Revista Potência - Edição 95 - setembro de 2013

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DISJUNTORES RESIDENCIAIS Fabricantes tradicionais comemoram vendas em alta, mas entrada de produtos asiáticos preocupa. LEGISLAÇÃO Ainda é grande o número de empresas que não cumprem as normas para áreas classificadas. EVENTO Brazil Energy Frontiers reúne especialistas para discutir o setor de energia elétrica no País. Tributação pesada sobre a eletricidade e falta de planejamento dominam o debate. Distribuidores de material elétrico investem na profissionalização da gestão em busca de melhor desempenho. Variadas, ações incluem a modernização da administração e a otimização dos processos logísticos. SETEMBRO’2013 ANO 10 – Nº 95 • POtêNciA ANO 10 95 CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS ElétricA, ElEtrôNicA, ilumiNAçãO E ENErgiA

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Disjuntores resiDenciaisFabricantes tradicionais comemoram vendas em alta, mas entrada de produtos asiáticos preocupa.

LegisLaçãoAinda é grande o número de empresas que não cumprem as normas para áreas classificadas.

evento Brazil Energy Frontiers reúne especialistas para discutir o setor de energia elétrica no País. Tributação pesada sobre a eletricidade e falta de planejamento dominam o debate.

Distribuidores de material elétrico investem na profissionalização

da gestão em busca de melhor desempenho.

Variadas, ações incluem a modernização da administração e a otimização dos

processos logísticos.

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sumário

potência4

12 Matéria de CapaEm busca de mais competitividade, distribuidores de material elétrico procuram profissionalizar a gestão e resultados começam a aparecer.

22 MerCadoVendas de disjuntores residenciais se mantêm em alta no País, mas entrada de produtos chineses preocupa players tradicionais.

34 Caderno exAinda é grande no Brasil o número de empresas e usuários que não seguem as exigências das normas para áreas classificadas.

40 radarEmpresa desenvolve solução que permite que linhas de transmissão sejam recapacitadas e passem a transportar volume maior de energia.

44 eventoBrazil energy FrontiersEspecialistas apontam a alta carga tributária e a falta de planejamento como os principais problemas do setor de energia elétrica no momento.

48 destaquegreen BuildingNa vanguarda mundial, Brasil figura entre os países que mais buscam a certificação LEED na área da construção.

06 › ponto de vista

08 › ao leitor

08 › Cartas

10 › HoloFote

27 › painel de produtos

30 › espaço aBreMe

52 › eConoMia

53 › gtd

54 › vitrine

57 › link direto

58 › agenda

outras seções

• Capa: Sérgio Ruiz - Foto: Dreamstime

12

3440

22

48

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©2013 Schneider Electric Industries SAS. All trademarks are owned by Schneider Electric Industries S.A.S. or their affiliated companies. All other trademarks are the property of their respective owners. www.schneider-electric.com • 998-1196839_BR_Galaxy©2013 Schneider Electric Industries SAS. All trademarks are owned by Schneider Electric Industries S.A.S. or their affiliated companies. All other trademarks are the property of their respective owners. www.schneider-electric.com

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BetH Brididiretora de redaçã[email protected]

Filiada ao

Circulação e t i ragem auditadas

E X P E D i E N T E

a n o X • n º 9 5 • S e t e m b r o | 2 0 1 3

Publicação mensal da Grau 10 Jornalismo e Comuni-cações Ltda, com circulação nacional, diri gida a indús-trias, compradores corporativos, distribuidores, varejis-tas, home centers, construtoras, arquitetos, engenharia e insta ladores que atuam nos segmentos elétrico, ele-trônico e de iluminação; geradoras, trans misso ras e dis-tribuidoras de energia elétrica. Órgão oficial da Abreme - Associação Brasileira dos Re vendedores e Distribuido-res de Materiais Elétricos.

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e co-laboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Potência não se respon-sabiliza pelo conteúdo dos anúncios, informes publi-citários. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme são de responsabilidade da Associação. Não publicamos matérias pagas. Todos os direitos são re-servados. Proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a autorização escrita da Grau 10 Edito-ra, assinada pela jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada de acordo com a Lei de Imprensa.

redaçã[email protected]

Diretora de redação: Beth BridiEditor: Marcos Orsolonrepórter: Paulo MartinsFotos: Ricardo BritoJornalista responsável: Beth Bridi (MTB nº 17.775)

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Beth Bridi, Francisco Simon, José Luiz Pantaléo, Mauro Delamano, Nellifer Obradovic, Paulo Roberto de Campos e Roberto Said Payaro.

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Diretor Comercial: Edvar LopesCoord. de Atendimento: Cléia TelesContato Publicitário: Silvana Ricardo e Christine Funke

produção visual e grá[email protected]

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atendiMento ao [email protected]

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Gerente: Edina SilvaAssistente: Bruna Franchi e Ana Claudia Canellas

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Prol Editora

redação, adMinistração e puBliCidade

sede Própria:Rua Afonso Braz, 579 - 11º andarVila Nova Conceição - 04511-011 - São Paulo-SPPABX: (55) (11) 3896-7300Fax redação: (55) (11) 3896-7303Fax publicidade: (55) (11) 3896-7307Site: www.grau10.com.br

Fechamento Editorial: 04/11/2013Circulação: 13/11/2013

Diretores: Habib S. Bridi (in memorian)

Elisabeth Lopes Bridi

ISSN 2177-1049

PoNTo DE visTA

potência6

Em época de contas públicas estouradas,

o Governo Federal parece que acordou para

um fato que qualquer dona de casa inteligen-

te já sabe há muito: se gastar mais do que

ganha, vai faltar comida na panela. Mas o

Governo demorou em reconhecer a situação.

E, ao acordar, decidiu tomar uma atitude, ata-

cando de imediato os gastos com o seguro-

-desemprego, o primeiro vilão encontrado.

Não eliminando as possibilidades de frau-

de no seguro-desemprego, que devem ser

averiguadas e sanadas como qualquer outra

irregularidade, e resguardada a possibilidade

de alguns poucos desempregados terem certa

tendência a trabalhar pouco tempo nas em-

presas e viver alguns meses com o que rece-

bem do benefício, o que realmente leva à alta

despesa com seguro-desemprego, projetada

para 2013 em R$ 47 bilhões, ou seja, quase

1% do PIB, não é a vontade deliberada das

empresas em causar a alta rotatividade, me-

nos ainda a disposição dos empregados em

ficar sem seu ganha pão, como parece querer

entender o Governo.

Isso porque o trabalhador dificilmente

quer estar desempregado e as empresas, jus-

tamente numa fase de pleno emprego, tam-

bém não querem dispensar seus funcionários,

visto os custos altos e a dificuldade diante

de uma nova contratação. Tratam-se, na ver-

dade, de demissões oriundas da necessidade

que as empresas têm em cortar custos para

conseguir ser competitiva. Em muitos casos,

a questão é de sobrevivência.

Inúmeras vezes, tratamos destes altos

custos aqui mesmo nesta coluna. Diante do

excesso de impostos, da burocracia endêmica,

da baixa qualidade da infraestrutura no País e

das leis trabalhistas arcaicas, muitas vezes, a

solução é a demissão. As leis trabalhistas da

Era Vargas serviram para sanar desvios da-

quela época, mas não ajudam a modernizar a

economia há muito tempo e engessam as rela-

ções entre trabalhador-empresa de tal forma

que fica impossível garantir a expansão das

taxas de emprego e a vida saudável das em-

presas, como se ambas fossem incompatíveis.

Para tentar diminuir os gastos com o se-

guro-desemprego, muito provavelmente, virão,

por parte do Governo, propostas para reduzir

a rotatividade, quem sabe até punindo mais

um pouco empregadores e empregados. E as

reformas profundas que o País tanto necessita

ficarão para quando? O que realmente poderia

trazer competitividade para as empresas bra-

sileiras continua não passando de promessa

solta em discursos vazios. E quando soluções

para ser competitivo passam por demissões,

são as empresas novamente punidas e o em-

pregado indagado. Para fraudes, há a Justiça.

Para manutenção de empregos e crescimento

das empresas e da economia o que deve ha-

ver é uma política séria, com princípios claros,

pulso firme e menos populismo.

Leis trabalhistas x desenvolvimento

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Fale com a REVISTA POTêNCIA

ao leitor cartas

potência8

MARCOS ORSOLON, EDITOR

Amigos leitores, a matéria de capa dessa edição mais uma vez traz à tona um assunto que tem sido recor-

rente nas rodas de discussões do empresariado brasilei-ro: a competitividade. Mas dessa vez fizemos um recorte do mercado, e direcionamos o tema para a realidade dos distribuidores de material elétrico.

Nesse segmento a situação não difere muito do que já constatamos na indústria: a concorrência é cada vez maior entre as empresas, inclusive com a chegada de novos players, e as margens de lucro estão cada vez me-nores, o que exige criatividade para se destacar diante dos demais competidores. Além disso, o chamado Cus-to Brasil também dificulta o trabalho dos lojistas, com destaque para o peso da carga tributária e as limitações de nosso sistema logístico ineficiente.

Mas há algumas particularidades. Diferentemente do que ocorre na indústria, os distribuidores não sofrem com a concorrência de produtos vindos da Ásia, em es-pecial da China. Mas, de outro lado, eles enfrentam ou-tros desafios, como a Substituição Tributária adotada em alguns Estados, que ainda carece de ajustes.

Outro aspecto marcante é que o setor de distribui-ção de material elétrico tem passado por importantes transformações nos últimos anos no Brasil. Transforma-ções que têm levado as empresas a se profissionaliza-rem e a buscarem caminhos diferentes para crescer e se desenvolver.

Não há uma fórmula mágica nesse processo e cabe a cada lojista identificar as melhores opções para sua empresa, seja através da ampliação do mix de produtos comercializados, da busca pela especialização em deter-minados segmentos, da abertura de lojas in company ou mesmo da oferta de serviços aos usuários, apenas para citar algumas possibilidades.

No fundo, o que notamos ao ler a reportagem as-sinada por Paulo Martins é que os distribuidores têm se mostrado mais preparados para encarar os desafios. Inclusive contando com o apoio de várias indústrias. É verdade que ainda há aspectos a serem melhorados. Mas nesse processo de transformação e evolução fica claro que teremos um setor de distribuição cada vez mais forte e consistente.

Tenham uma boa leitura!

com

petit

ivid

ade

PARABéNS“Gostaria de parabenizar a revis-

ta e toda a sua equipe pela expressiva marca de 10 anos! A forma de abordar assuntos técnicos e a qualidade edito-rial da revista se destacam no segmento. Como sugestão de melhoria contínua fica a dica para as próximas seções ‘Merca-do’ contarem sempre com pelo menos quatro empresas diferentes, aumentan-do assim a diversidade de informações e opiniões, gerando um conteúdo mais amplo e que possibilite ao leitor uma base maior de dados para tirar suas conclusões”.

Marcelo Soares | SOB Schurter + OKW do Brasil | São Paulo | SP

MAIS 10 ANOS DE SUCESSO“Sou leitor há mais de 5 anos da revista Potência e

acompanhei parte de sua evolução nesses 10 anos. Para-béns pelo aniversário e pela qualidade de textos e ima-gens. Cumprimento pela acertada escolha dos temas e pela forma como nos mostram as notícias. Desejo mais dez anos de muito sucesso para a publicação, para a edi-tora e para todo o nosso setor. E que assim possamos ter sempre acesso a um material profissional e sem custo para nós, leitores, razão pela qual só temos a agradecer. Se não é fácil competir nesse segmento, se é cada dia mais difícil ser empresário nesse país, acredito que feitos como esse devem ser comemorados”.Ricardo Brenno de Alcântara | ACD Com. de Matl Elétrico | Maceió | AL

potênciapotência 2726

Na correria do dia a dia, nem sempre nos da-mos conta de como as coisas evoluem ao nosso redor. E, no caso de uma revista, nem sempre temos a noção exata do tamanho, ou

da importância, das pequenas mudanças que noticiamos.Mas quando paramos para olhar para trás, aí sim te-

mos a oportunidade de enxergar tudo o que aconteceu. E essa é a proposta dessa reportagem. no mês em que a Revista potência entra em seu décimo ano de vida, opta-mos por parar e analisar o que publicamos desde 2004.

E é com alegria que notamos - e registramos em nossas páginas - que o setor eletroeletrônico passou por altos e baixos nesse período, mas não deixou de caminhar. nun-ca se acomodou frente a crises financeiras mundiais ou a problemas regionais. o setor reivindica, mas também arre-gaça as mangas e trabalha. E é um pouco disso que mos-traremos nas páginas a seguir. a começar pela indústria.

no ano de lançamento da revista, em 2004, o balan-ço feito pela associação Brasileira da indústria Elétrica e Eletrônica (abinee) não poderia ter sido melhor, com cres-cimento robusto. Descontada a inflação, o avanço foi de 11% sobre 2003 – crescimento nominal de 24% -, com o faturamento atingindo a marca de US$ 27,9 bilhões, ou R$ 81,6 bilhões.

Um aspecto importante nesse ano é que o bom mo-mento da economia brasileira aumentou a confiança dos empresários do setor, que incrementaram os investimentos no país e abriram uma perspectiva de mais crescimento

Anos de lutaÚltimos dez Anos dA

indÚstriA eletroeletrônicA

forAm mArcAdos por

dificuldAdes e crescimento

no fAturAmento.

reportAgem: mArcos orsolon

ilustr

ação:

Dreamsti

me

matéria de capa DécaDa 2004 a 2013 - inDúStRia

Page 9: Revista Potência - Edição 95 - setembro de 2013

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holofote

potência

notícias do setor

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ação

Prêmio Abilux

Nova VP de Recursos Humanosleni Nunes é a nova vice-presidente de Recursos Humanos da Schneider Electric, multinacional francesa especialista global em gestão de energia. Formada em psicologia, a executiva possui especializações no Brasil e no exterior, em instituições como Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, Fundação Dom Cabral/Insead e Cornell University, além de mestrado e doutorado na França. Nos últimos anos, trabalhou na Oxiteno, na Rhodia e na Votorantim Industrial, onde foi responsável pelo desenvolvimento de lideranças por mais de nove anos. Leni possui também livros publicados na área de gestão e expatriação de executivos.

em evento realizado em São Paulo no dia 22 de outubro, onde foram comemorados o Dia da Iluminação e os 80 anos do Sindilux (Sindicato da Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos de Iluminação no Estado de São Paulo), foram divulgados os vencedores do VI Prêmio Abilux Projetos de Iluminação.A escolha dos melhores projetos foi feita por um júri

composto pelas seguintes personalidades: Teresa Gouvea, que é Designer do Senai-SP e foi a presidente do júri, e Cláudia Borges Shimabukuro, Lighting Designer da LIT Iluminação, Fernando Serapião, crítico de arquitetura, Raquel Gomes dos Santos, arquiteta do Senai-SP, Rafael Meirelles David, da divisão de Estudos e Equipamentos Eficientes Eletrobras/Procel e Marcelo Sigoli, diretor da Pense Eco.

Confira os vencedores:Categoria ResidencialProjeto Residência Autoras: Luciana Costantin e Paula Carnelós escritório: Acenda Projeto de Iluminação

Categoria CorporativaProjeto Espaço Corporativo Autoras: Luciana Costantin e Paula Carnelós escritório: Acenda Projeto de Iluminação

Categoria ComercialProjeto Loja de Produtos ImportadosAutoras: Luciana Costantin e Paula Carnelós escritório: Acenda Projeto de Iluminação

Categoria UrbanaProjeto Modernização Iluminação Av. Beira Rio de Joinville (SC)Autoras: Equipe SQE LUZ Joinvilleescritório: SQE LUZ Joinville

Prêmio Especial “Iluminação Eficiente”

Projeto Iluminação da Fachada da Igreja Matriz São Francisco do Sul (SC)Autor: Equipe SQE LUZ São Francisco do Sul

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potência 11

Foto: divulgação

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Novo player

A forjasul eletrik, fabricante de materiais elétricos com a marca Tramontina, apresenta a campanha publicitária “O que seria das cores sem a luz – Interruptores GIZ da Tramontina, design e cores que combinam com tudo” para divulgar a linha de interruptores lançada recentemente.A ação contempla o mercado nacional e utiliza revistas segmentadas, com distribuição em todo o território brasileiro, para exibir a novidade aos profissionais especializados no ramo de material elétrico e gerar engajamento entre seus públicos-alvo: balconistas e eletricistas. Outro meio de comunicação da campanha será o rádio, mas este, num primeiro momento, tendo em vista um projeto-piloto, focará o interior do Rio Grande do Sul, divulgando os produtos aos vendedores, que têm alto poder de recomendação para o consumidor final. Iniciada em setembro, a campanha tem previsão de veiculação até dezembro. “A ideia é avaliarmos a eficácia desta divulgação para, em 2014, avançarmos para outros Estados brasileiros”, explica Roberto Aimi, diretor da Forjasul Eletrik. Os conceitos apresentados na campanha também serão trabalhados nos pontos de venda, por meio de material promocional. Com o propósito de interagir com o

consumidor, a empresa estuda as necessidades de cada cliente para oferecer materiais adequados às revendas de todos os portes.Praticidade e design. Esse é o apelo da campanha publicitária da Tramontina para a linha de interruptores GIZ. Seguindo o conceito da modularidade (suporte + placa), o produto conta com desenho contemporâneo, acabamento em alto brilho e sete cores (azul jeans, branco, café, fendi, pérola, púrpura e verde ardósia), que combinam com os módulos largos nas cores branco brilho e grafite.Fabricados de termoplástico, os produtos da linha contam com sistema de encaixe rápido nos interruptores, com montagem frontal dos módulos, o que minimiza o tempo de instalação. E a facilidade de troca da placa (acabamento), com simples encaixe manual, é outro destaque. Disponíveis nos formatos 4x2” (3 postos) e 4x4” (6 postos), as peças têm garantia de cinco anos.

A CCe, conhecida como fabricante de eletrônicos, anuncia uma nova unidade de negócios para a fabricação de lâmpadas de LED com foco no mercado corporativo. A nova divisão da empresa passa a produzir um portfólio completo de lâmpadas tubulares e luminárias de LED de alta eficiência energética e durabilidade.O anúncio da CCE no mercado de lâmpadas LED ocorre após um ano da aquisição da empresa pela Lenovo, maior fabricante de PCs do mundo. A estratégia é manter apenas a marca CCE neste segmento.Entre os produtos, destacam-se as famílias de lâmpadas Downlight, Highbay e Street light, que atendem a projetos específicos de iluminação interna e externa de acordo com variações de luz, cores e tamanhos. As lâmpadas são fabricadas no polo industrial de Manaus, onde está

localizada a fábrica da empresa.“Temos a vantagem de nossa engenharia de produção estar no Brasil e de termos uma infraestrutura completa, o que nos permite atender os clientes de forma mais eficiente e desenvolver soluções customizadas de alta qualidade. Outra vantagem é o nosso suporte técnico, que está disponível aos clientes”, diz Vanderlei Ferreira, Gerente Geral divisão LED Lighting.A família Downlight é composta por luminárias redondas de 15 e 20cm, com potência de 14W, que auxiliam na decoração de escritórios e salas corporativas, podendo ser alocadas em corredores e nos cantos dos ambientes. Já a família de lâmpadas Highbay, produzida para ambientes industriais, possui alta eficiência energética com potências que variam entre 70 e 130W. Para ambientes externos, como vias, ruas e avenidas, a iluminação ideal é fornecida pela

família Street Light, que possui lâmpadas de grande fluxo luminoso, com potências que variam entre 40 a 130W.Atualmente a tecnologia LED é uma das mais modernas disponíveis no mercado.  Possui durabilidade de até 50 mil horas e pode reduzir em até 70% o consumo de energia em relação às lâmpadas tradicionais incandescentes. Além disso, a iluminação LED tem baixa emissão de carbono e não possui mercúrio na composição.“As lâmpadas de LED são responsáveis por uma revolução no mercado de iluminação, pois são produtos sustentáveis de alta durabilidade e eficiência, que além de diminuírem os custos com manutenção, reduzem o desperdício de energia e representam uma maior preservação do meio ambiente”, afirma Vanderlei Ferreira.

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matéria de capa coMpEtitiViDaDE

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potência 13

Muito se fala sobre a queda da competitividade da indústria nacional nos úl-timos anos, por conta da forte concorrência dos produtos importados, do alto custo Brasil e das deficiências da infraestrutura do país. É natural, neste momento, que as preocupações se voltem também para a situação dos dis-

tribuidores, tradicionais parceiros da indústria elétrica e eletrônica. Estariam eles sofrendo dos mesmos males que acometem o setor produtivo?

não é fácil traçar um perfil detalhado de uma área tão diversificada e dinâmica, nem é essa a pretensão de uma reportagem, na qual se ouve um número limitado de pessoas. a intenção desta matéria é identificar algumas das demandas desse segmento, erros e acertos comuns e apresentar sugestões para ajudar os lojistas a superar os desafios dos novos tempos.

Sempre com base na opinião dos próprios profissionais da área, a proposta é chegar a um senso comum sobre a atual situação de um setor que exerce um papel fundamental na economia, servindo de ligação entre a indústria e o consumidor final.

De forma geral, percebe-se que muita coisa mudou nos últimos anos na distribuição. os rumos da economia e a exigência crescente dos clientes e fornecedores levaram os lojistas a perseguir ferozmente a diminuição dos custos operacionais para tentar compensar a redu-ção das margens de lucro. Uma das saídas é a busca por maior eficiência. a ampliação do portfólio de produtos e da gama de serviços foi outra alternativa adotada por muitos empre-

DistribuiDores De material elétrico

procuram profissionalizar gestão

em busca De mais competitiviDaDe e

resultaDos começam a aparecer. avanços

vão Da aDministração mais eficiente até a

otimização Dos processos logísticos.

por paulo martins

setor mais

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potência14

matéria de capa coMpEtitiViDaDE

sários. os planos deram certo para uns, e nem tanto para outros, mas é inegável que o setor vive um processo de consolidação e grande profissionalização.

na avaliação de Marcos Sutiro, diretor colegiado da abreme, o nível de competiti-vidade alcançado hoje pelo distribuidor de material elétrico brasileiro pode ser consi-derado alto. “Este é um mercado de concor-rência perfeita, em que há grande pulveriza-ção e pouca oferta de diferencial”, sintetiza.

apesar dos avanços conquistados, o seg-mento não se acomodou e insiste em receber maior reconhecimento. Gerson Roque Zenari, diretor da Multfer Materiais Elétricos, destaca que a distribuição contribui fortemente para a implementação de novas tecnologias nas mais diversas áreas e para a consolidação da infraestrutura do país e, mesmo assim, ainda tem representatividade aquém do que mere-ce. “temos que nos unir para buscar políticas mais justas para o setor”, convoca o empre-sário, que administra um complexo formado por cinco lojas e um centro de distribuição no interior de São paulo.

Segundo os distribuidores, um tema que precisa passar por revisões é a Substi-tuição tributária (St), regime que transfere para o início da cadeia produtiva (indústria, por exemplo) o recolhimento do icMS das demais fases.

Sutiro reconhece que o sistema de fato fez com que a evasão de impostos não fosse

mais utilizada por determinados empresá-rios para levar vantagem sobre aqueles que sempre buscaram a regularidade tributária. Entretanto, o dirigente relata que a St pro-vocou aumento das despesas de distribuição e, consequentemente, do custo dos materiais elétricos, acarretando em perda de compe-titividade para o setor.

para o diretor da abreme, o iVa-St (Ín-dice de Valor adicionado Setorial) aplicado pelos estados atingiu percentuais muito su-periores às margens de fato praticadas pela distribuição. “Este fato precisa ser ajustado, não só para aumentar a competitividade do setor, mas também porque legalmente um regime de tributação não pode ter como ob-jetivo o aumento da arrecadação”, reclama.

Gerson Zenari concorda que houve be-nefícios para quem procura trabalhar de forma legal, mas também reclama do que chama de “distorções” prejudiciais ao mer-cado. “a grande injustiça é a não existência da Substituição tributária aos usuários finais. Esta atitude estraçalhou com o setor e nos colocou como vilões no mercado”, justifica.

paralelamente à implantação da Subs-tituição tributária, nos últimos anos a distri-buição de material elétrico se viu envolvida por uma tendência de mercado comum em outros setores - como o industrial -, e que por fim chegou ao comércio: a globalização.

no Brasil o fenômeno ganhou corpo na forma de aquisições de distribuidores tradi-cionais por parte de grandes grupos estran-geiros que atuam na comercialização de material eletroeletrônico. a chegada dessas multinacionais aumentou a concorrência, mas poderá ajudar a melhorar as margens de comercialização, por conta de aumento nos volumes vendidos.

o processo de internacionalização es-taria estimulando também uma administração cada vez mais profissional dos negócios no Brasil - fator preponderante para au-mentar o grau de preparo das empresas. “as condi-ções econômicas e tribu-tárias se tornaram favorá-

veis para os estrangeiros, que não só estão estabelecendo um novo patamar de com-petitividade, mas também exigindo que as empresas nacionais acompanhem este novo nível”, aponta Sutiro.

o dirigente da abreme confirma que houve evolução na gestão das empresas, que passaram a utilizar indicadores econô-micos, financeiros e contábeis mais eficien-tes. a área de logística também tem sido oti-mizada, com a utilização de novos softwares e a construção de centros de distribuição.

indagado se o aumento da profissio-nalização do setor deve ser creditado à vin-da dos estrangeiros, Gerson Zenari diz que considera a evolução do mercado como um processo natural e que a chegada dos gran-des grupos internacionais faz parte do jogo. “não acredito que eles sejam divisores de águas, até porque eles conhecem o mercado externo, e estão sujeitos às regras de suas matrizes. o ambiente de negócios no Brasil é outro, é bairrista, regionalizado”, interpreta.

este é um mercado de concorrência

perfeita, em que há grande pulverização

e pouca oferta de diferencial.

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st provocou aumento Das

Despesas De Distribuição

e, consequentemente,

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elétricos.

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Falando em profissionalização, a evolu-ção desse quesito no setor de distribuição de material elétrico é fundamental não somen-te para o melhor relacionamento entre in-dústria e lojistas, mas também para o próprio desenvolvimento sustentável dos negócios.

para Roberto aimi, diretor da Forjasul Eletrik, empresa de materiais elétricos da

tramontina, o bom funcionamento da dis-tribuição tem efeito direto no abastecimen-to do mercado. “por isso, sem a evolução desta atividade o mercado não se man-tém”, acredita.

na opinião do executivo, a profissio-nalização exige informação, investimentos e processos melhor definidos para que to-

das as engrenagens funcionem de forma perfeita. E, quanto mais esses processos e objetivos estiverem alinhados, melhor será o relacionamento entre indústria e lojista.

“Hoje vemos comerciantes, tanto ata-cadistas e distribuidores, quanto varejistas, muito mais preparados, informados e atu-alizados, o que faz toda a diferença para o

Mas Zenari admite que toda essa movi-mentação ajudou o mercado de alguma for-ma. Ele se refere à evolução do associativis-mo entre empresas de médio e grande porte na tratativa com alguns fabricantes. “cada distribuidor tem o seu modelo de operação e sua atuação regional, porém, juntos eles detêm uma boa fatia do mercado e podem conseguir negociações especiais junto aos fornecedores”, indica.

mercado reconhece profissionalização e sugere ações

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sucesso do negócio”, avalia aimi.Francisco Filleti, gerente nacional de

Vendas da Legrand, diz que a cada dia é possível perceber evolução na forma como são geridas as empresas de distribuição no Brasil. para ele, a chegada dos grandes competidores internacionais, assim como a qualificação dos profissionais da área, tem contribuído para o fortalecimento e profis-sionalização do segmento.

De acordo com Filleti, essa evolução pode ser percebida na própria gestão das empresas, incluindo a melhor administração dos custos de venda e estocagem, a otimi-zação dos processos logísticos e de atendi-mento e a melhora no serviço geral presta-do pelos distribuidores ao consumidor final.

Renato Micheletti, gerente de Vendas para o canal Distribuidor da Schneider Elec-tric entende que a maioria dos distribuido-res está aderindo, ainda que aos poucos, às novas necessidades de atuação no merca-do industrial.

o maior exemplo disto, conforme destaca o executivo, são os níveis de especialização que estão surgindo no comércio. “Muitos possuem equipe técnica para dar o suporte às questões do mercado, auxiliar o pessoal de vendas nas dúvidas e oferecer o produ-to mais adequado à aplicação”, reconhece.

Micheletti elogia ainda a capacidade dos distribuidores de superar problemas como a complexidade e as falhas de infra-estrutura da malha logística brasileira: “Eles vêm conseguindo isso através da especiali-zação da logística para atender o consumi-dor no prazo acordado, utilizando ferramen-

tas e processos como entregas programadas e troca eletrônica de dados”.

É fato que muita coisa tem caminhado, mas alguns lojistas pararam no tempo, deixando de acompanhar o ritmo dos negócios. Marcos Sutiro, da abreme, conside-ra alto o nível de competitividade do distribuidor brasileiro. no en-tanto, o mesmo não se pode dizer da produtividade, que seria baixa, na comparação com outros setores, justamente pela pouca utilização de práticas modernas de gestão.

De acordo com o dirigente, os principais gastos do distribuidor brasileiro envolvem os custos das mercadorias, os impostos e o pessoal empregado. portanto, o grau de competitividade dependerá diretamente da correta administração desses três pilares.

Quanto ao custo das mercadorias, é na-tural que haja alguma oscilação de preços entre concorrentes, mas de forma geral as condições são muito próximas. assim, a boa gestão do estoque, mantendo o mínimo pos-sível de itens sem giro, proporciona maior disponibilidade de dinheiro em caixa. Já a boa gestão tributária ajuda a reduzir despe-sas sem aumentar o risco de contingência.

a despesa com pessoal também pode resultar em aumento de competitividade por meio da manutenção de pessoas com alta produtividade, uma vez que os encargos no Brasil são extremamente altos e o nível de qualificação geral é baixo.

Enfim, planejamento é fundamental para conseguir melhorar os resultados. como destaca Sutiro, por mera falta de alinhamento, comunicação ou pouca uti-lização de conceitos mais elaborados de supply chain, toda a cadeia de distribuição acaba onerada.

Um exemplo disto são as frequentes re-clamações de clientes quanto aos prazos de entregas de alguns itens ou os altos níveis de estoque de mercadorias de pouco giro no distribuidor.

“tenho convicção de que o melhor pla-nejamento da cadeia de suprimentos, com ferramentas mais elaboradas de troca ele-trônica de dados e técnicas de previsão de estoque a partir de informações confiáveis de clientes, podem gerar grandes economias de logística, de custo de capital de estoque e maior satisfação do cliente”, sintetiza Sutiro.

Gerson Zenari, diretor da Multfer, obser-va que o mercado atual não oferece margem para erros e sugere que se evitem mudanças radicais. “o ideal é buscar uma consultoria externa para que o conjunto da obra seja positivo e constante”, recomenda.

apesar de sugerir a busca por ajuda, Zenari dá dicas simples de como o distri-buidor pode agir na busca por maior com-petitividade. De acordo com ele, detalhes como vendedores uniformizados, disponi-bilização de estacionamento e adequação do mix de produtos de acordo com o públi-

Juntos, distribuidores

podem conseguir negociações

especiais perante os fornecedores.

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co-alvo podem contribuir para as vendas. E, claro, atendimento adequado e flexível é fundamental. “as pessoas ainda fazem a diferença no nosso segmento, pois esse é um setor que exige qualificação técnica no ato da venda”, destaca.

Zenari diz ainda que apesar da crescen-te competição global, é preciso conhecer o mercado local e redirecionar o negócio vi-sando o adensamento regional. “Embora trabalhemos com commodities - à exceção das grandes obras, que são pontuais -, o grande volume de negócios acontece no ti-cket médio, onde o mercado ainda é regio-nalizado”, analisa.

os porta-vozes das indústrias ouvidas nesta reportagem reconhecem que os distri-buidores de material elétrico vêm se profis-sionalizando a cada ano, mas também têm sugestões a fazer.

Renato Micheletti, da Schneider Electric, aponta que a evolução do nível de atendi-mento pode ocorrer sob vários aspectos, como o uso do VMi (Vendor Managed in-ventory), no qual o fornecedor abastece o in-ventário do distribuidor e usa técnicas como

lean warehousing para eliminar ou reduzir desperdícios no processo de estocagem. também é possível otimizar o gerenciamen-to de preços utilizando métodos e ferramentas para precificar da for-ma mais adequada.

Micheletti destaca ainda outro fator importante que surgiu no re-lacionamento entre distribuidor e indústria, nos últimos anos: a preo-cupação com o meio ambiente. É o caso da logística reversa - sistema que prevê o recolhimento e enca-minhamento de mercadorias em fim de vida útil para reciclagem e que deverá envolver todos os agentes do mercado.

“o distribuidor está oferecendo produ-tos que atendam as diretivas ambientais? o planejamento logístico permite que ele reduza a emissão de poluentes na atmosfe-ra? a indústria irá exigir e dar valor aos que praticam isso”, adianta o executivo.    

Francisco Filleti, da Legrand, destaca que existem várias soluções voltadas ao con-forto, segurança e bem-estar que podem ser apresentadas ao consumidor a preços aces-

síveis para que ele obtenha o melhor de sua instalação. “Sentimos que por vezes a falta de informação e formação dos profissionais que se relacionam com os consumidores ter-mina por inibir esta oferta. o foco exclusivo em produtos baratos, que teoricamente fa-cilita a venda, não permite que o consumi-dor tenha acesso à toda evolução existente na oferta de sistemas elétricos no mercado brasileiro”, destaca.

precisamos continuar evoluindo

na forma como ofertamos os produtos aos

consumidores finais.francisco filleti

legrand

diversificação pode dar fôlego aos lojistas

na última década, um grande número de distribuidores de material elétrico inves-tiu na abertura de lojas in company (aquelas que funcionam dentro de indústrias, monta-doras, etc) para se diferenciar no mercado. outra estratégia adotada foi a diversificação do mix de produtos e de serviços. Entre as novas linhas agregadas, destacam-se ferra-mentas, Epis (equipamentos de proteção in-dividual) e artigos para MRo (manutenção, reparos e operações). Houve ainda aque-

les que começaram a oferecer o serviço de montagem de quadros e painéis elétricos.

passados alguns anos, o mercado acu-mula experiência suficiente para avaliar com mais embasamento os resultados decorren-tes dessas ações. Será que esse tipo de in-vestimento proporcionou ganhos de com-petitividade aos lojistas? Essas são opções válidas ainda hoje em dia?

conforme analisa Marcos Sutiro, o mo-delo de loja in company adotado no mer-

cado brasileiro não teve como objetivo a oferta de diferencial logístico e técnico para o cliente, mas sim a proximidade. a ideia era que a presença do distribuidor favore-cesse outros negócios além daqueles esta-belecidos em contrato, além de viabilizar planejamentos tributários em operações interestaduais.

o executivo avalia que em seu momen-to a estratégia chegou a gerar competivida-de e ganhos importantes para o setor. Mas,

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devido aos custos logísticos e de capital dos materiais sem giro, e à disseminação da Substituição tributária por diversos es-tados, os resultados obtidos até então não conseguiram se manter.

Este modelo, como foi pensado, não se-ria capaz de proporcionar ganhos de com-petividade hoje. no entanto, prossegue o diretor da abreme, estão sendo criados novos contratos cujos objetivos são aque-les originalmente pensados para a loja in company: agregar valor logístico e técnico para o cliente.

Segundo Sutiro, para que o modelo de negócio baseado na loja in company se tor-ne viável é essencial analisar os custos logís-ticos e o giro de estoque, estabelecendo-se no contrato cláusulas de SLa (service-level agreement) que garantam margens saudá-veis para o distribuidor e benefícios opera-cionais para a atividade do cliente. “com tais cuidados, a loja in company torna-se um excelente modelo que garante a fideli-dade do cliente, o que reduz os custos co-merciais”, avalia o dirigente.

Sobre a inclusão de novos itens ao por-tfólio, Marcos Sutiro diz que não se deve pensar que essa diversificação, por si só, se converterá automaticamente em vantagem competitiva para o lojista. Essa até pode ser

uma boa opção, desde que o distribuidor já tenha a demanda ou ao menos parte dela - o que, aliás, servirá de sinalização para de-finir os novos itens a serem comercializados.

Resumindo: se o distribuidor já possuir lojas in company ou contratos de forneci-mento cuja demanda por outros itens seja certa, a diversificação será rentável, pois isso

já configurará uma economia de escala (pro-cesso logístico existente mais a certeza de que os novos itens irão girar no estoque).

“por outro lado, não será uma boa de-cisão caso a empresa não tenha essa pro-cura, pois o distribuidor inicialmente incor-rerá em um grande investimento comercial para gerar a demanda, além de ter que arcar com o custo na formação do estoque dos novos itens sem qualquer garantia de giro”, orienta Sutiro.

assim como a diversificação de portfó-lio, a prestação de serviços também pode aumentar a competitividade do distribui-dor, que consegue dessa forma oferecer um atendimento completo ao cliente, obtendo melhores resultados.

Entretanto, pondera Sutiro, os riscos es-tão no fato de que se trata de uma nova uni-dade de negócio, que precisa ser entendida de forma diferente da distribuição.

a prestação de serviços possui margens maiores que a comercialização pura e sim-ples, mas é mais complexa e normalmente consome mais recursos e investimentos.

Dessa forma, a diversificação de ser-viços merece o cuidado de contar com um plano de marketing para sua implantação,

estabelecendo-se uma estratégia de penetração que definirá para que mercados este serviço será oferta-do e elaborando-se indicadores de retorno do investimento.

o mero investimento nesta di-versificação sem o devido planeja-mento poderá gerar grandes preju-ízos, pois a diversificação que ob-jetiva aumentar as margens pode

simplesmente transformar-se em custo, caso o cliente não veja o valor neste servi-ço e não esteja disposto a pagar a mais por este diferencial.

gestão De estoque é

funDamental para que o

DistribuiDor mantenha-se

competitivo.

O distribuidor é mais que um

parceiro de negócios, é uma

extensão do fornecedor.

renato michelettischneider electric

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a venda de produtos aos consumidores finais, por parte da indústria, sempre foi uma reclamação do setor de distribuição, que se sente desprestigiado nessas situações. costu-ma-se dizer que os fornecedores normalmen-te participam dos negócios que movimentam maior volume e apresentam poucos riscos, como grandes obras.

no mercado brasileiro, existe a percepção de que alguns fornecedores estariam preferin-do focar apenas a produção, deixando que o distribuidor concentre esforços na atividade comercial e logística. por conta disso, a con-corrência entre esses dois elos da cadeia já estaria diminuindo. Mas afinal, até que pon-to o fato de poder contar com o fornecedor como parceiro é importante para ampliar o nível de competitividade do lojista?

na opinião de Gerson Zenari, da Multfer, manter uma parceria efetiva é fundamental para o nascimento, existência, sobrevivência e crescimento do distribuidor. “a venda via dis-tribuição daria mais competitividade à indús-tria, pois ela estaria focada em seu business. as tarefas de pré-venda, venda, logística e pós-venda deveriam ser de competência dos distribuidores, aumentando inclusive a cadeia produtiva e consequentemente gerando mais empregos, segurança e tranquilidade para o consumidor final”, defende.

ouvidas pela reportagem, três das prin-cipais indústrias do setor eletroeletrônico dis-seram reconhecer a importância do trabalho dos distribuidores e que procuram cultivar uma relação sadia com os lojistas.

Renato Micheletti, da Schneider Electric, destacou que os lojistas têm um valor mui-to significativo, pois esse é o principal canal de atuação da companhia em nível mundial.

Ele destaca que o distribuidor é quem tem expertise e conhecimento da logística en-raizados em seu core business, contribuindo com a indústria também ao oferecer assistên-cia na aplicação dos produtos. “o distribuidor é mais que um parceiro de negócios, é uma extensão do fornecedor”, define.

o executivo garante que a Schneider Electric mantém uma política comercial cla-ra e transparente, que inclui o oferecimen-

to de programas de especialização para os distribuidores. De acordo com Micheletti, a relação de venda direta e venda indireta por parte da indústria é direcionada conforme a complexidade da solução. “Em geral, vendas diretas são realizadas quando o nível de de-sempenho, serviço e especialização foge da alçada do distribuidor”, explica.

Francisco Filleti, da Legrand, afirma que a companhia apoia permanentemente os distribuidores, contribuindo para a forma-ção de suas equipes, realizando ações de sell out, renovando constantemente a oferta de produtos e atuando na especificação dos produtos junto aos consumidores finais para gerar demanda para os lojistas.

“a distribuição de material elétrico no Brasil é o nosso principal, para não dizer único parceiro. nosso respeito pela cadeia de dis-tribuição é total. a única forma dos consumi-dores terem acesso aos materiais produzidos por nós é por meio da rede de distribuição”, garante o executivo.

para Filleti, distribuidores e indústria se complementam. Ele conta que a Legrand promove adaptações e modificações em sua oferta de produtos conforme as demandas captadas e apresentadas pelos distribuido-res. “trata-se de uma forma rápida e direta de percebermos os problemas que às vezes

a polêmica da venda direta

fabricantes estariam

focanDo a proDução,

DiminuinDo a

concorrência com os

DistribuiDores.

Venda direta a venda de produtos aos consumidores finais, por parte da indústria, sempre foi uma reclamação do setor de distribuição, que se sente desprestigiado nessas situações.

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enfrentamos no mercado e que demoraría-mos muito a reconhecer, se não fosse pelo apoio e sugestões da distribuição”, comenta.

Filleti diz que a atuação da Legrand se-guirá no sentido de contribuir para que os lo-jistas tenham seu trabalho reconhecido: “So-mos 100% distribuição e continuaremos nos empenhando para que, por meio do modelo de negócio adotado por nós, todos os outros fabricantes também possam preservar e pre-ferir que seus produtos cheguem ao consumi-dor final por meio da rede de distribuição”.

Roberto aimi, da Forjasul Eletrik, também ressalta a importância do setor de distribui-ção. “Somos uma indústria tradicional no segmento elétrico e atuamos de forma pul-verizada em todo o Brasil, condição impos-sível sem o trabalho de distribuição. por isso, privilegiamos este canal”, aponta.

o executivo relata que a política comer-cial da empresa prevê atenção total aos re-vendedores, oferecendo agilidade, garantia de entrega do pedido na sua totalidade e

dentro do prazo contratado, suporte para comunicação visual nas lojas e material de merchandising para decorar e agregar a for-ça da marca ao ponto de venda.

“Dispomos de suporte comercial e de marketing para despertar a atenção dos con-sumidores e incrementar as vendas. Quanto mais os fabricantes e os revendedores traba-lharem juntos, melhores serão os resultados obtidos”, acredita aimi.

para o executivo, a venda direta de pro-dutos por parte da indústria pode ser uma forma de comercialização adequada em al-gumas situações e estratégias comerciais. po-

rém, reforça que a Forjasul privilegia os canais de distribuição, que possibilitam a entrada dos produtos em todas as regiões do país.

Dito tudo isso, Marcos Sutiro, da abre-me, ressalta que é importante o distribuidor se perguntar se o cliente final está satisfeito por ser atendido pela indústria e aponta cami-nhos para o lojista: “por mais que a indústria tenha uma vantagem competitiva de preço, aumentada ainda mais pela Substituição tri-butária, o distribuidor pode oferecer algum valor que o fornecedor não é capaz, como a compra de todo o mix de produto e a capila-ridade comercial”, indica.

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mercado Disjuntores resiDenciais

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Depois de passar por um período conturbado na primeira me-tade da década passada, quando fabricantes discutiam na justiça se o popularmente conhecido ‘disjuntor preto’, ou padrão nema/uL, deveria permanecer ou não no mercado

brasileiro ao lado dos produtos padrão iec, este setor vive uma nova fase no Brasil. uma fase marcada pelo crescimento nas vendas e pela convi-vência pacífica entre as duas tecnologias.

Mas até chegar a este ponto, muita coisa aconteceu. ocorre que, após muita briga, chegou-se a uma solução conciliadora. De um lado, houve o cancelamento, em 2006, da nBr 5361 – Disjuntores de Baixa tensão, norma que, até então, permitia a manutenção dos disjuntores

padrão nema/iec no Brasil. De outro lado, apesar desse cancelamen-to, o inmetro optou por manter a comercialização dos produtos dessa tecnologia, até em função de sua força e história no mercado nacio-nal, que teve início nos anos 60.

Mas como comercializar os produtos sem a referida norma técnica?como explica Luiz eustáquio perucci da silva, gerente de

Marketing da siemens, o inmetro realizou alguns ensaios nos produtos para checar seu real nível de segurança. e, com base nos resultados obtidos, publicou em 2006 a portaria 243, que trouxe o texto da nBr 5361 na forma de regulamento técnico

da Qualidade (rtQ) para os disjuntores de baixa tensão. este rtQ tem como objetivo respaldar a certificação e os ensaios dos produ-tos com essa tecnologia, viabilizando a sua comercialização no país.

outra ação do inmetro ocorreu em 2007, com a publicação da por-taria 348, que reiterou a certificação compulsória dos disjuntores e publi-

RepoRtagem: maRcos oRsolon

Avanços preocupaçõese

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tRadicional segmento do

setoR elétRico, meRcado

de disjuntoRes se mantém

aquecido, ofeRece espaço paRa

evolução tecnológica, mas

fabRicantes têm dificuldades

paRa pRoduziR no bRasil.

cou o novo regulamento de avaliação da conformidade (rac) para estes produtos, onde se definiu a utilização das normas nBr nM 60898:2004 e nBr iec 60947-2:1998 e também o rtQ (portaria 243/2006), além da introdução da classificação dos disjuntores quanto ao seu nível de proteção, obrigando que os produtos fossem identificados com uma eti-queta indicativa do seu nível de segurança. “essa divisão é chamada de classe de proteção e tem três níveis: classe 1, classe 2 e classe 3, sendo que a 1 é a que mais protege”, comenta eustáquio.

o resultado de todo este processo é que as discussões cessaram e, hoje, ambas as linhas de produtos estão à disposição dos usuários no país. “não há discussões sobre as tecnologias porque ambas foram devidamente testadas, demonstrando suas qualidades e o atendimen-to aos pré-requisitos necessários de acordo com suas normas nema e iec, com seus números de manobras, tensão, corrente, capacidade de ruptura, etc”, ressalta Grace Kelly caporalli, gerente de Marketing da Ge industrial solutions.

um aspecto curioso do mercado após essa ‘acomodação’ entre as tecnologias é que, no que tange à utilização dos disjuntores, houve uma inversão de participação no volume de vendas. os disjuntores padrão nema/uL, que dominaram o mercado até meados dos anos 90, perderam força nos últimos anos e, embora não haja consen-so quanto à sua participação hoje, acredita-se que ela possa variar entre 15% e 20% de tudo o que é comercializado no Brasil. aliás, hoje o mercado nacional é estimado em cerca de 50 milhões de po-los por ano, o que equivale a um faturamento de aproximadamente r$ 200 milhões.

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mercado

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Disjuntores resiDenciais

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um detalhe que chama a atenção é que a opção por uma ou outra linha depende muito da região e da própria aplicação do produ-

to. “o mercado para novos projetos está mi-grando para norma iec. porém, o mercado da linha nema ainda é forte nas reposições em

regiões como a norte, nordeste e em cidades do interior nas regiões sul, sudeste e centro oeste”, observa Kelly caporalli.

mercado cresce, mas produtos asiáticos preocupam

seja qual for a tecnologia envolvida, um ponto a ser comemorado pelos fabri-cantes de disjuntores é que o mercado bra-sileiro tem se mantido aquecido nos últi-mos anos, principalmente em função dos investimentos na construção civil, puxados pelo programa do governo federal Minha casa, Minha Vida. em menor escala, os se-tores comercial e industrial também têm gerado demanda, assim como o mercado de reformas de residências.

o aumento das vendas também tem chamado a atenção de novos concorren-tes, com destaque para os chineses. e este fenômeno tem gerado preocupação para os fabricantes instalados no país há mais tempo, visto que nem sempre estes com-petidores chegam com produtos de bom nível de qualidade.

“como o Brasil está em evidência e com grande crescimento com relação à infraestrutura, outras empresas acabam olhando o país como um mercado em po-tencial para atuar. e isso faz com que fabricantes de di-versas partes do mundo venham tra-balhar em nosso mercado, trazendo

produtos até certo ponto de qualidade in-ferior. eles acabam entrando numa guer-

ra de preço que atrapalha, pois acabamos competindo com mais gente, sendo que muitos não trabalham com a mesma qualidade”, afirma rodrigo alves silva, geren-te de produtos de Disjunto-res de Baixa e Média tensão da eaton. Há ainda casos de produtos que são comercia-

lizados sem a certificação do inmetro, ou pior, que contam com certificação falsifi-cada. nesse caso, o problema está na fis-calização deficiente, que, de fato, é muito difícil de ser realizada nesse ‘mercado sub-terrâneo’, composto principalmente do va-rejo que atua na informalidade, atingindo o consumidor final.

Luiz eustáquio, da siemens, também chama a atenção para a vulnerabilidade do processo de certificação, visto que há casos de empresas que certificam seus disjunto-res, mas que, no momento da venda, ofe-recem itens de qualidade inferior, que não atendem aos parâmetros mínimos estabe-lecidos pelas normas.

“Defendemos que é preciso revisar o processo de certificação para melhorar a qualidade e tentar dificultar ao máximo

as fraudes, os estratagemas utilizados por empresas aventureiras. isso porque o fa-bricante de produtos de qualidade acaba sendo penalizado comercialmente de ma-neira funesta”, dispara eustáquio.

Leandro souza, gerente de produtos da schneider electric, observa que o inme-tro certifica o fabricante indo na fábrica, mas na prática não há uma fiscalização efetiva na ponta, pegando os produtos na revenda para checar se o item que está sendo vendido é o mesmo que foi certifi-cado. “Falta controle na ponta. se exis-tisse este controle eu acredito que muito fabricante não poderia vender o produto no Brasil”, reclama.

outro ponto lamentado por eustáquio é o fato de que produzir no Brasil está cada vez mais difícil, visto que os custos para se fabricar na Ásia, em particular na chi-na, são muito menores. resultado: hoje, a maioria dos fabricantes instalados no país, inclusive de algumas das marcas mais tra-dicionais, não produzem mais disjuntores no Brasil. por uma questão de vantagem econômica, eles optam por trazer do exte-rior, sendo que alguns desses fabricantes possuem planta na china e outros fecham parcerias com empresas locais – hoje há mais de 60 unidades produzindo disjunto-res no país asiático.

Produzir disjuntores

no Brasil está cada vez mais

difícil.Luiz EustÁquio

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siEmEns

tAmAnho mercado nacional de disjuntores é estimado em cerca de 50 milhões de polos por ano.

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e o preço realmente é imbatível. “Hoje, você compra na china um polo de disjuntor entre us$ 0,40 e us$ 0,90, sendo que há uma grande variação de preço e de qua-lidade em torno desse valor. a maior par-te dos produtos que estão no Brasil está na faixa de us$ 0,50 a us$ 0,60”, rela-ta eustáquio, afirmando que várias fábri-cas de disjuntores, de marcas importan-tes, foram fechadas no Brasil porque não conseguiram concorrer com os produtos vindos da china, num processo similar ao que ocorreu recentemente no mercado de lâmpadas, onde quase todos os grandes players optaram por fechar as unidades fabris no Brasil para trazer produtos de plantas chinesas.

“Hoje, temos 44 marcas de produtos nesse mercado, sendo que 39 são de ori-gem chinesa. uma parte desses produtos

ou alternativas, que não têm vínculo com as marcas tradicionais. isso nos preocupa, pois a siemens ainda é uma das poucas empre-sas que mantêm a fabricação no Brasil”, comenta eustáquio, que dá um exemplo do que acontece: “um dia desses fui a um

home center e achei um disjuntor monopolar sen-do vendido a r$ 2,50. isso não paga nem o material da carcaça aqui no Brasil”.

para o executivo da siemens o momento é de-

licado. “não sei até quando a siemens con-segue manter a produção aqui. É uma situ-ação muito complicada, difícil. não quere-mos fechar a fábrica de disjuntores, mas é um risco que existe. no caso do disjuntor, o processo de desindustrialização é notó-rio no Brasil”.

concorrência aumentou

significativamente nos últimos anos.

rodrigo ALvEs dA siLvA

EAton

Há espaço para a evolução tecnológicano que diz respeito à evolução tecnoló-

gica, ao contrário do que muita gente pen-sa, os disjuntores ainda oferecem espaço para avanços. apesar de se tratar de um mercado maduro, com um produto que pra-ticante virou commodity, o fato é que já há movimentações nesse sentido por parte de alguns fabricantes, seja no desenvolvimen-to e aplicação de algumas matérias-primas, ou na inclusão de elementos eletrônicos e digitais aos equipamentos.

a schneider electric, por exemplo, lan-çou no ano passado uma grande linha, cha-mada acti 9, que trouxe algumas novida-des. entre elas, uma indicação mecânica de falha na parte frontal do minidisjuntor, que é um dispositivo que informa quando há uma falha de curto-circuito ou sobrecarga e o disjuntor desarma.

“isso dá mais eficiência à instalação, porque facilita a localização da falha”, des-taca Leandro souza, citando outra evolu-ção, que é o sistema de comunicação ex-clusivo para minidisjuntor chamado smart Link. “com este sistema é possível acessar de um computador, tablet, ou qualquer ou-tra interface, algumas informações, como

verificar se o disjuntor está ligado, desliga-do ou se ele está em falha. É possível até comandar o disjuntor a distância”, explica souza, acrescentando que é uma tendência tornar o disjuntor mais inteligente.

rodrigo alves, da eaton, cita outra tendência para os disjuntores, que passa por agregar novas funções ao produto. “o que o pessoal tem feito é tentar desenvol-ver algo que agregue mais valor ao disjun-tor. Hoje, temos disjuntores, interruptores diferenciais e protetores de surto, que são equipamentos que fazem tipos dife-rentes de prote-ção. o que alguns fabricantes ten-dem a fazer é ten-tar juntar algumas dessas proteções num único equipamento. por exemplo, já há alguns casos em que temos o disjun-tor e o interruptor diferencial no mesmo componente. e isso traz para o usuário, além da proteção contra sobretensão e curto-circuito, também a proteção contra choque elétrico em um único componente,

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consumo Bom momento da construção civil no País tem sido fundamental para estimular as vendas de disjuntores.

de origem chinesa é comercializada por marcas conhecidas no mercado nacional e outra parte é formada por marcas chinesas,

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Disjuntores resiDenciais

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PiAL LEgrAndos disjuntores rX³ são de curva B e c e capacidade de interrupção de 4,5ka, com amplos bornes para conexão de fios, cabos e barramentos de cobre. as peças possuem capacidade de 10.000 operações mecâni-cas e são adequadas para todas as tem-peraturas entre -25 e 70°c.

strAhLa empresa disponibiliza ao mercado a li-nha de minidisjuntores termomagnéticos padrão Din. os produtos são certificados conforme a norma aBnt nBr nM 60898, com opções de 1, 2 ou 3 polos, com corren-te nominal de 6 a 125a, níveis de ruptura de 3 ou 10ka e curva tipo c.

economizando espaço no quadro de distribuição. É agregar mais valor ao disjuntor”, ressalta alves, destacan-do que a eaton já oferece ao mer-cado estes disjuntores combinados.

apesar das vantagens citadas para esta solução, alves diz que ainda

há um paradigma no mercado no que tange à utilização desses componen-

tes. “porque quando o pessoal vai cons-truir uma casa, por exemplo, a parte elé-trica acaba ficando por último, quando se tem menos dinheiro para investir. então, as pessoas acabam não se preocupando

muito se este componente combina-do vai trazer um benefício de ganho de espaço, sem contar a proteção adicional que ele traz para o circuito e o usuário. elas não investem muito dinheiro nisso e acabam comprando os mais baratos e descartando algu-mas proteções que, embora sejam exigidas por norma, acabam fican-do de lado. então, estes disjuntores combinados já existem no mercado,

mas são pouco utilizados”, lamenta. e, de fato, se analisarmos o custo dos disjuntores numa instalação fica di-fícil de entender a economia. se so-marmos os valores dos disjuntores, Drs e Dps utilizados em uma obra, o custo será equivalente a 0,4% do custo total da instalação. ou seja, é quase insignificante.

um ponto que poderia ajudar a impulsionar o uso correto e recomen-dado pelas normas desses equipamen-tos seria a certificação das instalações elétricas, uma reivindicação antiga dos especialistas do nosso setor. nes-se sentido, está sendo aguardado por parte do governo um regulamento oficial de certificação de instalações, algo que poderá ocorrer em breve e que, se for confirmado, poderá ser um divisor de águas em termos de qualidade das instalações no Brasil. É aguardar para ver.

Tendência é que disjuntores

agreguem elementos

eletrônicos e se tornem mais

inteligentes.LEAndro souzA

schnEidEr ELEctric

gEos disjuntores da Linha Q são produzidos em caixa moldada, com elementos de pro-teção térmico e magnético fixos, corrente nominal de 10 a 250a, nas versões de 1, 2 e 3 polos e tensão máxima de serviço de 415Vca. eles são fabricados conforme a norma uL 489 e as peças ultrapassam a marca de 10.000 operações mecânicas. os modelos tQc, tHQc, tHHQc, tQL e tHtL são fabricados com barra de disparo in-terna que assegura a abertura de todos os polos do disjuntor.

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potência 27

EAtonentre os destaques da empresa estão os disjuntores termomagnéticos série FaZ, indicados para instalações de baixa ten-são em edifícios comerciais, residenciais e industriais. os produtos contam com dis-parador magnético, indicador de status do disjuntor, disparador térmico, trava para fixação rápida em trilho Din e câmera de extinção de arco.

gEos minidisjuntores da empresa são des-tinados à proteção de circuitos elétricos contra sobrecarga e curto-circuito. eles são encontrados com 1, 2 ou 3 polos, nas correntes nominais de 0,5 a 125a, e nas curvas de disparo B, c e D. são projeta-dos e testados conforme a iec 60898 e iec 60947-2, e contam com vários acessórios como contatos auxiliares e de alarme, bobinas de disparo e de mínima tensão, mecanismo motorizado e trava para cadeado.

ELEtromAros disjuntores residenciais da empresa possuem selo de conformidade inmetro e estão disponíveis nas seguintes versões: nema: monopolar, bipolar e tripolar, de 10 a 100a, com capacidades de interrupção que variam de 3 a 5ka. e iec: monopolar, bipolar e tripolar, de 0,5 a 125a, curvas de atuação B, c, e D, com capacidades de in-terrupção que variam de 3 a 20ka.

schnEidEr ELEctrica Linha easy9 traz uma família comple-ta de dispositivos modulares de prote-ção, composta por disjuntor, diferencial residual (foto), dispositivo de proteção contra surtos (Dps), quadro elétrico e acessórios. o sistema proporciona segu-rança e versatilidade de instalação e fun-cionamento e é indicado para ambientes comerciais e residenciais. os disjuntores da linha são encontrados com 1, 2 ou 3 polos, com corrente nominal de 2 a 125a e curvas B e c.

LorEnzEttia empresa possui disjuntores nos padrões Din e Bolt-on podendo ser unipolar, bipolar ou tripolar com correntes que variam entre 10 e 63a para o Din e 10 e 100a para o Bolt-on. como complemento da linha de disjuntores Din, a companhia agora conta com os interruptores diferenciais residuais (o iDrs), que detectam qualquer fuga de corrente elétrica acima de 30ma e inter-rompem automaticamente o circuito elétri-co, impedindo assim um choque por con-tato direto ou indireto com os aparelhos.

siEmEnsa linha de disjuntores 5sY7 é o destaque da empresa no que se refere à alta capaci-dade de interrupção, sendo especialmente indicada para instalações de grande porte como shoppings centers, supermercados, hospitais, data centers e outras plantas alimentadas por grandes transformadores, onde os níveis de curto circuito são muito elevados, incluindo o segmento industrial.

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mercado

potência

Disjuntores resiDenciais

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stEcka linha de mini disjuntores steck é cons-tituída por equipamentos com tensão de trabalho 230/400V; correntes nominais de 2 a 125a; corrente de curto-circuito de 3, 4,5 e 6ka e grau de proteção ip20 ou ip40 (montado em painel). as peças possuem disparadores termomagnéticos para pro-teção contra sobrecarga e curto-circuito e mecanismo de “disparo livre”, garantindo a atuação mesmo com a alavanca de aciona-mento travada na posição “liga”. elas estão disponíveis nas versões monopolar e bipolar com curva de disparo B e monopolar, bipolar e tripolar com curva de disparo c.

ALumbrAa empresa disponibiliza uma ampla gama de disjuntores Din-aLBr. as peças contam com terminais para cabo e barramento em ambos os lados, indicador de status ligado e desligado e manoplas coloridas para cada faixa de corrente nominal. são equipados com bornes protegidos, bobina e bime-tal de alto desempenho e são ensaiados segundo a norma aBnt nBr nM 60898 - aprovados como equipamento classe 1. eles são encontrados nas correntes nomi-nais de 6 a 63a, nas versões mono, bi e tri-polares, com capacidade de ruptura de 3ka em 240/415V~ e 4,5ka em 127/240V~.

WEgDesenvolvida para a proteção de mo-tores, geradores, circuitos elétricos e transformadores, a linha de disjuntores em caixa moldada WeG possui capacida-de de interrupção de curto-circuito até 80ka (380/415V) e uma diversidade de recursos. o modelo DWp, tripolar, oferece proteção de instalações elétricas contra sobrecargas e curto-circuito em corren-tes de 100 a 225a, com capacidade de interrupção de 22ka.

FAmEa empresa tem uma linha completa de disjuntores termomagnéticos, com opções no padrão Din com peças de 1, 2 e 3 po-los, até 63a, com certificação conforme a norma aBnt nBr nM 60898; e no padrão nema com peças de 1, 2 e 3 polos, até 60a, com certificação conforme a iec 60947-2. as soluções, com bornes protegidos e ma-nípulo único para bipolar e tripolar, são indicadas para instalações residenciais, comerciais e industriais.

Abbos minidisjuntores termomagnéticos aBB sH200, da Linha Home, são destinados à proteção dos condutores que compõem as instalações elétricas contra sobrecarga e curto-circuito. certificados pelo inme-tro, eles têm características construtivas robustas com componentes 100% metá-licos, correntes nominais de 2 a 63a e es-tão disponíveis em 1, 2, 3 ou 4 polos, com curvas de disparo B ou c e níveis de rup-tura de 3 a 6ka. 

mArgiriusos disjuntores da empresa para uso resi-dencial são fabricados no padrão Din e certificados de acordo com a norma aBnt nBr nM 60898. Destinados ao uso geral (curva c), possuem capacidade de inter-rupção de 3Ka, versões de 1, 2 e 3 polos e correntes nominais entre 4 e 63a. as alavancas permitem comutação firme e indicadores coloridos auxiliam a identi-ficação dos estados ligado/desligado. in-ternamente, os disjuntores possuem uma ampla câmara extintora de arco elétrico, que contribui para uma longa vida útil dos contatos.

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PiAL LEgrAndos disjuntores unic Bolt-on são indicados para a proteção das instalações em resi-dências e ambientes comerciais. as peças possuem porta-etiqueta para identificação dos circuitos, parafusos com fenda mista para chave de fenda ou philips e podem ser instaladas em qualquer sentido, pro-porcionando liberdade de ligar a linha e carga em qualquer um dos polos.

WEgos minidisjuntores MDWH foram desen-volvidos para a proteção de instalações elétricas contra sobrecarga e curto-circui-to. possuem correntes de 2 a 125a e se encontram nas versões monopolar, bipolar, tripolar ou tetrapolar, com capacidade de interrupção de  3 a 10ka - nBr nM 60898 (residencial) e de 5 a 10ka - iec/en 60947 (industrial).

soPrAnoos mini disjuntores da empresa seguem a norma nBr iec 60947-2, com opções de peças com 1, 2 ou 3 polos e grau de pro-teção ip40. eles têm corrente nominal de 6 a 125a, tensão máxima de isolamen-to de 415Vca, curva de disparo c - 5a 10Xin e possibilitam a conexão de fios e cabos de 1,5 até 35,00mm2 (até 63a) e 50mm2 (70a~125a).

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Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

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Editorial

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Roberto VarotoDiretor Colegiado [email protected]

Ressarcimento: para vender mais e em todo o Brasil

ressarcir, empresa paulista especializada no assunto, a dedução no custo gira de 20% a 25% das saídas interestaduais.

o direito ao ressarcimento está deter-minado no regulamento do icMS e os re-vendedores passaram a enxergar o benefício como forma de minorar o custo embutido da substituição. a portaria cat 17/99, que regulamenta o ressarcimento, é complicada, mas certamente é a saída para tornar a St viável e vale a pena usá-la.

primeiramente deve-se ter ciência de que para se ressarcir do icMS-St e credi-tar-se do icMS da operação própria do fa-bricante, a empresa deverá se submeter a um controle de movimentação de estoque e, consequentemente, do cadastro de mer-cadorias. Esta etapa muitas vezes é difícil de ser concluída, pois pode requerer o sa-neamento de operações comerciais e fis-cais. E aqui entra a mão do administrador: não permitir que a rotina comercial atro-pele o controle fiscal de forma a prejudicar sua empresa. deve haver um comprometi-mento por parte do empresário em adotar e cobrar de seus funcionários uma postura positiva e proativa na solução dos proble-mas detectados.

passada toda a preparação, todo o tra-balho fica evidenciado nas planilhas obriga-tórias da cat 17/99 e registrado de forma a permitir o lastro, futuramente, da opera-ção de entrada que resultou na saída para outro estado, para conferência dos créditos.

com a implantação dos métodos, os re-sultados apresentam-se eficazes quanto ao

retorno. não é difícil visualizar todo o ciclo: na entrada da mercadoria no seu estoque, você já pagou todo o icMS quando comprou da fábrica. custo. na venda a outro estado, recolhe o icMS interestadual – mais custo. Este preço final diminui nossa competitivi-dade. o ressarcimento mostra-se neste mo-mento: o imposto pago na aquisição a título de icMS-St e o imposto sobre a operação do fornecedor voltam como crédito na apura-ção do imposto, ou seja, vão abater o icMS a pagar todo mês. E podem transformar-se em crédito acumulado conforme o volume de vendas interestaduais.

através deste editorial, quero evidenciar que devemos cumprir com nossas obriga-ções, mas, também, não podemos esquecer-no s de fazer valer os nossos direitos.

por isso, caro leitor, busque ajuda espe-cializada na apuração e procedimentos neces-sários para o correto ressarcimento do icMS-S t como, por exemplo, a empresa ressarcir, um braço da Fatto consultoria, tradicional es-critório que tem como foco a assessoria nas operações sujeitas à Substituição tributária, ministra cursos sobre o tema e atua com re-conhecido profissionalismo e seriedade pelo mercado, a quem agradeço, inclusive, o for-necimento das informações para esta coluna.

o ressarcimento é um diferencial que coloca a empresa beneficiada à frente dos seus concorrentes: ainda poucos o conhe-cem e o imposto restituído passa a ser di-nheiro em caixa. o seu problema será decidir se este crédito vai virar margem de lucro ou mais vendas para fora do estado.

Inviável é um bom adjetivo para a Substituição tributária - do ponto de vista dos contribuintes. É uma história de muitos momentos, todos difíceis,

no qual fomos lançados a partir de 2008.inicialmente, o recolhimento antecipado

do icMS sobre os estoques tirou o sono de boa parte dos revendedores, deixando-nos com o caixa comprometido e com receio de um futuro inviável. Em seguida, a adapta-ção às regras e o pleno entendimento do custo - agora nas aquisições, exigiu que os empresários investissem principalmente em treinamento para si e seus funcionários, na tentativa de viabilizar aquele presente com MVas, protocolos, códigos fiscais e tantos outros assuntos com que tivemos que pas-sar a conviver desde então.

passados os primeiros momentos e com a Substituição tributária já assimilada pelo mercado, outra face negativa pesa sobre nós: a falta de competitividade fora de São paulo. Este é um importante entrave para um mercado acostumado a ser um fornecedor competitivo para todo o país. por quê? por-que pagamos o imposto na compra e paga-mos novamente na saída interestadual. E o preço final deste produto, obviamente, fica pelas alturas com tamanha carga embuti-da, bem diferente do nosso desempenho comercial lá fora.

Uma saída árdua, mas completamente legal, é o ressarcimento do icMS-St. Vale di-zer que superados os obstáculos da implan-tação do sistema, o ressarcimento não é só legal, mas compensador. Segundo dados da

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RevendedorA Diretoria da Abreme agradece sua participação na pesquisa,

fundamental para a qualidade do trabalho.

Pesquisa Apoio de Divulgação Realização Entidade Beneficiada

PrêmioABREMEF O R N E C E D O R E S

2013

A pesquisa relativa ao Prêmio Abreme Fornecedores 2013, realizada pela NewSense, está encerrada e em breve divulgaremos as empresas

finalistas deste ano.

Dia 05 de dezembroEsporte Clube Sírio - São Paulo - SP

Informações: (11) 5077-4140

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pErFil do aSSociado

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ação

A nSB distribuidora de Materiais Elétricos ltda - nova Sul Brasil é uma empresa distribuidora de materiais elétricos de baixa tensão e alguns complementos na linha de ferramen-tas e acessórios para telefonia, tV e informática. Fundada

em 2004, a nova Sul Brasil conta atualmente com 30 colaboradores diretos e 20 indiretos. Sediada em porto alegre, atua atendendo as

demandas do pequeno e médio comércio varejista no rio Grande do Sul. possui uma equipe de consultores comerciais internos, bem como atua também através de sua equipe de representantes comerciais ex-ternos. todas as entregas são programadas e distribuídas em logística própria para a região metropolitana de porto alegre e litoral norte, para as demais regiões são atendidas com logística contratada.

Qualidade no atendimento e no portfólio

Como tudo começou“Quando olhamos para trás sabemos

que nossa relação com o segmento de ma-terial elétrico começou há bem mais tem-po, mais precisamente no fim da década de oitenta quando nosso falecido pai claudio Maier encontrou um produto chamado foto-célula em uma gôndola de supermercado”, conta rogério tavares Maier, sócio-diretor da nova Sul Brasil.

Foram os mais de 15 anos de atuação como representantes comerciais que pre-pararam os irmãos e sócios ricardo tavares Maier e rogério tavares Maier para o desa-fio chamado nova Sul Brasil distribuidora.

desde sua criação como distribuidora de materiais elétricos, em 2004, a nova Sul Brasil vem evoluindo para oferecer os me-lhores produtos e soluções a seus clientes.

Hoje são mais de 2.700 produtos em seu portfólio, que buscam atender as deman-das dos mais de 2 mil clientes do comércio varejista no Estado do rio Grande do Sul.

ao longo de sua trajetória de nove anos, a empresa vem obtendo um excelente cres-cimento e reconhecimento de seus parcei-ros, que têm se identificado à proposta da empresa, que é focada em proporcionar agilidade na entrega, qualidade e garantia dos produtos e marcas que distribui, além de reconhecer o alto valor de cada um dos seus parceiros, sejam clientes, fornecedores ou colaboradores que atuam junto à nova Sul Brasil.

o negócio da nova Sul Brasil é comer-cializar e distribuir materiais elétricos, fer-ramentas, acessórios de telefonia, de tV e

transmissão de dados. Sua missão visa ser o canal de distribuição dos suprimentos ne-cessários aos clientes, de forma ágil e com-prometida, objetivando lucro e desenvolvi-mento para todos os integrantes da cadeia. “a nova Sul Brasil tem como visão ser uma empresa referência na distribuição de ma-teriais elétricos no Estado do rio Grande do Sul, mas não basta apenas possuir produ-tos e preços competitivos, mas sim oferecer serviços que agreguem valor como: agilida-de logística, compromisso de cumprir o que promete, inovação, garantia nos produtos que distribui e o respeito e valorização aos parceiros, sejam eles clientes, fornecedores e colaboradores, enfim, todas as pessoas envolvidas em nossos processos”, explica ricardo tavares Maier, sócio-diretor.

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Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

potência 33

Foto: divulgação

rua oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde04151-040 - São paulo - Sptelefone: (11) 5077-4140

Fax: (11) 5077-1817e-mail: [email protected]

site: www.abreme.com.br

Membros do Colegiado Roberto Said Payaro

Nortel Suprimentos Industriais S/A Francisco Simon

Portal Comercial Elétrica Ltda. Marcos Augusto de Angelieri Sutiro

Comercial Elétrica PJ Ltda. José Jorge Felismino Parente

Bertel Elétrica Comercial Ltda. José Luiz Pantaleo

Everest Eletricidade Ltda. Roberto Varoto

Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda. Paulo Roberto de Campos

Meta Materiais Elétricos Ltda.

Conselho do Colegiado Carlos Soares Peixinho

Ladder Automação Industria Ltda. Daniel Tatini

Sonepar Nemias de Souza Nóia

Elétrica Itaipu Ltda.

Secretária Executiva Nellifer Obradovic

Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

FUndada EM 07/06/1988

a nova Sul Brasil busca sempre manter um atendimento de qualidade oferecendo in-formações úteis e diferenciais aos seus parcei-ros. o resultado desse diferencial competitivo é a evolução em faturamento. Em 2012, a nSB obteve um crescimento de 20% em seu faturamento, e a meta prevista para 2013 é crescer 30%. “Sim, nossos números são au-daciosos, pois de acordo com a sondagem setorial realizada pela abinee (associação Brasileira da indústria Elétrica e Eletrônica), a projeção de crescimento médio do setor varia entre 8% e 14% para 2013”, comenta rogé-rio tavares Maier. “Mas nossa perspectiva de

faturamento é influenciada, principalmente, pelos nossos investimentos em infraestrutu-ra e tecnologia, aliados às parcerias firmadas com empresas fornecedoras reconhecidas nacionalmente, buscando maior expressão em nosso estado”, completa rogério Maier.

a nSB investe em inovação. Em 2010 ini-ciou projetos neste sentido, e o primeiro passo foi a busca por uma nova sede, com melhor infraestrutura, segurança e maior capacida-de de armazenamento, investindo também em equipamentos modernos que otimizam os processos e a acuracidade do estoque. o segundo projeto de inovação foi na área de

ti (tecnologia da informação) para implanta-ção de uma nova ferramenta de gestão, mais eficiente, estratégica e integrada, capaz de apoiar desde a gestão operacional (financei-ro, compras, estoque e contratos) até o rela-cionamento com seus clientes (crM, Vendas e campanhas).

o Sistema de Gestão (Erp) entrou em operação em janeiro de 2013. todos os 30 colaboradores e os 20 indiretos foram trei-nados e desenvolvem suas atividades diárias utilizando o novo sistema de gestão. desta forma a empresa é capaz de se manter mais competitiva no mercado.

Diferencial competitivo e inovação

aproximando parceiros

rogério Tavares maier e ricardo

Tavares maier, diretores da

Nova sul brasil.

a satisfação dos clientes, inovação, compromisso, respeito e valorização das pessoas são os valores seguidos pela nova Sul Brasil. E, para responder às expectativas geradas pelos seus norteadores a empre-sa desenvolve desde 2010 o projeto ciclo de palestras.

o evento ciclo de palestras tem como foco atender às necessidades e expectativas dos clientes varejistas sobre as mais diversas linhas de produtos, determinações normati-vas, lançamentos e novidades no segmento de materiais elétricos. a palestra-treinamento é desenvolvida pelo fornecedor-convidado, mas toda a equipe nova Sul Brasil participa, desenvolvendo assim uma alternativa para aproximação, favorecendo as relações sociais e comerciais com seus clientes, impactando também no resultado.

como diferencial, e para fortalecer e consolidar a marca do fornecedor-pales-trante, após a palestra é realizada a cha-mada “rodada de negócios”. a rodada de negócios é a grande oportunidade dos clientes-con vidados adquirirem os produ-tos destas marcas em condições exclusivas.

Em 2013, a grande novidade é a “con-fraria do Sucesso”, encontros mensais que proporcionam oportunidades para o contínuo desenvolvimento das suas equipes e parceiros comerciais para as mudanças exigidas hoje. “Queremos manter nossos colaboradores e parceiros comerciais (representantes) alinha-dos ao mercado, conectados, bem informados e prontos para administrar as necessidades e expectativas dos clientes. a nova Sul Brasil hoje é muito mais que uma distribuidora, é uma consultoria em materiais elétricos. pre-cisamos estar preparados e queremos que todos que nos acompanham também este-jam prontos e com soluções para atender às

exigências do mercado”, ex-plica ricardo tavares Maier.

Em 2014 a nova Sul Brasil completará 10 anos. É uma empresa jovem, mas tem compromisso com as

gerações futuras. pensando nisso acom-panha diariamente as mudanças ocorridas no mundo e no mercado. Sempre atenta às novidades e lançamentos que os parceiros-

-fornecedores desenvolvem, bem como as mudanças normativas e requisitos técnicos que contribuem para um mundo cada vez mais sustentável.

Page 34: Revista Potência - Edição 95 - setembro de 2013

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áreas classificadas - legislação

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por que as normas

Base normativa Brasileira para áreas classificadas está entre as mais

modernas do mundo, mas ainda é grande o número de empresas e

usuários que não seguem as exigências.

reportagem: marcos orsolon

Por mais de uma vez destacamos nesse caderno a evolução nor-mativa no setor de atmosferas explosivas no Brasil. Desde que

o país optou por se alinhar à iEc, há pouco mais de 30 anos, o número de normas para este segmento se multiplicou de forma ex-pressiva e, hoje, contamos com o que há de mais moderno no mundo.

Mas aí surge uma questão das mais importantes: estas normas são cumpridas por empresas e profissionais? infelizmente, a resposta não é a esperada. o que vemos no Brasil é o cumprimento parcial dessas normas e, ao que tudo indica, ainda esta-mos longe de atingir um patamar aceitável, o que explica a ocorrência de vários aciden-tes em todo o país.

Mas antes de entrar nos porquês des-sa situação, vamos entender melhor por-que as normas existem. a grosso modo, as normas são criadas para se estabele-cer regras, ou parâmetros mínimos, que devem ser seguidos para que haja certa ordem na sociedade. no caso específico das áreas classificadas, há ainda aspec-tos relacionados à garantia da seguran-ça do patrimônio e das pessoas, e pontos ligados ao desempenho dos produtos e equipamentos.

E nesse contexto, um ponto importante é que essa base normativa não se restringe às normas técnicas nacionais e internacio-nais voltadas ao setor de áreas classifica-das. Há uma ampla legislação que, direta ou indiretamente, se relaciona com o setor

de atmosferas explosivas. Uma legislação composta por normas Regulamentadoras do Ministério do trabalho e Emprego, leis ambientais de âmbito federal, estadual e municipal, decretos, resoluções, portarias, instruções normativas e até mesmo as di-retrizes internas das empresas.

Vale ressaltar que todo este calhamaço deve, ou pelo menos deveria, ser visto como um facilitador no dia a dia das empresas e profissionais, e não como algo que se tem a obrigação de seguir. até porque as Leis e as normas técnicas são desenvolvidas tendo como base acidentes passados ou a experiência prática vivenciada, por isso devem servir como referência.

por exemplo, não faz sentido um de-terminado profissional perder tempo ela-

não são cumpridas?

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Apoio Institucional:Apoiador:

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áreas classificadas - legislação

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Apoio Institucional:Apoiador:

borando um novo sistema de aterramen-to para uma determinada máquina, se já existem normas internacionais que indi-cam como ele deve proceder nesse tra-balho, inclusive apontando que tipo de produto deve ser utilizado e como a ins-talação deve ser executada.

ou seja, as normas devem ser vistas

como aliadas e não como inimigas. “temos que prestar bastante atenção no universo dessas documentações porque podemos ser beneficiados ou prejudicados pelo não entendimento ou não atendimento dessas normas”, afirma Marcelo anan, que é ge-rente de Meio ambiente, Saúde e Seguran-ça do trabalho de uma multinacional ame-

ricana, que faz um alerta sobre os riscos ao não se cumprir a legislação: “Quando falamos em legislação, em Lei, devemos cumprir. porque se não cumprir alguém pode responder a um processo criminal, a empresa pode ser multada e, no caso de haver um acidente, há também o risco de ter de pagar indenizações”.

situação é melhor no âmbito dos equipamentos

Podemos ser beneficiados ou

prejudicados pelo não

entendimento ou não atendimento

das normas.Marcelo anan

ao analisar o mercado de áreas classi-ficadas como um todo, observamos que o cumprimento da legislação vigente apresen-ta variações. por exemplo, quando falamos de procedimentos e serviços, como a realiza-ção de um estudo de classificação de área, a situação é mais complicada, visto que hoje, no Brasil, a maior parte das empresas não faz o ‘dever de casa’.

De outro lado, quando se tratam de nor-mas técnicas para produtos para atmosferas explosivas, notamos que a maioria absoluta dos fabricantes segue à risca as determina-ções normativas, principalmente no caso de equipamentos para gases e vapores inflamá-veis, que desde o início dos anos 90 possuem a exigência de certificação compulsória.

“Em 1991 se começou a exigir essa certificação e teve um prazo de adaptação.

Hoje, o que vemos no mercado é que, quan-do se tratam de equipamentos fabricados no Brasil, as empresas realmente têm buscado a certificação”, comenta ivo Rausch, gerente de projetos da project-Explo.

o problema, segundo Rausch, tem ocor-rido quando as empresas efetuam a impor-tação de produtos. “na parte de equipamen-tos para gases e vapores ainda percebemos uma falha com relação a esses importados. porque, muitas vezes, é feita a importação de equipamentos com certificação estrangei-ra, porém, isso não atende às exigências do inmetro. a exigência é que se faça uma cer-tificação especial de produtos importados, que, na verdade, é uma validação da certi-ficação estrangeira aqui no Brasil. isso nós não vemos o pessoal cumprindo”, observa.

ivo Rausch explica que para conseguir

esta validação o representante no Brasil do fabricante do equipamento, que é quem está comercializando este produto aqui, deve ir a um organismo certificador do inmetro e solicitar a certificação especial de equipa-mento importado.

na verdade, este é um processo mais simples do que o da certificação de um produto feito no país, que exigiria ensaios, documentos, etc. para essa certificação es-pecial exige-s e apenas a avaliação dos do-cumentos de certificação do equipamento importado. E, se estiver tudo certo, há a sua validação no Brasil. “É uma exigência legal que o pessoal não tem cumprido. E esse pessoal pode ser cobrado por isso, mesmo que o equipamento já esteja instalado, o que complica ainda mais a situação”, com-pleta Rausch.

a situação dos equipamentos para po-eiras e fibras combustíveis é um pouco dife-rente das soluções para gases e vapores. isso porque a exigência da certificação é mais re-cente, de 2010, com prazo de adequação que

expirou em maio desse ano. ou seja, apenas agora os equipamentos co-mercializados no Brasil – fabricados aqui ou importados -, devem estar certificados. “Só que isso ainda está numa fase de adaptação. Há muitas empresas nacionais e que importam indo atrás da certificação, já com equipamentos certificados. Mas como se trata de uma exigência mais

recente, vemos que isso ainda não está sen-do totalmente cumprido”, afirma ivo Rausch.

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empresas de menor porte apresentam mais problemas

no que diz respeito ao cumprimento da legislação relativa a áreas classificadas, especialistas enxergam um problema cul-tural grave no mercado brasileiro, onde é fácil identificar dois grupos: o das grandes corporações nacionais e multinacionais que têm uma política mais séria em relação à se-gurança; e outro formado por empresas de pequeno e médio porte que, geralmente, não apresentam essa preocupação e, portanto, concentram maiores chances de acidentes em seus parques fabris.

“Quando a empresa tem uma cultu-ra voltada para a segurança, como ocorre numa grande multinacional, a legislação é cumprida. agora, nas empresas sem essa cultura da segurança a situação depende de alguns fatores como, por exemplo, se já teve uma fiscalização”, cita ivo Rausch.

ou seja, apesar dos avanços recentes, o que move a maioria das empresas ainda é o medo da fiscalização, que pode levar a multas e até interdição. “Salvo raríssimas exceções é isso o que acontece. o empre-sário, nesse caso da segurança, não enxerga os benefícios que o cumprimento da legisla-ção pode trazer. Ele investe mais na produ-ção. os investimentos na segurança ficam em segundo plano. a menos que venha uma fiscalização, ou que ele já tenha passado por um acidente na fábrica, o que é lastimável. infelizmente, no Brasil é a cultura do deixa como está para ver como é que fica”, la-menta Rausch, que completa: “Só mesmo uma fiscalização mais eficaz fará com que a legislação seja cumprida de forma mais eficiente. E isso vale para tudo, para equi-pamento, classificação de área, para ações para reduzir os riscos, quer dizer, para todos os procedimentos e serviços”.

para Marcelo anan um problema no tra-balho de fiscalização realizado hoje é que ele está muito focado nas grandes empre-

sas. “não diria que a fiscalização é incipiente no Brasil, mas o foco maior são as empresas grandes porque a concentração de risco é maior. Mas em contrapartida, há uns cinco anos, uma empresa de solventes de Diadema (Sp) sucumbiu a uma explosão justamente porque não tinha fiscalização. Então, acho que faltam recursos ao poder público para dar suporte e fazer uma cobrança maior das empresas pequenas. porque se o fiscal não vai até elas e emite uma multa, uma notifi-cação alertando que existe o risco e o perigo, não acontece nada”, alerta anan.

ivo Rausch, da project-Explo, acredita que ainda falta o empresário entender que segurança não é gasto, mas investimento. “apenas quando ele começar a ver isso como investimento haverá uma mudança cultural dentro da empresa. porque hoje, uma frase que ainda ouvimos muito é: ‘tra-balho há muitos anos dessa forma e nunca aconteceu nada’. Mas não é porque nunca aconteceu nada que não irá acontecer. Essa mentalidade precisa mudar, pois o resultado pode ser desastroso, com prejuízos enormes e até perda de vidas”, dispara o engenheiro da project-Explo.

De fato, a segurança é ponto principal a ser considerado pelo empresário quando fa-lamos de áreas classificadas, sendo o bene-fício mais evidente quando ele exige o cum-

primento das normas em sua plan-ta fabril. no entanto, as vantagens para quem cumpre a legislação vão muito além, podendo, inclusive, le-var ao aumento da competitividade.

“Essa parte de competitivida-de é muito clara, pois uma pessoa que tenha o mapeamento dos ris-cos e o gerenciamento adequado desses riscos, com tecnologia ade-

quada, estará bem competitivo. isso não só na parte de custos, mas também de tecno-

traBalho de

fiscalização mais

eficiente é fundamental

para induzir empresas

de todos os portes a

aplicarem as normas.

apesar dos avanços

recentes, o que move a maioria

das empresas ainda é o medo da fiscalização.

ivo rauschproject-explo

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áreas classificadas - legislação

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logia perante os concorrentes. Sem contar a parte de segurança das pessoas, do patri-mônio e da imagem da empresa”, ressalta Marcelo anan.

a competitividade também é beneficia-da quando a empresa cumpre as normas Re-gulamentadoras do Ministério do trabalho e Emprego, uma vez que, além de elevar o nível de segurança dos trabalhadores, são evitadas multas que podem ser pesadas e, em situações mais críticas, até a interdição

de uma linha de produção. E se a produção parar o prejuízo será enorme.

Sem contar que o prejuízo financeiro em caso de acidente pode ser significativo. pri-meiro, porque pode haver mortes e danos graves à saúde dos trabalhadores. Segun-do, porque os danos materiais em casos de explosões, incêndios e vazamentos podem ser enormes, inclusive sob o risco de destruir completamente a empresa. Há também a chance de provocar uma catástrofe ambien-

tal, o que também acarretaria em prejuízos à imagem da companhia.

ao analisar a situação, nelson López, presidente da associação Brasileira para a prevenção de Explosões (aBpEx), é enfáti-co: “a situação vai mudar apenas quando o empresário entender que a aplicação da segurança não é simplesmente para aten-der a legislação. Mas sim para melhorar seu desempenho para que as coisas fun-cionem melhor”.

fatores que levam ao não cumprimento das normas

Uma pergunta óbvia surge quando ten-tamos entender o porquê do descumprimen-to à legislação referente a áreas classifica-das: se há grandes riscos e prejuízos envol-vidos, por que as empresas insistem em não atender às normas?

os fatores são variados e passam pelo já citado problema cultural, indo até o pre-ocupante descaso de alguns empresários. pelo lado financeiro, muitos empresários

tentam argumentar que não têm dinheiro suficiente para investir num bom trabalho de classificação de área e na consequente adoção de medidas para tornar suas fábri-cas mais seguras.

Mas como fica a situação se houver um acidente? como já foi citado, o empresário ainda não enxerga os gastos em segurança como um investimento que pode trazer ga-nhos. Seu foco está concentrado em produzir

e entregar para o cliente, sem analisar quais as possíveis consequências de não cuidar da parte de prevenção.

outro ponto a ser considerado é o des-conhecimento. E aqui há controvérsias. De fato, há um grande número de normas e legislações no mercado e pode ocorrer do empresário não conhecer todas. E se ele não conhece, não cumpre. também há situações de empresas menores que não contam com

Foto: Dreamstime

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ivo Rausch, no entanto, alerta que tem muita gente usando o argumento do des-conhecimento para esconder um problema maior: o descaso. Ele cita que muitas vezes ocorre das empresas fazerem o trabalho de classificação de área e receberem o relató-rio onde são apontados os pontos que não estão adequados, mas elas não tomam ne-nhuma atitude. ou seja, não é por falta de conhecimento sobre os problemas.

“Em alguns casos vemos até empresas que já tiveram eventos, como explosões me-nores, princípios de incêndio, enfim, não dá para dizer que esse pessoal não reconhece o risco. Eles sabem que existe o risco, mas vão empurrando com a barriga. E isso pode culminar num acidente de grandes propor-ções”, conclui Rausch.

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tecnologia

Melhor aproveitamentoSolução diSponibilizada pela nexanS permite que

linhaS de tranSmiSSão Sejam recapacitadaS e paSSem a

tranSportar um volume maior de energia.

RepoRtagem: paulo maRtins

vas linhas de transmissão são consideráveis.Um dos caminhos encontrados pelo mer-

cado consiste na recapacitação de linhas de transmissão de energia. conforme explica Marco Vitiello, diretor-presidente da nexans Brasil, a proposta é substituir os cabos das redes existentes por outros mais eficientes, de forma que se consiga transmitir uma carga maior, evitando em alguns casos a constru-ção de novas linhas.

para esse fim, a empresa oferece as fa-mílias de cabos aeroZ™ e lo-Sag™, que em substituição aos produtos convencionais conseguem dobrar a capacidade de transmis-são de energia de uma linha.

os cabos são aplicáveis tanto em áreas urbanas, onde é caro e demorado promover desapropriações necessárias para a cons-trução de novas redes, quanto em regiões de floresta, evitando novos desmatamentos.

Um dos diferenciais dos produtos é a construção do condutor no formato da letra “Z”. os fios são intertravados, proporcionan-do uma superfície mais lisa e de melhor aero-dinâmica. “nos cabos convencionais os fios de alumínio são redondos, o que diminui a área de transmissão quando colocados lado a lado, devido à área estelar. com o design que adotamos, o encaixe é perfeito, aumentando a área de transmissão”, compara Vitiello.

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O consumo crescente de energia, combinado com uma série de restrições envolvendo o uso do território físico, gerou nos últi-

mos anos um grande desafio para as esferas governamentais e empresas do setor elétri-co: atender uma demanda cada vez maior de eletricidade, sem aumentar os impactos am-bientais atuais. no Brasil, levar energia dos pontos de geração para as regiões consumi-doras tornou-se uma epopeia, por conta da necessidade de passar por áreas densamen-te povoadas ou protegidas. as dificuldades econômicas, técnicas e legais para criar no-

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tecnologia

a nexans divulgou os resultados finan-ceiros globais do grupo no primeiro semes-tre de 2013. no segundo trimestre as vendas tiveram o expressivo crescimento de 9%, em relação aos três primeiros meses do ano.

no primeiro semestre de 2013 as ven-das totalizaram 3,412 bilhões de euros, nos preços atuais de metais não-ferrosos, comparados aos 3,577 bilhões de euros do mesmo período de 2012.

Considerando os preços constantes de metais não-ferrosos, as vendas foram de 2,351 bilhões de euros, contra 2,398 bilhões de euros em 2012 - contração orgânica de 3,4% para o grupo. os dados foram divul-gados em evento realizado no dia 19 de setembro, em são paulo, quando a compa-nhia também analisou a situação atual do mercado brasileiro e as perspectivas futuras.

entre os trabalhos de maior repercus-são no primeiro semestre desse ano, des-taque para o fornecimento exclusivo de produtos para dois estádios que serão uti-lizados na Copa do mundo de 2014. a em-presa forneceu cabos de baixa tensão livres de halogênio e de média tensão para a are-na Dunas, em natal (Rn), e cabos de baixa tensão (afitox), média tensão e de cobre nu para a arena da amazônia, em manaus. “Fizemos algum fornecimento para quase todos os estádios”, comemora marco Vi-

economia em recuperação

outra característica especial apontada pela nexans envolve a alma do cabo (nú-cleo do condutor de energia), que pode ser de alumínio ou aço (aeroZ™) ou de fibra de carbono (lo-Sag™).

Segundo a empresa, a tecnologia desen-volvida dá aos cabos maior resistência mecâ-nica e menor peso. “esta resistência diminui o balanço do cabo ao vento e também a dila-tação em direção ao solo, podendo diminuir a altura necessária das torres e permitindo

maior distância entre elas”, complementa Vi-tiello. ou seja, mesmo no caso de construção de uma nova linha, a otimização global do projeto pode permitir que se utilizem torres mais baixas e/ou mais distantes entre si, re-duzindo a interferência no ambiente.

conforme informa a nexans, a aceitação dessas soluções por parte do mercado tem sido positiva. inclusive, a primeira instala-ção do cabo lo-Sag™ no mundo aconte-ceu no Brasil. o produto foi empregado na recapacitação de uma linha da light no Rio de Janeiro. o objetivo era disponibilizar mais energia à população, mantendo a mesma estrutura de torres.

José Benedito costa araújo, porta-voz da light, aprovou a experiência. “esse momento foi um divisor de águas para nós, pois deixa-mos de usar cabos de alumínio com alma de aço convencionais para usar cabos que nos permitem aproveitar as mesmas estruturas e transmitir muito mais potência”, destaca.

a especificação do cabo aeroZ™ per-mitiu dobrar a capacidade de transmissão de energia de uma rede de ouro preto (Mg) aproveitando a linha e as estruturas exis-tentes. “no nosso entendimento, a utiliza-ção do cabo possibilitaria uma redução de custos em função da maior capacidade de transporte de energia”, justifica Wesley de Souza, porta-voz da cemig.

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tiello, dire tor-presidente da nexans Brasil.e mais: a nexans ganhou a concorrên-

cia para fornecer 17,5 toneladas de cabos de alumínio para linhas de transmissão da usina Hidrelétrica teles pires (mt/pa).

Vitiello destacou que mesmo quando acabar a fase de implantação de novas li-nhas de transmissão no Brasil ainda restará a oportunidade de se fazer o retrofit das re-des antigas. “Depois desse ciclo de grandes construções que vão buscar energia à dis-tância terá de haver o ciclo de recuperação do que foi feito. Caso contrário, aparecerão os custos da ineficiência, como vemos hoje no setor de transportes. temos estradas que eram uma maravilha quando construídas, há 30 anos, e que hoje não dá para passar. tudo na vida tem desgaste”, alerta.

Vitiello falou também sobre os inves-timentos da nexans no Brasil, onde a em-presa mantém duas fábricas e escritórios, empregando mil colaboradores.

a fábrica do Rio de Janeiro (RJ) concen-tra o maior investimento em andamento. a unidade passa pelo trabalho de moderni-zação a fim de atender melhor ao mercado de óleo e gás. o montante aplicado varia entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. Já a unidade de americana (sp) está passando por melhorias que incluem a ampliação da capacidade de produção.

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EvEnto Brazil EnErgy FrontiErs

Foto: Dreamstime

EspEcialistas da árEa dE EnErgia

participam dE EvEnto Em são paulo

E criticam os Encargos E tributos

sobrE a ElEtricidadE E a falta dE

planEjamEnto no sEtor.

rEportagEm: paulo martins

Excesso de pesoO excesso de tributos e encargos

que incidem sobre a eletricida-de e os aprimoramentos neces-sários no planejamento da ex-

pansão da oferta de energia foram os temas centrais da conferência Brazil Energy Frontiers 2013, realizada nos dias 3 e 4 de outu-bro, em são paulo (sp), pelo institu-to acende Brasil. nesse período, es-pecialistas brasileiros e estrangeiros listaram problemas e apresentaram sugestões para ajudar o setor.

Em sua exposição inicial, claudio sales, presidente do instituto acende Brasil, des-tacou que mesmo sendo um insumo essencial, cujo custo exerce impac-to sistêmico sobre a competitivida-de da economia, a energia elétrica é hoje um dos produtos mais tributados no país. para piorar essa tributação é regressi-va, ou seja, onera desproporcionalmente a população mais pobre.

Uma rápida comparação permite cons-tatar os exageros da tributação no Brasil. Enquanto a participação do setor elétrico no piB nacional gira em torno dos 2,2%, o segmento responde por 5,2% da arrecada-ção do pis/pasep/cofins e 8,4% do icMs.

na sequência, o economista Bernard appy, diretor da lca consultores, falou so-bre a relação existente entre a guerra fiscal envolvendo o icMs e a tributação da ele-tricidade - lembrando que guerra fiscal é o nome pelo qual ficou conhecida a batalha por novas empresas promovida pelos esta-

dos, que em troca oferecem redução ou isenção de impostos.

ao contrário da maioria dos produtos, que são tributados na origem, a energia elétrica é tributada no destino, ou seja, no consumo. Bens e serviços cujo imposto é cobrado no destino constituem uma base que não consegue conceder os incentivos que alimentam a guerra fiscal e, em com-pensação, acaba sendo alvo de cobrança de alíquotas mais elevadas do icMs.

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“Enquanto a alíquota modal de icMs para a maioria dos bens no Brasil é de 17% ou 18%, no caso de energia elétrica, combustíveis e tele-comunicações a tarifa modal é de 25%, e em alguns casos chega a 30% de icMs”, com-para appy.

o professor Kiyoshi Ha-rada, do escritório Harada advogados associados, falou sobre a bagunça que impera nessa área no Brasil. De acordo com ele, quem ler a constituição Federal pode até achar que o Brasil possui o sistema tributá-rio mais seguro do planeta. afinal, existem diversos princípios constitucionais que limi-tam o poder impositivo do Estado. De acor-do com Harada, os legisladores constituintes escreveram um sistema tributário nacional deixando quase nada para acrescentar, mo-dificar ou diminuir.

assim, os governantes até podem imple-mentar e instituir os tributos de sua compe-tência, desde que observadas as limitações constitucionais. Mas não é o que estaria acontecendo na prática.

“temos o sistema tributário mais com-plexo, caótico, duvidoso e contraditório do planeta, por conta do desrespeito sistemáti-co do princípio da hierarquia vertical das leis pelos três níveis de governo, que despejam diariamente um sem número de normas e

penduricalhos que acabam mandando para o espaço os princípios constitucionais, que por representarem uma garantia ao cidadão, deveriam estar acima do poder político do Estado”, alerta Harada.

o economista e professor universitário antonio Delfim neto, ex-ministro da Fazen-

da, reclamou que ao longo de muitos anos a energia elétrica foi usada como um ‘ca-bide’, que a cada dificuldade recebia uma nova carga.

o resultado, prossegue o especialista, é que o sistema acumulou o que ele também chamou de ‘penduricalhos’, “todos feitos sem nenhuma consideração com a necessi-dade de termos insumos competitivos como base para construirmos uma sociedade razo-ável, do ponto de vista econômico”.

claudio sales denunciou ainda o uso dos encargos setoriais cobrados na conta de luz para promover políticas sociais. Essa ação acaba sendo facilitada pelo fato de que o consumo de energia elétrica é uni-versal, ou seja, todo mundo acaba arcando com esses encargos à medida que paga a conta de energia.

A energia elétrica é hoje

um dos produtos mais tributados

no País.ClaudiO SaleS

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a sugestão do instituto acende Brasil para resolver a questão é que os encargos tarifários de fato sejam utilizados apenas para cobrir custos setoriais. para a entida-de, políticas sociais devem ser financiadas com recursos orçamentários.

Delfim neto também comentou o assun-to, quando indagado se faz sentido tributar a energia elétrica mais intensivamente do

que a média dos bens e serviços. “a média é uma consequência aritmética. se estão tri-butando mais a energia elétrica, estão pro-

tegendo algum outro setor. É uma questão de escolha. o que estamos discutindo é que a escolha é malfeita. É preciso desonerar os insu-mos mais básicos para que o resto se organize de maneira eficiente, através de preços relativos adequados. não se

pode fazer política pública acrescentando na tarifa. Quer fazer política pública, pode fazer. põe no orçamento e faz. Mas não pendura em cima do cabide da energia”, esbraveja.

o instituto acende Brasil listou ainda outras reivindicações para que o regime tri-butário se torne mais justo: redução da alí-quota do pis/pasep e cofins; redução das alíquotas máximas de icMs sobre energia elétrica; eliminação da cobrança de icMs, pis/pasep e cofins em cascata e divulgação

Se estão tributando mais a energia elétrica, estão protegendo algum outro setor.antOniO delfim netOex-miniStrO da fazenda

das alíquotas efetivas do icMs resultantes do ‘cálculo por dentro’.

na opinião do professor Kiyoshi Hara-da, para reduzir a carga tributária no Brasil é preciso primeiramente enxugar a máqui-na pública. “o gigantismo do Estado é tal que ele não cabe mais no piB. até a segun-da metade da década de 1960 tínhamos 14 ministérios. Hoje temos 36”, exemplifica.

Delfim neto disse ainda que é ilusório achar que a carga tributária será reduzida significativamente. para ele, organizar me-lhor o sistema já poderia ser considerado um avanço. De qualquer forma, ele destaca a ne-cessidade de mobilização do país. “ninguém tem dúvida sobre a absoluta prioridade de se fazer a reforma tributária. Mas é preciso a cooperação de toda a sociedade. precisamos de liderança política para levar essa coisa à frente”, defende. Delfim neto também fri-sou a importância do voto na busca desse amadurecimento: “só temos um dia a cada quatro anos para dizer o que queremos”.

Falta de planejamento dificulta os investimentos no setor

no painel sobre a expansão da oferta de energia, o instituto acende Brasil criticou a instabilidade do planejamento no país. a en-tidade apontou que a expansão requerida e a matriz elétrica planejada que constam nos planos Decenais de Energia variam muito ano a ano. o problema é que a dis-crepância entre o planejamento e a execução pode abrir margem para questionamentos quanto à utilidade dos planos De-cenais de Energia.

o instituto citou o que considera uma falha de planejamento: os leilões de energia buscam assegurar o balanço estrutural entre a garantia física e a carga do sistema inter-ligado nacional (e isso está acontecendo), mas o balanço estrutural global não assegu-

ra o equilíbrio nos subsistemas individuais. Enquanto o subsistema su-

deste/centro-oeste vem apre-sentando déficit crescente no

balanço entre a garantia física e a

carga, os subsistemas nordeste e norte apre-sentam superávit. a questão é que o desequi-líbrio estrutural nos subsistemas compromete a confiabilidade, exigindo investimentos adi-cionais em transmissão.

para assegurar a configuração adequa-da do parque gerador, o instituto acende acredita que o sistema de leilões precisa proporcionar sinais adequados para induzir os agentes a ofertarem os tipos de usinas requeridos nos locais em que são requeridos.

a entidade apresentou também suges-tões para aprimorar o sistema de leilões de forma a se buscar uma configuração ótima do parque gerador. as recomendações são: manter a regularidade dos leilões para per-mitir um planejamento plurianual; antecipar a data de realização dos leilões a-5 e a-3; licitar as instalações de transmissão com licença prévia; assegurar a sincronia entre projetos de geração e transmissão e fazer-s e cumprir contratos para não minar a cre-dibilidade dos leilões.

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Número de projetos

em busca da

certificação Leed

cresce No brasiL,

que já figura eNtre

os países que mais

vaLorizam este tipo

de documeNto.

reportagem: pauLo martiNs

construçõessustentáveis

gética das edificações se dá por meio de estra-tégias como simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes.

no momento o Brasil contabiliza 783 projetos em busca de certificação e outros 112 já certificados. À frente do país estão os Estados Unidos, china e Emirados Árabes. Mas esse quadro pode mudar em breve, já que a meta é elevar para 900 o número de postulações e para 120 os empreendimen-tos certificados. “Muito provavelmente até o final do ano o Brasil vai ultrapassar os Emi-rados Árabes e ficar em terceiro lugar nesse ranking”, prevê Felipe Faria, diretor-gerente do Green Building council Brasil.

a busca pela certificação tem mobiliza-do os responsáveis pelos mais diversos tipos de edificação, incluindo prédios comerciais e

alto padrão, atendendo assim às exigências dos investidores e empresas internacionais que buscam imóveis com melhor qualidade ambiental para seus escritórios. “os fun-dos imobiliários que vêm investir no Brasil colocam como fator primordial que os in-vestimentos sejam sustentáveis”, destaca o executivo.

os especialistas chegam a identificar uma mudança cultural no país, com o merca-do começando a perceber que a busca pela certificação consiste em um investimento que pode ser recuperado.

“Há a percepção de que um edifício sus-tentável aumenta o interesse do comprador e a responsabilidade ambiental influencia na tomada de decisão, acelerando a velo-cidade de venda dos empreendimentos. as grandes construtoras começam a inferir que

Se no futebol o Brasil perdeu várias posições na lista das melhores seleções, pelo menos no ranking mundial da construção sustentável

o país vai bem. no momento somos a quar-ta nação com maior número de projetos em busca da certificação LEED, que atesta que uma obra é ambientalmente correta.

o sistema de certificação e orientação ambiental para edificações LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é manti-do pela organização internacional Green Buil-ding council. as questões ligadas à Energia e atmosfera estão entre os aspectos avaliados nesse processo. a busca pela eficiência ener-

residenciais, restaurantes, indústrias, shop-pings e hotéis. os projetos estão distribuídos por todo o país. Embora haja maior concen-tração na região sudeste, em especial são paulo, outros mercados, como Brasília, vêm se desenvolvendo rapidamente. “Este é um momento em que existem projetos buscan-do diferenciais de eficiência e mitigação de impactos ambientais em praticamente todo o território nacional”, atesta Faria.

De acordo com Luiz iamamoto, gerente sênior da multinacional de auditoria e con-sultoria EY, a certificação de edificações tem despertado interesse principalmente nos casos de empreendimentos comerciais de

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aliar sua marca a ações socioambientais traz um retorno positivo à sua imagem”, comen-ta iamamoto.

os resultados de um estudo apresenta-do recentemente pela consultoria EY, Green Building council Brasil e Reed Exhibitions alcantara Machado comprovam a dimen-são atingida pelas chamadas construções verdes no país. segundo o levantamento, a participação dos empreendimentos sus-tentáveis na composição do piB brasilei-ro de edificações tem sido crescente. Em 2010, os prédios verdes correspondiam a

Conferência e ExposiçãoUma pequena mostra do vulto que o

mundo das construções verdes tomou pode ser percebida com a realização em são pau-lo daquele que se tornou o maior evento da construção sustentável da américa Latina, o Greenbuilding Brasil - conferência inter-nacional & Expo.

a quarta edição do encontro foi realiza-da entre os dias 27 e 29 de agosto no Expo center norte. a realização é do Green Buil-ding council Brasil e a organização e pro-moção ficaram a cargo da Reed Exhibitions alcantara Machado.

o evento recebeu mais de 9 mil visitan-tes, entre construtores, engenheiros, arquite-tos, designers de interiores e especialistas do segmento em geral. a área de exposição de

8 mil metros quadrados abrigou o expressi-vo número de 113 marcas.

o Grupo Unicoba, fabricante e fornece-dor de equipamentos eletrônicos e soluções em energia foi uma das empresas presentes na mostra. através do núcleo de negócios LEDstaR, a companhia apresentou suas últi-mas novidades em produtos como lâmpadas tubulares, luminárias e projetores em LED.

“Hoje é impraticável pensar em uma construção, principalmente comercial, de pequeno ou grande porte, sem pensar na utilização de iluminação com LED”, comen-ta Rodrigo Ricardi, gerente de produtos da divisão LEDstaR.

a Bosch, por sua vez, apresentou solu-ções eficientes para a construção, seguran-

ça e conforto em edificações sustentáveis, como sistemas para aquecimento de água a gás e solar, componentes para automação predial, ferramentas elétricas e tecnologias em sistemas de segurança. “a participação da Bosch no evento está alinhada à nossa estratégia de investir em tecnologias que proporcionem a disseminação das energias renováveis, da eficiência energética e da sustentabilidade”, destaca Robson Marzo-chi, gerente de Desenvolvimento de negó-cios da Robert Bosch para a américa Latina.

Já a conferência internacional realizada dentro do Greenbuilding Brasil contou com a participação de 110 palestrantes e uma plateia superior a 1.600 pessoas.

Entre os temas debatidos, é válido des-

3% dessa base. Esse percentual chegou a 6% em 2011 e em 2012 saltou para 9%.

não por acaso, o Brasil foi escolhido

pelo World Green Building council (WGBc) para sediar o congresso global da entidade, no próximo ano.

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durante o greenbuilding brasil, ge-raldo tadeu batista, porta-voz da cemig, falou sobre os aspectos de sustentabili-dade inerentes à experiência da empre-sa no processo de implantação do smart grid (redes inteligentes de energia) em sete Lagoas (mg).

o projeto prevê a construção de uma planta solar fotovoltaica de 3mW, a im-plantação de um estádio solar (cobertu-ra) e a utilização de veículos elétricos. o escopo geral do trabalho inclui a instala-ção de infraestrutura avançada de medi-ção, automação de redes e subestações e geração distribuída, entre outros itens.

a respeito do projeto como um todo, batista disse que o relacionamen-to com o cliente tornou-se um dos pi-lares mais importantes na implantação das redes inteligentes. em várias partes do mundo, boa parte do insucesso dos projetos de smart grid seria resultado da falta de engajamento do consumidor.

o executivo da cemig conta que chegaram a ser criados movimentos internacionais contrários a essa ten-

Smart Griddência. a reclamação é de que estaria havendo interferência na privacidade dos usuários e tentativa de controlar o consumo.

batista nega que seja essa a inten-ção e reforça que é preciso testar tec-nologias e comportamentos. “a ideia é estudar o ato de consumo e modelar a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em função desse ato”, diz.

o porta-voz destaca que sem o en-gajamento do consumidor, a implanta-ção das redes inteligentes tende a per-manecer apenas no campo tecnológico.

No processo de aculturamento dos clientes a cemig utiliza as mídias dis-poníveis e realiza campanhas de es-clarecimento do consumidor. “a gente não quer que ele participe de um rea-lity show, como já foi mencionado em alguns países. Não temos intenção de mudar o hábito de consumo, mas sim que o consumidor entenda o cenário atual no qual estamos envolvidos”, re-força batista.

tacar as considerações feitas pela engenhei-ra civil ana Rocha Melhado, sócia-diretora da proactive consultoria, a respeito do tra-balho de otimização da eficiência energéti-ca de edificações.

inicialmente ela lançou uma questão que iria embasar toda a apresentação: em que momento deve ser feita a análise da eficiência energética de uma edificação?

ana Rocha trabalha em uma empresa de consultoria habilitada a fazer a certifica-ção de empreendimentos, e diz que quan-do é procurada para iniciar esse processo, normalmente o produto já está definido e em fase avançada, sem que a análise da efi-ciência energética e do conforto ambiental da edificação tenha sido feita.

De acordo com ela, para se valer das novas ferramentas disponíveis, entre elas a simulação de eficiência energética e de con-forto, os especialistas precisariam intervir na fase de concepção do projeto, aplicando as diretrizes que vão impactar diretamente na operação e uso do edifício.

“se já estiver numa fase executiva, a fer-ramenta utilizada para simulações vai servir para constatar um resultado, e não para ser usada como apoio à decisão do arquiteto e do incorporador para melhorar efetivamente o produto”, alerta.

segundo ana Rocha, fazer os estudos e simulações nas fases iniciais do projeto é im-portante para quebrar o paradigma de que construir de forma sustentável é mais caro. “a sustentabilidade é vista como um custo adicional porque ainda não está sendo in-serida no processo de produção do empre-endimento. não se utilizam os conceitos e ferramentas na fase de definição de produto, mas sim na fase final do projeto”, reforça a especialista.

o desenvolvimento do mercado de fon-tes alternativas de energia foi outro assunto debatido durante as palestras. Rafael coe-lho, da prátil, empresa de serviços do grupo Enel Endesa, falou sobre “Micro e minigera-ção de energia solar fotovoltaica”.

De acordo com o executivo, o Brasil dispõe de pelo menos duas vantagens que podem contribuir para viabilizar a chamada

geração distribuída no país. o primeiro as-pecto envolve o excelente nível de radiação solar - muito maior que o da alemanha, que é o principal gerador mundial.

além disso, prossegue coelho, o Bra-sil seria o primeiro país da américa Latina a alcançar o que o mercado chama de grid parity, ou seja, a paridade tarifária de ener-gia sem considerar subsídios do governo.

a energia fotovoltaica também foi o tema da apresentação de Luis Fernandez-pit a, diretor da sunEdison Brasil. o execu-tivo revelou que a empresa encomendou uma pesquisa de mercado para saber o que

o brasileiro pensa a respeito dessa fonte. segundo o levantamento, os entrevista-

dos aprovam a utilização da energia solar por considerá-la limpa e silenciosa. Eles en-tendem também que esse recurso pode con-figurar uma importante fonte de poupança, inclusive aumentando o valor da proprieda-de na qual é instalada.

Embora o Brasil seja um dos países mais ensolarados do mundo, Fernandez-pi-ta deixou escapar uma crítica: ainda faltam incentivos no país para favorecer o desen-volvimento da indústria solar fotovoltaica nacionalmente.

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economia

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finanças e investimentos

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Imposto em altaO Decreto 8116 publicado no Diário Oficial da União altera a Tabela de Incidência

do IPI de luminárias de 10% para 12% até o dia 31 de dezembro de 2013. E vale para luminárias classificadas nos códigos 9405.10.9 e 9405.40.

O novo índice desagradou os fabricantes de luminárias, visto que reivindica-vam a estabilização do IPI em 5%. A retrospectiva indica que em 2012 essas lumi-

nárias tiveram a alíquota do IPI reduzidas de 15% para 5%. Ao longo de 2013 a alíquota foi para 7,5% (fevereiro a junho) e 10% (julho a setembro).

Agora, está em 12% (outubro a dezembro).Para o presidente da Abilux, Carlos Eduardo Uchôa Fagundes,

o crescimento nas vendas que o segmento vinha registrando em função da redução do IPI com certeza será comprometido. Para ele

é preciso que medidas como esta sejam perenes.“O ideal seria a permanência do IPI para luminárias em 5%. Além de reduzir os preços bene-

ficiando o consumidor final, a manutenção deste índice também gera maior volume de produção e vendas; combate à produção informal e importação ilegal de luminárias; amplia a arrecadação tributária; aumenta a competitividade estimulando a exportação; gera novos empregos; melhora a segurança dos imóveis pelo uso de produtos com qualidade assegurada por firmas especializadas; garante eficiência energética com redução de consumo de energia e reduz os problemas de con-forto visual da população”, argumenta Uchôa Fagundes.

“Estamos uma vez mais perdendo uma oportunidade única para superar o desequilíbrio ocor-rido na cadeia produtiva do setor nos últimos anos que, enfraquecida, inviabilizou a indústria mon-tadora de luminária e empurrou o consumidor para o uso de equipamentos de iluminação inade-quados”, destaca o presidente da Abilux.

eficiência energética

A melhoria no uso da energia elétrica por parte dos sistemas motrizes industriais poderia gerar economia de US$ 240 bilhões e uma redução na demanda global de ener-gia de 10%.

Os cálculos foram divulgados pelo repre-sentante da Parceria Internacional pela Co-operação para Eficiência Energética (IPEEC, sigla em inglês), Amit Bando, durante o 8º EE-MODS, maior conferência internacional sobre eficiência energética de motores elétricos e sistemas motrizes, realizada em outubro no Eletrobras Cepel, no Rio de Janeiro.

A importância dos sistemas motrizes também é enorme no Brasil. Segundo o co-ordenador geral de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexan-dre Pires, atualmente 41% do consumo de energia elétrica no Brasil é industrial e desse total, 62% vem de sistemas motrizes. “A Ele-trobras, por meio do Procel, e a Confedera-ção Nacional da Indústria fizeram um estudo minucioso no qual identificaram um enorme potencial de redução de gastos”, disse Pires.

Receita recordeDesde o primeiro LED com superfície

montável (TOPLED), em 1990, e a conces-são do Deutscher Zukunftspreis (Prêmio Futuro Alemão), feita em 2007 pelo então presidente alemão, até o recorde de efici-ência para LEDs vermelhos de alta potência, em 2011: os 40 anos de negócios da OPTO Semicondutores na fábrica de Regensburg trouxeram inúmeras realizações na área de iluminação, visualização e tecnologia de sensores.

No momento desta comemoração, a OSRAM OPTO Semicondutores atinge, pela primeira vez na história da empresa, receita total de mais de 1 bilhão de euros. “A tecno-logia LED é o motor de crescimento do mer-cado de iluminação. Na era da iluminação digital, soluções inteligentes nos ajudam a alcançar melhor qualidade de vida, maior produtividade e eficiência energética. Qua-tro décadas de experiência em LED nos de-ram uma clara vantagem no mercado”, diz Wolfgang Dehen, CEO da OSRAM Licht AG.

A Siemens iniciou a construção da fá-brica para diodos emissores de luz (LEDs) em Regensburg no ano de 1973. Com mais de 7.000 colaboradores em todo o mundo, a unidade atual da OSRAM OPTO Semicon-dutores desenvolve componentes de LED para aplicações industriais, entretenimento, setor automotivo e iluminação em geral. O portfólio de produtos também inclui diodos infravermelhos e lasers baseados em semi-condutores. No ano fiscal anterior, a unida-de da OPTO Semicondutores atingiu receita de quase 900 milhões de euros.

O recorde histórico nas vendas do ano fiscal de 2013 foi impulsionado pela acele-ração das tendências de fontes de luz ba-seadas em semicondutores. “Graças à alta demanda de clientes em todos os setores, nossas vendas alcançaram a marca de 1 bi-lhão de euros pela primeira vez”, comenta Aldo Kamper, CEO do setor.

vendas instáveis A Sondagem de Conjuntura do mês de se-

tembro de 2013, realizada pela Abinee, voltou a mostrar frustração dos empresários em rela-ção aos seus negócios. Apesar da indicação de crescimento, na comparação com setembro/12, 57% das empresas pesquisadas relataram que suas vendas ou encomendas ficaram abaixo de suas expectativas, número superior ao verifica-do na sondagem de agosto/13 (49%).

No mês de setembro de 2013, 51% dos informantes indicaram que suas vendas ou en-trada de encomendas cresceram em relação a setembro/12, percentual bastante próximo aos verificados nos dois últimos meses. No entanto, quando comparadas com o mês imediatamen-te anterior, 43% revelaram queda, contra 29%, em agosto e 26%, em julho.

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gtdgeração, transmissão e distribuição

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Bons vizinhosA inauguração do sistema

de 500kV entre a usina de Itaipu e a subestação de Villa Hayes, em Assunção, no dia 29 de outubro, marca uma nova relação bilateral entre Brasil e Paraguai. Durante a solenidade, na margem direita da binacional, em Hernandárias, na fronteira com Foz do Iguaçu, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a obra representa o fortalecimento do Mercosul e abre caminhos para novas parcerias entre os dois países.

“Essas parcerias não se restringem apenas ao comércio, mas a uma relação solidária com o nosso querido vizinho, que inclui o desenvolvimento e a promoção social”, disse Dilma. “Essa obra é a prova de que o Mercosul é forte e de que, na nova América do Sul que estamos construindo, nossas economias serão mais interdependentes e colaborativas, em uma relação de ganha-ganha e com uma integração baseada no interesse recíproco”. O presidente Horácio Cartes agradeceu pelo apoio e reforçou o compromisso de irmandade entre os dois países, ressaltando os vários interesses entre Brasil e Paraguai, não só na área de eletricidade - ambos são sócios da maior usina em operação de energia limpa e renovável do planeta - mas também nos mais diferentes segmentos, sobretudo o social.

A obra de 500kV, segundo o presidente, representa um marco histórico para a transformação do Paraguai rumo ao desenvolvimento industrial.

mudança de comandoA Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista

(CTEEP) anunciou um novo presidente. Trata-se de Reynaldo Passanezi Filho, indicado para assumir o cargo em substituição a César Ramírez.

Ramírez esteve à frente da CTEEP nos últimos cinco anos e liderou projetos de expansão dos negócios da empresa no País, consolidando significativo crescimento da companhia no setor elétrico brasileiro. O executivo assumirá a vice-presidência técnica na nova estrutura corporativa da ISA, na sede da empresa, na Colômbia.

Até então, Reynaldo Passanezi Filho era diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da CTEEP. Ele é doutor e bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo e bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Conta com mais de 15 anos de experiência em Finanças Corporativas, com destacadas contribuições nos setores público e privado.

Novo especialista

A Bolt Energias - empresa de geração e comercialização de energia elétrica - anunciou a contratação de Luis Fernando Reolon para gerenciar todos os projetos de sua área de eficiência energética.

Com passagens pela Dalkia Brasil e França, o executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Paulista. O novo cargo de Reolon - gerente de Operações de Eficiência Energética - foi criado especificamente para promover o desenvolvimento desta atividade na companhia.

Com mais de dez anos de experiência no setor, ele será responsável pela elaboração e coordenação de projetos em eficiência energética, incluindo análise técnica, econômica, desenvolvimento de parcerias, orçamento para as instalações e coordenação de obras de implementação. “Projetos de eficiência energética podem gerar economia de até 10% no consumo de energia e água de uma indústria e de até 30% no comércio, através de retrofit em centrais de ar condicionado e sistemas de iluminação, análise de tarifas energéticas, avaliação de consumo e custo com água, entre outros”, garante Reolon.

Consumo de energiaO consumo nacional de energia elétrica na rede somou 115.124GWh no terceiro trimestre de 2013,

representando crescimento de 3,9% sobre igual período de 2012. Esse percentual equivale a um acréscimo de 4.370GWh. O levantamento consta da edição 73 da

Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).A maior contribuição para o desempenho do trimestre veio da classe residencial, que acrescentou 1.981GWh

em relação a 2012. A expansão de 6,9% no terceiro trimestre é atribuída à expansão da posse e ao maior uso de eletrodomésticos nos domicílios. O segmento de comércio e serviços cresceu 5,3%, enquanto a indústria repetiu a taxa do segundo trimestre (+1,1%), correspondendo ao valor de -0,3% na série dessazonalizada.

país ineficienteEm todo o mundo, o número de indústrias que receberam a

norma ISO 50.001 de eficiência energética já ultrapassou 4 mil, mas, no Brasil, as certificadas não passam de sete.

A informação é de George Alves Soares, chefe da Assessoria Corporativa e de Novos Negócios em Eficiência Energética da Eletrobras. Ele divulgou os dados durante a oitava edição do EEMODS, a maior conferência internacional sobre eficiência energética de motores elétricos e sistemas motrizes, realizada em outubro no Rio de Janeiro.

Para o especialista da Eletrobras, o Brasil é uma referência na área de etiquetagem e no estabelecimento de critérios mínimos para a certificação de sistemas motrizes eficientes, mas precisa evoluir mais. “Deveríamos seguir o exemplo de países que estão buscando acordos voluntários com a indústria para a redução do desperdício no setor. Acredito que este seja o caminho. A quantidade superior de certificações ISO 50.001 na Alemanha é um exemplo para todos os outros países de como é importante atrelar políticas públicas às boas práticas no setor”, destacou George. Segundo ele, 2.177 indústrias alemãs já obtiveram a ISO 50.001, de um total de 4.048 em todo o mundo.

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produtos e soluções

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Chaves de acionamento

a aCe schmersal traz ao mercado as Chaves Tilt de acionamento por inclinação MaF/s 441, atendendo rigorosamente as normas IeC 60947-5-1. Com grau de prote-ção IP-65, estas chaves podem ser utilizadas tanto em ambientes internos como externos, sendo indicadas para controle de nível nas seguintes situações: silos de minérios, de carvão, de cereais, e em fluxo de material em transportadores de correia. Fabricado em alumínio fundido, este produto pode ainda ser fornecido com sistema de sinalização por Led nas tensões de 24vcc, 125vca e 220vca e com hastes de acionamento que variam de 350 até 2.000mm.

compactas e eFICIenTes

a Golden acaba de lançar as novas luminárias de embutir downlights da Linha extreme Led, que são mais compactas e eficientes que os modelos anteriores. Com opções em 14, 24 e 28W de potên-cia e tamanhos reduzidos, os modelos substituem com mais eficiência os de 15, 20 e 30W, podendo ser instalados em locais como lojas, escritórios, ho-téis, restaurantes, hospitais e escolas. eles possuem iluminação dirigida, proporcionada pelo ângulo de abertura de 110º, estão disponíveis em duas tem-peraturas de cor - 3.000 e 5.000K - e têm vida útil de cerca de 25 mil horas.

tecnologia Leda Intral apresenta ao mercado as luminárias e módulos de Led, com modelos de sobrepor ou

para embutir em gesso ou modulação. as peças são encontradas nas opções branco frio, branco quente e neutro, e podem ser aplicadas em áreas internas de projetos comerciais, industriais e re-sidenciais. Os produtos vêm equipados com um driver de corrente, também produzido pela Intral, de alta eficiência e confiabilidade, o que garante funcionamento pleno durante toda a vida útil, que ultrapassa 50 mil horas.

dIMensões reduzidasa Ts shara anuncia o lançamento do UPs Mini Bivolt, um dos mais compactos n obreaks

do mercado. O equipamento tem 15cm de altura por 12,2cm de largura e 24,5cm de pro-fundidade. ele possui o recurso full range (flexibilidade de voltagem 220v–115v e saída 115v) e suporta potência de até 500va. Com design clean e moderno, o nobreak é indi-cado para o segmento sOhO - home office e small office, contando com seis tomadas, sendo três delas com bateria para alimentar os aparelhos na interrupção da energia por, em média, 15 minutos.

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agenda

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novembro/Dezembro 2013

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EvEntosFórum nacional EólicoData/Local: 13 e 14/11 – Salvador – BAinformações: (11) 5051-6535 / www.cartadosventos.com.br

Automation FairData/Local: 13 e 14/11 – Houston – Estados Unidosinformações: www.automationfair.com

Windpower tech BrazilData/Local: 21 e 22/11 – São Paulo – SPinformações: (21) 3958-1223 / www.windpowertechbrazil.com

6º Fórum Latino-Americano de smart GridData/Local: 26 a 28/11 – São Paulo – SPinformações: (11) 3051-3159 / www.smartgrid.com.br

II seminário técnico: Inovações em sistemas Elétricos Industriais Data/Local: 28/11 – Belo Horizonte – MGinformações: (19) 3515-2065 / www.selinc.com.br

solar Power Generation Brasil Data/Local: 03 e 04/12 – São Paulo – SPinformações: www.spgbrasil.com

3º seminário nacional de Energias Renováveis e Eficiência EnergéticaData/Local: 18 e 19/12 – Rio de Janeiro – RJ informações: (21) 2262-9401 / www.planejabrasil.wordpress.com

CuRsosIntegrador de sistemas Residenciais Data/Local: 11 a 13/11 – Brasília – DFinformações: (11) 5588-4589 / www.aureside.org.br

Curto-circuito, Coordenação e seletividadeData/Local: 18 a 20/11 – São Paulo – SP informações: (11) 5031-1326 / www.barreto.eng.br

Manutenção ElétricaData/Local: 19 a 22/11 – Itajubá – MGinformações: (35) 3629-3500 / www.fupai.com.br

Automação Residencial Data/Local: 22/11 – São Paulo – SP informações: (11) 4704-3540 / www.expersolution.com.br

Aterramento ElétricoData/Local: 25 e 26/11 – Uberlândia – MGinformações: (34) 3210-9088 / www.tllv.com.br

Proteção e seletividade em sistemas Elétricos IndustriaisData/Local: 09 a 12/12 – São Paulo – SP informações: (11) 3579-8768 / www.engepower.com

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