Revista Rumos 36

40
 Revista do CONAPRA - Conselho Nacional de Praticagem - Ano XIV - N 0  36 - fev a maio/2012 Brazilian Maritime Pilots’ Association Magazine - Year XIV - N 0  36 - Feb to May/2012 

description

Rumos Práticos, publicada pelo Conselho Nacional de Praticagem http://conapra.org.br

Transcript of Revista Rumos 36

Revista do CONAPRA - Conselho Nacional de Praticagem - Ano XIV - N0 36 - fev a maio/2012 Brazilian Maritime Pilots Association Magazine - Year XIV - N 0 36 - Feb to May/2012

CONAPRA Conselho Nacional de Praticagem CONAPRA Brazilian Maritime Pilots Association Av. Rio Branco, 89/1502 Centro Rio de Janeiro RJ CEP 20040-004 Tel.: 55 (21) 2516-4479 [email protected] www.conapra.org.br

ndice index

4Primeiro congresso africano sobre praticagem acontece no Marrocos

diretor-presidente director president Ricardo Augusto Leite Falco diretores directors Gustavo Henrique Alves Martins Johann Georg Hutzler Jos Benedito de Oliveira Silva Luiz Otvio Affonso Christo diretor / vice-presidente snior da IMPA director / senior vice-president of IMPA Otavio Fragoso planejamento planning Otavio Fragoso / Flvia Pires / Claudio Davanzo edio e redao writer and editor Maria Amlia Parente (jornalista responsvel) (journalist responsible) MTb/RJ 26.601 reviso revision Maria Helena Torres Aglen McLauchlan verso translation Elvyn Marshall projeto grfico e design layout and design Katia Piranda pr-impresso / impresso pre-print / printing DVZ/Davanzzo Solues Grficas capa cover foto photo : Columbia River Bar

10 First African pilotage congress in Morrocco

1437 ENP: foco do evento foi implementao do helicptero para transbordo do prtico

22

37th NPC: event focused on adopting the helicopter for pilot transfer

2729

Praticagem de Santos perde Jos ConsoleSantos Pilots' Association loses Jos Console

30

Tim Grime escreve sobre queda do sinal GPS e erupes solares

Paper produced from responsible sources

As informaes e opinies veiculadas nesta publicao so de exclusiva responsabilidade de seus autores. No exprimem, necessariamente, pontos de vista do CONAPRA. The information and opinions expressed in this publication are the sole responsibility of the writers and do not necessarily express CONAPRAs viewpoint.

Instituto da Criana coloca em prtica empreendedorismo social

32

34

Children's Institute practices social entrepreneurship

4

eventos internacionais international events

Primeiro congresso africano sobre praticagem acontece no MarrocosAMPA busca consolidar papel do prtico no continenteCriada em 2008 por oito praticagens, a African Maritime Pilots Association (AMPA) vai trilhando seu caminho e ganhando visibilidade. Em 2010 promoveu o primeiro frum africano de praticagem, no Senegal, e, dois anos depois, o primeiro congresso africano sobre praticagem, em Casablanca, de 8 a 9 de maro deste ano. Realizado em parceria com a Association Professionnellle des Pilotes des Ports de Casablanca e Jorf Lasfar (APPPC), o congresso teve a participao da IMPA. Tendo triplicado o nmero de associados hoje a AMPA conta com 24 membros , o objetivo do encontro foi reforar a cooperao entre as associaes de praticagem do continente, estimulando a troca de experincias e de informaes entre seus profissionais. Para o presidente da AMPA, Hassan Ezzahrati, o frum africano fundamental para a conscientizao da importncia do trabalho do prtico, seja na cadeia logstica porturia ou na preservao do patrimnio pblico, do meio ambiente e de vidas humanas. Assuntos variados estiveram em pauta; entre eles, a regulamentao do servio, a Resoluo A.960 da IMO, o

OTAVIO FRAGOSO

NICK CuTMORE

DIONE MODOu

5

eventos internacionais international events

desafio dos prticos do Porto de Tanger Med e as ameaas enfrentadas pela classe no tocante a determinadas aes realizadas por organismos internacionais, este ltimo aspecto abordado pelo vice-presidente snior da IMPA, Otavio Fragoso, que representou a IMPA e seu presidente, Michael Watson. Participar de encontros desse tipo uma das mais gratificantes experincias que tenho vivido como vicepresidente snior da IMPA por me permitir conhecer as particularidades de praticagens de diferentes regies do mundo e perceber como prticos submetidos s mais diversas condies naturais e de organizao executam de forma eficiente e confivel seu servio. Minha experincia confirma o que h muito foi reconhecido pela IMO: a praticagem uma atividade cujo exerccio depende de conhecimento especfico que s pode ser adquirido localmente. Fruns internacionais so ferramentas valiosas para comparar experincias e aprimorar as organizaes de praticagem. Entendendo e respeitando culturas e pontos de vista diferentes agregamos conhecimento aos nossos prprios sistemas disse Otavio, prtico brasileiro. S sistemas de praticagem totalmente regulados e coesos, livres de presso comercial, atendem o interesse

pblico complementou. Premissa bsica da entidade, ele explicou que se trata de conceito bastante simples e bvio. Entretanto, defender esse princpio na IMO e outras organizaes internacionais requer estratgias complexas e trabalho rduo, conforme sua anlise. Coeso para enfrentar desafios O prtico citou duas ameaas que a categoria enfrenta no momento: a primeira diz respeito autointitulada International Standards for Maritime Pilots Organizations (ISPO); a outra, s recentes aes da International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities (IALA) concernentes praticagem. A ISPO permaneceu adormecida por algum tempo. Mas devido aos grandes esforos de marketing de seus criadores ganhou certa projeo. Como consequncia a IMPA vem recebendo questionamentos acerca da posio da associao sobre esse tema. Em 15 de fevereiro deste ano editamos um press release a fim de divulgar nossa percepo sobre a matria. No documento enfatizamos que a IMPA no endossa a ISPO, padro internacional apenas no nome, pois no garante a competncia dos prticos nem de servios de praticagem, j que entidade internacional competente alguma a reconhece como referncia de qualidade informou.

Em relao IALA, Otavio observou que, como o trabalho de manuteno de faris e auxlio navegao vem diminuindo, a associao decidiu lanar-se em outros campos. A IALA conseguiu retirar da IMO muitos aspectos regulatrios referentes ao VTS e agora pretende assumir a regulao do AIS e e-navigation. A IALA formou um grupo intitulado Pilotage Authorities Forum (PAF) e, embora apenas cinco dos 80 pasesmembros da associao frequentem esse frum, ele no traz benefcios para nossa classe. O objetivo do PAF buscar homogeneizao internacional das regras de praticagem. A IMPA no concorda com essa viso. um de seus pilares baseia-se na convico de que a regulao das praticagens concerne unicamente s autoridades nacionais, posio defendida pela prpria IMO, e cada servio de praticagem especfico em funo das condies locais ponderou. Frdric Moncany, prtico francs, presidente da Fdracion Franaise de Pilotes Maritimes e um dos vicepresidentes da IMPA, ministrou palestra sobre a importncia da regulamentao da praticagem. Moncany comeou seu discurso explicando aos participantes que impacto a desregulamentao da atividade teria na segurana e economia martimas. Desregulamentar a praticagem significaria dar espao presso do mercado, permitindo a concorrncia entre associaes de praticagem, com expectativas de que os preos das tarifas do servio baixem. Na Europa temos vasta experincia sobre o tema com base em tentativas malsucedidas. Na Frana, por exemplo, percebe-se que as crticas dirigidas organizao do servio so feitas pelos mesmos grupos desde sempre. Sobre essa questo recentemente consultei um trabalho universitrio que mostra ser a histria um eterno recomear, e esse conflito existe h mais de 500 anos. Podemos olhar isso com pessimismo,

FRDRIC MONCANy

6

eventos internacionais international events

a concorrncia na praticagem programar para o futuro um acidente martimo grave finalizou. Tambm do staff da IMPA, Nick Cutmore, secretrio-geral da associao, apresentou trabalho sobre a Resoluo A.960 da IMO. Em seu pronunciamento Nick falou sobre o trabalho realizado na IMO, em seus comits e subcomits. Da mesma forma foi tema de seu painel a reviso internacional sofrida pelas normas de transbordo do prtico. Por fim analisou os impactos da e-navigation e do ECDIS no ofcio do prtico. Tanger Med Os desafios que o servio de praticagem enfrenta no porto Tanger Med foram analisados pelo prtico marroquino Tarik Dourasse, que enfatizou a importncia do fator humano (a partir de criteriosa seleo e formao de profissionais) para que a praticagem atinja, no complexo da regio, o grau de excelncia desejado nos quesitos segurana, confiabilidade e eficcia. Beneficiado por localizao geogrfica excepcional, no corao do Estreito de Gibraltar, Tanger Med abriga plataforma porturia industrial e logstica integrada rede de comrcio martimo internacional. Em julho de 2007 inaugurou-se o porto Tanger Med 1 com expectativa de se atingir a movimentao de oito milhes de contineres em 2016. Depois construiu-se o porto Tanger Med Passagers, em operao desde maio de 2010 e concebido para trnsito de sete milhes de passageiros e 700 mil veculos via ferry (veja mais em www.tmsa.ma). Em seguida, a palestra do prtico senegals Dione Modou versou sobre a importncia da contribuio do prtico na construo porturia. Sob o ponto de vista da praticagem, a configurao de um porto, de sua zona de atracao e de seu canal de acesso determinante para a recepo de navios (cada vez maiores, vale desta7

HASSAN EZZAHRATI (AMPA), NAJLAA DIOuRI (DIRETORA DE PORTOS/PORTS DIRECTOR ) E/AND ABDELFATTAH BOuZOuBAA (MODERADOR/MODERATOR )

mas, como minha natureza otimista, penso que se trata de um bom sinal: se conseguimos nos manter sob regulamentao durante todo esse tempo porque nosso modelo vem sendo reconhecido e legitimado argumentou. Em sua apresentao o prtico lembrou que uma das bases da unio Europeia a livre concorrncia. Cada cidado de um Estado-membro tem direito a instalar-se e trabalhar livremente em outro Estado da unio. Segundo Moncany a praticagem vista com grande desconfiana nesse contexto. Ele lembrou que a Comisso Europeia tentou duas vezes introduzir o princpio da concorrncia na atividade. A primeira vez aconteceu em 2003, e a segunda, em 2004. O Parlamento Europeu indeferiu os pedidos. No ano passado, em setembro, novamente colocou-se o assunto na agenda de trabalho. Convenhamos que ns, prticos europeus, temos certa expertise no tema, o que me permite analis-lo. A manuteno da segurana martima requer que os prticos estejam em situao de independncia econmica, financeira e moral em relao aos operadores martimos com os quais se relacionam. O efeito imediato da desregulamentao da praticagem seria colocar em xeque essa autonomia graas adoo do liberalismo econmico nesse segmento.

Invariavelmente os profissionais seriam levados a efetuar aes que nem sempre iriam ao encontro do interesse pblico esclareceu. O orador relatou srios acidentes ocorridos em sistemas de praticagem nos quais a concorrncia fora instaurada: o do Exxon Valdez e o do Nieuw Amsterdam, em 1989 e 1997, respectivamente, no Alaska, e o do Bunga Teratai Satu e o do Doric Chariot, em 2000 e 2002, na Austrlia. Sob o ponto de vista financeiro, Moncany exibiu dados concretos defendendo a premissa de que o liberalismo na praticagem no leva, como em outros segmentos, diminuio do preo do servio. Estudos mostram que o preo e a qualidade dos servios tcnicos oferecidos por um complexo porturio no impactam a escolha de determinado porto pelo armador. O que mais influencia esse cenrio o destino geogrfico dos produtos. Assim, podemos afirmar que a concorrncia na atividade no modificar significativamente os custos do tomador do servio. Desregulamentar a praticagem economicamente ineficaz, socialmente, preocupante e, do ponto de vista da segurana martima, perigoso. Fao minhas as palavras proferidas pelo ento presidente da IMPA, Michel Pouliout, no congresso da entidade realizado em 2000, em Paris: Instaurar

eventos internacionais international events

constantemente seu servio e responder de forma eficiente s exigncias e obrigaes que lhe so cobradas pelo Estado, notadamente aquelas relativas preservao do meio ambiente marinho, das vidas humanas e das instalaes porturias. O papel do prtico A profisso do prtico corre o risco de desaparecer? A conduo autnoma que alguns veculos terrestres experimentam seria aplicvel a navios? Essas e outras questes foram propostas para reflexo durante a apresentao do vicepresidente do Institut Franais de la Mer, Bernard Dujardin. De acordo com sua anlise improvvel que a funo do prtico deixe de ser necessria. Em sua opinio deve-se levar em conta o fato de que navios se movimentam em superfcies particularmente deslizantes (aquticas), e, dentro de um porto, essa rea ter sempre comportamento complexo e varivel, no reproduzvel do mar aberto devido a fatores internos e externos. Dentre os internos o professor destacou o plano e o volume de carregamento, o centro e o raio de giro, a inrcia da carena e a reao do sistema de propulso s mudanas de calado; entre os externos, mencionou o vento e a corrente que dentro de uma drsena variam da proa para a popa do navio em fora e direo, os diversos e mveis obstculos que surgem no interior de um porto, os efeitos da variao da folga sob a quilha em funo da mar e a interao entre o casco do navio e o cais.

TANGER MED

car). Devido a sua experincia no local em questo enfatizou a importncia de que o prtico oriente as autoridades competentes quando da construo de novas instalaes porturias, de suas extenses ou reformas. Para benefcio da economia nacional grupos encarregados de estudos de viabilidade porturia devem ter prticos em suas equipes recomendou Modou. Na sequncia o professor e consultor Mustapha El Khayat apresentou painel sobre as variveis estratgicas s quais os portos devem estar atentos a fim de manter e reforar sua competitividade. Khayat explicou que o transporte intermodal, servios variados ao redor do mundo, poderosos armadores independentes, consrcios, o NVOCC (Non Vessel Operating Common

Carriers) e firmas multinacionais ou globais colocam os complexos porturios em posio de acirrada concorrncia, e, portanto, os portos tm de adaptar-se continuamente s necessidades de seus clientes. O professor analisou a varivel praticagem e focou seu trabalho no papel do prtico na otimizao da logstica porturia. Hassan Ezzahrati, presidente da AMPA, falou sobre a segurana nos portos, matria que em sua concepo diz respeito a todos os membros da comunidade martima e porturia. Sua praticagem (Association Professionnellle des Pilotes des Ports de Casablanca e Jorf Lasfar APPPC), ele frisou, busca a obteno de certificados de qualidade do tipo ISO 9001 (conferido APPPC durante o evento), a fim de aprimorar

(PRIMEIRO PLANO) DOuRASSE, PRESIDENTE DA PRATICAGEM DE TANGER MED (FOREgROuND) DOuRASSE, PRESIDENT OF TANgER MED PIlOTS ASSOCIATION

ESTAO DE PRATICAGEM

PIlOT STATION

NICK CuTMORE ENTRE OS PRTICOS CASANOVA E MONCANy NICk CuTMORE BETwEEN PIlOTS CASANOVA AND MONCANY

8

eventos internacionais international events

ResOlues dO PRiMeiRO CONgRessO dA AMPANo final do congresso produziu-se o seguinte documento: Relembrando a importncia dos parmetros definidos durante o frum promovido pela AMPA sobre a praticagem africana, em Dacar, em 16 de maro de 2010; Percebendo as dificuldades encontradas pelos portos africanos na renovao de seus prticos; Consciente da importncia de se criar um quadro de cooperao entre as associaes de prticos nacionais para a tomada de conscincia de questes relacionadas profisso; Reconhecendo que para serem colocadas em prtica medidas que reforcem a segurana e a proteo martimas, assim como a proteo do meio ambiente marinho, necessrio que os prticos se organizem em associaes; Convencida da necessidade dos prticos em cooperar e dar alta prioridade a todas as medidas visando prevenir e eliminar acidentes que possam ameaar a segurana martima e o meio ambiente marinho; Reconhecendo a validade da Resoluo A.960 da IMO, que disponibiliza recomendaes para a formao e o treinamento de prticos; A African Maritime Pilots Association apela s autoridades martimas e porturias competentes a fim de que: 1. Favoream o engajamento dos prticos no que concerne elaborao de projetos ou estudos e a realizaes relativas infraestrutura porturia; 2. encorajem e facilitem a criao de associaes nacionais ou locais de prticos para intervir como interlocutores com credibilidade na formulao de propostas e recomendaes pertinentes a matrias porturias e martimas em geral; 3. exijam aplicao estrita dos instrumentos jurdicos internacionais relativos ao transbordo do prtico com relao escada de quebra-peito e aos equipamentos de segurana pessoal; 4. Apliquem a Resoluo A.960 da IMO, nico instrumento internacional que estabelece normas para a profisso; 5. deem total importncia atualizao e harmonizao das regras nacionais que regem a profisso do prtico; 6. garantam a independncia (de julgamento) dos prticos, evitando quaisquer presses comerciais que possam ameaar a segurana dos navios, das instalaes porturias e do meio ambiente marinho; 7. Mantenham no mais alto nvel as normas de seleo de praticantes de prtico e procurem evitar a falta de candidatos ao posto.

Realizado em Casablanca, 8 de maro de 2012 O Congresso

9

international events eventos internacionais

The African Maritime Pilots Association (AMPA), founded in 2008 by eight pilots, is moving ahead and gaining visibility. In 2010 it held the first African forum on pilotage in Senegal and two years later, the first African congress on pilotage in Casablanca on March 8th and 9th 2012. IMPA participated in the conference in partnership with the Association Professionnelle des Pilotes des Ports de Casablanca and Jorf Lasfar (APPPC). AMPA now has 24 members, three times the original, and the purpose of the meeting was to strengthen the cooperation between the pilots associations on the continent, encouraging exchange of experiences and information between their professionals. Hassan Ezzahrati, AMPA president, believes that the African conference is the key to creating awareness of the importance of the pilots work, whether in the port logistics chain or in protecting public heritage, environment and human lives. A variety of issues were on the agenda, including regulation of the service, IMO Resolution A.960, the challenge of the Port Tanger Med pilots, and threats against the class regarding certain actions taken by international organizations, the last aspect addressed by Otavio Fragoso, senior vice-president of IMPA, who represented IMPA and its president Michael Watson. Probably the most rewarding activity as IMPAs senior vice-president has been the chance of attending meetings like this in different countries around the world and to witness the diversity of environments and conditions under which each pilot organization achieves efficient and reliable pilotage services. My experience validates what is recognized by the International Maritime Organization when expressing that pilotage involves highly skilled

experience and local knowledge. This is absolutely true and I would add that learning from each other is probably the best method for improving our own systems and understanding and respecting the differences between cultures and opinions - said Brazilian pilot Otavio. He added that only a fully regulated and cohesive pilotage service, free from commercial pressure, serves the public interest. As a basic premise of the organization, he explained that the concept is simple and obvious, but defending this principle at IMO and other international organizations requires many complex strategies and hard work, in his opinion. united in adversity The pilot mentioned two threats currently faced by the category: the first concerning the so-called International Standards for Maritime Pilot Organizations (ISPO); the other in relation to recent actions taken by the International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities (IALA) concerning pilotage. The ISPO issue has been quiet for a number of years, but as a result of strong marketing efforts by its creators it has gained some projection. As a result IMPA has been receiving inquiries about the associations position on this matter. On February 15,

international events eventos internacionais

First African Maritime Pilots Association Conference in MoroccoAMPA to consolidate the pilots role in the continent2012, we issued a press release clarifying our position regarding the matter, stressing that IMPA did not endorse ISPO, international in name only, because it does not guarantee the pilots capacity or pilotage services, since no competent international body acknowledges it as a quality benchmark he explained. Regarding IALA, Otavio commented that, since the job of maintaining lighthouses and navigation aids has diminished, the association has decided to branch out into new fields. IALA has succeeded in taking from IMO many VTS-related regulatory aspects and now intends to make claims on AIS and e-navigation. IALA has formed a so-called pilotage authorities forum (PAF), and although only five of the 80 IALA member countries participate in this forum, it is not beneficial for our class. The PAF objective is to achieve international harmonization of pilotage regulations. IMPA does not agree with this view. One of its basic principles is based on the conviction that regulation of pilots associations is solely a matter for national authorities, a viewpoint defended by IMO itself. Each pilot service is specific to local conditions he commented. The French pilot Frdric Moncany, president of Fdration Franaise de Pilotes Maritimes and an IMPA vice-president, spoke about the importance of pilot regulations. Moncany began his talk explaining to the delegates what impact deregulation of the activity would have on the shipping economy and safety. Deregulating pilotage would mean yielding to market pressure, permitting competition between pilot associations, with expectations of a drop in the prices of the service tariffs. In Europe we have vast experience in the subject as a result of unsuccessful attempts. In France, for example, the services organization has always been criticized by the same groups. I recently consulted a university study on this issue that shows it to be an eternal re-beginning, and this conflict has existed for more than 500 years. We can look at it pessimistically but, because Im an optimist, I think its a good omen: if we have managed to stay regulated all this time it is because our model is being recognized and legitimate he argued. In his presentation, the pilot recalled that one of the principles of the European union is free enterprise. Each citizen of a member State is entitled to settle and work freely in another Eu country. According to Moncany, pilotage is regarded with suspicion in this context. He recalled that the European Commission has made two attempts to introduce the principle of competition into the activity. The first time was in 2003 and the second in 2004. The European Parliament rejected the requests. Last September, the issue was again placed on the working agenda. After all, we European pilots have certain expertise on the subject, which permits me to

international events eventos internacionais

discuss it. In order to maintain shipping safety the pilots must be economically, financially and morally independent from the shipping operators with whom they work. The immediate effect of deregulating pilotage would be to curb this autonomy thanks to the adoption of economic liberalism in this segment. Invariably the professionals would take actions that would not always be in the public interest he explained. The speaker mentioned serious accidents in pilotage systems in which competition had been adopted, namely the Exxon Valdez and Nieuw Amsterdam in 1989 and 1997, respectively, in Alaska, and Bunga Teratai Satu and Doric Chariot in 2000 and 2002 in Australia. From the financial viewpoint, Moncany presented concrete data defending the premise that liberalism in pilotage does not lead, as in other segments, to lower prices. Studies show that the price and quality of the technical services offered by a port complex does not affect the ship owners choice of port. The strongest influence is the geographic destination of the freight. So we can say that competition in the activity will not significantly modify the service providers costs. Deregulating pilotage is economically ineffective, socially a cause for concern and hazardous from the shipping safety viewpoint. I repeat the words spoken by the then president of IMPA, Michel Pouliout, at the institutions conference in 2000 in Paris: Introducing competition into pilotage is to program a serious shipping accident in the future he concluded. Another member of the IMPA staff, Nick Cutmore, secretary-general of the association, presented a study on the IMO Resolution A.960. Nick spoke about the daily work at IMO, in its committees and subcommittees. Another topic of his panel was the international review of the pilot transfer regulations. Lastly, he discussed the impacts of pilots dealing with e-navigation and ECDIS.12

Tanger Med The challenges that the pilotage service faces in Port Tanger Med were analyzed by the Moroccan pilot Tarik Dourasse, who stressed the importance of the human factor (by thorough selection and training of professionals) so that pilotage achieves, in the regions complex, the desirable degree of excellence in safety, reliability and efficiency. Endowed with an outstanding geographical location in the heart of the Strait of Gibraltar, Tanger Med 1 has an industrial port platform and logistics integrated with the international maritime trade network. In July 2007, Port Tanger Med1 was inaugurated with movement forecast at eight million containers by 2016. Later, the Tanger Med Passenger terminal was built, now in operation since May 2010, and designed for seven million passengers and 700,000 ferry vehicles (see more in www.tmsa.ma). The next talk was by Senegalese pilot Dione Modou on the importance of the pilots contribution in port construction. From the pilots viewpoint, the design of a port, its berthing zone and access canal are determining factors for receiving ships (increasingly large, it should be mentioned). Due to his experience in the site in question, he pointed out how important it is for the pilot to instruct the relevant authorities when building new port facilities, extensions and reforms. To benefit the national economy, groups in charge of port feasibility studies must have pilots in their teams recommended Modou. Next, professor and consultant Mustapha El Khayat presented a panel on the strategic variables of which ports must be aware in order to maintain and reinforce their competitiveness. Khayat explained that intermodal transportation, different worldwide services, powerful independent ship owners, joint ventures, NVOCC (Non Vessel Operating Common Carriers) and multinational or global firms put port complexes in a position of

tough competition and, therefore, the ports have to adapt constantly to their customer requirements. The professor analyzed the pilotage variable and focused his talk on the pilots role in optimizing port logistics. Hassan Ezzahrati, president of AMPA, spoke about safety in ports, a subject that in his opinion concerns all members of the shipping and port community. He stressed that the pilots association (Association Professionnelle des Pilotes des Ports de Casablanca et Jorf Lasfar APPPC), is looking to obtain quality certificates such as ISO 9001 (accredited to APPPC during the event) for the ongoing improvement of its service and to efficiently meet State demands and requirements, namely those relating to preservation of the marine environment, human lives and port facilities. The pilots role Does the pilots profession run the risk of disappearing? Would the autonomous drive of some onshore vehicles apply to ships? These and other questions were raised for consideration during the presentation of Bernard Dujardin, vice-president of the Institut Franais de la Mer. In his opinion it is unlikely that the pilots profession will not be required. He believes that it should be considered that ships move in particularly sliding surfaces (aquatic) and, in a port, this area will always have a complex and variable behavior, while the sea cannot be reproduced due to internal and external factors. Some of the internal factors stressed by the professor was the loading plan and volume, turning center and radius, displacement inertia and reaction of the propulsion system to changes in draft; some of the external factors he mentioned include wind and currents that inside a basin vary from the ships prow to stern in force and direction, the various moving obstacles inside a port, effects of the variation in the clearance under the keel as a result of the tide, and interaction between the ships hull and quay.

international events eventos internacionais

ResOluTiONs OF The FiRsT AMPA CONFeReNCeThe following document was produced at the end of the conference: Recalling the importance of the parameters defined during the forum organized by AMPA on African pilotage in Dakar on March 16, 2010; Perceiving the difficulties of African ports to renew their pilots; Aware of how important it is to create a cooperation framework among national pilot associations to make them conscious of issues relating to the profession; Acknowledging that to adopt measures reinforcing maritime safety and protection, and marine environment preservation, it is necessary for the pilots to form associations; Convinced of the need for pilots to cooperate and give high priority to all measures in order to prevent and eliminate accidents that could threaten the marine environment and maritime safety; Recognizing the validity of the IMO Resolution A.960 that gives recommendations for capacitating and training pilots; The African Maritime Pilots Association appeals to the relevant maritime and port authorities in order: 1. To benefit the pilots engagement concerning the preparation of projects and studies and achievements relating to port infrastructure; 2. To encourage and facilitate the creation of national or local pilots associations to intervene as intermediaries with credibility in making proposals and recommendations relating to maritime and port matters in general; 3. To demand strict application of the international legal instruments relating to the pilots transfer concerning the pilot ladder and personal safety equipment; 4. To adopt the IMO Resolution A.960, the only international instrument that sets standards for the profession; 5. To give total importance to updating and harmonizing the national regulations governing the pilots profession; 6. To guarantee the pilots independence (of judgment), preventing any commercial pressures that may threaten the safety of ships, port facilities and marine environment; 7. To maintain at the highest level the selection standards for pilots and endeavor to prevent the lack of candidates to the position.

The Conference held in Casablanca, March 8th, 2012

13

eventos nacionais national events

370 Encontro Nacional de PraticagemFoco do evento foi implementao do helicptero para embarque e desembarque do prticoO transbordo sem dvida um dos momentos mais delicados no exerccio da praticagem. Apesar de todos os benefcios que a evoluo tecnolgica vem proporcionando profisso, a maioria dos prticos embarca usando equipamento igual ao de seus antepassados a escada de prtico. Nada se tem contra ela; muito pelo contrrio, ela cumpriu e cumpre seu papel, mas, observando a experincia de pases como a Alemanha, que h mais de 30 anos utiliza a via area para embarque e desembarque de seus pilotos, talvez seja a hora de pensar em alternativa que oferea praticagem nacional o que h de mais seguro e produtivo para embarcar seus profissionais o transbordo via helicptero. Com o objetivo de fomentar o debate sobre o tema o CONAPRA promoveu um seminrio sobre o assunto. O evento fez parte do 370 Encontro Nacional de Praticagem, realizado entre 13 e 16 de maro, em Curitiba, com a presena de prticos brasileiros e estrangeiros, autoridades martimas, advogados e representantes do segmento industrial, entre outros profissionais. O prtico norte-americano Gary Lewin foi convidado a dar seu depoimento aos brasileiros por ter sido o responsvel pela implementao do helicptero em sua praticagem. Lewin prtico da Barra do Rio Columbia, no Oregon, e comeou sua apresentao pedindo desculpas por no ter tido tempo de aprender portugus. Entre risos contou que estudaram to profundamente o tema, que chegaram a pensar em submarinos para transportar o prtico. Depois relatou toda a batalha que ele e colegas empreenderam at finalmente conseguir adotar o helo (abreviatura de helicopter ). A maior dificuldade dessa empreitada? Os prticos. mbito profissional a rejeio ao novo pode gerar srios prejuzos, como perda de produtividade, por exemplo. Na praticagem de Lewin no foi diferente. Em 1994, quando se cogitou adotar o helicptero, alguns prticos resistiram fortemente ideia; a briga em seguida mostrou-se dura, tendo ganhado tanta repercusso, que o Estado e os agentes de navegao entraram no conflito. Para resolver o impasse decidiram fazer uma experincia de quatro meses: durante esse perodo pagariam por um servio de transbordo areo com seus prprios recursos. O teste foi um sucesso. A determinao desses profissionais sensibilizou os tomadores do servio de forma que no fim eles reembolsaram os prticos. Lewin afirmou que adotar o helicptero no servio de praticagem foi a melhor coisa que fizeram e os que mais resistiram ao helo so hoje os que mais reclamam quando no tm a aeronave a sua disposio para embarcar. A apresentao do norte-americano contou com forte apelo visual. A plateia ficou bastante impressionada quando Lewin mostrou projees em que prticos embarcavam e desembarcavam via lancha na barra do Rio Columbia em

GARy LEWIN

interessante como a palavra mudana pode causar calafrios em algumas pessoas. Ao se confrontar com situaes de transformao o ser humano tende a perceber automaticamente o que vai perder em vez de o que tem a ganhar, dando espao ao inimigo nmero-um da evoluo: o medo. No

10

eventos nacionais national events

de h Seminr elic io so e de ptero p bre emp a sem barq ra emba rego ue d r e pr que 15 d tico e ma rAbe rt

Curi o de 201 tiba - Bra 2 silo Se min rio: 9 h

PALESTRANTES DEBATEM COM PLATEIA

SPEAkERS IN DEBATE wITh ThE AuDIENCEUso de Helic pte ro na Ope Impl s de

ura d

condies extremas de tempo. As operaes assemelhavam-se a aventuras de super-heris e no a transbordo de prticos. O tempo, desgaste e risco que o profissional de praticagem enfrentava para chegar ao passadio eram absurdos, e, simplesmente, muitas vezes a nica opo era fechar a barra devido impossibilidade de transbordo. Resultado: prejuzo. Lewin revelou que ele e seus colegas aprenderam pela experincia que h muito mais benefcios no uso do helo do que inicialmente previram. O tempo gasto para chegar ao navio foi reduzido dramaticamente aprimorando a eficincia do servio um objetivo logo atingido. Alm de chegar mais rapidamente a seu ponto de embarque, o prtico no precisa mais ficar fora da barra esperando as condies de mar e vento amainarem para seu retorno. Aperfeioou-se a utilizao dos prticos. Em uma s viagem, o transbordo por aeronave permite o embarque e desembarque de nmero maior de profissionais. Segundo Lewin, no se tem mais prticos parados, sem poder realizar seu servio, o que se agravava no inverno. Poder deslocar o ponto de embarque do prtico no sentido de se

ganhar tempo para a realizao do MPX e de permitir transbordo mais seguro tambm configurou vantagens adicionais. Mudanas de ltima hora no ETA (estimated time of arrival) passaram a ser acomodadas sem prejuzo ao servio, assim como se eliminou o congestionamento de navios e lanchas prximo ao ponto de embarque do prtico. segurana, segurana, segurana A utilizao de helicptero gerou sensvel mitigao da fadiga causada pela epopeia que os prticos da barra do Rio Columbia tinham pela frente durante a aproximao do navio. Lewin relatou que agora os prticos chegam inteiros ao passadio, pois no sofrem mais com o barulho e os vigorosos movimentos das lanchas, o que os deixava mareados e exaustos. Chegamos ao navio prontos para realizar nosso trabalho. Nosso talento manobrar. para isso que somos pagos. Viajar sofregamente em lanchas para atingir o navio contraproducente, ponderou. A sade do prtico saiu ganhando, segundo o norte-americano: Nos machucamos menos, e nossas costas e joelhos

emen ta o de Helic Estrut Ope Barra pte ura do do Ri s de Prog ros N Helic o Co Serv acio rama lumbi pte io de nais ros Im a (EUA para Helic port o Tran ) - De pte ados sa os ros spor para na im te de o Tran plem Prtic Partic spor enta o ipa o e te de o: Ca vant Prtic pt. Ga agen o ry Le s da win utiliz - Prt ao ico na Barra do Ri o Co lumbi a

agradecem. Com o transbordo areo o nmero de ferimentos diminuiu significativamente. Quando procurou a companhia de seguros de sua praticagem para saber se haveria alguma alterao de custo quando adotassem o helicptero para o transporte dos prticos, o representante da seguradora disse que iria analisar o caso. De fato parece que os riscos diminuram pois a empresa est estudando a questo h dez anos, conforme seu relato. Ele ressaltou que capacete (com microfone acoplado para deixar livres as mos do prtico), harness (argola na frente do colete ou salva-vidas no qual se fixa o cabo do helicptero) e sapatos isolantes (para evitar efeitos da eletricidade esttica) so acessrios obrigatrios. Tambm as tripulaes dos navios obtiveram ganhos com a adoo do helo. Durante sua exposio Lewin mencionou os acidentes ocorridos com

FABRIZIO ROMANO

DANIEL CAGNACCI

JOEL FONSECA

15

eventos nacionais national events

tripulantes de embarcaes no momento da colocao da escada de prtico; alguns bastante srios, como o de um tripulante que teve a mo esmagada e foi removido do navio para receber atendimento. Rigorosos em relao ao estado da escada de prtico, Lewin declarou que ele e seus colegas simplesmente no embarcam se o equipamento no se apresentar de acordo com as normas vigentes ou no parecer seguro o que seria bvio, mas no acontece sempre no ofcio. O navio no entrar na barra ou no sair dela at que o equipamento precrio seja substitudo. Hoje, com o transbordo areo, essa uma preocupao a menos, afirmou. gasto com combustvel: economia e menos poluio uma das vantagens que os prticos da barra do Rio Columbia no contavam no incio do programa foi a economia de combustvel, um dos custos mais significativos na navegao mercante. Lewin explicou que com o embarque via helicptero o navio no precisa reduzir sua velocidade para o transbordo nem fazer sombra para a lancha de prtico. Tambm, na maioria dos casos, no h necessidade de mudar sua trajetria para alcanar o ponto de embarque do prtico. Esses trs fatores combinados j pagam o custo do helicptero. O helo tambm mais econmico em relao lancha de prtico porque consegue multiplicar as transferncias com apenas uma movimentao. Contribuir para mitigar a poluio, preservando o meio ambiente, tambm representa fator muito positivo para toda a sociedade, complementou. Evidentemente as tripulaes das lanchas de praticagem ficaram preocupadas com a possibilidade de perder o emprego. Mas isso no aconteceu16

porque o servio oferecido pelas embarcaes no foi dispensado: ele funciona como back-up, j que o helicptero no pode ser considerado panaceia para todas as dificuldades. Quando a visibilidade durante o dia inferior a uma milha ou a trs milhas noite, por exemplo, as lanchas so acionadas. A diferena que, como trabalham menos, h mais tempo para manuteno preventiva, o que tambm representa economia; afinal, muito mais barato conservar uma lancha do que consert-la. Tambm a manuteno das aeronaves por vezes impede que os helicpteros estejam permanentemente disponveis. Na verdade todos ficaram felizes, porque quando o mar se apresenta raivoso quem faz a aproximao do navio o helo, observou Lewin. O prtico contou que inicialmente a populao local temeu pelos incmodos que as aeronaves poderiam causar, mas no demorou muito tempo para perceber que, com o helicptero, os prticos poderiam exercer servios paralelos em prol da comunidade. Entre eles Lewin citou salvamentos de pessoas em situaes de afogamento e enchente, resgate de crianas perdidas na floresta e at ajuda polcia na captura de criminosos. O pblico nos ama! Queremos agora receber a devida habilitao do Estado para reagir a toda e qualquer ameaa de poluio ao rio, declarou. Durante o processo, um efeito colateral no esperado: navios de passageiros. Os armadores desse tipo de embarcao hesitaram em adotar o helo para transbordo do prtico, argumentando

MARCELO CAJATy

que a aeronave era condizente com resgate, mas no com operaes rotineiras. No queriam que o vento causado pelo movimento do helicptero gerasse um furaco nos deques do convs, incomodando os passageiros. A resistncia foi vencida quando perceberam que as aeronaves eram pequenas, e a operao, simples. Agora somos uma atrao parte. Eles pedem que cheguemos de helicptero, como super-heris, finalizou. Quem prefere remar na sua praticagem? No Brasil prticos de Rio Grande barra que desde o sculo 19 preocupa as autoridades por suas caractersticas adversas navegao, conhecida, alis, como barra diablica tambm vm estudando o assunto h cerca de 10 anos, j tendo visitado vrios portos que operam com helicpteros, entre eles o da barra do Rio Columbia. um dos representantes de Rio Grande, Marcelo Cajaty, fez uma palestra a respeito do tema durante o encontro de Curitiba. O grupo acredita que a perspectiva de serem usados helicpteros para embarcar e desembarcar prticos s recentemente mostrou-se vivel no Brasil devido crescente facilidade de se adquirir a aeronave. Atualmente existem helicpteros mais leves, com turbinas, o que tornou esse tipo de equipamento mais acessvel. De

eventos nacionais national events

qualquer forma existem tradies marinheiras, fortemente arraigadas no segmento martimo. O prprio Gary Lewin nos relatou que nos anos 70, mesmo j possuindo motor nas lanchas, alguns prticos insistiam em mant-los desligados e remar para se aproximar do navio numa clara demonstrao de resistncia ao novo, explicou. Cajaty narrou a seguinte histria contada por um representante de helicpteros: durante palestra para a polcia um participante interrompeu o orador dizendo que com o valor de um helicptero poderiam ser compradas 100 viaturas, ao que o palestrante respondeu: Mas tambm podem ser comprados 1.000 cavalos. Durante suas pesquisas sobre viabilidade de implementao do helicptero para transbordo do prtico, perguntou a um colega francs, cuja praticagem adotara a aeronave, se ainda existia algum prtico que resistia a voar, preferindo embarcar de lancha. Algum na sua praticagem ainda prefere embarcar usando barco a remo? foi a resposta que obteve. O coronel da reserva Jos Geraldo Borges, consultor especializado em implementao de empresas areas, ministrou palestra bastante elucidativa sobre os principais detalhes necessrios para se implementar um departamento aeronutico nas praticagens. Borges apresentou os regulamentos brasileiros que servem de amparo legal, os recursos e os procedimentos necessrios para execuo do transporte

CMGS CARVALHO LEME E JOS HENRIQuE RABELLO COM O CF PAuLO PEIXOTO JNIOR CAPTAINS CARVAlhO lEME AND JOS hENRIquE RABEllO wITh COMMANDER PAulO PEIXOTO JNIOR

de carga area por helicptero no Brasil, opes de formatos de servio e preos de implementao, aquisio e manuteno. Finalizou seu trabalho citando o escritor norte-americano Alvin Tofler: Ou voc tem uma estratgia prpria, ou ento parte da estratgia de algum. Tambm fizeram parte do painel executivos de fbricas de helicpteros que apresentaram diversos modelos existentes, assim como as vrias tecnologias disponveis no mercado e ainda ofereceram visita a um helicptero leve biturbina, do tipo que poderia ser usado pelos prticos. Abordando vantagens e desvantagens na aquisio de diferentes aparelhos, Joel Fonseca representou a empresa nacional Helibras, enquanto Daniel Cagnacci e

Fabrizio Romano falaram em nome da estrangeira Augusta Westland. Por fim os prticos, em reunio privada, concluram que so de trs tipos as praticagens candidatas ao projeto: as que tm intenso trfego martimo, as que apresentam condies meteorolgicas extremas ou as que exigem extensos deslocamentos. Assim cada praticagem deve analisar suas necessidades e possibilidades de acordo com as particularidades locais, dadas as dimenses continentais do Brasil e a considervel diversidade de condies naturais de seus portos. De qualquer forma a semente foi lanada, e o prximo passo consiste em estudar junto s autoridades a necessidade de criao de normas e/ou adaptao da legislao vigente.

JOS GERALDO BORGES

PRTICOS CONHECEM HELICPTERO BITuRBINA

PIlOTS VISIT TO A BI-TuRBINE hElICOPTER

17

eventos nacionais national events

Silncio: o som da segurana"The sound of safety is silence. Essa foi a mensagem transmitida pelo presidente do CONAPRA, Ricardo Falco, na abertura do encontro. O prtico repetiu as palavras que Efthimious Mitropoulos (ex-secretriogeral da IMO) proferiu sobre segurana da navegao em recente evento internacional. Falco observou que leigos e at alguns profissionais do meio martimo tm concepo limitada em relao ao servio de praticagem. Nosso ofcio no representa simplesmente recurso para proteger navios de riscos fsicos relacionados navegao em guas restritas. Essa viso simplista e no leva em considerao a ameaa que acidentes de navegao representam para o pblico em geral, o meio ambiente e a economia local e nacional. Quase 100 anos separam o triste naufrgio do Costa Concordia, em janeiro deste ano, do desastre com o Titanic. Isso demonstra que a fantstica evoluo tecnolgica que sofreram navios e procedimentos de segurana nesse perodo no foi suficiente para impedir que o sinistro na costa italiana tenha ilustrado to farta e negativamente o noticirio mundial, argumentou. Falco explicou que prejuzos gerados por acidentes de navegao s podem ser dimensionados aps sua ocorrncia. A responsabilidade do Estado com a sociedade enorme, e nesse quesito o prtico desempenha papel primordial. Entre suas funes est de fato a preservao do navio, de sua carga e tripulao. O papel do prtico nesse enredo transcende, contudo, bens materiais e vidas isoladas; trata-se de proteo macro, pois um acidente de navegao em guas restritas representa risco para a economia e a sociedade em geral. O som da segurana o silncio. A praticagem brasileira apresenta nvel muito baixo de acidentes. Isso fruto de trabalho rduo que inclui estreita18

parceria com a autoridade martima, sempre atenta ao aprimoramento tcnico dos profissionais aquavirios, ao aperfeioamento das condies tecnolgicas, dos equipamentos e das instalaes que so oferecidos ao usurio do porto, o proprietrio da carga transportada pelos navios. Para que a artria responsvel pela movimentao de cerca de 96% do comrcio exterior seja preservada, o cliente da praticagem, o Estado, exige silncio o som emitido por manobras seguras que protegem o meio ambiente e a vida de seus cidados. A falta de notcias o nico parmetro para se avaliar uma gesto correta do Estado em prol da segurana da navegao, finalizou.

para se alcanar esse objetivo preciso aperfeioar a operacionalidade dos portos, terminais e vias navegveis do pas, tornando-os mais competitivos, seguros e capazes de suportar o volume das cargas que o comrcio internacional e nacional movimenta, assim como a navegao de turismo e a construo naval, esta ltima em franco desenvolvimento. Nesse contexto o prtico mostra-se fundamental, sempre objeto de ateno e respeito da Marinha por compartilhar conosco o zelo pela segurana da navegao, aperfeioando continuamente suas habilidades e conhecimento tcnico. Projetos atuais, como a implantao dos VTMS nos portos, traro mais ferramentas tecnolgicas e novos procedimentos que precisaro da contribuio dos senhores e senhoras, por ocasio de sua concepo e implementao, de forma a contemplar adequadamente as funcionalidades dos portos no que concerne s atribuies da autoridade martima, explicou. O profcuo relacionamento entre a DPC e o CONAPRA, assim como o das praticagens com as Capitanias dos Portos, foi ressaltado pelo oficial, que elogiou as associaes de prticos por assessorar os capites dos portos sempre que solicitadas. Em seu entender, esse tipo de contribuio tem rendido frutos para alcanar os objetivos comuns que os unem. Carvalho Leme finalizou seu discurso dizendo que a Marinha v com bons olhos o emprego do helicptero para transbordo do prtico. O assunto, em sua opinio, deve ser devidamente estudado para que a via area seja adotada na praticagem com segurana. A apresentao seguinte coube ao prtico e consultor portugus Manuel Casaca, que proferiu elucidativa palestra sobre navegao em fundos com lama. Casaca apresentou dados tcnicos bastante precisos sobre o tema, repassando audincia toda a sua expertise acerca do assunto.

RICARDO FALCO

Em seguida Falco passou a palavra ao capito de mar e guerra Mauro Guimares Carvalho Leme, que representou o ento titular da Diretoria de Portos e Costas, vice-almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira. Carvalho Leme destacou que o Brasil vem buscando o desenvolvimento econmico, social e tecnolgico necessrio para consolidar sua posio de destaque no cenrio mundial. Segundo a anlise do oficial,

CARVALHO LEME

eventos nacionais national events

OSVALDO AGRIPINO

CMG WALTRCIO SEIXAS COM COLEGAS DA MARINHA CAPTAIN wAlTRCIO SEIXAS wITh NAVY COllEAguES

Meu objetivo apresentar informaes que permitam maximizar a operacionalidade dos portos com fundos de lama sem prejuzo da segurana da navegao e de fatores associados aos trabalhos de dragagem, explicou. se voc acha praticagem caro, tente um acidente Questes relativas regulao econmica dos servios de praticagem foram abordadas pelo advogado e oficial de nutica Osvaldo Agripino, em cuja opinio deve-se evitar que matrias dessa natureza sejam levadas esfera judicial, j que existem rgos competentes para tratar do assunto. O advogado acredita que imperioso restringir a responsabilidade civil do prtico devido relevncia de sua atividade e insegurana que uma indenizao ilimitada pode gerar nesse profissional. Por estar diretamente ligado segurana da navegao, o gerenciamento de riscos assunto frequente em encontros de prticos. No evento de Curitiba o tema foi exposto pelo prtico Siegberto Schenk, da Esprito Santo

Pilots, que no se restringiu aos riscos gerenciados pelos prticos no exerccio de seu ofcio. Schenk apresentou amplo e complexo trabalho no qual mostrou como cada um de ns gerencia riscos cotidianamente. Extremamente conceitual, seu painel trouxe tona diversos aspectos do assunto: critrios de definio, metodologias de gerenciamento, exemplos e consequncias de acidentes e estratgias de tratamento, entre outros. No que concerne praticagem, lembrou que, enquanto o comandante treinado para manter o navio longe de obstculos, treina-se o prtico para manobr-lo com segurana bem perto de obstculos. Da a mxima: If you think pilotage is expensive, try an accident. O estudo Proposta de regulao de preos de praticagem foi elaborado e exposto por Ronaldo Fiani, professor do Instituto de Economia da universidade Federal do Rio de Janeiro, via teleconferncia. O economista apresentou mtodo para reduzir a incerteza regulatria, favorecendo investimentos na praticagem e a contratao de seus servios.

EMBAIXADOR BAENA SOARES E FALCO AMBASSADOR BAENA SOARES AND FAlCO

MANuEL CASACA

Com nmero recorde de comparecimento 70 prticos participaram do evento , o presidente do CONAPRA recebeu congratulaes pela realizao do encontro que serviu como amostra da maturidade e consequente coeso que a classe vem conquistando no Brasil fazendo jus orientao do presidente da IMPA, Michael Watson: unidos vamos longe. (Visite o site do CONAPRA e saiba mais sobre o encontro na TV CONAPRA)

SIEGBERTO SCHENK

TELECONFERNCIA DE RONALDO FIANI

RONAlDO FIANIS TElECONFERENCE

19

eventos nacionais national events

Cultura e chocolate na programao socialAlm das palestras, os passeios programados pelo staff do CONAPRA tambm fizeram sucesso, proporcionando momentos de intensa confraternizao. No dia 14 de maro todos visitaram a Praticagem de Paranagu, que ofereceu um caprichado churrasco aos participantes do evento. Os anfitries, Adriano Gustavo Vidal e Gustavo Henrique Martins, receberam os convidados calorosamente e mostraram uma das atraes da sede de Paranagu: um museu com relquias de navegao que contam parte da histria da praticagem local. No dia seguinte os participantes jantaram na tradicional cantina Famiglia Fadanelli, em Santa Felicidade, cuja deliciosa comida, aliada ao aconchego do ambiente italiano, proporcionou uma agradvel noite a todos. O Museu Oscar Niemeyer, a pera de Arame e o Parque Tangu pontos tursticos de Curitiba tambm estiveram no roteiro dos passeios. Por fim os visitantes conheceram a loja ChocoChic, onde degustaram deliciosos chocolates.

20

eventos nacionais national events

Paranagu PilotsNa sala de reunies da sede da praticagem de Paranagu h quadros com retratos pintados de todos os presidentes que por l passaram. um deles est em posio de destaque: o de Joaquim Tigre, patrono da Paranagu Pilots. Batizado Joaquim Mariano Fernandes, o prtico recebeu sua carta de praticagem em 1917, embora tenha comeado na profisso alguns anos antes primeiro em Santa Catarina e depois no Paran.

Em 1922 Joaquim Tigre (acima) organizou uma grande aventura como parte das comemoraes do centenrio da Independncia do Brasil. um raide de canoas partiu em 7 de setembro do litoral paranaense rumo ao Rio de Janeiro. A travessia durou 17 dias e teve Tigre como comandante. O feito foi noticiado nos principais jornais da poca que destacaram a liderana e bravura dos valentes parnanguaras.21

national events eventos nacionais

37th National Pilots ConferenceThe event focused on implementing the helicopter for pilot embarkation and disembarkationBoarding is undoubtedly one of the most delicate moments in the job of pilotage. Despite all the benefits that technological progress has offered the profession, most pilots go on board using the same equipment as their predecessors the pilot ladder. Nothing against it; very much to the contrary, it has and continues to play its role but, observing the experience of countries such as Germany, which for the past 30 years or more has been using air transfer for pilot embarkation and disembarkation, perhaps it is now time to think of a safer and more productive alternative for Brazilian pilotage to embark its professionals transfer by helicopter. In order to further this discussion, CONAPRA organized a seminar on the subject. The event was part of the 37th National Pilotage Conference in Curitiba held March 13-16, attended by Brazilian and foreign pilots, marine authorities, lawyers, representatives of the industrial segment and other professionals. The guest speaker was North American pilot Gary Lewin since he was responsible for adopting the helicopter in his pilot association. Lewin is a pilot of the Columbia River Bar, in Oregon, and began his presentation with apologies for not having had time to learn Portuguese. Between the laughter he said that they had studied the subject in such depth that they had even considered submarines to carry the pilot. Then he talked about the long battle that he and his colleagues had waged to finally succeed in adopting the helo (abbreviation for helicopter). What was the worst drawback of this project? The pilots. It is interesting how the word change can cause shivers in some people.22

When faced with situations of change human beings tend to automatically perceive what they will lose instead of what they will gain, opening up to enemy number one of evolution: fear. In the professional world, rejecting the new can cause serious losses, such as less productivity, for example. And Levins pilot association was no different. In 1994, when they considered using the helicopter, some pilots were strongly against the idea; the following struggle proved hard, having attracted so much repercussion that the State and the navigation agents joined the fray. To settle the impasse they decided to do a four-month trial run: during this period they would pay for an airborne transfer service using their own funds. The experiment was a success. The perseverance of these professionals so persuaded the service users that they finally reimbursed the pilots. Lewin said that using the helicopter in the pilotage services was the best thing they had done and those who were against the helo are today those who complain most when there is no aircraft at their disposal for boarding. The North Americans presentation had strong visual appeal. The audience was very impressed when Lewin showed projections where pilots embarked and disembarked by launch at Columbia River Bar in extreme weather conditions. The operations were like the superhero adventures and not pilot boarding. Weather, fatigue and risk that the professional pilots used to face to reach the gangway were absurd and very often the only option was simply to close the bar because it was impossible to board. This resulted in losses.

Lewin revealed that he and his colleagues learned from their experience that there are many more benefits using the helo than was first foreseen. The time spent in reaching the ship was dramatically reduced and the efficiency of the service enhanced immediately achieving one of the objectives. The pilot would not only reach his boarding point faster but also did not require to stay outside the bar waiting for the sea and wind to die down for his return. The use of pilots was enhanced. In only one trip, air transfer allows a larger number of professionals to embark and disembark. Lewin explains that pilots are no longer idle when unable to do their work, especially in the winter with worse conditions. Being able to move the pilot boarding point further out in order to gain time for the Master Pilot Exchange (MPX) and permit safer boarding are additional advantages. Last minute ETA (estimated time of arrival) changes have now been accommodated without detriment to the service, and congestion of ships and boats has been eliminated at the pilot boarding point. safety, safety, safety The use of helicopters considerably reduced fatigue caused by the epic saga endured by the pilots of the Columbia River bar when approaching a ship. Lewin told how now pilots reach the gangway feeling fit, since there is no boat-induced fatigue due to the noise and rough motion of the boats, which would leave them worn and weary. Were ready to do our work when we reach the ship. Our skill is maneuvering. Thats what were paid for. The rough boat crossing to

national events eventos nacionais

reach the ship is counter-productive, he considered. This benefited the pilots health, according to the North American: We have less strain and less long term effect on our backs and knees. With the air transfer, the number of injuries has diminished significantly. When he approached the insurance company of his pilotage to know whether there would be some change in cost when using the helicopter for pilot transfer, the insurance company representative said that he would look into the case. In fact, it seems that there were fewer risks since the company has been studying the question for ten years, as he reported. He stressed that a helmet (with fitted microphone for the pilot to have his hands free), harness (a ring at the front of the vest or lifejacket to which the helicopter cable is fixed) and insulated footwear (against effects of static electricity) are mandatory equipment. Ship crews have also gained from using the helo. During his presentation, Lewin mentioned accidents to ships crews when rigging the pilot ladder; some quite serious, such as the crew member whose hand was crushed and he was taken off for medical care. Lewin said that he and his colleagues are strict about the state of the pilot ladder and simply do not board if the equipment fails to meet the prevailing standards or looks unsafe which seems obvious but doesnt always happen on the job. The ship will not enter or leave the bar until the unsafe equipment is substituted. Today, with air transfer, this is one concern less, he stated. Fuel costs: saving and less pollution One of the benefits that the Columbia River Bar pilots did not expect at the

start of the program was savings on fuel, one of the highest costs in merchant shipping. Lewin explained that with helicopter embarkation the ship does not need to reduce its speed for the transfer or maneuver for the pilot boat. Also in most cases there is no need to change its course to reach the pilots boarding point. These three factors combined already pay for the helicopter. The helo is also more economical in relation to the pilot boat because it manages to multiply the transfers with only one movement. It contributes to mitigate pollution, preserving the environment, and is also a very positive factor for all society, he added. Naturally, pilot boat crews were concerned about possibly losing their job. But this did not occur because the service offered by the boats was not discarded: it acts as a back-up, since the helicopter cannot be considered a panacea for all problems. When daytime visibility is less than a mile or three miles at night, for example, then the boats go into action. The difference is that, since they work less, there is more time for preventive maintenance, which is also a saving; after all, it is much cheaper to conserve a boat than to mend it. Aircraft maintenance also sometimes prevents the helicopters from being constantly available. Actually, everyone was pleased, because in a stormy sea its the helo that approaches the ship, commented Lewin. The pilot told that at first the local population was afraid of the disturbances that aircraft could cause, but it didnt take them long to see that, with the helicopter, the pilots could do parallel services in benefit of the community. Some examples Lewin mentioned were saving people from drowning and

floods, rescuing children lost in the forest and even helping police capture criminals. The public loves us! Now we would like to receive due habilitation from the State to react to each and any pollution risk to the river, he stated. During the process, there was one unexpected side effect: passenger ships. The owners of this kind of vessel hesitated to adopt the helo for pilot boarding, arguing that the aircraft was compatible with rescue but not routine operations. They did not want the wind caused by the helicopters movement to create a hurricane on deck, disturbing passengers. The resistance was overcome when they perceived that the aircraft was small and the operation simple. Now were an attraction on our own. They ask us to come by helicopter like superheroes, he concluded. Who wants to row in their pilotage? In Brazil, the pilots of Rio Grande where a bar that since the 19th century has concerned authorities because of its adverse characteristics to shipping, in fact, known as the devils bar have also been studying the matter for around 10 years, and have already visited ports that operate with helicopters, one of them being the Columbia River bar. One of the Rio Grande representatives, Marcelo Cajaty, gave a talk on the subject during the meeting in Curitiba. The group believes that the prospect of using helicopters to embark and disembark pilots has only proven feasible recently in Brazil due to the easier procurement of the aircraft. Helicopters are lighter today, equipped with turbines, which has made them more accessible. In any case, seagoing traditions are firmly rooted in the maritime segment. Gary Lewin himself told us that in the 1970s, even with motorized boats, some pilots insisted in23

national events eventos nacionais

turning them off and rowing to approach the ship in a clear demonstration of resistance against innovation, he explained. Cajaty told the following story from a helicopter representative: during a talk to the police a member of the audience interrupted the speaker saying that the cost of one helicopter could buy 100 vehicles, to which the speaker replied: But it could also buy 1,000 horses. During his studies on the feasibility of implementing the helicopter for pilot transfer, he asked a French colleague, whose pilot association had adopted the aircraft, if any pilot has been against flying, preferring to go by boat. Does anyone in your association still prefer to embark by rowboat? was the answer. Retired Colonel Jos Geraldo Borges, consultant specializing in implementing airlines, gave quite an instructive talk on the main details required for implementing an aviation department in pilotage. Borges talked about Brazilian regulations as legal support, the resources and procedures required for helicopter air freight transportation in Brazil, options of service formats and implementation prices, procurement and maintenance. He concluded his talk with the words of American writer Alvin Toffler: If you don't develop a strategy of your own, you become a part of someone else's strategy. The panel also included executives from helicopter factories who presented a number of existing models, various technologies available on the market and also offered a visit to a light biturbine helicopter, the model that could be used by pilots. Joel Fonseca, representing the Brazilian company Helibras, addressed the pros and cons of procuring different models, while Daniel Cagnacci and Fabrizio Romano spoke on behalf of the foreign company Augusta Westland.24

Lastly, in a private meeting the pilots concluded that there are three kinds of candidate pilotage for the project: those who have heavy sea traffic, those who have extreme weather conditions, and those who have long distances to go. So each pilot association must analyze its needs and possibilities according to

the local particularities, considering the continental size of Brazil and the considerable diversity of its ports natural conditions. In any case, the seed has been sown, and the next step is to study in conjunction with the authorities the need to create standards and/ or to adapt the prevailing legislation.Columbia River Bar

AMERICAN PILOT GARy LEWIN AT DIFFERENT TIMES DuRING THE HELICOPTER TRANSFER O PRTICO NORTE-AMERICANO gARY lEwIN EM VRIOS MOMENTOS DO TRANSBORDO VIA hElICPTERO

national events eventos nacionais

Silence: the sound of safetyThe sound of safety is silence. This was the message from Ricardo Falco, president of CONAPRA, at the opening of the conference. The pilot repeated the words of Efthimios Mitropoulos (former secretary-general of IMO) on shipping safety at a recent international event. Falco commented that lay people and even some professionals in the marine sector have a limited idea of what a pilot does. Our job is not merely a resource to protect ships from physical risks relating to navigation in restricted waters. This is a simplistic view and does not take into account the hazard that shipping accidents represent for the general public, environment and local and national economy. Almost 100 years separate the tragic shipwreck of the Costa Concordia in January this year from the disaster of the Titanic. This shows that the wonderful technological progress to ships and safety procedures in this period was not enough to prevent the accident off the Italian coast from having been so widely and negatively headlined in the global news, he argued. The pilot explained that losses caused by shipping accidents can only be calculated after their occurrence. The States responsibility to society is enormous, and the pilot plays a leading role in this requirement. One of his duties is in fact to preserve the ship, its cargo and crew. The pilots role in this scheme transcends, however, material goods and individual lives; it is macroprotection, since a shipping accident in restricted waters is a risk for the economy and society in general. The sound of safety is silence. Brazilian pilotage has a very low accident rate. This is the result of hard work, including close partnership with the marine authorities, always alert to technical improvement of waterway professionals, enhancement of technological

REgINAlDO PANTOJA VISITINg COluMBIA RIVER PIlOTS' ASSOCIATION REGINALDO PANTOJA EM VISITA PRATICAGEM DO RIO COLuMBIA

conditions, equipment and facilities offered to the port user, owner of the cargo carried by the ships. In order to preserve the artery responsible for moving around 96% of foreign trade, the pilotage client, the State, requires silence the sound emitted by safe maneuvers that protect the environment and life of its citizens. No news is the only parameter to evaluate the States correct administration in favor of shipping safety, he concluded. Next Falco handed over to Navy Captain Mauro Guimares Carvalho Leme, who represented the director of Ports and Coasts, Vice-Admiral Eduardo Bacellar Leal Ferreira. Carvalho Leme stressed that Brazil has been striving for the necessary economic, social and technological development to consolidate its foremost position on the world scene. According to the officers analysis, in order to achieve this objective it has to upgrade the operational status of the countrys ports, terminals and navigable waterways, to make them more competitive, safer and able to withstand the volume of freight moved by international and national trade, as well as tourist navigation and the fast growing shipbuilding sector. In this context the pilot is a key figure, always an object of the Navys attention and respect by striving together with us for shipping safety, constantly enhancing his skills and technical know-how.

Current projects, such as implementing VTMS in the ports, will bring further technological tools and new procedures that will require your contribution, ladies and gentlemen, on occasion of its concept and implementation, in order to properly consider port functions regarding the maritime authoritys attributes, he explained. The fruitful CONAPRA-DPC (DPC Directorate of Ports & Coasts) relationship and of the pilot associations with the port authorities was highlighted by the officer who praised the pilot associations for informing the Port Authorities whenever requested. He understood that this kind of contribution has helped achieve the mutual objectives that unite them. Carvalho Leme concluded his talk saying that the Navy is agreeable to the use of helicopters for pilot transfer. The issue, in his opinion, must be carefully studied in order to provide safe air transfer. The next presentation by Portuguese pilot and consultant Manuel Casaca was an instructive talk about shipping in mudflats. Casaca provided very precise technical data on the matter, conveying to the audience all his expertise on the subject. My objective is to give you information that helps maximize the operational ability of ports with mudflats without detriment to shipping safety and dredging-related factors, he explained.25

national events eventos nacionaisif you think pilotage expensive, try an accident Questions relating to the economic rules of pilotage services were addressed by lawyer and marine officer Osvaldo Agripino, whose opinion is that matters of this kind should not go to court since competent authorities exist to deal with these issues. The lawyer believes that it is imperative to restrict the pilots liability due to the importance of his work and the insecurity that unlimited compensation can create in this professional. Since risk management is directly linked to shipping safety, this matter is often discussed in pilot conferences. At the Curitiba event the topic was addressed by pilot Siegberto Schenk, from Esprito Santos Pilots, who did not limit himself to the risks managed by the pilots in their work. Schenk gave a comprehensive and complex presentation in which he showed how each of us manages risks each day. His extremely conceptual panel raised various aspects of the subject: definition criteria, management methodologies, examples and consequences of accidents, treatment strategies and so on. Concerning pilotage, he recalled that while the captain is trained to keep the ship far from obstacles, the pilot is trained to safely maneuver it very close to obstacles. Hence the saying: If you think pilotage is expensive, try an accident. The study on Proposed pilotage price regulations was prepared and delivered by Ronaldo Fiani, professor of the Economics Institute of the Federal university of Rio de Janeiro via teleconference. The economist presented a method to reduce regulatory doubts, encouraging investments in pilotage and contracting its services. With a record turnout of 70 pilots participating, the president of CONAPRA was congratulated on holding the26

event that was an example of the maturity and consequent cohesion achieved by the category in Brazil, reflecting the guideline of IMPA president Michael Watson: united we go far.

(Visit the CONAPRA site and learn more about the meeting on TV CONAPRA)

Culture and chocolate in the social programNot only were the talks successful but also the excursions programmed by the CONAPRA staff, providing moments of great socializing. On March 14th they all visited the Paranagu Pilot Association, which offered a generous barbecue for the events delegates. The hosts Adriano Gustavo Vidal and Gustavo Henrique Martins warmly welcomed the guests, who visited one of the attractions of the Paranagu headquarters: a museum with shipping relics that tell part of the history of local pilotage. The following evening the delegates dined in the traditional restaurant Famiglia Fadanelli, in Santa Felicidade, whose delicious cuisine and welcoming Italian atmosphere culminated in a pleasant evening for everyone. The Oscar Niemeyer Museum, the Wire Opera House [pera de Arame] and Tangu Park tourist attractions in Curitiba were also included in the excursion program. The delegates last visit was to the ChocoChic store where they enjoyed mouthwatering chocolates.

Paranagu PilotsThe Paranagu Pilot Association meeting room houses painted portraits of all its presidents. One in prominent position portrays Joaquim Tigre, patron of the Paranagu Pilots. The pilot whose full name was Joaquim Mariano Fernandes received his pilots certificate in 1917, despite having worked as a pilot some years earlier first in Santa Catarina and then in Paran. In 1922 Joaquim Tigre organized a great adventure as part of the centenary celebrations of Brazils independence. A fleet of canoes set forth from the Paran coast on September 7th making for Rio de Janeiro. The crossing took 17 days and Tigre was in command. The feat made headlines in the main newspapers of that time, highlighting the prowess and bravery of the valiant pilots from Paranagu.

homenagem tribute

Santos perde o veterano Jos Console, um dos fundadores da Praticagem de So SebastioFilho de imigrantes italianos, o santista Jos Console deixou sua marca registrada na histria de sua cidade. Empresrio bem-sucedido e prtico experiente foram mais de 50 mil manobras , Console era respeitado no meio martimo por sua competncia e seriedade. Capito de longo curso, iniciou sua carreira em 1943, tendo sido o mais jovem comandante da Companhia de Navegao Lloyd Brasileiro empresa estatal na qual Console comandou os navios Bandeirantes, Bocaina, Joazeiro, loide Panam e ua. A experincia vivida na Segunda Guerra Mundial, quando participou de comboios nos navios Cuyab, gavealoide e Recifeloide, deixou marcas no prtico, que costumava relatar famlia a presso qual a tripulao era submetida a bordo, sobretudo noite, quando eram tomados pelo medo por ter que navegar em total escurido. Fatos pitorescos tambm faziam parte de seu repertrio: certa vez, ao embarcar em um navio, caiu da escada de prtico. O marinheiro da lancha que o acompanhava resgatou-o, mas apesar do incidente ele fez questo de realizar a manobra. Como suas roupas estavam encharcadas, manobrou o navio com vestimentas emprestadas pelo comandante. Chegou em casa rindo da aventura. Comeou sua carreira como prtico em 1956, tendo sido presidente da praticagem de Santos de 1980 a 1984. Segundo colegas, seu estilo era objetivo, do tipo falar pouco e fazer muito. Manobrou milhares de navios: cargueiros, rebocadores, belonaves, de passageiros e, sobretudo, supertanques que utilizam o Terminal Martimo Almirante Barroso (Tebar), da Petrobras, na cidade porturia de So Sebastio. Antes do terminal, inaugurado em 1968, passou pela fase em que os grandes petroleiros tinham que fundear no Canal de So Sebastio a fim de transferir parte de sua carga para petroleiros menores, pois s dessa forma conseguiriam atracar no Porto de Santos que nessa poca tinha limite de 30 ps de calado. Durante bom tempo os prticos chegavam ao canal por mar, nos petroleiros menores, ou por areia, j que o trajeto era percorrido de jipe pelas praias, passando por rios (a Rodovia BR 101 que margeia o litoral fluminense e paulista s seria inaugurada bem mais tarde). Inicialmente a zona de praticagem no Estado de So Paulo era nica, englobando Santos e So Sebastio. Devido grande dificuldade de deslocamento, os prticos da regio santista no gostavam de viajar para So Sebastio. O comandante Console, entretanto, com viso pioneira e futurista, junto a seus colegas Francisco Luiz de Oliveira e Teophilo Quirino (ambos falecidos), deslocava-se para l sempre que necessrio, e, com a concordncia dos colegas, eles comearam a trabalhar exclusivamente em So Sebastio. Com justia, separaram o faturamento dos dois portos. Em 1967, a autoridade martima reconheceu a separao e efetuou o primeiro processo seletivo para praticante de prtico em So Sebastio. Nessa poca l ingressou Carlos Eloy Cardoso Filho e criou-se oficialmente a Praticagem de So Sebastio explica Fbio Mello Fontes, presidente da Santos Pilots, que tem enorme admirao pelo colega e amigo Jos Console. Era um homem pragmtico, ia direto ao assunto. Competente, inteligente e culto, era a elegncia o que mais me chamava a ateno em sua personalidade. At em momentos de gozao mantinha a classe. Tinha finesse, algo espetacular lembra. Alina P. Em 30 de dezembro de 1991 Console desatracou o petroleiro Alina P. do Terminal 3 do Porto de So Sebastio para funde-lo na Barra Sul. No momento de largar ncora ocorreu forte exploso no paiol de amarra seguida de vrias outras que provocaram incndio de grandes propores. Todos correramArquivo de famlia

EM JANEIRO DE 1953

IN JANuARy 1953

27

homenagem tributepara a popa, nico lugar seguro, e se jogaram ao mar de uma altura de 15 metros. A lancha da praticagem estava por perto e conseguiu resgatar o prtico que por sua vez ajudou a salvar os tripulantes do navio um deles morreu e outro desapareceu. Cinco minutos depois, o navio foi a pique. Esse foi um dos momentos mais difceis que Console enfrentou em seus 52 anos de praticagem. Outra provao pela qual passou foi a perda do irmo e prtico Milton Console, morto em 1997. Muito ligado famlia, gostava de v-la reunida aos sbados com direito a falatrio, risos e confuses, bem moda italiana. Casado com yvonne Julia Salvadori Console desde 1954, teve trs filhas e dois filhos que lheArquivo de famlia

deram sete netos. Seguiram sua profisso os sobrinhos Lelio e Julio Console, prticos de Santos. Aposentou-se da praticagem em 2008 devido a proble-

mas no ombro, mas continuou a trabalhar em sua empresa at a vspera de seu falecimento, em 25 de janeiro, aos 88 anos, vtima de infarto.L. Frangetto

O PRTICO AOS 83 ANOS

ThE 83-YEAR OlD PIlOT

RECEBENDO A HOMENAGEM MRITO NAVAL NO GRAu DE CAVALEIRO

RECEIVINg ThE NAVAl ORDER OF MERIT OF ThE kNIghT

28

tribute homenagem

Santos loses veteran Jos Console, one of the founders of the So Sebastio Pilots' AssociationSantos-born Jos Console, son of Italian immigrants, has left his registered trademark on the history of his city. Successful businessman and experienced pilot there were more than 50,000 maneuvers , Console was respected in the maritime sector for his competence and responsibility. As an ocean-going captain he began his career in 1943, the youngest captain of the Lloyd Brasileiro shipping firm a state-owned company in which Console captained the ships Bandeirantes, Bocaina, Joazeiro, loide Panam and ua. The pilot was marked by his experience in the Second World War, when he participated in convoys on the ships Cuyab, gavealoide and Recifeloide and would often tell his family about the pressure endured by the crew, especially at night, when they were afraid to sail in total darkness. Humorous anecdotes were also part of his repertoire: once, when boarding a ship, he fell off the pilot ladder. The sailor on the motorboat accompanying him rescued him but, despite the incident, he insisted on doing the maneuver. Since his clothes were absolutely soaking, he maneuvered the ship wearing clothes borrowed from the captain. Back home he found his adventure highly amusing. He began his pilots career in 1956 and was president of Santos Pilots Association from 1980 to 1984. According to his colleagues he was objective in the said little and did a lot style. He maneuvered thousands of ships: cargo vessels, tugs, warships, passenger ships and especially supertankers that use the Petrobras Almirante Barroso Sea Terminal (Tebar), in the port city of So Sebastio. Before the terminal was inaugurated in 1968, the large oil tankers had to anchor in the So Sebastio channel to transfer part of their cargo to smaller tankers, since this was the only way to berth in Santos port, which at that time had a draft restricted to 30 feet. For many years the pilots would reach the channel by sea in smaller tankers or along the shore when the route was made by jeep over the beaches, crossing rivers the federal highway BR-101 bordering the Rio de Janeiro and So Paulo coastline was only to be inaugurated much later. At first, this was the only pilotage zone in So Paulo State, covering Santos and So Sebastio. Since travel was so difficult, the pilots in the Santos region didnt like going to So Sebastio. Captain Console, however, with pioneering foresight, together with his late colleagues Francisco Luiz de Oliveira and Teophilo Quirino, would travel there whenever required, and, with the agreement of their colleagues, began working solely in So Sebastio. The billing of the two ports was separated judicially. In 1967, the maritime authority acknowledged the separation and ran the first selection process for pilot trainees in So Sebastio. That was when Carlos Eloy Cardoso Filho joined and So Sebastio Pilots Association was officially created explains Fbio Mello Fontes, president of Santos Pilots, who has enormous admiration for his colleague and friend Jos Console. He was a pragmatic man, would go straight to the point. He was competent, intelligent and learned, but it was his elegance that called my attention to

his personality. He kept his cool even when being teased. He had finesse, something extraordinary he recalls. Alina P. On December 30th, 1991 Console unmoored the oil tanker Alina P. from Terminal 3 in So Sebastio port to anchor her on the South Bar. As soon as he lifted anchor there was a loud explosion in the chain locker followed by several others that caused a major fire. Everyone rushed to the stern, the only safe place, and leaped 15 meters into the sea. The pilot boat was nearby and rescued the pilot who, in turn, helped save the ships crew one of them died and another disappeared. The ship sank five minutes later. This was one of the toughest moments in Consoles 52 years as pilot. He had suffered another blow when he lost his brother, pilot Milton Console, who died in 1997. He was very much a family man who enjoyed seeing everyone together on Saturdays amidst chatter, laughter and gesticulation in true Italian style. He married yvonne Julia Salvadori Console in 1954, had three daughters and two sons who gave him seven grandchildren. His nephews Lelio and Julio Console joined his profession and are Santos pilots. He retired from pilotage in 2008 due to shoulder problems but continued working in his company until the eve of his death on January 25th at 88 years old, victim of a heart attack.L. Frangetto

CONSOLE ON A PILOT BOAT CONSOlE EM lANChA DE PRTICO

29

Navegao navigation

Queda do sinal GPS e erupes solares

Comandante Tim Grime MNI, BSc (Hons)

Aumento dos nveis de atividade geomagntica ao longo dos prximos anos impe um risco real de interrupes nos sistemas globais de navegao por satlite (GNSS). Os navegantes devem estar cientes dos riscos e devem ser capazes de navegar por sistemas mais tradicionais, em vez de depender inteiramente de informaes de satlite.

Em fevereiro de 2011 ocorreu uma grande erupo solar, desencadeando uma enorme tempestade geomagntica uma que deve ter sido a primeira de muitas desde que o ciclo de energia magntica do sol est atingindo seus picos, em 2012 e 2013. A NASA est extremamente preocupada com os efeitos dessas tempestades, advertindo que a sociedade moderna depende de sistemas de alta tecnologia, como redes de energia inteligentes, GPS e comunicaes via satlite todos vulnerveis a tempestades solares. Em junho de 2011, ela promoveu um Frum do Clima Espacial1 para discutir mtodos de previso de distrbios solares desse tipo e minimizar seus efeitos: o sol est acordando de um sono profundo, e podemos esperar, nos prximos anos, nveis muito mais altos de atividade solar. Ao mesmo tempo, nossa sociedade tecnolgica desenvolveu uma sensibilidade sem precedentes a tempestades solares. A interseo dessas duas questes o assunto para cuja discusso estamonos reunindo, diz Richard Fisher, chefe da Diviso de Heliofsica da NASA.

Acredito que estamos no limiar de uma nova era, na qual o clima no espao poder ter tanta influncia em nossas vidas dirias como o clima na terra. Ns levamos isso muito a srio. Pesquisas adicionais via internet sobre esses fenmenos revelaram um nmero de preocupaes sobre os efeitos das tempestades solares, e uma gama de declaraes um tanto sensacionalistas sobre possveis falhas em sistemas de comunicaes e navegao. Ento, o que significaria para a segurana da navegao martima uma grande tempestade geomagntica, em uma poca em que os navegadores contemporneos confiam cegamente em informaes de posio GPS?

perodo no qual previsto um aumento na atividade de erupes solares, que provavelmente ter efeitos sobre sinais GNSS, dos quais o GPS faz parte. tambm verdade que um grande nmero de sistemas, e no somente os de navegao, so de alguma forma dependentes desses sinais, e, como consequncia, a distoro dos sinais recebidos pode levar degradao do desempenho do sistema ou at a uma falha total. Consequentemente, o Royal Institute of Navigation tem sido uma das diversas vozes clamando por sistemas confiveis de apoio terrestre. A declarao mais recente do RIN sobre o assunto, datada de fevereiro de 2010, diz o seguinte: Os sistemas globais de navegao por satlite (GNSS) fornecem atualmente informaes precisas para navegao e sincronizao temporal sob condies normais de operao. No entanto, eles tm reconhecidas vulnerabilidades, que podem algumas vezes levar a falhas locais ou regionais. Existe, portanto, uma necessidade fundamental, em nvel mundial, de sistemas robustos

O Royal institute of NavigationPeter Chapman-Andrews, diretor do Royal Institute of Navigation, avisa que: Estamos nos aproximando de um

30

1 Space Weather Enterprise Forum evento anual que rene uma vasta gama de interessados no assunto, incluindo fornecedores, usurios, pesquisadores do governo, acadmicos e membros do setor privado, bem como legisladores e pessoal do Congresso, para elevar o nvel de conscientizao e trocar informaes sobre clima espacial.

Navegao navigation

baseados em terra, que forneam um sistema paralelo e independente de informaes sobre posio e tempo, para garantir a segurana da navegao e a proteo ambiental em terra, no mar e no ar. Esses sistemas alternativos poderiam tambm trazer benefcios concomitantes, fornecendo os dados essenciais sobre tempo e frequncia que apoiam atividades financeiras, de radiodifuso e outras atividades crticas, tanto comerciais como governamentais. Essa declarao substituiu a que a antecedeu, datada de 2004 e que defendia enfaticamente que o sistema de apoio deveria ser o LORAN C.

com cerca de 100 graus de erro. A tripulao no podia ajust-la, uma vez que a ferramenta necessria no se encontrava a bordo. A cobertura da giroscpica principal havia sido permanentemente removida. Consequentemente, a poeira se acumulava nas partes internas da giro. Isso podia levar a defeitos e obrigar a tripulao do navio a depender da agu