Revista TOC - Abril 2014 (p. 20-23)

4
20 TOC 169 NOTÍCIAS 4Y]Ç +X^ÐXSY 7Y\OS\K O .YWSXQ_O] NO +dO`ONY Como humanizar um «bicho de sete cabeças»? I Conferência do Colégio da Especialidade de Contabilidade de Gestão A Faculdade de Economia do Porto (FEP) formou muitos decisores e gestores que dão cartas intra- muros e no estrangeiro. O Bastonário da Ordem foi mais longe e chamou-lhe K zMK^ON\KV{ NY OX]SXY NK /MYXYWSK NY país. Com mais ou menos solenidade, o minimalista salão nobre da FEP recebeu, a 28 de março, a I Conferência do Colé- gio da Especialidade de Contabilidade de Gestão, subordinada ao tema «No pre- ]OX^O YVRKXNY Y P_^_\Y{ Cerca de quatro centenas de pessoas, OX^\O Z\Y]]SYXKS] O O]^_NKX^O] Z\O- senciaram in loco mais uma etapa de aprofundamento do relacionamento da Ordem com a academia, facto realçado por Domingues de Azevedo na aber- tura dos trabalhos. «No contexto de crise social é fundamental entender o ZKZOV [_O MYWZO^O KY] Z\Y]]SYXKS] XK resolução dos problemas das empre- sas, algumas a braços com exemplos NO WOXY] \SQY\{ NS]]O z² XY \OPY\ÆY das bases da contabilidade que en- tendo que os dirigentes da OTOC têm YL\SQKÆÄY NO `O\ WKS] KVÇW{ KM\O]- centou o Bastonário. «Bem sei que a contabilidade de gestão está associada a um “bicho de sete cabeças”, mas a percetibilidade da contabilidade é de- terminante e só é possível se se “po- pularizar” a contabilidade de gestão à dimensão das empresas de forma a R_WKXSdÀVK{ 4Y]Ç +X^ÐXSY 7Y\OS\K Z\O]SNOX^O NY Colégio de Especialidade de Contabili- dade de Gestão da Ordem referiu ser O]^O _W z^OWK P_VM\KV XY] NSK] RYTO{ e que acontecimentos desta natureza servem para «despertar o interesse de WKS] WOWL\Y]{ / XÄY ]Ð +^Ç ZY\[_O acrescentou, «quando as empresas têm menos espaço de manobra despertam ZK\K K MYX^KLSVSNKNO NO QO]^ÄY{ + Z\YPO]]Y\K NK 0/: 1\KÆK 7KMSOV Amaro, moderou o primeiro painel dos trabalhos, subordinado ao tema «A contabilidade de gestão: um instru- WOX^Y ZK\K K] Y\QKXSdKÆÔO]{ João Ribeiro não tinha tarefa fácil. Era o escolhido para o pontapé de saída. E partilhou com os seus ouvintes as suas interrogações: «Ter a primeira apresentação do dia é uma bênção ou _WK WKVNSÆÄY){ 9 ^OWZY OXMK\\OQY_- -se de desmentir os maus presságios. O docente da FEP dissecou a temá- tica do papel do controller na organi- zação, bem como a inovação assente em instrumentos com conceitos muito simples, mas bastante úteis para as instituições, como é o caso do balanced scorecard. João Ribeiro, antigo control- ler de uma empresa, sentiu na pele a exigência desta função, e admitiu que «a complexidade crescente da gestão PKd NO]^O] Z\Y]]SYXKS] Y] `O\NKNOS\Y] L\KÆY] NS\OS^Y] NY] QO]^Y\O]{ 4YÄY Oliveira foi o seguinte representante da FEP a intervir, com a dissertação so- L\O K] YZY\^_XSNKNO] O NO]KY] [_O ]O MYVYMKW KY] Z\Y]]SYXKS] NK MYX^KLSVS- dade e controlo de gestão. O docente admitiu que este ramo da contabilida-

description

Reportagem sobre a Conferência do Colégio da Especialidade de Contabilidade de Gestão da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, realizada no dia 28 de março de 2014 na Faculdade de Economia do Porto.

Transcript of Revista TOC - Abril 2014 (p. 20-23)

20 TOC 169

NOTÍCIAS

�4Y]Ç�+X^ÐXSY�7Y\OS\K�O�.YWSXQ_O]�NO�+dO`ONY

Como humanizar um «bicho de sete cabeças»?I Conferência do Colégio da Especialidade de Contabilidade de Gestão

A Faculdade de Economia do Porto

(FEP) formou muitos decisores e

gestores que dão cartas intra-

muros e no estrangeiro. O Bastonário

da Ordem foi mais longe e chamou-lhe

K�zMK^ON\KV{�NY�OX]SXY�NK�/MYXYWSK�NY�

país. Com mais ou menos solenidade, o

minimalista salão nobre da FEP recebeu,

a 28 de março, a I Conferência do Colé-

gio da Especialidade de Contabilidade de

Gestão, subordinada ao tema «No pre-

]OX^O�YVRKXNY�Y�P_^_\Y{��

Cerca de quatro centenas de pessoas,

OX^\O� Z\Y�]]SYXKS]� O� O]^_NKX^O]�� Z\O-

senciaram in loco mais uma etapa de

aprofundamento do relacionamento da

Ordem com a academia, facto realçado

por Domingues de Azevedo na aber-

tura dos trabalhos. «No contexto de

crise social é fundamental entender o

ZKZOV�[_O�MYWZO^O�KY]�Z\Y�]]SYXKS]�XK�

resolução dos problemas das empre-

sas, algumas a braços com exemplos

NO�WOXY]� \SQY\{�� NS]]O�� z²�XY� \OPY\ÆY�

das bases da contabilidade que en-

tendo que os dirigentes da OTOC têm

YL\SQKÆÄY� NO� `O\� WKS]� KVÇW{�� KM\O]-

centou o Bastonário. «Bem sei que a

contabilidade de gestão está associada

a um “bicho de sete cabeças”, mas a

percetibilidade da contabilidade é de-

terminante e só é possível se se “po-

pularizar” a contabilidade de gestão

à dimensão das empresas de forma a

�R_WKXSdÀ�VK��{�

4Y]Ç� +X^ÐXSY� 7Y\OS\K�� Z\O]SNOX^O� NY�

Colégio de Especialidade de Contabili-

dade de Gestão da Ordem referiu ser

O]^O� _W� z^OWK� P_VM\KV� XY]� NSK]� RYTO{�

e que acontecimentos desta natureza

servem para «despertar o interesse de

WKS]�WOWL\Y]�{�/�XÄY�]Ð��+^Ç�ZY\[_O��

acrescentou, «quando as empresas têm

menos espaço de manobra despertam

ZK\K�K�MYX^KLSVSNKNO�NO�QO]^ÄY{�

+� Z\YPO]]Y\K� NK� 0/:�� 1\KÆK� 7KMSOV�

Amaro, moderou o primeiro painel

dos trabalhos, subordinado ao tema

«A contabilidade de gestão: um instru-

WOX^Y�ZK\K�K]�Y\QKXSdKÆÔO]{�

João Ribeiro não tinha tarefa fácil. Era

o escolhido para o pontapé de saída.

E partilhou com os seus ouvintes as

suas interrogações: «Ter a primeira

apresentação do dia é uma bênção ou

_WK�WKVNSÆÄY){�9�^OWZY�OXMK\\OQY_-

-se de desmentir os maus presságios.

O docente da FEP dissecou a temá-

tica do papel do controller na organi-

zação, bem como a inovação assente

em instrumentos com conceitos muito

simples, mas bastante úteis para as

instituições, como é o caso do balanced

scorecard. João Ribeiro, antigo control-

ler de uma empresa, sentiu na pele a

exigência desta função, e admitiu que

«a complexidade crescente da gestão

PKd�NO]^O]�Z\Y�]]SYXKS]�Y]�`O\NKNOS\Y]�

L\KÆY]� NS\OS^Y]� NY]� QO]^Y\O]�{� 4YÄY�

Oliveira foi o seguinte representante

da FEP a intervir, com a dissertação so-

L\O�K]�YZY\^_XSNKNO]�O�NO]K�Y]�[_O�]O�

MYVYMKW�KY]�Z\Y�]]SYXKS]�NK�MYX^KLSVS-

dade e controlo de gestão. O docente

admitiu que este ramo da contabilida-

ABRIL 2014 21

João Ribeiro João Oliveira Graça Amaro Cláudio Silva

de está a dar os primeiros passos, devi-

do «à escassa regulamentação e insti-

^_MSYXKVSdKÆÄY�{�+SXNK�K]]SW��Y]�[_O�TÀ�

estão em força, carregam grandes res-

ponsabilidades, sendo business partners

com grande relevância nos dias que

correm. E que deve saber um controller

para desempenhar da melhor manei-

ra o seu papel? «Conhecer o negócio,

saber o detalhe do processo produtivo

e melhorar o relacionamento pessoal,

melhorar a análise crítica. No fundo,

\OPY\ÆK\�Y�O]ZS\S^Y�SX[_S]S^S`Y�{

O orador apresentou, de seguida, uma

curiosa investigação da Ordem dos

Contabilistas do Quebec, no Canadá,

a partir de brochuras que transmitem

informação relevante sobre os valores

e a mudança cultural. É nesta viagem

pelo tempo que se pode observar a len-

^K�K�\WKÆÄY�NK�Z\Y�]]ÄY�XK�NÇMKNK�NO�

70, 80 e 90. Do impacto causado pelas

M\S]O]�O�NY]�O]MÂXNKVY]��XKXMOS\Y]�XY�

início do século XX, até à noção de «in-

NS]ZOX]À`OS]�XK�]YMSONKNO{��K�SWKQOW�

de consultor e o valor acrescentado

XK]�Y\QKXSdKÆÔO]��^\KÆY]�[_O�K�Z\Y�]-

]ÄY�MYX[_S]^Y_�K�Z_V]Y��+�MYX�KXÆK��K�

descontração e a informalidade foram

`S^Ð\SK]�\OMOX^O]��²�O]^K�_WK�Z\Y�]]ÄY�

que necessita de manter as competên-

cias tradicionais, em paralelo com a

K[_S]SÆÄY�NO�XY`K]�[_KVS�MKÆÔO]��ObSQS-

das nos tempos modernos.

Sobre o futuro do segmento da contabi-

lidade de gestão, João Oliveira não po-

dia estar mais otimista. Trata-se de uma

zÀ\OK� OW� M\O]MSWOX^Y� XY� OX]SXY{� O� Y�

colégio da especialidade da OTOC «é um

SWZY\^KX^O�MYX^\SL_^Y�[_O�O]^À�K�XK]MO\�{

Contabilidade de Gestão aplicada à indústria do peixe«Fatores que contribuem para o (in)

sucesso de um processo de implemen-

tação de um sistema de Contabilidade

NO�1O]^ÄY$� NO]M\SÆÄY�NO� _W� MK]Y{��9�

título é longo mas espelha o que se viu

e ouviu ao longo de cerca de 40 minu-

tos de apresentação de Cláudio Silva

que trouxe à colação o caso de uma

empresa de preparação e congelação

de peixe, descrevendo com os porme-

nores essenciais, todas as fases do

processo pela qual a entidade passou.

«Iniciar a implementação de um siste-

ma de contabilidade de gestão é iniciar

um processo de mudança e isso implica

VSNK\�MYW�W_S^K]�`K\SÀ`OS]{��KVO\^Y_�Y�

docente universitário.

Feito o diagnóstico das necessidades

da empresa, o orador explicou passo a

ZK]]Y�K]�NS�M_VNKNO]�]OX^SNK]��Y]�YL]-

táculos que foi necessário ultrapassar

e também aquilo que não foi possível

implementar. Feito o balanço, Cláudio

Silva apresentou alguns dos fatores

que funcionaram de forma favorável

à implementação do sistema de con-

tabilidade de gestão, como o mercado

competitivo, a procura de mercados in-

ternacionais, a expectativa de grande

crescimento no mercado nacional ou o

apoio do diretor de produção. No lado

oposto, salientou a falta de disposição

O� NO� OX`YV`SWOX^Y� NY� ^ÇMXSMY� Y�MSKV�

de contas, a divergência das pessoas

encarregues pelos registos no sistema

informático ou a falta de coordenação

das pessoas chave da organização.

Em resumo, sintetizou o orador, pre-

tendeu-se «divulgar fatores que os

contabilistas deverão ter em atenção

aquando a implementação de um siste-

ma de contabilidade de gestão e trazer

para a esfera do trabalho do técnico

Y�MSKV�NO�MYX^K]�XÄY�KZOXK]�Y]�K]ZO^Y]�

essencialmente técnicos, mas também

os aspetos metodológicos relaciona-

dos com a implementação de um sis-

tema de contabilidade de gestão, numa

OWZ\O]K� O]ZOM�MK�� MYW� Z\YLVOWK]�

MYXM\O^Y]�{

Modelos de gestão para a eletricidadee para a construção civilO tema, como fez questão de vincar o

orador, não é novo, tem já algumas dé-

cadas mas deve continuar a merecer a

melhor atenção dos gestores. «Contro-

lo e repartição de custos de eletricidade

X_WK�OWZ\O]K�SXN_]^\SKV{�PYS�K�Z\YZY]^K�

NO�4Y]�7K^Y]�NO�-K\`KVRY�[_O�O`SNOX-

ciou a importância que o registo, reparti-

ção e controlo dos custos de eletricidade

pode e deve ter numa empresa.

O docente universitário não tem dúvi-

das de que o modelo apresentado per-

mite a «negociação de tarifas, elimina-

ção de energia reativa ou a laboração

OW�ZO\ËYNY]�NO�WOXY\O]�^K\SPK]�{�:Y\�

Y_^\Y�VKNY��7K^Y]�NO�-K\`KVRY�KVO\^Y_�

ainda para a importância do domínio

das quantidades, vetor que considerou

«fulcral. Só que nós, em Portugal, não

costumamos ter essa preocupação. A

criação de uma cultura de medida das

quantidades é indispensável a um bom

]S]^OWK�NO�MYX^KLSVSNKNO�KXKVË^SMK�{

Seja como for, o também especialista

do Colégio de Contabilidade de Ges-

22 TOC 169

NOTÍCIAS

tão não tem dúvidas de que «o modelo

pode ter grande impacto na redução

dos custos de eletricidade e pode aju-

dar a melhorar a qualidade de reparti-

ÆÄY�ZOVY]�\O]ZO^S`Y]�MOX^\Y]�NO�M_]^Y�{

O segundo painel do dia, moderado

ZY\�7K\SK�>O\O]K�,SKXMRS�� NYMOX^O�NK�

Faculdade de Economia da Universida-

de do Porto, dedicado às «Aplicações

da Contabilidade de Gestão: estudo de

MK]Y]{���MK\SK�OXMO\\KNY�MYW�K�KZ\O-

]OX^KÆÄY�NO�6_Ë]�7YX^OS\Y��]_LY\NSXK-

da ao tema «Do controlo orçamental

tradicional às ferramentas integradas

de Gestão (\YVVSXQ��XKXMSKV�PY\OMK]^ e ba-

lanced scorecard) – um exemplo para o

]O^Y\�NK�MYX]^\_ÆÄY�MS`SV{�

Porque «acompanhar a estratégia das

organizações contentando-se ape-

nas com ferramentas de gestão tra-

dicionais e rígidas, baseadas no mero

controlo orçamental tradicional, não

�K^_KVWOX^O�Y�WKS]� KNO[_KNY{�� O]^O�

TOC trouxe o conceito de rolling fore-

cast aplicado à construção civil, setor

onde tem desempenhado a sua ativi-

NKNO� Z\Y�]]SYXKV�� -YWY� O]^O� ]S]^OWK�

inclui previsões dinâmicas que se tra-

duzem em orçamentos efetuados em

cada seis meses ou em cada trimestre

(ao contrário do orçamento anual), que

tem um horizonte de projeção de 12

WO]O]�Y_�MSXMY�^\SWO]^\O]{�X_W�W_X-

do em acentuada e rápida mudança, a

sua utilização acaba por trazer óbvias

vantagens. O mesmo se poderá dizer

do balanced scorecard (BSC), «um mo-

delo de gestão que permite às organi-

dKÆÔO]�MVK\S�MK\�K�]_K�`S]ÄY�O]^\K^ÇQS-

MK�O�MYX`O\^É�VK�X_W�ZVKXY�NO�KÆÄY�{

Aplicados estes modelos a uma empre-

sa de construção civil portuguesa com

projeção internacional, as vantagens,

no entender do orador, são óbvias. «O

setor da construção civil e, particular-

mente os seus projetos de maior dimen-

são, são exemplos ricos de como fer-

ramentas integradas de gestão podem

desempenhar um papel fundamental no

ÉbS^Y�NY]�Z\YTO^Y]{��QK\KX^S_�6_S]�7YX-

teiro que sustentou ainda ser no «pla-

no internacional que as alterações nas

variáveis e a atuação da concorrência

são mais fortes, tornando indispensável

_WK�SXPY\WKÆÄY�K^_KVSdKNK�O�\SQY\Y]K�{

Convencer: o papel fulcral dos TOCA sessão vespertina arrancou com

«Performance management in the pu-

LVSM�]OM^Y\{��_W�^\KLKVRY�NK�K_^Y\SK�NO�

Paulino Silva que tentou evidenciar a

importância dos sistemas de medição

de desempenho nas organizações e, no

caso em concreto, no setor público da

saúde em Portugal, num painel mode-

rado por Amélia Ferreira da Silva, do-

cente do ISCAP.

Depois de explicar que os sistemas de

medição de desempenho são «uma das

componentes dos sistemas de controlo

de gestão e representam uma das fer-

ramentas mais utilizadas para aumen-

tar a probabilidade de se alcançarem

os objetivos delineados, quer pela ges-

^ÄY�[_O\�ZOVY]�Z\YZ\SO^À\SY]{�O�NO�^O\�

passado em revista alguns deles, como

o balanced scorecard, o ZO\PY\WKXMO�

Z\S]W ou o ]WK\^�Zc\KWSN, Paulino Silva

dispensou alguns minutos a falar sobre

os sistemas de controlo de gestão, an-

tes de entrar na apresentação do estu-

do de um caso no serviço nacional de

saúde que englobou três organizações

de cuidados primários portugueses.

Este foi, de acordo com o orador, o pri-

meiro estudo que utilizou o modelo de

gestão do desempenho de Otley para

analisar as práticas de gestão de de-

sempenho em organizações de cuida-

dos primários. «Este modelo demons-

trou ser muito útil no contexto do setor

ZÕLVSMY{��\OKVÆY_�:K_VSXY�=SV`K��

Apesar do estudo ter já praticamente

uma década e de terem sido eviden-

ciadas algumas das suas limitações,

muitas das suas conclusões poderão

manter-se atuais e, garantiu o orador,

«já existem em Portugal extraordiná-

rios exemplos de preocupação com a

medição e gestão do desempenho or-

QKXSdKMSYXKV�{�?W�MKWSXRY�[_O�ZYNO-

\À�MYXROMO\�K`KXÆY]�WKS]�]SQXS�MK^S`Y]�

«se os TOC provarem aos gestores,

diretores e administradores que a Con-

tabilidade de Gestão traz valor acres-

centado. Sem isso, não há volta a dar.

O TOC tem aqui um papel fulcral. Não

há mais ninguém nas organizações que

]OTK�MKZKd�NO�PKdO\�O]]O�^\KLKVRY�{

Luís Rodrigues analisou as normas in-

ternacionais de contabilidade como

fonte de informação para a gestão de

projetos e apresentou uma exposição

que teve como pano de fundo a ob-

tenção de informação de gestão para

acompanhamento e controlo de proje-

tos a partir das IAS 11 – Contratos de

construção e IAS 18 – Rédito.

O especialista do Colégio de Conta-

bilidade de Gestão passou em revista

7K^Y]�-K\`KVRY 6_Ë]�7YX^OS\Y 7K\SK�>O\O]K�,SKXMRS Paulino Silva

ABRIL 2014 23

NOTÍCIAS

os conceitos, centrando-se depois nos

contratos de construção e projeto, na

sua gestão, na determinação da per-

centagem de acabamento e nos in-

dicadores para a gestão de projetos.

«A informação obtida na sequência

do aproveitamento para cumprir as

normas contabilísticas IAS 11 e IAS 18

revela-se de grande importância por-

que permite aos gestores o conheci-

mento em tempo útil da performance

dos seus projetos ou contratos, toman-

do as ações necessárias para atingir os

YLTO^S`Y]{��MYXMV_S_�Y�Y\KNY\��

A cultura do risco7KX_OV�7OXNO]�NK�-\_d�Z\YZÒ]�]O�PK-

lar da gestão da incerteza. O inespera-

do e o risco, temas tão atuais nas so-

ciedades modernas, dominaram a sua

intervenção. Antes de enveredar pela

carreira de docente, o professor jubi-

lado do ISCAL foi analista de risco no

setor segurador.

O vogal do Colégio da Especialidade de

Contabilidade de Gestão da Ordem de-

bruçou-se sobre as diretivas Seveso e

Basileia, no seguimento de uma fuga de

pesticidas na Índia e de um incêndio na

cidade suíça, respetivamente, e as suas

SWZVSMKÆÔO]� XY� Z\YMO]]Y� NO� �XKXMSK-

mento empresarial. Depois de admitir

[_O�Y]�ZKË]O]�XÄY�O]^ÄY�]_�MSOX^OWOX-

te preparados para adotar as diretivas

NO� =O`O]Y�� OW�������7OXNO]�NK�-\_d�

K�\WY_�[_O�Y]�^OWZY]�[_O�]O�KZ\YbS-

mam são de enorme exigência para os

Z\Y�]]SYXKS]�O�ZK\K�Y]�O]ZOMSKVS]^K]�XY�

domínio da Contabilidade de Gestão,

nomeadamente na feitura do relatório

que analise o risco do negócio.

Na conclusão dos trabalhos, José An-

^ÐXSY�7Y\OS\K�`YV^Y_�KY�ZKVMY��+ZO]K\�

de jogar em casa, na faculdade onde

VOMSYXK�� PYS� zY� ÕV^SWY� NK� �VK{� O� ^_NY�

fez para não se repetir, sistematizando

o papel e as competências do colégio

a que preside, traçando o seu poten-

cial de evolução num futuro próximo,

elencando a investigação e a formação

MYWY� Z\SY\SNKNO]�WÀbSWK]��7OVRY\K\�

a qualidade do serviço prestado pelos

TOC e intervir na cultura empresarial

`SQOX^O�� ]ÄY� NO]SNO\K^Y]� [_O� 7Y\OS\K�

não abdica. E o que fazer perante o au-

mento da concorrência e a redução das

avenças? Primar pela diferença, ofere-

cendo serviços distintos.

O professor da FEP lembrou que ser es-

pecialista não é uma nomeação vitalícia,

até porque o título que é atribuído só tem

validade de cinco anos. Como iniciativas

P_^_\K]��4Y]Ç�+X^ÐXSY�7Y\OS\K�KNSKX^Y_�

que deverá ser promovido um inquérito

YXVSXO�T_X^Y�NY]�Z\Y�]]SYXKS]�ZK\K�KPO\S\�

as necessidades de formação sentidas

neste segmento da contabilidade.

OTOC no Porto terá nova casaPara o Bastonário, foi um dia cheio e in-

tenso. Domingues Azevedo tinha a satis-

fação estampada no rosto. Percebia-se.

Depois da sessão de abertura, desdo-

brou-se em reuniões e deu mais um pas-

so para a aquisição das novas instalações

da representação permanente no Porto,

localizada na Rua Saraiva de Carvalho,

à Batalha, que incluirá um centro de for-

mação com capacidade para mil pessoas

O�K�z-K]K�NY�>9-{��=ÄY�MO\MK�NO�������

metros quadrados de área para «con-

ferir uma maior dignidade à instituição

XY�8Y\^O�NY�ZKË]�{�9�SX`O]^SWOX^Y�^Y^KV�

na Invicta deverá rondar os seis milhões

de euros, incluindo obras de readapta-

ção. Domingues de Azevedo explicou

KY]�WOWL\Y]�Y�[_O�O]^O�ZK]]Y�]SQXS�MK�

para uma nova política de «reorientação

de gastos. A Ordem pagou, em Lisboa e

Porto, só em aluguer de espaços, uma

média de 380 mil euros nos últimos três

anos. A partir de agora estaremos a pa-

gar o que é nosso. Isto é construir o fu-

^_\Y{��KM\O]MOX^Y_��/W�6S]LYK��O]^À�OW�

curso um processo semelhante, com as

negociações adiantadas.

Depois de anunciar a boa nova aos

membros da cidade Invicta, as palavras

�XKS]�PY\KW�ZK\K�Y�^OWK�[_O�O]^O`O�OW�

debate na FEP. «Não existe tradição de

os membros utilizarem a contabilidade

analítica como instrumento nas empre-

sas, mas estou em crer que é crescente a

percetibilidade da mais-valia destes ins-

trumentos para os empresários, os desti-

XK^À\SY]�NY�XOQÐMSY{��NS]]O�Y�,K]^YXÀ\SY��

Sobre as oportunidades de negócio que

se abrem, disse que a contabilidade pú-

blica é um dos terrenos por explorar em

que este segmento contabilístico pode

desempenhar um papel decisivo.

Domingues de Azevedo alertou ain-

da que «quando os clientes se sentem

seguros com o seu TOC eles não vão

trocá-lo por outro que pratique aven-

ÆK]�LK\K^K]{��K^Ç�ZY\[_O��OXPK^SdY_��zY�

>9-�Ç�_WK�O]ZÇMSO�NO�O]M\K`Y��OV�{�a

Fotos e vídeos disponíveis

no Flickr e no Canal do TOC

Luís Rodrigues Amélia Silva 7OXNO]�NK�-\_d 7K\SK�2ÇVNO\�7K\^SX]