Revista Stand 19 - Edição Especial

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Publicação Oficial do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Abraço fraterno,

Casimiro Vale da SilvaPresidente Creci-RJ

Vivi momentos muito especiais em minha vida durante os eventos em comemoração aos 50 Anos de Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis, realizados pelo Sistema Cofeci-Creci no último 27 de agosto, em Brasília.

Sinto-me muito feliz de participar ativamente desse mo-mento mágico do Cinquentenário da nossa profissão. Não canso de ressaltar: ser o presidente do Creci-RJ em uma data tão emblemática, com um profundo valor histórico, é motivo de grande honra e alegria.

Pela relevância da data, queríamos dar um belo presente para os corretores de imóveis do Estado do Rio. Por isso, colocamos em prática um projeto audacioso, uma edição es-pecial da Revista Stand comemorativa dos 50 Anos. Desen-volvido pela competente equipe do Setor de Comunicação do Creci-RJ, o projeto produziu uma publicação diferenciada sob todos os aspectos. A começar, pela quantidade de pági-nas, 48, número recorde da revista na história do Conselho.

Investimos no projeto gráfico, com tipos de papel dife-renciados tanto na capa como no miolo da revista, e também no conteúdo. Trazemos um amplo levantamento da história da categoria ao longo dos últimos 50 anos, um trabalho me-ticuloso de pesquisa, em que obtivemos um grande número de documentos, textos e imagens da mais alta relevância his-tórica para a nossa profissão.

Tudo isso com um só objetivo: trazer para vocês um pro-duto altamente profissional, de resgate da memória da nossa categoria. Queremos que os corretores de imóveis guardem com muito carinho o exemplar desta edição em sua casa ou seu escritório, carregando a certeza de que assim estarão contribuindo para valorizar a memória de nossa profissão.

Nesses 50 anos de história, devemos parabenizar, e valo-rizar, a luta dos Sindicatos de Corretores de Imóveis. Através do movimento sindical, conseguimos que o Congresso apro-vasse a primeira lei de regulamentação da categoria – 4.116, que contou como grande incentivador o inesquecível parla-mentar Ulysses Guimarães.

O movimento de valorização da categoria prosseguiu com os Creci’s e os Sindimóveis até a aprovação da Lei 6.530/78, que trouxe a exigência do nível técnico, e teve a participa-ção efetiva do Ministro do Trabalho à época, Arnaldo Prieto, reconhecido e respeitado como o patrono da categoria dos corretores de imóveis em todo o País. Infelizmente, o ícone da nossa profissão nos deixou recentemente.

Em 1994, outro momento marcante para os corretores de imóveis: a Universidade Federal do Maranhão lançou o primeiro curso superior em Ciências Imobiliárias do País,

um verdadeiro marco na qualificação profissional da catego-ria. A partir de então, a criação dos cursos superiores de tec-nologia em Negócios Imobiliários em vários estados foi um importante avanço para o aperfeiçoamento dos corretores de imóveis brasileiros.

Hoje, somos mais de 50 mil profissionais no Estado do Rio de Janeiro e 260 mil no Brasil. À frente do Creci-RJ, temos trabalhado bastante, dando prosseguimento à evolu-ção da categoria e lutando pelo reconhecimento da sociedade para a importância do papel do corretor de imóveis no mun-do contemporâneo.

Vale ressaltar também que, nos últimos anos, nasceu um novo perfil da categoria. Hoje, verifica-se entre os novos cor-retores um grande número de mulheres e jovens que esco-lhem a profissão como opção de carreira.

Em nome dos diretores, conselheiros, delegados, funcio-nários e colaboradores do Creci-RJ, parabenizamos a todos os Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro pela passagem desta data tão significativa para a nossa categoria.

Queremos compartilhar com todos os companheiros nosso sentimento de amor e respeito pela profissão. Que a cada dia, todos nós tenhamos mais orgulho de ser Corretor de Imóveis e que possamos deixar um legado de bons exem-plos para as futuras gerações de profissionais.

UMA REVISTA ESPECIAL DOS

50 ANOS

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EXPEDIENTE

CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEISCRECI 1ª REGIÃO-RJ - (GESTÃO 2010-2012)

DIRETORIAPresidente: Casimiro Vale da Silva; 1º vice-presidente: Edecio Nogueira Cordeiro; 2º vice-presidente: Gilberto Cordeiro; Diretora 1ª secretária: Marly da Silveira Ferreira; Diretora 2ª secretária: Fatima Santoro; Diretor 1º tesoureiro: Camilo Abicalil; Diretor 2º tesoureiro: Sergio Eduardo Mendes

CONSELHO FISCALEfetivos - Damião Vaz, Fernando Manhães e Ulisses das Neves MoreiraSuplentes - Lucia Peres, Rubem Vasconcelos e José Fernando Werneck Schuster (in memoriam)

REPRESENTANTES JUNTO AO COFECI Efetivos - Casimiro Vale e Edecio Nogueira CordeiroSuplentes - Egydio Andrezza dos Santos e Marlei Feliciano

CONSELHEIROS EFETIVOSAna Luiza Gomes Anderson; Bruno Cardoso de Serpa Pinto; Camilo Eduardo Abicalil; Casimiro Vale da Silva; Damião Vaz; Darlan Cezar Simões Pinheiro; Delair Dumbrosck Mello; Edecio Nogueira Cordeiro; Egydio Andreza dos Santos; Fatima C. Santoro Gerstenberger; Fernando Manhães Soares; Frederico França Morgado Ferreira Mendes; Gilberto Cordeiro; Jonas de Carvalho; Jorge Murillo de Oliveira; José Joaquim Tomas Pereira; Lucia Maria Peres; Manoel Teixeira Silva Filho; Marlei Feliciano; Marly da Silveira Ferreira; Roberto Guedes de Souza; Rubem Vasconcelos; Sergio Eduardo Ferreira Mendes; Silvestre Francisco de Sousa; Ulisses das Neves Moreira; Waldyr Candido da Silva; Zaldo Natzuka Junior

CONSELHEIROS SUPLENTESAnderson Martins; André Felipe Monteiro Pires do Couto; Antonio Baptista Correia Moreira; Aristhotelis Ribeiro da Silva; Eduardo Silverio; Elzimar Vieira Dias; Fernando Fernandes; Francisco Borges Espindola Junior; Isabel Cristina da Silva Teixeira; Isnard Neves Neto; Jabes de Abreu Fossati; João Carlos de Miranda Pinto; Laudimiro de Souza Cavalcanti; Luiz Alberto Queiroz Conceição; Luiz Carlos Chaves Lavor; Luiz Guimarães de Azevedo; Luiz Robert do Carmo; Mounir Issa Nehme; Otto Guilherme Gerstenberger Junior; Paulo Liberman; Ricardo Ferro Pedretti; Rogerio Ferreira Calainho; Telma Sueli José Teixeira; Vera Lúcia Coelho Rosas; Vilma Magdalena Reis Marques

DIRETORES DE APOIO (ADJUNTOS)Diretor de Avulsos: Anderson Martins; Diretor de Assuntos Sindicais: Antonio Baptista Correia Moreira; Diretor de Lançamentos: Ariovaldo da Silva Rocha Filho; Diretor de Patrimônio: Aristhoteles Ribeiro da Silva; Diretor de Locação: Carlos Samuel de Oliveira Freitas; Diretor Integração das Del. Regionais: Frederico França M. F. Mendes; Diretora de Convênios: Isabel Cristina da Silva Teixeira; Diretor Institucional: Jonas de Carvalho; Diretor de Desenv. Estratégico: Jorge Teixeira de Oliveira; Diretor de Esportes: Luiz Carlos Chaves Lavor; Diretora Cultural: Telma Sueli José Teixeira; Diretor de Condomínio: Wilson Ferreira; e Diretor Socioambiental: Pedro Joaquim da Veiga.

StandVEÍCULO OFICIAL DO CRECI 1ª REGIÃO/RJ

Av. Presidente Vargas, 417-20º andar - Centro, Rio de Janeiro-RJCep: 20.071-003 - Telefax: (21) 3514-1800

E-mail: [email protected] / Portal: www.creci-rj.gov.br

EDITOR AGOSTINHO DE CARVALHO MOREIRA - REG. PROF. MTb/RJ 15.346ASSESSOR DE MARKETING ALVARO RAMOS OUVIDORA | RELAÇÕES PÚBLICAS MÁRCIA CRISTINA - ABO 2247 / Conrerp 3477HISTORIADORA MÁRCIA BORGESREPÓRTERES CAIO CASCARDO - REG. PROF. MTb/RJ 32.122 E DIEGO NOGUEIRA - REG. PROF. MTb/RJ 33.478SETOR GRÁFICO RONAN CONDE - GABRIELA REBELO - CARLOS OBERDAN - REG PROF. MTb/RJ 33.676SECRETARIA DE REDAÇÃO RICARDO FERRAZ - EVERALDO JUNIOR - ALINE FREITASCONTATO COMERCIAL LUZIA CÁSSIAILUSTRAÇÕES HEROTURKO.COM | SXC.HU | GFXTRA.COM TIRAGEM 42.000 EXEMPLARES | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS:

Registramos nossos agradecimentos às instituições e aos profissionais abaixo por sua importante colaboração com a produção do conteúdo da edição especial da Revista Stand, comemorativa aos 50 Anos de Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis.

Agostinho de Carvalho MoreiraEditor Revista Stand

Diretoria do Creci-RJ:Presidente Casimiro Vale da SilvaVice-presidente: Edecio Nogueira Cordeiro2º vice-presidente: Gilberto CordeiroDiretora 1ª secretária: Marly FerreiraDiretora 2ª secretária: Fatima SantoroDiretor 1º tesoureiro: Camilo Eduardo AbicalilDiretor 2º tesoureiro: Sergio MendesBiblioteca Central do Creci-RJConselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci)Sindicato dos Corretores de Imóveis do Município do Rio de Janeiro (Sindimóveis Rio) Fundação Biblioteca Nacional Ana Luiza Gomes Anderson Ana Cristina Correa Carvalho Aparecida Pereira de SousaAristhotelis Ribeiro da SilvaDaniel D´Almeida Santiago Egydio Andreza dos SantosFajga Rywka BronzFernando FernandesFernando Manhães SoaresFrancisco Antônio Magarino TorresGilza Anna de SouzaJamil Bilate Joaquim José Ferreira Silvestre Francisco de Sousa Vera Lucia Senra de Almeida

3 Palavra do Presidente

5 Linha do tempo da profissão

18 Creci-RJ: a evolução da entidade

21 Eventos em comemoração aos 50 anos

23 Entrevista João Teodoro

24 Enbraci e Cimi reúnem 3.500 corretores

26 A evolução do mercado imobiliário

30 Categoria em pleno desenvolvimento

34 Depoimentos lideranças

36 Construções sustentáveis

40 Fiscalização: atribuição legal do Conselho

42 Tecnologia aliada ao mercado imobiliário

44 O futuro da profissão

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TENDÊNCIAS

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Modernização da entidade

A partir de 2007, o Creci-RJ se modernizou. Nos últimos anos foram implantadas mudanças significativas na infraestrutura do Conselho, como a modernização do Setor de Atendimento, a ampliação das delegacias regionais, a completa informatização da sede e das delegacias e a evolução da estrutura do Setor de Fiscalização. Novos setores e serviços também foram implanta-dos, como a Ouvidoria, os Classificados on-line, a TV Creci-RJ, o novo Portal do Conselho, a Biblioteca Central na sede e a Pes-quisa do Corretor de Imóveis nas delegacias regionais (serviço de extensão da Biblioteca Central) e outras iniciativas.

O Creci-RJ está pronto para cumprir as suas atribuições e prestar um bom atendimento aos corretores e à sociedade. As-sim como a categoria, o Creci-RJ também cresceu, se moderni-zou. “O foco administrativo das duas últimas gestões é um marco histórico. Abrimos o Conselho para o corretor de imóveis e para a sociedade. Levamos ao corretor de imóveis o aprimoramento de maneira intensiva. Através de campanhas institucionais e in-vestimentos na qualificação, promovemos uma melhor inserção do corretor de imóveis na sociedade. Investimos na infraestrutu-ra do Creci-RJ e prestamos um atendimento especial ao quadro funcinal do Conselho, com a implantação do Plano de Cargos e Salários e de várias ações voltadas à área de recursos humanos, inclusive com a formação, qualificação e aproveitamento da mão de obra da instituição. A criação da Comenda Ulysses Guimarães é um marco para a categoria, destacando os precursores da pro-fissão e personalidades que são homenageados pelos relevantes serviços prestados aos corretores de imóveis” – comentou o di-retor do Creci-RJ, Camilo Abicalil.

Terço Sindical

A Lei 6.530 de 1978, que estabeleceu a nova regula-mentação da profissão, previa que um terço dos integran-tes do Conselho Pleno dos Creci’s devia ser composto de representantes dos Sindicatos de Corretores de Imóveis:

Art. 11 – Lei 6530/78: Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos, eleitos dois terços por votação secreta em assembleia geral especialmen-te convocada para esse fim e um terço integrado por repre-sentantes dos Sindicatos de Corretores de Imóveis que fun-cionarem regularmente na jurisdição do Conselho Regional.

Visando à alteração deste formato de eleição, foi pro-mulgada a Lei Federal 10.795, de 2003, assinada pelo então presidente em exercício, José Alencar. Acompanhe abaixo o que determinou a nova legislação:

Art. 11: Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos e igual número de suplen-tes, eleitos em chapa pelo sistema de voto pessoal inde-legável, secreto e obrigatório, dos profissionais inscritos, sendo aplicável ao profissional que deixar de votar, sem causa justificada, multa em valor máximo equivalente ao da anuidade.

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Auditório lotado durante evento de aperfeiçoamento realizado pelo Creci-RJ

Inauguração da Biblioteca Central do Creci-RJ com a presença de Antonio Olinto, Imortal da Academia Brasileira de Letras

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O Creci-RJ promoveu no dia 21 de agosto a segunda edição da entrega da Comenda Ulysses Guimarães - maior honraria concedida pelo Creci-RJ - aos profissionais que prestaram relevantes serviços à categoria. O evento, que foi realizado no Salão Nobre do Arouca Barra Clube, aconteceu em comemoração aos 50 anos de Regulamentação da Profis-são de Corretor de Imóveis.

O segundo grupo de homenageados reuniu 47 persona-lidades. Entre eles, o presidente do Creci-RJ, Casimiro Vale, o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imó-veis (Fenaci), Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, o 2º vice--presidente do Cofeci, José Augusto Viana Neto, e o diretor tesoureiro do Cofeci, Armando Cavalcante.

Na abertura da solenidade, o presidente do Creci-RJ, Ca-simiro Vale, deu as boas vindas aos participantes do evento:

- Gostaria de parabenizar a todos os companheiros que serão agraciados com a Comenda Ulysses Guimarães e a to-dos os familiares presentes. O objetivo é homenagear impor-tantes profissionais que prestaram e prestam serviços rele-vantes à categoria.

Em seguida, aconteceu a apresentação do vídeo do Cre-ci-RJ sobre os 50 anos de Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis.

Em seu pronunciamento, o presidente da Fenaci, Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, ressaltou a história da catego-ria, abordando a importância dos primeiros profissionais da intermediação imobiliária:

- Quero lembrar da história da profissão, falar da gran-

Creci-RJ entrega Comenda Ulysses Guimarães a profissionais com relevantes serviços aos corretores de imóveis

deza daqueles primeiros corretores de imóveis que lutaram pela regulamentação da categoria. Eles formam o alicerce da profissão.

Representando o presidente do Cofeci, João Teodoro, o 2°vice-presidente do Cofeci e presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, encerrou os pronunciamentos do even-to:

- É com alegria e satisfação que participo desse momen-to histórico. Representando o presidente do Cofeci, João Te-odoro, trago uma mensagem de apoio a tudo que tem sido feito por este Conselho. Quero destacar o belo trabalho rea-lizado pelo Creci-RJ para homenagear grandes profissionais da categoria.

Após a realização do ato de investidura, os homenagea-dos receberam a Comenda Ulysses Guimarães e o certificado de Comendador.

Os nomes dos agraciados foram sugeridos por integran-tes da Comissão de Mérito da Liberal Ordem Ulysses Gui-marães, criada para analisar sob rigorosos critérios e emitir pareceres, favoráveis ou não, às indicações para concessão da comenda

A primeira edição da homenagem aconteceu no ano de 2009. Entre os homenageados, o ex-Ministro das Cidades, Marcio Fortes, o presidente do Cofeci, João Teodoro, e o pa-trono da categoria, ex-ministro do trabalho, Arnaldo Prieto.

O idealizador do projeto foi o ex-diretor secretário do Creci-RJ, José Fernando Schuster, que faleceu em março de 2011.

Grupo de homenageados posa para foto oficial

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Ainda no dia 21 de agosto, o Creci-RJ realizou mais três eventos em comemoração ao Cinquentenário de Regulamentação da Profissão. O primeiro foi a missa na Igreja da Candelária, com expressiva participa-ção da categoria. Em seguida, no Espaço Cultural do Conselho, foi inaugurado o quadro em homenagem ao ex-diretor do Creci-RJ, José Fernando Schuster. A inauguração contou com as presenças do sobrinho do homenageado, Eduardo Schuster, dos diretores, conselheiros e funcionários do Conselho. Encerrando os eventos comemorativos à data no Es-paço Cultural, a Biblioteca Central do Creci-RJ abriu a exposição “50 anos de História sob o olhar do Can-tinho do Corretor”, em homenagem ao 2º vice-presi-dente do Creci-RJ, Gilberto Cordeiro, que escreveu a coluna por 30 anos no jornal Tribuna de Petrópolis. A filha do homenageado, Lucimar Cordeiro, esteve presente na cerimônia.

Durante a segunda edição da Comenda Ulysses Guimarães, o Creci-RJ prestou uma homenagem ao promotor do Ministério Público (MP), Gianfi-lippo Pianezzola, pelos relevantes serviços presta-dos à categoria, colaborando de forma efetiva no combate ao exercício ilegal da profissão.

Outros eventosem homenagem

ao Cinquentenário

Homenagem aoprocurador do MP

Casimiro Vale (à esq.) e Edecio Cordeiro (à dir.) entregam a placa ao promotor

Casimiro Vale e Eduardo Schuster (sobrinho do homenageado) no mo-mento da inauguração do quadro

Abertura da exposição em homenagem a Gilberto Cordeiro

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Como o senhor avalia o momento histórico dos corretores de imóveis nos 50 Anos de Regulamentação Profissional?

A chegada aos 50 anos é um momento histórico para qualquer pessoa ou organização devido às experiências e conquistas adquiridas ao longo de todo esse período. Para os corretores de imóveis, há muito o que comemorar, principalmente em função da posição e da evolução que o profissional imobiliário alcançou com a regulamentação da categoria desde 27 de agosto de 1962.

Comente a importância do profissional corretor de imóveis

para a economia do País e a sociedade em geral. Este profissional é muito importante porque o negócio

imobiliário, além de diversificado, tornou-se cada vez mais complexo ao longo desses 50 anos. Intermediar um negó-cio com imóveis, seja ele de compra, venda, locação ou ou-tro, já não é um trabalho simples, de mera aproximação de partes, como acontecia há 50 anos. Hoje, exigem-se co-nhecimentos técnicos específicos nas mais diversas áreas de atuação profissional, como direito, engenharia, arquitetura, contabilidade, comunicação, psicologia, entre outros. Além disso, a construção civil representa cerca de 18% do PIB nacional e quem movimenta este mercado é o corretor de imóveis. Hoje, existem muitas nuances no mercado imobi-liário e não há como o cidadão, que não tem conhecimento técnico, realizar o negócio sem a participação, mediação e assessoria técnica deste profissional. O corretor é respon-sável pela execução deste negócio, que é, quase sempre, o maior na vida de uma pessoa: a compra da casa própria, o aluguel de um imóvel comercial, entre outros exemplos.

Que avaliação o senhor faz sobre a maior participação dos

jovens e das mulheres na profissão?

Estas participações são muito boas, muito interessan-tes, pois trazem uma característica mais dinâmica à cate-goria. Os jovens têm mais afinidade com a tecnologia, que é uma ferramenta indispensável no mercado de trabalho atual, conferindo uma aura de maior agilidade à profissão. O interesse na profissão tem aumentado bastante entre as mulheres, que representam, hoje, quase 40% dos profissio-nais ativos no mercado. Elas têm acrescentado à categoria a sensibilidade feminina e a preocupação com a perfeição, o que melhora a relação com os clientes. Hoje, temos mais equilíbrio no relacionamento entre os profissionais e seus clientes devido a essas características que os jovens e as mu-lheres trouxeram para a categoria.

Qual a perspectiva para o futuro da profissão? Todas as imagináveis. Vivemos num momento em que

se constata um arrefecimento no mercado em relação ao “boom” acontecido entre 2005 e 2010. No entanto, o Brasil está no centro das atenções do mercado imobiliário mun-dial, que busca realizar diversos negócios no País. A pers-pectiva de trabalho é muito grande também porque o dé-ficit habitacional no Brasil gira em torno de 10 milhões de unidades e a tendência é que esse número aumente ainda mais. Há uma série de fatores que geram esse crescimento: as pessoas precisam de mais imóveis porque, além do cres-cimento vegetativo da população, as famílias se separam, os jovens querem morar sozinhos. Enfim, há uma demanda ascendente por habitações, de modo que o mercado estará plenamente alimentado pelos próximos 15 ou 20 anos. O Governo Federal vem fomentando financiamentos habita-cionais, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”, in-tensificando a importância desse mercado para a economia ativa. Vejo um futuro muito promissor para a categoria.

Entrevista João TeodoroPresidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci)

Nesta edição especial sobre o Cinquentenário de Regulamentação da Pro-fissão de Corretor de Imóveis, a Revista Stand traz uma entrevista exclusiva com o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro. Entre os assuntos abordados, o momento histórico vivido pela categoria, a importância dos corretores de imóveis para o país e a pro-jeção para o futuro da profissão.

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“Vejo um futuro muito promissor para a categoria’’

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Entre os dias 27 e 30 de agosto, em comemoração aos 50 anos de Regulamentação da Profissão, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), realizou em Brasília o IV Encontro Brasileiro de Corretores de Imóveis (Enbraci) e o I Congresso Internacional do Mercado Imobiliário (Cimi). Após quatro dias de intensas atividades, os dois eventos atingiram marcas surpreendentes, que reafirmam a força do mercado imobiliário nacional.

- Mais do que a sensação do dever cumprido, nós, do Sis-tema Cofeci-Creci, estamos felizes por termos tido a chan-ce de proporcionar aos corretores de imóveis do Brasil e do mundo um painel extenso, plural e extremamente revelador de como anda o nosso segmento neste momento da economia global. Cumprimos a nossa missão como agentes do mercado e encerramos, com chave de ouro, as comemorações do Cin-quentenário de Regulamentação da Profissão de Corretor de Imóveis no Brasil. Mas, com certeza, a maior conquista obtida foi podermos reafirmar a força e a união da nossa categoria - comemorou João Teodoro da Silva, presidente do Cofeci.

Os números relativos aos eventos são significativos. Ao todo, 3.468 congressistas devidamente inscritos circularam pelos 5 mil metros quadrados disponibilizados para os partici-pantes. Foram proferidas 125 horas de palestras e, em alguns momentos, chegaram a ocorrer 12 palestras simultâneas.

A exemplo de anos anteriores, a comitiva do Creci-RJ foi a maior do evento, comprovando a força da categoria no Estado. Os profissionais da intermediação imobiliária fluminenses par-ticiparam ativamente das palestras e oficinas realizadas.

A programação dos eventos ofereceu palestras, debates e workshops, abrindo espaço para exposição de vários temas de suma importância para o setor, tais como consórcios, fi-nanciamentos, captação de recursos, fundo de investimentos, administração, direito e legislação, loteamento e comunidades planejadas, sustentabilidade, além de fóruns exclusivos para jo-vens e mulheres ligadas ao segmento.

Do Brasil para o mundo

O I Congresso Internacional do Mercado Imobiliário (Cimi) atraiu para Brasília delegações da Comunidade Imobi-liária dos Países de Língua Portuguesa, da Europa, América do Sul, América Latina e América do Norte.

O presidente da NAR (Associação Nacional dos Correto-res de Imóveis – EUA), Moe Veissi, destacou a importância que o mercado imobiliário brasileiro alcançou em escala global. “Minha fé no crescimento e na estabilidade do mercado imo-biliário brasileiro é tão grande que, pessoalmente, venho in-vestindo por aqui e obtendo excelentes resultados, superiores, inclusive, aos apresentados pelo mercado americano. Por isso, sempre que consultado, recomendo investimentos em terras brasileiras”, afirma. Veissi aproveitou a realização do Cimi para anunciar uma parceria com o Cofeci para o lançamento, den-tro de 90 dias, do Índice do Mercado Imobiliário Brasileiro (Imib), que vai juntar, pela primeira vez, os principais dados do mercado imobiliário nacional, em uma única ferramenta de consulta e pesquisa.

Cimi e IV Enbraci reúnem3.500 corretores de imóveis

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Comitiva do Creci-RJ, no encerramento do evento

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Os corretores de imóveis de todo o País receberam ho-menagens das mais importantes casas legislativas brasileiras referentes à data histórica. Na sexta-feira, 24 de agosto, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene no plenário Ulysses Guimarães, proposta encaminhada pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), presidente da Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública.

O Dia do Corretor de Imóveis - 27 de agosto – ganhou repercussão nacional com a realização de dois eventos histó-ricos. Logo no início da tarde, cerca de 4 mil corretores de imóveis de todo o Brasil, liderados pelo presidente do Co-feci, João Teodoro, e por conselheiros dos Creci’s de todo o País, partiram do terreno da futura sede do Conselho Federal em direção ao Congresso Nacional. Depois de uma caminha-da histórica no Eixo Monumental, os corretores de imóveis deram as mãos em torno da sede do Poder Legislativo Na-cional, formando um imenso abraço simbólico. A comitiva do Creci-RJ – a maior entre todos os Conselhos Regionais do Brasil – participou ativamente, e com muito entusiasmo, dos atos públicos.

- Esta caminhada comemorativa ao cinquentenário da nossa regulamentação profissional é um claro recado da força da categoria e da importância social, política e econômica

Homenagemno Senado

e Abraço aoCongresso

que exercemos no atual cenário do desenvolvimento nacio-nal – afirmou João Teodoro.

No início da noite do dia 27 de agosto, os corretores de imóveis estavam prontos para mais uma homenagem. Desta vez, no plenário lotado do Senado Federal, para a sessão sole-ne comemorativa ao aniversário de 50 anos da Lei 4.116/62, que regulamentou a profissão de corretor de imóveis. Era visível, durante toda a cerimônia, a forte emoção entre todos os corretores de imóveis, que, certamente, viveram um mo-mento histórico da profissão.

A proposta foi do senador Gim Argello (PTB-DF), que presidiu a sessão. Também formaram a mesa principal os se-nadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Adelmir Santana (DEM-DF), o presidente do Cofeci, João Teodoro, o presi-dente do Creci-DF, Hermes Alcântara, a diretoria secretária do Creci-RJ, Fatima Santoro – representando as corretoras de imóveis de todo o País –, o prefeito de Cristalina, Luis Carlos Attié, o 1° vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci), Joaquim Mendonça Ribeiro, o vice-presidente do Secovi-DF, Ovídio Maia, e o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Geraldo Francisco do Nascimento.

Em seu discurso, visivelmente emocionada, a diretora do Creci-RJ, Fatima Santoro, agradeceu o convite de compor a mesa, descreveu sua forte emoção e destacou a importância da qualificação da categoria:

- Estou muito emocionada, pois é uma honra para mim representar as corretoras de imóveis do Brasil nesta sessão solene do Senado. Como coordenadora do curso superior de tecnologia em Negócios Imobiliários, ressalto a importân-cia do aperfeiçoamento profissional da nossa categoria. Cada vez mais, vamos encontrar corretores com graduação. Hoje já existem vários profissionais da intermediação imobiliária com pós-graduação, doutorado e mestrado.

Grupo do Rio de Janeiro durante o abraço ao Congresso

Discurso de Fatima Santoro no Senado Federal

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DESENVOLVIMENTO

O mercado imobiliário é, hoje, um dos grandes pi-lares da economia brasileira. Com o ritmo de investi-mentos e incentivos crescendo cada dia mais, a política habitacional no país tem progredido substancialmente. Mas para ganhar esse status, o setor teve que percor-rer um longo caminho com altos e baixos ao longo dos últimos 50 anos, sobrevivendo a duras crises e dando a volta por cima em diversos momentos difíceis que o país e o mundo viveram.

Antes da década de 30, a construção de moradias no país era estritamente de responsabilidade da iniciativa privada. O governo ainda não havia desenvolvido ne-nhum tipo de ação relativa à criação de unidades habi-tacionais. Porém, mesmo assim, a população crescia e as famílias se alojavam em construções precárias e em

A EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO

O histórico das mudanças na política habitacional que consolidaram o crescimento do mercado imobiliário brasileiro

cortiços nos bairros centrais das capitais. A burguesia, classe social que detinha maior poder

econômico, viu então seus imóveis nessas localidades sucumbirem com alta desvalorização. Esse fato gerou uma mobilização para que as aglomerações das famílias menos favorecidas, que viviam nos cortiços, fossem des-locadas para bairros periféricos, o que deu origem às favelas.

Nesse período, o cenário do mercado imobiliário no Brasil, em especial nos grandes centros urbanos, era instável. As necessidades habitacionais aumentavam as-sustadoramente, e, segundo dados do Banco Central do Brasil, eram estimadas em 3,6 milhões de moradias. A população urbana do país na metade do século XX che-gava a 37%.

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Ainda não existiam mecanismos de crédito habita-cional com estrutura capaz de relacionar as ofertas e de-mandas para investimento no setor imobiliário. As ope-rações intermediadas por bancos privados eram feitas a taxas de juros constantes e foram rapidamente inviabi-lizadas, pois a aceleração do processo inflacionário não gerava lucros. Entre as décadas de 1940 e 1960, para se adquirir a casa própria, o indivíduo deveria recorrer às poucas ofertas de crédito imobiliário oferecido pela Caixa Econômica e pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS), ou por bancos incorporadores imobili-ários. Houve uma tentativa de organizar a política habi-tacional em 1946, quando foi criada a Fundação da Casa Popular. Mas devido à instabilidade que o momento po-lítico trazia à economia, o projeto não foi bem sucedido.

Nesse contexto, surgiram diversos problemas advin-dos da urbanização dos grandes centros. Massas popu-lacionais começavam a deixar os campos em busca de oportunidades e uma vida melhor na cidade. Nos anos 60, a distribuição da população brasileira era de 50% de habitantes somente nos centros urbanos. Isso reque-ria uma mudança na postura do governo em relação às políticas habitacionais. Em 1964 esse cenário começou a mudar.

A criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

O Estado, percebendo a necessidade de maiores in-vestimentos para o desenvolvimento do mercado imo-biliário, desenvolveu um sistema que foi a principal ferramenta de captação de recursos para a habitação.

Através da lei 4.380/64 foi criado o Sistema Financei-ro de Habitação (SFH), que trouxe diversas inovações a favor das transações imobiliárias. A principal delas foi a criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), que se tornou o principal órgão de orientação, disciplina e fomento do mercado imobiliário, formando uma rede de agentes financeiros especializados na captação e apli-cação de recursos.

Para Waldyr Candido, corretor de imóveis que atua-va naquele período, a criação do SFH foi o estopim para o desenvolvimento do setor imobiliário do país:

- As transações passaram a ter mais segurança e, com isso, mais investimentos foram feitos no setor. Era im-pressionante o volume de negócios realizados. Muitas vezes, um corretor de imóveis vendia, em média, de 10 a 12 imóveis por mês. Isso rapidamente refletiu na quantidade de lançamentos imobiliários.

O SFH tinha a meta de conceder um grande volume de crédito habitacional, mas com recursos próprios. E dois instrumentos foram de relevante importância nes-se processo: as cadernetas de poupança, com a criação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos, e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O pri-meiro fez com que as famílias depositassem suas econo-mias e, em troca, o valor era corrigido monetariamente durante o período em que estivesse guardado no banco. O segundo foi criado com o objetivo de substituir a es-tabilidade no emprego, que era garantida ao emprega-do que completava dez anos de trabalho numa mesma empresa. O FGTS se transformou num instrumento de poupança compulsória, onde o empregador deveria depositar mensalmente uma porcentagem do salário do

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empregado. Isso fez com que o BNH se tornasse uma das principais instituições financeiras do país e a maior instituição mundial voltada especificamente para o pro-blema da habitação.

Em pouco tempo de operação, o Sistema Financei-ro da Habitação gerou grandes resultados. Entre 1965 e 1980, segundo dados do BNH, o número de unida-des financiadas passou de oito mil por ano, em 1964, para 627 mil, em 1980. O sistema chegou a cobrir 70% das transações imobiliárias no país. O BNH teve como aporte inicial um montante de um bilhão de cruzeiros

Esse impressionante avanço no ritmo do crédito ha-bitacional proporcionou que as construtoras se fortale-cessem e se motivarem a construir mais unidades pelas cidades do país.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o mercado imobili-ário atingira seu ápice nos três primeiros anos da década de 80, com impressionantes 31.746 unidades lançadas.

- A maioria dos lançamentos era feita na Zona Sul. Os preços eram bem acessíveis, e grande parte das ven-das era realizada através dos financiamentos disponíveis – destaca Waldyr Candido.

Mas, infelizmente, a partir de 1986, uma crise eco-nômica estourou no Brasil e todo o bom momento vi-vido pelo setor imobiliário foi desfeito. O SFH teve de passar por uma profunda reestruturação, o que culmi-nou com a extinção do Banco Nacional da Habitação.

Além disso, suas funções foram distribuídas, com a Cai-xa Econômica Federal administrando todo o legado do BNH, incluindo a gestão do FGTS, e o Conselho Mone-tário Nacional ficou com o controle do SFH.

Segundo dados do censo IBGE de 1991, o Brasil che-gava a um número de 60 milhões de cidadãos de rua, e 55% das famílias que se encontravam sem casa própria recebiam até dois salários mínimos.

Em 1997, vendo a necessidade de expandir a política habitacional no Brasil, foi criado o Sistema de Financia-mento Imobiliário (SFI). E como principais fundamen-tos estavam a securitização dos créditos imobiliários e a maior segurança jurídica dos contratos, que viria através da alienação fiduciária.

A bolha imobiliária nos EUA

No virar do milênio, o mercado seguiu crescendo, mas a ritmo lento. Segundo dados do Banco Central do Brasil (Bacen), e da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o total de imóveis construídos e adquiridos com recursos disponi-bilizados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Emprés-timo (SBPE) e pelo FGTS no ano 2000 chegou a 352.731 unidades. O crédito imobiliário para financiamentos des-tinados à construção e aquisição de imóveis nesse período somava um valor total de 5,8 bilhões de reais.

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Em 2008, ocorreu o estouro da bolha financei-ra no mercado imobiliário dos EUA, com redução da procura e do preço dos ativos imobiliários. Os bancos americanos enfrentaram uma crise com os chamados subprimes (empréstimos hipotecários de alto risco). Grandes instituições financeiras, como o Banco Lehman Brothers e a corretora Merrill Lynch, quebraram e isso trouxe insegurança a todas as eco-nomias do mundo.

No Brasil, porém, o impacto quase não foi sentido. Inicialmente, a bolsa de valores teve semanas consecuti-vas de queda, mas, logo em seguida, atitudes firmes do governo em relação à economia garantiram segurança ao crédito. E como previra o ex-presidente Lula, o que se desenhava como uma tsunami, acabou se revelando apenas uma “marola”.

Segundo o diretor tesoureiro do Creci-RJ, Camilo Abicalil, a economia em expressivo crescimento e uma estrutura forte de governo possibilitaram ao país se manter firme frente à crise americana:

- Nós percebemos que, quando eclodiu a crise nos EUA, o mercado financeiro ficou temeroso quanto ao que poderia acontecer, mas a economia brasileira se en-contrava muito solidificada. Grandes investimentos em infraestrutura das cidades, políticas de segurança públi-ca bem definidas e uma grande evolução social da po-pulação fizeram com que o Brasil passasse praticamente ileso da crise.

Ainda segundo Abicalil, o Brasil pode sim ainda ver uma bolha imobiliária, mas não com efeitos devastadores.

- Dentro de uma perspectiva para daqui a alguns anos, podemos prever que existe a tendência de que se crie uma bolha no mercado imobiliário brasileiro. Porém, ao invés de ser devastadora, ela terá características regulado-ras, no sentido de equilibrar o setor imobiliário no país.

“Minha Casa, Minha Vida”

Em março de 2009, o Governo Federal lançou o pro-grama habitacional mais ousado da história do país, o “Minha Casa, Minha Vida”. Com a meta de diminuir o déficit habi-tacional no Brasil, o programa atinge, principalmente, a po-pulação de baixa renda. A parcela mínima de financiamento chega a R$ 50. A primeira fase do programa tinha reservas de crédito previstas em torno de R$ 34 bilhões, com a ex-pectativa de construção de um milhão de moradias.

Segundo dados do Ministério do Planejamento, em 2011 o programa tinha investido R$ 10 bilhões e con-tratado 457 mil novas moradias. Já em agosto de 2012, o “Minha Casa, Minha Vida” chegou à marca de um mi-lhão de unidades habitacionais construídas.

- Hoje, o setor se encontra em grande expansão, com fortes investimentos na construção civil e com as boas ex-pectativas que os principais eventos esportivos mundiais tra-zem para o país. A tendência é que o mercado cresça cada dia mais, abrindo diversas oportunidades para os profissionais que atuam no mercado imobiliário – finaliza Camilo Abicalil.

O Governo Federal acaba de trazer novos incentivos ao programa, ampliando o teto máximo de financia-mento para R$ 190 mil e dos subsídios para R$ 25 mil concedidos a quem tem renda mensal de até R$ 1,6 mil.

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SERVIÇOS

Ao longo dos 50 anos de regulamentação da profis-são de corretor de imóveis, a categoria evoluiu bastante. Se na época da promulgação da Lei 4.116, de 1962 - primeira a regulamentar a profissão -, o mercado imo-biliário era mais restrito, hoje está amplo e repleto de oportunidades. Antes vista com desconfiança pela socie-dade, a profissão é reconhecida atualmente pela impor-tância de seu papel no contexto socio-econômico.

O mero aproximador das partes, o tirador de pedi-dos, ficou para trás. Hoje, o corretor de imóveis precisa conhecer todas as esferas do negócio imobiliário para ser bem sucedido na profissão.

As condições de trabalho do profissional da inter-mediação imobiliária se modificaram. Nos primeiros anos da profissão, ainda não existiam os estandes de venda. Apenas eram utilizados bancos e guarda-sóis, em uma estrutura precária para atendimentos: “Enfrentei dificuldades nos plantões. Não havia banheiros para os profissionais e nem estrutura. Utilizávamos bancos im-provisados das obras e precisávamos fazer amizades com as vizinhas das construções para utilizar o banheiro. Para

CORRETORES DE IMÓVEIS:

CATEGORIA EM PLENA EVOLUÇÃO

Destaque no cenário nacional, categoria registra aumento ex-pressivo da participação das

mulheres e de jovens

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mudar esse panorama, o Sindimóveis Rio lutou bastante pela melhoria das condições de trabalho dos correto-res de imóveis, buscando a fiscalização do Ministério do Trabalho e as empresas imobiliárias para a melhoria da infraestrutura – destacou a diretora secretária do Creci--RJ, Marly Ferreira, corretora de imóveis há 36 anos.

As estruturas atuais dos estandes de venda garantem boas condições para que os profissionais desempenhem suas atribuições, equipados com ar-condicionado, com-putador, telefones, além de maquetes dos empreendi-mentos para atrair a atenção dos possíveis compradores.

A categoria evoluiu também no que se refere ao co-nhecimento. Desde os primórdios da profissão, e até mesmo na época da sua regulamentação, não era exigi-do nenhum grau mínimo de escolaridade para exercer a corretagem imobiliária. Este fato só veio acontecer em 1978, com a promulgação da Lei. 6.530, que deu nova regulamentação à profissão, introduzindo o curso Téc-nico em Transações Imobiliárias (TTI) como formação obrigatória para os que viriam a ingressar na profissão de corretor de imóveis.

A Lei 6.530 instituiu ainda as atribuições profissio-nais da categoria. De acordo com o artigo 3º, “Compe-te ao corretor de imóveis exercer a intermediação na

compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo ainda opinar quanto à comercialização imobiliária”. A determinação de que apenas o corretor de imóveis é o profissional habilitado para realizar tais atividades re-presentou um grande avanço para a categoria.

O número de profissionais da intermediação imo-biliária no Estado do Rio de Janeiro cresceu bastante, principalmente nos últimos anos, aumento impulsiona-do pelos grandes eventos esportivos e pelos fortes in-vestimentos no mercado imobiliário. Levantamento ex-clusivo do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ) mostra que até o ano de 2005 havia cerca de 20.500 corretores ativos no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a categoria já conta com 40.500 profissio-nais ativos no Estado, o que representa um crescimento de 95% no total de corretores. A intermediação imobi-liária é uma das profissões que mais crescem em todo o País.

Mudanças no perfil profissional: maior participação feminina e de jovens

Até o ano de 1958, as mulheres eram impedidas pelo artigo 37 do Código Comercial Brasileiro de exercer a

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profissão de corretor de imóveis. A permissão só acon-teceu com a revogação do artigo. No início, a partici-pação feminina na intermediação imobiliária enfrentou grandes dificuldades e severo preconceito como obstá-culos para galgar o sucesso. Nos primeiros anos, ainda com a premissa antiga de que “a corretagem de imóveis era para homem”, o número de mulheres que ingressa-vam na profissão era reduzido.

Atualmente acontece o contrário, a participação fe-minina só aumenta. Se nos oito primeiros anos de regu-lamentação, de 1962 a 1970, a profissão contava com 184 mulheres em todo o Estado, nos últimos cinco anos, cerca de 7 mil novas corretoras de imóveis ingressaram no mercado. Isso significa dizer que a participação fe-minina na profissão registrou, em números percentu-ais, um crescimento avassalador: 3.704%: “Meu início na profissão foi difícil. Eram apenas eu de mulher e 26 homens. O atual aumento da participação feminina não

é apenas na corretagem, e sim em todas as profissões e na sociedade em geral. Quem diria que hoje te-ríamos uma mulher como Presidente da República? Por necessidade ou por vontade própria, as mulheres foram à luta e conquistaram o seu espaço – ressaltou Marly Ferreira.

Hoje, nas grandes empresas imobiliárias, as mu-lheres ocupam cargo de destaque, comprovando sua capacidade e conhecimento do mercado. Com a de-dicação e a organização peculiares às mulheres, não existem dúvidas de que elas alcançarão ainda mais sucesso na profissão.

Outra mudança no perfil da categoria é a crescen-te participação dos jovens. É cada vez maior, inclusi-ve, o número de profissionais que escolhem a corre-tagem de imóveis como primeira opção de carreira, o que destaca o bom momento do mercado e da profis-são. Nos últimos sete anos, cerca de 4.826 jovens de

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até 35 anos ingressaram na intermediação imobiliária. Se comparado com o período entre 1962 e 1970, quan-do havia 371 jovens na categoria, o crescimento chega a 1.227%.

Nayele Godoy, de 19 anos e registro profissional de número 50 mil no Creci-RJ, faz parte desse novo per-fil da profissão. O fato de ser filha de um corretor de imóveis e o aquecimento do mercado influenciaram na escolha da profissão:

- O fator familiar e o bom momento da profissão influenciaram na minha opção. Não tive nenhuma difi-culdade e me adaptei muito bem à profissão. O corretor de imóveis que trabalha bem tem grandes possibilidades de ter boa rentabilidade.

Comprovando o aumento de jovens na categoria profissional, Nayele Godoy conta sobre o interesse de amigos pela corretagem de imóveis:

- Vários amigos me perguntam como é a profissão, o que precisa ser feito para se habilitar. O interesse é grande para ingressar na corretagem.

Valorização da categoria

A categoria batalhou por sua valorização perante a sociedade. Atividades profissionais também expressam esse reconhecimento. Em iniciativa recente, a Justi-ça Federal iniciou o credenciamento de corretores de imóveis para atuarem como avaliadores imobiliários na esfera judiciária, medida que traduz a credibilidade do profissional da intermediação imobiliária.

Uma das exigências do credenciamento é a apre-sentação do Cartão Anual de Regularidade Profissional (Carp) do corretor de imóveis. Essa ação vai de encon-tro à valorização do profissional e garante segurança à sociedade, já que o Carp comprova que o profissional está regular com suas obrigações junto ao Conselho.

A categoria também conquistou o reconhecimento das autoridades públicas. Em abril de 2011, o governa-dor Sérgio Cabral sancionou a Lei Estadual 5.950, que instituiu o piso salarial dos profissionais da intermedia-ção imobiliária.

A valorização da categoria passa também por uma melhor qualificação dos corretores de imóveis. Atual-mente, os profissionais estão mais preparados, ainda

mais com o surgimento do curso superior de Tecno-logia em Negócios Imobiliários em 1999, que propor-cionou especialização à categoria e acesso a informa-ções relevantes do mercado imobiliário, contribuindo para a reciclagem profissional. O corretor de imóveis Jamil Bilate, registro número 1.271 no Creci-RJ, des-taca a questão da qualificação na evolução da profissão de corretor de imóveis:

- Na época da regulamentação, “qualquer um” ven-dia imóvel. Não tinha preparo. Hoje, existe mais pro-fissionalismo, a categoria está mais capacitada.

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Reciclagem de materiais, utilização da energia solar, captação de água da chuva, aplicação de mais recursos financeiros em saneamento básico, ações de replantio de árvores em locais antes devastados e destinação de subsídios para preservação de espécimes animais. Todos esses assuntos estão sendo mais debatidos no país hoje, do que jamais foram em toda a sua história. Isso porque a temática sustentabilidade tem se tornado até de cer-to modo popular e feito parte da vida de cada cidadão brasileiro.

Mas não foi sempre assim. Durante muito tempo houve um superdimensionamento das reservas naturais

CONSTRUÇÕES

SUSTENTÁVEISComo a sustentabilidade quebrou paradigmas na construção civil e deu início a um novo modelo de corretagem de imóveis

disponíveis e todo o desenvolvimento industrial e co-mercial das décadas passadas, hoje cobra o seu preço. O aquecimento global é apenas uma das consequências desse tempo em que a humanidade consumia (e ainda consome) seus recursos ambientais sem fazê-lo de um modo sustentável.

Até a década de 50, a relação do homem com o meio ambiente não era considerada uma discussão importan-te e não estava na pauta de nenhuma das reuniões de chefes de Estado. Mas o avanço da tecnologia no pós-guerra dava sinais de que existiriam grandes problemas ambientais que não poderiam ser resolvidos.

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Na década de 80, sob um período de grande de-senvolvimento econômico e técnico, a luz vermelha acendeu sobre a utilização de recursos naturais. Gran-des desastres ambientais, a descoberta do buraco na camada de ozônio e uma acentuada mudança na tem-peratura terrestre, foram o estopim para que o pen-samento de responsabilidade ambiental começasse a surgir. Somente no final dos anos 80, no processo preparatório da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a RIO 92, sediada na cidade do Rio de Janeiro, foi aprofundada a questão do desenvolvi-mento sustentável.

O documento resultante da RIO 92 foi a Agenda 21, que discorria sobre a importância da conservação da na-tureza para o bem estar e sobrevivência das espécies, in-clusive a humana. Foi, então, proposto que a sociedade assumisse uma atitude firme e constante para a conser-vação ambiental.

Nesse contexto, aparece a construção civil, uma das áreas mais envolvidas no processo histórico da sustenta-bilidade e desenvolvimento econômico mundial. Segun-do o UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, na sigla em inglês), os edifícios consomem 40% da energia produzida no mundo. Coletivamente, o setor da construção civil é responsável por um terço dos recursos naturais consumidos pela sociedade, incluindo 12% de toda a água potável do planeta, sendo respon-sável também pela produção de 40% de todo o lixo só-lido. Quando somados ao fato de que o setor emprega, em média, 10% da força de trabalho mundial, esses nú-meros apontam para o impacto da construção civil no cenário da sustentabilidade.

Antes da RIO 92 não havia nenhuma preocupação quanto ao esgotamento dos recursos não renováveis uti-lizados ao longo de toda a cadeia de produção na cons-trução. E não eram contabilizados os custos e prejuízos causados pelo desperdício de materiais produzidos nes-ta atividade.

Na década de 90, o consumo energético foi coloca-do em xeque como sendo uma das principais preocupa-ções para o mundo. A pergunta que se fazia à época era: como construir casas e apartamentos de maneira que o consumo de energia dispensado no período da constru-

ção e na fase de habitação fosse enxugado, diminuindo assim o padrão energético consumista?

Era preciso encontrar alternativas onde se encaixas-se uma maneira de desenvolvimento mais sustentável.

A construção sustentável e a certificação LEED

Nas discussões sobre a “Agenda 21”, em meados da década de 90, nasceu um movimento denominado “Construção Sustentável”, que tinha como meta a cria-ção de uma estratégia ambiental que repensava toda a cadeia produtiva das edificações. Iniciando na extração de matérias primas, as preocupações se estendiam à saúde dos trabalhadores envolvidos no processo e con-siderava os consumidores finais das edificações. A ideia desse movimento era reduzir a poluição, com economia de energia e água, minimizar a liberação de materiais perigosos no ambiente e diminuir o consumo sobre ma-térias-primas naturais. Além disso, centrava-se na quali-dade e no custo das construções para os usuários finais.

Daí em diante o processo foi mais produtivo. Logo no início dos anos 2000 surgiu o selo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Criado pelo USGBC - Conselho de Construção Sustentável dos EUA, o LEED orienta e atesta o comprometimento de uma edificação com os princípios da sustentabilidade para a construção civil - antes, durante e depois de suas obras.

Dentre esses princípios estão o uso racional da água, eficiência energética, redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos, qualidade dos ambientes internos da edificação, espaço sustentável com áreas verdes, ino-vação e tecnologia e atendimento a necessidades locais. Os edifícios vão de condomínios residenciais e comer-ciais a escolas, bancos e, até mesmo, estádios de futebol.

O selo LEED é emitido em mais de 130 países de todo o mundo. Em 2004, o Brasil teve o primeiro edifí-cio a receber essa certificação, mas só a partir de 2007, com a criação do GBC-Brasil (Green Building Coun-cil, o Conselho de Construção Sustentável brasileiro) é que o mercado foi impulsionado a construir prédios cada vez mais dotados de projetos sustentáveis. Hoje, é a principal certificação de construção sustentável para os empreendimentos do país.

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Até agora, o Brasil possui um total de 556 pedidos registrados para a certificação. Destes, 62 já receberam o selo. O que faz o país ocupar a 4ª posição no ranking mundial de construções sustentáveis. No Rio de Janeiro, 86 edifícios estão registrados no GBC-Brasil buscando a certificação, com projetos de sustentabilidade incluídos em suas plantas. Até o momento, nove já conseguiram.

Segundo Marcelo Takaoka, presidente do conselho do SBCI (Sustainable Buildings and Climate Initiative), da UNEP, há inúmeras vantagens para o mercado na in-clusão de projetos sustentáveis na construção civil:

- Edifícios mais sustentáveis proporcionam diversas vantagens para seus investidores e ocupantes. Com as tecnologias existentes no mercado, o consumo de ener-gia pode ser reduzido entre 30% e 50%, sem acrésci-mos significantes de custos e sem perda do conforto e da qualidade do ambiente construído.

Para Takaoka, trabalhar sustentabilidade no setor da construção civil traz oportunidades de negócios para toda a cadeia envolvida:

- Empreendedores, sistema financeiro, governo e so-ciedade são os grandes beneficiados, já que a criação de empregos verdes contribui para a geração de riquezas

no país e para melhoria das condições de saúde e quali-dade de vida das pessoas nos espaços construídos.

A corretagem de imóveis e a sustentabilidade

Apesar de qualquer construção poder alcançar a cer-tificação sustentável, a maioria dos edifícios registrados é de unidades comerciais e residências.

Isso representa uma das grandes mudanças no per-fil do mercado imobiliário e, consequentemente, no produto comercializado por corretores de imóveis. Como a proposta de sustentabilidade está estampa-da nas ruas, os profissionais que atuam no mercado imobiliário têm de lidar com questões que antes não estavam habituados. Agora, as informações do imóvel não estão restritas somente ao tamanho, número de quartos, banheiros, varandas e demais descrições. A economia de energia em quilowatts, economia de li-tros d’água, quantidade de gases emitidos na atmosfera e que tipos de madeira foram utilizados na construção do imóvel são de fundamental importância para co-nhecimento de qualquer profissional.

Segundo o corretor de imóveis Adriano Martins

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de Aguiar, que trabalha especificamente com em-preendimentos verdes (dotados de projetos susten-táveis), a sustentabilidade é uma tendência que já está ganhando destaque no mercado imobiliário e tende a se tornar quase uma obrigatoriedade daqui a alguns anos:

- Você percebe que hoje a preocupação com o meio ambiente é muito grande. As pessoas conversam na rua sobre isso, discutem e debatem no ponto de ônibus, na universidade, no trabalho. E quando essas pessoas vão comprar um imóvel, estão preocupadas com todo o projeto, e exigem medidas sustentáveis desde a cons-trução até a fase de habitação.

Se a sustentabilidade é uma tendência crescente, a carteira de imóveis do profissional do mercado imobi-liário deve conter unidades que contemplem projetos sustentáveis, é o que acredita Aguiar:

- O corretor de imóveis precisa estar atento porque o mercado mudou. Ele precisa colocar em sua carteira imóveis que atendam às expectativas de seus clientes, o que inclui imóveis sustentáveis. O cliente está de olho em economia de longo prazo. Em um condomínio ver-de, que lida com diversos diferenciais de sustentabilida-de, a economia é grande.

A diretora do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Érica Ferraz, também acredita

que o consumidor esteja mais atento ao procurar um imóvel:

- Quem deseja comprar um imóvel hoje, já busca por diferenciais e sistemas construtivos que valorizem a qualidade de vida e a economia de recursos durante a fase de uso e manutenção dos edifícios. Observando algumas pesquisas já realizadas sobre padrões de consu-mo no mercado brasileiro, percebemos que existe um aumento na conscientização e na busca por atitudes que preservem o meio ambiente.

Segundo Érica, ao estudar o perfil dos compradores de imóveis, é possível detectar que há um comporta-mento diferente para a escolha de unidades residenciais e de imóveis comerciais.

- Ao avaliar a compra de uma residência, a localiza-ção do imóvel é o primeiro item a ser levado em con-sideração pelo consumidor brasileiro, que, em seguida, verifica as questões de conforto e bem estar, seguidas pelo preço. Por outro lado, quando olhamos para o se-tor comercial, percebemos que os benefícios de um em-preendimento sustentável são levados em consideração principalmente porque influenciam na viabilidade do projeto e no sucesso para comercialização e locação dos espaços projetados.

Na evolução da construção civil no país, o caminho da sustentabilidade é sem volta. Felizmente.

O que um prédio sustentável pode economizar?

Energia: economia de 25.514 kw/ano

Água: economia de 14.984.000 litros/ano

2,4 bilhões de litros de água livres de óleo de cozinha

240 árvores preservadas/ano

Economia do apartamento: R$ 4.804/ano

Economia nas contas condominiais: R$ 105.206,00/ano (cerca de 30%)

Ganho global: R$ 519.446,00/ano.

* Fonte: Ecosfera Empreendimentos Sustentáveis

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Na Lei 4.116, de 1962, que regulamentou pela primeira vez a profissão, o artigo 9° estabelecia que “A fiscalização do exercício da profissão de corretor de imóveis será feita pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis, que ficam criados por esta lei”.

Inicialmente, a partir da implantação dos Conselhos, ha-via uma fiscalização totalmente deficitária, já que eram co-bradas apenas as anuidades. Só com a promulgação da Lei 6.530, em 1978, que os Conselhos Regionais passaram a fiscalizar com mais rigor, exigindo o registro daqueles que anunciavam venda ou locação de imóveis.

A mudança na fiscalização foi importante para que os profissionais começassem a conhecer melhor e a respeitar a legislação referente à categoria, passando inclusive a denun-ciar àqueles que não eram devidamente credenciados.

Nessa época, as autuações realizadas pelo Setor de Fiscali-zação passaram a gerar processos administrativos e as sanções disciplinares aplicadas pelo Conselho - como multas, suspen-sões e cancelamentos de inscrição - começaram a surtir efei-tos práticos.

– Esses fatores foram fundamentais para a solidifi-

cação e o respeito aos Conselhos Regionais, gerando consequentemente o engrandecimento da categoria pro-fissional – destacou o diretor nacional de Fiscalização do Conselho Federal de Corretores de imóveis (Cofeci), Claudemir Neves.

A partir da Lei 6.530 e do Decreto 81.871/1978, novas regras foram estabelecidas, dando poder de polícia admi-nistrativa aos Conselhos e fé pública aos agentes fiscais. Os Creci’s precisaram organizar o Departamento de Fiscaliza-ção, já que grande parcela dos demais setores estaria direta-mente ligada ao resultado do trabalho da fiscalização.

Em 2007, com o objetivo de padronizar as ações de fisca-lização em todo o país, foi criado o Plano Nacional de Fisca-lização e a Diretoria Nacional de Fiscalização. Entre as atri-buições da diretoria está a coordenação do Grupo Especial de Agentes de Fiscalização (Geaf), do Cofeci.

Cumprindo uma atribuição legal, a atuação do Setor de Fiscalização do Conselho Regional é fundamental para a va-lorização da categoria.

Fiscalização Creci-RJ: um salto de qualidade

Em 2006, a Fiscalização do Creci-RJ se encontrava na incômoda 23° posição no ranking geral do Cofeci. Era ne-cessário implantar mudanças no setor e estabelecer a fisca-lização como prioridade. Fortes investimentos foram feitos em tecnologia, treinamentos e melhoria nas condições de trabalho dos profissionais. Ações importantes para o cum-primento da meta de fiscalizar o exercício da profissão e combater a ilegalidade em defesa da categoria e da socieda-de. Outra iniciativa visando ao aprimoramento do combate ao exercício ilegal da profissão, e de outras irregularidades, foi o convênio assinado em 2007 entre o Creci-RJ e o Mi-nistério Público.

A reformulação no setor gerou importantes resultados, como o 2° lugar no ranking geral de fiscalização do Cofeci em 2007 e o 1º lugar em 2008. O Conselho se mantém até

A evolução do setor: de uma atuação menos rigorosa na época da regulamentação à padronização dos serviços e expressivos resultados

Fiscalização uma atribuição legal do Creci-RJ

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os dias de hoje nas primeiras colocações do referido ranking. Em três dos últimos quatro anos - 2008, 2010 e 2011 –, o Creci-RJ foi o campeão nacional no combate ao exercício ilegal da profissão e, nos últimos cinco anos, atingiu a média excelente de produtividade dos fiscais, de acordo com avalia-ção do Conselho Federal.

Projeto Fiscal de Plantão

Em uma iniciativa mais recente para aprimorar a fiscaliza-ção, o Creci-RJ lançou no dia 4 de junho o projeto Fiscal de Plantão. De segunda a sexta-feira, um fiscal do setor presta atendimento na sede do Conselho. Há um rodízio diário en-tre os agentes, para que cada fiscal fique uma vez por mês no plantão, enquanto os outros atuam em visitas a imobiliárias e profissionais em todo o Estado do Rio de Janeiro.

O vice-presidente do Creci-RJ e diretor responsável pelo

setor, Edecio Cordeiro, avalia a importância do Fiscal de Plantão e os objetivos de sua criação:

- Esse projeto foi criado com a meta de atender de ma-neira imediata as denúncias feitas pelos corretores de imóveis e pela sociedade. Outro objetivo é desenvolver uma atuação instrutiva aos profissionais que procuram o fiscal para obter informações. Buscamos sempre valorizar a categoria e defen-der a sociedade.

Entre as atribuições do agente fiscal de plantão estão a apu-ração de denúncias de anúncios na Internet e em classificados de jornais impressos que não apresentam o número de regis-tro no Creci-RJ, ou de empresas e profissionais que estejam ilegais ou irregulares perante o Conselho, além de soluções de pendências internas que envolvem outros setores do Conselho.

Os contatos com o Fiscal de Plantão podem ser feitos de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, na sede do Conselho, ou pelo telefone (21) 3514-1836.

Documentos relacionados à fiscalização na década de 80

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Os constantes avanços na tecnologia influenciaram diretamente o mercado imobiliário, principalmente na forma de divulgação dos imóveis e como meio de contato entre os corretores de imóveis e os clientes.

Antigamente, para achar o imóvel tão desejado, as buscas eram basicamente realizadas nas placas fixadas nas unidades e nos anúncios de jornais: “No início da pro-fissão, as placas eram vitais na divulgação dos imóveis porque eram mais difundidas do que os anúncios” – co-mentou o delegado do Creci-RJ na Ilha do Governador, Daniel D’Almeida Santiago, que possui o registro de nú-mero 41 no Conselho.

A inclusão de anúncios começou a ganhar força em meados da década de 60, quando o Jornal do Brasil incen-tivou a disponibilização de promoções nos classificados

TECNOLOGIA: forte aliada do mercado imobiliárioEntenda de que maneira a evolução da tecnologia interferiu na divulgação

dos imóveis e na forma de manter contatos com clientes

para os profissionais da intermediação imobiliária, se tor-nando o jornal impresso mais procurado pelos corretores para fazer a divulgação dos imóveis. O mercado de anún-cios impressos, contudo, mudou no final da década 60 e início da década de 70, quando o jornal O Globo, com promoções mais atrativas, começou a liderar o segmento de anúncios imobiliários no Rio de Janeiro.

As duas opções de divulgação – placas e anúncios em jornais - continuam válidas e utilizadas, mas, atualmen-te, é através da Internet que os profissionais da interme-diação imobiliária alcançam mais êxito na conquista de clientes. Pesquisa recente realizada pela empresa Google revelou que oito em cada dez pessoas que buscam imó-veis no país utilizam a Internet. O levantamento, feito-com 605 compradores de imóveis residenciais, mostrou

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ainda que 84% dos proprietários alcançaram o objetivo, inicialmente, através de pesquisas on-line.

No mercado altamente competitivo, a web é uma fer-ramenta de negócios imprescindível: “Hoje, o cliente não está mais passivo na frente de uma televisão ou, até mes-mo, na leitura de um jornal. Atualmente, encontramos gerações diferentes conectadas na Internet buscando suas informações preferidas e interagindo com estas informa-ções. O corretor tem de estar atento aos canais digitais” - comenta o diretor de negócios e TI da Agência Digital World Site, Carlos Augusto da Costa.

Devido à falta de tempo durante o dia-a-dia, é cada vez mais comum que os interessados em adquirir imó-veis consultem informações na Internet, antes de visitar a unidade. Na web, os itens mais procurados são fotos, lo-calização e dados sobre a vizinhança. Quanto maior o nú-mero de informações referentes ao imóvel, melhor para atrair a atenção do comprador, que chega mais bem pre-parado ao corretor de imóveis para efetuar a negociação.

A evolução da tecnologia também interferiu na ma-neira de os corretores de imóveis lidarem com os clientes e na manutenção dos contatos profissionais. Como desta-ca Daniel D’ Almeida:

- Antigamente, os contatos eram pessoais, físicos. Co-locávamos os anúncios e marcávamos no escritório ou no próprio imóvel. Não podíamos nem contar com o siste-

ma de telefonia eficiente. Hoje, mudou muito, inclusive com a possibilidade de atendimentos personalizados na Internet.

É possível atualmente disponibilizar uma equipe de corretores de imóveis on-line para prestar atendimentos aos clientes. Essa ferramenta é importante para tirar dú-vidas dos possíveis compradores e agilizar a negociação:

- Encontramos facilmente em sites das médias e pe-quenas incorporadoras serviços de corretores on-line, que agendam visitas aos imóveis, esclarecem dúvidas so-bre as unidades e tiram dúvidas a respeito das próprias incorporadoras e imobiliárias, além de disponibilizarem um tour virtual para que os clientes tenham a sensação de estarem dentro do imóvel – destaca Carlos Augusto da Costa.

As redes sociais e o mercado imobiliário

Com a crescente participação da Internet no mercado imobiliário, as redes sociais não ficam de fora. As contas nas redes Facebook, Twitter, Orkut e Youtube são impor-tantes para que os corretores de imóveis marquem suas presenças no mercado, compartilhem mais informações, ampliem suas redes de relacionamentos e, assim, aumen-tem as possibilidades de negócios. Mas não basta apenas possuir uma rede social, é necessário mantê-la sempre

atualizada.Os profissionais da intermediação imobiliária

podem, através das redes sociais – ferramentas de baixo custo e grande alcance -, conquistar mais ra-pidamente seus objetivos. Carlos Augusto alerta: as imobiliárias e incorporadores que não possuem atualmente um setor que atue especificamente nas redes sociais podem ter problemas:

- Com o advento das redes sociais, as incorpo-radoras ou os profissionais que trabalham na co-mercialização de imóveis ganharam um “canhão” em termos de marketing digital. Se o profissional da área não se qualificar, ou se não tiver um setor da incorporadora ou imobiliária que saiba traba-lhar este novo universo na Internet, o corretor ou a empresa correm sérios riscos de redução nas suas receitas.

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CORRETORES DE IMÓVEIS E O FUTURO DA PROFISSÃO

Perspectivas da categoria e do mercado imobiliário para os próximos anos

Se, como diz a poeta, o futuro pertence àqueles que acre-ditam na beleza dos sonhos, é certo que a profissão de corretor de imóveis tende a ter um futuro brilhante. Porque, além de lidar com suas idealizações e expectativas pessoais, os profissio-nais do mercado imobiliário trabalham com esperanças e sonhos de famílias inteiras. Labutando dia-a-dia para oferecer a melhor consultoria de negócios e a melhor opção de imóvel para quem procura seus serviços, os corretores colhem hoje frutos bem maduros de um mercado aquecido e em pleno desenvolvimento.

A partir da regulamentação da profissão em 62, a corre-tagem de imóveis sempre esteve numa curva ascendente. No panorama atual, a categoria avança a passos firmes se fixando como uma das que mais crescem no país. Com o estímulo do governo federal a programas habitacionais, o enorme aporte financeiro de diversos bancos, tanto estatais quanto privados à construção civil, e as facilidades de financiamento disponíveis hoje, o mercado imobiliário se mostra em grande aceleração, seduzindo mais e mais pessoas para a profissão.

Mas se a categoria completa 50 anos de regulamentação em 2012 e em plena expansão, ainda existem duas pergun-tas que todos buscam resposta: como o profissional corretor de imóveis se encaixaria numa projeção futura de mercado? E como serão os próximos anos da profissão?

Segundo o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro, a perspectiva do mercado imobiliário é voltada a um crescimento contínuo:

- Nós temos uma projeção de que, até 2025, o país terá a necessidade de, pelo menos, 20 milhões de habitações. Isso porque, além do déficit habitacional e do crescimento da po-pulação, existe uma mudança no perfil de consumo do mer-cado imobiliário. Antigamente, as famílias eram mais estáveis, hoje uma mesma família pode estar em dois ou três imóveis diferentes.

Ainda segundo Teodoro, apesar de o mercado ter se estabi-lizado após o boom que ocorreu há dois anos, isso não significa recesso e nem há motivo para desconfiança. Pelo contrário, o profissional deve estar atento, pois é justamente nesse período que as grandes oportunidades para a categoria vão surgir.

O mercado de trabalho também é um dos pontos chaves desta questão. Atualmente, vagas disponíveis para começo imediato é o que não faltam. Além das grandes imobiliárias colocarem grande número de anúncios de vagas em jornais e na Internet, as pequenas empresas desejam formar boas equi-pes e, por isso, disputam corretores de imóveis oferecendo até percentuais em brindes e premiações.

- O mercado de trabalho tende a se expandir cada vez

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mais. Felizmente, os corretores de imóveis não estão mais restritos à compra e venda de imóveis. Hoje existem diver-sas formas de atuação. Avaliação e locação de imóveis são mercados que podem ser explorados. No futuro, o mer-cado de trabalho do corretor de imóveis estará se conso-lidando em diversos segmentos – explica o presidente do Cofeci, João Teodoro.

E o nível de conhecimento e especialização já está sendo um dos diferenciais para a profissão. Na década de 90, com o surgimento do curso superior de tecnologia em negócios imo-biliários, muitos profissionais que já tinham o ensino técnico em transações imobiliárias migraram para esse novo curso su-perior. Hoje, grande parte das pessoas que chegam à profissão vem através do curso de nível superior.

Mas não é só isso. Assim como ter uma graduação acadêmi-ca é um diferencial para quem deseja ser visto com um plus a mais nos dias de hoje, para o futuro, o corretor de imóveis que não se especializar em determinado segmento pode não obter sucesso. Essa é a opinião de Silvino Flores, diretor da Proserve:

- O corretor de imóveis não é um simples intermediador de negócios. Como em outras profissões, ele pode se especia-lizar nas diversas atividades do ramo imobiliário, com ótimas expectativas de bons rendimentos, como compra e venda de imóveis, locação de imóveis, despachante imobiliário, perícia em avaliação de imóveis e administração de condomínio, den-tre outras.

Para Silvino, o sucesso ou insucesso do corretor de imóveis depende do seu desempenho profissional. E a qualificação é in-dispensável para que ele continue competitivo neste mercado.

- Não é um curso de fim de semana que vai habilitar o cor-retor de imóveis a entrar no mercado e se destacar. Daqui para frente é preciso um aprimoramento contínuo e sintonizado com o mundo dos negócios imobiliários. Algo realmente que lhe dê uma carga de conhecimento suficiente para que esteja sempre à frente do seu tempo.

Marketing Imobiliário

Outra questão relevante para a corretagem de imóveis é o marketing imobiliário. Essa ferramenta foi introduzida há al-gum tempo no mercado, porém tem se desenvolvido mais re-centemente. Algumas décadas atrás, a única ação de marketing para se comercializar uma unidade habitacional eram anúncios em jornais. Hoje, mais do que isso, as incorporadoras e imobi-liárias investem em diversas mídias, como outdoors, Internet, e-mail marketing e redes sociais.

Segundo Bruno Lessa, editor do portal VGV, especializado em marketing imobiliário, o consumidor está cada vez mais exi-gente e a concorrência mais acirrada. E é exatamente o marke-ting bem direcionado que conquista o cliente:

- No decorrer dos anos, os profissionais de marketing con-seguiram desenvolver estratégias certas para o mercado imo-biliário. Não adianta ter um bom produto, se ele não é bem divulgado, assim como não adianta ter um bom preço se o pro-jeto não se encaixa nas necessidades e desejos do consumidor. Com uma técnica bem apurada e um objetivo traçado, aplicar os conceitos do marketing fica fácil e conquista o cliente.

Ainda de acordo com Lessa, as incorporadoras e imobiliá-rias já disponibilizam uma grande variedade de materiais e os corretores estão sabendo se aproveitar disso:

- Atualmente, temos visto grandes campanhas e estratégias digitais feitas pelos profissionais do mercado imobiliário que têm trazido bom retorno no que se refere à divulgação. Apesar de isso não se aplicar a todos os perfis de empreendimento, a Internet vem trazendo contribuições valiosas para o alcance de um maior número de pessoas, com um custo reduzido, e ainda

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possibilita uma segmentação nunca antes vista. Sem dúvidas é um excelente caminho, que todo corretor deve ficar de olho, pois numa projeção para o futuro, é uma ferramenta indispen-sável para a profissão.

Tecnologia e relacionamento com o cliente

Hoje em dia existem muitos instrumentos tecnológicos que, aliados ao marketing, facilitam a vida do corretor de imó-veis na hora de realizar uma negociação. O telefone, que an-tigamente era o principal meio de comunicação entre cliente e profissional, hoje ainda tem sua importância, porém bem diminuída.

A Internet introduziu uma nova forma de relação. Os chats, salas virtuais de bate-papo, são comuns nos sites das grandes e até pequenas imobiliárias. E, muitas vezes, se tornam o pri-meiro contato do consumidor com o corretor de imóveis. As fotos ilustram para os clientes os imóveis disponíveis para ven-da. Mas para o futuro essa relação tende a ficar mais estreita.

Algumas empresas estão adotando um tipo de passeio vir-tual pelos empreendimentos. Através de hotsites, vídeos são disponibilizados e cada cliente tem a oportunidade de explorar os imóveis por ângulos antes inimagináveis, sem sair de casa. E como as novas gerações de televisão - as smart tvs -, trazem a tecnologia 3D e conexão com Internet, o cliente pode “entrar e andar” pelo imóvel sem sair de casa.

Isso modifica drasticamente o relacionamento do corretor de imóveis com o consumidor, visto que a compra de um imó-vel está apenas a um clique de qualquer lugar do mundo.

- O corretor de imóveis deve estar preparado para todas essas mudanças, porque a tecnologia a cada dia agrega mais ferramentas ao trabalho desse profissional. O futuro está ao alcance de quem está atento e percebendo as tendências de mercado – explica Bruno Lessa.

É bem possível que nenhum corretor de imóveis tenha bola de cristal e adivinhe o que virá no futuro. Mas que esse novo tempo guarda excelentes surpresas para os profissionais da categoria, disso pode-se ter certeza.

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