Revista SINFAC/RS 08

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Edição 08 da Revista dirigida ao setor de Fomento Mercantil - Factoring - do Estado do Rio Grande do Sul, abordando como tema principal as eleições para o Governo do Estado, com uma entrevista exclusiva com os principais candidatos.

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e mais:

A matéria especial desta edição não poderia ser mais propicia para o momento, já que estamos em plenas vésperas das eleições eleitorais, a revista traz entrevistas exclusivas com os principais candidatos ao governo do Estado.

O setor de fomento mercantil está prestes a ter a sua atividade regula-mentada por lei. Isso devido, o Projeto de Lei da Câmara (PLC 13/07), que dispõe sobre operações de fomento mercantil – factoring aprovado pelo senado Federal.

Palavra do Presidente ...............................................................................................04

Atualidade .................................................................................................................................. 06

Novas Tecnologias .................................................................................................... 10

Perfil ............................................................................................................................................... 12

Economia ......................................................................................................................................20

Entrevista ...................................................................................................................................... 22

Responsabilidade social ................................................................................ 24

Saúde e Bem-Estar .................................................................................................. 26

Gestão .............................................................................................................................................. 28

Artigo .................................................................................................................................................. 30

Em foco .......................................................................................................................................... 32

Turismo ......................................................................................................................................... 36

Cultura ............................................................................................................................................... 38

A Revista do SINFAC/RS é uma publicação do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil - Factoring do Estado do Rio Grande do Sul

Rua Sport Club São José, 53 - conj. 302Fone/Fax: (51) 3341-3998 CEP 91030-510 - Porto Alegre/RSwww.sinfacrs.com.br - [email protected]

DIRETORIAPresidente:Olmar João Pletsch

1º Vice-Presidente:Marcio Henrique Vincenti Aguilar

Vice-Presidente Administrativo:Luiz Gerson Almada

Vice-Presidente Financeiro:Rodrigo Librelotto Westphalen

Diretores Titulares:Letícia Hickmann PletschOlmiro Lautert Walendorff Jaime Antonio NunesMaria Terezinha Deboni Grando Clito SantiniGisele Ferreira Bier Roberto de LorenziNorberto Pacheco de Antoni Alexander BleyCarlos Gilbert Conte

Diretores Suplentes: Luciano Villa Verde CaetanoGilberto Bavaresco Roseli de Castro SoaresKarina Deboni Grando Ivanhoé FassiniRogério Vargas Fagundes Antonio Rodrigues AguilarPedro Henrique de Souza Almada Angela Maria Marcon TernesMarcelo Pina Matusiak

Delegados Titulares Representantesjunto à Fecomércio:Olmar João PletschOlmiro Lautert Walendorff

Delegados Suplentes Representantesjunto à Fecomércio:Marcio Henrique Vincenti AguilarRodrigo Librelotto Westphalen

Conselho Fiscal - Titulares: Sérgio Grisólia WalendorffValdir Ferraz de Abreu Jorge Alberto de Oliveira Pacheco

Conselho Fiscal - Suplentes:Diones Pastre CamargoLino Mattiello Germano Brendler

EDIÇÃOFrancke | Comunicação IntegradaAv. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 Bela Vista - Porto Alegre/RSFone/Fax: 51 3388 7674www.francke.com.brEditora-responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS), Teresa Schembri (Reg. Prof. 6240/25/91 RS) e Sérgio Giacomel ( Req. Prof. 15003/RS)Projeto Gráfico: Hélio de SouzaDireção de Arte: Thiago Pires/Capa: Alex MelloRevisão: Flávio Dotti - Impressão: Contgraf

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A época pede reflexão, cautela e muita aná-lise de mercado, ou melhor, o período pede mui-to mais, análise do histórico e das propostas dos nossos políticos, já que estamos nos aproximando do período eleitoral. Para ajudar os leitores da Revis-ta do SINFAC/RS a definir e avaliar as propostas dos candidatos ao governo do Estado, nós apresentamos nesta edição, entrevistas com os principais candida-tos que desejam alcançar o cargo de governador do Rio Grande do Sul. As entrevistas exclusivas com os candidatos Yeda Crusius (PSDB), que almeja a ree-leição para governadora; José Fogaça (PMDB), que se licenciou do cargo de prefeito de Porto Alegre para concorrer ao cargo; o então ministro da Jus-tiça, Tarso Genro (PT), também licenciado para as disputas ao Palácio Piratini e o vereador licenciado Pedro Ruas, (PSol) estão nas páginas principais do nosso periódico.

Essa e outras reportagens e matérias exclusi-vas estão na nova edição da Revista do SINFAC/RS, que traz uma entrevista pingue-pongue com o juiz da cidade de Blumenau, em Santa Catarina, Jorge Luis Costa Beber; além de outros temas que mesclam economia, marketing, novas tecnologias, gestão, cultura, saúde e lazer.

A revista que tem agora 40 páginas de mui-ta informação, conta com temas que abordam o X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, que contou com a participação expressiva dos empre-sários e profissionais do segmento de factoring do SINFAC do Rio Grande do Sul; a criação dos Gru-pos de Trabalho dentro do SINFAC/RS, que visa à descentralização das atividades para atender assuntos estratégicos para a entidade; além de uma matéria abordando o leque de benefícios e van-tagens que o Sindicato oferece ao seu associado, como ampla gama de descontos, convênios e cur-sos, contribuindo para o bem-estar e motivação dos colaboradores das factorings e o crescimento das empresas.

A Editoria Perfil apresenta a economia, os pontos turísticos e as empresas de fomento mercantil associadas ao SINFAC/RS, presentes na cidade de Santa Maria. Já as outras editorias trazem para o leitor uma variedade de informações que vão desde temas que apresentam, opiniões de especialistas so-bre a aprovação da nova Lei do Fomento Mercantil, Responsabilidade Social com o Projeto Pescar, dicas de saúde com o médico cardiologista Fernando Lu- cchese, as diversas opções turísticas da serra gaúcha e muitos mais.

Boa leitura e até a próxima revista!

Olmar João PletschPresidente do SINFAC/RS

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Empresários gaúchos marcam presença no

X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil

Para o conhecimento e para a profissionalização não existem fronteiras. Prova disso foi a presença expressiva da diretoria e associados do SINFAC do Rio Grande do Sul, no X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, promovido pela Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (AN-FAC), em parceria com os demais Sindi-catos das Sociedades de Fomento Mer-cantil (SINFACs). O evento realizado no Summerville Beach Resort, em Porto de Galinhas, no Estado de Pernambuco, de 2 a 4 de junho, contou com a participa-ção de 40 congressistas do Rio Grande do Sul, entre diretores e associados, uma das maiores delegações do Congresso. O vice-presidente do SINFAC/RS e da ANFAC, Marcio Aguilar, destaca que esta 10ª edição “não poderia ser me-

lhor”, devido ao alto nível dos palestrantes e à participação de profis-sionais do segmento de factoring e de representantes das principais cortes do setor judiciário brasileiro. “O setor congregou autoridades das mais altas cortes do país, referenciando um Congresso que benefi-cia e enaltece o seu empresário e a força do seu segmento.”

Com o tema “Competitividade”, o encontro que reuniu cerca de 700 participantes de todo o Brasil, contou com as palestras dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo; do Supe-rior Tribunal de Justiça, Massami Uyeda; do ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega; do desembargador José Roberto dos Santos Be-daque, membro da Comissão de Juristas encarregada de elaborar o anteprojeto do Novo Código de Processo Civil, entre outras personali-dades. “Na condição de operador do direito e empresário é difícil um setor levar em longínqua cidade representantes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Esse poder de mobiliza-ção que tem a Associação não é qualquer segmento que consegue”, pontua Aguilar.

O X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil contou com as demais palestras, ministradas pelo presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite; pelo diretor de Políticas de Comércio e Serviços do Ministério

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do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Maurício do Val; pela diretora de Novos Negócios da Comprova.Com, Ana Righetti; pelo sócio-diretor da WBA, Valter Viana; pelo gerente Comercial e Produtos do Departamento de Ações e Custódia do Bradesco, Gley-son dos Santos; pelo gerente-executivo de Políticas Públicas do Insti-tuto ETHOS, Caio Magri; pelo Consultor Empresarial, Waldez Ludwig; pelo subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Marcos Vinícius Neder; pelo assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida; e pelo diretor presidente do Banco Petra, Fernando Mar-sillac Fontes.

Aguilar informa que o próximo Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil será sediado em Minas Gerais. “É um Estado extremamente importante para o segmento”, pontua o dirigente. Aguilar também res-salta a participação significativa dos empresários de fomento mercantil do Rio Grande do Sul no evento, além do Sindicato estar presente com um estande para esclarecer dúvidas e prestar orientações a todos os congressistas.

A assessora do secretário-executivo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Alessandra Lopes de Pinho, que participou do Congresso, destacou que há muitos anos o COAF vem amadurecendo o relacionamento com a ANFAC e os sindi-catos regionais, com o objetivo de elevar o nível de consciência das empresas de fomento mercantil para a relevância do tema da prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- rismo, bem como para o cumprimento das normas antilavagem. “O X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil é uma excelente opor-

tunidade de mostrar um pouco da re-alidade das factorings aos ‘olhos’ do COAF, já que pela Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, o Conselho é o órgão que regula o setor de fomento mercantil no âmbito da prevenção à lavagem de dinheiro e ao financia-mento do terrorismo.”

“Esse poder de mobilização que tem a Associação

não é qualquer segmento que

consegue.”

Zildo De Marchi assume a nova gestão da Fecomércio-RS

O presidente eleito do Sistema Fecomércio-RS (Federação do

Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS), Zildo De Marchi, assumiu no dia 2 de julho a nova gestão da entidade, no período de 2010-2014. O empresário de 81 anos assume a direção da Fecomér-cio-RS, que tem como um de seus sindicatos filiados o SINFAC/RS. Pas-sam a compor a nova diretoria da Fecomércio-RS, o presidente do Sin-dicato, Olmar João Pletsch e o diretor Olmiro Lautert Walendorff, como vice-presidentes da Federação. O atual presidente, Zildo De Marchi, é natural de Montenegro, e esteve na vice-presidência da Fecomércio-RS desde o ano de 2001, além de ser presidente fundador da Uniagro In-dústria e Comércio de Produtos Alimentícios, única empresa atacadista importadora de especiarias do Estado. Sua ampla experiência como empreendedor, bem como nas relações sindicais, credita a De Marchi as qualidades necessárias para o comando do Sistema Fecomércio-RS, Sesc e Senac pelos próximos quatro anos.

Zildo De Marchi

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Então comunique-se com o seu colaborador

Utilizar o endomarketing na busca da lucratividade de uma organização é possível desde que os empresários co- nheçam os seus funcionários e suas ex-pectativas e estejam também engajados na proposta de tornar o endomarketing uma ferramenta de apoio à gestão. A di-retora da Adequá Comunicação, Jacque-line Lima, pontua que o endomarketing alinha, compromete e engaja público in-terno para o atendimento de seus clientes e para a busca dos objetivos corporativos. “O endomarketing é um grande diferen-cial competitivo das empresas.” Jacque-line informa que o sucesso profissional depende 15% do conhecimento técnico e

85% da capacidade de lidar com as pessoas. Porém, para que a comunicação interna da empresa tenha resul-

tados efetivos, outro fator é importante, que é a atuação dos gestores na multiplicação dos objetivos estratégicos da organização. “Os ges-tores devem ter a base, a consistência dos princípios da instituição, para que despertem o verdadeiro senso de propriedade e responsabilidade aos seus colaboradores.” Como é possível trabalhar em uma empresa

“Gestores que não são comunicadores terão equipe de

baixa produtividade.”

Quer ter sucesso na sua empresa?

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“Antes de fazer comunicação

interna dentro de uma empresa é

preciso ouvir os seus funcionários.”

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se o próprio empreendedor é desorganizado e não se comunica, ques-tiona. “Gestores que não são comunicadores terão equipe de baixa produtividade.”

“O endomarketing desenvolve a comunicação com credibilidade para ter a notícia boa no time certo. Ele informa, transforma, forma e educa”, diz a empresária. Jacqueline destaca ainda que campanhas e ações motivacionais sem a mobilização dos funcionários, na maioria das vezes, são ineficazes e não atingem o resultado esperado, por isso “o endomarketing tem que passar pela alma, provocar reflexão e a compreensão dos objetivos da empresa”.

Para o diretor-executivo da Santo de Casa, Daniel Costa, a qualidade da relação de uma empresa com seu mercado, clientes e consumidores é um reflexo direto da qualidade do relacionamento com seus colaboradores. “Antes de fazer comunicação interna dentro de uma empresa é preciso ouvir os seus funcionários.” O endomarketing efetivo é o da reciprocidade, garante o empresário, porque “tão impor-tante quanto falar com as pessoas, é ouvi-las.”

Costa informa ainda que o endomarketing efetivo precisa ser afetivo, ou seja, a chave para o engajamento pouco reside em remune-ração ou benefícios, ela está principalmente na forma como as pessoas percebem aquilo que a empresa oferece em troca de seu trabalho. “As pessoas estão nas empresas para tomarem decisões, e decisões cor-retas significam a estratégia empresarial colocada em prática. É dessa forma que o engajamento se revela.” Segundo ele, empresas melhores para as pessoas trabalharem se tornam mais rentáveis, sólidas e com-petitivas. “A comunicação interna é uma tríade de ambiente, empresa e trabalho”, finaliza.

Como utilizar o endomarketing na busca da lucratividade? A resposta–chave para este questionamento reside em três passos bási-cos, garante a diretora da Comfoco Endomarketing, Ana Rimoli. O

primeiro caminho é entender o papel do endomarketing, que consiste numa ferramenta de gestão que vai além da comunicação interna, de forma clara, ágil e transparente. É preciso ter também ações estratégias para motivar os colaboradores, aconselha a empresária. “O endomarketing não é meramente uma ferramenta de Re-cursos Humanos, ele auxilia todos os passos de uma empresa.”

Conhecer o público interno é o segundo passo, pois, muitas vezes, pessoas que estão tão próximas estão às vezes tão distantes, garante Ana. “Conhecer o comportamento do tra- balhador e saber o que faz essas pessoas comprarem a verdade da em-presa.” Então ela sugere que se façam três perguntas ao funcionário: Quem é? O que pensa? Quais são as suas expectativas e desafios? Como se co-munica? E como percebe a empresa?

Atuar em parceria com a lide- rança é o terceiro e último passo para que o endomarketing tenha sucesso. “O endomarketing funciona com o apoio da gestão dessas pessoas e so-mente funciona se tiver uma lideran-ça”, conclui Ana.

Jacqueline Lima, jornalista Ana Fritsch, Ana Rimoli e Daniel Costa

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”Atualmente, a informação já é um diferencial competitivo, e as empresas que tiverem controle de seus dados estarão um passo à frente de seus competidores.”

Com a evolução do desenvolvi-mento tecnológico, as organizações já podem dar adeus ou, pelo menos, se organizar tecnologicamente para aca-bar de vez com aquele amontoado de papéis que ocupam caixotes e pratelei-ras ao longo dos anos dentro das em-presas. Por meio do surgimento das

ferramentas eletrônicas, como a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a Comprova.com e o Contrato Digital, que além de garantirem maior controle da con-tabilidade das empresas e agilizarem os processos operacionais de trabalho, modernizam e garantem maior economia com a diminu-ição do consumo de papel.

O diretor comercial da Order By – empresa especializada em Tecnologia da Informação, Daniel Reichardt, explica que os clientes que utilizaram essas ferramentas integradas ao sistema de gestão da Order By, conseguiram alcançar uma economia aproximada de 40%. E a adesão a essas novas tecnologias vem ocorrendo de uma maneira cada vez mais frequente, como a adesão aos e-mails cer-tificados, afirma ele. “Até pouco tempo atrás, era normal ver na re-cepção de uma empresa de fomento mercantil uma secretária com pilhas de cartas para envelopar. Com o uso de ferramentas eletrôni-cas, isso tende a diminuir, porque o seu uso diminui despesas com postagem, envelopes, impressão e, o mais importante hoje em dia, o tempo.”

Com a obrigatoriedade do Sped e da Nota Fiscal Eletrônica, as empresas estão hoje demandando mais a assinatura digital e se sentindo mais seguras sobre a legalidade e segurança do pro-cesso digital, já que o próprio Judiciário Brasileiro está utilizando a assinatura eletrônica, pontua o diretor da WBA – empresa especia- lizada no desenvolvimento de softwares corporativos e consultoria de gestão de negócios, Valter Viana. “E isso tem sentido porque o mercado já está absorvendo a tecnologia digital.”

Apesar de toda a evolução tecnológica ainda existe pouca movimentação por parte das empresas para perceberem o alto va-

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giaslor das ferramentas eletrônicas, por isso, a importância da ação

dos Sindicatos das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (SINFACs) e da Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), em alertar as empresas sobre essa evolução tecnológica, aconselha Viana. “Neste cenário dinâmico e exigente, a tecnologia tem um papel fundamental. Se bem utiliza-da, a ferramenta possibilita ao empresário competir em condições de igualdade com as grandes organizações e outros concorrentes do segmento que já investem em tecnologia como diferencial com-petitivo.”

As ferramentas eletrônicas têm evoluído rapidamente, e a internet traz outra visão de negócios; operações que antes eram inviáveis pela quantidade de processos, controle e documentos en-volvidos, hoje são simplificadas com as novas ferramentas eletrôni-cas, acrescenta Reichardt. “Aquilo que era feito em muitas horas, de forma analógica, agora é feito com poucos cliques.” A Order By inclusive oferece no seu site (www.orderby.com.br) um teste-drive de seus produtos por 15 dias

Viana informa que os simuladores estratégicos são novas ferramentas que utilizam tecnologia de ponta e que permitem ao empresário de factoring conhecer o histórico do cliente e os seus níveis de risco, além de prestar serviços com diferencial competi-tivo. Disponibilizado pela própria empresa WBA, o novo produto inclusive está no endereço eletrônico (www.wba.com.br) para a empresa de fomento mercantil que desejar fazer um teste-drive por um período de 14 dias.

Viana acrescenta ainda que a tecnologia de Inteligência de Negócios, tradicionalmente conhecida como BI (do inglês, Busi-ness Intelligence), tem um papel fundamental, pois transforma da-dos em informação e proporciona a agilidade necessária para a tomada de decisão que o empresário de fomento mercantil neces-sita. “Atualmente, a informação já é um diferencial competitivo, e as empresas que tiverem controle de seus dados estarão um passo à frente de seus competidores.”

Tecnologiaao seualcance

Valter Vianna, diretor da WBA

Daniel Reichardt, diretor comercial da Order By

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Conhecida como “Município Coração do Rio Grande do Sul”, Santa Maria é a sexta cidade mais populosa do Estado, devido a sua localização no centro geográfico do Rio Grande do Sul; tem uma economia voltada para a prestação de serviços – destacando o setor terciário, comércio e serviços públicos; e com indústrias de pequeno e médio porte, voltadas principalmente para o beneficiamento de produtos agrícolas, metalurgia, mobiliários, calçados e lacticínios. Além de abrigar uma das maiores universidades públi-cas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que conta com mais de 15 mil alunos em seus cursos de gradu-ação.

A cidade hospitaleira possui também empresas de fomento mer-cantil que contribuem para o desen-volvimento econômico da região, como é o caso das associadas do SINFAC/RS, a Credjalfra Facto-ring, a Maxicred Fomento Mercantil, a Muller & Muller, a Realcred Factoring e a VHD Fomento Mercantil. Para capa- citar empresários, gerentes e operado- res do fomento mercantil, o Sindicato

promoveu em abril a Caravana do Fomento no Hotel Itaimbé. O evento trouxe para debate a “Análise de Crédito e Cobrança para Empresários de Factoring”, que abordou “Por que as empresas de factoring perdem dinheiro?”, “Análise Cedente e do Sacado”, “Política de Crédito”, “Formas de Cobrança” e “Tipos de Deve-dores e Possibilidades na Cobrança Judicial”.

Desfrute do turismo

Aliado ao desenvolvimento da economia está o turismo em Santa Maria, que graças ao seu fomento cultural é denominada “Cidade Cultura”, onde possui pontos históricos que atraem os olhares dos turistas, como a Catedral de Nossa Senhora da Con-ceição, construída em estilo barroco e neoclássico; o Theatro Treze de Maio, que sedia espetáculos teatrais, de danças, de música, en-tre outros eventos culturais; a Catedral Diocesana, que tem como temática a Nossa Senhora Imaculada Conceição; o Banco Nacio-nal do Commercio, fundado em 1895; a Vila Belga, patrimônio histórico e cultural do município que é o primeiro conjunto habita-cional do Estado com 84 casas de arquitetura eclética; o Memorial Mallet, que tem entre os objetos expostos os armamentos utilizados na Guerra do Paraguai e na I e II Guerra Mundial; os museus Gama d’ Eça, Casa Diácomo João Luiz Pozzobon e Vicente Pallotti; o Monumento dos Ferroviários, que inaugurado em 1932, tornou-se um marco histórico da viação férrea, onde apresenta uma vista panorâmica de Santa Maria, entre outros locais para visitação.

Para quem gosta de degustar um bom vinho gaúcho, o visitante vai encontrar vinhos produzidos nas cantinas e vinícolas da cidade que são oferecidos aos turistas que fazem o city tour,

Santa Maria: coração do Rio Grande do Sul

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através das agências de viagem. Além das cantinas italianas, a cidade de Santa Maria tem

como atrativos culturais contar a história da imigração italiana na Região Central, atráves da Rota Turística e Gastronômica Santa Maria-Silveira Martins. Por meio de passeio autoguiado, o visi-tante pode percorrer o caminho feito pelos imigrantes que povo-aram a Quarta Colônia Imperial de Imigração Italiana, que passa por mais de 45 pontos de visitação entre o distrito santa-mariense de Arroio Grande e o município de Silveira Martins. A Rota com-preende restaurantes, cantinas, agroindústrias, balneários, pro-priedades rurais, igrejas, monumentos e o Museu do Imigrante.

O “Circuito Turístico Santos Caminhos da Fé” é outra op-ção de roteiro turístico, que se inicia na Basílica da Medianeira, em Santa Maria, onde o turista-peregrino recebe o passaporte da fé. Ao longo de oito dias, são visitados templos religiosos e atrativos histórico-culturais nos municípios de São João do Polê-sine, Santo Ângelo, São Miguel das Missões, São Luiz Gonzaga, São Borja, Santiago, São Vicente do Sul, São Pedro do Sul e São Martinho da Serra. Em cada cidade visitada, o turista recebe uma bênção, conhece mais sobre a religiosidade e a cultura local das cidades. No término da jornada, o visitante recebe o certificado de Peregrino dos Santos Caminhos da Fé.

E para quem desejar conhecer o “Município Coração do

Rio Grande do Sul”, a Secre-taria Municipal de Turismo de Santa Maria conta com o Siste-ma de Atendimento ao Turista (SAT), onde as unidades estão disponíveis para informações sobre hotéis, pousadas, pontos turísticos entre outros, situadas no Calçadão Salvador Isaía (em frente ao Santa Maria Shop-ping), no Monet Plaza Shopping (em frente à Loja Multisom) e na Estação Rodoviária de Santa Maria (desembarque, na diago-nal da lan house).

•Credjalfra Factoring

•Maxicred Fomento Mercantil

•Muller & Muller

•Realcred Factoring

•VHD Fomento Mercantil

Santa Maria: coração do Rio Grande do Sul

CONHEÇA AS FACTORINGS EM SANTA MARIA

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pa Eles queremo Piratini em 2011

Em entrevista inédita para a Revista do SINFAC/RS, quatro pré-candidatos ao governo do Estado gaúcho falam sobre as eleições de 2010 e contam mais sobre seus projetos de governo.

Entrevista Yeda Crusius

Quais são as perspectivas das si-glas e coligações para as eleições?

A partir da composição final

de nossa Chapa Majoritária, pode- mos dizer que entramos definitivamente na competição para buscar vencer as Eleições 2010, sobretudo considerando o poten-cial eleitoral de nossa coligação com cen-tena e meia de prefeitos, vice-prefeitos e mais de mil vereadores. Ademais, a nossa identidade em relação à chapa nacional faz a diferença. Nós buscaremos elevar o nível da campanha para uma perspectiva de realizações e propostas para o futuro a partir das realizações feitas.

Demonstramos isso na Eleição passada quando éramos apenas expectativa. Naquela época, demonstramos quem éramos ao longo do processo eleitoral, e na medida em que a sociedade conhecia nossas propos-tas ficava claro o propósito de nossa cam-panha. Hoje com toda nossa bagagem pelo Executivo não vamos levar apenas promessas, vamos apresentar resultados que buscamos para todos, para a dona

de casa, para os trabalhadores que pagam impostos, para nossos alu-nos, para nossas famílias que sentem-se mais seguras ao caminhar na rua, para nossas empresas, para nossos fornecedores, para nossos servidores. Mostramos que é possível fazer mais com menos. Melhora-mos os serviços de saúde e segurança, para que os gaúchos comparem resultados e escolham quem fez e pode fazer mais pelo Estado.

Qual a análise dos problemas do Estado e as principais bandei-

ras que pretende defender?

A avaliação das ações realizadas foi a melhoria apontada pelos usuários dos serviços públicos, segundo pesquisa efetuada no final de 2009. Esse é o objetivo final, e foi reconhecido na pesquisa publicada. Recuperamos as finanças já no segundo ano, e ao colocarmos a casa em dia, começamos a ampliar os investimentos de forma planejada, sobretudo respeitando as diretrizes estratégicas e o Plano de Governo, que propomos durante a campanha.

O governo do Estado deverá fechar no período de quatro anos (2007-2010) investimentos superiores a R$ 4 bilhões, sendo que mais da metade dos recursos, 54%, estão destinados para o Eixo de Desen-volvimento Social, 42% para o Eixo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável e 4% no Eixo de Finanças e Gestão Pública.

Embora tenhamos recuperado as finanças, pagando em dia os salários, os fornecedores, a Lei Britto, precatórios/RPVs, reestruturado

Yeda Crusius Candidata do partido PSDB

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capaa dívida pública e ampliado exponencialmente os investimentos, o fato

é que o Rio Grande ainda não está livre de recuperar seu passado de

déficit e declínio de investimentos. É preciso dar continuidade e susten-

tabilidade com o uso racional e responsável dos recursos públicos. Com

isso, é avançar.

Qual a sua proposta de governo?

O que estamos elaborando para entregar à sociedade gaúcha é

um Plano de Governo que traga no seu bojo um modelo de gestão de

segunda geração. Este modelo deverá respeitar as diretrizes que tragam

mais dinamismo à economia gaúcha respeitando compromissos de sus-

tentabilidade. Estamos projetando um cenário de desenvolvimento base-

ado num maior aporte de investimento público em áreas sociais, além

de mais e melhores empregos e serviços públicos de melhor qualidade,

onde a qualificação dos servidores seja a matriz motora desta ação. E em

todas as nossas ações e apoios, colocar a questão da sustentabilidade

ambiental como base, levando o Rio Grande do Sul a ser o Estado Verde

do país.

Gostaria que fosse feita uma análise das políticas tributárias e

ações direcionadas a este âmbito, inclusive sobre a carga de impostos?

Embora tenhamos iniciado nosso governo com R$ 700 milhões a

menos de arrecadação, fizemos um ajuste em dois anos com sacrifícios

dobrados, e estamos paulatinamente reduzindo alíquotas de setores e

produtos que assim o demandem. Essa tendência, que já comprovamos

ser possível e desejada, deverá ter continuidade de modo a reduzir a

carga tributária por instrumentos estaduais, além de estarmos reduzindo

um custo básico no Estado com a melhoria das rodovias, aeroportos, e

elevando as tarifas públicas abaixo da inflação, compartilhando com os

consumidores nossas melhorias de gestão. Ao contrário, caso o povo

deste Estado honre-me com um segundo mandato, este será também

marcado com o aumento da poupança pública, desta vez não apenas

para ampliar o espaço de investimentos em segurança, irrigação, estra-

das, escolas, saúde e consulta popular, mas também para promover a

redução de tributos em setores e cadeias produtivas da nossa economia

que requeiram tal tipo de medida, seja para manter, seja para ampliar

empregos para os rio-grandenses.

Esta trajetória de crescimento deverá ser feita de mãos dadas entre

governo, empresas e trabalhadores do Rio Grande do Sul.

Pedro Ruas - Candidato do partido PSol

Entrevista Pedro Ruas

Quais são as perspectivas das si-glas e coligações para as eleições?

Temos uma grande vantagem neste momento: uma distinção de caráter absoluto em relação aos par-tidos tradicionais. Eles têm uma visão comum sobre os partidos entre si. Eles são iguais num aspecto: tanto faz posição política, ideológica do partido, desde que este partido lhes tragam tempo de TV e rádio. Às vezes apoio empresarial também. Nós somos dife-rentes, não pensamos assim. Já há uma distinção grande que vamos ex-plicitar na campanha. É uma eleição que, com este diferencial, parece que largamos muito bem. Porque nosso partido tem coerência com a luta popu-lar, trajetória, e combate a corrupção. É o partido em condições de levar uma mensagem séria para a população, e creio que com boa receptividade. Es-tou muito entusiasmado, a nossa di-

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e ca

pa reção estadual também, com as eleições de 2010, serão um ponto importante na nossa trajetória – que é recente, mas já tem uma biografia própria, e no meu ponto de vista, respeitável.

Qual a análise dos problemas do Es-tado e as principais bandeiras que pretende defender?

Posso falar de problemas estruturais e conjunturais. Conjunturais, falo da gestão do Estado. O problema é este atual go- verno, envolvido em escândalos de corrup-ção graves – basta ver a Operação Rodan e Solidária. São situações que merecem, de nossa parte, uma análise particular e dura. Estruturais são diferentes, e existem há um bom tempo, na saúde e na segurança – que são itens normalmente elencados em primeiro lugar pela população. Mas temos questões seríssimas também na educação – esse período atual é marcado pela chama-da “ escola de lata”, crianças estu-dando em contêineres. Temos um Estado que está questionando, no Supremo Tribu-nal Federal, o piso nacional da educação, o mínimo dos professores, isto é inaceitá- vel. Segurança, a única coisa que o gover-no faz é buscar aumento de efetivo. Sabe-mos que não é isto que dá segurança para a população, até porque nenhum país do mundo tem um policial por habitante. Na questão da saúde, tivemos agora há pouco em Porto Alegre um escândalo do Instituto Sollus e da empresa Reação. E não posso deixar de falar que nosso Estado precisa de escoadouros, tem gargalos terríveis, inclu-indo os pedágios.

Qual a sua proposta de governo?

Não existe esta dificuldade de re-cursos. Com um combate efetivo e eficaz a corrupção acaba com a dificuldade também. Sobre os problemas de conjun-tura, temos dois eixos programáticos. Um é o combate à corrupção, intransigente e permanente; e outro é o questionamento

da dívida estadual. Ela consome 18% da receita líquida anual do nosso Estado. Eu acho que esta dívida já foi paga, e sustento isto com números. Em 1990, ela era de R$ 3,5 bilhões. Em 1998, quando foi feito o atual acordo que está em vigor, era de R$ 13,8 bilhões. Hoje, são R$ 39 bilhões – quanto mais se paga, mais ela aumenta. E ninguém sabe do que ela é constituída. Temos que fazer uma auditoria pesada, descobrir do que ela é composta, submeter à apreciação do povo, e ver se ela deve ou não ser paga, e em que percentual. Temos que trabalhar com o aumento de postos de saúde, na remuneração adequada dos médicos e outros profissionais da área e no atendimento à população na área geral e especialista.

Quanto à segurança, a solução não é só o aumento de efetivo. Ter que remunerar bem os policiais militares (PM), principalmente da Polícia Civil, faz parte do nosso programa. A PM do Rio Grande do Sul é a pior remunerada das 27 unidades federativas. Pela fórmula emprego mais saúde mais educação, que é de Darcy Ribeiro, nós acreditamos que uma sociedade com mais desenvolvimento, que promova empregos, saúde e educação, com certeza terá índices de violência e, portanto, de insegu-rança, muito menores. Na educação, são os professores mal-remunera-dos, escolas de lata, a enturmação. E também trabalhar com o conceito da escola de turno integral, que achamos importante para o desenvolvi-mento das crianças e adolescentes do nosso Estado. Em transporte e logística, temos que ter uma agência reguladora de verdade. A AGERGS (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS) hoje não examina, por exemplo, o número de usuários das estradas gaú-chas para chegar a uma posição sobre a tarifa praticada. O trio saúde, segurança e educação é um bom triunvirato de prioridades. Mas digo mais: precisamos trabalhar com um conceito firme de Reforma Agrária.

Gostaria que fosse feita uma análise das políticas tributárias e ações direcionadas a este âmbito, inclusive sobre a carga de impostos?

Não concordo com a premissa de que haja uma sobrecarga tribu-tária. Acho que ela é mal cobrada. Temos, no nosso Estado, R$ 30 bi- lhões de inadimplentes, e que agora, no mês de junho, a governadora abriu um balcão de negociações. Isso é quase uma renúncia fiscal, e só em ICMS. É mais de dois orçamentos anuais do Estado. Então, que so-brecarga é essa? Tem que haver ajuizamento, um trabalho de fiscalização e cobrança da dívida ativa do Estado. Claro que é injusto com o pequeno proprietário, comerciante e pequeno empreendedor, ter a mesma carga, do ponto de vista de alíquota, de um grande empreendedor, comércio ou indústria. Esses maiores têm que pagar mais, não só na proporção, como também no percentual. Isso é um conceito nosso.

Uma Reforma Tributária que diminua a tributação dos grandes, nós somos contra. Se diminuir dos pequenos, pode ser estudada, che-gando à compensação no momento dos grandes. Temos um projeto no Congresso Nacional, apresentado pela Luciana Genro, que impõe um imposto sobre as grandes fortunas. Se fosse a Suíça, onde o degrau mais abaixo da escala social tem todas as garantias para uma vida digna,

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Entrevista José Fogaça

Quais são as perspectivas das siglas e coligações para as eleições?

O nosso programa de governo e a coligação não existem sepa-rados. Primeiro, porque estamos buscando através desta base, síntese política PMDB PDT, constituir uma raiz política sólida que nos propor-cione condições de promover uma mudança responsável no Rio Grande do Sul, porque ela respeita todo acúmulo de esforços, todo patrimônio de iniciativas, medidas e lutas que foram empreendidas ao longo dos úl-timos governos. E aproveitando este patrimônio de esforços, olhar para o futuro, e dar o grande salto de qualidade que o Rio Grande do Sul pode dar neste momento.

A aliança é a chave, a razão máxima de ser desta ousadia. Ela nos dá a base política estável para que possamos promover os avanços, ter a ousadia de pensar criticamente o RS. Enxergar mais longe, pensar grande para os pequenos, pensar grande para os que mais precisam, e, sobretudo, fazer. Realizar, efetivar estes projetos. Alianças políticas são para isso, não apenas para obter números eleitorais. São para garantir governabilidade e ousadia na execução dos projetos, e em relação aos setores menos privilegiados da sociedade. Trabalhar por eles, para que

José Fogaça - Candidato do partido PMDB

talvez isso fosse mais flexível. Agora, no nosso país, onde as pessoas pa- ssam fome, não tem saneamento básico, oportunidade de educação, de geração de empregos e renda, conviver com fortunas que chegam a estar na Forbes como uma das 10 maiores do planeta? Tem que ter imposto sobre fortuna. Isso diminui até mesmo a violência, pois as pessoas sentem o país mais justo – o Brasil é muito injusto. De quem os governos tradi-cionalmente não cobram? De quem os apoia na campanha. É um jogo. Essa história de que não tem recurso é um mito, e os números mostram que isso é diferente.

possam ser os grandes beneficiários deste processo de mudanças.

Por isso denominamos isso – primeiro ponto do programa – uma cooperação democrática pelo bem maior do RS. Todo esforço acumu-lado até aqui vai precisar no futuro de um novo passo. Não basta a obtenção estática de uma estabi-lidade ou de um superávit ou da ine- xistência de déficit. O que é preciso, daqui para frente, é conquistar susten- tabilidade para que se possa, ano a ano, ao longo de um grande período, ter disponibilidade para investimentos, e garantir, portanto, também o desen-volvimento sustentável do estado do RS.

Qual a análise dos problemas do Estado e as principais bandeiras que pre-tende defender?

Governar com e para as regiões, creio que não é só opção. É quase uma necessidade inadiável do desenvolvimento econômico do RS nos próximos anos. Um outro ponto: a re-composição do setor público estadu- al. O governo estadual é um grande prestador de serviços. É o mais impor-tante e abrangente instituição presta-dora de serviços em todo o território gaúcho. Tem que prestar serviços na área de segurança à população, de educação, na área da saúde, na área de fomento, na área de meio ambi-ente, na cultura, na área da justiça – enfim, o Estado tem um papel pre-ponderante na qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs do RS. Portanto, investir na melhora dos serviços pú-blicos, na qualificação dos serviços públicos, na ampliação dos serviços públicos – ou seja, investir quantitativa e qualitativamente. Acoplando a isso um modelo de gestão baseado na ide-ia de eficiência e produtividade, não para ganhar um diploma e colocá-lo

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Entrevista – Tarso Genro

Quais são as perspectivas das siglas e coligações para as eleições?

As perspectivas são positivas. O nosso campo político conseguiu formar uma aliança ampla, baseada em propostas e na manutenção do projeto de desenvolvimento e distribuição de renda implementado pelo presidente Lula. Os partidos que estão na Unidade Popular pelo Rio Grande (PT, PSB, PC do B, PR, PRTB e PPL) querem ver o Estado de frente para o país. Queremos o Rio Grande crescendo no ritmo acelerado que cresce o Bra-

Tarso Genro - Candidato do partido PT

na parede. Mais eficiência, mais produ-tividade, gestão baseada em controle matricial da despesa e da arrecadação – porque todo este conjunto de esforços tem que ser colocado a serviço dos que mais precisam, daqueles para quem o Estado é essencial, para lhes fornecer e garantir educação, comunicação por meio de es-tradas asfaltadas e seguras, para garantir segurança por meio dos serviços que cabe ao Estado prestar.

É buscar uma cooperação e uma corresponsabilidade com os setores produtivos, setor privado com as empre-sas, com as ONGS, com os sindicatos e os COREDES (Conselhos Regionais de Desenvolvimento). Reconhecer a identi-dade das regiões, trabalhar com elas, as universidades, a imprensa local, e a partir daí realizar um amplo processo de go- vernança proativo e produtivo em relação aos interesses de cada região.

Qual a sua proposta de governo?

No campo da saúde, queremos trabalhar principalmente com taxas de redução da mortalidade infantil. No campo da educação, implantar quali-dade através do Cidade Escola, que im-plantamos em Porto Alegre e é baseado na existência de um contra-turno escolar, a cidade educando, por meio dos seus equipamentos e de suas instituições. Por exemplo: 1.500 crianças estão sendo cuidadas junto a um programa do Inter, outras com o Instituto Ronaldinho. Que tal isso nas escolas estaduais em cada cidade do RS?

Segurança: enfrentar o déficit do sistema prisional, um dos mais graves problemas do nosso Estado; ampliar gra-dativa e firmemente o efetivo da Brigada Militar e da Polícia Civil (a Polícia tem hoje metade do contingente necessário); em-preender programas de polícia comuni-tária pacificadora, ações integradas entre Brigada Militar e comunidade com apoio da Prefeitura foram muito bem-sucedidas

em Porto Alegre.

Gostaria que fosse feita uma análise das políticas tributárias e ações direcionadas a este âmbito, inclusive sobre a carga de impostos?

Déficit zero é importante sim, mas há algo novo que ainda não existe e se torna necessário para os próximos anos: sustentabilidade fi-nanceira estrutural, que é a capacidade de investir ano a ano. O primei-ro compromisso é com a sustentabilidade financeira. Sem isso não há saúde financeira, não há capacidade de investimento.

O imposto de fronteira (também chamado ICMS de fronteira) vem preocupando notavelmente o setor de comércio em todo o RS. Vamos ter um olhar criterioso e atento para essa questão. Lembro a forma como tratamos o ISS em Porto Alegre, reduzindo a alíquota para alguns setores para lhes dar competitividade. Constatei em Uruguaiana que a diferença de ICMS na industrialização do arroz (mais baixo em SP) acabou por desmontar a agroindústria arrozeira em boa parte da Fronteira Oeste. Reporto-me novamente à política que adotei em Porto Alegre. Reduzi impostos para dar competitividade a alguns setores sem diminuir a arrecadação.

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capasil. Outras candidaturas representam a estagnação de gestões

neoliberais que estiveram no poder aqui e no governo federal. Nossa ideia é discutir e comparar estas gestões. Não concor-damos com ataques pessoais e acreditamos em uma disputa de alto nível.

Qual a análise dos problemas do Estado e as principais

bandeiras que pretende defender?

Nos últimos anos, o Brasil tem registrado um grande crescimento econômico com distribuição de renda. Desde o começo do governo Lula, mais de 20 milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria absoluta e passaram a ter uma vida digna. O presidente nos ensinou que é preciso criar uma força política ampla que busque as soluções para os problemas. Com este diálogo permanente a educação evoluiu, a saúde e a se-gurança também evoluíram. Financeiramente o Brasil evoluiu, deixando de ser um devedor e passando a emprestar dinheiro ao FMI. Enquanto o Brasil cresce e distribui renda, o Rio Grande do Sul está estagnado, de costas para o país. A nossa candidatura (minha, do Beto Grill e dos partidos que compõem a Unidade Popular pelo Rio Grande - PT, PSB, PC do B, PR, PRTB e PPL) quer colocar o Rio Grande no ritmo de crescimento do Brasil e dar continuidade às obras do presidente Lula, elegendo também a nossa companheira Dilma Rousseff.

O nosso Programa de Governo tem como ponto de partida o fortalecimento das cadeias produtivas já instaladas em cada microrregião. Vamos levar em consideração as desigualdades regionais para definir que tipo de incentivo ou investimento cada setor precisa. Neste período de elaboração do Plano, realiza-mos 15 caravanas em todas as regiões do Estado. Ouvimos as demandas de todos os segmentos da sociedade e discutimos com eles alternativas para desenvolver o interior. Vamos aumen-tar o investimento em Educação técnica e tecnológica, inclusive pagando o piso nacional dos professores, e vamos melhorar a segurança pública no Estado. Vamos implementar em todos os municípios o Pronasci, que reforça o policiamento, mas também criar políticas públicas que previnem a violência. Onde tem o Pronasci já há registro de diminuição nos índices de criminali-dade. Essas questões são fundamentais para o desenvolvimento do Estado.

Qual a sua proposta de governo?

Nossa ideia é promover o desenvolvimento regional através do Conselho, além de fortalecer as ações do Estado nas políticas públicas essenciais. Já me perguntaram de onde sairão os recursos e eu respondo. A primeira é o crescimento da econo-mia gaúcha graças ao crescimento do PIB brasileiro. A segunda

fonte serão as agências de fomento internacionais. Teremos projetos e apresentaremos as propostas para o BID, para o Banco Mundial, entre outras agências. E a terceira fonte será o Governo Federal. A União tem recursos, mas faltam proje-tos consistentes. Além de termos os nossos projetos, vamos montar uma estrutura física e técnica para ajudar os prefeitos a elaborarem suas propostas.

Gostaria que fosse feita uma

análise das políticas tributárias e ações direcionadas a este âmbito, inclusive sobre a carga de impos-tos?

Não há por que aumentar impostos. Não fizemos isso no Go- verno Federal e não faremos no Rio Grande do Sul. Vamos utili-zar o Fundopem (Fundo Operação Empresa) para fortalecer nossas empresas e as cadeias produti-vas. Nossa prioridade é fomentar os estabelecimentos já instalados no Estado. É claro que não somos contrários à concessão de incen-tivos para grandes empresas de fora, mas faremos isso com critéri-os, discutindo o melhor local para a instalação do empreendimento e incentivando a chegada de em-presas que venham para ficar no Estado gerando emprego e renda para os gaúchos.

O Rio Grande do Sul, como Estado produtor e exportador, deve estar na linha de frente na dis-cussão sobre Reforma Tributária para acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Mas enquanto houver guerra fiscal nós temos que buscar alternativas para fortalecer nossos produtos. Isso se faz com incentivos e investimentos. Temos que utilizar e fortalecer o Banrisul e a Caixa RS.

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As reformas estruturais do país são o maior desafio do Bra-sil para superar as dificuldades e voltar a crescer. Esse foi um dos argumentos defendidos pelo diretor Corporativo e de Relações com Investidores da Randon S/A Implementos e Participações e vice-presidente da FIERGS, Astor Milton Schmitt, que palestrou no dia 14 de julho, no Tá Na Mesa da Federasul, sobre o tema “Bra-sil e Rio Grande do Sul: Como Continuar Crescendo”. Schmitt afirmou que as perspectivas são otimistas e até 2015 a economia brasileira deve crescer 5% ao ano.

De acordo com o executivo, o Brasil terá que dar ênfase ao mercado interno e priorizar o investimento na qualificação da educação e da tecnologia. Por sua vez, o Rio Grande do Sul de-verá consolidar sua matriz industrial, com novos investimentos, e terá como grande desafio o ajuste das contas públicas e o resgate da posição de destaque no cenário nacional já conquistada, uma vez que a produção gaúcha tem um custo quase 24% maior que a média brasileira.

Brasil deslumbra um ano de crescimento

Investir em educação e tecnologia é outra necessidade apontada pelo executivo Astor Milton Schmitt.

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O panorama internacional também deverá sofrer alterações nos próximos anos e haverá mudança na configuração de cresci-mento dos países pró-emergentes. Schmitt enfatizou que esses países irão ditar o rumo do crescimento e, até 2015, a economia mundial deverá crescer 4,3% ao ano e as exportações mundiais vão atingir os US$ 28 trilhões, tendo um adicional de US$ 2 tri- lhões/ano.

O aumento da arrecadação de tributos federais é outro ponto positivo no cenário da economia brasileira, que trouxe uma estabilização econômica e o fim déficit público. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, a evolução da arrecadação tributária pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) pas-sou dos R$ 208,9 bilhões, em 1995, para R$ 478,9 bilhões em 2009. Somente no mês de junho, a arrecadação de impostos e contribuições federais foi recorde, alcançando R$ 61,488 bilhões em termos nominais. Corrigido pelo IPCA, utilizado pelo governo como referência para metas de inflação, o valor da arrecadação em junho é 8,54% maior do que o alcançado no mesmo mês do ano passado, quando o país sofria os efeitos da crise financeira econômica mundial.

No primeiro semestre, o valor arrecadado atingiu R$ 379,491 bilhões. Com a correção pelo IPCA, o resultado ficou 12,48% acima do apurado no período de janeiro a junho do ano passado. De acordo com a Receita Federal, o resultado de junho decorreu, fundamentalmente, da recuperação dos principais in-dicadores macroeconômicos, como crescimento da produção in-dustrial (14,80%), do volume geral de vendas (9,50%) e da massa salarial (14,49%), fatos gerados em maio, mas que tiveram in-fluência na arrecadação de impostos do mês passado.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu que o déficit nominal do Brasil, hoje a 3,2% do Produto Interno Bru-

Brasil deslumbra um ano de crescimento

“As perspectivas são otimistas e até 2015 a economia

brasileira deve crescer 5% ao ano.”

to (PIB), cairá à metade este ano, para 1,5%, o que pode se viabilizar pela forte expansão da economia, mesmo sem cortar gastos. O mi- nistro afirma ainda que a inflação oficial medida pelo IPCA, que ficou em zero no mês de junho, foi con-sequência, principalmente, da que-da nos preços dos alimentos. Para Mantega, isso mostra que o cresci-mento se dá de forma estável. “A in-flação sempre é uma preocupação permanente, mas com IPCA zero é óbvio que ela deu uma caída. É muito satisfatório, significa que o crescimento é sustentável e não há superaquecimento da economia, como eu dizia. Há apenas aqueci-mento salutar. Devemos encerrar o ano com uma inflação dentro das metas, muito bem administrada.”

Dentro deste cenário em ascensão, o Brasil gerou 212.952 mil empregos com carteira assina-da em junho, de acordo com o Ca-dastro Geral de Empregados e De-sempregados (Caged). É o segundo melhor resultado para o mês desde o início da série histórica que foi em 1992, abaixo apenas do regis-trado em junho de 2008, quando 309.442 vagas foram criadas.

Astor Milton Schmitt, executivo da Randon S/A

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“Se queremos crescer com o fomento mercantil, é preciso haver uma visão adequada sobre o tema.”

Juiz defende difundir o trabalho desenvolvido pelo fomento mercantil

O juiz de Direito da 2ª Vara Cível da cidade de Blumenau, em Santa Ca-tarina, Jorge Luis Costa Beber, que con-cedeu entrevista exclusiva para a revista do Fomento Mercantil, nos fala sobre a defesa do Direito de Regresso, a relação do judiciário com o segmento de fomento mercantil, a aprovação do Projeto de Lei e a importância de difundir o tema fac-toring em todo o território nacional.

Qual a importância do fomento mercantil para o desenvolvi- mento econômico das empresas?

O fomento mercantil tem se mostrado como um mecanismo de muita importância para conseguir, sobretudo, financiar o pequeno e médio empresário que necessita de capital de giro com muito mais rapidez. Além disso, essas empresas contam com a prestação de ser-viço das empresas de fomento mercantil, que com esse trabalho con-seguem minimizar os riscos e ajudam na organização da empresa fomentada. Então, é de fundamental importância difundir muito mais o factoring.

O senhor acredita que eventos como o recente X Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil e eventos locais realizados pelos SIN-FACs deveriam ser mais promovidos para esclarecer à sociedade e ao Poder Judiciário o que é o segmento de factoring?

A pergunta é muito importante, pois o Poder Judiciário ainda enxerga o fomento mercantil com muito preconceito. Infelizmente, o contrato de factoring, que é um contrato atípico, que ainda não goza de uma lei específica, ocasiona por conta desta ausência legiferante uma série de interpretações muito equivocadas por parte dos ma- gistrados, e muitos juízes sequer estudaram o tema na época que fi- zeram os seus cursos de Direito. É por isso que eventos dessa natureza são de crucial importância, não só para o judiciário, mas para todas as entidades formadoras de opinião. Esta matéria tem que ser mais difundida, inclusive nos bancos universitários. Se queremos crescer com o fomento mercantil, é preciso haver uma visão adequada sobre o tema.

Qual a sua opinião sobre o Projeto de Lei da Câmara 13/07?

Eu tenho acompanhado esta matéria desde o tempo do projeto do então senador José Fogaça, e penso que há um ano houve uma

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“É uma atividade de fundamental importância, sobretudo para o pequeno empresário que necessita desse trabalho de prestação de serviço [...]”

série de circunstâncias que fizeram com que essa lei fosse muito modi-ficada. O que eu posso assegurar é que pelo menos na minha área é de crucial importância que se tenha esta lei, porque com ela, o juiz tem como se balizar.

Como tem sido a presença do judiciário nos eventos sobre fo-mento mercantil?

Eu tenho acompanhado muito estes encontros de fomento mer-cantil e o que eu tenho visto é que cada vez mais juízes e desembar-gadores estão acompanhando o trabalho da ANFAC e dos SINFACs. Basta ver que a própria tese do Direito de Regresso, que eu defendi quase de forma isolada, no Congresso Brasileiro de Fomento Mercan-til, em Porto Alegre, foi uma matéria que os ministros não entendiam como possível no Direito de Regresso, ou seja, a base do trabalho que é o risco do negócio pode ser minimizado, pode ser negociado dentro do princípio da autonomia da vontade, que é um princípio que ordena os contratos de um modo geral. E esta matéria hoje, já ga- nhou foros inclusive junto ao Superior Tribunal de Justiça, e isso decorre exatamente destes encontros. Nós tínhamos, por exemplo, o ministro João Otávio de Noronha, que era contra o Direito de Regres-so e hoje ele defende a cláusula pro solvendo no contrato de fomento mercantil. No meu próprio Estado, as Câmaras de Direito Comercial não aceitavam o Direito de Regresso e hoje já aceitam. Então isso tudo parte do quê? Parte exatamente dessa difusão que tem sido feito pela ANFAC e pelos SINFACs, e se isso não for feito, tenho certeza de que o caminho será muito mais tortuoso para os empresários de fomento mercantil junto ao Poder Judiciário.

Tem que existir sempre uma mobilização do segmento?

Eu, que tenho acompanhado muito esses encontros sempre que posso, vejo como é importante essa difusão. Eu mesmo posso dar um depoimento pessoal. Eu sou magistrado há 20 anos, e só vim tomar conhecimento sobre o que era fomento mercantil há cerca de oito anos. É uma atividade de fundamental importância, sobretudo para o pequeno empresário que necessita desse trabalho de presta-

ção de serviço, possibilitando alavan-car recursos, gerar empregos, circular riquezas, e isso é proporcionado pelo fomento mercantil. Então, eu insisto: difundir, trazer informação.

Como o senhor passou a co- nhecer o trabalho desenvolvido pelo fomento mercantil?

Eu tomei conhecimento sobre o que vinha a ser fomento mercantil quando eu fui convidado pela AN-FAC para um encontro. Naquela época, os juízes foram convocados e nós tivemos uma plenária muito cheia. A partir dali eu mantive pro- ximidade muito grande com o presi-dente da ANFAC e com os próprios operadores de factoring. Assim eu imagino quantos juízes nesse Bra-sil que nunca tiveram oportunidade de participar de um encontro de fo-mento mercantil, e quando deparam com contratos dessa natureza, eles acabam sendo apenas multiplica-dores de ideias já ultrapassadas, e quando começarem a participar de eventos dessa natureza, começarão a pensar diferente o fomento mer-cantil. Nós temos pouca doutrina a respeito disso, porque, voltamos ao assunto, não temos uma lei especí-fica, é um contrato inominado, um contrato atípico, um contrato que não tem uma regulamentação ofi-cial.

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Projeto Pescar qualifica jovens em vários Estados do país

Em três décadas, mais de 15 mil meninos e meninas receberam formação e oportunidade.

O Projeto Pescar completou em maio passado 34 anos de existência. A iniciativa se transformou em uma Tecno-logia Social pioneira no Brasil, comparti- lhada com as organizações franqueadas em várias regiões do país, que mantêm suas próprias unidades e encaminham os jovens capacitados ao mercado de traba- lho. Idealizado em 1976, pelo empresário gaúcho Geraldo Tollens Linck (fundador e então presidente da Linck S.A.), naquela época, atendeu a 15 jovens em vulnera-bilidade social selecionados nas comuni-dades do entorno, que fariam o curso de Iniciação Profissional em Mecânica Geral Automotiva.

Inspirada no provérbio de Lao Tsé: “se queres matar a fome de alguém dá-lhe um peixe, mas se quiseres que ele nunca mais passe fome ensine-o a pescar”, a ação promove a aprendizagem básica para o exercício de uma profissão

nas áreas de agropecuária, comércio, comunicação, construção civil, gestão, imagem pessoal, indústria, informática, turismo e hospitalidade. Além disso, os aprendizes são estimulados a adotar novos hábitos e atitudes de convivência e cidadania.

Como explica o gerente-geral de Desenvolvimento da Fundação Projeto Pescar, Ézio Rezende, o pioneiro modelo de Franquia Social foi institucionalizado em 1988, e dirigido a gestores que desejassem in- vestir em um projeto de cunho social de impacto na comunidade de seu entorno. “A ideia extrapolou as dependências da Linck e passou a ser executada por outras empresas e instituições. Assim, o Projeto Pescar evoluiu para uma Rede de Franquias, que desde 1995 é administrada pela Fundação Projeto Pescar, na qual fortalecimento e expansão são objetivos constantes, sendo a expansão nacional da Rede e a amplia-ção da oferta de vagas aos jovens metas cotidianas.”

Organização não-governamental, sem fins lucrativos, é mantida por empresas e apoiada por instituições privadas e públicas, nacionais e internacionais. Também foi reconhecido como Programa de Apren-dizagem pelo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a partir da Delegacia Regional do Rio Grande do Sul. Atualmente, 15.564 jovens já passaram pelas 120 franquias distribuídas em dez Estados (Rio Grande do Sul, Santa Ca-tarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Per-nambuco, Bahia, Amazonas e Brasília) e no Distrito Federal. Cerca de 70% deles (meninos e meninas) encontram colocação no mercado de trabalho nacional, logo após a formatura. No exterior, há 19 unidades do Projeto Pescar na Argentina e uma unidade no Paraguai, onde cada um destes países criou uma estrutura que é gerida e financiada de for-ma local, sendo nestes casos cedência da Tecnologia Social Pescar.

Em mais de três décadas dedicadas à profissionalização para o mercado de trabalho e à educação para a cidadania, o Projeto Pescar já recebeu diversas premiações. Destacam-se o Prêmio Tecno-logia Social - 1ª Edição – 2001, pela Fundação Banco do Brasil; o Prêmio Responsabilidade Social 2006, cedido pela Assembleia Legisla-tiva do Rio Grande do Sul; o Prêmio Direitos Humanos no Rio Grande do Sul 1998, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); o Prêmio Líderes & Vencedores 2007, da Federasul; o Prêmio Thereza Noronha conferido em 2008 pela Câmara Municipal de Porto Alegre (RS), destinado às

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“A concepção educativa

está calcada no Ser Gente,

Profissional e Cidadão, e é baseada no

desenvolvimento dos eixos do saber

e ser – atitudes –, saber e fazer –

habilidades –, e conhecer – bases

conceituais.”

instituições que se destacam na Educação; o Prêmio ARF 2008, da Associação Riograndense de Fundações (ARF), na categoria Inovação em Gestão; e o Top Premium Brasília, do Hospital Brasília (2009). A aprendizagem se desenvolve no Programa Jovem Aprendiz Pescar. As franqueadas que mantêm unidades, além do projeto de Responsabi-lidade Social, podem também preencher suas cotas de aprendizagem (Lei n° 10.097/2000 - conhecida como Lei do Aprendiz). Como um diferencial aos outros programas existentes, a Fundação desenvolveu seus próprios modelos de planos de curso e de contratos de apren-dizes, o que qualifica seu atendimento. Os programas dos 35 cursos nas áreas de formação abrangem 60% de desenvolvimento pessoal e cidadania e 40% da parte técnica na área da organização franqueada. Após o período de 8 a 11 meses de qualificação profissional, os jo-vens são encaminhados para o mercado de trabalho. Os benefícios da formação técnica a um segmento da população com poucas pos-sibilidades de progresso pessoal e profissional contribuem para um desenvolvimento comunitário. E isso se faz promovendo oportunidades de preparação de adolescentes que hoje têm uma nova perspectiva de vida.

O trabalho abrange, atualmente, sete áreas de formação profis-sional adequadas às diretrizes curriculares do Ministério da Educação. A concepção educativa está calcada no Ser Gente, Profissional e Ci-dadão, e é baseada no desenvolvimento dos eixos do saber e ser – ati-tudes –, saber e fazer – habilidades –, e conhecer – bases conceituais. Ela é desenvolvida por meio de 13 competências, habilidades e ati-tudes básicas, que formam a matriz curricular: considerar o trabalho como valor moral humano; enfrentar incertezas; compreender atos, fa-tos e contextos; trabalhar e produzir em equipe; ser democrático, ético e cidadão; aprender a aprender; ser profissional competente; resolver situação-problema; aprender a fazer e fazer aprendendo; comunicar-se e comunicar suas descobertas; desenvolver inteligências múltiplas; favorecer a autoestima e a valorização pessoal; e desenvolver o es-pírito de liderança.

“Qualquer organização, independente de seu porte, área de atu-ação e localização geográfica, pode participar do Projeto Pescar, poden-

do ser uma franqueada, mantenedora, apoiadora, ou como empregadora dos jovens formados pelas turmas do Proje-to”, lembra Rezende. “Ter uma unidade do Pescar é uma atitude socialmente responsável, de fácil implementação e custo baixo. Ao ingressar como fran-queada, a organização passa a receber suporte e orientação técnica da Funda-ção, tendo acesso ao conhecimento de mais de três décadas de experiência na área.” Para mais informações, é só en-trar em contato com a Fundação Pro-jeto Pescar mais próxima.

Ézio Rezendegerente-geral da Fundação Projeto Pescar

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Você sabia que aquela tão corriquei-ra pergunta “Ser magro é ser saudável?” é na verdade um mito. Pois quem pensa que aquela pessoa magra que come bastante e não engorda é mais saudável do que aquela que come a mesma quantidade e engorda facilmente, está enganado. É o que garante o médico cardiologista Fernando Lucchese, que define as cinco caracteríticas que podem ou não levar o indivíduo à longevidade. A primeira definição é que o ser humano vive a idade de suas artérias, ou seja, uma arté-ria flexível, com paredes finas, é uma artéria jovem; e uma artéria espessa, endurecida é uma artéria idosa, e para definir as caracté-ristas das artérias não significa se a pessoa é

magra, jovem, velha ou obesa. “Pode acontecer de um sujeito magro ter a qualidade das artérias muito inferior à de um obeso.”

O segundo aspecto é o câncer de vários tipos, que não res-peita obesos nem magros. A patologia tem a ver com genética, alimen-tação, presença ou não de sedentarismo, e principalmente o humor das pessoas. Segundo Lucchese, indivíduos deprimidos têm mais câncer do que indivíduos bem-humorados. “Tanto pessoas com câncer, como en-fartados, 50% já foram deprimidos ou estão deprimidos. Muito mais do que ser obeso ou magro, ser deprimido faz muito mais mal à saúde.”

A obesidade é o terceiro fator perigoso em relação à saúde, que pode levar a outras doenças, como a diabetes que acelera o envelheci-mento das artérias. O exercício físico é o quarto fator determinante para uma pessoa ser saudável. “Praticar exercício físico, fazer caminhadas de pelo menos 30 minutos diariamente, na velocidade de quem está com pressa, usando roupa que protege contra frio e calor, é o ideal”, aconselha o cardiologista.

E o último fator fundamental e determinante para a lon-gevidade é a alimentação adequada. Um dos erros clássicos da má alimentação é o consumo exagerado do açúcar. “O Brasil tem 10 milhões de diabéticos que o número aumenta 800 mil por ano, de- vido a má alimentação, excesso de açúcar e obesidade.” O outro inimigo da boa saúde é o sal. “Nós necessitamos de 4 gramas de sal por dia, e no Rio Grande do Sul consumimos 16 gramas, quatro vezes mais que o necessário. Por isso existem 25 milhões de hipertensos no Brasil e um 1/3 nem sabem, porque nunca mediram a sua pressão, e a hipertensão é outro fator que leva ao envelhecimento das artérias. O terceiro vilão é a farinha de trigo refinada, que ocasiona o aumento da glicose no sangue. Já o consumo de pão preto é o recomendável. De acordo com Lucchese, são três os produtos que levam a uma vida não saudável: o açúcar, o sal e a farinha refinada. “Por isso vai a dica:

“Ser magro e ser saudável incluem equilíbrio do que se come com o que se gasta.”

Ser magro éser saudável

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pratique exercícios físicos, tenha uma alimentação adequada e procure manter-se magro de forma saudável. Equilibre-se na vida para equili-brar na balança.”

A nutricionista especialista em Fisiologia do Exercício, Cíntia Carvalho, explica que ser saudável é estar dentro dos limites fisiológicos permitidos. “Muitas vezes, eu sou magro, mas tenho um desequilíbrio nutricional que pode gerar doenças, dependendo da genética, estilo de vida e até mesmo profissão.” Existem pessoas que são magras, mas isso não determina que elas são saudáveis, como por exemplo, indi-víduos sedentários, tabagistas e alcoolistas. E ainda existem as pessoas

que sofrem de distúrbios alimentares graves como anorexia nervosa (não come nada e tem distorção da ima-gem corporal) ou bulimia nervosa (re-pulsão da comida de forma induzida ou por laxantes), que acontece geral-mente em mulheres jovens, com idade entre 10 e 20 anos. “Esses distúrbios são reflexos dessa cultura, ser magro é ser saudável, o que acaba levando muitas meninas à anorexia, que pode inclusive causar a morte, já que a pes-soa entra em um estado de inanição”, explica Cíntia.

Devido à correria do dia a dia, as pessoas acabam deixando de lado o cuidado com a saúde, não praticando atividade física e não se alimentando de forma cor-reta, como por exemplo, consumir produtos pré-prontos e embalados, as conhecidas massas recheadas, as batatas pré-fritas, as pizzas, os fast food, e as bolachinhas rechea-das, que têm uma quantidade alta de gordura e sódio.

Médico Fernando Lucchese

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Vantagens para o colaborador,

benefícios paratodos

SINFAC/RS oferece ampla gama de descontos, convênios e cursos, contribuindo para o bem-estar e motivação dos funcionários e o crescimento das empresas.

Mais do que trabalhar em prol do empresariado de facto- ring no Estado, o SINFAC/RS também atua pelo crescimento dos colaboradores das empresas. Com o pensamento de investir no bem-estar e conhecimento das pessoas, a entidade dispõe de uma ampla gama de benefícios para as factorings associadas, como descontos em farmácias, assistência médica e planos de saúde, seguros de vida e até mesmo o corriqueiro vale-alimentação.

O vice-presidente Financeiro Rodrigo Librelotto Westphalen – encarregado do grupo de cursos e eventos – explica que o Sindicato oferece uma grande diversidade de convênios. Contando hoje com mais de dez parcerias, o número de vantagens vem crescendo a cada ano – e todas as empresas associadas ao Sindicato podem desfrutar delas.

E não é só isso: como o SINFAC/RS faz parte do Sistema Feco-mércio-RS (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul), todos os empresários, trabalhadores e terceirizados contam também com a estrutura da Federação, como as academias, escolas e hotéis do Serviço Social do Comércio (SESC/RS).

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Investir na educação para o crescimento do setor

No entanto, uma das principais ações do Sindicato é in-vestir em treinamento e capacitação. Estas iniciativas buscam melhorar o desempenho da atividade no Estado, favorecendo o es-tímulo ao conhecimento. E todos saem fortalecidos: os colaboradores, que ganham com o aprendizado nos mais diversos temas, e as em-presas, que contam com investimento qualificado no capital humano das instituições.

Neste âmbito, o SINFAC/RS apresenta a meta de realizar ao menos um curso ou encontro mensal – muitas vezes superando esta marca. São abordados diversos temas concernentes à atividade de fomento mercantil. Em 2010, já foram promovidos sete encontros, todos focados na discussão da atualidade e do desempenho do setor e da economia.

“As formações são direcionadas para os colaboradores com vínculo empregatício e também para os terceirizados”, esclarece o vice-presidente Administrativo, Luiz Gerson Almada – integrante do grupo responsável pelo relacionamento com o associado. Ele faz questão de ressaltar também que todos estes treinamentos apresen-tam custo zero ao associado – ou seja: mais uma vantagem.

Em 2010, já ocorreram duas Reuniões Almoço – encontros com profissionais de diversas áreas. O primeiro evento do ano trouxe o economista Marcelo Portugal, da Fecomércio-RS; e o segundo, o diretor Regional do Senac-RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Co-mercial do Rio Grande do Sul), José Paulo da Rosa, falando sobre ex-celência em gestão. Os cursos ministrados este ano enfocaram sem-pre as necessidades do setor e medidas para a melhoria da atividade.

A satisfação em contar com toda esta variedade de oportunidades fica estampada na motivação para o trabalho e a constatação do cresci-mento profissional dos próprios colaboradores. A analista operacio-nal Cristine Genevieve Gossler, da Capital Fomento Comercial (Porto Alegre) – que é associada ao SIN-FAC/RS –, comenta que, através do Sindicato recebe por meio da em-presa, diversos benefícios. Entre eles destaca o vale-refeição em cartão – que pode ser usado agora em vários estabelecimentos comerciais –, além da oportunidade de realizar cursos e interagir com os colegas de atividade de outras empresas. “A gente pode discutir ideias e trocar experiências nestes encontros”, destaca.

Outro ponto que ela men-ciona é o apoio da Capital para a realização do curso de MBA em Gestão de Negócios de Fomento Mercantil – oferecido pela Facul-dade dos Imigrantes (FAI), de Caxias do Sul, e que conta com o apoio do SINFAC/RS. “A empresa e o Sindi-cato nos deram um grande estímulo para que fizéssemos este curso”, co-menta.

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A instabilidade atual alcançou a Eu-ropa quando o mundo convivia com os des-dobramentos da crise que atingiu os Esta-dos Unidos. Na economia norte-americana houve um upgrade da crise das subprimes para uma crise de liquidez, posteriormente bancária e, finalmente, de confiança. A restrição do crédito que daí adveio produziu um contágio internacional imediato.

Os ativos “podres” que representa-ram perdas para os bancos no âmbito do Banco Central europeu eram de US$ 790 bilhões em dezembro de 2009. À medida que aumentaram as estimativas das per-das para o sistema financeiro, a atividade econômica desacelerou, e, depois, eclodiu uma recessão no contexto global.

Para evitar um aprofundamento da recessão mundial, os governos, incluindo os europeus, expandiram os seus gastos. E assim, ocorreram aumentos de endivida- mentos e incrementos nos níveis dos déficits públicos das nações do Velho Continente.

Entre os europeus, a crise atingiu, principalmente, os países iden-tificados pela sigla PIIGS — Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Os cinco estavam em recessão. As quedas no PIB, por país, em 2009, foram de: 2,7% em Portugal, 3,0% na Irlanda, 5,0% na Itália, 2,0% na Grécia e 3,6% na Espanha.

A Grécia foi o primeiro país a permanecer sob observação da comunidade internacional porque detinha uma dívida expressiva, ou seja, o equivalente a 114% do PIB nacional. Além disso, os gregos mantinham um déficit público da ordem de 13,6%. A crise começou dois meses depois da posse do novo Governo, quando três agências de rating — Moddy, Standard & Poor’s e Fitch — rebaixaram a nota da dívida grega. A situação agravou-se, quando os socialistas afirmaram que os números sobre o déficit público não eram verdadeiros. Foi o que bastou para que a possibilidade do calote grego passasse às manchetes dos principais jornais.

Há um consenso entre os membros do bloco europeu de que os países devem trabalhar com o déficit público em um patamar de 3,0% do PIB. Ora, a Grécia trabalhava com números “maquiados” e com o déficit em nível de 13,6% do PIB. O tema mobilizou as autoridades da União Europeia, porém não sensibilizou as agências de rating, que voltaram a rebaixar as notas da dívida grega. Ao mesmo tempo em que o contágio se propagava pela Europa e o euro se fragilizava, na Hungria, os conservadores que chegaram ao poder afirmaram que os

A crise europeia e seu impacto no Brasil

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números utilizados pelos socialistas também eram falsos. A volatilidade tomou novo impulso, e a conjuntura deteriorou-se.

Alemanha e França esboçaram uma reação, mas havia divergên-cias entre Nicolas Sarkosi e Ângela Merkel sobre como proceder para debelar a crise. Paralelamente, a conjuntura econômica norte-ame- ricana continuava cercada de muita incerteza, porque a taxa de de- semprego nos Estados Unidos se mantinha extraordinariamente elevada, alcançando 9,7%. E, assim, face à gravidade da situação a estratégia para reverter o cenário econômico mundial ficou adiada para a reunião do G-20, em Toronto

O impacto sobre a economia brasileira é evidente. O Brasil vinha retomando o seu processo de crescimento econômico quando a econo-mia mundial entrou em recessão. Por isso o país evidenciou um recuo de 0,2% no PIB no ano passado.

Além da mudança no ritmo de crescimento econômico, o Brasil viu-se obrigado a recorrer a estímulos em diversos segmentos da econo-mia — automóveis, habitação, bancos, motocicletas e bens de capital, dentre outros. Mas a utilização do “pacote de bondades” resultou no su-peraquecimento da economia, no distanciamento da inflação das metas fixadas pelas autoridades e na elevação das taxas de juros. O Governo viu-se obrigado a retirar os estímulos no momento em que o mercado interno mostrava uma reação impressionante.

Também a competitividade do produto brasileiro vem sendo afetada. Além do impacto da recessão sobre as exportações, a desvalo-rização do euro vem tornando o produto brasileiro menos competitivo em âmbito global.

As perspectivas para a solução da crise global exigem a elaboração de um diagnóstico mais adequado. Entre as economias avançadas, a retirada dos estímulos aprofunda a recessão; a manutenção dos estímulos leva à crise das dívidas. O que é certo é que a mudança no cenário econômico passa por acordos entre governantes e oposições, por países, para a apresen-tação de pacotes de ajustes às econo-mias nacionais, e pela convivência de autoridades com medidas impopulares junto à população. Uma tarefa árdua, aliada a uma solução distante.

Antonio Carlos FraquelliEconomista

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foco

O setor de fomento mercantil está prestes a ter a sua atividade regulamen-tada por lei. Isso devido à aprovação do texto substitutivo do senador Antonio Car-los Júnior (DEM-BA), o Projeto de Lei da Câmara (PLC 13/07), que dispõe sobre operações de fomento mercantil – facto- ring, foi aprovado no dia 7 de julho pelo plenário do Senado Federal. Segundo o senador, “a falta de regras para a ativi-dade, além de facilitar a delinquência, prejudica a reputação de empresas ho- nestas e cumpridoras de suas obrigações”. Preocupado com isso, o senador ouviu os interessados e técnicos do Ministério da Fazenda antes de elaborar uma proposta alternativa à que veio da Câmara. O re-sultado é um projeto com cinco capítulos: o primeiro trata do contrato; o segundo, das sociedades; o terceiro, das normas penais; o quarto, das disposições tribu-tárias; e o quinto, das disposições finais, inclusive a vigência da lei.

Senado Federal aprovaLei do Fomento

O Projeto de Lei da Câmara (PLC 13/07) dissociou a presta-ção de serviços da compra de ativos financeiros, que, pelo Projeto, poderá ser praticada de forma autônoma. Além dessas considerações, estão incluídas nas definições: que o projeto veda às empresas de facto- ring o uso do termo banco ou qualquer outro que caracterize insti-tuição financeira, para evitar a confusão entre fomento empresarial e atividade financeira; as empresas de fomento mercantil, conforme o substitutivo aprovado, sujeitam-se a uma série de proibições, como a de captar depósitos do público e executar operações de crédito priva-tivas de instituições financeiras; e o desrespeito às vedações pode su-jeitar as empresas a sanções como advertência, multa e fechamento do estabelecimento.

A proposta, que agora retornará para a Câmara dos Deputados, define novos tipos de crimes, como simulação de operação de fomento empresarial, captação irregular de depósitos e prática de operação privativa de instituição financeira, com aplicação de penas e multas. São estabelecidas também normas processuais penais para lidar com os desvios. Pessoas condenadas com sentença penal transitada em jul-gado não poderão integrar as sociedades de fomento mercantil como administradores ou controladores, “de fato ou de direito”, conforme o projeto.

O consultor Jurídico do SINFAC/RS, Alexandre Neves, aponta que um dos principais benefícios que a aprovação da lei trará será a

Mercantil

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Senado Federal aprova

confirmação da legalidade do Direito de Regresso, além da norma-tização da atividade. “Pelo menos teremos uma lei específica para a nossa atividade e se for utilizada com bom senso trará bons resultados.” Porém, apesar das vantagens com a aprovação da nova lei, existem pontos negativos resultando “numa lei bastante omissa e falha”, frisa o advogado. Entre esses pontos, Neves destaca que as empresas de fomento mercantil de pequeno porte que trabalham com profissionais liberais devidamente registrados nos respectivos conselhos, até então equiparados a pessoas jurídicas, terão as suas operações abolidas; além da necessidade da empresa de factoring ter que provar a sua capacidade econômico-financeira para o órgão regulador, que ainda não se sabe qual será e nem as diretrizes básicas. “Existe um grande desconhecimento do legislador, que acabou gerando falhas no pro-jeto”, pontua o advogado.

O assessor da presidência da Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), advogado José Luis Dias da Silva, também acredita que o texto atual do Projeto de Lei traz como bene-fício uma lei específica para o setor, além de reduzir significativamente o percentual do PIS e do COFINS. Porém, com “algumas imprecisões que podem não ser tão benéficas assim para o segmento de fomento mercan-til”, declara o advogado. Ele cita a proibição de atuar com profissional li- beral; impropriedades relativamente à nomenclatura; e não definir a atividade de fomento mercantil, mas sim o contrato de fomento mer-cantil. Para o presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Mer-cantil – Factoring de São Paulo (SINFAC-SP), Pio Daniele, sob o ponto de vista prático, a aprovação da lei traz avanços consideráveis, como a dissociação da aquisição de crédito à prestação de serviços, antes com-pulsória às empresas do fomento mercantil. Ao mesmo tempo, oferece às empresas garantias reais antes inexistentes, além de ratificar o Direito de Regresso, que se constitui na possibilidade de a factoring acionar o seu cedente, caso o título dele adquirido resulte em insolvência por parte do sacado.

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Senador Antonio Carlos Júnior

Além dos aspectos positivos, ele acredita que existem alguns preocu-pantes. Dentre eles, o tributário, pois o setor passará a ser enquadrado no regime de cumulatividade, com isso, embora o Cofins se reduza em 3%, a alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) aumenta de 9% para 15%. Outra novidade que merece cautela, segundo ele, é o órgão fisca- lizador, que será mantido pelo próprio segmento, por meio de contribuições variáveis em função do patrimônio líquido das empresas. “Também causa uma certa intranqüilidade o fato de o fomento mercantil ficar obrigado a apresentar prova de capacidade finan-ceira, no ato de abertura da factoring, pois não estão claros os critérios que serão utilizados para tal.”

O relator da proposta (PLC 13/07), senador Antonio Carlos Júnior, apresentou um texto alternativo com extensa normatização para todo o setor. O substitutivo, já aprovado pelo Plenário do Senado Federal, reorgani-za os dispositivos e os agrupa em cinco capítulos.

“Pelo menos teremos uma lei

específica para nossa atividade, e se for utilizada

com bom senso trará bons

resultados. ”

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Concretizar uma gestão mais colaborativa e participativa é uma das estratégias da nova gestão.

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Novidades da gestão fortalecem participação

Uma das estratégias da diretoria do SINFAC/RS na gestão 2010-2014 é concretizar uma gestão mais colaborativa e participativa. Com este foco, foi instituída a proposta do presidente Olmar João Pletsch de descentralização das atividades, através da criação de Grupos de Tra-balho, orientados para atender assuntos estratégicos para a entidade.

A atual diretoria conta com um total de 30 integrantes, que foram divididos – junto com as quatro colaboradoras do Sindicato – em nove equipes. “Cada uma trata de um tema específico, e soluciona ou propõe ações sobre os temas”, conta o assessor da presidência do Sindicato, Carlos Damasceno. Ele explica que essas ações são delibera-das e conduzidas dentro dos grupos, para então serem posteriormente apresentadas ao presidente e aos três vices.

As atividades específicas foram definidas nos grupos Comuni-

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“Nas reuniões de diretoria, temos um quórum de mais de 90%, pois todos participam.”

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cocação e Mídia – encarregada dos veículos de comunicação e publi-cidade da entidade; Jurídico e Homologação de Produtos – que en-globa questões legais e a criação de produtos e serviços pelo Sindicato; Cursos e Eventos – encarregada da parte social/integrativa e instrutiva; Normas e Procedimentos – relacionada à atividade de fomento; Admi- nistração de Pessoas e Conflitos – gerência dos mesmos; Manutenção e Imobilizados – cuida do patrimônio sindical; Relacionamento com o Associado – um meio de contato mais próximo com as empresas pertencentes; Agenda Geral – agendamentos de atividades; e Relações Institucionais – entre o Sindicato e demais organismos da sociedade civil e pública (órgãos, governo e a própria comunidade).

Todos esses grupos foram delimitados como itens estratégi-cos para a gestão da entidade. Os grupos variam entre quatro e cinco integrantes, contando sempre com a participação de um dos vice-presidentes. “Além disso, eles interagem entre si, para obter resul-tados”, ressalta o assessor.

Conforme Damasceno, esta atitude permite que toda a diretoria participe de forma ativa da gestão. “Este é o ponto principal: a descen-tralização”, garante. Essa metodologia confere uma gestão moderna ao Sindicato, e é preponderante para a melhoria dos índices de aceita-ção. “Nas reuniões de diretoria, temos um quórum de mais de 90%, pois todos participam”, conta.

A criação dos grupos traduz-se em dois pontos fortes: o primeiro, que permite maior agilidade na tomada de decisões. O segundo é o que contribui para a integração e participação de mais pessoas – com mais gente, tem mais ideias”, diz Damasceno.

E não apenas a direção participa. Ele ressalta que os associados também são sempre convidados a participar, tanto nas reuniões como

pelo envio de sugestões.O SINFAC/RS oferece diver-

sos canais pelos quais as empresas associadas podem colaborar. Entre eles, estão a revista e a newsletter, assim como o atendimento via tele-fone. Outro serviço é o fale conos-co, através do site – que, em breve, passará por reformulações.

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Embarque nesta matéria e conheça o que a serra do Rio Grande do Sul tem para oferecer.

Um dos destinos mais visitados por turistas brasileiros e repletos de bele-zas naturais, vinhedos, montanhas, vales e cachoeiras está situado aqui mesmo no estado do Rio Grande do Sul. É a serra gaúcha, que reserva uma das mais exu-berantes paisagens e arquiteturas. Para fi-car por dentro das opções turísticas, é só embarcar nesta matéria e conferir agora mesmo que as atrações são para todos os gostos. As cidades de Gramado e Canela, localizadas na Região das Hortênsias, são os locais mais visitados por quem é turista,

não só pelas exuberantes paisagens como pelo clima diferenciado que chega a registrar temperaturas negativas e até mesmo neve no período do inverno.

No coração da serra está Gramado, que chegou aos 55 anos de emancipação com fama nacional e internacional em turismo. Entre as belezas naturais estão as florestas de araucárias, pássaros e outros animais silvestres, além do nevoeiro característico da serra. No Lago Negro, cercado de águas profundas, a maior atração fica por conta dos pedalinhos. Não só a natureza diversificada como principalmente os grandes eventos são as atrações, como é o caso do “Festival de Gramado”, realizado anualmente em agosto e que traz as maiores es-trelas do cinema da América Latina; o “Natal Luz”, que inclui mais de 50 espetáculos; a “Chocofest” no período de Páscoa; e o “Agroturismo” é a opção para quem deseja conhecer os costumes dos colonizadores.

Para quem gosta de gastronomia, a opção é o “Festival de Gas-tronomia”, sendo os vinhos e espumantes um dos destaques do Festival. Na programação estão incluídos ainda o Tour Gastronômico, Concurso de Melhor Cozinheiro Chef, degustação de vinhos e espumantes, e de cerveja, e toda a programação cultural com apresentação de peças teatrais, shows musicais, dentre outros. Para quem deseja embarcar em Gramado, a cidade oferece 140 hotéis e pousadas, 1.140 estabeleci-mentos comerciais e 117 bares e restaurantes capazes de atender 10 mil pessoas simultaneamente.

Ao lado de Gramado está Canela. Na cidade é possível conhecer o único parque de trenós do Brasil – Alpen Park, e outros como o Parque da Ferradura, onde são feitas trilhas ecológicas; o Parque do Pinheiro Grosso, que conta com um dos mais antigos pinheiros do Brasil e o

Conheça as belezas da serra gaúcha

Foto: Leonid Strealiaey

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Parque do Teleférico, que, leva o visitante a um mirante com vista frontal para a Cascata e o Vale da Lajeana.

As atrações culturais também são muitas, como o Castelinho Caracol, onde se encontra uma das primeiras residências de Canela; a Casa de Pedra – uma construção histórica que forma um belo conjunto arquitetônico no centro da cidade, que abriga um cineteatro e dispõe de espaço para exposições artísticas. E para quem desejar degustar um bom vinho a dica é a Vitivinícola Jolimont, cercada por florestas virgens, onde os enólogos ensinam as técnicas para uma boa apreciação do vinho.

Um cantinho da Itália

A cidade de Bento Gonçalves foi escolhida pelo Ministério do Turismo como um dos 65 polos indutores de turismo do Brasil, a Capital Brasileira da Uva e do Vinho tem na hospitalidade uma de suas características mais marcantes. Anualmente, a cidade recebe uma mé-dia de 800 mil visitantes, que buscam degustar o bom vinho da Serra e a farta gastronomia herdada dos imigrantes italianos. A cidade do vinho promove anualmente a Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), a maior e mais antiga festa comunitária do município. Além das cantinas familiares, de vinhedos próprios, é possível degustar vinhos finos e co- nhecer o processo que envolve sua elaboração.

Na área cultural, destaque para o “Bento em Dança”, para o “Congresso Brasileiro de Poesia” e para o prédio da Fundação Casa das Artes, que está em fase final de construção e oferece inúmeras atividades culturais e artísticas, como oficinas de artes, música, dança, teatro e exposições em geral.

Os negócios também estão no roteiro de Bento Gonçalves, que sedia as maiores feiras do país e da América Latina no segmento moveleiro, como a Feira Internacional de Máquinas e Matéria-Prima para a Indústria Moveleira (Fimma Brasil), a Movelsul Brasil e a Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema) e a Expoben-to. Ao lado de Bento Gonçalves outras cidades abrigam a beleza e os costumes da colonização italiana, que podem ser conhecidos através do

Conheça as belezas da serra gaúcha

passeio de trem a vapor, com a Maria- Fumaça que percorre, além de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Bar-bosa, numa locomotiva do século XIX, que surpreende o turista em cada esta-ção, com shows folclóricos e degusta-ção de queijos, vinhos e espumantes.

Outras serras

Quem desejar curtir as belezas da Serra gaúcha de forma mais sos-segada, as cidades de Nova Petrópo-lis e São Francisco de Paula são as opções. Localizada a 112 quilômet-ros de Porto Alegre, São Francisco de Paula tem como principais pon-tos turísticos a Igreja Matriz; a Praça Capitão Pedro da Silva Chaves; o Museu do Automóvel, que traz uma coleção de 35 automóveis das déca-das de 30 a 60; Monumentos à Cuia e ao Negrinho do Pastoreio; o Lago São Bernardo; a Cascata da Ronda; o Passo da Ilha; a Floresta Nacional do IBAMA; o Sítio Água da Rainha; o Parque das Cascatas, e o Parque da Cachoeira. A cidade de Nova Petrópolis, que teve sua colonização praticamente toda alemã, abriga como seus principais locais turísti-cos o Parque Aldeia do Imigrante; a Praça da República; o Labirinto Verde; a Capela do Imigrante; e o Ni- nho das Águias.

Foto: Cleiton Thiele

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A agulha no LP, os chiados e os es-talos que só ele tem, e uma batida toda especial, que para os fãs do disco do vinil não existe nada igual, apesar do mundo viver a era da tecnologia, onde o LP vi-rou CD, MP3 e até pendrive, os chamados ‘bolachões’ estão com tudo. Prova disso que não só os amantes dos discos de vinil, que embalaram gerações nas discotecas dos anos 60 aos 90, são amantes da Era Disco, como artistas da nova geração da música brasileira estão lançando as suas músicas em CD, DVD e vinil ao mesmo tempo, como os mais recentes, Maria Rita; Caetano Veloso; Marcelo D-2; Ed Mota instrumental que tem uma coletânea pessoal de 11 mil discos e Lenine. Além da volta de discos de artistas internacionais como Beatles, dos Beach Boys, dos Rolling Stones e de Jimi Hendrix; e novos artistas como Amy Winehouse, o Radiohead e o Coldplay, foram lançados. Os novos dis-cos, porém não são mais com aquela es-pessura fininha dos vinis de antigamente, que arranhavam com facilidade, agora o material é um vinil mais denso, com melhor som e mais durabilidade.

A legião de fãs do vinil também está nas festas que são embaladas por DJs que preferem a potência e a batida dos ‘bolachões’. A DJ Garota Vinil, An-dréa Avila, embala as pistas de dança de Porto Alegre, há 11 anos, com os seus quatro mil discos de vinil que integram a sua coleção dos bolachas preta. Andréa relata que conta nas suas discotecagens, a história da música dos anos 60 até 1994, ano em que encerrou os últimos

exemplares do vinil, com um repertório que vai desde o samba, Música Popular Brasileira e rock.

Para ela, a qualidade do vinil é superior e atrai não só os nos-talgistas da geração do vitrolão, como jovens da nova geração, que não acompanharam o período do vinil. “Estou discotecando em festas e têm pessoas que nem acreditam que estou tocando LP. O público das minhas festas são das décadas 70 e 80, mas têm muitos jovens ligados à cultura do vinil, que me pedem para tocar artistas como Neil Young e Eric Clapton.” Andréa aponta que além da qualidade auditiva, as capas dos discos de vinil são verdadeiras obras-primas. “Cada LP tem uma arte, apesar de ter a mesma arte em CD, não tem o mesmo im-pacto visual que o encarte do disco de vinil proporciona, como o disco da cantora Maria Rita em que ela aparece de corpo inteiro.” Andréa acredita que a volta dos discos de vinil é também uma forma de dificul-tar a pirataria e proporcionar ao mercado coisas novas e atuais.

A gravadora Deck Disc, inclusive, está lançando discos de vinil, com tiragens pequenas, dos artistas como Pity, Fernanda Takai, Na-ção Zumbi e a banda gaúcha Cachorro Grande. Para os amantes do ‘bolachões’, Porto Alegre conta com vários espaços para a compra de disco de vinil, como sebos, feiras, o Brique da Redenção, o Feirão do Disco de Vinil no Mercado Público que acontece uma vez por semana e a própria Livra Cultura no Bourbon Shopping Country.

Os bolachões estão com tudo

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Garota Vinil Andréa Avila

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Os bolachões estão com tudo

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