Revista Superação

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Voltada para aos deficientes

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2 - SUPERAÇÃO

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4 - SUPERAÇÃO

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No ano de 1982, a Assembleia Geral da ONU – Organização das Nações Unidas, criou um programa que visa atender as necessidades das pessoas com qualquer tipo de deficiência física, o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência.

Dez anos depois, no dia 14 de outubro, a Assembleia instituiu o dia 03 de dezembro como o dia internacional do deficiente físico, para que pudessem conscientizar, comprometer e fazer com que programas de ação conseguis- sem modificar as circunstâncias de vida dos deficientes em todo o mundo.

Podemos considerar como deficiência física, quando alguma parte do organismo humano não apresenta um funcionamento perfeito, porém isso não pode ser considerado como diferença, pois existem várias pessoas com os mesmos tipos de limitações que as tornam normais dentro de suas possibilidades.

Com o passar dos anos, a deficiência passou a ser vista como uma necessidade especial, pois as pessoas precisam de tratamentos diferenciados e especiais para viver com dignidade. Sabemos que isso não acontece, pois o mundo não é adaptado para essas pessoas, que sofrem muito em seu dia a dia.

Construir rampinhas nas ruas é uma forma de mascarar o verdadeiro tratamento que os mesmos deveriam receber. Além destas, em nosso meio social deveria existir leitura em braile para atender os deficientes visuais; acesso aos ônibus e lugares públicos aos cadeirantes; que a população aprendesse a conversar na linguagem de libras, para atender os surdos/mudos; além de planos governamentais voltados para a saúde e reabilitação dessas pessoas, visando amenizar suas dificuldades bem como capacitá-

las para a vida social, para o exercício da cidadania.As escolas deveriam ter profissionais preparados para

lidar com as limitações, assumindo maior compromisso com a formação dos professores, coordenadores e diretores, que muitas vezes não sabem como lidar com as necessida- des especiais. É dever da escola promover conhecimento a fim de garantir o aprendizado de uma profissão, dando-- lhes garantia e dignidade para o futuro.

Não adianta afirmar que a sociedade não está preparada. Passou da hora de arregaçarmos as mangas e tratar os portadores de necessidades especiais como pessoas normais, pois são normais embora tenham algumas limita- ções. Todas as pessoas são diferentes, assim como a cor dos olhos, dos cabelos, a raça, enfim, existem aquelas que apresentam as diferenças físicas, mas que são pessoas como outra qualquer.

Tratá-las com indiferença ou com desrespeito são formas de preconceito, previsto na Constituição do Brasil, assim como é direito desses estar incluídos na sociedade, pois são produtivos e capazes.

Podemos nos certificar das capacidades dos portadores de necessidades especiais nos jogos paraolímpicos, onde os mesmos atingem recordes e conquistam várias medalhas. Participam de várias modalidades esportivas, como atletismo, futebol, natação, basquete, dentre outras.

A sociedade já mudou muito nos últimos anos em relação às necessidades especiais, mas ainda temos muito que melhorar. Hoje em dia podemos ver essas pessoas trabalhando em empresas, como supermercados, lanchonetes, restaurantes, farmácias, escolas, pois a lei obriga que um percentual dos funcionários sejam portadores de necessi- dades especiais, como forma de garantir-lhes oportunidades no mercado de trabalho.

EXPEDIENTE

CARTA DO LEITOR

EDITORES:

DOCENTES:

- Celmo de Souza dos Santos

- Clodoaldo Pires Ferreira

- Jairo Miranda Ciaramicoli

- Sérgio Nicodemos

- Antonio Carlos Escudiero

- Jorge Godoy de Oliveira

- Fábio Cristão

SENAC LAPA SCIPIÃO Técnico em Comunicação VisualOutubro 2013

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06 Entrevista

Inclusão

Lazer e Cultura

Movimento

Especial

Capa

Autismo

Saúde

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ENTREVISTA

TransporTe adapTável

Arom de Freitas: - A adptação de um carro para um deficiente é ecencial, pois torna-se as pernas do deficiente como meio de transporte e locomoção para varios lugares e divers as funções!

RevistaSuperação: - Como foi con-seguir o transporte adaptável?

Arom de Freitas: - A procura por carro adaptavel é muito grande e no mercado existem muitas empresas interessadas em solicitar o transporte para o deficiente dando principalmente informações de desconto e tambem da adaptação do veiculo!e

Revista superação: - Como você tem enchergado o governo á respeito do deficiente?

Arom de Freitas:- A divulgação é boa, mas precisa melhorar pois ain-da há uma deficiencia na informa-ção onde o deficiente nescessita e os funcinários do governo não estão treinados o suficiente para prestar informações!

Viviane Martins com sua filha Ingridi e

Arom de Freitas falam sobre adaptação veicular!

“O que é para você um carro adaptado?”

Viviane Martins: - Hoje tenho transporte particular, porem não é adaptavel e tenho dificuldades para locomoção de minha filha para dentro do veiculo, pois o carro é muito bai-xo as portas são estreitas fica melhor quando á coloco no banco da frente, porem por ser ainda criança no banco traseiro por ser estreito dificulta sua locomoção para dentro do veiculo!

Revista superação: - Você tem tentado conseguir um carro adapta-do?

Viviane Martins: - Sim, tem os be-nefícios porem são bem relativos e bu-rocráticos para concegui-los; pois por ser a condutora não tenho inseções sobre o veiculo e o desconto para sua compra é muito baixa e só é aplicado para veiculo zero Klm. E quando se compra um carro seminovo são corta-dos os benefícios ao deficiente!

Revista superação: Como você tem enchergado o governo á respeito

do deficiente?Viviane Martins:- Por ter que usar

o transporte de educação especial do municipio os veiculos não são adap-tável pois ela tem que ir no banco do veículo, sendo que teria que entrar com a cadeira dentro do veiculo com o uso do elevador e travas para pren-der as cadeiras, somente uma parte da frota contem veiculo adaptável ao deficientetro; tambem tem a questão das calçadas e vias públicas que são quebradas e de dificil acesso para lo-comoção do cadeirante onde temos que utilizar as ruas para uma melhor circulção. Nosso governo deveria olhar mais para os Pais dos deficien-tes á respeito dos beneficios que de-veria ser justo para seu uso, pois um taxisista tem desconto de 40% para compra de um veículo, enquanto um Pai de deficiente que nescessita do desconto só lhe é oferecido 12% e sem insenção dos impostos!

Para Viviane o

veículo não adap-

tavel tem pouco

espaço para

transportar a ca-

deira de rodas e

os objetos de sua

filha deficiente!

Para Arom,

apesar de ter um

veiculo adap-

tável, precisa

melhorar muito

para benificiar o

deficiente!

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Lei diminuiu preconceitos, tornou ambien-

tes de trabalho mais acessíveis e estimu-

lou pessoas com deficiência a buscarem

capacitação profissional. Mas só atingiu

25% de sua meta.

Na terça-feira (24 de julho), um ato públi-

co celebra os 21 anos da lei, com shows e

feira de serviços no Pátio do Colégio, das

10h às 14h.

lei de CoTas CompleTa 21 e mosTra que a in-Clusão é possivel

Atualmente, existem cerca de 306 mil pessoas com deficiência formalmente empregadas no Bra-sil. Desse total, mais de 223 mil fo-ram contratadas graças à Lei de Cotas, que no próximo dia 24 de ju-lho, completa 21 anos de existência.

A chamada Lei de Cotas (artigo 93 da lei 8.213) estabelece que toda empresa com cem ou mais funcioná-rios deve destinar 2% a 5% (numa escala crescente, proporcional ao nú-mero de funcionários) dos postos de trabalho a pessoas com deficiência.

Desde que entrou em vigor, a lei já transformou a vida de milhares de brasileiros, que tiveram ampliadas as chances de entrar no mercado de tra-balho, reduzindo o preconceito que imperava no ambiente profissional.

Para comemorar a data, institui-ções públicas, privadas e da so-ciedade civil promovem um ato no Pátio do Colégio, região central de São Paulo. De 10h às 14h, artis-tas com deficiência e lideranças do segmento se revezarão num palco montado no local. Também haverá estandes de órgãos públicos esclare-

cendo sobre direitos e serviços vol-tados às pessoas com deficiência.

Embora haja muito a comemorar, essas 306 mil carteiras assinadas ainda representam apenas 0,7% do total de empregos formais do país. Muito pouco diante dos 46 mi-lhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, sendo 29 milhões em idade economicamente ativa.

Além disso, se todas as empresas cumprissem a Lei de Cotas, devería-mos ter hoje no Brasil mais de 900 mil pessoas com deficiência emprega-das. Ou seja, a legislação atingiu me-nos de um quarto de seu potencial.

Mitos ainda atrapalhamEspecialistas em inclusão pro-

fissional avaliam que os resultados poderiam ser melhores se alguns mitos fossem derrubados e o país resolvesse problemas estruturais.

Um desses mitos é o de que es-ses trabalhadores seriam menos pro-dutivos que os demais e que a ade-quação do local de trabalho geraria custos excessivos ao empregador.

Na verdade, o investimento para adequação do local de trabalho

não costuma exigir mais que a mu-dança de altura de uma mesa para um cadeirante ou instalação de um software leitor de tela, permitindo o acesso de uma pessoa cega ao computador. Em outras palavras, a mudança mais importante é a de atitude. Com o tempo, o convívio di-ário com os colegas e a chefia trata de eliminar qualquer estranhamento.Outro argumento muito utilizado pe-los críticos da Lei de Cotas é o de que não haveria candidatos com ní-vel escolar e capacitação profissional para preencher as vagas oferecidas.Mas os organizadores do ato destacam que este é um problema que afeta todos os trabalhadores. Afinal, assim como a maioria dos brasileiros, muitas pessoas com deficiência não tiveram acesso a uma educação de qualidade ou não puderam avançar nos estudos. Por isso, sobram vagas no mercado de trabalho em geral e não entre as geradas pela Lei de Cotas.

depoimenTo de Carlos orTiz seCreTário esTadual do

emprego e relaçõesdo Trabalho

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reaTeCh 2013 é aberTa difundindo TeCnologia aCessível para pessoa Com defiCiênCia

Expectativa é que 50 mil visitantes compareçam ao Centro de Exposições Imigrantes até domingo

INCLUSÃO

A XII Feira Internacional de Tec-nologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade foi aberta ao público nesta quinta-feira (18 de abril), no Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo. O evento, promo-vido e organizado pelo Grupo Cipa Fiera Milano, traz 300 expositores, que apresenta as novas tecnologias acessíveis, produtos e serviços para pessoas com deficiência, em uma área de 32 mil metros quadrados, tendo como estimativa de público 50 mil visitantes. Para abrilhantar a so-lenidade de abertura, a cantora ita-liana Mafalda Minnozzi cantou para o público a canção “Esperança”.

José Roberto Sevieri, diretor de Operações do Grupo Cipa Fiera Mi-lano, promotor e organizador da Re-atech, afirmou que, este ano, a fei-ra traz o despertar e um novo olhar sobre a realidade dos mais de 45 milhões de brasileiros (9 milhões so-mente no Estado de São Paulo) com algum tipo de deficiência que enfren-tam dificuldades de acesso à saúde, ao trabalho, às atividades culturais e sociais.“Este ano, decidimos des-tacar que o mundo da pessoa com deficiência existe e tem que ser res-peitado, pois já há legislação, que precisa ser colocada em prática.

Agora, temos que parar de falar das necessidades. Chega de espe-rar e ver a boa vontade das pesso-as. A questão da pessoa com defici-ência tem lei e os prédios públicos devem estar adaptados. Infelizmen-te, o prazo já venceu e ainda não aconteceu. Chega! Por isso, nosso

lema aqui nesta Reatech é: “desper-ta para a inclusão”, ressaltou.

Estiveram presentes na cerimô-nia de abertura da Reatech inúme-ras autoridades, ligadas direta e in-diretamente à questão das pessoas com deficiência. “A secretaria tem um trabalho fundamental de inter-locução entre as secretarias do go-verno federal e do governo estadu-al. Precisamos construir os direitos das pessoas com deficiência na ci-dade, de forma que permeiem todas as áreas de trabalho do município de São Paulo. Pretendemos tam-bém trabalhar onde essas pessoas vivem para dialogar e agir em prol da melhora da qualidade de vida e em defesa de seus direitos. Vamos

fazer esse elo de discussão e reso-lução dos problemas nas diferentes regiões da cidade”, disse Marianne Pinotti, secretária Municipal da Pes-soa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo, que repre-sentou o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad.

O deputado federal Arnaldo Fa-ria de Sá afirmou que Sevieri sem-pre foi um visionário nessa luta em defesa das pessoas com deficiên-cia. “Ontem, o Congresso Nacional aprovou a aposentadoria especial para as pessoas com deficiência, reduzindo em 10 anos o tempo de contribuição”, contou o deputado.Rosinha da Adefal, deputada fede-ral e cadeirante, aproveitou a oca-

Empresas demosntram na feira sua preocupação com acessibilidade

Realtech cada vez mais influênciando na vida das pessoas com deficiência

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sião para falar da conquista da lei da aposentadoria, ela que foi uma liderança para a aprovação da lei. “Estamos todos de parabéns, pois foram as pessoas de Alagoas que acreditaram e me colocaram no par-lamento, todos que estavam cons-cientes e sensíveis, e toda a co-missão de seguridade social que se engajou para aprovar essa lei.

Alguns parlamentares com de-ficiência são acusados de legis-lar em causa própria, mas eu não acho ruim, pois se ninguém quer fazer isso por nós, precisamos nos fazer representar e chegar lá para fazer garantir os nossos direitos”, disse emocionada.A deputada Cé-lia Leão, cadeirante e engajada na luta das pessoas com deficiência, também deu as boas vindas aos

visitantes. “Os deputados federais têm feito um trabalho na direção de garantir os direitos dos defi-cientes. Temos também dezenas de homens e mulheres com algum tipo de deficiência que estão ocu-pando cadeiras no parlamento dos municípios, assim como prefeitos e vice-prefeitos, ou seja, é o grupo das pessoas com deficiência que vai ocupando espaço, pois isso é importante e necessário. Depende da nossa luta a conquista do que é básico: felicidade e dignidade”, afirmou.

A abertura contou ainda com a presença da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Defici-ência, Linamara Rizzo Battistella, que lembrou que a Reatech ajuda a traduzir o direito das pessoas

com deficiência, mostrando a for-ça que esse segmento tem. “Ama-nhã vamos entregar o elevador que chega ao avião, que estará presente em todos os aeroportos regionais do estado de São Paulo para que cada um dos cadeirantes possa viajar com mais segurança e sem o constrangimento de ser carregado”, a secretária Linamara.Para encerrar, Malu Sevieri, diretora de Marketing da Fiera Milano, afirmou que a Reatech é o segundo evento do setor do mundo. “A feira tem cada vez mais força em cada setor que tem in-fluência na vida das pessoas com de-ficiência”, disse, acrescentando: este ano temos mais clientes de tecnologia assistida. Estamos trazendo clientes da Europa, da Ásia, dos EUA e da América do Sul”.

Realtech cada vez mais influênciando na vida das pessoas com deficiência

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LAZER E CULTURA

Com a boCa e os pés, arTisTas dão as suas pinCeladas rumo ao suCesso Por Eduardo Lucizano / Foto Divulgação

Pintores dizem que expressam em suas obras aquilo que sentem, imagi-nam e sonham. As telas dessa reporta-gem representam mais do que sensa-ções, elas são o retorno da autoestima de artistas que pincelam o mundo com os pés e a boca. Para aprimorar o dom, os pintores contam com o apoio da As-sociação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), instalada na cidade de São Paulo, e responsável por reabilitar pessoas com deficiência por meio da arte. Fundada em 1956 em Liechtens-tein (microestado entre Áustria e Suíça), por Erich Stegmann, a Associação co-labora há mais de 50 anos para a inde-pendência dos pintores que, não fazem uso das mãos. Hoje, são mais de 700

artistas em mais de 70 países, sendo que 46 deles estão no Brasil.

Dom para as artesAinda criança, brincando nas ruas de

Novo Horizonte, interior de São Paulo, Gonçalo Borges - que nasceu com pa-ralisia nos braços - traçou os seus pri-meiros desenhos. “Eu brincava de fazer rabiscos no chão desde os sete anos”, conta. Nessa mesma idade, Daniel Ro-drigo Silva esboçou as primeiras pinturas com canetas coloridas e papel sulfite.

O garoto tem síndrome da Talidomi-da, uma substância que se usada du-rante a gravidez, causa má-formação ou ausência de membros. “Comecei em casa e depois na escola, nas aulas

“A arte me projetou para o mundo do conhecimento”, Gonçalo Borges

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Daniela Caburro sente liberdade ao pintar

Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP)Rua Tuim , 426 Moema - São Paulo(11) 5051-1008http://www.apbp.com.br

de educação artística, descobri que eu gostava mesmo de pintar”, diz. Um pe-queno pedaço de madeira no chão foi o primeiro material de trabalho usado por Moacir Ferraz, de Buritama, São Paulo. Com uma disfunção congênita cerebral pós-parto, iniciou a arte aos cinco anos desenhando no chão de terra com pe-daços de madeira.

O amor que Daniela Caburro desper-tou pelas imagens surgiu ao assistir tele-visão. A garota, que teve poliomielite aos oito anos e ficou tetraplégica, conheceu a artista Mara Toledo e a partir daí pas-sou a pintar telas em São Carlos (SP). Jornalista, Simony Garcia já fazia quadros aos 12 anos, dotada de muito talento, passou a dar au-las de pintura, que precisaram ser in-terrompidas pela atribulada rotina da profissão.

Após um grave acidente de carro, em 2000, Simony ficou tetraplégica. Naquele momen-to, os médicos perguntaram o que gostaria de continuar fazendo, e ela respondeu: “Pintar”. A terapia ocupacional foi o que estimulou Eliana Zagui a traçar os pri-meiros desenhos com a boca. Aos dois anos, ela teve poliomielite e ficou parali-sada do pescoço para baixo. Hoje, vive no Hospital das Clínicas em São Paulo. “Comecei a pintar com canetinhas em um caderno, até chegar à madeira. Em 1996, passei a pintar na tela”, conta.

Moacir Ferraz se sentiu realizado ao expor as suas obras Estudos e trabalho em função da pintura

O talento para a pintura transformou a vida dessas pessoas. Com emoção, elas descrevem os primeiros passos de sua carreira e a forma como reencontra-ram a felicidade ao criar as suas obras e vê-las expostas em galerias ou per-

Moacir

Ferraz

se sentiu

realizado

ao expor

as suas

obras.

correndo o mundo. A APBP não só en-sina a arte, como também a divulga de forma séria e oferece bolsas aos mais talentosos. Todos os artistas, antes de participar da associação, precisam en-viar ví deos, fotos e os próprios quadros para provar que eles mesmos desenvol-vem o trabalho. O material coletado é analisado e enviado para avaliação na Suíça, lá será decidido se a pessoa será bolsista ou não. Bolsistas são artistas, em formação que recebem um valor mensal e fecham contratos renovados e reavaliados a cada três anos. Além

disso, será avaliado se o membro tem qualidade artística superior, isso porque não basta pintar, precisa ter talento. O pintor Daniel Rodrigo Silva mostrou ter o dom. “Ganhei o terceiro lugar em um concurso com mais de 300 artistas, foi muito gratificante”, conta o reconhecido membro da APBP. Logo que o pintor é aceito, ele assina o contrato e ganha independência para criar, comprar ma-terial adequado e participar de cursos. Seus quadros chegam a ser reproduzi-dos em cartões e calendários. “A APBP dá a oportunidade de uma vida digna, mais construtiva de trabalho, estudos e esforço pessoal”, afirma a gerente da APBP, Mariana Marconi. “Fiz alguns testes e com 17 anos fui integrado. A

No Brasil ela realiza duas remessas de cartões por ano. Para receber os produtos, basta enviar o dados pessoais:(Nome, Endereço, CEP, Cidade, UF). Junto com os produtos seguirão instruções para pagamento.

arte é a minha profissão, tudo o que te-nho - estudos, trabalho - é em função dela”, diz o artista Gonçalo Borges, di-plomado na Faculdade de Belas Artes. Como a pintura já fazia parte da vida de Simony antes de sofrer o acidente, o sentimento pós-trauma era refletido nos quadros. “Na época, pintava com cores escuras, em razão do acidente. O medo ainda estava muito presente”. Hoje, a situação é diferente. “Prefiro pintar flo-res, elas representam a vida”, conclui.

Mostra de talentos Afinal, qual a sensação de ver

uma obra de sua autoria exposta? “Quando vi meu quadro na mostra, me senti realizado profissionalmen-te”, diz Moacir Ferraz. É o mesmo que ver o sonho, a imaginação e a realidade, tudo em um só lugar re-pleto de cores e formas.

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miTos:Beber não destrói neurônios.

Beber em excesso durante muitos anos pode reduzir o tamanho do cére-bro, mas, pelo geral, se trata de um fe-nômeno reversível. O vinho tinto pode inclusive proteger o cérebro, ao reduzir o risco de derrames cerebrais, desde que a dose oscile entre dois copos por sema-na e até três taças ao dia como máximo.

Um golpe forte na cabeça não cura a amnésia.

Por mais que o cinema tenha se empenhado em nos convencer do con-trário. Também não se consegue com hipnose nem com a visão de um objeto muito apreciado; em relação à neuroci-rurgia, é mais provável que, em lugar de remediar a perda de memória, a cause.

A metade esquerda não é “racional”.

Essa região do córtex cerebral é a que produz a linguagem e resolve os problemas, mas isso não quer dizer que seja a “metade racional”. A parte esquerda do cérebro precisa de lógica e ordem, até o ponto de que, se algo não fizer sentido, o habitual é que o cérebro invente uma explicação verossímil.

O estado de ânimo delas não é mais variável que o deles.

O que ocorre é que tanto uns como outras tendem a recordar melhor as mudanças do estado de ânimo das mu-lheres, pelo que as pessoas às quais se pede que recordem o grau de variabili-dade de seu estado de ânimo ou do seu parceiro mencionam mais mudanças de humor nelas.

O cérebro não é como um computador.

Dado que se desenvolveu ao longo de milhões de anos através da seleção natural, conta com sistemas que surgi-ram com um propósito determinado e que posteriormente se adaptaram para outro, inclusive ainda que não funcio-nem perfeitamente. Portanto, não é a obra de um engenheiro.

Os cegos não ouvem melhor.Não gozam de melhores condições

que as pessoas que enxergam para identificar os sons, ainda que seja ver-dadeiro que têm uma melhor memó-ria, especialmente para a linguagem. Também são mais capazes de localizar sons débeis. Ambas habilidades podem lhes ajudar a reconhecer melhor tudo aquilo que lhes rodeia.

Escutar Mozart não deixa um bebê inteligente.

Este mito surgiu de uma pesquisa re-alizada entre estudantes de ensino su-perior que detectou que essa atividade produzia um efeito limitado, que durava só meia hora. No entanto, aprender a tocar um instrumento musical associa-se com um incremento da capacidade para o raciocínio espacial.

As vacinas não causam autismo.

Em vários países, suprimir o componente das vacinas que se assegurava que causava autismo não teve nenhum efeito nos ín-dices de diagnóstico do autismo. Pelo geral, o autismo é quase sem-pre causado por hereditariedade.

As marcas faciais não guardam relação com inteligência.

As circunvolução ou relevos

estão mais relacionadas com o ta-manho do cérebro, porque graças a essa disposição cabe mais cérebro num espaço mais reduzido. Nos cé-rebros maiores, a córtex contêm assim mesmo mais matéria branca, as fibras de associação que conectam regiões distantes do cérebro.

É falso que só utilizamos 10%. Nos Estados Unidos, esta asseveração apareceu pela primeira vez nos es-critos de Dale Carneige, um autor de livros de auto-ajuda. Carneige citou erradamente uma consideração do psicólogo William James, que na reali-dade tinha afirmado que utilizamos mal uma fração do potencial do cérebro.

“a verdade é que o Cérebro humano ainda é um Terreno misTerioso”.

miTos e verdades sobre o Cérebro

CURIOSIDADE

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Verdades:A força de vontade aumenta quando conseguimos algo.

É como um músculo e pode ser treinada. Após terminar uma tare-fa que requeira autocontrole, as pessoas já não precisam do mes-mo grau de esforço para fazê-la novamente, ainda que uma e outra tarefa não sejam parecidas. Esta reserva comum de força de vonta-de vai se fortalecendo com a práti-ca. Em conseqüência, a disciplina acrescenta a força de vontade.

O exercício físico favorece o cérebro na velhice.

Faz que o oxigênio e a gl icose sigam f lu indo quando a pessoa envelhece. Praticá-lo de forma regular melhora o funcionamen-to do cérebro nas pessoas mais idosas, que podem sofrer proble-mas de planejamento e de pen-samento abstrato porque o cór-tex frontal se reduz com a idade.

É capaz de sintonizar sons.

Resu l ta compl icado u t i l i za r o ce lu la r num lugar baru lhento . Tampar o ou t ro ouv ido com as mãos ou um dedo não dá resu l -tado . Em lugar d isso , é me lhor tampar o mic ro fone do apare -l ho para ouv i r me lhor.

Este t ruque aprove i ta a ca-pac idade do cérebro para se -parar os s ina is que chegam de d i fe ren tes lugares .

Permi te mover pe lo espaço, como um navegador.

Um dos t raba lhos mais á rdu -os do cérebro é o que conse -gue fazer sem que nos demos conta .

É re la t i vamente fác i l fazer que um computador ap l ique regras lóg icas e e fe tue opera -ções matemát icas , mas resu l ta d i f í c i l que ava l ie uma imagem v isua l e se des loque com fac i -l i dade pe lo espaço, como faze -mos os humanos au tomat ica-mente .

Por exemplo , o cérebro hu -mano pode d is t ingu i r ob je tos v isua lmente e ident i f i car vozes numa fes ta , ta re fas que são todo um desaf io , a inda in t rans -poníve l , para um computador.

Reagimos antes de pensar.Com freqüência constatamos

nossa resposta a um acontecimen-to só quando já começamos a re-agir. Por exemplo, se for pedido a um grupo de pessoas normais que reajam a um estímulo visual, estas costumam indicar ter adqui-rido consciência do estímulo meio segundo após começar a reagir. Desta maneira, a consciência atua como uma espécie de intérprete que proporciona informação retros-pectiva sobre nossas ações.

Tomada de atalhos pode ser equivocada.

O cérebro costuma buscar rapi-damente uma resposta adequada, em lugar de empregar mais tempo para ter a resposta perfeita. Isto significa que às vezes trocamos os pés pelas mãos.

Responda ao seguinte proble-ma o mais rapidamente possível, sem fazer as operações matemá-ticas: uma raquete e uma bolinha custam juntas 1,10 reais. A raqueta custa um real a mais que a bolinha. Quanto custa a bolinhas? Se res-pondeu rápido possivelmente você disse 10 centavos, mas a resposta correta é 5 centavos.

Nem sempre interpretamos os fatos com lógica.

Durante a maior parte do tempo, o cérebro interpreta aquilo que pre-senciamos de acordo com umas re-gras gerais que são fáceis de apli-car, mas que nem sempre guardam uma lógica. Requer muitíssimo esforço aplicar uma análise pausa-da e meticulosa, que é apropriada para realizar cálculos matemáticos ou resolver quebra-cabeças.

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O início da luta pelo respeito aos direitos das pessoas com deficiência

No Brasil, em plena DitaduraMilitar, da de 1970, or-

ganizar movimentos rein-vidicatórios era mioto ar-

riscado. O movimento das pessoas com Deficiência, iniciou-se de maneira discreta, agregando segmentos diver-sos de pessoas com deficiência, perfil que mudaria na década de 1980. A or-ganização desse movimento não focou apenas as pessoas com deficiência, até porque dezenas de pessoas sim-paticas ao movimento, que não tinham “nenhuma deficiência”, abraçaram a causa de maneira comprometida e aguerrida. Muitos desses voluntários do bem, ainda vivos, são tratados, junto ás antigas lideranças, ,como “ju-rassicos”. Inicia com o Brasil como tri-campeão de futebol, no México.

Foi notável a transição de atitudes ocorrida, uma vez que, nas decádas anteriores a 1970, lideranças de movi-mentos apenas procuraram se organi-zar por de “associativismo” - criação de associações direcionadas a um tipo de deficiência, buscando recursos econô-micos a seus associados com ativida-des oferecidas e pouquissimas asso-ciações voltadas a tratamento médicos, fisioterápicos e á busca dos direitos das pessoas com deficiência. A maturação dessas iniciativas associativas levaram as pessoas com deficiência uma con-ciência de organização. Iniciou-se, as-sim, o processo de formação de grupos dentro do movimento, dispostos a rei-vindicar, em todas as autarquias gover-namentais, seus direitos constitucionais como seres humanos.

Surge a primeira Coalização Pró-Federação Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes, que une os processos associativistas existentes. Junto com essa Coalização, nascem varias intituições voltadas a pessoas

Uma das pautas foi buscar favorecer as pessoas com deficiência dentro do movi-mento, mesmo em detrimento aos sem deficiência, visando fortalecer a causa - como escrevi no inicio, havia muitas pessoas simpáticas e comprometidas na luta, que não eram deficientes, o que in-comodava as lideranças. Essas primeiras ações na decáda de visibilidade ao movimento dos conheci-dos nesse período por: “aleijado”, “para-lítico”, lesado, “perneta”, “inválido”, “inca-paz”, “paraplégico” “defeituoso” (pessoas que tinham falta de um ou dois menbros inferiores ou superiores ou andavam de cadeiras de rodas ou muletas), “fundo de garrafa”, “vesgo”, “zarolho”, “caolho”, ou “seguinho”, (pessoas com deficiên-cia visuais, cegas, estrábicas ou de bai-xa visão) , “mongoloides” (crianças com Síndrome de Down), “retardado mental”, “débil-mental”, “louco” “esclorosado”, “xa-rope” (pessoas com deficiência intelectu-al), “anãozinho, “nanico” (pessoas com nanismo). Esses registros nos mostram a exclusão e a ignorância de uma socieda-de que rotulava as pessoas com deficiên-cia, tratando-as como parte negativa dos problemas sociais, como seres inúteis e anti-produtivos num Estado ditatorial mi-litar. Época difícil, mas acenando com as primeiras aberturas a uma redemocrati-zação, derrubando, com o movimento, a invisibilidade de uma sociedade alienada, a qual sob o despreso e o desrespeito aos direitos das pessoas com deficiên-cia, mas em um espaço construído na década de 1970.O movimento social da pessoa com deficiência destacou-se na década de 1970 entre outros movimen-tos sociais nacionais, em prol de uma sociedade participativa e democrática. Trata-se de um movimento de caráter urbano, bem definido em seus objetivos, em sua estratégia de ação e conteúdo reivindicatório.

com deficiência. Eram associações que tinham em suas administrações, pessoas “não deficientes”, inviabili-zando muitas ações do movimento. Assim, busca-se trazer dos Estados Unidos o MVI - Movimento de Vida Independente, modelo a muitas as-sociações dentro da inclusão, mais tarde conhecido como CVI - Centro de Vida Independente. Uma das pri-meiras pressões do movimento bus-cou enviar a Heidelberg, Alemanha, a primeira delegação brasileira em uma paralímpiada e, na mesma déca-da, sediaríamos o panamericano em cadeiras de rodas no Rio de janeiro. O ano marcante foi 1975 quando é promulgada na ONU a Declaração do Direitos das pessoas com deficiên-cia, em 1976, a ONU em sua reunião Geral, proclama realizar, em 1981, o ano Internacional das Pessoas Defi-cientes (AIPD), com o tema “Partici-pação Plena”, o que aconteceu, de fato, cinco anos depois. Timidamente o governo cria classes especiais de educação in-clusiva, direcionadas a surdos e mudos e ja se falava em inclusão digital. Em 1979, pela primeira vez, associações de outros estados e de todo tipo de deficiência se re-únem para criar estratégias dentro do movimento.

MOVIMENTO

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As ações do movimento social circunscreveram passeatas, reuniões, encontros municipais, estaduais e na-cionais, fóruns, seminários, participa-ção ativa na Constituinte, publicação de artigos e livros, inserção na mídia, na forma de entrevistas e debates.

Quanto ao conteúdo reivindica-tório, o movimento julgou necessário atuar em prol das garantias constitu-cionais/legais e também apostar na mudança dos valores sociais relacio-nados à percepção da deficiência e da pessoa com deficiência.

Na luta pela garantia dos direitos sociais, comuns a todos os cidadãos – como saúde, educação, trabalho, lazer –, o movimento social da pessoa com deficiência trouxe à sociedade a opor-tunidade de tomar consciência e lidar com importantes aspectos do convívio social. A qu estão da acessibilidade em ambientes de trabalho, de circulação, de lazer, entre outros, por exemplo, im-portante indicador de uma sociedade inclusiva, é extensiva a todos os cida-dãos e não exclusivamente às pessoas com deficiência.

Este painel promove também uma homenagem aos militantes do seg-mento, que atuaram nas diversas ins-tâncias preparatórias para o Ano Inter-nacional das Pessoas Deficientes.

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Caminhando Com as próprias paTas

Por Sibele Oliveira

Bife

Bife sempre foi a alegria da casa. Há três anos, o buldogue Francês, de seis anos, foi passar uma temporada na casa de campo dos donos, mas derrepente parou de correr. O veterinário garantio que estava tudo bem. Cinco meses de-pois, o cão acordou sem o movimento das patas trazeiras, foi levado ao hospi-tal e diagnosticado com hemivértebra ( defeito genético que acometeu a coluna vertebral). Valente o cachorro recupe-rou-se em dois dias. Já no ano passado não teve a mesma sorte.

“O Bife não chegou a rolar porque eu o segurei na descida da escada do meu escritório, mas caiu e fraturou outra vértebra. Resultado duas lesões graves, sendo uma hérnia de disco traumática.

Após 45 dias deitado em com dores, foi levado a fisioterapia e me informa-ram que ele não andaria mais”, conta a arquiteta Maria Livínia Noronha. O tra-tamento continua há oito meses e Bife só anda com a ajuda de uma cadeira de rodas.

Histórias como a do Bife são mais comuns do que se possa imaginar, embora todas tenhas o mesmo des-fecho. Enfermidades como a doença ddo disco intervertebral, popularmente conhecido como hérnia de disco, dis-plasia coxofermural (anormalidade nas articulações), cinomose ( ção viral, en-tre outras sequelas pode paralizar os membros) e feridas infecciosas podem levar a amputação e pôr um fim à liber-

dade de ir e vir dos pets.Além dos acidentes, algumas raças

apresetam enfermidades caraterísti-cas, os pastores-alemães apresentam lesões graves na velhice por comprimir bruscamente a coluna, enquanto os da raça dachshund estão sujeitos a sofrer com a coluna vertebral longa. Já o há-bito de pular sem parar é o que pode condenar poodles e boston terriers a uma vida limitada.

Dificilmente cachorros e gatos com deficiencia são vistos em locais publi-cos, isso porque muitos são abando-nados e não conseguem sobreviver sem ajuda, ou ainda dependendo da lesão, do tamanho do animal e do sofri-mento, os donos e veterinários optam pela eutanásia. Bastante polêmico, o metodo desagrada principalmente os protetores dos animais, que não me-dem esforços para proporcionar uma qualidade de vida melhor aos bichos apostando em modernas tecnicas de reabilitação. “Utilizamos acupuntu-ra, quiropraxia, aparelhos para fazer compressão muscular, tirar dor e pro-mover estímulos sensoriais”. diz Maria Formenton, veterínaria, especialista em fisioterapia e proprietaria da clini-ca Fisioanimal. Quando a reuperação não é possivel, é como no casos de amputação e paralisia irreversível, o mercado oferece alternativas para proporcionar mais idependência ao melhor amigo do homem.

em busCa de um lar

serviço

Dog Car ( 21 ) 2543-4891Site : www.dogcar.com.br

Fisioanimal(11) 3645-0477Site www.Fisioanimal.com

Ortopedia Orto-Rio(84) 3223-5952Site:www.ortorio.com.br

Arlete Martinz, fundadora e presidente da Solidariedade à Vida Animal (Sava), trabalha incansavelmente há mais de 20 anos para promover a ado-ção de animais.Há cerca de dez anos, enquanto passava por um terreno dal-dio, a protetora dos animais achou um viralata com uma das patas da frente amputada. No mesmo dia encontrou um dono para o cãozinho que foi bati-zado de Pituxo. A partir daí, Arlete ado-tou a causa.“Costumo dizer que para ter um bichi-nho especial, a pessoa tem que ser especial”.

ESPECIAL

A vida dos animais de estimação não termina com uma paralisia.

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Algumas pessoas demoram a encontrar uma motivação para ajudar o próximo, ou-

tras já descobrem a vontade de fazer o que podem logo cedo, como aconte-ceu com Ryan, nascido no Canadá em 1991. Quando tinha apenas seis anos de idade, sua professora lhe disse que, na África, haviam pessoas – inclusive crianças – que morriam de sede. O ga-rotinho ficou surpreso com isso, já que Ryan poderia beber água de torneira sem problemas.

Foi então que ele fez uma pergunta para sua professora que pareceu ino-cente: “Quanto custa para levar água até a África?" Foi então que a profes-sora lhe mostrou a WaterCan, uma or-ganização que faz poços a um preço de setenta dólares.

Depois da aula, o garoto chegou em casa já pedindo setenta dólares para abrir um poço. Sua mãe então não lhe deu o dinheiro, mas sim várias tarefas com as quais Ryan ganharia um trocado através de seu esforço, e, depois de ter conseguido o dinheiro, o garotinho resolveu ligar para a Water-Can, mas infelizmente a organização informou a ele que o custo verdadeiro era de dois mil dólares.

Mas quem disse que Ryan se deu por vencido? Quando soube disso, ele passou a realizar ainda mais trabalhos não somente em casa, mas também na

vizinhança inteira até que conseguis-se o total necessário. Com isso, Ryan conseguiu ajuda de sua família, de seus amigos e de seus vizinhos. Em Janeiro

de 1999, o poço de Ryan foi perfurado em uma vila ao norte de Uganda, perto de uma escola.

A escola de Ryan passou a se co-municar com a escola que ficava per-to do poço, e foi assim que Ryan co-nheceu um pequeno garoto chamado Akana, que lutava cada dia mais para conseguir estudar.

Comovido novamente, Ryan decidiu conhecer o garoto e pediu a seus pais para que eles o deixassem viajar para a África. Em 2000, Ryan foi ao povoa-do e foi recebido por centenas de pes-soas que gritavam o seu nome.

Hoje em dia, Ryan –com 19 anos- tem sua própria fundação e conseguiu furar mais de 400 poços na África. En-carrega-se também de proporcionar educação e de ensinar aos nativos a cuidar dos poços e da água. Recolhe doações de todo o mundo e estuda para ser engenheiro hidráulico..

“Se eu tivesse a atenção do

mundo por 5 mi-nutos, gostaria

de pedir a todos para pensar

sobre o quanto nós temos”

“Eu gasto me-tade do meu tempo dando assistência ao mundo e na outra metade sou uma criança normal”

o garoTo que Tirou a sede de mais de meio milhão de afriCanos

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Por. Alysson Lysson CardinaliPor. Alysson Lysson Cardinali

- Craque, superdotado, menino prodígio e autista...

...diagnosticado aos 8 anos de idade como portador da Síndrome;

...também conhecida como “fábrica de gênios”

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Nome Lionel Andrés MessiPosição AtacanteNascimento 24/junho/1987Naturalidade Sta Fé ArgentinaAltura 1,69 m Peso 67 Kg Clubes Barcelona-ESP

(desde 04)

Títulos: Espanhol (04-05, 05-06, 08-09, 09-10 e 10-

11), Liga dos Campeões da Uefa (05-06,

08-09 e 10-11), Copa do Rei (08-09 e 11-

12), Mundial de Clubes da Fifa (09 e 11) e

Medalha de Ouro em Olimpíadas (08)

Está no Barcelona desde 2004, quando o

clube catalão, ao contrário do Newell’s Old

Boys, onde ele jogava nas categorias de

base, resolveu bancar um tratamento hor-

monal de US$ 900 por mês para que ele

crescesse.

Tornou-se ídolo da Argentina ao

comandar a equipe na conquis-ta do quinto título do Mundial sub-20, em 2005.

Foi também peça fundamental na conquista da medalha de ouro da Argentina nas Olimpíadas de

Pequim-2008. No time principal do Barcelona, foi decisivo no título da Liga dos Campeões de

2009 e do Mundial de clubes, no mesmo ano.

E

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em nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da lin-guagem do indivíduo — a doença afeta geralmente pessoas do sexo masculino com dificuldades de socialização, gestos repetitivos e estranhos interesses.

A fixação de Messi pela bola explica-ria um pouco sobre o assunto. Apesar de seu talento inegável, o comporta-mento do camisa 10 argentino dentro de campo é revelador sobre o aspecto de sua doença. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente. Messi sempre faz os mesmos movimentos, quase sem-pre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, afirma Nilton Vitulli, no site Poucas Palavras, do jor-nalista Roberto Amado.Vitulli, que é pai de um portador da síndrome de Asperger e membro da ONG Autismo e Realidade e da rede social Cidadão Saúde (reúne pais e fa-miliares de ‘aspergianos’), acrescenta que como a maioria dos autistas tem memória descomunal, Messi provavel-mente conhece muito bem todos os movimentos que precisa executar na hora de balançar a rede.“É como se ele previsse os movimentos do goleiro”.

Melhor domundo,

Messi é apenas

o sexto jogador

mais bem

pago do mundo

Foto: Reuters

EESPANHA - Craque, superdotado,

menino prodígio e... autista. Diagnosti-cado aos 8 anos de idade como porta-dor da Síndrome de Asperger, também conhecida como “fábrica de gênios” — os físicos Isaac Newton e Albert Eins-tein, o naturalista Charles Darwin e o pintor renascentista Michelangelo, en-tre outros, seriam portadores — Messi é a prova viva de que a doença, uma forma branda de autismo, não impede ninguém de brilhar e, no caso do ar-gentino, ser eleito o melhor jogador do mundo quatro vezes seguidas.

Embora o diagnóstico do autismo de Messi, que na infância também sofreu de nanismo e foi tratado no Barcelona, tenha sido pouco divulgado para prote-gê-lo de qualquer discriminação, seus inúmeros fãs não devem se assustar. A Síndrome de Asperger, diferentemen-te do autismo clássico, não acarreta

Apesar de leve

autismo, craque

não tem problemas

dentro de campo

Foto: Reuters

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Personalidade pouco sociável fora de campo Messi sofre com os sintomas da Síndrome de Asperger. Principalmente fora de campo — a dificuldade de intera-ção social é o maior adversário. É o que garante Giselle Zambiazzi, presidente da Associação de Pais, Amigos e Profissio-nais dos Autistas de Santa Catarina.

“O gestual, o olhar e o comportamento do Messi são típicos. Na premiação da Bola de Ouro ele ficou incomodado, pois não sabe lidar com o bombardeio de infor-mações do mundo externo”, diz.

Ela leu a biografia de Messi e detectou traços marcantes da doença. “Na infância ele só saía de casa com uma bola de fu-tebol. Mesmo que fosse ao médico”, diz Giselle, que espera que o craque não seja discriminado: “Acham que o autista é um débil mental. Não é isso. Messi é um exemplo de superação”.

“Craque argentino tem gestos repetidos em campo,

por conta da doença”

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Por Greice Rodrigues

Quem passa um tempo com Lucas Ohara, nove anos, pode ficar com a im-pressão de que o menino é às vezes um pouco mais agitado do que o normal ou mais desligado do que a maioria das crianças de sua idade. As duas coisas são verdadeiras. Lucas é autista. Isso sig-nifica que ele é portador de um transtorno do desenvolvimento que provoca altera-ções no comportamento, na interação so-cial e no uso da imaginação.

Crianças como ele, em maior ou me-nor grau, podem passar horas observan-do um ventilador girar ou gastar longos minutos batendo os dedos em uma mesa. Também são capazes de saber tudo so-bre temas inusitados – o assunto favorito de Lucas, por exemplo, são os dinossau-ros – e, apesar disso, guardar as informa-ções para si. Nada mais compreensível, segundo a lógica autista.

Afinal, eles têm uma imensa dificulda-de em se relacionar com os outros e com o mundo. Em alguns momentos, inclusi-ve, é como se nenhum dos dois existisse. Esse distúrbio tão peculiar atinge cerca de um milhão de pessoas no Brasil. No cinema, filmes como Rain Man (Dustin Hoffman fazia um autista irmão do per-sonagem vivido por Tom Cruise) e Snow cake (Bolo de neve), recém-exibido no Festival Internacional de Cinema de Ber-

Os segredOs dO autismO

As últimas descobertas sobre o transtorno, que atinge um milhão de pessoas no Brasil

lim, na Alemanha, e sem data para estre-ar no Brasil, ajudam a revelar um pouco do mundo dessas pessoas. Snow cake mostra o envolvimento da autista Linda (Sigourney Weaver) com o ex-presidiário Alex, vivido por Alan Rickman.

Mas é da ciência que surgem as me-lhores respostas. A síndrome foi oficial-mente descrita pela medicina há ape-nas 63 anos e já se avançou muito nas pesquisas. Recentemente, especialistas reunidos no encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, nos Estados Unidos, apresentaram uma revisão na maneira de avaliar os autistas.

O médico Laurent Mottron, pesquisa-dor do tema no hospital canadense Rivie-re-des-Prairies, defendeu a tese de que, apesar de seus problemas, os autistas são mais inteligentes e habilitados a de-sempenhar funções do cotidiano do que se imaginava até agora. “A idéia de que grande parte dos pacientes tem retardo mental é equivocada.

Apenas alguns deles apresentam esse tipo de limitação. Portanto, os autistas de-vem ser vistos de outra forma”, esclarece o pesquisador. O cientista acredita que muito da visão turva até hoje preponde-rante se deve ao fato de que os portado-res geralmente não eram submetidos a testes que pudessem avaliar corretamen-

te sua capacida-de de raciocínio.

A descoberta feita pelo canadense aponta para uma nova maneira de encarar e tratar as vítimas da síndrome, o que é uma ótima notícia. Os estudos, no entanto, ainda não deram respostas definitivas a uma questão importante: a causa do transtorno.

Nessa direção, o que existe de novo é um trabalho divulgado em dezembro por cientistas da Universidade da Carolina do Norte (EUA). Eles mostraram que o tamanho do córtex cerebral (região do cérebro) de crianças autistas é maior do que o de jovens sem o transtorno.

É justamente nessa área que se pro-cessam os pensamentos e agora se in-vestiga como essa característica influi no surgimento dos sintomas.

Com essas novas descobertas já é possível aprimorar e aumentar as op-ções de tratamento. “Recorremos à psi-coterapia para estimular as habilidades sociais do paciente, à ajuda de profis-sionais especializados para melhorar o controle motor e a remédios, quando necessário, para atenuar sintomas como a hiperatividade”, explica o psiquiatra in-fantil Fábio Barbirato, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

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Anticorpos maternos que têm como alvo as proteínas no cérebro do feto podem desempenhar um papel no de-senvolvimento de algumas formas de autismo, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira.

Autismo: histórias de humilhação, preconceito, agressão e superação

Realizado em 246 mães de crianças com “transtornos do espectro autista” e 149 mães de crianças saudáveis, o estudo mostrou que quase um quar-to das mulheres do primeiro grupo tinham uma combinação diferente destes anticorpos do que aquelas do segundo grupo.

Os “transtornos do espectro autista” (TEA) incluem variedades diferentes de autismo, entre elas a síndrome de Asperger, que afeta crianças muito in-teligentes, mas com grande dificulda-de em interações sociais.saiba mais

Pesquisadores estudam autismo usando dentes de leite de crianças.

Trabalho de doutorado cria modelo animal de autismo

Estudo de Harvard relaciona polui-ção com risco de autismo

Menino autista gênio da física é co-tado para um dia levar Nobel

Os anticorpos são proteínas essen-ciais para o sistema imunológico.

Eles detectam e neutralizam substân-cias estranhas ao corpo, tais como ví-rus e bactérias.

As mulheres grávidas passam seus anticorpos para o feto, o que lhe per-mite defender-se de infecções até os 6 meses de idade, enquanto seu sis-tema imunológico ainda está imaturo.

Mas eles podem também, de acordo com o estudo publicado na revista Translational Psychiatry, transmitir anticorpos que impedem que o cére-bro se desenvolva corretamente.

“Descobrimos que 23% das mães de crianças autistas têm auto-anti-corpos contra proteínas que são ne-cessárias para um desenvolvimento neurológico saudável”, explicou à AFP Judy Van De Water autora do artigo, professora da Universidade da Califórnia, que afirma que esses anticorpos não estavam presentes em mães de crianças não-autistas.

Os sintomas também se mostra-ram mais graves em crianças nas-cidas de mães com o anticorpo em questão do que em comparação com crianças autistas nascidas de mães sem esses anticorpos.

Os TAE afetam cerca de um em cada 100 nascimentos nos países ocidentais. Os meninos são três ve-

“Anticorpos maternos são nova pista para o autismo, indica estudo”

zes mais afetados do que as meni-nas por esta doença, cujas origens permanecem obscuras.

A equipe da dra. Van de Water foi capaz de identificar 11 diferentes combinações de sete proteínas alvo de anticorpos associadas aos TEA, cada um dos quais tem um risco di-ferente do transtorno autista.

O objetivo agora é encontrar mar-cadores capazes de identificar o risco de TEA, o que permitiria “uma intervenção precoce” para ajudar crianças com autismo para “melho-rar o seu comportamento e capaci-dades”, observa Van de Water.

Em um estudo separado, os pes-quisadores liderados por Melissa Bauman, também da Universidade da Califórnia, expuseram oito fême-as de macacos-rhesus grávidas aos anticorpos maternos relacionados ao TEA e chegaram a resultados se-melhantes: os macacos recém-nas-cidos dessas mães “mostraram dife-renças de comportamento, incluindo reações inadequadas em relação a outros macacos”, observa o estudo.

Para lembrar o Dia Mundial do Or-gulho Autista, que será comemora-do na próxima terça-feira, a Asso-ciação Brasileira de Autismo,

Diz a mãe, Paula Guimarães. A tor-cida é para que Lucas e todos os ou-tros autistas fiquem cada vez mais sintonizados com o mundo.E há mo-tivos para otimismo. Além das desco-bertas do especialista canadense, a medicina já amealhou um sólido co-nhecimento das características mais importantes do transtorno. Entre elas estão sinais inconfundíveis, surgidos nos primeiros anos de idade, como agitação excessiva. “É comum tam-

bém o aparecimento de movimentos repetitivos com as mãos ou com o corpo e a fixação do olhar em algum ponto”, explica o psiquiatra Estevão Vadasz, do Hospital das Clínicas de São Paulo (leia mais sintomas no quadro abaixo).Sabe-se também que o distúrbio tem graus variáveis. Há os mais severos, nos quais muitos pacientes não falam e apresentam elevada agitação e agressividade. Existe ainda o autismo de alta funcio-

nalidade. Nesses casos, os portado-res aprendem a ler e têm boa capa-cidade intelectual, mas manifestam limitações motoras e de socialização. E há os autistas diagnosticados com a síndrome de Asperger. São indiví-duos que possuem muita dificuldade na relação social, mas não apresen-tam atraso no desenvolvimento da cognição. Muitos até se destacam pela inteligência em áreas relaciona-das à arte e às ciências exatas.

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Comportamento e Intervenção do Distrito Federal (Abraci-DF) organi-zou neste domingo em Brasília uma atividade para esclarecer o que é o transtorno e conscientizar as famílias da importância do diagnóstico preco-ce. tamento e Intervenção do Distrito Federal (Abraci-DF) organizou neste domingo em Brasília uma atividade para esclarecer o que é o transtor-no e conscientizar as famílias da im-portância do diagnóstico precoce.O autismo é ca-racterizado pela dificuldade de socialização. Em geral, os primei-ros sinais, como isolamento, di-ficuldade para falar e repetição de movimentos aparecem por volta dos dois ou três anos de idade. De acordo com a pre-sidenta da Abraci-DF, Lucinete An-drade, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as possi-bilidades de estimulação.

“Quando se fala de autismo, não se trata de uma só realidade. Por essa diversidade, o diagnóstico é problemático. Ás vezes, o diagnós-

Associação alerta para importância do diagnóstico precoce;

Autismo é caracterizado pela dificuldade de socialização

tico fica errado e isso compromete o desenvolvimento e a estimulação dessas crianças”, avaliou.

O autismo não tem cura, mas o de-senvolvimento dos pacientes pode ser estimulado, além do uso de me-dicação. Como o transtorno é pouco conhecido, segundo Lucinete, muitos autistas não recebem a estimulação e o tratamento adequados. ‘Nosso objetivo é chamar a sociedade para dizer que não apenas o diagnóstico

é importante, a estimulação também, é ela que vai fazer a diferença entre o diagnóstico e o desenvolvimento desse indivíduo. Hoje, no Brasil, só os pais que podem pagar, com situ-ação financeira melhor é que ofere-cem a estimulação adequada. E isso tem que ser independente da ques-tão social da família’.

Mãe de um menino de 2 anos e 10

meses diagnosticado com autismo, a dona de casa Luísa Silva diz que ini-ciativas como essa são importantes para desmistificar o autismo, ampliar o conhecimento sobre a doença e ajudar os pais a identificar os primei-ros sintomas,; “O primeiro sintoma do Davi foi um atraso na fala, ele fa-lava algumas palavras e de repente parou. Eu percebi que não estava normal. Um amigo da família notou também e perguntou se a gente co-

nhecia um pouco sobre autismo. Na primeira lei-tura que fiz, vi que muita coi-sa que eu já vi-nha observando no Davi estava a c o n t e c e n d o . No dia seguinte,

fui ao pediatra. Ele fez testes com o Davi e me deu encaminhamento para o neurologista”, contou.

Segundo Luísa, além do apoio aos pacientes autistas, as famílias tam-bém precisam ser acompanhadas para lidar com realidades tão par-ticulares. “É muito importante esse trabalho de dar apoio aos pais.

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Durante três décadas, o pau-lista Rodolfo Vinícius Leite se sentiu distante de todo mun-

do: “Era como se eu fosse um alieníge-na na Terra.” Embora levasse uma vida aparentemente normal, não conseguia acompanhar os interesses dos amigos. Aos 32 anos, foi diagnosticado com um transtorno de desenvolvimento pouco conhecido no Brasil, mas que afeta uma entre 500 pessoas: a síndrome de Asperger. Trata-se de um tipo de autis-mo considerado mais leve.

Entre suas características estão a di-ficuldade de socialização e o interesse restrito a poucos assuntos. Apesar da fala articulada, não compreendem bem figuras de linguagem, como ironias e metáforas, e têm problemas para inter-pretar os sentimentos dos outros. Mas, ao contrário de muitos autistas, não so-frem nenhum tipo de deficiência cogni-tiva e costumam ter habilidades surpre-endentes, como excelente memória.

À medida que a síndrome se torna mais conhecida, começam a surgir no Brasil grupos de apoio e acompanha-mento para portadores. A intenção é dividir experiências e mostrar que, com ajuda especializada, eles podem ser capazes de ter uma vida autônoma e bem-sucedida.

Com apenas seis meses de cria-ção, um desses grupos se reúne às quartas- feiras, no Instituto de Psi-quiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Conversamos sobre nos-sas dificuldades e nosso dia a dia”, conta Leite, um dos 20 participantes.

Portadores da síndrom e de Asperger, um tipo pouco conhecido do distúrbio, se mobilizam para melhorar sua integração na sociedade

O outro lado do

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Portadores da síndrom e de Asperger, um tipo pouco conhecido do distúrbio, se mobilizam para melhorar sua integração na sociedade

AUTISMOO outro lado do

Eles também compartilham experiências em um blog na inter-

net. Para Leite, foi um passo impor-tante para se compreender melhor. “Hoje eu respeito minhas limitações”, diz. Graduado em letras, ele trabalhou oito anos como bancário, mas hoje está desempregado. “Tenho poucos assuntos de interesse. Só gosto de música, filmes, seriados de tevê, de-

tentativas de “normalizar” os indivídu-os. No Brasil, a luta contra o preconcei-to está começando, mas especialistas tendem a seguir uma abordagem dife-rente: dizem que reconhecer a existên-cia de uma desordem ajuda o indivíduo a sofrer menos. “Se não se adaptar, a tendência é que ele seja excluído”, alerta o psiquiatra Fábio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro.

O diagnóstico da síndrome, causa-da por características genéticas que afetam o funcionamento do cérebro, é feito por entrevistas e testes linguísti-cos. O tratamento com remédios só é necessário em casos de depressão ou ansiedade. Especialistas recomen-dam o acompanhamento com a terapia comportamental, que ajuda o portador a decifrar os códigos sociais. Foi assim que o estudante carioca Vinícius Sou-za de Moura, 18 anos, diagnosticado na infância, deu a volta por cima de-pois de cair em depressão.Apesar da memória incrível - sabe datas exatas de eventos casuais e históricos, como as dos títulos do seu time, o Botafogo -, ele sente dificuldade de relaciona-mento. “Na terapia, trabalho conflitos, aprendo a olhar nos olhos e ser mais delicado.” Cursando o terceiro ano do ensino médio, ele pretende prestar vestibular para história.

senhos e carros”, conta. “Não aprecio futebol e política, assuntos sobre os quais as pessoas geralmente conver-sam. Fico sem assunto.”

Segundo o coordenador do projeto, o psiquiatra Estevão Vadasz, esse tipo de dificuldade causada pela síndrome pode fazer com que o indivíduo se isole socialmente - provocando ansiedade e até depressão. É isso que os encon-tros pretendem evitar. “Criamos uma espécie de clube social’, diz Vadasz. Também em São Paulo, a Associação dos Amigos do Autista iniciou este mês uma série de reuniões para jovens com Asperger. “Queremos conhecer suas necessidades”, diz a psicóloga Maria-na Colla. Na internet, proliferam blogs e listas de discussão de portadores e familiares, além de comunidades de-dicadas ao tema.Nos Estados Unidos e na Europa, organizações de aspies - como se denominam os portadores - foram mais longe: lançaram um mo-vimento argumentando que a condição não é um transtorno, mas um estilo de vida. A Aspies for Freedom combate

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AutismoAutismo

Autismo

AutismoAutismoAutismo

Autismo

Autismo

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Os sinais e sintomas da síndrome de Asperger podem aparecer nos pri-meiros anos de vida da criança, mas raramente são valorizados pelos pais como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. A gran-de maioria dos diagnósticos da sín-drome de Asperger é feita a partir da fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a caracterís-tica mais significativa do distúrbio, ma-nifesta-se com maior intensidade, jun-tamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de atenção. “O que efetivamente cha-ma a atenção dos pais são os sintomas associados ao isolamento social, ina-dequação de comportamentos ou ma-nifestações de ansiedade, depressão ou irritabilidade”, diz Sandra Lie Ribeiro

É importante buscar uma interação muito boa entre a escola, a família e o profissional que acompanha o pacien-te no sentido de desenvolver a reci-procidade social do indivíduo.

Diversificar seus focos de interes-se para que o paciente dê importân-cia para outros assuntos e desen-volva novas habilidades, diminuindo assim, comportamentos repetitivos e restritivos. Estimular o ‘falar olhan-do’, desenvolver a cultura do olhar direcionado, com intencionalidade comunicativa. Estimular a criança, por meio de treinos, a reconhecer e compartilhar emoções e expressões faciais, assim como buscar Treino de Habilidades Sociais (THS), como possibilidade de melhoria no seu

prognóstico social. Dialogar sempre! Essa é a maneira

mais preciosa de desenvolver a inte-ligência de qualquer criança, com ou sem diagnóstico de TEA.

Não criticar o interesse restrito da criança, apresentar outras opções e compartilhar estas ofertas com o fi-lho. Utilize o interesse preferencial da criança como porta de entrada para a interação com ele.

Ainda de acordo com a Dra. Iara Pereira, o paciente com Síndrome de Asperger é habitualmente mal inter-pretado pelos seus pares, não sendo raros os frequentes desentendimentos nos relacionamentos interpessoais, levando ao isolamento social ou qua-dros depressivos.

Como lidar?

A criança com Síndrome de Asper-ger pode apresentar talentos especí-ficos. “De uma maneira geral, os pais costumam incentivar uma aptidão que reconhecem nos filhos, o que chama-mos de ilhas de habilidades. No caso da Síndrome de Asperger, esta atitude acaba intensificando o interesse res-trito do paciente, piorando a clausura comportamental do indivíduo, tornan-do-o menos flexível a novos temas”, explica Iara Brandão Pereira, neurolo-gista infantil.

Pensando em auxiliar no desenvol-vimento das capacidades múltiplas da criança, a médica listou alguns itens importantes para quem convive com uma pessoa que apresenta este Transtorno do Espectro Autista (TEA).

TraTamenTo mulTidisCiplinar

São envolvidos médicos, neurop-sicólogos, psicopedagogos e fonoau-diólogos, uma vez que os indivíduos possuem alterações na fala (erros de prosódia, por exemplo, quando o in-divíduo faz a transposição do acen-to tônico de uma sílaba para outra). “Basicamente, a terapia se baseia em transmitir as habilidades e recursos para as manifestações característi-cas, em especial a dificuldade no con-vívio social. Ele deve ser feita a longo prazo, já que se trata de um distúrbio crônico”, explica Walkiria Boschetti. Medicamentos são utilizados apenas para tratar sintomas decorrentes des-sas manifestações, como ansiedade, depressão e irritabilidade.Quem tem Asperger e chega à vida adulta sem diagnóstico ou tratamento adequados pode enfrentar sérias dificuldades de relacionamento na vida pessoal, esco-lar e profissional. “Além disso, trata-se de um risco para o desenvolvimento de outros problemas, como o transtor-no bipolar”, adverte o Dr. Fabio Sato. Portanto, quanto mais precoces e pre-cisos forem o diagnóstico e o trata-

mento, maiores serão as chances de a criança com Asperger desenvolver comportamentos mais saudáveis, tor-nando-se mais sociáveis, flexíveis e independentes.

Diagnóstico

do Valle, neuropsicóloga do hospital.Usualmente, os primeiros relatos so-

bre os problemas observados são feitos ao w, que poderá encaminhar a crian-ça aos médicos especialistas para uma avaliação mais profunda e detalhada. Não existem exames laboratoriais ou de imagem destinados à confirmação do diagnóstico. “Hoje, o principal ins-trumento para essa finalidade são os testes aplicados por neuropsicólogos, que por meio de tarefas propostas à criança observam e avaliam aspectos cognitivos e comportamentais, como memória, atenção e habilidades so-ciais”, diz o Dr. Fabio Sato, psiquiatra da infância e adolescência da Clíni-ca de Especialidades Pediátricas do Einstein, instituição que aplica um extenso e detalhado protoco-lo para diagnóstico e tratamento dessa patologia. Segundo ele, o Brasil ainda carece de uma padro-nização na abordagem diagnósti-ca dessa patologia, uma vez que ferramentas como a AD (questio-nário utilizado em entrevistas com os pais) e a ADOS.

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O que é o plexo braquial?O plexo braquial é um grupamento complexo de nervos,

com cerca de 15 centímetros de comprimento (no adulto), que se origina da medula espinhal na região do pescoço, passa debaixo da clavícula e alcança a axila, onde origina cinco nervos que vão controlar os movimentos e a sensibili-dade do ombro, braço, antebraço e mão.

Como é uma lesão do plexo braquial?As lesões do plexo braquial em geral afetam tanto as fun-

ções motoras como as funções sensitivas no membro supe-rior comprometido. Dependendo da gravidade e da exten-são da lesão pode ocorrer uma paralisia parcial ou completa do plexo braquial:

Alguns pacientes apresentam bom ou moderado controle dos dedos, mas pequeno ou nenhum controle sobre os mús-culos do ombro e do cotovelo (paralisia superior de Erb);

Alguns pacientes conseguem usar seu braço, mas tem pequeno ou nenhum controle sobre os dedos (paralisia infe-rior de Klumpke);

Alguns pacientes apresentam o membro superior com-pletamente flácido, sem nenhuma função sensitiva ou moto-ra (paralisia completa).

Com frequência os pacientes com lesão traumática do plexo braquial queixam-se de dor intensa no membro pa-ralisado. Bem mais comum e intensa quando ocorre arran-camento dos nervos, é descrita como uma dor constante, compressiva ou em queimação, praticamente insuportável.

O que provoca uma lesão do plexo ?

As lesões do plexo braquial em adultos geralmente de-correm de traumatismo no pescoço e ombro resultantes, na maioria das vezes, de acidentes de trânsito envolvendo veículos em alta velocidade, principalmente motocicletas. O mecanismo mais frequente é a lesão por tração lateral do plexo braquial por abertura abrupta do ângulo entre a cabeça e o ombro.

Embora o mecanismo de lesão dos bebês ao nasci-mento seja semelhante, as lesões dos adultos geral-mente são muito mais severas. Nos últimos anos a in-cidência de lesões provocadas por armas de fogo vem

lesão do plexo braquial

As lesões traumáticas do plexo braquial em geral são devastadoras, pois frequentemente não apresentam recuperação

SAÚDE

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Cirurgia, Quando? À exceção de alguns casos de lesão penetrante (aber-

tas) que devem ser operados mais precocemente, as le-sões do plexo braquial devem ser acompanhadas clinica-mente na expectativa de uma recuperação espontânea. Se em três meses o paciente não apresentar uma melho-ra funcional significativa estará indicada a exploração e reparo do plexo. O resultado desse reparo depende não só da gravidade da lesão, mas também do tempo decorri-do desde o acidente até a cirurgia. Como o nervo repara-do tem que crescer novamente, a distância entre o local do reparo e o músculo que vai ser reinervado é grande e a velocidade de regeneração é lenta, a cirurgia deve ser realizada o mais precocemente possível. Passados cerca de dezoito meses desde a lesão geralmente os músculos desnervados não são mais capazes de recuperar suas funções. Por isso, de uma maneira geral a cirurgia do ple-xo braquial de adultos, sempre que possível deve ser re-alizada em torno do terceiro mês após a lesão. Do tercei-ro ao sexto mês os resultados ainda são adequados. Do sexto ao décimo segundo mês a cirurgia ainda é possível, mas os resultados pioram progressivamente e depois de

Qual o resultado do tratamento?Nas lesões submetidas a tratamento cirúrgico os resulta-

dos variam de acordo com a gravidade da lesão. Embora o reparo cirúrgico em geral resulte em melhora da função do braço, a recuperação completa da força muscular é muito rara. O paciente deve estar preparado para uma longa es-pera até que comecem a aparecer as evidências de rege-neração. Como a velocidade de regeneração é muito lenta, os resultados da reinervação da mão em geral são precá-rios, pois os músculos mais distais se atrofiam por comple-to antes que as fibras nervosas regeneradas os alcancem. Nas lesões completas a reconstrução cirúrgica visa primeiro restaurar a flexão do cotovelo e depois a estabilidade e ab-dução (movimento lateral) do braço, antes de se tentar rei-nervar outros músculos. Embora nessas lesões completas a recuperação funcional do membro acometido seja discreta, sua importância é constantemente ressaltada pelos relatos dos pacientes operados. Uma melhora funcional significati-va pode ser alcançada em grande número de casos, mas muitas vezes são necessárias reconstruções secundárias para melhorar o resultado final.

Equipe médica da Casa da Mão Hospital São Paulo, especialistas em cirurgias de traumas do membro superior!

Celmo, Jairo e Clodoaldo editores da revista Superação

Em 2009 o editor Clodoaldo sofreu Lesão de Plexo braquial em acidente de moto, mudou toda rotina de sua vida pessoal e profissional.

A Primeira foi a adaptação da deficiencia e a Segunda a reabilitação profissional, de Ferramenteiro por 15 anos para Design Gráfico.

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