto da praia de Copacabana, e sim longe das gran-des metrópoles; em Araquari, no longínquo sul do País, o projeto teve que superar todos os tipos de incertezas, trilhando novos caminhos na implementação de projetos de construção. Culturas foram unidas, hierarquias minimizadas, empreiteiras envolvidas na parceria, e atra-vés da aplicação do lean construction foram quebradas convenções existentes em projetos e superadas restrições. O resultado demonstra que há do que se orgulhar: fase de construção de menos de um ano e queda na meta de custos em vários milhões de euros. Um projeto emblemático no âmbito da BMW e certamente além.”

De acordo com Mauricio da Rocha Camargo, diretor de Indústrias Le-ves da Concremat Engenharia, com tecnologia e métodos inovadores “foi possível alcançar uma redução do custo da construção na fase de obra em torno de 6%, e de pelo menos três meses no prazo de construção”.

O processo de escolha do projeto ganhador do prêmio de exce-lência envolveu critérios diversos, como prazo, custo, uso de ferra-mentas de gestão, transparência, estratégias, métodos, processos e satisfação dos clientes e das pessoas envolvidas.

“Sem dúvida, o maior trunfo foi basear tudo em confiança e transparência. Essas são as duas palavras que resumem 100% do segredo deste sucesso da engenharia brasileira”, conclui Emerson Edel, da Perville.

Linha de produção da montadora em sua unidade brasileira

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A história da edificação da fábrica da Suzano Papel e Celulose em Im-peratriz (MA) precisa necessariamente valorizar o aspecto humano do empreendimento, sobretudo do ponto de vista da formação profissio-

nal. É que Imperatriz, segundo município mais rico e populoso do Maranhão e centro de abastecimento comercial de regiões fronteiriças sob sua influência, o norte do Tocantins, o sul do Pará e o sudoeste do próprio Maranhão, não desenvolvera até então vocação industrial. Não havia, portanto, pessoal es-pecializado para um empreendimento fabril, como o da Suzano. Era preciso, por isso, empreender esforço conjunto para formar homens e mulheres tanto para executar as instalações da fábrica quanto para operá-la. Assim foi feito.

A Suzano firmou uma série de parcerias com as principais entidades locais de formação técnica, como o Senai e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma). Cerca de seis mil pessoas foram treinadas para trabalhar diretamente na execução da obra, via cursos como os de pedreiro, armador e carpinteiro. Dois cursos técnicos, de papel e celulose e de aperfei-çoamento em manutenção, cuidaram da formação de futuros trabalhadores da fábrica. O curso de papel e celulose durou um ano, com bolsa mensal de R$ 800, e teve duas etapas: uma mais teórica, outra mais prática. Esta última incluiu estágio de seis meses em fábricas da Suzano no Sudeste. Hoje, 40% do quadro da área industrial da Suzano ali se constitui de trabalhadores da região.

A unidade da Suzano em Imperatriz, dedicada a produzir celulose com destino ao mercado externo, foi inaugurada oficialmente em março do ano passado, com investimento de US$ 3 bilhões. As obras chegaram a envolver 11 mil trabalhadores diretos e uma rede de cerca de 700 for-necedores de máquinas, equipamentos, materiais e insumos. A fábrica foi criada para operar ininterruptamente (354 dias de produção e 11 dias para manutenção) e é capaz de produzir 1,5 milhão de t/ano de celulose.

O processo produtivo em Imperatriz tem origem na madeira de eu-calipto, fornecida por florestas próprias, que é cortada e transformada em lascas para facilitar o processo de extração da celulose. Esse processo tem lugar no digestor, que é um vaso de pressão com 75 m de altura e 12 m de diâmetro. Trabalha em conjunto com o vaso de impregnação. O cozimento a elevada temperatura e pressão isola a celulose.

Fábrica de celulose difunde cultura industrial em Imperatriz (MA)

AutossustentávelA fábrica é autossustentável do ponto de vista energético. Com o auxílio

de duas turbinas de geração de 125 MW de capacidade cada, o sistema local é capaz de dar suporte elétrico a toda a produção e ainda gerar um excedente de 100 MW, metade aproveitada por duas outras empresas químicas instaladas no sítio, metade vendida à rede pública. A água utilizada no processo vem do rio Tocantins, que margeia o terreno da fábrica. Uma estação de captação de água bombeia do rio 2 m3/s, conduzidos à fábrica por uma adutora com 6 km de extensão. Depois de fazer circular o processo de produção de celulose, a água retorna ao Tocantins tratada, por outra adutora e por meio de três emis-sários fluviais. Noventa por cento da água captada é devolvida ao rio.

A fábrica da Suzano em Imperatriz demonstra como um grande empre-endimento industrial pode intervir positivamente para o desenvolvimento de uma fronteira econômica, numa espécie de jogo em que todos ganham.

Ficha Técnica – Fábrica da Suzano em Imperatriz (MA)

Propriedade: Suzano Papel e Celulose (fábrica de celulose)Investimento total: US$ 3 bilhõesÁrea do terreno: 1,5 milhão m²Área construída: 96 mil m²Construção civil: Construcap e FortesGerenciamento: Pöyry e GuimarProjetos de arquitetura, engenharia e estrutural: Ilhas de processo - Valmet e BOP (Balance of Plant) PöyryProjeto de instalações hidráulicas e elétricas (sistema de distribuição e energia): SiemensPaisagismo: Teperman ArquitetosTerraplenagem: ConstrucapFundações: Construcap e FortesMontagem industrial: Imetame, Passaura e MilplanPrincipais fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insumos: Valmet, AkzoNobel e Air Liquide

Obras da fábrica de celulose da Suzano, em Imperatriz (MA), chegaram a envolver 11 mil trabalhadores e 700 fornecedores

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Augusto Diniz – Itatiaia (RJ)

Tipo de empreendimento ainda raro no Brasil, a Passarelli construiu às margens da Rodovia Dutra (ligação Rio-SP), no distrito industrial de Itatiaia (RJ), um pátio intermodal para atender as empresas da região.

O empreendimento é do Pátria Investimentos e integra um complexo logístico. O pátio intermodal, que será operado pela empresa de logística Multi-

terminais, tem 60 mil m2 de pavimento (75 m x 80 m), dividido em três áreas: 52 mil m2 (87% do total) de estocagem de contêineres, 7 mil m² de manobra de caminhões e o restante de estacionamento de veículos leves. A área terá capacidade para mais de 1,2 mil contêineres.

É no pavimento industrial que a construtora centrou boa parte de seu trabalho. Nele, há variações na capacidade de resistência do piso intertrava-do. Foram assentados blocos com 16 faces cada.

Blocos de 8 cm de espessura e 50 Mpa de resistência foram assentados na área dos contêineres. Já no trecho de manobra de veículos pesados, fo-ram utilizados blocos também com 8 cm, só que com resistência de 35 Mpa. No estacionamento de carros, o bloco assentado tem 6 cm de espessura e 35 MPa de resistência.

Marcos Hesketh, gerente de Negócios Privados da Construtora Passa-relli, conta que metade do tempo de obra foi dedicado ao pavimento – o início da obra se deu em março deste ano e o término estava previsto para este mês (outubro).

O engenheiro civil explica que foi colocado 1 mil m² de piso/dia, em média. “Tivemos preocupação em dar alta planicidade ao pavimento”, diz.

Para dar suporte ao assentamento do piso, foi preciso que a construtora fizesse serviço complementar de terraplenagem no platô já existente. Inicial-mente, procedeu-se um corte de 20 cm no terreno. Depois, lançou-se rachão, seguido por uma camada de 30 cm de BGS (brita graduada simples) e, por fim, fez-se um berço de areia para assentar o piso intertravado. O assentamento das peças foi procedido de rejunte e compactação do piso.

Pátio intermodal adota a metodologia lean constructionNo novo empreendimento foi construído área de movimentação e armazenagem de contêineres de 60 mil m² e ramal ferroviário de 1,5 km

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De acordo com Marcos Hesketh, a solução para a drenagem da extensa área foi dada pelo caimento do pavimento para os lados – sentido longitudinal (caimento de 5% para o lado oposto da linha férrea) e sentido transversal (caimento de 0,25%).

Lean constructionA construtora Passarelli tem adotado o concei-

to de lean construction (construção enxuta) adap-tado à engenharia civil, envolvendo fluxo de traba-lho, desde o planejamento até o fim dos serviços no canteiro de obras. A prática foi amplamente utilizada no pátio logístico.

“O conceito se adapta bem a esse tipo de obra, principalmente por conta do planejamento de trabalho”, cita. Ele relata que a execução do pavimento foi uma atividade seriada. “Enquanto na frente jogava-se o rachão, as equipes de trás colocavam o BGS, o berço de areia e o piso intertravado, nesta sequência.”

Segundo o engenheiro, faziam-se ajustes semanais no planejamento de todas as frentes de produção da caixa de pavimento. “Se não chegasse à meta, ampliava-se a carga na semana seguinte da obra. O lean construc-tion contribuiu para equilibrar a produção para que não houvesse surpre-sas. Quando se tem o volume, a produtividade das equipes e o tempo, você consegue balancear a produção”, ressalta.

A Pavcenter, empresa sediada em Santa Isabel (SP), que realizou os ser-viços de assentamento do piso intertravado no Pátio Intermodal, reforça o planejamento rigoroso da obra. Segundo o diretor da empresa, João Batista Ferreira, houve uma discussão da logística a ser implementada, conforme os procedimentos usuais da Passarelli, para que se pudesse atingir a meta de assentamento de piso por dia.

“A construtora contratou uma empresa para acompanhar o cronograma operacional de cada terceirizado, e cada uma teve sua responsabilidade. No nosso caso, sempre trabalhamos visando à rapidez e à qualidade no assenta-

Marcos Hesketh: busca do equilíbrio

na produção

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mento”, diz. “Não tivemos nenhum problema que travasse os nossos serviços e os dos outros contratados.”

Ramal ferroviárioO desvio ferroviário de 1.500 m construído dentro do pátio logístico

de Itatiaia percorre paralelo à linha de trem existente operada pela MRS. A linha férrea, naquele trecho, tem seu trajeto ao lado da Rodovia Dutra, sentido São Paulo-Rio.

Para conclusão da obra do ramal ferroviário no empreendimento, aguar-dava-se a instalação do aparelho de mudança de via (AMV) da linha existen-te para o tramo construído exclusivamente para atender o pátio logístico.

Uma rede de fibra ótica de comunicação com a central de operações da concessionária MRS foi instalada em paralelo ao trilho, para controle do AMV.

Quando o pátio estiver em operação, guindastes reach stackers farão a movimentação dos contêineres nas composições de trem e nos caminhões.

Postes de concreto para iluminação de 25 m de altura livre foram po-sicionados em três linhas no pátio: em ambos extremos e no centro - tam-bém foram colocados postes metálicos de 20 m de altura livre no acesso ao empreendimento.

Guindastes de 100 t posicionaram os postes que têm 3 m enterrados no solo. O engenheiro Marcos Hesketh destaca que foi adotada uma solução para posicionamento mais rápido e seguro das robustas unidades de iluminação.

“Colocamos os postes dentro de aduelas de concreto (devidamente po-sicionadas no solo). Depois, concretou-se o poste no solo, apoiando-o para manter a sua verticalidade até o concreto curar”, conta. Se fosse adotado o método convencional, Marcos expõe que seria necessário cavar a área de posi-

ção do poste, fazer os escoramentos, pôr a forma de concreto, colocar o poste, concretá-lo no solo, tirar a forma e, por fim, realizar o aterro naquele ponto de forma controlada. “Daria muito mais trabalho”, afirma. A infraestrutura elétrica para atender a iluminação foi feita antes do assentamento do piso.

Marcelo Marcolini, gerente de Contratos da Hill International, empresa que faz gerenciamento da obra em todo o complexo logístico onde está inserido o pátio, menciona que a dificuldade maior do projeto foi a execução do desvio ferroviário.

Uma área de apoio de 350 m², na entrada do complexo, foi construí-da pela Passarelli para atender ao empreendimento. Ela conta com sala de controle, portaria, vestiários e outras áreas de serviço ao caminhoneiro. O local foi erguido com pilares pré-fabricados e vigas concretadas in loco. O fechamento é de alvenaria com bloco de vedação.

Ficha Técnica - Pátio Logístico Intermodal Itatiaia (RJ)

- Empreendedor: Pátria Investimentos- Projeto: MV Escritório de Projetos (Marcos Vieira)- Gerenciamento: Hill International- Construção: Construtora Passarelli- Pavimentação (execução): Pavcenter- Pavimentação (projeto): LPE- Instalações (execução): Engemav- Fornecimento das peças intertravadas de concreto: Oterprem

Pátria investe R$ 300 milhõesO Complexo Logístico Multimodal Itatiaia (RJ), do Pátria investimentos, empresa de gestão de investimentos e real

estate, fica em região de desenvolvimento industrial no País, o Sul Fluminense. Ao lado do empreendimento, constrói-se a primeira fábrica da Land Rover Jaguar no Brasil. Mas já há outras marcas da indús-

tria automotiva instaladas na região, como Volkswagen, Peugeot-Citroën, Nissan, Hyundai, além de empresas da cadeia produtiva.“O projeto nasceu do potencial de locação. O nosso foco é atender a indústria leve de forma flexível e a logística

primária”, conta Marcelo Jensen, diretor técnico do Pátria. O complexo ocupa terreno de 640.000 m2 e conta com investimento inicial de R$ 300 milhões. A primeira fase do

projeto envolve a construção do pátio intermodal e um dos cinco galpões previstos.A segunda fase prevê a construção do maior galpão do complexo, com 58.932 m² de área brutal locável (ABL), programada para começar em janeiro de

2016. Segundo o Pátria, é provável que este galpão atenda as empresas sistemistas da Land Rover Jaguar, por ser o mais próximo da fábrica.A terceira fase envolve a construção de outros três galpões, com cerca de 70 mil m² de ABL no total. A previsão de início das obras desta etapa é maio

de 2016. Todos os galpões a serem construídos terão características semelhantes ao que está quase pronto, com relação à estrutura, piso e cobertura.“Porém, não descartamos construir galpão sob demanda, no modelo built-to-suit”, ressalta Marcelo. O engenheiro afirma que o pátio intermodal é

o primeiro construído no Brasil na modalidade built-to-suit, já que o Pátria ergueu o empreendi-mento para operação do Multiterminais.

“Os dois terão operações independentes (pátio e galpões), com acessos exclusivos”, ressalta o diretor técnico do Pátria.

De acordo com o Pátria, o condomínio logístico terá no total 174.549 m2 de galpões modula-res, divididos em 43 unidades disponíveis (módulos a partir de 3.800 m2). O empreendedor cons-truiu ainda um acesso de cerca de 3 km para o complexo, a partir do km 317 da Rodovia Dutra.

Quando totalmente concluído, será o maior da região. A administração do empreendi-mento ficará a cargo da Jones Lang LaSalle.

Marcelo Jensen: Pátio intermodal

built-to-suit

Perspectiva do complexo de Itatiaia com cinco galpões

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Pré-moldados se destacam neste tipo de empreendimentoNos últimos dois anos, a revista O Empreiteiro deu destaque a segmentos de construção industrial em expansão. Dentre eles, se

relacionam os condomínios logísticos e shopping centers. Algumas empresas são atuantes e frequentes nesse tipo de obra. É o caso da Premovale, fundada em 1994, que fabrica e fornece elementos pré-fabricados.

Ricardo Oliveira, gerente comercial da Premovale, explica que a localização privilegiada da empresa permite atender com agilida-de os três Estados onde galpões logísticos e centros comerciais surgem de forma crescente na paisagem: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ela fica em Caçapava (SP), cidade cortada pela Rodovia Dutra, que liga os dois principais polos econômicos do País, e não muito distante também do Sul de Minas Gerais.

A Premovale atua na obra do galpão do Complexo Logístico Multimodal Itatiaia (matéria nesta edição), e esteve presente na cons-trução do Condomínio Logístico GR, em Hortolândia (SP), e o Vale Sul Shopping, em São José dos Campos (SP).

A obra do GR Hortolândia já foi matéria na edição de abril deste ano da revista O Empreiteiro. O empreendimento é dividido em duas naves, com o total de 22 módulos. As duas naves consumiram, de elementos pré-fabricados de concreto, 201 pilares, 79 vigas de suporte para apoio das lajes, 75 vigas de fechamento, 5.153 m² de lajes para piso com sobrecarga de 500 kgf/m² (usadas na es-trutura do mezanino) e 603 painéis horizontais para a fachada. A informação é da projetista e gerenciadora da obra, a MV Escritório de Projetos.

O GR Hortolândia é referência nesse tipo de empreendimento com uso intensivo de sistema construtivo pré-fabricado. “Investimos sempre em novas tecnologias e possuímos um corpo técnico formado por especialistas e engenheiros experientes e conceituados no mercado, já que a maior ambição da empresa é superar as expectativas de seus clientes”, afirma Ricardo Oliveira.

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A construtora Libercon ergue o primeiro galpão dos cinco previstos no Complexo Logístico Multimodal Itatiaia (RJ), do Pátria Investi-mentos – que inclui ainda o Pátio Intermodal.

De acordo com Reinaldo Mendes de Faria, engenheiro da Libercon res-ponsável pela obra, o galpão logístico possui 45.625,76 m² de área cons-truída e 55 docas. A estrutura foi montada com pré-moldados de concreto.

“Tivemos que trabalhar contra o tempo, ciente do desafio de cons-truir em oito meses este empreendimento, que contempla a execução simultânea de todos os projetos construtivos”, lembra. A obra teve início em maio deste ano, e o término está previsto para janeiro de 2016.

Segundo o engenheiro, as obras estão com aproximadamente 65% de avanço físico, com as seguintes atividades em andamento: acabamento dos prédios, finalização das coberturas e fechamentos laterais, instalação de utilidades em todas as frentes e pavimentação das áreas externas e pisos internos.

Reinaldo explica que o piso tem 14 cm de espessura, com capacidade de carga de 6 t/m² e carga pontual de 5 tf. Por dia, em média, foram feitos 2 mil m² de piso.

A cobertura metálica é em telhas zipa-das de aço galvanizado, com espessura de 0,65 mm pré-pintadas e isolamento térmi-co em face-felt. A cobertura conta ainda com 16 aberturas (domus prismático de policarbonato) para entrada de luz natural, que representará economia de até 30% de energia elétrica.

Segundo o engenheiro, a altura máxima de cumeeira é de 14,60 m. O pé direito livre mínimo sob o banzo inferior da estrutura metálica de cobertura é de 11,70 m. A modulação entre os pilares é de 21,50 m x 23,30 m.

O fechamento do galpão tem um peitoral pré-fabricado de 1 m a partir do piso, veneziana industrial para circulação de ar interna e telha metálica até a cobertura.

As construções de apoio são em peças pré-fabricadas, com alve-

naria de fechamento e cobertura em estrutura metálica com telhas metálicas trapezoidais.

Galpão Logístico do Complexo Multimodal Itatiaia (RJ)

- Empreendedor: Pátria Investimentos- Projetista: MV Escritório de Projetos (Marcos Vieira)- Gerenciamento: Hill International- Construção: Libercon- Pré-fabricados: Premovale- Cobertura: DânicaZipco- Piso (projetista): LPE Engenharia- Piso (execução): Grannobre- Instalações eletromecânicas e de incêndio: União Instaladora- Sondagens: Ação Engenharia- Terraplenagem: Vallesul- Fundação (projeto): Infraestrutura- Fundação: Nacional - Drenagem (projeto): Damasco Penna- Topografia: NR Topografia- Climatização: Brisa- Sinalização (projeto): Trajeto- Combate a incêndio (projeto): Shaft- Concreteiras: Engemix e Fortmix- Consultoria em aprovações legais: Shelter- Controle tecnológico: JBA- Controle de projeto de estrutura metálica: Estcon- Aferição das estruturas metálica: Inoservice- Reservatórios metálicos: Dipawa- Poço artesiano: Poços Taubaté- Ensaios de prova de carga: Instrumentec- Ensaios PIT: PDI- Locação de contêineres do canteiro: Vendap- Mão de obra: RR e Cobal

1° galpão do complexo será entregue em 2016 

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Reinaldo Mendes: Projetos construtivos

simultâneos

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A construção da Torre Oscar Niemeyer, edifício que faz parte do Complexo Cultural da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, é um dos trabalhos mais importantes do portfólio da Ca-

rioca Engenharia. A obra materializa projeto concebido por Niemeyer na década de 1950, e é a primeira de suas obras inaugurada após sua morte.

Como homenagem ao arquiteto mais famoso do Brasil, a edificação foi inaugurada em 16 de dezembro do ano passado, data em que Nie-meyer completaria 106 anos.

A Carioca Engenharia entregou o complexo empresarial depois de três anos de obras, praticamente sem nenhum incidente. Na primeira etapa, a construtora implementou as fundações profundas em esta-cas barrete e estacas escavadas, paredes diafragma, rebaixamento do lençol freático, movimentação de terra, estruturas de concreto armado das lajes dos subsolos e térreo na projeção da torre.

Na torre de mais de 90 m de altura, foram aplicadas estruturas de concreto armado e protendido. As instalações de aterramento foram em-butidas na estrutura.

Como as escavações foram feitas próximas aos túneis do Metrô, os procedimentos foram executados de acordo com as orientações da con-cessionária. Durante a construção, todos os procedimentos foram to-mados de modo a não afetar a estrutura nem a operação do sistema de transporte público.

A segunda etapa envolveu a construção de toda a complementação estrutural, acabamentos e instalações prediais. A área total construída para as duas etapas é de 44,74 mil m² e cerca de 1.200 pessoas estive-ram envolvidas direta e indiretamente nas obras.

A modernidade e a funcionalidade estão presentes em cada detalhe do prédio, o que garante bem-estar e conforto aos cerca de 2.500 ocupantes e a outros tantos visitantes. A torre de 20 andares se destaca no complexo ar-quitetônico, e comporta ainda dois subsolos de garagem para 500 veículos.

As curvas, marca da produção de Niemeyer, são uma atração à parte no centro cultural que ocu-pa três pavimentos do edifício. Há auditórios, salas de estudo e espaço para exposições.

Uma esplanada para pedestres integra a Praia de Botafogo e a Rua Barão de Itambi ao conjunto arqui-tetônico, compondo uma nova via de acesso para quem mora ou tra-balha no bairro.

Empreendimento materializa projeto de Niemeyer da década de 1950Torre que leva o nome do arquiteto integra complexo da Fundação Getulio Vargas

OrgulhoEm seus 68 anos de história, a Carioca Engenharia executou

inúmeros empreendimentos de grande relevância. Entre os mais recentes, destaca-se a Torre Oscar Niemeyer, um dos últimos proje-tos do grande arquiteto e uma obra da qual a empresa se orgulha. Foram construídos 20 andares da torre empresarial, sendo um PUC, dois subsolos de garagem e um centro cultural.

Alvaro Monnerat, diretor operacional da Carioca, relembra os desafios que marcaram os trabalhos na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro: “Ao executar as fundações, a empresa teve que consi-derar dois importantes fatores. O controle rígido do lençol freático devido à proximidade da Baía de Guanabara e a prevenção de riscos à estrutura e à operação do sistema de metrô, que passava embaixo da obra. Tudo foi executado de modo a impedir, também, intercor-rências que pudessem afetar a área, densamente povoada. No fim, garantimos a plena satisfação do cliente. Para coroar o trabalho, em 2014, o prédio ultramoderno, dotado de alta tecnologia aliada a medidas de sustentabilidade, conquistou a certificação LEED”.Alvaro Monnerat:

Controle do lençol freático

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Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

Na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro (RJ), constrói-se complexo empresarial com três torres, com salas comerciais e lojas. A área envolve a reforma de antigo cinema, tombado pelo patrimônio histórico.

Para construção do complexo empresarial, a construtora Dominus realizou demolição de 100% das estruturas no terreno de 5.608,42 m², incluindo pequenas edificações com até três pavimentos, parte ocupada por comércio e serviços.

Em agosto de 2011, deu-se início à mobilização do canteiro. A obra está prevista de ser entregue em julho do ano que vem. Hoje, com a estrutura concluída, o avanço físico da obra atinge mais de 70%. A construção está no pico, e cerca de 500 trabalhadores estão empre-gados no canteiro.

A estrutura foi toda concretada in loco. O complexo é dividido em três setores: 1 (bloco de frente à rua Evaristo da Veiga), com cada piso tendo 1 mil m²; 2 (bloco no centro do terreno), com cada piso tendo 2.200 m²; e 3 (bloco de frente à rua das Marrecas), com 1.700 m² cada piso. Todos eles, com 17 pavimentos cada, estão atualmente em fase de acabamento com as instala-ções eletromecânicas em andamento.

A área construída soma 104.089,36 m² (setores 1, 2 e 3). São 174 unidades projetadas no empreendimento - 138 salas comerciais e 36 lojas (restaurantes, academia e conveniências).

O empreendimento tem acesso por três logradouros, interligados pelo empreendimento por meio de galerias, cuja área principal receberá enorme claraboia para entrada de luz natural.

Complexo com três torres interligadas surge na CinelândiaEmpreendimento possui salas comerciais e lojas; a área é integrada por cinema tombado pelo patrimônio, que está em reforma

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O complexo busca Certificação Leed Categoria Ouro. “As fachadas foram projetadas para buscar a certificação do projeto pela eficiente relação de consumo de energia atingida. Os vidros laminados serão verdes, azuis e brancos compondo instigante movimentação nas fa-chadas”, afirma o arquiteto do projeto, Edmundo Musa. “O Passeio Corporate nascerá como um ícone no Centro do Rio.”

Obras Após a demolição de toda área, procederam-se escavações em solo

no local, onde foram construídos três subsolos de estacionamento (com 336 vagas), ocupando todo o perímetro do terreno. Um trabalho de ar-queologia também foi realizado durante as escavações – foram encon-tradas fundações de uma antiga hospedaria no local, provavelmente da época do Império, além de peças de utensílios diversos. O volume de escavação alcançou 93 mil m³.

Rodrigo Barcelos, engenheiro civil responsável pelo setor 2, explica que “o terreno é 100% cercado, com casas vizinhas antigas e pouca ma-nutenção, o que exigiu cuidados sistemáticos na escavação, executada sem provocar danos nas estruturas vizinhas”.

A retirada do material de demolição e escavação foi feita em horá-rios específicos do dia, atendendo restrição de tráfego na região central do Rio. Augusto Maux, engenheiro civil responsável pelo setor 1, afirma que essa movimentação do solo exigiu permanente monitoramento do entorno.

Renato Gonçalves, engenheiro civil responsável por toda a obra, complementa que a escavação se deu logo após a queda de dois antigos prédios, no início de 2012, a duas quadras da obra. “Isso rondou o nosso trabalho de escavação, e a segurança das edificações vizinhas existentes foi nossa prioridade”, conta.

Antigo Cine Palácio é restaurado 

O antigo Cine Palácio está sendo restaurado e readequado e se in-tegrará ao novo complexo empresarial na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. O cinema se transformará em um teatro com 1 mil lugares.

De acordo com a Concrejato, responsável pela obra, o proje-to inclui também a revitalização de murais do acesso principal até o grande saguão da Rua do Passeio, projetados em estilo art-déco. A edificação é tombada pelo patrimônio histórico.

Em 2004, a Concrejato já havia feito restauro da fachada do Cine Palácio.

Fachada do cinema antes da reforma

Obra realizada no sistema invertido (ergue-se a estrutura junto com os trabalhos de fundação e

contenção) para cumprir cronograma

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FundaçõesNa medida em que ocorriam as demolições, dava-se início, em ja-

neiro de 2012, aos trabalhos de contenção através de parede diafrag-ma (profundidade média de 20 m), rebaixamento de lençol freático pelo método de poços profundos, fundações profundas com cravação de perfis metálicos para apoio provisório da estrutura, escavação in-vertida e contenções tipo ensecadeira para execução dos blocos do núcleo rígido.

As fundações foram de estacas escavadas – 450 unidades, com diâ-

metro de 90 a 160 cm e profundidade média de 25 m; estacas raiz – 45 unidades com profundidade média de 25 m; e estacas barrete – 12 unidades e profundidade média de 25 m.

No total, aproximadamente 100 blocos de fundação foram feitos — cerca 25 caminhões betoneira de concreto foram necessários para moldar cada bloco. Os blocos possuem tamanhos variados (com média de 60 m²).

“A obra foi feita no sistema invertido (ergue-se a estrutura jun-to com os trabalhos de fundação e contenção), para avançar mais rápido”, relata Rodrigo Barcelos. “Mas a prática precisa ser conce-bida na fase de projeto, pois é necessário dimensionar os apoios provisórios (perfis metálicos) a serem posicionados, para dar início às obras da estrutura”.

Ele relata ainda que por conta do volume, a execução dos blocos do núcleo rígido ocorreu com concreto refrigerado.

Há 35 elevadores a serem instalados no complexo — 24 de acesso aos andares e 11 para acesso ao embasamento (onde se encontra o setor de lojas do empreendimento).

A fachada é de pele de vidro unitizada (ancorada na viga e os mó-dulos de vidro encaixados) - um miniguindaste de 3 t coloca os quadros de andar por andar. Todas as fachadas dos três blocos têm pele de vidro e 50% do trabalho já foi feito.

Os engenheiros da obra relatam que o empreendimento possui uma sé-

Engenheiros Augusto Maux, Renato Gonçalves e Rodrigo Barcelos

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Sistema estrutural ganha curva em fachadaA unidade própria da espanhola Iturri, especializada em montagem de carros de bombeiros, em fase final de construção em Atibaia (SP), ganhou especial

atenção à sua fachada, com sistema estrutural com conjunto de paredes e vigas em curva, com vão total de aproximadamente 43 m, em concreto aparente. A edificação conta com quatro setores com funções distintas: bloco administrativo (frontal), galpão principal de montagem, área de fabricação de

equipamentos especiais e área de estoque.O arquiteto responsável, André Cuani, contou quando a revista O Empreiteiro esteve na obra, que havia um direcionamento para se fazer uma fachada

que chamasse a atenção, principalmente para quem passa pela Rodovia Fernão Dias, que dá acesso à unidade industrial.Assim, foi posicionada uma grande empena de concreto na estrutura e adotou-se ainda na frente um elemento arquitetônico árabe de fechamento em

forma de treliça, o muxarabi, que permite ventilação e iluminação, mas bloqueia o calor.“A área administrativa  mereceu atenção especial também quanto às instalações elétricas, onde se adotou piso elevado visando à flexibilidade de lay

out e de substituição de sistemas”, conta o engenheiro Wilson Capasso, responsável técnico pelos projetos eletromecânicos, de fundação e estrutura pela empresa Interplanus Engenharia, que desenvolveu diversos trabalhos para o empreendimento.

Wilson expõe que os serviços no bloco administrativo e na área industrial foram executados em duas frentes distintas, uma vez que os sistemas hidráu-licos e elétricos também tiveram características diferentes.

 Na área de estoque, o engenheiro relata que se adotou barreira de fumaça junto ao teto em substituição ao sistema de chuveiros automáticos, para dar mais segurança contra incêndio. O setor deve funcionar como local de depósito de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de vestimentas de

segurança, que fazem parte do portfólio da multinacional.O engenheiro da Interplanus conta ainda que o local não dispõe de rede de água potável pública e de

rede de esgoto. Por isso, foi preciso perfurar poço artesiano para atender à demanda de água para consumo com sistema de tratamento. 

 A área total do terreno é de 28.474,46 m² e a área construída alcança 11 mil m² - o bloco adminis-trativo possui 2.400 m².

A estrutura da edificação foi erguida com pilares pré-moldados de concreto e vigas metálicas, com fechamento misto (metálico e painel de concreto). A cobertura é metálica.

Uma pista de testes de caminhão de bombeiros foi construída atrás da edificação, com inclinação de até 50%.

Três blocos de prédio em obras entre antigas edificações no centro do Rio

Ficha Técnica – Passeio Corporate no Rio de Janeiro (RJ) - Empreendedor: Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário

- Projetos básico e executivo: Arqurb (Edmundo Musa)- Projeto estrutural: Monica Aguiar e Justino Vieira- Construção e administração: Dominus- Fundações (consultoria): Consultrix- Fundações (execução): Geofix- Instalações (projeto): AQ Projetos- Instalações (execução): System e Tetraeng- Ar-condicionado (projeto): DW Engenharia- Ar-condicionado (instalação): Heating Cooling- Elevadores: Atlas Schindler- Demolição: GV- Escavação: Visiense Terraplenagem- Estrutura: Metal Forma- Armação: DTS- Certificação Leed (puro): CTE- Volumes principais: Aço: 7.471,45 t Concreto: 68.246,85 m³ Pele de vidro unitizada: 25.000 m²

rie de diferenciais: na fachada, os vidros otimizam os sistemas de iluminação e ar condicionado que são inteligentes; os elevadores possuem sistema de antecipação de chamadas; há vagas no estacionamento para recarga de carros elétricos; o bicicletário contará com dois vestiários destinados aos usuários de bicicleta; e o projeto é totalmente integrado ao Cine Palácio, tombado pelo patrimônio histórico e que se encontra em reforma, para se transformar em teatro com capacidade para 1 mil pessoas.

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Detalhamento do projeto estrutural teve 678 desenhosMonica Aguiar, uma das responsáveis pelo projeto estrutural do Passeio Corporate, explica que o empreendimento “tem como característica prin-

cipal o sistema estrutural em lajes lisas de concreto armado, com 22 cm de espessura, sem capitéis sobre os pilares e vãos médios de 8 m”. De acordo com a engenheira, “em função do pé-direito estrutural ser limitado pelo projeto de arquitetura e da solicitação de sobrecargas elevadas, o contraven-tamento desta estrutura não poderia ser realizado por pórticos, sendo então solucionado através de núcleos rígidos formados unicamente pelas caixas de elevadores e escadas”.

Na região do encontro entre o setor 2 e o Cine Palácio, devido à ampliação do palco onde originalmente era o cinema e será construído um teatro, foi necessário executar uma viga de transição em concreto armado com 16 m de vão, para suportar um dos pilares da lâmina, que, caso contrário, ocuparia uma parte central do palco e coxias, interferindo no lay out do espaço cultural. “Não acredito que qualquer produtor cultural imaginasse ter um pilar como figurante”, brinca ela.

No seu relato sobre o projeto, Monica Aguiar conta que os três subsolos implantados dentro do lençol freático, com 10 m de coluna d´água, impôs à estrutura um carregamento muito elevado de subpressão. “Esta implantação trouxe dificuldades construtivas adicionais, uma vez que não seria pos-sível realizar a escavação completa para o início da obra, podendo colocar em risco as construções vizinhas. Desta forma, após a execução das paredes diafragma, foi-se construindo, de cima para baixo, as lajes dos tetos do 1º, 2º e 3º subsolos, promovendo o escoramento das paredes, com escavações parciais, até se alcançar o piso do 3º subsolo para a execução das fundações”, conta.

 Ela lembra que, para o atendimento ao cronograma, foi necessário fazer a construção das lâminas simultaneamente a este processo, o que gerou a necessidade de promover apoios metálicos provisórios, capazes de suportar a estrutura até o teto do 5º pavimento, sem a execução das fundações.

Alguns pavimentos foram dimensionados para cargas bastante elevadas, como o piso do pavimento de acesso, devido às necessidades construtivas, e o teto do 17º pavimento, onde foram implantados equipamentos mecânicos muito pesados, para diversos fins. “Para o detalhamento completo do projeto estrutural nosso escritório elaborou 678 desenhos de fôrmas e armações”, finaliza.

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José Carlos Videira

O Shopping Cerrado vai entrar em operação em abril do ano que vem na cidade de Goiânia. Esse será o 12º centro de compras da capital do Estado de Goiás. As obras civis, iniciadas em março de 2013 pela Toctao Engenharia, já estão praticamente prontas. O espaço está

em fase � nal de check list de acabamento, para em seguida � car à disposição dos lojistas que irão montar seus respectivos pontos de venda.

Com 32.551m² de Área Bruta Locável (ABL), o novo shopping terá 187 lojas, sete âncoras, seis megalojas e dez salas de cinema. Empreendimento da Cyrela Comercial Properties, localizado no Setor Aeroviário de Goiânia, e voltado para os públicos B e C, o novo centro de compras represen-ta investimento de R$ 185,75 milhões.

O shopping, cujo projeto arquitetônico foi assinado pela Alcindo Dell’Agnese Arquitetos As-sociados, tem área construída de 92,24 mil m², num terreno de 64,9 mil m². De acordo com o engenheiro da Toctao, gestor do contrato, Rafael Roriz, o projeto explora a iluminação natural, proporcionada por amplos espaços envidraçados, que correspondem a 4,8 mil m². “Podemos dizer que é um projeto pensado para integrar-se com a realidade de Goiânia, cidade com o maior número de áreas verdes por habitante e muita qualidade de vida”, ressalta.

Na edificação de três pavimentos foram utilizadas estruturas mistas, entre as quais pré-moldados de concreto e estrutura metálica. A Toctao optou por manter os fornecedo-res de pré-moldados e de concreto instalados no canteiro de obras. A Concrebem instalou uma unidade de fabricação de peças pré-moldadas numa área de 11,7 mil m² no próprio

Áreas envidraçadas garantem iluminação natural e integração com o verde da capital goianaConstrução de centro de compras em Goiânia ganha agilidade, custo competitivo e garantia de qualidade com usina de concreto e fabricação de pré-moldados no próprio site

Perspectiva artística do futuro Perspectiva artística do futuro Shopping Cerrado, em Goiânia (GO)

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site do empreendimento. O volume de concreto empregado em pré--moldados da obra foi de 12,8 mil m³.

O fornecimento de concreto para a obra do Shopping Cerrado tam-bém foi feito in loco, conta Roriz. A Real Mix, montou uma usina dentro da obra com capacidade de produção diária de 240 m³ de concreto para atender todas as necessidades do empreendimento. Roriz diz que essa estratégia garantiu ganhos em logística e qualidade. “Acompanhamos de perto toda a fabricação de peças (no caso dos pré-moldados), mantendo estoque pequeno de peças prontas”, lembra.

Ter a produção total de concreto à disposição na própria obra foi muito importante para a Toctao. Segundo o engenheiro, isso garantiu fornecimento de forma planejada e com precisão no volume. “Em Goiânia teríamos dificul-dade de fornecimento de concreto nesses volumes”, justifica.

A obra do Shopping Cerrado também consumiu 750 t de estrutu-

ras metálicas, informa Roriz. Segundo ele, a maior parte do material foi direcionada para a cobertura e para a área onde estão localizadas as salas de cinema. Com 20,9 mil m² de área total, a cobertura do prédio foi feita com telha zipada. “Esse material proporciona excelente estan-queidade, baixa manutenção, além de velocidade na execução”, afirma o engenheiro.

Entre as principais dificuldades encontradas ao longo da construção do Shopping Cerrado, Roriz lembra os trabalhos no período de chuvas em Goiânia. “Muitas vezes, o local acumulava uma centena de piscinas”, lembra. Outro ponto de atenção durante a estação chuvosa foi com a estrutura pré-moldada em concreto. “Tínhamos de interromper as ope-rações com guindastes toda vez que chovia”, diz o engenheiro.

“As chuvas atrapalharam, mas não comprometeram o cronograma.” Roriz conta que essas dificuldades adicionais foram todas antecipadas no projeto. “Ao invés de prever dois meses para executar esse tipo de trabalho, calculamos quatro meses para a conclusão”, afirma. E o serviço foi concluído dentro da margem estabelecida.

Os trabalhos de fundação do shopping foram executados pela Sete Engenharia, que utilizou estacas do tipo hélice contínua “Essa técnica garante alta velocidade de execução”, ressalta Roriz. No total, foram cravadas 1.900 estacas, com 16 m de profundidade média, em solo de baixa resistência e nível d’água raso.

A movimentação de terra no terreno onde está instalado o shopping foi da ordem de 124, 2 mil m³, segundo o engenheiro da Toctao, com muito pouco descarte. Os serviços de terraplenagem foram executados pela Latitude Engenharia e Tecnologia.

Laje em "pi"O engenheiro da Toctao conta que as lajes predominantes na edi-

ficação foram pré-moldadas tipo “pi”. Roriz ressaltou que a opção por esse tipo deveu-se ao seu baixo índice de manutenção. Segundo ele,

Vários papéis dentro da obra

A Toctao Engenharia assumiu a responsabilidade pelo geren-ciamento da obra do shopping, tendo a Mada Engenharia como fiscalizadora da execução. “Isso incluiu o gerenciamento, o desen-volvimento e o detalhamento dos projetos”, ressalta Rafael Roriz, engenheiro da Toctao Engenharia. Segundo ele, essa forma de con-tratação fez com que o planejamento ganhasse mais importância na execução da construção.

O engenheiro contou que o empreendimento teve trabalhos bem complexos. “Foram cerca de 20 disciplinas diferentes dentro da obra sob nossa responsabilidade”, lembra Roriz. Entre essas, o engenheiro cita as áreas de elétrica, hidráulica, automação, acústi-ca, ar condicionado, paisagismo, entre outras.

O Grupo Toctao, do qual faz parte da Toctao Engenharia, possui participação em diferentes setores da engenharia. Além da cons-trução de shopping centers, o grupo atua em obras de usinas hi-drelétricas, obras comerciais, centros esportivos, entre outros. No segmento de incorporação e construção imobiliária, desenvolve empreendimentos nos mais variados setores. Na área energética, o grupo atua na geração e comercialização de energia. No desen-volvimento urbano, tem atuação na implantação de loteamentos e condomínios fechados. O Grupo Toctao também tem negócios na área de concessão de saneamento.

NÚMEROS DA OBRA

Volume de concreto pré-moldado 12,8 mil m³

Área de cobertura 20,9 mil m²

Área de iluminação natural 4,8 mil m²

Número de estacas em hélice contínua (média de 16 m cada) 1.900

Volume de Caixa de Retenção de Água Pluvial 345 m³

Volume do Tanque de Termoacumulação 1,3 mi m³

Período chuvoso trouxe transtornos à obras de fundaçãoProjeto arquitetônico privilegiou iluminação

natural com grandes áreas envidraçadas

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lajes “pi” e lajes alveolares são os tipos mais comuns utilizados em obras de shopping centers.

Segundo o engenheiro, os dois tipos são praticamente iguais em ter-mos de custos e em tamanho de vãos. “Mas as lajes alveolares costumam dar problema de acúmulo de água, o que pode acarretar vazamentos”, explica. Ele contou que foram usados, ainda, lajes maciças, “em locais onde não valia a pena utilizar pré-moldados”.

Todo o fechamento do shopping estava previsto para ser feito em placas pré-moldadas de concreto, exceto no espaço dos cinemas, onde seria usado fechamento em alvenaria. Mas o engenheiro conta que, com o projeto em andamento, optou-se pelo emprego de 70% em painéis tipo Wall PIR e somente 30% em placas de concreto. Roriz explica que, ba-sicamente, a decisão levou em conta velocidade, economia e segurança na execução da obra. “A instalação do painel Wall PIR resultou em alta produtividade e demandou pouca mão de obra”, explica Roriz. No caso do fechamento em alvenaria, além do tempo maior, ainda há o risco de trabalho em altura, com o assentamento bloco a bloco.

O Shopping Cerrado conta com um tanque de termoacumulação de água com capacidade de 1,3 milhão de m³ para auxiliar na refrigeração do ar condicionado. Um conjunto gerador vai garantir energia para o centro de compras em casos de interrupção da rede pública. Um poço ar-tesiano também vai contribuir para diminuir o gasto com o fornecimento

de água da concessionária local. Um reservatório com capacidade de 345 m³ vai retardar o fluxo de águas pluviais para a rede pública.

Ficha Técnica – Shopping Cerrado Goiânia (GO)

- Proprietário: CCP - Cyrela Comercial Properties- Construtora contratada: Toctao Engenharia- Gerenciamento: Mada Engenharia- Projeto de arquitetura: Alcindo Dell’Agnese Arquitetos Associados- Projeto estrutural: Knijnik Engenharia Integrada- Empresa responsável pela execução das estruturas e a montagem industrial: Concrebem Construção e Irontec Construção Metálica- Instalações hidráulicas: Hidrante Consultoria e Projetos- Instalações elétricas: Automatize Engenharia- Empresa responsável pelos serviços de terraplenagem: Latitude Enge-nharia e Tecnologia- Empresa responsável pelos serviços de fundações: Sete Engenharia- Principais fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insu-mos: Ciplan Cimentos Planalto, Cesar Transportes e Guindastes, Schneider Electric Brasil e ArcelorMittal Brasil

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José Carlos Videira – Bragança Paulista (SP)

O primeiro shopping center da Estância Climática de Bragança Pau-lista, município com aproximadamente 160 mil habitantes, a cerca de 90 km da capital paulista, já nascerá grande. Previsto para abrir

as portas no início do ano que vem, o centro de compras terá 35,64 mil m² de área total construída (ATC) e cerca de 26 mil m² de área bruta lo-cável (ABL), num terreno de 85,3 mil m² , no km 53 da Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira.

Investimento de R$ 150 milhões da mineira Tenco, o Bragança Garden Shopping, começou a ser erguido em janeiro de 2013. O centro de compras oferecerá 144 lojas, cinco âncoras, duas megalojas, quatro salas de cinema e um estacionamento para quase mil veículos. Uma edificação de 3,83 mil m², separada da estrutura principal do mall, está reservada para as instala-ções de um hipermercado ou uma grande loja de materiais de construção.

As obras civis, a cargo da Construcap, e gerenciadas pela equipe de engenharia do próprio empreendedor, estão a todo o vapor. “Até dezembro ou início de janeiro, os lojistas já poderão iniciar o traba-lho de montagem de seus pontos de venda”, garante o engenheiro Luciano Luttembarck, gerente de Empreendimento da Tenco Sho-pping Centers.

No início deste mês de outubro, quan-do a reportagem de O Empreiteiro visitou o canteiro de obras do empreendimento, o avanço total estava em 52%, com previsão de atingir 76% em novembro, com cerca de

300 trabalhadores. No pico da obra, esse número subirá para 450 ou 500. Internamente, os trabalhos se concentravam nas instalações elétricas, de TI/Telecom, alarme e combate a incêndio e ar condicionado.

A estrutura do shopping de Bragança é baseada em pilar e viga em pré-moldados de concreto. O volume total de concreto chega a 12 mil m³. Da ponta do pilar para cima, utiliza estrutura metálica (no total serão 560 t). “Praticamente não há nada de superestrutura moldada in loco, a não ser algumas contenções de baias de docas”, ressalta o engenheiro. Segundo ele, isso permite trabalhar bem o sistema de industrialização, característica das obras de shopping e da Tenco, em praticamente todos os seus empreendimentos.

Sistema de industrialização dá velocidade às obras da estruturaSuperestrutura do primeiro centro de compras de Bragança Paulista é construída praticamente em pré-moldados de concreto; bota-fora de terra ajuda vizinho e projeto de retenção de águas pluviais é aperfeiçoado

Alvenaria de vedação com tratamento termoacústico é aplicada em todo o fechamento da edificação. As divisões entre as lojas são feitas com paredes em drywall. Nas áreas molhadas, mantém duas ou três fiadas de bloco de concreto, seguindo em drywall até o teto.

A laje entre os pisos 1 e 2 é do tipo steel deck. Na área onde ficarão

Luttembarck: Aplicação da boa engenharia

Boa engenhariaLuttembarck lembra que a Tenco trabalha com a padronização

e industrialização dos prédios que constrói para ganhar economia de escala, tanto na produção, quanto no fornecimento de materiais. No entanto, ressalta que a realidade de cada projeto é comple-tamente diferente. “O padrão é o modelo do prédio, porém, cada construção de shopping depende das características do terreno e do entorno”, frisa.

O engenheiro destaca que o projeto evolui de acordo com as características locais. “Foi o que aconteceu aqui”, diz.

Originalmente, o sistema de drenagem de águas pluviais previa uma grande caixa de estrutura pré-moldada de cimento. O enge-nheiro explica que esse sistema foi substituído pelo que ele chama de amortecimento da descarga em linha.

Segundo Luttembarck, optou-se pelo super-dimensionamento das redes e galerias, como forma de se reter o mesmo volume de água que o previsto anteriormente, “mas de forma mais eficiente e mais econômica”.

De acordo com Luttembarck, caixas de concreto armado, além de ter custo de execução maior, dão mais trabalho para fazer manu-tenções. Segundo ele, esse é um exemplo de como a boa engenharia pode ser aplicada para o aperfeiçoamento de um projeto existente.

Edificação separada (em primeiro plano) da estrutura principal do shopping deve ser usada por hipermercado

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as salas de cinema, a proteção termoacústica é ainda mais reforçada, com telhas de 8 mm e paredes duplas.

Todas as telhas de cobertura têm tratamento termo-acústico, zipadas, com manta de lã de rocha. Ela se torna tipo sanduíche onde o teto é apa-rente, como na praça de alimentação.

O engenheiro conta que o estoque de materiais foi mínimo em todas as etapas da construção. Segundo ele, a maioria dos fornecedores está próxima ao local da obra.

No caso de pré-moldados de concreto para viga e pilar, o material foi sendo descarregado praticamente em cima das bases das fundações. As estruturas metálicas chegaram à obra de forma avulsa e foram montadas no local e erguidas prontas, treliçadas, exceto algumas vigas inteiriças.

ArquiteturaProjeto de Paulo Baruki, a arquitetura do shopping é de concepção

simples, em dois pavimentos. Prevê iluminação natural por meio de clara-boias e fachadas de vidro; jardim no térreo, mobiliários modernos na praça de alimentação, espaço de lazer para as famílias, entre outras facilidades.

A estrutura tem pé-direito padrão e garante espaço para os lojistas montarem mezaninos. “Altura maior do que essa acabaria comprometen-do a relação entre ATC e ABL”, diz o engenheiro. Segundo ele, no Bragança Garden Shopping, essa relação é de 73%. “Uma das melhores do mercado, lembrando que ATC é investimento e ABL, retorno”, frisa.

Nesse modelo de edificação utilizado pela Tenco em Bragança Pau-lista, as galerias técnicas foram suprimidas. “Essas áreas não geram ABL”, diz o engenheiro. Por isso, as instalações ficam posicionadas todas no entre forro.

Trabalhos concentrados nas instalações elétricas, TI e telecom, combate a incêndio e ar-condicionado

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Bota-fora no vizinhoMesmo com todas as estruturas edificadas, do lado externo, na face sul do Bragança Garden Shopping,

máquinas ainda trabalhavam na movimentação de terra, quando da visita da reportagem da OE. Segundo Luttembarck, a área do terreno onde funcionará uma parte dos 30 mil m² de estacionamentos estava sendo ajustada para ficar nivelada à altura do segundo piso do shopping.

O engenheiro lembra que o terreno de uma antiga fazenda, onde está sendo erguido o centro de compras de Brangança, foi quase todo terraplenado. Segundo a empresa, o total de movimentação de terra chega a 842 mil m³.

Luttembarck afirma que se buscou minimizar ao máximo o bota-fora de terra, com compen-sações de material dentro do próprio site do shopping. “O balanço de material foi de cerca de 100 mil m³”, calcula.

Outra solução encontrada pela engenharia foi a doação de terra para duas barragens de um condomínio de casas, vizinho ao empreendimen-to. “Além de função paisagística, as duas barragens vão fazer a primeira retenção de águas pluviais de um curso d’água que costuma inundar alguns bairros de Bragança, quando chove forte”, detalha o engenheiro. Ele calcula em 163 mil m³ o bota fora de terra da área do shopping destinado para as duas barragens.

O engenheiro classifica o solo da região como sendo geologicamente de excelente qualidade. “Argiloso, de muito boa compactação, e não houve necessidade de rebaixamento do lençol freático”, lembra.

De acordo com o engenheiro, as estacas tipo hélice contínua predominaram nas fundações. No total, 158 blocos de estacas acomodaram 393 estacas hélice. “Mais 179 sapatas foram aplicadas diretamente em solo natural”, acrescentou.

SustentabilidadeA instalação de mictórios a seco nos banheiros vai ajudar a econo-

mizar até 100 mil litros de água por ano, garante o engenheiro. Segundo ele, essa tecnologia, aplicada pela primeira vez em seus shoppings, é um dos itens de sustentabilidade da obra. “Banheiros dividem com ar--condicionado o título de vilões de consumo em qualquer shopping”, ressalta Luttembarck.

O uso de lâmpadas de LED na iluminação, vidros com menor índice de reflexão de calor, e pele de vidro nas claraboias também contribuem para a melhor eficiência energética e do ar-condicionado.

Laje steel deck usada entre os pisos L-1 e L-2

Com 23 m de altura, a torre de resfriamento de 2,3 milhões de litros está sendo montada no local. Ela vai entrar em operação nos horários de ponta de energia para economizar o uso do ar-condicionado.

O shopping terá ainda um conjunto gerador de energia de 450 KVA para suprir as cargas principais em situação de emergência. “Basicamente iluminação, sistemas de segurança, cancelas; o essencial para uma even-tual evacuação segura do prédio em caso de pane de energia.”

Ficha Técnica - Bragança Garden Shopping Bragança Paulista (SP)

- Empreendedor: Tenco Shopping Centers- Projeto de arquitetura: Paulo Baruki Arquitetura- Construção e gerenciamento: Construcap- Superestrutura pré-moldado em concreto (projetos detalhados, fabricação e montagem): Concrebem- Estrutura metálica da cobertura e telhado (projetos detalhados, fabricação e montagem): DânicaZipco- Instalações hidráulicas, elétricas, CFTV, prevenção e combate incêndio, TI, telecom e automação: Enit (projetos) e Sistavac (exe-cução e montagem industrial) - Paisagismo (projetos): Eduardo Barra Arquitetura- Instalações ar-condicionado: Vetor (projeto) e LAM (execução e montagem industrial)- Principais fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insumos: Atlas Schindler (elevadores e escadas rolantes); Carrier, Soler Palau, Projelmec e Trox (sistema de ar-condiconado); Schneider Electric e Novemp (painéis elétricos); Dânica (fechamento lateral em isopainel termoisolantes); e Delta Fire (sistema de alarme incêndio wireless)

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Descarte de terra vai para obra de barragens vizinhas

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BIM facilita visualização e previne interferências

O BIM (Building Information Modeling) foi peça chave no desenvolvimento do Cantareira Norte Shopping, representando mais precisão e qualidade nas execuções. A adoção da metodologia foi importante para a visualização mais acurada da obra.

A construção do empreendimento é da Sinco Engenharia, que tem larga experiência no uso do BIM em prédios comerciais, mas que agora expande a metodologia para outros tipos de edificação.

A Planem, empresa que faz montagem eletromecânica no novo centro comercial paulistano, aderiu ao BIM para realizar suas atividades na obra. O seu diretor de Negócios, o engenheiro Carlos Coscarelli, explica que faz o as built utilizando a ferramenta.

“A modalidade BIM facilitou a visualização das diversas atividades no projeto, mini-mizando as interferências com os diversos sistemas envolvidos, tais como climatização, ventilação, exaustão mecânica e automação”, relata.

Ele acrescenta que a metodologia “possibilita melhor gerenciamento e evita perdas no suprimento, bem como otimiza equipes, evitando ‘desperdícios’ de mão de obra”.

Todas as execuções do Cantareira Norte Shopping, que começaram no início do ano passado, devem terminar no final do ano. O investimento no centro comercial é de R$ 300 milhões.

  O shopping atenderá o extremo oeste da capital paulista e municípios vizinhos li-mítrofes da região. A estrutura do empreendimento foi construída com uso intensivo de pré-fabricado (vigas, pilares, lajes, escadas e painéis externos de fechamento). A cobertura é em estrutura metálica.

O Cantareira Norte Shopping tem 50.896,46 m² (com ABL de 26.180 m²) de área cons-truída - a área total do terreno é de 75.170,33 m².

Ficha Técnica – Cantareira Norte Shopping (SP)

- Planejamento, comercialização e administração: Lumine- Projeto: Collaço e Monteiro Arquitetos- Gerenciadora da obra: Control Tec- Construtora: Sinco Engenharia- Pré-moldados: CPI- Cobertura metálica: Medabil- Montagem eletromecânica: Planem Engenharia- Montagem de ar-condicionado e exaustão: Heating Cooling

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Ventilação natural torna a operação mais econômica

O Praça Uberlândia Shopping, previsto para ser inaugurado no final deste ano, é uma estru-tura pré-moldada de concreto, com cobertura metálica. A área construída é de 54 mil m² (com ABL de 35.400 m²) e a área total mede 140 mil m².

Uma característica do projeto é a não adoção de ar-condicionado central, aproveitando ao máximo a ventilação natural no ambiente, além de aberturas em toda cobertura para entrada de luz natural.

O arquiteto Mario Avena, coordenador das obras pelo empreendedor, a 5R, disse à revista O Empreiteiro, quando esteve na obra, que a posição do shopping foi definida aproveitando o regime de deslocamento de ar na localidade.

O segundo piso do centro comercial possui uma esplanada ocupando toda a sua fachada, com um vão de 8 m – o vão tem fechamento de vidro em apenas 1,80 m a partir do piso, sendo que o restante da fachada fica totalmente aberto para entrada de ventilação.

A ligação de toda a fachada do shopping com a cobertura é emoldurada com platibanda, permitindo ainda ventilação cruzada dentro do empreendimento.

 No local da esplanada, onde se instalará a praça de alimentação do centro comercial, um pergolado de vidro cobre a área. A cobertura de todo shopping conta com 17 aberturas para en-trada de luz natural, onde se projetam a partir do térreo vários jardins com árvores.

 O arquiteto explica que o clima predominantemente seco de Uberlândia facilitou a imple-mentação dessas soluções.

A Planem, que realizou a montagem eletromecânica neste shopping, destaca o pé-direito ele-vado do empreendimento, que exigiu o uso intensivo de plataformas elevatórias para realização dos trabalhos.

Porém, o engenheiro Carlos Coscarelli, da Planem, ressalta que as interferências na monta-gem na área do mall foram minimizadas sem instalação de ar condicionado central, uma vez que não existiam os dutos para climatização. “A potência elétrica total instalada acabou sendo menor que normalmente acontece”, afirma.

Coscarelli lembra que a recomendação para o empreendimento era para “ter uso mais cons-ciente dos recursos naturais, tanto da iluminação quanto da ventilação, explorando os corredores e praças de alimentação mais largos e arejados”.

O empreendimento é fruto de investimento de cerca de R$ 200 milhões.

 Ficha Técnica - Praça Uberlândia Shopping (MG)

- Empreendedor: 5R- Gerenciadora: Mada- Construtora: Elglobal - Pré-moldados: TLMix Construções e Legran- Cobertura metálica: Metal Steel

- Instalações elétrica e hidráulica: Ibase Engenharia- Montagem eletromecânica: Planem- Painéis termoacústicos: Isoeste- Aço: Gerdau

Vão na face principal da fachada não teve fechamento para possibilitar entrada de ar

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Ribeirão Preto (SP) constrói hotel 4 estrelas em área de expansãoObra do empreendimento tem 60% de avanço e trata-se de primeiro investimento de grupo local na indústria hoteleira

Augusto Diniz – Ribeirão Preto (SP)

O bairro Alto da Boa Vista, em Ribeirão Preto (SP), é uma das áreas de expansão da cidade. Por lá se instalam novos centros comerciais e prédios residenciais e empresariais.

Em breve, o local ganhará um hotel quatro estrelas, o Santo Emiliano, de bandeira Tryp, com 256 apartamentos com seis diferentes padrões. Trata-se do primeiro investimento neste setor do grupo local Santa Emília, que atua com concessionárias de veículos na região. O investimento total é de R$ 115 milhões.

O empreendedor Manoel Penna de Barros Cruz lembra que, no passado, sua família já havia construído um hotel no centro de Ribeirão Preto, durante a crise do café, a partir de 1929, mas não se tratava de um investimento tradicional.

“Construímos para ocupar a mão de obra ociosa por conta da crise do café, que deixou muitos desempregados. Como a construção civil emprega muita gente, a obra do hotel se deu para tentar manter a economia ativa”, lembra.

Depois do café, Ribeirão Preto passou a ser a capital do açúcar e do álcool e, mais adiante, um importante polo econômico do interior do País. É de olho nesse pessoal que vai à cidade a negócios que o hotel de Manoel Barros, ou Sr. Barros, como é chamado, irá atender.

Pedra no caminhoBarros vai semanalmente visitar as obras do hotel. “Nada substitui ver com os próprios olhos”,

ensina o empreendedor de sucesso. Quem em geral o recebe é o engenheiro civil Rodrigo Antunes, responsável pela obra.

“A vinda dele é importante para que ele acompanhe nossas dificuldades”, afirma Rodrigo. O enge-nheiro cita uma, que ele considera o momento mais crítico da construção.

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Fachada de alvenaria rebocada, pele de vidro e molduras verticais de ACM

Manoel Barros: Novo negócio

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“Fazíamos a escavação no terreno, em solo de terra vermelha típica da região, quando encontramos rocha. Era pouco, algo em torno 2 m x 3 m, mas tivemos que remover, porque � cava no fosso do elevador. Mas isso exigiu mobi-lização diferente, com rompedores, e podia atrasar nosso trabalho”, relata. “Esse é o mérito do empreendedor por perto, de ter visto o problema e compreendido, e que estávamos preocupados em resolvê-lo”.

A escavação foi feita para abrigar dois subsolos de garagem do hotel. Ro-drigo acrescenta que aquele momento era também o início dos trabalhos, o que aumentou a tensão. “No começo tem que tirar a obra da inércia, e são muitas coisas pra ver”, diz.

A construção do hotel está hoje com 60% de avanço no total. Já as instalações hidráulica e elétrica, de combate a incêndio e ar condicionado estão com avanço de 15%.

É esperada para o início do ano que vem a entrada da operadora do hotel, a Tryp, para iniciar os trabalhos de preparação do estabelecimento para o seu funcionamento. A entrega da obra está prevista para maio de 2016 – as obras tiveram início em 2014.

O pico, previsto para este � nal de ano, deve colocar na obra entre 250 e 300 trabalhadores. O prédio tem área construída de 22.727 m² (em terreno de 5,2 mil m²), feito em estrutura tradicional,

com uso de blocos de vedação, mas as divisórias são de drywall.A estrutura é composta de dois subsolos, térreo, um andar de serviços e salas de convenção, 13

andares de apartamentos e cobertura com piscina, bar e academia.

EstruturaApós escavações, contenções e fundações, começou a ser erguido o prédio. O engenheiro Rodrigo

Antunes conta que “houve um planejamento muito detalhado na execução da estrutura de concreto armado na região em torno do corpo principal do prédio”, permitindo que a estrutura tradicional fosse feita até o 6° andar, quando normalmente iria até o 3°.

“Estas periferias eram responsáveis por travar o corpo principal do prédio e, ao mesmo tempo, fazer a contenção do terreno na região dos subsolos. Com esta logística ensaiada, foi possível subir o prédio três andares acima do inicialmente calculado, dando mais velocidade à obra”, descreve o engenheiro.

O ciclo de concretagem de cada lâmina (com 900 m²) levou de seis a sete dias para ser feito, um trabalho considerado rápido e acima da média. “Mantínhamos estoque de aço para produção de três lajes, que chegava já cortado à obra, mas que era montado no canteiro”, conta. “A fôrma também vinha pronta para a obra.”

Do 10° andar para cima, foi usado concreto especial aditivado que antecipou a cura total da lâmina em sete dias (quando o normal seriam 28 dias). Havia ainda cinco lajes para serem construídas.

“Você não pode usar esta fórmula em todo o prédio por questão estrutural”, explica Rodrigo. “Mas em local com esforço menor, pode-se adotar a solução para acelerar a obra.”

As fachadas do empreendimento são de alvenaria rebocada, pele de vidro e duas molduras verticais de ACM. A pele de vidro, com módulos encaixados no modelo stick (estrutura de aço horizontal e vertical ancorada na estrutura do prédio), será totalmente posicionada até o � nal do ano.

Ficha Técnica – Hotel Santo Emiliano Tryp Ribeirão Preto (SP)- Projetos arquitetônico e executivo: Ricardo Julião & Arquitetos e Associados- Construção: Somague MPH- Gerenciamento: Engexpor- Terraplenagem e fundações (projeto): Apoio- Instalações eletromecânicas e climatização (projeto): Gera e Green - Solutions - Instalações eletromecânicas e climatização (execução): Epime e Konar - Formas e escoramentos: Geoform e Mills- Aço: Gerdau- Subempreiteiras: HF Borian Estrutura, Paganini, Águia, Unimper Impermeabilizações, Risso Investimento e Auddi Pinturas- Volumes da obra: Concreto: 6.740 m³ / Aço: 840.000 Kg / Revestimento de fachada em massa: 6.800 m² / Revestimento de fachada em ACM: 1.500 m² / Pele de vidro: 2.220 m²

Rodrigo Antunes: desa� o de tirar obra

da inércia

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40 anos de expertise em edificações industriais

No mercado há 40 anos e com um histórico diversificado de obras projetadas, em diferentes regiões e segmentos de atuação, a MHA forti-ficou também sua experiência e capacidade técnica em projetos de edifi-cação industrial.

A empresa já projetou e gerenciou importantes complexos industriais, nos mais diferentes segmentos da engenharia civil, como indústrias auto-motivas, eletromecânicas, farmacêuticas, alimentícias, cosméticas, petro-químicas, de bens de consumo e indústrias de base, entre muitas outras.

O grande desafio em projetos de edificação industrial é a diversificação das atividades no complexo, com suas várias etapas de processo e tecnolo-gia envolvida. Isso exige soluções específicas para cada caso. Assim, todos os projetos da MHA são criteriosamente analisados de acordo com as ne-cessidades da indústria, buscando apontar soluções para redução de custo operacional e otimização do uso energético.

Unidade de gás “viaja” da Bahia para o Amazonas

O projeto de construção e montagem da UPGN 4 de Urucu foi um em-preendimento emblemático. Desenvolvido pela Método Potencial para a Petrobras, a iniciativa tornou-se um dos grandes cases da engenharia no Brasil nos últimos anos.

 O projeto, que teve a duração de 725 dias (cumprindo rigorosamente o prazo), compreendia a desmontagem, condicionamento e transferência da URGN3, Unidade de Recuperação de Gás Natural, com capacidade de pro-cessamento de 2,5 MM m³/dia de Gás Natural, do município de Pojuca, na Bahia, para o Polo Arara, na Província Petrolífera do Rio Urucu, no município de Coari (AM). Quando instalada no Polo Arara e adaptada às suas novas condições, a unidade passaria a ser a UPGN4 de Urucu.

 Entre os muitos desafios deste empreendimento, ressaltam-se as difi-culdades logísticas de desmontar toda uma unidade de processo, condicio-ná-la e coordenar atividades de transporte e logística envolvendo grandes deslocamentos rodoviários, aéreos e fluviais. Somam-se a estas dificuldades, as extremas condições climáticas e naturais da região Amazônica. Mais es-pecificamente na região da Província Petrolífero de Urucu, distante 630 Km de Manaus, com acesso via aérea ou fluvial, a partir de Manaus, passando pelo rio Solimões e em seguida pelo rio Urucu, este que é o segundo mais sinuoso do mundo, com períodos alternados de secas e cheias, que alteram ou impedem suas condições de navegação.

Expansão no setor industrialFundada em 1997, com sede em Bento Gonçalves (RS), a Bripaza Cons-

truções & Incorporações reforça experiência em obras de infraestrutura in-dustrial e construção civil. 

Entre seus principais serviços, destacam-se adutoras, emissários, capta-ção de água, estações elevatórias, terraplenagem e galpões industriais. Suas obras realizadas envolvem a adutora e emissário do projeto Puma (PR), da Klabin; ETE e ETEI da fábrica da Ambev, em Ponta Grossa (PR), e o centro de distribuição da MVLog, em Cabreúva (SP).

Com contínuo investimento em aperfeiçoamento técnico e de seguran-ça do trabalho, a empresa conquistou certificações e qualificações. As mais importantes, relacionam-se: NBR ISO 9001:2008: Controle de processos na execução de obra, e PBQP-H/SIAC NÍVEL A: Execução de obras de sanea-mento básico.

Pautada pelo desafioA Makro, que teve seu início nos anos 70 com realização de operações

em obras de terraplenagem e saneamento, já na década seguinte adquiriu os primeiros equipamentos de movimentação de cargas, para atendimento das obras de montagem de subestações e linhas de transmissão, mudando de vez o foco da empresa para atuação nessa área.

As primeiras obras marcantes e desafios que a empresa assumiu foram os trabalhos no polo industrial de Camaçari (BA), como na implantação da Fábrica da Ford, além de plantas da Petrobras em Mossoró (RN), Aracaju (SE) e Urucu (AM). Nos anos 90, a Makro voltou seu foco para o segmento de mineração e inaugurou filiais em Parauapebas (PA) e São Luís (MA), com atenção ao atendi-mento à Vale e subsidiárias, nas minas, correias transportadoras e no terminal marítimo, áreas até então pouco exploradas pelo mercado.

Nos anos 2000, o início de obras do segmento de energia foi o ponto alto da Makro, com forte presença no setor eólico, por meio de fornecedores e montadoras, como GE, Wobben, Alstom, Vestas, Gamesa, Acciona e Suzlon, desenvolvendo parques com solução turn key, de montagem e içamento de aerogeradores, por todo o Nordeste.

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Augusto Diniz

Na via se encontram, de um lado, uma perfuratriz horizontal Uni-versal modelo 2222 e um carro de apoio e, do outro, a 186 m de distância em linha reta, uma bobina com tubo de polietileno

de alta densidade (PEAD) de 63 mm de diâmetro. Vai começar mais um dia de trabalho de construção por método não destrutivo (MND) – sem abertura de valas na superfície - de uma rede de gás.

Antes, porém, várias ações são realizadas no local onde acontecerá a intervenção. Primeiro, até cinco dias antes, será feita na área mapea-mento e identificação de interferências por meio de georeferenciamento.

Depois, é produzido um plano de furo e perfuração, gerado através de um programa (o Autocad), para evitar confronto no subsolo com re-des diversas existentes de outras concessionárias. Se encontrar algo de difícil descrição, faz-se escavação no local para identificar do que se trata, e toma-se as devidas providências, em caso de necessidade.

Por fim, faz-se uma análise visual no dia da perfuração. Um docu-mento deve ser preenchido para apontar possíveis riscos, desde ruídos, vazamentos de todo tipo, calor ou frio excessivo, iluminação insuficien-te, esgoto a céu aberto, tipo de rede elétrica, terreno, trânsito, passagem de pedestres, presença de animais, dentre outros itens.

“Não se começa o trabalho sem realizar esta análise”, explica Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo Engenharia. O engenheiro civil está no comando do trabalho da empresa em uma área atingida pelo programa Rede Integrada de Calçadas (RIC, voltado a atender residências unifa-miliares), da Comgás, no bairro do Campo Limpo, na capital paulista. A Mapsolo realizará perfuração e adoção de 7,32 km de rede para a concessionária na região.

PerfuraçãoVoltando à ação do primeiro parágrafo deste texto, a cena aconte-

ce na Avenida Lucilo de Almeida, onde a Mapsolo inicia a perfuração por método não destrutivo, dentro do programado com a companhia de gás de São Paulo. A frente de trabalho desta obra conta com cerca de dez pessoas.

Por meio de valas (devidamente escavadas no dia do trabalho por um

O dia-a-dia de quem usa MND para ampliar redes

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rompedor pneumático), processa-se a entrada da haste da perfuratriz. Por pressão de água, a haste chegará ao outro extremo pelo subsolo, onde se conectará à bobina com tubo de polietileno, para ser puxada pela máquina perfuratriz - um fuse leak, instalado entre a haste e a bobina, controla a força de empuxo e se rompe, caso sofra exces-so de carga, para evitar danos ao tubo.

Um navegador com equipamento de varre-dura Digitrak SE vai acompanhando da super-fície, na linha de perfuração, se a haste segue caminho correto ao projetado – na haste que perfura o solo, um campo magnético acionado envia mensagem ao detector na rua, nas mãos do navegador, que monitora profundidade, inclinação e ângulo de rotação da perfuração.

O navegador fica permanentemente em contato com o operador da máquina perfuratriz sobre o andamento dos trabalhos. A haste “navega” a cerca de 1 m de profundidade.

Como cada bobina conta com 100 m de tubo, e o serviço a ser exe-cutado naquele trecho possui 186 m, uma nova bobina será usada – uma luva de encaixe com eletrofusão fará emenda das duas bobinas, por meio de soldagem; na soldagem a luva derrete e se adere aos dois extremos dos tubos.

Terminado este serviço de perfuração, a empresa irá para outra fren-te de trabalho. No dia, a Mapsolo previa fazer 400 m de perfuração para colocação de rede da Comgás.

Posteriormente, serão construídos o ramal da tubulação às unidades habitacionais atingidas na via, por meio de contrato específico ainda a ser definido.

O engenheiro Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo, conta que “as interferências, principalmente de rede de água, são as mais constantes” e que requerem cuidado. Ele diz ainda que não incomodar a vizinhança na hora dos serviços é uma preocupação permanente.

A Mapsolo Engenharia montou um canteiro em Taboão da Serra, município limítrofe com o bairro do Campo Limpo, onde realiza o traba-lho para a Comgás, para atender a este projeto.

Kleber Ribeiro: Sem incômodo ao vizinho

Perfuratriz, bobina com tubo de PEAD e controle na construção da rede

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Edificação está localizada próxima à cabeceira da pista de Viracopos

José Carlos Videira – Campinas (SP)

A John Deere inaugurou em outubro a ampliação do centro de dis-tribuição de peças que mantém na cidade de Campinas, interior de São Paulo. O espaço é praticamente o dobro do tamanho da

estrutura existente no local, desde 2008. A área de armazenagem passou de 36 mil m² para 67,5 mil m². O local passa a abrigar, ainda, mais 3 mil m² de centro de treinamento e mantém 4 mil m² de área de escritórios. No total, o novo espaço ocupa 74,5 mil m².

A fabricante norte-americana de máquinas agrícolas, de construção e florestal informa que investiu US$ 13 milhões no empreendimento. “Com a expansão, a instalação passa a ser o maior centro de distribuição de peças da empresa na América Latina”, ressalta o diretor de Operações de Peças, América do Sul, Ilson Eckert.

Com 72 docas, o centro de distribuição de peças tem capacidade de armazenamento de 72 mil t por ano. Segundo Eckert, a área pode

Centro de distribuição de peças da John Deere quase dobra de tamanhoCom área total de 67,5 mil m², o CD ampliado passa a ser o maior da empresa na América Latina, contribui para a eficiência logística e reforça o relacionamento pós-venda da marca no Brasil; investimento inclui ainda 3 mil m² de estrutura para treinamento

estocar 110 mil códigos diferentes de produtos e atender mais de dez mil caminhões. “Apostamos na eficiência logística e na alta capacidade de entrega de peças como diferenciais que impactam nosso atendimento pós-venda e estreita o relacionamento com nossos clientes”, destaca o diretor de Operações de Peças.

O evento de inauguração foi prestigiado pela alta cúpula da compa-nhia, com destaque para as presenças do CEO e chairman da John Deere, Samuel Allen, e do presidente da empresa no Brasil, Paulo Herrmann.

Inauguração da expansão do CD foi prestigiada por toda a cúpula da companhia

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“Esse investimento é prova de que acreditamos no crescimento do Brasil hoje e no futuro”, destacou Allen.

Para Herrmann, a inauguração desse centro de distribuição é tão importante para a companhia quanto inaugurar uma fábrica. Segundo ele, uma hora de máquina parada acarreta enorme prejuízo aos clientes. Ele destacou ainda que a rede de distribuidores e concessionários está

Atlas Copco lança gerador com conjunto de dois motores

A marca Atlas Copco lançou novo gerador de energia portátil com dois conjuntos de motor. O QAC1100 TwinPower é montado em um contêiner de 20 pés. O equipamento de 1.100 kVA é produzido no Brasil e pode ser adquirido pelo Finame.

“Trata-se de um equipamento com dois geradores em uma úni-ca plataforma, com flexibilidade para quem necessita 100% de ca-pacidade de carga”, explica Fernando Groba, gerente geral da Atlas Copco. O executivo crê no potencial do produto em centrais de ge-ração autônoma e mineradoras.

De acordo com Fernando, foram gastos R$ 2 milhões com o de-senvolvimento do produto. “Era um modelo esperado no Brasil”, diz. Pelo menos quatro empresas usaram o novo produto e ajudaram a desenvolver o gerador.

O novo gerador é equipado com motor Scania (modelo DC13 072A) e alternador Weg.

A marca sueca também lançou para o mercado brasileiro o compressor de ar portátil elétrico XATS 900E, também com Finame. O produto é voltado especificamente para o mercado de constru-ção. (Augusto Diniz)

Obra é viabilizada pelo sistema build to suit

A expansão de 40 mil m² para 74.500 m² do centro de distri-buição John Deere foi viabilizada pelo sistema build to suit, pela Bresco, empresa de desenvolvimento imobiliário com foco no se-tor corporativo. A construção, iniciada no início do ano passado, ao lado do prédio existente, foi feita sob medida para atender as necessidades da John Deere, dentro do Parque Corporativo Bresco Viracopos, em Campinas (SP).

O novo edifício foi erguido de forma totalmente integrada ao armazém original. De acordo com a Bresco, o prédio tem piso com alto índice de planicidade, niveladores de docas com capacidade para 14 t. As luminárias de lâmpadas fluorescentes são interliga-das por sistema de sensores de presença, que, aliadas à iluminação natural projetada na estrutura do galpão, reduzem o consumo de energia. O empreendimento possui ainda completo sistema de se-gurança de combate a incêndio, com sprinklers e sistema eletrônico de detecção de fumaça.

O Parque Corporativo Bresco Viracopos fica às margens da Ro-dovia Santos Dumont, em um terreno com área de 1 milhão de m², praticamente na cabeceira da pista do aeroporto. O empreendi-mento comporta, atualmente, além das estruturas da John Deere, o centro de treinamento da Azul Linhas Aéreas.

De acordo com a Bresco, a área do condomínio já está sendo preparada para receber outras empresas. Entre elas, estão previs-tas um hotel da rede Ramada, prédios de escritório, mais centros de treinamentos e de distribuição, além de varejo de apoio e uma grande área de lazer.

Centro de distribuição de Peças John deereÁreas Em mil m²

Armazenagem 67,5

Treinamento 3,0

Escritórios 4,0

TOTAL 74,5

em todas as fronteiras econômicas do País, e tem crescido muito nos últimos 15 anos. “Somente, neste ano, apesar do cenário econômico pelo qual passa o País, foram inauguradas mais de dez concessionários e dis-tribuidores John Deere, em todo o território brasileiro”, diz.

O centro de distribuição de peças da John Deer possui localização privilegiada. Fica ao lado do aeroporto de Viracopos e está próximo a importantes rodovias que facilitam a logística de recebimento e distri-buição de peças para todo o território nacional.

TreinamentoA expansão contemplou ainda um centro de treinamento, que vai

atender funcionários, clientes, distribuidores e concessionários da marca de todos os segmentos de atuação. Segundo a empresa, nos últimos anos, tem aumentado a procura por melhoria na formação e atualização de conhecimento. Com isso, a John Deere decidiu investir na infraestru-tura para aperfeiçoamento dos serviços e capacitação em novas tecno-logias. Segundo Eckert, somente no Centro de Treinamento, a companhia desembolsou US$ 3 milhões.

O centro de treinamento John Deere, com 3 mil m² de área, tem capacidade para atendimento de até 64 pessoas. Oferece sete oficinas, equipadas com ferramentas e máquinas da marca à disposição dos usu-ários. O espaço contempla ainda sala de reunião, salas para treinamento à distância e escritório.

A ampliação do centro de distribuição John Deere em Campinas não foi a primeira expansão que a empresa realizou neste ano. Em agosto, a empresa inaugurou a expansão da fábrica de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e nacionalizou a série 8R de tratores de alta potência da marca no País.

Construção elevou para 67,5 mil m² o total de espaço para armazenamento de peças

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58 | O Empreiteiro | Outubro 2015

Í n d i c e d e A n u n c i a n t e s

Andaimes Urbe 39Aquífero 50Brafer 4ª capaBranco Motores 45Carioca Engenharia 31CASE 13Concrebem 42Concremat 23DânicaZipco 27Enmac 47Impermear 52Isoeste 17Itubombas 49IV Workshop OE 2016 3ª capaJustino Vieira, Monica Aguiar 37Layher 51

Liebherr 2ª capa

Mega Construção 19

Niplan 21

O Empreiteiro 58

Odebrecht 43

Perville Engenharia 24, 25

Poleoduto 41

Polierg 53

Premovale 33

Regional Telhas 35

SH 9

Toniolo, Busnello 29

TÜV SÜD Bureau de Projetos 7

XCMG 55

Yanmar 15

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