Revista-Tainã

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Research Design Edição #1 De Que Maneira é Possível Desenvolver Características Especificas em Brinquedos Direcionados a Crianças com Necessidades Especiais? Research Design Edição #1 De Que Maneira é Possível Desenvolver Características Especificas em Brinquedos Direcionados a Crianças com Necessidades Especiais? Curso Bacharel em Design Aluno: Tainã Lourenzi Simões Orientador: Cid Domingues D’Ávila 7º semestre / TCC1

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Trabalho desenvolvido na disciplina de TCC1 do curso de Design da Ulbra Canoas, 2014/1

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Page 1: Revista-Tainã

Research Design

Edição #1

De Que Maneira é Possível DesenvolverCaracterísticas Especificas em Brinquedos

Direcionados a Crianças comNecessidades Especiais?

Research Design

Edição #1

De Que Maneira é Possível DesenvolverCaracterísticas Especificas em BrinquedosDirecionados a Crianças comNecessidades Especiais?

Curso Bacharel em DesignAluno: Tainã Lourenzi SimõesOrientador: Cid Domingues D’Ávila7º semestre / TCC1

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UMÁRIOS

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Introdução..................................................4

Acessibilidade ao Lazer................................5

Problematização.........................................6

Objetivos...................................................6

Objetivo Geral.........................................6

Objetivos Especificos...............................6

Metodologia...............................................6

Desenvolvimento........................................7

Conhecendo os tipos de deficiência...........7

Deficiência Física..................................7

Deficiência Visual..................................8

Deficiência Intelectual...........................8

Deficiência Auditiva...............................8

O Uso de Brinquedos, Jogos.........................9 e Materiais pedagógicos

Análise comparativa de brinquedos..............10

Considerações Finais...................................11

NTRODUÇÃOI

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O que é acessibilidade? Esta palavra é utilizada para designar o acesso de pessoas com alguma deficiência motora a todos os equipamentos públicos e privados disponíveis na sociedade. Para entender melhor este termo é necessário, antes aprender o significado da palavra. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define-se ACESSIBILIDADE como:

“A condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” (ABNT – NBR9050)

Este termo passou a ser utilizado na década de 50, quando a sociedade passou a observar a difícil convivência social que muitas pessoas com dificuldade motora passavam.

Na década de 60 algumas universidades americanas começam a desenvolver os primeiros processos de inclusão de pessoas com dificuldade motora, iniciando com a eliminação das barreiras arquitetônicas existentes em seus diversos ambientes, como salas de aula, os laboratórios, bibliotecas, estacionamentos.

Na década de 80, houve o desenvolvimento de muitas campanhas significativas em caráter mundial para alertar as pessoas sobre o desrespeito da comunidade perante a todas as necessidades de pessoas com dificuldades motoras, como: transporte público, áreas de lazer, o mobiliário de empresas, centros esportivos, áreas educacionais entre outras.

Essa atitude ocorreu e foi impulsionada pela nomeação do Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, declarado em 1981.

Assim, as pessoas começaram a se preocupar em adequar os ambientes arquitetônicos aos desenhos universais, no qual os ambientes públicos e privados, os meios de transportes e utensílios são criados para todas as pessoas, sem distinções ou desigualdades.

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CESSIBILIDADE AO LAZERA

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Apesar de haver leis especificas que garantem o acesso das pessoas com necessidades especiais a equipamentos públicos e privados de lazer, essas atividades ainda enfrentam inúmeros obstáculos para ser realizada.

É muito comum em parques, praças, quadras e muitos outros estabelecimentos privados, como shoppings, não seguirem as medidas de acesso e segurança exigidos por lei.

Os brinquedos que são construídos em áreas de lazer pública ou privada, na maioria dos casos, não oferecem segurança mais reforçada para estas crianças. Ir a praças, sessões de teatros, visitar exposições são atividades que proporcionam alegria e prazer a qualquer indivíduo e estes não podem ser privados destas atividades.

ROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS E METODOLOGIAP

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Problematização:

De que maneira é possível desenvolver características especificas em brinquedos direcionados a crianças com necessidades especiais?

Objetivos:

Objetivo Geral:

Utilizar ferramentas de design para desenvolver brinquedos para melhorar a interação de crianças com necessidades especiais.

Objetivos Especificos:

1-Conhecer o público-alvo a ser estudado;

2-Buscar e analisar brinquedos destinados a crianças com necessidades especiais;

3-Estudar possíveis utilizações dos outros sentidos de uma criança com necessidades especiais na interação com o brinquedo;

4-Desenvolver a proposta de um brinquedo para o público-alvo estudado, utilizando ferramentas de Design.

Metodologia

Será utilizado neste estudo inicial dos objetivos específicos, pesquisas bibliográficas, buscando livros, reportagens em sites relacionados com o assunto e artigos técnicos.

1-Conhecer o público-alvo a ser estudado: será utilizado pesquisa bibliográfica para saber quais os tipos de deficiências, entender cada um deles e conhecer quantas pessoas existem com estas condições no Brasil.

2-Buscar e analisar brinquedos destinados a crianças com necessidades especiais: será utilizado pesquisa bibliográfica também, em sites de internet de venda de produtos infantis e pesquisa de campo em lojas locais com produtos destinados a este público. 3-Estudar possíveis utilizações dos outros sentidos de uma criança com necessidades especiais na interação com o brinquedo: será utilizado pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e estudo de caso, para entender melhor como utilizar os outros sentidos em novos produtos.

Com brinquedos, isso não é diferente, eles devem ser feitos de modo que uma criança com qualquer que seja sua necessidade especial possa brincar e interagir com outras crianças, se isso não estiver ocorrendo estaria excluindo ela, prejudicando seu desenvolvimento.

O brinquedo é a forma de explorar que as crianças possuem, de instigar seus sentidos, de se divertir e aprender em muitos casos e mais do que isso é uma forma de socializar muitas outras crianças de mesma idade.

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ESENVOLVIMENTOD

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Conhecendo os tipos de deficiência

No Brasil, existem cerca de 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Deste número, 4,3 milhões possuem limitações severas. Nem sempre as crianças desenvolvem-se plenamente, algumas limitações podem se manifestar logo ao nascer, porém outras serão identificadas os poucos no decorrer da vida.

Por exemplo, a deficiência visual, é constatada quando o bebê não fixa os olhos em nada, parece sempre estar alheio ao que acontece ao seu redor, ou demora a movimentar-se sozinho pela casa.

Já os bebês com deficiência auditiva tendem a continuar dormindo mesmo com barulho, e a não responder quando chamados, além de não falarem muito. O importante é quando diagnosticada a doença, buscar informações corretas para ajudar a criança a se desenvolver o mais independente possível.

Segundo o IBGE, existem 24,5 milhões de pessoas com alguma deficiência, sendo 48% com deficiência visual, 23% com deficiência motora, 17% com deficiência auditiva, 8% com deficiência intelectual e 4% com deficiência física, sendo que deste total cerca de 2,5% possuem limitações severas.

As deficiências podem ter origem genética, surgir no período da gestação, em decorrência do parto ou no decorrer dos primeiros dias de vida. Podem também ser consequência de doenças transmissíveis ou crônicas, perturbações psiquiátricas, desnutrição, abusos de drogas, traumas e lesões. Algumas medidas preventivas podem evitar muitos casos, com exames pré-natais e pós-natais.

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Deficiência Visual:

É definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão.

O nível de acuidade visual varia, o que assim determina dois grupos de deficiência:

- Cegueira : há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva o individuo a necessitar do Sistema Braille como modo de leitura e/ou escrita.

- Baixa Visão: esta é determinada pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou de correção. Os indivíduos com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais.

Deficiência Intelectual:

Segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento AAIDD, caracteriza-se pelo funcionamento intelectual inferior à média (QI), associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, adaptação social, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade.

Isso significa que um indivíduo com deficiência intelectual terá dificuldades para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, esse individuo se comporta como se tivesse uma idade menor do que realmente tem.

A deficiência intelectual é resultado, normalmente, de uma alteração no desempenho cerebral, podendo ter sido provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou pós-parto.

Deficiência Física: Individuo com perda total ou parcial da capacidade motora, muitas vezes ocasionada por acidentes ou lesão cerebral.

A deficiência física pode ser compreendida por 5 categorias, sendo elas:- Monoplegia: paralisia em um membro apenas- Hemiplegia: paralisia total das funções de um dos lados do corpo- Paraplegia: paralisia da cintura para baixo, comprometendo os movimentos das pernas.- Tetraplegia: paralisia do pescoço para baixo, neste as funções dos braços e pernas são comprometidas.- Amputação: quando há falta total ou parcial de um ou mais membros do corpo.

Deficiência Auditiva:

Segundo o decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999, a deficiência auditiva é considerada uma “perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis”.

São chamados de surdos, os indivíduos que têm perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido.

Com Base no trabalho de Roeser e Downs, Martinez (2000), é possível classificar o indivíduo com deficiência de acordo com seu grau de perda auditiva, avaliada em decibéis.

ESENVOLVIMENTOD

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ESENVOLVIMENTOD

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- Audição Normal: quando há uma diminuição até 15dB

- Deficiência Auditiva Suave: esta é quando a perda varia entre 16 e 22dB

- Surdez Leve: quando varia entre 26 e 40dB

- Surdez Moderada: quando varia entre 41 e 55dB

- Surdez Moderadamente Severa: quando varia entre 56 e 70dB

- Surdez Severa: quando varia entre 70 e 90dB

Pode ocorrer uma perda maiores que os valores citados acima, neste caso há uma deficiência auditiva profunda, impedindo o indivíduo de ouvir a voz humana e adquirir, espontaneamente o código da modalidade oral da língua. Pelo menos uma em cada 1.000 crianças nasce profundamente surda, o que pode ser diagnosticado através de exames como audiometria e audiograma.

O uso de brinquedos, jogos e materiais pedagógicos no processo de construção da inteligência do aluno

Os brinquedos, jogos e materiais pedagógicos geralmente são empregados a partir de um modelo de inteligência unidimensional que privilegia o eixo cognitivo. Embora uma criança autista tenha uma excelente memória para a música, isto não quer dizer que o mesmo ocorra como os seus outros tipos de inteligência. A sua inteligência linguística pode ainda não ter percebido o sentido das palavras. A inteligência lógico-temporal pode ainda não saber o que é passado, presente e futuro.

Embora o mesmo material tenha a possibilidade de ser utilizado por várias inteligências, isto não quer dizer que ele seja efetivamente empregado na prática. Ele pode ficar apenas no uso potencial. Conforme o aluno, um trabalho mais especifico pode ser necessário.

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NÁLISE COMPARATIVA DE BRINQUEDOSA

preço (R$)

integração

material

fabricação

indicação

manutenção

observações

nome

30,00

sim

MDF

seriada

deficiência visualdeficiência auditiva

fácil

peças em mdf, possuiimagem e o nome em braile o que permite ter interação também de outras crianças nabrincadeira.

dominó braile

120,00

sim

chapas de EVA

seriada/artesanal

deficiência visualdeficiência auditiva

deficiência intelectual

fácil

placas de EVA que sãoencaixadas entre si, podem ser jogado tantoamarelinha como outrosjogos que contenhamnúmeros.

tapete amarelinha

170,00

sim

matelassê

seriada

deficiência visualdeficiência auditiva

deficiência intelectualdeficiência física

deficiência múltipla

fácil

através do toque dosdiversos materiais etexturas, podem tersom ou não, a criançaterá estimulação, visualauditiva e tátil.

tapete sensorial

--,--

sim

aço/fibra

seriada

fácil

triciclo para crianças, com deficiência motora, permite queestas possam ficarmais próximas do soloem brincadeiras empátios, jardins, praia, podendo interagir comoutras crianças.

triciclo

25,00

sim

EVA

seriada

fácil

este brincadeira é idealpara a iniciação doaprendizado do sistemade sinais - libras.Pode ser utilizada poroutras crianças paraaprender a lingua desinais e estas poderemse comunicar com umacriança surda.

alfabeto braile

30,00

sim

EVA

seriada

---

Este é um adaptadorpara escrita, em formatriangular possibilita que a criança tenha melhor domínio do giz,lápis ou caneta quandoestiver manuseando.

adaptador paraescrita

deficiência físicadeficiência múltipla

deficiência auditiva

deficiência múltipla

deficiência físicadeficiência múltipla

preço (R$)

integração

material

fabricação

indicação

manutenção

observações

nome

40,00

sim

espuma PU

seriada

deficiência visualdeficiência auditiva

deficiência intelectual

fácil

Dado possui numerosem relevo e tambémguizo interno, para estimular o a audiçãoem brincadeiras maispedagógicas.

dado com guizo

130,00

sim

chapas de EVA

seriada/artesanal

deficiência visualdeficiência auditiva

deficiência intelectual

fácil

placas de EVA que sãoencaixadas entre si, formando um cubo comcom duas aberturas emdois lados, a criançaintroduz a mão em umadessas aberturas, retirando circulos comtexturas distintas, elasformam pares, nesteproduto são 7 pares de texturas diferentes, estimulando o sentidotátil.

cubo surpresa

50,00

sim

couro

seriada

deficiência visualdeficiência auditiva

deficiência intelectual

fácil

Um dos brinquedosmais universais, a bolapode ser utilizada emdiversas brincadeiras, e para crianças comdiversas necessidadesestimula a audição ea integração em brincadeiras com outrascrianças.

bola com guizo

30,00

sim

polimero

seriada

fácil

Baralho para criançascom baixa visão, temo contraste forte e naipes e numeraçãomaiores para facilitarquem está jogando, pode ser utilizado ematividades pedagógicas

baralho contraste

20,00

sim

MDF

seriada

fácil

Relógio para iniciaçãoem libras, para melhordemonstrar as horas, possui numeração cardinal e em libras. Pode ser utilizado comojogo pedagógico emgrupos ou individual.

hora braile

50,00

sim

MDF

seriada

fácil

Este dominó tem cores e formas variadas. Ele trabalha especialmentea coordenação fina ebimanual das formas apartir do tato.

dominó percepçãomanual

deficiência visual

deficiência intelectual

deficiência visual

deficiência visual

deficiência intelectual

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ONSIDERAÇÕES FINAISC

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Na hora da compra de algum brinquedo, deve ser levado em consideração, as preferências da criança, bem como suas habilidades, capacidades e limitações.

É errado pensar em comprar um brinquedo desenvolvido somente para um tipo de necessidade, com que a criança não possa interagir com as demais crianças, isso seria uma forma de exclui-la das brincadeiras, não socializando.

É importante selecionar o brinquedo de acordo com o desenvolvimento da criança, do que com a sua faixa etária.

A criança tendo ela alguma necessidade especial ou não, precisa ser desafiada para se sentir estimulada, assim como êxito na exploração do seu brinquedo.

Estratégias simples como texturizar, sonorizar ou iluminar, podem possibilitar que os brinquedos sejam melhores percebidos pela criança. Música, canto e representações de histórias são sempre indicados qualquer criança.

Para estimular a percepção visual, vale lançar mão de lanternas, purpurina e laminados, os rostos de brinquedos com muitos detalhes e cores contrastante podem auxiliar a organizar esquemas visuais.

Utilizar os demais sentidos em brincadeiras como audição e tato é fundamental. Crianças com limitações motoras devem ter seu acesso facilitado em todos os ambientes e posições que facilitem a sua exploração durante a atividade.

Assim como em crianças com algum tipo de limitação auditiva, jogos de percussão podem ser uma boa escolha, pois possibilita a criança a perceber a vibração do som e ampliar a sua sensibilidade.

Universidade Luterana do BrasilSede Campus Canoas - Av. Farroupilha, nº8001Bairro São José - Cep 92425-900 - Canoas/RSFone geral: +55 51 3477.4000 - Fax: +55 51 3477.1313E-mail: [email protected]

Campus CanoasAv. Farroupilha, 8001 - Prédio 14, sala 122Bairro São José - Canoas/RS - Cep 92425-900Fone: (51) 3477.9187 - Fax: (51) 3477.1313E-mail: [email protected] quadro comparativo dos brinquedos pode ser visto que existe

uma gama razoável de brinquedos para crianças com alguma necessidade especial, quase todos podem ser utilizados com outras crianças o que é bom, mas o que falta ainda são brinquedos mais universais, ou seja, brinquedos que podem ser utilizados todas as crianças, tenham elas algum tipo de necessidade ou não, assim melhoraria a interação dela com o brinquedo, estimulando todos os seus sentidos e também podendo se socializar com qualquer outra criança

Tainã L.Simões.